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Síntese da Situação Ambiental da Região Estudo de Impacto Ambiental BR-040 - DF/GO/MG i SUMÁRIO 6.5 SÍNTESE DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO ................................................ 6.5-1 6.5.1 Brasília/DF-Paracatu/MG ....................................................................................... 6.5-4 6.5.2 Paracatu/MG Três Marias/MG ............................................................................ 6.5-5 6.5.3 Três Marias/MG Belo Horizonte/MG ................................................................... 6.5-8 6.5.4 Belo Horizonte/MG Juiz de Fora/MG ................................................................ 6.5-12

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Síntese da Situação Ambiental da Região

Estudo de Impacto Ambiental BR-040 - DF/GO/MG

i

SUMÁRIO

6.5 SÍNTESE DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO ................................................ 6.5-1

6.5.1 Brasília/DF-Paracatu/MG ....................................................................................... 6.5-4

6.5.2 Paracatu/MG – Três Marias/MG ............................................................................ 6.5-5

6.5.3 Três Marias/MG – Belo Horizonte/MG ................................................................... 6.5-8

6.5.4 Belo Horizonte/MG – Juiz de Fora/MG ................................................................ 6.5-12

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Síntese da Situação Ambiental da Região

Estudo de Impacto Ambiental BR-040 - DF/GO/MG

6.5-1

6.5 SÍNTESE DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DA REGIÃO

Para a síntese ambiental da região, os fatores ambientais sensíveis da área do empreendimento

foram identificados em diagnósticos setoriais e foram sintetizados de forma a apresentar a

qualidade ambiental ao longo do trecho em estudo.

A análise foi estruturada de maneira a clarificar as inter-relações dos fatores que compõem o

quadro ambiental ao longo da rodovia, levando em conta as características das diferentes áreas

de estudo avaliadas.

Como primeiro critério, foram analisadas informações macro-regionais para identificar grandes

compartimentos territoriais, que apresentem características semelhantes. Todavia, por tratar-se de

um empreendimento linear, com 941,2 quilômetros, constatou-se que tipologias físicas ou bióticas

não seriam representativas devido à extensão das intervenções. As bacias hidrográficas com as

suas dimensões, embora constituam unidades territoriais, aqui não atendem aos objetivos em

razão da fragmentação da estrutura linear da área de estudo. De forma similar, buscou-se então a

caracterização considerando-se os biomas onde este projeto está inserido. Essa abordagem

também não se mostrou útil por tender a não refletir a realidade da área de estudo integralmente,

uma vez que mais de dois terços do trecho está no bioma Cerrado, onde foi constatada notória

heterogeneidade espacial (em todos os meios).

Dessa forma, procurou-se trazer o foco às diversidades realçando padrões em unidades com

maior grau de homogeneidade.

Assim, para dar ordenamento territorial e similaridade às inter-relações ambientais, foi

estabelecida para o trecho em estudo a sua subdivisão em unidades de análise espacial

(segmentos da rodovia). Esse procedimento foi assumido como uma das melhores formas para se

analisar, de maneira integrada, os meios físico, biótico e socioeconômico do empreendimento. As

informações produzidas durante a 1ª Campanha de fauna reforçaram essa decisão, que trouxe

dados coletados de segmentos com graus de heterogeneidade significativos. Os segmentos foram

delimitados a partir do ponto de referência (sede municipal) do perímetro urbano de cada

município. Os fatores ambientais sintetizados são apresentados pelas unidades de análise

espacial que são estipuladas conforme as quilometragens, da seguinte forma, podendo ser

visualizadas na figura a seguir:

Brasília/DF (km 0,0/DF) – Paracatu/MG (km 42/MG);

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Síntese da Situação Ambiental da Região

Estudo de Impacto Ambiental BR-040 - DF/GO/MG

6.5-2

Paracatu/MG (km 42+100/MG) – Três Marias/MG (275/MG);

Três Marias/MG (km 275+100/MG) – Belo Horizonte/MG (km 533/MG);

Belo Horizonte/MG (km 533+100/MG) – Juiz de Fora/MG (781/MG).

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Síntese da Situação Ambiental da Região Estudo de Impacto Ambiental da BR-040 DF/GO/MG

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Portanto, esta síntese da situação ambiental da região foi subdividida e é apresentada em quatro

segmentos, os quais serão apresentados à continuação. Ao final é apresentada uma síntese geral

de toda a região.

6.5.1 Brasília/DF-Paracatu/MG

Este segmento, com uma extensão de 205,7 quilômetros apresenta como principais

características a conurbação entre os municípios de Valparaíso de Goiás/GO e Luziânia/GO.

