Substitutivo ao PL 1.876/1999 e apensos (Código Florestal): Análise Crítica

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    ESTUDO

    Cmara dos DeputadosPraa 3 PoderesConsultoria LegislativaAnexo III - TrreoBraslia - DF

    SUBSTITUTIVO AO PL 1.876/1999

    E APENSOS (CDIGO FLORESTAL):

    ANLISE CRTICA

    Suely Mara Vaz Guimares de ArajoIlidia da Asceno Garrido Martins Juras

    Consultoras Legislativas da rea XIMeio Ambiente e Direito Ambiental, Desenvolvimento Urbano e Regional

    ESTUDO

    JUNHO/2010

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    SUMRIO

    1. CONSIDERAES GERAIS...................................................................................................3rea Rural Consolidada.................................................................................................................3Reserva Legal..................................................................................................................................4Programa de Regularizao Ambiental.......................................................................................4

    reas de Preservao Permanente...............................................................................................5

    reas de Uso Restrito....................................................................................................................5rea Urbana Consolidada.............................................................................................................6Cota de Reserva Ambiental e Servido Ambiental....................................................................6

    2. TABELA COMENTADA ..........................................................................................................7

    2010 Cmara dos Deputados. Todos os direitos reservados. Este trabalho poder ser reproduzido ou transmitido na ntegra,desde que citadas as autoras e a Consultoria Legislativa da Cmara dos Deputados. So vedadas a venda, a reproduo parcial e a traduo, sem autorizao prvia por escrito da Cmara dosDeputados.

    Este trabalho de inteira responsabilidade de suas autoras, no representando necessariamente aopinio da Cmara dos Deputados.

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    SUBSTITUTIVO AO PL 1.876/1999 E APENSOS

    (CDIGO FLORESTAL): ANLISE CRTICA

    Suely Mara Vaz Guimares de ArajoIlidia da Asceno Garrido Martins Juras

    1. CONSIDERAES GERAIS

    Os trabalhos da Comisso Especial criada na Cmara dosDeputados para anlise do Projeto de Lei n 1.876, de 1999, e seus apensos, tm envolvidoconsidervel polmica em torno da construo de uma nova lei florestal, em substituio Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1965. Cabe lembrar que a referida lei disciplinainstitutos jurdicos que podem ser colocados entre as principais ferramentas existentes emcunho nacional tendo em vista a proteo da flora nativa, notadamente as reas dePreservao Permanente (APPs) e a reserva legal.

    Os embates ocorridos colocam principalmente, de um lado, osrepresentantes ligados ao setor da agropecuria e, de outro, os parlamentares com atuaofocada na questo ambiental. No dia 8 de junho prximo passado, o relator, Deputado

    Aldo Rebelo, apresentou seu parecer, tendo optado pela apresentao de um substitutivoamplo sobre o tema. Neste trabalho, analisa-se detalhadamente o contedo desse texto, naforma de uma tabela comentada dispositivo a dispositivo apresentada na seo 2. Ospontos considerados mais problemticos esto destacados a seguir, de forma sinttica.

    rea Rural Consolidada

    A definio de rea rural consolidada empregada no restante dotexto para respaldar a regularizao das ocupaes ocorridas at 22 de julho de 2008,mesmo que em conflito com a legislao ambiental e eventualmente caracterizando ilcitopenal ver arts. 2, III, e 24 e seguintes. Trata-se da data de edio do Decreto 6.514/2008,a verso mais recente do regulamento da Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais LCA). No parece haver fundamentao jurdica consistente para a fixao dessa data. Porque no, por exemplo, a data de edio do primeiro regulamento da LCA, o Decreto 3.179,de 21 de setembro de 1999?

    Cumpre lembrar que culturas temporrias em tese no geramirreversibilidade de ocupao. O que justifica a abertura de ampla possibilidade deregularizao de ocupaes efetivadas de forma ilcita at 22 de julho de 2008?

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    Reserva Legal

    No art. 14, liberam-se todos os imveis rurais com at quatromdulos fiscais de manter reserva legal, mesmo na Amaznia. Isso potencialmenteimplicar um desflorestamento sem precedentes, mesmo com a moratria de 5 anosprevista no art. 47 do texto. O que ocorrer depois desses 5 anos, principalmente se osZoneamentos Ecolgico-Econmicos ZEE e outros instrumentos previstos no art. 47no forem elaborados?

    Cabe notar que os percentuais de reserva legal previstos somentesero aplicados em relao rea dos imveis que exceder quatro mdulos fiscais. Assim,se o imvel tiver 20 mdulos fiscais, sua reserva legal ser calculada sobre 16 mdulos.

    Perceba-se, ainda, que a dimenso dos mdulos fiscais variabastante no Pas e pode alcanar valores altos, como 100ha. Um desflorestamento de 400hano Estado do Amazonas, por exemplo, no pode ter seus efeitos desconsiderados doponto de vista ambiental.

    Outro problema referente reserva legal est na previso de que alocalizao desta no imvel ser de livre escolha do proprietrio ou possuidor, salvoquando houver prvia determinao de sua localizao pelo rgo competente do Sisnama(art. 15). O dispositivo traz regra que ser de difcil operacionalizao. Como o rgoambiental se manifestar previamente em relao localizao da reserva legal de todos os

    imveis rurais? Como ser controlada a observncia dos critrios estabelecidos para alocalizao da reserva, se o rgo ambiental no for obrigatoriamente consultado emprocedimento administrativo formal? Como o registro de imveis poder averbar reservalegal sem manifestao do rgo ambiental? Essas perguntas ficam sem resposta nosubstitutivo.

    Programa de Regularizao Ambiental

    O programa de regularizao ambiental previsto no art. 24 eseguintes pouco claro e extremamente flexvel, configurando uma verdadeira anistia para

    quem desmatou at 22 de julho de 2008. Contempla disposies como:1. a possibilidade de as reas rurais serem eximidas das medidas

    previstas para recuperao de APPs (art. 24, 3);2. a possibilidade de os proprietrios terem 30 anos para recuperao

    da reserva legal, sendo que esse prazo j estava previsto nalegislao em vigor e se encontrava em curso, ou seja, houve umadilao de prazo considervel, mesmo se considerada a ltimaedio da MP 2.166-67/2001 (art. 25, 1);

    3. a possibilidade de recomposio de reserva legal com exticas, emcarter definitivo, nos termos de regulamento estadual (art. 25, 2);

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    4. a possibilidade de termos de compromisso j firmados seremsuspensos, a critrio do proprietrio rural, em afronta ao atojurdico perfeito (art. 27, 1);

    5. a vedao de autuaes por afronta legislao ambiental a partirde mero cadastramento (art. 27, 3);

    6. responsabilidades pouco definidas para o Poder Pblico estadual eo proprietrio rural quanto ao programa de regularizao ambiental(arts. 24, 4 e 5, e 27, 5);

    7. a previso da averbao da reserva legal como ato voluntrio(art. 27, 10).

    reas de Preservao PermanenteNo art. 3, apesar de terem sido mantidas as faixas de proteo ao

    longo dos cursos dgua, passa-se a tomar como referncia a borda do leito menor. Hoje, alei florestal fala em faixas ao longo dos rios ou de qualquer curso d'gua desde o seu nvelmais alto. Cumpre perceber que a opo do relator implica uma reduo considervel dasreas atualmente protegidas. Em princpio, a preocupao com a agricultura em vrzeas, ouuso agropecurio em regies como o Pantanal, poderia ser trabalhada medianteflexibilizao na utilizao desses locais, resguardada a preocupao ambiental, semalterao da regra geral para mensurar as APPs.

    Alm disso, o texto admite a reduo de 50% das faixas de APPsmediante lei estadual. Ou seja, passar a haver APPs de 7,50m ao longo dos pequenoscursos dgua. Essa faixa no cumprir os objetivos das APPs quanto a evitarassoreamento, possibilitar o fluxo de fauna etc.

    Na Seo 2 do Captulo II, relativa ao Regime de Proteo dasreas de Preservao Permanente, no se faz qualquer referncia a que seja mantida, nas APPs, vegetao nativa, o que leva ao absurdo de se poder interpretar que qualquervegetao, incluindo culturas agrcolas, esteja regido pelas regras de proteo estabelecidasna referida Seo.

    reas de Uso Restrito

    O substitutivo traz normas especficas para as por ele chamadas dereas de uso restrito (arts. 12 e 13). Cabe comentar, em primeiro lugar, que o uso restritono se limita s vrzeas e reas de inclinao entre 25 e 45. Pelo prprio texto dosubstitutivo, pode haver outras situaes de uso restrito (ver, por exemplo, o disposto noart. 45).

    No que se refere s vrzeas, o substitutivo inclui uma delegaoampla legislao estadual, que em tese dever seguir as recomendaes tcnicas do rgo

    competente do Sisnama, ouvidos os rgos oficiais de pesquisa agropecuria. Como orgo ambiental conseguir controlar o contedo da lei estadual? Se o legislativo estadual

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    no seguir na ntegra as recomendaes do rgo ambiental, a lei estadual no ter validade? Prev-se uma inter-relao entre o rgo ambiental e o Legislativo estadual(inclusive sem especificar se rgo ambiental federal ou estadual) que, na prtica,enfrentar dificuldades para ser operacionalizada. Outro problema que, pela definio de

    vrzea (art. 2, XVII), pode haver a leitura de que a regra estadual passa a se aplicar mesmopara as faixas de APPs.

    Consta delegao aos estados tambm para as normas relativas aoPantanal. Como o bioma encontra-se inserto entre os qualificados como patrimnionacional pelo art. 225, 4, da Constituio Federal, parece bem pouco consistente a leifederal simplesmente delegar as decises mais relevantes quanto proteo ambiental paraa lei estadual.

    Quanto s reas de inclinao entre 25 e 45, o texto prev que orgo de pesquisa agropecuria fundamente deciso do rgo ambiental, interferindo nasatribuies de cada um deles. O rgo ambiental estaria obrigado a seguir a determinaodo rgo de pesquisa agropecuria? Mais do que isso, parece questionvel a previso de quehaja recomendao oficial de ocupao de uma rea com essas caractersticas. O que podehaver so excees que podero, ou no, ser admitidas nessas situaes.

    rea Urbana Consolidada

    A definio de rea urbana consolidada empregada no texto pararespaldar a municipalizao das decises quanto s reas de preservao permanente(APPs) ver arts. 2, IV, 9 e 10. A municipalizao das decises sobre APPs tender alevar sua eliminao no permetro urbano, em face das presses do mercado imobilirio.Cabe lembrar que danos a APPs autorizados por um municpio no raro afetaro outrosmunicpios.

