87
Zilanda de Souza Silva SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta metodológica Monografia apresentada ao Curso de Gra- duação em Ciências Biologicas, moda- lidade: Bacharelado em Ecologia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Ecologia. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Valcarcel Seropédica, RJ 1996

SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

Zilanda de Souza Silva

SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta metodológica

Monografia apresentada ao Curso de Gra-duação em Ciências Biologicas, moda- lidade: Bacharelado em Ecologia, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do Grau de Bacharel em Ecologia. Orientador: Prof. Dr. Ricardo Valcarcel

Seropédica, RJ 1996

Page 2: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

ii

A terra deu o seu fruto, e Deus, o nosso Deus, nos abençoa.

(SL.67:6)

Page 3: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

AGRADECIMENTOS

A Deus, criador da natureza.

Ao Professor Ricardo Valcarcel, pela orientação e

dedicação a este trabalho.

À Professora Shirley de Oliveira Carvalho, pela

amizade, apoio e incentivo.

Aos meus pais e minha irmã.

A minha tia Degmar e sua família.

Aos amigos Gilmar, Rejane, Alessandra e Rita, pelo

companheirismo e apoio.

Aos colegas do Laboratório de Manejo de Bacias

hidrográficas, pela amizade e incentivo.

Ao Helder e Magna, pela colaboração na digitação.

Aos Professores Ricardo da Silva Pereira, Silvia Regina

Goy e Hermany C. Rodrigues pelas observações e

sugestões.

Aos irmãos e amigos da Aliança Bíblica Universitária.

A todos que direta ou indiretamente, contribuíram com

este trabalho.

Page 4: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

iv

ÍNDICE

I - INTRODUÇÃO............................................... 2

II - OBJETIVOS:.............................................. 4

III - JUSTIFICATIVA.......................................... 4

IV - ÁREA DE ESTUDO.......................................... 6

4.1 - Localização .......................................................................................................6 4.2 - Clima......................................................................................................................6 4.2.1 - Classificação climática.................................................................. 6 4.2.2 - Temperatura .............................................................................................. 6 4.2.3 - Ventos .......................................................................................................... 6 4.2.4 - Umidade relativa, Insolação e Nebulosidade .................... 6

4.3 - Solos......................................................................................................................6 4.4 - Vegetação ............................................................................................................7 4.5 - Relevo ...................................................................................................................8 4.6 - Caracterização das paisagens originais.....................................11

V - PROCESSO DE DEGRADAÇÃO/RECUPERAÇÃO DA ÁREA.............. 13

5.1 - Processo de degradação ...........................................................................13 5.2 - Processo de recuperação.........................................................................14 5.3 - Áreas Tipos .....................................................................................................15 5.3.1 - Relevo acidentado .............................................................................. 17

5.3.1.1 - Relevo acidentado com substrato adensado ...................................................17 5.3.1.2 - Relevo acidentado com substrato não adensado ............................................17

5.3.2 - Relevo suave ..............................................................................................18 5.3.3 - Voçorocas ................................................................................................. 19 5.3.4 - Áreas de drenagens............................................................................ 20

5.3.4.1 - Drenagem principal .....................................................................................20 5.3.4.2 - Drenagens secundárias ................................................................................21

5.3.5 - Áreas aluviais ..................................................................................... 21 5.3.5.2 - Leito removível .............................................................................................22

5.4 - Medidas conservacionistas....................................................................22 5.4 - Medidas conservacionistas....................................................................23

5.4.1 - Detalhamento das medidas.................................................................................... 28

VI - SUCESSÃO ECOLÓGICA..................................... 40

6.1 - Sucessão Primária ......................................................................................................41 6.2 - Sucessão secundária ...................................................................................................42 6.3 - Estágios sucessionais ..................................................................................................42

VII - PROPOSTA METODOLÓGICA................................. 45

7.1 - Marco Filosófico .........................................................................................................45 7.2 - Fatores envolvidos......................................................................................................46

7.2.1 - Marco temporal ..................................................................................................... 46 7.2.2 - Tratamentos........................................................................................................... 48

7.3 - Unidades amostrais ....................................................................................................48

Page 5: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

v

7.3.1 - Superfície/demarcação .......................................................................................... 50 7.3.2 - Tamanho................................................................................................................ 50

7.4 - Método fitossociológico ..............................................................................................50 7.4.1 - Adequação do Método .......................................................................................... 51

7.4.2 - Seleção do Método...................................................................................................51 7.4.3 - Descrição do método............................................................................................. 52 7.4.4 - Parâmetros Fitossociológicos................................................................................ 52 7.4.5 - Tamanho e forma da amostragem ......................................................................... 55 7.4.6 - Aplicação do método............................................................................................. 58 7.4.7 - Periodicidade......................................................................................................... 58

7.4.8.1 - Tratamentos..................................................................................................59 7.4.8.2 - Tratamento e testemunha............................................................................59 7.4.8.3 - Entre tratamentos compatíveis ...................................................................60

7.5 - Infra-estrutura necessária .........................................................................................60 7.5.1 - Herbário................................................................................................................. 60 7.5.2 - Álbum fotográfico................................................................................................. 61 7.5.3 - Material ................................................................................................................. 61

7.6 - Equipe..........................................................................................................................61

VIII - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES........................... 62

8.1 - Conclusões...................................................................................................................62 8.2 Recomendações .............................................................................................................63

IX - BIBLIOGRAFIA........................................... 64

X - ANEXOS.................................................. 68

XI - ANEXO FOTGRAFICO....................................... 73

Page 6: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

vi

RESUMO

A proposta metodológica para avaliação da dinâmica da

colonização vegetal espontânea em área de empréstimo,

incorpora informações decorrentes do geodinamismo torrencial

de áreas degradadas, das características ecológicas das

plantas introduzidas e espontâneas, assim como os impactos das

medidas conservacionistas implantadas pelo Laboratório de

Manejo de Bacias Hidrográficas da UFRRJ, na área que foi

utilizada para o aterramento do Porto de Sepetiba, na

localidade de Ilha da Madeira, Itaguaí, RJ. A proposta

apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

procedimentos práticos para levantamento, processamento e

análise dos dados. Ela dimensiona o contingente de pessoal e

de material para sua consecução.

Page 7: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

2

I - INTRODUÇÃO

As atividades antrópicas desordenadas, geralmente causam a

degradação dos ecossistemas naturais. Elas consistem em eventos

ligados a agropecuária, mineração, urbanização e obras de

engenharia.

A degradação dos ecossistemas tem sido tema de grande

interesse regional e nacional; são várias as reuniões científicas

que tratam o assunto (Congr. Bras. de Recuperação de Áreas

Degradadas, Ciência do Solo, Meio Ambiente, entre outros). Os temas

abordados são de interesse multidisciplinar e são trabalhados por

distintas categorias profissionais.

Os deslizamentos, enchentes, processos erosivos

acelerados, áreas de empréstimo são evidências incontestes do mau

uso da terra, constituindo "cicatrizes ambientais", que contribuem

para conscientizar a sociedade em geral, da importância de se

tratar corretamente estas áreas, facilitando com isso, a tomada de

decisão dos técnicos responsáveis.

A demanda gerada pela sociedade, para reversão dos

problemas ambientais, tem suscitado a criação de novas técnicas e

estratégias de recuperação e de reabilitação de áreas degradadas,

assim como dos ecossistemas intensamente modificados pela atividade

antrópica.

O desafio das instituições de ensino, pesquisa e extensão

do país, está em criar alternativas objetivas, econômicas e menos

complexas, que viabilizem ou minimizem os processos de

degradação/reabilitação dos ecossistemas.

A conjugação dos diferentes fatores ambientais nos

ecossistemas tropicais, lhe conferem grande potencial biótico,

biodiversidade e capacidade de resiliência, apesar da sua

fragilidade, quando haja intervenção antrópica imprópria.

O estudo e manejo da sucessão vegetal em ecossistemas

degradados, pode constituir ferramenta importante para a sua

reabilitação, pois se está utilizando os próprios mecanismos da

Page 8: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

3

natureza local, induzindo o surgimento de novos estágios

sucessionais. Estudos como este, permitirão indicar espécies

potencialmente recomendáveis, assim como associações que

contribuirão para o processo de sucessão vegetal.

O presente trabalho visa propor um método de avaliação da

sucessão vegetal em uma área de empréstimo (10,81 hectares) no Rio

de \Janeiro, onde foram retirados aproximadamente 1.400.000 metros

cúbicos de terra para a construção do Porto de Sepetiba. Nesta área

o Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas da UFRRJ desenvolve

uma série de pesquisas práticas para viabilização de tratamentos

conservacionistas, objetivando sua reabilitação.

Page 9: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

4

II - OBJETIVOS:

2.1 Geral

O objetivo geral é apresentar uma proposta metodológica de

avaliação da dinâmica da sucessão vegetal em área de empréstimo,

localizada na Ilha da Madeira, onde pesquisadores do Laboratório de

Manejo de Bacias Hidrográficas (LMBH), da Universidade Federal

Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), desenvolvem trabalhos de

Recuperação de Áreas Degradada.

2.2 Específico

O objetivo específico é propor estratégias metodológicas

para a avaliação da sucessão vegetal em áreas com diferentes

tratamentos conservacionistas e características geo-ambientais:

* relevo acidentado;

* relevo suave;

* áreas com voçorocas;

* áreas de drenagens;

* áreas aluviais.

III - JUSTIFICATIVA

A área objeto de estudo, foi decapeada de 1978 à 1980, para

a construção e aterro do Porto de Sepetiba (1981). Áreas similares

existem em grande freqüência no país, principalmente onde há

construção de portos, estradas, pontes, usinas, fábricas e áreas de

terraplanagem. Estas regiões depois de exploradas, são usualmente

abandonadas sem sofrerem nenhum tratamento conservacionista, para

que possam ser reinseridas ao contexto das paisagens regionais.

Isto se dá, de um modo geral, devido as obras serem de grande

porte, realizadas por grandes empresas sem vinculo regional. Elas

comprometem-se única e exclusivamente com a empreitada, deslocando-

se imediatamente após o seu término. Os contratantes dos serviços,

legalmente estabelecidos na região, além de enfrentarem os riscos

inerentes a uma nova atividade econômica, não se sentem

responsáveis pelos prejuízos ambientais decorrentes da construção

Page 10: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

5

da infra-estrutura, uma vez que não atuaram na construção das

obras.

