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COMISSÃO ESPECIAL PARA ANALISAR A QUESTÃO DO LIXO NO RIO GRANDE DO SUL RELATÓRIO FINAL 1

Sumário§ão final...  · Web view2008-02-20 · E isto só se dá graças à correta segregação dos resíduos a começar pela nossa própria casa, separando corretamente os lixos

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COMISSÃO ESPECIAL PARA ANALISAR A QUESTÃO DO LIXO NO RIO GRANDE DO SUL

RELATÓRIO FINAL

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Mesa – 2008

Presidente – Deputado Alceu Moreira – PMDB

1° Vice-Presidente – Deputado Cássia Carpes – PTB

2° Vice-Presidente – Deputado Gerson Burmann – PDT

1° Secretário – Deputado Adão Villaverde – PT

2° Secretário – Deputado Paulo Brum – PSDB

3° Secretário – Deputado Mano Changes – PP

4° Secretário – Deputado Carlos Gomes - PPS

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SUMÁRIO

1. Apresentação do Relatório Final

2. Apresentação da Comissão

3. Agradecimentos

4. Equipe técnica

5. Legislação

5.1. Legislação federal5.1.1. Comentários sobre a legislação federal5.1.2. Comentários sobre o PL n°203/1991

5.2. Legislação estadual5.2.1. Comentários sobre a Lei n°9921/935.2.2. Comentários acerca da legislação sobre resíduos sólidos

na área da saúde5.3. Tratados internacionais relacionados ao tema

6. Considerações acerca dos resíduos sólidos6.1. Tipos de Lixo6.2. Caracterização e classificação6.3. Destinação6.4. Desperdício

7. Breve relato das atividades da Comissão7.1. Audiências Públicas7.2. Visitas técnicas7.3. Reuniões de trabalho

8. Possibilidades e manejo dos resíduos sólidos8.1 Manejo

9. Situação atual no trato dos resíduos sólidos

10. Tabulação da pesquisa entre os municípios gaúchos10.1. Quadro Geral10.2. Quadro comparativo das Regiões10.3. Quadro comparativo Porto Alegre e Caxias do Sul

11. Conclusões

12. Recomendações

13. Referências

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14. Anexos

Anexo 1 - Atas

Anexo 2 - Questionário

Anexo 3 - Lista dos municípios que responderam o questionário

Anexo 4 - Programa de Resíduos Sólidos da Assembléia Legislativa

Anexo 5 - Quadro comparativo de leis sobre resíduos de serviços de saúde

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1. APRESENTAÇÃO DO RELATÒRIO FINAL

O lixo gerando sustentabilidade

A Comissão Especial foi criada para analisar a questão do lixo no Rio

Grande do Sul sob os enfoques social, econômico, ambiental e da saúde. A

partir da classificação (lixo urbano, domiciliar, comercial, público, especial,

industrial, de serviço de saúde, atômico, espacial e radioativo), pretendeu

investigar, analisar e apontar soluções para o seu destino.

Aproximadamente sete mil toneladas de resíduos urbanos são

produzidas todos os dias no Estado, porém, a maior parte não passa por

nenhum tipo de seleção ou tratamento. Estimativas apontam que cada pessoa

produz, em média, um quilo de lixo por dia. Em muitas cidades, o acúmulo de

resíduos gera problemas de saúde pública e de ordem social.

O lixo também é um problema de desenvolvimento regional. Em

diversas cidades do interior e da região metropolitana os resíduos de

diferentes classificações necessitam ser transportados por longas distâncias

até receberem destinação final, onerando o sistema nos aspectos econômico

e ambiental.

Uma das finalidades da Comissão foi discutir com técnicos do poder

público e entidades envolvidas a origem e a destinação de todo tipo de

resíduos avaliando os danos em relação às pessoas e à natureza.

O Relatório a seguir pretende apresentar um relato dos trabalhos

desenvolvidos durante o funcionamento da Comissão, apontando conclusões

e recomendações para o trato de resíduos sólidos.

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2. APRESENTAÇÂO DA COMISSÂO

Data de instalação: 18 de setembro de 2007

RCE 8/2006 Processo nº 21811-01.00/06-4

Aprovada em Sessão Ordinária do dia 4 de setembro de 2007, com 51

votos favoráveis e 1 contrário.

Membros Titulares PartidoDep. Kalil Sehbe – Presidente PDTDep. Kelly Moraes – Vice-Presidente

PTB

Dep. Miki Breier - Relator PSBDep. Fabiano Pereira PTDep. Ronaldo Zülke PTDep. Adolfo Brito PPDep. João Fischer PPDep. Gerson Burmann PDTDep. Gilmar Sossella PDTDep. Zilá Breitenbach PSDBDep. Berfran Rosado PPSDep. Paulo Borges DEMMembros Suplentes PartidoDep. Marco Peixoto PPDep. Silvana Covatti PPDep. Adroaldo Loureiro PDTDep. Giovani Cherini PDTDep. Nelson Marchezan Jr. PSDBDep. Aloísio Classamnn PTBDep. Carlos Gomes PPSDep. Marquinho Lang DEM

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3. AGRADECIMENTOS

Adelino Lopes Neto – Departamento Municipal de Limpeza Urbana;

Adiló Didomênico – Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul;

Aladir Vitola – Centro das Indústrias de Reciclagem da Região Sul;

Alberto Mendonça – Secretaria Estadual do Meio Ambiente;

Alessandra Nogueira Pires – Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

Alex Sandro Leite – Prefeitura Municipal de Gravataí;

Alexandre Saltz – Ministério Público;

Alvício Luiz Klaser Neto – Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo;

Ana Lúcia dos Santos Marques – Departamento Municipal de Limpeza

Urbana;

Ana Lúcia Thomas – Hospital de Clínicas de Porto Alegre;

Ana Pellini – Fundação Estadual de Proteção Ambiental;

Ana Ramalho – Hospital de Clínicas de Porto Alegre;

André Vilhena – Compromisso Empresarial com a Reciclagem;

Antônio Saldanha Nunes – SIL Soluções Ambientais;

Arno André Poisl – Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo;

Aspásia Camargo – Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro;

Beto Moesch – Secretaria Municipal do Meio Ambiente;

Carlos de Faria – Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul;

Carlos Nascimento – Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito

Ambiental;

Carlos Otaviano Brenner de Moraes – Secretaria Estadual do Meio Ambiente

Carlos Vasconcellos – Ecoconsciência;

Cesar Zen Vasconcellos – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

Claudete Bruck – Câmara de Vereadores de Itaqui;

Claudia Guarnieri – Pontifícia Universidade Católica;

Claudio Prates – Prefeitura Municipal de Gravataí;

Claudio Renato Faleiro – Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta;

Delmar Sittoni – Instituto Saberes e Cuidados Ambientais;

Denise Ewald – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

Eduardo de Almeida – Ecoconsciência;

Elenice Mello – Consultoria Legislativa da Assembléia Legislativa;

Erwin Francisco Tochtrop – Universidade Luterana do Brasil;

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Flávia Burmeister Martins – Universidade Luterana do Brasil;

Geraldo Mario Rohde – Fundação de Ciência e Tecnologia;

Geraldo Reichert – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e

Ambiental;

Gilberto Meletti – Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul;

Guilester Ribas Neves – Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e

Desenvolvimento Urbano;

Isabel Guarise Barrios Bidigaray – Ministério Público;

Jairo Armando dos Santos – Departamento Municipal de Limpeza Urbana;

Jorge Alberto Willwock – Pontifícia Universidade Católica;

Jorge Gravonski – Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e

Desenvolvimento Urbano;

Jorge Otávio Trierweiler – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

José Luis Zecchin – Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul;

José Vivente Tavares dos Santos – Universidade Federal do Rio Grande do

Sul;

Juliana Scapin – Fundação Nacional de Saúde;

Julio Dornelles – Prefeitura Municipal de São Leopoldo;

Lauro Hagemann – Secretaria Estadual de Educação;

Leonardo Toss – Fórum Municipal e Estadual do Lixo e da Cidadania;

Letícia Leuze Machado – Pontifícia Universidade Católica;

Luiz Zaffalon – Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e

Desenvolvimento Urbano;

Maíra Baungarten – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

Marcio Freitas - Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e

Desenvolvimento Urbano;

Maria Izabel Schmitt – Departamento de Serviços Administrativos da

Assembléia Legislativa;

Maurício Silveira de Oliveira – Superintendência Administrativa e Financeira

da Assembléia Legislativa;

Mônica Baptista Estrázulas – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

Monique Revillion Dinato – Pontifícia Universidade Católica;

Nelson Postai – Prefeitura de Cachoeirinha;

Nilton Bueno Fischer – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

Osmar da Rosa Vidal – Central de Triagem e Compostagem de Santa Cecília

do Sul;

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Paulo Antunes de Oliveira Rosa – Centro Nacional de Tecnologias Limpas;

Paulo Bones – Prefeitura Municipal de Gravataí;

Prefeituras Municipais do Rio Grande do Sul;

Raquel Paranhos – Fundação Nacional de Saúde;

Regis Santos Giron;

Ricardo Pithan – Segurança do Legislativo;

Romero Tavares – CAVO Regional Sul

Roque Spies – Associação de Recicladores de Dois Irmãos;

Rosângela Gomes – Prefeitura Municipal de Gravataí;

Rosimar Heleno de Almeida – Pontifícia Universidade Católica;

Rudimar Vignochi – Oficina de Prjetos;

Sandra de Barcellos Sarmento – Ministério Público;

Sandra Maria Reis – Escola do Legislativo;

Sandra Polino – Secretaria Estadual de Educação;

Selbi Luiz Scheinpflug – Oficina de Projetos;

Tatiane Pelizan – Departamento de Obras e Manutenção da Assembléia

Legislativa;

Torvaldo Marzolla Filho – Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul;

Valtemir Goldmeier – Federação das Associações de Municípios do Rio

Grande do Sul;

Vilmar Isolan de Mello – Instituto Porto Alegre Ambiental;

Vinícius Lima Lousada – Universidade Federal do Rio Grande do Sul;

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4. EQUIPE TÈCNICA

ASSESSORIA TÉCNICA

Marcelo Begnini

Renita Dametto

Ricardo César

ASSESSORIA DE IMPRENSA

Fábio Berti

SECRETARIA

Maria Avelina Fuhro Gastal

APOIO

Departamento de Comissões Parlamentares

Departamento de Sistemas e Informática

Departamento de Taquigrafia

Superintendência Administrativa e Financeira

Departamento de Serviços Administrativos

Divisão de Eventos do Departamento de Relações Institucionais

Gabinete de Consultoria Legislativa

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5. LEGISLAÇÃO

5.1. Legislação federal

Leis:LEI FEDERAL Nº 4.771, DE 15 DE SETEMBRO DE 1965 - Instituio

Código Florestal Brasileiro e dá outras providências.

LEI FEDERAL Nº 6.938, DE 31 AGOSTO DE 1981 - Dispõe sobre a

Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação

e aplicação, e dá outras providências.

LEI FEDERAL Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998- Dispõe

sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e

atividades lesivas ao maio ambiente e dá outras providências.

LEI FEDERAL No 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001- Regulamenta

os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da

política urbana e dá outras providências.

Decretos: DECRETO FEDERAL Nº 3.179, DE 21 DE SETEMBRO DE 1999 -

Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e

atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.

DECRETO FEDERAL Nº 99.274, DE 6 DE JUNHO DE 1990 -

Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31

de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de

Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências.

5.1.1. Comentários sobre a legislação federal

A legislação federal sobre resíduos sólidos em geral e em particular

sobre sua reciclagem é bastante escassa. A Constituição Federal determina

a competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

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Municípios para proteger o meio ambiente e combater a poluição em

qualquer de suas formas (art. 23, inciso VI, CF).

Destaca-se no art. 225 da Constituição que “Todos têm direito ao

meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e

essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à

coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras

gerações.” No mesmo artigo, insere-se o § 3º, segundo o qual, “As condutas

e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,

pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,

independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”

A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que “dispõe sobre a Política

Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e

aplicação, e dá outras providências”, determina a obrigatoriedade de

licenciamento ambiental junto a órgão estadual para a construção,

instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades

utilizadoras de recursos ambientais, bem como os capazes, sob qualquer

forma, de causar degradação ambiental.

A Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, que “dispõe sobre as

sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas

ao meio ambiente, e dá outras providências”, é relevante mencionar os

artigos 54, 60 e 68, nos quais são tipificadas como crime as seguintes

condutas:

“Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que

resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem

a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:

Pena: reclusão, de um ano a quatro anos, e multa.

...............................................................................

§ 2º Se o crime:

...............................................................................

V - ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos,

ou detritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências

estabelecidas em leis ou regulamentos:

Pena: reclusão, de um a cinco anos.”

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“Art. 60. Construir, reformar, ampliar, instalar ou fazer funcionar, em

qualquer parte do território nacional, estabelecimentos, obras ou serviços

potencialmente poluidores, sem licença ou autorização dos órgãos

competentes, ou contrariando as normas legais e regulamentares

pertinentes:

Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.”

“Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-

lo, de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental:

Pena: detenção, de um a três anos, e multa.”

Relativamente a agrotóxicos, cita-se a Lei nº 9.974, de 6 de junho de

2000, a qual, por sua vez, alterou a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989. As

principais alterações introduzidas pela Lei nº 9.974/00 são:

- obrigação da devolução pelos usuários das embalagens de

agrotóxicos vazias;

- responsabilização das empresas produtoras e comercializadoras de

agrotóxicos quanto à destinação das embalagens vazias, dos produtos

apreendidos pela ação fiscalizatória, bem como dos produtos impróprios

para utilização ou em desuso, com vistas à sua reutilização, reciclagem ou

inutilização.

Sobre destinação de pneus, o CONAMA aprovou, em 26 de agosto de

1999, a Resolução nº 258, segundo a qual, “as empresas fabricantes e as

importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação

final, ambientalmente adequada, aos pneus inservíveis existentes no

território nacional, na proporção definida nesta Resolução relativamente às

quantidades fabricadas e/ou importadas”.

Assim, pelo disposto na Resolução 258/99 do CONAMA, a partir de 1º

de janeiro de 2002, para cada quatro pneus novos ou fabricados no País ou

pneus importados, inclusive aqueles que acompanham os veículos

importados, as empresas fabricantes e as importadoras devem dar

destinação final a um pneu inservível. A proporção cresce até 2005, quando:

- para cada quatro pneus novos ou fabricados no País ou pneus

novos importados, inclusive aqueles que acompanham os veículos

importados, as empresas fabricantes e as importadoras devem dar

destinação final a cinco pneus inservíveis;

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- para cada três pneus reformados importados, de qualquer tipo, as

empresas importadoras devem dar destinação final a quatro pneus

inservíveis. Essas normas devem ser revistas, conforme determina a própria

Resolução 258/99 do CONAMA, no quinto ano de sua vigência.

Em relação a pilhas e baterias, vigora a Resolução nº 257, de 30 de

junho de 1999, do CONAMA. De acordo com essa Resolução, “as pilhas e

baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e

seus compostos, necessárias ao funcionamento de quaisquer tipos de

aparelhos, veículos ou sistemas, móveis ou fixos, bem como os produtos

eletro-eletrônicos que as contenham integradas em sua estrutura de forma

não substituível, após seu esgotamento energético, serão entregues pelos

usuários aos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de

assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, para repasse aos

fabricantes ou importadores, para que estes adotem, diretamente ou por

meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento

ou disposição final ambientalmente adequada”.

A Resolução 257/99 do CONAMA fixa, ainda, os seguintes prazos, a

contar da vigência da mesma, para os fabricantes, os importadores, a rede

autorizada de assistência técnica e os comerciantes:

- 12 meses para implantar os mecanismos operacionais para a coleta,

transporte e armazenamento;

- 24 meses para implantar os sistemas de reutilização, reciclagem,

tratamento ou disposição final.

A Resolução 257/99 do CONAMA também fixa limites máximos de

conteúdo de mercúrio, cádmio e chumbo para pilhas e baterias e abre uma

exceção quanto à obrigatoriedade de recolhimento e reciclagem desses

produtos. De acordo com o art. 13 da citada norma, as pilhas e baterias que

atenderem aos limites fixados no seu art. 6º (o qual prevê limites que

devem vigorar a partir de 1º de janeiro de 2001) podem ser dispostas

juntamente com os resíduos domiciliares em aterros sanitários licenciados.

Como a maior parte dos fabricantes de pilhas comercializadas no Brasil

declararam estar de acordo com tais limites1, a reciclagem de pilhas usadas,

na prática, não ocorrerá.

Cabe ressaltar que tramitam na Câmara dos Deputados diversas

proposições que tratam do tema resíduos sólidos, as quais estão apensas

ao PL 203/91. Algumas dessas proposições são de caráter mais geral,

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propondo uma política nacional de resíduos, e outras mais específicas,

versando sobre resíduos de serviços de saúde, pneus, pilhas e baterias,

lâmpadas, incentivos à reciclagem etc. Para a análise do PL 203/91 e seus

apensos, foi constituída, na Câmara dos Deputados, uma Comissão

Especial.

5.1.2. Comentários sobre o PL n° 203/91Destaca-se, inicialmente, a essência do projeto de lei:

Autor: Senado Federal - Francisco Rollemberg

Data de Apresentação: 01/04/1991

Apreciação: Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário

Regime de tramitação:  Urgência art. 155 RICD

Proposição Originária: PLS-354/1989  

Situação: PLEN: Pronta para Pauta.

Ementa: Dispõe sobre o acondicionamento, a coleta, o tratamento, o

transporte e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde.

Indexação: - Normas, acondicionamento, coleta, tratamento,

transporte, destinação, disposição final, lixo, resíduos sólidos, lixo hospitalar,

laboratório, analise biológica, farmácia, drogaria, consultório médico,

dentista, serviço de veterinária, medicina legal, medicina nuclear, material

radioativo, drogas, medicamentos, toxico, embalagem, aerosol, incineração,

inspeção, instalações, equipamentos, limpeza publica, vigilância

epidemiológica, treinamento, pessoal, utilização, equipamento de proteção

individual. - Requisitos, reaproveitamento, resíduos sólidos, material

hospitalar, agricultura, pecuária. - Proibição, lançamento, resíduos sólidos,

serviço de saúde, curso d'agua, lago, lagoa, rio, mar, ar livre. -Definição,

responsabilidade, prefeitura, municípios, manutenção, serviço, coleta,

transporte, lixo, serviço de saúde, cobrança, tarifas, penalidade, infrator,

descumprimento, legislação ambiental. - Fixação, prazo, fabricante,

equipamentos, resíduos sólidos, serviço de saúde, manutenção, produção,

peças, reposição. - Autorização, empresa privada, concessionária, serviços

públicos, coleta, tratamento, lixo. - Competência, órgãos, administração

municipal, administração estadual, saneamento básico, preservação, meio

ambiente, inspeção, fiscalização, controle, processamento, lixo, serviço de

saúde.

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O estabelecimento de um marco regulatório de resíduos sólidos deve

ser entendido como um instrumento indutor do desenvolvimento social,

ambiental e econômico. Assim, o lixo deixa de ser um problema e se

desmembra em diversas oportunidades, na medida em que gera novas

riquezas e negócios, cria postos novos de trabalho ao mesmo tem em que

promove a inserção social por meio da reciclagem, estimula a adoção da

ecoeficiência nas empresas e dissemina na sociedade a necessidade de um

consumo consciente.

O ponto central da proposta do Executivo está na implementação de

uma logística reversa, um conjunto de procedimentos que visa facilitar a

coleta e a restituição dos resíduos aos seus geradores, para que sejam

tratados ou reaproveitados em novos produtos. Em suma, o texto tem como

objetivo estabelecer diretrizes gerais, definições, instrumentos, gestão

integrada e responsabilidades.

A proposta, entretanto, enseja a inserção de alguns instrumentos que

precisam ser contemplados no debate parlamentar, tais como o princípio do

poluidor-pagador e os incentivos fiscais para empresas que reduzirem a

geração de resíduos e investem em programas e na gestão eficiente. Afinal,

não basta apenas sancionar e punir, é preciso premiar aqueles que se

comprometem com a sustentabilidade do seu negócio.

Destaca-se ainda o estimulo à organização de cooperativas para

promover a inserção de milhares de famílias que sobrevivem informalmente

da catação de lixo, criando um novo cenário de dignidade e valorização do

seu trabalho.

5.2. Legislação estadualLeis:LEI ESTADUAL Nº 9.519, DE 21 DE JANEIRO DE 1992 - Institui o

Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.

LEI ESTADUAL Nº 9.921, DE 27 DE JULHO DE 1993 - Dispõe sobre

a gestão de resíduos sólidos e dá outras providências.

LEI ESTADUAL Nº 10.330, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1994 - Dispõe

sobre a organização do Sistema Estadual de Proteção Ambiental, a

elaboração, implementação e controle da política ambiental do Estado e dá

outras providências.

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LEI ESTADUAL Nº 11.520, DE 04 DE AGOSTO DE 2000 - Instituio

Código Estadual do Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul e dá

outras providências.

Decretos:

DECRETO ESTADUAL Nº 38.355, DE 01 DE ABRIL DE 1998 -

Estabelece as normas básicas para o manejo dos recursos florestais nativos

do Estado do Rio Grande do Sul de acordo com a legislação vigente.

DECRETO ESTADUAL Nº 38.356, DE 01 DE ABRIL DE 1998 -

Regulamenta a Lei nº 9.921, de 27 de julho de 1993, que dispõe sobre a

gestão dos resíduos sólidos e dá outras providências.

Instruções Normativas:

02/2002 – Padronizar os procedimentos de licenciamento para o

aproveitamento de árvores caídas por fenômenos naturais.

Resoluções do Consema:

RESOLUÇÃO N º 004/2000 - Dispõe sobre os critérios para o

exercício da competência do Licenciamento Ambiental Municipal e dá outras

providências.

RESOLUÇÃO N.º 05/98 - Dispõe sobre os critérios para o exercício

da competência do Licenciamento Ambiental Municipal, no âmbito do Estado

do Rio Grande do Sul .

RESOLUÇÃO N.º 016/2001 - Iinclui no Anexo Único da Resolução

CONSEMA n.º 005/98, as atividades referentes ao uso dos recursos

naturais.

RESOLUÇÃO N.º 017/2001 - Estabelece as diretrizes para o

elaboração e apresentação de Plano de Gerenciamento Integrado de

Resíduos Sólidos.

RESOLUÇÃO N.º 020/2002 - Dispõe sobre a habilitação de

municípios para a realização do licenciamento ambiental das atividades de

impacto local .

RESOLUÇÃO N.º 102/2005 - Dispõe sobre os critérios para o

exercício da competência do Licenciamento Ambiental Municipal, no âmbito

do Estado do Rio Grande do Sul.

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RESOLUÇÃO N.º 110/2005 - Amplia o rol de atividades da Resolução

CONSEMA n.º 102/05.

RESOLUÇÃO N.º 111/2005 - Altera Resolução 102/2005 e estabelece

critérios.

5.2.1. Comentários sobre a Lei nº 9.921/93A Lei Nº 9.921 de 27.07.93 - que trata da Gestão de Resíduos

Sólidos, em seu Artigo 8º cita: "A coleta, o transporte, o tratamento, o

processamento e a destinação final dos resíduos sólidos de

estabelecimentos industriais, comerciais e de prestação de serviços,

inclusive de saúde, são de responsabilidade da fonte geradora;

independentemente da contratação de terceiros, de direito público ou

privado, para execução de uma ou mais dessas atividades".

O Decreto nº 38.356/98, que regulamenta a Lei n º 9.921/93, trata que

a responsabilidade dos municípios refere-se:

à gestão dos resíduos sólidos;

à implantação gradativa da segregação dos resíduos sólidos na

origem;

a dar prioridade a processos de reaproveitamento dos resíduos

sólidos;

à implantação do sistema de gerenciamento dos resíduos sólidos;

a prever, no Plano Diretor, quando existir, espaços adequados

para instalações de tratamento e disposição final de resíduos;

a constituir consórcios quando for o caso;

a proceder a coleta, o transporte, o tratamento, o processamento e

a destinação final dos resíduos sólidos urbanos;

à responsabilidade solidária, no caso de contratação de terceiros

para execução das tarefas previstas no item 7;

a solicitar licenciamento à FEPAM para executar as tarefas

previstas no item 7;

à elaboração de cadastro atualizado das fontes geradoras de

resíduos perigosos, no prazo de 1 (um) ano;

a incluir ações de educação ambiental e sanitária nos projetos que

envolvem reciclagem, coleta segregativa, minimização de geração

de resíduos;

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à apresentação à FEPAM de projeto de sistema contemplando

solução locacional e tecnológica adequada, acompanhado de

cronograma de implantação, para o gerenciamento de resíduos

sólidos urbanos, sob pena de responsabilidade por danos ao meio

ambiente, nos prazos de 180 (cento e oitenta) dias ou um ano,

conforme a sua população;

a manter em operação o sistema de destinação de resíduos

sólidos urbanos, licenciado junto a FEPAM, bem como requerer

licenciamento ambiental específico para adoção de novo sistema

ou otimização do sistema implantado; e

a empenhar-se no cumprimento da meta prioritária da não geração

de resíduos sólidos, através do sistema de gerenciamento.

5.2.2 Estudo Comparativo da Legislação sobre Resíduos de Serviços de Saúde (Consultoria Legislativa da Assembléia

Legislativa)

Este estudo é sobre a legislação que trata dos resíduos provenientes

dos serviços de saúde, analisando especialmente a inadequação da lei

estadual que trata do assunto frente à legislação federal em vigor.

A Lei estadual que “dispõe sobre os resíduos sólidos provenientes de

serviços de saúde” é a Lei nº 10.099, de 07 de fevereiro de 1994. Já no

âmbito federal temos a Resolução do CONAMA n º 358/2005 e a Resolução

da Diretoria Colegiada da ANVISA nº 306/2004.

Na comparação que fizemos entre as três normas, verificamos que a

principal diferença entre elas está na classificação dos resíduos e nos seus

respectivos tratamentos (Para uma melhor visualização dessas diferenças,

elaboramos uma tabela comparativa que é parte integrante do anexo deste

Relatório).

A Lei nº 10.099/94 está embasada na Resolução do CONAMA nº 5,

de 5 de agosto de 1993. Esta, por sua vez, foi revisada e atualizada pela

Resolução nº 283/01 e que foi depois substituída pela Resolução nº 358/05,

deixando a norma estadual defasada.

Com a publicação da Resolução da ANVISA (seguida após pelo

CONAMA), os resíduos dos serviços de saúde tiveram uma nova

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classificação. Os resíduos do GRUPO A foram subdivididos em cinco grupos

conforme suas características de maior virulência e maior concentração,

diferente da lei estadual, que classifica os resíduos em um único grupo,

incluindo os perfurocortantes na mesma categoria. Esta nova classificação

permitiu uma melhor segregação dos resíduos de saúde, possibilitando o

tratamento e disposição final adequados conforme seus riscos.

