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Como fazer o amor dar certo STEVEN CARTER

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Como fazero amor

dar certo

STEVEN CARTER

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Sumário

Introdução 7

Segredo nº 1

Repare nas coisas pequenas 14

Segredo nº 2

Tire as máscaras 31

Segredo nº 3

Faça do “nós” uma prioridade 51

Segredo nº 4

Livre-se dos estereótipos 69

Segredo nº 5

Faça seu parceiro saber que você gosta dele 87

Segredo nº 6

Crie uma sensação de segurança 102

Segredo nº 7

Apoie os sonhos de seu parceiro 123

Segredo nº 8

Mantenha a chama acesa 137

Segredo nº 9

Mantenha a individualidade 151

Conclusão 166

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Em memória de Maggie, com amor.

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Introdução

Escrevi este livro porque acredito na parceria e na possibilidade de estabelecermos uma ligação duradoura com outra pessoa. Mas esses fatores não são “inerentes” a qualquer relacionamento. Eles de-vem ser criados e mantidos com afeto, comprometimento e esforço constante. Ainda assim, eles foram as maiores dádivas da minha vida nos últimos anos, uma maravilhosa recompensa por estar totalmente comprometido com outro ser humano. Por meio deste livro, eu gos-taria de ajudar você a experimentar essa mesma sensação.

Uma parceria não dá certo por acaso

Todo mundo diz que dá muito trabalho construir um relaciona-mento duradouro. Entretanto, as pessoas raramente sabem o que querem dizer com isso. Quando nos apaixonamos, fi camos cheios de entusiasmo. Temos confi ança e esperança de que tudo vai dar certo. Temos certeza de que o poder do amor e da atração inicial − e não o “trabalho” − vai garantir o sucesso da relação. Acreditamos que o amor, associado a instintos saudáveis e boas intenções, nos con-duzirá na direção correta e que, quando enfrentarmos difi culdades, esse mesmo amor irá nos salvar. Porém, vamos encarar a verdade: se apenas amor fosse necessário, o número de relações bem-sucedidas seria muito maior.

Não é nossa culpa, mas a maioria de nós não foi treinada adequa-damente para dividir o mesmo teto. E a verdade é que temos muito mais habilidades para vivermos sozinhos do que acompanhados.

Às vezes, temos esse grande talento para a solteirice por pura falta de escolha. Estávamos esperando um amor que demorou a chegar. Ironicamente, a falta de prática é o que nos torna menos habilita-dos para levar uma relação adiante. Acabamos nos tornando bons

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demais em ser solteiros. Sabemos tomar nossas próprias decisões, fazer nossos planos individuais, preencher nossos vazios. Vivemos sozinhos por mais tempo, nos casamos cada vez mais tarde e nunca imaginamos que isso pode nos deixar menos preparados para os rela-cionamentos sérios. Pelo contrário, quase sempre acreditamos que isso nos tornará mais preparados, porque nos sentimos mais saudá-veis, fortes e controlados. A verdade, porém, é que passamos pouco tempo aprimorando nossas habilidades para o companheirismo. Só descobrimos isso quando aquela pessoa especial fi nalmente surge em nossa vida e percebemos que estamos lutando com o desafi o diário de tornar o relacionamento feliz e bem-sucedido.

A habilidade para a parceria é uma qualidade adquirida

Todos nós sabemos como é estar apaixonado. Sabemos o que é ter o espírito elevado pela esperança que sentimos ao encontrar alguém de quem realmente gostamos. Sabemos como pode ser excitante pensar na possibilidade de uma parceria entre dois corações sinceros e amorosos e sabemos o que signifi ca investir toda nossa energia nessa possibilidade. Mesmo assim, todas as pessoas que buscam um relacionamento amoroso lutam contra o lamentável fato de que seus sonhos nem sempre são realizados. Quase todo mundo já passou pela experiência de ir a um primeiro encontro cheio de expectativas e de repente se ver sentado diante de um estranho e se perguntar: “Onde eu estava com a cabeça?” Muitos relacionamentos em poten-cial fracassam após um ou dois encontros porque a atração inicial simplesmente não é sufi ciente para sustentar um casal. Algumas pessoas conseguem permanecer juntas por vários meses, mas depois a atração desaparece e não há nada que ocupe seu lugar. Outras fi cam juntas durante anos, até que a “cola” já não as segura mais. Muitas se casam e continuam casadas, mas quantos desses casamentos são realmente gratifi cantes?

Qualquer pessoa que acredite no amor, como eu acredito, preci-sa fazer a si mesma as seguintes perguntas: como posso garantir o

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sucesso de meu relacionamento? O que posso fazer a cada dia para tornar minha relação mais afetuosa e signifi cativa? Como posso me certifi car de que eu e meu companheiro manteremos a sintonia e continuaremos a crescer juntos?

Nesses 20 anos que passei estudando, observando e escrevendo sobre relacionamentos, sempre me surpreendi com o número de pes-soas que me dizem que, embora acreditem ter encontrado o parceiro de seus sonhos, não conseguem criar o relacionamento que espera-vam. Elas afi rmam que possuem todos os requisitos “básicos” para uma relação duradoura: amor, química, boas intenções, interesses, valores e objetivos em comum e vontade de se dedicar ao relaciona-mento. Muitas enfatizam que o sexo é incrível. E eu acredito nelas. O problema é que, apesar de tudo o que essas pessoas de fato têm, não se sentem satisfeitas. A relação não preenche suas necessidades. Há algo errado, mas elas não conseguem descobrir o que é.

Por outro lado, alguns relacionamentos dão certo. O casal começa o namoro cheio de amor e esperança e depois permanece assim. Laços fortes e saudáveis se desenvolvem. A relação amadurece, prospera e ambos se sentem satisfeitos e em sintonia. O que esses homens e mulheres sabem que os outros não sabem? O que fazem de diferen-te? O que mantém essas ligações tão resistentes?

