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Sónia Isabel Oliveira Matos
Desenvolvimento de um modelo deprevisão do coeficiente de transferênciade calor na interface polímero-calibrador
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calib
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Universidade do MinhoEscola de Engenharia
dezembro de 2013
Tese de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes aoGrau de Mestre em Engenharia de Polímeros
Trabalho efetuado sob a orientação deProfessora Doutora Olga CarneiroProfessor Doutor Miguel Nóbrega
Sónia Isabel Oliveira Matos
Desenvolvimento de um modelo deprevisão do coeficiente de transferênciade calor na interface polímero-calibrador
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
v
Agradecimentos
Para a construção e desenvolvimento de uma tese de mestrado é necessário um
bom acompanhamento tanto a nível académico como pessoal.
Em primeiro lugar quero agradecer à Professora Olga Sousa Carneiro e ao
Professor João Miguel Nóbrega pelo convite, ajuda e acompanhamento no decorrer do
trabalho realizado.
Quero também agradecer aos meus colegas de trabalho Armando Rafael Macedo
da Mota e à Filipa Araújo pela ajuda prestada durante o trabalho que permitiu a
elaboração e finalização desta tese de mestrado.
O maior agradecimento vai para a minha Mãe por todo o carinho, motivação,
compreensão para além dos esforços e sacrifícios passados durante os anos de
realização do meu curso. Agradeço também ao meu Pai e à minha Irmã por todo o
apoio.
Agradeço aos meus amigos Juliana Azevedo, Joana Matos, Pedro Ribeiro, Marta
Carvalho e especialmente ao meu namorado Silvério Azevedo pela compreensão e
ternura sempre manifestados e pelo orgulho com que sempre reagiram aos meus
resultados académicos e pessoais.
Por último mas não menos importante agradeço a toda a equipa da Academia Arte
Nobre, em especial para o meu Mestre, que sempre nos ensinou e motivou a nunca
desistir dos nossos objetivos.
vi
vii
Resumo
O processo de extrusão de perfis é um método de produção contínuo de produtos
termoplásticos. Alguns exemplos de produtos finais obtidos por este processo são
molduras para janelas, calhas de cortinas, entre outros.
As propriedades termo-reológicas dos materiais poliméricos dificultam o seu
processamento particularmente o aquecimento e/ou arrefecimento. Estas etapas definem
normalmente o tempo de produção de peças plásticas, pois são as que mais demoram.
Tal facto deve-se essencialmente à baixa capacidade de conduzir calor dos plásticos.
O processo de extrusão de produtos plásticos sofre alterações e melhorias todos os
dias, uma vez que nos dias de hoje o mercado exige mais rapidez e melhores produtos.
Isso levou ao desenvolvimento de programas de simulação numérica permitindo assim
reproduzir os processos reais mas sem desperdícios de tempo e recursos.
No que diz respeito à modelação do arrefecimento de perfis extrudidos, ainda
poucos trabalhos foram desenvolvidos, pois a maior dificuldade encontrada consiste na
atribuição de um valor adequado para o coeficiente de transferência de calor polímero-
calibrador (h). Este parâmetro é de difícil caracterização e influencia significativamente
a taxa de arrefecimento.
No decorrer deste trabalho foi utilizado um protótipo desenvolvido para
caraterizar h incorporado numa linha típica de extrusão e um sistema de modelação
numérica. O estudo tinha como objetivo identificar quais as variáveis do processo que
mais influenciam o valor de h.
viii
ix
Abstract
The profile extrusion process is a continuous method to produce thermoplastic
products. Some examples of final products obtained by this process are moldings for
windows, drapes tracks, among others.
The thermo-rheological properties of polymeric materials difficult its processing,
particularly the heating and/or cooling. These are usually the stages that take the most
time in the process of plastic piece productions because these are bad conductors.
The extrusion processes of plastics products suffers modifications and upgrades
every day given nowadays the market requires faster and better products.
In what considers the profile cooling modeling few researches were developed,
because the most difficulty found is the assignment of the coefficient of heat transfer in
the polymer-calibration interface (h). This is a parameter of difficult categorization and
which significantly influences the cooling rate.
In this work we used a prototype developed to characterize h incorporated in
typical extrusion line and a numerical modulation system. The study aimed to identify
the process variables that influence the value of h.
x
xi
Índice
Agradecimentos ................................................................................................................ v
Resumo ........................................................................................................................... vii
Abstract ............................................................................................................................ ix
Listas de Figuras ............................................................................................................ xiii
Lista de Tabelas .............................................................................................................. xv
Capítulo 1 – Introdução .................................................................................................... 4
1.1. Estado de arte ..................................................................................................... 9
1.1.1. Transferência de calor entre dois materiais ................................................ 9
1.1.2. Métodos utilizados na avaliação do coeficiente de transferência de calor
na interface polímero-calibrador ............................................................................. 11
1.2. Motivação e objetivos ...................................................................................... 13
1.3. Estrutura de tese ............................................................................................... 13
Capítulo 2- Materiais e Métodos .................................................................................... 18
2.1. Materiais .......................................................................................................... 18
2.1.1. Materiais poliméricos ............................................................................... 18
2.1.2. Insertos metálicos do calibrador ............................................................... 20
2.2. Métodos ........................................................................................................... 21
2.2.1. Sistema protótipo e metodologia de cálculo de h ..................................... 21
2.2.2. Experiências de extrusão .......................................................................... 30
Capítulo 3- Apresentação e discussão dos resultados .................................................... 36
3.1. Montagem e verificação do protótipo .............................................................. 36
3.1. Estudo do coeficiente de transferência de calor na interface PS-calibrador .... 39
3.2. Estudo do coeficiente de transferência de calor na interface ABS-calibrador. 44
Capítulo 4- Conclusões e Propostas para trabalhos futuros ........................................... 52
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 56
xii
Anexos ............................................................................................................................ 60
Anexo 1- Ficha técnica do Poliestireno (PS - Edistir 158K da BASF) ....................... 60
Anexo 2- Ficha técnica do Acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS - Ronfalin TRE39 da
JGP Perrite) ................................................................................................................ 61
Anexo 3- Ficha técnica do Aço ................................................................................... 62
Anexo 4- Ficha técnica do Alumínio .......................................................................... 63
Anexo 5- Calculo do caudal ........................................................................................ 64
Anexo 6- Cuidados a ter aquando a execução do trabalho experimental ................... 65
Anexo 7- Gráficos onde se pode verificar as temperaturas da fita, à saída do
calibrador e dada pela simulação nos estudos realizados com o PS ........................... 66
Anexo 8- Gráficos onde se pode verificar as temperaturas da fita, à saída do
calibrador e dada pela simulação nos estudos realizados com o ABS ........................ 71
xiii
Listas de Figuras
Figura 1- Esquema de uma linha de extrusão típica [3]
..................................................... 4
Figura 2- Representação esquemática de linha de extrusão com um estágio de calibração
constituído por um único calibrador [5]
............................................................................. 7
Figura 3- Representação esquemática de linha de extrusão com um estágio de calibração
constituído por três calibradores de comprimentos total igual ao do calibrador único da
Figura 2 [5]
. ........................................................................................................................ 7
Figura 4- Transferência de calor entre dois materiais onde o contacto não é perfeito [6]
.
........................................................................................................................................ 10
Figura 5- Esquema representativo do aquecimento de polímeros, (1) representa um
polímero semi-cristalino e o (2) um polímero amorfo. [14]
............................................. 19
Figura 6- Diagrama esquemático que ilustra todos os componentes da linha e acessórios.
........................................................................................................................................ 21
Figura 7- Linha de extrusão constituída por: (1) extrusora PERIPLAST O25 x 25D; (2)
sistema e calibração-arrefecimento e (3) rolos de puxo PERIPLAST PUXO PT 70 x 450.
........................................................................................................................................ 22
Figura 8- Contacto do perfil extrudido de poliestireno (1) com os rasgos do calibrador
(2). .................................................................................................................................. 22
Figura 9- Desenho do sistema de calibração protótipo [17]
............................................. 23
Figura 10-Representação dos módulos do calibrador com os canais de vácuo e fluido de
arrefecimento (1 e 3) e com vários módulos ajustáveis (2) [17]
...................................... 24
Figura 11- Desenho 3D dos módulos do calibrador (1- módulo primário, 2- inserto) [20]
........................................................................................................................................ 24
Figura 12- Saída do perfil extrudido no sistema de rolos de puxo. ................................ 25
Figura 13- Sistema de Puxo ............................................................................................ 25
Figura 14- Subsistema utilizado para o processo de modelação numérica [6]
. ............... 25
Figura 15- Fluxograma da metodologia adotada para a determinação dos valores de h e
hc. ................................................................................................................................... 26
Figura 16- Representação das temperaturas medidas pelos sensores de infravermelhos
(IR) num perfil termoplástico extrudido antes e após a passagem pelo calibrador ........ 27
Figura 17- Representação de três tentativas de cálculo de hc para a mesma condição de
processamento. ............................................................................................................... 28
xiv
Figura 18- Representação de três tentativas de cálculo de h para a mesma condição de
processamento. ............................................................................................................... 28
Figura 19- Exemplo de temperaturas medidas pelos termopares (experimentalmente)
numa determinada condição de processamento e as temperaturas dadas pela respetiva
equação. .......................................................................................................................... 29
Figura 20-Temperatura medida pelos sensores aquando a extrusão de uma fita
retangular com variação das distâncias dos sensores à fita ............................................ 37
Figura 21- Temperatura medida pelos sensores aquando a extrusão de uma fita
retangular com adição de pigmento ................................................................................ 38
Figura 22- Efeito da variação da pressão de vácuo para o h na interface PS-Aço e PS-
Alumínio. ........................................................................................................................ 40
Figura 23- Efeito da variação da temperatura de extrusão para o h na interface PS-Aço
PS-Alumínio. .................................................................................................................. 41
Figura 24- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando
a temperatura do extrudido está a 230⁰C para o h na interface PS-Aço PS-Alumínio. . 41
Figura 25- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando
a temperatura do extrudido está a 215⁰C para o h na interface PS-Aço PS-Alumínio. . 42
Figura 26- Efeito da variação da pressão de vácuo para o h na interface ABS-Aço e
ABS-Alumínio. ............................................................................................................... 46
Figura 27- Efeito da variação da temperatura de extrusão para o h na interface ABS-Aço
ABS-Alumínio. ............................................................................................................... 46
Figura 28- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando
a temperatura do extrudido está a 230⁰C para o h na interface ABS-Aço ABS-Alumínio.
........................................................................................................................................ 47
Figura 29- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando
a temperatura do extrudido está a 215⁰C para o h na interface ABS-Aço ABS-Alumínio.
