31
& -'"°Sr.J„sé \f\. ^ oõio oljrbeJio tia Czu^u-c-é J 1) Q u.Ln.ne.n.Lo- cie. eh^wmlwfax mação. e. puMiLLoLú,d&. número çspçeial comemorativo do 5 ?u déeimo íçreçiro anivçr$ário ooo

Sr.J„sé · Ao comemorar o seu décimo terceiro aniversário, «A Mocidade» honra-se em prestar esta pequena homenagem aos seus colaboradores mais prestimosos arquivando suas efígies

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Page 1: Sr.J„sé · Ao comemorar o seu décimo terceiro aniversário, «A Mocidade» honra-se em prestar esta pequena homenagem aos seus colaboradores mais prestimosos arquivando suas efígies

& - ' " ° S r . J „ sé

\ f \ . ^ o õ io o ljrb e J io t i a C z u ^ u - c - é J

1)Q u. Ln. ne.n. Lo- cie.

eh wmlwfax mação. e. puMiLLoLú,d&.

n ú m e r o ç s p ç e i a l c o m e m o r a t i v o d o 5? u d é e i m o íçreçiro a n i v ç r $ á r i o

ooo

Page 2: Sr.J„sé · Ao comemorar o seu décimo terceiro aniversário, «A Mocidade» honra-se em prestar esta pequena homenagem aos seus colaboradores mais prestimosos arquivando suas efígies

F U N D T Ç A O ; T i p o g r a f i c a G 1 N I— .DE>~ .---- -

G U E T E S ,

T I P O S C O M U N S E F A N T A S IA , V IN H E T A S , M A T E R IA L B R A N C O , F IL E T E R IA D E L A T Ã O

R e p re s e n ta n te s r e d e p o s i tá r io s d as t in tas h o la n d e s a s V A N S O N t ipográficas , 5 l i tog ráficas , O F F S E T e f o l h a d e F l a n d r e s

E s c r i t ó r i o e A r m a z é n s :Riià N o v a .d a P ie d a d e , .62 a 62— B ,

Téleforie 25:918' "■

F a b r i c a :R ua F ra n c isc o M e tra ss , 107

(a Campo de Ourique)

C a s a d o s B o t i n sD r E :

Jòsé-Lourenço PintoEspecia]iis'ada no fabrico m a­nu a l . Ide calçado. = Calçado

feito , e por medida.

Rua Vaz JYlonfeiro POM ff. DO SOS

A r t u r S a n g a n h a

J^Cífaiala

E ncarrega-se de todos os serviços concernen­tes à sua arte. E xecu ­ção esm erada em fatos e sobretudos pelos últi-

mos figurinos.(©)

D r o g a r i a B a r a t aD E

^Oarissiroo fiacan.je.lca acaía

P e r f u m a r ia s —D r o g a s — T in ­ta s - F e r r a g e n s —V e rn iz e s — Alvaia-

d e s — E s p e c ia l id a d e s fa rm a ­c ê u t ic a s — P ro d u c to s Q u ím icos .

Rua do Bocage

& U D T % N IA RA IN H A D A S M A Q U IN A S

A p re fe r id a p e la Alta C o s tu ra

A m a is p e rfe i ta , s i len c io sa e d e m e lh o rr e n d im e n to

R epresentante nos concelhos de

AVIS e P O N T E D E S O R

F r a n c is c o dos Santos C o r r e ia —AVÍS

IR Antonio ParaSta de Figueirá

P r o f e s s o r p r im ár io oficial em P o n te qo S ô r com d ip lo m a do e n ­s ino pa r t icu la r , habilita p a ra e x a ­m e s d e a d m is s ã o a o s L iceu s , p o s ­to s e s c o la r e s , e tc .

PR EFE R IR O S P R O D U C T O S

« L U S A L I T E »F A B R IC O N A C IO N A L P A R A :

C o b e r t u r a s T e c t o s

I in p e r m e a b i 1 i s a ç â o d e p a r e d e s I s o l a m e n t o s

C a n a l i s a ç õ e s

R E P R E S E N T A eOH?ORTO, D U R A Ç Ã O e E C Q H O m i A P e ç a m ho je m e sm o d e ta lh e s d e a p l ic a ç ão e o r ç a m e n to s á :

CORPORAÇÃO MERCANTIL PORTUGUESA, L.daM H € ® IL A

1 2 3 9 4 8 T E L E F O N E S | 2 8 9 4 1

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João Lourenço Lopes

= c o m =

C e rv e ja r ia , m e rc e a r ia , v inhos e s e u s d e r iv ad o s .

C o m p le to so r t ido d e c o rd o a r ia .

R U f í D E Q E I U E n Ç f l

P O m T I D O S O R

A D E 6 î ©

CARTÃKO

V in h o s e s e u s d e r iv a d o s

Avenida General Carmona

P O N T E D O S O R

Francisco Izidro= c o m =

V inhos , c e rv e ja r ia

e

r e f r i g e r a n t e s

R U f l V f l Z m O M T E I R O

P O N T I D O S O R

G r a n d e s f i r m a z ç n s d e j M o d a s

D E

& 3vmão, X.ôtaÚnicos no género, no Distrito, que rivalisam com os primeiros

da Capital.A L T A N O V ID A D E EM T E C I D O S D E S Ê D A , LÃ E A L G O D Ã O

O s a rm a zé n s que têm m a io r sortid o, m a io re s novidades, m a io re s re d u çõ e s nos p re ço s.

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Rua 1.° de Dezembro, 40-44 S A N T A R É M

R IC O S E PO B R ESG u a rd a i éste anúncioS A Ú D E , V IG O R , VIDA L O N ­

G A ? . . . S Ó . . .P E L O T R A T A M E N T O

V E G E T A L Tratai-Vos p o r ê s te m e io e eco-

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Domingos Dias SerrosN E G O C IA N T E D E

C E R E A I S ,

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e o u t ro s a r t igos .

C o m is s õ e s , C o n s ig n a ç õ e s e co n ta p ró p r ia .

T E L E F O N E 22

©IMTTIE D® S®IR

Como evitar o frio dentro de casa, económica mente

»

M a n d e c a la fe ta r a s f r in c h a s das j a n e l a s 'd e ' s l i a c a sa , a p o r t a e a m a rq u ise (m esm o a s d e fe r ro ) p_elo,processo u sa d o n o s p a ís e s f r ios , o q u e n ão im p e d e q ue e la s se p o s s a m a b r i r e f e c h a r

n o rm a lm en te .

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A Alenlejana,,Agência Técnica Comercial e Industrial

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Ponte do Sôr, doze de Fevereiro de m íl novecentos e trinta e nove

Ano XIV A MOCIDADE(XuIyJim .áhLo de. o4cçõí> JjteháhLa. e Q jzysim í, 'Jnfio\m ação & 'PuM icidade.

N.° 293

Administrador Primo Pedro da Conceição

D irecção - Ed iç ão e Proprieade de

Garibaldino da Oliveira da Conceição AndradeSecre tário da Redacção

A m i l c a r A n d r a d e

F U N D A D O R E S Prmo Pedro da Conceição e Jo sé Viegas Facada

R ED A C Ç Ã O , A D M IN IST R A Ç Ã O E O F IC IN A S G R Á F IC A SMinerva Alentejana — Rua Vaz Monteiro — Ponte do Sôr

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■=a

&

mo- tsJic&Oio anívatisaAto. de.

U MM ais um a n o d e Vida fes te ja ho je «A M o c id a d e » . T r e z e p r im a v e ra s V içosas e p r o ­m e te d o ra s , em q u e o buço d e s p o n ta já, co m o q u e a d a r- lh e fum os e p r o s á p ia s de id a d e m ais m a d u r a . . . E n ri ja ram e a lo n g a ra m -s e s e u s m e m b ro s e s e u a r c a b o iç o — a s s e n to u em b a s e s só l id a s n o s a r r a ia i s d a v ida . Ao co n tac to com a e x p e r iê n c ia f e ­cu n d a , s e u c é r e b r o d e s e n to rp e c e u - s e , p ô s d e p a r te o s s o n h o s fictícios e a la d o s e e m b r e n h o u - s e n a s e n d a á s p e r a , ru d e , t r a b a lh o s a do rea l ism o — a Idea c r e s c e u , m e - d rou , m ult ip l icou-se , v e n c e u alfim!

doisNo d e a lb a r d e um a n o d e traba lhos , é c o s tu m e ira ve lha o lh a r de r e la n c e p a ra o q ue ficou p a ra trá s , p a r a o s dom ín io s do p a s s a d o . S ig a m o s n a c o r re n te . P a n o ra m a p r o ­m eted o r : o jo rn a l g a n h o u m a is p e r s o n a l id a d e , a r r e b a n h o u n o v a s e v a l io sa s s im p a ­tias, a b a r c a m a is Vastos e d i la tad o s h o r iz o n te s com uina e x p a n s ã o que, c o n s o la d o ra - inente , p ro g r id e num c re s c e n d o c a d a vez m aior.

õiêsVai c o m e ç a r m ais um ano de tra b a lh o s . D esta feita , p o rém , a luta Vai s e r m a is á rd u a e la b o r io sa q u e nunca . Im p õ e -se co r r ig i r o q u e s e reve lou im perfe ito , l im ar u m as tan ta s a r e s t a s á s p e r a s e a g re ss iv a s , a r r e d o n d a r c e r to s co n to rn o s , p r e e n c h e r c e r ta s la c u n a s q u e se n o s reve lam com o m ais e v id e n te s . N ês te último dom ínio , m o rm en te , m uito h á a fa ze r . A p a r t i r do p róx im o n ú m e ro , p o ré m , Vamos d e s t in a r u m a p ág in a a a s s u n to s l i te rá r io s . Jo rn a l d e novos , co m o é «A M o c id ad e» , c ab e - lh e bem e s s a s e c ­ção , re v iv e sc ê n c ia da an tiga «P ág ina L ite rá r ia» , tão do a g ra d o d o s n o s s o s le i to res .A nova s e c ç ã o s e r á dirigida pe lo S r . Ruy de M e n d o n ç a , Valioso e sc r i to r q u e d e s in ­t e r e s s a d a m e n te n o s p re s ta r á o s e u c o n c u rso e a cu jo c u id a d o f icará , tam b ém , a n o s s a d e le g a ç ã o em Lisboa . C re m o s te r a ss im p re e n c h id o u m a im p o r tan te lacu n a do n o s so jornal, q u e , d e s ta fo rm a , ab re a s su a s c o lu n a s à g e n te m ôça , s e m p re d e s e jo s a d e re v e la r - se . E e is tudo.D o s n o s s o s p r e s a d o s c o la b o ra d o re s , a s s in a n te s , a n u n c ia n te s e am ig o s e s p e r a m o s a c o n t in u a ç ã o d a su a a ju d a va liosa . E é na e s p e r a n ç a de q u e «A M o c id ad e» s a b e r á tr iun fa r d o s e s c o lh o s q u e p o ss iv e lm e n te lhe e m b a r g a r ã o o p a s s o se g u ro e dec id ido , q u e eu fech o e s ta s d e s p re te n s io s a s l inhas — re la tó r io d s um a n o de tra b a lh o s , p ó r ­tico de ou tro q u e a g o ra co m e ç a .

G A R I B A L D I N O A N D R A D E

Page 6: Sr.J„sé · Ao comemorar o seu décimo terceiro aniversário, «A Mocidade» honra-se em prestar esta pequena homenagem aos seus colaboradores mais prestimosos arquivando suas efígies

D a e s q ie r d a para a direita: Garibaldino de Oliveira da Conceição Andrade, Director de «A Mocidads». Ruy de Mendonça, D irector d a Página L iterária e nosso Delegado em Lisboa e Amilc ir de Oliveira da Conceição An­

drade, Secretário de Redacção.

D. Vicência Rodrigues, «Flôr do Vale»,

António A. Santos, interessante escritor e poeta.

Ao comemorar o seu décimo terceiro aniversário, «A M ocidade» honra-se em prestar esta pequena homenagem aos seus colaboradores mais prestim osos arquivando suas efígies nestas colu­nas a que êles têm dedicado o melhor do seu esforço, inteligência e boa vontade. N esta pág in a e noutras se exprime a nossa g ra tidão indelével. P ossam os nós continuar a apoiar-nos em dedicações de tanta valia e desinteresse, e «A M ocidade• será cada vez maior e melhor!

João Marques Calado talentoso poe­ta que há muitos anos dá a «A Mo­

cidade» o melhor do seu esfôrço.

Marciano Batis ta Rodrigues nosso distinto colaborador e grande amigo do nosso jornal. J. Fontana da Silveira

Anselmo dos Santos Pequeno, dedi­cado agente em Galveias.

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“A Maldade” A N O S S Â T IE R K As

F az h o je a n o s ês te q u in zen á r io .C o n h e ç o -o há b as ta n te s a n o s e

a ê le ten h o p re s ta d o a m inha m o ­d e s ta q u ão d e s in te r e s s a d a c o la b o ­ração , e com p r a z e r verifico q u e e s ­s e s art igos , b a s e a d o s s e m p re n o s p r inc íp ios m o ra is e edu ca t iv o s q ue no rte iam a m inha p e n a h á m a is de 50 a n o s , e n c o n tra m b en év o lo a c o ­lh im ento da p a r te d o s c a m a r a d a s q u e m an teem «A M o c id ad e» , p ro v a de q u e ê s s e s p r inc íp io s lhes são sim ­pá ticos , s e n d o , p o r tan to , p e s s o a s raalmsnta in te r e s s a d a s no p ro g re s s o da N ação .

P o rq u e , afinal, ê le é su b s id iá ­rio d ê s s e s p r inc íp ios , e sem ê les — te n h a m o s d isso c e r te z a p le n a — n ã o é poss íve l um av an ço abso lu to e positivo.

No m o m en to q ue p a s s a , che io de in c e r te z as , d e in te r ro g a ç õ e s e não m e n o s fa lên c ia s m ora is , im p o r ­ta antes a acima áa tudo, f irm ar a t i tudes e def in ir p o s iç õ e s , a f i rm ar c a r a c te ­re s e p ro c la m a r a V e rd ad e .

S em isso , d e p o u co ou n en h u m efeito s e rã o a s a f irm ativas e a té a s ob ras , q u e p re te n d a m o s a l ice rça r .

Á im p re n s a c a b e n e s s a p ro p a ­g a n d a o p ap e l princ ipa l, p o r isso q u e e la é n o s n o s s o s d ia s o m e lh o r ve ícu lo da op in ião pública .

M as p a ra q u e e s s a m is sã o s e ­ja cu m p r id a m is te r é q u e e s s a im ­p re n s a fa le a l inguagem c la ra e in­d e p e n d e n te da R azão .

Mais: q ue sa ib a e d u c a r e p r e ­p a r a r a c o n sc iê n c ia nac iona l p a ra o p ro g re s s o , p a ra a c o m p re e n s ã o jus ta d o s d ire i to s e d o s d e v e re s .

P o rq u e «A M o c id ad e» tem s a ­b ido h o n ra r o s a c e rd ó c io a q u e se d e s t in o u , é com b a s tan te p r a z e r que envio ao seu Ex .m'’ D irec to r , co rp o red ac to r ia l , a d m in is t ra d o r , c o la b o ra ­d o r e s e p e s s o a l tipográfico a s m ais

Américo Paiva, brilhante jor­nalista e um dos mais bem

preparados da província.

Q u e m com o n ó s a n d a a m oire - jar, n e s ta s a n d a n ç a s da v ida, longe do to r rã o natal, o p ão n o s so d e c a ­da dia, r e c e b e s e m p re com in e fá ­vel p r a z e r a v is ita do m e n sa g e i ro q u e r id o q u e ta n ta s e ta n ta s v e z e s vem s u a v iz a r a n os ta lg ia q u e f r e ­q u e n te m e n te n o s invade a a lm a ao r e c o rd a r -n o s d e c o isa s tão c a ra s do s tem p o s fe l ize s da infancia , que o n o sso su b -c o n sc ie n te , p o r m ais q u e a fo rça da v o n ta d e ten te c o m ­b a te r , n o s t raz à m en te .

Q u e m se n ã o lem bra da sua terra!

P o d e -s e lá a g en te e s q u e c e r d o s p a s s o s t ré m u lo s h e s i ta n te s ao e n í r a r pe la p r im e ira vez na esco la ; du m a d ia b ru ra da m en in ice , p o n to s de re fe rê n c ia d a s c o n v e r s a s s e m p re q u e a d r e g a m o s e n c o n t r a r a lgum Ve­lho c o n h e c im e n to d a q u e le s te m p o s a le g re s e d e sc u id a d o s ; d ê s te o u d a ­q u e le tipo e x c e n tr ic o , q u e n a q u e la s i d a d e s n o s p ro p o rc io n a v a m d is t rac ­ç õ e s q u a n d o os p ro v o c á v a m o s e d e p o is a m e a ç a d o s p o r ê le s fug ía ­m os em c o r r id a s d o id a s , em alta gritaria ; do conv ív io com os p a re n te s q u e r id o s , u n s q u e a m orte n o s r o u ­bou já, o u t ro s q u e a in d a te m o s a v e n tu ra d e p o s s u i r e, enfim de to ­d as a s le m b ra n ç a s p u e r is q u e ao re c o rd á - la s n o s de lic iam ou q u e a s m ais d a s v e z e s n o s fazem s o f r e r . . .

S ó nós , o s q u e v ivem os longe

v e e m e n te s s a u d a ç õ e s , f a z e n d o s in ­c e ro s vo tos p a r a q u e co n te muitos m ais a n o s e q u e da su a o b ra , o r i ­e n ta d a s e m p re com o a té ag o ra , p e ­la m a is in c o n c u s s a h o n e s t id a d e , r e ­sultem p r o g r e s s o s p a ra a te r ra q u e d e fe n d e e p a ra a n ação a q u e p e r ­tence .

Q u e ass im seja!

J. Fontana da Silveira

r \

J o s é L o p e s S im as , n o s so p r e s a d o c o r r e s p o n d e n te

em Avís

de la , s a b e m o s c o m p r e e n d e r e sen t i r a s a u d a d e do r in cão s a g ra d o que n o s foi b e rç o e q u e a d o ra m o s .

É co m o u m a filha q u e r id a q ue ao p a r t i r d e ix á m o s e n t r e g u e ao s c u id a d o s d e um a m ãi e x t re m o sa e a qu em n o s n ão c a n s a ex a l ta r a s v ir tudes , e q u e á s Vezes n o s d e v o ­ra o d e se jo de a beijar .

