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Soluções financeiras para o agroalimentar · para os setores da agricultura e da Agroindústria”, disse. ... São vários os caminhos para a água: o abastecimento público, a

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Soluções financeiras para o agroalimentar

// deStaque

Seca não impede o Alqueva de dar água quatro anos consecutivos

Na campanha de rega de 2017, a taxa de adesão dos proprietários agrícolas foi de 78%Pg. 2

Como garantir a sustentabilidade e a rentabilidade da agricultura em Portugal? O tema preocupa o Santander, que se assume parceiro financeiro do agroalimentar. Na Ovibeja, o banco juntou empresas, associações e governo para debater as oportunidades e desafios de Alqueva, a maior reserva estratégica de água da Europa.

Feira Ov ibeja 2018 | 8 de maio de 2018

edição especial | Ovibeja

Casos de SucessoComo Alqueva alterou a agricultura de regadio. Pg. 7

António Vieira Monteiro, Presidente do Santander debateu a importância do setor AgroalimentarPg. 4

Este suplemento comercial faz par te integrante do Diár io de Not íc ias de 8 de maio de 2018 e não pode ser vendido separadamente.

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02 | ATUALIDADE

OVIBEJA + 35ª edIçãOPresidente da República inaugurou a Ovibeja

Marcelo Rebelo de Sousa inaugurou a 35ª edição da Ovibeja em Beja, feira anual com vários colóquios, gastronomia, mostras de gado, cavalos, aves e corrida de touros. “Uma feira que não é apenas do Alentejo mas de todo o país, fundamental para os setores da agricultura e da Agroindústria”, disse.

Água do Alqueva oferece novas oportunidades

Mesmo em períodos de seca, Alqueva garante a água aos agricultores ao longo de quatro anos consecutivos. É esta garantia de água que diferencia Alqueva de outros projetos na Europa

A pós 16 anos do fecho das comportas da barragem de Alqueva, em fevereiro de 2002, e início do enchimento da

albufeira, o rio Guadiana é o mesmo mas a paisagem mudou. As terras com culturas de agricultura de sequeiro deram lugar às oliveiras, videiras, plantações de milho, frutos secos, hortícolas e leguminosas. O maior lago artificial da Europa, como é considerado, é composto por 69 barragens, reservatórios e açudes. A água que o sistema de Alqueva transporta veio beneficiar

cerca de 120 mil hectares de terrenos agrícolas, garantir o reforço de água para abastecimento público a cerca de 200 mil pessoas e produzir energia hidroelétrica suficiente para fornecer uma cidade com 500 mil habitantes. Alqueva assenta no conceito de fins múltiplos e na gestão integrada da sua reserva estratégica de água. São vários os caminhos para a água: o abastecimento público, a agricultura, a indústria, a produção de energia limpa e o turismo. Para isso, desenvolveu as seguintes infraestruturas:

Barragem de Alqueva, Central Hidroelétrica de Alqueva, Barragem de Pedrógão (contra embalse de Alqueva), Central Mini-Hídrica de Pedrógão, e o Sistema Global de Rega. Mesmo em períodos de seca, esta mega infraestrutura garante que a água chega aos agricultores ao longo de quatro anos consecutivos. No futuro, até 2021, Alqueva vai crescer para garantir mais regadio e abastecimento público. Espera-se que novos blocos venham regar mais 50 mil hectares no Alentejo, para os quais já está aprovado

um investimento de 230 milhões de euros. A ampliação do projeto de Alqueva enquadra-se no Plano Nacional de Regadios (PNR), que vai implicar um investimento global de 534 milhões de euros para requalificar regadios existentes ou construir novos regadios para beneficiar uma área total de 90 mil hectares. O PNR é financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), Banco Europeu de Investimento (BEI) e Banco de Desenvolvimento do Conselho da Europa (CEB).