Precisamos de um projeto para construir as pontes de um relacionamento

Quando conheci a mulher com quem acabaria me casando, minha necessidade de saber o que realmente funcionava em um relaciona-mento se tornou muito mais urgente. Eu encontrara uma parceira maravilhosa, mas, como a maioria das pessoas, não tinha feito ne-nhum planejamento sobre a nossa vida juntos. Eu não fazia ideia de como construir uma ponte que levasse de um começo promissor a uma história com fi nal feliz. Eu queria que desse certo e, embora de-sejasse acreditar que o poder da atração que sentíamos era sufi ciente para vencer qualquer tempestade, meu lado racional sabia que não

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era bem assim. Quando você se agarra ao delicado tecido da ligação inicial, não demora muito para que ele se rasgue. Grandes começos não passam disto: grandes começos.

Como alguém que ganha a vida escrevendo livros sobre relações amorosas, sei muito bem que não adianta dizer “Você precisa se co-municar” ou “É fundamental aceitar as diferenças”. Os relaciona-mentos são muito mais complicados do que isso. Também sei que nem sempre o amor – por maior que seja – é sufi ciente para vencer os desafi os da vida a dois. Se você estiver tentando chegar a um lugar onde nunca esteve antes, faz uma grande diferença poder ver as pega-das de outras pessoas à sua frente. Não dá para construir algo benfeito sem um planejamento prévio, no entanto é isso que fazemos o tempo todo em nossa vida amorosa: tomamos decisões que afetam o futuro com nosso parceiro sem ter a menor ideia se são as opções certas.

Há anos escrevo sobre como fazer boas escolhas, como evitar as armadilhas mais comuns, como se proteger, como lidar com o medo e como se abrir para o compromisso. Porém, desde o início fi cou claro para mim que meus instintos e meu conhecimento não for-neceriam todas as respostas – uma coisa é compreender a dinâmica dos relacionamentos e outra completamente diferente é dominar as habilidades do companheirismo. Tal domínio requer muitos anos de experiência pessoal em um relacionamento bem-sucedido e eu não podia contar com a minha pouca vivência para me ajudar nisso. Em algumas ocasiões, me vi recorrendo a amigos íntimos e gritando por socorro. Sob vários aspectos, parecia que eu estava entrando em um mundo totalmente desconhecido. Assim como inúmeros indivíduos que tentam construir sua primeira ponte sólida que vá do “eu” até o “nós”, eu precisava de informações.

Com meu bloquinho na mão, iniciei uma longa e detalhada in-vestigação sobre a experiência da parceria. Revi as entrevistas que eu havia conduzido nos últimos 15 anos, tentando analisá-las com um novo olhar. Depois conversei com casais jovens, idosos e de meia--idade. Alguns deles tinham relacionamentos que eu admirava; ou-tros viviam situações que me davam medo. Busquei modelos que

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pudessem ser copiados e tomei o cuidado de catalogar erros e com-portamentos inadequados.

Para mim, foi ao mesmo tempo uma experiência fascinante e uma lição de humildade. Foi fascinante porque esses casais me deram uma quantidade incrível de informações novas. E foi uma lição de humildade porque tive que voltar a ser aluno e descer do pedes-tal confortável de “especialista em relacionamentos”. Alguns casais bem-sucedidos estavam conscientes do trabalho que precisavam em-preender para a relação dar certo e conseguiam explicar os elemen-tos que faziam parte desse processo. Outros pareciam ter um dom natural para “acertar” e fi cavam surpresos com minha admiração por algo que para eles era tão espontâneo. De qualquer forma, para onde quer que eu me virasse, havia algo a ser aprendido.

Fiquei surpreso com as coisas que estava descobrindo. E o que mais me maravilhou foi ter visto surgirem, de forma lenta porém cristalina, nove princípios básicos que pareciam governar o compor-tamento diário das pessoas que eram realmente felizes juntas. Esses princípios não estavam nem um pouco óbvios no início, e é por isso que eu os chamo de “segredos”. Eles podem facilmente passar des-percebidos aos nossos olhos, porque estão entranhados de maneira muito sutil na estrutura dos relacionamentos bem-sucedidos. Para falar a verdade, eu mesmo levei quase três anos para conseguir visua-lizá-los com clareza. Porém, uma vez que consegui identifi cá-los, toda a minha compreensão sobre as relações mudou. Não duvido nada que você tenha uma experiência semelhante.

Um esquema prático para fazer o amor dar certo

Quando se trata de relacionamentos, sempre acreditei que não existem regras. Uma relação amorosa é um processo fl uido, e tentar controlá-la com uma quantidade exagerada de deveres e obrigações pode transformar um casal potencialmente feliz em um estereótipo de infelicidade.

Por outro lado, é fácil entender por que homens e mulheres

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com frequência se sentem encorajados a repetir os padrões de com-portamento adotados por outras pessoas. Mas a verdade é que até os melhores relacionamentos podem ser confusos. Às vezes, pa-rece que o mundo lá fora é uma selva e que para sobrevivermos nela precisamos seguir regras claras. O problema é que essas re-gras tendem a encorajar a manipulação e o controle e a desencorajar a individualidade, a franqueza, a fl exibilidade e a disposição para ex-perimentar. É por isso que a maioria das “regras” de relacionamento acaba fracassando.

Os nove segredos que apresento a seguir são muito diferentes dis-so. Não se trata de orientações efêmeras, incompreensíveis, infl exí-veis ou manipuladoras. Não são exaustivas, intimidantes ou com-plexas. Pelo contrário, são fáceis de entender e de praticar no dia a dia. Talvez você até já esteja seguindo algumas delas intuitivamen-te. A chave é estar atento. Esse é o tema deste livro.

