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ISSN 1679-2645 Com uma equipe qualificada, SENAI destaca-se na oferta de serviços tecnológicos SOLUçõES TéCNICAS PARA A INDúSTRIA

SoluçõeS técnicaS indúStria - fieb.org.br · desequilibra a balança O ano de 2011 fechou com um quadro pouco otimista para a in- ... pois exporta em-pregos e estimula a ... Davidson

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ISSN 1679-2645

Com uma equipe qualificada, SENAI destaca-se na oferta de serviços tecnológicos

SoluçõeS técnicaS

para a indúStria

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� Bahia Indústria

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Uma guerra fiscal que desequilibra a balançaO ano de 2011 fechou com um quadro pouco otimista para a in-

dústria de transformação nacional, e, em especial, a baiana, que

registrou o quarto pior resultado no ranking dos 13 estados que

participam da PIMPF-R, acima apenas do Ceará, Espírito San-

to e Santa Catarina. Na comparação com dezembro de 2010, a

produção física apresentou queda de 4,7%, maior que a média

nacional de -1,4%.

É neste cenário de desaceleração da produção que os repre-

sentantes da indústria nacional dão partida a uma mobilização

pelo fim da concessão de incentivos fiscais à importação, prática

que se revela perniciosa à economia brasileira, pois exporta em-

pregos e estimula a desindustrialização.

A despeito da sua inconstitucionalidade, a medida é adotada

de forma institucionalizada por dez estados da federação e en-

contra defensores no Congresso Nacional, onde, desde 2010, tra-

mita o Projeto de Resolução do Senado nº 72/2010, que pretende

por um fim à prática, sem grandes avanços.

Somando prejuízos e desequilíbrios à balança comercial dos

estados e do país, pelo estímulo artificial das importações, com

a retração na oferta de empregos, a conta acaba saindo extrema-

mente cara ao país. Estudo da Fiesp mostra que o Brasil deixou

de gerar cerca de 800 mil empregos nos últimos dez anos em ra-

zão da guerra dos portos e o Produto Interno Bruto que deixou

de ser gerado equivale ao da cidade de Camaçari, que abriga o

principal distrito industrial do estado.

Se a medida por si só gera distorções, pelo desequilíbrio nas

contas internas, seus efeitos podem ser ainda mais desastrosos

no longo prazo. Em um país onde a política cambial onera o setor

produtivo e os juros são os mais elevados do mundo, o favore-

cimento às importações de bens e produtos, vendidos a preços

mais baixos que o seu equivalente nacional, somente vem acen-

tuar ainda mais o desestímulo à atividade industrial.

O que se tem é um país dividido – com dez das suas unidades

federativas voltadas para os interesses individuais –, refém da

aprovação de uma medida que assegura isonomia fiscal no plano

nacional. Até quando o país vai fechar os olhos para esta guerra

que afeta o emprego do trabalhador e compromete o desenvolvi-

mento da indústria nacional? Com a resposta, o Congresso.

editorial

A despeito da sua inconstitucionalidade, a guerra dos portos é adotada de forma institucionalizada por dez estados da federação

Navio de carga na Baía

de Todos os Santos:

portos baianos não estão

entre os que concedem

benefícios à importação

joão A

lvArEz

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� Bahia Indústria

SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação

e tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia,[email protected] / Sindicato da

indúStria do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de

ÓleoS VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da

cerVeja e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão,

PaSta de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúS-

triaS do trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato

da indúStria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conS-

trução do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS

no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do

eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] /

Sindicato daS indúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro

de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS

indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria

da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS Sintéti-

caS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da

indúStria de mineração de Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS Quími-

coS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de

mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS,

SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS

e deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria

de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindica-

to daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e

itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana,

[email protected] / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de

coSméticoS e de PerFumaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS,

BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS hoSPitalareS, [email protected]

fiEBPreSideNTe josé de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-

PreSideNTe: victor Fernando ollero ventin. Vice-

PreSideNTeS Carlos Gilberto Cavalcante Farias;

Emmanuel Silva Maluf; reinaldo Dantas Sampaio;

vicente Mário visco Mattos. direToreS TiTulareS Alberto Cânovas ruiz; Antonio ricardo Alvarez Al-

ban; André régis Andrade; Carlos Henrique jorge

Gantois; Claudio Murilo Micheli Xavier; Eduardo Ca-

tharino Gordilho; josair Santos Bastos; leovegildo

oliveira De Souza; luiz Antonio de oliveira; Manuel

ventin ventin; Maria Eunice de Souza Habibe; re-

ginaldo rossi; Sérgio Pedreira de oliveira Souza;

Wilson Galvão Andrade. direToreS SuPleNTeS Adal-

berto de Souza Coelho; Alexi Pelagio Gonçalves

Portela júnior; Carlos Alberto Matos vieira lima;

juan josé rosário lorenzo; Marcos Galindo Pereira

lopes; Mário Augusto rocha Pithon; Noêmia Pinto

de Almeida Daltro; Paulo josé Cintra Santos; ricar-

do de Agostini lagoeiro

conSElhoScoNSelho de ecoNomia e deSeNVolVimeNTo iN-

duSTrial Antônio Sérgio Alípio; coNSelho Para

o deSeNVolVimeNTo emPreSarial eSTraTégico Clóvis Torres júnior; coNSelho de aSSuNToS FiS-

caiS e TriBuTárioS Cláudio Murilo Micheli Xavier; coNSelho de comércio exTerior reinaldo Dantas

Sampaio; coNSelho da micro e PequeNa emPreSa

iNduSTrial Carlos Henrique jorge Gantois; coN-

Selho de iNFraeSTruTura Marcos Galindo Pereira

lopes; coNSelho de meio amBieNTe Irundi Sam-

paio Edelweiss; comiTê de PeTróleo e gáS Edu-

ardo rappel; coNSelho de iNoVação e TecNologia josé luís Gonçalves de Almeida; coNSelho de

reSPoNSaBilidade Social emPreSarial Marconi

Andraos oliveira; coNSelho de relaçõeS TraBa-

Editada pela Superintendência

de Comunicação Institucional

do Sistema Fieb

coNSelho ediTorial Irundi Ede-

lweiss, Maurício Castro, Cleber

Borges e Mônica Mello. ediTor

Cleber Borges. eSTagiário Fábio

Araujo. ProjeTo gráFico e dia-

gramação Ana Clélia rebouças.

iluSTração e iNFograFia Bamboo

Editora. TraTameNTo de imagem Marcelo Campos.

imPreSSão Stilo Gráfica e Editora Federação daS iNdÚSTriaS

do eSTado da Bahiarua Edístio Pondé, 342 –

Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone: 71

3343-1280 /

www.f ieb.org.br/bahia_ indus-

tria_online

As opiniões contidas em artigos

assinados não refletem necessa-

riamente o pensamento da FIEB.

Filiada à

BahialhiSTaS Homero ruben rocha Arandas; comiTê de

PorToS reinaldo Dantas Sampaio

ciEBdireTor-PreSideNTe josé de Freitas Mascarenhas.

Vice-PreSideNTeS josé Carlos Boulhosa Baqueiro;

Irundi Sampaio Edelweiss; Marco Aurélio luiz

Martins. direToreS TiTulareS Carlos Antônio Bor-

ges Cohim Silva; Clovis Torres junior; Fernando

Elias Salamoni Cassis; joão de Teive e Argollo;

luís Fernando Galvão de Almeida; luiz Antunes

Athayde Andrade Nery; Marconi Andraos oliveira;

roberto Fiamenghi; rogelio Golfarb; ronaldo Mar-

quez Alcântara; direToreS SuPleNTeS Davidson de

Magalhães Santos; Erwin reis Coelho de Araujo;

Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais lima; jor-

ge robledo de oliveira Chiachio; josé luiz Poças

leitão Filho; Mauricio lassmann direTor regioNal

oeSTe Pedro ovídio Tassi

SESi

PreSideNTe do coNSelho e direTor regioNal josé

de Freitas Mascarenhas. SuPeriNTeNdeNTe josé Wagner Fernandes

SEnaiPreSideNTe do coNSelho josé de Freitas

Mascarenhas. direTor regioNal: leone Peter Andrade

iElPreSideNTe do coNSelho e direTor regioNal

josé de Freitas Mascarenhas. SuPeriNTeNdeNTe Armando da Costa Neto

direTor execuTiVo do SiSTema FieB (iNTeriNo) leone Peter Andrade

Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema FIEB, entre em contato

Unidades do Sistema FIEB

SeSi – SerViço Social da iNdÚSTria

Sede: 3343-1301@Educação de Jovens e Adultos – RMS: (71) 3343-1429 @Responsabilidade Social: (71) 3343-1490@Camaçari: (71) 3205 1801 / 3205 1805@Candeias: (71) 3601-2013 / 3601-1513@Itapagipe: (71) 3254-9930@Itaigara: (71) 3444-4250 / 4251 / 4253@Lucaia: (71) 3205-1801@Piatã: (71) 3503 7401@Retiro: (71) 3234 8200 / 3234 8221@Rio Vermelho: (71) 3616 7080 / 3616 7081@Simões Filho: (71) 3296-9300 / 3296-9330@Eunápolis: (73) 8822-1125@Feira de Santana: (75) 3602 9762@Sul: (73) 3639 9331 / 3639 9326@Jequié: (73) 3526-5518@Norte: (74) 2102-7114 / 2102 7133@Valença: (75) 3641 3040@Sudoeste: (77) 3422-2939

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iel – iNSTiTuTo euValdo lodi

Sede: 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras: (77) 3611-6136@Camaçari: (71) 3621- 0774@Eunápolis: (73) 3281- 7954@Feira de Santana: (75) 3229- 9150@Ilhéus: (73) 3639-1720@Itabuna: 3613-5805@Jacobina: (74) 3621-3502@Juazeiro: (74) 3611-0155@Teixeira de Freitas: (73) 3291-0621@Vitória da Conquista: (77) 3424-2558

cieB - ceNTro daS iNdÚSTriaS do eSTado da Bahia

Sede: (71) 3343-1214

sistema fieb nas mídias sociais

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SENAI oferece

1.760 vagas para

beneficiários de

programas

sociais

Pronatec inscreve

Implantação de estaleiro de grande

porte no Recôncavo estimula a formação

de nova cadeia de fornecedores e o

desenvolvimento da indústria metal-

-mecânica no estado

Grandes estaleiros inscrevem novo ciclo Para o setor naval

Teatro do SESI

comemora 15 anos

como espaço de

cultura alternativo

e descolado

cultura e arte

FIEB adere à mobilização nacional pelo

fim da concessão de incentivos à

importação, praticada por dez estados,

que está tirando empregos do país e

promovendo a desindustrialização

Guerra dos Portos: uma ameaça ao desenvolvimento

Reconhecido pelo

seu relevante

papel na

preparação de

mão de obra

especializada

para a indústria, o

SENAI também

atua oferecendo

serviços

qualificados e

soluções técnicas

serviços senai

Sumário fev/mAr 2012

23

FoTo

S jo

ão A

lvArEz

Foto de joão alvarez

28

joão AlvArEz

18

6 12

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� Bahia Indústria

mobilização contra a guerra dos portosA CNI coordena mobilização nacional contra a concessão de incentivos às importações praticadas por dez estados

Por Patrícia Moreira Foto João alvarez

Nos últimos cinco anos, a

indústria brasileira per-

deu a capacidade de ge-

rar 771 mil empregos e o

Produto Interno Bruto (PIB) deixou

de crescer entre 0,5% e 0,7%, o que

corresponde a algo em torno de R$

18,7 bilhões, o equivalente ao PIB

de Camaçari e ao de estados como

Alagoas e Sergipe. As perdas são

atribuídas aos incentivos fiscais

à importação, concedidos por dez

estados brasileiros, prática que fi-

cou mais conhecida como guerra

dos portos e que está promovendo

a desindustrialização do país.