UM NOVO BLOCO ESTÁ PREVISTO NO PLANO DE EXPANSÃO DO EMPREENDIMENTO DE ALQUEVA, QUE CONTA HOJE COM 120 MIL HECTARES DE ÁREA DISPONÍVEL PARA REGA, AUMENTANDO-SE PARA CERCA DE 170 MIL HECTARES ATÉ FINAIS DO ANO DE 2021

FICHA TÉCNICA

Uma publicação da Unidade de Soluções Comerciais Multimédia da Global Media Group Coordenação Editorial SOFIA SOUSA ([email protected]) | Textos ANDRÉ SOUSA e FÁTIMA CASANOVA | Fotos D.R. | Design VANDA SEIXAS | Coordenação de Arte PATRÍCIA COELHO | Paginação PATRÍCIA COELHO | Arte Final e Produção CRIATIVOS LISBOA | Publicação de distribuição gratuita. Não pode ser vendida.

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ATUALIDADE | 03

120 mil hectares e na segunda fase, a atual, 50 mil hectares-, o abastecimento público a cerca de 200.000 habitantes, o reforço a perímetros de rega já existentes e a produção de energia hidroe-létrica. O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva (EFMA) tem influência direta, quer nos concelhos abrangidos pela albufeira de Alqueva, quer naqueles que beneficiam com a instalação de novos perímetros de rega ou são servidos pelo abastecimento público. As suas barragens garantem a disponibilidade de água, mesmo em períodos de seca extrema, a uma área aproximada de 10 000 km2, divididos pelos distritos de Beja, Évora, Portalegre e Setúbal, abrangendo um total de 20 concelhos.

OVIBEJA + 2018 Celebrar “todo o Alentejo deste mundo”

A internacionalização dos produtos agroalimentares de origem vegetal é o tema em destaque na feira de agricultura e agropecuária Ovibeja deste ano, que abriu as portas no Parque de Feiras e Exposições de Beja, com lotação esgotada para mostrar “todo o Alentejo deste mundo.”

Taxa de adesãO Na campanha de rega de 2016, a taxa de adesão dos proprietários de explorações agrícolas foi superior a 67%, um valor acima da média nacional para novos perímetros. Na campanha de 2017 foi, segundo a empresa pública EDIA - Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, de 78%. A empresa, criada em 1995 em Beja para gerir o Alqueva espera ultrapassar os 80% na campanha de 2018. A procura destas terras irrigadas tem aumentado significativamente, tanto por parte de agricultores, como de investidores, muitos são estrangeiros, de Espanha e Estados Unidos, segundo disse o presidente do banco Santander durante as Conversas Soltas, debate promovido pelo banco, entre 27 e 30 de abril, no espaço Santander Advance Empresas na Ovibeja, a feira de agricultura que acontece todos os anos em Beja.

a sOLUçãO paraO prOBLeMaA carência de água no Alentejo tem sido um dos principais condicionalismos ao seu desenvolvi-mento. Em 1995, o Estado decidiu avançar com o Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva, criando a empresa pública EDIA- Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva para gerir este projeto, que tem por base a barragem de Alqueva e a capacidade de armazenamento da sua albufeira. Esta tem como objetivo a rega de 170 mil hectares - na primeira fase eram

Com Alqueva traçam-se caminhos para a água:

caminhos que seguem para o abastecimento público, com

o reforço a 5 barragens que abastecem cerca de 200 mil

habitantes, para a agricultura, com uma área equipada de regadio de cerca de 120 milhectares, para a indústria,

para a produção de energia limpa e para o turismo.

O “Estudo do Impacto Global do Projeto Alqueva na Economia

Nacional”, realizado pelo professor Augusto Mateus e concluído em 2016, veio

mostrar o impacto do Alqueva durante os anos de realização do investimento, entre 1998 e 2015. Na fase de operação, de acordo com o consultor, os impactos globais diretos

anuais na economia, medidos pelos acréscimos no ano de 2015, face a 2007, mostram

que houve acréscimos no setor agrícola e no setor agro-alimentar. No setor agrícola, um acréscimo no valor bruto de produção de 125 milhões de euros e um acréscimo no valor acrescentado bruto de

85 milhões de euros. No setor agroalimentar, um acréscimo no valor bruto de produção

na ordem dos 110 milhões de euros e um acréscimo no valor

acrescentado bruto de 23 milhões de euros.

Impacto económico de Alqueva

• Já foram investidos no empreendimento de Alqueva cerca de 2.400 milhões de euros nas infraestruturas das valências agrícola, energética e de abastecimento público de água previstas no projeto inicial e que ficou concluído em finais de 2016, "nove anos mais cedo" do que o previsto (2025).