O adensamento das margens da BR-040 nos municípios da área do entorno do Distrito Federal,

onde a malha urbana estende-se por ambos os lados da rodovia, apresenta intensa travessia de

pedestres e circulação de veículos. Área problemática em termos do volume de acidentes.

A duplicação da rodovia, neste segmento, potencializa como mérito, a ocorrência de dois impactos

positivos. O primeiro é a oportunidade de disciplinar e trazer sob a ordem da segurança, os

conflitos entre pedestres e o intenso tráfego de veículos. O segundo mérito está na possibilidade

do ordenamento das atividades lindeiras, predominantemente comerciais e de serviços.

O segmento apresenta forte propensão à ocorrência de processos erosivos laminares, culminando

com a instabilização dos taludes e aterros que poderão dar início a um processo de assoreamento

de drenagens próximas causando alteração na qualidade da água e prejuízo a ictiofauna.

Resumidamente, foram detectados 14 (catorze) passivos ambientais no segmento entre o km 0,

no Distrito Federal, e a cidade de Paracatu/MG. Daqueles, 5 (cinco) passivos ambientais dizem

respeito a ocupação da faixa de domínio. Todos eles estão localizados nas áreas urbanas do

entorno do Distrito Federal e no perímetro urbano de Cristalina e Paracatu. Dois passivos estão

ligados às obras de manutenção da rodovia, especificamente jazidas utilizadas na obtenção de

material utilizado na pavimentação. O segmento ainda apresenta 5 (cinco) corpos d’água com

mata ciliar degradada. Duas delas pertencem a grandes rios, e três a pequenos cursos d’água que

se encontram degradados também pela curta distância da rodovia. Há, ainda, o registro de dois

processos erosivos, em taludes de pequeno porte, uma vez que o segmento se encontra em

relevo plano a suave ondulado.

Neste trecho os parâmetros de qualidade da água, das emissões atmosféricas e dos níveis de

ruído se mantiveram dentro dos padrões aceitáveis.

O empreendimento, neste trecho, intercepta 3 (três) Unidades de Conservação, sendo elas a Área

de Proteção Ambiental - APA do Planalto Central (Distrito Federal), a Área de Proteção Ambiental

- APA do Gama e Cabeça de Veado (Distrito Federal) e o Parque Estadual de Paracatu (Minas

Gerais), sendo que somente nesta última haverá obras de duplicação, tendo em vista que o trecho

em Brasília/DF, já se encontra duplicado.

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Quanto aos corredores ecológicos, foram definidos no presente estudo para todo o trecho (Brasília

– Juiz de Fora), um total de 9 (nove) corredores, conformados por áreas de remanescentes

florestais. Neste trecho foi identificado o Corredor 1, com uma área aproximada de 5.090 hectares,

inserido na Área Prioritária para Conservação da Biodiversidade Cristalina-Luziânia.

Para a flora, neste trecho, foram encontradas 6 (seis) espécies consideradas como protegidas,

raras, vulneráveis, em perigo ou ameaçadas de extinção, as quais são: 3 (três) consideradas

“vulneráveis”, a Astronium fraxinifolium – Gonçalo alves, que consta da Lista Geral de Espécies

Ameaçadas e da Lista do Ministério do Meio Ambiente, a Caryocar brasiliense - Pequi, que consta

Lista Geral de Espécies Ameaçadas e a Euterpe edulis – Palmiteiro que consta do Livro Vermelho

da Flora do Brasil; 2 (duas) consideradas “raras”, a Byrsonima coccolobifolia - Murici, que consta

da Listas de espécies que se enquadram nas categorias de ameaçadas de extinção ou protegida;

e Stryphnodendron adstringens – Barbatimão, considerada “rara” pela Lista Geral de Espécies

Ameaçadas e “vulnerável” pela Lista das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora do Estado de

Minas Gerais e, finalmente, a Ocotea pulchella – Canela poca considerada “em perigo” pela Lista

das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora do Estado de Minas Gerais.

Quanto à fauna, foi registrado o pássaro Charitospiza eucosma (mineirinho), uma espécie

endêmica do bioma Cerrado e considerada ameaçada de extinção, a qual ocorre em ambientes

de cerrado sentido restrito e campo sujo. Também foram registradas espécies como a onça-parda

(Puma concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) o

tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), todas ameaçadas de extinção..

Ao longo desse segmento, não há registros de cavernas na Área de Prospecção Espeleológica.

Os ambientes encontrados, ao longo dessa unidade de estudos, quer pelos passivos físicos da

implantação original e/ou manutenção da rodovia, quer por ações antrópicas decorrentes da

mesma, encontram-se com elevado grau de descaracterização, o que limita a ocorrência de uma

fauna diversificada, uma vez que apenas pequenos remanescentes de Cerrado ainda são

encontrados.