P o r is so eu am o a m inha te r ra e m e sinto in te i ra m e n te feliz se m p re q u e um novo m e lh o ra m e n to a e n r i ­q u e c e , q u e um sô p ro da c iv ilização a Vai ba fe ja r , to rn a n d o -a d igna do s e u p a s s a d o h o n e s to , p ro n ta a s e ­guir na v a n g u a rd a do p r o g r e s s o e do e n g ra d e c im e n to pátr io .

L isboa , F e v e re i ro d e 1959.J o s é Pita P i re s

P E N S Ã O S E R R A SD E

Domingos Dias Serras

A melhor e mais bem situada. — M agníficos quartos e casa de ba­nho. — Recom enda-se pelo seu esm erado as­seio. — G aragem g r a ­t u i t a . — Recebem-se

c o m e n s a i s .T e l e f o n e n . ° 2 2

Avenida General Carmona

P o n t e d o S o r

A fonso N u n e s G o m e s (T e r ra m o to s )

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%> 13: 0JA.b.QKsá)dú. do, « o4 MjdclcLoucLl »Ao c o m e m o ra r m ais um a n iv e r ­

sá r io o s im pático jo rnal “ A M o c id a ­d e ” , a quem eu, d e s d e o s e u a p a ­rec im en to a té 1957, dei s e m p re a m inha hum ilde m as en tus iá s t ica c o ­la b o ra ç ã o , q u e ro e n d e r e ç a r ao seu d igno D irec to r e a tod o s os s e u s c o la b o r a d o r e s os m e u s s in c e ro s c u m p r im e n to s de p a r a b é n s p o r o s e u jo rnal p o d e r c o n ta r m a is um a n o d e ex is tenc ia , co n t in u an d o assim na su a sa c ro s s a n ta m issão de d e fe ­sa e gu ia d e s ta e x te n sa reg ião alto- a len te jana .

M ontarg il , a m inha te r ra natal, d ev ia s e r um po u co m ais g ra ta a “ A M o c id a d e ” do q u e tem sido. Foi dev id o a um a c a m p a n h a in ten sa n e s ­te jo rna l q u e e la c o n se g u iu um a s é ­r ie d e m e lh o ra m e n to s , q u e p a ra m uitos p èss im is ta s se c o n s id e ra v a m i r rea l izáv e is . A cho justo q ue se lem b rem aqu i que , q u a n d o “A M o ­c id a d e ” n a s c e u , M ontargil e n c o n tra - v a -se um sécu lo a t r a z a d o do p r o g r e s ­so. N ão p o s s u ia m e io s de co m u n i­c a ç ã o te leg rá f ico s e te le fón icos , á g u a s po táve is , e s t r a d a s , etc.

G r a ç a s à boa v o n tad e de m on- ta rg i le n s e s i lus tres , inc i tados p e la s c a m p a n h a s le v a d a s a efeito p o r nós n as co lu n a s de “ A M o c id a d e ” , s e m ­p re g e n e ro s a m e n te ao n o sso d ispo r , M ontarg il p o d e h o je o rg u lh a r -se de

c a m in h a r na v a n g u a rd a d a s f r e g u e ­s ia s q ue lh e ficam em d e r re d o r . P o ssu i , ac tu a lm en te , u m a m o d e la r E s ta ç ã o T e lé g ra fo -T e le íó n ic o -P o s ­tal com se rv iço de v a lo re s d e c la r a ­dos , e m is sã o de Vales, c o b ra n ç a s , etc.; a c a b o u -se o flagelo da falta de ág u a , q u e ag o ra , c a n a l iz ad a , a b a s ­te c e fa r ta m e n te a vila; co n s tru iu -se a e s t r a d a a té à s e d e do c o n c e lh o e e s tá em v ias de c o n c lu sã o a q u e n o s liga com M ora; c r ia ram - se P o s ­to s E s c o la re s nos lu g a re s de Ras- qu e te , F o ro s do A rrão , C a rv a lh o s o e F o ro s do M ocho ; a d q u ir iu -se já o te r r e n o e d e s t in o u já a C â m a r a um a im p o r tan te Verba para a c o n s t ru c ç ã o de um edificio e s c o la r con d ig n o n e s ta vila. E e t c . ..

Isto é p ro g re s s o . P a ra e le c o n ­tr ibu iu com a sua im p o r tan te quo ta p a r te a n o s s a q u e r id a M o c id a d e , a quem eu , co m o m o n ta rg i len se , m e en c o n tro muito gra to e r e c o n h e c id o p o r tudo o q u e tem feito e f a rá p o r M ontarg il .

H á m e lh o ra m e n to s in ad iáv e is a f a z e r a in d a , q u e na m in h a cur ta e s ta d a ali, ag o ra , tive o c a s iã o de no ta r . S ã o d e u m a n e c e s s i d i d e ião a b so lu ta , q u e eu , a b u s a n d o um p o u ­co do habitual bom aco lh im en to de “ A M o c id a d e ” , p i s s o a expô-los:

O B airro d a s A f o n s a s —conti­

n u a sem ligação com a Vila, im p o n ­d o -se a c o n s t ru c ç ã o da A v en id a há tan to p ro je c ta d a p a ra a s s e g u r a r o fu turo p ro lo n g am en to da vila p a r a o lado do n a sc e n te .

A e s c o l a — está in s ta lad a num edific io im pró p r io e e s tá muito lo n ­ge de c h e g a r p a ra a e le v a d a p o p u ­la ç ã o e sc o la r . F e lizm en te , seg u n d o p a re c e , a c o n s t ru c ç ã o d e um n o v o edifício vai s e r um facto d en tro em b re v e .

O Ja rd im P ú b l ic o — no R ossio . Im p õ e -se q u e es ta ide ia vá p o r d ian te , p a ra e m b e le z a m e n to da n o s ­sa vila.

O d is t r ib u id o r do c o r r e i o —há tan to r e c la m a d o a in d a n ã o a p a re c e u . O d e sen v o lv im en to c a d a v ez m a io r da E s tação T e le g ra fo -P o s ta l , im põe q u e s e c r ie e s te lugar. A f re g u e s ia , d e res to , tem d ire i to s in c o n te s tá v e is , q u e re su l tam do facto d e s e r u m a d a s p r im e ira s e s ta ç õ e s do distrito , n a su a c a teg o r ia . O s 5 .0 0 0 e tal h ab i ta n te s s e rv id o s p o r e s ta e s ta ­ção ex igem a r e s o lu ç ã o im ed ia ta d e s te e s ta d o de co isas . Ju s t iç a , p o r cer ío , lhe s e r á feita.

L isboa

J o s é P ina de C a s t ro

/ í e r ó s t i e o/ H o c i d a d e , o ’ r a t i , p r o g r e s s o s t e d e s e j o , © r g u l h o d e s s a T e r r a , e " C h a m a d a I n s t r u ç ã o : " C a m i n h a , s e r á s s e m p r e o m a i s f o r t e l a m p e j o , B t n p o n d o a t o d o o p o v o , o a m o r p ’ l o s e u t o r r ã o !

A pedido do m eu am i^o [ l i s p õ e s e m p r e d e m i m , t e r e i s e m p r e v o n t a d e ,A rtu r Caetano, ass inante A i n d a q u e a d o e n ç a a t a q u e c o m o a g o r a ;do jorna] “ A Mocidade”, D e s e j o - t e u m v i v e r , a l e m d a E t e r n i d a d ededico ao E x .ra° Director *= P r a t e u D i r e c t o r , s o r t e p ' l a v i d a f o r a ! . . .com a m inha s in e iraadm iração, o d { lo .\s o . N u n & s Ç o m . a s ( ‘J.e.hK ann.D .to.s)

Irénio Augusto de Azevedo, José Raim undo Cardigos e Carlos T ravassos Correia, nossos solícitos

correspondentes, r e s p a c t i r a m e n e em Couço, Gavião e Montargil,

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Progresso da instrucção no concelho de Ponte do SôrN e s te s últimos te m p o s tem si­

do g ra n d e , sem dúvida , o d e se n v o l­v im ento d a in s tru cção no n o sso c o n ­celho .

N o táv e is e s fo rç o s s e e m p r e g a ­ram p a ra isso, já c r ia n d o po s to s e s c o la re s , já co n se g u in d o q u e novos lu g a re s d e p ro fe s s o re s se jam p o s ­tos a fu n c io n a r n a lg u m a s e s c o la s e a in d a co n s tru in d o n o v o s edifíc ios e s c o la r e s q ue muito em b re v e e s ­ta rão conc lu ídos .

A b oa o rg a n iz a ç ã o do no sso G o v ê rn o , ao zêlo do C â m a r a M u­nicipal e a in d a ao Ex.mo D irec to r d ê s te Distrito E sco la r , d e v e m o s tão sens íve l p ro g re sso .

Em O utu b ro de 1955, hav ia no co n ce lh o , a p e n a s n o v e lu g a re s de p ro fe s s o re s e dois p o s to s e sc o la re s . C o n s ta n te m e n te e p o r to d a a parte , se ouviam q u e ix as d o s pa is , lam en ­tan d o a s i tuação d o s filhos q ue iam a p o u c o e po u co to rn a n d o -s e h o ­m ens , sem que h o u v e s s » a lguém q u e s e e n c a r r e g a s s e d e incutir nos p e q u e n in o s c é re b ro s d a q u e le s in fe­lizes, o con h ec im en to d a s p r im e ira s le tras.

E ra , p r in c ip a lm en te , na s e d e do co n c e lh o q ue es ta m isé r ia m ais se faz ia sen tir , pois, a - p e s a r - d e c a d a p ro fe s s o r te r u m a f re q u ê n c ia s u p e r io r a c in quen ta a lu n o s , ficavam s e m p re fo ra da e s c o la u n s cem do sexo m ascu lino e igual n ú m e ro do sex o fem inino .

Q u ã o lam en táve l n ão e ra e n c o n ­t r a r a lg u m a s v e z e s a s p o b re s m ã is

m e n d ig a n d o um lu g a r na e sc o la p a ­ra o s filhos, com o se p e d e um b o ­cad o d e p ão , q u a n d o a fom e é in ­su por táve l ! E q u a n ta s d e s s a s mãis, s e viam na im p o ss ib i l id ad e de c o n ­seg u ir q u e s e u s filhos ad q u ir is s e m um a ru d im e n ta r in s t ru c ç ã o e um a e d u c a ç ã o s u p e r io r à q u e e la s p o d e ­riam d a r - lh e s ! Dois, três , qu a tro m ê s e s a n te s da m atrícu la , e n t r e g a ­vam a gu ia d e a d m is sã o , p a ra c o n ­s e g u i r a ss im s e r a s p r im e ira s a c h e g a r e, po r tan to se re m tam bém os fi lhos m a tr icu lad o s em p r im e iro lu­gar.

T o d o s e ra m m a tr ic u la d o s em O u tu b ro , no en tan to , m a is de m e ta ­d e ficava, um e m ais a n o s à e s p e r a de novos p ro fe s s o re s , p o rq u e os que haviam e ram in su fic ien tes .

Fe lizm ente , e s s a m isé r ia ac a b o u com o h ã o -d e a c a b a r a s p o u c a s que a in d a a g u a rd a m re m é d io no n o sso Pa ís .

H oje , o c o n c e lh o d e P o n te do S ô r , tem já d e z a s s e i s lu g a re s de p ro fe s s o re s a fu n c io n a r e d o ze p o s to s e s c o la re s . Muiío em b re v e e s ta r ã o tam bém c o n c lu íd o s , em Gal- ve ias , ó í ím os ed if íc ios e s c o la re s , s a ­t is fazen d o , em abso lu to , a s n e c e s ­s id a d e s d a q u e la f re g u e s ia . A s e d e do co n ce lh o , q u e t inha a p e n a s q u a ­tro lu g a re s de p r o f e s s o r e s , tem a c ­tu a lm en te oito, o su f ic ien te p a ra q u e to d a s a s c r ia n ç a s d o s oito a o s c a to rz e a n o s p o ssa m f re q u e n ta r as e sc o la s . Foi tam bém aq u i c r iad o um cu rso noc tu rn o p a ra o sex o m ascu l i ­

no q ue e s tá s e n d o f re q u e n ta d o p o r tr in ta e s e is a lu n o s d e id a d e s u p e ­r io r a c a to rz e a n o s e q u e vai r e m e ­d ia r um p o u c o a falta d e e n s in o n o s a n o s a n te r io r e s . S a l ie n ta m o s , no en tan to , a g r a n d e n e c e s s id a d e de um novo edifício e s c o la r em Pon te do S ô r , pois , co m o é fácil avaliar, em re g im en de d e s d o b ra m e n to , c o ­mo a c tu a lm en te fun c io n am a s e s c o ­las d e s ta vila, o re n d im e n to e s c o la r é s e m p re in fe r io r ao q u e se obtém h a v e n d o u m a sa la p a r a c a d a p ro ­fe sso r .

A lém d e s ta s d e s v a n ta g e n s , a s c r ia n ç a s são g ra n d e m e n te p re ju d i­c a d a s , po is o in te rva lo q u e teem d u ra n te s o s p r im e iro s te m p o s lecti­v o s é tão d im inuto q u e mal lhes c h e g a p a ra a lm o ça rem .

C e r ta m e n ie ê s te a s su n to não s e rá d e s c u ra d o p o r to d o s o s q u e se in te re s sa m p e lo s p r o g r e s s o s de P o n te de S ô r e, se a s s im for, com o e s p e ra m o s , p o d e c o n s id e ra r - s e s o ­lu c ionado , n e s ta vila, o p ro b le m a d a in s tru cção e e d u c a ç ã o p a r a ê s te s a n o s m ais p róx im os .

A to d o s q u e p a ra tal co n tr ib u í ­rem são d e v id o s o s m a io re s e m ais s in c e ro s ag ra d e c im en to s , ao m e n o s com o incen tivo p a ra q ue con tinuem a in te r e s s a r - s e se m p re pe lo p ro g re s s o e p r o s p e r id a d e da Pá tr ia , q u e bem m e r e c e tod o s os n o s s o s sac r if íc io s e c a n s e i ra s .

P. F ig u e ire d o

P a s s a em 15 d e M arço o 5.° a n iv e r s á r io do fa lec im en to , n e s ta vi­la, do hum ilde p o e ta b a rq n jn h e n s e F ilipe G o n ç a lv e s B ento . É n o sso d e v e r , co m o am igo d e d ic a d o , tribu­ta r à su a m em ó ria d u a s l inhas de h u m ild e , m as se n t id a e justa h o m e ­n ag em .

H á t rê s a n o s q u e a B a rq u in h a p e r d e u um d o s s e u s f i lhos m ais q u e r id o s . Foi um g ra n d e p o e ta Fili­pe B en to , a p e s a r -d e s e r a le i jado e f raco . A p re n d e u a le r sóz inho , sem m e s t re s e sem n u n c a f r e q u e n ­ta r um a esco la . D ev ido à su a p ro ­d ig io sa in teligência , à fo rç a d e m ui­to t rab a lh o , ao s 18 a n o s lia co r re c -

m e n te , m as n ã o sa b ia e s c re v e r . ‘C o n se g u iu , d e p o is , f a z e r be lo s e x e r ­c íc io s ca ligráficos .

A su a v ida é o ex em p lo c la ro de quan to vale a fo rç a de von tade . U m a v e rd a d e i ra p a ix ão q ue d e d ic a ­va à s le tra s fê-lo a l c a n ç a r a dificí­lima vida l i terária , e em 1954, c o n ­ta n d o 27 a n o s d e id a d e , p ro d u z ia v e r s o s e p ro s a q u e m u itas p e s s o a s i lu s tres n ão te r iam dúv ida em su ­b sc re v e r .

Gonçalves Bento

C o m p e te -n o s , n ê s te n u m e ro c o m em o ra t iv o do a n iv e r sá r io na ta lí­cio do b r i lhan te q u in z e n á r io “ A M o c id a d e ” , d iz e r a lgo a c ê rç a do q u e r id o e. s a u d o s o exiin to . É que Filipe B en to p re s to u a su a valiosa c o la b o ra ç ã o ao jo rnal d e P o n te do S ô r .

C a m a r a d a na ingra ta fa ina do jo rna lism o, a n te s de m o r re r d isse -m e q u e t r a b a lh a s s e pe lo bem da n o s s a te r ra . Ju lg o q u e na Im prensa c o n ­ce lh ia vou cu m p r in d o com o m eu dever .

S em pão , quás i sem lar, tocado pe la a s a da a d v e rs id a d e , o q u e r id o am igo lia, so f re g a m e n te , to d o s os l ivros q u e m ã o s am ig a s lhe ced iam .

C om 29 p r im a v e ra s , sucum biu ê s te e sp ír i to culto , com q u a l id a d e s e Virtudes m o ra is muito a p re c iá v e is

e p o s s u id o r de u m a a lm a de e le i­ção . Idealis ta da m a is p u ra fé, c o ­mo d is se p o r o c a s iã o do se u p a s ­sam en to o m eu p r e s a d o am igo sr. P rim o P e d ro da C o n c e iç ã o , F ilipe B ento n ão m o r re u p a r a nós-v iverá s e m p re na n o s s a s a u d a d e .

P a z à su a a lm a.

B a rq u in h a , F e v e re i ro de 1959

J o s é A gostinho V ie ira G o n ç a lv e s

Farmácia Cruz BuctioEspecialidades nacionais e estrangeiras

Rua Uaz Monteiro

mm i po s o i

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Já Vai longe a d a ta em q u e em P ortuga l se c o m e ç a ra m a p r o ­du z ir pe l ícu las c in em ato g rá f icas .

D e sd e o h is tórico dia em q u e C o s ta V eiga trouxe a té n ó s a in o ­v a ç ã o da a r te de filmar a té à a c tu a ­l idade , g r a n d e tem sido o cam in h o p e rc o r r id o , e n o rm e o a v a n ç o técn i­co, c o n q u is ta d o à cus ta d e um t ra ­ba lho p e r s i s te n te , de e s fo rç o s in­c r ív e is e de c a n s e i r a s sem nom e.

Som , C ô r , R e lêv o — eis a s f a s e s p o r que , g ra d u a lm e n te e sem p r e s ­sa s , a a r te c in em a to g rá f ica tem e v o ­luc io n ad o .