A medida, considerada incons-

titucional pelo Supremo Tribunal

Federal (STF) e condenada pelo

Conselho Nacional de Política Fa-

zendária (Confaz), é alvo do Projeto

de Resolução do Senado nº 72/2010,

de autoria de Romero Jucá (PMDB-

RR), que tramita no Congresso. A

proposta de Jucá reduz e uniformi-

za a alíquota de Imposto sobre Cir-

culação de Mercadorias e Serviços

(ICMS) nas operações interestadu-

ais com produtos importados, mas

enfrenta resistência da bancada

dos estados interessados na manu-

tenção da prática fiscal lesiva.

Caso a situação perdure, a ex-

pectativa para os próximos cinco

anos é que a indústria nacional

deixará de produzir, direta e indi-

retamente, o equivalente a R$ 61,8

bilhões e de gerar 859 mil empre-

gos. O cálculo dos prejuízos e as

projeções fazem parte de um estu-

do elaborado pela Federação das

Indústrias de Estado de São Paulo

(Fiesp), para o período entre 2001 e

2010, divulgado em março de 2011.

Ele serve de base para a mobiliza-

ção liderada pela Confederação

Nacional da Indústria (CNI) para

sensibilizar o Senado para a urgên-

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Bahia Indústria  �

os portos

baianos não

aderiram à

concessão de

isenção às

importações,

considerada

lesiva ao país

cia de se dar um fim à guerra dos

portos. Uma destas ações foi a pu-

blicação, dia 1º de março, de um co-

municado, assinado por federações

de indústrias, incluindo a FIEB.

O estudo da Fiesp também reve-

lou que a política fiscal de impor-

tação praticada por dez estados

– Santa Catarina, Pernambuco,

Paraná, Goiás, Tocantins, Mato

Grosso do Sul, Maranhão, Sergipe,

Espírito Santo e Alagoas – também

gera desequilíbrios. Os estados

que adotaram uma tarifação dife-

renciada, importaram 411% a mais

entre 2001 e 2010, o que representa

um aumento de 9,8 pontos per-

centuais da participação destes

estados no total de importação de

industrializados no Brasil, contra

um aumento de 192% de volume

importado pelos estados que não

adotam a medida.

A tendência à desindustriali-

zação nacional, mostra o levan-

tamento, é agravada também por

outros fatores como a política

cambial, que mantém o dólar bai-

xo, a elevada carga tributária so-

bre os manufaturados, a alta taxa

de juros, que juntos desestimulam

a modernização e expansão in-

dustrial. Além disso, no mercado,

o produto industrial nacional per-

de espaço para o importado, que

chega ao consumidor com preços

mais baixos, provocando ainda

uma redução da arrecadação.

BahiaNa avaliação do coordenador

de acompanhamento conjuntural

da Superintendência de Estudos

Econômicos e Sociais (SEI), Luiz

Mário Vieira, a política predatória

afeta a economia baiana indireta-

mente. Segundo Luiz Mário, o se-

tor industrial mais atingido é o de

>PrejuízoS

r$18,7 BilhõeS

transformação de bens duráveis,

que é incipiente no estado: “O que

é mais prejudicial à Bahia são as

limitações ao desenvolvimento de

parque industrial de transforma-

ção. Produtos dessa natureza são

transportados à Bahia a preços

baixos, tornando pouco competiti-

va iniciativa de fortalecimento des-

te segmento industrial no estado”,

explica o coordenador da SEI. [bi]

É o valor estimado de quanto as isenções às importações deixaram de gerar em riqueza para o país

mecaNiSmo

Empresas chegam a pagar 3% de ICMS sobre o valor da operação na importação, em vez da alíquota base, que é de 18%. Esta mesma mercadoria, quando destinada a outro estado, como São Paulo, ela se credita de 12%. Assim, o produto importado paga apenas 3% de ICMS e é revendido com crédito de 12%, tornando-se mais barato que o

produto nacional concorrente.

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� Bahia Indústria

“É preciso compreender a guerra dos portos como uma deformação ainda maior da própria guerra fiscal

como se explica a prática conhecida co-

mo guerra dos portos?

É preciso compreender a guerra dos por-

tos como uma deformação ainda maior

– dentro da chamada política de atração

de investimentos dos estados brasileiros

– da própria guerra fiscal.

e como esta disputa entre os estados

surgiu no Brasil?

Historicamente, a questão nasce com a

Constituição de 1988, que deu aos es-

tados a possibilidade de legislar sobre

suas receitas com maior autonomia do

que antes. E os estados, principalmente

aqueles que buscavam atrair investi-

mentos e que não tinham as condições

– digamos: a competitividade sistêmi-

ca, uma logística moderna, uma base

industrial mais ampla que por si atra-

ísse novos empreendimentos –, bus-

caram a atração de investimentos por

meio de renúncias fiscais. E chegou um

momento em que praticamente todos os

estados a praticaram.

Por que este conceito de guerra?

Porque era uma prática de conflito de in-

teresses em que os estados renunciavam

a futuras receitas o que, a meu ver, não

traz necessariamente benefícios à eco-

nomia nem ao país. E diria mais, isso

tudo justificou-se numa falácia de que o

investidor decide seu local de interesse

de investimento motivado por essas van-

tagens transitórias de natureza fiscal.

Isto é uma negação da lógica capitalista.

O investimento decorre da expectativa

“falta uma política de desenvolvimento regional”Coordenador do Comitê de Portos do Sistema FIEB acredita que a regulamentação de uma política regional poderá sanar estas distorções

de lucro, que é assegurada pela competitividade, que por sua

vez, decorre da capacidade de gestão, inovação e de condições

infraestruturais favoráveis.

os alegados benefícios desta política não se confirmaram?

Há uma simplificação quando se diz que o estado não perdeu

nada porque renunciou ao que não tinha. Do ponto de vista

da lógica dos estados, das obrigações, este raciocínio é sim-

plório porque, quando as estruturas produtivas se instalam,

elas requerem mais estrutura, mais educação, saúde, enfim,

os estados precisam de receitas. E eu diria que a guerra fiscal

existe porque inexiste a política nacional de desenvolvimento

regional, que ordene o processo de desenvolvimento do país.

como o senhor classifica esta anomalia?

É uma anomalia cruel, porque a guerra fiscal tradicional, de al-

guma forma, preserva a produção e o emprego do país e esta cha-

mada guerra dos portos, que é um estímulo à importação, cria

um adicional fator de inibição da competitividade da empresa

brasileira, que já enfrenta juros elevados, câmbio sobrevalori-

zado e infraestrutura insuficiente. Quando os estados oferecem

os produtos importados – e aí são produtos de toda a cadeia pro-

dutiva: matérias-primas, bens intermediários e produtos finais

– esta guerra fiscal traz um fator adicional, que é a desoneração

fiscal do produto importado, dando a este uma condição que

não é concedida aos bens produzidos no nosso país. Com isto,

inibe-se a inovação, o investimento, porque em uma competição

desigual, um bem produzido aqui com a mesma eficiência, pro-

dutividade e performance, tem uma tributação interna que hoje

é superior ao desses importados nestas áreas e nestes estados

que criaram mecanismos de apoio à importação.

quais os efeitos práticos da guerra dos portos para o país?

No fundo, o que ocorre é que se está estimulando a preserva-

ção do emprego e da produção nos outros países, através de

uma desoneração, não isonômica, em relação ao produto na-

cional, em prejuízo da indústria nacional e do emprego para

a sociedade. [bi]

entreviSta Reinaldo Sampaio

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circuito

Bahia Indústria �

concorrência deslealA guerra fiscal dos portos traz

más notícias para a economia

baiana. A Paranapanema,

indústria de cobre baseada em

Dias D’Ávila, está enxugando o

quadro de funcionários para se

adaptar à competição desleal do

produto importado, que chega

pagando menos ICMS. Enquanto

ela recolhe 12% de imposto, no

cobre que chega por portos de

estados como Espírito Santo,

Santa Catarina e Pernambuco

incide apenas 1,2% de ICMS.

exportações crescem 35% Apesar da crise financeira na

Europa, das restrições impostas

às importações na Argentina e da

volatilidade do câmbio, as

exportações baianas cresceram

35,3% e atingiram US$ 813,5

milhões, em janeiro. Os

segmentos de derivados de

petróleo (127,2%), produtos

metalúrgicos (109,4%), metais

preciosos (198%) e algodão

(145%) foram os que registraram

maior volume embarcado,

respondendo por 50% do

total das receitas de exportação

do mês. As importações

também cresceram 19,5%,

ante janeiro de 2011.

déficit no segmento químicoInfraestrutura precária, juros altos

e carga tributária elevada

continuam a fazer estragos na área

química/petroquímica. O déficit

na balança comercial de produtos

químicos atingiu US$ 26,5 bilhões

em 2011. É o maior já registrado na

história do segmento e 28% maior

que o verificado em 2010. Segundo

a Abiquim, nos últimos anos, a

demanda interna por produtos

químicos aumentou, mas é

atendida por importações que

chegam ao país com preços

competitivos.

inovação para mais produtividadeO Instituto Pesquisa Econômica

Aplicada (Ipea) divulgou o estudo

Produtividade no Brasil nos anos

2000-2009: análise das Contas

Nacionais, no início do mês, que

revela um dado preocupante. A

falta de inovação tecnológica foi

considerada a grande responsável

por frear a produtividade da

economia brasileira, que ficou

estabilizada em 0,9% ao ano,

entre 2000 e 2009. E as

perspectivas no longo prazo não

são nada animadoras, diante do

cenário de desaceleração da

economia mundial. Os setores que

puxaram a melhoria da

produtividade foram

agropecuária (4,3%) e indústria

extrativa (1,8%). A indústria de

transformação registrou resultado

negativo, com queda de 0,9%

anual no período analisado. Mas

apesar da queda de produtividade

da indústria, não houve

desindustrialização, do ponto de

vista do número de empregados

na atividade.

“UM ESPECUlADor é AlGUéM qUE CorrE rISCoS DoS qUAIS ElE ESTá CIENTE E UM INvESTIDor é AlGUéM qUE CorrE rISCoS DoS qUAIS ElE Não ESTá CIENTE.”

john maynard Keynes, economista britânico (1883-1946) cujas ideias serviram de base para a macroeconomia moderna. Defendeu um Estado capaz de adotar medidas fiscais e monetárias para controlar os ciclos econômicos

excesso de feriados afeta produtividade

Em 2012, a economia brasileira pode deixar de produzir até 4,4% do seu PIB industrial por

causa do excesso de feriados em dias úteis, em especial às terças e quintas-feiras,

originando pontos facultativos ou “enforcamentos”, conforme a nota técnica O Custo

Econômico dos Feriados, divulgada pela FIRJAN. Os prejuízos correspondem a R$ 44,9

bilhões, valor 21% maior do que o estimado para 2011. A solução apontada pelo estudo

para reduzir os custos da paralisação é adiantar para as segundas-feiras os feriados que

caírem nos demais dias da semana, conforme o projeto de Lei Federal nº 2.257 de 2011.