A lei estadual, mais restritiva, exige o tratamento, antes da disposição

final, de todos os resíduos provenientes da assistência (Grupo A), o que não

é preconizado pela ANVISA nem pelo CONAMA, pois gera um maior custo

operacional, onerando, desnecessariamente, as instituições de saúde.

Assim, atendendo aos princípios de eficácia e economicidade na

Administração Pública e a necessidade de não geração ou minimização de

resíduos, a Lei nº 10.099/94 poderia ser modificada para se adequar à

legislação federal em vigor, mais moderna e eficiente.

Para tanto seria suficiente revogar os artigos 7º ao 13, os parágrafos

do art. 5º e o anexo único da referida lei. Também seria necessário atribuir

nova redação ao “caput” do art. 5º, a fim de remeter diretamente às normas

legais vigentes da ABNT, da ANVISA e do CONAMA, que mudam com

freqüência para se ajustar a parâmetros internacionais, como, por exemplo,

os dados pela Organização Mundial da Saúde. Com efeito, novas

atualizações na legislação federal poderiam ser incorporadas

automaticamente às normas estaduais, sem maiores engessamentos.

5.3. Tratados internacionais relacionados ao tema Protocolo de Kyoto Ementa: Estabelecido em 1997, o Protocolo de Kyoto é um tratado

internacional cujo objetivo principal é definir que para 2008-2012 os países

desenvolvidos diminuam suas emissões de gases em 5% em relação a

1990.

Resíduos Perigosos - Movimentos TransnacionaisEmenta: Convênio de Basiléia sobre o controle dos movimentos

transnacionais dos dejetos perigosos e sua eliminação adotado pela

Conferência de 22 de março de 1989.

20

Resíduos Perigosos - Movimentos TransnacionaisEmenta: Acordo Regional sobre movimento transnacional de dejetos

perigosos.

Protocolo Kyoto

Ementa: Durante a década de 1980, evidências científicas sobre a

possibilidade de mudanças do clima em nível mundial despertaram um

interesse cada vez maior no público. Nos anos 90, uma série de

conferências internacionais apelavam para a urgência de um tratado mundial

para enfrentar tal problema. O Programa das Nações Unidas para o Meio

Ambiente (PNUMA) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM)

responderam a esses chamados criando um grupo de trabalho

intergovernamental que se encarregou de preparar as negociações desse

tratado.

AGENDA 21 BRASILEIRAAssunto: Meio ambiente

Ementa: Agenda 21 Brasileira tem por objetivo definir uma estratégia

de desenvolvimento sustentável para o País, a partir de um processo de

articulação e parceria entre o governo e a sociedade.

AGENDA 21 GLOBAL – CAPÍTULO 21Assunto: Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e

questões relacionadas com os esgotos

Ementa: Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e

questões relacionadas com os esgotos.

AGENDA 21 GLOBALAssunto: Meio ambiente

Ementa: Estabelece diretrizes para a obtenção do desenvolvimento

sustentável e para a proteção do meio ambiente. Os capítulos 19, 20, 21 e

22 tratam especificamente de resíduos sólidos.

21

AGENDA BRASIL/EUAAssunto: Meio ambiente

Ementa: A agenda comum destina-se a servir como um mecanismo

de consultas e cooperação entre o Brasil e os Estados Unidos sobre estas

questões críticas. A agenda tem por objetivo servir como quadro de

referência para o diálogo sobre políticas e a cooperação técnica naquelas

áreas.

CONVENÇÃO – MUDANÇA DO CLIMAAssunto: Meio ambiente

Ementa: Alcançar, de conformidade com as disposições pertinentes

da Convenção, a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa

na atmosfera em um nível que impeça uma interferência antrópica perigosa

no sistema climático. Esse nível deve ser alcançado num prazo suficiente

que permita aos ecossistemas adaptarem-se naturalmente à mudança de

clima, que assegure que a produção de alimentos não seja ameaçada e que

permita ao desenvolvimentos econômico prosseguir de maneira sustentável.

Prever, evitar ou minimizar as causas da mudança de clima e mitigar os

efeitos negativos.

CONVENÇÃO DE ESTOCOLMOAssunto: Meio Ambiente

Ementa: Declaração adotada pela Conferência das Nações Unidas

sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo em 1972 (Resoluções

2994/XXVII, 2995/XXVII e 2996/XXVII) , visando adotar uma concepção e

princípios comuns que inspirarão e guiarão os esforços dos povos do mundo

para preservar e melhorar o meio ambiente.

CONVENÇÃO MARCO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Assunto: Meio ambiente

Ementa: O objetivo último da presente convenção e de todo

instrumento jurídico conexo que adote a Conferência das partes, é lograr,

em conformidade com as disposições pertinentes da convenção, a

estabilização das concentrações de gases de efeito prejudicial à atmosfera a

22

um nível que impeça interferências antropógenas perigosas para o sistema

climático.

6. CONSIDERAÇÕES ACERCA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Lixo é todo e qualquer resíduo sólido resultante das atividades diárias

do homem em sociedade. Pode encontrar-se nos estados sólido, líquido e

gasoso. Como exemplo de lixo temos as sobras de alimentos, embalagens,

papéis, plásticos e outros.

A definição de lixo como material inservível e não aproveitável é, na

atualidade, com o crescimento da indústria da reciclagem, considerada

relativa, pois um resíduo poderá ser inútil para algumas pessoas e, ao

mesmo tempo, considerado como aproveitável para outras.

6.1. Tipos de LixoLixo urbano: formado por resíduos sólidos em áreas urbanas, inclua-

se aos resíduos domésticos, os efluentes industriais domiciliares (pequenas

indústrias de fundo de quintal) e resíduos comerciais.

Lixo domiciliar: formado pelos resíduos sólidos de atividades

residenciais, contém muita quantidade de matéria orgânica, plástico, lata,

vidro.

Lixo comercial: formado pelos resíduos sólidos das áreas

comerciais. Composto por matéria orgânica, papéis, plástico de vários

grupos.

Lixo público: formado por resíduos sólidos, produto de limpeza

pública (areia, papéis, folhagem, poda de árvores).

Lixo especial: formado por resíduos geralmente industriais, merece

tratamento, manipulação e transporte especial, são eles, pilhas, baterias,

embalagens de agrotóxicos, embalagens de combustíveis, de remédios ou

venenos.

Lixo industrial: nem todos os resíduos produzidos por indústria,

podem ser designados como lixo industrial. Algumas indústrias do meio

urbano produzem resíduos semelhantes ao doméstico, exemplo disto são as

padarias; os demais poderão ser enquadrados em lixo especial e ter o

mesmo destino.

23

Lixo de serviço de saúde (RSSS): os serviços hospitalares,

ambulatorias, farmácias, são geradores dos mais variados tipos de resíduos

sépticos, resultados de curativos, aplicação de medicamentos que em

contato com o meio ambiente ou misturado ao lixo doméstico poderão ser

patogênicos ou vetores de doenças, devem ser destinados à incineração.

6.2. Caracterização e ClassificaçãoAo ser considerada a caracterização do resíduo sólido urbano é

necessário verificar as possíveis formas de sua classificação, a seguir

citadas, para posterior definição do tratamento e destinação final adequados:

por sua natureza física: seco ou molhado;

por sua composição química: matéria orgânica ou matéria

inorgânica;

riscos potenciais ao meio ambiente: perigosos, não-inertes e

inertes, seguindo especificação da Norma Técnica Brasileira NBR

10.004 de setembro de 1987.

A norma citada anteriormente conceitua o resíduo sólido como:

"resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades da

comunidade de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,

de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos

provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como

determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para

isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor

tecnologia disponível" e, classifica os resíduos sólidos em:

Resíduos Classe I - Perigoso: aqueles que apresentam

periculosidade em função de suas propriedades físicas, químicas

ou infecto contagiosas, ou características de inflamabilidade,

corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade;

Resíduos Classe II - Não Inerte: São os resíduos que não se

enquadram nas Classes I ou Classe III, mas podem ter

propriedades de combustibilidade, biodegradabilidade ou

solubilidade em água;

Resíduos Classe III - Inertes: qualquer resíduo que, a partir de

amostras representativas, segundo a NBR 10.007, e submetidos a

24

um contato estático ou dinâmico com água destilada ou

deionizada, à temperatura ambiente, conforme testes de

solubilidade, segundo a NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos

padrões de potabilidade de água, conforme listagem n º 8 (Anexo

H) da referida norma, excetuando-se os padrões de aspecto, cor,

turbidez e sabor.

6.3. DestinaçãoA coleta do lixo é em geral realizada pela administração municipal,

que além da remoção do lixo domiciliar, retira - com coletas especiais - por

exemplo, os resíduos gerados pela indústria e comércio, os resíduos de

hospitais e clínicas médicas, além daquele resultante da limpeza de ruas,

praças, podas de árvores e entulhos das construções.

O lixo coletado é destinado para:

lixões a céu aberto - quase todo lixo coletado no Brasil é

simplesmente jogado a céu aberto, em locais conhecidos como

lixões, ou seja grandes, imensos depósitos sem qualquer tipo de

tratamento ou controle, formando inúmeros focos de poluição.

aterros sanitários - são obras de engenharia projetadas para

receber o lixo domiciliar. Quando o caminhão descarrega o lixo,

um trato de esteiras espalha e amassa os resíduos formando uma

camada que ao final do dia é coberta com terra. Esse método sem

bem controlado, não agride o meio ambiente, impede a

proliferação de insetos, evita mau cheiro, além de proteger poços e

rios.

centrais de triagem e compostagem - Para um melhor

aproveitamento de todo o material o ideal, é a existência do

sistema de coleta seletiva, pois os caminhões descarregam o lixo

nestas centrais; plásticos, vidros, latas, assim como papéis e

papelões, são separados por funcionários, podendo ser

encaminhados as indústrias de reciclagem. Os resíduos que

sobram - os orgânicos - após a retirada dos rejeitos, por sua fácil

degradação, são moídos e passam por um processo de

fermentação, que pode durar até 90 dias. Após esse período, o

25

chamado composto orgânico ou adubo está pronto para ser

aplicado na lavoura, hortas e jardins.

incinerador - o lixo encaminhado aos incineradores é queimado e

reduzido a cinzas que serão dispostas em aterros sanitários. Além

de destruir o lixo contaminado (lixo hospitalar) , o objetivo dos

incineradores é diminuir o volume de lixo. Porém este é um

processo caro que envolve alta tecnologia para evitar a

contaminação do ar.

reciclagem - Aqui também a coleta seletiva é de extrema

importância, pois com a separação dos materiais, os resíduos

ganham mais valor de mercado, facilitando assim sua venda e seu

aproveitamento. A reciclagem do lixo é fundamental para a

preservação do meio ambiente, além de diminuir a extração de

recursos naturais, reduz o consumo de energia, diminuindo

também o acúmulo de resíduos produzidos. Cresce a cada dia o

número de indústrias da reciclagem, que transforma produtos

usados em produtos novos .

6.4. DesperdícioO Brasil produz aproximadamente 100 mil toneladas de lixo por dia.

Imagine uma fila de caminhões de lixo de 5 toneladas de capacidade,

ocupando uma distância equivalente a 10 Pontes Rio-Niterói ...

Cada brasileiro produz gera, em média, 500 gramas de lixo

diariamente, podendo chegar até a mais de 1 kg, dependendo do poder

aquisitivo e local em que mora.

Em algumas cidades brasileiras quase a metade do lixo não é

coletado e sim atirado de qualquer maneira nas ruas, em terrenos baldios,

em rios, lagos, no mar etc.

Tempo estimado de decomposição dos materiais que são despejados

em rios, lagoas e oceanos:

Papel e papelão - 3 a 6 meses

Tecidos de fibras naturais - 6 meses a 1 ano

Plásticos em geral - alguns levam até 500 anos, outros não se

"desmancham"

Madeira Pintada - cerca de 13 anos

26

Vidro - 1 milhão de anos

Chiclete - 5 anos

Borracha – indeterminado

7 . BREVE RELATO DAS ATIVIDADES DA COMISSÃO

7.1 Audiências PúblicasA Comissão realizou oito Audiências Públicas onde foram ouvidos os

relatos, as contribuições e as experiências no trato com os resíduos sólidos

da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, da Pontifícia Universidade

Católica, da Universidade Luterana do Brasil, do Governo do Estado, da

Prefeitura Municipal de Porto Alegre, de Gravataí e de Caxias do Sul, da

Fundação Nacional de Saúde, do Ministério Público, do Hospital de Clínicas

de Porto Alegre, da iniciativa privada, da Federação das Indústrias, da

Federação das Associações de Municípios, de associações, cooperativas e

organizações não-governamentais.

Durante as Audiências, foram priorizadas as apresentações de

tecnologias e experiências que pudessem contribuir com uma nova

perspectiva no trato dos resíduos, gerando sustentabilidade a partir do lixo

produzido.

O material utilizado pelos palestrantes está disponível na página da

Assembléia Legislativa na Internet – www.al.rs.gov.br, no link da Comissão

Especial, e as Atas das Audiências são partes integrantes dos Anexos deste

Relatório.

Além das Audiências, a Comissão realizou visitas técnicas para

conhecimento de experiências e reuniões de trabalho para agilizar

processos de adequação da Assembléia Legislativa a uma política interna de

resíduos.

7.2 Visitas técnicas

Dia 26 de outubro de 2007

Central de triagem e compostagem do lixo

Local: Município de Santa Cecília do Sul

27

Em Santa Cecília está instalada uma Central de Triagem e

Compostagem de Lixo, administrada por uma Cooperativa de Recicladores,

que atende aos municípios de Santa Cecília do Sul, Tapejara, Água Santa,

Vila Lângaro e Coxilha. Ela está passando por uma série de melhorias e

deverá atender a outros municípios além dos já citados. Este

empreendimento foi construído através de um convênio entres estes

municípios, há mais de 10 anos, e recebeu recursos da Fundação Maurício

Sirotski Sobrinho, à época, que aprovou projeto. O Presidente da

Cooperativa é o Senhor Osmar da Rosa Vidal e o empreendimento está

localizado na localidade de Vista Alegre - Bairro: Interior - Santa Cecília do

Sul - CEP 99952.000. Fone: (054) 9149-5377.

Relato da visitaA Cooperativa começou a ser planejada, em parceria com o município

de Tapejara, no ano de 1997, tornando-se realidade em 2003. A prefeitura

de Tapejara, à época, conseguiu financiamento junto ao governo do Estado

para aquisição de máquinas e equipamentos e a associação obteve verba

junto à Fundação Maurício Sirotski Sobrinho para as instalações. No início

havia doze pessoas trabalhando na Central e hoje são vinte e oito, com

baixa escolaridade, em um total de trinta e seis cooperativados. Trabalham

28

em dois turnos (manhã e tarde) de cinco horas e meia, cada um. O lixo

chega todo misturado, pois não há coleta seletiva, embora diversas escolas

visitem a Central para trabalhar a noção de separação com os alunos.

A cooperativa foi oficializada em 2003. Trabalham com cerca de 10

toneladas/dia, sendo que 25%vai para o aterro e o restante pode ser

trabalhado. Estão em um processo de melhoria de infra-estrutura. Funciona

em uma área própria da Cooperativa de 2hectares e possui esteira, prensa,

carregador, dois tratores, dois caminhões, carrinhos para transportar o lixo,

equipamentos de segurança, estimando cerca de R$220.000,00 em

equipamentos.

A comercialização é feita direta com as indústrias, sem

atravessadores, e o vidro é entregue em Sapucaia, com um rendimento

mensal de R$12.000,00, cabendo cerca de R$ 450,00 por cooperativado.

Uma das dificuldades apontadas é a acessibilidade à Central, uma

vez que funciona mais afastada dos centros urbanos.

Trabalham com a idéia de estabelecimento de parcerias, tanto com

órgãos públicos quanto privados e instituições de ensino superior.

Dia 29 de outubro de 2007Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul Aterro São

GiácommoA Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul – CODECA - ,

fundada em 1975 e com 930 funcionários, atua na área de limpeza pública,

obras e pavimentação.

Fizeram uma apresentação, destinada a alunos e visitantes, definindo

conceito e os tipos de lixo produzidos pela nossa sociedade. Trataram,

também, da situação dos lixões e dos riscos trazidos por eles ao homem.

Mostraram os problemas gerados pela destinação incorreta de

resíduos, muitas vezes lançados nos rios, com seu conseqüente dano ao

equilíbrio ambiental.

Informaram que a coleta seletiva de Caxias do Sul atinge a totalidade

do município na área urbana e 90% da área rural, recolhendo 60

toneladas/dia.

O material da coleta seletiva é distribuído, gratuitamente, a dez

associações de recicladores, gerando trabalho direto para 300 pessoas e

29

indireto para 1000 pessoas. Caxias recicla cerca de 15%, enquanto a média

é de 8%. As associações têm convênio com a CODECA e recebem

acompanhamento e orientação operacional.

A Codeca mantém serviço de varrição na área central, bairros

próximos, avenidas e locais públicos, mantendo um visual limpo e agradável.

As vassouras usadas foram criadas pelos próprios trabalhadores, com

material de sucata, e apenas as cerdas são compradas. Possui equipes de

roçadores, responsáveis pelo corte do mato de ruas, vias de acesso, praças

e parques.

Mantém convênio com a Associação Nacional de Indústrias de

Pneumáticos (ANIP) para destinação de pneus. A Codeca armazena os

pneus e encaminha para a ANIP para ser transformado em outros produtos.

Desenvolve projetos também relacionados ao descarte de pilhas, lâmpadas

e óleo de fritura.

Trabalha com escolas percorrendo o caminho do lixo, mantém

biblioteca com 5000 volumes jogados no lixo ou doados. Tem um programa

de palestras para a comunidade e desenvolve ações de educação ambiental

em vários eventos.

Aterro São GiácomoA Codeca tem a responsabilidade pela construção, operação,

gerenciamento, monitoramento e manutenção do Aterro, que segue todas as

normas ambientais estabelecidas.

São levadas até oito toneladas de lixo por viagem e, logo após o

descarregamento, tratores espalham e compactam o material. O terreno é

impermeabilizado com camadas de argila compactada e manta de PEAD.

Tubulações instaladas para drenagem e, posterior queima do gás,

diminuem os efeitos nocivos à camada de ozônio. O chorume é conduzido

para uma estação de tratamento, onde passa por processos físico-químico e

biológico para posterior descarte.

30

Dia 19 de novembroAterro Municipal de Gravataí

O aterro Santa Tecla surgiu de um consórcio entre os municípios de

Gravataí, Porto Alegre, Esteio e Cachoeirinha. Através de um processo de

biorremediação, um lixão foi transformado em aterro sanitário compatível

com padrões ambientais consagrados.

O lixão que existia no local recebia resíduos sem qualquer forma de

tratamento, fazendo com que houvesse incêndios e explosões provocados

pela combustão do gás metano. No entorno, a comunidades apresentavam

problemas de pele e respiratórios, provocados pelo não-tratamento dos

resíduos depositados no lixão.

Houve uma fase intermediária, onde o lixão passou a ser um aterro

controlado e agora já possui toda a estrutura de engenharia, não havendo

mais emissão de gases para o meio ambiente, nem poluição do lençol

freático.

No aterro, o gás metano é queimado e transformado em gás

carbônico, absorvido pelas plantas através do processo de fotossíntese. Os

resíduos líquidos são drenados para lagoas de decantação e parte deles

tratados pela Companhia Riograndense de Saneamento.

Funcionam ali dois galpões de reciclagem, operados por duas

associações, gerando emprego e renda para trinta e seis famílias.

31

Dia 22 de novembroCompromisso Empresarial com a Reciclagem

O Compromisso Empresarial Para a Reciclagem – CEMPRE -, é uma

associação sem fins lucrativos, voltada para a produção e difusão de

conhecimento sobre a reciclagem. Mantida por 24 empresas privadas que

exercem programas de coleta de materiais recicláveis, reaproveitamento de

matéria-prima, compra de insumos provenientes da reciclagem e destinação

consciente de resíduos industriais, além de programas de treinamento e

conscientização ambiental para funcionários e comunidades.

Foi concebida em 1992 por um grupo de empresas líderes de

diversos setores que vieram a consolidar este importante fórum multisetorial

do gênero no Brasil.

O Cempre trabalha para conscientizar a sociedade sobre a

importância da redução, reutilização e reciclagem de lixo através de

publicações, pesquisas técnicas, seminários e bancos de dados. Os

programas de conscientização são dirigidos principalmente para formadores

de opinião, tais como prefeitos, diretores de empresas, acadêmicos e

organizações não-governamentais (ONG's).

O diretor executivo da associação, Sr. André Vilhena, apresentou as

instalações da instituição e fez um breve relato das ações defendidas e

efetuadas. Um dos marcos da CEMPRE foi a elaboração do Programa Bio

Consciência que, através de polígrafos práticos e vídeo – composto por

guias e manuais – ensina, passo-a-passo, como criar e gerenciar

cooperativa de catadores, elaborar e gerir a coleta seletiva de lixo, e como

efetuar o gerenciamento integrado do lixo municipal. Este trabalho teve o

apoio da Fundação Banco do Brasil, Sebrae e do IPT.

Além de um kit prático, publicam informativos bimestrais e já lançaram

cartilhas conhecidas como – O Livro de Gaia, Uma Pequena Lição de Amor -

e o do personagem Reciclino – Faminto Por Reciclagem.

Dia 23 de novembroCAVO – Curitiba

32

A Cavo Serviços e Meio Ambiente SA, é uma empresa do Grupo

Camargo Corrêa, que tem por finalidade o recolhimento de lixo em diversas

cidades do Brasil, varrição de ruas, limpeza de obras de arte municipais

(domus de paradas de ônibus, prédios históricos, monumentos, etc), o

gerenciamento de aterros de resíduos orgânicos, tratamento e destinação de

resíduos hospitalares, resíduos industriais, coleta seletiva, entre outros.

O diretor operacional, Sr. Romero Tavares, proporcionou uma visita

ao aterro da Cachimba, administrado pela empresa, às instalações dos

fornos de microondas que tratam os resíduos hospitalares, e houve projeção

de vídeo relatando o histórico da empresa bem como suas atividades mais

importantes.

A empresa atua em diversos programas ambientais junto às

comunidades de Curitiba, tais como informativos de educação ambiental –

RECICLAR com sustentabilidade -, de Gestão Total de Resíduos de

Serviços de Saúde – GTR-SS, e desenvolve projetos em conjunto com a

prefeitura de Curitiba tais como Lixo que Não é Lixo, Câmbio Verde onde há

troca de lixo por comida, Projeto de Geração de Renda e Conscientização

Ambiental junto às comunidades onde atua, Projeto Pomar em São Paulo,

etc.

No aterro da Cachimba há grande preocupação em manter todas as

condições de ambiente controlado, com utilização de PEAD em todo o

aterro, tratamento do chorume produzido, bem como a queima controlada do

gás metano, proibição do ingresso de pessoas não autorizadas no local para

evitar os catadores, plantio de grama e moderno projeto paisagístico.

O aterro da Cachimba estará esgotado em menos de um ano.

Na unidade de tratamento de resíduos industriais, há um investimento

grandioso para o enclausuramento dos materiais não inertes e seu

sepultamento.

Dia 26 de novembro SIL – Soluções Ambientais – Minas do Leão

O aterro sanitário Central de Resíduos Recreio, da SIL – Soluções

Ambientais, em Minas do Leão, uma empresa da Copelmi Mineração, está

localizada no município de Minas do Leão e possui certificação ISO 14001.

O aterro sanitário da SIL, distante 80 quilômetros de Porto Alegre, recebe

33

diariamente duas mil toneladas de lixo urbano proveniente de 140

municípios ou 35% da população em uma área de 45 hectares, das quais 17

em operação. No local está sendo implantado o sistema de tratamento de

lixiviado de biogás gerado da compactação do lixo urbano. A SIL Soluções

Ambientais foi a primeira empresa latino-americana a consolidar a venda de

crédito de carbono a partir de emissões de gases gerados em aterros

sanitários.

O mercado de créditos de carbono é um dos mecanismos do

Protocolo de Kyoto pelos quais os países podem comprar direitos de

emissão de poluentes de nações em desenvolvimento que, em troca,

recebem fundos ou tecnologia para reduzirem suas emissões. Quando o

sistema estiver operando, uma entidade certificadora internacional irá fazer a

medição do volume de gases eliminado pela empresa.

O aterro está contido nas “crateras” esgotadas das minas e, pelo fato

de não haver lençol freático sob as minas e pelo solo não ser poroso, possui

ótimas condições para acondicionar os resíduos com um menor impacto

ambiental. Ali há espaço para aterrar por durante muitas décadas o que faz

com que seja o aterro de maior importância no RS.

Todo o resíduo ali depositado é encapsulado por manta de PEAD,

além das camadas de contenção normais e o gás metano produzido pela

decomposição dos orgânicos são expelidos através de queimadores flaire

que são mantidos permanentemente acesos para evitar explosões. Para que

o projeto da SIL em adquirir créditos de carbono alcance seu objetivo, está

sendo construído uma central única de queima de gás, através da sua

canalização interligada, pois o flaire queima apenas 30% do gás e o restante

vai para a atmosfera e polui o meio ambiente. Com a central, mais de 80%

será queimado.

Dia 14 de dezembroCâmara de Vereadores do Rio de JaneiroNa visita técnica à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro o contato

foi feito com o Gabinete da vereadora Aspásia Camargo, proponente do

projeto de lei nº 1290/2007, que “dispõe sobre objetivos, instrumentos,

princípios e diretrizes para a gestão integrada de resíduos sólidos no

município do Rio de Janeiro e dá outras providências”. No projeto de lei está

proposta a gestão integrada de resíduos sólidos, definindo

34

responsabilidades e organizando a coleta seletiva, bem como os

procedimentos diferenciados, relativos às pilhas, baterias, lâmpadas,

produtos eletro-eletrônicos, resíduos de serviços de saúde, da construção

civil, de pneumáticos, do óleo e gordura vegetal. Prevê, ainda, a

possibilidade do Poder Público propor alternativas de fomentos e incentivos

fiscais e creditícios para indústrias e instituições que trabalhem com

produtos reciclados ou desenvolvam novos produtos a partir de matéria-

prima reciclada.

A vereadora Aspásia preside a Comissão Parlamentar de Inquérito da

Desordem Urbana – CPI – que têm como eixo a fiscalização da situação do

lixo na cidade, além do controle dos ambulantes.

Além disso, o Gabinete estava envolvido com o III Encontro dos

Catadores e Catadoras do Estado do Rio de Janeiro, que aconteceu no dia

15 de dezembro de 2007 no Centro Cultural da Ação e Cidadania.

