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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS No

BELO HORIZONTE

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS

NO1

Condições de Trabalho e Saúde dos Trabalhadores da Saúde

BELO HORIZONTE

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CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDEDOS TRABALHADORES DA SAÚDE

ORGANIZAÇÃO PANAMERICANADE SAÚDE - OPAS

Diretor: Prof. Francisco José PennaVice-Diretor: Prof. Tarcizo Afonso Nunes

Faculdade de Medicina

Reitor: Prof. Ronaldo Tadêu PenaVice-Reitora: Profa. Heloísa Maria Murgel Starling

Universidade Federal de Minas Gerais

APOIO:MINISTÉRIO DA SAÚDE -

MS - Brasil

SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

Coordenador: Francisco Eduardo Campos

Vice-Coordenador: Edison José Corrêa

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Copyright © 2007 - Nescon - Núcleo de Educação em Saúde ColetivaSerá permitida a reprodução, total ou parcial, deste documento, desde que citada a fonte.

Serie Nescon de Informes Técnicos Nº 1 - Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores da saúde - Relatório da Oficina, Ouro Preto, Brasil, 22-27 janeiro de 2006

n Coordenação da Oficina:Soraya Almeida Belisario (NESCON/UFMG-Brasil)Ada Ávila Assunção (NESCON/UFMG-Brasil)

n Coordenação técnica:Mariana Lélis (NESCON/UFMG-Brasil)Giovanni Campos Fonseca (NESCON/UFMG - Brasil)

n Projeto gráfico (layout, editoração e ilustrações):Verônica Neves Cavalieri

n Edição, produção gráfica e impressão:CGB Artes Gráficas Ltda.

n RevisãoZirlene Lemos

Nescon Faculdade de Medicina / UFMGRua Professor Alfredo Balena, 190 - 7o Andar - CEP: 30130-100Tel. (31) 3248-9673 - Fax: (31) 3248-9675E-mail: [email protected] - www.medicina.ufmg.br/nescon

Catalogação na fonte

FICHA TÉCNICA

C745 Condições de trabalho e saúde dos trabalhadores da saúde / organizado porAda Ávila Assunção e Soraya Almeida Belisário. -- Belo Horizonte:Nescon - Núcleo de Educação em Saúde Coletiva, 2007.40p.: il. color; 21 x 25cm. (Serie Nescon de Informes Técnicos; n.1)

Relatório da Oficina, Ouro Preto, Brasil, 22-27 janeiro de 2006 ISBN: 978-85-60914-00-5

1. Saúde do Trabalhador. 2. Medicina do Trabalho. 3. Recursos Humanos em Saúde. 4. Nível de Saúde. I. Assunção, Ada Ávila. II.Belisário, Soraya Almeida. III. Série.

NLM: WA 400CDU: 616.9803

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n APRESENTAÇÃO 8

n 1 INTRODUÇÃO 10

1.1 Por que a saúde dos trabalhadores configura-se um campo de ação das Nações Unidas? 10

1.2 Por que as condições de saúde e trabalho no setor saúde configuram-se alvo das ações da OPS? 11

n 2 ANTECEDENTES 15

n 3 MARCO TEÓRICO-METODOLÓGICO 18

3.1 Trabalhador da saúde 18

3.2 Condições de trabalho em saúde 18

n 4 SITUAÇÃO ATUAL 22

4.1 As forças contraditórias das reformas setoriais 22

4.2 Precarização e precariedade do trabalho

e do emprego em saúde 23

4.3 A situação institucional 24

n 5 PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA DESENVOLVER

O PLANO DE TRABALHO 29

n 6 PLANO DE TRABALHO 30

Anexo 1 Agenda da Oficina 35

Anexo 2 Lista de Participantes 40

SUMÁRIO

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8 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

Este documento apresentaum Plano para os países daAmérica Latina e Caribe (ALC)elaborado pela Oficina Con-dições de Trabalho e Saúdedos Trabalhadores do SetorSaúde realizada peloNESCON / UFMG em janeirode 2006, na cidade de OuroPreto, que contou com o apoiodo Ministério da Saúde doBrasil e da Organização Pan-Americana de Saúde e daOrganização Mundial da Saúdee de especialistas de diferentespaíses.

O objetivo geral do Planode Trabalho Desenvolvimentoda Saúde dos Trabalhadoresda Saúde (TS), apresentado aofinal, é contribuir para a melho-ria das condições dos traba-lhadores em saúde, constituin-do-se em marco no processoque busca o fortalecimentosdos recursos humanos emsaúde. Os objetivos específicosincluem: 1) apoiar o desenvolvi-mento de políticas públicasintersetoriais para a melhoriadas condições de saúde e traba-lho dos trabalhadores da saúde:a) proteção social e ênfase nosdireitos; b) sistemas de atençãoe c) ambientes de trabalhosaudáveis; 2) avaliar e fortalecer

as capacidades institucionaispara a abordagem da situaçãode trabalho e saúde dos TS; 3)analisar os fatores determinan-tes da situação de trabalho esaúde dos TS; 4) gerar indica-dores para monitorar e avaliar asituação de trabalho e saúde dosTS.

Os objetivos expostos sãocoerentes com os rumos esta-belecidos nas declarações mun-diais de saúde para todos e com oprojeto para os países da ALCque busca consensos na elabo-ração de políticas integradorasque permitam aumentar a efi-ciência e a eficácia das ativi-dades destinadas a solucionaros problemas de saúde e segu-rança dos trabalhadores.

Compreender as novascomplexidades do trabalho emsaúde significa, igualmente, to-mar consciência da enormeresponsabilidade que tem asociedade na formação de tra-balhadores capacitados paraassumir com competência astarefas da atenção à saúde daspopulações, de tal modo queesses trabalhadores se sintamseguros e percebam o trabalhocomo fonte de satisfação e decrescimento pessoal.

APRESENTAÇÃO

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

Na prática, essa intençãoimplica a aceitação de fatorespouco explorados que incidemsobre os objetivos dos sistemasde saúde, como é o caso dascondições de trabalho, cujosefeitos, articulados a outrosfatores, determinam tanto asaúde dos sujeitos que operamos sistemas quanto os meiosque eles dispõem para o exercí-cio pleno de suas capacidades.

Este documento inaugurauma etapa nas reformas emsaúde latino-americanas ao bus-car a articulação de ações emsaúde, trabalho e regulação dasprofissões, meio ambiente erecursos humanos, como ilustrao esquema reproduzido naFigura I.

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 9

Figura I - Esquema ilustrativo dos âmbitos de ação parao desenvolvimento da saúde dos trabalhadores da saúde

BASES Condições de realização do trabalho

Ambiente e segurança das instalações & atividade de trabalho

Sistema de produção de Recursos Humanos

Formação/Preparaçãopara o trabalho Gestão do trabalho

Sistema de utilizaçãode Recursos Humanos

Regulaçãodas Profissões

Figura 3

BASES

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

para país. Ao lado das intoxi-cações por metais pesados eagrotóxicos, das doenças respi-ratórias provocadas ou agra-vadas por poeiras minerais eoutros aerodispersóides, os re-sultados das pesquisas científi-cas recentes chamam atençãopara o câncer de origem ocupa-cional e para os problemas desaúde mental. Na esfera dosriscos e de seus determinantes,uma literatura consistente sa-lienta os fatores psicossociaisgerados pelos paradoxos dosmétodos de gestão de pessoal ede controle da produtividade,assim como pelas metas de qua-lidade dos produtos e serviços2.

A desigualdade em saúdeocupacional está associada aosseguintes fatores: 1) a existênciade riscos evitáveis e inaceitáveispara certos grupos de traba-lhadores; 2) a superposição dasconseqüências da pobreza comos efeitos da exposição à no-cividade dos ambientes de tra-balho, ou seja, trabalhadoressubmetidos aos trabalhos pe-rigosos e insalubres são tam-bém aqueles mais pobres, sobcondições de vida e ambientesinadequados; 3) a inacessibili-dade a serviços de saúde ocupa-

10 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

A saúde dos trabalhado-res guarda estreita relação comas condições de trabalho. Essascondições consistem nas cir-cunstâncias em que o trabalho érealizado e dizem respeito, paraefeito de distinção analítica, àexposição aos riscos físicos,químicos, mecânicos (que pro-vocam acidentes e demandamesforços musculoesqueléticosintensos) e biológicos. Citam-se, como agravantes da expo-sição aos riscos, os danos dahipersolicitação das capacida-des humanas no trabalho -efeitos oriundos do sistema téc-nico-organizacional e conheci-dos como fatores ligados àorganização do trabalho1.

As condições de trabalhoestão ligadas às condiçõesgerais de vida dos 220 milhõesde trabalhadores na AméricaLatina e Caribe (BID, 2001).Estima-se que, em 2025, a po-pulação economicamente ativana Região será de 270 milhõesde pessoas.