Os desmatamentos irregulares registrados destinam-se a ocupações de grande extensões pelos

empreendimentos rurais, os quais buscam a qualidade de solos favoráveis a agricultura extensiva

de feijão, milho, sorgo, eucalipto e soja que ocorrem na área.

Foram encontrados 2 (dois) sítios arqueológicos, na ADA, com presença de edificações e

ocorrência arqueológica cerâmica.

6.5.2 Paracatu/MG – Três Marias/MG

O segmento denominado Paracatu/MG – Três Marias/MG, com extensão de 246 km, compreende

as áreas territoriais dos municípios: Paracatu/MG, Lagoa Grande/MG, João Pinheiro/MG, São

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Gonçalo do Abaeté/MG e Três Marias/MG. Os municípios apresentam largas extensões de terra,

e considerável produção agropecuária.

Com a mesma fragilidade ambiental do anterior, este segmento apresenta uma tipologia de relevo

que ofereceu condições para o plantio de eucalipto em extensas áreas, particularmente entre os

municípios de Paracatu/MG e João Pinheiro/MG. Essas plantações se estendem, por vezes, até a

margem do acostamento da rodovia, o que denota eventual uso irregular da faixa e

descaracterização da paisagem ambiental original.

Os levantamentos de campo permitiram observar a ocorrência de processos erosivos já instalados

devido aparentemente ao sistema ineficiente de drenagem da rodovia BR-040. Em alguns pontos

concentra-se um fluxo excessivo de águas pluviais sem sistemas de dissipação de energia o que

leva a afirmar que a continuidade dessa deficiência poderá causar assoreamento das drenagens

próximas, com riscos à qualidade da água dos corpos hídricos e à ictiofauna da região.

Entre Paracatu e Três Marias foram identificados seis passivos ambientais, sendo quatro passivos

processos erosivos em taludes com superfície exposta.

Formações de cavidades naturais foram localizadas dentro da faixa de domínio, devido as

condições geológicas de formações cársticas da região, todas localizadas em distância inferior a

60 m da rodovia BR-040, próximo ao km 63+100. São elas PEA-0574, PEA-0575, PEA-0576 e

PEA 0577, e exige melhor conhecimento quanto à viabilidade de sobreposição ao traçado. Desta

forma, recomenda-se ser realizado o desvio do traçado a oeste, com distanciamento mínimo de

250m das cavidades naturais subterrâneas.

Duas áreas alagadas, Córrego Extreminha (km 107/MG, município de Lagoa Grande/MG) e

Córrego Facão (km 204/MG, no município de João Pinheiro/MG), são interceptadas pela rodovia,

e requerem atenção dos programas ambientais a fim de minimizar impactos na fase de instalação.

Catorze áreas de apoio às obras de manutenção da rodovia foram mapeadas. Elas são

caracterizadas por jazidas desativadas, locais de depósito de material e equipamentos. Por último,

mapeou-se seis locais de ocupação irregular da faixa de domínio, caracterizada por comércios

ilegais e legais, e residenciais.

Neste trecho os parâmetros de qualidade da água e das emissões atmosféricas se mantiveram

dentro dos padrões aceitáveis. Os ruídos, devido ao trânsito intenso de veículos, resultaram em

níveis de decibéis acima do estipulado pela NBR 10.151/2000, às margens da rodovia.

Nesse segmento foram encontradas somente duas unidades de conservação de uso sustentável

(Reservas Particulares do Patrimônio Natural, RPPN Fazenda Barrão e RPPN Fazenda

Lavagem), ambas situadas no município de Três Marias/MG, a uma distancia de 7,9 e 4,9 km da

BR, respectivamente.

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Quanto aos corredores ecológicos neste trecho foram identificados 3 (três) corredores: O Corredor

2 com área de aproximadamente 9.210 hectares, localizado próximo da Área Prioritária para a

Conservação da Biodiversidade Córrego Espanha, próximo à cidade de Paracatu; o Corredor 3

com área aproximada de 6.107 hectares, inserido na Área Prioritária para a Conservação da

Biodiversidade Serra dos Alegres, próximo à cidade de Joao Pinheiro; e o Corredor 4 também

inserido na Área Prioritária para a Conservação da Biodiversidade Serra dos Alegres, com área

aproximada de 11.212 hectares, que abriga as nascentes dos Córregos Vereda, Galho Grande e

Meloso, além dos tributários do rio Abaeté.

Por sua vez, as intervenções de duplicação da rodovia devem somar impactos à flora

principalmente na faixa de domínio onde a vegetação nativa é composta em sua maioria de

espécies de rápida regeneração natural, dentre as quais a Anadenanthera colubrina – Angico

Vermelho, Myracrodruon urundeuva – Aroeira e o Astronium fraxinifolium – Gonçalo Alves, as

duas últimas consideradas vulneráveis na classificação de espécies ameaçadas de extinção.