• Na valência agrícola, a EDIA acabou em 2016 a construção das infraestruturas necessárias para regar 120.000 hectares, mais 10.000 do que inicialmente pre-visto, e que estão em exploração.

• Atualmente, a EDIA tem quase 4.000 agricultores clientes que usam a água do Alqueva, dos quais 170 são estrangeiros e exploram cerca de 35.000 hectares na área beneficiada e, destes, cerca de 100 são provenientes de Espanha.

• O olival continua a ser a cultura predominante, com mais de 44.000 hectares, seguindo-se o amendoal, que começa a ganhar espaço e, atualmente, ocupa cerca de 8.000 hectares.

• Os novos quase 50.000 hectares de regadio vão ser distribuídos por 13 novos blocos de rega, sendo sete no distrito de Beja, cinco no de Évora e um no de Setúbal.

• A expansão do regadio poderá gerar mais 2.630 postos de trabalho e aumentos de 119 milhões de euros no valor bruto de 89 milhões de euros no valor acrescentado bruto da produção anual do setor agrícola na região.

Fonte: Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva (EDIA)

Os números que contam

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04 | CONVERSAS SOLTAS

Santander debate o futuro do grande lago do Alentejo O apoio aos empresários agrícolas, as novas oportunidades e os desafios de Alqueva estiveram no centro das Conversas Soltas no espaço do Santander na Ovibeja

A agricultura era um parente pobre da economia”, disse António Vieira Monteiro, presidente do Santander,

colocando a tónica no passado. Hoje, a agricultura, em especial a de regadio que se desenvolve em torno do grande reservatório de água de Alqueva, já está a dar frutos e tem um futuro promissor. Atraído pela barragem de Alqueva, a maior reserva estratégica de água da Europa, o Banco Santander reforçou a sua presença com a inauguração de um Centro de Empresas em Beja para acompanhar as empresas desta zona, adiantou o líder do Santander durante as Conversas Soltas, debate conduzido por António Perez Metelo, que aconteceu entre 27 e 30 de abril no espaço Santander Advance

Empresas na Ovibeja. “A incorporação do Banco Popular pelo Santander trouxe conhecimento que não tínhamos. Juntámos a força do Santander como primeiro banco doméstico privado com a força do conhecimento do mundo rural detido pelo Banco Popular”, explicou o líder perante empresários, gestores e dirigentes associativos. O banco quer criar condições para que se desenvolva a agroindústria nesta zona e apoiar os investidores - muitos vêm de Espanha mas também dos Estados Unidos. Além dos produtos financeiros, o Santander oferece cursos de formação presencial e à distância para criar profissionais qualificados e paga estágios a universitários que coloca em empresas agrícolas da região do Alentejo, como

eM pOUCOs aNOs A MUDANÇA FOI TOTAL COM O ALQUEVA QUANDO O SEQUEIRO É SUBSTITUÍDO PELO REGARDIO. MAS HOJE O DESAFIO É SABER COMO ULTRAPASSAR O PROBLEMA DE FALTA DE MÃO DE OBRA QUALIFICADA E NÃO QUALIFICADA

explicou Carlos Santos Lima da Direção Coordenação de Negócios do Santander. O quadro acredita no futuro da região, a avaliar pelas manifestações de interesse que lhe têm chegado da parte de investidores estrangeiros. Também a Câmara Municipal de Beja se prepara para abrir as portas de um novo centro de empresas. Paulo Arsénio, presidente da Câmara Municipal de Beja, explicou que o Espaço Empresas está a ser desenvolvido em parceira com a AICEP e com o IAPMEI e pretende apoiar os empresários que queiram investir com informação sobre os apoios financeiros disponíveis. Além disso, o autarca disse estar a preparar o lançamento do Fundo de Apoio ao Investimento com cerca de um milhão de euros para ajudar as PMES a instalarem-se no concelho.

António Perez Metelo Moderador | Paulo Arsénio Presidente da Câmara Municipal de Beja | José Pedro da Costa Salema Presidente da EDIA | António Vieira Monteiro Presidente do Santander

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CONVERSAS SOLTAS | 05

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empresas e a estender a área irrigada para outras zonas do país. “Em Portugal, quando a temperatura sobe, a água deixa de ser suficiente. Há um desfasamento entre a chuva que cai e a nossa necessidade de água”, defendeu o responsável pela empresa que gere o “grande lago” de Alqueva. Por isso, “temos de armazenar através de barragens.” No Plano Nacional de Regadios prevê-se a reabilitação do regadio existente e a criação de novas áreas de regadio para não perder pitada de água. Mas, “faltam barragens no país”, lança o líder da EDIA.