Em 1997, a OMS identifi-cou a exposição dos indivíduosaos riscos ocupacionais, ressal-tando os riscos ergonômicos efísicos, que atingem 30% daforça de trabalho nos paísesdesenvolvidos e de 50 a 70 %nos países em desenvolvimen-to. Somam-se à gravidade doproblema, 200 agentes biológi-cos e 100.000 diferentes subs-tâncias químicas presentes nosdiversos ramos da produçãoonde estão expostos centenasde trabalhadores.

Os acidentes de trabalho, asdoenças profissionais, os afasta-mentos por doenças ou seqüe-las de acidentes, as incapaci-dades temporárias e definitivaspara o trabalho são indicadorestradicionais da realidade sani-tária dos trabalhadores. Se-gundo a OIT, na AméricaLatina ocorrem 13,5 acidentesde trabalho fatais por cada100.000 trabalhadores por ano.As doenças relacionadas ao tra-balho compõem uma listadiversificada, que varia de país

Por que a saúde dos trabalhadores configura-seum campo de ação das Nações Unidas?

1 - European Agency for Safety and Health at Work. Expert forecast on emergind physical risks related to occupationalsafety and health. Belgium, 2005.2 - TAKEDA, F. The relationship of job type to Burnout in social workers at social welfare offices. Journal Occup Health,v.47, p. 119-125, 2005.

1 - INTRODUÇÃO

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

A realidade atual vemexigindo dos pesquisadoresenvolvidos com a temática dasaúde grandes esforços para acompreensão das mudançasrecentes no setor saúde queatingem o modo de trabalhar einfluenciam na susceptibilidadedos trabalhadores de saúde aosriscos de adoecimento em gerale expõem o grupo aos efeitosdas novas demandas para cujoenfrentamento os trabalhadoresnem sempre dispõem dosmeios necessários à mobiliza-ção de suas capacidades.

No plano global, os ser-viços de saúde têm sofridoerosão, falta de investimentos,ajustes estruturais e cortes definanciamento: no Kênia, naTanzânia e no Zimbábue, porexemplo, há enfermeiras de-sempregadas, apesar das neces-sidades locais. A carga de tra-balho alta e as condições de tra-balho não motivadoras (incluin-do os riscos) são causas impor-tantes do push dos TS a outrospaíses.

Para se ter uma idéia, se-gundo a Associação MédicaAmericana (2002), no Canadá

23% dos médicos atuantesforam treinados em outrospaíses; nos Estados Unidos ataxa é semelhante, sendo que23,5% de todos os médicosforam formados em outrospaíses. Numa pesquisa recente,o desejo por maior acesso a tec-nologia, equipamentos e recur-sos de saúde para a práticamédica apareceu nas respostasde 75 % de uma amostra demédicos imigrantes. Deve-seobservar que Assembléias mun-diais de saúde de 2002 e 2004 jádemonstraram interesse emavaliar os efeitos negativos damigração de médicos sobre ossistemas de saúde de países emdesenvolvimento, dado a hi-pótese de que as populaçõesmais carentes coincidem comas populações com menos aces-so às práticas atualizadas deatenção à saúde e e essas popu-lações seriam justamente as queestariam deixando de fixar osseus médicos3.

Os trabalhadores da saúdenem sempre são encarados pe-las políticas de recursos huma-nos como trabalhadores. Fre-qüentemente, o trabalhador da

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 11

Por que as condições de saúde e trabalho no setorsaúde configuram-se alvo das ações da OPS?

cional pela maioria dos traba-lhadores; 4) a expansão da In-formalidade, do trabalho pre-cário, e da marginalização dotrabalho.

As medidas que visam àtransformação da realidade sa-nitária dos trabalhadores nãotêm alcançado êxito e enfren-tam obstáculos para alcançar asmetas propostas, entre outrasrazões, pelas seguintes: 1) oreconhecimento limitado daspolíticas públicas (principal-mente as políticas econômicase sociais) para os problemas dasaúde ocupacional; 2) a dimi-nuição do papel dos Estados e,em particular, a debilidade dosministérios da Saúde e doTrabalho (tendência à desregu-lamentação); 3) a limitada coor-denação entre os setores dasaúde e do trabalho; 4) os enfo-ques equivocados dos serviçosde saúde, mais orientados paraa cura, e a ausência de políticasde saúde preventivas, voltadaspara as causas e os determi-nantes dos acidentes e enfermi-dades.

3 - AVRAHAM, A. et al. Physician migration: views fromprofessionals in Colombia, Nigeria, India, Pakistan and thePhilippines. Social Science & Medicine; v.61, p. 2492-2500, 2005.

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dos usuários provocadas pelaestrutura do sistema de saúde epela organização dos serviços.A hipótese orientadora dasanálises em curso supõe que,para além das dificuldades ex-trínsecas à atividade (volume deprocedimentos, meios dispo-níveis, riscos mensuráveis econhecidos), os trabalhadoreslidam com incertezas oriundasda relação com o usuário, que éa instância típica do trabalhoem saúde.

Os resultados das pesquisascolocam em evidência o para-doxo contemporâneo que ali-menta as dificuldades sentidasno desenvolvimento das tare-fas, ignoradas ou não: exigênciade trabalhadores polivalentes,instruídos, com iniciativa, massem margens para decidir sobreos meios e os fins. Projetos ini-ciados a partir dos resultadosparciais das investigações fazempensar que formas horizontaise aparentemente mais autôno-mas de organização do trabalhoem saúde podem propiciarmaior intensificação da explo-ração do trabalho, à semelhançado que analisa Castels (1999)6.

Além da flexibilização dagestão do trabalho, as relaçõesde emprego no setor saúde

12 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

saúde é encarado apenas comoinstrumento para prover osserviços, e não como um traba-lhador ou uma trabalhadoraque podem ter suas saúdes esuas vidas influenciadas porsuas condições de trabalho.No entanto, pandemias comoSARS (e gripe aviária) colocamem evidência a vulnerabilidadee a falta de preparo do sistemapara a proteção de seus traba-lhadores.

O Encontro organizadopela Associação Americana dePsicologia em Washington(DC), no ano de 2000, focali-zou a proteção da saúde mentaldos profissionais de serviços deurgências pediátricas4. Foramidentificados os principais es-tressores e os comportamentosdos sujeitos frente às adversi-dades psicológicas vivenciadas.Ao final, a plenária recomen-dou uma revisão de estratégiasde intervenção, além de proporampla divulgação dos conheci-mentos produzidos sobre a rea-lidade vivenciada pelos traba-lhadores no setor analisado,com o objetivo de implementar

serviços de apoio psicológicoaos trabalhadores e aos pacien-tes pediátricos e as suas fa-mílias.

O estado crítico do setor deurgências não é o único cenáriodas vivências emocionais nega-tivas no trabalho em saúde. En-contra-se na literatura mençãoaos constrangimentos a que ossujeitos se vêem submetidos eque podem estar na origem desintomas inespecíficos ou não,com influência sobre a quali-dade de vida e a trajetória pro-fissional e ocupacional.

Acatando a proposição deque não existe neutralidade dostrabalhadores em relação aoque eles produzem5, estão emcurso investigações sobre asvivências objetivas e subjetivasdos trabalhadores em saúde,articulando à análise das dificul-dades na relação trabalhador-usuário a avaliação dos compo-nentes práticos e técnico-orga-nizacionais dos sistemas emque eles operam.

Existem evidências de res-trições ao cuidado com a saúde

4 - LIPTON, H.; EVERLY Jr., G.S. Mental health needs for providers of emergency medical service for children (EMSC): areport od a consensus panel. Prehosp Emergency Care: v. 6, n 1, p 15-21, 2002.5 - DEJOURS, C. Travail usure mentale. De la psychopathologie à la psychodynamique du travail. Paris: Bayard Éditions,1993.6 - CASTELS M. Trajetórias organizacionais na reestruturação do capitalismo e na transição do industrialismo para o infor-macionismo, pp. 174-187. In_____A sociedade em rede. Editora Paz e Terra: São Paulo, 1999.

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CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 13

também são flexibilizadas àmedida que passam a ser enten-didas como a possibilidade dese contratar trabalhadores semos ônus advindos da legislaçãodo trabalho, a qual consolidou,ao longo das últimas quatrodécadas, direitos e garantiasmínimas.