Manter um relacionamento é mesmo um desafi o. Construir uma relação gratifi cante exige muito trabalho; dá muito menos trabalho desistir dela. Mas precisamos encarar um fato: viver é, acima de tudo, amar e estabelecer relações – com amigos, com a família e, se tivermos sorte, com um companheiro especial. A parceria com mi-nha esposa, Jill, mudou substancialmente a minha vida. Esse é o tipo de parceria que desejo que você encontre. Não foi fácil chegarmos a esse estágio, mas também não foi impossível. Ambos aprendemos que, quando temos um planejamento claro, só precisamos continuar dando um passo após o outro. Eu chamo esse planejamento de “nove segredos essenciais”. Você pode chamá-lo do que quiser, contanto que o aprenda e o siga com a mente e o coração.

Em seu célebre fi lme Noivo neurótico, noiva nervosa, Woody Allen afi rma que estar em um relacionamento é como fugir de um tubarão: se você não continuar avançando, morre. Rimos dessa alegoria, mas reconhecemos nela uma dose de verdade. As relações amorosas estão sempre em movimento: ou avançam na direção do fortalecimento

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do companheirismo ou retrocedem. Não existe um ponto de equi-líbrio imóvel. Não há maneira de colocar o amor em ponto morto e seguir no piloto automático. É por isso que os relacionamentos são tão complicados. E também é por isso que só amor e atração nem sempre são sufi cientes para manter um casal feliz.

Talvez o amor nunca deixe de ser um mistério. Contudo, a razão para um relacionamento dar certo ou fracassar não é. É apenas um desafi o que você pode superar se tiver as ferramentas certas. Os nove segredos essenciais que você verá neste livro são essas ferramentas – aquelas que mantêm o relacionamento energizado e em constan-te evolução. Eles formam uma estrutura simples para alcançarmos aquilo que mais queremos: uma parceria amorosa que dure para sempre.

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Segredo nº 1

Repare nas coisas pequenas�

Fico muito aborrecido quando ouço as pessoas falando “Não es-quente a cabeça com coisas pequenas” como uma dica de relaciona-mento para seus amigos, parceiros ou até para si mesmas. No campo do amor e dos relacionamentos, nada é trivial demais para não ser importan-te. Cada questão pode causar um impacto, cada gesto contém algum signifi cado. Os relacionamentos produzem um fl uxo constante de “coisas pequenas” e cada fragmento pode fazer a diferença. Tais frag-mentos, quando são negativos, podem se acumular e rapidamente se transformar em grandes problemas – às vezes até mesmo problemas que levam ao rompimento. Da mesma forma, um fl uxo constante de pequenos momentos positivos nos ajuda a sentir que somos amados e que também estamos demonstrando nosso amor.

Pense nas seguintes situações:

• Ontem à noite, Liz fi cou assistindo à televisão até tarde e foi dormir depois de Gabriel, que não estava se sentindo muito bem. Quando chegou ao quarto, ela acendeu a luz, bateu com seu livro na mesinha de cabeceira, fechou as janelas ruidosamente, usou o banheiro da suíte e atrapalhou-se ao programar o despertador, fazendo com que tocasse por uns 15 segundos em volume altíssimo. Fez tanto barulho que Gabriel acabou acordando. Custando para adormecer novamente, ele pensou: “Por que ela tem que ser tão egoísta?”

• Brandon, que acorda muito cedo, mora com Gisele, que precisa de oito horas de sono ininterruptas para se sentir totalmente descansada. À noite, antes de ir para a cama, Brandon deixa a roupa que vai vestir no dia seguinte pendurada no banheiro, para não incomodar Gisele abrindo portas de armários e gavetas. Esta manhã, ao acordar, uma das

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primeiras coisas que ela notou foi o cabide vazio pendurado na porta do quarto. Ela se lembrou da delicadeza do companheiro, sorriu e pensou: “É incrível como ele é atencioso.”

Um bom relacionamento é composto por bons momentos. Quan-do pensam no amor, muitos homens e mulheres se prendem aos grandes acontecimentos e só se preocupam – às vezes obsessivamen-te – com as datas importantes: dia dos namorados, Natal, aniversá-rios, etc. É apenas nessas ocasiões que eles prestam atenção ao que está acontecendo e declaram seu amor. Assim, nada do que acontece no resto do tempo é visto como vital ou importante. Com frequên-cia, nem sequer é levado em consideração.

Pois aqui está outro fato sobre os relacionamentos: a maior parte do verdadeiro esforço para fazer uma relação dar certo ocorre nos momentos mais simples, nas atitudes mais triviais. Deixar o telefone livre quando você sabe que seu parceiro está esperando uma ligação; ajudar sua esposa a arrumar a cama; colocar a roupa usada do outro para lavar; pôr comida para o gato dele; passar um café fresco para ela antes de sair para o trabalho. Esses são exemplos clássicos de coisas banais que po-dem causar um efeito gigantesco na experiência amorosa diária. Por quê? Porque cada um desses pequenos gestos diz: “Eu me importo com você.”

Pequenos gestos transmitem grandes mensagens

As “coisas triviais” – os eventos e momentos simples que formam o dia a dia – são a essência de uma parceria romântica. As “coisas impor-tantes”, como amor, atração, integridade e comprometimento, repre-sentam a estrutura de uma relação. Essa estrutura é necessária, claro, mas são as pequenas atitudes que dão vida e sentido às nossas ligações.