Para a Bahia a projeção é um prejuízo de R$ 1,8 bilhão.

Por cleber borGes e Patrícia moreira

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10 Bahia Indústria

sindicatos

DIvUlGAção

Fundado há 60 anos, o Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia

(Sinduscon-BA) vai marcar a data, em abril, com uma grande comemoração e o início

da construção de uma nova sede. Com os projetos concluídos e os alvarás de construção

em mãos, a expectativa é que em março seja liberado o financiamento da Caixa

Econômica Federal. O novo prédio seguirá os conceitos de sustentabilidade com a

escolha integrada dos processos e materiais construtivos e o uso de sistemas de redução

de resíduos. Além disso, a relação harmônica do edifício com o seu entorno será

respeitada. “A nova sede do Sindicato servirá de exemplo para todo Brasil, já que vai

refletir o engajamento do segmento com o crescimento sustentável”, afirma o presidente

da entidade, Carlos Alberto Vieira Lima. O ano de 2012 também será de desafios, em

particular no que diz respeito à melhoria da competitividade das empresas com o

aperfeiçoamento da gestão e a adoção de técnicas e materiais pelo critério da

sustentabilidade. Também há a expectativa de que o governo invista mais em qualificação

e também nas políticas de fomento por meio de programas como o Minha Casa Minha

Vida. O ano começa com a apreensão do cenário da economia internacional, que é

sombrio, e dificilmente repetirá o crescimento obtido até 2010, da ordem de 12%. Se

repetir os 6% registrados em 2011, o setor estará bem, avalia a direção do Sinduscon.

Sinduscon-BA construirá nova sede

Perspectiva

do prédio,

concebido

a partir de

parâmetros de

sustentabilidade

curso para arquitetos e engenheirosO Sinduscon-BA promove

entre 27 e 30 de março o curso

Planejamento de Obras e

Controle da Produção, que vai

tratar dos principais conceitos

e aplicações das mais novas

técnicas de planejamento e

controle de obras, com uma

abordagem prática e de fácil

aplicação. A ideia é

possibilitar o uso das técnicas

sem a necessidade de

softwares específicos. O curso

destina-se a engenheiros e

arquitetos, empresários da

construção civil, além de

estudantes. O custo é de R$

600 para associados e de R$

900, para não-associados. As

inscrições devem ser feitas,

após comprovação do

pagamento, pelo e-mail

[email protected]

ou fax (71) 3616-6001.

Sindvest oferece cursos de especializaçãoCom o objetivo de incrementar

a oferta de cursos de

capacitação visando ao

desenvolvimento da cadeia

produtiva da indústria do

vestuário da Bahia, o Sindicato

da Indústria do Vestuário

(Sindvest), em convênio com o

SENAI-BA e o SENAI CETIQT do

Rio de Janeiro, está oferecendo

aos seus associados e aos

interessados em geral, o curso

a distância de Design de Moda

e o MBA em Gestão Estratégica

de Vendas para os mercados de

moda e têxtil. Para obter mais

informações, basta acessar o

site www.cetiqt.senai.br.

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Bahia Indústria  11

vAlTEr PoNTES

Simagran marca presença na Feira revestir

Um grupo de dez empresas associadas ao Simagran participaram de

missão empresarial para conhecer as novidades apresentadas durante

a Feira Revestir, que aconteceu de 6 a 9 março, no Expocenter

Transamérica, em São Paulo. A Revestir é a maior feira de revestimento

do país, uma oportunidade de conhecer as novas tendências no

segmento de revestimento, incluindo mármores, granitos e similares.

As empresas também vão em busca de realização de negócios no médio

prazo e já têm encontros agendados com compradores de grandes

redes. “A expectativa é que o volume de negócios gere em torno dos R$

600 mil”, explica o presidente do Simagran, Marcos Régis, que

anunciou o planejamento de uma outra missão comercial do setor para

participar da Feira Marmomacc, em Verona, na Itália, no mês de

outubro. “Estamos tentando subsídio para levar pelo menos 15

empresários para o evento, observa Régis.

marcos régis

também

trabalha

para levar 15

empresários

baianos para

Verona

Sindicato inicia programa de interiorizaçãoA nova diretoria do Simagran, liderada pelo presidente Marcos Régis

Andrade, realizou, em 29 de fevereiro, na cidade de Ourolândia,

também conhecida como a capital do granito Bege Bahia, a primeira

reunião itinerante do sindicato no interior do estado. A expansão das

ações do sindicato para o interior alinha-se com a visão do Sistema

FIEB quanto ao projeto de interiorização e fortalecimento das

indústrias nos municípios mais distantes da Região Metropolitana do

Salvador. A reunião aconteceu na sede da Assobege e bateu recorde de

presenças, conforme observou o presidente da associação Múcio

Azevedo. Nesta reunião, foi firmado um convênio que possibilitou a

captação de mais de 40 novas empresas associadas. O Simagran agora

prepara novo roteiro para o dia 11 de abril com o objetivo de estabelecer

novas parcerias, desta vez, com as indústrias do extremo-sul baiano.

oficina dá instrumentos para uma boa negociação Oferecer ao líder empresarial

sindical condições de

aperfeiçoamento da capacidade de

negociação. Este foi o objetivo da

Oficina Negociação Sindical,

realizada pela FIEB em parceria

com a CNI, no dia 14 de março, no

âmbito do Programa de

Desenvolvimento Associativo

(PDA). Conduzida pela advogada

trabalhista especialista em gestão

empresarial, Maria Inez Medeiros,

a oficina teve como focos os

princípios e estratégias de uma

boa negociação, além da

apresentação de informações

técnicas, a exemplo de

instrumentos normativos que

expressam as vontades pactuadas

entre as partes (capital e trabalho).

“Erros elementares cometidos por

falta de conhecimento podem

comprometer os resultados de um

processo de negociação, por isso é

fundamental que os líderes se

preparem para esta atuação”,

afirmou Maria Inez. Interessados

podem entrar em contato pelo e-

mail [email protected].

a advogada

trabalhista

maria inez

medeiros

ressaltou

importância de

conhecimento

técnico

joão AlvArEz

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1� Bahia Indústria

Quinze anos de cultura e

Teatro do SESI chega ao 15º aniversário com trajetória de encher os olhosPor larissa cortizo Fotos João alvarez

É com a benção de Iemanjá,

que “mora” ao lado, e com

uma trajetória marcada

pela divulgação de talen-

tos, exibição de espetáculos locais

consagrados, e promoção da cul-

tura baiana, que o Teatro SESI Rio

Vermelho comemora 15 anos, em

6 de março. Para marcar a data,

foi elaborada uma programação

especial para todo o mês de mar-

ço, com a realização de semanas

temáticas e que conta com ofici-

nas, mesas redondas, espetáculos

e mais. Atualmente, o teatro faz

parte do Centro Cultural SESI Rio

Vermelho, que engloba, ainda, a

Varanda do SESI e coordena ações

culturais voltadas para os traba-

lhadores da indústria baiana.

Aconchegante e intimista, com

capacidade para cem pessoas, o

O Teatro do SeSI é uma pérola pequena de frente para o

mar. foi tão importante para mim fazer Abismo de rosas ali. eu chegava cedo e ficava olhando o mar, pedindo axé a Iemanjá. Nós o inauguramos com Abismo e toda vez que eu passo ali com alguém que não sabe, eu digo isso com o maior orgulho. É um teatro pequeno, só 100 lugares, um tamanho especial para espetáculos especiais, gostoso, acolhedor, no meio da boemia do rio vermelho e que já se tornou uma referência para o teatro da Bahia. Que o tenhamos por muitos anos, com a benção de Iemanjá.”

Wagner Moura, ator

Teatro SESI possui infraestrutura

para receber diferentes tipos de

espetáculos. Acontecem em mé-

dia 357 apresentações por ano,

acolhendo um público de cerca

de 40 mil espectadores. Por lá,

já passaram artistas como Beth

Goulart, com o espetáculo Pierrot

Marie, além de Wagner Moura,

Marcos Machado, Vladimir Bri-

chta e João Miguel, entre outros.

O local ganhou destaque por abri-

gar apresentações locais como

Abismo de Rosas, Acho que te

Amava, Clarices, Os Saltimban-

cos e Bispo.

Nos bastidores, está uma equi-

pe composta por técnicos de ilu-

minação e sonorização, produtores

culturais, gestores e profissionais

de apoio. Rosa Vilas Boas, geren-

te do teatro desde a sua fundação,

ArTe

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Bahia Indústria  13

Sede do centro

cultural, uma

casa para as

artes em meio

ao charme

boêmio do rio

Vermelho

comenta que a inauguração teve

grande impacto no desenvolvi-

mento da cultura local. “O Teatro

SESI inaugurou a criação de teatros

nos bairros, fora do centro cultural

Campo Grande/Vitória. Hoje é uma

referência para o SESI Nacional,

com seu modelo de gestão divul-

gado para todos os departamentos

regionais em que o órgão está pre-

sente”. Para o futuro, ela revela que

o objetivo é ampliar a participação

do trabalhador da indústria.

A gerente do Centro Cultural

SESI Rio Vermelho, Angélica Ri-

beiro, ressalta a versatilidade do

local. “Somos referência nacional

em otimização do uso das instala-

ções, pois funcionamos todos os

dias da semana com uma progra-

mação intensa de mais de um es-

petáculo por dia”. Para o diretor

teatral Fernando Guerreiro, o tea-

tro possui um porte interessante,

intimista, além de ser tecnica-

mente bem cuidado e equipado.

“Surgiu como um alento, num

momento em que precisávamos

de mais espaços”, observa.

históricoFoi em uma época muito pro-

dutiva para a cena cultural baia-

na e, ao mesmo tempo, permeada

pela falta de espaços para dar

visibilidade a estes talentos que

o Teatro SESI Rio Vermelho abriu

suas portas pela primeira vez. A

inauguração devolveu ao boêmio

e cultural bairro do Rio Vermelho

um teatro, depois de, quatro anos

antes, o Teatro Maria Bethânia ter

sido transformado em um bingo.

Fazia parte do que se chamava,

MANU DIAS/DIvUlGAção

cena de abismo de rosas,

peça de Fernando guerreiro

com Wagner moura no

elenco (d); oficina de

Bonecos, uma das atividades

oferecidas pela unidade;

aroldo macêdo se apresenta

na Varanda do SeSi, espaço

alternativo do rio Vermelho

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1� Bahia Indústria

anos atrás, de teatro de bolso, por

ser pequeno, mas ao mesmo tem-

po aconchegante.

O show de inauguração foi O

Canto das Sereias, protagonizado

por Marilda Santana, Guida Moira,

Mariela Santiago e Ana Paula Bar-

reiro. Mesmo contando com pro-

blemas técnicos, as “sereias” en-

cheram o ambiente de harmonia.

Já a programação teatral foi inau-

gurada pelo espetáculo Abismo

de Rosas, trama policial dirigida

por Guerreiro, com texto de Cláu-

dio Simões, com Wagner Moura no

elenco. Ele que, no ano seguinte,

ganhou o prêmio Braskem de ator

revelação. O espetáculo ficou em

cartaz por três meses.