Associado aos fatos de natureza administrativa, há um de

natureza científica: desconhecimento de tecnologias ambientais

eficientes para a reversão dos impactos. Os custos são conseqüência

e de uma forma geral pensa-se que eles sejam exorbitantes.

A associação das características apresentadas ao pouco caso

dos órgãos ambientais, contribuem para o abandono das áreas

degradadas, acelerando os seus processos de degradação a partir de

cada chuva com intensidade mínima.

A reabilitação natural de áreas degradadas, com vegetação

espontânea, demoram décadas, como pode ser observado nas regiões

próximas às construções das barragens de Ponte Coberta, Ribeirão

das Lajes (1902) e os taludes da antiga rodovia Rio - São Paulo. A

reabilitação induzida, utilizando espécies vegetais de acordo com

os estágios sucessionais da região, pode acelerar este processo,

além de torná-lo mais eficiente, econômico e estável.

A área de estudo é uma área piloto, nela pretende-se estudar

a dinâmica dos processos de colonização vegetal espontânea, podendo

as informações servirem, como subsídio, para outras áreas

degradadas da região de domínio ecológico da Mata Atlântica.

Page 11: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

6

IV - ÁREA DE ESTUDO

4.1 - Localização

A área de estudo situa-se na região denominada de Costa

Verde, distrito da Ilha da Madeira (latitude 23º 55' 07'' - 23º 55'

57'' sul, e longitude 43º 49' 73'' - 43º 50' 35'' Oeste), município

de Itaguaí, Estado do Rio de Janeiro (FIGURA 01).

A área situa-se na região de domínio ecológico da Mata

Atlântica, onde predominam as formações regionais típicas de

litoral; área de manguezal (fundo da Baía de Sepetiba) e Mata

Atlântica no início das montanhas que compõem a Serra do Mar.

4.2 - Clima

4.2.1 - Classificação climática

O clima da região é classificado como "Aw" (tropical

chuvoso com inverno seco) segundo a classificação de KÖPPEN (1938).

Como quente e superúmido, tipo equatorial sem seca, segundo a

classificação de GAUSSEN (1955) e equatorial "Ec" passando para

tropical quente "Tp", segundo PAPADAKIS (1966).

4.2.2 - Temperatura

A temperatura máxima média anual corresponde ao mês de

fevereiro, 25,7ºC e a mínima média anual corresponde ao mês de

julho, 19,6ºC durante 41 anos de registro e processamento (FIDERJ,

1978).

Page 12: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

7

Figura 01: Localização relativa

Page 13: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

6

4.2.3 - Ventos

Os ventos médios predominantes apontam para as

direções : sul (S); sudeste (SE); leste (E); nordeste (NE);

noroeste (NW); e sudoeste(SW), atingindo velocidades médias

de 2 a 6 m/s (FIDERJ,1978). Esporadicamente podem atingir

grandes velocidades em tormentas tropicais.

Não foram encontrados indícios naturais e bio-

indicadores, que caracterizem a direção predominante dos

ventos, como a adaptação da arquitetura das copas das

árvores.

4.2.4 - Umidade relativa, Insolação e Nebulosidade

A umidade relativa média anual é de 75%, a insolação

total média anual de 2.162.7 horas e a nebulosidade mensal

varia de 4,3 a 7,1 em uma escala que vai de 0 a 10 para a

estação de Ecologia Agrícola, Itaguaí-RJ (MATTOS et al.,

1989).

4.3 - Solos

As principais classes de solos encontrados na região

são os Podzólicos nas vertentes, sub-classe Podzólico

Vermelho Amarelo Distrófico e Hidromórfico, sub-classe Glei

Humico nas áreas de várzeas. Ambas categorias caracterizadas

por terem baixa fertilidade natural e por serem altamente

susceptíveis aos processos erosivos, quando mal manejados

(VALCARCEL, 1993).

Apesar de abrigarem vegetação com grande potencial

biótico, os solos pouco contribuem para a manutenção do

status da vegetação, que deve-se, principalmente, aos fatores

climáticos regionais: chuva, umidade e temperatura

(VALCARCEL, 1993).

Page 14: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

7

4.4 - Vegetação

A Mata Atlântica é uma floresta umbrófila, localizada

sobre a imensa cadeia montanhosa litorânea, situada ao longo

do Oceano Atlântico, desde o Rio Grande do Sul até o

Nordeste. Embora represente o maior e o mais diversificado

ecossistema florestal remanescente no sudeste do Brasil,

ainda é muito pouco conhecido sob o ponto de vista florístico

(RIZZINI, 1979 e LEITÃO FILHO, 1993).

Em regiões profundamente devastadas pelo homem, como

no Nordeste, a sua existência é hoje comprovada apenas por

vestígios. Nas Serras do Mar e da Mantiqueira, nos estados de

Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo,

esta floresta apresenta os maiores fragmentos (MIZUGUCHI et

al., 1982).

A flora da Mata Atlântica é composta pelo estrato

arbóreo de exemplares de jacarandá (Machaerium sp.), araribá

(Enterolobiun sp.), ipês (Tecoma sp.), sapucaia (Lecythis

sp.), grapiapunha (Apuleia leiocarpa), pequiá-marfim

(Aspidosperma sessiliflorum), cedros (Cedrela sp.), louro

(Nectandra sp.), cajarana (Spondias sp.), canelas (Ocotea

sp.), jataí (Hymenaea sp.), massaranduba (Manilkara sp.) e

brauna (Melanoxylon barauna) entre outras. O estrato

arbustivo é caracterizado pelas palmeiras dos gêneros

Euterpe, Geonoma, Astrocaryum. Entre as herbáceas destacam-

se: Pteridophytas e espécies das famílias Amarilidaceae,

Rubiaceae, Marantaceae, Melastomataceae e Musaceae. Nas

partes mais úmidas da mata, aparecem inúmeras espécies de

musgos e filícineas. Devido a competição pela luz, nas

camadas inferiores, existem grande quantidade de lianas e

epífitas como as orquídeas e bromélias (ESTADO DO RIO, 1991 e

MIZUGUCHI et al., 1982).

Page 15: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

8

A área de estudo pertence ao domínio ecológico da

Mata Atlântica, encontra-se entre duas importantes formações

ecológicas: Manguezal e Floresta Secundária em estado inicial

de sucessão, com abundante presença de cipós (FIGURA 02). A

vegetação original foi intensamente utilizada no passado para

a produção de lenha, madeira, embarcações e construção civil,

sendo que a área serviu posteriormente para plantação de cana

e pastagem.

A colonização vegetal espontânea na área de estudo

foi incipiente durante o tempo em que a área esteve

abandonada (1981 a 1993). Foram encontradas algumas espécies

arbustivas de pequeno porte em locais onde há acumulo de

sedimentos de solos misturados com substrato terroso e

umidade: um exemplar de pau-jacaré (Piptadenia sp.), quatro

borrachudos (Machaerium calubriana), alguns exemplares de

alecrim (Baccharis dracunculifolia) assim como pequena

ocorrência de espécies de porte herbáceo: tiririca (Cyperus

sp.), e carqueja (Baccharis sp.). As bananeiras (Musa sp.) e

o capim napiê (Pennisetum purpureum) (ver FOTOGRAFIA 01),

surgiram em locais com vestígios de solo-depósito, carreados

das extremidades da área de empréstimo (VALCARCEL, 1994).

Os principais motivos que impedem a colonização

espontânea das espécies pioneiras na área de estudo são:

solos secos, duros, sem matéria orgânica, oscilação térmica

diária e presença de formigas.

4.5 - Relevo

A região de estudo encontra-se aos fundos da Baía de

Sepetiba, em uma elevação, cujo ponto mais alto é de 225

metros, distribuídos equidistantemente em todas as

orientações, com as vertentes de declividade média de 30%. A

Page 16: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

9

região é cercada pelo mar: Baía de Sepetiba e Enseada da

Restinga da Marambaia, em 90% do seu perímetro (FIGURA 01).

Page 17: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

10

Figura 02: Situação e corte transversal.

(Fonte Valcarcel 1993)

Page 18: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

11

Os 1.400.000 metros cúbicos de terra retirados na área

de estudo, modificaram significativamente o relevo original.

Ele é acidentado, com substrato inconsistente, rígido quando

seco e friável quando úmido, apresenta 5.542 metros quadrados

de afloramento rochoso. Quase toda a região está sobre um

maciço granítico, que condiciona a atual forma do relevo.

4.6 - Caracterização das paisagens originais

A composição da paisagem da Ilha da Madeira é

caracterizada pela forte influência marinha, o que propicia

alta umidade relativa (> 75%) e regular distribuição das

chuvas ao longo do ano, não havendo déficit hídrico.

O relevo, associado a profundidade elevada dos

afloramentos rochosos, exposição solar e interceptação de

vapor de água, criam condições ideais para o estabelecimento

da Mata Atlântica.

As paisagens naturais da Ilha da Madeira foram se

modificando em função da ação antrópica, principalmente até o

início do século, quando a região experimentou crescimento

econômico significativo. O resultado foi a substituição da

Floresta por cafezais, plantações e pastagens. A partir de

então, o esgotamento dos solos e a perda da importância de

área, trouxeram o recobrimento de algumas áreas menos

danificadas com florestas secundárias.

Atualmente as atividades econômicas da região estão

voltadas principalmente para a pesca artesanal. A pesca

profissional e a industrialização não absorvem mão-de-obra

local. Estes fatos contribuem para a redução da pressão de uso

sobre a vegetação.

A área do projeto está voltada frontalmente para a

rodovia BR 101, que cruza uma das principais zonas turísticas

do estado, com grande potencial econômico, conhecida como

Costa Verde.

Page 19: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

12

A sua inclusão neste corredor visual de influências de

estrada é mais um motivo para despertar o interesse na

reabilitação desta área.

Page 20: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

13

V - PROCESSO DE DEGRADAÇÃO/RECUPERAÇÃO DA ÁREA

5.1 - Processo de degradação

A degradação de uma área ocorre quando a vegetação

nativa e fauna forem destruídas, removidas ou expulsas; a

camada fértil de solo for perdida, removida ou enterrada; e a

qualidade e regime de vazão do sistema hídrico for alterado.

Após este processo esta área passa a ser denominada Área

Degradada, pelo fato de não ter meios espontâneos de

regeneração natural, ou seja, apresenta baixa capacidade de

voltar ao seu estado natural (IBAMA, 1990 e KAGEYAMA et al.,

1992).