Pesquisas científicas têmmostrado que a qualidade docuidado à saúde depende damaneira pela qual o sistemaencara as necessidades e a sub-jetividade dos trabalhadores noexercício de suas tarefas.Exemplos de “maneiras deencarar as necessidades e a sub-jetividade dos trabalhadores”:tempo para rever as práticasadotadas; suporte social para oenfrentamento das dificuldadese carências vivenciadas pelosusuários; incentivo às estraté-gias formais e informais decooperação intra e inter-equi-pes, que poderiam orientar ospressupostos da organizaçãodo trabalho nos serviços maisdo que a tradicional abordagem

relação custo-benefício embusca da eficiência no setorsaúde7, 8, 9.

Registra-se uma incidênciacada vez maior de maus-tratos ede violência nos locais de tra-balho, colocando em risco adignidade pessoal e a auto-esti-ma dos trabalhadores, comimplicações diretas sobre aqualidade da prestação do ser-viço. Sob esse prisma, desde1993, o Conselho Internacionaldas Enfermeiras tem identifica-do o risco crescente de violên-cia no âmbito da atenção àsaúde, destacando-se os efeitosnegativos desses eventos sobreas vidas profissionais e pessoaisdos trabalhadores10.

Em publicação recente11,viu-se que a violência no localde trabalho na Jamaica é umrisco ocupacional que merece,segundo os autores, a atençãodo setor sanitário. Os resulta-dos de um inquérito transversalcom auxílio de questionárioauto-aplicado em diferentes es-

7 - JOHNSON, J.F. et al. The psychosocial work environment of physicians. Journal Occupational of EnvironmentalMedicine; v. 37, n. 9, p.1151-1159, 1995.8 - HAM, C. Improving the performance of health services: the role of clinical leadership. Lancet; v. 363: p. 1978-1980,2003.9 - ARNETZ, B.B. Psychosocial challenges facing physicians of today. Social Science & Medicine; v. 52: p. 203-213, 2001.10 - CONSEJO INTERNACIONAL DE ENFERMERAS (CIE). Directrices para hacer frente a la violencia en el lugar de tra-bajo. Ginebra, Suiza, 1998. Disponível em: http:/www.icn.ch/guide_violencesp.pdf.11 - JACKSON, M., ASHLEY, D. Physical and psychological violence in Jamaica's health sector. Rev Panam Salud Publica/PanAm J Public Health, v.18, n.2, p. 114-121, 2005.

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

14 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

1. A desindustrialização é uma tendência consolidada na pro-dução mundial e ocorre paralelamente ao crescimento do setorde serviços, notadamente o do setor saúde.

2. A melhoria dos serviços de saúde prestados à população re-presenta ao mesmo tempo uma exigência da sociedade e umcompromisso dos governantes.

3. Os trabalhadores de saúde constituem-se numericamente emum grupo populacional importante - 20 milhões de traba-lhadores na AL, Caribe e EUA; e esses trabalhadores compõemuma amostra representativa das desigualdades em saúde.

4. A importância do setor saúde na absorção de trabalho, objetode diversas formas de contrato: prestação de serviços, terceiriza-ção, triangulação e concurso público.

QUADRO 1

PONTOS PRINCIPAIS EM DEFESA DE UM PLANO CST/SAÚDE

tabelecimentos (hospitais espe-cializados, terciários, secun-dários, gerais; e centros desaúde) tanto na zona urbanaquanto na zona rural, mos-traram maior prevalência deviolência psicológica do que deviolência física, com diferençasque variam com o tipo de ocu-pação e idade dos sujeitos, ohorário de trabalho e o tipo deatendimento realizado.

O Quadro 1 apresenta demaneira sintética as razões paraconfigurar os trabalhadores dosetor saúde como alvo de políti-cas integradoras no contextodos objetivos de desenvolvi-mento do milênio.

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

Semana Pan-americana de Saúdeem Abril de 2006, 4) DécadaPan-americana de Recursos Hu-manos em Saúde 2006 - 2015.

A Chamada de Toronto2006-2015, Uma década de re-cursos humanos em saúdepara as Américas, baseia-se nanecessidade de um investimentosustentado para enfrentar os de-safios e provocar efeitos a médio/longo prazo nas políticas queobjetivam a construção de umainstitucionalização complexa.Suscitam-se a necessidade de umcompromisso internacional e acontinuidade das políticas e dosplanos de ação coincidentes comos objetivos de desenvolvimentodo milênio (2015).

Salienta-se a comemoraçãodo Dia Mundial da Saúde emabril de 2006, que teve como te-ma Recursos Humanos em Saú-de, e vem provocando uma in-flexão no paradigma que tem o-rientado a formulação de políti-cas para o setor. Destacar asCST/Saúde nas atividades doDia Mundial da Saúde é uma es-tratégia coerente com a decisãodo Conselho Diretivo da OPAS.Quanto a isso, as políticas deRecursos Humanos em Saúdetêm buscado, entre outros ou-tros objetivos, estabelecidos apartir da década de 1990, intro-

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 15

No nível social, (o) Planode Trabalho Desenvolvimentoda Saúde dos Trabalhadoresda Saúde (TS) alinha-se aosprincípios que buscam melhoraras condições de vida das pessoasnos segmentos mais pobres dapopulação dos países que fazemparte do sistema das NaçõesUnidas12. Vale lembrar que oconteúdo relacionado aos pro-blemas de saúde está presentenos três objetivos e nas oitometas que compõem, respectiva-mente, o conjunto de oito obje-tivos e dezoito metas elaboradas,em 2000, por 189 paísesreunidos na Cúpula do Milênio.Pode-se observar que o conteú-do da Declaração está relaciona-do diretamente com a melhoriada saúde da população em geral,mas também toca aspectos sani-tários específicos, como enfer-midades de notificação compul-sória, acesso a medicamentos,saúde reprodutiva e água potá-vel. Estima-se o prazo de dez a-nos para a execução deste Plano.

A coincidência do temaRecursos Humanos em Saúdenas agendas nacionais, agendaregional e agenda global marca a

iniciativa de uma década deinvestimentos sustentados visan-do a construir uma infraestrutu-ra humana para os sistemas desaúde.

No plano de uma agendaglobal destacam-se: 1) o FórumBM/OMS: objetivos de Desen-volvimento do Milênio (ODM) eRecursos Humanos, que gerouuma proposta de plataformaglobal, com preocupação desta-cada para a África; 2) as iniciati-vas da Organização Mundial deSaúde: como o Informe Mundialde Saúde – 2006; a comemo-ração do Dia Mundial de Saúde,o Trabalhando pela Saúde em 07de abril de 2006, e a idéia de umaDécada de Recursos Humanosem Saúde.

As iniciativas da OPAS, emsua larga história no campo dosrecursos humanos, promovemuma cooperação interpaíses,como, nos últimos cinco anos,os vários projetos que reforçama centralidade do tema recursoshumanos em saúde, a saber:

1) Resolução 2001 sobreGestão dos Recursos Humanosem saúde, 2) Resolução 2004sobre os Observatórios de Re-cursos Humanos em Saúde, 3)

12 - NACIONES UNIDAS. Objetivos de desarrollo del milenio. Una mirada desde América latina y el Caribe. Santiago delChile, agosto del 2005.

2 - ANTECEDENTES

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16 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

Conselho Diretivo que, atenden-do ao Informe da XIII Confe-rência Interamericana de Minis-tros do Trabalho, decidiu articu-lar as atividades nos setores tra-balho, meio ambiente e edu-cação, visando a melhorar ascondições de trabalho e em-prego particularmente no setorsaúde17.

A estratégia de promoção dasaúde dos trabalhadores do setorsaúde e seu alcance intersetorialformatada pelo 45o ConselhoDiretivo pode favorecer a elabo-ração de políticas públicas ca-pazes de gerar qualidade de vida.Sob o prisma dos objetivos co-muns, próprios de uma abor-dagem intersetorial, busca-seneste Plano construir um núcleoestratégico de planejamento e dedefinição de prioridades para asações conjuntas, de modo a in-serir de fato a saúde nas macro-políticas ou nas políticas setori-ais, afastando-se da realidadeatual em que os objetivos desaúde são colocados à margemdas definições de diretrizes e pri-oridades nos planos de desen-volvimento18.

A OPAS preparou, em 2005,o Manual Salud y Seguridad de losTrabajadores del Sector Salud, desti-nado a gerentes e administra-dores dos sistemas e dos ser-

têm reconhecido que o trabalhoé a melhor via para vincular aatividade econômica à melhorqualidade de vida dos cidadãos14.

Sob a mesma perspectiva,impulsionada pelo apoio dosMinistros do Trabalho de 34países membros da OEA, aOPAS incorporou o tema dasaúde dos trabalhadores aosâmbitos do Trabalho Decente daOIT e da Iniciativa de Ambientesde Trabalho Saudáveis da OMS/OPS15, com ênfase em açõespró-ativas, tendo como popu-lações alvo imigrantes, menorestrabalhadores, mulheres traba-lhadoras, pessoas com deficiên-cias físicas, trabalhadores de ter-ceira idade, indíos, pessoas comHIV/AIDS. Sob esse ângulo, otrabalho decente seria a essênciadas estratégias globais, nacionaise locais para se alcançar umdesenvolvimento eqüitativo, glo-bal e sustentável16.