No casarão tombado, do século

XIX, funcionavam, desde 1982, as

oficinas de artesanato do SESI. A

obra de construção do teatro, or-

çada em R$ 200 mil, demorou um

ano e meio. Hoje, o equipamento

é reconhecido pela programação,

que agrega artistas renomados e

novos, valorizando a diversidade

cultural baiana.

“os anos 1990 foram muito

produtivos para o teatro

baiano. tivemos a sorte de

encontrar o teatro sesi nessa

mesma época, local que serviu

de palco para muitos

espetáculos importantes. tem

a característica de ser um local

muito democrático, acessível.

os espetáculos que acontecem

lá hoje demonstram que essa

característica permanece

como diferencial da casa.

além do que, está localizado

no coração do rio vermelho,

local privilegiado e que

facilita o acesso do público e

enche os nossos olhos com a

beleza do lugar”.

Paulo heNrique alcâNTara, dramaturgo

“lembro do primeiro dia em

que entrei no teatro. eu e

maria marighella

encenávamos juntas e

chegamos ao local

carregando uma estrutura

pesadíssima para ser

montada no palco. bastaram

alguns segundos para que

funcionários do teatro

aparecessem de todos os

cantos para nos ajudar. todos

com vontade de ver aquele

lugar crescer. Gosto muito de

estar em cartaz ali. considero

o local como uma extensão

da minha casa”.

deBorah moreira, atriz e dramaturga

“a chegada do teatro sesi foi

um alento, uma luz, um novo

local vindo em um momento de

muita produção teatral e sem

espaço para exibir tantos

talentos. um momento

marcante foi um espetáculo

especial que fizemos para

industriários e idosos. era um

espetáculo que precisava de

troca entre público e atores e a

estrutura intimista do teatro

possibilitou que esse encontro

fosse possível, verdadeiro.

desejamos que continue por

outros 15 anos e mais,

contribuindo para o movimento

cultural dessa cidade e

revelação de talentos”.

george maScareNhaS, ator e diretor teatral

Considero Abismo de rosas, que

inaugurou a programação do teatro, como um dos melhores que dirigi até hoje. Só aconteceu como aconteceu, porque foi no Teatro SeSI. foi um acerto na minha carreira. No ano seguinte, Wagner moura, um dos atores da peça, ganhou o prêmio Braskem de ator revelação.”

Fernando Guerreiro, diretor de teatro

CEntro CUltUral SESI rIo VErmElho - No ano de 1998, o casarão ganhou dois novos espaços – Varanda e Café Teatro – e passou a ser o Centro Cultural SESI Rio Vermelho. Além da gestão dos espaços, o Centro Cultural tem entre suas finalidades, desenvolver projetos de formação de plateia, cursos, oficinas e estimular o acesso à cultura entre os trabalhadores da indústria baiana. Projetos consagrados, desenvolvidos pelo Centro são o festival SESI Música e o concurso SESI Poesia, que premiam trabalhadores e funcionam como oportunidades para despertar e formar talentos musicais dentro da indústria. A Varanda do SESI é conhecida por apoiar a música independente, promover novos artistas e divulgar a música autoral. Abriga por ano cerca de 40 produções independentes da música baiana. Com programação de segunda a sábado, possui capacidade para receber 120 pessoas e funciona na área externa do teatro. As segundas-feiras são conhecidas por serem o Dia de Chorinho, um dos mais procurados da casa, que fica sempre lotada. [bi]

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Bahia Indústria  15

Há 11 anos à frente da Dika Móveis, Valdir Sil-

va tocava a empresa sem ver o negócio pros-

perar, até que decidiu investir em mudanças

na administração. Sistematizou a contabilidade e

melhorou as condições de trabalho de seus 24 fun-

cionários. O resultado veio em forma de crescimento

e o empresário de Eunápolis já comemora a abertura

de uma nova loja no centro da cidade. “Abandonei

vícios de gestão e hoje tenho uma nova visão do ne-

gócio”, conta.

A transformação operada na empresa de Silva

aconteceu depois que ele conheceu o projeto Gestão

da Inovação na Indústria, iniciativa da CNI que, na

Bahia, é realizada pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL),

em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia

(Secti), Fapesb e Sebrae nacional e regional. O objeti-

vo é fomentar a implantação de planos de gestão da

inovação por meio de ações de capacitação e assesso-

ria, de forma a promover o aumento da competitivi-

dade nas micro e pequenas empresas industriais.

A primeira etapa do projeto, a de sensibilização

dos empresários, vem sendo realizada desde novem-

bro do ano passado, por meio de workshops. “Nestes

encontros, apresentamos os conceitos de inovação e

casos de sucesso. Em seguida, abrimos espaço para

perguntas e respostas”, explica o analista de inova-

ção do IEL, Litelton Pires.

Pires afirma que este tipo de contato é fundamen-

tal para desconstruir a ideia de que inovação está as-

sociada somente a empresas com grande capital para

investir em tecnologia. “Por falta de conhecimento, a

maioria dos empreendedores de pequeno porte acre-

dita que inovar não é para eles”, diz.

No mês de fevereiro, os workshops foram reali-

zados em Eunápolis, Teixeira de Freitas e Vitória da

Conquista. O gerente administrativo da TTR Serviços

Inovação para todosWorkshops do IEl mostram que investir em novos processos é viável para micro e pequenos empresários

DIvUlGAção

Agro Florestais, Igor Carpegianni, que participou do

evento em Teixeira de Freitas, elogia a iniciativa. “É

uma ação muito importante, pois mostra que inova-

ção não é só a compra de novos equipamentos, é in-

vestir em soluções que aumentam a rentabilidade e

até o porte do negócio”, diz.

Carpegianni, que falou de práticas bem sucedidas

no workshop, conta que a empresa baiana de corte e

entrega de eucaliptos em que trabalha executou mu-

danças metodológicas na escala dos empregados e,

sem precisar contratar novos funcionários ou adqui-

rir novas máquinas, fez uma economia de R$ 800 mil

em um ano. De acordo com o gerente administrativo,

a TTR também investiu em novos produtos, como o

extintor de incêndio com um novo modelo de bico,

que evitaram perdas patrimoniais. [bi]

Workshop

realizado em

eunápolis

durante o mês

de fevereiro

joão AlvArEz

litelton Pires

explica que a

primeira etapa

do projeto

começou em

novembro do

ano passado

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1� Bahia Indústria

em março, o SESI-BA iniciou as atividades do

Programa de Desenvolvimento de Fornece-

dores da Engenharia da Petrobras, que tem

como meta melhorar a gestão e os sistemas

de prevenção em saúde, meio ambiente e segurança

(SMS) das empresas, além de aumentar a competitivi-

dade nas licitações da estatal. Por meio de cursos de

capacitação, 185 empresas que integram o cadastro

corporativo da petrolífera poderão se qualificar para

atender às normas exigidas nas concorrências reali-

zadas pela transnacional.

De acordo com o técnico de gestão da Engenharia

da Petrobras, André Luiz Wandemberg, as empresas

identificadas têm, muitas vezes, alta pontuação téc-

nica – referente à capacidade de construir dutos, pon-

tes, caldeiras, por exemplo –, mas possuem pontos

insuficientes na avaliação das práticas de sustentabi-

lidade ambiental e segurança ocupacional. “Como a

Petrobras quer ser referência em SMS, precisa traba-

lhar com uma cadeia de fornecedoras que atendam às

exigências nesta área”, explica o técnico.

A capacitação também irá “oxigenar” as licitações

realizadas pela transnacional, permitindo que outras

empresas participem das concorrências. “As maiores

e mais bem estruturadas acabam vencendo, quere-

mos que outras fornecedoras façam parte do proces-

so”, diz Wandemberg.

A proposta da qualificação, baseada principal-

mente nas práticas de gestão de SMS, foi a que mais

se adaptou às necessidades da Petrobras, entre as

oferecidas à estatal. “Idealizamos uma capacitação

experTISeSESI-BA coordena capacitação de empresas fornecedoras da Engenharia da Petrobras

Por carolina MendonçaFoto João alvarez

que sensibilize e provoque atitude,

pois o que queremos é efetividade,

mudança de comportamento”,

afirmou a especialista da gerência

de Qualidade de Vida do SESI, Ka-

tyana Aragão Menescal.

Com duração de nove meses

(360 horas), em 2012, os cursos se-

rão oferecidos em São Paulo, Mi-

nas Gerais e Rio de Janeiro, além

da Bahia, onde a primeira turma

do programa já está formada. No

estado, 20 empresas apresentam

potencial técnico para participar

da qualificação, de acordo com

a Petrobras. Empresas de outros

estados e que estejam no cadastro

também poderão participar.

“Idealizamos uma capacitação que sensibilize e provoque atitude. Queremos efetividade, mudança de comportamento

Katyana Menescal, especialista em Qualidade de Vida do SESI

O acompanhamento da capaci-

tação ficará a cargo de represen-

tantes do Programa de Mobilização

da Indústria Nacional de Petróleo

e Gás Natural (Prominp), coorde-

nado pelo Ministério de Minas e

Energia. “Uma das nossas funções

é identificar demandas e, princi-

palmente, depois das descobertas

do pré-sal, a Petrobras mostrou

que precisará ampliar a cartela de

fornecedores”, diz o consultor do

Prominp, Marco Ferreira.

Além das aulas e atividades,

estão previstas visitas de técnicos

do SESI e da Petrobras às empre-

sas participantes da capacitação,

a fim de se verificar se o conteúdo

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Bahia Indústria  1�

dos cursos está sendo posto em

prática. “São as chamadas tutorias

presenciais, uma forma de atestar a

participação e o envolvimento das

empresas com a gestão de SMS”,

afirma Katyana Aragão Menescal.

A avaliação deste envolvimen-

to e efetividade das práticas é fun-

damental para que as empresas

possam fazer parte da cartela de

fornecedores da Petrobras, já que

o não cumprimento das normas

pode ter consequências graves

para a petrolífera. “Contratar uma

empresa que não cuida do SMS faz

com que a Petrobras possa vir a ser

co-partícipe de acidentes de traba-

lho”, enfatiza o técnico de gestão

da Engenharia da transnacional,

André Luiz Wandemberg.

O investimento para cada alu-

no é de R$ 10.476,00, sendo que

metade deste valor é pago pelo

Prominp. A outra metade será pa-

ga pelas empresas interessadas

em qualificar um ou dois funcio-

nários, número máximo de par-

ticipantes por organização. No

entanto, os empregadores têm que

custear os gastos com a logística e

o transporte dos técnicos das tuto-

rias presenciais.

EXPEriÊNciaPioneiro em consultoria em

Sistema de Gestão Integrada (SGI)

em SMS, o SESI Bahia tem expe-

riência em capacitação na área

desde 2004. No ano passado, fi-

cou pronto o Manual SESI para

SGI em Saúde, Meio Ambiente e

Saúde Ocupacional, utilizado por

mais de 200 empresas baianas.

“Nossa missão é contribuir pa-

ra que as empresas alcancem os

níveis de segurança e saúde no

trabalho dos melhores padrões

mundiais”, garante Katyana Ara-

gão Menescal.