7.3. Reuniões de trabalho

Data: 24 de outubro de 2007Reunião Superintendência Administrativa e Financeira

Participantes:

Deputado Kalil Sehbe

Maurício Oliveira – Superintendente Administrativo e Financeiro

Maria Izabel Schmitt – Diretora do Departamento de Serviços

Administrativos

Renita Dametto – Assessoria técnica

Ricardo Cézar – Gabinete Deputado Miki Breier

Maria Avelina Gastal – Secretária da Comissão

Assuntos tratados:

Gerenciamento dos resíduos sólidos na Assembléia Legislativa

Deliberações:

- Realização de uma reunião de trabalho da Comissão, em parceria

com a Superintendência Administrativa e Financeira, com representantes

das Universidades, do Departamento Municipal de Limpeza Urbana e do

35

Ministério Público para o estabelecimento de parceria para planejar a

implantação de um programa de gerenciamento de resíduos sólidos na

Assembléia Legislativa.

Data: 12 de novembro de 20071ª Reunião Plano de Gerenciamento de ResíduosParticipantes:

Deputado Kalil Sehbe

Maurício Oliveira – Superintendente Administrativo e Financeiro

Maria Izabel Schmitt – Diretora do Departamento de Serviços

Administrativos

Ricardo Cézar – Gabinete Deputado Miki Breier

Elenice Mello – Consultoria Legislativa

Ana Lúcia dos Santos Marques – Departamento Municipal de Limpeza

Urbana

Jairo Armando dos Santos – Departamento Municipal de Limpeza

Urbana

Monique Dinato – Pontifícia Universidade Católica

Maria Avelina Gastal – Secretária da Comissão

Assuntos tratados:

Gerenciamento dos resíduos sólidos na Assembléia Legislativa;

Experiências já desenvolvidas na Casa;

Planejamento incluindo os três Rs;

Mapeamento de resíduos;

Mapeamento de processos;

Licitação verde.

Deliberações:

Realização de uma nova reunião de trabalho da Comissão com a

seguinte pauta:

estabelecimento de Termo de Parceria;

mapeamento de resíduos;

destinação de resíduos – via DMLU ou venda pela Assembléia

Legislativa;

36

definição de planejamento estratégico com ações de curto,

médio e longo prazo, incluindo ações de educação e

motivação, tendo como eixo os três Rs.

Data: 19 de novembro de 20072ª Reunião Plano de Gerenciamento de Resíduos

Participantes:

Maurício Oliveira – Superintendente Administrativo e Financeiro

Alexandre Saltz – Ministério Público – Caoma

Sandra de Barcelos Sarmento – Ministério Público

Maria Izabel Schmitt – Diretora do Departamento de Serviços

Administrativos

Renita Dametto – Assessoria técnica

Elenice Mello – Consultoria Legislativa

Ana Lúcia dos Santos Marques – Departamento Municipal de Limpeza

Urbana

Jairo Armando dos Santos – Departamento Municipal de Limpeza

Urbana

Maria Avelina Gastal – Secretária da Comissão

Assuntos tratados:

Apresentação do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

do MP;

Sustentabilidade do Programa do MP através da venda de resíduos

recicláveis;

Trabalho desenvolvido pela PMPA com as associações cadastradas

que necessitam de material reciclável para evitar o retorno à informalidade

Licitação verde.

Deliberações:

Designação, pela Superintendência Administrativa e Financeira, de

um grupo de trabalho na AL para a elaboração de um Programa de Gestão

de Resíduos Sólidos.

37

Dia 20 de novembro A Comissão encaminhou memorando à Superintendência

Administrativa e Financeira da Casa solicitando a designação de um grupo

para elaborar o Programa de Gestão de Resíduos da Assembléia

Legislativa. A solicitação foi atendida em Portaria de número 25, de 22 de

novembro, publicada no Diário Oficial de 23 de novembro, designando os

servidores Elenice Maria de Mello, Maria Izabel Mallmann Schmitt, Ricardo

Petry Pithan, Sandra Maria de Jesus Reis e Tatiane Raquele Pelizan para

comporem Comissão para tratar do gerenciamento dos resíduos sólidos

produzidos na Casa.

Dia 11 de dezembroFoi apresentado na Reunião de Mesa o projeto desenvolvido pelo

grupo designado em Portaria e aprovado o Programa de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos da Assembléia Legislativa, que passou a vigorar através

da Resolução de Mesa 806/2007.

8. POSSIBILIDADES E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Deve-se atentar para o que se denomina saneamento ambiental que

é “o instrumento para controlar impactos da urbanização sobre o meio

ambiente e para reduzir os riscos naturai.”1. Impacto da urbanização nada

mais é do que uma referência à ocupação antrópica que se dá naturalmente

e que impacta, sobremaneira, o meio ambiente urbano. Aliás, a degradação

de todo o sistema ecológico se dá, prioritariamente, pela presença ou

interferência do homem que simplesmente invade ou utiliza-se dos recursos

naturais para garantir sua sobrevivência e fomentar desenvolvimento.

Porém, o desenvolvimento não pode vir sozinho, mas devidamente

sustentável por manejos corretos e responsáveis dos mananciais naturais, e,

como toda a atividade humana, quer fisiológica, econômica ou social, gera

rejeitos, estes devem ser descartados de forma adequada e que restem

muito poucos resíduos não-aproveitados.

1 www.urisan.tche.br/~cursoplanodiretor/material/silviaraquel/saneamento-ambiental.ppt -

38

Assim, uma das maneiras, senão a primeira, para que consigamos

minimizar o prejuízo social causado pelo passivo ambiental que herdamos

de nós mesmos, é a consciência da necessidade de REDUZIRMOS a

produção de rejeitos pessoais, e isto só se dá – pois vivemos numa

sociedade altamente consumista – através de uma verdadeira investida do

Estado em programas educacionais que instigue um novo comportamento

de consumo e de deposição dos diversos tipos de lixo por nós descartados.

Se atentarmos, inicialmente, que o consumo pela necessidade é mais

evolutivo do que o consumo pelo impulso, já estaremos dando um grande

passo rumo à redução da produção do lixo e minimizando a impactação do

ambiente. Este é o chamado primeiro ERRE fundamental para o sucesso

das ações posteriores e necessárias ao melhor manejo dos resíduos por nós

produzidos.

O segundo ERRE refere-se a um comportamento que se vai

esquecido através do passar dos anos vítima da capacidade criativa e

transformadora do Homem em fundir elementos diversos para substituir

outros economicamente inviáveis face à crescente competitividade

mercadológica, que é a REUTILIZAÇÃO ou REAPROVEITAMENTO.

Exemplo disto está na substituição das embalagens de vidro pelas de

plástico, criando-se o conceito do “descartável”, sendo, talvez, o princípio do

caos ambiental hoje instalado. Os nylons, os metais moldáveis e não

corrosivos, a extração e transformação de minerais altamente poluentes mas

necessários ou por sua capacidade de geração de energia ou como

componentes de instrumentos fundamentais à produção industrial: estão aí o

petróleo, o urânio, o mercúrio, dentre tantos outros.

A diária e constante produção destes materiais se devem à

necessidade crescente de sua utilização, e, além do mais, movimenta todo

um sistema produtivo que gera contratação de mão-de-obra ocasionando

aumento da distribuição de renda, cujo resultado é a lucratividade das

empresas para que possam investir em pesquisas para a elaboração de

novos materiais e novas aplicações. Mas este moto-contínuo redunda em

aumento do passivo ambiental pois o descarte puro e simples acarreta em

milhões de toneladas a mais de resíduos aos quais deve ser dado destino

dentro de nosso próprio habitat.

Para que possamos nos utilizar deste segundo ERRE, inicialmente

temos que aprender a reconhecer os materiais, distingüindo-os entre os

39

reaproveitáveis e aqueles que não podem retornar ao uso antes de

passarem por processos industriais de desmanche e re-fabricação. Seria o

caso, por exemplo, de retomar as embalagens de vidro, de bebidas –

lácteas, refrigerantes, alcoólicas -, de produtos de higiene, de óleos, etc -,

em substituição às de PET; o retorno do uso das sacolas pessoais nas

compras em detrimento das plásticas em lojas e supermercados; a

fabricação de produtos com maior durabilidade e com possibilidade de

conserto; a utilização racional dos insumos diários na lida burocrática como

o uso dos dois lados nas folhas de impressão, canetas recarregáveis,

cartuchos de tintas para impressoras com possibilidade de recarga; volta do

uso de copos laváveis, e tantas outras ações que, certamente, colaborariam

para a minimização da impactação ambiental com origem urbana e reflexo

danoso no maio natural. Evidente que não se pode mudar uma tendência de

comportamento já tão arraigado no meio social de uma hora para outra, pois

isto depende, antes de tudo, de uma mudança de paradigma cultural que

tem como vetor maior a educação, e isto clama, no mínimo, o espaço

temporal de uma geração ou duas. Ou seja, enquanto não se consegue

implementar satisfatoriamente o segundo ERRE, e mesmo já em sua

plenitude, há ainda a formação de um passivo impossível de não ser

produzido. Para ele a solução que melhor lhe cabe, hoje, é a educação para

sua melhor segregação, separando-o por similitude a fim de que possa ser –

olha o terceiro ERRE – RECICLADO e voltar para a linha industrial e dar-lhe

novo formato e utilização. E nem estamos falando nos resíduos orgânicos

que, estes sim, se bem separados dos inorgânicos e/ou tóxicos, podem ser

compostados para voltarem para seu leito natural servindo como adubo para

o plantio de outros orgânicos sem aditivos artificiais. Mas, para que isto

aconteça, mister que este manancial chegue aos centro de compostagem

limpos, ou seja, livres de compostos artificiais que retiram sua plena

capacidade de uso como adubo.

E isto só se dá graças à correta segregação dos resíduos a começar

pela nossa própria casa, separando corretamente os lixos orgânicos do

inorgânico, exigindo do Poder Público o recolhimento diferenciado bem

como a destinação própria deste resíduo, campanhas de mídia no sentido

não só de sensibilizar pela importância desta conduta pró-ativa, mas

também ensinando como diferenciar os resíduos, como acondicioná-los

corretamente para evitar contaminação por elementos tóxicos – pilhas,

40

lâmpadas, - hoje até já há a possibilidade de descartar responsavelmente o

óleo de cozinha para efeito de reciclagem -, o respeito ao cidadão que está

lá na ponta do processo de reciclagem manipulando nossos descartes,

lavando as embalagens antes de jogá-las fora, e fazendo a sociedade

entender a importância dos recicladores neste sistema de responsabilidade

ambiental.

8.1 ManejoVários são os problemas com o manejo dos resíduos sólidos,

até pela variedade de materiais de que são constituídos. Conforme a

Professora Ms.Sílvia Raquel Scherer Wolski, em curso de capacitação de

técnicos municipais para elaboração de planos diretores, ministrado na URI

e com apoio da Metroplan e Coredes, cinco são os principais fatores que

devem ser apreciados, sendo também observados por esta Comissão

Especial:

- Resíduos sólidos não coletados, lançados indevidamente em

encostas, cursos d’água, representando riscos à saúde coletiva,

riscos de poluição física, química e biológica do solo e de águas

superficiais e subterrâneas;

- Ausência de aterros sanitários e a ocorrência freqüente de lixões e

aterros não controlados;

- Disposição final inadequada de resíduos sólidos especiais, como

os resíduos industriais, hospitalares e de construção civil

(entulhos);

- Presença de catadores de material reciclável trabalhando em

condições insalubres; e

- Baixos índices de reutilização e reciclagem.

A falta de coleta pública regular de resíduos em pontos de difícil

acesso e mais afastados dos centro de diversos municípios faz com que

haja a deposição irregular e nefasta em ambientes vulneráveis, sujeitando-

os à proliferação de contaminantes e infectação de solos, mananciais

hídricos e comunidades próximas e distantes.

A ausência de aterros sanitários conduz a um comportamento

comunitário inadequado, pois passam a utilizar-se de lixões e estes são

comumente freqüentados por populações em estado de miserabilidade à

41

cata de alimentos e objetos de uso pessoal e familiar, sujeitando-os, além da

indignidade social, às mais diversas moléstias infecciosas.

Os resíduos industriais requerem disposição com custo elevado já

que necessitam, para seu sepultamento, de condições especiais de preparo

de solo e estruturas de proteção contra água da chuva, ou seja, não produz

chorume.

As camadas

de proteção contra

contaminação de

solo possuem

padrão de

confiabilidade e

estão dispostas da

seguinte forma:

Quando, ao

final, há o

encapsulamento

dos resíduos, sobreposto por argila, terra e plantio de gramíneas.

Já os resíduos de saúde, ou lixo hospitalar, deve ser tratado de forma

a

descontaminá-lo, triturá-lo, mantê-lo com o mínimo de umidade possível e

depositá-lo no aterro sanitário normal. Isto é possível através de uma

moderna tecnologia que é a utilização de fornos de microondas, que

recebem o resíduo infectado, é colocado em um grande recipiente –

semelhante a um moedor de carne – onde os resíduos passam a ser

triturados e, simultaneamente, recebem descargas de microondas a uma

temperatura de aproximadamente 100°C. Dali passam, levemente

42

Aterro industrial da Essencis – Curitiba/PR

umedecidos, para os contêineres para serem levados ao aterro sanitário

correspondente.

Esta técnica está sendo amplamente utilizada em Curitiba –

com 2 fornos, um dos quais foi implantado em Porto Alegre através de um

contrato entre a empresa CAVO e DMLU e, por razões não conhecidas, este

projeto foi abandonado e a empresa será indenizada pelos investimentos

efetuados -, em São Paulo e outras cidades importantes do Brasil. Esta,

aliás, é uma situação que deveria ser questionada junto ao Governo

municipal de Porto Alegre.

Há, em Curitiba, um programa de coleta, pela prefeitura local, dos

materiais tóxicos, e está dando ótimos resultados. A campanha se dá

através da divulgação dos locais e horários da coleta mês a mês, alertando a

população de forma didática utilizando-se de personagens criados para este

fim. Esta é, também, um conceito novo de comprometer as comunidades

com a dinâmica ambiental.

TERMINAIS E DIAS DE COLETA DO LIXO TÓXICO DOMICILIAR

Leve até ao terminal:   Pilhas, baterias, toner, tintas, embalagens de inseticidas,remédios vencidos,lâmpadas fluorescentes, óleo animal e vegetal embalados emgarrafa pet de 2 Litros.

Horário de permanência do caminhão nos terminais: 07:00 hs  às 15:00 hs

ANO:   2008 TERMINAIS Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

CENTENÁRIO 2 1 1 1 2 2 1 1 1 1 1 1VILAS OFICINAS 3 2 3 2 3 3 2 2 2 2 3 2

CAPÃO RASO 4 4 4 3 5 4 3 4 3 3 4 3VILA HAUER 5 5 5 4 6 5 4 5 4 4 5 4

CARMO 7 6 6 5 7 6 5 6 5 6 6 5BOQUEIRÃO 8 7 7 7 8 7 7 7 6 7 7 6

SÍTIO CERCADO 9 8 8 8 9 9 8 8 8 8 8 8PINHEIRINHO 10 9 10 9 10 10 9 9 9 9 10 9FAZENDINHA 11 11 11 10 12 11 10 11 10 10 11 10

CAIUÁ 12 12 12 11 13 12 11 12 11 11 12 11

CIC 14 13 13 12 14 13 12 13 12 13 13 12PORTÃO 15 14 14 14 15 14 14 14 13 14 14 13

CAMPINA DO SIQUEIRA 16 15 15 15 16 16 15 15 15 15 17 15CAMPO COMPRIDO 17 16 17 16 17 17 16 16 16 16 18 16SANTA FELICIDADE 18 18 18 17 19 18 17 18 17 17 19 17

43

GUADALUPE 19 19 19 18 20 19 18 19 18 18 20 18RUI BARBOSA 21 20 20 19 21 20 19 20 19 20 21 19

SITES 22 21 22 22 22 21 21 21 20 21 22 20CABRAL 23 22 24 23 23 23 22 22 22 22 24 22

BOA VISTA 24 23 25 24 24 24 23 23 23 23 25 23

SANTA CÂNDIDA 25 25 26 25 26 25 24 25 24 24 26 24

BARREIRINHA 26 26 27 26 27 26 25 26 25 25 27 26BAIRRO ALTO 28 27 28 28 28 27 26 27 26 27 28 27

CAPÃO DA IMBUIA 29 28 29 29 29 28 28 28 27 28 29 29Fonte: site do governo de Curitiba

Existe outra modalidade de destinação para resíduos que é a

dessorção térmica.

A Dessorção Térmica é um processo que tem o objetivo de tratar

solos contaminados com hidrocarbonetos não recicláveis tais como

gasolina, óleo diesel, óleo combustível, querosene, entre outros, reduzindo

ou eliminando sua concentração a níveis que permitam a disposição do solo

em seu local de origem ou em uma nova utilização. 

É uma tecnologia corretiva, que usa energia térmica para separar

fisicamente compostos voláteis do solo.

O equipamento de dessorção térmica é projetado para aquecer o

material sólido contaminado a uma temperatura suficiente para que os

constituintes orgânicos sejam volatizados, sem que haja alteração em suas

propriedades físicas, descontaminando a matriz sólida e os volatilizados

seguem para a câmara de pós-combustão onde serão destruídos

termicamente.

 A empresa Essencis – do Grupo paulista Camargo Corrêa, também

proprietária da CAVO – possui uma Unidade de Dessorção Térmica móvel,

montado sobre carretas, podendo ser transportado, instalado e utilizado com

rapidez para atendimento em todo o Brasil, possibilitando tratamento on-site

e off-site.

Fonte: site da Essencis

44

Os catadores de resíduos recicláveis devem ter, do Poder Público, um

tratamento dignificado, pois é uma categoria que muito contribui para a que

os resíduos aproveitáveis cheguem nas cooperativas ou centros de triagem

de reciclagem. É pela sua ação direta – vai diretamente à fonte produtora do

resíduo – que muitas iniciativas deram certo e hoje são modelo a ser

seguido.

O que não mais se tolera – e ocorre muito nos dias de hoje, ainda – é

a presença de cidadãos disputando lixo nos lixões espalhados pelo país

afora, não só para catarem resíduos para vender, mas também como fonte

de busca de “alimento” para suas famílias.

Focos de doença e indignidade humana são comuns nestes locais, e

é necessária uma forte atuação do Ministério Público para que obrigue os

governos municipais a cumprirem com a legislação ambiental, contribuindo,

de forma responsável, para com a inclusão desta camada social no meio

formal de trabalho, possibilitando melhoria da renda destas famílias e

contribuindo para com a sanidade ambiental dos municípios.

Por fim, o baixo índice de reutilização e reciclagem no país se dá em

razão do baixo investimento em educação ambiental. Matéria que deveria

ser obrigatória em todos os níveis do ensino, ocorrem apenas por iniciativas

pontuais e por empresas que tem no meio ambiente fonte de classificação

como respeitadoras do meio ambiente a fim de serem creditadas por sua

clientela e fornecedoras dos países que apenas aceitam negociar com

indústrias certificadas pela ISO 14000. Também ONGs fazem um trabalho

extraordinário na disseminação da cultura ambientalista de maneira quase

heróica e, com isto, conseguem acessar verbas governamentais disponíveis

para projetos em educação ambiental, ações preservacionistas e novas

técnicas e métodos de utilização de resíduos como forma de

sustentabilidade ambiental.

Exemplo disto é o CEMPRE, visitado por esta Comissão, que, através

de dezenas de empresas apoiadoras e financiadoras, executam ações de

altíssima relevância no âmbito da educação ambiental em todo o país, e,

através de publicações, vídeos e kits práticos para fomento da gestão

ambiental, contribui para a formação desta nova cultura da gestão,

preservação e o aproveitamento de nossos recursos naturais.

45

9. SITUAÇÃO ATUAL NO TRATO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo o IBGE, a situação do trato dos resíduos sólidos no Brasil é

extremamente precária, fazendo com que haja uma evolução lenta nos

investimentos públicos na área, não sendo dada a importância devida à

gestão dos resíduos.

Exemplo está nos dados apresentados pela FUNCETES2, em seu

site3, em levantamento efetuado em no ano de 2000, 63,3% dos municípios

brasileiros ainda utilizavam lixões a céu aberto, inclusive com permissão

tácita dos gestores públicos, de catadores e, dentre eles, 22% era composto

por crianças menores de 14 anos, e mulheres; mais de 160 mil toneladas de

lixo por dia, sendo que destas, em torno de 25 mil toneladas não coletadas.

Mais de 43 mil de crianças VIVEM em lixões, havendo uma estimativa de

que aproximadamente 130 mil pessoas vivem desta forma degradante.

A quase totalidade dos municípios brasileiros (99,4%) possui algum

tipo de coleta, e nos municípios com alta densidade populacional (mais de

500 mil habitantes) 25% do lixo produzido era jogado nas ruas, córregos,

terrenos baldios, manguezais, rios, etc. Porém, em torno de 500 municípios

possuem coleta seletiva de resíduos, demonstrando que há um início de

preocupação das municipalidades com a gestão e destinação final dos

resíduos produzidos. Com isto, houve uma redução significativa, nestes

locais, da produção de lixo per capita, cuja média nacional é de 1,5kg/dia,

para 0,66kg/dia. Exemplo disto é o município de Curitiba que, através de

programas de iniciativa do governo municipal em parceria com a CAVO –

empresa que faz a coleta e destinação dos resíduos -, conseguiu reduzir

para quase um terço a produção per capita de lixo. Atente-se que nos

municípios com população maior, maior também é a produção per capita de

2 Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico e Científico do CEFETES3 www.funcefetes.org.br

46

lixo, demonstrando a urgência de programas de educação ambiental,

principalmente nas escolas como matéria obrigatória a ser ministrada.

Quanto à destinação final dos resíduos sólidos, observa-se que os

municípios preocupam-se muito mais em livrar os centros urbanos dos

lixões, afastando-os, do que em depositá-los em locais adequados e

preparados para recebê-los, com o devido estudo de impacto ambiental.

Deve-se observar que um dos procedimentos mais importantes no

descarte do lixo urbano é o tratamento final à ele dado, sendo este

tratamento definido “como uma série de procedimentos destinados a reduzir

a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos sólidos, seja impedindo o

descarte do lixo em ambiente ou local inadequado, seja transformando-o em

material inerte ou biológicamente estável.”4

“O tratamento mais eficaz é o prestado pela própria população

quando empenhada a reduzir a produção de lixo nos diversos ambientes que

freqüenta.”5

Ilustração de um aterro sanitário – site www.funcefetes.org.br

Problema grave no tratamento e deposição de resíduos são os

denominados RSS – Resíduos dos Serviços de Saúde -, que ainda são

4 Idem acima5 Idem, idem acima

47

depositados em aterros sépticos que geram preocupação de infectação de

regiões próximas a eles. Há, no Brasil, duas formas de tratamento destes

resíduos e que ainda são muito poucos utilizadas: a autoclavagem e os

fornos de microondas. A autoclavagem é um tratamento térmico bastante

utilizado no ambiente hospitalar e que consiste em manter o material

contaminado a uma temperatura elevada, através do contato com vapor de

água, durante um período de tempo suficiente para destruir todos os agentes

patogênicos.

O processo inclui ciclos de compressão e de descompressão de

forma a facilitar o contato entre o vapor e os materiais contaminados. Os

valores usuais de pressão são da ordem de 3 a 3,5 bar e a temperatura

atinge 135ºC. Tendo a vantagem de ser relativamente simples e poder ser

utilizada para esterilizar diversos tipos de materiais hospitalares.6

Já os fornos de microondas além de aquecer os resíduos tornando-os

inertes, tritura-os a ponto de poderem ser depositados nos aterros sanitários

comuns. Além do mais a produção de chorume é quase zero.

O importante é que deva haver exigência dos governos municipais e

estaduais para a utilização de um destes processos, como obrigatórios, o

que ainda não ocorre.

Pouco incentivo, também, dos órgãos governamentais, para o sistema

de compostagem dos resíduos orgânicos domésticos, que, quando

ocorrentes, geram um residual orgânico rico em nutrientes suficientes para a

adubação de plantios diversos. Mas, para que seja eficiente, mister que haja,

nas comunidades envolvidas, amplo programa de educação para a

separação adequada dos compostos orgânicos e inorgânicos.

Por fim, devemos lembrar que três são as ações que devem ser

priorizadas para que se dê a devida importância no trato dos resíduos

urbanos: educação, investimento e formação de parcerias com associações

e ONGs voltadas para a coleta seletiva, reciclagem e compostagem. Sem

isto, as ações paralelas quedarão insuficientes e inertes frente a crescente

produção de resíduos e falta de locais adequados para sua deposição.

10.TABULAÇÃO DA PESQUISA ENTRE OS MUNICÍPIOS GAÚCHOS

6 Dr. Franz Reis Novak, que é Doutor em Microbiologia Médica, Chefe do Laboratório de Controle de Qualidade de Alimentos e Professor do Curso de Pós-Graduação, ambos do Instituto Fernandes Figueira / FIOCRUZ

48

Para traçar um diagnóstico da situação no trato dos resíduos sólidos,

foi elaborado e distribuído um questionário, parte do anexo deste Relatório,

para os 496 municípios do Estado do Rio Grande do Sul, com prazo para

devolução de 30 dias, expirado no dia 10 de dezembro de 2007. Para efeito

de tabulação, consideramos os questionários devolvidos até o dia 14 de

janeiro de 2008, sendo assim, os municípios de Uruguaiana e São Borja,

embora tenham respondido o questionário, não estão inseridos nos dados

tabulados.

10.1 Quadro Geral

Número de questionários enviados: 496

Número de questionários respondidos: 228

Tempo de fundação ou emancipação do município

49

A grande maioria dos municípios que responderam o questionário

(63%) têm de 10 a 50 anos de fundação ou emancipação.

Número de habitantes

Zona urbana

Zona rural

50

Até 1.000 hab.6%

De 1.000 a 5.000 hab.58%

De 5.000 a 10.000 hab.12%

De 10.000 a 20.000 hab.4%

De 20.000 a 50.000 hab.2%

Não Informado18%

NÚMERO DE HABITANTES ZONA RURAL

Dos municípios que responderam o questionário, 87% têm até 50.000

habitantes na área urbana, onde 53% têm até 5000 habitantes, e 74% na

área rural, onde 58% têm até 5.000 habitantes.

Em 34% dos municípios que responderam o questionário a população

rural é maior do que a urbana.

Condições de habitabilidade

51

Urbana66%

Rural34%

POPULAÇÃO MAIOR ZONA URBANA/RURAL

195202

62

157

228

205

101

143

0

50

100

150

200

250

Acesso Asfáltico Tratamento de Água

Esgoto Cloacal Esgoto Pluvial Energia Elétrica Pavimentação Transporte Urbano

Secretaria de Meio Ambiente

CONDIÇÕES DE HABITABILIDADE

Somente com relação à energia elétrica 100% dos municípios

responderam afirmativamente. Depois deste, os índices que mais se

aproximam com a totalidade são a pavimentação (89,9%) e o tratamento de

água (88,5%). Com relação ao acesso asfáltico, 85,5% responderam

afirmativamente, enquanto 68,8% afirmam ter esgoto pluvial e 27,1%

afirmam ter esgoto cloacal. Com relação ao transporte urbano, 44,2% dos

municípios da amostra possuem este tipo de serviço. Dos 228 municípios da

amostra, 62,7% possuem em sua estrutura administrativa algum órgão

responsável pelas questões de meio ambiente.