O Plano CST/Saúde resul-tou da decisão da 45ª Reunião do

duzir novas formas de gestão dotrabalho fundadas no incentivo àprodutividade e à qualidade13,cujos efeitos sobre a atividadeconcreta de trabalhadores inseri-dos em situações particulares eespecíficas, embora não bemdimensionados, têm alterado asaúde dos sujeitos, como se veráadiante.

Essa agenda é uma ocasiãopropícia para dar visibilidade àproblemática da subjetividadeno trabalho em saúde. Se o re-curso é humano, é melhor pen-sar sobre as dimensões e exigên-cias humanas implicadas, o quepoderá favorecer abordagensmenos superficiais dos proble-mas de qualidade na atenção àsaúde das populações.

Ainda no nível político émister ressaltar a aliança es-tratégica OEA/OPAS. Desde aCúpula das Américas realizadano Quebec em 2001, os Repre-sentantes dos Estados e osGovernos de todos os países

13 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Projetos Especiais de Saúde. Coordenação Geral de Desenvolvimento deRecursos Humanos para o SUS. Agenda de prioridades para a política de recursos humanos na gestão do SUS. Brasília:Ministério da Saúde, 1997. 11 p.14 - OPS - ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Informe sobre la salud y la seguridad en el trabajo en laregión de las Américas: Alianza estratégica entre los ministros de trabajo y de salud. Bogotá, julio de 2004, 20 p.15 - OPS - ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. Representación de Colombia. Informe sobre la salud y laseguridad en el trabajo en la región de las Américas: Alianza estratégica entre los ministros de trabajo y de salud. Bogotá,julio de 2004, 20 p.16 - OIT - Organización Internacional del Trabajo. El trabajo decente es fundamental para el progreso social. Disponibleem: http://www.ilo.org/public/spanish/decent.htm17 - OPS - ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD. 45º Consejo Directivo. Décision propuesta por el Relator.Washington, D.C., EUA 27 de septiembre-1 de octubre 2004.18 - Ibidem.

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

Cada vez mais, torna-se evi-dente a magnitude do problemada vulnerabilidade em que seencontram os trabalhadores dasaúde expostos aos riscos ocupa-cionais e ambientais no desem-penho cotidiano do seu trabalho.Por exemplo, o crescente desen-volvimento de tecnologias ino-vadoras e sofisticadas, que sãodisponibilizadas no mercadosem a garantia dos processos detreinamento para a sua adequadaoperação, expõe o trabalhador anovos riscos ocupacionais quenecessitam de identificação, con-trole e eliminação. Riscos co-nhecidos, como a AIDS e aHepatite B, entre os biológicos,o uso de anestésicos e de agen-tes esterilizantes, no grupo dassubstâncias químicas, as radia-ções e as perturbações ergonô-micas continuam representandorisco elevado para a força de tra-balho em saúde.

Dessa forma, riscos deriva-dos de um inadequado manejode rejeitos hospitalares e mauestado de conservação das estru-turas e instalações dos locais detrabalho configuram-se em ou-tro grupo de riscos enfrentadoscontinuamente pelos trabalha-dores da saúde.

Os processos de reforma nosetor saúde, a “tercerização” dosserviços de apoio e a perda deprofissionais valiosos, que emi-

gram em busca de um futuromelhor, entre outros fatores,estão gerando novos riscos psi-cossociais.

A Oficina de Ouro Preto re-força o consenso anteriormenteestabelecido quanto à con-veniência de uma iniciativa parao continente americano, comuma plataforma ampla, visandoà inclusão, com enfoque centra-do nos países e estabelecendocompromissos específicos. A i-déia central é dar um salto qua-litativo no desenvolvimentoparticipativo dos planos nacio-nais de ação e nos sistemas demonitoramento de avanços quepermitam uma “accountability”nacional e global. Almejam-seuma intensificação da coope-ração técnica entre os países,sob um referencial compartilha-do, investimentos sustentados ea criação de alianças nacionais einternacionais.

A estratégia do Plano deTrabalho Desenvolvimento daSaúde dos Trabalhadores daSaúde busca promover umespaço de compartilhamento earticulação de interesses, conhe-cimentos e práticas das diversasorganizações envolvidas, a fimde permitir a produção de novosconhecimentos e de políticascompatíveis com a resolução deproblemas reais.

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 17

viços em saúde. A publicaçãooferece os conceitos opera-cionais básicos sobre saúde esegurança no trabalho realizadoem estabelecimentos de saúde,apresenta os riscos ocupacionaismais comuns já descritos emestudos realizados no setor(público ou privado) e, final-mente, apresenta guias e instru-mentos práticos para a imple-mentação de programas emsaúde e segurança ocupacional.Diante desses produtos, é pos-sível construir políticas de iden-tificação e prevenção de danos eagravos à saúde dos traba-lhadores do setor saúde, parale-lamente às intervenções que vi-sam à transformação das con-dições de trabalho precárias nosetor.

Existe consenso entre osparticipantes da Oficina de Ou-ro Preto sobre a importância demanter uma força de trabalhosaudável e livre dos riscos ocu-pacionais como elemento chavepara o desenvolvimento susten-tável dos povos. Ademais, ficouclaro que o desempenho dos sis-temas de saúde, especialmentena qualidade da atenção aosusuários, está especialmente rela-cionada às condições de saúde esegurança ocupacional às quaisestão submetidos os trabalha-dores da saúde durante a exe-cução de suas tarefas.

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

18 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

Os trabalhadores da saúde

Os trabalhadores emsaúde são pessoas que estãodiretamente envolvidas emações com os usuários dos sis-temas e aquelas que prestamapoio à gestão clínica-assisten-cial, independentemente dotipo de contrato ou vínculo,tanto no setor público quantono setor privado. Eles atuam nonível da gestão ou da assistênciadireta ao cidadão doente ouatendido em programas de pro-moção da saúde, sendo quepodem também atuar nosserviços de apoio diagnóstico eterapêutico, na gerência e naprodução de tecnologia.

A reorientação do paradig-ma do processo saúde-doença-cuidado fundamenta políticasnacionais que atingem o em-prego e o trabalho, sem queambas as esferas tenham sidofoco de atuação dos governos.

As transformações recentesna produção capitalista emnível mundial também se fize-

ram presentes no setor saúde,que de maneira semelhante aosoutros setores da produçãoexperimentaram não somenteos efeitos do avanço da ciênciae da tecnologia, mas tambémdo acirramento da desigualdadee da injustiça social que marcamos países da América Latina eCaribe.

Condições de trabalhoem saúde

Condições de trabalho éum termo utilizado para de-signar os níveis saúde e traba-lho do esquema proposto naFigura 1 (p. 9) que diz respeitoàs circunstâncias em que a ativi-dade dos trabalhadores se de-senvolve e em que estado elesse encontram para atender asdemandas que lhes são apresen-tadas.

As tendências contempo-râneas na estrutura do trabalho(Quadro 2), segundo Antunes eAlves19, seguidas das alteraçõesque elas provocam nas ativi-dades de trabalho em si(Quadro 3)20 são apresentadas aseguir. Esse conjunto de valoresestá associado às condições detrabalho atuais.

19 - ANTUNES, R; ALVES, G. As mutações no mundo do trabalho na era da mundialização do capital. Educação eSociedade., vol.25, n.87, p.335-351, 2004. Disponível em: http://www.scielo.br 20 - ASSUNÇÃO, AA. Uma contribuição ao debate sobre as relações saúde e trabalho. Ciência & Saúde Coletiva. v.8, n.4,p.1005 - 1028, 2003.

3 - MARCO TEÓRICO-METODOLÓGICO

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 19

1. Redução do proletariado industrial, fabril, tradicional, manual, estável e especializado, herdeiroda era da indústria verticalizada de tipo taylorista e fordista.

2. Aumento do novo proletariado fabril e de serviços, em escala mundial, presente nas diversasmodalidades de trabalho precarizado. São os terceirizados, subcontratados, part-time, entre tantasoutras formas assemelhadas, que se expandem em escala global.

3. Aumento significativo do trabalho feminino, que atinge mais de 40% da força de trabalho emdiversos países avançados e que tem sido absorvido pelo sistema de produção, preferencialmenteno universo do trabalho part-time, precarizado e desregulamentado.

4. Exclusão dos jovens, que atingiram a idade de ingresso no mercado de trabalho e que, sem pers-pectiva de emprego, acabam muitas vezes engrossando as fileiras dos trabalhadores em situaçãoprecária, dos desempregados, sem perspectivas de trabalho, dada a vigência da sociedade do desem-prego estrutural.