Espécies consideradas protegidas foram identificadas ao longo do segmento. O esforço amostral

permitiu identificar nos fragmentos 3 (três) espécies consideradas como “rara”: Byrsonima

coccolobifolia – Murici; Maytenus ilicifolia – Espinheira santa; Stryphnodendron adstringens –

Babatimão; 4 (quatro) consideradas “vulneráveis”: Astronium fraxinifolium – Gonçalo Alves;

Caryocar brasiliense – Pequi; Heisteria ovata; Myracrodruon urundeuva – Aroeira; e, 1 (uma)

considerada “em perigo”: Hymenaea courbaril – Jatobá.

No segmento em questão foram realizadas amostragens da fauna terrestre em uma área de

Cerrado Sentido Restrito no município de João Pinheiro/MG. Esta área é um pequeno

remanescente de Cerrado em bom estado de conservação. Porém, em seu entorno é possível

observar o início de formação de processo erosivo.

Dentre as espécies da avifauna notáveis com ocorrência na região, destacam-se Eupsittula

cactorum (periquito-da-caatinga), espécie abundante na região, além dos registros exclusivos de

Streptoprocne biscutata (taperuçu-de-coleira-falha) e o Platalea ajaja (colhereiro) espécie

intimamente ligada a regiões alagadas, sendo ambos considerados ameaçados em Minas Gerais.

Com relação à herpetofauna, as serpentes peçonhentas possuem grande importância econômica

para a farmacologia, além de serem cobiçadas para a criação como animais de estimação. Neste

segmento foram registradas, a cascavel (Crotalus durissus) e a caninana (Spilotes pullatus.).

Recomenda-se a indicação de um programa específico de afugentamento e resgate da fauna

durante a fase de instalação da obra deverá minimizar os riscos de acidentes com animais

peçonhentos como é o caso da espécie Crotalus durissus registrada neste trecho.

Quanto aos mamíferos, este trecho apresentou a maior riqueza dentre todas as áreas de estudo.

Espécies importantes como a onça-parda (Puma concolor), a jaguatirica (Leopardus pardalis), o

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tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) todas ameaçadas de extinção, foram registradas

neste trecho.

Apesar da maioria dos corpos hídricos estudados neste segmento estarem degradados, deve-se

destacar que alguns ainda possuem comunidade íctica relevante como é o caso do Córrego

Poções e Córrego Extreminha. Recomenda-se que em ambientes de áreas alagáveis, como o

encontrado no Córrego Extreminha e Córrego Facão, precisam ser conservados, devido a

provável presença de espécies temporárias, como indivíduos da família Rivulidae.

No município de Paracatu/MG, seccionados pela rodovia estão os bairros de Alto do Córrego,

Nossa Senhora de Fátima, JK e Alto da Colina, onde há intenso adensamento. Assim, há

potencial conflito devido ao grande número de acidentes e, consequentemente, impactos

decorrentes. Recomenda-se que o empreendedor priorize, ainda na fase de projeto, a solução

quanto ao trânsito de pedestres de uma margem à outra.

Ainda no município de Paracatu/MG estão localizados os núcleos quilombolas das Comunidades

Machadinho, Amaros e São Domingos. Essas comunidades estão localizadas ao longo da rodovia

com o seccionamento do território tradicional da comunidade Machadinho. Entretanto, conforme

os levantamentos realizados no diagnóstico, o território tradicional dessas comunidades está

descaracterizado pelo processo de mineração realizado na região.

A ocupação próxima às margens da BR-040 neste segmento é também configurada pela

existência de três Projetos de Assentamentos de Reforma Agrária (PAs) do Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Esses assentamentos estão localizados no município de

Lagoa Grande/MG, dispostos perpendicularmente à margem direita em relação ao sentido Três

Marias/MG e que serão afetados pelas obras de duplicação: PA Nosso Orgulho, PA Aliança e

Progresso e PA Feliz União.

Na prospecção arqueológica do segmento, na ADA, foram prospectados quatro sítios

arqueológicos cerâmicos, uma ocorrência arqueológica e dois sítios históricos.

6.5.3 Três Marias/MG – Belo Horizonte/MG

O segmento Três Marias/MG – Belo Horizonte MG, com extensão de 257,5 km, compreende as

áreas territoriais dos municípios: Felixlândia/MG, Curvelo/MG, Paraopeba/MG, Caetanópolis/MG,

Sete Lagoas/MG, Capim Branco/MG, Esmeraldas/MG, Matozinhos/MG, Pedro Leopoldo/MG,

Ribeirão das Neves/MG, Contagem/MG e Belo Horizonte/MG. O segmento dispõe de duplicação e

transição entre áreas rurais e urbanas.