E n o rm e s e r ia o a s s o m b ro do in tro d u to r do c in em a em P ortuga l s e p u d e s s e co n te m p la r u m a pe lícu la m o d e rn a . Ju lg a r-se - ia , c e r ta m e n te , num m un d o d e sonho; m a s o q u e m a is o h a v e r ia d e s u r p r e e n d e r s e ­ria, sem dúvida , as d im e n sõ e s « as ­t ro n ó m icas» d e a lg u m as pe lícu las , sab id o q u e , no seu tem po , os m a io ­r e s filmes n ã o iam além d e . . . 25 m e tro s .

D e en tã o p a ra cá — com o já d is sé m o s — o avan ço do c in e m a foi q u a lq u e r co isa de e x tra o rd in á r io .

C o u b e à A m érica , a p ó s a d e s ­t ru ição d o s e s tú d io s e u ro p e u s , du­ra n te a G r a n d e G u e r ra , o p e s a d o e n c a rg o de sa t is fa z e r to d o s o s m e r ­c a d o s m und ia is . E a isso s e d ev e , in co n te s tav e lm en te , o im pulso fo r­m idável q u e re c e b e u o c inem a n o r ­

te -a m e r ica n o , q ue e n tão a p e n a s e n ­sa ia v a os p r im e iro s p a s s o s com os s e u s «filmes de O es te» .

A par t ir d e en tã o a A m é r ic a p a s s o u a d a r ca r ta s . C om os m e r ­c a d o s c o n q u is ta d o s , com to d o s os t ru n fo s na m ão , n e c e s s á r io e r a n ão d e ix a r o a d v e rs á r io r e c u p e r a r o te r r e n o p e rd id o . E ’ en tã o q u e c o ­m e ç a a política de a t ra c ç ã o d o s a r ­tis ta s d e todo o m undo . E, a n te a s e d u to ra m iragem do oiro , n ã o há q u e m re s is ta . O s m a io re s n o m e s do te a t ro «posam » a n te a s c â m a r a s de filmar.

N e c e s s a r ia m e n te se c o m p r e ­e n d e q ue em face de um a p ro d u c - ç ã o e n o rm e a p rá t ica iria e l im in an d o o s o b s tácu lo s q u e im p e d is se m o c a ­m inho p a ra a p e rfe ição . E, p o u c o a po u co , o nível do c in em a vai s u ­b in d o , num c re s c e n d o c a d a vez m aio r .

S u rg e , d e p o is , o « so n o ro » e a c o n s e q u e n te re v o lu ção d o s p r o c e s ­so s a té en tão u sa d o s . O artis ta p a s s a a te r a sua ta re fa sim plif icada . O s g r a n d e s «astros» do c in em a p e rd e m o brilho , d e s a p a re c e m , p a ra d a r lu- d a r a o s novos.

A ctua lm ente , nova re v o lu ç ã o se o p e ra , p ro v o c a d a pelo co lo r ido e a q u e o re lêvo d a rá o re m a te final.

Em Portu 4al a s c o isa s não se

aíemfejono

cinemap a s s a ra m ass im tão ra p id a m e n te . N e s te a sp e c to so m o s lev ad o s a c o n f e s s a r q u e te m o s a v a n ç a d o m ui­to len tam en te e q u e muito tem o s a in d a d e a p re n d e r .

Do «sonoro» p a ra cá — q u e é, afinal, o q u e n o s in te re ssa — tem o s m a rc a d o um a a s c e n s ã o len ta m as q u e , fe lizm ente , p a re c e m a n te r - s e e a c e n tu a r -s e . «A C a n ç ã o da T e r r a » e «Aldeia da R o u p a B ranca» c o n ­f irm am o q ue a c a b a m o s de d izer .

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ão Nosso...II de. ajunandcr

de mLkandã.D e tô d a s a s p ro v ín c ia s p o r tu ­

g u e s a s , o A len te jo é a q ue o c in em a m ais tem d e s p re z a d o . C re m o s , p o ­rém , q u e ê s te e s ta d o de c o isa s tem te n d ê n c ia p a ra se m odificar . A nun- c ia -se , ag o ra , q u e Leitão de B a r ro s p r e p a r a o seu novo filme, ex tra ído d a bem c o n h e c id a p e ç a de D. J o ã o da C â m a ra — « O s V elhos».

C o n v e n c id o s e s ta m o s de q u e a lém d ê s te o u tro s Virão, e de q u e o afluxo não d e ix a rá de m an te r-se .

Foi, p o rém , A rm a n d o de M i­ra n d a o p r im e iro re a l iz a d o r q u e a té n ó s se d es lo co u . A lgarvio d e n a s c i ­

m ento e a p r e s e n ta n d o com o c r e ­d en c ia is ê s s e ad m iráv e l d o c u m e n ­tário q u e se c h a m a «A lgarve E n c a n ­tado», A rm a n d o de M iran d a d e i ­x o u -se s e d u z i r pe lo « tesou ro» q ue o A len te jo g u a rd a v a qu ás i intacto; à p a r te um ou ou tro o p e r a d o r de « d o c u m e n tá r io s p o r tu g u e se s» , que r a r a m e n te a p re s e n ta v a m o b ra de geito , o A len te jo e n c o n t r a v a -s e v ir­gem do con tac to d a s c â m a ra s .

A rm a n d o d e M iran d a , v ivendo em R e g u e n g o s d e M o n s a ra z um a te m p o ra d a , ficou a b so lu ta m e n te r e n ­d ido pe lo fo lc lo re a len te jan o .

P a re c e -n o s a in d a ou v ir a s p a ­lav ras en tus iás t icas , , a m a n e ira a n i ­m a d a e conv ic ta c o m o n o s falou do A len te jo .

C o n ta g ia d o p e lo m eio am b i­en te , «sen tindo» o d ra m a da p lan í­cie , A rm a n d o de" M iran d a não r e ­sistiu a e s c r e v e r um a rg u m en to , à b a s e do qual d e c o r r e r á a a c ç ã o de «P ão N o s s o . . . » , o filme q u e es tá rea lizando .

A ss is t im os a a lg u m a s fi lm agens, Vimos a fo rm a ad m iráv e l , vo lun­ta r io sa c o m o to d o s se en treg av am a o s t ra b a lh o s e a u g u rá m o s o bom êxito do filme.

E, d ep o is , p a r a se a s s e g u r a r do êxito, A rm a n d o d e M ira n d a fez- -se c e r c a r de c o la b o r a d o r e s p r e ­c io sos , d e a r t is ta s de n o m e já feito, uns, p r o m e te d o r a s e s p e r a n ç a s , ou ­

tros: A ntónio d e S o u s a , L e o n o r d ’E- ça , Luiz P iça rra , Emília de O liveira , Pa iva R ap o so , A lves da C u n h a e M anue l L e ren o , en file iram e n tre os p r inc ipa is n o m e s a q uem o nóvel re a l iz a d o r e n t re g o u os p a p e is de m a io r re s p o n s a b i l id a d e .

O fam o so e g a rb o so a g ru p a ­m ento fo lclórico reg iona l «Rancho do S ô r» , o rgu lho da n o s s a terra , dá tam bém , com os s e u s c a n ta re s c a rac te r ís t ico s , o b r i l h o da sua p r e s e n ç a em a lg u m a s p a s s a g e n s do filme. Na re g iã o foram a inda fil­m a d a s a lg u m a s c e n a s im portan tes , e n t re a s q u a is a f a m ig e ra d a ce n a do banho , q u e tan ta c e le u m a le­v a n to u . . .

E se o u tro s a tr ib u to s n ão tives­s e b a s ta r -n o s - ia a c e r te z a conso la - d o ra de s e r ê s te o p r im e iro filme a o c u p a r -se do A len te jo , a m o s tra r ao pa ís in te iro a t rag éd ia sem nom e q ue so frem ê s s e s h e ro is o b sc u ro s— os ce ife iro s — na ta re fa á rd u a e sem brilho de n o s d a r o p ã o n o s s o . . .

Amílcar Andrade

Duas sugestivas imagens de "P ã o N osso.. . A graça alada dos moinhos de vento e a beleza rude e imponente da pla­nície desconforme.

(Fotos Cinéfilo)

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jfK L J O !

Pau lo F re i re , q u e no «Jornal de N otíc ias» , do Pôrto , m an tem u i r a c u r io sa s e c ç ã o de «V árias Notas», pub licou um ar t igo in te re s s a n te , sô- b re F lo rb e la E s p a n c a , em q u e e n a l ­te c e o s e u Valor poé tico e d is tingue a n o s sa p rov ínc ia com p a la v ra s de s im patia .

Esta r e fe rê n c ia , q u e à c ê rc a de q u a lq u e r ou tra p rov ínc ia n ão p a s ­sa r ia de um c a so bana l e ta lvez sem im po r tân c ia , é p a ra n ó s , a len - te ja n o s , motivo de e le v a d o m e re c i ­m en to . T ã o h ab i tu a d o s e s ta m o s a q u e n o s r id icu la r izem , com o d e p r i ­mam tudo q u e ao A len te jo diz r e s ­peito , na co n t in u a ç ã o d e s s a trad i­c ional c a m p a n h a co n tra nós, q ue é facto re g is ta rm o s s e m p re , com inex- ced íve l a leg r ia , u m a ou ou tra a lu ­são q ue n o s façam , q u a n d o , com o es ta , a p a r e ç a em tom e x c e p c io n a l ­m en te am ável. E é tan to m a is d igno de nota q u a n d o v e n h a de p e r s o n a ­lidades , com o a de P au lo F re ire , d o ta d a s d e g ra n d e e n v e rg a d u ra in­te lectual. Este e sc r i to r , q u e se m o s ­tra V e rd ad e iram en te e n c a n ta d o com as p ro d u ç õ e s ad m irá v e is d e s s a r e ­qu in tad a s e n s ib i l id a d e a le n te ja n a , q u e foi F lo rbe la , já e s te v e na n o s s a p rov ínc ia . É, c a s o cu r io so , a a p o n ­tar, e q u e se confirm a, q u e to d o s a q u ê le s q ue c o n h e c e m o A len te jo são in c a p a z e s de o m a ls in a r . . .

S ã o , p o rém , p o u co s , infeliz­m en te , o s q u e p e r te n c e m a ê s te n ú ­

m ero . P o r ê le s se avalia , c e r t a m e n ­te, a n e c e s s id a d e de a t ra i r o s e s ­t ra n h o s , p o r m eio d e u m a p r o p a ­g a n d a bem o r ien tad a , q u an to p o s ­sível in tensa , fó ra da n o s s a reg ião . P o d e d iz e r -se que , e x c e p tu a n d o em L isboa , p o u c o se tem feito n es te sen tido .

« B rad o s do A len te jo» ao t r a n s ­c r e v e r o artigo de P au lo F re i re , fê- -lo em t e n n o s de m e re c id o louvor. E ao re fe r i r -se , a -p ro p ó s i to , a o s a le n te ja n is ta s r e s id e n te s na capita l do n o r te —c o r a ç õ e s e te rn a m e n te li­g a d o s à « c h a rn e c a incu lta»— s e m ­p r e a te n to s ao q u e à g r a n d e p ro ­v ínc ia se p r e n d e , suger iu , num a id e a feliz, a fu n d a ç ã o d e um g r é ­mio a le n te ja n o no Pô rto . Esta in i­c ia tiva q u e bem m e re c e o n o sso a p o io e p r in c ip a lm en te o de to d o s q u e aqu i re s id e m , p o d ia e dev ia , em prol do A len te jo , to rn a r - s e r e a ­l idade . N ão se r ia a p e n a s a A g re m ia ­ç ã o a p ro p o rc io n a r à n u m e ro s a c o ­lón ia t r a n s ta g a n a um íntimo C O N ­VÍVIO R E G IO N A L . E ssa C a s a —fo ­co d e i r r a d ia ç ã o d e p ro p a g a n d a a le n te ja n is ta — cuja re a l iz a ç ã o se im ­p õ e u rg e n te m e n te , s e r ia c o m o q u e a c o n t in u a ç ã o , m elhor , a p e rso n if i ­c a ç ã o do p ró p r io A len te jo a m o s ­tra r , a o s q u e n o s d e s c o n h e c e m , o q u e so m o s e o q u e v a lem o s . O P ô r ­to, m ais do q u e q u a lq u e r ou tra c i­d a d e do país , c a r e c e de um a o rg a - n isa ç à o com ê s s e s a tr ibu tos : m e rc ê

da su a ca te g o r ia adm in is tra t iva e d a e n o rm e d is tânc ia q u e o s e p a ra d ê s s e povo h e ro ico , q u e t rab a lh a e so fre , cu jo reflexo se t ra d u z aqui, co m o d e re s to na m a io r p a r te do pa ís , n e s s a n o ç ã o e r r a d a , d o s q u eo ign o ram , de q u e ê le é indo len te e O A L E N T E JO S Ó T E M P O R ­C O S E D I N H E I R O . . .

N ã o p o d e m o s f icar p o r m a is tem p o in d i fe re n te s à s a to a r d a s q u e n o s q u e ira m a tr ib u ir a q u ê le s q u e nem s e q u e r a í fo ram e d e h á m uito s e h a b i tu a ra m a fo rm u la r co n ce i to fa lso p o r aqu ilo q u e ouv iram d iz e r e a g o ra rep e tem , sem dúv ida in ­c o n s c ie n te m e n te . N ão p o d e m o s c o n ­sen tir , sem a n o s s a m ais v e e m e n te re a c ç ã o , q u e co n t in u em a ap e l id a r - -n o s d e re t ró g a d o s ou ro t in e i ro s e a d e s c re v e r -n o s , em c ró n ic a s b a lo ­fas, com c a ra c te r ís t ic a s de p e r s o ­n a g e n s b o ça is .

Em t ro ca de u m a c a m p a n h a , r e p a s s a d a de ig n o râ n c ia e m a ld a d e , te c id a sem t r é g u a s c o n tra o A le n te ­jo, h á q u e re t r ib u ir com ou tra , d e n o b r e s in te n ç õ e s , com todo o n o s ­so a m o r , q u e n o s e le v e e d ign if ique .

A van te , pois , pe lo g rém io a le n ­te ja n o n a capita l n o r te n h a .

M arciano R odrigues

— Ceifeira de côr mimosa,

Onde vais ceifar o trigo? — A' província m ais famosa, Mais rica e ditosa Que ao sol tem abrigo,

— Porque tens desejos tantos, D 'ir p 'rá te rra onde eu nasci?

— E ' que por todos os cantos

H á quadros d ’encantos Como outros não vi,

Alentejo! - Ai quem m e dera

T er- te na palm a da mão !

P a ra m ata r a quim era

Que trago no co ração ! . , ,

H á lá céu m ais lindo e belo

Do que o céu alentejano ?

Céu que abriga com disvelo

Florinhas em todo o ano

(Do ‘ Rancho do S ô r ’)

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publica-se um éditoI

Batidos por a griza e chamados por um patricio regalado, vieram, todos os três, dar ao bulício animador da cidade fa­mosa. Ele, sapateiro de ofício e relojoeiro curioso, prestes se ageitou ao novo viver do burgo, razão porque todo o longo dia de fossanga cantarolava modinhas ao esti­lo da terra ou assobiava fadinhos de aplau­so geral. Ninguém estranhava nem arre­metia, por ser velha a balda dos sapatei­ros. Defeitos, só tinha o de beber um co- pito a mais, porque, quanto ao resto, não havia que lhe dizer, pois o homem traba­lhava sempre como aquêles que trabalham e dava ordem à vida. Varal nunca o fôra, nem êle, nem o pai, nem o avô, embora dar ao dente seja coisa mais de acilhar do que dar à unha. Os calos que tinha não os ganhara com o cabo da colher, mas com os da soVela e do martelo, para êle os únicos paus que sabia jogar. E mestre Ben­to, afinador de botas e relójios, chefe de pequena prole e dono de grande lábia, apesar de simplório, instalou-se na rua co­mo andorinha em beiral, afadigado, alegre e esperançoso. Dia em que se mostrasse bozêrudo e quedo, ninguém lhe fosse à mão, porque um só remédio lhe debelariao mal, mal de muitos e bons: uma piéla forte de dorminhoco apezunhado. Passada a camoéca de sofrível vinho, era homem para tudo, para o comer e para o ganhar, fosse onde fosse. Paílho não era. An­tes lhe chamassem patêgo ou campaniço, que tanto se lhe dava. Safo da bebida, cor­ria séca e meca em busca de trabalho, pois não se punha de braços cruzados à espera dêle, como qualquer burguês mantana aguardando rendimentos. Num giro de ga­mo, ia de casa às Alcaçarias, à rua da Bran­ca, ao Arrabaldinho, até quasi a Santo An­dré, batida que aprendera a fazer em me­nos dum fósforo. E o certo é que trazia sempre com que saciar o gôsto ao dedo. Cebola roscofe ou chinelos cambaios, algo achava, e isso lhe dava ganas para investir com as cantigas de cego pedinchão. Pron­to, tinha que fazer! Ao menos, na cidade, nunca lhe faltara o trabalho, bom ou ruim. Em lhe dando para o pão e as couves, co­mo até aqui, estava garantido êle, a patroa e a môça. E era esta, afinal, a família tôda, graças a Deus e aos seus cu idados . . . A mulher, de bôa bóca, estava por tudo. A môça é que precisava de mais carinho, porque se via crescer para mulher, a olhos vistos. E quem havera de dizer! Um piancú que ninguém daVa nada por êle, ainda quasi com os vestidos com que nascera; muito acanhada de corpo e falas, atada e chiribita, sempre agarrada às saias da mãi, parecia destinada a ficar por ali, como qualquer tontinha pobre de espírito.

Percebia-se. Vindos da aldeia, du­ma terreola dentre Castro e Almodovar, onde vegetavam, sujeitos a toda a sorte de faltas, não podiam fazer da rapariga mais do que aquilo, um frágil bicho de mato, lambidinha de cabelos e de testa, o peito chato e raso, as mãos estias, as pernas es- burgadas, um calvário que bradava aos céus! Pois, que as te rras para alem são po­bres, frouxas, pouco férteis. Tanto assim, que a sua gente, sempre que ha para isso, sai em demanda de trabalho, em tribos co­

mo os algarvios, para as mondas de Beja, Ferreira e Salvada, mormente. É família para produzir, é claro, em especial as mu­lheres, que não perdem um segundo s e ­quer, pois enquanto aguardam patrão ou marcham para a faina, na rua ou na es tra ­da, dão ao dedo com perícia e desemba­raço, fazendo meia. São típicos e bem co­nhecidos os ranchos de campaniços, como lhes chamam, porque típicos são os seus trajos limpos e berrantes, tão de alegrar como as notas ordenadas das suas flaitas e os sapateados largos dos seus bailaricos. Sãs de feitio e sàdias de corpo, as môças trabalhadeiras dentre Almodovar e Castro, levam tão longe o culto da luta pelo pão que, para o garantirem, deixam, durante tempos, lares, famílias e corações, emi­grando.