Os locais em que se extraem substrato são denominados

"Áreas de Empréstimo". Este termo é aceito pelos técnicos,

amplamente utilizado em trabalhos científicos e congressos,

embora não conste em publicações de terminologia. Ele está

sendo referenciado na publicação sobre terminologia de

Recuperação de Áreas Degradadas (VALCARCEL, 1995).

A altura média do decapeamento na área de estudo foi

de 13 m, nas drenagens e locais com maior erosão chegou a 27 m

promovendo uma completa desfiguração da topografia e

acarretando o aceleramento dos processos erosivos.

O local foi abandonado em 1981, sendo explorado mais

intensivamente entre os anos de 1978 e 1980. O processo de

erosão foi intenso entre os anos de 1980 a 1983, pois o

terreno não estava consolidado e havia o traçado dos acessos,

captadores e condutores de água. As voçorocas presentes

permitem evidenciar a sua magnitude.

No período de construção do porto e retro porto, a

área esteve submetida a ação de caminhões e maquinaria pesada,

demandando a construção de estradas e pátios de manobras no

local. Os tratores e caminhões passavam por estas estradas e

chegavam até a parte alta da área que tem o desnível de 170 m

Page 21: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

14

de altura. Atualmente não se consegue distinguir as estradas,

os pátios de manobras, nem os pontos principais de retirada de

aterro. Estas observações permitem avaliar a dinâmica dos

processos erosivos na atual conformação da micro-topografia da

área, ou seja, a topografia a nível de escala de campo (1:1).

Ainda hoje, se verifica perda de sedimentos que se

depositam na estrada de acesso a Ilha da Madeira e na Baía de

Sepetiba.

5.2 - Processo de recuperação

Recuperar significa retornar a área que foi degradada

às suas formas e aptidão de uso, de acordo com um plano

preestabelecido para o uso do solo; reabilitar significa fazer

com que a área retorne a um estado biológico apropriado,

condicional (onde o homem interfere para aumentar, ou agir

contra fenômenos naturais) ou auto-sustentável (manejo de uma

área até atingir um ponto em que a ação do homem não seja mais

necessária) e restaurar é o retorno ao estado original, antes

da degradação: situação quase impossível a ser conseguida na

prática (IBAMA, 1990).

A recuperação "sensu stricto", significa promover

modificações que conduzam a um estágio similar ao original

(VALCARCEL, 1995). Como este processo é oneroso e inviável na

maioria dos casos, criou-se o conceito de "reabilitação", que

consiste em um conjunto de atividades dirigidas no sentido de

reabilitar a área em forma e processos nos aspectos

paisagísticos regionais e desempenho dos processos

hidrológicos.

A princípio o que se objetiva é reabilitar a área, ou

seja, dar condições para que ocorra o processo de sucessão

tendo em vista que a sua restauração é inviável.

O primeiro passo dado no início do projeto foi a

estabilização deste geodinamismo torrencial, através de

Page 22: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

15

medidas físicas e físico-biológicas permitindo a introdução

das medidas biológicas.

5.3 - Áreas Tipos

Para reabilitar o local, estabeleceu-se áreas com

afinidades em relação aos seguintes critérios ambientais:

estado de degradação do substrato, nível de atuação dos

processos erosivos, relevo, posição relativa da catena,

profundidade do substrato, locais de produção, transporte e

deposição de sedimentos. Estas áreas foram denominadas de

"áreas-tipos" (VALCARCEL, 1994).

As áreas tipos apresentam características ambientais

diferentes entre si, assim como os fatores que influem nos

seus geodinamismos torrenciais. Elas classificam-se (FIGURA

03) em:

1. Relevo acidentado

2. Relevo suave

3. Voçorocas

4. Áreas de drenagens

5. Áreas aluviais

Page 23: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

16

Figura 03: Distribuição das áreas-tipos.

Page 24: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

17

5.3.1 - Relevo acidentado

Possui declividade superior a 100%, localiza-se

prioritariamente a montante da catena, é uma área com vocação

de emissão de sedimentos, predominando os processos erosivos

responsáveis pela erosão laminar. Foi dividida em função do

adensamento da capa do substrato em:

1.1 relevo acidentado com substrato adensado.

1.2 relevo acidentado com substrato não adensado.

5.3.1.1 - Relevo acidentado com substrato adensado

Constitui-se em subsolo adensado e parcialmente

compactado pela mecanização. A ação das chuvas sobre a

superfície, provocou o seu encrostamento superficial,

reduzindo a infiltração e dificultando fixação biológica pela

penetração do sistema radicular. Nesta área ocorre um elevado

escoamento superficial.

Localiza-se no terço superior da catena, tendo um

importante papel hidrológico: capta, conduz e direciona a

água para o interior da área objeto de estudo com uma

magnitude similar a da chuva com idêntica intensidade,

formando sulcos e voçorocas a jusante (Relevo suave).

5.3.1.2 - Relevo acidentado com substrato não adensado

São áreas que sofreram aterramento e constituem

taludes íngremes (i>100%), onde há mistura de pequenas

porções de solo com subsolo. Nestas áreas, foram

transportados e depositados rizomas de bananeiras e materiais

de vegetação secundária (sementes, folhas e raízes) da

cabeceira do talude, nas drenagens.

Page 25: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

18

Localiza-se na parte intermediária da catena, entre a

área aluvial e a de relevo acidentado, em zona de transporte

de sedimentos, emitidos pela parte alta e depositados nas

áreas aluviais.

5.3.2 - Relevo suave

Possui declividade inferior a 20%, encontra-se

situada na parte intermediária da catena. Possui vestígios

remanescentes dos pátios de manobras de caminhões. É uma área

com vocação principal para a deposição temporal de

sedimentos. Há erosão em sulco nos locais com concentração de

águas. O estabelecimento da vegetação espontânea é

dificultado pela instabilidade do micro-relevo, pois a

convergência da água captada na área 1, provoca descontínuos

ciclos de deposição, arrasto e quebra de micro-taludes,

promovendo descalçamento, tombamento e retirada das mudas.

Ela foi dividida em função da profundidade do afloramento

rochoso em:

2.1 Relevo suave com profundidade superior a 40 cm.

2.2 Relevo suave com profundidade igual ou inferior a

40 cm.

A primeira apresenta possibilidade de penetração do

sistema radicular de espécies arbóreas e a segunda não é

recomendada, pois a profundidade não permite a

sustentabilidade física de espécies arbóreas, sendo propício

para a vegetação herbácea.

Page 26: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

19

5.3.3 - Voçorocas

São sulcos, provocados pela concentração de água em

um dado local, podendo atingir dimensões máximas quando

cobrem a totalidade da vertente. Formam-se em terrenos mal

consolidados em áreas degradadas e em depósitos de estéril e

de rejeitos (IBAMA, 1990).

As voçorocas apresentam-se em diferentes estágios de

evolução dos seus processos erosivos. Situam-se a jusante das

áreas de produção (área 1) e condução (área 2) de água, tendo

como fator dominante o direcionamento das linhas de drenagem.

Seus dinamismos, caracterizam-se pela presença e ausência de

processos erosivos intensos. Para fins do presente estudo,

dividiu-se esta área em:

3.1 - Voçorocas ativas.

3.2 - Voçorocas passivas.

Na primeira, o processo e erosivo é crescente,

ocorrendo na calha, solapando as margens, gerando movimento

de massa nas paredes. Estes processos são conseqüência da

captação e concentração da água a montante e condução pela

linha de drenagem, que pode ter seu leito variável.

Na segunda, o processo erosivo está ligeiramente

estabilizado, apresentando incipiente colonização com

liquens, fungos e vegetais inferiores em suas paredes. A

captação de água a montante é dirigida para outra linha de

drenagem.

Page 27: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

20

5.3.4 - Áreas de drenagens

São calhas que captam e conduzem as águas pluviais

com descarga sólida na área de estudo. Nelas predominam os

processos de erosão do fundo e solapamento das margens. Sua

distribuição e arquitetura variam em função da organização

espacial das águas, resistência dos materiais, escoamento e f

direção das principais linhas de drenagens a montante. Desde

que a área foi abandonada, a interação entre chuvas

torrenciais e a pequena taxa de infiltração no local,

apresentou como principal efeito uma distribuição aleatória

das drenagens. As chuvas esculpiram drenagens com alternância

de freqüência do uso, ou seja, a água alterna preferências de

linhas de drenagens, gerando várias drenagens, sem definição

de um canal principal ou secundário. As drenagens foram

divididas em:

4.1 Drenagem principal.

4.2 Drenagens secundárias.

5.3.4.1 - Drenagem principal

Local de condução do maior volume de água, para onde

confluem as drenagens secundárias.

Foi construída uma série de obras físicas com o

objetivo de melhorar as condições hidráulicas da calha para

receber um maior volume de água, aumentar o tempo de

concentração e reduzir a energia hidrodinâmica da água.

Este canal, foi dotado de caixas de passagem para

separar os sólidos do líquido, e permitir a avaliação da

eficiência conservacionista das medidas biológicas

implantadas.

Page 28: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

21

5.3.4.2 - Drenagens secundárias

Constituídas de linhas de drenagens com fluxo

esporádicos, que alternavam presença de grandes e pequenos

fluxos de água.

Com a construção das obras físicas, o papel de

condução de águas pluviais, restringiu-se a apenas às águas

das imediações das drenagens, não havendo grandes fluxos de

água.

5.3.5 - Áreas aluviais

São as áreas onde predominam processos de deposição

de sedimentos. O processo de deposição e arrasto de

sedimento, alterna-se de acordo com a variação da intensidade

e freqüência da chuva, assim como do tipo de sedimento

transportado. A areia depositada só pode ser transportada com

chuvas torrenciais, enquanto a argila é facilmente carreada.

Foi dividida em função do recebimento e a acomodação dos

sedimentos em:

5.1 - Leito fixo. 5.2 - Leito removível. 5.3.5.1 - Leito fixo

São áreas ligeiramente estabilizadas, que não recebem

grandes quantidades de sedimentos das áreas de captação a

montante, apenas sedimentos finos, que passam através da

área, sem acusar alterações periódicas da forma da micro-

topografia.

Page 29: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

22

5.3.5.2 - Leito removível

São áreas que recebem grandes quantidades de

sedimentos das áreas a montante, alternando constante troca

de material no seu interior, sendo a areia grossa a mais!

perceptível. O leito da drenagem é auto-nivelado, após cada

chuva que gera o escoamento superficial.

A descrição do quantitativo total das áreas

apresenta-se no QUADRO 01 e sua distribuição espacial na

FIGURA 03.

QUADRO 01: Superfície das áreas-tipo.