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Resumidamente durante todo o trajeto da rodovia, neste trecho, é possível observar que os

processos erosivos são formados principalmente pelo escoamento da água da chuva em terrenos

sem a proteção da cobertura vegetal; sistemas de drenagem deficientes que direcionam um

grande fluxo de água em pontos desprotegidos e sem dissipadores de energia.

Na porção do segmento, a partir de Sete Lagoas/MG, inicia a transição para Província São

Francisco e o relevo plano a suave ondulado sem grandes elevações demonstrando que ainda

nessa porção não serão necessárias grandes movimentações de terra, cortes ou aterros, com isso

o impacto causado na paisagem natural será minimizado. Assim, como nos segmentos anteriores,

o predomínio de uma geomorfologia, ainda que não homogênea, porém com grau de criticidade

baixo, colabora para minimizar o risco de instabilidade dos taludes, pois não possuem inclinações

acentuadas e nem são muito altos, com isso apenas será necessária a manutenção periódica

dessas obras.

Ao todo, trinta e nove foi o número de passivos ambientais mapeados no segmento entre Três

Marias e Belo Horizonte. Daqueles, foram detectados 17 processos erosivos, sete áreas de apoio

às obras de manutenção da rodovia, sete matas ciliares de cursos d’água interceptados, sete

ocupações irregulares na faixa de domínio e um descarte ambientalmente inadequado de

resíduos sólidos. Devido ao longo percurso dentro da região metropolitana de Belo Horizonte, o

trecho apresenta números mais elevados, no caso de alguns tipos de passivos, em função da

proximidade das áreas urbanas e ausência de ordenamento territorial.

Constam neste trecho 14 (quatorze) cavernas dentro da Área de Prospecção Espeleológica (faixa

de domínio acrescida de 250m), todas localizadas na unidade de conservação Monumento

Natural Estadual da Gruta Rei do Mato – MNEGRM, na cidade de Sete Lagoas/MG, próximo ao

km 474/MG da rodovia BR-040. Neste trecho, já duplicado, as cavernas encontram-se protegidas,

em caráter permanente, dentro da referida Unidade de Conservação (UC), detentora de plano de

manejo em implantação.

Neste trecho os parâmetros de qualidade da água se mantiveram dentro dos padrões aceitáveis,

exceto o do Córrego Mocambo, que foi classificado como “RUIM” devido ao fato da proximidade

de áreas agrícolas e da cidade de Paraopeba/MG.

Os ruídos no segmento entre Três Marias/MG e Belo Horizonte/MG resultaram em níveis de

decibéis acima do estipulado pela NBR 10.151/2000 as margens da rodovia. Nos pontos

analisados dentro do trecho, percebe-se um aumento nos níveis de ruído à medida que se

aproxima da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

A qualidade do ar mostrou-se com índices alterados dos padrões nacionais de referência apenas

na área da Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG, fato devido à concentração industrial da

mineração.

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Nesse segmento são encontradas 23 (vinte e três) unidades de conservação na área de estudo da

rodovia, das quais 15 (quinze) de Uso Sustentável e 8 (oito) de Proteção Integral. Dessas

Unidades de Conservação 11 (onze) estão margeando a rodovia e/ou são interceptadas por ela,

são elas:

Tabela 1 - Unidades de conservação

TIPO UNIDADE DE

CONSERVAÇÃO ADM. CATEG. MUNICÍPIO

MONA Gruta Rei do Mato Estadual PI Sete Lagoas/MG

RPPN Mata do Confisco Estadual US Contagem/MG

PE Estadual Serra do Rola

Moça Estadual PI

Itabirito/B Horizonte/Brumadinho/Nova

Lima/MG

APE Ribeirão do Urubu Estadual US Pedro Leopoldo/Esmeraldas/MG

APE Córrego Cercadinho Estadual US Belo Horizonte/MG

APE Córrego Barreiro Estadual US Belo Horizonte/MG

APA Sul RMBH Estadual US Nova Lima/Rio Acima/Santa Bárbara /MG

APA Vargem das Flores Estadual US Contagem/Betim/MG

APE Ribeirão Catarina Estadual US Brumadinho/Nova Lima/Belo Horizonte/MG

APA Fechos Estadual US Nova Lima/MG

APE Córrego da Mutuca Estadual US Nova Lima/MG

Quanto aos corredores ecológicos neste trecho foram identificados 2 (dois) corredores: O

Corredor 5 com área de aproximadamente 8.133 hectares, inserido na Área Prioritária para a

Conservação da Biodiversidade Belo Horizonte-Monjolos, nos municípios de Esmeraldas, Capim

Branco, Matozinhos e Pedro Leopoldo; e o Corredor 6 com área aproximada de 10.928 hectares,

inserido totalmente na Área Prioritária para a Conservação da Biodiversidade Quadrilátero

Ferrífero, nos limites da região metropolitana de Belo Horizonte.