........................................................................................................................................ 47
xv
Lista de Tabelas
Tabela 1- Algumas propriedades térmicas e físicas dos materiais poliméricos utilizados
........................................................................................................................................ 20
Tabela 2- Algumas propriedades térmicas e físicas dos materiais metálicos utilizados 21
Tabela 3- Valores utilizados para o processamento de amostras padrão ....................... 30
Tabela 4- Condições de processamento realizadas em laboratório (o (r) em frente do
valor da pressão de vácuo significa referencia, é o valor utilizado em todas as
experiencias com o respetivo comprimento de calibração). ........................................... 31
Tabela 5- Estudos realizados para a verificação do correto funcionamento dos sensores
de Infravermelhos ........................................................................................................... 36
Tabela 6- Resultados do estudo do h na interface PS-Aço ............................................. 43
Tabela 7- Resultados do estudo do h na interface PS-Alumínio .................................... 44
Tabela 8- Resultados do estudo do h na interface ABS-Aço ......................................... 48
Tabela 9- Resultados do estudo do h na interface ABS-Alumínio ................................. 49
Tabela 10- Velocidades lineares de extrusão e puxo ...................................................... 64
1
2
Capítulo 1
Introdução
3
4
Capítulo 1 – Introdução
A extrusão de perfis é um método de produção contínuo de produtos plásticos,
como por exemplo persianas, calhas elétricas e caixilharia de portas e janelas, entre
outros [1]. Os perfis obtidos por este método podem ter geometria muito diversa e
apresentar espessuras diferentes.
O processo de extrusão de perfis em polímeros termoplásticos divide-se
habitualmente em três etapas, esquematizadas na Figura 1. Numa fase inicial uma
extrusora funde, homogeneiza e pressuriza o material, sendo posteriormente enformado
numa cabeça de extrusão para se obter uma geometria de secção transversal, semelhante
à desejada para o produto final [2]. Em seguida, o perfil é sujeito a um processo de
calibração/arrefecimento, assegurando assim as dimensões desejadas. No caso de o
arrefecimento não ser suficiente após a calibração, este pode ser continuado pela sua
imersão em água, que é renovada de forma a manter a temperatura média de
arrefecimento. Esta fase de arrefecimento pode também ser efetuada por um sistema de
Spray, que permite um arrefecimento mais eficaz. Por último, procede-se ao seu puxo a
velocidade constante, corte e armazenamento [2].
Figura 1- Esquema de uma linha de extrusão típica [3]
Em processamento de plásticos, como a extrusão de perfis, o polímero fundido
tem um comportamento complexo, ou seja, os fenómenos reológicos tornam difícil a
obtenção de uma secção transversal, com dimensões precisas e rigorosas [3]. Por esta
razão, a etapa de calibração/arrefecimento é normalmente assegurada por um calibrador,
ou vários em série, onde o calibrador tem dupla função: (i) assegurar as dimensões
finais do perfil, forçando o seu contacto com a parede interna do calibrador, através da
utilização de vácuo e (ii) promover um rápido arrefecimento inicial, formando uma
5
„casca‟ sólida que confira ao polímero a rigidez necessária para as fases seguintes do
processo [3].
A calibração pode ser realizada com pressão interna (ar comprimido) ou externa
(por vácuo), verificando-se o contacto direto com o calibrador (calibração seca), ou
então podendo existir um filme de água entre o calibrador e o perfil (designada de
calibração húmida) [1 e 4]. No primeiro caso o calor é removido através do contacto
entre as superfícies do calibrador e do perfil, enquanto no segundo parte do calor é
removido por convecção para o fluido de arrefecimento. Normalmente são utilizados
vários calibradores em série, separados por zonas relativamente curtas de ar, designadas
por zonas de recozimento. Durante a etapa de calibração/arrefecimento ocorre a
transferência de calor das zonas mais quentes (interior) do polímero para as que estão a
temperaturas inferiores (exterior), minimizando assim as tensões residuais de origem
térmica e aumentando a eficiência de transferência de calor entre o polímero e o
calibrador [5].
O aquecimento e/ou arrefecimento de materiais poliméricos é um processo crítico,
uma vez que estes materiais têm baixa difusividade térmica [6]. Daí resulta que, quando
o polímero entra em contacto com a superfície do calibrador, forma-se uma camada
externa rígida, enquanto o interior se mantém no estado fundido. Ao arrefecer, o
polímero tem tendência a contrair; a camada exterior poderá fazê-lo, mas as interiores
vão ter a sua contração restringida pela camada externa contígua que já solidificou,
portanto, rígida, desenvolvendo-se assim tensões no material. Estas poderão ser
parcialmente relaxadas, porém as remanescentes (apelidadas de tensões residuais de
origem térmica) vão permanecer no extrudido, afetando negativamente o seu
desempenho em serviço. Surge então a necessidade de usar uma taxa de arrefecimento
adequada para minimizar a possibilidade de ocorrência de distorção do extrudido e/ou
não comprometer o seu desempenho [3]. Outro requisito no processo de
arrefecimento/calibração é baixar a temperatura do extrudido para valores inferiores ao
da sua temperatura de solidificação, de modo a assegurar a sua integridade ao longo da
linha de extrusão, após o processamento [5]. Os critérios referidos anteriormente são,
normalmente, conflituantes, pelo que se torna difícil determinar quais as condições de
processamento mais favoráveis [3 e 5]. Assim o processo de calibração/arrefecimento
do ponto de vista térmico deve assegurar um arrefecimento a uma taxa uniforme de
modo a minimizar e/ou evitar a indução de tensões residuais no material [3].
6
Devido ao elevado número de variáveis envolvidas na fase de
calibração/arrefecimento e à necessidade de melhorar o desempenho do processo, é
necessário recorrer à utilização de ferramentas numéricas, capazes de calcular a
evolução dos campos de temperaturas no polímero. Apesar da sua enorme relevância,
apenas nos anos setenta e oitenta apareceram as primeiras tentativas de modelar o
arrefecimento de perfis termoplásticos [5]. Desde essa altura têm-se desenvolvido
modelos numéricos progressivamente mais complexos, que tentam reproduzir com rigor
o processo real [3]. A maior dificuldade encontrada na utilização de códigos de
modelação numérica desta fase de calibração/arrefecimento consiste na atribuição do
valor adequado para o coeficiente de transferência de calor (h) entre a superfície do
calibrador e do polímero [5]. Essa atribuição torna-se complexa uma vez que h é
dependente de diversas variáveis do processamento e pode assumir valores muito
distintos [6].
O desempenho térmico de um sistema de calibração/arrefecimento é influenciado
por um amplo conjunto de fatores, particularmente as soluções construtivas adotadas
para o calibrador (metal utilizado para construção dos insertos, dimensão total do
calibrador, dimensão e disposição dos canais de arrefecimento), as condições de
processamento (pressão de vácuo, temperatura de extrusão, temperatura do fluído de
arrefecimento, velocidade de extrusão e de puxo), as propriedades dos materiais
utilizados (condutividade térmica, calor especifico, entre outras) e a geometria do perfil
extrudido (espessura) [5].
Para melhor compreender a fase de calibração/arrefecimento foram realizados
estudos cujo objetivo foi analisar a influência de algumas variáveis do processo [3 e 5].
Estes estudos permitiram concluir que a velocidade de extrusão é um parâmetro
fundamental para se conseguir um arrefecimento eficiente. Sabe-se que quanto menor
for a velocidade de extrusão mais favoráveis serão as condições para o arrefecimento,
dado que se consegue uma grande homogeneidade da temperatura ao longo do perfil e
ao mesmo tempo a uma menor temperatura (devido ao maior tempo de residência no
calibrador). Contudo, esta solução não é aceitável, pois a taxa de produção é afetada
negativamente [5].
Analisando os resultados referentes à temperatura do fluído de arrefecimento,
verificou-se que quanto mais baixa esta for mais rápido será o arrefecimento da
7
superfície do perfil. No entanto, quando o arrefecimento ocorre desta forma pode
também dar origem a tensões residuais, tendo em conta que não são criadas as
condições necessárias para que o campo de temperaturas desenvolvido no perfil tenda
para uma uniformidade [5].
No que concerne a soluções construtivas foram realizados dois estudos diferentes:
dividiu-se um calibrador único em 3 unidades independentes, com o mesmo
comprimento total (Figuras 2 e 3) e foram experimentadas diferentes disposições
espaciais para os canais de arrefecimento.
Figura 2- Representação esquemática de linha de extrusão com um estágio de calibração
constituído por um único calibrador [5]
Figura 3- Representação esquemática de linha de extrusão com um estágio de calibração
constituído por três calibradores de comprimentos total igual ao do calibrador único da Figura 2 [5]
.
Mostrou-se que quando são utilizados vários calibradores em série se consegue
um arrefecimento mais eficiente, parecido com o que se consegue com a diminuição da
velocidade de extrusão, mas sem afetar a taxa de produção. Neste caso, o perfil entra em
contacto com o calibrador, formando uma camada externa mais arrefecida; quando se
encontra nas zonas b, c e d, designadas por zonas de recozimento, ocorre uma
uniformidade na distribuição das temperaturas do perfil, isto porque existe a
transferência de calor das partes mais quentes (interior do polímero) para as partes mais
frias (superfície do perfil). Este facto origina um arrefecimento a taxa uniforme,
evitando e/ou minimizando a indução de tensões residuais e, ao mesmo tempo, o
8
arrefecimento no calibrador subsequente torna-se mais eficiente dado haver um aumento
da temperatura superficial do extrudido [5].
No mesmo trabalho mostrou-se que as vantagens resultantes de uma maior
densidade de canais de arrefecimento (em ziguezague) não são significativas. Ou seja,
na prática as alterações conseguidas não são compensadas pelos custos elevados de
maquinagem [5].
Com os trabalhos acima descritos concluiu-se que a única forma lógica de
melhorar o desempenho do sistema de arrefecimento sem comprometer a taxa de
produção é dividir o comprimento total do calibrador em várias unidades independentes.
Tanto o comprimento, como a distância das unidades independentes, influenciam a
temperatura média do perfil extrudido assim como o desvio padrão [3].
Deste modo, após a análise do trabalho descrito pode-se afirmar que parâmetros
como o acabamento da superfície da unidade de calibração, o nível de vácuo, a
diferença de temperaturas entre o polímero e a superfície do calibrador, o comprimento
do calibrador e o fluído de arrefecimento usado (água ou ar) afetam o arrefecimento
podendo ou não desta forma influenciar o valor de h [6]. No entanto, poucos estudos
referentes a este assunto foram já realizados sendo normalmente adotados valores de h
que variam desde 10 a 10 000 W/m2K [6]. Alguns autores estimam empiricamente h,
considerando a eficácia local do contacto entre o perfil e o calibrador, a partir de
observações do padrão de desgaste do calibrador [5]. Os valores de h podem também
ser estimados utilizando uma estratégia de problema inverso, ou seja, determinar os
valores do coeficiente de transferência de calor através de simulações numéricas,
partindo do conhecimento prévio dos correspondentes campos de temperaturas reais
(medidos experimentalmente) [5].
A aplicação direta do método de determinação inversa de h apresenta vários
problemas, especialmente associados à medição das temperaturas do extrudido ao longo
da sua calibração. Isto acontece porque a medição da temperatura do perfil plástico ao
longo do sistema de calibração/arrefecimento exige a utilização de termopares
embebidos no material que se devem mover com o perfil [6]. Esta monitorização é mais
fácil de realizar entre dois calibradores consecutivos por exemplo, visto que dispensa a
utilização de sensores de contacto, mas as medições dependem do valor de emissividade
utilizado nos aparelhos de medição (infravermelhos) sem contacto [5].