Tipo de lixo produzido

Da amostra de 228 municípios, 100% produz lixo doméstico, 95,6%

produz lixo público e de serviços de saúde, 90,3% produz lixo comercial,

71,9% produz lixo especial, 56,5% produz lixo industrial e 0,4% afirma

produzir lixo espacial e atômico.

Periodicidade da coleta

52

228

206218

164

129

218

0 1 10

50

100

150

200

250

TIPO DE LIXO PRODUZIDO

Diária38%

Dias Alternados45%

Semanal9%

2X por Semana

8%

PERIODICIDADE DA COLETA

Mesmo naqueles municípios onde há coleta diária, ela é realizada,

invariavelmente, na área central dos municípios e nos bairros mais próximos

e em dias alternados nas demais áreas.

Quantidade resíduo/dia

Dos municípios da amostra, 53% produzem até 5 toneladas de lixo ao

dia e 25% mais de do que 5 tonelada ao dia, que corresponde a 57

municípios.

Destinação em sua área territorial

53

Até 1.000 Kg30%

De 1.000 a 5.000 Kg23%

De 5.000 a 10.000 Kg6%

De 10.000 a 20.000 Kg7%

De 20.000 a 50.000 Kg6%

Mais de 50.000 Kg6%

Não Informado22%

QUANTIDADE DE RESÍDUO DIA/PRODUZIDO

Sim34%

Não65%

Não Informado1%

LOCAL DE DESTINAÇÃO EM SUA ÁREA TERRITORIAL

Tipo de local de destinação em sua área territorial

Da amostra que possui local de destinação em sua área territorial

(34%), 39% afirma ter aterro controlado licenciado ou não, 27% não

informou o tipo de local de destinação, 20% informou mais de um local, 6%

lixão a céu aberto, 6% usina de reciclagem e 1% usina de tratamento e

também 1% usina de triagem.

Distância percorrida entre o município e o local de destinação final dos resíduos

54

Aterro Controlado39%

Lixão a Céu Aberto6%

Local de Reciclagem6%

Usina de Tratamento1%

Usina de Triagem1%

Dois Locais de Destinação

20%

Não Informado27%

TIPO DE LOCAL DE DESTINAÇÃO EM SUA ÁREA TERRITORIAL

Até 20 Km14%

De 20 a 50 Km19%

De 50 a 100 Km27%

De 100 a 200 Km27%

Mais de 200 Km11%

Não Informado2%

DISTÂNCIA PERCORRIDA ENTRE MUNICÍPIO E DESTINAÇÃO FINAL

Da amostra (149) que afirmou não ter local de destinação para os

resíduos em seu próprio município, 65% fazem um deslocamento superior a

50km, enquanto que 33% percorre até 50km. Municípios que afirmaram não

ter local para depósito dos resíduos em seu território, não informaram a

distância percorrida (2%).

Município de destinação finalDiversos municípios foram citados como destinação final dos

resíduos.Cinco municípios não informaram qual o destino final de seus

resíduos. A seguir listaremos os municípios citados:

Arroio dos Ratos

Bom Progresso

Cachoeira do Sul

Campinas do Sul

Canoas

Carlos Barbosa

Chapecó (SC)

Ernestina

Erval Grande

Espumoso

Gaurama

Giruá

Gravataí

Guaporé

Iporã do Oeste (SC)

Jacutinga

Lagoa Vermelha

Marau

Minas do Leão

Minas do Recreio

Morrinhos do Sul

Palmeira das Missões

Palmitos (SC)

Paraíso do Sul

Pinheiro Machado

Pontão

Salto do Jacuí

Santa Bárbara do Sul

Santa Cecília do Sul

Santa Maria

Santiago

Santo Augusto

São Gabriel

São José do Ouro

São Lourenço do Sul

Seberi

Tramandaí

Três de Maio

Trindade do Sul

55

Minas do Leão (49), Palmeira das Missões (17) e Marau (13) foram os

municípios mais vezes citados como destino final.

Dos citados como destino final dos resíduos de outros municípios,

Bom Progresso, Cachoeira do Sul, Campinas do Sul, Canoas, Carlos

Barbosa, Espumoso, Marau, Minas do Leão, Minas do Recreio, Morrinhos do

Sul, Palmeira das Missões, Paraíso do Sul, Salto Jacuí, Santiago, Santo

Augusto, São Gabriel, São José do Ouro e Seberi não responderam o

questionário, assim não temos a informação de que tipo fornecida pelo

município do tipo de local de destinação final. Chapecó, Iporã do Oeste e

Palmito pertencem ao estado de Santa Catarina, portanto não receberam o

questionário para responder. Guaporé que foi citado por 1 (um) município

como local destinação, respondeu não ter local em seu território e que

percorre 80km até o município de Marau para destinar seus resíduos. Da

mesma forma Pontão, citado por 1(um) município, respondeu que não tem

local e percorre 110km até Palmeira das Missões. Giruá, também citado por

1(um) município, afirma ter licença prévia da FEPAM, aguardando licença de

instalação, para uma central de tratamento de resíduos e que percorre

200km para destinar seu lixo, não informando para qual município. Dos que

temos a informação pelo questionário respondido, a situação é a seguinte:

Arroio dos Ratos e Santa Maria afirmam possuir aterros controlados,

Gaurama, Gravataí, Lagoa Vermelha e Pinheiro Machado têm aterros

sanitários, Ernestina possui aterro sanitário e usina de reciclagem, Erval

Grande possui aterro sanitário, usina de reciclagem e processamento de

alguns tipos de plástico, Jacutinga possui tanque de decomposição de

resíduos orgânicos e pavilhão de reciclagem de lixo seco, Santa Bárbara do

Sul possui usina de reciclagem e compostagem de resíduos sólidos urbano

e Santa Cecília do Sul tem usina de reciclagem.

Coleta geral

56

A informação relativa ao custo para as prefeituras com a terceirização

da coleta ficou prejudicada pois os contratos seguem padrão e cláusulas

diversas, não sendo possível, portanto, o estabelecimento de um parâmetro

para comparação.

Coleta seletiva

Da amostra de 228 municípios, 50% afirma não ter coleta seletiva.

Entre aqueles que possuem, 21% contam com serviço próprio do município

para coleta, 28% com serviço terceirizado e 1% têm serviço misto.

Existência de catadores informais

57

Sim66%

Não 33%

Não Informado1%

EXISTÊNCIA DE CATADORES INFORMAIS

Própria21%

Terceirizada28%

Mista1%

Parceria Prefeitura e Catadores

0%

Não Possui50%

COLETA SELETIVA

Entre os municípios que responderam o questionário, 66% afirma ter

em seu território o trabalho de catadores informais, 33% nega a existência

destes trabalhadores e 1% não respondeu.

Organização de recicladores

Em 70% dos municípios da amostra não há nenhuma organização

dos recicladores, em 26% estão organizados em associações e/ou

cooperativas e 4% não respondeu.

Tipo de processamento desenvolvido nas unidades de triagem

58

Não Há Organização70%

Associações17%

Cooperativas9%

Há Organização, Não Informada

0%

Não Informado4%

TIPO DE ORGANIZAÇÃO DE RECICLADORES

Não Há Unidades de Triagem

30%

Separação36%

Enfardamento25%

Compostagem 1%

Beneficiamento Plástico

1%

Prensagem1% Outros

3%Não Respondido

2%Não Informado

1%

TIPO DE PROCESSAMENTO DESENVOLVIDO NAS UNIDADES DE TRIAGEM

Em 30% da amostra não há unidades de triagem, em 36% há o

trabalho de separação, em 25% de enfardamento, em 6% há outros

processamentos que não os citados anteriormente e 3% não informou ou

não respondeu. Alguns municípios desenvolvem mais de um tipo de

processamento em suas unidades de triagem.

Coleta de resíduos na área ruralEmbora 34% da amostra tenha população rural maior que a urbana,

não conseguimos estabelecer um parâmetro para tabulação dos dados. As

informações sobre a coleta foram as mais diversas, desde não haver coleta,

ou coleta apenas de resíduos recicláveis com periodicidade variando se uma

vez por semana a uma coleta semestral. Em diversos municípios a coleta é

feita apenas nos distritos, cabendo à população levar o lixo até lá. Nenhum

município fez qualquer menção ao recolhimento de produtos tóxicos

provenientes das lavouras.

Prefeitura desenvolve iniciativas a partir do lixo gerado

59

Em 53% dos municípios da amostra, a Prefeitura desenvolve alguma

iniciativa a partir do lixo gerado, enquanto em 45% não há nenhuma

iniciativa.

Iniciativas citadas

Alguns municípios citaram mais de uma iniciativa a partir do lixo

gerado. As iniciativas educativas representam 41% das citadas, as sociais

33% e as econômicas 26%.

10.2. Quadro comparativo entre as RegiõesPara que possamos ter uma idéia das condições no trato dos resíduos

sólidos no Rio Grande do Sul, decidimos traçar um perfil da situação das

regiões do Estado. Para tanto, definimos 8 regiões e, de forma aleatória,

destacamos 3 municípios de cada região para um quadro comparativo.

As regiões e seus respectivos municípios são as seguintes:

Região Norte Número de habitantes

Erechim 96.000

60

Educativas41%

Sociais33%

Econômicas26%

INICIATIVAS CITADAS

Frederico

Westphalen

26.716

Sarandi 20.444

Região Noroeste Número de Habitantes

Ijuí 76.761

Panambi 36.331

Santo Ângelo 76.745

Região Nordeste Número de habitantes

Bento Gonçalves 91.486

Guaporé 21.241

Vacaria 57.346

Região Central Número de habitantes

Lajeado 67.000

Santa Maria 258.834

Santa Cruz do Sul 120.000

Região Metropolitana

Número de habitantes

Gravataí 261.150

Novo Hamburgo 256.000

Viamão 227.430

Região Fronteira Oeste

Número de habitantes

Bagé 112.678

Dom Pedrito 38.126

Santana do

Livramento

90.747

Região Sul Número de habitantes

Camaquã 70.000

Pelotas 330.000

Rio Grande 191.755

61

Região do Litoral Número de habitantes

Cidreira 12.000

Osório 39.290

Tramandaí 40.000

O número de habitantes foi informado pelos municípios, alguns

tomando como base o censo de 2000 e outros os dados do IBGE de 2007.

Vacaria e Santana do Livramento não informaram o número de habitantes e

obtivemos os dados no site da FAMURS. Neste item foi tomada a população

total, considerando zona urbana e rural.

Dezesseis municípios discriminaram área urbana da rural, totalizando

207.721.000 habitantes na área rural. Tramandaí, Cidreira, Santana do

Livramento, Dom Pedrito, Sarandi, Vacaria, Lajeado e Gravataí não fizeram

esta discriminação.

Com relação às condições de habitabilidade temos o seguinte

quadro:

Acesso

Asfáltico

Tratº de

água

Esgoto

cloacal

Esgoto

pluvial

Energia

elétrica

Pavimen-

tação

Transpor-

te urbano

Sec. Meio

Ambiente

Erechim X X X X X X X

Frederico

Westphalen

X X X X X X

Sarandi X X X X X X X

Ijuí NI NI NI NI NI NI NI NI

Panambi X X X X X Departamento

Santo

Ângelo

X X X X X X Departamento

Bento

Gonçalves

X X X X X X X X

Guaporé X X X X X X X X

Vacaria X X X X X X

Lajeado X X X X X X X X

Santa Maria X X X X X X X X

Santa Cruz X X X X X X X

Gravataí X X X X X X X Fundação

62

Novo

Hamburgo

X X X X X X X X

Viamão X X X X X X Departamento

Bagé X X X X X X X

Dom Pedrito X X X X X X X

Santana do

Livramento

X X X X X X X Departamento

Camaquã X X X X X X X X

Pelotas X X X X X X X X

Rio Grande X X X X X X X X

Cidreira X X X X X X X X

Osório X X X X X X

Tramandaí X X X X X X X X

NI – Não informado

Apenas o município de Ijuí não preencheu as informações referentes

às condições de habitabilidade. Pelo Quadro, podemos observar que não há

grande diferença de condições entre os municípios e nem entre as regiões.

Mesmo com relação aos itens esgoto cloacal e pluvial, aqueles que

informaram possuírem tais esgotos não tem na totalidade do município e

alguns dos que ainda não possuem informaram já ter projeto para

implantação das redes. Dos 24 municípios listados, 4 (16,6%) não

informaram nenhum órgão de Meio Ambiente, sendo dois desses municípios

da mesma região (Bagé e Dom Pedrito), enquanto 4 (16,6%) afirmaram ter

Departamentos de Meio Ambiente, mas não informaram a que Secretaria

estão vinculados, 1 (4,16%) afirmou ter uma Fundação de Meio Ambiente e

os demais 14 (58,3%) têm Secretarias do Meio Ambiente. Totalizamos assim

19 municípios (79,1%) com alguma estrutura na administração responsável

pelas questões de meio ambiente.

Com relação ao tipo de lixo produzido pelos municípios temos o

seguinte quadro:

domiciliar Comercial Público Especial Industrial RSSS

Erechim X X X X X X

Frederico

Westphalen

X X X X X X

Sarandi X X X X X X

63

Ijuí X X X X X X

Panambi X X X X X X

Santo Ângelo X X X X X X

Bento

Gonçalves

X X X X X X

Guaporé X X X X X X

Vacaria X X X X X X

Lajeado X X X X X

Santa Maria X X X X X

Santa Cruz X X X X X X

Gravataí X X X X X X

Novo

Hamburgo

X X X X X X

Viamão X X X X X X

Bagé X X X X X

Dom Pedrito X X X X X X

Santna do

Livramento

X X X X X X

Camaquã X X X X X X

Pelotas X X X X X X

Rio Grande X X X X X X

Cidreira X X X X X

Osório X X X X X X

Tramandaí X X X X X

Os 24 municípios listados afirmam que é produzido em seu território

lixo domiciliar, comercial, público, especial e de serviços de saúde, enquanto

19 (82,9%) afirmam ter produção de lixo industrial em seu território. Dos que

não produzem lixo industrial, 2 ( Lajeado e Santa Maria) estão na região

Central, 2 (Cidreira e Tramandaí) no Litoral) e 1 (Bagé) na Fronteira Oeste.

Periodicidade da coleta

diária Dias

alternados

Semanal 2 x por

semana

Não há

coleta

Erechim X

Frederico

Westphalen

X

Sarandi X

Ijuí X x

64

Panambi X X

Santo Ângelo X

Bento

Gonçalves

X X

Guaporé X

Vacaria X X

Lajeado X

Santa Maria X

Santa Cruz X

Gravataí X X

Novo

Hamburgo

X

Viamão X X

Bagé X

Dom Pedrito X

Santana do

Livramento

X X

Camaquã X

Pelotas X X

Rio Grande X

Cidreira X X

Osório X

Tramandaí X X

Dos 24 municípios, 21 (87,5%) têm coleta diária. Dos que não fazem

coleta diária, 1 se localiza na região Norte (Sarandi), 1 na região Nordeste

(Guaporé) e 1 na região Central (Santa Maria). Dez municípios informaram

coleta diária e em dias alternados, destes 4 (40%) justificaram a escolha, 3

deles (Panambi, Viamão e Livramento) afirmaram ter coleta diária no centro

e em dias alternados nos demais bairros, enquanto 1 (Cidreira) afirmou ter

coleta diária na alta temporada e em dias alternados nos demais meses.

Quantidade de lixo/dia gerado no município

Quantidade lixo/dia em tonelada

Erechim 56Frederico

Westphalen

30

Sarandi NI

65

Ijuí 37Panambi 12,4

Santo Ângelo 42Bento

Gonçalves

75,8

Guaporé 12Vacaria 30

Lajeado 40Santa Maria 150

Santa Cruz 60Gravataí NI

Novo Hamburgo 200Viamão 130

Bagé 56Dom Pedrito 20

Santana do

Livramento

40

Camaquã 60

Pelotas 260Rio Grande 115,2

Cidreira NIOsório 27

Tramandaí 24 baixa temporada54 alta temporada

NI – Não informadoO município de Cidreira informou em metros cúbicos.

Relação total de habitantes por região e total de lixo/dia gerado

Região Total habitantes Total lixo/dia em tonelada

Norte 143.160 86

Noroeste 189.837 91,4

Nordeste 170.073 117,8

Central 445.834 250

66

Metropolitana 744.580 330

Fronteira Oeste 241.551 116

Sul 591.755 435

Litoral 91.920 51

Total 2.618.710 1.477,2

A tabela está prejudicada, pois os município de Sarandi (Norte),

Gravataí (Metropolitana) e Cidreira (Litoral) não informaram a quantidade de

lixo gerada por dia.

Destinação para os resíduos na área territorial

Destinação no próprio território por região:

67

Nas regiões Noroeste, Metropolitana e Sul os municípios

selecionados afirmam ter local em seu território para destinação do lixo. O

tipo de local de destinação no município foi assim classificado:

Dos 16 municípios que afirmam ter local para destinação em seu

território, 13 informam ter aterros sanitários ou controlados, 1 na região

Noroeste (Ijuí) destina os resíduos para lixão e um na região Sul (Rio

Grande) afirma possuir lixão controlado. No município de Novo Hamburgo

(região Metropolitana) o aterro não está sendo utilizado pois tem problemas

técnicos.

Os 8 municípios que não tem local de destinação em sua área

territorial encaminham seus resíduos conforme quadro a seguir:

Região Município Município de destinação

Quilometragem percorrida

Norte Frederico Westphalen Seberi 10km

Norte Sarandi Palmeira das

Missões

40km

Nordeste Bento Gonçalves Minas do Leão 200km

Nordeste Guaporé Marau 80km

Central Santa Cruz do Sul Minas do Leão 110km

Fronteira Oeste Dom Pedrito São Gabriel 180km

Fronteira Oeste Santana do

Livramento

São Gabriel 170km

Metropolitana Novo Hamburgo Minas do Leão 150km

Litoral Cidreira Tramandaí 40km

As menores distâncias percorridas estão nas regiões Norte e Litoral.

Nas demais regiões, a distância percorrida é superior a 80 km, atingindo até

68

200km. Pela seleção aleatória, os municípios das regiões Sul e Noroeste

fazem a destinação em sua própria área.

Modalidade da coleta geral

Região Própria TerceirizadaNorte 1 2

Noroeste - 3

Nordeste - 3

Central - 3

Metropolitana - 3

Fronteira Oeste - 3

Sul - 3

Litoral - 3

Total 1 23

Apenas o município de Frederico Westphalen (região Norte) afirma

não ter coleta terceirizada.

A informação relativa ao custo para as prefeituras com a terceirização

da coleta ficou prejudicada pois os contratos seguem padrão e cláusulas

diversas, não sendo possível, portanto, o estabelecimento de um parâmetro

para comparação.

Existência de coleta seletiva e modalidade

Região Coleta seletiva

Própria Terceirizada

Norte 2 1 1

Noroeste 3 - 3

Nordeste 2 - 2

Central 3 1 2

Metropolitana 3 2 1

Fronteira Oeste - - -

Sul 3 2 1

Litoral 1 - 1

Total 17 6 11

Além dos 3 municípios da Fronteira Oeste (Bagé, Dom Pedrito e

Santana do Livramento), os municípios de Sarandi (Norte), Guaporé

(Nordeste), Cidreira e Tramandaí (Litoral) não possuem coleta seletiva.

69

Percentual de coleta seletiva máxima e mínima por região

Região Percentual máximo

Percentual mínimo

Norte 100% 0%

Noroeste 100% 95%

Nordeste 100% 0%

Central 100% 10%

Metropolitana 50% 2,5%

Fronteira Oeste 0% 0%

Sul 85% 1%

Litoral 100% 0%

Na região Norte, Erechim e Frederico Westphalen afirmam ter coleta

seletiva em 100% do território, enquanto Sarandi não tem coleta seletiva. Na

região Noroeste, Ijuí e Panambi têm coleta seletiva em 100% do território e

Santo Ângelo em 95%. Na região Nordeste, Vacaria tem coleta seletiva em

100% do seu território, Bento Gonçalves em 98% e Guaporé não tem coleta

seletiva. Na região Central, Lajeado tem a coleta em 100% do seu território,

Santa Maria em 25% e Santa Cruz do Sul em 10%. Na região Metropolitana,

Gravataí tem coleta seletiva em 50% do território, Novo Hamburgo em 25%

e Viamão em 2,5%. Na Fronteira Oeste, nenhuns dos três municípios têm

coleta seletiva. Na região Sul, Camaquã tem coleta seletiva em 85% do seu

território, Pelotas em 3% (nas escolas municipais) e Rio Grande em 1%. No

Litoral, Osório tem coleta seletiva em 100% do seu território, enquanto

Tramandaí e Cidreira não têm.

Quadro relacionando quantidade de lixo gerado e existência de coleta

seletiva:

lixo/dia em tonelada território abrangido

Erechim 56 100%Frederico Westphalen 30 100%

Sarandi NI 0%Ijuí 37 100%

Panambi 12,4 100%

70

Santo Ângelo 42 95%Bento Gonçalves 75,8 98%

Guaporé 12 0%Vacaria 30 100%

Lajeado 40 100%Santa Maria 150 25%

Santa Cruz 60 10%Gravataí NI 50%

Novo Hamburgo 200 25%Viamão 130 2,5%

Bagé 56 0%Dom Pedrito 20 0%

Santana do Livramento 40 0%Camaquã 60 85%

Pelotas 260 3%Rio Grande 115,2 1%

Cidreira NI 0%Osório 27 100%

Tramandaí 24 baixa temporada54 alta temporada

0%

Os 5 municípios (Santa Maria, Novo Hamburgo, Viamão, Pelotas e

Rio Grande) que informam a maior produção de lixo diário, acima de 100

toneladas, possuem baixo percentual de coleta seletiva em seu território.

Existência de catadores informais

71

Com exceção de Frederico Westphalen (Norte) que não informou

sobre a existência ou não de catadores informais, os demais municípios

responderam afirmativamente.

Organização de recicladores

Tipo de organização de recicladores

Os municípios que afirmam não ter organização de recicladores são

Frederico Westphalen e Sarandi (Norte), Panambi (Noroeste), Guaporé

(Nordeste), Dom Pedrito (Fronteira Oeste) e Cidreira (Litoral). Novo

Hamburgo e Pelotas afirmam existir associações e cooperativas em seus

municípios.

Tipo de processamento nas unidades de triagem

72

NI – não informado o tipoTrês municípios não têm unidades de triagem (Frederico Westphalen

– Norte, Rio Grande – Sul e Cidreira – Litoral). Destes, apenas Frederico

Westphalen afirma não ter catadores informais.

Coleta na área ruralDezesseis municípios selecionados totalizam 207.721.000 habitantes

na área rural. Tramandaí, Cidreira, Santana do Livramento, Dom Pedrito,

Sarandi, Vacaria, Lajeado e Gravataí não descriminaram área urbana da

rural. Bagé e Cidreira, embora tenham indicado população rural, afirmam

não haver coleta de resíduos. Nos demais municípios a periodicidade varia

de quinzenal a trimestral, nos distritos, basicamente de lixo reciclável,

enquanto é orientada a compostagem do material orgânico. Em nenhum

questionário há referência à coleta de lixo tóxico.

Prefeitura desenvolve iniciativas a partir do lixo gerado NI – Não informado

As prefeituras de Lajeado (região Central) e de Tramandaí

(Litoral) não desenvolvem iniciativas a partir do lixo gerado e a de Dom

Pedrito (Fronteira Oeste) não respondeu esta questão.

73

Classificação das iniciativas citadas

Os municípios citaram 19 vezes iniciativas educativas, 15 vezes

iniciativas sociais e 14 iniciativas econômicas. As iniciativas citadas foram

agrupadas conforme listagem abaixo:

Palestras;

Exposições;

Feiras;

Treinamento de catadores;

Doação de material às cooperativas e associações;

Artesanato;

Transformação em adubo orgânico;

Trilha ecológica;

Distribuição de sacolas;

Destinação de verba mensal às cooperativas e associações;

Educação ambiental;

Transporte de catadores conveniados até às unidades de triagem;

Fomento ao associativismo;

Economia solidária;

Leilão de material reciclável recolhido nas escolas com retorno da

verba para o estabelecimento escolar;

Oficinas de reciclagem;

Reaproveitamento e troca de óleo de cozinha.

10.3 Quadro comparativo Porto Alegre e Caxias do SulNo cenário nacional, Porto Alegre e Caxias do Sul são municípios

referência no trato dos resíduos sólidos. A seguir, demonstraremos em

quadro as respostas dadas pelos referidos municípios para o questionário

enviado pela Comissão.Dados Porto Alegre Caxias do Sul

Ano de fundação 1772 1910

População 1.416.363 412.053

Acesso asfáltico Sim Sim

Tratamento de água Sim Sim

Esgoto cloacal Sim Sim

Esgoto pluvial Sim Sim

Energia elétrica Sim Sim

Pavimentação Sim Sim

Transporte urbano Sim Sim

74

Secretaria de meio ambiente Sim Sim

Lixo domiciliar Sim Sim

Lixo comercial Sim Sim

Lixo público Sim Sim

Lixo especial Sim Sim

Lixo industrial Sim Sim

RSSS Sim Sim

Lixo atômico Não Não

Lixo espacial Não Não

Lixo radioativo Não Não

Periodicidade da coleta Diária e dias alternados Diária e dias alternados

Resíduo/dia tonelada 1.319,87 400

Destinação na área territorial Não Sim

Aterro Sanitário

Local e km percorrida para destinação fora do município

Minas do Leão

83km do município

113km do transbordo

-

Coleta geral Terceirizada Própria

Percentual de coleta seletiva 100% do território 100% na área urbana

90% na área rural

Coleta seletiva Própria Própria

Coleta por catadores informais Sim Sim

Organização de recicladores Sim

Associações

Sim

Não informado o tipo

Tipo de processamento nas unidades de triagem

Separação

Enfardamento

Separação

Enfardamento

Coleta na área rural Não há área rural no município. As regiões

mais afastadas recebem o mesmo tratamento

das demais regiões; coleta domiciliar alternada

nos bairros residenciais e diária na região

central

Abrange cerca de 90% da zona

rural. As coletas orgânica e

seletiva são feitas em dias

alternados.

Prefeitura desenvolve iniciativas a partir do lixo gerado

Sim Sim

Iniciativas educativas Serviço de Assessoria Sócio Ambiental que

promove educação ambiental em escolas,

universidades, órgãos públicos, condomínios

residenciais e empresas.