Informações sobre o Programa

de Desenvolvimento de Fornece-

dores da Engenharia da Petrobras

podem ser obtidas pelo e-mail pro-

[email protected]. [bi]

Programa de

desenvolvimento

de Fornecedores

da engenharia

da Petrobras

tem como meta

aumentar a

competitividade

nas licitações da

estatal

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1� Bahia Indústria

Por carolina MendonçaFotos João alvarez

SENAI oferece soluções de alta qualidade para atender às demandas da indústria

Serviços tecnológicos para o mercado

om quase 70 anos de experiência em educação para a in-

dústria, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

da Bahia é uma referência nesta área, consolidada no mer-

cado e junto à sociedade. O que muita gente ainda desco-

nhece é um eixo de atuação do SENAI tão importante para

o setor industrial quanto o da formação e da qualificação

profissional: a oferta de Serviços Técnicos e Tecnológicos

(STT). Oferecidos pela instituição desde a segunda metade

dos anos 1990, atualmente são cerca de 400 serviços disponibilizados pelo

SENAI para a Bahia e outros estados brasileiros, divididos principalmen-

te entre operacionais; consultorias em processo produtivo e de meio am-

biente; serviços metrológicos: ensaios, calibração, ensaios de proficiência

e materiais de referência; certificação de processos e produtos; inovação de

produto e de processo; certificados conforme a norma ISO 9001:2008. No

caso dos laboratórios, estes são certificados pela norma ISO 17.025.

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Bahia Indústria  1�

Profissional executa processo de calibragem gráfica, uma

das especialidades dos Serviços Técnicos e Tecnológicos

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�0 Bahia Indústria

“O objetivo é oferecer conhecimento e ferramen-

tas para aumentar a produtividade da indústria em

todos os segmentos, beneficiando as empresas com

diferentes níveis de soluções. Dessa forma, o SENAI

não só transfere tecnologia, mas garante qualidade

em diversos processos e incentiva a inovação”, expli-

ca o diretor regional do SENAI, Leone Peter.

Em 2011, mais de 700 empresas foram atendidas

com estes serviços, coordenados pelos Centros Tec-

nológicos das unidades Cetind, Cimatec e Dendezei-

ros, em Salvador. O número de ensaios realizados,

por exemplo, chegou a 110 mil. Como resultado de

projetos desenvolvidos para atender demandas da

indústria, foram registrados 16 pedidos de patentes e

sete de licenciamento de tecnologia.

“Os números atestam que existe a demanda da in-

dústria baiana por todo o portfólio de serviços oferta-

dos pelo SENAI, mas ainda há falta de conhecimento

por parte do setor, o que, por vezes, leva as indústrias

a buscarem soluções fora do Estado, trazendo como

consequência o aumento dos seus custos, perda na

agilidade da solução, além de não permitir o desen-

volvimento de fornecedores locais”, afirma o gerente

do Cimatec e do centro tecnológico da unidade, Da-

niel Motta.

hidroElétrica

Por outro lado, as empresas que buscam soluções

junto às equipes técnicas do SENAI vêm aprovando

a qualidade dos serviços realizados. Um dos casos

de sucesso é o Programa de Monitoramento de Pro-

cessos Erosivos na Pequena Central Hidroelétrica

(PCH) Sítio Grande, no município de São Desidério,

na região Oeste da Bahia. Para atender a uma condi-

cionante ambiental da licença de instalação do em-

preendimento, a empresa responsável pelo projeto, a

Bahia PCH, do Grupo Neoenergia, apostou na experi-

ência dos profissionais da Área de Meio Ambiente do

Cetind, que levantaram informações sobre as condi-

ções do terreno e traçaram um plano de controle dos

focos de erosão. “Realizamos o mapeamento digital

da área e projetamos as etapas de acompanhamen-

to, o que minimizou os danos ambientais e, conse-

quentemente, vai aumentar o tempo útil de vida da

hidrelétrica”, explica o analista de meio ambiente do

Cetind, Renato Reis.

O monitoramento iniciado em 2009 e as ações de

mitigação, como o plantio de vegetação, têm garanti-

do o equilíbrio do solo. Até o fim do contrato de cinco

Patrícia

evangelista e

daniel motta

apontam que

há demanda

pelos serviços

ofertados e

uma equipe

qualificada

para atendê-los

anos, serão realizadas campanhas anuais “para iden-

tificar as intervenções necessárias à manutenção e ou

recuperação das áreas utilizadas”, de acordo com a

especialista em meio ambiente do Grupo Neoenergia,

Valéria Ladeira.

Outra experiência bem sucedida é a da Cerealista

Polisul, que cultiva e beneficia arroz no Rio Grande

do Sul, estado de maior produção do grão no país.

Interessada em dar um destino aos milhões de to-

neladas da casca do cereal, que representa o maior

volume (22%) entre os subprodutos obtidos a partir

do beneficiamento do arroz, a empresa gaúcha pro-

curou o Cimatec. “Por indicação de um dos nossos

fornecedores, fomos conhecer a equipe e as instala-

ções em Salvador e pudemos ver de perto o alto nível

técnico do centro. A parceria resultou na produção

da madeira plástica com utilização da fibra da cas-

ca do arroz”, conta o diretor-técnico da Polisul, Luiz

Angelo Cunha.

O produto, de alto valor agregado, comercializado

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Bahia Indústria  �1

há um ano e meio, é utilizado em decks e móveis pa-

ra jardins e piscinas, mas há um amplo potencial de

aplicação na construção civil, em brinquedos, tacos e

assoalhos. A engenheira de materiais Zora Ionara dos

Santos, que coordena o projeto no Cimatec, explica

que a madeira plástica resiste a cupim e não racha,

apresentando alta resistência. Além disso, utiliza

na composição 65% de um produto que seria jogado

fora, fazendo o custo final cair drasticamente. “Ago-

ra, estamos realizando ensaios preliminares sobre a

aplicação de aditivos protetores, para aumentar a du-

rabilidade frente à ação do sol”, conta Zora.

PatENtEsA área de alimentos e bebidas do SENAI Dendezei-

ros, por exemplo, vem desenvolvendo produtos que já

resultaram em pedidos de proteção junto ao Instituto

Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a exemplo

do Soro de Leite de Cabra em Pó –, que pode ser usado

na fabricação de bebidas lácteas, sorvetes e produtos

panificáveis –, e da Bebida Energética à Base de Pró-

polis, cuja patente já foi requerida.

Com tecnologia inovadora e de alta qualidade, o

produto é fruto de mais uma parceria entre a equipe

do SENAI Dendezeiros e a empresa Apis Jordans, que

comercializa mel, geleia real, cera, pólen e própolis.

A bebida ainda aguarda uma nova pesquisa de mer-

cado para ser lançada, mas o seu desenvolvimento

apresentou incrementos ao negócio de Luiz Jordans,

localizado em Barra do Choça, a cerca de 540 quilô-

metros de Salvador. “A análise dos ingredientes e o

estudo do aproveitamento dos subprodutos feitos

pela instituição já nos trouxe ganhos de qualidade”,

elogia Jordans, que contratou também outros SST do

SENAI, como a Análise de Perigo de Controle Crítico

(APCC) e a implantação do Sistema de Qualidade de

Boas Práticas de Fabrico, os quais gabaritam o apiá-

rio para exportar seus produtos.

“Temos como ponto forte o intercâmbio entre o

conhecimento aprofundado de nossos especialistas e

a vivência prática na indústria. Após diversos aten-

dimentos de sucesso realizados temos um balanço

muito positivo, com retorno extremamente satisfa-

tório por parte dos empresários atendidos”, reitera a

gerente do SENAI Dendezeiros, Patrícia Evangelista.

Um dos STT oferecidos pela instituição, os servi-

ços metrológicos – medições para os diversos setores

produtivos –, são executados em laboratórios pró-

prios de ensaios e de calibração, que contam com ins-

as unidades

dendezeiros, cimatec

e cetind oferecem

soluções e serviços

nas mais diversas

especialidades:

metrologia,

segurança, construção

civil, alimentos,

dentre outros

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�� Bahia Indústria

talações e equipamentos de última

geração. Parte desses laboratórios

integra a Rede Brasileira de Labo-

ratórios de Ensaio (RBLE) e a Rede

Brasileira de Calibração (RBC). Já

as medições são acreditadas jun-

to ao Inmetro, segundo a Norma

ABNT NBR ISO/IEC 17025.

Jicarla Rebouças, gerente da

área de Metrologia Química e Vo-

lumétrica do Cetind, que abrange

dez laboratórios, conta que os re-

sultados das pesquisas de satis-

fação dos clientes são excelentes.

Em 2011, a área que ela coordena,

Serviços de

metrologia

e precisão

fazem parte

das atividades

oferecidas ao

público externo

pelas unidades

do SeNai

cumpram exigências legais e so-

ciais. “No mundo atual, onde o

ambiente externo às organizações

muda a toda hora, seja em razão

das necessidades dos clientes, do

lançamento de produtos substi-

tutos, do aparecimento de novos

concorrentes, do surgimento de

tecnologias ou da maior conscien-

tização da sociedade para exigir

os seus direitos, os centros tecno-

lógicos têm um papel fundamen-

tal para aumentar a competitivi-

dade das empresas”, opina.

ParcErias A participação em programas

e redes de cooperação com ins-

tituições de ensino, pesquisa e

desenvolvimento é fundamental

para garantir a qualidade dos ser-

viços Por esta razão, as equipes

técnicas do SENAI-BA participam

periodicamente de encontros com

parceiros nacionais e internacio-

nais, apresentando resultados e

buscando a reciclagem de conhe-

cimentos e experiências.

Alguns dos parceiros mais im-

portantes são o Serviço Brasileiro

de Apoio as Micro e Pequenas Em-

presas (SEBRAE), o Instituto Eu-

valdo Lodi (IEL) e as instituições

realizadoras de testes Pearson

Vue, Prometric e Poli-Design.

Para a realização de pesquisa,

desenvolvimento e inovação, o

SENAI mantém cooperação com

as universidades de São Paulo

(USP), Federal de Santa Catarina

(UFSC), Federal do Rio Grande do

Sul (UFRGS) e Federal de Campina

Grande (UFCG), além do Instituto

Tecnológico de Aeronáutica (ITA),

o Institute für Bildsame Formge-

bung da Universidade Técnica da

Renânica Vestfálica (RHTW/Aa-

chen) e Institutos Fraunhofer: ICT

Química e IML, da Alemanha. [bi]

por exemplo, ficou com média

de avaliação positiva de 93,4%.

“Hoje, a indústria tem no SENAI

Bahia um grande parceiro nos

processos de controle de qualida-

de”, afirma.

Para João Fonseca, gerente

do centro tecnológico do Cetind,

unidade com expertise nas áreas

de meio ambiente, tecnologia da

informação, processos produtivos

e petróleo e gás, além dos ensaios

laboratoriais químicos e bioló-

gicos, os STT oferecem soluções

eficientes para que as indústrias

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Bahia Indústria  �3

josé mascarenhas, reinaldo Sampaio e o engenheiro Fernando lapa em visita à área do enseada do Paraguaçu

recôncavo atrai indústria navalA implantação de novo estaleiro em Maragojipe deverá funcionar como polo de atração de uma nova cadeia de fornecedores ligada à indústriametal-mecânica

Por Patrícia MoreiraFotos João alvarez

A Petrobras anunciou a contratação das empre-

sas Sete Brasil e Ocean Rig para a construção

e operação de 26 sondas de perfuração para

exploração do pré-sal, das quais seis deverão

ser construídas na Bahia, no município de Maragojipe.