9
As propriedades térmicas dos materiais e os fluxos térmicos desenvolvidos ao
longo de um processo de extrusão são fundamentais para garantir a obtenção de um
produto final com boa qualidade. Desta forma, verifica-se que a maior parte do calor
removido do extrudido ocorre através do contacto com o calibrador e, em seguida a
partir do calibrador, ou seja, através do fluído de refrigeração que circula nos canais de
arrefecimento. As perdas de calor pelo extrudido para o meio envolvente não têm
grande relevância uma vez que estas não tomam valores significativos, podendo então
ser desprezadas [3]. Por outro lado, as condições na interface polímero-calibrador são
fundamentais, pois são responsáveis pela remoção de uma grande parte do calor
existente no perfil extrudido, dependendo da qualidade do seu contacto [5].
No âmbito deste trabalho, pretende-se então caracterizar o coeficiente de
transferência de calor (h) utilizando recursos e metodologia já desenvolvidos, tais como,
o sistema protótipo de calibração/arrefecimento, uma linha de extrusão em que este se
insere, um sistema de aquisição de dados e um código de modelação numérica. Com o
referido sistema serão realizadas experiências de extrusão em diferentes condições que
permitirão (por modelação inversa) caracterizar h. Finalmente, os valores de h
determinados permitirão avaliar a importância de cada um dos fatores testados.
1.1. Estado de arte
1.1.1. Transferência de calor entre dois materiais
O valor adotado para o coeficiente de transferência de calor na interface polímero-
calibrador é um parâmetro essencial para uma correta modelação do arrefecimento, uma
vez que influencia significativamente a taxa de arrefecimento [6]. O inverso deste é
normalmente designado por resistência de contacto e está relacionada com a diferença
de temperatura na interface entre dois materiais quando atravessada por um fluxo de
calor.
Em problemas de transferência de calor é muito difícil a existência de contacto
perfeito entre dois materiais, principalmente devido à existência de rugosidade
superficial e ao movimento relativo entre eles. Desta forma, nos casos em que o
contacto não é perfeito, (Figura 4) verifica-se uma descontinuidade no perfil de
10
temperaturas da interface e a sua magnitude é proporcional à resistência de contacto,
não existindo apenas condução de calor mas também convecção forçada [6].
Figura 4- Transferência de calor entre dois materiais onde o contacto não é perfeito [6]
.
O fluxo de calor na interface polímero-metal é igual em ambos os domínios e
desta forma a Equação 1 permite quantificar as temperaturas [5]:
( )
(
)
(1)
( )
onde T é a temperatura do meio, k é a condutividade térmica, h é o coeficiente de
transferência de calor na interface, n é o vetor normal da superfície, p e c que se
encontram em índice, significam polímero e calibrador, respetivamente [5]. Desta
maneira, a determinação da resistência de contacto, ou do seu inverso, exige a medição
das temperaturas das superfícies na interface. Em extrusão de perfis isto significa que se
tem de medir a temperatura na superfície do calibrador que se encontra em contacto e a
do polímero no mesmo local, o que não é possível pois este procedimento afetaria o
processo de transferência de calor na interface [6].
11
1.1.2. Métodos utilizados na avaliação do coeficiente de transferência
de calor na interface polímero-calibrador
Apesar do arrefecimento de polímeros ser um processo fundamental, poucos
estudos foram desenvolvidos na tentativa de o modelar. Todavia esses modelos eram
apenas aplicáveis em condições ideais, ou seja, com temperaturas e espessuras
uniformes [7, 8 e 9]. Mais tarde, foi desenvolvido um modelo de elementos finitos 2D
(FEM), onde se podia considerar qualquer dimensão da secção transversal do extrudido,
mas ignorando o fluxo axial de calor [10]. A inclusão da difusão axial de calor foi
conseguida através do modelo corrigido de corte (CMS) que é um modelo híbrido 2D e
pode lidar com problemas tridimensionais [11]. Foi também desenvolvido e validado
um algoritmo que compreende um código 3D com base no modelo de volumes finitos
(FVM), este permitiu modelar as trocas térmicas num processo de
calibração/arrefecimento e que contém também uma rotina de otimização, onde o
objetivo é determinar as condições ideais de arrefecimento [3].
Uma das maiores dificuldades encontradas, para modelar o arrefecimento foi
saber qual o valor adequado a atribuir ao coeficiente de transferência de calor na
interface polímero-calibrador, uma vez que este é um dos parâmetros que mais
influencia a taxa de arrefecimento e por sua vez é difícil de quantificar [5 e 6].
Diferentes metodologias foram adotadas por diferentes autores, com o objetivo de
determinar o coeficiente de transferência de calor na interface polímero-calibrador [5].
Devido ao problema na medição das temperaturas experimentais, referido
anteriormente, alguns autores desenvolveram alternativas com o objetivo de ultrapassar
esta dificuldade [6].
Um dos estudos mais complexos foi desenvolvido por Pittman e Whithan, onde o
objetivo era estudar o arrefecimento de um tubo. Para tal recorreram a uma unidade de
termopar especial que engloba quatro termopares, inseridos na parede do tubo a
profundidades distintas e após a extrusão a posição exata de cada um deles foi
determinada por raios-x. Este método permitiu caracterizar a evolução das temperaturas
ao longo da espessura do tubo e determinar o coeficiente de transferência de calor após
a realização de simulações computacionais. Esta solução provou ser útil para extrusão
de tubos nos casos em que o arrefecimento é feito por imersão em água. Isso não era
12
possível em casos onde o arrefecimento é induzido por um calibrador, pois a estrutura
física que suporta os termopares impediria a passagem pelo calibrador [6].
Outro estudo desenvolvido sobre a transferência de calor em extrusão de perfis foi
publicado por Mousseau. Para este estudo foi construído um dispositivo de calibração
instrumentado, que juntamente com um Software de simulação 2D, permitiu determinar
os fluxos de calor na interface polímero-calibrador. O trabalho desenvolvido é muito
completo e permitiu compreender todos os fenómenos de transferência de calor durante
o arrefecimento. No entanto, apresenta-se bastante complexo no que alude ao cálculo da
resistência térmica na interface polímero-calibrador. Uma das dificuldades na análise
destes dados diz respeito ao vácuo ser aplicado dos dois lados da fita, exigindo assim a
identificação dos pontos de contacto entre a superfície da fita e do calibrador ao longo
do seu comprimento. Para este estudo os investigadores utilizaram dois calibradores
semelhantes, um transparente para a monitorização dos pontos de contacto e um
metálico para a obtenção dos dados necessários. Para além desta dificuldade, os
termopares foram introduzidos nos insertos metálicos do calibrador, tornando desta
forma impossível de adotar soluções construtivas distintas, como a utilização de insertos
metálicos construídos de materiais com propriedades diferentes [6].
Devido às dificuldades experimentais em medir as temperaturas de um perfil
termoplástico aquando a calibração/arrefecimento foi criada uma nova metodologia para
cálculo de h. Esta metodologia compreende um protótipo de calibração/arrefecimento e
um método de modelação numérica [6]. Desta forma é possível estudar uma variada
gama de parâmetros com o objetivo de identificar quais os que influenciam
significativamente h.
Durante a execução do trabalho experimental os termopares inseridos no
calibrador permitiram ler e registar as temperaturas, que mais tarde são utilizadas para
definir a condição de contorno das superfícies superior e laterais dos blocos metálicos.
Para além deste parâmetro é necessário conhecer um conjunto adicional de dados de
entrada. Em seguida, o código numérico utiliza uma metodologia iterativa a fim de
definir o valor de dois parâmetros, nomeadamente o coeficiente de transferência de
calor por convecção natural (hc) e o coeficiente de transferência de calor na interface
polímero-calibrador (h). A principal desvantagem desta metodologia é o cálculo de h e
hc ser um processo de tentativa erro, tornando-se num procedimento moroso.
13
1.2. Motivação e objetivos
Os avanços realizados ao nível da engenharia permitem um desenvolvimento e
resolução de problemas de forma mais eficaz e rápida. Muitas pessoas investiram o seu
tempo e energia em projetos de investigação para que num futuro próximo as condições
sejam melhores. Nos dias de hoje recorre-se a Softwares de modelação numérica para a
resolução de vários problemas de engenharia. Esses modelos permitem realizar estudos
sistemáticos sobre os processos que modelam, mas para isso, deverão ser previamente
validados através de experiências reais. A utilização de códigos de modelação numérica
permite uma poupança de tempo e dinheiro.
Tal como descrito na secção acima, poucos estudos foram desenvolvidos acerca
do arrefecimento de perfis plásticos extrudidos. Este facto leva à necessidade de uma
adequada caracterização de h, uma vez que este influência a taxa e arrefecimento. Desta
forma, com o objetivo de resolver este problema, o presente trabalho foca-se na
caracterização de h. Assim, um dos aspetos fundamentais do estudo é considerar o
maior número de variáveis possível, com o objetivo de mais tarde perceber quais as que
influenciam significativamente h. Existe um vasto conjunto de parâmetros a variar, tais
como: o material, o comprimento do calibrador, os níveis de vácuo aplicados, a
temperatura do fluido de refrigeração e a temperatura de extrusão. Para isso, foi
implementada e explorada uma metodologia anteriormente desenvolvida e apresentada
no Capítulo seguinte.
1.3. Estrutura de tese
Este documento está organizado por Capítulos, que relatam diferentes fases do
trabalho desenvolvido. Num capítulo inicial, Capítulo 1, é apresentada a razão deste
trabalho, numa introdução geral onde são abordadas as várias etapas do processo. É
também apresentado o estado de arte acerca do coeficiente de transferência de calor e os
métodos utlizados para a sua avaliação, por último, são descritos os objetivos e a
motivação do trabalho. No Capítulo 2 são citados os materiais utilizados e descrito o
procedimento adotado no decorrer do trabalho. Neste capítulo é referida a metodologia
14
de cálculo de h, e apresentado o sistema protótipo desenvolvido para
calibração/arrefecimento do perfil extrudido. No Capítulo 3 são apresentados os
resultados e a sua respetiva discussão. De forma a finalizar esta tese é apresentada uma
conclusão geral, juntamente com algumas sugestões para futuros trabalhos relacionados.
15
16
Capítulo 2
Materiais e Métodos
17
18
Capítulo 2- Materiais e Métodos
2.1. Materiais
Um dos objetivos deste trabalho é a realização do estudo do coeficiente de
transferência de calor na interface polímero-calibrador para materiais com
características distintas, particularmente, a condutividade térmica, o calor específico e
massa volúmica.
2.1.1. Materiais poliméricos
No caso dos materiais poliméricos foram utilizados dois materiais amorfos, visto
que, o seu arrefecimento ocorre de forma contínua e linear, assim como o seu
aquecimento (Figura 5) [13]. Foram escolhidos termoplásticos amorfos uma vez que
estes amolecem progressivamente numa gama alargada de temperaturas, enquanto os
semi-cristalinos passam do estado sólido ao fundido numa gama estreita de
temperaturas. O mesmo facto verifica-se aquando o arrefecimento. Outra vantagem na
utilização de materiais amorfos surge devido ao nível de contração ser menor do que o
dos materiais semi-cristalinos, sendo desta forma possível obter maiores graus de
precisão [14]. Para tal foram realizadas experiências com o Poliestireno (PS - Edistir
158K da BASF) e o Copolímero de acrilonitrilo, butadieno e estireno (ABS - Ronfalin
TRE39 da JGP Perrite). As suas fichas técnicas encontram-se nos Anexos 1 e 2,
respetivamente.