    Deve ser percebido, tambm, que o conceito de rea urbanaconsolidada, como trabalhado no substitutivo, desconsidera a ocupao humana efetiva,podendo dar margem a flexibilizao demasiada das normas sobre APPs. Sugere-se que seobservem os parmetros da Lei 11.977/2009, que traz a seguinte definio: Art. 47, II

    rea urbana consolidada: parcela da rea urbana com densidade demogrfica superior a 50(cinquenta) habitantes por hectare e malha viria implantada e que tenha, no mnimo, 2(dois) dos seguintes equipamentos de infraestrutura urbana implantados: a) drenagem deguas pluviais urbanas; b) esgotamento sanitrio; c) abastecimento de gua potvel; d)distribuio de energia eltrica; ou e) limpeza urbana, coleta e manejo de resduos slidos.Como a referida lei citada no prprio substitutivo do relator, parece-nos que seusparmetros devem ser observados.

    Cota de Reserva Ambiental e Servido Ambiental

    Os dispositivos referentes Cota de Reserva Ambiental (art. 37 eseguintes) no detalham o tema de forma precisa o suficiente para possibilitar a aplicao

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    imediata da ferramenta. O prprio texto do substitutivo fala expressamente emregulamento para dispor sobre as caractersticas, a natureza e o prazo de validade do ttulo(ver 2 do art. 37). No fica clara tambm a distribuio de atribuies entre os rgosambientais dos nveis federal e estadual. Parece questionvel essa remessa a regulamentaoposterior, quando se sabe que a Cota de Reserva Florestal (ver art. 44-B da Lei 4.771/1965)encontra-se instituda h mais de dez anos e ainda est pendente de regulamento que

    viabilize sua aplicao.

    Alm disso, acredita-se que as reas apenas poderiam fundamentara emisso de Cota de Reserva Ambiental se forem cobertas por vegetao nativa primriaou j recomposta, diversamente do que consta no texto (art. 39).

    Quanto s normas sobre a servido ambiental (art. 48), avalia-se

    que os ajustes das normas constantes na Lei 6.938/1981 e sua complementaodemandariam debate especfico, fora do processo de construo de uma nova lei florestal.

    A servido ambiental no est limitada questo da flora. De forma geral, entende-se quese impe maior controle dos rgos ambientais sobre as cesses e transferncia da servidodo que est previsto no substitutivo.

    2. TABELA COMENTADA

    TEXTO DO SUBSTITUTIVO DO DEPUTADOALDO REBELO AO PL 1.876/1999 E APENSOS

    COMENTRIOS

    CAPTULO IDisposies Gerais

    Art. 1. Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteoda vegetao, dispe sobre as reas de PreservaoPermanente e as reas de Reserva Legal, estabelece defineregras gerais sobre a explorao florestal, o suprimento dematria-prima florestal, o controle da origem dos produtosflorestais e o controle e preveno dos incndios florestais,e prev instrumentos econmicos e financeiros para oalcance de seus objetivos.Art. 2. Para os efeitos desta Lei, entende-se por:I - Amaznia Legal: rea definida no art. 2 da LeiComplementar n 124, de 3 de janeiro de 2007;

    No consta a definio de rea abandonada, expressoempregada no art. 22: no permitida a converso de vegetao nativa para uso alternativo do solo no imvelrural que possuir rea abandonada.

    II. - rea de Preservao Permanente: rea protegida nostermos dos arts. 3., 5., 9. e 10 desta Lei, coberta ou nopor vegetao nativa, com a funo ambiental de conservar

    os recursos hdricos, a paisagem, a estabilidade geolgica, abiodiversidade, facilitar o fluxo gnico de fauna e flora,

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    TEXTO DO SUBSTITUTIVO DO DEPUTADOALDO REBELO AO PL 1.876/1999 E APENSOS

    COMENTRIOS

    proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaeshumanas;III. - rea rural consolidada: ocupao antrpicaconsolidada at 22 de julho de 2008, com edificaes,benfeitorias e atividades agrossilvipastoris, admitida nesteltimo caso a adoo do regime de pousio;

    A definio de rea rural consolidada empregada norestante do texto para respaldar a regularizao dasocupaes ocorridas at a data prevista, mesmo que emconflito com a legislao ambiental e eventualmentecaracterizando ilcito penal. Trata-se da data de edio doDecreto 6.514/2008, a verso mais recente do regulamentoda Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais LCA). Noparece haver fundamentao jurdica consistente para afixao dessa data. Se a questo marcar a existncia denormas amplas quanto a infraes administrativas, ocorreto seria a data de edio do primeiro regulamento daLCA, o Decreto 3.179, de 21 de setembro de 1999. Cabelembrar, tambm, que culturas temporrias em tese nogeram irreversibilidade de ocupao.

    IV. - rea urbana consolidada: rea integrante dopermetro urbano, definido pelo plano diretor municipalreferido no art. 182, 1, da Constituio Federal ou pelalei municipal que estabelecer o zoneamento urbano, que,alm de malha viria implantada, tenha, no mnimo, trsdos seguintes elementos de infraestrutura urbana

    implantados:

    A definio de rea urbana consolidada empregada notexto para respaldar a municipalizao das decises quantos reas de preservao permanente (APPs). Deve serpercebido que o conceito, ao desconsiderar a ocupaohumana efetiva, poder dar margem a flexibilizaodemasiada das normas sobre APPs. A Lei 11.977/2009 traz

    a seguinte definio: Art. 47, II rea urbana consolidada:parcela da rea urbana com densidade demogrfica superiora 50 (cinquenta) habitantes por hectare e malha viriaimplantada e que tenha, no mnimo, 2 (dois) dos seguintesequipamentos de infraestrutura urbana implantados: a)drenagem de guas pluviais urbanas; b) esgotamentosanitrio; c) abastecimento de gua potvel; d) distribuiode energia eltrica; ou e) limpeza urbana, coleta e manejo deresduos slidos. Note-se que a Lei 11.977/2009 citadano prprio substitutivo do relator. Assim, parece indicadoque seus parmetros sejam observados.

    a) drenagem de guas pluviais urbanas;b) esgotamento sanitrio;c) abastecimento de gua potvel;d) distribuio de energia eltrica; oue) limpeza urbana, coleta e manejo de resduosslidos. V. - formao campestre: vegetao compredominncia de cobertura herbcea, com eventualpresena de rvores, arbustos e subarbustos, podendoapresentar-se sobre substrato composto por afloramentosde rocha;

    Um pasto com gramnea extica, pelo texto, pode serconsiderado formao campestre. Impe-se ajuste,destacando que a referncia a vegetao nativa.

    VI. - formao florestal: vegetao com estratosuperior apresentando predominncia de espcies arbrease cobertura das copas das rvores formando dossel

    Uma plantao de eucalipto, pelo texto, pode serconsiderada formao florestal. Impe-se ajuste,destacando que a referncia a vegetao nativa.

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    COMENTRIOS

    contnuo; VII. - formao savnica: vegetaopredominantemente herbceo-arbustiva, com rvoresesparsas distribudas aleatoriamente sobre o terreno emdiferentes densidades, sem que se forme uma coberturacontnua;

    Impe-se ajuste, destacando que a referncia a vegetaonativa.

    VIII. - interesse social:a) as atividades imprescindveis proteo daintegridade da vegetao nativa, nos termos doregulamento;

    b) a explorao agroflorestal sustentvel praticadapor comunidades tradicionais ou na pequena propriedadeou posse rural familiar, que no descaracterizem a coberturavegetal existente;c) a implantao de infraestrutura destinada aesportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao arlivre em reas urbanas consolidadas, observadas ascondies estabelecidas nesta Lei;d) a regularizao fundiria de assentamentoshumanos ocupados predominantemente por populao debaixa renda em reas urbanas consolidadas, observadas ascondies estabelecidas na Lei 11.977, de 7 de julho de

    2009;e) as demais obras, planos, atividades ou empreendimentosdefinidos em regulamento.

    Hoje, a complementao da lista de empreendimentosqualificados como de interesse social expressamentedelegada ao Conselho Nacional do Meio Ambiente(Conama) pela lei florestal.

    IX. leito menor ou lveo: o canal por onde corremregularmente as guas do curso dgua durante o ano;X. - manejo florestal sustentvel: uso da floresta parafins econmicos, sociais e ambientais, observados osmecanismos de sustentao do objeto do manejo,considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a

    utilizao de espcies madeireiras, de produtos esubprodutos no madeireiros, bem como a utilizao deoutros bens ou servios de natureza florestal;XI. - nascente: afloramento natural do lenol freticoque apresenta perenidade e d incio a um curso dgua;XII. - olho dgua: afloramento natural do lenolfretico, mesmo que intermitente;

    O conceito confunde-se com o de nascente, pelo texto. Oolho dgua colocado como um gnero, do qual anascente uma espcie? Para a manuteno no artigo,impe-se refinamento dos dois conceitos ou sua unificao.

    XIII. - pousio: prtica de interrupo temporria deatividades agrcolas, pecurias ou silviculturais, parapossibilitar a recuperao da capacidade de uso do solo;

    O conceito no inclui limite temporal. Compare-se com oprevisto no art. 3, inciso III, da Lei 11.428/2006 (Lei daMata Atlntica), que prev o prazo mximo de dez anos.Isso especialmente relevante em razo da insero dopousio no conceito de rea rural consolidada. Da forma

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    COMENTRIOS

    mediante flexibilizao das regras de uso desses locais,assegurada a devida proteo ambiental e sem alterao daregra geral para mensurar as APPs.

    a) 15 (quinze) metros, para os cursos d'gua demenos de 5 (cinco) metros de largura;

    A lei florestal atual trabalha com APPs em faixa mnima de30 metros. O texto reduz essa faixa para 15 metros noscursos com menos de 5 metros de largura.

    b) 30 (trinta) metros, para os cursos d'gua quetenham de 5 (cinco) a 10 (dez) metros de largura;c) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d'gua quetenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

    d) 100 (cem) metros, para os cursos d'gua quetenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros delargura;e) 200 (duzentos) metros, para os cursos d'gua quetenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros delargura;f) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d'guaque tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros;II as reas no entorno dos lagos e lagoas naturais, emfaixa com largura mnima de:a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para ocorpo dgua com at 20 (vinte) hectares de superfcie, cuja

    faixa marginal ser de 50 (cinqenta) metros;b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;III as reas no entorno dos reservatrios dgua artificiais,na faixa definida na licena ambiental do empreendimento,resguardado o disposto no 4;

    Provavelmente, a remisso correta ao art. 4 dosubstitutivo.

    IV as reas no entorno das nascentes e dos olhos d'gua,qualquer que seja a sua situao topogrfica, no raiomnimo de 50 (cinqenta) metros;V as encostas ou partes destas, com declividade superior a45, equivalente a 100% na linha de maior declive;VI as dunas e os manguezais, em toda a sua extenso; Falta a definio de dunas e manguezais no art. 2 do

    substitutivo. Esto includas as restingas associadas sdunas?