I I

Aos desasseis anos, Madalena, a filha única de mestre Bento, não parecia a mesma mocinha engoiada que virámos entrar na cidade, na caravana pelintra do pai. Logo que se deu a mudança de idade, quasi sem abalo, enformou, e de tal feitiço que andava metidiça nos olhos de todos. Nem o doairo, nem a roupa, nem a piléria eram já os daquela campaniça esquiva co­mo um ouriço, sempre sorvendo e de fra l­das pendonas, que mal assomava à porta, com medo que a troçassem. Agora! Já na costura, aprendendo para modista, para que tinha geiio, diziam, era a flor da rua eo mimo das costureiras. E sabia-se arran­jar, com uma certa vaidade e muito gôsto, fazendo do pobre rico e do velho novo, metendo-se pelos olhos da gente, cres­cendo água na bôca e febre na carne à rapaziada que a apageava como a uma rai­nha de poderoso trono. Ela sabia-o. Den­tro de si badalava qualquer coisa que não deixa adormecer as raparigas predestina­das para semear invejas e acender foguei­ras altas de lúbrico c re p i ta r . . . Ela sentia- -se. E porque se sentia, mais longe levava ainda as reservas provocantes do seu por­te desafiante. Inteligente, naturalmente arguta, não ignorava possuir um idolatra­do ascendente, intencionalmente conquis­tado, sobre as suas próprias companheiras, que a rodeavam de atenções, deíerencias e preferencias que mais e mais a envaide­ciam. E a tara, a tara da mulher em íntimo alvoroço, que vê fugir-lhe o tempo para ceder a um imperativo latente e humano, escondia-se por detrás do desdenhoso or­gulho com que via, apontava e tratava qua­si todos os homens. Para ela, todos tinham defeitos. E, todavia, todos êsses defeitos eram mínimos se em relação com o seu de­sejo de devassa dos se n t id o s . . .

—Madalena! . . . bora, môça!E desde o cotnêço da rua até ao

largo em que desembocava, o rancho en­grossava sempre, aí por volta da meia pa­ra oiio, hora a que cada qual daVa entrada nas suas ocupações, quasi todas da costu­ra, embora houvesse a fazer ainda rateio de especialidades. Do rancho, porém, só uma desempenhava funções menos limpas e reputadas no meio, apesar de mais bem pagas: era ajuntadeira. As outras, eram do mesmo oficio, abem dizer, porquanto divi­diam o grupo, quasi que por igual, em cos­

ineAo Arnaldo Rocha

tureiras de alfaiate e de modista, tudo obra de coser e alegrar. Naquêle corropio pro­fissional, de todos os dias, em geito de fre- nezim, o sítio animava de reboliço, quer o Sol, no Verão, viesse logo de rachar pe­dras e prometendo suão de agoniar, quero xarôco, no inverno, entrasse logo arisco e com lastro para teimoso taró. Tinha de ser! Tudo gente pobre, havia que fazer pela Vida, ainda mais custosa, por sinal, na cidade, onde tudo censuram e escarneam, desde os tacões tortos duns sapatos, até ao atrazo duns cabelos in te iros! . . . E nestes três vinténs, as môças, coitadas, são coa­gidas a andar como não podem, é claro. Ora, Madalena, filha única, com tacho ce r ­to e leito pago, ganhava só para se Vestir e suas extravagâncias, que não eram pou­cas. Pó d’arroz, brilhantinas, batons, fixa­dores, cremes, todo um estojo que lhe fi­cava pelos olhos da cara. Mas, então, tudo era preciso, para não ficar atrás das mais. De resto, os pais não a proibiam de usar aquelas c o is a s . . . Com efeito, ela sabia-se preparar com uma arte, com uma graça e uma beleza, que a sua frescura mais se evidenciava onde quer que chegasse. No rancho da rua, cujo lugar d’honra era sem­pre seu, se é certo que conquistava todos os reparos, tambem é verdade que punha ao léo todos os fracos físicos das outras, coitaditas! Paciência! Deus assim o que­r i a . . . E nestas coisas, quem mais unhas tem é que toca viola. Esta a razão, sem dúvida, por que Madalena mostrava umas unhas róseas que eram um encanto. Tão bem brunidas, que as cabeças dos dedos esguios e alvos, pareciam outras tantas ginjas espelhadinhas, quasi maduras, com pé curto em palheta f i n a . ..

1 I I

—Madalena!— . . .b o ra , môça!Isso, sim! Nesse dia já não se pô­

de erguer. “Dor de cabeça, febre e uma coisa esquisita no corpo” . . . tudo isto lhe roubara a costumada animação estarola. Em Vez da môça, Veio a mãi ao postigo dar êste recado e outro para a mestra. “Que aquilo não havia de se r nada, mas enfim, pelo sim, pelo não, ficava na cama, até ver. Talvez g r ip e . . . ”

Dados os sinais do mal, a autori­dade clínica das vizinhas deu logo em ma- nifestar-se sem reservas, motivo por que ninguém acertava. Mestre Bento, apesar de pesaroso, não botava voto, com receio de errar tambem, tanto mais que aquilo era coisa de mulheres. Mana Maria, vizi­nha do lado, segundo os detalhes, afirma­va ser apenas um Vulgar caso de brotoeja: Um pedacito de f e b r e . . . cabeça pesa­d a . . . exilação cu s to sa . . . no grosso da perna, quasi a deitar para o quadril . . . amargo de b ô c a . . . não havia duvidas que se tratava de brotoeja! Mana Balbina, Vizi­nha da outra banda da porta, tomando-se ares de mais sabichona e um tanto labiosa de maneiras, inclinava-se para um simples levantamento de sangue, coisa muito vista em gente nova, de sangue forte. Mana Chica, Vizinha da frente, mais expedita de língua, era do parecer que aquilo começa­va por ser uma camada de pica-pica, a julgar por a b ru bu lhage que diziam Ver-se já. E falou logo em cuidados, drogas e

O C Ô 9 R O r r

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c o n f o o r i g i n a l d emesinhas em uso, para que se atalhasse o mal a tempo.

Mestre Bento e a patroa, em con­selho, esperaram ainda mais dois dias, sem tomarem providencias, a ver se a do­ença s í saía de vez. E o caso foi que o a- chaque aflorou com mais fôrça, acarrando mais a môça que não mostrava o local da lesão, a não ser à mãi. E esta começava a cismar em coisas ruins, temendo que a môça fosse a te r ali alguma nascença ma- lina, como antraz 011 mal parecido. Neste comenos, lembrou-lhe chamar a mãi, a ave- ladinha avó de Madalena, Velhota muito sabida de doenças de fora e de curas de Virtude. Tirou-se dos seus cuidados e, em menos de nada, foi à terra, na certeza que, trazendo a Vèlhinha, o caso ia ser rem e­diado, sem ser preciso chamar o médico, homem que a Madalena não queria Ver lá ao pé, certa que êle iria logo bisbilhotar- -lhe o ponto doente, por sinal lá muito aci­ma já, tomando-lhe a norsa do quadril. Morreria de Vergonha se tivesse de ser observada pelo sr. doutor da casa, rapazo­la e ainda para pior, precisamente aquêle que a remiraVa com tanta insistência gu­losa, sempre que a v i a . . . Ná. Ainda que morresse!

Quasi ao cair da noute, Vinda na camioneta da carreira, chegou a avó de Madalena, muito pobre no trajar mas mui­to asseada, falando por os cotovelos, no seu arreigado sotaque campaniço, admira­da do que Via, pois nunca o tinha Visto, porque jamais Viera à cidade, de que ouvia falar desde criança.

Assim que pôs o pé em casa da filha, foi logo Ver a doente, que achou uma senhora, só não lhe parecendo bem que houvesse cortado o c a b e lo . . . “Que lá no povo, só quem usa cabelo curto, são as meninas ricas” . Depois, foi ao fim. Quis oxservur a masela. Deitou os olhos peque­ninos e piscos, tocou o ponto com as cos­tas dos dedos mirrados e, convicta, natu­ral, declarou, sorrindo, como médico cota­do diante de doença simples: “É um cô- bro”. E chacct;ando a ciência das Visinhas da filha, passou a prescrever os tratamen­tos: a môça tinha de ir todos os dias a um ferreiro fazer o curativo. “Os médicos não sabem cuidar de côbros. Só os ferreiros. Com 11111 ferro em braza queimam, em ci­ma da bigorna, um punhado de trigo tre- mez; depois, com os dedos limpos, cobrem a brabu ih age toda, até ficar denegrida, com aquêle melaço do tremez torriscado. E em menos de quinze dias, a cura é ce r ­ta. Porém, não descuidar”.

I V

—Melhor, obrigada!...Dentro da sua elegante prim avera

azul-electrico, de um corte airoso tão cor­recto, a cintura delgadinha daVa alas artís­ticas ao busto escultural, cujo peito cingi- damente cheio e arfado, como prôa de bo ­te novo, nos acicatava o desejo roaz em convulsões de íntimo desbragamento. Ante a pesquisa audaciosa dos nossos olhos desnudantes, Madalena, sempre devorada pelo pecado teórico, refinava de aprumo, bandeios e sorrisos, como que a gosar, perversamente, todo o esplendor do seu Voluptuoso narcisismo. Brancamente rosa­da, rosadamente setinosa, olhos negros gazís, nariz abrindo e bôca pequena, ra ra­mente se encontra um conjunto de feições tão primoroso e denunciante de Verdade sensual, como da môça que a patrôa de mestre Bento, em hora feliz, deitara ao mundo, para mal dos seus e nossos agra­vos.

—Melhor, obrigada!. ..Com o mal já de resto, fazia os úl­

timos tratamentos. Tomara a doente aos seus cuidados, mestre Severo, velho fe r ­reiro de profissão, tido em tôda a cidade como homem muito sério, sabedor e reca ­tado, que Volta e meia se Via nestes assados c lin icas, em que era perito e solícito. Os seus sessenta anos trabalhosos e os últimos dois de viuvez animalescamente insentida, davam-no como homem santificado para 0 mister de curandeiro de mulheres, quando sofrendo de côbros, se bem que todos os da arte soubessem do ofício. No seu todo de aspecto bisorga, verificava-se, 110 en­tanto, um fundo ingénito de bondade co- medidamente libera!, a par duma sólida re ­putação de homem sagaz. E mais nada. Tipo fisicamente banal, logo a salvo c’e to­dos os mexericos de bairro populoso, co­mo o seu.

—Melhor, obrigada!...As suas aparatosas denguices de

cobrinha d’água, que os menos delicados apontavam como prenúncio de queda para 0 badofe, na música reles de calão, suez, levavam tôda a gente a inquirir das suas melhoras, tomando certo ar pesaroso, em­bora por trás rezassem tôda a casta de di­tos apimentados, sugeridos pelo lugar onde residia o mal. . . Ela, não obstante, não per­dia a linha nem sedava mostras de grande entrave, passando sempre sob a rigidez consciente do seu porte de pespeta altiva.

E naquela tarde, passou também, mas só. A mãi fôra à terra levar a velhota, sua avó e médica no diagnóstico. E como era dia de descanço semanal, ninguém na oficina, portanto, a não ser mestre Severo, homem velho, sério e respeitador—que malfaria, pois, ir sem companhia ou pro­tecção? Nenhum, claro. Nem mesmo da­vam por isso. E que dessem, sim?

Assim pensando e assim cortejada com admiração geral, foi Madalena bater a porta da loja de mestre Severo, que a

aguardava, com tudo a postos: bigorna limpa, tremez na lata, forja acesa e a ca­deira de lona, marqueza improvisada, em geito de receber, mais uma vez, o corpo capitoso da filha de mestre Bento. E tão familiar se lhe tornou a operação, que a môça, sem outros auxílios, buscou a posi­ção cómoda de sempre na cadeira de en­costo retesado, esperando o contacto quentinho do pegamaço, o alisar leve e as palavras sacramentais de bênção do dedi­cado curandeiro: “Em bôa hora o faça!” Daqui por diante, lentamente seduzida por a sonolência Voluptuosa do ambiente, cc m- pletamente conduzida por o poder mágico de mil cogitares sedentos de capitulação redentora, vestiu de olhares cubiçosos os movimentos cubiçadores de mestre Seve­ro que, envolvido por igual desejo, procu­rava adivinhar o quere que fôsse de es­tranho que lhe andava aos solavancos nas veias. De casaco fóra, e arregaçado até por cima dos cotovelos, o velho ferreiro, muito menos calmo que de costume e afè- gando fundo, insistia, repisada em aqu ina - mente, no curativo dispensável já, passan­do e repassando os dedos grossos e pesa­dos, enviscados na mèsinha, por sôbre a pele aveludada da coxa roliça de Madale­na, num deleitoso Vai-Vem, resultado duma apertada tineta de quinze dias, que parecia querer desper;tá-lo de novo para a vida, na irreverência permitida por aquela oca­sião ún ic a . . . Tentava recompor-se, mas, nada. A ideia tenaz e comum turvava-o. A mão andaVa já tôda, tacteante, enVolVic'a na missão desvirtuada de curar. Depoit, as duas mãos, os olhos, a bôca, a desor­dem, o forçoso, enfim, porque Madalena, Vítima da cilada fatídica do seu tempera­mento casualmente Virgem, rolara na que­da invulgarmente Vulgar que a natureza in­falível oportunamente lhe proporc ionara . ..

E como mestre Severo, o mesmo homem sisudo, honesto e considerado, porém homem, se reencontrasse após, rea ­nimou, Voltou à vida normal,.não obstante se sair vitorioso e ancho, mercê de Mada­lena, por milagre, quasi, lhe ter ressusci­tado a impetuosidade perdida da carne, até então já conformadamente desempara- da, a custo balbuciou, como prémio, talvez:

—Tenho mais medo de ti que dos franceses, m ôça! . . .

iun

A M É R I C O«A Mocidade», na sua nova fase, a iniciar no seu próximo número, dá um am plo lu­gar à gente môça, porque é, essencia lm ente , um jornal da gente môça. N enhum proble­m a lhe se rá estranho, desde 0 problem a re­gional - sufocado dentro de acanhadas fronteiras às m a is am plas perspectivas sôbre 0 m undo tôrvo e agitado de nossos d ias ;—desde 0 vulgar fenó­m eno social, aos mais altos vôos do espírito.

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G o 1 8 5 © marcFui m ais um a V e z c o n v id ad o

pe lo D ire c to r d e “A M o c id a d e ” , m eu bom am igo , a e s c r e v e r algo s ô b re a m in h a te r ra , com vista ao n ú m ero e sp e c ia l com q u e o s im p á ­tico p e r ió d ic o p re te n d e so le n iz a r t r e z e a n o s d e Vida. E m b o ra reco - n h e c e d o r da m inha de f ic iênc ia in ­te lectual, n ão p o sso d e ix a r d e a c e ­d e r a tão h o n ro s o com o de licado conviie p o r r e c o n h e c e r a im p o r tâ n ­cia da in ic ia tiva a q ue “A M o c id a ­d e ” , d e fe n s o ra f e rv o ro sa e in trép i­da d o s in te r e s s e s do n o s so c o n c e ­lho, se ab a la n ç a .

G a lv e ia s , com o já n o u tro luga r deixei dito, n ã o m arca , sob o ponto de vista c o m erc ia l , um lu g a r de g ra n d e re lêvo . D e v e -se isto a do is f a c to re s im p or tan tes : a falta de c a ­m inho d e fe r ro e a e s c a s s e z da a l ­d e ia s e “ m o n te s ” em tô rn o da vila. M esm o a p e s a r d e s ta s c o n t r a r ie d a ­d e s , o co m é rc io d e se n v o lv e u -se muito n o s últim os a n o s e co n ta um ra z o á v e l n ú m e ro de b o a s c a sa s , a b ra ç o s , n e s ta a liu ra , com u m a g rave c r ise . A indús tr ia , q u e es tá sujeita tam bém a e s ta s m e sm a s c i rc u n s tâ n ­c ias , é e x e rc id a em p e q u e n a e sca la , e daí o n ão m e r e c e r r e f e r ê n c ia e s ­pecial .

Em co n tra p a r t id a , G a lv e ia s p a ­r e c e q u e re r , ag o ra , d ec id id am en te , p ro g re d i r . O e s fo rç o do n o sso v e ­re a d o r , S r . A ss is Roda, na C â m a ra M unic ipal de P o n te do S ô r , é g r a n ­de , e tem -se t ra d u z id o , n o s últimos m e se s , em a p re c iá v e is m e lh o ra ­m e n to s p a r a a n o s sa te r ra . F e liz ­m e n te p a re c e m a fa s ta d o s os tem p o s em q ue o s v e r e a d o r e s da n o s sa f re g u e s ia cu id av am s im p lesm en te , jun to da C â m a r a , do p e tró leo p a ra a c e n d e r o s n o s s o s modaraos e vistosos candíRiros, e in g re s s a d o no cam in h o d a s r e a l id a d e s pa lp áv e is , q u e bem

ate s tam o in te r ê s s e do n o sso V e r e a ­d o r p o r e s ta te r ra , q u e nem su a é, m a s q u e e s t r e m e c e com o se o f ô s s e . H o je t r a b a lh a - se . J á v am o s su ja n d o m e n o s o s p é s n a lam a d a s c a lç a ­d a s . . . R e p a ro u -s e a R ua da L ib e r ­tação , co n s t ro i - s e um ótimo edifício e s c o la r , a la rg o u -se p a ra se is m e tro s a a z in h a g a d e S . P e d ro , q u e nos c o n d u z à R ua d a C o r t iç a d a , r e m e ­d ia ra m -se o u tra s n e c e s s id a d e s q u e e ra m u m a v e rg o n h a p a r a a n o s s a te r ra . P e n s a - s e na e x p ro p r ia ç ã o de u m a c a s a sita n a t r a v e s s a d a P ra ç a5 d e O u tu b ro (T e r re i ro ) , p a ra ass im se a b r i r u m a bonita e n t r a d a —in ic ia ­tiva d igna de to d o s os e log ios . Fala- -se , tam bém , na r e p a r a ç ã o b re v e das c a lç a d a s d a s p r in c ip a is ru a s , e e s ­tão na ex p ec ta t iv a ou tros m e lh o ra ­m e n to s d e alto in te rê s s e p a r a a n o s ­sa te r ra .

