15
STOCK OPTION PLANS Maio de 2015

STOCK OPTION PLANS - · PDF fileBASE LEGAL: 2 Artigo 168, §3º, da Lei das S.A.: “O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de capital autorizado, e de acordo com

Embed Size (px)

Citation preview

STOCK OPTION PLANS

Maio de 2015

CONCEITO E OBJETIVO:

1

Opção de compra ou subscrição de ações:

• Outorga de opções de compra ou subscrição de ações de acordo

com critérios pré-estabelecidos; e

• ganho financeiro para o empregado/executivo quando se

verificar a valorização das ações de sua empregadora em

determinado período de tempo.

Objetivo: alinhamento de interesses com os acionistas =

engajamento dos empregados como sócios do empreendimento,

interessados diretamente na valorização das ações da empresa.

BASE LEGAL:

2

Artigo 168, §3º, da Lei das S.A.:

“O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de

capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembleia-

geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou

empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia

ou a sociedade sob seu controle.”

O texto da lei se refere apenas à compra, o que sugere que a opção

seria apenas para a aquisição de ações já emitidas, mas o entendimento

pacífico atual é o de que abrange também a subscrição de novas ações.

Artigos 166, III, e 171, §3º, também da Lei das S.A., tratam do aumento

de capital, e da exclusão do direito de preferência dos demais

acionistas, na hipótese de exercício da opção.

FUNDAMENTOS DO INSTITUTO E ANÁLISE

ECONÔMICA:

3

A opção de compra ou subscrição de ações se insere no contexto lógico

da Lei das S.A. que é o de promover e resguardar o interesse maior da

companhia, que é o interesse econômico de gerar lucros para os seus

acionistas.

Os planos de opção de compra de ações buscam promover o

alinhamento de interesses entre acionistas e empregados/executivos:

risco x ganho.

Contrapartida pelo esforço gerador de bons resultados, com a

consequente retenção de talentos.

Objeto de obter a valorização das ações no mercado.

CARACTERÍSTICAS:

4

Natureza de contrato preliminar.

Prazo de Carência (Vesting Period): lapso temporal dentro do qual as

opções de compra de ações não poderão ser exercidas; são consideradas

“não maduras” (not vested).

Prazo de Validade: limite temporal para que o empregado possa

exercer seu direito de opção de compra de ações. Ultrapassado tal

prazo, perece seu direito e este nada terá a reclamar em relação às

opções não exercidas.

Opção é pessoal e intransferível: diferentemente do bônus de

subscrição, que é valor mobiliário e portanto dotado de circularidade.

Tipos de Stock Option: com desembolso do valor de compra pelo

empregado (com ou sem desconto); e sem desembolso do valor de

compra (phantom stock option).

TIPOS DE STOCK OPTION:

5

Stock Option em Sentido Estrito:

• Efetiva compra e venda de ações.

• O empregado realmente participa de um plano de stock option,

podendo ser da empregadora ou de uma empresa do mesmo grupo

econômico daquela na qual presta serviços.

Phantom Stock Option:

• exercício fictício da opção de compra de ações. Cálculo matemático,

com o pagamento do valor equivalente ao benefício como uma

gratificação ou mesmo como participação nos lucros e resultados da

empresa.

• o empregado não chega a se tornar proprietário das ações. O

pagamento equivale à valorização de um lote de ações, que serve,

assim, como mero indexador.

PREÇO DE EXERCÍCIO:

6

Fixação inicial do preço de exercício (strike price) para as opções

onerosas deve ter em conta, no caso das companhias listadas, o valor

de mercado das ações, e o benefício estimado com a valorização das

ações entre o momento da outorga e o início do período de exercício.

Há casos em que: (a) se outorga descontos no preço de emissão; (b) se

permite a utilização de eventual bônus a que o empregado/executivo

faria jus para que adquira mais ações da companhia; ou (c) há desconto

progressivo sobre o preço de exercício na hipótese de atingimentos de

metas superiores.

Em qualquer caso, há de se manter uma relação entre o resultado da

companhia e a outorga da opção, não podendo o plano constituir mera

liberalidade – Instrução CVM 323/200.

PREÇO DE VENDA:

7

Definido a mercado.

Ganho dependerá da valorização das ações contra o preço de compra

pré-estabelecido.

Se o mercado estiver em baixa, a opção pode ficar “abaixo da linha

d’água”.