    VII as veredas;VIII as bordas dos tabuleiros ou chapadas, at a linha deruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem)metros em projees horizontais;

    Suprimiu-se a APP relativa a vegetao em altitude superiora 1.800 metros, constante no art. 2, alnea h da Lei4.771/1965.

    1 Os estados e o Distrito Federal, podero, por lei,aumentar ou reduzir em at 50% (cinqenta por cento) as

    faixas mnimas previstas nos incisos I, II, e IV do caput,desde que fundamentadas em recomendaes do

    O texto admite a reduo de 50% das faixas de APPsmediante lei estadual. Ou seja, passar a haver APPs de

    7,50m ao longo dos pequenos cursos dgua. Essa faixa nocumprir os objetivos das APPs quanto a evitar

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    TEXTO DO SUBSTITUTIVO DO DEPUTADOALDO REBELO AO PL 1.876/1999 E APENSOS

    COMENTRIOS

    Zoneamento Ecolgico Econmico, previsto no inciso IIdo art. 9 da Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981, doPlano de Recursos Hdricos elaborado para a baciahidrogrfica e aprovado na forma do art. 7 da Lei n 9.433,de 8 de janeiro de 1997 ou de estudos tcnicos especficosde instituio pblica especializada.

    assoreamento, possibilitar o fluxo de fauna etc. Alm disso,a referncia a estudos tcnicos especficos de instituiopblica especializada genrica demais e, por si s, noresguarda a devida ateno com a proteo ambiental.

    2 O redimensionamento previsto no 1 levar em contaos atributos geomorfolgicos, pedolgicos e de cobertura vegetal que contribuam para a conservao dos recursoshdricos, do solo e da biodiversidade. 3 No considerada rea de Preservao Permanente a vrzea fora dos limites previstos no inciso I do art. 3., amenos que ato do Poder Pblico disponha em contrrio.

    Em princpio, a preocupao com as ocupaesagropecurias em vrzeas poderia ser trabalhada medianteflexibilizao das regras de uso desses locais, assegurada adevida proteo ambiental e sem alterao da regra geralpara mensurar as APPs.

    4 Nas acumulaes naturais ou artificiais de gua comsuperfcie inferior a um hectare fica dispensada a reserva dafaixa de proteo prevista nos incisos II e III do caput.

    No se apresenta argumento cientfico para a iseno dadapelo dispositivo.

    Art. 4. Na implementao e funcionamento de reservatriodgua artificial, obrigatria a aquisio, desapropriao ouremunerao por restrio de uso, pelo empreendedor, dasreas de Preservao Permanente criadas em seu entorno,

    conforme estabelecido no licenciamento ambiental,observando-se a faixa mnima de 30 metros em rea rural e15 metros em rea urbana.

    Pelo menos em relao eroso, no h justificativa para areduo significativa das faixas mnimas de proteo dosreservatrios artificiais em relao ao demandado para osnaturais.

    1 Nos reservatrios dgua artificiais destinados a geraode energia ou abastecimento pblico, o empreendedor, nombito do licenciamento ambiental, elaborar Plano Ambiental de Conservao e Uso do Entorno doreservatrio, em conformidade com termo de refernciaexpedido pelo rgo competente do Sisnama. 2 O Plano previsto no 1 poder indicar reas paraimplantao de polos tursticos e de lazer no entorno do

    reservatrio, de acordo com o que for definido nos termosdo licenciamento ambiental.

    O dispositivo, em tese, abre a possibilidade de ocupao detoda a rea do entorno do reservatrio. Hoje, a Resoluo

    302/2002 do Conama fixa o percentual mximo de 10% darea do entorno para essa finalidade. 3 Os empreendimentos de interesse pblico previstosneste artigo e vinculados concesso no esto sujeitos aconstituio de reserva legal.

    O dispositivo no faz sentido. Qual a relao entre essesempreendimentos e a reserva legal?

    Art. 5. Alm das reas de Preservao Permanentedefinidas no art. 3., consideram-se de preservaopermanente, quando assim declaradas pelo Poder Pblicoem ato especfico, por interesse social, as reas cobertascom florestas ou outras formas de vegetao destinada auma ou mais das seguintes finalidades:I conter a eroso do solo;II proteger as restingas; As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de

    mangues, pelo art. 2, alnea f, da Lei 4.771/1965, so

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    consideradas de preservao permanente pelo s efeito dalei (APPs ope legis).

    III proteger vrzeas;III abrigar exemplares da fauna ou flora ameaados deextino;IV proteger stios de excepcional beleza ou de valorcientfico ou histrico; V formar faixas de proteo ao longo de rodovias eferrovias;VI assegurar condies de bem-estar pblico;

    VII auxiliar a defesa do territrio nacional, a critrio dasautoridades militares. O dispositivo, que consta na lei atual, parece norelacionado com a proteo ambiental, alm dedesatualizado.

    Pargrafo nico. A criao de rea de PreservaoPermanente na forma deste artigo demanda ato especficodo Poder Pblico federal, estadual, municipal ou doDistrito Federal, que delimite a sua rea de abrangncia eespecifique sua finalidade, consoante os incisos I a VII docaput.

    Seo 2Do Regime de Proteo das reas de PreservaoPermanente

    Art. 6. Toda vegetao situada em rea de PreservaoPermanente dever ser mantida preservada peloproprietrio da rea, possuidor ou ocupante a qualquerttulo, pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ouprivado.

    Falta a referncia expressa vegetao nativa. Como est,um cafezal na beira do rio est coberto pela regra deproteo.

    1 Tendo ocorrido supresso no autorizada de vegetaosituada em rea de Preservao Permanente, o proprietrioda rea, possuidor ou ocupante a qualquer ttulo obrigadoa promover a recomposio da vegetao, ressalvado o

    disposto nos arts. 24. e 27. desta Lei.

    Falta a referncia expressa vegetao nativa. Note-se queos arts. 24 e 27 abrem a possibilidade de eximir osproprietrios ou possuidores rurais da obrigao derecuperar APPs.

    Art. 7. A supresso de vegetao em rea de PreservaoPermanente poder ser autorizada em caso de utilidadepblica ou de interesse social, devidamente caracterizados emotivados em procedimento administrativo prprio,quando inexistir alternativa tcnica e locacional aoempreendimento proposto.

    Falta a referncia expressa vegetao nativa.

    Pargrafo nico. A supresso de que trata o caputdepender de autorizao do rgo competente do SistemaNacional do Meio Ambiente (Sisnama).

    No feita meno s medidas mitigadoras ecompensatrias previstas no art. 4, 4, da Lei4.771/1965.

    Art. 8. permitido o acesso de pessoas e animais s reas

    de Preservao Permanente para obteno de gua e pararealizao de atividades de baixo impacto ambiental.

    No feita meno a no haver supresso de vegetao,

    nem comprometer a regenerao ou manuteno no longoprazo da vegetao nativa, na forma do art. 4, 7, da Lei

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    4.771/1965.Pargrafo nico. O regulamento especificar as excees aoque determina o caput.

    O objetivo do dispositivo no claro.

    Seo 3Do Regime Especial das reas de PreservaoPermanente Situadas em rea Urbana Consolidada

    Art. 9. Nas reas urbanas consolidadas, as reas dePreservao Permanente sero definidas nos planos

    diretores e leis de uso do solo do municpio.

    A municipalizao das decises sobre APPs tender a levar sua eliminao no permetro urbano, em face das presses

    do mercado imobilirio. Deve ser percebido, tambm, queo conceito de rea urbana consolidada, como trabalhado nosubstitutivo, desconsidera a ocupao humana efetiva,podendo dar margem a flexibilizao demasiada das normassobre APPs. Cabe lembrar, ainda, que danos a APPsautorizados por um municpio no raro afetaro outrosmunicpios.

    Pargrafo nico. A partir da publicao desta Lei, qualquerreduo dos limites da rea de Preservao Permanente emrea urbana consolidada s poder ocorrer mediante leimunicipal e compensao, na forma do regulamento.

    Que tipo de compensao prevista? Quem controlar suaexistncia ou no em face da legislao municipal? Emprincpio, um decreto federal no pode impor exignciasdesse tipo a uma lei municipal.

    Art. 10. Observado o art. 9. , fica admitida a implantao

    de infraestrutura destinada a esportes, lazer e atividadeseducacionais e culturais ao ar livre nas reas de PreservaoPermanente situadas em reas urbanas consolidadas, desdeque a supresso de vegetao requerida no descaracterize afuno ambiental da rea e observados os seguintesrequisitos:

    Consideram-se necessrios requisitos complementares,

    como limites mximos de impermeabilizao do solo.

    I adequao ao plano diretor municipal de que trata o art.182, 1, da Constituio Federal, bem como s normassobre vegetao nativa ameaada de extino ouespecialmente protegida em razo de sua insero embioma considerado patrimnio nacional;

    II licenciamento ambiental dos empreendimentos, secouber; Art. 11. Nos processos de regularizao fundiria deassentamentos humanos em reas urbanas consolidadas, aeventual supresso de vegetao situada em rea dePreservao Permanente reger-se- pelo disposto na Lei n11.977, de 7 de julho de 2009, e seu regulamento.

    Esse dispositivo refora a afirmao anterior de que oconceito de rea urbana consolidada deve ser o mesmo daLei 11.977/2009 ver art. 2 do substitutivo.

    CAPTULO IIIDas reas de Uso Restrito As reas de uso restrito limitam-se s vrzeas e reas de

    inclinao entre 25 e 45? Pelo prprio texto do

    substitutivo, pode haver outras situaes de uso restrito.Ver, por exemplo, o art. 45 do substitutivo.

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    Art. 12. Nas vrzeas, a supresso de vegetao nativasomente ser permitida por lei estadual ou do DistritoFederal que defina sistema de explorao sustentvel,fundamentado em recomendaes tcnicas do rgocompetente do Sisnama, ouvidos os rgos oficiais depesquisa agropecuria.

    Como o rgo ambiental conseguir controlar o contedoda lei estadual? Se o legislativo estadual no seguir nantegra as recomendaes do rgo ambiental, a lei estadualno ter validade? O dispositivo prev uma inter-relaoentre o rgo ambiental e o Legislativo estadual (inclusivesem especificar se rgo ambiental federal ou estadual)que, na prtica, enfrentar dificuldades para seroperacionalizada. Outro problema que, pela definio devrzea constante no art. 2, XVII, a regra passa a se aplicarem tese mesmo para as faixas de APPs. H um conflito denormas no prprio substitutivo. Vide art. 3, caput, I, e 3,c.c. art. 6.