Palestras educativas em

escolas e junto à comunidade

Iniciativas sociais Destinação do resíduo reciclável da coleta

seletiva às associações de catadores

conveniadas gerando renda e inclusão social.

Através das associações de

recicladores gerando emprego e

renda

Iniciativas econômicas Geração de renda para as associações de

catadores que obtêm seu sustento através da

venda dos materiais triados.

Através das associações de

recicladores gerando emprego e

renda

75

11. CONCLUSÕES

A produção diária de lixo urbano assume proporções alarmantes,

considerando tanto sua quantidade quanto a destinação dada a ele. A

sociedade de consumo cria necessidades até então desconhecidas, onde o

apelo para a aquisição do produto ignora, na maioria das vezes, as

conseqüências para o ambiente. As embalagens mostram-se cada vez mais

diversificadas, coloridas e com materiais de difícil decomposição.

Os centros urbanos apresentam-se desprovidos de infra-estrutura que

suporte o crescimento populacional e seu conseqüente aumento de

produção de resíduos. Aliado a isto, a implantação de um setor produtivo

não trouxe consigo a responsabilidade por uma preservação ambiental.

A partir da Constituição de 1988, os municípios são entes federados,

assumindo grandes responsabilidades de gestão, muitas vezes sem a

correspondente contra-partida.

Destacamos a partir das Audiências públicas e da tabulação dos

questionários uma falta de políticas municipais, estadual e federal que

enfrente e ordene a situação dos resíduos sólidos. Percebemos que em um

número significativo de municípios, alguns deles de grande porte, nem

mesmo os princípios básicos de redução, reciclagem e reutilização são

observados na medida que não há trabalho desenvolvido pelas Prefeituras a

partir do lixo gerado, não existe organização de recicladores, nem mesmo

coleta seletiva.

Com base no que foi discutido nas Audiências públicas e obtido como

respostas nos questionários, podemos afirmar que:

76

1. A situação é graveLevando-se em conta o aumento populacional, o crescimento do lixo

produzido e a incapacidade ou inadequação da maioria dos municípios para

enfrentar o problema, enfrentamos uma situação de grande gravidade na

medida que a disposição inadequada de resíduos compromete o

ecossistema, afetando as condições do solo, das águas e do ar.

2. O enfrentamento é desordenadoA inexistência de políticas no âmbito federal e estadual que definam

uma política de Estado para resíduos sólidos, faz com que as ações

desenvolvidas pela Administração pública e pela iniciativa privada sejam

segmentadas e pontuais, não estabelecidas por um planejamento

estratégico, de visão sistêmica, para o enfrentamento do problema.

3. A fiscalização é ineficienteApesar de não haver uma política definida para o trato dos resíduos

sólidos, diversos atos normativos buscam estabelecer regras e

responsabilidades para a disposição final dos resíduos. No entanto, o Estado

não possui estrutura suficiente para fiscalizar o cumprimento das normas.

4. Existem forças e ações significativasDiversos atores têm buscado alternativas para o enfrentamento da

situação. No entanto, as ações são desencontradas e compartimentadas e

acabam concorrendo entre si, com conseqüentes prejuízos operacionais,

humanos e ambientais.

5. Existem recursos humanos, científicos e tecnológicosTanto nos órgãos da Administração pública quanto nas estruturas da

sociedade existem recursos humanos qualificados e pesquisas valiosas que

podem contribuir para o enfrentamento da situação. São imprescindíveis a

convergência de recursos, inteligência e conhecimento para otimização dos

resultados.

77

12. RECOMENDAÇÔES

As recomendações apontadas neste Relatório são o resultado do

amplo trabalho desenvolvido através de visitas técnicas, tabulação do

questionário e dos depoimentos trazidos nas Audiências Públicas realizadas

nos 120 dias de funcionamento da Comissão. Diante do complexo quadro

apresentado, as recomendações são:

1. Estabelecer uma política estadual de resíduos sólidos;

2. Gestionar junto à Bancada gaúcha no Congresso Nacional a

aprovação de uma política nacional de resíduos sólidos;

3. Fazer as adequações necessárias, conforme apontado pela

Consultoria Legislativa da Casa, na legislação estadual sobre

resíduos sólidos na área da saúde;

4. Propor o diferimento da cobrança de ICMS para a ponta do

mercado de reciclagem;

5. Estabelecer a obrigatoriedade em todos os Poderes e órgãos da

Administração a realização de licitações verdes, com exigência de

responsabilidade ambiental daqueles que prestam serviços,

equipamentos ou materiais para o serviço público;

6. Propor legislação sobre a participação dos municípios no produto

da arrecadação de ICMS compatível com a adequação de sua

gestão de resíduos;

7. Estabelecer políticas de apoio aos catadores informais, garantindo

dignidade e condições de saúde;

78

8. Orientar e apoiar iniciativa de consórcios municipais que tenham

como foco a gestão dos resíduos;

9. Dotar os órgãos de fiscalização de recursos humanos e financeiros

compatíveis com a extensão e importância da função;

10.Estabelecer parcerias com entidades da sociedade civil para uma

ação de co-responsabilidade no desenvolvimento de programas,

projetos e ações;

11.Criar, em parceria com as Prefeituras, programas permanentes de

preparação para o trabalho de reciclagem;

12.Desenvolver campanhas educativas para redução e

reaproveitamento do lixo doméstico;

13.Publicar, além do Relatório, material educativo com informações

claras e objetivas que possa ser distribuído em escolas e eventos

de grande repercussão;

14. Implantar em todos os prédios que abriguem órgãos públicos das

esferas municipal, estadual ou federal, programa de gestão de

resíduos sólidos com indicadores para medição de resultados;

15.Realizar evento para o lançamento do Relatório como forma de

divulgar os resultados.

Por fim, a administração da Assembléia Legislativa, sensível ao

trabalho desenvolvido pela Comissão, aprovou Resolução estabelecendo a

política de gestão da Casa para os seus resíduos. Assim, a implementação

desta política seria já um resultado prático do trabalho desenvolvido pelos

Parlamentares, dando uma resposta positiva sobre a responsabilidade do

Poder Legislativo na busca de soluções para as angústias da sociedade.

É o Relatório.

Dep. Miki Breier,

Relator

79

13. REFERÊNCIAS

RODRIGUES, F.L. CAVINATTO,V.M. Lixo: de onde vem? Para onde vai? São Paulo: Editora Moderna, 1997.

OLYMPIO, J. 50 coisas simples que as crianças podem fazer para salvar a Terra. Rio de Janeiro, 2002.

Coleção Reciclagem e Ação. 5 Elementos - Instituto de Educação e

Pesquisa Ambiental. São Paulo - SP.

Cadernos de Reciclagem 3 - Coleta Seletiva nas Escolas. CEMPRE -

Compromisso Empresarial para a Reciclagem. 1993

MMA In: http://www.mma.gov.br/port/sqa/prorisc/pilhasba/pilhas.html

Acessado em 23/01/2008.

CEMPRE. Fichas Técnicas. In: http://www.cempre.org.br/

In: Gonçalves, D. N. Sujeira recorde. VEJA, 18 de junho de 1997.

Prefeitura de Porto Alegre. In:

http://www.portoalegre.rs.gov.br/dmlu/default.htm

Artigo: Política Nacional de Resíduos Sólidos(*) Arnaldo Jardim é deputado federal e coordenador do Grupo de Trabalho

responsável pela Política Nacional de Resíduos Sólidos da Frente

Ambientalista da Câmara dos Deputados. 09 de Dezembro de 2007

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Site Codeca

Site DMLU

Site Lixo.com

Site Recicleide

14. Anexos

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Anexo 1Atas

ATA DE INSTALAÇÃOAos dezoito dias do mês de setembro do ano dois mil e sete, às dez horas

e trinta minutos, no Gabinete da Presidência, localizado no 2o andar do Palácio Farroupilha, o Presidente, Excelentíssimo Senhor Deputado Frederico Antunes, reuniu-se com os Excelentíssimos Senhores Deputados, com o objetivo de instalar a Comissão Especial para Analisar a Questão do Lixo no Estado do Rio Grande do Sul, requerida consoante RCE 08/2006, constante do Processo nº 21811-0100/06-4. Presentes os Senhores Deputados Kalil Sehbe, Alceu Moreira, Marco Peixoto, Nelson Härter, Rossano Gonçalves, Adão Viallaverde, José Sperotto, Miki Breier, Edson Brum, Gerson Burmann e Paulo Odone e a Senhora Deputada Kelly Moraes. Prestigiaram a cerimônia os Senhores Secretário Adjunto da Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Luiz Zaffalon, representante da Secretaria de Educação do Estado, Lauro Hagemann, representante da Secretaria do Meio Ambiente do Estado, Alberto Mendonça, Pró-Reitor de Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, César Zen Vasconcellos, Diretor do Instituto do Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica, Jorge Alberto Villwock, Diretor de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Torvaldo Marzolla Filho, Diretor de Operações do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, Adelino Lopes Neto, Presidente do Instituto Brasileiro de Produção Sustentável e Direito Ambiental, Carlos Nascimento, Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental da Universidade Luterana do Brasil, Erwin Francisco Tochtrop e representante do Instituto Porto Alegre Ambiental, Vilmar Isolan de Mello. O Excelentíssimo Senhor Deputado Frederico Antunes, Presidente desta Assembléia Legislativa, saudou aos presentes, declarou instalada a referida Comissão e deu posse aos Deputados indicados pelas respectivas Bancadas para comporem a Comissão como Membros Titulares: Deputados Fabiano Pereira - PT, Ronaldo Zülke - PT, Adolfo Brito - PP, João Fischer - PP, Gerson Burmann - PDT, Gilmar Sossella - PDT, Zilá Breitenbach - PSDB, Berfran Rosado - PPS e Paulo Borges - DEM; e como Membros Suplentes: Deputados: Marco Peixoto - PP, Silvana Covatti - PP, Adroaldo Loureiro - PDT, Giovani Cherini - PDT, Nelson Marchezan Jr. - PSDB, Aloísio Classmann - PTB, Carlos Gomes - PPS e Marquinho Lang - DEM. Em ato contínuo, conforme entendimento político entre as Bancadas, foram eleitos e empossados os Excelentíssimos Senhores Deputados Kalil Sehbe, como Presidente; Deputada Kelly Moraes, como Vice-Presidente; e o Deputado Miki Breier, como Relator. Em seguida o Presidente passou a palavra ao Deputado Kalil Sehbe, que, ao assumir o cargo, proferiu um discurso sobre a temática da Comissão. Após, o 2º Vice-Presidente, Excelentíssimo Senhor Deputado Adão Villaverde, manifestou-se sobre a importância da instalação desta Comissão. Nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a cerimônia de instalação da presente Comissão. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente deste Poder Legislativo, Excelentíssimo Senhor Deputado Frederico Antunes, pelo Excelentíssimo Senhor Presidente da Comissão Especial, Deputado Kalil Sehbe e por mim, Secretária “ad hoc”.

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ATA Nº 1Aos vinte e sete dias do mês de setembro do ano de dois mil e sete, às

onze horas, na Sala Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a primeira reunião da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Kalil Sehbe. Presentes os Senhores Deputados, membros titulares, Miki Breier, Fabiano Pereira, Kelly Moraes, Gerson Burmann, Gilmar Sossella, Paulo Borges e, membros suplentes, Deputados Carlos Gomes e Silvana Covatti. Havendo número regimental, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. O Deputado Kalil Sehbe, apresentou a seguinte proposta de roteiro de trabalho: serão convidados para as reuniões e audiências públicas: Secretário de Estado do Meio Ambiente; Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA; Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM; Secretário de Estado da Saúde; Secretário de Estado da Educação; Secretário de Estado da Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano; Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN; Secretário de Estado da Ciência e Tecnologia; Ministério Público – Procurador-Geral de Justiça; Centro de Apoio de Defesa do Meio Ambiente; Grupo de Urbanismo e Meio Ambiente – Gruma; Ministro da Saúde; Ministro da Educação; Ministro das Cidades; Ministro de Ciência e Tecnologia; Ministro do Meio Ambiente; Poder Judiciário – Presidente do Tribunal de Justiça; Federação das Associações de Municípios do Estado do Rio Grande do Sul; Associação Gaúcha de Municípios; Prefeituras Municipais; Câmaras de Vereadores; Hospital de Clínicas de Porto Alegre; Universidades e Instituições de Ensino Superior; Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul - FIERGS; Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE/SP; comitês de bacias; organizações não-governamentais; empresas de tratamento de lixo; associações de recicladores; cooperativas; educadores; artistas. Foi sugerido pelo Senhor Deputado Fabiano Pereira a inclusão na lista de convidados do Ministério Público do Trabalho e da Fundação Nacional de Saúde e pelo Presidente da Comissão a inclusão do Conselho Estadual das Cidades e do Centro Nacional de Tecnologias Limpas. A Comissão seguirá seus trabalhos tendo presente a seguinte pauta em suas reuniões e audiências públicas: ações para a sustentabilidade a partir do lixo; relato de experiências no trato com resíduos sólidos; origem e destinação de todo tipo de resíduos com avaliação dos danos às pessoas e à natureza; promoção de atividades culturais e educacionais que despertem mudanças de hábitos e atitudes; estratégias de desenvolvimento e novas tecnologias no trato do lixo; geração de vias alternativas de energia. Por sugestão do Senhor Deputado Fabiano Pereira foi incluído na pauta a discussão sobre os meios usados pela nossa sociedade para a embalagem dos seus resíduos sólidos. Foi definido o seguinte cronograma de atividades para a Comissão: Audiências Públicas dias onze de outubro, tendo como palestrante professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; dezoito de outubro com apresentação de trabalhos pela Universidade Luterana do Brasil e pela Pontifícia Universidade Católica; vinte e cinco de outubro com representantes do Governo Estadual, Governo Federal, Ministério Público e Ministério Público do Trabalho; oito de novembro com a participação da Federação das Associações de

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Municípios do Rio Grande do Sul e Prefeituras Municipais; vinte e dois de novembro com relato da experiência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre; vinte e nove de novembro com a participação da entidade Compromisso Empresarial para Reciclagem – SP, da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e do Centro Nacional de Tecnologias Limpas; seis de dezembro com a participação de organizações não-governamentais, associações de recicladores e cooperativas; e por sugestão do Senhor Deputado Fabiano Pereira, dia treze de dezembro para ouvir técnicos dos Governos Estadual e Federal, do Ministério Público e demais especialistas sobre o custo dos resíduos sólidos para a sociedade. A votação do Relatório Final acontecerá no dia quatorze de fevereiro de dois mil e oito. Foi deliberada a aquisição de passagem aérea para o traslado do representante do Compromisso Empresarial para Reciclagem, com sede em São Paulo, bem como a solicitação à Mesa para que seja declarado hóspede oficial do Poder nos dias vinte e oito e vinte e nove de novembro. A organização do cronograma considerou a suspensão dos trabalhos durante o recesso parlamentar. As datas apresentadas são indicativas, podendo ser agendada qualquer outra data para audiências públicas ou reuniões dentro do período regimental de funcionamento da Comissão. Os Parlamentares deliberaram sobre visitas técnicas aos municípios de Caxias do Sul, Minas do Leão; da Região Metropolitana, com a inclusão da solicitação do Senhor Deputado Miki Breier para que seja priorizada visita ao município de Gravataí, do Litoral Norte, de Santa Maria, de Pelotas, do Rio de Janeiro, de São Paulo e , por sugestão do Senhor Deputado Gilmar Sossella, foi incluído o município de Santa Cecília do Sul. Para o deslocamento, será utilizado transporte terrestre ou aéreo, ficando autorizada a aquisição de passagem aérea, terrestre, a locação de veículo e o pagamento de diária. Será feito consulta à Procuradoria da Casa para que seja publicado pela Comissão um manual educativo sobre o tema; editado um vídeo, também educativo, para exibição na TV/AL, em escolas e em outros meios de divulgação da informação e para que seja realizado um evento em março de dois mil e oito, após o encerramento da Comissão, para o lançamento do manual, do vídeo e para a certificação de todos aqueles que colaboraram com o trabalho da Comissão. Será enviado questionário a todas as Prefeituras do Estado do Rio Grande do Sul, através de e-mail, fax e correio, com prazo de trinta dias para devolução. Os dados coletados serão tabulados e farão parte do Relatório Final como diagnóstico da questão do lixo em nosso Estado. O questionário foi lido e as alterações propostas pelos Senhores Deputados acolhidas por votação. Por solicitação do Senhor Deputado Paulo Borges será enviada uma cópia de cada questionário respondido aos membros da Comissão. Colocada em votação, a proposta de roteiro e cronograma, e suas alterações, foram aprovadas com nove votos favoráveis e nenhum contrário. Nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a reunião. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente da Comissão Especial, Excelentíssimo Senhor Deputado Kalil Sehbe e por mim.

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ATA Nº 2Aos onze dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, às onze horas

e dez minutos, na Sala Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a primeira Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Miki Breier, Relator. O Senhor Deputado Miki Breier, justificou a ausência do Senhor Deputado Kalil Sehbe, Presidente da Comissão, que encontra-se em Buenos Aires cumprindo missão oficial pela Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais, e da Senhora Deputada Kelly Moraes, Vice-Presidente, que está participando de reunião de Mesa convocada para esta manhã. Presentes à Audiência Pública servidores da Assembléia Legislativa e os senhores Carlos Vasconcellos e Eduardo de Almeida, representando a Organização não-Governamental Ecoconsciência, o Senhor Déri Calvete da Rocha, representando a Prefeitura de Viamão, o Senhor Delmar Sittoni, representando o Instituto Saberes e Cuidados Ambientais, o Senhor Erwin Tochtrop, representando a Universidade Luterana do Brasil, o Senhor Júlio Moretti Gross, representando o Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – SINAENCO, o Senhor Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do município de Porto Alegre e o Senhor Carlos de Faria, representando a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul. O Senhor Deputado Miki Breier informa que através da Universidade Federal do Rio Grande do Sul a Comissão tomou conhecimento de estudo sobre resíduos sólidos, já com relatório final, existente no Governo estadual e, por solicitação da Presidência da Comissão, será solicitado à senhora Governadora do Estado cópia do referido trabalho. Informa que a Audiência Pública de hoje tem como palestrantes professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que apresentarão idéias relativas ao problema do lixo urbano, soluções e alternativas tecnológicas, trazendo a visão de alguns departamentos da universidade que têm trabalhado com reciclagem de material e incineração, controle, modelagem e otimização de processos industriais, desenvolvimento e projeto de processos com alta integração mássica e energética e bio-refinarias. Outro aspecto a ser discutido é a mudança cultural em relação ao consumo e à geração de lixo, com sugestões que possam promover esta mudança. De pronto é passada a palavra ao Professor Jorge Otávio Trierweiler para que faça sua apresentação, intitulada A transformação do lixo urbano em fonte de energia: viabilidade e desafios tecnológicos. O Professor Jorge Otávio Trierweiler afirma que ao analisarmos a questão do lixo em nossa sociedade, temos que, necessariamente, observar três eixos: social - cultural; ambiental – tecnológico e econômico e que atualmente temos sérios problemas no primeiro eixo, com um longo caminho a ser trilhado. A diminuição do impacto ambiental gerado pelos resíduos passa por mudanças corriqueiras na rotina dos cidadãos, desde a utilização de sacolas de pano para as compras em supermercados até a utilização mais adequada de recursos, reduzindo, assim, a quantidade de lixo gerado. No entanto, mesmo com a redução, existirá uma determinada quantidade de lixo a ser processado. Apresenta como sugestão com viabilidade tecnológica, econômica e ambiental a utilização de dois processos: o de incineração ou o de bio-digestores, que gerariam energia elétrica. Afirma que Porto Alegre produz mil e seiscentas toneladas/dia de lixo e que a utilização destes dois processos

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reduziria o impacto ambiental, pois os lixões têm vinte vezes mais toxicidade que contribuem para o aquecimento global. Informa que oitenta por cento das usinas de energia por incineração estão no Primeiro Mundo. Apesar de viável tecnologicamente e economicamente, a incineração terá problemas de licenciamento no Rio Grande do Sul junto à Fundação de Proteção Ambiental – FEPAM. Afirma, ainda, que a idéia básica dos aterros sanitários com bio-digestores é a produção de bio-gás a partir do lixo urbano e sua utilização no acionamento de turbinas para geração de energia elétrica, que seria o retorno econômico deste processo. Esta solução tem sido fortemente adotada nos grandes centros brasileiros, mostrando-se viável para o nosso Estado, e cita o exemplo do aterro Bandeirantes em São Paulo que vem gerando energia para duas mil famílias, contribuindo para a diminuição da emissão de gases pelos lixões e para os aspectos de habitabilidade da região através da diminuição dos odores emanados do lixão. Informa sobre links e sites que tratam destes assuntos, que estão disponíveis na apresentação do Professor na página da Assembléia, no link da Comissão Especial. Alerta que uma garrafa pet leva quinhentos anos para se decompor e que, se não houver uma mudança cultural, este será o legado que deixaremos para gerações futuras. Ressalta que pequenas mudanças podem alterar em muito a quantidade de lixo gerada em nossa sociedade. O Senhor Deputado Miki Breier registra a presença da Senhora Deputada Kelly Moraes, Vice-Presidente da Comissão, que saúda aos presentes, desculpando-se por não permanecer na Audiência em função de convocação extraordinária para reunião de Mesa. O Professor José Vicente Tavares dos Santos agradece a oportunidade de apresentar os trabalhos da Universidade Federal e de outras universidades que colocam alternativas viáveis para o aproveitamento do lixo produzido pela nossa sociedade. Traz a contribuição de pesquisadores e estudiosas para a reflexão de qual tipo de sociedade vivemos: a do consumo ou a do desperdício? Afirma que há um desperdício de saber que despreza o conhecimento daqueles que produzem, a partir dos nossos restos, produtos passíveis de consumo, valorizando o trabalho do reciclador. Ressalta que são as crianças que têm ensinado aos adultos os princípios da reciclagem, aprendidos na escola, introduzindo a separação do lixo em suas casas. Refere a experiência do município de Curitiba que tanto nos espaços públicos, quanto nos privados, há seis diferentes tipos de recipientes para o lixo. Afirma que em nível mundial não são muitas as cidades que têm a cultura da reciclagem, citando como exemplo desta falta de cultura as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Londres. Enfatiza que o trabalho do reciclador traz uma alternativa para a questão do lixo, no entanto a sociedade estigmatiza a atividade, bem como a dos funcionários dos departamentos de limpeza urbana, chamados de “lixeiros”, quando na realidade os lixeiros somos nós, enquanto eles trabalham em condições adversas para sua saúde. Cita o trabalho da Professora Velloso que analisa as condições de trabalho dos catadores, que não têm equipamento adequado para sua função e ainda estão expostos a riscos pelo mal acondicionamento do lixo. Afirma que há na atividade problemas mecânicos(quedas, atropelamentos), ergonômicos(excesso de esforço físico), biológicos(contato com agentes nocivos à saúde), químicos(contato com substâncias químicas) e sociais(falta de treinamento para a atividade), demonstrando que a sociedade não incorpora a atividade a sua agenda

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profissional. A mesma Professora em outro trabalho demonstra o uso deste espaço de reciclagem como espaço de criatividade e inserção social. O palestrante faz referência ao Professor Nilton Fischer da Universidade Federal do Rio Grande do Sul que desenvolve um trabalho em uma linha construtivista com as comunidades de catadores. Sugere à Comissão que busque junto ao setor de máquinas agrícolas opções mecânicas para os caminhões de lixo, que evitem o contato direto do profissional com os resíduos. Refere a experiência de um município de Minas Gerais na construção de um modelo de gestão participativa do lixo. Encerra enfatizando as possibilidades emancipatórias do lixo através de práticas que advêm de uma educação social, institucional e individual. A apresentação do Professor José Vicente Tavares dos Santos, e suas referências, está disponibilizada no site da Assembléia Legislativa, no link Publicações da Comissão. A Professora Maíra Baungarten apresenta um projeto desenvolvido pela Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás, em parceria com a Universidade Federal e com outras universidades que trata sobre mudanças culturais no consumo de energia, intimamente ligada à questão do lixo, buscando a sustentabilidade social e econômica. O trabalho desenvolve-se a partir do conceito de desenvolvimento sustentável, com a inserção da sociedade na garantia dos meios para a sustentabilidade de seu meio social. Enfatiza a necessidade de estabelecimento de redes de atores sociais visando integrar suas ações para mudanças na nossa forma de consumir energia e gerar lixo, unificando múltiplas perspectivas e olhares e construindo mediações entre as instâncias de produção científica e a sociedade. Para atingir este objetivo estão trabalhando com o projeto de um observatório de idéias para um futuro com sustentabilidade, que seria uma forma de integração das redes para o desenvolvimento de ações visando a um processo de mudança. A Professora Monica Baptista Pereira Estrázulas informa que a Petrobrás instigou a Universidade a pensar em um cenário para daqui a cinqüenta anos, propondo ações factíveis a partir de hoje. As reflexões feitas pelas universidades a partir desse desafio, produziram uma proposta de aplicação quase imediata, compatível com as metas propostas pelo Comissão, e que poderia ser apoiada pelos Governos federal, estadual e municipais. A proposta denomina-se Rede de Cidades Pesquisadoras dirigidas à sustentabilidade planetária com a iniciação científica e tecnológica para comunidades. A inovação da proposta prende-se ao fato de não se esperar o ingresso na universidade para a iniciação científica, mas, através de upgrade educacional, estabelecer a iniciação científica já nos primeiros anos escolares. No salão de iniciação científica – Salão UFRGS Jovem – já estarão sendo apresentados trabalhos de excelente qualidade das redes estadual e municipais de ensino. Afirma que a proposta subverte a ordem estabelecida pois pretende oferecer iniciação científica além dos estabelecimentos de ensino, criando redes de cidades pesquisadoras. A rede de capilaridade das escolas seria utilizada para atingir as comunidades em que elas estão inseridas, os pais de alunos, o que teria um efeito multiplicador pois cada um destes segmentos faz parte de outros setores da sociedade. Seria oferecido em cada um dos pólos da proposta, educação formal ou informal, a distância ou através de ambientes virtuais, que possibilitariam a compreensão do papel de cada um de nós, individual e coletivamente, na sustentabilidade do nosso planeta, buscando uma participação consciente das pessoas. Afirma que só pode escolher quem

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compreende, sem compreensão não há escolha. Lembra que a Universidade Federal tem um braço no Litoral Norte que é o Centro de Estudos Costeiro, Limnológicos e Marinho – Ceclimar - e que para esta região do Estado há um deslocamento maciço de população das mais diversas regiões durante o período de veraneio. A idéia é de estabelecer um projeto-piloto envolvendo a população de Porto Alegre que se desloca para o Litoral Norte nos meses de verão, gerando uma quantidade insustentável de lixo para o ecossistema daquela região. Além da quantidade de lixo deixada após o veraneio, há uma demanda enorme pela geração de energia e consumo de água potável nos meses de maior afluência de veranistas. O problema existe e o estabelecimento de um projeto-piloto envolveria os atores da situação. Afirma que qualquer iniciação científica deve trabalhar com as perspectivas cognitiva – aquisição do conhecimento – e ética – reciprocidade de responsabilidades, gerando, assim, uma mudança cultural. O modelo estabelecido no projeto-piloto seria replicado para as outras regiões. O Senhor Deputado Miki Breier agradece as contribuições trazidas pelos professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e abre espaço para questionamentos e comentários da platéia. Ressalta mais uma vez que os trabalhos apresentados serão disponibilizados, já na tarde de hoje, na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Espécial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Relator da Comissão Especial, no exercício da Presidência, Excelentíssimo Senhor Deputado Miki Breier, e por mim.