Da matéria-prima aO prOdUTO aCaBadOAté aqui Alqueva permitiu a instalação e crescimento de explorações agrícolas, fonte de matéria-prima. Mas faltam as fases seguintes: a agroindústria e a comercialização de um produto acabado de valor acrescentado. Todos os presentes concordam com esta necessidade, que veem como oportunidade de negócio, mas não hesitam em lembrar constrangimentos, como a falta de mão de obra qualificada e não qualificada e a falta de espaços com dimensão suficiente para instalar indústrias, como indicou João Ferreira, sócio-gerente da Irricampo, empresa de equipamentos de rega de Santarém que se instalou na zona de Alqueva. A mesma preocupação é manifestada por Luís Azevedo Vasconcellos e Souza, presidente da cooperativa de produtores Agromais, especializada em cereais e hortícolas da zona da Golegã. “Falta fazer a transformação do produto da terra”, indo além da produção de matéria-prima”, diz, acrescentando que “não existem terras

disponíveis para comprar e instalar fábricas.” O que aconteceu, segundo Vasconcellos e Souza, foi que a capacidade de investimento foi maior do que o que se previa e não se fez planeamento para toda a cadeia produtiva- da matéria-prima à comercialização e um produto acabado. Paulo Arsénio apontou a falta de acessibilidades como um dos principais entraves à captação de investimento e mostrou-se disponível para abordar o assunto com o poder central, pois o concelho de Beja perdeu 1700 habitantes nos últimos seis anos.

expaNsãO de aLqUeVa eM Mais 50 MiL heCTares de regadiO“O que mudou Alqueva no concelho de Beja”, perguntou António Perez Metelo, economista e ex-jornalista. “Mudou tudo.” “A paisagem alterou-se.” “Estamos a extrair mais-valias que não sabíamos que tínhamos”, foram algumas das resposta dos presentes no stand do banco em plena Ovibeja.

Agricultura de regadio é o grande fator de desenvolvimento do interior – evolução da região de Alqueva nos últimos 10 anos está à vista de todos, O peso das suas produções no setor agrícola em Portugal cresce todos os anos, bem como a sua economia regional que é afetada direta e indiretamente. Intenções

dos investidores estrangeiros são hoje claras – garantia de água para vários anos é o que faz a diferença nas suas opções de aquisição de terra, dada a aposta forte que estão a fazer nas culturas permanentes intensivas ( olivais , amendoais, outras ) que não são compatíveis com falta de água.

CONVersas sOLTas

É UMA INICIATIVA DO SANTANDER COMPOSTA POR DEBATESCONDUzIDOS POR ANTóNIO PEREz METELO.DECORREU ENTRE 27E 30 DE ABRIL NO SANTANDER ADVANCE EMPRESAS NA OVIBEJA COM TRANSMISSÃO PARA A TSF.

Este é o cenário atual: os 120 mil hectares de regadio da primeira fase estão concedidos. Agora, é urgente acrescentar mais área de regadio, um projeto já aprovado. A produção das explorações agrícolas de Beja mais do que duplicou. É tempo de complementar esta produção com a atividade de PME a operarem no setor agroindustrial que transformem a matéria-prima proveniente do regadio em produto acabado. No final, este crescimento deverá gerar emprego que permita a fixação das pessoas neste território. “Entre 2019 e 2021, deverão estar finalizadas as infraestruturas que permitem a extensão de mais 50 mil hectares para juntar ao regadio já concluído. Para isso, já estão aprovados dois empréstimos bancários até 280 milhões de euros”, explicou José Pedro da Costa Salema, presidente da EDIA, a empresa que gere Alqueva. Alqueva é um projeto de fins múltiplos. A eletricidade é um deles. E neste ponto, para José Pedro Salema “Alqueva é uma bateria gigante para o sistema elétrico.” O que aprendemos com Alqueva? A modernizar