Emanuel e Janice estão caminhando na rua. Ela se detém diante de uma vitrine. Ele também para, passa o braço pelos ombros dela e olha para o que ela está olhando. Sem dizer uma única palavra, ele está comunicando claramente: “O que é importante para você tam-bém é importante para mim. Quero saber o que você está pensando,

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quero fazer parte do seu mundo.” Esses trinta segundos se tornam um momento rico em mensagens signifi cativas.

Vamos comparar Emanuel e Janice a outro casal. Marcos e Maria estão à beira da piscina, passando férias no México. Maria está absorta mexendo no seu computador. Marcos está falando ao celular. Ela diz:

– Estou com fome. A que horas vamos comer?A resposta de Marcos é um grunhido.Esses trinta segundos, incluindo o grunhido, também constituem

um momento do relacionamento. E, embora talvez haja muitas mensagens incutidas nele, a que parece mais óbvia é: “Não estamos muito sintonizados um com o outro neste momento.”

A mensagem que você precisa captar desses dois exemplos é: nada é sem importância.

Apesar de triviais, essas duas situações têm uma quantidade enor-me de signifi cados. É o que acontece com os pequenos gestos nos re-lacionamentos: eles carregam mensagens que valem mil vezes mais que seu peso.

Estar em um relacionamento signifi ca viver em alerta constante

Você não precisa procurar mensagens com um microscópio nem tentar decifrá-las como se fossem algum código secreto. Mesmo que você não se dê conta, sua mente, seus instintos e seu coração moni-toram e interpretam essas mensagens cuidadosa e automaticamente, como um supercomputador. E o impacto delas reformula constante-mente a qualidade da sua relação.

Eu chamo esse processo de “vigilância do relacionamento”. Nem sempre ele é consciente – às vezes é totalmente inconsciente –, mas ocorre o tempo todo. Seu supercomputador não tem dias de descan-so. Mesmo enquanto você dorme, ele continua coletando as men-sagens: meu parceiro está tocando em mim? Ele está relaxado ou tenso? Será que ela ainda está brava comigo? Meu marido puxou as cobertas só para ele? Minha mulher está fazendo muito barulho? E por aí vai... É uma vigilância microscópica e intermitente, que faz

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parte de suas características humanas complexas. E é por isso que nada é sem importância. Você precisa prestar atenção nas pequenas coisas.

Aproximando-se ou se afastando

As situações que descrevi sobre os casais Emanuel e Janice e Marcos e Maria são dois eventos triviais. Provavelmente nenhum deles, por si só, determinará o sucesso ou o fracasso da relação. Mesmo assim, possuem um “peso” emocional que é sentido por cada parceiro. Vamos reavaliar a cena entre Marcos e Maria. Talvez ele esteja cansado por ter fi cado tanto tempo ao telefone resolvendo problemas de trabalho e interaja de forma totalmente diferente após algumas horas de des-canso. Quem sabe Maria esteja passando por um momento de estresse e sua ansiedade a tenha deixado mais irritada. Não sabemos. O que sabemos é que esse evento específi co, embora não tenha durado nem um minuto, produziu uma situação de afastamento entre Marcos e Ma-ria. Agora compare-o com o que ocorreu entre Emanuel e Janice. No mesmo intervalo de tempo, eles tiveram uma experiência de conexão.

Como esses dois eventos simples ilustram, TODO acontecimento tri-vial do relacionamento tem dois resultados possíveis: ou reforça o sentimento de afastamento ou reforça a sensação de conexão.

É isso que quero dizer quando afi rmo que todos os eventos têm um peso emocional. Eles podem deixar o casal um pouco mais pró-ximo ou um pouco mais afastado. Um pouco mais ou um pouco menos amoroso. Os pequenos acontecimentos mantêm nossos rela-cionamentos em movimento. Esse movimento pode ser sutil, mas é real e tem consequências cruciais para nossas relações.

As coisas grandes são apenas o começo

No início de um relacionamento, tudo é grande. Temos grandes pensamentos, grandes sensações, grandes atitudes. Amor, roman-ce, sexo, compromisso, futuro – é para essas coisas que canalizamos

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nossas energias, o que é totalmente apropriado. É no começo que reunimos essas peças grandes, importantes e necessárias. É por isso que se chama começo.

Mas o que vem a seguir? Para alguns casais, não existe um “a se-guir”, nem mesmo depois de estarem juntos há meses ou anos. Rafael e Taty são um desses casais. Eles namoram há três anos, mas ainda ba-seiam seu relacionamento em acontecimentos grandiosos. A conexão entre os dois vem do sexo, de viagens extravagantes, presentes caros e jantares loucamente românticos. É assim que eles se comunicam e resolvem seus problemas. Pode parecer muito empolgante e intenso, mas a realidade é que ambos estão o tempo todo se esforçando para não abandonar o relacionamento. Embora exista uma atração podero-sa, eles vivem se questionando se o outro é o parceiro certo.

O que falta nessa relação é a valorização das pequenas coisas. É isso que deixa o casal nesse estado de eterna incerteza. Rafael e Taty se empenham em viver grandes acontecimentos e são carregados por ondas poderosas de amor. Mas, quando a onda morre na praia, eles voltam a se sentir vazios e cheios de confl itos.

Não me entenda mal. Você precisa das coisas grandes para iniciar um relacionamento, mas são as pequenas que o fazem crescer.

A manutenção do relacionamento e a “ação capilar”

Manutenção do relacionamento. O que essa expressão signifi ca para você? Quando começamos a entender que cada gesto, mesmo o mais trivial, carrega um peso emocional, nossa compreensão sobre a manutenção do relacionamento também começa a mudar.