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ATA Nº 3Aos dezoito dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, na Sala

Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a segunda Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Kalil Sehbe. Presentes os Senhores Guilherme Damian, do gabinete do Senhor Deputado Gilmar Sossella, Sergio Becker, do gabinete do Senhor Deputado João Fischer, Ricardo Cezar, do gabinete do Senhor Deputado Miki Breier, Relator da Comissão, Erwin Tochtrop, representando a Universidade Luterana do Brasil, João Luís da Rocha, representando a Organização não-Governamental Ecoconsciência, Delmar Sittoni, representando o Instituto Saberes e Cuidados Ambientais, Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, Ioberto Banunas e as Senhoras Janaína Silveira Carvalho, do gabinete da Senhora Deputada Kelly Moraes, Elenice Mello, da Consultoria Legislativa da Casa, Alessandra Pires, da equipe de resíduos sólidos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, representando o Senhor Secretário Beto Moesch, e Claudete Bruck, Vereadora do município de Itaqui. Foi declarada aprovada a Ata referente à Audiência Pública realizada no dia onze de outubro. O Senhor Presidente, Deputado Kalil Sehbe, informou que a Audiência Pública tem como palestrantes as Senhoras Monique Revillion Dinato, assessora do Instituto do Meio Ambiente da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS, que estará apresentando a gestão de resíduos sólidos da Pucrs, e Flávia Burmeister Martins, professora do curso de Engenharia Ambiental da Universidade Luterana do Brasil - ULBRA, que estará apresentando o trabalho Novas tecnologias para resíduos sólidos. Passada a palavra à Senhora Monique Dinatto, que apresentou o Programa de Gerenciamento de Resíduos da PUCRS. Esclareceu que o Programa é aplicado no Campus Central que tem duzentos e quarenta mil metros quadrados de área construída, com mais de trinta prédios e uma população diária circulante de trinta mil pessoas, semelhante a de muitos municípios do Estado. Informou que a Comissão de Gerenciamento de Resíduos da PUCRS – RECIPUCRS – foi criada em junho de mil novecentos e noventa e nove a partir de necessidades da Comissão de Padronização da Pró-Reitoria de Administração e Finanças com o envolvimento do Instituto do Meio Ambiente, do Departamento de Engenharia Química, da Prefeitura Universitária, da Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários, Setor de Segurança e Medicina do Trabalho e unidades acadêmicas da Universidade. Apresentou os objetivos da RECIPUCRS que são o gerenciamento dos resíduos sólidos gerados na Universidade atendendo aos requisitos legais, a proteção ao meio ambiente, empenhando-se na melhoria contínua para redução de resíduos e poluição e a integração da comunidade acadêmica a um sistema ambientalmente educativo e de consciência crítica. Destacou os princípios da redução, da reutilização, da reciclagem e o do repensar hábitos e costumes. Citou uma frase de Alberto Einsten que diz que não se pode resolver os problemas a partir da mesma mentalidade que os criou. Afirmou que a solução para o problema dos resíduos sólidos pressupõe responsabilidade compartilhada entre poder público, iniciativa privada e sociedade, enfrentando o seu caráter sistêmico e multidisciplinar nos aspectos sociais, ambientais, econômicos e geopolíticos. Apontou a necessidade de equilíbrio entre os vértices econômico, social e ambiental, ressaltando que por

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muitos anos o vértice econômico se sobrepôs aos demais. Ressaltou a importância do papel da educação na mudança de paradigmas para a formação de uma nova mentalidade frente à crise socioambiental que a sociedade vive. Alegou que este desafio motivou a PUCRS, como instituição de ensino superior, a dar sua contribuição nessa processo. Referiu que o piloto do projeto foi a faculdade de Odontologia em função da disposição inadequada de materiais pérfuro-cortantes, de acidentes com funcionários, gerando situações de risco que deveriam ser tratadas no menor tempo possível. Informou que o trabalho começou pelo mapeamento com caracterização quali-quantitativa dos resíduos, partindo de um diagnóstico amplo, e a seguir foi trabalhada a percepção e conscientização dos funcionários. A seguir foram implementados treinamentos, procedimentos e programas, gerando destinação adequada dos resíduos, maior segurança para os usuários e diminuição do impacto ambiental, além de subprojetos que contribuem para o alcance dos objetivos. Informou que a partir desse projeto piloto, foi determinada uma metodologia, referência para o trabalho do RECIPUCRS. Forneceu dados sobre a destinação dos resíduos da PUCRS, informando sobre a situação atual da RECIPUCRS e suas expectativas futuras. A seguir, fez uso da palavra a Senhora Flávia Burmeister Martins, professora do curso de Engenharia Ambiental da ULBRA que apresentou o trabalho Novas tecnologias aplicadas ao gerenciamento de resíduos sólidos urbanos. Iniciou ressaltando a importância do trabalho que está sendo feito pela Comissão e do espaço concedido às universidades para divulgarem seus trabalhos para a sociedade. Informou que o trabalho de pesquisa que está apresentando é uma parceria entre a ULBRA, a Prefeitura de Novo Hamburgo, a Universidade de Braunschweig, da Alemanha, e da Universidade de Qüeensland, na Holanda e está sendo desenvolvido tendo como campo de pesquisa o Aterro da Roselândia, em Novo Hamburgo, onde a Prefeitura dispõe o lixo urbano. Assinalou que, em um determinado período, a Fundação de Proteção Ambiental interditou a área do aterro, gerando um problema grave para a Prefeitura que precisa destinar cento e oitenta toneladas/dia de lixo. O destino final dos resíduos é o município de Minas do Leão. O lixo chega ao aterro misturado e passa por um processo de triagem feito por uma cooperativa de recicladores, existindo também uma área de compostagem. Afirmou que a área da Roselândia é altamente impactada pela disposição inadequada de resíduos e que a cooperativa tem sérios problemas de sustentabilidade e não consegue triar todo o lixo ali depositado. Informou que o campo experimental da pesquisa é a unidade de tratamento de lixo enviado. Citou os estudos em desenvolvimento pela grupo de pesquisa. Comentou que aterros sanitários são reatores anaeróbicos, onde a degradação se dá pela ação de microorganismos, processo que ocorre muito lentamente devido às condições ambientais. Afirmou que, por melhor que sejam construídos, aterros sanitários são passivos ambientais de difícil integração ao ambiente. Clareou que as coberturas dos aterros têm como finalidade evitar a emissão do gás metano e a absorção de água, que gera um líquido poluente Esclareceu que os sistemas de cobertura são formados por um solo de cobertura vegetal, por uma camada de drenagem, uma de impermeabilização, outra de drenagem de gases e uma camada de proteção e que, a perfeita impermeabilização tem impedido a entrada de água, que acaba por tornar mais longo o processo de degradação, exigindo um monitoramento por um período maior, e, além disto, membranas geopermeáveis de material sintético

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estão sujeitas a algum tipo de dano ao longo de sua vida útil e não são integráveis ao ambiente. Informou que a ULBRA vem estudando sistemas de barreira capilar, construídos com materiais naturais que intercalam camadas com baixa condutividade hidráulica com camadas de alta condutividade hidráulica, com a idéia de desviar o maior volume possível das águas de infiltração através de camadas de drenagem por escoamento superficial, garantido em uma camada subseqüente que a entrada seja reduzida pelo coeficiente de condutividade baixa, mas também que haja retenção de líquidos nessa camada, ocasionando armazenamento de água, garantindo que os microorganismos tenham acesso à matéria orgânica e um sistema homogêneo, permitindo a degradação acelerada dos resíduos. Afirmou que o sistema de barreira capilar é mais barato de construir e não sofre a degeneração que sofre a geomembrana a longo prazo e que os estudos se dão em campo e em laboratório para avaliação da performance dos materiais. Alertou que o gás metano é vinte e uma vezes mais poluente que o CO2, por isso a importância do controle de sua emissão e que através do processo de oxidação pode ser transformado em CO2 e água, desde que o processo seja bem controlado. Informou que na ULBRA estão trabalhando, ainda em fase inicial de estudos, com o composto orgânico obtido na usina, com alto poder de oxidação, com microorganismos capazes de digerir o metano, usando a energia da quebra molecular para sua sobrevivência. Mostrou um protótipo de campo, desenvolvido por um aluno da Universidade da Alemanha, onde ele construiu uma coluna com oitenta centímetros de camada do composto e, embora sem as condições ideais, foi observada uma redução importante da concentração de metano no ar. Relatou também o trabalho associado ao processo de compostagem que exige um controle intenso para o qual foi treinado um funcionário do aterro e que atingiu cerca de trinta por cento de redução de massa. Alertou que o composto pode ser um produto, mas que observaram que a qualidade do composto gerado não permitiu o desenvolvimento de espécies vegetais, sendo tóxico, devido a presença de mateis-pesados, elementos plásticos e fragmentos de vidro, tornando sua comercialização inviável. Enfatizou que o poder público deve trabalhar com a visão de reduzir o máximo possível aquilo que vai para a destinação final. Comentou a importância da mudança urgente de hábitos através da educação e conscientização, alertando para a nobreza do lixo da cozinha que poderia gerar um composto de excelente qualidade que geraria um ótimo retorno econômico para as cooperativas e retornaria para o ambiente uma matéria nobre que beneficiaria o solo para a agricultura. Informou que trabalharam com a caracterização da contaminação do solo na Roselândia, que mostrou que somente as camadas superiores apresentavam índices mais altos de metais e, a partir desses estudos, implementaram um projeto de fitoremediação com o uso da planta Maria-sem-vergonha, que se mostrou muito eficiente na remoção dos metais do solo. Comunicou os próximos projetos, envolvendo a estação de climatologia da universidade. Afirmou que ainda não temos tecnologia para tratamento de efluentes viável economicamente. Finalizou afirmando que os recursos aplicados pelo poder público na questão do lixo são muito pequenos e que a situação exige uma maior atenção, um maior esforço econômico, cultural e de mudança de hábitos. Lamentou o descaso do poder público com os trabalhadores envolvidos no processo de separação e destinação do lixo. O Senhor Deputado Kalil Sehbe

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agradeceu as contribuições trazidas pelas professoras e abriu espaço para questionamentos e comentários da platéia. Ressaltou mais uma vez que os trabalhos apresentados serão disponibilizados na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Especial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente da Comissão Especial, Excelentíssimo Senhor Deputado Kalil Sehbe, e por mim.

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ATA Nº 4Aos vinte e cinco dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, na Sala

Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a terceira Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Kalil Sehbe. Presentes os Senhores Deputados, membros titulares, João Fischer e Gilmar Sossella, e os Senhores Sergio Becker, do gabinete do Senhor Deputado João Fischer, Ricardo Cézar, do gabinete do Senhor Deputado Miki Breier, Relator da Comissão, Geraldo Mario Rohde, representando a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia, Eduardo Almeida e Carlos Vasconcellos, representando a Organização não-governamental Ecoconsciênia, Carlos de Faria, representando a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Luiz Zaffalon, representando a Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Marcelo Begnini, do gabinete do Senhor Deputado Kalil Sehbe, Déri Calvete da Rocha, representando a Prefeitura Municipal de Viamão, Jorge Moreira, da Likström, e Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, e as Senhoras Janaína Silveira Carvalho, do gabinete da Senhora Deputada Kelly Moraes, Elenice Mello, da Consultoria Legislativa da Casa, Juliana Scapin e Raquel Paranhos, representando a Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, Viviane Carneiro, do Ministério Público, Sandra Garcia Polino, representando a Secretaria Estadual de Educação, Isabel Bidigaray, representando o Ministério Público, Ana Maria Pellini, Presidenta da Fundação Estadual de Proteção Ambiental - FEPAM, Ana Helena Ramalho e Ana Lúcia Thomas, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Jussara Pires, da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN e Nelsi Hoffmüller, da Coordenadoria do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB. Foi declarada aprovada a Ata referente à Audiência Pública realizada no dia dezoito de outubro. Foram lidos os expedientes chegados à Comissão e informadas as visitas técnicas que serão realizadas aos municípios de Santa Cecília do Sul e Caxias do Sul nos dia vinte e seis e vinte e nove de outubro. O Senhor Presidente, Deputado Kalil Sehbe, compôs a mesa e, de imediato, passou a palavra à Senhora Ana Pellini que afirmou que o tema lixo é uma preocupação constante da FEPAM e que ao logo das últimas décadas vem mudando a consciência da sociedade e dos administradores públicos com relação aos resíduos gerados, mas que ainda estamos longe de atingir cem por cento de resíduos tratados com aterros liberados pela FEPAM. Informou que já na sua posse na Fundação, os técnicos alertaram ser o lixo um tema essencial na proteção ambiental, devendo ser tratado de forma compulsiva, como prioridade absoluta. Admitiu que no nosso Estado existem Prefeituras em situação desesperadora no trata de seus resíduos e outras que poderiam servir de exemplo até mesmo em outros Estados da Federação. Fez referência a um aterro no município de São Leopoldo, com administração terceirizada, que vem executando um excelente trabalho, inclusive com o tratamento do chorume e, ao final, usam o gás metano para aquecer o chorume, ficando só um lodo que também é tratado, indo parte para adubo e parte para o aterro. Informou que o tratamento do lixo é um dos quesitos analisados para licenciamento ambiental de empreendimentos das Prefeituras Municipais. Lembrou a escassez de recursos e a opção por obras que dêem

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maior visibilidade do que a construção de um aterro sanitário. Mostrou-se surpresa por não haver separação de lixo na Assembléia Legislativa e referiu que no Centro Administrativo do Estado também não há separação. Enfatizou a importância da educação para a mudança de consciência da sociedade no trato dos resíduos sólidos. Afirmou que nosso maior atraso é com relação aos resíduos industriais onde deve-se trabalhar com o conceito do não-resíduo, onde através do tratamento constante, aquilo que for liberado para o ambiente será uma quantidade mínima em relação ao que foi gerado. Trouxe a situação da Utresa, responsável pela mortandade dos peixes no Rio dos Sinos em dois mil e seis, que ainda apresenta uma situação de extrema gravidade, referindo a importância de serem tomadas ações preventivas. Disse que o Estado está muito mal preparado para lidar com os resíduos industriais e quando a carga tóxica é muito alta precisa ser enviada para São Paulo, por via terrestre, custando trezentos e sessenta reais o metro cúbico para transporte, fazendo com que empresas pequenas que não têm como pagar este valor, liberem a carga tóxica clandestinamente no ambiente. Informou que está sendo firmado um convênio com a Espanha para buscar soluções para o fluido de descarte da indústria metal-mecânica, uma vez que lá existe tecnologia para a reutilização desse fluido inúmeras vezes. Afirmou sobre a importância de criarmos uma central de resíduos de toda a espécie. O Senhor Deputado Kalil Sehbe solicitou à Senhora Ana Pellini o envio de relatório da FEPAM informando quantos licenciamentos existem e quais estão em pauta para que a Comissão possa estabelecer um diagnóstico da situação. O Senhor Deputado João Fischer enfatizou a importância de um trabalho integrado entre as diversas esferas de Poder na busca de soluções para o tratamento dos resíduos da nossa sociedade. Sugeriu uma visita técnica ao aterro do município de Minas do Leão e questionou qual o impacto ambiental produzido por aquela situação e informou que alguns parlamentares estarão em missão oficial em alguns países da Europa para conhecer soluções alternativas. O Senhor Deputado Gilmar Sossella convidou a todos os componentes da mesa para a visita técnica em Santa Cecília do Sul, citando a experiência como exemplo de consórcio entre pequenos municípios. Ao passar a palavra à representante do Ministério Público, o Senhor Deputado Kalil Sehbe enalteceu o trabalho que vem sendo por eles desenvolvido. A Senhora Isabel Bidigaray falou dos marcos legislativos estaduais, fazendo referência às Leis nºs 9.493/92, 9.921/93, 11.520/00 e ao decreto nº 38.356/98, que regulamentou a Lei nº 9.921/93. A seguir, apresentou exemplos de atuação do Ministério Público do Rio Grande do Sul. Explicou o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, lançado em janeiro de dois mil e um, no prédio da Andrade Neves, expandido em dois mil e cinco para o prédio da Santana e hoje sendo implementado nos prédios da Avenida de Figueiredo Pinto. Demonstrou o histórico do Programa e os resultados já obtidos. Informou sobre o trabalho de fiscalização e as ações das Promotorias de Justiça no Rio Grande do Sul, citando como exemplos o lixão irregular em Cerro Grande do Sul – Comarca de Tapes, o caso da União dos Trabalhadores em Resíduos Especiais e Saneamento Ambiental – UTRESA – responsável pela mortandade de peixes no Rio dos Sinos no ano de dois mil e seis, onde foram constatadas graves irregularidades. Ressaltou entre os projetos que compreendem o biênio dois mil e sete-dois mil e nove o projeto Diagnóstico e Atuação do Ministério Público na Área Ambiental por Bacias Hidrográficas. O Senhor Deputado Kalil Sehbe

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enalteceu o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Ministério Público e informou que na reunião do dia vinte e quatro de outubro com a Superintendência Administrativa e Financeira da Assembléia Legislativa ficou acertada a implantação de uma política de gestão de resíduos para a Casa com a parceria das universidades, Ministério Público e Departamento Municipal de Limpeza Urbana. O Senhor Geraldo Rohde ressaltou que a questão do lixo tem que ser atacada nos eixos ético, via educação ambiental, e material, visão técnica do que fazer com os problemas que já temos. Afirmou que os resíduos sólidos são a face mais visível dos nossos problemas ambientais. Alertou que o lixo da nossa sociedade é muito mais orgânico do que o lixo de outros países e, por isso, devemos focar na compostagem para produção de adubo composto uma prioridade no trato dos resíduos. Afirmou que esta idéia pode ser trabalhada através de projetos educacionais nas escolas com uma convergência de ações das Secretarias estaduais da Ciência e Tecnologia, Meio Ambiente e Educação. Enfatizou a necessidade emergencial de termos no Estado uma central efetiva de resíduos sólidos industriais cabendo definir se seria de caráter público ou privado, e implementando uma bolsa de resíduos entre as indústrias. Informou que o maior resíduo sólido do Estado é o carvão fóssil e que a Fundação de Ciência e Tecnologia vem desenvolvendo pesquisas para o aproveitamento das cinzas produzidas na queima do carvão que chegam a representar quarenta por cento do seu total e detém tecnologia para seu aproveitamento. Ressaltou que a competitividade do setor industrial está diretamente ligada à redução de seus resíduos sólidos e que caberia à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e à Fundação Estadual de Proteção Ambiental uma maior atuação neste segmento, buscando uma ecoeficiência. Afirmou que no princípio de emissão zero, pouco explorado no Brasil, busca-se a complementariedade entre resíduos e insumos, abatendo a carga poluidora. A Senhora Sandra Polino destacou as dificuldades que a Secretaria Estadual de Educação encontra para trabalhar pedagogicamente as questões relativas aos resíduos sólidos. Afirmou que os temas mais desenvolvidos nas escolas dizem respeito aos resíduos sólidos e à água e que cerca de noventa por cento das escolas têm trabalho na área ambiental, mas não há conhecimento de que tipo de trabalho vem sendo realizado. Alertou que não há recursos para capacitação de professores na área e que o trabalho tem características de voluntariado. Reconheceu que o aluno é um grande multiplicador de educação ambiental, mas que muitas vezes se torna desmotivado por não encontrar no poder público reciprocidade para suas ações, citando como exemplo a falta de coleta seletiva nos municípios. Ressaltou que o próprio Centro Administrativo não faz coleta seletiva. Enfatizou a dificuldade das escolas para o descarte dos resíduos químicos dos laboratórios que acabam enterrados no próprio quintal. O Senhor Deputado Kalil Sehbe solicitou que a Secretaria de Educação enviasse, por escrito, seu planejamento estratégico com relação ao tema. O Senhor Luiz Zaffalon esclareceu que cabe à Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano instituir a política estadual para resíduos sólidos em um Estado que gera dez mil toneladas dia de lixo. Sugeriu que a Comissão se tornasse permanente dada à complexidade e urgência do tema. Afirmou que precisamos ser pragmáticos, pois diagnóstico o Estado tem para tudo, mas com poucas ações efetivas. Afirmou que a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul e a Assembléia Legislativa devem ser

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parceiras do Executivo estadual na busca de soluções para a questão do resíduo industrial que vem sendo vivenciada em Caxias do Sul nas indústrias metal-mecânica. Informou que foi feito por uma empresa espanhola, através de convênio com o Governo do Estado, um levantamento de cerca de uma ano nos municípios do Estado sobre a questão dos resíduos sólidos, mas que o projeto está parado e o atual Governo está tentando reativar o convênio. Disse que o Ministério das Cidades demonstrou interesse junto à Metroplan em dar andamento ao plano diretor de resíduos sólidos para a região metropolitana. Ressaltou o trabalho que vem sendo desenvolvido no Estado do Paraná para a efetivação de consócios municipais para o enfrentamento do problema. Lembrou que no Rio Grande do Sul existem apenas vinte consórcios, todos formados sem a participação do Estado, que não tem uma política neste sentido. A Senhora Juliana Scapin informou que no Rio Grande do Sul a Fundação Nacional de Saúde financia projetos de resíduos sólidos tendo atualmente vinte e cinco municípios conveniados em diferentes momentos de avaliação e execução. O Senhor Deputado Kalil SEhbe solicitou que fosse enviado à Comissão o relatório de acompanhamento dos municípios que a FUNASA tem desde o ano de dois mil e três. Agradeceu as contribuições trazidas e abriu espaço para questionamentos e comentários da platéia. Ressaltou mais uma vez que os trabalhos apresentados serão disponibilizados na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Especial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente da Comissão Especial, Excelentíssimo Senhor Deputado Kalil Sehbe, e por mim.

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ATA Nº 5Aos oito dias do mês de novembro do ano de dois mil e sete, na Sala

Sarmento Leite, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a quarta Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Kalil Sehbe. Presentes o Senhor Deputado Fabiano Pereira, membro titular da Comissão, e os Senhores Ricardo Cézar, do gabinete do Senhor Deputado Miki Breier, Relator da Comissão, Jader Zarno, do gabinete do Senhor Deputado Adão Villaverde, Odacir Dalmina, do gabinete do Senhor Deputado Gilmar Sossella, Eduardo Almeida, representando a Organização não-governamental Ecoconsciênia, Carlos de Faria, representando a Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Jorge Dariano Gravonski, representando a Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Valdir Fraga, do gabinete do Senhor Deputado Kalil Sehbe, Jairo Armando dos Santos e Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, Antônio Saldanha Nunes, representando a SIL Soluções Ambientais, Leonardo Toss, do Centro de Educação Popular, João Araújo, da CODESSAL e Meio Ambiente do município de Canoas, Julio Dorneles, representando o prefeito de São Leopoldo, Alex Sandro Leite e Claudio Prates, representando a Prefeitura Municipal de Gravataí e Nelson Postay, Secretário de Meio Ambiente do município de Cachoeirinha, e as Senhoras Janaína Silveira Carvalho, do gabinete da Senhora Deputada Kelly Moraes, Elenice Mello, da Consultoria Legislativa da Casa, Ana Helena Ramalho e Ana Lúcia Thomas, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, e Jussara Pires, da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN.. Foi declarada aprovada a Ata referente à Audiência Pública realizada no dia vinte e cinco de outubro. Foram lidos os expedientes chegados à Comissão e informadas as visitas técnicas que serão realizadas aos municípios de Gravataí e Minas do Leão nos dia dezenove e vinte e seis de outubro, à organização não-governamental Compromisso Empresarial com a Reciclagem, em São Paulo, no dia vinte e dois de novembro e ao município de Curitiba no dia vinte e três de novembro. O Senhor Presidente, Deputado Kalil Sehbe, compôs a mesa e informou que a Prefeitura de Gravataí, apesar de ter confirmado sua participação como palestrante da Audiência de hoje, na tarde de ontem cancelou sua vinda pois foi marcada uma reunião com a Fundação de Proteção Ambiental para o mesmo horário. De imediato, passou a palavra ao Senhor Adelino Lopes Neto, do Departamento de Limpeza Urbana, representando a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que apresentou o sistema de coleta seletiva de Porto Alegre. Iniciou afirmando que o reaproveitamento de materiais traz implicações econômicas e ambientais. Ressaltou que o Departamento opera depois do fato consumado, do lixo gerado, e que o melhor tratamento é o preventivo, gerando menos resíduos e poupando os recursos naturais. Lembrou que o problema dos resíduos passou a existir com o desenvolvimento tecnológico e industrial que gerou um lixo rico e que a sociedade se organizou para dar conta desse resíduo através de um mercado que se autoregulou. Afirmou que como benefício tivemos a reciclagem de produtos, mas que é um mercado onde as pessoas trabalham sem qualificação, sem instrumentos adequados ou proteção e com um grande número de crianças exercendo as atividades. Informou que esta situação acaba fazendo com que a

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coleta seja inadequada, reduzindo bastante o valor pago pelo material recolhido. Mostrou fotos dos transtornos trazidos aos cidadãos, os riscos para os trabalhadores da coleta informal e os conflitos gerados, principalmente, na área do trânsito e na triagem do material coletado feita nas ruas, praças ou recantos da cidade. Ressaltou que a triagem na rua cria um foco crônico de lixo, fazendo com que os cidadãos pensem que ali é um ponto de coleta ou descarte. Disse que Porto Alegre gera e envia para Minas do Leão cerca de mil e duzentos toneladas dia/útil e coleta cerca de sessenta toneladas/dia na coleta seletiva e que estimam que na informal esse número dobre. Alertou que se fosse feita uma coleta dentro dos padrões, poderiam ser encaminhados cerca de trinta por cento para a reciclagem. Afirmou que o Departamento e os técnicos entendem que a melhor forma para segregação se dá na origem. Citou como exemplo que papel ou jornal misturados com material orgânico perdem seu valor para reciclagem. A seguir deve haver cuidado na coleta e transporte para que não seja amassado, rasgado ou misturado ao lixo doméstico e conduzido a uma unidade de triagem. Informou que a unidade de triagem da Lomba do Pinheiro não trata de lixo seletivo, mas sim de lixo doméstico, que entra em uma esteira, é separado por diversos operadores e o produto final é encaminhado para uma unidade de compostagem, enquanto o rejeito é conduzido para o aterro em Minas do Leão. Disse que o Departamento tem atualmente treze unidades de triagem conveniadas, distribuídas ao longo da cidade e que sua participação se dá na construção do espaço, entrega do material para triagem e despacho do rejeito, enquanto o gerenciamento, a operacionalização e comercialização da unidade, ficam a cargo de uma cooperativa ou associação. Ressaltou que a Prefeitura de Porto Alegre trabalha com a idéia de trazer para o processo os catadores informais que passariam a ter condições adequadas de trabalho, em uma ambiente apropriado e com jornada regular, tendo os filhos próximos, já que as unidades têm creches. Informou que as indústrias têm interesse nos fardos preparados pelas unidades de triagem e pagam um preço superior àquele que é conseguido na triagem feita a céu aberto, nas ruas da cidade. Disse que desde o ano passado a Prefeitura repassa um valor mensal, que é gerenciado pela unidade de triagem para sua manutenção e que o recebimento do valor é vinculado à prestação de contas do mês anterior. Além disto, dá apoio e fiscaliza as condições de trabalho e colabora com a capacitação de gestores. Informou que a partir deste ano, através de um convênio com a Caixa Econômica Federal, o pagamento feito pelas indústrias se dá por crédito bancário e o recebimento do salário dos trabalhadores também acontece desta forma, contribuindo com a inclusão social dessas pessoas, que passaram a ter cadastro bancário. Disse que a Prefeitura vai entregar mais dois galpões de triagem até o início do próximo ano e que já está em fase de licitação uma unidade destinada ao lixo de saúde, que é dividido entre contaminado e não-contaminado, que estará recebendo o lixo hospitalar reciclável, não-patológico. Trouxe que já estão em negociações avançadas para resolver o problema das ilhas que, como unidades de preservação ambiental, não podem continuar recebendo o lixo da forma como vem sendo feito. Para tanto, a Prefeitura tem como meta uma grande unidade de triagem, com um espaço educacional, creche e mini unidade de saúde agregados, com um sistema de transporte entre a unidade e a ilha. Enfatizou sua preocupação com modelos que vêm sugerindo a organização espontânea de carroceiros e catadores para operar a coleta seletiva,

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alegando que a experiência de Porto Alegre já tem dezessete anos e que o modelo adotado contribui para a melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores do lixo e para a convivência social. O Senhor Claudio Prates informou que o município de Gravataí está implantando a coletiva seletiva em toda a sua área, inclusive no meio rural. Disse que estão em um trabalho educacional e motivacional porta-a-porta com a população, inclusive orientando a compostagem do lixo orgânico no próprio terreno da residência. O Senhor Valdir Fraga enalteceu a iniciativa da Assembléia Legislativa ao instalar uma Comissão Especial para tratar do tema e manifestou sua preocupação com os catadores informais que dominam a cidade. Os Senhores Julio Dorneles e Nelson Postay enfatizaram a importância de uma ação conjunta entre os municípios da região metropolitana para a solução dos problemas dos resíduos, lembrando que é uma situação que transpassa os limites municipais. O Senhor Leonardo Toss enfatizou a importância de uma visão integrada do problema dos resíduos, enfrentando-se, também, a redução do lixo gerado. O Senhor Deputado Kalil Sehbe agradeceu as contribuições trazidas e abriu espaço para questionamentos e comentários da platéia. Ressaltou mais uma vez que os trabalhos apresentados, desde que autorizado pelos autores, estão disponibilizados na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Especial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente da Comissão Especial, Excelentíssimo Senhor Deputado Kalil Sehbe, e por mim.