    Pargrafo nico. No bioma Pantanal, a utilizao das reassujeitas inundao sazonal fica condicionada conservao da vegetao nativa e manuteno dapaisagem e do regime hidrolgico, conforme determinaremleis estaduais.

    Como o Pantanal encontra-se inserto entre os biomasqualificados como patrimnio nacional pelo art. 225, 4,da Constituio Federal, que prev lei relativa suaproteo ambiental. Parece bem pouco consistente a leifederal simplesmente delegar as decises mais relevantesquanto proteo ambiental para a lei estadual.

    Art. 13. No permitida a converso de vegetao nativasituada em reas de inclinao entre 25 (vinte e cincograus) e 45 (quarenta e cinco graus) para uso alternativo dosolo, salvo recomendao dos rgos oficiais de pesquisa

    agropecuria que fundamentem autorizao do rgocompetente do Sisnama.

    O dispositivo prev que o rgo de pesquisa agropecuriafundamente deciso do rgo ambiental, interferindo nasatribuies de cada um deles. O rgo ambiental estariaobrigado a seguir a determinao do rgo de pesquisa

    agropecuria? Mais do que isso, parece questionvel apreviso de que haja recomendao oficial de ocupao deuma rea com essas caractersticas. O que pode haver soexcees que podero, ou no, ser admitidas nessassituaes.

    CAPTULO IVDa rea de Reserva Legal

    Seo 1Da Delimitao da rea de Reserva Legal

    Art. 14. Todo imvel rural com rea superior a quatromdulos fiscais deve possuir rea de Reserva Legal, semprejuzo da aplicao das normas sobre as reas dePreservao Permanente e ressalvadas as hipteses de reade Reserva Legal em condomnio e de compensaoprevistas nesta Lei.

    Liberam-se todos os imveis rurais com at quatromdulos fiscais de manter reserva legal, mesmo na Amaznia. Isso implicar um desflorestamento semprecedentes, mesmo com a moratria de 5 anos previstano art. 47 do texto. O que ocorrer depois desses 5 anos,principalmente se os Zoneamentos Ecolgico-Econmicos ZEE e outros instrumentos previstos no art. 47 noforem elaborados? Perceba-se que a dimenso dos mdulosfiscais varia bastante no pas e pode alcanar valores altos,como 100ha. Um desflorestamento de 400ha no Estado do Amazonas, por exemplo, no pode ter seus efeitosdesconsiderados do ponto de vista ambiental.

    1 A Reserva Legal exigida no caput observar os Note-se que os percentuais de reserva legal previstos

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    seguintes percentuais mnimos em relao rea no imvelque exceder a quatro mdulos fiscais:

    somente sero aplicados em relao rea dos imveis queexceder quatro mdulos fiscais. Assim, se o imvel tiver 20mdulos fiscais, sua reserva legal ser calculada sobre 16mdulos. H uma reduo significativa dos nveis deproteo atualmente assegurados pela Lei 4.771/1965, queno se limita dispensa de reserva legal para imveis comat 4 mdulos fiscais, na forma do caput.

    I imveis localizados na Amaznia Legal:a) oitenta por cento, no imvel situado em rea deformaes florestais;

    b) trinta e cinco por cento, no imvel situado em rea deformaes savnicas;c) vinte por cento, no imvel situado em rea de formaescampestres.II imveis localizados nas demais regies do Pas: vintepor cento. 2 Em caso de fracionamento do imvel rural, a qualquerttulo, inclusive para assentamentos pelo Programa deReforma Agrria, ser considerada, para fins do disposto no 1, a rea do imvel antes do fracionamento.

    No art. 20, caput e 1, o termo adotado desmembramento. Na verdade, esse pargrafo dispensvel, em face da regra explicitada no referidodispositivo.

    3 O percentual de Reserva Legal em imvel situado emrea de formaes florestais, savnicas ou campestres na

    Amaznia Legal ser definido considerando separadamenteos ndices contidos nas alneas a e b do inciso I do 1.

    H problemas de redao e tcnica legislativa nodispositivo. Entre outros pontos, a remisso deveria ser

    relativa s alneas a, b e c. Alm disso, a redao noexplicita a frmula de clculo em face do disposto no 1.Ser feita a subtrao dos 4 mdulos fiscais mais de umavez?

    Art. 15. A localizao da Reserva Legal no interior doimvel ser de livre escolha do proprietrio ou possuidor,salvo quando houver prvia determinao de sualocalizao pelo rgo competente do Sisnama,considerados os seguintes critrios e instrumentos, quandohouver:

    O dispositivo traz regra que ser de difciloperacionalizao. Como o rgo ambiental se manifestarpreviamente em relao localizao da reserva legal detodos os imveis rurais? Como ser controlada aobservncia dos critrios e instrumentos (e de outrasdisposies, como o 3 do art. 14), se o rgo ambientalno for obrigatoriamente consultado em procedimento

    administrativo formal? Como o registro de imveis poderaverbar reserva legal sem manifestao do rgo ambiental?I - o plano de bacia hidrogrfica;II - o zoneamento ecolgico-econmico;III - a proximidade com outra Reserva Legal, rea dePreservao Permanente, unidade de conservao ou outrarea legalmente protegida.Art. 16. Ser admitido o cmputo das reas de PreservaoPermanente no clculo do percentual da Reserva Legal doimvel desde que:

    Em relao Lei 4.771/1965, art. 16, 6, o dispositivogera uma reduo considervel de rea protegida. Entende-se que a sobreposio entre APPs e reserva legal deveocorrer apenas como exceo.

    I - o benefcio previsto nesse artigo no implique aconverso de novas reas para o uso alternativo do solo;

    A regra do inciso I ser aplicada com base em que data?Como ser feito o controle dessa determinao?

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    II - a totalidade da vegetao nativa na rea de PreservaoPermanente esteja preservada ou em processo derecuperao, conforme declarao do proprietrio ao rgocompetente do Sisnama;

    Uma simples declarao do proprietrio no substitui umprocedimento administrativo para controle ambiental.

    III - o proprietrio ou possuidor do imvel tenha requeridoincluso deste no cadastro ambiental, nos termos do art. 27. 1 O regime de proteo da rea de PreservaoPermanente no se altera na hiptese prevista neste artigo. 2 O proprietrio ou possuidor de imvel com ReservaLegal conservada e averbada, cuja rea ultrapasse o mnimo

    exigido por esta Lei, poder instituir servido ambientalsobre a rea excedente, nos termos do art. 9-A da Lei6.938, de 31 de agosto de 1981.

    Nesse caso, no poder haver cmputo das APPs. A APP uma limitao administrativa (compulsria). A servido

    deve ocorrer apenas em relao a medidas protetivasvoluntrias.

    Art. 17. Poder ser instituda Reserva Legal em regime decondomnio entre propriedades rurais, respeitado opercentual previsto no art. 14. em relao a cada imvel,mediante a aprovao do rgo estadual do Sisnama e asdevidas averbaes referentes a todos os imveisenvolvidos.

    Nos dispositivos anteriores, no h explicitao se o rgoambiental competente estadual ou federal. Assumindoque a ideia remeter essa definio futura leicomplementar sobre a cooperao entre os entes federadospara a poltica ambiental, em princpio deve ser mantido opadro de no especificar qual o rgo competente aolongo do substitutivo.

    Pargrafo nico. O regime previsto no caput ser tambmaplicado aos imveis decorrentes do mesmo parcelamento

    rural, caso em que ser dispensada a aprovao prvia dorgo competente do Sisnama.

    Se os imveis so decorrentes do mesmo parcelamentorural, vale a regra do art. 20, capute 1. O dispositivo

    dispensvel.

    Art. 18. Quando indicado pelo Zoneamento Ecolgico-Econmico ZEE, na forma do inciso II do art. 9 da Lei6.938, de 31 de agosto de 1981, o Poder ExecutivoEstadual poder:

    Na Lei 4.771/1965, art. 16, 5, exige-se oitiva do Conama,do MMA e do Ministrio da Agricultura, Pecuria eAbastecimento. O dispositivo proposto pelo relator delegaaos ZEEs, que no tm sido elaborados com metodologiaunificada, uma deciso relevante relativa flexibilizao dasnormas ambientais. Considera-se a medida reprovvel.

    I - reduzir, para fins de regularizao ambiental, a ReservaLegal de imveis situados em rea de formao florestallocalizada na Amaznia Legal para at cinqenta por cento

    da propriedade;

    A redao no faz referncia a reas rurais consolidadas. Assim, abre-se possibilidade de essa disposio valer parasituaes futuras. No fica clara a conexo com os

    programas de regularizao ambiental previstos no art. 24 eseguintes. Note-se, ainda, que a Lei 4.771/1965, art. 16, 5, fala em recomposio.

    II - reduzir, para fins de regularizao ambiental, a ReservaLegal de imveis situados em rea de formao savnica naAmaznia Legal para at vinte por cento da propriedade;

    A redao no faz referncia a reas rurais consolidadas. Assim, abre-se possibilidade de essa disposio valer parasituaes futuras. No fica clara a conexo com osprogramas de regularizao ambiental previstos no art. 24 eseguintes. Note-se, ainda, que a Lei 4.771/1965, art. 16, 5, fala em recomposio.

    III ampliar as reas de Reserva Legal, em at cinqentapor cento dos percentuais previstos nesta Lei nos imveissituados fora da Amaznia Legal.

    Como o substitutivo prev tratamento diferenciado para asformaes florestais, savnicas e campestres, deve-se preverpossibilidade de ampliao tambm na Amaznia Legal.

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    Seo 2Do Regime de Proteo da Reserva Legal

    Art. 19. A Reserva Legal ser mantida com cobertura de vegetao nativa pelo proprietrio do imvel rural,possuidor ou ocupante a qualquer ttulo, pessoa fsica oujurdica, de direito pblico ou privado.Pargrafo nico. Admite-se a explorao econmica daReserva Legal mediante plano de manejo florestalsustentvel, na forma do art. 28., previamente aprovado

    pelo rgo competente do Sisnama.Art. 20. A rea de Reserva Legal ser averbada na matrculado imvel no Registro de Imveis competente, comindicao de suas coordenadas georreferenciadas oumemorial descritivo contendo pelo menos um ponto deamarrao georreferenciado, sendo vedada a alterao desua destinao a qualquer ttulo e seu desmembramento.

    A redao da Lei 4.771/1965, art. 16, 8, no que se referea vedar a alterao de sua destinao, parece mais completa.Na lei atual, feita meno transmisso a qualquer ttulo,desmembramento ou retificao da rea.