J á foi e n t r e g u e p e la Ju n ta de F re g u e s ia ao M in is té rio d as O b ra s Púb licas e C o m u n ic a ç õ e s a p lan ta do trôço de e s t r a d a q u e vai a té o F o rn o da Cal e q u e n o s há -de ligar a M ontarg il . A p lan ta d e v e -se ao n o s so ilus tre c o n te r r â n e o Sr. C a p i ­tão d e E n g e n h a r ia Vergílio G odi- n ho B raga.

Enfim, a lg u m a co isa , n o s últi­m o s tem p o s , se tem feito.

Um m e lh o ra m e n to de e lev ad a im p o r tâ n c ia e q u e a in d a ê s te an o f ica rá con c lu íd o — a e sc o la — nos ob riga a p ro lo n g a r um p o u co m ais e s ta s d e sv a l io sa s l in h as . F ica rá com oito e x p lê n d id a s sa la s e una largo rec in to m u ra d o , q u e se d es t ina p a ­ra o re c re io d as c r ia n ç a s . O edifi­cio, d e l in h as a tr a e n te s , m o d e rn a s , f ica rá s e n d o , sem c o n te s ta ç ã o , o p r im e iro do co n ce lh o . G ra ç a s à boa v o n tad e do P re s id e n te da C â m a ra M unic ipal d e P o n te do S ô r , Sr. J o s é N o g u e ira V az M on te iro , e ao d e n o ­

d ad o e s fo rç o do n o sso v e re a d o r , S r . A ss is R o d a , a in a u g u ra ç ã o da e sc o la vai s e r um facto a in d a ês te ano , o q u e r e p r e s e n ta p a ra a n o s sa te r ra um ben e f íc io de p r im e ira g r a n ­d e z a e d e alto a lc a n c e socia l e e d u ­cativo.

Muito fica a in d a p o r fa ze r , p o ­rém . E e n t r e ê s s e muito q u e re m o s d e s ta c a r a e le c tr i f icação da vila. F a lou -se , o a n o p a s s a d o , na e lec tr i­f icação d e todo o co n ce lh o . E ra um a inicia tiva feliz, de b en e f íc io s in ca l­cu láveis . In ic ia ram -se a s p r im e ira s « d e m a rc h e s» junto da E m p re z a Hi- d ro -E léc tr ica Alto A len te jo . A r e s ­po s ta d e ix o u g e la d o s o s q u e p o r ê s te m o m e n to so p ro b lem a se in te ­r e s s a ra m , e em q u e é d e justiça s a ­l ien ta r o n o s so v e r e a d o r e o p re s i ­d en te da Ju n ta de F re g u e s ia . A «Hi- dro» p e d ia 500 c o n to s só p o r e s t e n ­d e r o cab o do G av ião a P o n te do Sô r . O p re s id e n te d a junta de f r e ­g u e s ia local, en tre tan to , hav ia e n v ia ­do c i rc u la re s a tô d a s a s ju n tas do distrito, p a ra , u n in d o -se tôdas , se e s te n d e r o b enef íc io à q u e la s q ue a in d a o n ão tinham . H o u v e , a p e n a s , d e s o la d o ra m e n te , d u a s r e sp o s ta s : de P o n te do S ô r e d e F rp n te i r a , já se rv id as , d iz e n d o q u e n ão lhe in te­r e s s a v a o a s su n to .

U m a e s p e r a n ç a n o s vem , ulti­m am en te , a n im an d o : p ro p a lo u -se q u e o c o n c e i tu a d o industr ia l d e s ta te r ra , S r . J o s é J o a q u im d a C o s ta B raga, e s ta v a d ispos to a c e d e r a e n e rg ia do m o to r d a su a fáb r ica p a ra tal fim. Oxalá q u e ass im se ja . E n tão , p o d e r e m o s a f i rm ar q u e G a l ­v e ias Vai sa ir do m a ra s m o em q u e tem vivi do, p a ra en f i le i ra r ao lado d as t e r r a s m a is p ro g re s s iv a s .

Anselm o dos Santos Pequeno

As águas do rio Sôr, Ouando a roupa f u i l a /a r , D i ;s e ra m que o m eu am or Já psnsava em m e deixar.

O' Rio Sôr tem m ais calm a Com êsse teu m urm urar, Olha que as nódoas da alma Nem tu as podes lavar.

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M€Â€EM DE §. )I0A\€

M O A G E M d e C E R E A I S

L A G A R d e A Z E I T E

T I R O C Â S I V E N D A Sótima instalação, em construcção moderna, que honra

sobremaneira a indústria galveense

J o s é J o a q u i m d a £ o $ t a 0 r a ^ a

A n s e l m o d o s S a n t o s P e p e n o

C f ã f l P E U S E B O Í 1 É SMERCEARIAS, MIUDEZAS, DROGAS

L O U Ç A S E L I C O R E SAgente da Companhia de Seguros i F a t r l a , ”

Correspondente dos jornais R e p ú b lic a e M ocidade

R u a A n t o n i o J o s é d e A l m e i d a

Farmácia Assis Roda

H ã r e c t o r T é c n i c o : o seu proprietário

R u a M i g u e l B o m b a r d a

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VÍS — m íjc l p o h o d n £ ó n í& \M j d k £ á s

i r r r > : D m °

|Não tinha fim a planura ^rnEirelçnta Da:S tçrras em Volta avistavam-se as dos trigais, vergados aci soí escaldante da- muralhas do castelo que, mesmo de longe, quele dia de Agosto. Uma ou outra azi- ássiístavam os mouros. Juntaram-se então nheira, perdida nas terrás imensas; prote-' os alcáideá das vizinhanças com as suas gia nas suas braçadas acolhedoras os ' re - gentes, e preparado o ataque ao noVo cas- banhos sequiosos. As papoulas brilhavam telo foi o mesmo repelido enèrgicamente.de quando em quando para quebrar a mo; notonia da paisagem.

Não se via ninguém, e durante léguas só o sol nos acompanhou, naquele dia a r ­dente em que a terra abrasava.

Ao longe, muralhas desmanteladas em- poleiravam-se numa cólina, e, em volta, casas de brancura imaculada perfilavam-se ao longo de ruelas eVocadoras.

Pouco a pouco^v ilaz inha nobre ia-se desenhando a nossos olhos. Recantos en­sombrados pareciam contar-nos lendas graciosas. Ruas tristes diziam-nos feitos famosos, e, já perto, as muralhas negras e altivas, sérias e gloriosas, segredavam-nos belas páginas da flor da cavalaria.

Dias depois de Ourique, com a terra ainda empapada de sangue, juntaram-se os cavaleiros moços com o fim de organiza­rem um “corpo franco” que expulsasse os mouros da terra sagrada de Santa Maria.

De joelhos em terra, juraram todcs, diante das lanças aguerridas, que nunca largariam a bandeira da cruz, dispondo-se a morrer uns pelos outros, em defesa da Pátria querida. Jovens, altivos, aventurei­ros, começaram a mostrar actos de valen­tia, a praticar façanhas desmedidas, e o grupo de cavaleiros, sem mêdo à morte, ia aumentando, formando um grupo nume­roso e respeitável.

El-rei, em reconhecimento de tam al­tos serviços, deu-lhes rendas e privilé­gios, deliberando instituir uma ordem mi­litar, para o que mandou a Coimbra o aba­de D. João de Tarouca, que, com outros prelados, estudou, segundo as regras de São Bento, a criação da noVa ordem, que ficou a chamar-se de “São Bento de Avís”.

Foi então que D. Afonso Henriques doou à nova ordem o território de Avís, com a condição expressa dos novos cava­leiros ali erguerem uma fortaleza, fundan­do ao mesmo tempo uma povoação.

Começaram a abrir-se, no outeiro de Santa Isabel, no lugar conhecido por “Bi­co de Entre as Aguas”, os alicerces da no­va Vila.

.* Havia, ao tempo, na região, umas aves enormes, que todas as manhãs levavam no bico as ferramentas ali deixadas pelos ope­rários, o que começou a preocupar os fun­dadores, que não querendo desobedecer às aves, ergueram a povoação no local onde largavam as ferramentas, e daí—afir­ma o povo—o nome de Avís à Vila histó­rica.

As tropas mouriscas ganharam tal mê- do aoá bravos cavaleiros de Avís que aban­donaram a extensa planura, que se foi po­voando de cristãos, ficando para sempre nas mãos dos portugueses.

Passaram os anos.A nobre ordem liga o seu nome à mais

notável dinastia que reza a história, e D. João I, antes de aclamado rei, é elevado à categoria de “Mestre de Avís”.

Poucos anos depois, D. João 11 esco­lhe o paço de Avís para marcar um acon­tecimento importante da sua vida real: o desfazimento das terçarias.

A côrte reuniu no paço da nobre vila. El-rei e a rainha D. Leonor ocupavam os lugares de honra, e do outro lado tomou assento o prior do Prado, enviado dos reis de Espanha, que recebera o encargo de os representar em tam luzida embaixada.

—«Senhor embaixador — d i s s e D. João 11 - se vos apraz, antes de jurarmos o desfazimento das terçarias de Moura, quisera dar-vos a conhecer um assunto».

-« G ran d e honra tere i em escutar Vossa Magestade» disse o embaixador.

—«Havemos concluído e assentado já que ó príncipe D. Afonso, meu filho, e a infanta D. Isabel de Castela, fiquem livres e desatados das terçarias, ajustadas nas pazes de Alcantara». . .

—«Sim meu senhor».—«Um ponto notável, senhor arcebis-

po-embaixador, quisera ficasse esclareci­do: Que se ao tempo do príncipe D. Afon­so, meu filho, cumprir a idade de 14 anos, a infanta D. Isabel estiver ainda solteira, se realizará entre êles o casamento, con­forme foi conser tado» . . .

—«Não está êsse caso compreendido nas instruções que recebi dos re s de C as 'e la, mas usando da confiança com que me honraram e sabendo o alto aprêço que meus amos têm por Vossa Magestade, concordo se inclua êsse artigo nas capitu­lações!».

O cronista Rui de Pina lavrou o auto e acabada a leitura, D. João II e o arce- bispo-embaixador ergueram-se e, esten­dendo a mão direita sôbre os Sagrados Evangelhos, disseram: —«Assim o juro».

Depois o delírio.O povo invadiu a sala, com aprazimen-

to dos reis, para os felicitar pela resolu­ção tomada, e à noite houve festa de gala em honra do embaixador.

tamente «Avís, te rra que D e u s n ão qu is . . .» , a Vilavé uma das mais curiosas do Alentejo e, p£jas suas tradições nobi­líssimas, upía dasrttqis notáveis de Portu-ga][ W<íl.. i - «awk

Ali residiram, por largos anos, os c é ­lebres freires da Ordem de São Bento, es­píritos cultíssimos, que espalharam pelas redondezas o primor de suas virtudes.

Diz-se que os avisenses, ficaram, des­de então, com o hábito de explicarem com clareza o que sentem, afirmando-se exa- geradamente que quando falam, é sempre corri o dicionário no b o l s o . ..

São ãssim os habitantes da terra fidal­ga, fundada por Mestre Fernão em 1214, terra nobre que perdida no Alentejo ofe­rece importantes curiosidades.

A igreja conventual, de largas propor­ções, guarda belos azulejos polícromos, ricas pedras brazonadas, túmulos armoria­dos, um retábulo de talha preciosa e a ima­gem de Nossa Senhora da Orada, que se diz oferecida por Nun’AlVares.

Na Praça Velha, além dos curiosos azulejos da Matriz, Veem-se interessantes ferros forjados, e, próximo, um elegantís­simo pelourinho, com uma águia ao alto abrindo as asas—símbolo da vila notável.

As ruas da pacata povoação, sombrias e eVocadoras, mostram-nos janelas lindís­simas, restos de muralhas, tôrres abando­nadas, e, em volta da vila, têm sido des­cobertos documentos arqueológicos de grande Valor, como a «Lapa de S. Bento» e a anta da «Herdade da Ordem», classifi­cada como monumento nacional.

Interessante ainda o sítio da «Penha do Maranhão», lugar agreste e pitoresco, semeado de penhascos impressionantes, por onde corre a «Ribeira Grande», que Vai ligar-se à «Ribeira de Sêda» no ponto conhecido por «Bico de entre as águas».

Se bem que do castelo restem unica­mente três tôrres bem conservadas, entre as quais se conta a de menagem, a Verda­de é que, do alto das muralhas, se disfruta um dilatado panorama, emoldurado ao fun­do pela Serra de Ossa e pelas serras dis­tantes da Beira.

São léguas e léguas de searas louras, salpicadas de papoulas, onde ao entarde­cer se ouvem as canções dolentes das ce i­feiras, que deixam na planura extensa no­ta plangente e melancólica, que leva a to ­do o Portugal o perfume lendário da no­bre e notável vila de Avís.

Da série «Terras de Portuga l»—p a ­lestras proferidas na E m issora .

Apesar dos estranhos afirmarem, injus-

Ma n u e l Br anqu i nha São Ben t oPadaria, Mercearias

EA z e i t e s

N H O SE

T a b a c o s

Especialidade em CARNES DE PO RC O

Av. General Carmona PCNTE DD SO R L. Marquez de Pomba1

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^r .w mi o n i a n n i E f l i

i f i l U N I M I U I

ULNICIPAIL

P O N T E D E S O R u m a d as vilas m a is l indas e fé r te is do A len te jo . C e n tro c o m e r ­cial e industr ia l im p o r tan t ís ­s im o. U b é r r im a reg ião , a b u n ­d an t íss im a em c e re a i s , co r t i­ç a e a z e i te s . Bem si tuada e s e rv id a p o r b o a s e s t r a d a s com c a r r e i r a s de c a m io n e te s e n t re o cam in h o d e fe r ro e a vila, G a lv e ia s , F ro n te ira e M ontarg il . R ed e d e ilumi­n a ç ã o e léc tr ica . M agníf ico H o s ­pital e T e a t ro — R ea lizam -se n e s ta vila a s se g u in te s feiras:

de 14 a 16 de Janeiro, de gado suíno eoutras mercadorias. Esta feira, pe­la sua importancia, é a reguladora dos preços da carne de porco. De 4 a6 de Outubro, de ourivesaria, gados, quinquilharias, capotes, calçado, algibebe, madeiras, louças, ferra­gens, frutas e um sem número de ou­tros artigos. E’ justamente conside­rada uma das primeiras feiras do

: - : País : - :

DEE s ta ç ã o do c am in h o d e fe r ro à d is tânc ia d e 2 q u ilóm etros da Vila e s e rv id a p o r c o m b o io s fre-

: — :: q u e n t e s :: — :

EM GALVEIAS — de 7 a 8 de Maio, feira franca de gados, ourivesaria, calçado,

fazendas e muitos outros artigos.

PCNTE

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a cançao de uma noiteEm que se fala de uma mulher triste e se ouve uma

canção — a janela que se abre — um beijo — em

que se ouve novamente a canção — onde o autor nos

fa la da carta azul, e d iz que a história aconteceu

M aria H e le n a n ão e r a m u lher vu lgar . N ão . — Q u e m a v isse no C a s in o , n o s c h á s em c a s a d as P i­re s , ou m e sm o n a in tim idade , n o ­tava logo o seu se m b la n te re tra ído , p o r p e n s a m e n to s s e c re to s de q ue n u n c a se c o n se g u ia a p e r c e b e r o m a is p e q u e n o ind íc io , q u e n o s p u ­d e s s e le v a r a u m a o p in ião se g u ra a c ê r c a do se u so fr im ento .

M uitas e v a r ia d a s v e r s õ e s c o r ­riam — à b ôca p e q u e n a — sô b re a c a u s a d ê s s e d esg o s to , q u e o seu e n ­c a n ta d o r ro s to s e m p re a p a r e n ta v a .

H o je , p o ré m — q u e d ife ren ça— M a r ia H e le n a r e c e b e u u m a c a r ­ta. D e l o n g e ? . . . D e p e r t o ? . . . N ão se i. O q u e lhes p o s s o g a ra n t i r é q u e e r a u m a ca r ta azul, e q u e a n o ssa h e r o ín a tôda s e m odif icou d ep o is d a le itu ra .

/M eia-no iíe .N o ite de v e rã o . E n c a n ta d o ra .

N o ite d e so n h o . A lua brilha no céu c in t i lan te d e e s t re la s . E ’ l inda a lua a ss im . U m a q u ie t i tude e n c h e o e s ­p a ç o , tép ido , s a b o ro s o .

Ao longe, um m urm úrio . U m a Voz. U m a c a n ç ã o . P o u c o a po u co s e ap ro x im a , j á n ão é um m u r ­m úrio .

A c a n ç ã o , o iço -a bem:

« N o i te s de lu a rD e b e le z a sem fim.N o ite s de luarS ã o tudo p a ra mirn.N o ite s d e lu a rEm q u e a lua é ra inha .N o ite s d e lu a rEm q u e tu é s m inha» .

M aria H e le n a n ão d o rm e . E s ­cu ta . Vem jun to d a jane la . O seu ro s to , ba tido pe la c la r id a d e da lua, lem um a e x p re s s ã o sub lim e. A b re u jan e la . Em fren te , um Vulto que

se ap ro x im a . Em dois sa l to s áge is e s tá no p a ra p e i to .

— «Q uerido!»— «Q uerida!»D u a s b ô c a s q u e s e u nem s e ­

d e n ta s d e a m o r , d izem tudo o q u e a q u e le s d o is c o r a ç õ e s sen tiam .

N o ite d e so n h o . A lua brilha no c é u c in tilan te d e e s tre la s . E ’ lin­d a a lua ass im . U m a qu ie t i tude e n ­ch e o e s p a ç o , tép ido , s a b o ro so .

L á longe , num m u rm ú rio , d u a s Vozes en to a m u m a c an ção :

«N oite s d e lu a r D e b e le z a sem fim.N o ite s d e luar S ã o tudo p a ra mim.N o ite s d e lu a r Em q u e a lua é ra inha .N o ite s d e luar Em q u e tu é s m inha» .

M an h ã .A vida q u e com eça .Um ra io de sol e n t ra pe la ja ­

n e la a b e r ta do q u a n o de M a r ia H e ­lena .