No segmento Três Marias/MG a Belo Horizonte/MG, encontra-se uma área alagada margeante a

rodovia localizada no km 286/MG da BR-040. A área alagada se situa tanto a margem direita

quanto esquerda da rodovia. Nessa área alagada foi registrada a ocorrência da espécie arbórea

Mauritia flexuosa – Buriti.

Próximo ao km 322/MG é possível notar um fragmento de Cerrado Sentido Restrito (Savana

Arborizada), bem preservado em sua forma original. Esse fragmento pode ser considerado uma

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exceção, assim como algumas poucas áreas observadas, na área de estudo, tanto pelo tamanho

do fragmento quanto pelo estado de preservação.

No km 423/MG, nas proximidades de Curvelo/MG, inicia-se o trecho duplicado da BR-040, que vai

até Belo Horizonte/MG. A vegetação nativa existente nesse segmento é secundária, sendo

composta predominantemente pelas fitofisionomias de Cerrado Sentido Restrito (Savana

Arborizada) e da Floresta Estacional Semidecidual. Essa região é uma área de transição, onde se

podem observar as influências das áreas de tensões ecológicas entre os Biomas do Cerrado e da

Mata Atlântica.

Neste trecho foram identificadas 8 (oito) espécies consideradas como protegidas, raras,

vulneráveis, em perigo ou ameaçadas de extinção, as quais são: Astronium fraxinifolium –

Gonçalo Alves que consta como “vulnerável” da Lista de espécies que se enquadram nas

categorias de ameaçada de extinção ou protegida e pela Portaria Instrução Normativa MMA n.6; a

Byrsonima coccolobifolia – Murici que consta como “rara” da Lista de espécies que se enquadram

nas categorias a de ameaçada de extinção ou protegida; a Caryocar brasiliense – Pequi que

consta como “vulnerável” da Lista de espécies que se enquadram nas categorias a de ameaçada

de extinção ou protegida; a Ocotea pulchella – Canela poca, que consta como “em perigo” da

Lista das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora do Estado de Minas Gerais; Hymenaea

courbaril - Jatobá que consta como “em perigo” da Lista de espécies que se enquadram nas

categorias a de ameaçada de extinção ou protegida; a Zeyheria tuberculosa – Ipê Tabaco que

consta como “vulnerável” da Flora ameaçada de extinção de acordo com o Livro Vermelho da

Flora do Brasil; a Myracrodruon urundeuva - Aroeira que consta como “vulnerável” da Lista de

espécies que se enquadram nas categorias de ameaçada de extinção ou protegida e pela Lista

das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora do Estado de Minas Gerais; e, finalmente,

Stryphnodendron adstringens - Barbatimão que consta como “rara” da Lista de espécies que se

enquadram nas categorias de ameaçada de extinção ou protegida.

De maneira geral os impactos a flora nesse segmento situam-se, principalmente na faixa de

domínio e no segmento da BR-040 entre as sedes municipais de Três Marias/MG e

Paraopeba/MG, onde a cobertura florestal é secundária e encontra-se distribuída nos estágios

sucessionais de regeneração inicial e médio, devido a ações antrópicas, tais como as queimadas

e extração seletiva de espécies arbóreas, principalmente para uso em cercas de propriedades

lindeiras.

Quanto à fauna, das espécies registradas apenas o tatu-canastra (Priodontes maximus) é

considerado importante por se tratar de uma espécie ameaçada de extinção. Esta espécie foi

registrada através de vestígios (toca) na área de estudo. A maioria das espécies registradas foi de

pequenos mamíferos tais como, o Rato-do-cerrado (Necromys lasiurus), o Ratinho (Oligoryzomys

fornesi), a Catita-de-máscara (Gracilinanus. agilis), Catitinha-marrom (Monodelphis kunsi). O

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mico-estrela (Callithrix penicillata), comumente utilizado como animal de estimação também foi

registrado neste trecho.

6.5.4 Belo Horizonte/MG – Juiz de Fora/MG

O segmento Belo Horizonte/MG – Juiz de Fora/MG, com extensão de 230 km compreende as

áreas territoriais dos municípios: Nova Lima/MG, Itabirito/MG, Ouro Preto/MG, Congonhas/MG,

Conselheiro Lafaiete/MG, Cristiano Otoni/MG, Carandaí/MG, Ressaquinha/MG, Alfredo

Vasconcelos/MG, Barbacena/MG, Oliveira Fortes/MG, Santos Dumont/MG, Ewbank da

Câmara/MG e Juiz de Fora/MG. O segmento é caracterizado por pequenas extensões municipais,

concentração de perímetros urbanos com ocupações antigas e notável descaracterização

ambiental.

