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24/06/2011 1 Soldagem por Resistência Elétrica Prof. Hélio Padilha Soldagem por resistência elétrica A soldagem por resistência elétrica compreende um grupo de processos nos quais a união de peças é produzida em superfícies sobrepostas ou em contato topo a topo, pelo calor gerado na junta através da resistência à passagem de corrente elétrica (efeito Joule) e pela aplicação de pressão, podendo ocorrer uma certa quantidade de fusão na interface. 2

Soldagem por resistência elétrica

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Soldagem por Resistência

Elétrica

Prof. Hélio Padilha

Soldagem por resistência elétrica

A soldagem por resistência elétrica compreende um

grupo de processos nos quais a união de peças é

produzida em superfícies sobrepostas ou em contato

topo a topo, pelo calor gerado na junta através da

resistência à passagem de corrente elétrica (efeito Joule)

e pela aplicação de pressão, podendo ocorrer uma certa

quantidade de fusão na interface.

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Processos

(a) soldagem por pontos; (b) soldagem por costura;

(c) soldagem por projeção; (d) soldagem de topo

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Soldagem por pontos

Na soldagem por pontos, a solda é obtida na região das peças colocadas

entre um par de eletrodos, e várias soldas podem ser obtidas

simultaneamente pela utilização de múltiplos pares de eletrodos.

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Soldagem por projeção

A soldagem por projeção é usada principalmente para união

de pequenas peças estampadas, forjadas ou usinadas,

possuindo uma ou mais projeções ou saliências. Parafusos,

pinos, porcas, etc. podem ser facilmente soldadas em uma

chapa fina por este processo.

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Soldagem por costura

Na soldagem por costura, uma série de pontos de solda

consecutivos é feita, de modo a produzir uma solda contínua,

por sobreposição parcial de diversos pontos. Normalmente,

um ou ambos os eletrodos são discos ou rodas, que giram

enquanto as peças a serem unidas passam entre eles.

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Soldagem topo a topo

Na soldagem topo a topo por resistência, a corrente elétrica

passa através das faces das peças, que são pressionadas

frente a frente. As peças são prensadas uma contra a outra,

por meio de um dispositivo de compressão sendo em seguida

submetidas à passagem de uma corrente de soldagem

adequada.

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Soldagem por centelhamentoNa soldagem topo a topo por centelhamento, em geral, não é

necessária nenhuma preparação das superfícies de contato. Neste

processo as peças são energizadas antes de entrarem em contato,

e suas faces são aproximadas até que o contato ocorra em pontos

discretos da superfície da junta, gerando o centelhamento. Como o

início do contato é provocado por irregularidades nas superfícies

dos materiais, o processo de fusão se inicia pelos diversos arcos

formados pelas irregularidades.

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Princípio

Todos os processos de soldagem por resistência envolvem a

aplicação coordenada de pressão mecânica e passagem de

corrente elétrica, com intensidade e pressão adequadas.

A passagem de corrente elétrica provoca o aquecimento, e em

alguns casos, uma certa quantidade de fusão das peças a

serem unidas. A aplicação de pressão garante a continuidade

do circuito elétrico e permite a obtenção de soldas com baixo

nível de contaminação, seja proteção física da região de solda

ou pela expulsão do material contaminado para fora da junta.

O resfriamento da junta se dá sob pressão.

O calor gerado pode ser estimado por:

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tIRQ 2

Máquinas de CA

Algumas máquinas para soldagem por resistência fornecem

corrente alternada. Essas máquinas contém um transformador

para produzir uma alta corrente de soldagem e uma baixa

tensão elétrica. Sua capacidade é limitada, uma vez que este

tipo de equipamento provoca um forte desbalanceamento na

rede de distribuição de energia elétrica no momento de sua

utilização, além de apresentar um baixo fator de potência.

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Máquinas de CCAs máquinas de corrente contínua do tipo energia armazenada

são baseadas num banco de capacitores, alimentado por uma

fonte de tensão contínua, que armazena a energia necessária

para a soldagem. Neste tipo de equipamento, o tempo de

acumulação é bem maior que o de descarga. Máquinas do tipo

energia direta consistem de um transformador e um circuito

retificador trifásicos. Estas máquinas demandam um consumo

muito menor em kVA da rede de distribuição, podendo ter

capacidades muito elevadas.

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Controle do equipamento

O controle da soldagem pode ser feito sobre uma ou mais

funções básicas :

- Corrente inicial e final para a soldagem no transformador

- Controle da intensidade da corrente

- Acionar e liberar a força nos eletrodos no tempo certo

Um contator conecta e desconecta o primário e o transformador

de soldagem.