    1 No caso de desmembramento do imvel rural, para aobservncia do disposto no caput, a rea de Reserva Legaloriginal ser averbada na matrcula de todos os imveisresultantes. 2 Na posse, a rea de Reserva Legal assegurada por

    termo de compromisso firmado pelo possuidor com orgo competente do Sisnama, com fora de ttuloexecutivo extrajudicial e que explicite, no mnimo, alocalizao da rea de Reserva Legal, suas caractersticasecolgicas e as obrigaes assumidas pelo possuidor porfora do previsto nesta Lei e em regulamento. 3 A insero do imvel rural em permetro urbanodefinido mediante lei municipal no desobriga oproprietrio ou posseiro da manuteno da rea de ReservaLegal, que s ser desaverbada concomitantemente aoregistro do parcelamento do solo para fins urbanos

    aprovado segundo a legislao especfica e consoante asdiretrizes do plano diretor de que trata o art. 182, 1, daConstituio Federal.

    Padronizar possuidor.

    CAPTULO VDa Supresso de Vegetao para Uso Alternativo doSolo

    Art. 21. A supresso de vegetao nativa para usoalternativo do solo somente ser permitida medianteautorizao expedida pelo rgo competente do Sisnama.

    Isso vale para reas urbanas e rurais? Alm disso, caberessalvar expressamente as APPs e a reserva legal.

    1 O requerimento de autorizao de supresso de quetrata o caput conter, no mnimo, informaes sobre:

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    I a localizao georreferenciada do imvel, das reas dePreservao Permanente e da Reserva Legal;II a reposio florestal, quando couber; Quando caber a reposio florestal? O emprego da

    expresso quando couber gera problemas na aplicao dalei. No mnimo, cabe remisso aos dispositivos pertinentesdo substitutivo.

    III a efetiva utilizao das reas j convertidas;IV o uso alternativo da rea a ser desmatada. 2 Nas reas passveis de uso alternativo do solo, asupresso de vegetao que abrigue espcie da flora ou da

    fauna ameaada de extino, segundo lista oficial publicadapelos rgos federal ou estadual competentes do Sisnama,depender da adoo de medidas compensatrias emitigadoras que assegurem a conservao da espcie.Art. 22. No permitida a converso de vegetao nativapara uso alternativo do solo no imvel rural que possuirrea abandonada.

    Esse dispositivo refora a importncia de o conceito derea abandonada constar no art. 22. Alm disso, caberessaltar que a Lei 4.771/1965, art. 37-A, fala em reaabandonada, subutilizada ou utilizada de forma inadequada.

    Art. 23. Fica vedada, em rea com formao florestalprimria ou secundria em estgio avanado deregenerao, a implantao de projetos de assentamentohumano ou de colonizao para fim de reforma agrria,

    permitidos os empreendimentos agroextrativistas.

    Impe-se definir empreendimento agroextrativista no art.2.

    CAPTULO VIDa Regularizao Ambiental

    Art. 24. Programas de Regularizao Ambiental PRAelaborados pela Unio, nas reas de seu respectivo domnio,pelos estados ou pelo Distrito Federal disporo sobre aadequao dos imveis rurais presente Lei.

    O programa de regularizao fundiria previsto nos arts. 24e seguintes pouco claro e extremamente flexvel,configurando uma verdadeira anistia para quem desmatouat 22 de julho de 2008.

    1 Os Programas de Regularizao Ambiental a que serefere o caput s podero ser aplicados s reas que tiveram

    a vegetao nativa suprimida antes de 22 de julho de 2008.

    Trata-se da data de edio do Decreto 6.514/2008, a versomais recente do regulamento da Lei 9.605/1998 (Lei de

    Crimes Ambientais LCA). No parece haver umafundamentao jurdica consistente para a fixao dessadata. Se a questo marcar a existncia de normas amplasquanto a infraes administrativas, o correto seria a data deedio do primeiro regulamento da LCA, o Decreto3.179/1999, de 21 de setembro de 1999. Cabe lembrar,tambm, que culturas temporrias em tese no geramirreversibilidade de ocupao. O que justifica a abertura deampla possibilidade de ocupaes efetivadas de forma ilcitaat 22 de julho de 2008?

    2 Os Programas de Regularizao Ambiental deveroprever a recuperao das reas de Preservao Permanente,considerando:

    Os programas se limitaro s APPs, no abrangendo asreservas legais? No parece, pelo disposto no art. 26. Noentanto, a redao do art. 24 d a entender isso, tantoquando trata no 2 apenas da recuperao das APPs,

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    como quando fala na participao do Poder Pblico e dosproprietrios e possuidores nos pargrafos seguintes.

    I as recomendaes do Zoneamento Ecolgico-Econmico, dos Planos de Recursos Hdricos, ou osresultados dos inventrios florestais e de estudos tcnicosou cientficos realizados por rgos oficiais de pesquisa;II a necessidade de revitalizao dos corpos dgua;III aspectos distintivos da bacia hidrogrfica paraconservao da biodiversidade e de corredores ecolgicos;IV o histrico de ocupao e uso do solo, na bacia

    hidrogrfica;V a ameaa estabilidade das encostas;VI as necessidades e as opes disponveis s populaesribeirinhas; VII as recomendaes tcnicas a respeito das espcies vegetais a serem introduzidas quando for invivel autilizao das espcies nativas;

    A inviabilidade ser ponderada a partir de critriosambientais, econmicos ou ambos? No seria o caso defazer referncia apenas ao uso de exticas como pioneiras,quando absolutamente necessrio?

    VIII o uso do solo e as tcnicas de exploraoagropecuria na rea da bacia hidrogrfica. 3 O PRA poder eximir reas rurais consolidadas dasmedidas previstas para recuperao de reas de

    Preservao Permanente, vedada a expanso de reaocupada, sem prejuzo da contrapartida estabelecida pelo 4 deste artigo.

    O dispositivo parece desnecessrio em face do disposto no 2 e seus incisos. Mais importante, com essa redao,

    confere-se aos estados um cheque em branco pararegularizar ocupaes em APPs.

    4 Comporo os respectivos programas o oramento dosinvestimentos recomendados, indicando, no mnimo, asfontes de recursos e o cronograma para sua implementao.

    Parece questionvel a lei impor obrigaes para o PoderPblico estadual que hoje esto a cargo dos proprietriosou possuidores rurais. O estado ter recursos para isso?

    5 O PRA definir a forma de participao e ascontribuies dos proprietrios ou possuidores dos imveisna implementao dos respectivos programas, devendo acontribuio ser tanto mais elevada quanto maior forem:

    A participao ser apenas relativa recuperao ambientaldo respectivo imvel? Se no, a ideia impor cobranaspecunirias aos proprietrios ou possuidores rurais? Qualseria a fundamentao jurdica de uma cobrana desse tipo?Impe-se mais detalhamento nesse sentido.

    I a rea do imvel;II as reas de Preservao Permanente pendentes derecuperao;III a extenso dos danos causados vegetao nativa; eIV a intensidade de processos erosivos. Art. 25. Sem prejuzo do que for previsto no PRA, oproprietrio ou possuidor de imvel rural que tiver rea deReserva Legal em extenso inferior ao estabelecido no 1do art. 14. pode adotar as seguintes medidas, isoladas ouconjuntamente:

    Se as medidas acima referentes ao PRA esto direcionadass APPs, por que a expresso sem prejuzo do que forprevisto no PRA? Em face da relevncia desses programasno conjunto do substitutivo, faz-se essencial que a redaodesses dispositivos seja o mais precisa possvel.

    I recompor a Reserva Legal segundo projeto aprovado

    pelo rgo competente do Sisnama;II permitir a regenerao natural da vegetao na rea de

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    Reserva Legal; ouIII compensar a Reserva Legal. 1 A recomposio da Reserva Legal dever atender aoscritrios estipulados pelo rgo competente do Sisnama eser concludo em prazo inferior a trinta anos, abrangendo, acada trs anos, no mnimo 1/10 da rea total necessria sua complementao.

    Uma vez que a lei florestal j prev o prazo de 30 anos pararecomposio da reserva legal (art. 44, caput, I), consideradaa data da MP 2.166-67/2001, tem-se uma dilao de cercade 10 anos em relao s normas atuais.

    2 A recomposio poder ser realizada mediante oplantio intercalado de espcies nativas e exticas, emsistema agroflorestal, de acordo com critrios tcnicos

    gerais estabelecidos em regulamento da lei estadual ou doDistrito Federal.

    Uma lei federal no pode prever regulamento de leiestadual, em face da autonomia dos entes federados. Maisimportante, as espcies exticas sero admitidas

    indefinidamente? O art. 44, 2, da Lei 4.771/1965 prevapenas o emprego de exticas como pioneiras. 3 A regenerao de que trata o caput ser autorizada pelorgo competente do Sisnama quando sua viabilidade forcomprovada por laudo tcnico, podendo ser exigido oisolamento da rea. 4 A compensao de que trata o caput poder ser feitamediante:I aquisio de Cota de Reserva Ambiental CRA, naforma do art. 37.38.;

    H um problema de remisso.

    II arrendamento de rea sob regime de Servido Ambiental ou Reserva Legal equivalente em importncia

    ecolgica e extenso, conforme critrios estabelecidos emregulamento; ou

    No haver requisitos para a compensao em termos de area referir-se ao mesmo bioma e ao mesmo estado? Por

    que remeter essa definio para regulamento? Esseregulamento ser federal? Perceba-se que a compensaoenvolvendo reas de mais de um estado tornar o controlenesse sentido bastante complexo, j que em regra quem porele responde o rgo ambiental estadual.

    III doao ao Poder Pblico de rea localizada no interiorde unidade de conservao do grupo de proteo integralpendente de regularizao fundiria, ou contribuio parafundo pblico que tenha essa finalidade, respeitados oscritrios estabelecidos em regulamento.

    No haver requisitos para a compensao em termos de aunidade de conservao referir-se ao mesmo bioma e aomesmo estado? Por que remeter essa definio pararegulamento? Esse regulamento ser federal?

    Art. 26. Os Programas de Regularizao Ambiental podero

    redefinir a localizao das reas de Reserva Legal em razode peculiaridades regionais, inclusive na forma de ReservaLegal em condomnio como previsto no art. 17., desde quecontribua para a conservao dos recursos hdricos, do soloe da biodiversidade.

    Os programas podero impor obrigaes diferenciadas para

    os proprietrios ou possuidores rurais, ou melhor, cada umpoder ser obrigado a manter percentuais distintos de seuimvel a ttulo de reserva legal? Se afirmativo, parece queisso poder implicar judicializao das medidas previstas noprograma. Note-se que hoje todos eles esto submetidos smesmas regras no que se refere reserva legal, que sediferenciam apenas em razo do bioma. Esclarea-se queno se est aqui questionando a validade ou o mrito doinstituto da reserva legal em condomnio.