Page 30: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

23

5.4 - Medidas conservacionistas

Elas foram classificadas em: físicas(FOTOGRAFIAS 02 e

03), biológicas (FOTOGRAFIAS 04 e 05) e físico-biológicas

(FOTOGRAFIAS 06, 07 e 08). As medidas físicas são obras de

engenharia construídas com o objetivo de reverter os

problemas ambientais de forma emergencial, visando controlar

os processos erosivos em curto prazo. As medidas biológicas

são técnicas de manejo da vegetação que viabilizam respostas

ambientais a médio e longo prazo, elas objetivam a

"reconstrução" dos meios físicos e biológicos, dando

condições para o início dos processos ambientais, que

interferem no funcionamento do ecossistema. As medidas

físico-biológicas, combinam os efeitos das duas medidas

anteriores, objetivam atenuar os problemas ambientais a curto

e médio prazo.

As três medidas conservacionistas começaram a ser

implantadas em 1993, de forma diferenciada em cada uma das

áreas-tipo. Para avaliar a eficiência destas medidas deixou-

se áreas testemunhas em todas as áreas tipo (FIGURA 04), com

objetivo de permitir a comparação da colonização espontânea,

com as demais áreas objeto de reabilitação. A área 04, Área

de drenagem não possui área testemunha por ter sofrido

modificações drásticas na captação e condução de água (FIGURA

05). A apresentação e o período de implantação das medidas

conservacionistas encontram-se nos QUADROS 02 e 03

respectivamente.

Page 31: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

24

Na área de drenagem não tem testemunha, pois a mesma teve modificação.

Figura 04: Localização das áreas testemunhas.

Page 32: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

25

Figura 05: Rede de Drenagem. (Fonte Valcarcel 1993)

Page 33: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

26

QUADRO 02: Medidas conservacionistas e áreas testemunhas

Medidas ÁREA TESTEMUNHA BIOLÓGICAS FÍSICAS FÍSICO-

BIOLÓGICAS 1 - RELEVO

ACIDENTADO

1.1 Substrato adensado

T1.1 B1 Plantio de sabiá B2 Plantio de várias espécies

____

FB1 Almofada (2m) FB2 Almofada (4m) FB3 Almofada (8m)

1.2 Substrato não adensado

T1.2 B3 Capim jaraguá B4 Plantio de Albizia lebbek

F1 Calha de captação

____ 2 - RELEVO SUAVE

2.1-Profundida > 40cm

T2.1 B5 Plantio de várias espécies

F2 Calhas de captação

FB4 Almofadas

2.2-Prof.≤40cm T2.2 ____

F3 Muro de desvio

FB5 Almofadas

3 - VOÇOROCAS 3.1-Voçorocas

ativas T3.1 B6 Plantio de

Cecropia sp. F4 Calhas de

captação FB6 Almofadas

3.2-Voçorocas passivas

T3.2 B7 Plantio de várias espécies

F5 Calhas de captação

FB7 Almofadas

4 - DRENAGENS

4.1-Drenagem principal

____

____

F3 Muro de desvio

F6 Diques (m/j) F7 Travessas

(m/j) F8 Espigões

(m/j) F9 Muros

laterais F10 Praça de

sedimentação (m/j)

____

4.2-Drenagens secundárias

____ ____ F11 Calhas de captação

____

5-ÁREA ALUVIAL 5.1-Leito fixo T5.1a

T5.1b T5.1c

B8 Plantio de várias espécies

____

____

5.2-Leito removível

T5.2 ____ ____ ____

total 10 08 15 07

Page 34: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

27

QUADRO 03: Implantação das medidas conservacionistas _______________________________________________________________

Ano Área-tipo 1993 1994 1995 1996 _______________________________________________________________ 1.1 Relevo acidentado com substrato adensado - 1/3 * * 1.2 Relevo acidentado com substrato não adensado - 3 * * 2.1 Relevo suave

profundidade > 40 cm - 1/3 3 3 2.2 Relevo suave

profundidade ≤ 40 cm - 1 * * 3.1 Voçoroca ativa - - 1/3 1 3.2 Voçoroca passiva - 1/3 * * 4.1 Drenagem principal 2 * * * 4.2 Drenagens secundárias 2 * * * 5.1 área aluvial com

leito fixo 3 * * * 5.2 área aluvial com

leito removível 2 * * * _______________________________________________________________ 1 Medidas físico-biológicas (almofadas) 2 Medidas físicas (diques, espigões, praça de sedimentação, muros) 3 Medidas biológicas (plantio) * Manutenção - Não houve implantação

Page 35: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

28

5.4.1 - Detalhamento das medidas

Área 1: Relevo acidentado

1.1 - Substrato adensado

As medidas biológicas consistem no plantio de

espécies invasoras adaptadas a este tipo de região. A medida

biológica número 01 (“B1”), contemplou o plantio de sabiá

(Mimosa caesalpinaefolia), com espaçamento médio de 2m, em

covas de 30x30x30cm, com 2 litros de esterco bovino curtido.

A medida biológica “B2”, contemplou o plantio de diferentes

espécies arbustivas/arbóreas, cuja combinação encontra-se

descriminada no QUADRO 04.

As medidas físico-biológicas (“FBi”) foram

decorrentes da técnica denominada de almofadas. Ela funciona

como barreira física, retendo água e oferecendo matéria

orgânica ao meio (FRANCÊS & VALCARCEL, 1995). Estas almofadas

apresentam praticidade operacional, aumentam a rugosidade do

leito das drenagens, diminuem a energia hidrodinâmica da

água, aumentam a infiltração e propiciam condições para que

as sementes inseridas germinem e posteriormente venham a

cobrir a área desejada.

As espécies utilizadas nas almofadas foram: mucuna

preta (Mucuna urens), feijão de porco (Canavalia ensiforme),

feijão-bravo-do-ceará (Canavalia brasiliense), Caupi (Vigna

sinensis), cunhã (Clitoria ternateia) e crotalaria

(Crotalaria anargyroides) (QUADRO 05). Elas foram

selecionadas visando a melhoria das condições físicas do

substrato terroso existente na área de estudo, através da

adubação verde. Na área onde se colocou as almofadas,

percebe-se uma grande deposição de matéria orgânica.

Page 36: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

29

QUADRO 04: Proporcionalidade de espécies entre 10 indivíduos plantados.

Nota: Quando a soma não intera 10 unidades, o complemento

é realizado por espécies pouco freqüentes na demais

medidas biológicas.

Ao longo de 18 meses da implantação do projeto, o

feijão-de-porco e o feijão-bravo-do-ceará, tiveram os maiores

valores de percentagem de germinação; a mucuna preta teve um

desempenho médio enquanto que as demais espécies tiveram

valores muito baixos (FRANCÊS & VALCARCEL, 1995). O feijão-

bravo-do-ceará é uma espécie agressiva, que perde rapidamente

suas folhas e emitem grande quantidade de sementes, ampliando

sua colonização a jusante.

Page 37: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

30

QUADRO 05: Espécies utilizadas nas almofadas

Nome vulgar Nome científico N°°°° de sementes

Mucuna preta Mucuna urens 02

Feijão Bravo de

Ceará

Canavalia

brasiliense

02

Feijão de Porco Canavalia ensiforme 02

Caupi Vigna sinensis 02

Cunhã Clitoria ternateia 02

Crotalaria Crotalaria

anargyroides

06

Nas medidas FB1 utilizou-se 25 almofadas em 64m² de

extensão, espaçamento de 2 x 2m entre elas (FIGURA 06 e 07).

Na FB2 foram 9 almofadas, 3 x 3m e a FB3, foram 4 almofadas 8

x 8m.

A área com tratamento testemunha “T1.1”, encontra-se

no talude próximo a vegetação secundária FIGURA 04. Ela foi

delimitada no campo por apresentar características geo-

ambientais similares as demais áreas, sem contudo haver

recebido tratamento conservacionista. Elas foram definidas em

zonas marginais onde a circulação de pessoas é restrita.

Page 38: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

31

A – Introdução das almofadas (6 espécies) B – Condução do experimento C – Situação da área após 6 meses D – Situação atual da área Figura 06: Evolução do processo de colonização vegetal do

talude. Fonte: FRANCÊS & VALCARCEL (1995)

Page 39: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

32

Distância (M)

Figura 07: Vista em perfil e planta dos tratamentos físico-biológicos. Fonte: FRANÇÊS & VALCARCEL (1995)

Page 40: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

33

1.2 - Substrato não adensado

Nesta subárea está ocorrendo processo de colonização

espontânea com capim jaraguá (B3), provavelmente trazido pelo

gado (zoocoria). Sua propagação ocorre lentamente, porém é

intensa e hidrologicamente efetiva, minimizando os processos

erosivos da região.

A medida biológica (B4) consistiu no plantio de

Albizia lebbek com 4 m de espaçamento, em faixas de 1m de

largura.

As medidas físicas foram as calhas de captação (meia

calha de 60 cm de diâmetro), e caixas de separação de sólidos

e líquido.

Esta área apresenta mistura de solo e substrato

terroso, que proporcionou o desenvolvimento das bananeiras,

nas áreas úmidas.

A área testemunha T1.2 encontra-se no trecho

intermediário da catena (FIGURA 04).

Área 02: Relevo Suave

2.1 - Profundidade superior a 40 cm

A medida biológica (B5) consiste no plantio adensado

de várias espécies com espaçamento variável, de 1 a 2 m,

entre mudas e linhas. A medida físico-biológica (FB4)

utilizou a mesma composição de espécies, porém localizada nos

micro-sulcos. As medidas físicas (F2) consistiram na

construção de calhas de 60 cm de diâmetro e caixas de

passagem, para separar sólidos do líquido. Esta área,

teoricamente, não recebe mais água de regiões a montante

(área-tipo 1.1).

Page 41: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

34

A área testemunha (T2.1) está localizada no platô

superior próximo a vegetação secundária (FIGURA 04).

2.2 - Profundidade igual ou inferior 40 cm

A medida físico-biológica (FB5), possui

características idênticas as da FB4. A medida física (F3),

construção do 160m de muro de desvio, com travessas dispostas

em pontos estratégicos, para evitar erosão de fundo e

aumentar a infiltração no substrato terroso.

A área testemunha (T2.2) está situada no interfluvio

de drenagens secundárias, que conduzem apenas a água que cai

sobre sua zona de captação de sua influencia (Figura 04).

Área 03: Voçorocas

3.1 - Voçorocas ativas

A medida biológica (B6), plantio de Cecropia sp., nas

almofadas dentro da calha da voçoroca (medida físico-

biológica FB6). Elas foram implantadas nos contatos da calha

com a parede da voçoroca, com espaçamento de 4m.