01 Francisco seixas Palma, presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo e José miguel almeida, presidente da Adega Cooperativa da Vidigueira 02 ricardo costa, diretor de Marketing de Vale da Rosa e Pedro José Batista Janeiro, gerente da Amêndoas Vitóriapólis 03 carlos santos lima da Direção Coordenação Negócios do Santander 04 antónio Perez metelo, moderador; João Ferreira, sócio-gerente da Irricampo; carlos santos lima da Direção Coordenação Negócios do Santander; e luís Vasconcellos e souza, presidente da Agromais 05 Vasco cortes martins, Empresa Elaia - Grupo Sovena 06 A equipa do catering que serviu produtos regionais do Alentejo 07 antónio Perez metelo, economista, dinamizou as várias conversas

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Luís SeabraAssessor Agroalimentar Santander

alentejo após alqueva A importância de ter uma reserva de água estratégica com capacidade para suportar vários anos de seca. Período de seca que terminou em março 2018 , permitiu à opinião pública em geral verificar esta evidência

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06 | PRIMEIRA PESSOA

Casos de sucesso na agricultura de regadio

+ 341 ClIenteS

Um novo centro de empresas em Beja foi inaugurado pelo Santander no primeiro dia dos debates na Ovibeja. Está localizado em Beja, no balcão da Rua Capitão João Francisco Sousa e tem como missão apoiar as empresas de todos os setores de atividade nas suas várias necessidades financeiras: tanto com soluções do dia a dia como de crédito.

OVIBEJA

associação de agricultores do Baixo alentejo

“Em poucos anos a mudança foi total com o Alqueva”Quando o sequeiro foi substituído pelo regadio, disse Francisco Seixas Palma, presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA), fundada em 1976 por um grupo de 15 agricultores, para produzir de forma integrada e representar os agricultores seus associados junto das entidades e instituições oficiais. Mas, continuou, “temos de saber ultrapassar a necessidade de mão de obra qualificada e não qualificada.” Na opinião do representante da AABA, cujas explorações associadas abrangem todo o Alentejo, em especial o distrito de Beja, “a palavra-chave é colaboração. Colaboração para garantir continuidade nas ajudas e programas de apoio financeiro para a agricultura. Os jovens agricultores, além de terem de ser proprietários da terra, devem, na sua opinião, avançar para um novo projeto com uma boa base financeira. “Só assim conseguem fazer face às oscilações próprias da atividade”, aconselhou.

Francisco Seixas Palma, Presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo

Da irrigação gota a gota usada no olival à venda de alta tecnologia para a rega agrícola, passando pelas uvas sem grainha, eis alguns casos de sucesso de empresas agrícolas a operar no Alentejo

“O nosso objetivo é duplicar a área de produção de uva de mesa em 5-7 anos” A Herdade Vale da Rosa produz uvas de mesa com e sem grainha para Portugal e para exporta-

ção, com destaque para o mercado europeu (Inglaterra, Bélgica e Holanda), além da China e Angola. A empresa de Ferreira do Alentejo tem vindo a crescer graças à apetên-cia que o produto foi conquistando em países do Norte da Europa, Angola ou China. A par da produção, que tem um custo médio de 80 mil euros por hectare, Vale da Rosa tem investido também em infraestruturas de frio para responder de forma eficaz ao objetivo de incremento das exportações. Ricardo Costa, diretor de Marketing de Vale da Rosa, explicou-nos que no pico da colheita, de junho a novembro, emprega mais de 1000 pessoas e que, em 2017, eram 30% estrangeiros. Contudo, “damos prioridade aos portugueses”, sublinha o responsável.

Vale da RosaRicardo Costa, Diretor de Marketing de Vale da Rosa

“O nosso objetivo é ter capacidade de resposta à procura, sem com isso prejudicar a qualidade.”

Com a taxa de utilização do regadio a superar os 80% na campanha atual, marco atingido 5 anos antes do esperado, será que as vendas de sistemas de rega acompanha a tendência? “Tem havido dificuldade na capacidade de resposta a novos pedidos de sistemas de irrigação”, reconhece João Ferreira, sócio-gerente da Irricampo, empresa de equipamentos de rega, cujo objetivo é ter capacidade de reposta à procura, sem com isso prejudicar a qualidade. “Poderíamos fazer mais se houvesse mais mão-de-obra especializada e não especializada”, adianta o responsável desta empresa, que, desde 1982, se dedica à comercialização e instalação de equipamentos e sistemas de rega agrícolas. Tem participado no crescimento do mercado nacional da rega automatizada e desde o início que aposta em inovação e tecnologia.