    Art. 27. At que o Programa de Regularizao Ambiental PRA seja implementado, e respeitados os termos decompromisso ou de ajustamento de conduta eventualmenteassinados, fica assegurada a manuteno das atividadesagropecurias e florestais em reas rurais consolidadas,

    Um simples cadastramento no pode sustentar acontinuidade de situaes irregulares do ponto de vista dalegislao ambiental, algumas delas tipificadas como crimepela LCA, por 5 anos.

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    localizadas em reas de Preservao Permanente e deReserva Legal, como tambm nas reas mencionadas nosarts. 12. e 13., vedada a expanso da rea ocupada, e desdeque:I a supresso da vegetao nativa tenha ocorrido antes de22 de julho de 2008;II assegure-se a adoo de prticas que garantam aconservao do solo e dos recursos hdricos; eIII - o proprietrio ou possuidor de imvel rural faa seucadastro ambiental no rgo estadual do Sisnama.

    1 A critrio do proprietrio ou possuidor de imvel rural,os termos de compromisso j assinados podero ficarsuspensos, no que tange s reas de PreservaoPermanente e Reserva Legal, at que o PRA sejaimplementado.

    A prerrogativa de uma das partes suspender por decisounilateral o termo de compromisso constitui uma afrontaao ato jurdico perfeito. O art. 5, XXXVI, da Constituioassegura que a lei no prejudicar o ato jurdico perfeito.

    2 Para o cadastro ambiental ser exigido:I - identificao do proprietrio ou possuidor rural;II - comprovao da propriedade ou posse;III - identificao do imvel por meio de planta e memorialdescritivo, subscrito por profissional habilitado e com adevida Anotao de Responsabilidade Tcnica - ART,contendo a indicao das coordenadas geogrficas ou

    memorial descritivo com pelo menos um ponto deamarrao georreferenciado:a) do permetro do imvel;b) da localizao de remanescentes de vegetao nativa;c) da localizao da Reserva Legal;d) da localizao das reas de Preservao Permanente; ee) da localizao das reas consolidadas. 3 A partir da data da realizao do cadastro ambiental, oproprietrio ou possuidor no poder ser autuado porinfraes aos arts. 2, 3, 4, 10, 16, 19, 37-A e 44 e dasalneas a, b e g do art. 26 da Lei n 4.771, 15 de setembro de

    1965, cometidas na respectiva propriedade ou posse antesde 22 de julho de 2008, desde que cumpra as obrigaesprevistas no caput e no 1.

    Um simples cadastramento no pode sustentar acontinuidade de situaes irregulares do ponto de vista dalegislao ambiental, algumas delas tipificadas como crimepela LCA. Na verdade, as autuaes em regra diro respeito

    LCA e seu regulamento, e no Lei 4.771/1965.

    4 A partir da data da realizao do cadastro ambiental,ficam suspensas as multas decorrentes de infraes aos arts.2, 3, 4, 10, 16, 19, 26 (alneas a, b, g), 37-A e 44 da Lei n4.771, de 1965, cometidas na respectiva propriedade ouposse antes de 22 de julho de 2008, desde que cumpra asobrigaes previstas no caput e no 2.

    Um simples cadastramento no pode sustentar acontinuidade de situaes irregulares do ponto de vista dalegislao ambiental, algumas delas tipificadas como crimepela LCA. Na verdade, as autuaes em regra diro respeito LCA e seu regulamento, e no Lei 4.771/1965.

    5 Caso o estado no implemente o PRA em at cincoanos, a contar da data da publicao desta Lei, o

    proprietrio ou possuidor rural ter de firmar termo decompromisso com o rgo ambiental e de averbar a

    Parece questionvel o prazo de cinco anos para aexigibilidade do termo de compromisso. Na prtica,

    assegura-se, por cinco anos, a continuidade de situaes porvezes insustentveis do ponto de vista ambiental. Se a ideia

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    Reserva Legal, visando regularizao ambiental dentrodos critrios e limites estabelecidos nesta Lei.

    estabelecer medidas de regularizao ambiental, entende-se que esses termos deveriam ser previstos desde a primeirafase do programa.

    6 Cumpridas as obrigaes previstas no Programa deRegularizao Ambiental ou no termo de compromisso nosprazos e condies estabelecidos, as multas aplicadas emdecorrncia das infraes ambientais sero consideradascomo convertidas em servios de preservao, melhoria erecuperao da qualidade do meio ambiente.

    No fica clara a referncia s multas ambientais. Multasrelativas, por exemplo, legislao sobre agrotxicos, estocobertas pelo dispositivo? Multas aplicadas em queperodo? E se as multas no tiverem sido pagas? Entende-se que a redao necessita ficar mais precisa.

    7 O disposto no 3 no impede a aplicao das sanesadministrativas de apreenso e embargo nas hiptesesprevistas na legislao, excetuados os casos em processo deregularizao ambiental.

    Os casos em processo de regularizao ambiental nopodero sofrer apreenso e embargo de uma forma ampla,em relao a qualquer tipo de infrao? Entende-se que aredao necessita ficar mais precisa.

    8 O cadastramento previsto no 2 deste artigo noelimina a necessidade de cumprimento do disposto no art.2 da Lei n10.267, de 28 de agosto de 2001. 9 Na aplicao do disposto neste artigo, seroobservadas as normas especficas sobre proteo davegetao de bioma considerado patrimnio nacional ou deespcie ameaada de extino. 10 Enquanto o PRA no for implementado, a averbaoda Reserva Legal ser voluntria.

    O que ocorrer se o PRA no for implementado jamais? Areserva legal passar a ser um instituto de aplicao

    voluntria? Qual a inteno concreta do legislador nesseponto?

    11 A adeso ao PRA substitui termo firmado com oPoder Pblico anteriormente, ressalvadas as obrigaes jcumpridas.

    Como os termos podem ter sido firmados com o MinistrioPblico, considera-se que o dispositivo apresentaproblemas jurdicos. A lei no pode prejudicar o atojurdico perfeito, por garantia do art. 5, XXXVI, daConstituio.

    CAPTULO VIIDa Explorao Florestal

    Art. 28. A explorao de florestas e formaes sucessoras,de domnio pblico ou privado, depender delicenciamento pelo rgo competente do Sisnama, medianteaprovao prvia de Plano de Manejo Florestal Sustentvel(PMFS) que contemple tcnicas de conduo, explorao,reposio florestal e manejo compatveis com os variadosecossistemas que a cobertura arbrea forme. 1 O PMFS atender aos seguintes fundamentos tcnicose cientficos:I caracterizao dos meios fsico e biolgico;II determinao do estoque existente;

    III intensidade de explorao compatvel com acapacidade de suporte ambiental da floresta;

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    IV ciclo de corte compatvel com o tempo derestabelecimento do volume de produto extrado dafloresta;V promoo da regenerao natural da floresta;VI adoo de sistema silvicultural adequado;VII adoo de sistema de explorao adequado; VIII monitoramento do desenvolvimento da florestaremanescente;IX adoo de medidas mitigadoras dos impactosambientais e sociais.

    2 A aprovao do PMFS pelo rgo competente doSisnama confere ao seu detentor a licena ambiental para aprtica do manejo florestal sustentvel, no se aplicandooutras etapas de licenciamento ambiental. 3 A cada cinco anos, ou em prazo menor se exigido nalicena ambiental, o detentor do PMFS encaminharrelatrio ao rgo ambiental competente com asinformaes sobre toda a rea de manejo florestalsustentvel e a descrio das atividades realizadas.

    Deve ficar claro que o ato de aprovao do PMFS podeestabelecer condicionantes a exemplo desses prazos.Compare-se com o disposto no 2.

    4 O PMFS ser submetido a vistorias tcnicas parafiscalizar as operaes e atividades desenvolvidas na rea demanejo.

    O dispositivo parece dispensvel, a menos que se intentedetalhar periodicidade mnima ou algo similar. As atividadesde fiscalizao pelo rgo ambiental sempre podem

    ocorrer. O que se objetiva exatamente com a referncia avistorias tcnicas?

    5 Sero estabelecidos em regulamento procedimentossimplificados para o manejo exclusivo de produtosflorestais no-madeireiros. 6 Respeitado o disposto neste artigo, sero estabelecidasem regulamento disposies especficas sobre os Planos deManejo Florestal Sustentvel em escala empresarial, depequena escala e comunitrio, bem como sobre outrasmodalidades consideradas relevantes em razo de suaespecificidade.

    Art. 29. Esto isentos de PMFS:I a supresso de florestas e formaes sucessoras para usoalternativo do solo;II o manejo de florestas plantadas localizadas fora da reade Reserva Legal;III a explorao florestal no comercial realizada emimveis de menos de quatro mdulos fiscais ou porpopulaes tradicionais.Pargrafo nico. Sero estabelecidos em regulamentorequisitos para o plano de explorao de florestas plantadas,tendo em vista assegurar o equilbrio ambiental e controle

    da origem dos produtos florestais pelos rgoscompetentes do Sisnama.

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    CAPTULO VIIIDo Suprimento por Matria-Prima Florestal

    Art. 30. As pessoas fsicas ou jurdicas que utilizam matria-prima florestal em suas atividades podem suprir-se derecursos oriundos de:I florestas plantadas;II PMFS de floresta nativa aprovado pelo rgocompetente do Sisnama

    III supresso de vegetao nativa autorizada, na forma dalei, pelo rgo competente do Sisnama; Deveria ser na forma desta lei.

    IV outras formas de biomassa florestal definidas pelorgo competente do Sisnama. 1 As disposies do caput no elidem a aplicao dedisposies mais restritivas previstas em lei ou regulamento,licena ambiental ou Plano de Suprimento Sustentvelaprovado pelo rgo competente do Sisnama. 2 Na forma do regulamento, so obrigadas reposioflorestal as pessoas fsicas ou jurdicas que utilizam matria-prima florestal oriunda de supresso de vegetao nativa oudetenham autorizao para supresso de vegetao nativa. 3 Fica isento da obrigatoriedade da reposio florestalaquele que utilize:I costaneiras, aparas, cavacos ou outros resduosprovenientes da atividade industrial;II matria-prima florestal:a) oriunda de PMFS;b) oriunda de floresta plantada;c) no-madeireira, salvo disposio contrriaestabelecida em regulamento;d) sem valor de mercado. Como verificar na prtica que a matria-prima florestal no

    tem valor de mercado? Alm disso, o dispositivo daria

    guarida para a derrubada de vegetao nativa do Cerrado eda Caatinga, por exemplo, para a produo de carvo.