O e n c a n ta m e n to p a s s o u .M a s . . . N inguém .N o c h ão , junío ao to u cad o r , um a

c a r t a azu l.. . . E ’ tudo.

A h is tó r ia a c o n le c e u , n a d a hâ d e fan tas ia . S ò in e n te os n o m e s são f ictícios.

D e M aria H e le n a n u n c a m ais houVe notic ias . C om ela foi o mis­té r io da su a tristeza» F ico u a ca r ta azu l q u e e m b o ra m uito e sp a n te , ún ica e s im p le sm e n te t inha a c a n ­ç ã o q u e a lguém can to u , n a q u e la

noite de Verão.E n c a n ta d o ra no ite de sonho ,

em q u e a lua b r i lhava no c é u c in ­t i lante d e e s t re la s .

E ra linda a lua assim .U m a q u ie t i tude e n c h ia o e s p a ­

ço , tép ido , s a b o ro so .Ao longe ouv iu -se um m u rm ú ­

rio; u m a voz; u m a can ç ã o .D e p o i s ? . . .

D o livro a entrar no prelo:

E le s , E la s e o A m or

R U Y D E M E N D O N Ç A

Pensamentos de carácter zoóíilo

P o b r e s a n im a is in fe riores! N a su a o b s c u r a e hum ilde ex is tên c ia r a r a m e n íe s e c ô a um ra io tép ido de sol. N o s s o s c o m p a n h e i ro s fieis, p ro c e d e m d e m is té r io idêntico à- q u e le d e o n d e n ó s vimos; a t r a v e s ­sam o s m e s m o s so n h o s d e bem e s ­tar; e n c a m in h a m -s e ao m esm o fim q u e n ó s . S e ja m o s b o n d o s o s p a ra com ê le s , c o m p a d e ç a m o -n o s d e to ­d o s êles! — H o w a rd M oore .

A V erd ad e ira c ru e ld a d e não ex is te e n t r e a s d iv e r s a s e s p é c ie s d e an im ais ; a luta pe la ex is tenc ia , sim; a q u e la é p r ivativa da e s p é c ie h u m a n a — G e n e r a l G re ind l .

C o m eti e s s a c o u s a horr íve l , inace itável , inútil e sem n o b re z a q ue s e c h a m a tiro a o s p o m b o s . . . E’ v e rd a d e q u e h á t r ê s a n o s a c o rd e i c o m p le ta m e n te t ra n s fo rm a d o nou tro h o m e m . T in h a m -m e t ro c a d o n o d e ­c u r s o da noite . P a re c e u -m e p o u c o in te l igen te e e n c h e u -m e d e h o r r o r a id ea d e an iqu ila r , d u ra n te d ia s e d ia s in te i ro s , u n s in o c e n te s an im a is co m o são o s p o m b o s . . . — H en r i LaVedan.

C o m p i l a d o p o r

L U I Z L E I T Ã O

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andam canções pelo ar ■ ■ ■

O t Lm c L u w ic l h & íh x y jú jO L Conjlti isoo- odnseío.F o i ' a p e n s a r em ti q ue um dia fiz

E s te s v e r s o s d ’a m o r q u e ten h o em fren te .Eu juro , aqu i , p o r D eu s , so le n e m e n te ,

Q u e n u n ca tive um d ia m ais feliz.

P a ra a c a lm a r em mim p a ix õ e s febris , Voltei a lê-los h o je n o vam en te ;

E D e u s é te s te m u n h a , c e r tam en te ,D e q u e n ão p o s s o s e r m a is infeliz.

P o is bem . A g o ra , eu vou r a s g a r o s v e rso s .R e s ta rã o d e le s , d e n t ro dum m om en to ,

P e d a ç o s d ’a lm a, pe lo a r d isp e rso s ,

Q u e m e p e rd ô e o D e u s do firm am ento ;M a s , p a r a c a s t ig a r id ea is p e rv e r s o s .

N ã o há c a r r a s c o algum m e lh o r q ue o Vento.

afl l Q a l a í

B em me quere! Mal m e quere! Muito!Pouco!Nada!B em m e quere! Mal m e q u e re ! . . .

— Ficaste desolada.0 m al-m e-quer m entiu:

B rad a : s im ! , , .Vá, toma! Desfolha outro Talvez êste, m ais sincero, Venha dizer que te quero N um a paixão veemente! Vá! Tom a outro; desfolha. M as olha;Conta as pétalas prim eiro Não vá falaz traiçoeiro Enganar-te novamente.

Repetes em cantilena: «Bem m e quere!

0 meu caótico-

T u és a bem am ad a F orm a irisada Do m eu sonho a rden te e É s tu, mulher!Foi um engano Do pobre mal-me-çfuer.

D e que vale a tr is te flor F a la r acêrca de mim E dizer: não?!. . .S e no fundo o coração, E s trem ecendo de am or,

Mal me q u e re!, .

louco, Olha, pequena,Não desfolhes m ais,Não vale a pena.T e m já por certoQue os mal*me-queres são f a t a i s , , ,

A nossos péâ foge um regato D e águas ligeiras em leves críspaçSes D e p e r i f e r i a , , ,E o sol que lhe sorri por en tre o m ato

I

« S e D e u s q u i s e r . . . » E is a f ra se q u e não p e r d e s a m an ia d e e s c re v e r , e to rn a s q u a s io teu p ão d e c a d a d ia . . .

S e D e u s q u i s e r ! . . . Q u e a r re l ia p a r a quem a D e u s n ã o c a s e su a fé, nem a leg r ia te n h a em v er- te n e s s a fase .

S e D e u s q u i s e r . . . M a s en tão ,tu não d e s te o c o ra ç ã oa o s m e u s r o g o s . . . q u e s ã o teus?

— E eu a c r e r , a con f ia r q u e m e via num altar, q u e e ra p a ra ti um D e u s ! . . .

I I

« G ra ç a s a D e u s . . . » O u tro grito q ue te s e rv e , e a m uita g en te , m a s q ue d iz e s m ais p o r dito que p o r c re n ç a , c è r ta m e n te . . .

G ra ç a s a D e u s ! . . . Q u e in o c e n te m e sa ís te , com o fito de d a r ’s D e u s a um d e s c r e n te e . . . ju lg an d o isso bonito!

M as, enfim , g u a rd o o re s p e i to que m e re c e ê s s e defe ito e d e c e r to n ã o te ap o u c a .

— Levo a r i r os teu s co s tu m e s , po is n ã o d ev o te r c iú m es de v e r D e u s na tua b ô c a . . .

I I

«V alha-m e D e ts !» arribem dizes , q u a n d o Vês algum en trav e , co m o se Detls, er í tais c r ise s , n ã o pe rm ita q u e a d o r ca v e . . .

V a lha -m e D e u s ! . . . Em d es l ises , o u c a s o m u i t o g r a v e , e s s a F é , q u e t e m r a í z e s , n ã o dá á g u a que o mal l a v e . . .

A f i n a l , n ã o s o u h e r e g e , m a s se D e u s não m e p ro te je d ev o e r g u e r rogos a o s c é u s ? . . .

—Ai! se Vês que a tua c r e n ç a tem p o d e r q u e m e c o n v e n ç a , p o n h o a s m ãos: V alha-nos - Deus!...

M R I 0

Põe nele cintilações D e rica pedraria,Lança as péta las tr is tes na corrente P a ra que a s leveE m seus flocos de esp u m a côr de neve E as arras te quais lépidas barquinhas, A vogar docemente.

E nós ficamos tristes, a olhar Com profundo pesar As pétalas que fogem sem rum or E assim fogem de nós,E m doces movimentos E stes leves fragmentos D a , . .h is tó r ia do nosso amor,

n. u b dflt c í 1 rv a

Ah! se fô sse poeta! S e eu s o u b e s s e M o d e la r o m e u do ido p e n s a m e n to

Em v e r s o s fe itos p ’lo m eu sen t im en to V e rs o s s u a v e s c o m o u m a p rece !

O b s e c a n te anse io ! Ai s e o p u d e s s e S a t i s f a z e r d u ra n te um só m o m en to ,

Eu c a n ta r ia a D or, o S o fr im en to D a s a lm a s q u e o a m o r não m ais aq u ece !

D e m ã o s u n id as , p r ê s a s n u m a reza ,E u c a n ta r ia D e u s e a N a tu re z a

E a Voz, a e s t r a n h a voz do m a r p ro fu n d o .

M as a s r im as m ais b e la s g u a rd a r ia P a r a c a n ta r o am or , q u e d ia a dia

M e traz re n d id a , p r ê s a a ê s te M undo!

j a a c c e i c o

N essa noite em que deixaste A vida nas mãos de Deus, Chorei ao ver o contraste No brilho dos olhos teus. Não mais se apaga nos meus O quadro que lhes legaste!

Como vi que o firm am ento D e es trê las resplandecia, T en te i recobrar a lento Na tua es tre la d a guia, S em sa b e r que ela morria N aquele m esm o momento!

T re m ia por um momento,N um adeus de despedida;Mas, faltava-lhe o a l e n t o . . .E lá ficava perdidaN a abóbada luzidaQue era todo o firmamento!

Depois, a luz que se via,T in h a um brilho frouxo e brando; F. quando rom peu o dia,Como tu. foi-se apagando,Foi-se apagando a p a g a n d o . . ,E m orreu nessa agon ia! . . .

Duas &sthêda.s moJitasC am inhei então sem rum o Por essas ruas desertas.D a consciência, o aprumo, Passava horas incertas,Nas asas entreabertas D a vida a fazer-se em fumo,

F u i-m e sentar, afinal,Junto às m argens do rio Sôr, Meu com panheiro ideal De longas noites d ’amor.E , daí, vi o es te r to r Do brilho celestial!

Que horas tr is tes aquelas , Na noite silenciosa!V er m orrer d u as estrê las , Qual de las a m ais formosa, E ter a sorte inditosa D e não m orrer junto delas!

Pon te do Sór, Janeiro de 1939

o a o

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V ão-se à estam pa du as po&sías w ^antis

P o e s ia infantil p re m ia d a com a l . a M e n ç ã o H o n ro s a n o s J o g o s F lo ra is

da E m isso ra N ac iona l d e 1958

Não julguem que sabe mais Do que as vogais,O pequeno Avelino.

Pois, ontem, êste menino,

T eve a pretensão D e d a r lição A seu irmão

Mais pequenino!

Chamou-o com a gravidade D e professor,D e sum idadeE como o seu lecciona dor,

— T a l como o papá f iza ra ,- Apontou o A, o E ,Depois o 0 ,

Mas de súbito engasgou. U m a consoante, um V,

Deixara-o atrapalhado.E ra um a vergonhaD em onstra rIgnorar

0 que estava a e n s i n a r , . .

T eve u m a ideia.

Seu p ap á sem pre que vía

0 F A L S O PROFESSOR

E m letra cheia

Tais caracteres,Dizia:

—Ficarão para outro dia — As consoantes,

— E s pequeno de m ais, —P assem os às vogais.

E ass im fez O falso professor, Dizendo, presunçoso:

— E s ta não te ensino, — É s tão p e q u e n in o . .

Nisto o papá surgiu E quando Avelino o v b , Muito corado,F nvergonhado

Da sua acção,Deixou o irmão

No 0 ,U m 0 que despertou

E m todosU m Ó de admiração,

P e la presunção Dos seus modos.

A o s m e u s filhos: A ugus to A ntónio S a n to s e

A n t ó n i o A u g u s t o S a n t o s

M e n in o s ! , , ,H á muitos Avelinos, H om ens feitos,Que aos péssimos defeitos Juntam êste:

— E n s in a r — Sem estudar.Mas a m oral é es ta Só esta:Aprender,Aprender,Pois só por muito es tudar Se consegue saber

P a ra ensinar.

Querer m ostra r que sabem os 0 que nunca aprendem os,

Que deplorável m o r a l ! , . ,

Cada um vale o que vale

E nem por acções tais Consegue valer m a i s , . .

£J^acca:co-— 1-— 1 9 3 9 j f l n l o a L o _ y iu .q u .s t o ( S a a t o s

Morenita, d’olhar sempre a sorrir,Aquela petizinha é engraçada.Quando me Vê, não cessa de pedir Urr.a poesia a ela dedicada.

Escrevi-a agora, só para ela;Porque o seu rostosito encantador, Mostra a candidez, sempre fresca e bela, Da mais perfumada e linda flor.

É tão brilhante a luz do seu olhar,Que nela julgo Ver o fogo ardente Duma vivacidade a despontar P ’ra Vida, que ela canta alegremente,

MANUELA( A u m a c r i a n ç a )

por ÇH a [ a o. í Ql í G o. í c o

A sua Voz, num timbre angelical, Lembra o trinado duma aVesita Que enchesse de alegria um roseiral Onde a ternura infantil habita.

Dá-te a flor o seu maior perfume,E s a u d a - t e a t e r n a a V e z in h a ;Tudo p’ra ti sorri sem um queixume, Porque és pequena, ó linda moreninha!

Mais nào posso dizer nestes dispersos Pensamentos que agora traduzi.Aqui tens, morenita, estes meus versos, E não digas que deles me esqueci!

de. o4móju/> Santos t Hajladl JÍIÂqíJlo

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Ex."’° S r . D irec to r do jo rnal «A M ocidade» :

É-me s u m a m e n te gra to a n u ir ao convite q u e V. Ex.il tam a m à v e lm e n ­te m e dirigiu, h o n ra n d o -m e com a m inha hum ilde c o la b o ra ç ã o no jo r­nal q ue p ro f ic ie n te m en te dirige; m as, devo s ign if icar Vos q u e n ão foi feliz na e sc o lh a do p o rta -voz d ê s te c o n ­celho.

P o r tal d e f e r ê n ci a d igne-se a c e i ta r o m eu m aio r te s te m u n h o de g ra t idão e p ro fu n d o re c o n h e c im e n ­to.

A p raz -m e so b re m a n e i r a se r -v o s ag rad áv e l , n ão só p o rq u e , p r o c e ­d e n d o ass im sin to a sa t is fação dum d e v e r cu m p rid o , m as tam bém p o r ­q u e m e o rg u lh o de p o d e r a f irm ar- -vos q u e sin to , em mim, a r r e ig a d o s o s p r in c íp io s o r ie n ta d o re s dum p a ­triota.

P o r isso , co n ta n d o com a bo- nh o m ia d o s c a r o s le i to res de «A M ocidade» , mui g o s to sa m e n te , e s ­qu e ç o a s de f ic iênc ias da m inha li­m itada cu l tu ra para . e m b o ra com im ­p re c is o s t ra ç o s e falta de p re c isã o , c u m p r i r o n im ius de q ue m e e n c a r ­reg am a s r a z õ e s a p o n ta d a s . C om indizível p r a z e r , vou, p r im e iro que tudo , f r iza r-v o s que , n e s te can tinho do A lto-A lente jo , o v o sso jornal usufru i, u m a s im patia sem re s e rv a s e um m an ifes to c a r in h o q u e lhe tri­butam to d o s o s s e u s p r e s a d o s le ito ­re s .

T e m o s n e le um g ra n d e am igo da n o s s a re g iã o e o fiel r e p r e s e n ­tan te da v o s s a linda e p ro g re s s iv a P o n te do S ô r , cu jo s p a s s o s e d e c i ­d id o s g a rb o s a m e n te a en fi le iram ao lado d a s m a is b e la s vilas d e P o r ­tugal, a r r a n c a n d o a to d o s o s e u jus- t i f i c a d ) a p rê ç o .

P o r m a is e s ta jo rn a d a g lo r iosa , r e c e b e i a s n o s s a s s in c e ra s fe lic ita ­ç õ e s a l ia d a s a um a u n a n im id a d e de co rd ia is v o tos p a ra q u e «A M oci­dad e» c o n í in u e a m a rc a r , c a d a V e z m a is e m e lho r , os tr iu n fo s q u e tam b r i lh a n te m e n te tem sab ido c o n q u is ­ta r p a ra os a n a is da su a h is tória e h o n ra d ê s s e co n ce lh o .

A v an te s e m p re , S r . D irec to r , e nós , c o m o v is in h o s e a m ig o s de s e m p r e cá e s ta m o s p ro n to s p a ra c o n v o sc o c e r r a r f i le iras e d a r o g ri­to d e a le r ta logo q u e o d e v e r nos im p o n h a a d e fe sa d o s n o s s o s in te ­r e s s e s .

C om a n o s sa co m u n h ã o de id e a s e un ião d e e s fo rç o s e n g r a n ­d e c e re m o s , ind u b i tav e lm en te , e s ta á r e a de te r ra q u e já a n te p a s s a d o s n o s s o s tam n o b re m e n te so u b e ra m b o n ra r e a u fe r i r e m o s os fru tos, quá- si s e m p re tam d e s e ja d o s com o n e ­ce s s i ta d o s , q u e d ê s te honoríf ico la ­bo r n o s c u m p re ob te r . N ó s aqui, pôs to q u e d im inu tos se jam os n o s ­sos r e c u r s o s m a te r ia is e p o r c o n s e ­q u ê n c ia f ro u x a s a s p o ss ib i l id ad es d u m a c é le r e e com p le ta fe ição a r ­tística d e s ta te r ra , q ue nos foi b e r ­ço, co n tr ib u ire m o s tam bém com a n o s s a quo ta p a r te p a ra q u e a p r o ­víncia a q u e p e r te n c e m o s se o rg u ­lhe p o r n o s a b r ig a r a d e n tro d as su a s f ro n te ira s . É vu lga r ouv ir-se , m esm o a o s p o u co cultos: «N E M O C O N T E N T U S E S T S O R T E SU A » m a s tam b ém s a b e m o s q ue a so r te p a r a so r r i r a u n s te rá q u e s e r a d v e r s a a o u t ro s e no n ú m ero dês- tes , m ag o a -n o s te r de d ize r q u e e s ­tá o n o sso G av ião , que , com justa ra z ã o , p o d e r á a in d a p ro fe r ir : «E G O , S O R T E M E A C O N T E N T U S N O N SU M ».

S ã o e n c a n ta d o r a s a s n o s s a s p a i s a g e n s e a p re c ia d o s os n o s so s p ro d u to s (v inho, aze i te , la ran ja s , etc.), m a s c o n f ra n g e -n o s d ize r que , a t r a s a d a m e n te , tem o s vivido no fa s ­tid ioso m a ra s m o do e sq u ec im en to .