IrricampoJoão Ferreira, Sócio-gerente da Irricampo

“A riqueza gerada pelo negócio agrícola é aplicada

diretamente na missão social da Fundação.” A Fundação Eugénio de Almeida tem vindo a diversificar a sua atividade, investindo em novas culturas. É o caso do olival, da vinha através da Adega da Cartuxa, e do amendoal. Crescer na exportação e lançar produtos de valor acrescentado são as suas apostas. Nos últimos anos plantou um amendoal superintensivo na variedade de casca rija e aplicou fundos na ampliação da Adega Cartuxa, para aumentar a produção de vinho. “Em 1980, a base da nossa produção passou a ser a vinha, que veio substituir os cereais. Depois diversificámos para o olival, para a exploração pecuária e para as novas culturas, como a amêndoa”, explicou-nos José Mateus Ginó, da Fundação Eugénio de Almeida. Fundada por Vasco Maria Eugénio de Almeida em 1963, esta IPSS tem uma missão social, através das vertentes assistencial, cultural, educativa e espiritual. “Paralelamente, tem uma componente produtiva e empresarial, que permite gerar rendimentos e aplicar os resultados no domínio da sua missão.” Ou seja, “a riqueza gerada pelo negócio agrícola é aplicada diretamente na missão social da Fundação.”

Fundação eugénio de almeidaJosé Mateus Ginó, Fundação Eugénio de Almeida

“Comecei a produção de vinho e azeite em 1998 ao lado do meu avô quando eu tinha

20 anos” A Sociedade Agrícola Monte Novo e Figueirinha dedica--se à produção de vinho e azeite. A empresa familiar exporta 76% do que produz para cerca de 20 países e emprega 150 pessoas que estão efetivas. Hoje, sob a gestão de Filipe Cameirinha Ramos, une três gerações em torno das culturas do vinho e do azeite. Com 300 hecta-res, a propriedade produz girassol, milho e amêndoa, além do vinho de marca Fonte Mouro e do azeite Herdade da

Figueirinha.

Sociedade agrícola

Monte Novo e

FigueirinhaFilipe Cameirinha

Ramos, Fundador da Sociedade Agrícola Monte

Novo e Figueirinha

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PRIMEIRA PESSOA | 07

+ I&dSistema de telegestão no bolso do agricultor

O agricultor pode fazer a gestão integral dos diversos perímetros de rega através da tecnologia de telegestão. O sistema alerta automaticamente para qualquer anomalia nas infraestruturas, programa e otimiza os períodos de rega de acordo com um perfil, reduzindo os custos energéticos associados à bombagem.

OVIBEJA

“O empresário agrícola deve avançar para o investimento apenas se tiver meios próprios para as suas necessidades totais.” Fundada em 2001, a Consulai é uma empresa de consul-

toria especializada nos setores agroalimentar, agrícola e florestal em Portugal. Na delegação de Beja, a empresa de consultoria dedica-se a apresentar candidaturas de empresários agrícolas aos fundos comunitários. Até final de 2014, a taxa de aprovação das candidaturas estava na ordem dos 90% e mesmo 100%. Desde 2014, com Alqueva, as taxas de aprovação baixaram para cerca de 40%, porque o montante disponível baixou e os critérios são mais rígidos. Pedro Santos, diretor-geral da consultora Consulai, aconselha o empresário agrícola a avançar para um investimento apenas se tiver meios próprios para as suas necessidades totais. Depois, se conseguir a aprovação dos fundos comunitários, melhor. “Mas não deve estar à espera deles para investir, até porque podem demorar a serem libertos.”