A área testemunha (T3.1) encontra-se dentro da

voçoroca maior (FIGURA 04).

3.2 - Voçorocas passivas

A medida biológica (B7) consistiu no plantio de

várias espécies nas paredes da voçoroca. Não houve

implantação de medidas físicas diretas sobre a mesma, porém,

indiretamente: calhas de captação a montante, na área 2.1.

A retirada do excedente de água de áreas a montante

foi uma das principais responsáveis pelo surgimento

espontâneo de vegetação nas calhas das voçorocas.

Page 42: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

35

A área testemunha (T3.2) está situada no interior de

uma voçoroca próximo ao maior matação existente na área.

Área 04: Área de drenagens

Nas áreas de empréstimo, da região de domínio

ecológico da Mata Atlântica, observa-se que a colonização

vegetal espontânea, geralmente, inicia nas drenagens

secundárias, pois estas tem melhor oferta de fatores

ecológicos: umidade, deposição de sedimentos, substâncias

orgânicas e inorgânicas, insolação e temperatura.

4.1 - Drenagem principal

A primeira medida que se instalou nesta área foram as

medidas físicas, com uma série de obras (FIGURAS 05 e 08):

diques, travessas, espigões, muro lateral, muro de desvio e

praças de sedimentação. Com estas obras foi possível desviar

grande parte da água para uma única drenagem, denominada de

principal. Como esta drenagem foi criada pelo projeto, não

houve possibilidade de definir áreas testemunhas de não

intervenção do projeto.

4.2 - Drenagens secundárias

Drenagens cujos fluxos de água foram desativadas pela

construção de obras a montante. Atualmente drenam apenas água

de região de sua influência, propiciando condições de

estabelecimento de espécies invasoras, que contribuem para a

estabilização dos processos erosivos.

Page 43: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

36

Figura 08: Croqui das medidas mitigadoras.

Fonte: VALCARCEL (1993)

Page 44: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

37

As drenagens secundárias tornam-se áreas com

condições ecológicas privilegiadas: protegem-se parcialmente

da radiação solar durante o dia, da ação e impacto da gota de

chuva, do vento e acumulam umidade. Estes fatores podem ser

determinantes no comportamento das espécies colonizadoras.

Área 05: Áreas aluviais

5.1 - Leito Fixo

A medida biológica (B8) constitui o plantio de várias

espécies que compõem o cinturão vegetal que consiste em

fileiras de árvores e arbustos de tamanhos variados (FIGURA

09). Foram montados 4 tratamentos com 3 blocos de 24

indivíduos cada e um total de 14 espécies (SANTOS &

VALCARCEL, 1993).

Page 45: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

38

Figura 09: Cinturão verde.

Fonte: SANTOS & VALCARCEL (1993)

Page 46: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

38

A área testemunha T5.5a representa a área com plantio

e sem pastagem, T5.1b sem plantio e sem pastagem e a T5.1c

sem plantio e com pastagem de gado bovino(FIGURA 04),

representando como seria a região caso não houvesse as

medidas conservacionistas.

5.2 - Leito removível

Não recebeu tratamento conservacionista. A T5.2

situa-se a jusante da praça de sedimentação.

5.5 - Modelo teórico

Durante os 13 anos de abandono, ocorreu incipiente

colonização vegetal em todas as áreas-tipo, exceto nas áreas

aluvial e fundos de vale, da área acidentada com substrato

não adensado. Com a implantação das medidas

conservacionistas, a dinâmica dos processos erosivos foi

reduzida sensivelmente, alcançando uma fase de equilíbrio

estável, proporcionando condições para o estabelecimento da

vegetação colonizadora.

Prognósticos esperados sem recuperação

Caso não tivessem sido implantadas as medidas

conservacionistas na área, o processo erosivo continuaria

ativo, ocorrendo expansão dos sulcos e surgindo novas

drenagens. A colonização vegetal espontânea se estabeleceria

apenas nas drenagens secundária desativadas. Após as chuvas

torrenciais a vegetação seria carreada pela água.

Nos sulcos e voçorocas passivas, surgiria o

estabelecimento de líquens, musgos, pteridófitas e ervas,

porém elas seriam carreadas parcialmente nos deslizamentos de

massa durante as chuvas torrenciais.

Page 47: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

39

Prognóstico esperado com recuperação

Com a implantação das medidas conservacionistas o

processo erosivo alcança equilíbrio estável, aumentando o

número de leitos secundários aptos a serem colonizados pela

vegetação pioneira.

As medidas físico-biológicas e biológicas estão

proporcionando cobertura vegetal e matéria orgânica para o

substrato, dando condições para o desenvolvimento das

espécies vegetais. Espera-se com isto, o aumento da

infiltração de água no substrato, da ciclagem de nutrientes e

criação de propriedades emergentes, que forneceriam condições

para o estabelecimento de espécies pioneiras típicas da

região, cujas fontes de dispersão encontram-se próximas.

Page 48: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

40

VI - SUCESSÃO ECOLÓGICA

Para que se possa desenvolver um projeto de

reabilitação de áreas degradadas baseado na indução do

processo de sucessão é fundamental discutir o conceito de

sucessão ecológica. Ele foi apresentado por vários botânicos:

DUREAU, de La MALLE, De CANDOLLE, VAUPEL, HULT, e KENER e

desenvolvido por vários autores WARMING, COWLES e CLEMENTS

(BOERBOOM, 1974 e MARGALEF, 1974).

A sucessão ecológica pode ser definida como um

processo de colonização de um espaço com tendência

progressiva. Envolve gradativas variações na composição das

espécies e na estrutura de uma comunidade. É observada

através das mudanças dos ecossistemas ao longo do tempo.

Inicia-se em área disponíveis à colonização, sendo intenso e

rápido no início e débil e lento nos estágios mais avançados.

Neste estágio o ecossistema alcança o equilíbrio dinâmico

entre o clima, a geomorfologia, o solo e a vegetação

(MARGALEF, 1974; HORN, 1974 apud BRITEZ et al., 1992 e BRAUN-

BLANQUET, 1979).

As mudanças na estrutura das comunidades ao longo do

tempo, formam estágios de sucessão, definidos por BRAUN-

BLANQUET (1979) como etapa. Elas envolvem o surgimento e

desaparecimento de espécies trazendo como conseqüência,

modificações no conjunto. Classificam-se em etapas iniciais,

intermediárias e finais. As fases, são pequenas mudanças na

composição das espécies de uma associação (BRAUN-BLANQUET,

1979). O termo associação é definido para caracterizar um

determinado nível de desenvolvimento do ecossistema, onde

predominam espécies marcantes de fases de mudanças da

composição florística (WEAVER & CLEMENTS, 1980). Alguns

Page 49: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

41

autores usam os termos fases, etapas e estádios como

sinônimos (BOERBOOM, 1974 e ODUM, 1988).

O tipo de substrato define a sucessão que está

ocorrendo em determinada área, tendo assim a sucessão

primária e sucessão secundaria.

6.1 - Sucessão Primária

Desenvolve-se em substrato previamente desocupado,

com pouca ou nenhuma matéria orgânica, como uma rocha, areia

recém-exposta, fluxo de lava.

BOERBOOM (1974) distinguiu as seres segundo a

natureza do substrato inicial em:

- hidrosere: em água doce ou em ambiente úmido

- halosere: em ambiente salino (água ou solo)

- litosere: em rocha

- oxisere: em solos ácidos (pH baixo)

- psamosere: em areia

- xerosere: em ambiente seco

Em uma litosere, os colonizadores são líquens ou

musgos, capazes de se desenvolverem utilizando a escassa

água, permanecendo em estado latente na seca. É provável que

produzam a corrosão da superfície da rocha, proporcionando

assim, condições para o desenvolvimento de outras espécies.

Os musgos colonizadores, por outra parte, estão em terreno ou

pedra esponjosas, os quais recolhem e utilizam material

transportado pelo vento e a água. Quando existe solo com

capacidade para sustentar a sobrevivência da vegetação,

crescem as ervas anuais resistentes, seguidas por bianuais e

perenes entre as quais as gramíneas são mais abundantes. Mais

Page 50: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

42

tarde o estágio arbusto acaba dominando caso hajam os fatores

ambientais próprios (OOSTING, 1951).

6.2 - Sucessão secundária

Sucessão secundária é um mecanismos de auto-renovação

em áreas que já foram ocupadas por uma comunidade em que as

espécies foram eliminadas completamente ou parcialmente por

incêndios, glaciações, erosões, desmatamento, pastagem e

outras perturbações (DAJOS, 1978 e GÓMEZ-POMPA, 1971 apud

KAGEYAMA & CASTRO, 1989).

6.3 - Estágios sucessionais

A formação de uma floresta inicia-se com espécies

colonizadoras classificadas como "pioneiras". São espécies

dependentes de luz, intolerantes à sombra, possuem

crescimento rápido, vida curta, alta dispersão de semente

pelo vento e por animais. Geralmente são compostos por

espécies herbáceas e arbustivas. Quando o solo é estéril a

colonização inicia-se por líquens, fungos e musgos que

proporcionam condições para o estabelecimento de ervas e

arbustos. Em seguida aparecem as arbóreas pioneiras de

crescimento rápido, formando um dossel superior, as espécies

tropicais mais comuns são Ochrora lagopus, Cecropia spp,

Trema micrantha, Schizolobium parahybum, Jacaranda copaia e

outras. KAGEYAMA et al. (1992). Os mesmos autores encontraram

crescimento de 4m em um ano de experimento com a Trema

micrantha.

As espécies de transição possuem crescimento lento,

intolerância à luz, florescimento e frutificação tardios,

baixa produção de sementes, difícil dispersão e grande porte.

Neste estágio a comunidade se torna mais heterogênea, as

Page 51: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

43

famílias mais abundantes são Myrtaceae, Lauraceae, Rubiaceae,

Sapotaceae e Euphorbiaceae (LEITÃO-FILHO, 1993).

O estágio final do desenvolvimento de uma comunidade

é mais evoluído e equilibrado. As espécies deste crescem

lentamente, tem ciclo de vida longo, são tolerantes a sombra.

O solo possui grande quantidade de matéria orgânica

proveniente das camadas vegetais superiores, o solo é pobre

em vegetação rasteira. A vegetação arbórea forma um dossel

fechado com presença de lianas e epífitas (FIGURA 10).