19
Figura 5- Esquema representativo do aquecimento de polímeros, (1) representa um polímero semi-
cristalino e o (2) um polímero amorfo. [14]
O Poliestireno é um termoplástico fácil de processar, que resulta da polimerização
do monómero de estireno. É um polímero rígido, frágil e transparente, ao contrário do
ABS que é opaco, devido ao butadieno e resistente ao impacto. O ABS apresenta um
alargado leque de propriedades em função das percentagens relativas dos seus
constituintes, desde resistência a abrasão, processabilidade e dureza (concedidas pelo
estireno), resistência química e brilho (dadas pela percentagem de acrilonitrilo) e
flexibilidade (devido ao butadieno). Em seguida, na Tabela 1, estão apresentadas os
valores de algumas propriedades térmicas relativas aos materiais poliméricos utilizados.
Ambos os materiais referidos são amorfos e desta forma apenas apresentam uma
temperatura de transição vítrea. A transição vítrea é um processo termodinâmico de
segunda ordem e ocorre tanto nos polímeros amorfos como nos semi-cristalinos.
Através desta transição podemos obter a temperatura à qual o polímero passa de um
estado “vítreo” para um estado “maleável”. A essa temperatura dá-se o nome de
temperatura de transição vítrea, Tg. Abaixo de Tg não existe mobilidade molecular daí é
impossível a ocorrência de processos termodinâmicos e termofísicos. A transição vítrea
ocorre sempre nas zonas amorfas (sem orientação molecular) dos polímeros. Esta
transição é caracterizada pela variação da capacidade calorifica (Cp). A transição vítrea
apresenta-se na Figura 5 como uma deslocação ascendente da cura.
20
Tabela 1- Algumas propriedades térmicas e físicas dos materiais poliméricos utilizados
Massa Volúmica (kg/m3) Calor Especifico (kJ/kg.K) Condutividade Térmica (W/mK)
PS 1050 2.05 0.17
ABS 1050 1.2 0.17
2.1.2. Insertos metálicos do calibrador
No que alude aos materiais dos insertos metálicos constituintes do calibrador
foram realizadas experiências com o aço (Aço Stavax ESR) e com o alumínio (Certur
Liga 5083 H 111 (Al Mg 4,5 Mn)) (nos Anexos 3 e 4 encontram-se as respetivas fichas
técnicas de cada material).
O aço é uma liga metálica constituída principalmente por ferro e carbono,
podendo ser classificado de quatro formas distintas, nomeadamente: a quantidade em
percentagem de carbono; a composição química; a constituição da microestrutura e
quanto à sua aplicação [15]. O aço utilizado nos insertos metálicos é inoxidável, tem
boa capacidade de polimento (podendo ser mais ou menos rugoso), boa resistência ao
desgaste, é fácil de maquinar e tem boa estabilidade no endurecimento sendo ideal para
ferramentas de alta performance.
O alumínio é um elemento químico que à temperatura ambiente se encontra no
estado sólido, é o elemento metálico mais abundante na crosta terrestre e tem um
conjunto de propriedades que possibilita a sua utilização numa grande área de
aplicações [16]. Este material tem boa soldabilidade, alta resistência mecânica e à
corrosão, especialmente à água do mar. É normalmente utilizado em equipamentos
mecânicos e em construções soldadas de alta resistência.
Neste trabalho foi adotada uma construção metálica com alta resistência ao
desgaste e inoxidável, como características principais. Na Tabela 2 estão apresentadas
as propriedades mais relevantes para o estudo, dos materiais metálicos utilizados.
21
Tabela 2- Algumas propriedades térmicas e físicas dos materiais metálicos utilizados
Massa Volúmica (kg/m3) Calor Especifico (kJ/kg.K) Condutividade Térmica (W/mK)
Aço 7800 0.46 16
Alumínio 2730 0.90 123
2.2. Métodos
2.2.1. Sistema protótipo e metodologia de cálculo de h
Para caracterizar adequadamente e em detalhe o coeficiente de transferência de
calor na interface polímero-calibrador (h), foi desenvolvido um protótipo composto por
uma cabeça de extrusão e um calibrador modular instrumentado [17]. O protótipo
integrará uma linha de extrusão, esquematizada na Figura 6, constituída por uma
extrusora e um sistema de puxo. O perfil extrudido tinha a geometria de uma fita
retangular e as suas dimensões dependiam das condições do processamento. Associado
ao protótipo encontra-se: um termorregulador, uma bomba de vácuo, um medidor de
fluxo e um sistema de aquisição de dados.
Figura 6- Diagrama esquemático que ilustra todos os componentes da linha e acessórios.
Cada um dos equipamentos desempenha funções diferentes, a extrusora funde,
homogeneiza e pressuriza o material, enquanto a fieira a ela acoplada define a geometria
do perfil (Figura 7). Em seguida o “sistema protótipo” vai arrefecer e estabelecer as
22
dimensões desejadas para o perfil. Este processo é possível devido ao gradiente de
pressões criado pela bomba de vácuo, que vai forçar o extrudido contra a superfície do
calibrador. O protótipo tem incorporado uma distribuição espacial de canais de
arrefecimento, onde o fluído circundante é a água. O caudal de água, que percorre os
canais de arrefecimento é controlado pelo medidor de fluxo, enquanto a temperatura da
água é controlada com recurso a um termorregulador. O sistema de aquisição de dados
permite o registo das temperaturas medidas experimentalmente. O sistema de puxo é a
última etapa do processo de extrusão e promove o estiramento do perfil.
Figura 7- Linha de extrusão constituída por: (1) extrusora PERIPLAST O25 x 25D; (2) sistema e
calibração-arrefecimento e (3) rolos de puxo PERIPLAST PUXO PT 70 x 450.
Este trabalho foca-se essencialmente no que acontece na etapa de calibração-
arrefecimento. O “sistema protótipo”, como já referido, tem o objetivo de arrefecer e
estabelecer as dimensões desejadas ao perfil, conseguido essencialmente através do
gradiente de pressões criado pelo vácuo, uma vez que este é capaz de manter o perfil em
contacto com o calibrador (Figura 8). Permitindo em simultâneo a observação e registo
das temperaturas tanto nos módulos do calibrador como do perfil extrudido.
Figura 8- Contacto do perfil extrudido de poliestireno (1) com os rasgos do calibrador (2).
3 2 1
1 2
23
Este sistema é suportado por uma estrutura de metal, esquematizada na Figura 9.
Na parte inferior e superior ao calibrador existe uma régua, que tem como função
suportar os sensores de infravermelhos. Os sensores de infravermelhos possibilitam a
medição das temperaturas do perfil antes e após a passagem pelo calibrador.
Figura 9- Desenho do sistema de calibração protótipo [17]
No sistema de calibração são incorporados cinco termopares em cada módulo do
calibrador (Figura 10), três na superfície superior e um em cada lateral. Todos os
módulos possuem canais de arrefecimento, que permitem a refrigeração do perfil a uma
temperatura controlada, e rasgos de vácuo na superfície de contacto com o polímero,
cuja pressão poderá ser também variada. Destes módulos, o primeiro e o último têm
metade do comprimento dos centrais. Para além disso são os únicos que não podem ser
retirados para alterar o comprimento total do calibrador, por possuírem canais de
entrada e saída do fluído de arrefecimento e os canais de entrada de vácuo.
Todas as temperaturas recolhidas pelos termopares e pelos sensores de
infravermelhos são registadas por um sistema de aquisição de dados e mais tarde serão
utilizadas no cálculo iterativo de h.
24
Figura 10-Representação dos módulos do calibrador com os canais de vácuo e fluido de
arrefecimento (1 e 3) e com vários módulos ajustáveis (2) [17]
Para o calibrador utilizou-se uma construção modular pois permite estudar com
facilidade alguns dos parâmetros que poderão afetar h. Os parâmetros que dizem
respeito às soluções construtivas adotadas para o calibrador e que podem ser estudados
são o acabamento da superfície de contacto, o metal utilizado e o comprimento total do
calibrador. Desta forma o protótipo foi desenvolvido com diferentes módulos, em que o
módulo principal (Figura 11 (1)) alojará um inserto (Figura 11 (2)) que poderá ser
construído de diferentes metais e possuir diferentes acabamentos superficiais. Foram
ainda construídos vários módulos, possibilitando assim a realização de experiências
com diferentes comprimentos de calibração.
Figura 11- Desenho 3D dos módulos do calibrador (1- módulo primário, 2- inserto) [20]
No que diz respeito ao trabalho experimental, o último passo refere-se ao puxo do
perfil (fita retangular) por um sistema de rolos de puxo (Figura 12 e 13). Nestes a
velocidade linear de puxo deve ser superior à velocidade linear de extrusão. A diferença
25
de velocidades lineares foi comprovada através do cálculo do caudal para ambos os
materiais, PS e ABS (ver Anexo 5).
Figura 12- Saída do perfil extrudido no
sistema de rolos de puxo.
Figura 13- Sistema de Puxo
Aquando a realização do trabalho experimental devem ser tomados determinados
cuidados (no Anexo 6 encontram-se listados alguns deles).
Após a conclusão do trabalho experimental e com o auxílio de um programa de
simulação numérica procede-se à determinação do coeficiente de transferência de calor
na interface polímero-metal e ao coeficiente de convecção natural do ar. O programa de
simulação numérica modela o comportamento do sistema, considerando um subsistema
constituído pelos módulos do calibrador e pela fita extrudida (Figura 14) [6].
Figura 14- Subsistema utilizado para o processo de modelação numérica [6]
.
26
Para a resolução deste problema de transferência de calor 3D é necessário um
conjunto de dados de entrada, tais como, a geometria do sistema, as condições de
fronteira e as propriedades mais relevantes, tanto do polímero como do metal [6]. Em
seguida o código numérico é utilizado de forma iterativa (Figura 15) a fim de definir o
valor de dois parâmetros, o coeficiente de transferência de calor por convecção natural
(hc) e o coeficiente de transferência de calor na interface polímero-calibrador (h).
Figura 15- Fluxograma da metodologia adotada para a determinação dos valores de h e hc.
A introdução dos respetivos dados de entrada é necessária para cada caso em
estudo, esses dados dizem respeito à geometria do sistema (nomeadamente o
comprimento do calibrador e o material constituinte dos insertos), a distribuição de
temperaturas na superfície do calibrador, as propriedades dos materiais, tanto dos
polímeros como dos metais (nomeadamente condutividade térmica, calor específico,
27
massa volúmica), as temperaturas do perfil extrudido lidas pelos sensores de
infravermelhos antes (Tin) e após (Tout) a passagem pelo calibrador (Figura 16) e a
velocidade linear.
Figura 16- Representação das temperaturas medidas pelos sensores de infravermelhos (IR) num
perfil termoplástico extrudido antes e após a passagem pelo calibrador
Em seguida através do programa de simulação numérica é possível estipular um
valor para hc e para h podendo-se então realizar as simulações 3D de transferência de
calor. No caso de nos resultados obtidos se observar que as Tin são similares às
temperaturas calculadas pelo código de modelação numérica de transferência de calor,
diz-se que hc é igual a hc estipulado para a condição estudada, caso contrário deve ser
repetido o procedimento até as temperaturas terem um erro entre os 0⁰C e os 5⁰C.