ConsulaiPedro Santos, Diretor-geral da consultora Consulai

“Em outubro de 2018 arranca a plan-tação de amendoeiras de casca dura com mecanização quase total.” Pertencente ao grupo francês Doisset, a empresa Amêndoas

Vitóriapólis está em operar na zona de Alqueva desde novembro de 2017. Neste momento encontra-se a preparar a terra e a instalar a produção de amêndoas de casca rija para arrancar entre setembro e outubro de 2018. “Esperamos atingir uma produção plena de duas a três toneladas de amêndoa de casca dura por hectare por ano. A primeira colheita deverá fazer-se em 2021, mas só em 2025-2026 teremos plena produção”, explica, em detalhe Pedro José Batista Janeiro, gerente da Amêndoas Vitóriapólis. Depois, se conseguir ter a sua própria transformação, a meta é a exportação para a Alemanha, um bom mercado consumidor de amêndoa.

amêndoas VitóriapólisPedro José Batista Janeiro, Gerente da Amêndoas Vitóriapólis

“Falta fazer a transfor-mação do produto da

terra” A Agromais distingue-se como a maior organização de produtores de cereais e hortícolas de Portugal. Como resposta a exigências produtivas e de competitividade dos produtores da região, foi constituída a Agromais Plus, detida a 100% pela Agromais, para fazer a comercialização da produção. A organização de pro-dutores evoluiu para uma região que atualmente abrange os campos da Lezíria do Norte do Vale do Tejo, desde Abrantes a Almeirim- uma área de cerca de 10 mil hectares de explorações agrícolas associadas, mas, não obstante o desenvolvi-mento positivo, para Luís Azevedo Vasconcellos e Souza, presidente da Agromais, “a falta de mão de obra

qualificada é uma realidade”.

agromais Luís Azevedo

Vasconcellos e Souza, Presidente

da Agromais

“O Alqueva deu-nos a oportunidade de praticar a nova agricultura, resul-tando em maior e melhor produção.”O Grupo Sovena atua na agricultura com a empresa

Elaia para produzir azeite. A Elaia tem mais de 14600

hectares em exploração em Espanha, Marrocos e a

maioria em Portugal, grande parte devido à evolução

do projeto de Alqueva. “O Alqueva foi a ignição para

este projeto, pois tínhamos água para o olival intensivo e

superintensivo”, explicou Vasco Cortes Martins, diretor

da Elaia, pertencente ao Grupo Sovena. Além disso,

reconhece que “ Alqueva deu-nos a oportunidade de

praticar a nova agricultura, resultando em maior e

melhor produção.” O objetivo da empresa começou por

ser a plantação de cerca de 10 mil hectares de olival.

Hoje, indica, “temos cerca de 12 mil hectares plantados”,

superando o objetivo, e, em 2017, uma produção record

de 130 mil toneladas de azeite. E mais: “ 78% desta

produção fez-se no Alentejo. Fica aqui claro o contributo

que a zona do Alqueva deu a esta exploração. O projeto

Elaia diferencia-se por integrar todos os segmentos

da fileira olivícola, desde a produção de azeitona até

à comercialização do azeite. A produção é feita nos

quatro lagares da empresa, que transformam 100%

da colheita.A nova olivicultura recorre a sistemas de

irrigação gota a gota permitindo aumentar e estabilizar

a produção. Desta forma, a Elaia maximiza a seleção de

variedades, garantindo a homogeneidade e a qualidade

das plantações.

elaia (grupo Sovena)Vasco Cortes Martins, Diretor da Elaia (grupo Sovena)

“Cerca de 25% das uvas que entram na Adega Cooperativa de Vidigueira foram colhidas de forma mecânica” “Com o novo alargamento que está previsto Alqueva, poderemos regar mais terras na zona da Vidigueira”, disse José Miguel Almeida, presidente da Adega Cooperativa da Vidigueira, fundada em 1960 pelos viticultores das regiões de Vidigueira, Cuba e Alvito. “Nos últimos três anos sentimos uma grande pressão com a seca”, indicou o responsável pela cooperativa que já usa a colheita mecanizada: “cerca de 25% das uvas que entram na Adega Cooperativa da Vidigueira foram colhidas de forma mecânica.” Aos jovens empresários deixou alguns conselhos: façam um pedido de autorização e candidatura junto do Instituto da Vinha, e do Vinho e entrem em contato com as associações do setor para pedir apoio e ajuda na promoção do projeto de vinha tendo em vista o mercado de destino.

adega Cooperativa de VidigueiraJosé Miguel Almeida, Presidente da Adega Cooperativa de Vidigueira

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