Homens e mulheres que só se preocupam com os gestos grandiosos tentam chegar ao coração de seus parceiros utilizando o caminho dos grandes vasos sanguíneos. Porém, os casais que realmente se amam sabem que o amor – aquele que é forte e que cresce com o tempo – fl ui de um parceiro ao outro em nível capilar, dia após dia. Com cer-teza os acontecimentos maiores têm seu lugar, mas o fl uxo constante de sinais sutis, que formam densas redes de atenção e consideração, é

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o que faz com que as pessoas se sintam verdadeiramente valorizadas.A ação capilar proporciona a vida e a saúde de um relacionamento.

O amor tem que fl uir regularmente pelos vasos capilares para que seu parceiro possa sentir seu amor de forma consistente. As grandes atitudes não criam essa sensação de consistência. Elas podem até fasciná-lo durante algum tempo, mas não fazem surgir a confi an-ça nem estimulam o aprofundamento da ligação. Isso só acontece quando existe um fl uxo constante de sutis mensagens amorosas que são comunicadas por meio de atitudes simples.

A manutenção do relacionamento é um processo vinculado aos pequenos acontecimentos.

Os cupins do relacionamento

Cada pequeno momento compartilhado por duas pessoas é uma oportunidade para a relação. É uma chance de fortalecer a ligação, de estabelecer um elo mais rico e mais forte. Cada pequeno momento perdido é uma oportunidade perdida. E cada pequeno momento per-dido é o que chamo de “cupim do relacionamento”.

Minha esposa e eu sabemos tudo sobre cupins. Quando alugamos nosso primeiro apartamento, notamos uns insetos no batente da ja-nela da frente. Não sabíamos o que eram. Alguns meses depois, as esquadrias da janela estavam completamente ocas. Aquelas criaturi-nhas mínimas deram pequenas mordidinhas na estrutura enorme e forte durante certo tempo... e o efeito foi devastador.

Quando penso nessa experiência, percebo que eu precisava ver aqueles cupins com meus próprios olhos e presenciar seu potencial destrutivo para aprender mais uma lição importante sobre os rela-cionamentos amorosos. Aqueles pequenos insetos me proporciona-ram uma imagem com a qual eu podia fazer uma analogia.

Casais que se amam checam regularmente se há a presença de “cupins” em sua relação. Muitos relacionamentos são enfraquecidos por cupins. Na maioria das vezes, os parceiros cuja vida foi infestada por essa pequena ameaça não brigam por dinheiro ou por sexo, mas

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se envolvem em confl itos diários tais como: “Por que você não con-segue apertar o tubo da pasta de dentes no lugar certo?”

Pense no efeito cupim na próxima vez em que estiver dizendo para si mesmo “Não faz mal”. “Não faz mal se eu não perguntar a opinião dele.” “Não faz mal se eu não estiver prestando muita aten-ção.” “Não faz mal se eu não for totalmente sincera sobre isso.” “Não faz mal se eu me esquecer de ligar avisando que vou chegar atra-sado.” “Não faz mal se eu não tirar minhas roupas sujas do chão.” “Não faz mal se eu não disser ‘eu te amo’ a toda hora.” “Não faz mal se eu não retornar a ligação dele neste instante.” “Não faz mal se eu não parar o que estou fazendo para ouvir com mais atenção o que ela está dizendo.” “Não faz mal se eu não trocar o rolo de papel higiênico.” “Não faz mal se eu comer o pedaço de bolo que ela es-tava guardando para mais tarde.” “Não faz mal se eu preparar uma bebida para mim, mas não me oferecer para preparar uma para ele também.” “Não faz mal se eu não arrumar a cama hoje.” “Não faz mal se eu nem sempre disser obrigado.” “Não faz mal se eu não en-cher as formas de gelo com água cada vez que as esvazio.” “Não faz mal se eu deixar as luzes acesas à toa.”

Quando olho para essa lista, vejo um cupinzeiro gigantesco. Você con-segue vê-lo também?

A racionalização dos cupins

Outro tipo de cupinzeiro é o que se forma quando colocamos de lado nossas próprias necessidades e dizemos a nós mesmos: “Não me importo...” “Não me importo que ele nem sempre preste atenção em mim.” “Não me importo que ela nem sempre diga obrigada.” “Não me importo que ele não me avise quando vai se atrasar.” “Não me importo que seja sempre eu que lave a louça.” “Não me importo que ela ouça música quando estou tentando trabalhar.” “Não me impor-to que ela fi que pendurada no telefone.” “Não me importo que ele não me apresente aos seus amigos nas festas.” “Não me importo que ela não peça minha opinião.” “Não me importo de ter que tomar

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todas as decisões.” “Não me importo que ele me interrompa no meio de uma frase.” “Não me importo de ter que tirar os fi os de cabelo dela da pia.” “Não me importo que ele coma o último biscoito.”

Somos especialistas em justifi car a presença desses cupins para proteger nossos parceiros e nossa ligação com eles. Fazemos afi rma-ções como: “Ela está fazendo o melhor que pode.” “Ele não apren-deu a fazer isso quando era criança.” “Os pais dela deram um mau exemplo.” “Ela nem percebe que toma banho com a água quente demais.” “Ele não sabia que eu estava guardando o biscoito para comer mais tarde.” “Ele não se deu conta de que não me apresentou aos amigos.” “Ela perde a noção do tempo quando fala ao telefone.” “Provavelmente a bateria do celular acabou e ele não conseguiu me avisar que chegaria tarde.” Alguma dessas frases lhe soa familiar? Só há um problema: as racionalizações podem até fazer você se sentir melhor, mas não melhoram o seu relacionamento.

Racionalizar os cupins não os elimina, apenas os empurra para um nível mais profundo, mais próximo da base do relacionamento.

Livre-se de um cupim de cada vez

Por morar no sul da Califórnia, aprendi mais uma coisa sobre cupins: eles estão em todas as casas. Todo relacionamento também tem seus cupins. As ligações amorosas são vulneráveis, portanto não espero que você construa uma relação livre dessa praga. Isso é im-possível. Porém, espero que você compreenda a gravidade do pro-blema e se esforce ao máximo para minimizar os danos, lembrando--se sempre da importância dos eventos triviais.