5. Exclusão dos trabalhadores considerados "idosos" pelo sistema capitalista, com idade próximade 40 anos, e que, uma vez excluídos do sistema, dificilmente conseguem reingresso no mercadode trabalho.

6. Crescente expansão do trabalho no chamado "Terceiro Setor", assumindo uma forma alterna-tiva de ocupação, por intermédio de empresas de perfil mais comunitários, motivadas predomi-nantemente por formas de trabalho voluntário, abarcando um amplo leque de atividades.

7. Expansão do trabalho em domicílio.

QUADRO 2TENDÊNCIAS CONTEMPORÂNEAS DA ESTRUTURAÇÃO DO

TRABALHO E DA ABSORÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO

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20 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

O atendimento ao usuárioé uma atividade social mediado-ra que coloca em cena a intera-ção de diferentes sujeitos emum contexto específico, visan-do a responder a distintas ne-cessidades. A atividade do tra-balhador da saúde resulta deum processo de múltiplas fa-cetas, que se desenrola em umcontexto institucional onde osobjetivos, os processos organi-

zacionais e a estrutura exis-tentes são elementos essenciaisna conformação da situação deatendimento21.

A invisibilidade da ativi-dade do trabalho para a gestãodo sistema e para a orientaçãode políticas de segurança e pro-moção das condições de traba-lho denotam o não reconheci-mento do investimento pessoal.

1. A exposição às condições nocivas de trabalho segue a mesma lógica discriminatória da inserçãodos trabalhadores na produção que inferioriza as mulheres, os negros, os analfabetos, os imigrantes,os jovens sem experiência e os idosos sem força física.

2. As chances de emprego, os contratos de trabalho, os salários recebidos, a mobilidade profis-sional dependem das características dos grupos de trabalhadores que, por sua vez, são determinadassocialmente.

3. Enfrentam-se teoricamente e na prática as manifestações de saúde que é alterada no seio dasociedade devido aos efeitos da desigualdade da distribuição dos bens produzidos, à aquisição deuma multitude de conhecimentos e de erros, às possibilidades de domínio dos territórios e com-portamentos e ao choque contínuo dos conflitos.

4. A saúde dos trabalhadores é alterada no contexto da reestruturação produtiva que deriva de umambiente social, político e econômico marcado pelas crises dos anos 1960 e 70.

QUADRO 3HIPÓTESES SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE AS ALTERAÇÕES DAS ATIVIDADES

DE TRABALHO E OS PROBLEMAS DE SAÚDE

21 - FERREIRA, M.C. Serviço de atendimento ao público: o que é? Como analisá-lo? Esboço de uma abordagem teórico-metodológica em ergonomia. IX Congresso da Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO 99, Salvador, 3 a 6 de novem-bro [CD-ROM], 1999.

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

Trata-se, na teoria da psico-dinâmica do trabalho, do reco-nhecimento pelo trabalho rea-lizado, que se obtém pela media-ção de dois tipos de julgamen-to. O primeiro é o julgamentode beleza, emitido por aquelesque conhecem o métier e podemavaliar o trabalho em função desua conformidade às regras dearte e em função de sua origi-nalidade. O segundo, julgamen-to de utilidade, avalia os obje-tivos alcançados sem se impor-tar com os meios utilizados. Nocaso do trabalho em saúde ojulgamento vem do usuário, queavalia a garantia ao acesso aoatendimento e aos meios para odiagnóstico e o tratamento, asua melhora clínica, a remissãodos sintomas; afinal, é este ométier: “atender”, “cuidar” e“curar”22. E quando o usuárioreage e manifesta o seu descon-tentamento diante do fracassodos objetivos acima expostos?

Em suma, o trabalho dosprofissionais de saúde é umamediação entre as finalidadesdo sistema e as demandas dousuário, nem sempre coerentesentre si. As vivências no ato decuidar ou de operar o cuidadonão passam incólumes para aeconomia psíquica, pois lidamcom o outro, e este outro en-contra-se em situação especial.

Extrapolando os indica-dores tradicionais de saúde,úteis, mas insuficientes con-siderando as mudanças noemprego e no trabalho verifica-dos nos últimos trinta anos, osestudos colocam em evidência amúltipla exposição aos fatoresde risco e fornecem subsídiospara elaborar hipóteses sobre ainteração entre os mesmos,obrigando à construção de no-vos indicadores e convocandouma abordagem multidiscipli-nar e intersetorial .

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 21

22 - MELO. E.M.C. O Trabalho do pediatra: um estudo das tarefas e das dificuldades vivenciadas em um serviço de urgên-cia.Tese de Doutorado UFMG. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. 2006

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A implantação das reformase a expansão do setor trazem aexplicação para as mudanças nacomposição da força de trabalhoe nos processos de formação eregulação profissional. As regrasde contratação e de remuneraçãosão díspares e seguem a lógica, jádescrita por Zarifian 25,26 quandoautor analisa o trabalho no setorde serviços, de garantir o atendi-mento às custas de exigênciasque não são consideradas pelosgestores no momento da elabo-ração de metas e de métodos degestão da força de trabalho.

A implementação das re-formas no setor saúde não guar-da similitudes de um país aoutro, mas pode-se afirmar,pelos dados apresentados nosObservatórios de Recursos Hu-manos, que os serviços de saúdeconcentram-se nas grandes ci-dades, deixando as áreas ruraisdescobertas ou isoladas. O pro-blema da segurança pública temesvaziado os centros de saúdedas periferias das grandes ci-dades, que também sofrem oefeito da falta de água, de luz ede profissionais em tempo inte-gral para garantir o atendimen-to. Os estímulos para a for-mação dos profissionais sãodébeis, existindo em algunspaíses o esforço individual dostrabalhadores da saúde em pro-curar por sua conta e custo aformação continuada.

22 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

4.1 - As forças contraditó-rias nas reformas setoriais

Os sistemas de saúdecontemporâneos enfrentam for-ças contraditórias presentes nosníveis locais e no nível transna-cional. No nível local obser-vam-se as comunidades que rei-vindicam a garantia das declara-ções dos governos que afirmamo direito à saúde para todos.Regionalmente, nota-se um tipode tensão entre, por um lado, oprojeto conservador de assis-tência à saúde, que privilegia opequeno produtor autônomo desaúde e a defesa dos interessesde uma fração de atores do sis-tema e de seus estabelecimentosprivados de saúde, e, por outro,os projetos políticos voltadospara a sociedade, para os traba-lhadores e para os serviços desaúde.

No nível transnacional, asnovas formas de regulação im-plementadas pelas políticas deEstado convivem, em váriospaíses, com a competição nomercado e a sofisticação tecno-lógica que incentiva e foi incenti-vada pela acumulação do capitalno setor – por exemplo: uso deinsumos e medicamentos, em-

prego de técnicas avançadas dediagnóstico etc. Paralelamente,matrizes curriculares cada vezmais homogêneas permitem amobilidade de profissionais in-terpaíses, fortalecendo, de um la-do, a divulgação de procedimen-tos diagnósticos, mas de outro,criando vias para a precarizaçãodo emprego, do qual é exemploa migração de médicos.

As tensões citadas se con-jugam e elas se manifestam emdiferentes reformas do setorsaúde, as quais portam, elasmesmas, contradições como adefesa da igualdade de acesso ea manutenção da competição nomercado de oferta de serviços ede insumos; como a profissio-nalização das categorias de tra-balhadores ao lado de uma pau-ta, emanada dos setores do Es-tado e das próprias agremiaçõese corporações, cada vez maisarrojada em meios e processosque visam a controlar os atos eprocedimentos; como as novasdemandas de aquisição de técni-cas avançadas de diagnóstico etratamento ao lado da restriçãodos orçamentos; como a ênfasena qualidade e, ao mesmo tem-po, uma abordagem eminente-mente quantitativa na avaliaçãodos resultados.

25 - ZARIFIAN, P. Valor, organização e competência na produção de serviço. Esboço de um modelo de produção de serviço.In SALERNO, M. S. (org.) Relação de Serviço-produção e avaliação, São Paulo: Ed Senac, 2001a, p. 95-149.26 - ZARIFIAN, P. Mutação dos sistemas produtivos e competências profissionais: a produção industrial de serviço. InSALERNO, M. S. (org.) Relação de Serviço-produção e avaliação, São Paulo: Ed Senac, 2001b, p.67-93.

4 - SITUAÇÃO ATUAL

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

Figura 2

4.2 - Precarização e precariedade do trabalhoe do emprego em saúde

As empresas começam areestruturar-se não apenas pelaameaça da concorrência, mastambém devido aos conflitossociais relacionados às formastradicionais de organização dotrabalho e da produção.