Tanto a sucessão primária quanto a secundária

convergem na direção de ecossistemas complexos tendendo ao

clímax.

BUDOWSKI (1965) apud KAGEYAMA et al. (1992) classificou

a sucessão secundária dos bosques tropicais úmidos da América em

quatro estágios de desenvolvimento: pioneiras, secundárias

iniciais, secundárias tardias e clímax.

Page 52: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

44

Figura 10: Esquema da sucessão de ambientes. Fonte: PASCHOAL (1987)

Page 53: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

45

VII - PROPOSTA METODOLÓGICA

Ela tenta definir uma estratégia operacional de

trabalho no campo e gabinete, com objetivo de estabelecer um

programa de monitoramento da dinâmica da sucessão vegetal em

áreas de empréstimo com e sem medidas conservacionistas, que

na prática, representam a reabilitação dos processos

ambientais de uma área degradada. Estes dados, associados ao

da reabilitação emergencial através das medidas físicas,

biológicas e físico-biológicas, permitirão avaliar os

resultados do projeto de recuperação das áreas de empréstimo

a médio e longo prazo.

Os resultados destas avaliações, indicarão as

espécies mais aptas, melhor enquadrada na dinâmica

sucessional de áreas de empréstimo, evidenciando uma forma de

manejo das medidas biológicas. Esta nova tecnologia, deve ser

econômica e apresentar resultados rápidos, podendo ser

extendida para os ecossistemas degradados da região de

domínio ecológico da Mata Atlântica.

7.1 - Marco Filosófico

A reabilitação de uma área degradada deve propiciar

condições para que ela desempenhe quase todos os processos

ambientais de uma vegetação secundária da região: aspectos

hidrológicos, erosivos, edafológicos, florísticos, abrigo de

nichos ecológicos de várias espécies, ciclagem de nutrientes

e biodiversidade.

Ainda que em condições ideais, não se espera o

desenvolvimento da plenitude das funções ecológicas de uma

vegetação secundária, porque as interferências antrópicas,

tanto para degradar como para recuperar são profundas no

ecossistema: relevo do terreno, construção de obras físicas,

Page 54: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

46

afloramento rochoso e espécies agressivas, são alguns dos

problemas presentes.

O uso da colonização espontânea de espécies vegetais,

como variável de amostragem do nível de reabilitação do

ecossistema, reflete o grau de acerto da reabilitação do

ecossistema degradado, pois as plantas só se estabelecem,

sucedendo-se umas as outras, em função das próprias

propriedades emergentes que elas mesmas geram no ecossistema:

disponibilidade de água, luz, temperatura, matéria-orgânica,

radiação e solo.

7.2 - Fatores envolvidos

7.2.1 - Marco temporal

A dinâmica dos processos erosivos em áreas degradadas

segue um padrão de comportamento similar ao apresentado na

FIGURA (11).

O equilíbrio dinâmico alcançado por uma área

degradada, depende do nível de interferência antrópica e de

fatores específicos da própria área: tipo de substrato,

regime de chuvas, fontes de propágulos, ciclagem de

nutrientes, matéria orgânica e fatores que possam interferir

na sua colonização vegetal.

A implantação de um projeto de reabilitação, pode

acelerar os resultados de forma significativa, economizando-se

tempo e recursos, caso se implantado concomitantemente com a

fase de maior degradação (exemplo: atividades de mineração), o

seu custo será mínimo e absorvido pela atividade produtiva

(entra no custo de produção do minério/aterro).

Page 55: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

47

Figura 11: Dinâmica dos processos erosivos Fonte: VALCARCEL (1995)

Page 56: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

48

7.2.2 - Tratamentos

Considerando as medidas conservacionistas aplicadas a

cada situação de campo como tratamento, registrou-se 40

tratamentos, sendo que em alguns deles, as informações são

complementares, pois serão avaliados a colonização vegetal

espontânea a montante e a jusante da medida física (QUADRO

02), avaliando o impacto da obra na reabilitação do local da

construção.

Algumas medidas conservacionistas são similares,

variando apenas sua densidade por área (almofadas) com

diferentes espaçamentos. Elas foram consideradas como

tratamentos diferentes, pois o que se pretende é avaliar os

seus impactos na colonização vegetal espontânea no terreno.

7.3 - Unidades amostrais

Selecionou-se 33 unidades amostrais (QUADRO 06),

constituindo parcelas permanentes de observações. Elas foram

demarcadas (tijolo maciço) previamente, antes implantação das

medidas biológicas e fisico-biológicas. Elas foram escolhidas

em função da representatividade dos fatores geo-ambientais

dentro de cada área.

As testemunhas foram definidas em função da

dificuldade de acesso, o que reduz a interferência antrópica

e, dos locais onde houvessem mínimas influências das medidas

conservacionistas executadas no projeto.

Page 57: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

49

QUADRO 06: Unidades amostrais

Número

Tratamento

MEDIDAS CONSERVACIONISTAS ÁREA TIPO

Testemunha 01 T1.1 Substrato adensado Relevo acidentado 02 T1.2 Substrato não adensado

~ 03 T2.1 Profundidade > 40 cm Relevo suave

04 T2.2 Profundidade ≤ 40cm ~

05 T3.1 Voçoroca ativa Voçoroca 06 T3.2 Voçoroca passiva ~ 07 T5.1a Leito fixo com plantio e

sem pastagem

Área Aluvial

08 T5.1b Leito fixo sem plantio e sem pastagem

~

09 T5.1c Leito fixo sem plantio e com pastagem

~

10 T5.2 Leito removível ~ Medidas biológicas

11 B1 Plantio de sabiá Relevo acidentado com substrato adensado

12 B2 Plantio de várias espécies ~ 13 B3 Capim jaraguá Relevo acidentado com

substrato não adensado

14 B4 Plantio de Albizia lebbek em faixa

~

15 B5 Plantio de várias espécies Relevo suave com profundidade > 40 cm

16 B6 Plantio de Cecropia sp. Voçoroca ativa 17 B7 Plantio de várias espécies Voçorocas passivas 18 B8 Plantio de várias espécies Área aluvial leito fixo Medidas físicas

19 F6m Diques (a montante) Drenagem principal 20 F6j Diques (a jusante) ~

21 F7m Travessas (a montante) ~ 22 F7j Travessas(a jusante) ~

23 F8m Espigões (a montante) ~ 24 F8j Espigões (a jusante) ~

25 F10m Praça de sedimentação (a montante)

~

26 F10j Praça de sedimentação (a jusante)

~

Medidas físico-biológicas 27 FB1 Almofadas/espaçamento (2

m) Relevo acidentado com substrato adensado

28 FB2 Almofadas/espaçamento (4 m)

~

29 FB3 Almofadas/espaçamento (8 m)

~

30 FB4 Almofadas Relevo suave com profundidade > 40 cm

31 FB5 ~ Relevo suave com

profundidade ≤ 40 cm 32 FB6 ~ Voçorocas ativas 33 FB7 ~ Voçorocas passivas

Page 58: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

50

Não utilizou-se a totalidade das medidas

conservacionistas (40), pois algumas delas não possuem

testemunhas, são medidas isoladas e não permitem a

colonização vegetal (meia calha de 0,60m de diâmetro).

7.3.1 - Superfície/demarcação

O tratamento que dispensa especial atenção na sua

demarcação e garantia de área mínima, são as testemunhas,

pois elas podem ser plantadas caso não estabeleçam-se os seus

limites. Para cada testemunha, foram garantidas superfícies

mínimas de 150 m².

Os demais tratamentos possuem ampla área, podendo ser

escolhidas várias áreas amostrais. Nós recomendamos as áreas

sinalizadas no MAPA 01.

7.3.2 - Tamanho

A amostragem terá tamanho diferenciado em função da

representatividade da composição florística das unidades

amostrais.

7.4 - Método fitossociológico

São utilizados diferentes métodos para caracterização

fitossociológica de comunidades vegetais. Os métodos aplicam-

se a diferentes propósitos e objetivos, podendo trabalhar com

diferentes ecossistemas.

Em regiões de Mata Atlântica, utilizou-se o método de

transecto em vegetação no estágio inicial da sucessão

secundária, sobrevivente ao impacto da poluição atmosférica,

adivinda do pólo industrial de Cubatão-SP (GAETA et al.

1989). Nesse trabalho os autores utilizaram transecto de 100

m de comprimento por 6 m de largura, dividido em 10 parcelas

de 10 X 6 m em uma área total de 600 m².

Page 59: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

51

LEITÃO FILHO (1993) trabalhando por módulos,

divididos em parcelas, caracterizou fitossociológicamente

duas áreas distintas no Município de Cubatão; a primeira com

vegetação preservada e a segunda fortemente pertubada. Ele

caracterizou os estágios sucessionais, dando uma idéia do

comportamento das espécies no tempo e no espaço.

O método de quadrantes, foi utilizado por GOETZKE

(1990), no estudo fitossociológico de sucessão secundária em

uma área degradada no Noroeste do Paraná. O objetivo foi

comparar comunidades vegetais, com auxílio dos parâmetros

fitossociológicos e da composição florística.

O método de quadrados permanentes e quadrado

reticulado são descritos por BRAUN-BLANQUET(1979) para

estudos de investigação da sucessão.

7.4.1 - Adequação do Método

O método ideal é aquele que melhor representa

quantitativamente a composição florística e apresente menor

custo operacional, tendo em vista o grande número de unidades

amostrais (33).

Como na área observa-se processos de sucessão

primária e secundária, ocorrendo de forma concomitante e

muito próximos espacialmente entre si, o melhor método é o

mais prático e exequível, que consiga recolher a dinâmica de

colonização e desenvolvimento das populações vegetais.

7.4.2 - Seleção do Método

O "Método de Pontos" foi selecionado por reunir

praticidade operacional, causando menos perturbações a

vegetação. Ele consiste na redução máxima de uma área de

amostragem: um ponto geométrico (MANTOVANI & MARTINS, 1990

Page 60: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

52

apud SILVA, 1991). Sendo repetida a amostragem quantas vezes

se fizer necessária.

7.4.3 - Descrição do método

O método consiste em levantar o número de toque das

espécies em uma vara vertical de 0,5 cm de diâmetro e 1,5 m

de altura, graduada segundo o tipo de vegetação. A cada

toque, registra-se a espécie, sua altura e observações gerais

(ver ANEXO 01 e 02).

Este método permite amostrar espécies de porte

herbáceo, trepadeiras e arbustivas, dependendo da

especificação e graduação da vara (CASTELLANI & STUBBLEBINE,

1993).