No exemplo apresentado na Figura 17, inicialmente foi estipulado um hc igual a
20W/m2K verificando-se após a realização das simulações 3D que as Tin não são
similares às temperaturas calculadas pelo código de modelação numérica. Assim, é
necessário verificar se as Tin são superiores ou inferiores às temperaturas calculadas
pelo código de modelação numérica de transferência de calor, de forma a identificar
qual o valor de hc estipulado que deve adotado em seguida. Neste caso hc estipulado foi
aumentado para 40W/m2K, no entanto esse valor tornou-se excessivo. Quando foi
estipulado um valor de hc igual a 30W/m2K verificou-se que a curva de simulação
sobrepôs perfeitamente os pontos correspondentes às temperaturas medidas
experimentalmente (sombreado da Figura 17), podendo-se desta forma dizer que o valor
de hc para esta condição é igual a 30W/m2K.
Calibrador Tin
Tout
28
Figura 17- Representação de três tentativas de cálculo de hc para a mesma condição de
processamento.
Para determinar o h na interface polímero-metal segue-se um procedimento
semelhante ao utilizado para o cálculo de hc, com a diferença que neste caso as
temperaturas dadas pela simulação devem sobrepor-se às temperaturas de saída, Tout, tal
como é apresentado na Figura 18.
Figura 18- Representação de três tentativas de cálculo de h para a mesma condição de
processamento.
29
Antes deste processo é necessário conhecer as temperaturas lidas pelos termopares
incorporados no calibrador e ajustá-las através de uma equação que descreve a
distribuição real de temperaturas nas fronteiras do inserto que não contacta o polímero.
A Equação 2 representa de forma paramétrica a distribuição de temperaturas em cada
módulo do calibrador.
( ) (
)
(2)
onde,
(3)
e
(4)
onde x e y são as coordenadas dos pontos em que a temperatura foi medida (localização
dos termopares) na direção de extrusão e ao longo da largura do calibrador,
respetivamente, e a1, a2, a3, a4, b1, b2, b3, b4, c e d são constantes. As constantes são
determinadas com o auxílio da ferramenta Solver em Excel. Este cálculo é realizado
com o objetivo de ajustar o modelo de distribuição de temperaturas às medidas
experimentalmente (Figura 19). As temperaturas calculadas com os coeficientes são
consideradas uma condição de fronteira e são utilizadas como um dado de entrada no
programa de simulação numérica para o cálculo iterativo de h.
Figura 19- Exemplo de temperaturas medidas pelos termopares (experimentalmente) numa
determinada condição de processamento e as temperaturas dadas pela respetiva equação.
30
2.2.2. Experiências de extrusão
O início do trabalho experimental foi centrado em determinar as condições de
processamento que asseguraram a extrusão e calibração-arrefecimento da fita (Tabela
3). Esta fase foi demorada, tendo como requisito encontrar o conjunto dos parâmetros
descritos, para que estes garantissem o bom funcionamento de todo o sistema.
Tabela 3- Valores utilizados para o processamento de amostras padrão
Condições de Processamento PS/ABS Unidades
Perfil de temperaturas de extrusão 205 – 215 – 225 – 230 ºC
Velocidade de extrusão 16,7 RPM
Velocidade de puxo 0.0175 m/s
Temperatura do fluido de arrefecimento 35 ºC
O estudo do coeficiente de transferência de calor na interface polímero-
calibrador foi realizado para dois materiais poliméricos: PS e ABS. Estas
experiências tinham como fundamento identificar quais os parâmetros que mais
influenciam h e por consequência a eficàcia do arrefecimento de materiais plásticos.
Desta maneira, foram realizadas experiências onde se estudou o efeito das
condições de processamento e das soluções construtivas adotadas para o calibrador.
Em cada material polimérico foi analisado o efeito do arrefecimento aquando o seu
contacto com metais diferentes (aço (St) e alumínio (Al)) e com diferentes
comprimentos do calibrador (L). Por sua vez para cada comprimento foi analisado o
efeito da pressão de vácuo (v), da temperatura do fluído de refrigeração (Tf) e do
perfil de temperaturas de extrusão (Te) (Tabela 4). Estas escolhas deram
seguimento aos trabalhos anteriormente desenvolvidos, e perspectivava que uns
parâmetros tivessem mais influência do que outros, especialmente, as que envolvem
o efeito do atrito. Isto porque o coeficiente de transferência de calor polímero-
calibrador é o inverso da resistência de contacto e esta por sua vez depende da
rugosidade das superfícies em contacto e da pressão que mantém as duas superfícies
em contacto.
Através de figuras obtidas para cada estudo, semelhantes à Figura 18, é
possível saber qual a temperatura da fita à saída do calibrador (representada por
pontos) e a temperatura calculada pela simulação numérica (reproduzida pelas
31
curvas). Aquando da análise de resultados é importante verificar essas
temperaturas, pois, um h maior pode nem sempre significar um arrefecimento mais
eficaz o que pode ser comprovado pelas temperaturas finais do perfil extrudido.
Tabela 4- Condições de processamento realizadas em laboratório (o (r) em frente do valor da
pressão de vácuo significa referencia, é o valor utilizado em todas as experiencias com o respetivo
comprimento de calibração).
PS ABS Insertos metálicos L (mm) v (bar) Te (⁰C) Tf (⁰C) v (bar) Te (⁰C) Tf (⁰C)
St
300
0.35(r)
230 35
0.40(r)
230 35
27 27
215 35
215 35
27 27
0.30 230 35 0.35 230 35
0.40 230 35 0.45 230 35
150
0.20(r)
230 35
0.30(r)
230 35
27 27
215 35
215 35
27 27
0.15 230 35 0.25 230 35
0.25 230 35 0.35 230 35
50
0.20(r)
230 35
0.30(r)
230 35
27 27
215 35
215 35
27 27
- - - 0.25 230 35
- - - 0.35 230 35
Al
300
0.45(r)
230 35
0.45(r)
230 35
27 27
215 35
215 35
27 27
0.40 230 35 0.40 230 35
0.50 230 35 0.50 230 35
150
0.35(r)
230 35
0.40(r)
230 35
27 27
215 35
215 35
27 27
0.30 230 35 0.35 230 35
0.40 230 35 0.45 230 35
50
0.35(r)
230 35
0.35(r)
230 35
27 27
215 35
215 35
27 27
- - - 0.30 230 35
- - - 0.40 230 35
32
Em seguida, são apresentadas as combinações das experiências realizadas, com a
notação apresentada na tabela, que permitiram estudar o efeito dos parâmetros indicados
anteriormente. Desta forma, o conjunto de experiências, com condições fixas de
processamento, para as quais se variou a pressão de vácuo (v) para o PS e para o ABS
foi:
1. PS + St
Al +
L300
L150
L50
+ 230⁰C + 35⁰C
2. ABS + St
Al +
L300
L150
L50
+ 230⁰C + 35⁰C
No que se refere, ao estudo do efeito da temperatura do fluído de arrefecimento
(Tf), optou-se por realizar o seguinte conjunto de experiências:
3. PS + St
Al +
L300
L150
L50
+ 215⁰C
230⁰C + v(r)
4. ABS + St
Al +
L300
L150
L50
+ 215⁰C
230⁰C + v(r)
onde v(r) significa o valor da pressão de vácuo utilizado nestas experiências.
Quanto ao efeito da temperatura de extrusão (Te) o estudo foi realizado através da
análise do conjunto seguinte de experiências:
5. PS + St
Al +
L300
L150
L50
+ 35⁰C + v(r)
6. ABS + St
Al +
L300
L150
L50
+ 35⁰C + v(r)
Os resultados obtidos, a análise e discussão dos mesmos são apresentados no
Capítulo 3.
33
34
Capítulo 3
Resultados e Discussão
35
36
Capítulo 3- Apresentação e discussão dos
resultados
Neste Capítulo é inicialmente apresentado um estudo prévio às experiências de
extrusão, este tinha como fundamento verificar a qualidade e precisão dos sensores de
infravermelhos. Estes são um dos equipamentos acessórios ao protótipo e
indispensáveis, uma vez que permitem a medição das temperaturas do perfil extrudido
sem contacto com o mesmo.
Quanto aos resultados das experiências realizadas (Tabela 4), são em seguida
divididos em duas secções. Assim sendo, a divisão será entre o estudo do coeficiente de
transferência de calor na interface PS-calibrador e ABS-calibrador.
3.1. Montagem e verificação do protótipo
A falta de qualidade nos equipamentos utilizados pode resultar em valores
falaciosos, desta forma é necessário antes de qualquer outro trabalho, realizar um estudo
sobre o rigor das medições dos equipamentos e ferramentas de simulação utilizados. No
final da montagem da linha de extrusão e calibração/arrefecimento, realizaram-se
ensaios de forma a verificar a precisão das medições dos sensores de infravermelhos.
Com esse intuito foram então realizados dois estudos distintos, referidos na Tabela 5,
onde se pretendia verificar se existiam diferenças nas temperaturas medidas. Estes
ensaios tinham como objetivo determinar o efeito da distância dos sensores de
infravermelhos à fita extrudida e a opacidade do material nas leituras realizadas.
Tabela 5- Estudos realizados para a verificação do correto funcionamento dos sensores de
Infravermelhos
1º Estudo Alteração da distância dos sensores de
infravermelhos à fita extrudida
a 37mm
b 43mm
c 40mm
2º Estudo Opacidade da fita extrudida (material PS) Adição de pigmento azul
37
1º Estudo- Determinação do efeito da distância dos sensores de infravermelhos à fita
extrudida
Em primeiro lugar, realizaram-se experiências onde se alteraram as distâncias dos
sensores à fita e como se pode observar na Figuras 20, representada em seguida, não
existe variação das temperaturas.
Figura 20-Temperatura medida pelos sensores aquando a extrusão de uma fita retangular com
variação das distâncias dos sensores à fita
Neste estudo foram utilizados um total de seis sensores, posicionados acima do
calibrador, dois deles estão colocados entre a extrusora e o calibrador (sensor 1 e 2) de
forma a monitorizar as temperaturas à saída da extrusora, enquanto os outros quatro
estão localizados entre o calibrador e os rolos de puxo (sensor 3, 4, 5 e 6).
Dado que, o estudo em questão se fundamenta no arrefecimento da fita após a
passagem pelo calibrador, e os sensores que monitorizam esse arrefecimento são os
quatro últimos, apenas se alterou a distância destes à fita. As quebras representadas na
Figura 20 pelos números (1) e (2), dizem respeito ao espaço de tempo em que foi
realizada a alteração da distância dos sensores à fita.
A primeira parte do gráfico, correspondente à letra a diz respeito a uma distância à
fita de 37mm, esta é considerada como distância padrão, ou seja, à qual são feitas todas
as experiências de extrusão. Enquanto a letra b representa uma distância dos sensores à
fita de 43mm e a c de 40mm.
0
50
100
150
200
250
1700 2200 2700 3200 3700 4200 4700 5200 5700
Tem
pe
ratu
ra (°C
)
Tempo (s)
sensor 1
sensor 2
sensor 3
sensor 4
sensor 5
sensor 6
2
b c
1
a
38
2º Estudo- Determinação do efeito da opacidade da fita extrudida
Em seguida, foram realizadas experiências onde o material utilizado foi o
poliestireno com adição de pigmento azul, tornando o perfil opaco. Neste caso também
não se verificaram diferenças nas temperaturas lidas pelos sensores de infravermelhos
(ver Figura 21).