    4 A iseno da obrigatoriedade da reposio florestal nodesobriga o interessado da comprovao junto autoridadecompetente da origem do recurso florestal utilizado. 5 A reposio florestal ser efetivada no Estado deorigem da matria-prima utilizada, mediante o plantio deespcies preferencialmente nativas, conformedeterminaes do rgo competente do Sisnama. 6 A pequena propriedade ou posse rural fica desobrigadada reposio florestal se a matria-prima florestal for

    utilizada para consumo prprio.

    O controle seria mais efetivo se a previso fosse de que amatria-prima nesse caso deve ser empregada apenas no

    imvel de origem. Art. 31. As empresas industriais que utilizam grande Embora presente na Lei 4.771/1965, o termo grande

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    quantidade de matria-prima florestal so obrigadas aelaborar e implementar Plano de Suprimento Sustentvel(PSS), a ser submetido aprovao do rgo competentedo Sisnama.

    quantidade de matria-prima florestal vago. Talimpreciso poderia ser corrigida agora, fixando valoresmnimos a serem considerados.

    1 O PSS assegurar produo equivalente ao consumo dematria-prima florestal pela atividade industrial. 2 O PSS incluir, no mnimo:I programao de suprimento de matria-prima florestal;II indicao das reas de origem da matria-primaflorestal georreferenciadas;

    III cpia do contrato entre os particulares envolvidos,quando o PSS incluir suprimento de matria-prima florestaloriunda de terras pertencentes a terceiros. 3 Admite-se o suprimento mediante produtos em ofertano mercado somente na fase inicial de instalao daatividade industrial, nas condies e durante o perodo, nosuperior a 10 (dez) anos, previsto no PSS, ressalvados oscontratos de suprimento mencionados no inciso III do 2. 4 O PSS de empresas siderrgicas, metalrgicas ououtras que consumam grandes quantidades de carvo vegetal ou lenha estabelecer a utilizao exclusiva dematria-prima oriunda de florestas plantadas e ser parte

    integrante do processo de licenciamento ambiental doempreendimento.

    Vide comentrio ao caput.

    5 Alm do previsto no 4, podem ser estabelecidos emregulamento outros casos em que se aplica a obrigao deutilizao exclusiva de matria-prima oriunda de florestasplantadas. 6 Sero estabelecidos em regulamento os parmetros deutilizao de matria-prima florestal para fins deenquadramento das empresas industriais ao disposto nocaput.

    Considerando que o Substitutivo remete a aprovao doPSS ao rgo competente do Sisnama, que poder serestadual, as quantidades mnimas deveriam ser fixadas naprpria lei e no deixar isso para regulamento.

    CAPTULO IXDo Controle da Origem dos Produtos Florestais

    Art. 32. O controle da origem da madeira, do carvo e deoutros produtos ou subprodutos florestais incluir sistemaque integre os dados dos diferentes entes federativos,coordenado pelo rgo federal competente do Sisnama.Pargrafo nico. Os dados do sistema referido no caputsero disponibilizados para acesso pblico por meio daRede Mundial de Computadores. Art. 33. O transporte, por qualquer meio, e o

    armazenamento de madeira, lenha, carvo e outrosprodutos ou subprodutos florestais, para fins comerciais ou

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    industriais, requerem licena do rgo competente doSisnama, observado o disposto no art. 28. 1 A licena prevista no caput ser formalizada por meioda emisso do Documento de Origem Florestal (DOF), quedever acompanhar o material at o beneficiamento final. 2 Para a emisso do DOF, a pessoa fsica ou jurdicaresponsvel dever estar registrada no Cadastro TcnicoFederal de Atividades Potencialmente Poluidoras ouUtilizadoras de Recursos Ambientais, previsto no art. 17 daLei n 6.938, de 31 de agosto de 1981.

    3 Todo aquele que recebe ou adquire, para finscomerciais ou industriais, madeira, lenha, carvo e outrosprodutos ou subprodutos florestais fica obrigado a exigir aapresentao do DOF e munir-se da via que deveracompanhar o material at o beneficiamento final. 4 No DOF, sem prejuzo de requisitos adicionaisprevistos em regulamento, devero constar a especificaodo material, sua volumetria e dados sobre sua origem edestino. 5 Regulamento apresentar procedimentos simplificadospara a emisso e o controle do DOF relativo a produtos esubprodutos com origem em florestas plantadas.

    Art. 34. O comrcio de plantas vivas e outros produtos ousubprodutos oriundos da flora nativa depender de licenado rgo estadual competente do Sisnama e de registro noCadastro Tcnico Federal de Atividades PotencialmentePoluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais,previsto no art. 17 da Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981,sem prejuzo de outras exigncias cabveis.Pargrafo nico. O controle do comrcio realizado porestabelecimentos de pequeno porte ou pessoas fsicas seratribuio do rgo municipal do Sisnama, sem prejuzo daobrigao de registro na forma do caput.

    CAPTULO XDo Controle dos Incndios

    Art. 35. Fica proibido o uso de fogo na vegetao. 1 Se peculiaridades locais ou regionais justificarem oemprego do fogo em prticas agropastoris ou florestais, aautorizao ser estabelecida em ato do rgo estadualcompetente do Sisnama, para cada imvel rural ou deforma regionalizada, estabelecendo normas de precauo. 2 Na situao prevista no 1, o rgo estadual

    competente do Sisnama poder exigir que os estudosdemandados para o licenciamento da atividade rural

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    contenham planejamento especfico sobre o emprego dofogo e o controle dos incndios. 3 Excetuam-se da proibio do caput as prticas depreveno e combate aos incndios.

    CAPTULO XIDos Instrumentos Econmicos para a Conservao da

    Vegetao

    Art. 36. Assegurado o devido controle dos rgos

    ambientais competentes dos respectivos planos ou projetos,o Poder Pblico instituir medidas indutoras e linhas definanciamento para atender, prioritariamente, s iniciativasde:I preservao voluntria de vegetao nativa;II proteo de espcies da flora nativa ameaadas deextino;III manejo florestal e agroflorestal sustentvel realizadosna propriedade ou posse rural;IV recuperao ambiental de reas de PreservaoPermanente e de Reserva Legal;V recuperao de reas degradadas. 1 Alm do disposto no caput, o Poder Pblico manterprogramas de pagamento por servios ambientais em razode captura e reteno de carbono, proteo dabiodiversidade, proteo hdrica, beleza cnica ou outrofundamento previsto na legislao especfica. 2 A preservao voluntria de vegetao nativa configuraservio ambiental, a ser remunerado nos casos, formas econdies estabelecidos na legislao especfica.Art. 37. Fica instituda a Cota de Reserva Ambiental (CRA),ttulo nominativo representativo de rea com vegetaonativa:

    I sob regime de servido ambiental, instituda na formado art. 9-A da Lei n 6.938, de 31 de agosto de 1981;II correspondente rea de Reserva Legal instituda voluntariamente sobre a vegetao que exceder ospercentuais exigidos no art. 14. desta Lei;III protegida na forma de Reserva Particular doPatrimnio Natural (RPPN), nos termos do art. 21 da Lein 9.985, de 18 de julho de 2000;IV localizada no interior de unidade de conservao danatureza do grupo de proteo integral, nos termos do art.8 da Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, pendente de

    regularizao fundiria. 1 A emisso de Cota de Reserva Ambiental ser feita Deve ficar claro que ente pblico responde pela emisso da

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    mediante requerimento do proprietrio e aps laudocomprobatrio emitido pelo prprio rgo ambiental oupor entidade credenciada, assegurado o controle do rgofederal competente do Sisnama, na forma do regulamento.

    Cota de Reserva Ambiental, sob pena de as disposiessobre esse instrumento continuarem inaplicveis, comoocorre hoje. Pelo menos a esfera governamentalcompetente deve estar explicitada. A nica refernciaexpressa no texto est no 3 do art. 38. Aresponsabilidade do rgo federal do Sisnama? Os rgosestaduais atuaro complementarmente?

    2 O regulamento dispor sobre as caractersticas, anatureza e o prazo de validade do ttulo de que trata esteartigo, assim como os mecanismos que assegurem ao seuadquirente a existncia e a conservao da vegetao objetodo ttulo.

    H anos, espera-se pela regulamentao da Cota de ReservaFlorestal prevista pela MP 2.166-67/2001. Avalia-se que osdispositivos sobre a Cota de Reserva Ambiental deveriamser detalhados o suficiente para serem autoaplicveis.

    3 A Cota de Reserva Ambiental no pode ser emitidacom base em vegetao nativa localizada em rea de RPPNinstituda em sobreposio Reserva Legal do imvel. 4 A Cota de Reserva Florestal emitida nos termos do art.44-B da Lei n 4.771, de 1965, passa a ser considerada, peloefeito desta Lei, como Cota de Reserva Ambiental.

    O dispositivo desnecessrio. A Cota de Reserva Florestalsequer foi regulamentada.

    Art. 38. A CRA ser emitida pelo rgo competente doSisnama em favor de proprietrio que mantenha rea nascondies previstas no art. 37.38..

    Deve ficar claro que ente pblico responde pela emisso daCota de Reserva Ambiental, sob pena de as disposiessobre esse instrumento continuarem inaplicveis, comoocorre hoje. Note-se que a futura lei complementar que

    tratar de atribuies dos entes federados quanto polticaambiental no abordar especificidades como a Cota deReserva Ambiental.H erro de remisso.

    1 O proprietrio interessado na emisso da CRA deveapresentar ao rgo referido no caput propostaacompanhada de:I certido atualizada da matrcula do imvel expedida peloRegistro de Imveis competente;II cdula de identidade do proprietrio, quando se tratarde pessoa fsica;

    III ato de designao de responsvel, quando se tratar depessoa jurdica;IV certido negativa de dbitos do Imposto sobre aPropriedade Territorial Rural (ITR);V memorial descritivo do imvel, com a indicao da reaa ser vinculada ao ttulo, contendo pelo menos um pontode amarrao georreferenciado relativo ao permetro doimvel e um ponto de amarrao georreferenciado relativo Reserva Legal.

    No que se refere Cota de Reserva Ambiental, no seimpe maior rigor, com o georreferenciamento em relaoa todo o permetro do imvel e sua reserva legal? Impe-seque esse ttulo seja emitido com a maior segurana jurdicapossvel.

    2 Aprovada a proposta, o rgo referido no caput emitira CRA correspondente, identificando:I o nmero da CRA no sistema nico de controle;II o nome do proprietrio rural da rea vinculada aottulo;

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    III a dimenso e a localizao exata da rea vinculada aottulo, com memorial descritivo contendo pelo menos umponto de amarrao georreferenciado;

    Entende-se que todo o permetro da rea vinculada aottulo deve estar georreferenciado.

