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Stuart – mill – ideias básicas

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STUART – MILL – IDEIAS BÁSICAS

ExemploSou médico que presta assistência a soldados feridos no campo de batalha. Ao improvisado hospital chegam dezenas de feridos. A maioria precisa de tratamento para ter hipóteses de sobreviver. Outros podem sobreviver mesmo que não sejam logo atendidos. Outros apresentam tão graves ferimentos que o tratamento de nada servirá. Dividi os meus pacientes em aqueles que sobrevivem sem o tratamento, os que morrem mesmo que tratados e os que se tratados sobrevivem. Posso enganar - me e tomar decisões que podem conduzir a morte de inocentes.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

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Estou a agir segundo um princípio consequencialista.Uma acão moralmente correta, para John Stuart Mill, é a que, de todas as acões possíveis, tem as melhores consequências. O valor moral de uma acão depende das suas consequências. A acão boa é a acão que tem boas consequências ou, dadas as circunstâncias, melhores consequências do que acões alternativas.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

2Estou a agir segundo o princípio de utilidade

O critério da moralidade de um ato é o princípio de utilidade. Este princípio é o teste da moralidade das acões. Afirma que uma acão deve ser realizada somente se dela resultar a máxima felicidade possível para as pessoas que são afetadas por ela. O princípio de utilidade é, por isso, conhecido também como princípio da maior felicidade. Uma acão boa é a mais util, ou seja, a que produz mais felicidade global ou, dadas as circunstâncias, menos infelicidade. Quando não é possível produzir felicidade ou prazer, devemos tentar reduzir a infelicidade. Segundo Mill, o que torna uma acão moralmente valiosa é a utilidade.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

3Estou a agir de forma imparcial

Para decidir o que é moralmente correto fazer, o agente deve ter tanto em conta, não só o seu bem-estar, como o de todas as outras pessoas que são afetadas pela acão. A sua felicidade não conta mais do que a felicidade dessas outras pessoas e não deve abrir excecões mesmo para conhecidos, familiares e amigos. Quando delibera sobre o que vai fazer, o agente tem de ser completamente imparcial. Por isso, o utilitarismo rege-se pelo princípio da imparcialidade.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

4 AEstou a recorrer ao princípio de utilidade para resolver uma situacão moral a que as normas morais não respondem cabalmente.Tenho de optar entre salvar e deixar morrer. As regras morais comuns dizem – me que não devo deixar morrer inocentes. Mas neste caso tenho de tomar uma decisão por mais difícil que seja.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

4 BEstou a recorrer ao princípio de utilidade para resolver uma situacão moral a que as normas morais não respondem cabalmente.

O utilitarismo não implica necessariamente o abandono das normas morais aceites na generalidade das sociedades. Estas normas resistiram a prova do tempo e em muitas situacões fazemos bem em segui-las nas nossas decisões. Mas há situacões em que não respeitar uma determinada norma moral e seguir o princípio de utilidade tem melhores consequências do que respeitá-la. O princípio de utilidade ajuda-nos a deliberar e a tomar decisões quando as regras morais vigentes não nos permitem determinar como agir. E o caso quando há conflitos e dilemas morais.

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5 AEstou a agir partindo do princípio de que não há deveres absolutos.Segundo Kant, como pessoa, o ser humano tem direitos que, em circunstância alguma, podem ser vio- lados ou infringidos. Estes direitos implicam deveres, e estes deveres implicam restricões. Nem tudo é permissível em nome do bem-estar geral ou da felicidade do maior numero. Se maximizar o bem-estar implica violar esses direitos, a acão não é moralmente admissível.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

5 BEstou a agir partindo do princípio de que não há deveres absolutos.Para Mill, o dever fundamental é maximizar o bem-estar criando um melhor estado de coisas no mundo. E, em circunstâncias especiais, o cumprimento deste dever pode levar a acões que chocam com as nossas intuicões de senso comum. Seria esse o caso no exemplo dado de deixar morrer pessoas inocentes. Isto pode ser chocante e perturbador, mas não errado, se forem as consequências o que conta para decidir se uma acão tem ou não valor moral.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

6 AEstou a agir partindo do princípio de que, em certas circunstâncias, os fins justificam os meios.Para Kant, os fins nunca justificam os meios. Há acões que são moralmente erradas quaisquer que sejam as consequências que resultem delas. Matar, roubar, mentir são exemplos de acões que são sempre erradas, por mais vantagens que resultem delas, e temos a absoluta obrigacão de não matar, não roubar e não mentir. Não são as consequências que decidem da moralidade de uma acão seja porque desse modo violar-se-ia deveres absolutos e direitos invioláveis.

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ANÁLISE DO EXEMPLOQUE ESTOU A FAZER?

6 BEstou a agir partindo do princípio de que, em certas circunstâncias, os fins justificam os meios.Para Mill, não há a partida nem direitos invioláveis nem deveres absolutos. Não há acões que seja sempre obrigatório ou sempre errado fazer. As acões são erradas ou corretas em funcão das suas consequências ou fins. Há situacões em que matar ou mentir, sendo condicão para a obtencão de certos fins, pode em certas circunstâncias ser o correto a fazer. Para Mill, não há deveres absolutos e uma análise custo-benefício pode justificar uma acão que o senso comum tende a considerar imoral.