Figura 21- Temperatura medida pelos sensores aquando a extrusão de uma fita retangular com
adição de pigmento
Neste trabalho experimental foram posicionados seis sensores de infravermelhos
numa régua de suporte abaixo do calibrador, de forma a monitorizar a temperatura do
perfil ao longo da passagem pelo calibrador. O número 1 representado na Figura 21
mostra uma pequena variação das temperaturas, esta oscilação corresponde à alteração
de polímero transparente para opaco, pois a fita deixou de estar em contacto com a
superfície do calibrador.
Este estudo permitiu concluir que os equipamentos utilizados estão a funcionar
corretamente. Verificou-se também que os sensores permitem medir de forma igual a
temperatura tanto em polímeros transparentes (transmitem luz), como em polímeros
opacos. O mesmo se observou quando foram alteradas as distâncias dos sensores à fita.
Uma vez verificada a funcionalidade de todos os equipamentos e determinadas as
condições de processamento, foi dado início ao trabalho de caracterização do
coeficiente de transferência de calor na interface polímero-calibrador.
0
50
100
150
200
250
200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
Tem
pe
ratu
ra (°C
)
Tempo (s)
sensor 1
sensor 2
sensor 3
sensor 4
sensor 5
sensor 6
1
39
3.1. Estudo do coeficiente de transferência de calor na interface
PS-calibrador
Foram executados ensaios para o estudo do arrefecimento do PS, quando este
esteve em contacto com dois metais distintos, o aço e o alumínio. Em ambos os casos
foi analisado o efeito da variação da pressão de vácuo, da temperatura do fluído de
arrefecimento (água), da temperatura de extrusão e do comprimento do calibrador. Em
seguida, são apresentados os valores obtidos para o h nas experiências realizadas com a
interface PS-Aço na Tabela 6 e PS-Alumínio na Tabela 7, assim como o hc, a
temperatura da fita à saída do calibrador e a temperatura calculada pela simulação
numérica, as figuras onde se podem verificar estas temperaturas são apresentadas no
Anexo 7. Para melhor se entender a variação de h com as condições de processamento
estudadas, são também apresentadas figuras que mostram o efeito da pressão de vácuo
(Figura 22), da temperatura do extrudido (Figura 23) e da temperatura do fluído (Figura
24 e 25), em todos os casos está implícito o efeito da variação do comprimento do
calibrador.
Nos ensaios realizados para o PS, à medida que se vai diminuindo o comprimento
do calibrador é necessário diminuir também a pressão de vácuo, pois, esta torna-se mais
eficiente visto que o comprimento dos canais a percorrer é também menor. Este facto
observa-se nas experiências de ambos os materiais, sendo mais notório no caso do PS.
Um exemplo são as experiências realizadas com apenas dois módulos do calibrador
(comprimento de 50mm), onde se diminuiu a pressão de vácuo e mesmo assim, apenas
foi possível efetuar o estudo a temperaturas mais baixas.
Em geral em todos os ensaios realizados com o PS, h aumenta quando se diminui
o comprimento do calibrador. Isto acontece, porque o comprimento dos canais de
vácuo, diminuem proporcionalmente ao comprimento do calibrador, permitindo desta
forma um contacto eficaz calibrador-polímero, no entanto o tempo de contacto é
reduzido, obtendo-se no final da calibração perfis com temperaturas mais elevadas.
Na análise do estudo do efeito da variação da pressão de vácuo (Figura 22),
verifica-se que com o aumento desta, o h também aumenta, este facto deve-se à maior
qualidade do contacto na interface polímero-calibrador, aumentando também a
40
eficiência do arrefecimento do perfil extrudido. Porém, o aumento da pressão de vácuo
está restringido, uma vez que, existe infiltração do material nas cavidades dos canais de
transmissão de vácuo, caso a pressão seja excessiva. Isto acontece, porque apesar de a
fita apresentar alguma consistência ainda se encontra no estado fundido.
Na Figura 22 pode-se observar que é possível realizar experiências com uma
pressão de vácuo mais elevada, quando a construção do calibrador escolhida é o
alumínio e que mesmo assim os valores de h obtidos são inferiores. Assim, após a
análise dos resultados pode-se afirmar que adotando a construção do aço, consegue-se
um arrefecimento mais eficaz da fita. Estes factos devem-se à qualidade do contacto
existente entre o metal e o polímero, ou seja, os resultados obtidos revelam que os
insertos de alumínio possam ter rugosidade superior aos insertos de aço.
Figura 22- Efeito da variação da pressão de vácuo para o h na interface PS-Aço e PS-Alumínio.
Na Figura 23 estão apresentados os resultados obtidos para o estudo do efeito da
variação da temperatura do extrudido. Nota-se que, com o aumento de Te a tendência de
h é também de aumentar. Isto acontece devido ao material se encontrar mais quente, e
desta forma apresenta maior flexibilidade podendo ter uma maior aderência à superfície
do calibrador. Aqui, tal como no caso anterior observa-se que os valores obtidos para h
são superiores nas experiências efetuadas com os insertos de aço, desta forma pode ser
dada a mesma explicação.
1450 1600
2050
1450
1750 1900
650
850 850 1000
1250 1200
300
500
700
900
1100
1300
1500
1700
1900
2100
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Pressão de vácuo (bar)
Efeito da variação da pressão de vácuo
aço-300mm
aço-150mm
al-300mm
al-150mm
41
Figura 23- Efeito da variação da temperatura de extrusão para o h na interface PS-Aço PS-
Alumínio.
Assim como já referido na Secção 2.2.2, o estudo da variação da Tf foi realizado
com duas Te distintas, 230⁰C e 215⁰C, deste modo, os resultados obtidos foram
divididos em dois conjuntos (Figura 24 e 25, respetivamente).
Nas experiências realizadas com a Te a 230⁰C, verifica-se que h aumenta com o
aumento Tf, tanto com o aço como com o alumínio (Figura 24). Aqui tal como no caso
anterior verifica-se que h aumenta com o aumento de Tf, isto porque o arrefecimento
ocorre de forma mais lenta, permitindo desta forma ao polímero uma maior aderência à
superfície do calibrador.
Figura 24- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando a
temperatura do extrudido está a 230⁰C para o h na interface PS-Aço PS-Alumínio.
1600 1450
1750
500 850
950
1250
300
500
700
900
1100
1300
1500
1700
1900
2100
210 215 220 225 230 235
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Temperatura (⁰C)
Efeito da variação da temperatura de extrusão
aço-300mm
aço-150mm
al-300mm
al-150mm
1400
1600
1250
1750
500
850
1100 1250
300
500
700
900
1100
1300
1500
1700
1900
2100
20 25 30 35 40
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Temperatura (⁰C)
Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (Te 230⁰C)
aço-300mm
aço-150mm
al-300mm
al-150mm
42
Por outro lado, quando se manteve a Te a 215⁰C (Figura 25), apura-se que h
aumenta com o aumento de Tf com a interface PS-alumínio, mas quando estamos
perante uma interface PS-aço, h diminui com o aumento da Tf.
À medida que a fita extrudida passa pelo calibrador, vai ser formada uma camada
externa “casca” mais arrefecida do que a interna “núcleo”, ou seja, quanto mais elevada
for a taxa de arrefecimento menos eficiente será o contacto e por consequência menor
será o h. Isto acontece devido às rugosidades das superfícies sólidas em contacto. A
transferência de calor deve ser feita a taxas relativamente elevadas, arrefecendo o mais
rápido possível, o perfil extrudido, no entanto, esse arrefecimento deve ser realizado de
forma homogênea, dando desta forma alguma flexibilidade ao polímero para que este
tenha um contacto mais eficaz com a superfície do calibrador.
Figura 25- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando a
temperatura do extrudido está a 215⁰C para o h na interface PS-Aço PS-Alumínio.
1050 950
1750
1450
400 450 500
900
650
300
500
700
900
1100
1300
1500
1700
1900
2100
20 25 30 35 40
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Temperatura (⁰C)
Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (Te 215⁰C)
aço-300mm
aço-150mm
aço-50mm
al-300mm
al-150mm
al-50mm
43
Tabela 6- Resultados do estudo do h na interface PS-Aço
PS-Aço h (W/m²K) hc (W/m²K) Tfita (⁰C) Tsimulação (⁰C)
L 300mm
v
0.30 bar 1450 60 62.32 70.62
0.35 bar 1600 60 61.94 69.69
0.40 bar 2050 60 59.76 66.31
Te 215⁰C Tf 27⁰C 1050 53 59.45 63.56
Tf 35⁰C 950 53 64.29 67.08
Te 230⁰C Tf 27⁰C 1400 53 57.99 62.23
L 150mm
v
0.15 bar 1450 70 88.74 95.57
0.20 bar 1750 70 88.01 96.25
0.25 bar 1900 70 87.72 95.53
Te 215⁰C Tf 27⁰C 1750 70 81.06 89.81
Tf 35⁰C 1450 70 82.55 89.25
Te 230⁰C Tf 27⁰C 1250 70 86.48 94.98
L 50mm Te 215⁰C Tf 27⁰C 450 53 128.46 122.51
Tf 35⁰C 400 53 128.73 121.14
44
Tabela 7- Resultados do estudo do h na interface PS-Alumínio
PS-Alumínio h (W/m²K) hc (W/m²K) Tfita (⁰C) Tsimulação (⁰C)
L 300mm
v
0.40 bar 650 50 65.98 69.98
0.45 bar 850 50 66.41 72.16
0.50 bar 850 50 65.17 71.15
Te 215⁰C Tf 27⁰C 450 50 65.00 70.85
Tf 35⁰C 500 50 66.48 71.93
Te 230⁰C Tf 27⁰C 500 50 66.44 73.08
L 150mm
v
0.30 bar 1000 50 93.46 94.97
0.35 bar 1250 50 93.88 95.11
0.40 bar 1200 50 93.74 93.32
Te 215⁰C Tf 27⁰C 900 40 88.06 87.75
Tf 35⁰C 950 40 90.79 90.58
Te 230⁰C Tf 27⁰C 1100 40 91.20 91.43
L 50mm Te 215⁰C Tf 27⁰C 650 60 125.77 125.81
Tf 35⁰C 950 60 123.72 127.25
3.2. Estudo do coeficiente de transferência de calor na interface
ABS-calibrador
Os ensaios realizados, com o objetivo de estudar o arrefecimento do ABS, foram
feitos com as mesmas condições de processamento que para o PS, com a exceção da
variação da pressão de vácuo, pois esta foi ajustada a cada caso. As Tabelas 8 e 9
apresentam os valores de h, hc, temperatura da fita à saída do calibrador e temperatura
calculada pela simulação. Por sua vez as figuras onde se podem verificar estas
temperaturas são apresentados no Anexo 8.
No decorrer deste trabalho, verificou-se que apesar de tanto o PS como o ABS
serem amorfos, apresentam comportamentos diferentes, uma vez que, as suas
propriedades reológicas são também diferentes, sendo necessário ajustar as condições
de processamento em cada caso em particular e obtendo-se valores de h muito distintos.
45
Nas experiências realizadas com o ABS foi possível utilizar uma pressão de vácuo
superior às utilizadas com o PS. Isto foi possível, porque o ABS tinha maior capacidade
de suportar pressões de vácuo mais elevadas sem observar a infiltração do material nos
canais de transmissão de vácuo.