O serviço ficará a cargo do Estaleiro Enseada do Para-

guaçu (EEP), que já deu início às obras de construção

civil. O equipamento, ao lado do Estaleiro São Roque

do Paraguaçu, vai inscrever um novo capítulo na his-

tória da indústria naval da Bahia.

Otimista com a consolidação de um polo naval de

alta complexidade no Recôncavo, e a consequente

atração de uma cadeia de fornecedores no entorno

destas plantas, o presidente da Fe-

deração das Indústrias do Estado

da Bahia (FIEB), José de Freitas

Mascarenhas, foi conhecer as ins-

talações do Estaleiro São Roque e

a área onde será construído o En-

seada do Paraguaçu.

O EEP, que integra o consórcio

formado pela Sete Brasil, contou

com a colaboração do Sistema

FIEB, por meio do Instituto Euval-

do Lodi (IEL Bahia), na elaboração

de estudos técnicos e de licencia-

mento ambiental da área onde es-

tá sendo implantado. A parceria é

uma das ações do Projeto Aliança,

que o IEL desenvolve com a Pe-

trobras, e prevê a qualificação de

fornecedores na região, incluindo,

além do Recôncavo, a região de

Feira de Santana.

“No âmbito do Projeto Aliança,

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�� Bahia Indústria

elaboramos o documento Política

Industrial da Bahia: Estratégias

e Proposições, que aponta ações

para a indústria naval, entre elas,

a necessidade de adensamento

da cadeia a partir de um progra-

ma de qualificação, formação e

atração dos fornecedores locais”,

explica o superintendente do IEL,

Armando Neto.

O presidente da FIEB aposta no

estudo da cadeia de fornecedores

para subsidiar a atração de novos

empreendimentos e com isso con-

formar uma indústria mecânica

de maior porte na Bahia. “Temos

o principal, que é a capacidade

instalada de engenharia e poten-

cial intelectual para tirar proveito

dessa indústria naval de grande

porte, que é algo novo no esta-

do”, afirma o presidente da FIEB,

acrescentando que o IEL deverá

contribuir para melhorar a matriz

da cadeia metal-mecânica.

Mascarenhas ressalta, no en-

tanto, que, para atender à necessi-

dade da Petrobras de contratar um

grande volume de embarcações-

sondas e plataformas para o pré-

sal, a Bahia precisa estar prepara-

da. “A Bahia tem que se capacitar

mais, pois, à medida que o estado

mostrar seu potencial de realiza-

ção, a Petrobras entenderá que

tem um centro de apoio ao progra-

ma dela e isso irá atrair novos con-

tratos”, explica.

Durante a visita, o presidente

da FIEB foi recebido pelos gesto-

res do Estaleiro São Roque, reati-

vado em 2005 para a construção

da plataforma PRA-1. Lá, estão

sendo montadas, desde setembro

de 2008, ao custo individual de R$

370 milhões, as plataformas auto-

elevatórias P-59 e P-60 para a Pe-

trobras. O canteiro reúne cerca de

1.700 trabalhadores e a obra está a

cargo do Consórcio Rio Paragua-

çu, formado pela Odebrecht, Quei-

roz Galvão e UTC Engenharia.

Durante a visita, o presidente

da FIEB foi recebido pelo diretor

do Consórcio, José Luís Coutinho

de Faria, e pelo engenheiro Anto-

nio Cesar de Oliveira Pinheiro, da

Petrobras, que fez uma explanação

sobre as soluções de engenharia e

de tecnologia implementadas para

viabilizar a construção das plata-

formas; entre elas, um novo méto-

do de lançamento de plataformas

ao mar, que está sendo patenteado

pelo seu ineditismo.

oBrasJosé Mascarenhas também visi-

tou o canteiro do Estaleiro Ensea-

da do Paraguaçu, que representa-

rá investimentos de R$ 2 bilhões,

realizados pelo consórcio que

reúne Odebrecht Participações e

Investimentos, OAS Investimen-

tos e UTC Participações. Também

voltado para atender às demandas

da Petrobras, o EEP foi projetado

com capacidade para construir

seis sondas do tipo Floating Pro-

duction Storage and Offloading

– FPSO, na sigla em inglês. Mas

também estará habilitado para

produzir jack-ups, plataformas de

produção de petróleo, embarca-

ções de apoio de alta complexida-

de, embarcações militares, navios

graneleiros e porta-conteineres.

O EEP ocupará uma área de 1,6

milhão de metros quadrados, sen-

do 1,3 milhão de área construída e

o restante destinado a reserva am-

biental. O estaleiro corresponde a

quatro vezes o tamanho do cantei-

ro São Roque. Quando estiver em

operação, poderá para empregar

7 mil trabalhadores, sendo que

durante as obras serão contrata-

dos entre 2.000 a 2.500 operários.

a equipe

da FieB no

estaleiro

São roque,

que constrói

plataformas

petrolíferas

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Bahia Indústria  �5

A previsão é que comece a operar após 18 meses do

início das obras, conforme informou o engenheiro

Fernando Lapa, gerente de produção da obra.

iNFraEstrUtUraDurante a visita, veio à tona a urgência de medidas

para modernização dos portos baianos. “Considera-

mos o porto inimigo número 1 da Bahia. No momento,

estamos querendo uma mudança simples: um porto

de padrão internacional, já que isso está prejudican-

do o desenvolvimento do estado”, alertou o presiden-

te da FIEB, José Mascarenhas.

“O desenvolvimento de uma indústria naval de

grande envergadura é indutora da atração de novos

investimentos e esta possibilidade de desenvolvimen-

to industrial tem na questão portuária um obstáculo,

porque há uma indiscutível carência de estrutura”,

acrescenta o vice-presidente da FIEB e coordenador

do Comitê de Portos, Reinaldo Sampaio.

A logística para a implantação do EEP em São Ro-

que é outra questão de suma importância para viabi-

lizar o investimento. Para isto, o estado se compro-

meteu, por intermédio do Derba, a construir estradas

que assegurem o acesso de caminhões de carga até as

áreas de implantação do equipamento.

Ricardo Vieira, diretor de Desenvolvimento da Se-

cretaria da Indústria, Comércio e Mineração (SICM),

que também integrou a comitiva da visita, explica que

os canteiros São Roque e Enseada do Paraguaçu re-

presentam a retomada da indústria naval no estado.

“A Bahia agora parte para outra escala para aten-

der à demanda por grandes embarcações pelo maior

orçamento do país que é o da Petrobras”, reforça Viei-

ra, observando, ainda, que a expectativa é a atração

de novos investimentos para o estado com a vinda

de novas indústrias e de maior geração de emprego e

renda para a região. [bi]

“Temos o principal, que é a capacidade instalada de engenharia e potencial intelectual para tirar proveito dessa indústria naval de grande porte, que é algo novo no estado

José de Freitas Mascarenhas, presidente do Sistema FIEB

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�� Bahia Indústria

indicadoreS Números da Indústria

Indústria baiana fecha 2011 em desaceleração

em dezembro, a taxa anua-

lizada da produção física

da indústria de transfor-

mação da Bahia alcançou

-4,5%, mantendo a trajetória des-

cendente iniciada no último tri-

mestre do ano passado, fechando

o ano de 2011 com o quarto pior

resultado no ranking dos treze es-

tados que participam da PIMPF-R,

acima do Ceará, Espírito Santo e

Santa Catarina.

A queda (que contrasta com a

alta de 0,2% da média nacional)

reflete principalmente a interrup-

ção do fornecimento de energia

elétrica que atingiu o Nordeste

no início de fevereiro, com maior

impacto sobre o Polo Industrial de

Camaçari.

Tal resultado pode ser atribuí-

do à retração de cinco dos oito seg-

mentos pesquisados: Metalurgia

Básica (-10,7%), Refino de Petróleo

e Prod. de Álcool (-9,6%), Produtos

Na comparação com dezembro de 2010, a produção física da indústria de transformação apresentou queda de 4,7%, maior que a média nacional de -1,4%

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Bahia Indústria  ��

Químicos/Petroquímicos (-7,5%),

Veículos Automotores (-6,9%) e

Celulose e Papel (-1,1%). Por outro

lado, os segmentos de Alimentos

e Bebidas (7,7%), Minerais não-

metálicos (5,1%) e Borracha e

Plástico (4,6%) apresentaram re-

sultados positivos.

Na comparação de dezembro

de 2011 com igual mês do ano

anterior, a produção física da in-

dústria de transformação baiana

apresentou queda de 4,7% (con-

tra uma queda de 1,4% da média

nacional).

Apenas três dos oito segmen-

tos da Indústria de Transforma-

ção registraram queda da ativi-

dade, como segue: Refino de Pe-

tróleo e Prod. de Álcool (-24,1%,

influenciado em grande parte pe-

la paralisação técnica parcial em

unidade produtiva do setor, com

impactos sobre a produção de

óleo diesel, gasolina automotiva,

nafta petroquímica e gás lique-

feito de petróleo, GLP), Veículos

Automotores (-15,3%, redução da

produção de automóveis) e Pro-

dutos Químicos/Petroquímicos

(-0,3%, influenciado pela menor

produção de sulfato de amônia,

polietileno de alta densidade, e

adubos e fertilizantes).

MElhorEs dEsEMPENhosPor outro lado, cinco segmentos

registraram crescimento: Alimen-

tos e Bebidas (9,8%, em função

da maior produção de cervejas,

chope e refrigerantes), Borracha e

Plástico (6,9%), Metalurgia Básica

(1,7%), Celulose e Papel (1,3%), e

Minerais não-metálicos (0,4%).

A queda na produção de pe-

troquímicos, em virtude prin-

cipalmente da interrupção do

fornecimento de energia elétrica

verificada em fevereiro, foi o prin-

cipal fator responsável pelo de-

sempenho negativo da indústria

de transformação baiana em 2011.

As quedas nos segmentos de

Metalurgia Básica e Veículos

Automotores também foram de-

terminantes para a retração da

produção industrial do Estado.

Por outro lado, os segmentos pro-

dutores de bens de consumo per-

maneceram aquecidos, refletindo

o aumento do poder de compra da

população. [bi]

eSTadoS vArIAção (%)

dez11/dez10 jaN11-dez11/ jaN10-dez10

Indústria de

transformação (1) -4,7 -4,5

refino de Petróleo e

Produção de Álcool -24,1 -9,6

Produtos Químicos/

Petroquímicos -0,3 -7,5

veículos automotores -15,3 -6,9

alimentos e bebidas 9,8 7,7

celulose e Papel 1,3 -1,1

metalurgia básica 1,7 -10,7

borracha e Plástico 6,9 4,6

minerais não-metálicos 0,4 5,1

Extrativa mineral (2) -8,7 -2,3

São Paulo -3,2 0,2

minas Gerais -2,4 0,0

rio de Janeiro -0,4 2,6

Paraná 23,5 7,0

rio Grande do sul 3,2 1,9

Bahia -4,7 -4,5

santa catarina -10,9 -5,1

amazonas 3,7 4,1

espírito santo -6,5 -5,2

Pará 1,4 -1,6

Goiás 6,3 6,6

Pernambuco 3,8 0,0

ceará -7,4 -11,7

Brasil -1,4 0,2

Fonte IBGE; elaboração Fieb/SDI

eSTadoS vArIAção (%)

dez11/dez10 jaN11-dez11/ jaN10-dez10

produção física por estados: indústria de transformação

bahia: pim-pf de dezembro 2011JA

N

JUL

FEV

MA

R

AB

R

MA

I

JUN

AG

O

SET

OU

T

NO

V

DEZ

130

135

140

125

120

115

110

105

100

95

Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14); base = 100 (média 2002)

BAHIA - PRODUÇÃO FÍSICA DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO (2009 - 2011)

2009

2011

2010

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�� Bahia Indústria

o público-alvo da iniciativa são os beneficiários de programas sociais

SeNAI oferece 1.760 vagas do pronatecPor carolina Mendonça Fotos João alvarez

O Serviço Nacional de

Aprendizagem Indus-

trial (SENAI-BA) iniciou

em março cursos do

Programa Nacional de Acesso ao

Ensino Técnico e Emprego (Pro-

natec) em Salvador e Camaçari.