A maior integração e amaior flexibilidade das empre-sas surgem como uma forma dereagir à crise social e de aumen-tar a produtividade em um mer-cado instável. Os resultadosdesse processo marcam profun-damente o trabalho e sua ex-pressão cidadã – o emprego.

No contexto atual de per-manente crise econômica, oprocesso de precarização doemprego aparece como a únicaestratégia das empresas, entreelas incluídos os estabelecimen-tos de saúde, para garantir o seufuturo. As mutações na pro-dução instauram uma novaflexibilidade do mercado de tra-balho: ocorrem transformações

da relação com o trabalho,modificação dos acordos cole-tivos de trabalho e externaliza-ção de riscos para as empresasque absorvem os novos assa-lariados.

Para garantir seus empre-gos, os trabalhadores da saúdese submetem à flexibilidade dasmudanças dos processos pro-dutivos, gerando um estado deprecariedade que, sendo trans-versal ao trabalho e ao empre-go, manifesta-se como movi-mento de uma esfera para aoutra, atingindo diferentes ní-

veis, conforme o esquema apre-sentado na Figura 2. Conven-cionou-se tratar esse movimen-to transversal de precarização,ou seja, um movimento cons-tante de uma esfera a outra, quetransforma num continuum asformas de contrato, os tipos dedesemprego, os modelos degestão, a organização do traba-lho e a exposição aos riscosambientais.

O emprego, no bojo da re-estruturação produtiva, trans-forma-se em emprego precário,ou seja, estabelece-se um con-

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 23

Figura 2 - Esquema ilustrativo do movimento precariza-ção e os seus dois pólos: a precariedade do trabalho e a

precariedade do emprego. (Extraído de Assunção &Belisário, 2005)27

Precariedadedo trabalho

Precariedadedo emprego

Precariedadeda ausênciado emprego

Movimento deMovimento dePPrecarizaçãorecarização

27 - ASSUNÇÃO, A.A.; BELISÁRIO, S.A. (2005).Precariedade e precarização do trabalho no setor saúde.Projeto de criação do Grupo de Estudos em Gestão doTrabalho e Formação em Saúde. Faculdade de Medicina.UFMG, Belo Horizonte

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24 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

tinuum entre emprego perma-nente e desemprego. Com-parado ao emprego perma-nente, de duração ilimitada,tempo integral e dedicado a umúnico empregador, o empregoprecário é um emprego deduração limitada, com dedi-cação parcial a um ou a váriosempregadores.

Em relação ao desemprego,a noção de precarização édefinida como uma sucessão devários empregos precários(para uma pessoa); trata-se deuma ausência do verdadeiroemprego, tocando as históriaspessoais e suas trajetórias notrabalho, que cria um grupo detrabalhadores sem trabalho.

Entre o emprego perma-nente e o desemprego podeexistir o trabalho sem contratoou o trabalho com contratosinstáveis, a saber: contrato detempo parcial, temporário etrabalho domiciliar. (Figura 3).

A proliferação dos con-tratos informais e o não paga-mento dos encargos sociaispelos empregadores da saúdeintensificam-se com a desregu-lamentação, literalmente com-

PPR R EECCAARRIIZZAAÇÇÃÃOO

Precariedade do emprego.

Sem contrato

Contrato temporário

Precariedade do estatuto do emprego

Terceirizado

Trabalho Parcial

Domiciliar

EMPREGO

Precariedade do ambiente de trabalho.

Ausência de meios

Importação de riscos

Exposição a microorganismos desconhecidos

Ambiente psicológico nocivo

Ausência de segurança

Precariedade da organização do trabalho.

Horários extremos

Polivalência

Novas exigências tecnológicas

Novas demandas dos cidadãos

Avaliação quantitativa dos resultados.

TRABALHO

Esquema ilustrativo dos diferentes níveis do processo deprecarização. (Extraído de Assunção & Belisário, 2005)28

Figura 3

28 - Ibdem (Ibidem.)

preendida como ausência deregras e de regulações, que sedá no Brasil sob a forma de lei,através de contratos orais (paraos agentes comunitários emsaúde, por exemplo) ou de for-matos irregulares (por meio decooperativas ou por tempo li-mitado), vinculação por meiode cargos comissionados porserviços de assistência direta àpopulação.

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

ma iniciativa institucional queprocure conhecer o panoramaconstituído pelos fatores técni-co-organizacionais, pelo ambi-ente e pela segurança no traba-lho nos estabelecimentos desaúde.

Vale ressaltar que, apesar daprecariedade da informação, aliteratura científica, nos últimosdez anos, tem fornecido resul-tados de estudos voltados paraas questões de CST/Saúde. Oaporte é amplo e variado, for-necendo resultados que mos-tram baixa prevalência de vaci-nação nas populações dos tra-balhadores da saúde, alta pre-valência de problemas múscu-lo-esqueléticos em grupos es-pecíficos de trabalhadores, dis-

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 25

4.3 - A situação institucional

Os relatos dos especialis-tas dos países presentes naOficina de Ouro Preto sobreas condições de trabalho esaúde dos trabalhadores dosetor da saúde (CST/Saúde)mostram que o perfil de saúdedos trabalhadores no setorsaúde, à semelhança do queocorre no conjunto dos traba-lhadores, é bastante deficiente.Quando as informações exis-tem, elas dizem respeito aosdanos: são os dados especifica-mente referentes aos acidentese às doenças profissionais.Sobre a atividade de trabalhoem si, parece não haver nenhu-

TRABALHADORA NO ACOLHIMENTO DE UMA UBSTRABALHADOR DA VIGILÂNCIA SANITÁRIA

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26 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

1. Realização de um diagnóstico institucional que aponte asituação atual de cada país, dadas as diferenças de complexidadedos sistemas de saúde e os diversos estágios em que eles seencontram.

2. Melhoria dos instrumentos de produção e coleta de dadosnos municípios, bem como a integração dos dados colhidos emum banco de dados nacional e regional.

3. Desenvolvimento de arranjos políticos e de outros tipos quevinculem as ações nas esferas municipais, estaduais, nacionais eregionais numa perspectiva de intencionalidade e de atuação emrede.

4. Ampliação dos espaços de participação dos trabalhadoresatravés das organizações que os representam: associaçõesprofissionais, grêmios, sindicatos, escolas profissionais, comitêsde higiene e segurança, etc.

5. Participação mais efetiva dos ministérios da saúde e do tra-balho na coordenação dos esforços para a geração, implemen-tação e fiscalização de políticas públicas, bem como na determi-nação dos indicadores a serem observados.

6. Desenvolvimento de estratégias que possibilitem aproveitare melhorar os processos já existentes de geração e coleta deinformações.

QUADRO 4 - PROPOSTAS DE AÇÃO RELACIONADAS À MELHORIA DA

CAPACIDADE INSTITUCIONAL DOS PAÍSES PARA LIDAR COM AS CST/SAÚDE

túrbios mentais associados ànatureza das tarefas no setor –com ênfase nas vivências deviolência.

Do exposto, fica umaenorme lacuna: a ausência deum sistema de informação so-bre a saúde dos trabalhadoresda saúde, na presença dos co-nhecimentos científicos acu-mulados.

O número e a qualidadedas informações coletadas nosâmbitos nacionais acerca dasCST/ Saúde demonstram queos dados disponíveis sobre aci-dentes de trabalho e doençasocupacionais são precários. Nosetor público, as informaçõessão ainda mais escassas do queas coletadas no setor privado.Além de limitadas em quanti-dade, as informações existentesnão contemplam aspectos bási-cos – como, por exemplo, se oque levou determinado traba-lhador a procurar um serviçode atenção à saúde foi um aci-dente no trabalho ou outro tipode dano de origem ocupa-cional.

A ausência de integraçãoentre os níveis locais e centraisdos sistemas de saúde dificulta

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 27

a coleta de informações sobre aforça de trabalho em saúde,que, na maioria dos países, estávinculada aos municípios. Ouseja, as deficiências no âmbitoda gestão de um sistema hierar-quizado e descentralizado re-percutem negativamente na ca-pacidade de instituições nacio-nais, como é o caso dos mi-nistérios da saúde, para desem-penharem seu papel normativoe de fiscalização.

Outro aspecto que tem im-pacto sobre a quantidade dedados coletada está relacionadoao fato de os trabalhadores,eventualmente, recorrerem aestabelecimentos assistenciaisou centros sociais, que são aco-lhedores, mas menos afeitos aprocedimentos formais pararegistro dos atendimentos. Ou-tra deformação do sistema dizrespeito à assistência informalque o trabalhador recebe emseu próprio estabelecimento detrabalho, da qual não é feitonenhum registro ou notifi-cação.