Minha sugestão é que você pegue papel e caneta e faça uma lista dos cupins que estão corroendo seu relacionamento. Pense nas pe-quenas coisas que você costuma deixar de lado, ignorar ou racionali-zar. Pense nas atitudes sutis que o aborrecem, irritam, confundem ou deixam pouco à vontade. Fazer essa lista e atualizá-la com frequên-cia é uma forma de manter os cupins à vista e sob controle. Esse nem sempre é um processo prazeroso, mas faz com que você esteja

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constantemente avaliando essas pequenas falhas e lhe dá a oportuni-dade de destruir alguns insetos.

Você e seu parceiro não têm as mesmas preocupações

Para muitas pessoas, é difícil entender as preocupações e necessi-dades do parceiro. No entanto, o segredo de um bom relacionamen-to é descobrir quais são as pequenas questões que atormentam cada um e criar espaço para elas.

As pequenas coisas que causam ansiedade ou angústia representam alguns dos fatores que mais criam problemas nos relacionamentos. Minha esposa, por exemplo, se sente mais segura se a casa estiver bem iluminada. Eu não ligo a mínima para a quantidade de luz em volta da minha casa, mas, como essa é uma questão importante para ela, sei que se eu deixar de trocar uma lâmpada queimada ela vai achar que estou negligenciando o medo dela. Assim, aprendi a prestar mais atenção nisso e substituir as lâmpadas queimadas imediatamente.

Eu também tenho minhas próprias manias, que são igualmente importantes para mim. Todos nós temos algum tipo de ansiedade. Aprender a lidar com a ansiedade do outro faz parte do processo de construção de um relacionamento saudável.

Preste atenção nas ansiedades de seu parceiro e em outras pequenas grandes coisas

As ansiedades do parceiro são um exemplo importante de “pe-quena grande coisa”. As pequenas grandes coisas podem não ter a importância dos “pesos pesados” do relacionamento, como amor, sexo, valores, objetivos, dinheiro ou espiritualidade, mas também é perigoso ignorá-las.

Como você lida com as questões que preocupam seu companhei-ro? Você as leva a sério e tenta se adaptar ou as ignora porque são diferentes das suas? E quanto às suas próprias questões? Você tenta escondê-las ou as encara como algo que o outro deve aceitar?

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Fato: você não precisa entender as ansiedades do seu parceiro, as-sim como ele não precisa entender as suas. Fato: você não tem que absorver as angústias de seu parceiro, assim como ele não tem que absorver as suas. Fato: talvez para você algumas das preocupa-ções do outro sejam irracionais, ilógicas ou exageradas, mas elas são reais e devem ser reconhecidas e atendidas. Caso contrário, podem gerar distanciamento e confl ito entre vocês, mesmo que se amem. Outros exemplos de “pequenas grandes coisas” incluem questões sobre tarefas domésticas, horários, preferências ambientais (ilumi-nação, janelas, temperatura na casa, etc.) e objetos pessoais. Todos esses são botões importantes do relacionamento, que têm o poder de alterar a harmonia da relação de forma positiva ou negativa, depen-dendo de como as pessoas lidam com eles.

As questões domésticas (“Você não arrumou a cama!”)

Bernardo e Jéssica têm empregos estressantes que os deixam exaustos a maior parte do tempo. Porém, como a maioria dos casais, eles precisam ar-ranjar tempo para as tarefas básicas, como comprar comida, limpar a casa, lavar a roupa e cozinhar. Mas Bernardo se recusa a arrumar a cama. Quando era criança, ele não podia sair para brincar com os amigos enquanto não tivesse arrumado seu quarto e feito a cama. Vinte anos depois, ele ainda tem uma espécie de trauma das “normas” de sua infância. Só que agora é Jéssica que se ressente por ter um quarto sempre bagunçado e porque, em geral, é ela que cede e acaba arrumando a cama. Fica especialmente brava quando Bernardo diz algo como: “Para que arrumar a cama? Vamos desarrumá-la novamente daqui a algumas horas...”

As tarefas domésticas têm que ser feitas. Se não forem divididas de forma justa e equilibrada, acabam mandando seu relacionamento direto para o hospital. Você está aceitando silenciosamente fazer mais do que deveria e acumulando uma pilha de ressentimentos? É hora de pedir ajuda. Você está se aproveitando da boa vontade de seu parceiro na hora de realizar as tarefas? Então é preciso distribuir melhor as funções. Você está impondo uma divisão de trabalho estereotipada,

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colocando a maior parte da carga em cima de sua companheira? Então saia da Idade Média, arregace as mangas e comece a encarar as tarefas domésticas. Pare de dar desculpas, de ser irresponsável e recorrer a acordos parciais e injustos, que só servem para reforçar o distancia-mento entre vocês.

As questões ambientais (“Está quente demais aqui!”)

Carla e Bruno moram juntos há um ano e, desde o início, brincam do “jogo do ar-condicionado”. É assim: todos os dias, ao chegar do trabalho, a primeira coisa que Carla faz é ligar o ar-condicionado na temperatura que acha mais agradável. Quando Bruno chega em casa, cerca de quarenta minutos depois, olha para o termostato, espera Carla ir para outro aposento e ajusta a temperatura para alguns graus a menos. Ele torce para ela não perceber. Mas Carla percebe e coloca o termostato na posição anterior, às escondidas. E assim seguem eles, sem que nenhum dos dois admita que faz isso. Uma noite, Bruno chegou ao ponto de esperar até que Carla estivesse dormindo para diminuir a temperatura pela última vez. Ela acordou, no meio da madrugada, tremendo de frio e com dor de garganta.