D as n e c e s s id a d e s q u e têm afli­g ido ês te co n ce lh o , a p e n a s a lgum as se r e m e d ia ra m a p ó s o adv en to do E s tad o N ovo , s e n d o , co n td u o , b a s ­ta n te s a s q u e a in d a rec lam am a b e ­néf ica a te n ç ã o d o s n o s s o s g o v e r ­n an te s .

A c a u s a da in s tru cção teve aqui, no d e c o r r e r d o s últim os an o s , um im pulso muito d igno d o s n o s so s lo u v o re s , po is c r ia ra m -se e ed if ica ­ra m -se e s c o la s bem c o m o a lguns p o s to s e s c o la r e s , p o d e n d o afirm ar- -se q u e tem sido alvo d e m anifes to c a r in h o e a p rê ç o .

E s p e ra m o s co n t in u a r a m e r e ­c e r a a c ç ã o ju s t ice ira q ue u ltim a­m e n te n o s tem sido feita, e, c e r t a ­m en te , m uito sa t is fe i to s d e s fa re m o s a nuvem do a b a n d o n o a q u e n o s c o n s id e rá v a m o s vo tad o s .

G r a ç a s ao i rab a lh o a tu ra d o e m e ra m e n te patr ió tico do ilustre P re ­s id e n te d a C o m is sã o A dm inisira ti- va, d ê s te c o n c e lh o , te m o s c o n s e g u i ­do v á r io s m e lh o ra m e n to s e r e c e n ­te m e n te m ais um , a c o n s t rn c ç ã o da

E. M. N.° 1, (C o m e n d a ) com a v a ­liosa c o m p a r t ic ip a çã o de 77.000$00, vem c o n f i rm a r os in ú m e ro s e s fo r ­ç o s que , em prol d o s q u e con fia ­ram à sua g u a rd a , tam sá b ia m e n te tem sab id o env idar!

O s ca m in h o s v icinais , fon tes , r e p a r a ç õ e s em ed if íc ios e sc o la re s , etc., tem sido ob jec to d a s p r e o c u ­p a ç õ e s d e S. Ex.a e p o r issò c o n ta ­m os com a su a n u n c a r e g a te a d a b o a v o n ta d e p a ra q u e n a s n o s s a s a s p i r a ç õ e s n o s a c o m p a n h e , com o se m p re , to rn a n d o -a s u m a rea l id ad e .

E ass im , e s p e r a m o s ficar a de- Ver-lhe a c o n s t ru ç ã o d e m ais algum edificio e sc o la r , n o m e a d a m e n te em S. B a r ío lo m eu , o n d e m uito se faz sen t i r e s ta falta.

E s ta m o s c o n f ia d o s em q u e o n o sso G a v iã o sa irá muito em b r e ­ve da m íse ra s i tu ação q u e p a rec ia a tro f ia r o b a ir r ism o de s e u s filhos, pois, te m o s q uem n o s o iça e q u e ira e n g ra n d e c e r .

O povo g a v io n e n s e é p o b re m as tam b ém a c a r in h a com e s m ê ro e d isv ê lo a m a is l inda d a s a r te s -a m ú s ica -onde . e n c o n t ra o lenitivo p a ­ra a s d ò re s do infortún io ou cance i- ra s do t ra b a lh o á rd u o .

A lem d as co lec t iv id ad es r e c r e a ­tivas ex is ten te s , há em G av ião , um a b a n d a d e m úsica , q u e é h o je c h e ­f iada p e lo p re c la ro co m p o s i to r Raul F ra n c o de M o ra is e q i í e e m é p o c a s a t r a s a d a s muito h o n ro u es ta terra!

T a m b é m n ão tem sido d e s c u ­ra d a a e d u c a ç ã o m ora l da n o s sa juven tude , q u e , a p ó s a sa id a da e s ­cola , muito fac i lm en te se de ixa e iva r pelo vício, a n u la n d o os s a lu ta r e s e n s i n a m e n to s ne la r e c e b id o s .

P a r a d e b e la r ê s te mal e com o p a troc ín io d a s c la s s e s m a is d istin tas d e s ta vila, fu n d o u -se , há c ê rc a de 5 an o s , um g ru p o d e e s c u ta s c a tó ­licos q u e q u e r e m o s co n t in u e a m a n ie r - s e firme p a r a bem da Ig re ­ja e da Pátria!

Em to d o s o s o rg a n ism o s e x is ­te n te s a falta de r e c u r s o s p ecu n iá r io não pe rm ite q u e ê s te s tenham um a vida m ais p r ó s p e r a e in tens if icada e m b o ra n ão d e ix e d e h a v e r o g ô s ­to, a v o n ta d e e o e n tu s ia s m o q u e á s v e z e s p a re c e m v a c i la r a n te a acç ã o d e s t ru id o ra .

E ’ lu tan d o com d if icu ld ad es q u e a lgum a c o isa se c o n s e g u e , po is são a s s a z m in g u a d o s os aux íl io s p a r t icu -

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D & l/H , 0. n t Cl h. £ L (L S E D AAo p a s s a r m ais um a n iv e rsá r io

d a n o s sa q u e r id a M o c id ad e , na mi­nha q u a l id ad e de s e u c o r r e s p o n d e n ­te n e s ta vila, envio o s m e u s m ais a fe c tu o so s c u m p r im e n to s ao se u d i­gn íss im o D irec to r e a to d o s os s e u s d e s in te r e s s a d o s c o la b o ra d o re s , q ue tan to teem d ad o do s e u -e s fo rç o p a ­ra q u e “ A M o c id a d e ” c o n t in u e a s in g ra r na e s p in h o s a s e n d a d a Im­p re n s a R egional, o n d e o c u p a já um lu g a r d e incon tes táve l d e s ta q u e .

M ontargil, m inha te r ra adop tiva , o n d e p a sse i a m inha m o c id a d e e o n d e constitu í família, é c r e d o r a de m uitos benefíc io s ao s im pático jo r ­nal q u e a g o ra fes te ja m ais um a n iv e r ­sá r io . H á m o n ta rg i len ses , fe l izm ente em p e q u e n o núm ero , q u e n ão veetn a u ti l idade d es te q u in z e n á r io , n âo o a ss in a n d o , n em fa z e n d o a sua d e ­vida p ro p a g a n d a . N ão es tá cer to . “ A M o c id a d e ” , po r ta -voz do ex ten -

G a v i ã o

l a re s de que , co n tudo , dific ilm ente no s p o d e r ía m o s ab s te r .

No en ta n to , de c o ra ç ã o ao alto e f ron te e rgu ida , o s filhos d e s ta m i­m o sa F R A G I N U M ro m a n a , q u e ­rem lutar, p o rq u e é lu tando q u e se vence .

Q u e r e r é p o d e r e n ó s q u e re m o s g r i ta r bem alto p a ra p a te n te a r a to ­d o s q ue não do rm itam o s no sôno p ro fu n d o em q u e n o s ju lgavam m e r ­g u lh ad o s .

T e m o s na n o s s a te r ra g en te i lu s tre e foi aqu i b ê rç o d e tan tos ou tro s q ue n o b re m e n te a im p o se - ram ; e p o r isso , sem d e s fa le c im e n ­tos e sem q u e n o s a s s e d ie o d e ­sân im o , c a m in h a re m o s p o r e s ta s e n d a to r tu o sa da v ida em b u sc a do futuro r isonho q u e d e s e ja m o s le g a r a o s n o sso s V indouros.

Portan to , S n r . D irec to r , perm iti- m e q u e na p e s s o a de V.a Ex.a eu s a u d e os a s s in a n te s de «A M o c id a ­de» e q u e es ta , s e m p re ro b u s ta e fo r te m e n te p r e p a r a d a c o n t in u e num longo e p ró s p e ro fu turo p a ra bem d a n o ssa reg ião e do n o sso P o r tu ­gal!

D aqu i e com todo o c a lo r da n o s s a a lm a r e d o b r a r e m o s de en tu s ia sm o , c o o p e ra n d o m u tu a m e n ­te p a ra q u e a sua e x p a n s ã o se a l a r ­g u e ca d a v e z m ais, lev an d o a tôda a p a r te o n o sso valor, a n o s s a v o n ­ta d e ' e o n o sso patrio tism o!

M ocidade , n o m e s im bólico da m ais ra d io sa f lo ração !— e u te s a ú d o .

José Raimundo Cardigos

so e rico co n ce lh o de P o n te do S ôr , leva, a o s n o sso s c o n te r r â n e o s e s p a ­lh ad o s p o r tôda a p a r te do globo, a notíc ia dos p ro g re s s o s da n o s s a te r ­ra, a s n o s sa s a s p i ra ç õ e s , o s fac tos m ais im portan tes q ue o c o r re m . S ó p o r ê s se facto se im põe q u e a c a r i ­n h e m o s “ A M o c id a d e ” , n ão fa lando já d o s b e n s m a te r ia is q u e a e la d e ­v em o s e os m ais q u e a inda d e v e r e ­m os, c e r tam en te . P o rq u e a n ão a c a ­r in h am o s , pois, com o m e re c e , p a ra q u e os s e u s a n iv e r s á r io s se rep itam p o r m uitos anos?

S ã o ê s tes o s m e lh o re s vo tos do c o r r e s p o n d e n te em M ontarg il , que , com o s e m p re , p ro m e te a m ais f ran ca e d e s in te r e s s a d a c o o p e ra ç ã o p a ra q ue “ A M o c id a d e ” leve a bom te rm o o seu p ro g ra m a d e a c ç ã o r e ­gional.

c asamento—R ea liso u -se no p a s sa - do dia 30 o e n la c e da m en in a Lídia P im en ta M atono , com o sr. M an u e l N o g u e ira L o p es , co n c e i tu a d o c o ­m e rc ia n te na n o s s a p ra ç a . No final do acto civil, q u e se re a l i so u em c a s a d o s pa is da noiva, foi se rv ido a o s c o n v id a d o s um fin íssim o copo d e água . Na “ co rb e i l le ” , q u e se e n ­co n trav a l in d am en te d e c o ra d a , ad- m irav am -se m uitas e v a l io sa s p r e n ­das .

Cri«e de trabalho— E ’ co n f ra n g e d o - ra a c r ise q u e os ru ra is d a n o ssa te r ra con tinuam a t r a v e s s a n d o . P o r ­q u e não se re so lv em os g ra n d e s p ro p r ie tá r io s da f reg u es ia a l im par a s s u a s p ro p r ie d a d e s ? S e isso s u c e ­d e s s e v e r ía m o s a c r ise a te n u a d a .

Passamento— F a le c e u r e p e n t in a ­m en te , n o s F o ro s do A rrão , a s r .a F lo r in d a Fouto , e s p o s a do sr. J o a ­quim Fouto , p ro p r ie tá r io .

De visita— Esfiveram n es ta , pelo c a s a m e n to da m e n in a Lídia P im e n ­ta M atono , s e u s m an o s , a S r .a D. M ar ia Eulália M atono M o re i ra e o S r . M an u e l V asco M atono .

Pe lo c a sa m e n to do S r . M an u e l N o g u e ira L opes , t ivém os o c a s iã o d e Ver o s S rs . G ab r ie l N o g u e ira Leitão , J o s é de S o u s a Leitão e M a ­nue l d e A zev ed o Leitão , c o n c e i tu a ­d o s c o m e rc ia n te s na v is inha a ld e ia do C o u ço .

C a r lo s T ra v a s s o s C o r re ia

António Pires Pais MiguensFA Z E N D A S, M ERCEA RIA S, DROGAS, e C O M P L E T O SORTID O E M A R TIG O S

D E CAÇA. Representan te dos productos S H E L L

RUA VAZ MONTEIRO

P O N T E DO S O R

O jem p o — D e p o is de p ro lo n g a d a ch u v a tem o s a g o ra u n s d ias exp len- d id o s pelo q ue ha g ra n d e ac tiv ida­de na cava d o s favais. A lguns ha bem p ro m e te d o re s ; ou tros , po rém , e s tã o bem sen t id o s dev ido á p ro lo n ­g ad a chuva.

Carnaval— Q en tru d o p a re c e e s ta r a n im a d o e s le ano , po is jáa p a r e c e u um g rupo d e r a p a r i ­gas im itando um a d a s m a rc h a s da “ C a n ç ã o de L is b o a ” , e a an tiga e quas i c ró n ica M usica d as C a b a ç a s , q ue é s e m p re e s p e r a d a e vis ta com ag rad o , m as q u e e s te a n o se não a p re s e n ta co m o de co s tu m e , ta lvez p o r lhe fa l ta rem os m e lh o re s e l e ­m entos .

C.

António Fernandescomerciante

P>®MTE 1D® S©I

A A L E N T E J A N A

E ’ com muito gosto que cham a­mos a atenção dos nossos presados lei­tores para o anúncio que noutra pá­gina publicam cs de «A Alentejana» in­formando tam bém que a Agência Técnica Comercial e Industrial «A Alentejana» d ispensará aos seus aven­çados tôda a assistência técnica que este ja a dentro da capacidade dos seus colaboradores, des ignadam en­te:

Pareceres , relatórios, estudos, exposiçõís, conselhos escritos ou ver­bais. sôbre o aspecto técnico de tcdos os problem as relacionados com o co­mércio e industria;

Análises dos produtos respe itan ­tes ao comércio e indústria quando haja necessidade de verificar o seu estado de conservação ou as suas características legais;

Colaboração em todas as preten- ções ou reclam ações legítimas do avençado, em m atéria de contribui­ções. licenças camarárias, legalisa- ção de alvarás;

T respasse dos prédios ou es tabe­lecimentos do avençado, m ed ian te a redução de 20% na taxa habitual do intermediário:

Assistência g ra tu ita a todos os assuntos de in terêsse para o avençado, pendentes em qua lquer repartição pú­blica:

A ssistência na obtenção e legali­zação dos cartões profissionais e m inu­tas para tôda a espécie de requeri­mentos.

Page 24: Sr.J„sé · Ao comemorar o seu décimo terceiro aniversário, «A Mocidade» honra-se em prestar esta pequena homenagem aos seus colaboradores mais prestimosos arquivando suas efígies

T rês figuras preponderantes nos meios artís ticos de Ponte do S ò r = D a esq u erd a para a d i­reita: maestro Angelo Silva, Director Artístico do «Rancho do Sôr» e regente d a F ila rm ónica Pontes-so ie i s e ; José No^upira Vaz Montíiro, patrono do «Rancho» e protector da F ilarm ónica; Prim o Pedroda Canceijão, ensaiador do «Rancho» e nosso presado adm inis trador.

x .úmcAq- do. Soâ.

o famoso e glorioso a-

grupamento folclórico qu9 tão

alto tem erguido o nome da

nossa terra.

nóvel agrupamento que, sob

a hábil regência do Sr. José

Coelho Júnior, há pouco se fun­

dou nesta vila.

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A OBRA GÃMARÃ MUNICIIPAE, © I P @ M T I P © S © R

A actual C o m issã o A d m in is tra ­tiva d a C â m a ra M unic ipal de P o n te do S ô r , a que p r e s id e a f igura v e n e ­ra n d a do Sr. J o s é N o g u e i ra V az M o n te i ro —g ra n d e b en e m é r i to e m o ­de lo de h o m e n s d e b e m —-tem rea l i ­z a d o u m a ob ra a to d o s o s t ítu los n o ­tável, q u e muito n o s a p ra z p ô r aqui em re lêvo . S ã o t r ê s a n o s d e luta c o n s ta n te pe lo p ro g re s s o e e n g r a n ­dec im en to da v as ta re g iã o s ô re n s e , t r ê s a n o s de luta p o r f iad a co n tra a ro tina , o co m o d ism o e o des le ixo de um p a s s a d o a in d a m uito proxi- mo. A actual C â m a ra , e n v e r e d a n d o pelo bom cam in h o , tem -se e m p e ­n h a d o nu m a fa re fa v e r d a d e i r a m e n ­te g igan te sca , i lu s t rad a já p o r a lguns tr iunfos, q ue a b re m a m p la s e la rg as p e rsp e c t iv a s p a ra q u e se log rem o u ­tros m a io re s a inda .

É trad ição n e s te jo rnal, p o r e s ­ta a l tu ra , a n u n c ia r a o s s e u s n u m e ­ro s o s le i to res do co n ce lh o o q u e a su a C â m a ra tem em m en te p a ra um fu turo m ais ou m e n o s p róx im o . C á e s ta m o s m ais u m a vez, cu m p r in d o um d o s m a n d a m e n to s do n o s s o p ro ­g ra m a de a c ç ã o reg iona l . E é com sa t is fação e n o rm e , q u e ad v ém do culto a r re ig a d o pela reg ião q u e nos foi b e rç o e a q u e tan to q u e re m o s , q u e V a m o s d a r a no ta d o q u e se p ro je c ta p a ra b reve .

N a s b re v e s nó tu las q u e s e s e ­guem e s ta b e le c e n d o um para le lo e n t re o p a s s a d o e o p re s e n te , e n ­c o n t ra rá o le ito r fa r to s m o tivos p a ­ra sa t i s fa z e r a su a c u r io s id a d e .

Q u a n d o a ac tua l g e rê n c ia cam a- ra r ia tom ou p o sse , quás i tudo se e n c o n tra v a p o r fa ze r . Em m an ife s ta s i tu ação de in fe r io r id a d e em re la ç ã o a o s c o n c e lh o s v iz inhos , s e e n c o n ­trava o nosso . H av ia , pois, q u e c a ­m in h a r a p a s s o s la rgos , s e q u e r ia r e c u p e r a r o p e rd id o . Foi o q u e se fez. O E stado , n e s ta e m e rg ê n c ia , a c u d iu com os s e u s ofícios, e a ss im , a n o ssa r ê d e de e s t ra d a s , q u e e ra , a bem d ize r inex is ten te , é h o je r e ­gular: b o as e s t r a d a s p a ra M o n ta r ­gil, G a lve ias , A b ra n te s e E s tação do C a m in h o de F e r ro . Muito falta a in ­da p o r fazer , n e s te cap ítu lo , porém : q u e re m o s re fe r i r -n o s , m o rm en te , á s e s t r a d a s q u e n o s ligam com Alter e G av ião , q ue s e e n c o n tra m num p é ss im o e s tad o . Q u a n to á p r im e ira , p a r e c e q ue s e e n c o n tra m já fe itos o s d e v id o s e s tu d o s , d e m o ra n d o o início da c o n s t ru c ç ã o , p a re c e , a p e ­n a s d if icu ldades b u ro c rá t ic a s . L o ­go q u e se co n s tru am e s ta s d u a s e s ­t ra d a s , o c o n ce lh o de P o n te do S ôr , n e s te capítu lo , e n c o n tra - se c o m p le ­ta m e n te satisfe |to .