Do ponto de vista qualitati-vo, as dificuldades estão rela-cionadas à inexistência de umataxonomia específica que per-mita ao menos uma categoriza-

1. Geração de relações entre os trabalhadores e as organizaçõesde saúde que promovam ambientes saudáveis e permitam ocompromisso com a missão institucional de garantir bonsserviços de saúde para à população.

2. Desenvolvimento de mecanismos de interação entre as insti-tuições de formação e os serviços de saúde que permitam ade-quar a formação para um modelo de atenção universal, eqüitati-vo e de qualidade – e que sirva às necessidades de saúde da po-pulação.

QUADRO 5

PRINCIPAIS RESULTADOS ESPERADOS DAS AÇÕES INSTITUCIONAIS

ção básica dos problemas desaúde percebidos pelos traba-lhadores. Existe, assim, umdescompasso entre os propósi-tos que motivaram a criaçãodos atuais processos de registrode informações relativas aofuncionamento e gestão dossistemas de saúde e o nível dedetalhamento necessário paraproduzir informações e desen-volver indicadores que possamcontribuir para a gestão dasCST/Saúde.

O propósito de fomento àspolíticas públicas que tenhamcomo ponto de partida a in-tenção de transformar as con-

dições de trabalho no setor desaúde esbarra no desafio deelaborar uma plataforma con-ceitual capaz de possibilitar aconstrução de consensos acercade: 1. noções como precariza-ção do trabalho e precarizaçãodo emprego; 2. a que se refere otermo condições de trabalho; 3.quem são os trabalhadores dosetor de saúde; 4. do que setrata quando se aborda o ambi-ente de trabalho. É necessária,também, a construção de con-sensos acerca de outros con-ceitos fluidos que exigem umamplo debate a fim de consoli-dar as suas definições.

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

28 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

SALA DE ESPERA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE EM BELO HORIZONTE

FARMÁCIA EM UMA UNIDADE BÁSICA DE

SAÚDE EM BELO HORIZONTE

Entretanto, há consensoentre os participantes da Ofi-cina de Ouro Preto de que aabordagem das CST/Saúde nãopode ser desvinculada de umaanálise e de uma intervençãoglobal nos sistemas e nos ser-viços de saúde. Quando se dis-cute a exposição aos riscos deacidentes é preciso considerar,por exemplo, o vínculo empre-gatício do trabalhador ou da tra-balhadora com a sua instituição,pois são categorias relacionais,que perdem parte de seu signifi-cado se tratadas isoladamente.Em outras palavras: a propo-sição de políticas públicas, nu-ma perspectiva preventiva, exi-ge a definição de conceitos e avisibilidade dos indicadores.Trata-se de uma perspectiva quevisa a definir os agentes a seremenvolvidos e suas respectivasresponsabilidades institucionaispara com os ministérios dasaúde e do trabalho em nívelnacional e a OMS e OIT emâmbito regional.

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CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 29

n Os recursos humanos são a base do sistema de saúde.

n O trabalho em saúde é prestação de um serviço público erequer responsabilidade social.

n Os trabalhadores da saúde são protagonistas de seu própriodesenvolvimento.

n A problemática e o desenvolvimento dos recursos humanos emsaúde são um interesse primordial dos cidadãos, que têm o direitode participar da produção e do desenvolvimento das políticas nessecampo.

n O tema condições de saúde dos trabalhadores da saúde é umtema relevante para a década de recursos humanos em saúde.

n A análise da problemática e de uma ação negociada e sinérgicacom os países e com os organismos de cooperação para o desen-volvimento de planos decenais de recursos humanos deve incluir asaúde e a segurança dos trabalhadores da saúde.

n A mobilização do interesse e dos recursos é fundamental para asustentação dos processos de gestão de RH e saúde e segurançados trabalhadores da saúde.

n O aprimoramento das competências dos gestores de saúde parao manejo no campo saúde dos trabalhadores da saúde faz parte doprocesso.

n A aplicação efetiva de um enfoque multidisciplinar e interseto-rial mediante a aliança estratégica (saúde/trabalho/educação/ambiente) adotada na IV Cúpula das Américas, constitui-se emestratégia para o Plano.

n O apoio para o desenvolvimento e intercâmbio das experiên-cias na geração de mecanismos de financiamento visa à despre-carização e à melhoria das condições de trabalho em saúde, naperspectiva da produtividade e qualidade dos serviços de saúde.

5- PRINCÍPIOS BÁSICOS PARA DESENVOLVER O PLANO DE TRABALHO

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

30 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

Apoiar o

desenvolvi-

mento de

políticas públi-

cas intersetori-

ais para a me-

lhoria das

condições de

saúde e traba-

lho dos traba-

lhadores da

área de saúde.

Geração deespaços deacordo

Elaboração dedocumentosde posiciona-mento

n Preparação de um documento com orien-tações e princípios (documentos de posiciona-mento) para iniciar processos de acordo deações nos âmbitos nacional e regional (foros,oficinas, espaços de coordenação nacional eentre países).

n Preparação de materiais para sensibilizaragentes diversos sobre o tema da situação desaúde dos trabalhadores e sua relação com a qua-lidade dos serviços. Inclui a identificação deagentes nos âmbitos nacional e regional que sededicam à saúde e ao trabalho.

n Foro conjunto Saúde e Trabalho (SGT 10 e11) no âmbito do MERCOSUL.

n Oficina para a definição e a elaboração deuma cartilha de trabalho inaceitável em saúde.

n Reuniões regionais e nacionais de análise desituação e tomada de decisões (colocar tema emespaços regionais de coordenação inter-agencial,incluída a Reunião do Observatório a ser realiza-da em Lima, Peru, em outubro).

n Preparar documentos regionais e nacionais deanálise de situação e propostas de ações.

n Elaboração de um capítulo sobre condições desaúde dos trabalhadores da área de saúde nosobservatórios nacionais de recursos humanos emsaúde.

n Apoio à formulação de políticas nacionais eregionais para a abordagem de problemáticasespecíficas sobre condições de saúde dos traba-lhadores da área de saúde.

Abril 2006

Abril/Dezembro 2006

Junho 2006

Julho 2006

Abril 2006 maio 2007

Abril 2006maio 2007

Abril 2006Dezembro2007

Abril 2006Dezembro2007

OPS/OMSNESCONSGTES

OPS/OMSNESCON SGTES

OPS/OMSSGTESPaíses da Região

OPS/OMSPaíses da Região

OPS/OMS SGTES Países da Região

OPS/OMS

SGTESPaíses da RegiãoOPS/OMSNESCONPaíses da Região

OPS/OMSNESCONPaíses da Região

ÁREAS DE ATIVIDADES ATIVIDADES PRAZO RECURSOS/INTERVENÇÃO ESSENCIAIS ESPECÍFICAS CUSTOS

6 - PLANO DE TRABALHO

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 31

Analisar e

fortalecer as

capacidades

institucionais

para a abor-

dagem da

situação de

trabalho e

saúde dos TS.

Elaboração deregulamen-tações, normase procedimen-tos.

Capacitação

n Análise dos conteúdos existentes nos currícu-los das profissões prioritárias de saúde, do temada saúde dos trabalhadores da área de saúde.

n Advocacia para a contratação de profissionaisespecializados no tema de saúde dos traba-lhadores.

n Desenvolvimento de diretrizes(normas, guias e orientações) para o esta-belecimento de processos de trabalho naárea de saúde.

n Estabelecimento de processos de con-trole da qualidade das condições de saúdee trabalho dos trabalhadores da área desaúde (criar espaços para analisar e modi-ficar os marcos reguladores existentes).

n Criar e utilizar instrumentos para a criaçãode ambientes saudáveis de trabalho.

n Capacitação, com materiais educativos exis-tentes, a gestores e trabalhadores do Setor deSaúde.

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

OPS/OMSNESCON Países da Região

OPS/OMS

OPS/OMSNESCON Países da Região

OPS/OMSNESCON Países da Região

OPS/OMSNESCON Países da Região

OPS/OMSNESCON Países da Região

ÁREAS DE ATIVIDADES ATIVIDADES PRAZO RECURSOS/INTERVENÇÃO ESSENCIAIS ESPECÍFICAS CUSTOS

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

32 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

Analisar os

determinantes

da situação de

trabalho e

saúde dos TS.

Elaboração deprotocolos epesquisas mul-ticêntricas.