Pode ser bastante difícil para dois indivíduos com necessidades e preferências distintas lidarem com os assuntos relacionados ao am-biente em que vivem juntos:

• As janelas devem fi car abertas ou fechadas?• E as cortinas, fi cam abertas ou fechadas?• Quais luzes fi cam acesas à noite?• Vamos usar ar-condicionado ou ventilador?• Como vamos dividir os armários?

E por aí vai. Pense em tudo o que está em jogo aqui: sensibilida-de, hábitos, exigências de saúde, questões emocionais, ansiedades, fi losofi as, preocupações fi nanceiras, controle, controle e mais controle. Deu para ter uma ideia? Essas são as pequenas grandes coisas.

Como você lida com essas questões em seu relacionamento? Aqui vão algumas sugestões para um convívio harmonioso:

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• Compreenda que nenhum dos dois está certo ou errado. Vocês são apenas diferentes.

• Encontre maneiras amigáveis de negociar e chegar a um meio-termo.

• Não espere que seu parceiro adivinhe seus pensamentos.• Não insista em fazer tudo sempre do seu jeito. Esteja disposto a

abrir mão daquilo que não é tão valioso para você.• Mantenha suas prioridades em ordem.• Esteja preparado para se adaptar ao que foi combinado.

As questões sociais (“Mas nós já saímos ontem!”)

Alexandra está com um problema que vem crescendo, lenta e continua-mente, desde que foi morar com Felipe: ele nem sempre a consulta antes de fazer planos. Ele convida amigos para jantar porque adora cozinhar para várias pessoas; aceita convites para festas porque adora sair com Alexandra; compra ingressos para shows porque eles amam música ao vivo. O problema é que ele só avisa Alexandra depois de estar tudo planejado. Às vezes ela não se importa, mas na maioria das vezes fi ca com raiva por Felipe não tê-la consultado. Depois se sente culpada. Felipe acha que está agradando, mas nunca toma o cuidado de se certifi car. No que se refere a marcar compromissos sociais, ele ainda está agindo como solteiro. É uma coisa pequena que resulta em um problema grande.

É fácil planejar seu dia quando se é solteiro. Você trabalha quan-do precisa trabalhar e preenche o resto do tempo como quiser. Mas, quando faz parte de um casal e a agenda de seu parceiro se torna tão importante quanto a sua, os horários entram em choque. Quem vai fi car em casa esperando o encanador? Quem vai levar o cachorro para passear? Vamos sair hoje à noite ou ver um fi lme em casa? Vamos sair com meus amigos, seus amigos ou com nossos amigos? Quanto tempo vamos passar com a família do outro? Quanto tempo vamos passar separados?

Para criar um relacionamento saudável, é preciso lidar com três agendas diferentes: a sua, a do seu parceiro e a do casal. As três têm

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a mesma importância, e os problemas começam quando qualquer uma delas é ignorada ou tratada com pouca consideração. É verdade que essa é uma questão que requer um cuidado constante, porém o simples fato de reconhecer que os compromissos do outro devem ser levados em conta é o primeiro passo para se conseguir lidar com os confl itos potenciais.

As questões do sono (“Eu odeio este colchão!”)

Sono. Todos precisamos dele e a maioria de nós não obtém o su-fi ciente. Contudo, suas necessidades específi cas e a forma como você as atende provavelmente são bem diferentes das de seu parceiro. Tal-vez você precise de seis horas de sono e sua esposa precise de oito. Talvez você goste de colchão duro e seu namorado prefi ra os modelos mais macios. Seu parceiro poderia continuar dormindo em meio a um terremoto, mas você acorda com qualquer barulhinho. Você pode adorar dormir com a televisão ligada e sua cara-metade só pega no sono em total silêncio e escuridão. Embora essas questões possam parecer insignifi cantes, são mais coisas pequenas que criam grandes confl itos.

Você leva a sério as necessidades de sono do seu parceiro? Busca formas de garantir que cada um obtenha o que precisa? Ou será que as questões do sono são um “pequeno grande problema” no seu rela-cionamento? Você se irrita porque os hábitos de sono de vocês estão fora de sintonia? Você acha que seu parceiro é preguiçoso porque precisa dormir mais do que você? Você ignora as queixas de seu par-ceiro sobre o colchão porque ele é apropriado para você? E quanto a suas próprias necessidades? Você as respeita ou está abrindo mão exageradamente do que precisa em nome da paz? Às vezes as pessoas fazem concessões de mais, especialmente no que se refere ao sono.

As questões pessoais (“O que você fez com as minhas coisas?”)

Margarida está uma fera porque não consegue achar seus chinelos. William está irritado porque o jornal que ainda não tinha terminado de ler foi parar na lata de lixo. Ellen está tendo uma crise histérica porque seu vaso de cristal

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não está no lugar onde ela o colocou na semana passada. Carlos quer esganar a namorada porque ela bagunçou sua coleção de fotos de família. Quatro exemplos diferentes de um drama clássico de relacionamento.

Ninguém entra em uma relação livre de bagagem. Todos temos neuroses, problemas familiares, excentricidades, questões de traba-lho, de sexo, de sono, de hábitos alimentares e por aí afora. E tam-bém temos nossas pequenas coisas, literalmente. Ursinhos, máquinas de café expresso, livros, roupas, raquetes de tênis, presilhas de cabe-lo, cadernos, vidros cheios de chiclete e quinquilharias acumuladas em antigas férias de verão. Você sabe do que estou falando.