Um controle da cronometragem e da seqüência estabelecida

para a soldagem é executada em cada operação, isto inclui a

aplicação de forças nos eletrodos, corrente elétrica e o intervalo

de tempo entre cada função. A corrente elétrica de soldagem é

controlada por taps, ou um circuito eletrônico ou por ambos.

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Eletrodos

Os eletrodos, cujas principais funções são conduzir a corrente

de soldagem e transmitir força mecânica, são feitos de ligas

com elevada condutividade térmica e elétrica, geralmente à

base de cobre, além de serem resistentes à deformação e ao

desgaste, mesmo em temperaturas elevadas. A geometria da

ponta do eletrodo tem grande influência na qualidade da solda

e deve ser otimizada para cada aplicação.

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Eletrodos

Na maioria das aplicações os eletrodos são formados de ligas

Cu-Cr, Cu-Cr-Zn, Cu-Cd e Cu-Be, tratados termicamente para

atingir as seguintes características:

- Condutividade elétrica e térmica elevadas;

- Resistência mecânica elevada;

- Fraca tendência a formar ligas com o material a soldar;

- Resfriamento absolutamente seguro das pontas dos eletrodos;

- Alto ponto de amolecimento, temperatura na qual, após um

período de tempo determinado, o material perde parte de sua

dureza e/ou resistência mecânica.

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EletrodosPeriodicamente é necessário fazer uma inspeção nos eletrodos,

pois, o desgaste decorrente do regime de trabalho imposto pode

levar a soldas diferentes das efetuadas em condições

O resfriamento correto dos eletrodos tem grande importância na

execução das soldas e no tempo de vida útil dos mesmos. ótimas.

Para exemplificar a importância da refrigeração na vida de um

eletrodo, é possível de se obter 50 vezes mais soldas durante o

último 1/16” da ponta do eletrodo do que durante o primeiro.

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EletrodosDe maneira geral considera-se que as faces dos eletrodos com a

peça devam ser aproximadamente 1,6 mm maior que o diâmetro do

ponto de soda, o qual pode ser calculado pelas relações :

d = diâmetro do ponto (mm)

S = espessura da chapa (mm)

As equações acima dão resultados semelhantes, desde que as

chapas não sejam nem muito finas nem muito grossas.

O efeito do desgaste na ponta do eletrodo causará aumento na área

de contato, diminuindo a densidade superficial de corrente e

diminuindo o rendimento do processo, e a recuperação da ponta

poderá diminuir a área de contato causando um aumento na

densidade superficial de corrente, acarretando sobreaquecimento do

eletrodo e diminuindo sua vida.

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Sd 5 Sd 25,2

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Fatores de influênciaEspaçamento entre os eletrodos: deverá ser de

aproximadamente o dobro da espessura das chapas a serem

soldadas, ou seja, o mais próximo possível da peça;

Condições dos materiais: é necessário que seja feita uma boa

limpeza nas chapas, visando a eliminação de sujeiras, gorduras,

pintura, óleo. Estes elementos funcionam como isolante elétrico,

contribuindo negativamente para a execução de uma boa

soldagem;

Uniformidade dos pontos de solda: para se obter soldas de boa

qualidade e com resistência mecânica adequada, é necessário

que haja uma uniformidade dos pontos de solda. Aqueles pontos

que apresentam um tamanho maior, em geral, possuem

resistência mecânica menor;17

Fatores de influência

Presença de rebarbas e ondulações: as rebarbas e ondulações

impedirão um perfeito contato entre as chapas, logo a solda

resultante não terá resistência mecânica adequada;

Corrente: é controlada na fonte de energia, em geral pela tensão

do secundário, através de “taps”, influindo no aquecimento a que

as peças serão submetidas;

Tempos: basicamente são controlados por temporizadores os

tempos de centelhamento, soldagem e retenção e resfriamento,

quando utilizados;

Pressão: é ajustada por reguladores de pressão e depende

quase que exclusivamente da espessura do material a ser

soldado.18

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Resistência elétricaA resistência total do circuito de soldagem é dada pela soma das

resistências dos eletrodos, das resistências de contato eletrodo-

peça, da resistência interna das peças e da resistência de

contato entre as peças. Como o aquecimento de cada uma

dessas regiões é proporcional ao valor local da resistência

elétrica, a resistência de contato entre as peças deve ser a maior

delas, de modo que o aquecimento se dê principalmente nessa

região.

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