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CONCEITO E OBJETIVO:
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Opção de compra ou subscrição de ações:
• Outorga de opções de compra ou subscrição de ações de acordo
com critérios pré-estabelecidos; e
• ganho financeiro para o empregado/executivo quando se
verificar a valorização das ações de sua empregadora em
determinado período de tempo.
Objetivo: alinhamento de interesses com os acionistas =
engajamento dos empregados como sócios do empreendimento,
interessados diretamente na valorização das ações da empresa.
BASE LEGAL:
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Artigo 168, §3º, da Lei das S.A.:
“O estatuto pode prever que a companhia, dentro do limite de
capital autorizado, e de acordo com plano aprovado pela assembleia-
geral, outorgue opção de compra de ações a seus administradores ou
empregados, ou a pessoas naturais que prestem serviços à companhia
ou a sociedade sob seu controle.”
O texto da lei se refere apenas à compra, o que sugere que a opção
seria apenas para a aquisição de ações já emitidas, mas o entendimento
pacífico atual é o de que abrange também a subscrição de novas ações.
Artigos 166, III, e 171, §3º, também da Lei das S.A., tratam do aumento
de capital, e da exclusão do direito de preferência dos demais
acionistas, na hipótese de exercício da opção.
FUNDAMENTOS DO INSTITUTO E ANÁLISE
ECONÔMICA:
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A opção de compra ou subscrição de ações se insere no contexto lógico
da Lei das S.A. que é o de promover e resguardar o interesse maior da
companhia, que é o interesse econômico de gerar lucros para os seus
acionistas.
Os planos de opção de compra de ações buscam promover o
alinhamento de interesses entre acionistas e empregados/executivos:
risco x ganho.
Contrapartida pelo esforço gerador de bons resultados, com a
consequente retenção de talentos.
Objeto de obter a valorização das ações no mercado.
CARACTERÍSTICAS:
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Natureza de contrato preliminar.
Prazo de Carência (Vesting Period): lapso temporal dentro do qual as
opções de compra de ações não poderão ser exercidas; são consideradas
“não maduras” (not vested).
Prazo de Validade: limite temporal para que o empregado possa
exercer seu direito de opção de compra de ações. Ultrapassado tal
prazo, perece seu direito e este nada terá a reclamar em relação às
opções não exercidas.
Opção é pessoal e intransferível: diferentemente do bônus de
subscrição, que é valor mobiliário e portanto dotado de circularidade.
Tipos de Stock Option: com desembolso do valor de compra pelo
empregado (com ou sem desconto); e sem desembolso do valor de
compra (phantom stock option).
TIPOS DE STOCK OPTION:
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Stock Option em Sentido Estrito:
• Efetiva compra e venda de ações.
• O empregado realmente participa de um plano de stock option,
podendo ser da empregadora ou de uma empresa do mesmo grupo
econômico daquela na qual presta serviços.
Phantom Stock Option:
• exercício fictício da opção de compra de ações. Cálculo matemático,
com o pagamento do valor equivalente ao benefício como uma
gratificação ou mesmo como participação nos lucros e resultados da
empresa.
• o empregado não chega a se tornar proprietário das ações. O
pagamento equivale à valorização de um lote de ações, que serve,
assim, como mero indexador.
PREÇO DE EXERCÍCIO:
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Fixação inicial do preço de exercício (strike price) para as opções
onerosas deve ter em conta, no caso das companhias listadas, o valor
de mercado das ações, e o benefício estimado com a valorização das
ações entre o momento da outorga e o início do período de exercício.
Há casos em que: (a) se outorga descontos no preço de emissão; (b) se
permite a utilização de eventual bônus a que o empregado/executivo
faria jus para que adquira mais ações da companhia; ou (c) há desconto
progressivo sobre o preço de exercício na hipótese de atingimentos de
metas superiores.
Em qualquer caso, há de se manter uma relação entre o resultado da
companhia e a outorga da opção, não podendo o plano constituir mera
liberalidade – Instrução CVM 323/200.
PREÇO DE VENDA:
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Definido a mercado.
Ganho dependerá da valorização das ações contra o preço de compra
pré-estabelecido.
Se o mercado estiver em baixa, a opção pode ficar “abaixo da linha
d’água”.