Na capital baiana, foram ofereci-

das mil vagas, distribuídas em 22

turmas. Já no município da RMS,

foram disponibilizadas 760 vagas

em 19 turmas. O público-alvo são

os beneficiários de programas de

transferência de renda com idades

entre 18 e 59 anos.

“Nossa expectativa é grande

em contribuir com este programa,

que vai qualificar profissionais

para o mercado de trabalho e con-

tribuir para a geração de renda

atendendo, principalmente, as

demandas da indústria baiana”,

disse a coordenadora do Pronatec

no SENAI, Rosângela Costa.

Em Salvador, além do SENAI, o

Instituto Federal de Educação, Ci-

ência e Tecnologia da Bahia (IFBA)

e o Serviço Nacional de Aprendi-

zagem Comercial (Senac) também

vão realizar ações de qualificação

profissional. As atividades foram

apresentadas no fim de janeiro pe-

lo secretário municipal do Traba-

lho, Assistência Social e Direitos

do Cidadão (Setad), Oscimar Tor-

res, durante coletiva de imprensa.

“O objetivo da prefeitura é in-

cluir nos cursos parte dos 147 mil

moradores de Salvador que têm

renda abaixo de R$ 70, de acordo

com dados do IBGE”, afirmou Tor-

res. O titular da Setad garantiu que

todos os alunos do Pronatec da ca-

pital serão cadastrados no Serviço

Municipal de Intermediação de

alunos em

aula do curso

de montador

de veículos

no laboratório

automotivo

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Bahia Indústria  ��

Mão de Obra (Simm), aumentando

as chances de empregabilidade.

Para o secretário de Cidadania

e Inclusão de Camaçari, Carlos

Silveira, esta é uma oportunidade

de inserção social para as famí-

lias beneficiárias dos programas

de transferência de renda. “São

cursos de alto nível, ministrados

por instituições reconhecidas, que

vão qualificar estas pessoas para

o trabalho. Dessa forma, não se dá

somente o peixe, se ensina a pes-

car”, defende.

coMBatE à EvasãoEm Salvador, os cursos do SE-

NAI serão oferecidos nas unidades

Dendezeiros, na Cidade Baixa, e

Cimatec, em Piatã. Já em Camaçari,

as aulas serão ministradas no anti-

go Laboratório Técnico Automotivo

(LTA). Além disso, outros locais fo-

ram identificados e disponibiliza-

dos, nos dois municípios, para que

os alunos matriculados consigam

manter a frequência às aulas.

“Foram feitas parcerias para

garantir espaços mais próximos

da população-perfil, como colé-

gios da rede pública, centros so-

ciais e associações de bairros”,

disse o gerente do SENAI Cetind,

Alex Santiago, que afirmou ainda

que a instituição investiu também

na contratação de profissionais e

adquiriu novos equipamentos pa-

ra atender às turmas do Pronatec.

“O acesso às aulas é fundamen-

tal para manter a presença dos

alunos nos cursos e evitar a eva-

são”, explica a gerente da Escola

Técnica do CIMATEC, Greta Mo-

reira. Por isso, está prevista pelo

programa assistência estudantil

para contribuir com as despesas

de transporte e lanche. O valor vai

depender da quantidade de horas

e da frequência dos participantes.

De acordo com a prefeitura de Salvador, parcerias

serão firmadas para dar um incentivo a mais aos par-

ticipantes: os alunos vão receber assistência em acui-

dade visual e ter acesso a atendimento odontológico.

“Esses apoios serão importantes porque boa parte

desta população já deixou a escola há algum tempo e

precisa de estímulos para voltar a estudar. Para mui-

tos, é preciso mais do que a possibilidade de incre-

mentar a renda, seja como empregado ou prestador

de serviços”, pontua o secretário Oscimar Torres.

Os interessados nestes cursos de qualificação do

Pronatec, que terão outras vagas abertas na capital

e outros municípios, devem ter o perfil (de idade e

condição social-econômica) determinado pelo pro-

grama. Além disso, é exigido o Ensino Fundamental

incompleto para todas as turmas, e outros graus de

escolaridade, a depender da área de conhecimento de

cada curso. [bi]

atividades complementares

Salvador

>Ajustador mecânico>Caldeireiro>Mecânico de manutenção de refrigeração e climatização doméstica>Eletricista instalador predial de baixa tensão>Mecânico de manutenção em Máquinas Industriais>Auxiliar de operações logísticas>Costureiro industrial do vestuário>Pedreiro de alvenaria>Operador de editoração eletrônica>Modelista>Auxiliar de transporte, movimentação e distribuição de cargas>Carpinteiro de obras>Marceneiro

Camaçari

>Almoxarife>Auxiliar de operações logísticas>Montador de andaimes>Padeiro>Pedreiro de alvenaria>Eletricista instalador predial de baixa tensão>Montagem e manutenção de computadores>Operador de processos químicos industrial>Eletricista industrial, caldeireiro>Costureiro industrial do vestuário>Modelista e mecânico de manutenção em transmissão manual automotiva

Informações pelo telefone (71) 3534-8090

alunos no laboratório de computação gráfica

curSoS oFerecidoS Na região meTroPoliTaNa

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30 Bahia Indústria

Proposta é aproveitar o resíduo da extração da fibra de sisal para criar novos produtos

AlBErTo CoUTINHo/SECoM

Sisal pode ser usado como fungicida e xampuO sisal pode ter aproveitamento de maior valor agregado, com a incorporação de novos usos.

Por exemplo, como xampu anticaspa, remédio para doenças de pele e acaricidas. A Secretaria

de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) desenvolve um projeto em parceria com instituições,

como o SENAI Cimatec e Embrapa, para reestruturar a cadeia produtiva do sisal. Na Bahia, o

produto é encontrado em 75 municípios, que concentram 95% da produção nacional. A fibra

crua de sisal é obtida por desfibramento. O resíduo da operação contém suco, mucilagem e

bucha. A fibra acabada de sisal representa somente 4% do peso da folha desfibrada. Portanto,

mais de 95% do peso geralmente é descartado. Para aproveitar o resíduo, a Secti encomendou

estudo que comprovou a eficácia de novos usos de produtos de sisal em aplicações diversas. A

pesquisa indicou o uso potencial do suco do sisal como fungicida, inseticida, carrapaticida e

antioxidante para alimentos e cosméticos.

jovens aprendizes participam de ambientação

No início de março, 24 jovens com idades entre 12 e 14 anos participaram do evento de

ambientação de contratação no programa Jovens Aprendizes, realizado no auditório do SESI

Retiro. Os novos contratados são oriundos do projeto Vira Vida do SESI, que busca promover a

elevação da autoestima e da escolaridade dos participantes. A partir de agora, além da escola

regular, eles farão o Curso de Aprendizagem Básica para Auxiliar de Rotinas Administrativas

Industriais, ministrado pelo SENAI. No entanto, o processo de formação dos jovens

compreende ainda aulas práticas e teóricas sobre empreendedorismo, cooperativismo,

qualidade de vida, além de atendimento psicossocial. A previsão é que o grupo se forme em

dezembro de 2013. Com a iniciativa, o Sistema FIEB cumpre a Lei 10.097/00, regulamentada

pelo Decreto n° 5.598, que determina que as empresas devem contratar jovens aprendizes

atendendo a uma cota mínima de 5% e máxima de 15% calculada sobre o total de empregados

cujas funções demandem formação profissional. A formação técnico-profissional deve ser

compatível com o desenvolvimento físico, moral, psicológico e social do jovem.

painel

Palestra naPolitécnicaO presidente da FIEB, José

Mascarenhas, ressaltou a

importância do engenheiro

para o desenvolvimento das

economias industrializadas

ao proferir palestra, no dia

14 de março, como parte das

comemorações pelos 115

anos da Escola Politécnica

da Ufba. Mascarenhas

pontuou que a engenharia

moderna converge para a

aplicação generalizada de

conhecimentos científicos

para a solução de problemas

da indústria e da sociedade.

“O engenheiro é o portador

das chaves para o

planejamento industrial,

novos investimentos,

produtividade e inovação”,

disse o presidente, que é

engenheiro civil. Ele

lembrou que há uma

crescente demanda por

estes profissionais no Brasil

e disse que a Federação

está empenhada em

contribuir para a superação

do déficit.

FieB congratulaSebraeA Feira do Empreendedor

2011, realizada pelo Sebrae

da Bahia, foi eleita pela 3ª

vez consecutiva a melhor do

circuito nacional. A FIEB,

que teve uma maior

participação no evento do

ano passado, parabeniza a

iniciativa voltada para

micro e pequenos

empresários e comemora o

estreitamento da parceria

com o Sebrae.

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Bahia Indústria  31

vAlTEr PoNTES

atletas participaram de corrida na abertura do festival, que reuniu o SESI Simões Filho e Federação Baiana de atletismo

Festival de atletismo reúne competidores Foi realizado no dia 11 de fevereiro o festival de Abertura FBA 2012, promovido pela Federação Bahiana de Atletismo, em

parceria com o SESI Simões Filho. Cerca de 30 atletas participaram de provas como salto em distância, salto em altura e corrida

(100, 400 e 1.500 metros rasos) masculinos e femininos. Serão realizadas 11 competições em 2012. O SESI Simões Filho é hoje o

palco principal das competições do calendário oficial do atletismo baiano. A pista da unidade, inaugurada em maio do ano

passado, integra o seleto grupo das 11 pistas do Brasil certificadas pela IAAF, associação internacional que congrega federações

da modalidade. As competições são um aquecimento para os Jogos do SESI 2012, que serão iniciados em março. A primeira

fase, municipal, é o passo inicial para quem deseja chegar ao nacional ou mesmo se credenciar para etapas internacionais.

Como novidade, o SESI vai organizar oficinas e treinamentos, visando a uma melhor preparação dos trabalhadores-atletas. Este

ano, os jogos serão classificatórios para os Jogos Nacionais do SESI de 2013, que acontecerão no Rio de Janeiro.

eja vai além da sala de aula Visitas a museus, exposições, cinema e pontos turísticos

fazem parte da programação escolar dos trabalhadores-alunos

das turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Serviço

Social da Indústria – SESI. Os alunos, que cursam a

alfabetização, o ensino fundamental e o médio, têm ainda a

oportunidade de sair da sala de aula e complementar seus

estudos com conhecimento cultural e artístico. A programação

é desenvolvida por meio do projeto de Enriquecimento do

Capital Cultural do SESI, que tem o propósito de despertar o

interesse dos trabalhadores e seus dependentes pelas

linguagens artísticas. São oferecidos ingressos, lanche e

transporte aos locais visitados. Além disso, os alunos

trabalham nas disciplinas os conteúdos abordados no passeio.