No município de Itabirito/MG, observa-se ao longo de todo a rodovia a presença de várias

mineradoras, como, por exemplo, a Ferrous e Mineração S/A Vale Itabirito. Por essa razão há

uma grande movimentação de caminhões transportando minérios e a pista não possui

acostamento nem sinalização eficiente

Como a rodovia corta o perímetro urbano do município de Congonhas/MG, (bairros Jardim Profeta

e Ipiranga, por exemplo), nessa extensão há concentração de estabelecimentos comerciais e

áreas residenciais próximos à via, fortemente impactadas pelo intenso tráfego de caminhões e de

veículos leves. O problema é agravado pela falta de acostamento e na deficiência da sinalização,

com a recorrência de acidentes, atropelamentos e sobrecarga do sistema viário urbano adjacente.

Na sequência há o perímetro urbano do município de Conselheiro Lafaiete/MG. A rodovia

intercepta a cidade, e apresenta fluxo intenso de veículos (carros de passeio, motos e

caminhões). O Projeto Básico da BR-040 prevê um contorno nesse município, com o desvio da

rodovia, com cerca de 10,7 km.

Os perímetros urbanos de Cristiano Otoni/MG e Carandaí/MG não são atravessados pela rodovia.

A economia desses municípios volta-se para a agricultura, pecuária, turismo. O distrito de Hermílio

Alves (Carandaí/MG) fica às margens da rodovia, podendo ser afetado diretamente pelas obras.

O município de Ressaquinha/MG é cortado pela rodovia: a BR-040 divide a cidade em duas e

obriga a população que utiliza o comércio e serviços públicos do município a atravessar com

regularidade a rodovia, inclusive para frequentar as escolas municipais e estaduais.

Nenhuma comunidade e/ou distrito de Oliveiras Fortes/MG será afetado pelas obras de duplicação

da BR-040, e, em Santos Dumont/MG, onde a economia se beneficia do turismo, agricultura

(milho, frutas, café), indústrias metalúrgicas (Cia Brasileira de Carbureto de Cálcio que produz

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ferro, silício e silício metálico), está previsto no Projeto Básico de Engenharia um contorno de

aproximadamente 6 km.

A porção final do segmento está no município de Juiz de Fora/MG, mais precisamente na entrada

para Barreira do Triunfo. A rodovia encontra-se duplicada e sob responsabilidade da

concessionária.

Neste trecho, Belo Horizonte – Juiz de Fora, foram evidenciados 14 (quatorze) pontos positivos de

prospecção, entre eles duas ocorrências arqueológicas e sítios arqueológicos pré-históricos e

históricos.

O relevo que predomina no trecho é o ondulado a fortemente ondulado, essa característica

pressupõe que serão necessárias obras com grandes cortes, aterros e serviços de terraplenagem

que necessitarão de taludes com inclinações acentuadas e grandes alturas. Com essas

características os taludes deverão ser protegidos e conservados de maneira a evitar a

instabilização dos mesmos, dado que há o risco de ocorrer o início de um processo erosivo com

movimentos de massa e consequentemente ao assoreamento de drenagens próximas com

alteração da qualidade da água.

Assim, o impacto causado pela alteração da paisagem natural para este segmento será

acentuado devido à necessidade de grandes cortes, aterros e obras como viadutos e pontes que

descaracterizam a paisagem natural.

No que tange aos passivos ambientais, o último segmento em estudo apresenta a maior

quantidade de descartes inadequados de resíduos sólidos do trecho. Ao todo, contabilizou-se 30

passivos ambientais, do quais um terço diz respeito ao descrito acima. Quanto aos demais

passivos, há um equilibro nas quantidades. A ocupação da faixa de domínio foi registrada sete

vezes, a mesma quantidade de processos erosivos. No segmento todo, seis interceptações de

corpos d’água foram registradas com mata ciliar degradada.

Neste trecho os parâmetros de qualidade da água se mantiveram dentro dos padrões aceitáveis.