Estabeleci-mento de umconjunto dedados básicos

n Criação de um grupo técnico de conceitua-lização (com profissionais de diferentes níveis,incluindo acadêmicos, serviços e gestores) paradefinição das dimensões, categorias, indicadoresdas CST e da qualidade e satisfação do atendi-mento em saúde.

n Ampliação/geração de um conjunto dedados básicos e indicadores, a partir do realiza-do com o Observatório de RRHH.

o Fazer um inventário em cada país dosdados existentes no tema de saúde dos traba-lhadores, para depois propor alguns indi-cadores comuns, regionais.

o Definir o propósito da coleta de infor-mação e o processo de utilização e tomada dedecisões com tal informação.

o A partir da informação existente, sis-tematizar um conjunto de dados básicoscomuns.

o A partir da informação existente, gerarindicadores da situação saúde dos/as traba-lhadores/as.

n Análise de estudos existentes relevantes eindicadores utilizados.

n Incentivos a estudos aprofundados (multi-cêntricos) tomando como base o Manual deSaúde dos Trabalhadores da Saúde.

n Incentivos à criação de espaços virtuais paraa troca de informação e experiências (foros vir-tuais, biblioteca virtual, vídeo conferências, Redede Saúde dos Trabalhadores).

Abril/Dezembro 2006

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

OPS/OMSNESCON SGTES Países da Região

OPS/OMSNESCON SGTES Países da Região

OPS/OMSNESCON SGTES Países da Região

OPS/OMSNESCON SGTES Países da Região

OPS/OMSNESCON Países da Região

ÁREAS DE ATIVIDADES ATIVIDADES PRAZO RECURSOS/INTERVENÇÃO ESSENCIAIS ESPECÍFICAS CUSTOS

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 33

ÁREAS DE ATIVIDADES ATIVIDADES PRAZO RECURSOS/INTERVENÇÃO ESSENCIAIS ESPECÍFICAS CUSTOS

Gerar indi-

cadores para

monitoramen-

to e avaliação

da situação de

trabalho e

saúde dos TS.

Configuraçãode redes.

Troca deexperiências eboas práticasno âmbitonacional eregional

n Desenvolvimento de uma estratégia perma-nente de análise da situação e da implementaçãodo Plano, nos diferentes âmbitos para a tomadade decisões, para realizar os ajustes necessários.

n Realização de oficinas de avaliação dos resul-tados e definição de novas ações.

o Nacionais

o Regionais

n Troca de experiências sobre monitoramento eavaliação entre países.

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

Abril 2006Dezembro 2007

OPS/OMSNESCON SGTES Países da Região

OPS/OMSNESCON SGTES Países da Região

OPS/OMSNESCON SGTESPaíses da Região

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

34 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

CGVAM - Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em Saúde

DEGERTS - Departamento de Gestão e da Regulação do Trabalho em Saúde

HC - Health Canada

MS - Ministerio da Saúde

MT - Ministerio do Trabalho

NESCON - Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva

OEA - Organização dos Estados Americanos

OIT - Organização Internacional do Trabalho

CST - Condições de Saúde do Trabalho

OMS - Organización Mundial de la Salud

OPS - Organización Panamericana de la Salud

PNH - Política Nacional de Humanização

PMOP - Prefeitura Municipal de Ouro Preto

SGTES - Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

SMSOP - Secretaria Municipal da Saúde de Ouro Preto - Brasil

UCR - Universidade da Costa Rica

UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

ABREVIATURAS

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CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 35

PROGRAMA

Domingo 22/1/0620h Abertura

Ângelo Oswaldo de Araújo Santos (PMOP - Brasil)Ariosvaldo Figueiredo Santos (SMSOP - Brasil)Francisco Campos (SGTES/MS - Brasil)José Saraiva Felipe (MS - Brasil)Luiz Galvão (OPS - Estados Unidos)Ronaldo Pena (Reitoria/UFMG - Brasil)Soraya Almeida Belisário (NESCON/UFMG - Brasil)

21h Coctel

Lunes 23/1/06 Propuesta de Marco Conceptual y análisis de situación de la información y capacidades institucionales.

9h Antecedentes y Objetivos del Taller Pedro Brito (OPS - Estados Unidos)

9h30 Presentación de propuesta de marco conceptual y operativo del abordaje de la problemática de la Salud de los Trabajadores de la Salud

Ada Ávila Assunção (NESCON/UFMG - Brasil)

ComentaristasFrancisco Campos (SGTES/MS - Brasil)Luiz Galvão (OPS - Estados Unidos)Charles Godue (OPS - Estados Unidos)Gerry Eijkemans (OMS - Suíça)Maria Helena Machado (MS - Brasil)

11h Café

11h30 Debate

12h30 Almuerzo

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

36 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

Lunes 23/1/0614h Trabajo de grupo

Análisis de situación de la información y las capacidades institucionales (Guia de trabajo 1)

16h Café

16h30 Presentación de gruposRelatoristas:José Manuel Valverde Rojis (UCR - Costa Rica) - Grupo 1Emilio Ramirez (MS - Chile) - Grupo 2

18h Cierre de los trabajos

Martes 24/1/06 Tema 2 - Dia Mundial de la Salud Y Foro sobre Trabajo Decente en Salud

9h El llamado a la acción para una década de recursos humanos y su desarrollo desde la perspectiva de las condiciones de salud de los trabajadores de la salud.

Charles Godue (OPS - Estados Unidos)

9h30 Análisis de antecedentes y objetivos de la actividad sobre Condiciones de Salud de los Trabajadores de la Salud en el contexto del Día Mundial de la Salud, Semana Panamericana de la Salud.

Charles Godue (OPS - Estados Unidos)Luiz Galvão (OPS - Estados Unidos)Carlos Rosales (OPS - Estados Unidos)

10h30 Café

11h Debate

12h30 Reunión de la Coordinación

13h Almuerzo

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 37

Martes 14h Análisis de antecedentes y objetivos de Foro sobre Trabajo

24/1/06 Decente (OPS/OIT/Ministerios de Salud y Trabajo) en el

contexto del Día Mundial de la Salud, Semana Panamericana

de la Salud.

Marta Novick (MT - Argentina)

16h Café

16h30 Situación de Salud de los Trabajadores de la Salud:

La experiencia Canadiense (parte I)

Sandra MacDonalds Rencs (HC - Canadá)

18h Cierre de los trabajos

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

38 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

Miercoles 25/1/06 Tema 3 - Fortalecimiento Institucional, CooperaciónTecnica y Indicadores en CST/Salud

9h Situación de Salud de los Trabajadores de la Salud:

La experiencia Canadiense (parte II)

Sandra MacDonalds Rencs (HC - Canadá)

10h30 Café

11h Trabajo de grupoPresentación de la propuesta de trabajo para el desarrollo de las actividades (Guia de trabajo 2)

Carlos Rosales (OPS - Estados Unidos)

12h30 Almuerzo

14h Desarrollo de los trabajos de grupo

18h Cierre de los trabajos

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE 39

Jueves 26/1/06 Tema 4 - Operacionalización de las actividadesy Recolección de información

9h Presentación de grupos

Relatoristas:

José Manuel Valverde Rojis (UCR - Costa Rica) - Grupo 1

Diego González Machín (OPS - Brasil) - Grupo 2

10h30 Café

11h Síntesis de los trabajos del taller

Carlos Rosales (OPS - Estados Unidos)

Charles Godue (OPS - Estados Unidos)

12h30 Almuerzo

17h Reunión de la Coordinación

18h Cierre de los trabajos

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SÉRIE NESCON DE INFORMES TÉCNICOS - NO1

40 CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE DOS TRABALHADORES DA SAÚDE

PARTICIPANTES

Ada Ávila Assunção (NESCON/UFMG - Brasil)

Anamaria Testa Tambellini (UFRJ/CGVAM/MS - Brasil)

Carlos Rosales (OPS - Estados Unidos)

Charles Godue (OPS - Estados Unidos)

Ciro Echegaray (MS - Peru)

Cristina Boaretto (MS - Brasil)

Diego González Machín (OPS - Brasil)

Emilio Ramirez (MS - Chile)

Francisco Campos (SGTES/MS - Brasil)

Gerry Eijkemans (OMS - Suíça)

Henrique A. Vitalino (DEGERTS/MS - Brasil)

José Manuel Valverde Rojis (UCR - Costa Rica)

José Paranaguá de Santana (OPS - Brasil)

José Saraiva Felipe (MS - Brasil)

Luiz Galvão (OPS - Estados Unidos)

Maria Helena Machado (MS - Brasil)

Marta Novick (MT - Argentina)

Pedro Brito (OPS - Estados Unidos)

Ricardo Augusto Alves de Carvalho (NESTH/UFMG - Brasil)

Sandra MacDonalds Rencs (HC - Canadá)

Serafim Barbosa Santos Filho (PNH/MS - Brasil)

Soraya Almeida Belisário (NESCON/UFMG - Brasil)

Valéria Cristina Aguiar (MS - Brasil)

Zaíra G. A. Boteho (DEGERTS/SGTES/MS - Brasil)

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