7.4.4 - Parâmetros Fitossociológicos

Os parâmetros analisados são similares ao de outros

métodos: média de toques, densidade relativa, frequência

absoluta e relativa, vigor absoluto e relativo (equivale a

dominância) e o índice de valor de importância.

Média de toques (MT): estimativa da relação entre o número de

vezes que a vara toca a espécie e o número de pontos onde a

espécie ocorre, determinando o número médio de estratos de

folhagem que cobre o solo (PEREIRA, 1990 apud SILVA, 1991).

MT = NT ...............................(01)

NP

NT = número de toques da espécie considerada

NP = número de pontos com a espécie considerada

Os fatores que podem influenciar nos resultados podem

estar atribuídos a densidade da copa, ao porte, a

ramificação, caule e número de folhas.

Page 61: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

53

Freqüência ou cobertura absoluta (FA): é a porcentagem do

número de pontos ande ocorre a espécie em relação ao número

total de pontos (MATTEUCCI & COLMA, 1982 apud SILVA, 1991).

FA = 100 . _NP .......................(02)

NTP

NTP = número total de pontos

Em relação a freqüência absoluta os menores valores

correspondem às espécies com menor ocorrência nos pontos,

este parâmetro depende do número de indivíduos, do padrão

espacial, do tamanho da amostra (número de pontos), da forma

de vida, do tamanho dos indivíduos e da distância entre os

pontos (MANTOVANI, 1987 apud SILVA, 1991).

Freqüência ou cobertura relativa (FR): é a comparação das

freqüências absolutas de cada espécie em relação a demais.

FR = 100 . FA_ ........................(03)

ΣFA

FA = freqüência absoluta da espécie considerada.

FA = somatório das freqüências absolutas de todas

as espécies.

Freqüência ou cobertura na área (CR) = É o cálculo da

freqüência relativa dos pontos com ocorrência de espécies

(MANTOVANI, 1987).

CR = (100 - No) . FA_ ................(04)

ΣFA

No = porcentagem de pontos sem toques

Page 62: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

54

Densidade relativa (DR): É calculada a partir do número de

indivíduos, uma vez que não se utiliza a área neste método.

DR = 100 . n .........................(05)

N

n = número de indivíduos da espécie considerada.

N = número total de indivíduos amostrados.

Vigor ou comportamento absoluto (VA): expressa o êxito que

tem uma espécie na comunidade. Neste método utiliza-se o

número de toques da espécie na vara. Equivale à dominância.

VA = 100 . NT_ ........................(06)

NTP

NT = número de toques da espécie considerada.

NTP = Número total de pontos.

Os valores para este parâmetro estão diretamente

relacionados ao número de toques da espécie e refletem a

estratificação. Dependem da forma de vida e desenvolvimento

da espécie e são utilizadas para determinação de biomassa.

Vigor relativo (VR): corresponde à proporção entre o vigor

absoluto de cada espécie em relação às demais.

VR = 100 . VA_ ........................(07)

ΣVA

ou

VR = 100 . NT_ ........................(08)

NTT

VA = vigor absoluto da espécie considerada.

Page 63: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

55

VA = somatório dos vigores absolutos de todas as

espécies.

NTT = número total de toques.

Índice de Valor de Importância (IVI): é calculado pela soma

dos valores relativos de freqüência, densidade e vigor.

IVI = FR + DR + VR ...................(09)

Este índice atinge o máximo de 300% por espécie.

GOETZKE (1990) mostra que este índice foi bastante útil na

ordenação e escolha das espécies para compor o modelo

fitossociológico para Recuperação de áreas Degradadas. A

ocorrência de espécie com altos e baixos valores de IVI,

reflete uma comunidade com pequena ou grande diversidade

respectivamente.

7.4.5 - Tamanho e forma da amostragem

O número de pontos necessários depende da composição

e diversidade de espécies de cada área tipo.

Na área de estudo, área-tipo }1.1~ (Substrato

adensado), desenvolveu-se os tratamentos conservacionistas:

B1, B2, FB1, FB2 e FB3, obteve-se experimentalmente tamanho

mínimo representativo de 180 pontos (FRANÇÊS & VALCARCEL,

1996), onde estão representados 90% das espécies(FIGURA 12a).

Utilizando-se intervalos entre pontos de 0,5m e

amostragem sistemática, a área mínima para levantar as

espécies é de 45 m² (FIGURA 12b).

Como foram garantidos 150 m² para as áreas

testemunhas (01,02,03,04,05,06,09 e 10), acredita-se que o

método poderá ser eficiente até que triplique o número de

pontos da curva do coletor, podendo demorar vários anos.

Page 64: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

56

A amostragem com ocorrência do mesmo indivíduo mais

de uma vez (trepadeira por exemplo), será contabilizada

através da média do número de toques em cada ponto. Esta

informação será processada por indivíduo (SILVA, 1991).

Page 65: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

57

Figura 12: Tamanho e forma de amostragem.

Page 66: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

58

7.4.6 - Aplicação do método

Em cada ponto serão contabilizados: as espécies

tocadas, seu número, anotado aos indivíduos as quais

pertencem, altura do toque e maior altura do indivíduo (ANEXO

01).

Será considerado indivíduo toda e qualquer parte do

sistema aéreo da planta sobre o solo, ainda que,

subterraneamente possa haver ligação entre si por meio do

rizoma ou, constituírem ramos de um indivíduo (ORMOND, 1960

apud SILVA, 1991).

As unidades amostrais terão marco fixo de referência

(tijolo maciço) descrição de situação e alocação em mapa na

escala 1:1000.

7.4.7 - Periodicidade

Os dados deverão ser levantados com periodicidade

estacional, pelo menos 4 vezes ao na.

7.4.8 - Análise dos Resultados

Os resultados produzidos serão analisados utilizando-

se as Planilhas de Campo de cada tratamento:

• Planilha de Campo I (dados básicos levantamento do

número dos pontos/espécies, número de

toques/espécie e família, altura/espécie/ponto,

tratamento (ANEXO 01).

• Planilha II (dados complementares), estes dados

subsidiarão informações das mudanças dos fatores

bióticos e abióticos em cada tratamento: presença

de serrapilheira, exposição solar, pedregosidade,

musgos, sementes, micro-topografia e erosão(ANEXO

02).

Page 67: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

59

Os parâmetros fitossociológicos serão analisados:

a) individualmente para cada tratamento;

b) entre tratamentos e suas respectivas testemunhas;

c) entre tratamentos compatíveis.

Desta forma se estará caracterizando o tratamento,

avaliando sua eficiência em propiciar modificações na

biodiversidade em relação a sua testemunha e, finalmente,

comparando os tratamentos compatíveis, para avaliar a

eficiência e as espécies com melhor colonização espontânea.

7.4.8.1 - Tratamentos

Para cada tratamento será analisado os parâmetros

fitossociológicos levantados. A avaliação dos parâmetros será

gráfica (Planilhas de Análise dos ANEXO 03, 04 e 05).

7.4.8.2 - Tratamento e testemunha

Os dados fitossociológicos obtidos nas análise dos

tratamentos representam o grau de acerto das medidas

conservacionistas implantadas. Eles serão comparados com as

respectivas testemunhas, conforme detalhado no QUADRO 02.

A análise implicará no uso das informações

fitossociológicas de cada tratamento, assim como comparações

através de Índices de Similaridade. MUELLER-DOMBOIS &

ELLEMBERG (1974) apud GOETZKE (1990) apresentou o índice de

Jaccard, que baseia-se na razão entre o número de espécies

comum as duas comunidades comparadas e o número total de

espécies. O uso do IVI é o que melhor representa a estrutura

horizontal da vegetação.

Page 68: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

60

Índice de Similaridade (I):

I = ____ΣIVI___C____ . 100 ................(11)

ΣIVI A + ΣIVI B

I = índice de Similaridade baseado no IVI

IVI C = Somatório dos IVI's das espécies comum as duas

comunidades

IVI A = Somatório dos IVI's das espécies da comunidade A

IVI B = Somatório dos IVI's das espécies da comunidade

B.

7.4.8.3 - Entre tratamentos compatíveis

O procedimento será similar ao anterior, embora se

dará ênfase especial a avaliação comparativa entre

tratamentos representantes de medidas conservacionistas das

áreas-tipo similares. Este procedimento permitirá aperfeiçoar

técnicas de reabilitação de áreas degradadas.

As tabelas (ANEXO 06 e 07) e gráficos (ANEXO 03)

propostos, do tipo histograma, auxiliarão a avaliação dos

parâmetros fitossociológicos.

7.5 - Infra-estrutura necessária

7.5.1 - Herbário

Herbário RBR do Departamento de Botânica, do

Instituto de Botânica/UFRRJ para oferecer apoio no preparo,

arquivamento e uso das exsicatas.

Page 69: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

61

7.5.2 - Álbum fotográfico

Preparação de um álbum fotográfico de plântula de

espécies e de paisagens das unidades amostrais. As

fotografias deverão ser arquivadas de forma que se permita

resgatar e elucidar algumas dúvidas após o trabalho de campo,

pois são várias as espécies de ciclo anual na área,

principalmente na área 05 - Área aluvial.

7.5.3 - Material

O material de campo deverá ser fornecido pela

Sepetiba Engenharia e Comércio Ltda, por conta do convênio de

cooperação técnica existente com a UFRRJ e apresentado ao

órgão ambiental do estado (FEEMA).

O material de gabinete será obtido de recursos

próprios do LMBH/Depto de Ciências Ambientais/Instituto de

Florestas da UFRRJ.

7.6 - Equipe

O tamanho da Equipe dependerá da capacidade de

trabalho de seus membros. A princípio 5 pessoas poderá ser um

número bom, onde cada membro atuaria em uma área. Quando as

atividades forem implantadas, este número poderá ser melhor

dimensionado.