De que maneira você trata os objetos de seu parceiro? Você os respeita ou os considera um bando de bugigangas sem importância? Às vezes, a forma como lidamos com os objetos pessoais mais sim-ples pode ser um símbolo poderoso de nossa aceitação (ou falta de aceitação), de nossa noção de limites (ou falta de limites), de nosso respeito (ou ausência de respeito), de nosso cuidado (ou falta de cui-dado) e de nosso desejo de ser um verdadeiro parceiro (ou não). Não caia nessa armadilha. Mesmo um bibelô de plástico de R$1,99 pode ser algo muito valioso para seu companheiro.

As velhas questões de solteiro (“Temos que pedir pizza de novo?”)

Se você levou uma vida de solteiro por algum tempo, provavel-mente acumulou um grande estoque de pequenas coisas favoritas. Você tem sua marca favorita de café, seu restaurante chinês favorito, seu programa de TV favorito e assim por diante. A maioria dessas preferências é importante para você.

Em meio à excitação de um novo relacionamento, algumas dessas preferências subitamente parecem tolas ou insignifi cantes e muitas são colocadas de lado. Porém, conforme o tempo passa e seu coração vai se aquietando, começa a ter saudades de suas coisas favoritas.

Essa mudança não é ruim. Não signifi ca que a magia tenha acabado nem que você já não esteja apaixonado. Pelo contrário, é um sinal

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saudável de que seu relacionamento se encontra sobre uma base fi rme. Essa mudança não acontece enquanto as coisas grandes não estiverem no lugar certo. Ainda assim, causa um confl ito que precisa ser levado a sério.

O que você faz a respeito de suas pequenas coisas favoritas? Estar em um relacionamento signifi ca estar sempre frustrado por ter que abrir mão de tudo o que era importante para você? Signifi ca nunca mais poder comer uma fatia de sua pizza de massa grossa porque sua namorada gosta da massa fi na de outro restaurante? Não. Apenas signifi ca que você tem mais coisas pequenas para serem negociadas de maneira justa e equilibrada. Esta semana, vocês vão ao seu res-taurante chinês predileto e você enche o prato; semana que vem, vão à churrascaria que ele adora. Grave o programa de TV que você gosta de ver e assista um pouco mais tarde; na semana seguinte, vo-cês trocam. Faça dois bules de café, um mais fraco e um mais forte, para agradar ao gosto dos dois. Vocês podem dar um jeito. O que você NÃO pode fazer é desprezar as preferências de seu parceiro só porque são diferentes das suas ou abrir mão das suas pequenas coisas favoritas só porque são pequenas.

Como lidar com as pequenas coisas: um guia simples

E então, como lidar com todas essas pequenas questões? Como manter-se no rumo certo dia após dia, ano após ano? Não é tão com-plicado quanto parece. A chave é a microadministração. As dicas a seguir devem ajudar:

1. Preste atenção

Quando as coisas grandes estão no lugar, é fácil nos acomodarmos e acharmos que tudo vai dar certo. Mas agora você sabe que as coisas pequenas são sérias o sufi ciente para desbancar as grandes com o pas-sar do tempo. Portanto, fi que alerta. Preste atenção nas preferências, preocupações e ansiedades de seu parceiro, por menores que sejam. Entre em sintonia com os hábitos e horários do outro. Equilibre as

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tarefas. Compartilhe os espaços de forma justa e entre em acordo sobre as questões das quais discordam. Torne-se um especialista em lidar com os detalhes.

2. Respeite a realidade do outro

Duas pessoas diferentes nunca terão as mesmas coisas pequenas. Ser um companheiro melhor signifi ca aprender a aceitar e a respeitar questões consideradas importantes pelo outro. Não deprecie, des-preze ou desconsidere as pequenas coisas de seu parceiro só porque não são suas.

3. Processe imediatamente

A chave para lidar com as coisas pequenas é o processamento imedia-to: tome uma atitude assim que a questão surgir. Não existe “hora certa” para lidar com situações que nos deixam pouco à vontade. Portanto, encare-as logo. Isso vai minimizar o impacto dos cupins do relacionamento a longo prazo.

4. Fique de olho nas SUAS coisas

Não negligencie suas próprias questões. É preciso verbalizar seus mínimos incômodos e preocupações. Nunca deixe de reivindicar coisas pequenas se elas forem importantes para você. Caso contrário, você acumulará uma pilha de descontentamento, que o distanciará cada vez mais de seu parceiro.

5. Procure PEQUENAS soluções

Problemas relacionados a coisas pequenas exigem soluções sim-ples: um reconhecimento, um gesto, uma conversa breve, uma con-cessão, um pedido de desculpas. Não transforme cada questão trivial em um drama de proporções exageradas. Contanto que não se acu-mulem, as coisas pequenas não devem sobrecarregá-lo.

6. Dê valor aos momentos amorosos

Muitas coisas pequenas são coisas boas. Faça uma pausa para

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apreciá-las. Reconheça os momentos amorosos que fazem parte do seu relacionamento. Aproveite-os. As pessoas costumam ignorá-los. Reforce o que há de positivo.

7. Crie mais momentos amorosos

Não espere pelas ocasiões especiais para ser carinhoso. Cada pe-queno gesto de afeto representa uma gota a mais da supercola que fortalece sua relação e sua noção de companheirismo. Criar pequenos momentos amorosos requer muito pouco esforço e a recompensa é enorme.

8. Não desista das coisas pequenas

Lidar com as coisas pequenas é um processo infi nito. Algumas vezes é frustrante e outras vezes parece exaustivo. Mas, como você talvez já saiba, é muito mais cansativo estar sempre tentando salvar o relacionamento porque você se descuidou dos detalhes. Aprender a enfrentar as questões triviais dá profundidade e força ao amor. É uma parte importante da experiência da parceria. Portanto, compro-meta-se a dar às coisas pequenas – tanto as boas quanto as ruins – a atenção que elas merecem.

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