Como já referido na secção anterior, com a diminuição do comprimento do
calibrador é necessário ajustar a pressão de vácuo a cada condição, pois, a sua eficiência
aumenta. Nestes casos apesar do vácuo ser mais eficiente tornando a qualidade do
contacto maior, o tempo de contacto entre polímero-calibrador é relativamente curto,
prejudicando dessa forma a transferência de calor na interface. Comparando as
experiências efetuadas com os diferentes comprimentos do calibrador, 300mm, 150mm
e 50mm, verifica-se que os valores de h variam de forma incerta. Desta forma não se
pode afirmar que existe uma tendência na variação de h com o comprimento de
calibração.
No primeiro ensaio apresentado, onde foi estudado o efeito da variação da pressão
de vácuo, verifica-se que com o aumento deste, o h também aumenta (Figura 26). Este
facto deve-se à maior qualidade do contacto existente na interface polímero-calibrador,
resultante de uma pressão de vácuo mais elevada, que força a fita de polímero (quente) a
estar em contacto permanente com os insertos metálicos do calibrador.
Observando ainda, os mesmos resultados confirma-se que com a exceção das
experiências realizadas para o comprimento do calibrador de 150mm, os valores obtidos
para h são mais elevados quando são utilizados os insertos de aço. Por este motivo, e de
forma a reforçar a validade dos valores de h obtidos em todas as experiências, deveriam
ser repetidas as mesmas e as correspondentes simulações numéricas, essencialmente nos
ensaios onde se verificam conflitos de resultados. No entanto, não foi realizado esse
procedimento devido a ser muito moroso e as diferenças dos valores de h no estudo do
arrefecimento do ABS não serem elevados, pois nos casos onde se verificou grandes
variações esse procedimento foi adotado.
46
Figura 26- Efeito da variação da pressão de vácuo para o h na interface ABS-Aço e ABS-Alumínio.
No estudo da variação da temperatura de extrusão para o ABS (Figura 27), os
valores de h obtidos não seguem uma coerência e a diferença entre ambos é pequena.
Tal como no estudo anterior apenas numa experiência (comprimento do calibrador de
150mm com insertos de alumínio) existe um maior declive da reta, e como já referido o
ideal seria repetir estas experiências mais uma vez. Desta forma pode-se afirmar que
esta condição de processamento não tem influência significativa no valor de h.
Figura 27- Efeito da variação da temperatura de extrusão para o h na interface ABS-Aço ABS-
Alumínio.
Para o efeito da variação da temperatura do fluído de arrefecimento (Figura 28 e
29), foram realizadas experiências com duas temperaturas de extrusão distintas, 230⁰C e
215⁰C, respetivamente. Observando as Figuras 28 e 29 verifica-se que os valores
300 300 300
200 225 225
350 400
400
175 175 200
425
525
650
250
375
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5 0.55
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Pressão de Vácuo (bar)
Efeito da variação da pressão de vácuo
aço-300mm
aço-150mm
aço-50mm
al-300mm
al-150mm
al-50mm
275 225
350 400
175 175
875
525
325 300
100
200
300
400
500
600
700
800
900
210 215 220 225 230 235
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Temperatura (⁰C)
Efeito da variação da temperatura de extrusão
aço-300mm
aço-150mm
aço-50mm
al-300mm
al-150mm
al-50mm
47
obtidos para h em ambos os estudos não têm variação, se tivermos em consideração a
precisão de todo o processo de determinação de h (erros entre os 0⁰C e os 5⁰C). Desta
forma, pode-se em muitos dos casos utilizar o mesmo valor de h para as diferentes
condições de processamento.
Figura 28- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando a
temperatura do extrudido está a 230⁰C para o h na interface ABS-Aço ABS-Alumínio.
Figura 29- Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (água) quando a
temperatura do extrudido está a 215⁰C para o h na interface ABS-Aço ABS-Alumínio.
Tal como já referido anteriormente, apesar de ambos os materiais serem amorfos e
estarem sujeitos a condições de extrusão e de arrefecimento semelhantes, os resultados
obtidos são muito diferentes. Isto acontece devido às propriedades reológicas, pois os
materiais comportam-se de forma distinta durante o processamento. As experiências
225
300 250
225
350 400
150 175
550 525
400
100
200
300
400
500
600
700
800
900
20 25 30 35 40
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Temperatura (⁰C)
Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (Te 230⁰C)
aço-300mm
aço-150mm
aço-50mm
al-300mm
al-150mm
al-50mm
300 275
375 350
350
175 175
500
875
325
100
200
300
400
500
600
700
800
900
20 25 30 35 40
Co
efi
cie
nte
de
tra
nfe
rên
cia
de
cal
or,
h
(W/m
²K)
Temperatura (⁰C)
Efeito da variação da temperatura do fluido de arrefecimento (Te 215⁰C)
aço-300mm
aço-150mm
aço-50mm
al-300mm
al-150mm
al-50mm
48
efetuadas com o perfil de ABS foram mais estáveis e fáceis de controlar, no entanto, os
valores de h obtidos foram inferiores devido à flexibilidade apresentada por este ser
inferior à apresentada pelo perfil de PS. Pensa-se que outra explicação para os
resultados obtidos é que o ABS é um material higroscópico e talvez por não estar
completamente seco apresenta-se com uma superfície áspera e rugosa prejudicando a
qualidade do contacto com o calibrador.
Nas experiências do ABS os valores obtidos para h revelaram pouca discrepância
entre eles, podendo na maior parte dos casos ser utilizado o mesmo valor para condições
de processamento distintas. Enquanto nas experiências realizadas para o PS a diferença
de valores obtidos para h nos parâmetros variados é significativa. Essencialmente para a
pressão de vácuo e a alteração da construção do calibrador.
Tabela 8- Resultados do estudo do h na interface ABS-Aço
ABS-Aço h (W/m²K) hc (W/m²K) Tfita (⁰C) Tsimulação (⁰C)
L 300mm
v
0.35 bar 300 30 56.16 55.56
0.40 bar 300 30 54.39 53.01
0.45 bar 300 30 53.89 51.90
Te 215⁰C Tf 27⁰C 300 30 49.86 48.30
Tf 35⁰C 275 30 53.58 51.77
Te 230⁰C Tf 27⁰C 225 30 54.50 53.15
L 150mm
v
0.25 bar 200 50 87.74 81.28
0.30 bar 225 50 86.83 81.11
0.35 bar 225 50 86.42 78.92
Te 215⁰C Tf 27⁰C 375 50 74.44 71.66
Tf 35⁰C 275 50 74.11 74.68
Te 230⁰C Tf 27⁰C 250 50 84.15 79.79
L 50mm
v
0.25 bar 350 15 126.96 126.29
0.30 bar 400 15 126.26 122.41
0.35 bar 400 15 125.86 121.79
Te 215⁰C Tf 27⁰C 350 15 120.24 117.06
Tf 35⁰C 350 15 119.47 116.72
Te 230⁰C T f 27⁰C 350 15 126.21 122.48
49
Tabela 9- Resultados do estudo do h na interface ABS-Alumínio
ABS-Alumínio h (W/m²K) hc (W/m²K) Tfita (⁰C) Tsimulação (⁰C)
L 300mm
v
0.40 bar 175 35 64.16 60.61
0.45 bar 175 35 63.78 60.03
0.50 bar 200 35 60.13 60.13
Te 215⁰C Tf 27⁰C 175 35 59.34 56.09
Tf 35⁰C 175 35 59.55 56.84
Te 230⁰C Tf 27⁰C 150 35 63.50 60.43
L 150mm
v
0.35 bar 425 20 80.34 75.08
0.40 bar 525 20 80.97 77.86
0.45 bar 650 20 82.74 77.56
Te 215⁰C Tf 27⁰C 500 20 71.42 65.24
Tf 35⁰C 875 20 74.58 70.26
Te 230⁰C Tf 27⁰C 550 20 77.74 72.72
L 50mm
v
0.30 bar 250 55 129.61 115.55
0.35 bar 300 55 129.65 114.87
0.40 bar 375 55 128.91 119.01
Te 215⁰C Tf 27⁰C 300 55 118.12 106.79
Tf 35⁰C 325 55 119.43 110.16
Te 230⁰C Tf 27⁰C 400 55 125.28 112.90
50
Capítulo 4
Conclusões e Propostas para
trabalhos futuros
51
52
Capítulo 4- Conclusões e Propostas para
trabalhos futuros
O coeficiente de transferência de calor é um parâmetro fundamental para se
conseguir uma modelação numérica correta e adequada do arrefecimento de materiais
poliméricos em processos de extrusão e moldação. No entanto, assim como foi referido
no início deste trabalho, h é difícil de caraterizar uma vez que depende de vários
parâmetros, nomeadamente das condições de processamento, das propriedades dos
polímeros e dos metais, da geometria do perfil e/ou peça e das soluções construtivas
adotadas para o calibrador.
Neste trabalho foram realizadas experiências de extrusão de perfil, para posterior
caracterização de h em dois materiais distintos (PS e ABS), tendo como objetivo
verificar a influência de algumas condições de processamento e de soluções construtivas
adotadas para o calibrador.
As diferenças no comportamento dos dois polímeros utilizados são evidentes,
sendo muito mais sensível o PS do que o ABS para todos os parâmetros testados. Além
disso, o PS apresenta sempre valores mais elevados de h. Acreditamos que as diferenças
observadas estão relacionadas principalmente com a flexibilidade do polímero durante a
sua passagem pelo calibrador, ou seja, com a sua capacidade para se adaptar à superfície
do calibrador e assim melhorar a eficiência de contato.
Dentro da gama dos parâmetros estudados, nomeadamente: o polímero, o
comprimento do calibrador, os insertos metálicos, a pressão de vácuo, a temperatura de
extrusão e a temperatura do fluído de arrefecimento, averiguou-se que a alteração de
ambas as temperaturas pouco influenciou o valor de h, essencialmente no caso do ABS.
No caso das experiencias onde se variou a temperatura do fluído de arrefecimento,
a variação de h foi mais significativa para o PS do que para o ABS, a causa mais
provável para essa diferença é o comportamento de flexibilidade dos materiais
poliméricos durante o seu tempo de contacto com o calibrador. Assim, uma temperatura
mais alta da água reduz a eficiência da fase de arrefecimento e como resultado obtém-se
uma temperatura superficial do polímero mais elevada, originando maior flexibilidade e,
53
portanto, uma maior qualidade de contacto com a superfície do calibrador. No caso
apresentado na Figura 25, os valores de h obtidos para a interface PS-aço diminuem
com o aumento da temperatura do fluído de arrefecimento. Pensa-se que os resultados
obtidos se devem à qualidade do contacto com o aço ser superior e desta forma,
promove uma transferência de calor mais eficaz, formando mais facilmente uma camada
externa rígida e por consequência prejudicando o contacto entre as superfícies dos
materiais.
No estudo do efeito da temperatura do extrudido, verificou-se que não existe uma
influência significativa sob h, com ambos os polímeros testados. No entanto, pode haver
um ligeiro aumento de h, com aumento da temperatura de extrusão, este pode ser
interpretado de forma semelhante ao caso anterior.