Page 70: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

62

VIII - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

8.1 - Conclusões

A proposta metodológica apresentada constitui uma

opção de atuação para o monitoramento da evolução dos

processos de reabilitação ambiental. Ela é laboriosa, porém

objetiva e viável;

Torna-se necessário aferir quantitativamente a

eficiência das medidas conservacionistas em relação a

reabilitação ambiental, onde a composição florística e

fitossociológica possuem papel de grande relevância;

O Laboratório de Manejo de Bacias Hidrográficas está

atuando executivamente na reabilitação da área de Empréstimo,

degradada nos anos de 1978-1980 para construção do Porto de

Sepetiba;

Os resultados da implantação (1993-1995) das medidas

conservacionistas estão sendo visualmente perceptíveis e

hidrologicamente satisfatórios;

Ela recolhe as peculiaridades ambientais das áreas

tipos, o cronograma de implantação das medidas

conservacionistas e permitirá o ajuste entre a pesquisa e a

execução do projeto de recuperação da empresa;

A proposta aponta uma estratégia, com inicio, meio e

fim. Facilitando a tomada de decisão quanto a metodologia de

avaliação a ser utilizada para monitoramento da composição

florística da área de empréstimo;

Os custos são mínimos, não constituindo fator de

impedimento para sua implantação;

Page 71: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

63

A presente proposta metodológica apresenta uma

estratégia para monitoramento da dinâmica sucessional ao

longo do tempo, assim como, permite avaliar os resultados

fitossociológicos decorrentes de tratamentos

conservacionistas distintos;

Os resultados obtidos nesta área poderão ser

extendidos, dentro de determinados limites para uma outra

região, principalmente para os taludes nas beiras das

estradas e obras de terraplanagem.

8.2 Recomendações

A proposta metodológica resgata detalhes de

concepção, desenho e implantação das medidas

conservacionistas. Ela incorpora várias informações, porém

não é conclusiva, ela deverá ser constantemente avaliada e

melhorada;

O uso do FITOPAC (software para análise de vegetação)

deve ser viabilizado para análise dos dados;

O modelo teórico, que relaciona as etapas da

recuperação espontânea deve ser aprimorado.

Page 72: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

64

IX - BIBLIOGRAFIA

ALMEIDA REGO, S.C., SILVA, Z. de S. & VALCARCEL, R. Sucessão

Ecológica em áreas Degradadas: Levantamento de áreas

Aluviais. In: VI Seminário Bienal de Pesquisa da UFRRJ.

1993(painel).

BRAUN-BLANQUET, J. Fitossociologia bases para el estudio de

las comunidades vegetales. Madrid. Ediciones H.Blume,

1979. 820p.

BRITEZ, R. M. de, SILVA, S. M., REISSMAN, C. B. & FILHO, A.

S. Estudo da vegetação secundária como subsídio

técnico para recuperação de áreas degradadas. In: I

Simpósio Nacional Recuperação de áreas Degradadas.

Fundação de Pesquisas florestais do Paraná, Curitiba,

PR, 1992. p.164-177

BOERBOOM, J.H.A. Notas de ecologia forestal, Universidad de

Los Andes, Faculdad de Ciências Forestales, (Oficina de

Publicaciones, Mérida) 1974. 34p.

CASTELLANI, T.T & STUBBLEBINE,W.H. Sucessão secundária

inicial em mata tropical mesófila, após pertubação por

fogo. Revta brasil. Bot. 16(2), 1993. 181-302.

DAJOZ, R. Ecologia Geral. Editora Vozes. Petrópolis, RJ,

1978. 472p.

ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Tombamento da Serra do Mar/Mata

Atlântica. Relatório final. Secretaria de Estado de

Meio Ambiente-RJ, 1991. 37p.

FRANCÊS, H.J.S. & VALCARCEL, R. Medidas físico-biológicas de

Recuperação de áreas Degradadas: Almofadas. Relatório

Final do CNPq, Itaguaí, RJ, 1995.

Page 73: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

65

FIDERJ. Indicadores Climatológicos. Série Sipe. Rio de

Janeiro, 1978. 156 p. mapas.

GAETA, M.M., POMPÉIA, S.L., MENDONÇA, R.R., SINISGALLI, P.A.

de A., MARTINS, S.E., MENEGUETTI, A.M.L. & CURY,M.

Aspectos fitossociológicos da Vegetação da Serra do Mar

Degradada pela Poluição Atmosférica de Cubatão. CETESB.

São Paulo, SP, 1989. 50p.

GAUSSEN, H. Expressión des milieux par des formules

écologiques. Colóquio Internt. CNRS, 1955. p.257-69.

GOETZKE, S. Estudo Fitossociológico de uma Sucessão

Secundária, no Noroeste do Paraná, Proposta para

Recuperação de áreas Degradadas. Tese de Mestrado.

UFPr, Curitiba, PR, 1990. 238p.

IBAMA. Manual de recuperação de área degradada pela

mineração: técnica de revegetação. Instituto Brasileiro

do Meio Ambiente, Brasília, DF, 1990, 96p.

KAGEYAMA, P.Y. & CASTRO, C.F.A. Sucessão secundária,

estrutura genética e plantações de espécies arbóreas

nativas. In: Instituto de Pesquisa e Estudos florestais

- IPEF. USP, Piracicaba, SP (41/42) 1989. p.83-93.

KAGEYAMA, P. Y., REIS, A. & CARPANEZZI, A.A. Potencialidades

e restrições da regeneração artificial na recuperação

de áreas degradadas. In: Simpósio Nacional Recuperação

de áreas degradadas. Universidade Federal da Paraná,

Curitiba, PR, 1992. p.1-7.

LEITÃO FILHO, H.F. (Org.) Ecologia da Mata Atlântica em

Cubatão. Campinas, SP. Editora UNESP/Editora da Unicamp

1993. 184p.

Page 74: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

66

MARGALEF, R. Ecología, Ediciones Omega, S. A., Casanova,

Barcelona, 1974. 951p.

MATTOS, C.C.L.V. de, SILVA, M.A.R. da, NOGUEIRA, I.B. &

BATISTA, I.M. Caracterização Climática da área da

Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Arquivos

Univ. Fed. Rur. Rio de Janeiro, Itaguaí, RJ, 1989.

p.53-63.

MIZUGUCHI, Y., ALMEIDA, de J.R. & PEREIRA, L.A. Introdução à

Ecologia . Editora Moderna, São Paulo, SP, 1982. 215p.

ODUM, E.P. Ecologia, Editora Guanabara, Rio de Janeiro, RJ,

1988. 434p.

OOSTING, H.J. Ecologia vegetal. Madrid, Aguilar. 1951. 436p.

PASCHOAL, A.D. A instabilidade dos ecossistemas agrícolas.

Rev. Ciência Hoje. vol.2, n.12, 1984. p.42-43.

PAPADAKIS,J. Climates of the World and their agricultural

potentialities. Buenos Aires, 1966.

RIZZINI, C.T. Tratado de Fitogeografia do Brasil. São Paulo,

SP. Editora HUCITEC/EDITORA USP, 1979 v.2, 374p.

SANTOS, M.C & VALCARCEL, R. Cinturão Vegetal em áreas de

Empréstimo.In: VI Seminário Bienal de Pesquisa da

UFRRJ, 1993.(Painel)

SILVA, M.B.R. Fitossociologia da Vegetação Lenhosa de

Restinga em Maricá, Rio de Janeiro. Tese de Mestrado.

Universidade Federal do Rio de Janeiro, RJ, 1991. 147p.

VALCARCEL, R. Plano de Recuperação Ambiental. Serviço de

Engenharia RODOFÉRREA S.A. RJ, 1994. 64p.

Page 75: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

67

VALCARCEL, R. Comunicação verbal. Universidade Federal Rural

do Rio de Janeiro, RJ, 1995.

WEAVER, J.E. & CLEMENTS, F.E. Plant Ecology, Tata McGraw-Hill

Publishining Company Ltd. Second edtion, New York.

1980. 601p.

Page 76: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

68

X - ANEXOS

ANEXO 01 PLANILHA DE CAMPO I (dados básicos)

Tratamento: Data: Coletor:

Ponto n• Espécies (nome/código) Toques (n•) Altura (cm)

1 2 3 4 5 6 . . . . . . . . . n - Σ -

Page 77: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

69

ANEXO 02

PLANILHADE CAMPO II (dados complementares)

Page 78: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

70

ANEXO 03 GRÁFICOS COMPARATIVOS

Título abcissa Ordenada

Distribuição do número de espécies por família no tratamento “x”.

Famílias

Espécies* (%)

Distribuição do número de indivíduos por espécie no tratamento “x”.

Espécies*

Nº de indivíduos

(%) Distribuição do número de toques por espécie no tratamento

Espécies*

Nº de toques (%)

Relação entre o número de pontos e o número de toques no tratamento “x”.

Nº de toques

Nº de pontos (%)

Distribuição do Índice de Valor de Importância (IVI) das famílias amostradas no tratamento “x”.

Famílias

IVI (%)

Distribuição do Indice de Valor de Importância (IVI) das espécies amostradas no tratamento “x”.

Espécie*

IVI (%)

Nota: Para a comparação entre os tratamentos, propõe-se fazer histogramas

sobrepostos, no eixo das abcissas As espécies com valores baixos, deverão ser agrupadas.

Page 79: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

71

ANEXO 04 PLANILHA DE ANÁLISE I

Tratamento: Data: Espécie Indivíduo Toques(no) Ponto(no)

OBSERVAÇÃO:

número total de pontos: ___ número total de toques: ___

ANEXO 05

PLANILHA DE ANÁLISE II

Tratamentos:

Testemunhas:T1.1;T1.2;T2.1;T2.2;T3.1;T3.2;T5.1a;T5.1b;T5.1c;T5.2.

Medidas Biológica: B1;B2;B3;B4;B5;B6;B7;B8.

Medidas Físicas: F6m;F6j;F7m;F8m;F8j;F10m;F10j.

Medidas Físicos-biologicas:FB1.FB2;FB3;FB4;FB5;FB6;FB7.

Page 80: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

72

ANEXO 06/07

PARAMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DAS ESPÉCIES – FAMÍLIAS / TRATAMENTOS.

Page 81: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

73

XI - ANEXO FOTGRAFICO

01 - Vista geral da área de estudo (vegetação).

Page 82: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

74

03 – Medidas conservacionistas: muro de desvio, caixa dissipadora de energia hidrodinâmica e tubos de condução de água.

Page 83: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

75

04 – Medidas conservacionistas: plantio em área aluvial com leito fixo (medição da obstrução visual de talude).

Page 84: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

76

05 – Medida conservacionista: área sem pastoreio de gado bovino.

Page 85: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

77

06 – Medidas conservacionistas: implantação das almofadas.

Page 86: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

78

07 – Medidas conservacionmistas: desenvolvimento nas almofadas.

Page 87: SUCESSÃO VEGETAL EM ÁREA DE EMPRÉSTIMO: Proposta …r1.ufrrj.br/lmbh/pdf/mono_disset_tese/mono_disset_tese14.pdf · apresenta contextualização do projeto, estratégias, aponta

79

08 – Medidas conservacionistas: colonização nas áreas com almofadas.