Nas companhias fechadas, as outorgas são geralmente para aquelas que
almejam se tornar públicas, o que permitirá ao beneficiário da opção
sair no evento de liquidez, geralmente logo no IPO.
APROVAÇÃO DO PLANO:
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Necessidade de aprovação do plano pela assembleia geral – conforme
artigo 168,§3º, da Lei das S.A.
Possibilidade de delegar a outro órgão societário (em geral o Conselho
ou um comitê específico) a tomada de decisões dentro da estrutura do
plano.
Se o plano envolver a subscrição de novas ações, necessidade de
previsão estatutária de capital autorizado; se o plano envolver a
negociação privada com ações em tesouraria, necessário observar as
normas específicas da CVM sobre o tema, em se tratando de companhia
aberta (Instrução CVM 10/80).
Entendimento da CVM de que as opções integram a remuneração dos
administradores (e, portanto, devem ter seu valor aprovado em
assembleia Geral).
ESTRUTURA DO PLANO:
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O plano deve conter as diretrizes mestras para a outorga das opções e
funcionamento geral, e deve permitir flexibilidade para que o órgão
administrador possa aplicá-lo no caso concreto da forma mais eficiente
possível.
Em geral, as principais cláusulas do plano são:
• Cláusulas gerais sobre a administração do plano;
• Critérios gerais sobre a fixação do preço de exercício; e
• Percentual ou número máximo de ações a serem emitidas e
consequente diluição máxima do acionista.
A adesão ao programa de opções se dá normalmente pela assinatura de
um contrato ou termo de adesão.
REGRAS APÓS O EXERCÍCIO / HIPÓTESE DE
DESLIGAMENTO:
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Possibilidade de instituição de lock-up: Período de vedação de
negociação das ações adquiridas. Liberação antecipada em situações
excepcionais.
Desligamento durante o Vesting Period: Plano pode prever regras
aplicáveis à perda do direito dos executivos que se desligarem ou forem
demitidos por justa causa durante o Vesting Period (mera expectativa
de direito).
Desligamento após o Vesting Period: Maior dificuldade de restringir o
direito dos executivos que se desligarem após o Vesting Period (opção
já conferida e, eventualmente, exercida). Planos em geral preveem à
perda do direito apenas na hipótese de demissão por justa causa.
Claw back: Instituto implementado por uma série de companhias no
exterior após a crise de 2008.
PRINCIPAIS QUESTÕES JURIDICAS:
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Tributário: Tributação diferenciada = 15% no ganho de capital auferido
com a venda das ações.
Trabalhista: Discussão quanto à integração ao salário (caráter aleatório
do benefício).
• Natureza remuneratória x natureza mercantil / opção onerosa x opção
não onerosa (doação de caráter remuneratório).
• Elementos que sustentam a natureza mercantil: presença de fatores
aleatórios (valorização da ação) e negociação no mercado afastariam a
natureza salarial.
Previdenciário: Discussão quanto à incidência de encargos na folha
(INSS e FGTS).
PRINCIPAIS PRECEDENTES:
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Para determinar se o mecanismo de stock options é uma complementação à
remuneração (sendo portanto devida a contribuição previdenciária sobre
eventual ganho auferido pelo empregado), o CARF avalia se o mecanismo é
facultativo aos empregados, a existência de efetiva carência, se há onerosidade
(desembolso do preço de exercício) e se o adquirente tem risco com a operação
(oscilação do preço da ação).
Houve algumas decisões desfavoráveis no CARF aos contribuintes GAFISA, ALL,
Anhanguera Educacional e Cosan.
BRF, Itaú Unibanco e BMF Bovespa tiveram decisões favoráveis, onde se
entendeu que os valores auferidos pelos empregados se tratavam de ganhos de
capital e não de remuneração pelo trabalho.
No caso da BRF um dos elementos que pesou em favor da cia foi o fato de que o
valor pago pelo empregado na aquisição da ação não era muito inferior ao de
mercado ou que tivesse o mercado como referência.
PRINCIPAIS RISCOS:
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Incentivo à manipulação de resultado para elevar a cotação das ações –
lições da crise de 2008.
Incentivo à busca de resultados de curto prazo, independente dos riscos
e efeitos de longo prazo.
Rápida perda da capacidade de retenção dos principais executivos, na
hipótese de baixa valorização das ações em bolsa.