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ATA Nº 6Aos vinte e dois dias do mês de novembro do ano de dois mil e sete, na

Sala Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a quinta Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência da Senhora Deputada Kelly Moraes. Presentes o Senhor Deputado Fabiano Pereira, membro titular da Comissão, e os Senhores Eduardo Almeida e Carlos Vasconcellos, representando a Organização não-governamental Ecoconsciênia, Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, Leonardo Toss, do Centro de Educação Popular, Rudimar Arlindo Vignochi e Selbi Luiz Scheinpflug, representando a Oficina de Projetos, Hamilton Silveira Lima, representando a Prefeitura Municipal do Chuí, Delmar Sittoni, representando o Instituto Saberes e Cuidados Ambientais, e as Senhoras Janaína Silveira Carvalho, do gabinete da Senhora Deputada Kelly Moraes, Elenice Mello, da Consultoria Legislativa da Casa, Aldina Quintana, Ana Helena Ramalho e Ana Lúcia Thomas, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Foi declarada aprovada a Ata referente à Audiência Pública realizada no dia oito de novembro. A Senhora Presidenta, Deputada Kelly Moraes, compôs a mesa e de imediato, passou a palavra às representantes do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A Senhora Ana Lúcia Thomas iniciou sua apresentação caracterizando o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, informando sua missão e visão institucional, número de servidores ali existentes e número de sua produção assistencial no ano de dois mil e seis. Afirmou que o Hospital tem uma política de gerenciamento de resíduos e que encara com muita seriedade o tema, envolvendo todos os seus colaboradores. Disse que circulam por ali cerca de quinze mil pessoas, número proporcional ao de uma cidade de pequeno porte, gerando uma grande diversidade de resíduos, salientando que a maior preocupação da sociedade está ligada ao resíduo classificado no nível I, pela sua patogenicidade. Esclareceu que o risco relacionado a este resíduo depende do perigo e das condições de prevenção e é característico de algumas atividades, substâncias ou organismo e depende da exposição que se tiver a ele. Os riscos são maiores no manuseio de objetos perfucortantes, no contato com mucosas ou partes da pela não-íntegras ou pela inalação de gotículas ou aerossóis. Informou que as moléstias de maior relevância de transmissão a que estão expostos os trabalhadores da saúde são a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida – AIDS - , Hepatites B e C e que os veículos contaminantes são sangue, fluidos orgânicos, sêmem e secreção vaginal, desde que vivos. Salientou que no mundo existem cento e seis casos, por acidente de trabalho, comprovados de soroconversão pelo HIV, sendo um no Brasil, e duzentos e trinta e oito casos prováveis. Trouxe dados do ano de dois mil e quatro relativos ao tratamento de resíduos gerados no Brasil na área de saúde, mostrando que das mil e vinte e quatro toneladas/dia gerada, apenas vinte e oito por cento era tratada, salientando que os números devem estar alterados após a aprovação de nova legislação em dezembro do mesmo ano. Destacou que a legislação brasileira considera que qualquer material que tenha tido contato com o paciente, seja ele portador ou não de moléstia infecto-contagiosa, deva ser tratado antes da disposição final, enquanto em países do primeiro mundo só é tratado resíduo que tenha tido contato com paciente infectante. Salientou que esta exigência representa um custo importante para os

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estabelecimentos hospitalares e que a segregação na origem representa além de uma diminuição de custos, uma ação de preservação da saúde e uma diminuição dos riscos ambientais. Informou sobre as formas de tratamento dos resíduos, exigidas por legislação e orientada por bibliografia especializada., que são contratadas pelos hospitais baseados no preço e qualidade do serviço prestado. Informou que a legislação CONAMA 283/2001 é muito parecida com a legislação estadual de mil novecentos e noventa e três e que em nível federal, a Resolução Anvisa 306/2004 estabelece o regulamento técnico para gerenciamento de resíduos sólidos de saúde. Destacou que na legislação estadual não existe amparo legal para seguir a legislação federal, salientando que a legislação estadual é extremamente restritiva, obrigando a tratar todos os resíduos gerados na assistência hospitalar, ignorando a classificação estabelecida pela legislação federal. Trouxe o histórico do Hospital de Clínicas no manejo de seus resíduos, informando que cem por cento dos resíduos são tratados e dispostos de maneira adequada, mostrando dados relativos à quantidade de resíduo/mês gerado no Hospital e ao custo de seu gerenciamento. A Senhora Deputada Kelly Moraes passou a Presidência dos trabalhos ao Senhor Deputado Fabiano Pereira, que deu prosseguimento à Audiência Pública passando a palavra aos Senhores Selbi Luiz Scheinpflug e Rudimar Arlindo Vignochi que iniciaram afirmando estar trazendo como solução o tratamento ou inertização das areias de fundição. O Senhor Selbi Luiz explicou que na inertização cria-se uma alternativa de transformação de areia fenólica em matéria prima para outras finalidades, além do aterro. Informou que há estimativa de que o volume gerado de areia fenólica, apenas na serra gaúcha, esteja em torno de 2.000 ton.\mês de um resíduo altamente tóxico para a saúde humana e agressivo aos ecossistemas. Alertou ser necessário uma nova tecnologia para as empresas, que proponha uma tecnologia com processamento físico, químico e biológico deste resíduo. Destacou que existem no Rio Grande do Sul regiões bem definidas onde as atividades industriais cresceram muito nos últimos anos., entre elas citou Caxias do Sul, a grande Porto Alegre, a região entorno de Novo Hamburgo e ao redor do pólo petroquímico, concentrando um passivo ambiental que poderá vir a tona num futuro imediato. O Senhor Rudimar Vignochi salientou o custo que representa para as empresas o transporte e o depósito das areias de fundição, traçando um paralelo com o custo da areia para construção civil, que teve um aumento de quarenta e dois por cento até outubro deste ano. Enfatizou, ainda, os ganhos para o Estado se houvesse o processo de inertização das areias de fundição. Os autores salientaram que estão em busca de financiamento para ampliar a escala de sua pesquisa sobre o tema. O Senhor Deputado Fabiano Pereira agradeceu as contribuições trazidas e abriu espaço para questionamentos e comentários da platéia. Ressaltou mais uma vez que os trabalhos apresentados, desde que autorizado pelos autores, estão disponibilizados na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Especial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pela Vice-Presidenta da Comissão Especial no exercício da Presidência, Excelentíssima Senhora Deputada Kelly Moraes, e por mim.

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ATA Nº 7Aos vinte e nove dias do mês de novembro do ano de dois mil e sete, na

Sala Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a sexta Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Kalil Sehbe. Presente o Senhor Deputado Miki Breier, Relator da Comissão, e os Senhores Eduardo Almeida, Maurício de Almeida e Carlos Vasconcellos, representando a Organização não-governamental Ecoconsciênia, Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, Leonardo Toss, do Centro de Educação Popular, Claudio Renato da Silva Faleiro, representando a Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta, Vinícius Lousada, do projeto Reciclando Vida, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Delmar Sittoni, representando o Instituto Saberes e Cuidados Ambientais, Roque Spies, representando a Associação de Recicladores de Dois Irmãos, Dirceu Nunes Fernandes, do Trensurb, Geraldo Reichert, representando a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, Luis Carlos Volcan, do Gabinete do Senhor Deputado Adão Villaverde, Vilmar Isolan de Mello, do Instituto Porto Alegre Ambiental, Paulo Roberto Oliveira, João Toledo Araújo, da CODESSA do município de Canoas, Julio Braga, Vereador do município de Rosário do Sul, e Luiz Osselame, da Agência de Notícias da Casa, e as Senhoras Letícia Leuze Machado, Cláudia Guarnieri e Rosimar Heleno de Almeida, graduandas do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica, Elenice Mello, da Consultoria Legislativa da Casa, Claudete Bruck, Vereadora do município de Itaqui, Vânia Hespanhol, e Alissa Gottfried, do projeto Reciclando Vida, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. O Senhor Presidente, Deputado Kalil Sehbe, compôs a mesa e de imediato, passou a palavra às graduandas do curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica, que apresentaram as conclusões do trabalho Preservação Ambiental: comprometimento de todos? Esclareceram que a aprendizagem comportamental se dá desde muito cedo pelo contato com familiares, amigos, professores, meios de comunicação e religião, entre outros, e que os pais são os modelos mais significativos para a criança. Alertaram que segundo Gattari (2001), não haverá mudança se não houver uma revolução política, social e cultural que dê nova orientação para os objetivos da produção de bens. Enfatizaram que apesar de haver um discurso de preocupação ambiental, a ação ainda está dissociada do discurso, onde os cidadãos assumem uma postura de esperar que o outro, principalmente o poder público, resolva a situação. O Senhor Vinícius Lousada apresentou o projeto Reciclando Vida, da Associação de Reciclagem Ecológica Rubem Berta, que tem como objetivo criar alternativas de sustentabilidade sócio-econômica nos níveis individual e coletivo. Informou que atuam em três grandes eixos: tecnologia e gestão; educação e segurança alimentar nas dimensões social e cultural. O Senhor Claudio Renato da Silva Faleiro informou que a Associação Rubem Berta é composta por vinte e seis famílias que tiram do lixo o seu sustento. Salientou a gravidade da falta de consciência dos cidadãos que ainda jogam lixo nas ruas e lavam seus carros e calçadas como se não estivéssemos vivendo um grave situação ambiental. O Senhor Roque Spies apresentou o projeto Reciclando resíduos e vidas, iniciando com um breve relato da situação dos resíduos sólidos no município de Dois

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Irmãos nos últimos quinze anos. Informou que a Associação desenvolve atividades educativas tanto para seus associados quanto para a sociedade, tendo lançado um livro no ano de dois mil e cinco e um DVD no ano de dois mil e sete. Disse que a Associação tem uma gestão compartilhada e dá grande ênfase à preparação de seus associados para o trabalho. O Senhor Geraldo Reichert informou que a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, com ação nacional, que busca contribuir com a melhoria da qualidade de vida da sociedade brasileira. Apresentou dados do ano de dois mil que indicam que setenta e seis por cento dos resíduos sólidos do nosso país é disposto em céu aberto, sem qualquer tipo de tratamento. Informou que a situação nos últimos anos em pouco mudou. Enfatizou que a solução para o problema passa pela universalização da coleta, pela remediação dos lixões, pelo gerenciamento integrado e pela elaboração dos Planos de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos. Alertou sobre a importância do método de compostagem, uma vez que temos um lixo rico em matéria orgânica, que pode gerar um composto de excelente qualidade e ao mesmo tempo reduzir a quantidade de resíduos depositados em aterros sanitários, aumentando sua vida útil. O Senhor Eduardo Almeida informou que a Ecoconsciência tem sede na Capital e atuação em todo o Estado, trabalhando com uma visão empresarial e equipe multiprofissional. Disse que o foco é o gerenciamento de resíduos e que buscam apontar soluções , usando como ferramenta a conscientização. O Senhor Delmar Sittoni apresentou o Instituto Saberes Cuidados Ambientais como uma entidade de característica propositiva, que trabalha com parcerias para a socialização da informação, tendo como público alunos de escolas públicas. Trouxe material do projeto Comunidade Saudável que tem como proposta trabalhar o entorno da escola, usando como ferramenta uma revista em quadrinhos. O Senhor Leonardo Toss apresentou um panorama da situação das pessoas que trabalham com resíduos sólidos, enfatizando a descriminação e falta de condições adequadas para a execução do trabalho. Solicitou que a Comissão inclua no seu Relatório dados sobre a realidade dos catadores, com um olhar para a questão dos resíduos não somente ambiental, mas também social e humana. O Senhor Deputado Kalil Sehbe agradeceu as contribuições trazidas. Ressaltou mais uma vez que os trabalhos apresentados, desde que autorizado pelos autores, estão disponibilizados na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Especial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente da Comissão Especial, Excelentíssimo Senhor Deputado Kalil Sehbe, e por mim.

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ATA Nº 8Aos seis dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, na Sala

Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a sétima Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Kalil Sehbe. Presentes os Senhores André Vilhena, representando o Compromisso Empresarial com a Reciclagem – CEMPRE/SP, Paulo Antunes de Oliveira Rosa, representando o Centro Nacional de Tecnologias Limpas do Serviço Nacional da Indústria, CNTL/SENAI e a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Almeida, representando a Organização não-governamental Ecoconsciênia, Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, Arno André Poisl e Alvício Luiz Klaser Neto, representando a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, Aladir Vitola, representando o Centro da Indústrias de Reciclagem da Região Sul, João Celi de Souza, da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, José Francisco Nunes, da Bancada do PSB, Antônio Saldanha Nunes, da SIL Soluções Ambientais, Aldo Rocha, da Organização não-governamental Amigos Bairro da Glória, Sérgio Craniza, Luciano de Barros, Guilherme Damian e o menino Régis Santos Giron, e as Senhoras Elenice Mello, da Consultoria Legislativa da Casa, Fernanda de Mello Bastian, do Departamento de Obras e Manutenção da Assembléia Legislativa e Clair Wisackost, da Prefeitura Municipal de Chuvisca. O Senhor Presidente, Deputado Kalil Sehbe, compôs a mesa e de imediato, passou a palavra ao Senhor André Vilhena que iniciou informando que o CEMPRE é uma associação sem fins lucrativos, mantida por empresas do setor privado desde o ano de mil novecentos e noventa e dois, que tem como missão promover o conceito de gerenciamento integrado do lixo sólido municipal, promover a reciclagem pós-consumo e difundir a educação ambiental com foco nos três Rs (reduzir, reutilizar e reciclar). Enfatizou a importância da coleta seletiva e trouxe dados indicando haver mais de oitocentos mil catadores no Brasil, apontando as principais necessidades das cooperativas e a importância da capacitação de seus associados. Trouxe gráficos demonstrando a evolução da coleta seletiva nos municípios brasileiros e a porcentagem de reciclagem por material, ressaltando o baixo índice de reciclagem de matéria orgânica. Alertou que os eletroeletrônicos representam um mercado em expansão para o qual devem ser apresentadas soluções para os resíduos. Ressaltou que a reciclagem atende a três metas estabelecidas para o milênio, quais sejam: redução da pobreza, proteção ambiental e geração de trabalho, sintonizada com os três vértices da sustentabilidade, ambiental, econômico e social. Enfatizou a importância de ser estabelecida uma política nacional para os resíduos sólidos que aponte e uniformize as exigências para empresas, indústrias e sociedade. Apontou os incentivos econômicos como uma importante ferramenta para comprometer o setor produtivo com uma política de gerenciamento dos resíduos. Finalizou lembrando a importância de uma ação articulada entre poder público, setor empresarial e cidadãos para a melhoria contínua da situação de gerenciamento de nossos resíduos. O Senhor Paulo Antunes de Oliveira Rosa iniciou esclarecendo a parceria entre o Centro de Tecnologias Limpas, o Serviço Nacional da Indústria e a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul. Informou que o SENAI foi escolhido pela Organização das Nações Unidas

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para o Desenvolvimento Industrial e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente para ser a instituição hospedeira do Centro Brasileiro de Produção mais Limpa. Esclareceu que o CNTL/SENAI tem como ações a capacitação, a assessoria técnica e tecnológica, a informação tecnológica e o apoio na formulação de políticas ambientais do governo. Enfatizou que a produção mais limpa baseia-se na aplicação de uma metodologia com critérios técnicos, econômicos e ambientais para redução de resíduos, de consumo de água e energia. Ressaltou que o foco do trabalho centra-se no conceito de prevenção e fez crítica aos governos que não têm trabalhado com este paradigma. Apresentou estudos de caso para ilustrar a forma de ação do Centro. O Senhor Aladir Vitola enfatizou que as indústrias de reciclagem empregam trabalhadores de baixa qualificação técnica que, na sua maioria, são atendidos por programas sociais, devolvendo a cidadania para uma grande população que passa a receber qualificação para o exercício de uma atividade. Informou que para cada emprego direto na indústria de reciclagem são criados de dez a quinze postos de trabalho indiretos, representados pelos catadores que recolhem na rua a matéria prima. Ressaltou a importância do compromisso do poder público para que não haja a coleta de forma inadequada, diminuindo o valor do resíduo coletado. Disse que a indústria de reciclagem paga cerca de trinta e oito por cento em impostos, enquanto em outros países há incentivos para estas empresas. Afirmou que a indústria de reciclagem deve ser modelar na questão ambiental e que este deveria ser um dos parâmetros para concessão de incentivos e benefícios. Enfatizou que o estímulo para criação de indústrias de reciclagem, com regras claras e políticas definidas, traria um melhor retorno social do que os programas de caráter assistencial. O Senhor Deputado Kalil Sehbe agradeceu as contribuições trazidas. Ressaltou mais uma vez que os trabalhos apresentados, desde que autorizado pelos autores, estão disponibilizados na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Especial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente da Comissão Especial, Excelentíssimo Senhor Deputado Kalil Sehbe, e por mim.

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ATA Nº 9Aos treze dias do mês de dezembro do ano de dois mil e sete, na Sala

Salzano Vieira da Cunha, localizada no terceiro andar do Palácio Farroupilha, realizou-se a oitava Audiência Pública da Comissão Especial para analisar a questão do lixo no Estado do Rio Grande do Sul, sob a Presidência do Senhor Deputado Kalil Sehbe. Presentes os Senhores Deputados Miki Breier e Gilmar Sossella, e a Senhora Deputada Kelly Moraes e os Senhores Adiló Didomênico e Gilberto Melletti, representando a Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul – CODECA - , Cesar Augusto Zen Vasconcellos, representando a Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS -, Carlos Cardinal e Valtemir Goldmeier, representando a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul – FAMURS - , Osmar da Rosa Vidal, representando a Central de Triagem e Compostagem de lixo de Santa Cecília do Sul, Eduardo Almeida, representando a Organização não-governamental Ecoconsciênia, Adelino Lopes Neto, representando o Departamento de Limpeza Urbana do Município de Porto Alegre, Arno André Poisl e Alvício Luiz Klaser Neto, representando a Prefeitura Municipal de Novo Hamburgo, Jorge Gravonski, representando a Secretaria Estadual de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano, Ivan Pablo Betin, Marcelo Buzetti, Artur Alexandre Souto, Valdir Fraga, Jeferson Pereira, Luciano Barros, Leonardo Toss, Roque Spies, Ricardo Cezar, Odacir Dalmira, João Cosello e as Senhoras Elenice Mello, da Consultoria Legislativa da Casa e Janaína Carvalho. O Senhor Presidente, Deputado Kalil Sehbe, compôs a mesa e de imediato, passou a palavra ao Senhor Adiló Didomênico que trouxe a experiência da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul no trato dos resíduos sólidos. Informou que sua fundação aconteceu no ano de mil novecentos e setenta e cinco para atuar na limpeza pública, pavimentação e obras, contando atualmente com novecentos e trinta funcionários. Esclareceu que a CODECA realiza a coleta de resíduos orgânicos em todos os bairros e loteamentos de Caxias do Sul, em um total de trezentos e quarenta toneladas/dia, e que a quantidade vem se mantendo inalterada em função de um trabalho de conscientização da população por eles desenvolvido. O resíduo coletado é disposto no Aterro São Giacomo que segue todas as normas para correta disposição dos resíduos. Lembrou que o município de Caxias do Sul está implementando o sistema de coleta com lifter e contâiner, tornando o processo mais seguro e higiênico. Informou que a coleta de lixo seletivo teve início em mil novecentos e noventa e um e hoje atinge toda a área urbana e noventa por cento da área rural, no sistema de porta a porta, perfazendo sessenta toneladas lixo por dia. Relatou que o material coletado é distribuído gratuitamente entre as dez associações de recicladores conveniadas com a CODECA, que também recebem orientação e acompanhamento operacional. Apresentou os projetos relacionados a pneus, lâmpadas fluorescentes e óleo de cozinha e as campanhas publicitárias de educação que vêm sendo desenvolvidas pela Companhia. Afirmou que a CODECA trabalha a questão educacional integrada com investimentos em inovação tecnológica, fazendo com que Caxias do Sul seja um município referência nacional no tratamento de resíduos. O Senhor Osmar da Rosa Vidal disse que a Cooperativa

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de Recicladores de Resíduos Orgânicos e Inorgânicos de Santa Cecília do Sul Ltda. foi fundada em fevereiro de dois mil e três e que, hoje, conta com quarenta cooperados, vinte e seis trabalhando na reciclagem, envolvendo vinte e duas famílias. Informou que a remuneração é feita por hora trabalhada com um rendimento equivalente a um salário mínimo e meio. Ressaltou que a Cooperativa tem assessoria jurídica, contábil, química, ambiental, biológica e de segurança do trabalho. Afirmou que recebem em torno de duzentos e setenta tonelada/mês, sendo que vinte por cento é comercializado, trinta por cento correspondem a rejeitos que vão para o aterro e cinqüenta por cento é formado por matéria orgânica que é peneirada e colocada em leiras e removida conforme a necessidade até a decomposição e posterior comercialização. O Senhor Cezar Zen Vasconcellos informou que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul vem trabalhando com uma perspectiva de mudança cultural no consumo de energia e no tratamento do lixo, através de um grupo multidisciplinar. Afirmou que este grupo tem como referencial os impactos econômico, social, tecnológico, político, cultural e ambiental, visando a recomendações regulatórias que levem em consideração o desenvolvimento sustentável. Falou sobre os projetos desenvolvidos pelo laboratório de idéias para um futuro sustentável, incluindo o lixo como alternativa à sociedade do desperdício. Ressaltou a importância do desenvolvimento de ações locais dirigidas à sustentabilidade através da iniciação científico-tecnológica de comunidades. Trouxe a definição de biorrefinarias, ressaltando que trata-se de uma indústria que integra processos e equipamentos capazes de converter a biomassa em combustível, em energia e em compostos químicos de valor agregado, apontando vários exemplos. Apresentou a incineração e os biodigestores como alternativas tecnológicas viáveis, traçando um panorama mundial de geração de energia a partir do lixo e das potencialidades das matérias-primas brasileiras. Enfatizou a importância de um trabalho integrado entre os vários atores, integrando governo, empresas, universidades e sociedade. O Senhor Valdemir Goldmeier iniciou citando José Lutzemberg ao dizer que lixo não existe, existe matéria-prima no lugar errado. Afirmou que o problema de gestão de resíduos acaba sob a responsabilidade dos municípios que têm que arcar com os altos custos de coleta, transporte e tratamento. Ressaltou a importância de que seja votada imediatamente a política nacional de resíduos sólidos que tramita no Congresso Nacional há mais de dez anos e solicitou a intervenção dos Deputados Estaduais para agilizar o processo. Sugeriu que após a aprovação da política nacional se possa taxar a produção de resíduos e oferecer benefícios fiscais às recicladoras de lixo, melhorando a lei estadual de ICMS ecológico, tornando o reciclado competitivo. O Senhor Deputado Kalil Sehbe agradeceu as contribuições trazidas. Ressaltou mais uma vez que os trabalhos apresentados, desde que autorizado pelos autores, estão disponibilizados na página da Assembléia Legislativa na Internet, no link Publicações da Comissão Especial. Finalizadas as participações e nada mais havendo a tratar, foi dada por encerrada a Audiência Pública. E, para constar, eu, Maria Avelina Fuhro Gastal, Secretária da Comissão Especial, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Presidente da Comissão Especial, Excelentíssimo Senhor Deputado Kalil Sehbe, e por mim.