Nas companhias fechadas, as outorgas são geralmente para aquelas que

almejam se tornar públicas, o que permitirá ao beneficiário da opção

sair no evento de liquidez, geralmente logo no IPO.

APROVAÇÃO DO PLANO:

8

Necessidade de aprovação do plano pela assembleia geral – conforme

artigo 168,§3º, da Lei das S.A.

Possibilidade de delegar a outro órgão societário (em geral o Conselho

ou um comitê específico) a tomada de decisões dentro da estrutura do

plano.

Se o plano envolver a subscrição de novas ações, necessidade de

previsão estatutária de capital autorizado; se o plano envolver a

negociação privada com ações em tesouraria, necessário observar as

normas específicas da CVM sobre o tema, em se tratando de companhia

aberta (Instrução CVM 10/80).

Entendimento da CVM de que as opções integram a remuneração dos

administradores (e, portanto, devem ter seu valor aprovado em

assembleia Geral).

ESTRUTURA DO PLANO:

9

O plano deve conter as diretrizes mestras para a outorga das opções e

funcionamento geral, e deve permitir flexibilidade para que o órgão

administrador possa aplicá-lo no caso concreto da forma mais eficiente

possível.

Em geral, as principais cláusulas do plano são:

• Cláusulas gerais sobre a administração do plano;

• Critérios gerais sobre a fixação do preço de exercício; e

• Percentual ou número máximo de ações a serem emitidas e

consequente diluição máxima do acionista.

A adesão ao programa de opções se dá normalmente pela assinatura de

um contrato ou termo de adesão.

REGRAS APÓS O EXERCÍCIO / HIPÓTESE DE

DESLIGAMENTO:

10

Possibilidade de instituição de lock-up: Período de vedação de

negociação das ações adquiridas. Liberação antecipada em situações

excepcionais.

Desligamento durante o Vesting Period: Plano pode prever regras

aplicáveis à perda do direito dos executivos que se desligarem ou forem

demitidos por justa causa durante o Vesting Period (mera expectativa

de direito).

Desligamento após o Vesting Period: Maior dificuldade de restringir o

direito dos executivos que se desligarem após o Vesting Period (opção

já conferida e, eventualmente, exercida). Planos em geral preveem à

perda do direito apenas na hipótese de demissão por justa causa.

Claw back: Instituto implementado por uma série de companhias no

exterior após a crise de 2008.

PRINCIPAIS QUESTÕES JURIDICAS:

11

Tributário: Tributação diferenciada = 15% no ganho de capital auferido

com a venda das ações.

Trabalhista: Discussão quanto à integração ao salário (caráter aleatório

do benefício).

• Natureza remuneratória x natureza mercantil / opção onerosa x opção

não onerosa (doação de caráter remuneratório).

• Elementos que sustentam a natureza mercantil: presença de fatores

aleatórios (valorização da ação) e negociação no mercado afastariam a

natureza salarial.

Previdenciário: Discussão quanto à incidência de encargos na folha

(INSS e FGTS).

PRINCIPAIS PRECEDENTES:

12

Para determinar se o mecanismo de stock options é uma complementação à

remuneração (sendo portanto devida a contribuição previdenciária sobre

eventual ganho auferido pelo empregado), o CARF avalia se o mecanismo é

facultativo aos empregados, a existência de efetiva carência, se há onerosidade

(desembolso do preço de exercício) e se o adquirente tem risco com a operação

(oscilação do preço da ação).

Houve algumas decisões desfavoráveis no CARF aos contribuintes GAFISA, ALL,

Anhanguera Educacional e Cosan.

BRF, Itaú Unibanco e BMF Bovespa tiveram decisões favoráveis, onde se

entendeu que os valores auferidos pelos empregados se tratavam de ganhos de

capital e não de remuneração pelo trabalho.

No caso da BRF um dos elementos que pesou em favor da cia foi o fato de que o

valor pago pelo empregado na aquisição da ação não era muito inferior ao de

mercado ou que tivesse o mercado como referência.

PRINCIPAIS RISCOS:

13

Incentivo à manipulação de resultado para elevar a cotação das ações –

lições da crise de 2008.

Incentivo à busca de resultados de curto prazo, independente dos riscos

e efeitos de longo prazo.

Rápida perda da capacidade de retenção dos principais executivos, na

hipótese de baixa valorização das ações em bolsa.

OBRIGADO!

Marcos Medeiros Coelho da Rocha