No que se refere aos ruídos, nos pontos analisados dentro do segmento (ponto 22 ao 35), foram

observados picos nos níveis de ruído. A qualidade do ar apresenta-se índices alterados em

relação aos padrões nacionais de referência, influenciada pelas condições ambientais da área da

região metropolitana de Belo Horizonte devido a presença de indústrias de mineração na região

Nesse segmento são encontradas 8 (oito) unidades de conservação que estão margeando a

rodovia e/ou são interceptadas por ela, são elas: Estação Ecológica Córrego dos Fechos (Nova

Lima/MG), Estação Ecológica de Arêdes (Itabirito/MG), Monumento Natural Serra da Moeda

(Itabirito/MG), Área de Proteção Especial Ouro Preto/Mariana (Ouro Preto/MG), Área de Proteção

Ambiental Mata do Krambeck (Juiz de Fora/MG), Monumento Natural Mae D’água

(Brumadinho/MG) e Área de Proteção Ambiental Serra do Pito Aceso (Oliveira Fortes)

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Quanto aos corredores ecológicos neste trecho foram identificados 3 (três) corredores: O Corredor

7 com área de aproximadamente 6.825 hectares, localizado próximo da Área Prioritária para a

Conservação da Biodiversidade Quadrilátero-Ferrífero, próximo da Área de Proteção Especial-

APE de Ouro Preto/Mariana, ao norte da cidade de Congonhas; o Corredor 8 com área

aproximada de 11.762 hectares, situado no município de Cristiano Otoni; e o Corredor 9 com área

aproximada de 9.257 hectares que engloba a Área de Proteção Ambiental – APA Serra do Pito

Aceso, próximo à sede municipal de Santos Dumont.

Neste segmento da rodovia, constam 12 (doze) cavernas dentro da Área de Prospecção

Espeleológica (faixa de domínio acrescida de 250 m), sendo 10 (dez) já registradas no CANIE,

localizadas em áreas particulares e pertinentes a outros empreendimentos com processos de

licenciamento ambiental próprios. A caverna MS-28 (PEA-0579) encontra-se próxima ao km

571+450, na ADA (Área Diretamente Afetada) do Gasoduto da GASMIG e na área da faixa de

domínio da BR-040, tendo, portanto, sua área de influência já modificada. A fim de se evitar

maiores impactos sobre o entorno da caverna e possíveis abalos estruturais, causados pelo

desmonte da encosta que a contém, recomenda-se que a duplicação da BR-040 neste trecho seja

realizada estritamente a leste da atual faixa de rolagem, trabalhando-se com a menor largura

possível da faixa de domínio.

Nesse trecho a formação florestal predominante é Floresta Estacional Semidecidual,

principalmente à medida que se aproxima do município de Juiz de Fora/MG, as quais estão muito

alteradas, ficando restritas a fragmentos florestais, em sua maioria, distantes da faixa de domínio

da BR-040.

Nas áreas amostradas para a flora, neste segmento foram identificadas 5 (cinco) espécies

consideradas como protegidas, raras, vulneráveis, em perigo ou ameaçadas de extinção. Destas,

1 (uma), a Dalbergia nigra – Jacarandá é considerada pela Lista das Espécies Ameaçadas de

Extinção da Flora do Estado de Minas Gerais, como “em perigo”; 1 (uma), a Euterpe edulis -

Palmiteiro, considerada pela Lista do Livro Vermelho da Flora do Brasil, como “vulnerável”; 1

(uma), a Hymenaea courbaril – Jatobá, considerada na Lista das Espécies Ameaçadas de

Extinção da Flora com “vulnerável”; e 2 (duas), a Guatteria sellowiana, e a Myracrodruon

urundeuva – Aroeira consideradas pela Lista das Espécies Ameaçadas de Extinção da Flora do

Estado de Minas Gerais, como “vulneráveis”.

No km 548/MG, já duplicado da BR-040, destaca-se a Área de Preservação Ambiental – Área de

Proteção Especial de Manancial dos Fechos trecho já duplicado. Nessa área a vegetação se

mostra muito preservada, sendo uma exceção na região. O fato da faixa de rolamento já ser

duplicada implica na ausência de possíveis impactos relativos à supressão de vegetação.

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No segmento merecem destaque os fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual na altura do

km 707/MG e no km 726/MG, os quais são como ilhas estéreis de vegetação secundária.

Dentre as espécies da avifauna observadas, destaque para Aratinga auricapillus (jandaia-de-testa-

vermelha) e o Phyllomyias griseocapilla (piolhinho-serrano), ambos ameaçados, e para as

espécies simpátricas do gênero Drymophila (D. ferruginea, D. malura e D. rubricollis), e

Tachyphonus coronatus (tiê-preto).

Para os mamíferos, neste segmento, apresentaram a menor riqueza, onde aqui merece destaque

o registro do gato-do-mato (Leopardus tigrinus), espécie ameaçada.

Foram encontrados 5 (cinco) sítios arqueológicos e 2 (duas) ocorrências arqueológicas. Os sítios

apresentavam vestígios de alicerces e edificações. Foram encontrados vestígios de cerâmicas,

louças e um instrumento lítico.