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Anexo 2Questionário

1. Dados de identificação:

Nome do Município ________________________________________________

Prefeito _________________________________________________________

Ano de fundação ou emancipação__________________

Número de Habitantes:- Zona urbana______________________- Zona rural _______________________

Condições de habitabilidade: O Município possui:

( ) acesso asfáltico; ( ) tratamento de água; ( ) esgoto cloacal; ( ) esgoto pluvial; ( ) energia elétrica; ( ) pavimentação; ( ) transporte urbano; ( ) Secretaria de Meio Ambiente

2. Que tipo de lixo seu município produz?

( ) lixo domiciliar: formado pelos resíduos sólidos de atividades

residenciais, contém muita quantidade de matéria orgânica, plástico, lata, vidro.

( ) lixo comercial: formado pelos resíduos sólidos das áreas

comerciais. Composto por matéria orgânica, papéis, plástico de vários grupos.

( ) lixo público: formado por resíduos sólidos, produto de limpeza

pública (areia, papéis, folhagem, poda de árvores).

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( ) lixo especial: formado por resíduos geralmente industriais,

merece tratamento, manipulação e transporte especial, são eles, pilhas, baterias,

embalagens de agrotóxicos, embalagens de combustíveis, de remédios ou

venenos.

( ) lixo industrial: nem todos os resíduos produzidos por indústria,

podem ser designados como lixo industrial. Algumas indústrias do meio urbano

produzem resíduos semelhantes ao doméstico, exemplo disto são as padarias;

os demais poderão ser enquadrados em lixo especial .

( ) lixo de serviço de saúde (RSSS): os serviços hospitalares,

ambulatorias, farmácias, são geradores dos mais variados tipos de resíduos

sépticos, resultados de curativos, aplicação de medicamentos e outros

procedimentos.

( ) lixo atômico: produto resultante da queima do combustível

nuclear, composto de urânio enriquecido com isótopo atômico 235.

( ) lixo espacial: restos provenientes dos objetos lançados pelo

homem no espaço.

( ) lixo radioativo: resíduo tóxico e venenoso formado por

substâncias radioativas resultantes do funcionamento de reatores nucleares.

3 Qual a periodicidade de coleta em seu município?

( ) diária

( ) dias alternados

( ) semanal

( ) outra - Especifique ___________________

( ) não há coleta

4. Qual a quantidade de resíduo/dia produzida no seu município?

109

5. O município possui local de destinação na sua própria área territorial?

( ) Sim

( ) Não

6. Caso haja local de destinação na área territorial do município, informe o tipo:

7. Caso NÂO haja local de destinação na área territorial do município, qual a distância média, em quilômetros, de envio do material coletado e nome do município de destinação final? _______Km Município _______________________________________________.

8. A coleta geral em seu município é:

( ) própria( ) terceirizada

Se terceirizada informe:

Preço pago por tonelada lixo: R$ Nome da Empresa contratada___________________________ Validade do contrato_________________________________________

9. Existe coleta seletiva?

( ) Sim Em que percentual: % do território do município

( ) Não

10. Se existe coleta seletiva, ela é:

( ) própria

( ) terceirizada

110

11. Existe coleta por catadores informais?

( ) Sim

( ) Não

12. Existe alguma forma de organização de recicladores em seu município?

( ) Sim ( ) Associações ( ) Cooperativas ( ) Não

13. Que tipo de processamento é desenvolvido nas unidades de triagem?

( ) Não há unidades de triagem

( ) Separação

( ) Enfardamento

( ) Outro processo que agregue valor. Qual? ________________________

14. Como é feita a coleta dos resíduos na zona rural? _____________________

15. A Prefeitura desenvolve iniciativas a partir do lixo gerado?

( ) Não

( ) Sim

111

16. Se a Prefeitura desenvolve iniciativas, indique qual e exemplifique:

()educativas: ___________________________________

()sociais:__________________________________________________________

()econômicas:______________________________________________

________

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Anexo 3Lista dos municípios que responderam o questionário

1. Aceguá2. Agudo3. Ajuricaba4. Alecrim5. Alegria6. Alpestre7. Alto Alegre8. Alto Feliz9. André da Rocha10. Antonio Prado11. Araricá12. Aratiba13. Arroio do Padre14. Arroio dos Ratos15. Arvorezinha16. Augusto Pestana17. Bagé18. Barra do Ribeiro19. Benjamim Constant do Sul20. Bento Gonçalves21. Boa Vista do Buricá22. Boa Vista do Incra23. Bom Jesus24. Bom Princípio25. Bom Retiro do Sul26. Boqueirão do Leão27. Brochier28. Butiá29. Cacequi30. Cacique Doble31. Caibaté32. Caiçara33. Camaquã34. Cambará do Sul35. Campestre da Serra36. Campo Bom37. Campo Novo38. Capão do Cipó39. Capela de Santana40. Capivari do Sul41. Casca

42. Caseiros43. Caxias do Sul44. Cerrito45. Cerro Branco46. Cerro Grande47. Chapada48. Charqueadas49. Cidreira50. Colorado51. Condor52. Coronel Bicaco53. Coronel Pilar54. Crissiumal55. Cristal56. Cruzaltense57. David Canabarro58. Dois Irmãos59. Dom Pedrito60. Eldorado do Sul61. Encantado62. Encruzilhada do Sul63. Engenho Velho64. Entre Rios do Sul65. Erechim66. Ernestina67. Erval Grande68. Erval Seco69. Esperança do Sul70. Estação71. Esteio72. Estrela73. Estrela Velha74. Farroupilha75. Fazenda Vila Nova76. Fortaleza dos Valos77. Frederico Westphalen78. Garibaldi79. Gaurama80. General Câmara81. Getúlio Vargas82. Giruá

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83. Glorinha84. Gramado dos Loureiros85. Gravataí86. Guabiju87. Guaíba88. Guaporé89. Guarani das Missões90. Harmonia91. Herveiras92. Ibiaçá93. Ijuí94. Imigrante95. Independência96. Iraí97. Itaara98. Itatiba do Sul99. Jacuizinho

100. Jacutinga101. Jaguari102. Jaquirana103. Lagoa Vermelha104. Lajeado105. Lindolfo Collor106. Machadinho107. Maratá108. Mariano Moro109. Marques de Souza110. Mato Castelhano111. Maximiliano de Almeida112. Miraguaí113. Monte Belo do Sul114. Montenegro115. Mormaço116. Não Me Toque 117. Nova Alvorada 118. Nova Araçá119. Nova Bréscia120. Nova Palma121. Nova Petrópolis122. Nova Prata123. Nova Santa Rita124. Novo Hamburgo125. Novo Machado126. Osório127. Paim Filho128. Palmares do Sul129. Palmitinho130. Panambi

131. Paraí132. Pareci Novo133. Passo do Sobrado134. Paulo Bento135. Pedras Altas 136. Pejuçara137. Pelotas138. Picada Café139. Pinhal140. Pinhal da Serra141. Pinheiro Machado142. Pirapó143. Piratini144. Planalto145. Pontão146. Porto Alegre147. Porto Vera Cruz148. Porto Xavier149. Pouso Novo150. Presidente Lucena 151. Progresso152. Putinga153. Quaraí154. Quevedos 155. Redentora 156. Rio Grande157. Rio Pardo 158. Roca Sales159. Rodeio Bonito160. Sagrada Família161. Saldanha Marinho162. Santa Bárbara do Sul163. Santa Cecília do Sul164. Santa Clara do Sul165. Santa Cruz do Sul166. Santa Maria167. Santa Tereza168. Santana do Livramento169. Santo Ângelo170. Santo Expedito do Sul171. São Borja172. São Domingos do Sul173. São Francisco de Paula174. São João da Urtiga175. São José do Herval176. São José do Norte177. São José dos Ausentes178. São Leopoldo

114

179. São Lourenço do Sul180. São Marcos181. São Martinho182. São Nicolau183. São Sepé184. São Valentim do Sul185. São Vendelino186. Sapucaia do Sul187. Sarandi188. Segredo 189. Selbach 190. Senador Salgado Filho191. Sentinela do Sul192. Serafina Corrêa193. Sertão194. Severiano de Almeida195. Sobradinho196. Soledade197. Tabaí198. Tapejara199. Taquari200. Taquaruçu do Sul201. Tenente Portela202. Terra de Areia203. Teutônia204. Tio Hugo

205. Toropi206. Tramandaí207. Três Arroios208. Três Cachoeiras209. Três de Maio210. Três Forquilhas211. Três Palmeiras212. Trindade do Sul213. Triunfo214. Tucunduva215. Tupandi216. Tuparendi 217. Turuçu218. Uruguaiana219. Vacaria220. Vale Real221. Vera Cruz222. Veranópolis223. Vespasiano Corrêa224. Viadutos225. Viamão226. Vicente Dutra227. Victor Graeff228. Vila Lângaro229. Vila Maria 230. Vista Gaúcha

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Anexo 4Programa de Resíduos Sólidos da Assembléia Legislativa

RESOLUÇÃO DE MESA Nº806/2007

Dispõe sobre o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

Art. 1° Fica aprovado o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), no âmbito da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, com suas atividades descritas no Anexo Único desta Resolução de Mesa.

Art. 2º Para a plena execução das atividades do cronograma constante no PGRS, a Comissão encarregada do gerenciamento dos resíduos sólidos interagirá com a Superintendência Geral e áreas administrativas afins.

Art. 3º As despesas decorrentes ficam sujeitas ao enquadramento e à disponibilidade orçamentária e, ainda, à licitação, quando fora das dispensas previstas em Lei.

Art. 4º Esta Resolução de Mesa entra em vigor na data de sua publicação.

Sala das Sessões, em

116

ANEXO ÚNICO

PROGRAMA DE GESTÃO RESÍDUOS SÓLIDOS

O Programa de Gestão de Resíduos Sólidos visa a atingir os objetivos e

metas ambientais, contendo atribuições de responsabilidade no nível de

administração, as ações, os recursos financeiros necessários e o prazo para se

atingir as metas.

Definição de Resíduo SólidoPela definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT,

resíduos sólidos são os “resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam

de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de

serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de

sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e

instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou

corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente

inviáveis face à melhor tecnologia disponível”.

Normalmente, publicações sobre resíduos sólidos utilizam indistintamente

os termos "lixo" e "resíduos sólidos". Neste Programa, resíduo sólido é todo

material sólido ou semi-sólido indesejável e que necessita ser removido por ter

sido considerado inútil por quem o descarta, em qualquer recipiente destinado a

este ato.

Há de se destacar, no entanto, a relatividade da característica inservível do

lixo, pois aquilo que já não apresenta nenhuma serventia para quem o descarta,

para outro pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou processo.

Nesse sentido, a idéia do reaproveitamento do lixo é um convite à reflexão do

próprio conceito clássico de resíduos sólidos.

117

Requisitos GeraisO Programa de Gestão de Resíduos Sólidos (PGRS) deverá ser integrado

às práticas de gestão na instituição. O PGRS integrar-se-á aos demais sistemas

de gestão existentes ou que venham a existir de modo a fortalecer a unidade da

Gestão da Casa, dentro de uma política ambiental que englobe segurança, saúde

e meio ambiente.

Princípios do ProgramaO estabelecimento de metas ambientais ocorrerá, preferencialmente, no

ciclo anual de planejamento estratégico que avalia os principais

aspectos/impactos ambientais e a adequação da política com os cenários de

tecnologia e gestão institucionais. As metas do PGRS serão elaboradas dentro

dos seguintes princípios:

- Atender a legislação, normas e outros subscritos pela Câmara, como um

processo de atuação responsável, procurando se antecipar às tendências de

regulamentações e colaborar no seu aperfeiçoamento.

- Garantir um processo de melhoria contínua, através do pronto

atendimento aos objetivos e metas voltadas à prevenção dos impactos

ambientais e de todas as fontes potenciais de riscos associadas às suas

operações, serviços, produtos e locais de trabalho.

- Promover o senso de responsabilidade individual e gerencial com relação

à proteção ao meio ambiente, por meio da capacitação de seus colaboradores e

da sensibilização dos prestadores de serviços e fornecedores.

- Ser pró-ativo na comunicação com as comunidades interna e externa, com

relação às suas preocupações sobre as atividades ambientais na Assembléia

Legislativa.

ObjetivosDefinir a sistemática de segregação, identificação, acondicionamento,

coleta, rastreabilidade, transporte e cadastro de empresas comercializadoras e

transformadoras de resíduos na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul,

118

compreendendo desde sua geração até a destinação, de modo a tornar a Casa

uma referência ambiental para outros órgãos estaduais.

Objetivos específicosDefinir a responsabilidade pelo gerenciamento de resíduos desde seu

recolhimento até seu destino final, compreendendo a disponibilidade de recursos

(coletores, embalagens e transporte);

Cumprir a legislação ambiental, em especial o artigo 1º da Lei Estadual nº

9.921, de 07 de fevereiro de 1993;

Buscar novas formas de segregação, identificação, acondicionamento e

destinação final para os resíduos gerados;

Implantar e manter práticas ambientais corretas nos diversos segmentos da

Assembléia Legislativa, através da inserção de novos padrões comportamentais

em suas diversas atividades;

Fomentar e disseminar essas práticas;

Promover a participação efetiva de todos os servidores da Casa;

Buscar informações sobre questões ambientais e promover sua

disseminação, com os propósitos de atender a demandas e possibilitar a

permanente formação de colaboradores;

Promover um contínuo aprimoramento das técnicas e práticas aplicadas de

acordo com a legislação ambiental;

Estabelecer novos padrões de consumo de recursos naturais dos

servidores e, consequentemente, da comunidade na qual estamos inseridos;

Promover a redução de custos com a utilização correta de recursos

naturais;

Possibilitar a inclusão social por meio da geração de emprego e renda; e

Agir, quando necessário, em função de acidentes e/ou emergência

envolvendo resíduos.

119

Estrutura e ResponsabilidadeO Programa de Gestão de Resíduos Sólidos será conduzido por uma

equipe de servidores de estrutura multifuncional, em regime de tempo

compartilhado com suas funções na Casa, que também serão agentes

multiplicadores nas diversas unidades. Os integrantes da Equipe serão

nomeados anualmente e, na sua estrutura, no mínimo, deverá contar com 1 (um)

integrante do quadro da Escola do Legislativo, 1 (um) do Departamento de Obras

e Manutenção, 1 (um) da Segurança do Legislativo e 1 (um) do Departamento de

Serviços Administrativos, auxiliados na tarefa de motivação por facilitadores,

funcionários escolhidos de todos os setores da Casa, que agirão como

multiplicadores das idéias e práticas do PGRM.

A Equipe terá como encargos:

I – acompanhamento dos aspectos legais;

II – orientar a compra de produtos "eco-eficientes" que serão licitados pela

Casa;

III – estudar as ações no sentido de adequar o ambiente, definir formas

corretas de descarte e cumprir as convenções ambientais quanto à separação do

lixo;

IV - acompanhar a execução das ações;

V – preparar campanhas de esclarecimento, dando publicidade às ações do

PGRS, planejando e realizando eventos de suporte, cursos, seminários, fóruns e

pesquisas;

VI - pesquisar e aprimorar as técnicas utilizadas no PGRS.

Os facilitadores, pessoas-chave no sistema, serão escolhidos pelo seu

interesse na causa, perfil de liderança, boa comunicação e nível de

conhecimento técnico do sistema, com a inclusão de técnicas de disseminação e

implementação de melhorias. Caberá a eles desenvolver as ações necessárias à

disseminação do sistema na sua área de representação.

A implementação, manutenção e melhoria do sistema ocorrerão através da

própria estrutura e com base no retorno que os colaboradores e os outros

servidores trarão para a Equipe na condução das atividades. Esta prática irá

inserir as atividades do PGRS no dia de cada um.

120

Ações

1 – Identificar e classificar os resíduos gerados na Casa.

2 – Determinar a destinação a ser dada a cada tipo de resíduo identificado.

3 - Definir um cronograma de recolhimento para cada tipo de resíduo.

4 – Disponibilizar coletores adequados conforme a destinação definida.

5 – Projetar e desenvolver espaços adequados para a guarda do material

coletado.

6 – Treinar os operadores, capacitando-os para o correto manuseio e

destinação dos resíduos coletados.

7 – Escolher facilitadores dentro de todos os setores, que atuarão como

multiplicadores e fiscais dos procedimentos.

8- Preparar adequadamente os facilitadores.

9– Conscientizar e sensibilizar os funcionários da necessidade da

separação do lixo, através de palestras motivadoras e oficinas temáticas.

10– Criar mecanismos de fiscalização e correção dos procedimentos

adotados.

11- Instituir uma Equipe permanente responsável pelo gerenciamento e

continuidade do Programa de Gestão de Resíduos Sólidos.

Ações Iniciais e CronogramaPara dar início ao PGRS, as ações elencadas foram divididas em três

etapas: levantamento de dados, implementação e controle e avaliação dos

resultados do Programa.

1 – Levantamento de dados:

identificar os resíduos gerados nas dependências da Casa;

classificar por tipo de resíduo;

determinar destinação adequada para cada tipo;

verificar contratos de coleta;

identificar carências: obras, materiais, coletores, material de divulgação.

121

Esta fase deve durar duas semanas. Após esta etapa, um relatório será

gerado contendo os dados coletados e medidas sugeridas.

2 - Implementação do Programa:

selecionar facilitadores;

definir nome, logomarca e métodos de divulgação para do Programa;

identificar e contratar palestrantes e instrutores;

efetivar compra do material necessário;

elaborar manual de boas práticas;

treinar facilitadores;

estabelecer rotinas para o recolhimento do lixo e treinar os operadores;

iniciar a divulgação e as ações de segregação junto a todos os funcionários

da Casa.

O cronograma desta etapa fica em aberto, pois depende de diversos

fatores, como a definição de pessoas, tanto para instruir como para serem

instruídos, além da necessidade de compra de algum eventual material.

3 – Controle Operacional e Monitoramento dos Resultados:

verificar a qualidade do material separado;

corrigir as deficiências detectadas; e

implementar as melhorias sugeridas.

Os processos acima deverão ser contínuos, o que faz esta etapa se tornar

permanente.

Treinamento e ConscientizaçãoAs necessidades de treinamento e qualificação de servidores serão

incluídos no planejamento da Escola do Legislativo como conhecimentos sobre o

sistema de gestão ambiental e oficinas de reciclagem. Para os terceirizados

deverão ser feitos acordos de treinamento com as empresas que terceirizam a

mão-de-obra ou por órgãos parceiros.

122

Por fim, deverá ser promovida a sensibilização das chefias dos diversos

setores, para que assumam a responsabilidade de manter programas adequados

e contínuos, com a conscientização das atividades/serviços da instituição.

O planejamento dos cursos e a sistemática dos trabalhos deverão contar

com o apoio e experiência da Escola do Legislativo.

DivulgaçãoDeverá ser elaborado um manual de procedimentos operacionais de gestão

ambiental contendo itens básicos de separação do lixo através da especificação

de como fazer. Este manual deverá ser distribuído a todos os servidores da

Casa, sendo item necessariamente entregue a todo egresso pelo Departamento

de Recursos Humanos.

Controle Operacional e Monitoramento

A falta de um programa formal de avaliação de desempenho faz com que a

análise dos resultados tenda ao subjetivismo, ou pela ausência de critérios ou de

uma orientação sistematizada. Portanto, se fazem necessários planos de

monitoramento que visam assegurar e evidenciar o desenvolvimento do

programa, a melhoria e o atendimento das metas e objetivos.

Deverá ser criado um controle operacional através da implantação de Ações

Corretivas e Preventivas visando garantir que o monitoramento e andamento do

programa estejam sendo cumpridos.

Deverão ser estabelecidos programas de monitoramento para avaliação da

qualidade de: Não-Conformidades e Ações Corretivas e Preventivas, Registros,

Auditorias e Ciclos de Avaliação.

Através da avaliação de desempenho, fornecida pelos programas de

monitoração, se estabelecerá um processo intimamente relacionado às

atividades de planejamento e gestão de resultados, dando as dimensões de

qualidade e de pluralidade ao Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos.

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QUADRO COMPARATIVO DE LEIS SOBRE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDELEI Nº 10.099, DE 07 DE FEVEREIRO DE 1994.

RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA – RDC Nº 306/2004 - ANVISA

RESOLUÇÃO Nº 358, DE 29 DE ABRIL DE 2005

TEOR

Dispõe sobre os resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde e dá outras providências.

Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde.

Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos dos serviços de saúde.

Semelhante

DEFINIÇÕESRESÍDUO CLASSE A

(Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido à presença de agentes biológicos)

sangue e hemoderivados; animais usados em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos; excreções e líquidos orgânicos; meios de cultura; tecidos, órgãos, fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos advindos de área de isolamento; restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de laboratórios de análises clínicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial; resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos.Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes de causar punctura ou corte, tais como lâminas de barbear, bisturi, agulhas,

GRUPO A1 - Culturas e estoques de microrganismos resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Estes resíduos não podem deixar a unidade geradora sem tratamento prévio. GRUPO A2- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de

GRUPO A1-1. culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética; 2. resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido; 3. bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por

Resoluções do CONAMA e da ANVISA são mais detalhada, além de fazer distinções inexistentes nas outras leis.

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escalpes, vidros quebrados, etc., provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.

relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final.GRUPO A3- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenhamvalor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.GRUPO A4- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases aspirados de área contaminada;membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sobras de amostras delaboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham enem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de

contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; 4. sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; GRUPO A2 1. carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica; GRUPO A3 1. peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares; GRUPO A4 1. kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados; 2. filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de

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disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante oucujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; tecido adiposoproveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo;recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenham sangue ou líquidoscorpóreos na forma livre; peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentoscirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação demicroorganismos, bem como suas forrações; cadáveres de animais provenientes de serviços de assistência; Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão.GRUPO A59.1 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais

equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; 3. sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons. 4. resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; 5. recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; 6. peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; 7. carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; e 8. bolsas transfusionais vazias ou com

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perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

volume residual pós-transfusão. GRUPO A5 1. órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons.

TRATAMENTO- tratamento, antes da disposição final, de todos os resíduos.

GRUPO A1 - Processos para a obtenção de redução ou eliminação da carga microbianaGRUPO A2 Tratamento de redução ou eliminação da carga microbiana,GUPO A3 - Sepultamento em cemitério ou tratamento térmico por incineração ou cremaçãoGRUPO A4 – Disposição sem tratamento prévio,GRUPO A5 - incineração

GRUPO A1 - processos de tratamento em equipamento que promova redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação microbiana GRUPO A2 - processo de tratamento com redução de carga microbiana compatível com nível III de inativação GRUPO A3 - Sepultamento em cemitério ou tratamento térmico por incineração ou cremaçãoGRUPO A4 – Disposição sem tratamento prévio,GRUPO A 5 - Tratamento específico orientado pela ANVISA.

A Lei Estadual obriga a tratar todos os resíduos, mesmo se não houver perigo de contaminação devido à deposição final. Já as Resoluções da ANVISA e do CONAMA estabelecem tratamentos específicos para cada sub-grupo dentro de cada grupo, diminuindo a quantidade de resíduos submetidos a processos mais complexos.

RESÍDUO CLASSE B(Resíduos que apresentam risco à saúde pública e ao meio ambiente devido as suas características física, químicas e físico-químicas)

- drogas quimioterápicas e produtos por ela contaminados;-resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados, interditados ou não utilizados); e- demais produtos considerados

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente,dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.

Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. - Produtos hormonais e produtos

A Resolução da ANVISA é mais abrangente, citando substâncias não mencionadas pelas outras duas.

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perigosos, conforme classificação da NBR 10004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

- Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos;imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias edistribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentoscontrolados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações.- Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes paralaboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes.- Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores).- Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas- Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações; - Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; - Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); - Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; e - Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos).

TRATAMENTOTratamento e/ou disposição final específicos, de acordo com as suas características.

Produtos Químicos conforme NBR 14725 da ABNT e Decreto/PR 2657/98.- resíduos de produtos e de insumos farmacêuticos, especificados na Portaria

Os resíduos com características de periculosidade, quando não forem submetidos a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, devem ser submetidos a tratamento e disposição final específicos.

As Resoluções da ANVISA e do CONAMA especificam melhor a forma de tratamento, diferenciando as substâncias, a lei estadual deixa a indefinido o tratamento necessário, o que remete às resoluções..

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MS 344/98- resíduos sólidos contendo metais pesados: Resolução CONAMA nº. 257/1999 ou encaminhados a Aterro de Resíduos Perigosos-Classe I

As características dos resíduos pertencentes a este grupo são as contidas na Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos-FISPQ. Os resíduos no estado sólido, quando não tratados, devem ser dispostos em aterro de resíduos perigosos - Classe I Os resíduos pertencentes ao Grupo B, sem características de periculosidade, não necessitam de tratamento prévio.

RESÍDUO CLASSE C(Resíduos radioativos)materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05

Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superioresaos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.-os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes delaboratórios de análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a resolução CNEN-6.05.

- resíduos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia, segundo a Resolução CNEN 6.05- quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação.

Semelhantes.

TRATAMENTOdefinido no Plano de Radioproteção da Instalação, em conformidade com a norma NE - 6.05 da CNEN

exigências definidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN.

Semelhantes.

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.

RESÍDUO CLASSE D(Resíduos comuns)São todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos anteriormente

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo serequiparados aos resíduos domiciliares.- papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar depaciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares nãoclassificados como A1;- sobras de alimentos e do preparo de alimentos;- resto alimentar de refeitório;- resíduos provenientes das áreas administrativas;- resíduos de varrição, flores, podas e jardins- resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde

Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. - papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; - sobras de alimentos e do preparo de alimentos; - resto alimentar de refeitório; - resíduos provenientes das áreas administrativas; - resíduos de varrição, flores, podas e jardins; e - resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde.

Melhor definição pela ANVISA e CONAMA.

TRATAMENTODeverão ser coletados pelo sistema municipal de limpeza urbana e receber tratamento e/ou disposição final semelhante aos dados aos resíduos domiciliares

Resíduo líquido deve sofrer tratamento, sólido deve ser separado.

Tratamento e destinação final semelhante aos determinados para os resíduos domiciliares, devendo ser coletados pelo órgão municipal de limpeza urbana.

A ANVISA define a separação do lixo sólido comum, enquanto as outras deixam indefinido.

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RESÍDUO CLASSE EMateriais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas;lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coletasanguínea e placas de Petri) e outros similares.

Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

Este grupo está incluso no GRUPO A na Lei estadual. Nas Resoluções da ANVISA e CONAMA há maior detalhamento do material que é prefurocortante., dos procedimentos e tratamento.

TRATAMENTORedução ou eliminação da carga microbiana, se contaminadosAcondicionamento referenciado na norma NBR 13853/97 da ABNT

Tratamento específico de acordo com a contaminação química, biológica ou radiológica.

Há maior detalhamento dos procedimentos e tratamento para cada tipo de contaminação pela ANVISA e CONAMA.

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