Para levar o programa para a sua empresa, entre em contato

com a unidade do SESI mais próxima. Trabalhadores-alunos do EJA da Cyrella foram ao cinema

DIvUlGAção

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3� Bahia Indústria

O que já é referência hoje,

tem um futuro ainda me-

lhor”, anunciou o presi-

dente da Federação das Indústrias

do Estado da Bahia (FIEB), José

Mascarenhas, durante a assina-

tura de contrato com a GPO-GMEC

Projetos e Obras para a construção

dos Cimatec 3 e 4. Os novos pré-

dios do Centro Integrado de Manu-

fatura e Tecnologia do SENAI-BA,

onde funcionarão um núcleo de

modelagem computacional e dois

centros nacionais de tecnologia,

um de logística e outro de confor-

mação mecânica, serão espaços

de pesquisa e formação profissio-

nal, voltados para as demandas da

indústria brasileira.

Orçada em R$ 78 milhões, a

ampliação do Cimatec vai expan-

dir a capacidade de atendimento

ao setor. “Em relação à capaci-

tação profissional, por exemplo,

o número de alunos dos cursos

presenciais, que atualmente está

em oito mil, vai dobrar, podendo

chegar a cerca de 20 mil ao ano. Is-

so sem contar com a atuação edu-

cacional nas empresas”, explicou

o superintendente do SENAI-BA,

Leone Peter.

O Cimatec 3 terá um núcleo de

Modelagem Computacional e Re-

alidade Virtual, que vai possibi-

litar o aumento da produtividade

com menos custos e riscos para

as empresas. Já no Cimatec 4 vão

Cimatec ganharánovas unidadesUnidades 3 e 4 do Cimatec vão abrigar centros nacionais de logística e conformação mecânica

josé

mascarenhas e

josé Bonifácio

Pinto jr., da

gPo-gmec

Projetos e

obras, assinam

contrato

joão AlvArEz

funcionar um centro de referência

em logística, onde serão realiza-

das pesquisas em desenvolvimen-

to e gestão de produtos, além do

centro de conformação mecânica

e fundição, em que serão produ-

zidas peças de metal robustas

(como equipamentos para navios)

e também peças de acabamentos

mais fino, feitas pelo processo de

estampagem, a exemplo das car-

rocerias de automóveis.

A concepção do projeto e a ca-

pacitação das equipes são fruto

de parcerias firmadas com a Uni-

versidade de Aachen e o Instituto

Fraunhofer IML, da Alemanha,

instituições de referência interna-

cional em tecnologia nas áreas-

foco das novas unidades do Cima-

tec. “Os centros serão os primeiros

do Brasil e os maiores da América

Latina. Nossos esforços e investi-

mentos têm como objetivo apoiar

a indústria mecânica na Bahia”,

afirmou o presidente da FIEB, José

Mascarenhas.

As obras de edificação das no-

vas unidades, que devem durar

14 meses, foram iniciadas um mês

antes de o Cimatec completar uma

década de vida. Inaugurado em 20

de março de 2002, o Centro Inte-

grado de Manufatura e Tecnologia

do SENAI-BA oferece, atualmente,

formação profissional e serviços

tecnológicos em diversas áreas de

competência, como automação e

produção industrial, energia e mi-

croeletrônica. Para o mês comemo-

rativo, estão previstos eventos com

a presença de autoridades. [bi]

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Bahia Indústria  33

ideiaS

Por reinaldo saMPaio

No Brasil, as populações metropo-

litanas estão se tornando, involun-

tariamente, menos produtivas e

mais infelizes, por conta da deses-

truturação física das cidades e da

imobilidade do tráfego urbano. O

excesso de tempo dispendido para

locomover-se é um crime contra a

produtividade e o desenvolvimen-

to, por consumir de modo inútil o

tempo de trabalho e de realização

dos indivíduos e é também um cri-

me contra as pessoas, por acabar

com o seu tempo de existência.

Esse “mal-estar metropolitano”

decorre de decisões políticas que

preterem o planejamento de lon-

go prazo em favor do atendimento

de questões tópicas; fragmentos

de uma totalidade não percebida.

Salvador, infelizmente, faz parte

dessa realidade.

O planejamento da metrópole

deve estar subordinado a uma for-

ma de análise sistêmica da reali-

dade global; isto é, a uma compre-

ensão das realidades presentes,

de que modo refletem o período

histórico atual e suas repercus-

sões sobre a sociedade e o espaço

territorial.

Como afirmava Milton Santos “a

questão urbana é uma totalidade

menor, dentro de uma totalidade

maior; a lógica nacional e global”.

Planejar Salvador exige saber co-

mo lidar com antigas tendências

que parecem incompreendidas por

sucessivos gestores: a mais óbvia é

a macrourbanização; a metrópole

não é uma unidade, mas um con-

junto de municípios que interagem

social e economicamente, tendo

O mal-estar metropolitano

a própria metrópole como núcleo;

outro desafio, da Bahia e do Nor-

deste em geral, é a concentração da

população e da pobreza na Região

Metropolitana.

Tal fenômeno decorre da rare-

fação da população rural, liberada

pelo avanço técnico-científico das

atividades rurais e que, na ausên-

cia de cidades médias dotadas de

infraestruturas adequadas, seu

destino é a Capital, onde grande

parte dessa população não é ab-

sorvida pelas atividades modernas

e tende à exclusão ou a reproduzir

formas econômicas atrasadas, per-

petuadoras das desigualdades.

Nas economias avançadas, ob-

serva-se o fenômeno da “desme-

tropolização”; a redução do papel

relativo da metrópole, através da

reprodução nas cidades médias,

das chamadas hegemonias metro-

politanas, permitindo absorver e

requalificar a força de trabalho li-

berada do campo. No nosso caso,

o que observamos é a “involução

metropolitana”, a desestruturação

física da cidade, a imobilidade im-

produtiva e o aumento da pobreza.

Lembremos os ensinamentos

do Mestre Milton Santos sobre

a questão urbana: de que não é

possível compreendê-la isolada-

mente nem subordiná-la a um pla-

nejamento limitado e restritivo. A

antevisão do futuro é que permite

planejar a modernização dos siste-

mas de engenharia e dos sistemas

sociais transformadores da reali-

dade, cujos respectivos níveis de

complexidade, tecnicidade e ca-

pitalização definem em que medi-

da o território e a sociedade estão

aptos para incorporar e reproduzir

reinaldo Sampaio é vice-presidente da FiEB e coordena o comitê de Portos e o conselho de comércio Exterior da FiEB

O mal-estar metropolitano decorre de decisões políticas que preterem o planejamento de longo prazo, em favor do atendimento de questões tópicas

“as formas contemporâneas de de-

senvolvimento.

O que caracteriza a atual civili-

zação, nos seus últimos 40 anos, é

o incessante desenvolvimento e di-

fusão da ciência e da técnica, que

intensifica a divisão social do tra-

balho, através da crescente espe-

cialização das pessoas, das empre-

sas e dos territórios. O processo de

desenvolvimento, somente é possí-

vel ocorrer, nos espaços territoriais

nos quais a sociedade e os atores

econômicos dispõem da produção

e da fluidez da tecnologia, da edu-

cação, da informação, das finanças

e da mobilidade dos fatores produ-

tivos e das pessoas, em condições

eficientes e competitivas.

Atender a esses imperativos é

pré-condição para o desenvolvi-

mento. No caso de Salvador, a ci-

dade social e a cidade econômica

precisam conduzir a sua relação

dialética em favor de mútuos inte-

resses; uma Cidade Global, atrati-

va aos externos e acolhedora e hu-

mana com os seus, precisa dispor

das condições fundamentais pro-

motoras do desenvolvimento.

Essa é a questão política funda-

mental que deveria nortear o diá-

logo da sociedade com os preten-

dentes a gestor da Metrópole. [bi]

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livros

leitura&entretenimento

Bahia Indústria 3�

o x da questãoO “x” presente no nome de cada uma das

empresas de Eike Batista, ícone do sucesso

no mundo dos negócios, é símbolo da

multiplicação de riqueza, ousadia,

criatividade e capacidade de execução. Em

O X da Questão, o maior empreendedor

brasileiro narra suas aventuras de

desbravador, desde os maiores sucessos

até as experiências que não deram certo e

os erros cometidos. Eike Batista expõe

ainda o arsenal teórico que está na origem

de tantos negócios bem-sucedidos.

a Filha do meioGanhador do Prêmio Yanka Rudzka, da Funceb, A Filha do

Meio é um espetáculo de dança/teatro com um toque musical,

que tem concepção artística e direção de Leila Gomes. A

montagem apresenta a primeira dança-novela de palco, com

todos os dramas e personagens que permeiam uma grande

trama novelística, com direito a cenas dos próximos capítulos e

intervalos comerciais. O espetáculo contempla várias

expressões artísticas, como: dança, teatro, música, recursos de

áudio, cenografia, dentre outras, para tentar transpor para o

palco toda a agilidade, carga dramática e expectativa de um

novo capítulo que só uma novela pode oferecer.

Problemas? oba!O profissional que quer fazer sucesso tem

que adorar resolver os problemas dos

outros. A empresa que quiser crescer tem

que resolver os problemas de seus clientes

melhor do que os concorrentes.

A obra tem como objetivo ajudar as

pessoas a perceberem que um problema é

um grande oportunidade de crescer.

Resolver um problema é aproveitar a

chance de mostrar sua competência no

trabalho, seu valor como profissional e

também de ganhar mais dinheiro.

O X da QuestãoPsicologia para Administradores – Integrando teoria e práticaEike Batista, Editora Sextante / Gmt, 160p. R$ 23,80

Problemas? Oba! - A Revolução para Você Vencer no Mundo dos NegóciosRoberto Shinyashiki, Editora Gente, 164p. R$ 24,90

DIvUlGAção

DIvUlGAção

Festival de uma cia Só – commedia dell arteA Commedia Dell Arte, vertente do teatro italiano que se

caracteriza pela prática do improviso, inspira esta produção,

que a cada noite oferece ao público um espetáculo diferente.

As apresentações são criadas a partir de roteiros do século

XVII, num show de improvisação protagionizado por uma

única companhia de atores. Os roteiros possuem argumento,

tradução e adaptação do diretor Marcus Villa Góis, que

desenvolve pesquisa de doutorado na qual estuda a

dramaturgia na Commedia Dell Arte. A companhia é

formada por sete atores, que se revezam nos diversos papéis.

não perca Teatro SESI, qua e qui., às 20 horas, até dia 20.4. R$ 20 (inteira) e R$10 (meia). Gratuito para industriários e dependentes

não perca Teatro SESI, sab e dom., às 20 horas, até dia 29.4. R$ 20 (inteira) e R$10 (meia). Mais informações: (71) 3616-7060

teatro

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Encaixe sua empresa entre as melhores da indústria.

Participe da maior premiação para boas práticas em responsabilidadesocial empresarial. Inscreva sua prática.Período de inscrição: 02 de Abril a 31 de Julho/2012Informações: (71) 3343-1490/1538 ou procure uma Unidade SESI da sua região.Saiba mais no site www.sesi.org.br/psqt2012

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