IN S T R U Ç Ã O — E ra dim inuto o n ú m e ro d e p ro fe s s o re s e r e g e n t e s

e s c o la r e s em se rv iço n as e sc o la s do co n ce lh o . No q u e re sp e i ta a e d i ­fícios, o m esm o p a n o ra m a d e s o la ­dor: n ã o hav ia o m ínim o d e c o n d i­ç õ e s ex ig idas pe la p ed a g o g ia , a s sa la s e ram in su fic ien tes , a c a n h a d a s , in fec tas , só rd id as . A in d a aqui se reflec tiu la rg am en te a a c ç ã o d a C â ­m ara : a in s tân c ia s su as , o n ú m e ro d e p ro fe s s o re s é, p r e s e n te m e n te , de 16 e os r e g e n te s e s c o la r e s em n ú m e ro de 12; c o n s t ru í ra m -se novos ed if íc ios em L ongom el e Vale do Açor; e s tá em c o n s t ru c ç ã o o edifí­cio d e G a lve ias , q u e fica s e n d o o m e lh o r do distrito; e s tu d a -se a p o s ­s ib i l idade de d o ta r M ontarg il com um a nova e sco la .

A ’G U A S — E ste im p o r tan te p r o ­b lem a, tam bém foi a b o r d a d o com d e c isã o . E ass im , a c a b o u - s e com a s i tu ação aflitiva de M ontarg il , cu jo povo s e ab a s te c ia de n a s c e n te s a m ais d e 2 qu i ló m e tro s da vila. H oje , há ali á g u a can a l iz ad a , q u e fo rn e c e a m p la m e n te g ra n d e n ú m e ro de c a ­sa s d a q u e la vila e jo r ra c o n s ta n te e a b u n d a n te m e n te d u n s p o u c o s de m a rc o s fo n ien á r io s . P o n te d o S ô r , q u e tam b ém tinha n e c e s s id a d e d ês- se g ra n d e m e lh o r a m e n to , , vai ter, ês te a n o a inda , a a leg r ia d e o V e r i n a u g u ra d o .

A R R U A M E N T O S — C o n c e r ta ­ram -se a lgum as c a lç a d a s em G a l ­ve ias . Em P o n te do S ô r V a i f a z e r -se o m esm o e co n s tru ir - se p a s s e io s ao longo d a s p r in c ip a is ru a s . In ic iar- -se-á , b rev em en te , a c o n s t ru c ç ã o de uma a v en id a q u e a t r a v e s s a o C a m ­po da R e s ta u ra ç ã o , pa r t in d o d a A v e ­nida G e n e ra l C a rm o n a e te rm in a n ­do em fren te do T e a tro -C in e m a . P a ra e s ta o b ra ob teve a C â m a ra a co m p a r t ic ip a çã o do E s tado , n a im­p o r tân c ia d e 10.000$00.

JA R D IN S — C o n s t ru iu -se , em P o n te do S ôr , um jard im no C a m p o da R e s ta u ra ç ã o .

H ID R A Ú L IC A — L ev o u -se a efeito, com a c o m p a r t ic ip a çã o do E stado , o d e s a s s o r e a m e n to do Rio Sô r , num p e q u e n o troço junto à pon te . A C â m a ra m o s t ra -se in te r e s ­sa d a em c o n se g u ir do E s tad o um a p e q u e n a v e rb a p a ra o m esm o e fe i ­to, em v ir tude d a s o b r a s r e a l iz a d a s d e ix a rem muito a d e se ja r .

M E R C A D O — N a P ra ç a da Rè- pública, in te iram en te a e x p e n s a s da C â m a ra , c o n s tru iu -se um exp lênd i- do edifício d es t in ad o a m e rc a d o .

B E N E F IC Ê N C IA —A C â m a ra d isp e n d e , an u a lm e n te , em su b s íd io s de lac tação e in te rn a m e n to de d o e n ­te s em h o sp ita is de L isboa e C o im ­b ra u m a im p o r tân c ia s u p e r io r a 5 0 . 000$00.

P R O T E C Ç Ã O Á A R T E — Num

gesto muito de louvar, a C â m a ra c o n c e d e u à F i la rm ó n ica P o n te s so - r e n s e , p a ra sua m a n ten ça , a im p o r­tânc ia de 150$00 m en sa is .

M uito falta aqu i p o r e n u m e r a r a in d a . L a rg o s b en e f íc io s tem a C â ­m a ra p re s ta d o ao c o n c e lh o na su a a in d a cu r ta g e rê n c ia . A lém d as o b ra s a q u e ac im a fa z e m o s r e f e r ê n ­cia, m uitas o u t ra s s e leva ram a in d a a efeito , com o p o n te s , cam in h o s , e s t r a d a s Vicinais, etc., sa t is fazen d o ass im a s p i r a ç õ e s d e p e q u e n o s p o ­vos. Muito a in d a re s ta faze r , co m o a c o n s t ru c ç ã o do no v o edifício d a s c a d e ia s c o m a rc ã s , a c o n s t ru c ç ã o d e um ba ir ro em P o n te do S ô r , a e l e c ­tr if icação do c o n ce lh o e novo c o n ­trac to com a e m p re z a f o r n e c e d o ra d e P o n te do S ô r p a ra q u e a luz e s ­teja a c e s a tôda a no ite , a co n s tru c - çâo de um novo edificio e s c o la r em P o n te do S ôr , p o rq u e o ac tual é in­su f ic ien te p a ra o g ra n d e n ú m e ro d e c r ia n ç a s em id a d e e s c o la r , a c o n s ­tru cção da r ê d e de esg o to s , tam b ém n e s ta vila, etc., etc. N es ta vida, p o ­rém , não se c o n s e g u e tudo d e um só jacto. D e v a g a r se V a i ao longe , d iz -se . Po is e s p e r e m o s q u e a C â ­m a r a —q u e é consti tu ída p e lo s S rs . J o s é N o g u e ira Vaz M o n te iro , p r e s i ­den te , te n e n te J o s é M o u ra to C h a m - bel, V ice-p res iden te e A ss is R oda e Jo a q u im G o d in h o , r e p r e s e n ta n te s d a s f r e g u e s ia s de G a lv e ia s e M o n ­ta rg i l—continue , com o a té aqui, a ze la r tão a f in c a d a m en te pe lo p ro ­g re s so da reg ião , to rn a n d o -a c a d a Vez m ais p ro g re s s iv a e m a is b e la .

«Brados do Alentejo»Com um explêndido número especial

de 52 páginas, inserindo Valiosa colabora­ção literária e gráfica, entrou no nono ano de publicação, no passado dia 29, o nosso brilhante confrade de Estremoz, «Brados do Alentejo».

Semanário alentejanista dos mais de­votados, «Brados do Ajentejo» honra a província por que ergue seus brados e r e ­presenta, neste meio tam pouco dado às letras, pela regularidade da sua publicação e o brilho das suas páginas, uma tentativa muito interessante e digna de todo o re ­alce.

Ao seu Director, o Dr. Marques C re s ­po, apresentamos as nossas melhores feli­citações.

Foto Gama ReisRua Vaz Monteiro Ponte do Sôr

Ampliações - reproduções - coloridose esmaitas

Page 26: Sr.J„sé · Ao comemorar o seu décimo terceiro aniversário, «A Mocidade» honra-se em prestar esta pequena homenagem aos seus colaboradores mais prestimosos arquivando suas efígies

Caríeíra Eleganíe b e n a v i l a c h o u t o ( salvadcoFazem anos as E.xmas Sr.as e Sr.s

12—D. Fernanda Boudry de Carva­lho, em Galveias, Primo Pedro da Concei­ção, Raul de Z ezere e Joaquim S. Bento Gouveia.

14—D. Ludovina do Nascimento Velez, em Benavila.

15—Antonio Ribeiro Rodrigues, em Estarreja, e D. Vitalina de Sousa Rasque- te.

16—Menino Manoel Varela Buga, em Pombal, Menina Maria Margarida de Car­valho Nazaré, em Lisboa.

17—D. Cesaltina Alves Lopes, nos, Olivais, José Dionisio de Magalhães, em Pombal, Ramiro Lopes Presado Pimenta, em Avis, e José Van len Berg Domingues em Micuadela (Africa Oriental Rio).

18—José Silva, em Sintra.19—D. Maria da Assumpção de Carva­

lho Cambraia, no Porto e menina Maria Francisca Pires Zezere.

20—D. Maria Luiza Guiomar, na Tra- maga.

21—Francisco Antonio do Cortiço em Galveias e José Marques Tiago Junior, em Longomel.

22—D. Maria Joaquina Marques em Galveias, Nelé Dias Velez, em Lisboa, Ma­noel dos Santos Pequeno, em Coruche e D. Clemenlina Alves Pimenta.

25—Amandio Lourenço Falcão da Luz Aleixo, em Montargil e D. Luiza Augusta do Amaral Semblano.

24—D. Ester Linares Esperto, em Castelo de Vide.

26—Francisco Aldeias.

Doentes

Tem sentido algumas melhoras da doença de que ha tempo vem sofrendo, o Snr. José Nogueira Vaz Monteiro, nosso estimado assinante, desta vila.

-E n c o n tram -se gravemente doentes em Virtudes de terem sido atacados de congestão cerebral o Snr. Manoel Marques Calado, comerciante nesta vila e a Snr.a D. Rosaria Domingues, esposa do nosso as- sinar.te Snr. Eutiquio Domingues.

—Também se encontra muito doente, em Lisbôa, a Snr.a D. Gertrudes Vicente Figueira, esposa do nosso amigo e assi­nante Snr. Antonio Figueira, desta Vila.

A todos, deseja “A Mocidade” um pron­to restabelecimento.

n o s s a e s r p a n s ã o

Deram-nos a honra de se inscreverem como assinantes do nosso jornal os Ex.mos Srs. Luiz Bonito Branquinho, de Porto de Mós; Feliz da Silva Alves, do Alfeite (Lisboa); António Dias Galveias, do Vale do Açor; D. Leopoldina Delgadinho e Lourenço José do Gabão de Galveias; Cesar Martinho Calado, de Avís, Antonio Jacinto, de Logome!; José Luciano Barbo­sa, Grupo Musical Artístico, Antonio José Fouto e Paulo Varela Teles, de Casa Bran­ca (Souzel); Joaquim Constantino e Pedro CiprianoCourinha, do Couço; Dr. Joaquim Dias Loução, Alfredo Crispim Afonso Al­ves, João da Silva Godinho e José Prates Estoura, de Ponte do Sôr; D. Maria Ligo Palmeia, D. Maria Augusta Martins Torres, D. Natália Peniche Rodrigues, Israel dos Reis Delicado, Antonio Pinto de Aguiar, José Guisado Espada, Joaquim Lopes'Pau- lo, Pedro de Campos David, João Granés Forgas, João José Maú, Filipe Pimenta, Amadeu Pedro da Silva, Mário Tavares, Jo sé Marreiros da Rosa e José Maria Fernandes, de Sines.

Realizou-se no passado domingo, dia 5, no casarão que costuma servir de teatro para os amadores desta terra e alguma companhia que às vezes nos Visita, um grandioso baile de características carna­valescas, ao qual assistiram cêrca de 500 pessoas. Apresentaram-se muitas meninas mascaradas, tornando-se notadas, princi­palmente, as seguintes: Felizarda Carrilho, Vestida de varina, Maria Capitolina. de criada de servir, Maria Marques Louren­ço, de minhota, Maria Perpétua Marques, de noiva e Elisiária Pais Llbério, de ciga­na. Foi pena os cavalheiros não irem tam­bém mascarados.

Tomou parte no baile o grande con- certinista Vitorino Boino Matono, de San­to António do Alcórrego, Avís, o qual de­liciou a assistência com os melhores nú­meros do seu vasto reportório, apresen­tando ainda alguus números da sua auto­ria, entre êles a marcha «Alcórrego», que o hábil concertinista, também autor da letra, cantou, com visível agrado de to ­dos. O jóvem artista, que conta apenas17 anos, mostra estofo para ir muito longe. Mais uma figura que deve honrar o Alen­tejo.

A meio do baile foi disputada uma valsa a prémio, tomando nela parte vinte pares, saindo vencedores Augusto Carri­lho e sua prima Rosária Carrilho. O baile, que começou cêrca das vinte horas, te r ­minou às 5 da madrugada, reinando sem­pre a maior animação.

Há esperanças de um carnaval muito divertido.

A comissão organizadora do referido baile pensa em organizar o Baile da Pi- nhata no primeiro domingo da Quaresma.

No passado dia 8 foi operado pelo sr. dr. Prezado, Joaquim Pereira Carrilho, sendo-lhe extraído junto a uma clavícula, um «lipoma» já bastante adiantado.

- Foi também operado no mesmo dia António Espinheiro Catela. O seu estado é satisfatório.

Joaquim Lourenço

G A L V E I A SExcesso de velocidade — V e m - s e

observando nos últimos tempos um certo abuso da parte de muitos «chauffeurs», que utilizam a estrada que nos liga a Pon­te do Sôr e Avís para pista de competição. Não está certo. Chamamos, pois, para ê s ­te caso, a atenção de quem de direito.

Roubos—Na noite de 6 para 7 do co r­rente os gatunos introduziram-se, por meio de arrombamento, na Farmácia do sr. Assis Roda, donde retiraram SOOSCO e na Padaria do sr. António S. Bento, tendo encontrado ali apenas 4 pãis. Veem-se registando aqui, nos últimos tempos, fre ­quentes abusos desta ordem, pelo que se torna cada vez mais urgente a guarda ou a polícia nesta Vila.

Emigrantes—Seguiu para Macau, no passado dia 5, a-fim-de se encorporar co­mo voluntário num regimento daquela nos­sa província ultramarina, o nosso amigo sr. João Martins Pimenta.

Desejamos-lhe feliz viagem.Doente—Tem estado gravemente do­

ente dum pé, em consequência duma in­fecção o sr. Assis Roda, nosso ilustre v e ­reador.

Desejamos-lhe rápidas melhoras.De visita— Esteve entre nós o nosso

bom amigo e conterrâneo sr. Vicente da Silva Pina, empregado de escritório em Lisboa.

Vida Oficial

Foi nomeado escriturário da Câmara Municipal de Mação, o Snr. Carlos Guima­rães, filho do nosso estimado amigo e as­sinante Snr. Aurélio Mendes Guimarães, desta vila.

Os nossos parabéns.

N a noite de 1 do c o r re n te , na H e r d a d e do Ju n q u i lh o , f reg u es ia do C h ou to , C h a m u sc a , d e c la ro u -se um v io len to in cên d io num b a r ra c ão , o n d e e s tav am a b r ig a d a s 200 c a b e ­ç a s d e gado . S a lv a ra m -se a p e n a s 20 an im ais , a lg u n s d o s q u a is f ica ­ram c e g o s e muito q u e im ad o s .

C o n s ta q u e foi o p as to r , q ue ia em b r ia g a d o , q u e p ro v o c o u o si­nistro.

Derrama especialFoi autorisada a Câmara Municipal

deste concelho a lançar uma derrama so­bre as contribuições rústicas da freguesia de Montargil, afim de debelar a grave cri­se de trabalho que reina naquela fregue­sia.

Esta contribuição deve estar á cobran­ça durante o proximo mês de Março.

Admissão de alunos marinheirosForam afixados editais com as condi­

ções de concurso para admissão de 100 alunos marinheiros da Armada. As condi­ções de admissão, são as seguintes: Ser português. Completar 17 anos de idade dentro do corrente ano. T er pelo menos 1,60 de altura e aptidão fisica julgada pela Junta de Inspecção. Ter exame da 4.a clas­se do ensino primário. T er bom com­portamento moral e civil, comprovados p e­los registos criminal e policial, e estar no uso dos seus direitos civis e politicos. Obrigar-se por actorisação dos pais e tuto­res a servir seis anos na Armada após o alistamento no Corpo dos Marinheiros.

São condições de preferencia.l.a- -T e r pratica de qualquer oficio ou

profissão que possa ser de in teresse para a Armada. 2.a—Ser filho de oficial, sargen­to ou praça da Armada. 5.a—Ser filho de oficial, sargento ou praça do exercito.

O concurso está aberto até 10 de Mar­ço proximo.

Na secretaria da Câmara dão-se os necessários esclarecimentos.

IE3 Z D X T I _ j

P e la s 12 h o ra s do dia 26 de F e v e re i ro d e 1959, à p o r ta do T r i ­bunal Jud ic ia l d e s ta c o m a rc a se há- de a r r e m a ta r pe lo m a io r lanço o fe ­rec id o s o b re o v a lo r d e 100$00 o p ré d io ab a ix o d e s ig n a d o p e n h o ra d o nos A u tos d e E x e c u ç ã o Fiscal A d ­m inis tra tiva q u e co n tra o ex ecu tado , João N a n q u e s , r e q u e r e u a F a z e n d a N ac iona l e q ue c o r r e n e s te Ju izo , pe la s e g u n d a S e c ç ã o , che fe Silva Leal.

P ré d io a a r r e m a ta rM e ta d e dum c h ã o d e te r ra sito

na V arg em Q u e im a d a , com 100 m e ­tros q u a d ra d o s , s i tuado na f re g u e ­sia d e M a rg e m d e s ta c o m a rc a q u e c o n fro n ta p e lo n a s c e n te no rte e p o e n te com J o s é Gil, e sul com F ra n c isc o H en r iq u e to .

P e lo p r e s e n te são c i tad o s q u a is ­q u e r c r e d o r e s in c e r to s p a r a ass is t i­rem á a r r e m a ta ç ã o .

V erif iquei a ex ac t id ão O Ju iz d e D ireito

D ia s L o u çãoO C h e fe d a 2 .a S e c ç ã o

H u m b e r to Leal

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A ún ica c a s a no dis tr i to q u e fab rica e g a ra n te tô d as a s s u a s m obílias . = S e V. Ex.a vai m obila r a sua c a ­sa , visite a s n o s s a s o fic inas . = N e las e n c o n t r a r á o q u e de m e lh o r e m a is be lo se fpbrica , p o r p r e ç o s fo­ra de tôda a c o n c o r r ê n c ia . = N Ã O C O N F U N D I R E m f r e n t e d o H o s p i t a l V a z M o n t e i r o

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