Como pode ser visto nos resultados apresentados no Capítulo 3, o nível de vácuo
parece ser um dos parâmetros que mais afeta o valor de h. O aumento do valor de h
como aumento da pressão de vácuo pode ser justificado por um melhor contato da fita
na interface polímero-calibrador promovido por um maior grau de vácuo. Esta
dependência é mais significativa para os ensaios realizados com o PS ao contrário do
que se verificou para os do ABS.
No decorrer deste trabalho, verificou-se, que a qualidade do contacto polímero-
calibrador é um parâmetro essencial. Alterando os insertos metálicos do calibrador, era
necessário ajustar as condições de processamento, nomeadamente o vácuo. Nestes
estudos observou-se que, apesar do alumínio ter uma condutividade térmica muito
elevada os melhores resultados para o h foram conseguidos nas experiências onde se
utilizou o aço. Este facto leva a crer que a qualidade do contacto na interface polímero-
aço é superior à do polímero-alumínio.
Nas experiências onde se estudou o efeito da variação do comprimento do
calibrador, obtém-se valores de h maiores para comprimentos menores, ou seja, à
medida que se diminui o comprimento do calibrador também se diminui o comprimento
dos canais de vácuo, conseguindo-se uma qualidade de contacto polímero-calibrador
mais elevada, com uma pressão de vácuo mais pequena.
Sem dúvida, que apesar, de este trabalho ter sido muito extenso, ainda é
necessário analisar uma grande gama de parâmetros para caracterizar melhor h. Para
54
futuros trabalhos realizados relacionados com este assunto sugere-se que se faça uma
análise mais pormenorizada acerca dos parâmetros que influenciaram o h aqui descritos.
Estudos estes que devem, abranger o maior número de materiais poliméricos visto que,
as diferenças obtidas para o PS e para o ABS são muito significativas.
Antes do trabalho de caracterização de h, devem ser realizados testes de
rugosidades aos insertos metálicos utilizados.
55
56
Referências Bibliográficas
[1]- MICHAELI, W. e outros. “Tecnologia dos Plásticos”. Editora Edgard Blücher
Ltda. (1995)
[2]- Tadmor, Z. e Gogos, C. G. “Principles of Polymer Processing”. New York (1979).
[3]- Nóbrega, J. M. Carneiro, O. S., “Optimising Cooling Performance of Calibrators
for Extruded Profiles”, Plastics, Rubber and Composites, 35 (9), (2006).
[4]- Dawson, A. Rides, M. Allen, C. R. G. Urquhart, J. M. (2009). “Polymer-mould
interface heat transfer coefficient measurements for polymer processing”, Polymer
Testing, 27: 555-565.
[5]- Nóbrega, J. M. Carneiro, O. S. Covas, J. A. Pinho F. T. e Oliveira P. J. Design of
Calibrators for Extruded Profiles, Part 1: Modeling the Thermal Interchanges. Polymer
Engineering and Science, 44 (12), (2004).
[6]- Carneiro, O. S., Nóbrega, J. M., Mota, A. R., Silva, C., “Prototype and
methodology for the characterization of the polymer-calibrator interface heat transfer
coefficient”, Polymer Testing, 32:1154-1161, (2013).
[7]- H. D. Kurz, Kunststoffe-German Plastics, 78(11), 1052 (1988).
[8]- W. Dietz, “A cooling time model for plastics processing operations” Polym. Eng.
Sci.,18, 1030 (1978).
[9]- G. Menges, E. Haberstroh, and W. Janke, “Systematic Lay-out of Cooling Lines for
Film, and Pipe Extrusion”, Kunststoffe-German Plastics,72(6), 332 (1982).
[10]- G. Menges, M. Kalwa, and J. Schmidt, “FEM simulation of heat transfer in
plastics processing”, Kunststoffe-German Plastics,77(8), 797 (1987).
[11]- P. Sheehy, P. A. Tanguy, and D. Blouin, “A finite element model for complex
profile calibration“, Polym. Eng. Sci., 34, 650 (1994).
[12]- L. Placek, J. Svabik, and J. Vlcek, “Cooling of Extruded Plastic Profiles“, SPE
ANTEC Tech. Papers, 46, 378 (2000).
57
[13]- Cristalinidade de Polímeros.
Disponível em: http://www.demar.eel.usp.br/polimeros/Cristalinidade_Polimeros.pdf
Acedido em 20 Dezembro 2012:
[14]- INTRODUÇÃO AOS POLÍMEROS; Prof. Ariosvaldo Sobrinho UAEMA-UFCG
(Classificação Morfologia Comportamento Térmico Comportamento Mecânico Origem
Peso Molecular Forças Intermoleculares).
Disponível em: http://www.slideshare.net/sydman/polimeros-3.
Acedido em 20 Dezembro 2012:
[15]- Aço. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7o
Acedido em 18 Outubro 2013:
[16]- Alumínio. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Alum%C3%ADnio
Acedido em 18 Outubro 2013:
[17]- Nóbrega, J. M. Carneiro, O. S. Pinho F. T. e Oliveira P. J. Covas, J. A. Thermal
Aspects of the Calibration of Extruded Profiles.
58
Anexos
59
60
Anexos
Anexo 1- Ficha técnica do Poliestireno (PS - Edistir 158K da
BASF)
61
Anexo 2- Ficha técnica do Acrilonitrilo-butadieno-estireno (ABS
- Ronfalin TRE39 da JGP Perrite)
62
Anexo 3- Ficha técnica do Aço
63
Anexo 4- Ficha técnica do Alumínio
64
Anexo 5- Calculo do caudal
É necessário o cálculo do caudal volúmico (m3/s) uma vez que a velocidade dada
pela extrusora é em rotações por minuto (RPM) e para comparar precisamos de ter as
mesmas unidades, neste caso m/s, unidade da velocidade linear dada pelo sistema de
rolos de puxo. Começou-se por calcular o caudal mássico, para tal é necessário retirar 3
amostras de cada material (PS e ABS) com a velocidade de extrusão pretendida durante
1minuto. Em seguida faz-se a média dessas amostras obtendo-se assim o Qm para cada
material:
6
Sabendo-se o Qm pode-se calcular Qv:
7
onde o ρfundido representa 85% da massa volúmica sólida de cada material polimérico.
Depois de descoberto o valor de Qv pode-se calcular a velocidade linear de extrusão
recorrendo à seguinte equação:
8
onde A é a área da fieira. Obtendo assim os valores apresentados na Tabela seguinte
para a velocidade linear de extrusão para o PS e para o ABS.
Tabela 10- Velocidades lineares de extrusão e puxo
Velocidade linear de extrusão (m/s) Velocidade linear de puxo (m/s)
PS ABS 0.0173
0.0042 0.0031
65
Anexo 6- Cuidados a ter aquando a execução do trabalho
experimental
Assim como em todos os trabalhos devem ser seguidas normas e devem ser adotados
cuidados em laboratório, no entanto foi a primeira vez que se fizeram experiências deste
género e não existiam conhecimentos sobre tal. Por esse motivo são aqui relatados
alguns cuidados a ter durante as experiências de extrusão, tais como:
A linha de extrusão, calibração-arrefecimento e puxo deve ser montada o mais
próximo possível, de forma a evitar que o caminho percorrido pelo perfil
extrudido seja longo;
Ter sempre em atenção a medição dos sensores de infravermelhos, verificar se
estão sempre limpos e alinhados com o perfil;
Confirmar sempre as temperaturas lidas pelos sensores de infravermelhos com o
recurso uma camara termogravimétrica;
Verificar o funcionamento dos canais de vácuo, caso estejam sujos devem ser
desmontados os insertos metálicos e limpos antes de se dar inicio às
experiências de extrusão;
Ajustar a abertura das barras laterais, devem estar de acordo com a largura da
fita extrudida.
66
Anexo 7- Gráficos onde se pode verificar as temperaturas da
fita, à saída do calibrador e dada pela simulação nos estudos
realizados com o PS
PS+St+L300
Legenda dos gráficos abaixo apresentados
70.62
62.32 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.30 bar
69.69
61.94 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.35 bar
66.31
59.76 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.40 bar
62.23
57.99
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C-Tf 27⁰C
67.08
64.29
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C-Tf 35⁰C
63.56
59.45
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C-Tf 27⁰C
67
PS+St+L150
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
95.57
88.74
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.15 bar
96.25
88.01
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.20 bar
95.53
87.72
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.25 bar
94.98
86.48
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C- Tf 27⁰C
89.25
82.55
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 35⁰C
89.81
81.06
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 27⁰C
68
PS+St+L50
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
PS+Al+L300
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
121.14
128.73
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 35⁰C
122.51
128.46
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 27⁰C
69.98
65.98 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.40 bar
72.16
66.41 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.45 bar
69
PS+Al+L150
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
71.15
65.17 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.50 bar
73.08
66.44 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C - Tf 27⁰C
71.93
66.48 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50 0.60 0.70
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 35⁰C
70.85
65.00 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 27⁰C
94.97
93.46
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.30 bar
95.11
93.88
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.35 bar
70
PS+Al+L50
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
93.32
93.74
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.40 bar
91.43
91.20
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C - Tf 27⁰C
90.58
90.79
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 35⁰C
87.75
88.06
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 27⁰C
127.25
123.72
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 35⁰C
125.81
125.77
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 27⁰C
71
Anexo 8- Gráficos onde se pode verificar as temperaturas da
fita, à saída do calibrador e dada pela simulação nos estudos
realizados com o ABS
ABS+St+L300
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
55.56
56.18
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.35 bar
53.01
54.39
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.40 bar
51.90
53.89
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.45 bar
53.15
54.50
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C- Tf 27⁰C
51.77
53.58
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 35⁰C
48.30
49.86
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60
Tem
pe
rtau
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 27⁰C
72
ABS+St+L150
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
81.28
87.74
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.25 bar
83.11
86.83
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.30 bar
78.92
86.42
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.35 bar
79.79
84.95
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C- Tf 27⁰C
74.68
79.11 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 35⁰C
71.66
74.44 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 27⁰C
73
ABS+St+L50
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
126.29
126.96
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.25 bar
122.41
126.26
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.30 bar
121.79
125.86
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.35 bar
122.48
126.21
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C- Tf 27⁰C
116.72
119.47
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 35⁰C
117.06
120.24
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 27⁰C
74
ABS+Al+L300
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
69.98
65.98 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.40 bar
72.16
66.41 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.45 bar
71.15
65.17 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.50 bar
73.08
66.44 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C- Tf 27⁰C
71.93
66.48 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 35⁰C
70.85
65.00 30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.20 0.40 0.60 0.80
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 27⁰C
75
ABS+Al+L150
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
75.08
80.34
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.35 bar
73.86
80.97
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.40 bar
77.56
82.74
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.45 bar
72.72
77.74
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C- Tf 27⁰C
70.26
74.58
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 35⁰C
65.24
71.42
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.10 0.20 0.30 0.40 0.50
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C - Tf 27⁰
76
ABS+Al+L50
Legenda dos gráficos abaixo apresentados:
115.55
129.61
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.30 bar
114.87
129.65
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.35 bar
119.01
128.91
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
V 0.40 bar
112.90
125.28
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 230⁰C - Tf 27⁰C
110.16
119.43
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
Tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 35⁰C
106.79
118.12
30.00
80.00
130.00
180.00
230.00
0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 0.30 0.35
tem
pe
ratu
ra (
⁰C)
Comprimento total (cm)
Te 215⁰C- Tf 27⁰C