    IV o bioma correspondente rea vinculada ao ttulo; V a classificao da rea em uma das quatro condiesprevistas no art. 37;VI outros itens previstos em regulamento. 2 O vnculo de rea CRA ser averbado na matrculado respectivo imvel no Registro de Imveis competente. 3 O rgo federal referido no caput pode delegar ao

    rgo estadual competente atribuies em termos deemisso, cancelamento e transferncia da CRA, asseguradaa implementao de sistema nico de controle.

    Esse o nico dispositivo em que feita meno ao rgo

    federal. Cabe ajuste de tcnica legislativa, explicitando asatribuies nesse sentido nos dispositivos anteriores.

    Art. 39. A unidade de CRA ser emitida com base em umhectare:I de rea com vegetao nativa primria, ou vegetaosecundria em qualquer estgio de regenerao ourecomposio; e

    Acredita-se que as reas apenas poderiam gerar CRA seforem cobertas por vegetao nativa primria ou jrecomposta.

    II de reas de recomposio mediante reflorestamentocom espcies nativas.

    Acredita-se que as reas apenas poderiam gerar CRA seforem cobertas por vegetao nativa primria ou jrecomposta.

    1 O estgio sucessional ou o tempo de recomposio ou

    regenerao da vegetao nativa ser avaliado pelo rgoambiental estadual competente com base em declarao doproprietrio e vistoria de campo.

    Nesse ponto, a referncia ao rgo estadual. No h

    conflito com o art. 38, 3?Vide, ainda, comentrios aos incisos I e II do caput.

    2 A CRA no poder ser emitida pelo rgo ambientalcompetente quando a regenerao ou recomposio da reaforem improvveis ou inviveis.

    Acredita-se que as reas apenas poderiam gerar CRA seforem cobertas por vegetao nativa primria ou jrecomposta.

    Art. 40. obrigatrio o registro da CRA na Central deCustdia e de Liquidao Financeira de Ttulos CETIP,pelo rgo emitente, no prazo de trinta dias, contatos dadata da sua emisso.

    Nesse dispositivo, fica evidente a importncia de seexplicitar se a emisso do ttulo cabe ao rgo federal ouestadual. Note-se que em tese pode haver atribuies paraambos, com os rgos estaduais emitindo e o federalcontrolando, ou o federal emitindo e os estaduais atuando

    complementarmente mediante convnio etc. O importante deixar claro como a Cota de Reserva Ambiental serefetivamente operacionalizada. Impe-se aperfeioamentodo texto nesse sentido.

    Art. 41. A CRA pode ser transferida, onerosa ougratuitamente, a pessoa fsica ou a pessoa jurdica de direitopblico ou privado, mediante termo assinado pelo titular daCRA e pelo adquirente. 1 A transferncia da CRA s produz efeito uma vezregistrado o termo previsto no caput no sistema nico decontrole.

    2 Admite-se a transferncia de CRA para:I compensao da Reserva Legal;

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    II proteo de reas de servido ambiental. 3 A CRA s pode ser utilizada para compensar ReservaLegal de imvel rural situado no mesmo bioma da rea qual o ttulo est vinculado.

    O controle relativo a estados diversos parece de difciloperacionalizao. Como assegurar que a vegetao quefundamenta o ttulo est mantida preservada?

    4 A utilizao de CRA para compensao da ReservaLegal ser averbada na matrcula do imvel no qual se situaa rea vinculada ao ttulo e do imvel beneficirio dacompensao. Art. 42. Cabe ao proprietrio do imvel rural em que sesitua a rea vinculada CRA a responsabilidade plena pela

    manuteno das condies de conservao da vegetaonativa da rea que deu origem ao ttulo. 1 A rea vinculada emisso da CRA com base no art.37.38., incisos I, II e III, desta Lei, poder ser utilizadaconforme Plano de Manejo Florestal Sustentvel, atendidasas regras do art. 28. desta Lei.

    Ela no poder ser usada dessa forma se relativa a UC dogrupo de proteo integral ou mesmo a RPPN.H problema de remisso.

    2 A transmisso inter vivos ou causa mortis do imvelno elimina nem altera o vnculo de rea contida no imvel CRA. Art. 43. A CRA somente poder ser cancelada nosseguintes casos:I por solicitao do proprietrio rural, em caso de

    desistncia de manter reas nas condies previstas nosincisos I e II do art. 37;II automaticamente, em razo de trmino do prazo daservido ambiental;III por deciso do rgo competente do Sisnama, no casode degradao da vegetao nativa da rea vinculada CRAcujos custos e prazo de recuperao ambiental inviabilizema continuidade do vnculo entre a rea e o ttulo. 1 O cancelamento da CRA utilizada para fins decompensao de Reserva Legal s pode ser efetivado seassegurada Reserva Legal para o imvel no qual a

    compensao foi aplicada. 2 O cancelamento da CRA nos termos do inciso III docaput independe da aplicao das devidas sanesadministrativas e penais decorrentes de infrao legislaoambiental, nos termos da Lei n 9.605, de 12 de fevereirode 1998, e seu regulamento. 3 O cancelamento da CRA deve ser averbado namatrcula do imvel no qual se situa a rea vinculada aottulo e do imvel no qual a compensao foi aplicada.

    CAPTULO XII

    Disposies Complementares, Transitrias e Finais

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    Art. 44. So obrigados a registro no rgo federalcompetente do Sisnama os estabelecimentos comerciaisresponsveis pela comercializao de motosserras, bemcomo aqueles que as adquirirem. 1 A licena para o porte e uso de motosserras serrenovada a cada 2 (dois) anos. 2 Os fabricantes de motosserras so obrigados aimprimir, em local visvel do equipamento, numerao cujaseqncia ser encaminhada ao rgo federal competentedo Sisnama e constar nas correspondentes notas fiscais.

    Art. 45. Alm do disposto nesta Lei e sem prejuzo dacriao de unidades de conservao da natureza, na formada Lei n 9.985, de 18 de julho de 2000, e de outras aescabveis voltadas proteo das florestas e outras formas devegetao, o Poder Pblico federal, estadual ou municipalpoder:I proibir ou limitar o corte das espcies da flora raras,endmicas, em perigo ou ameaadas de extino, bemcomo as espcies necessrias subsistncia das populaestradicionais, delimitando as reas compreendidas no ato,fazendo depender de autorizao prvia, nessas reas, ocorte de outras espcies;

    II declarar qualquer rvore imune de corte, por motivo desua localizao, raridade, beleza ou condio de porta-sementes;III estabelecer exigncias administrativas sobre o registroe outras formas de controle de pessoas fsicas ou jurdicasque se dedicam extrao, indstria ou comrcio deprodutos ou subprodutos florestais.Art. 46. As aes ou omisses que constituam infrao sdeterminaes desta Lei sero sancionadas penal eadministrativamente na forma da Lei n 9.605, de 12 defevereiro de 1998 e seu regulamento.

    Art. 47. Pelo perodo de cinco anos contados da data de vigncia desta Lei, no ser permitida a supresso deflorestas nativas para estabelecimento de atividadesagropastoris, assegurada a manuteno e consolidao dasatividades agropecurias existentes em reas convertidasantes de 22 de julho de 2008 e todas as que receberamautorizao de corte ou supresso de vegetao at apublicao desta Lei.

    A data de 22 de julho de 2008 refere-se edio do Decreto6.514/2008, a verso mais recente do regulamento da Lei9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais LCA). No parecehaver fundamentao jurdica consistente para a adoodessa data como parmetro. Se a questo marcar aexistncia de normas amplas quanto a infraesadministrativas, o correto seria a data de edio do primeiroregulamento da LCA, o Decreto 3.179, de 21 de setembrode 1999.Cumpre lembrar que culturas temporrias em teseno geram irreversibilidade de ocupao. O que justifica aabertura de ampla possibilidade de regularizao deocupaes efetivadas de forma ilcita at 22 de julho de

    2008? 1 A proibio de que trata o caput tem por objetivo O que ocorrer se esses planos e outras medidas no forem

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    permitir que a Unio, os estados e o Distrito Federal seadaptem s exigncias desta Lei, quais sejam:

    realizados? Por que razo colocar um dispositivo de carterexplicativo (ou melhor, programtico) como esse no textode uma lei, se no estiver acompanhado de disposies quegerem implicaes concretas?

    I elaborao de Zoneamento Ecolgico-Econmico;II elaborao de planos de bacia e instalao dos comitsde bacia hidrogrfica;III discriminao e georreferenciamento das propriedadesrurais;IV elaborao de Programas de Regularizao Ambiental.

    2 Excetuam-se da proibio do caput os imveis comautorizao de corte ou supresso de vegetao j emitidase as que esto em fase de licenciamento, cujo protocolo sedeu antes de 22 de julho de 2008.

    O dispositivo repete parte do contedo do caput, podendoser suprimido.

    3 Os estados e o Distrito Federal, por ato prprio,podero ampliar o prazo a que se refere o caput em atcinco anos.Art. 48. O art. 9-A da Lei n 6.938, de 1981 passa a vigorarcom a seguinte redao:Art. 9-A O proprietrio ou possuidor de imvel, pessoanatural ou jurdica, pode, por instrumento pblico ouparticular, ou por termo administrativo firmado perante

    rgo integrante do Sisnama, limitar o uso de suapropriedade, em sua totalidade ou parte dela, parapreservar, conservar ou recuperar os recursos ambientaisexistentes, instituindo servido ambiental.

    Acredita-se ser necessria a anuncia do rgo ambientalpara a constituio da servido ambiental, tendo em vistaassegurar o devido controle. A ideia haver instituio

    apenas mediante ato unilateral, ou o instrumento previstoser firmado sempre com a participao do rgoambiental, assim como o termo administrativo? A anuncia hoje prevista na Lei 6.938/1981.

    1 O instrumento ou termo de instituio da servidoambiental deve incluir, no mnimo, os seguintes itens:I memorial descritivo da rea da servido ambiental,contendo pelo menos um ponto de amarraogeorreferenciado;

    Dadas as implicaes da servido ambiental, entende-se queo georreferenciamento no se deve limitar a um ponto deamarrao.

    II objeto da servido ambiental;III direitos e deveres do proprietrio ou possuidor

    instituidor;

    Em face da explicitao de direitos do proprietrio, parece

    necessrio que o ato de instituio seja sempre bilateral, ouseja, contemple a participao do rgo ambiental.

    IV prazo durante o qual a rea permanecer comoservido ambiental. 2 A servido ambiental no se aplica s reas dePreservao Permanente e Reserva Legal mnima exigida. 3 A restrio ao uso ou explorao da vegetao darea sob servido ambiental deve ser, no mnimo, a mesmaestabelecida para a Reserva Legal. 4 Devem ser objeto de averbao na matrcula do imvelno registro de imveis competente:

    I o instrumento ou termo de instituio da servidoambiental;

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    II o contrato de alienao, cesso ou transferncia daservido am