Sumário - "Entendendo o processo de mudança econômica" - Douglass C. North (Banco de Idéias nº 46)

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    Clssicos

    LiberaisEntendendoo processode mudana

    econmica

    Por Roberto Fendt

    DouglassC. North

    P a r t e I n t e g r a n t e d a R e v i s t a B a n c o d e I d i a s n 4 6

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    ENTENDENDOOPROCESSODEMUDANAECONMICA4

    NDICE

    UM ESBOODO PROCESSODE MUDANA ECONMICA ........................................ 5

    INCERTEZANUM MUNDO NO ERGDIGO ......................................................... 5

    CRENAS, CULTURAECOGNIO ...................................................................... 6

    A CONSCINCIAEAINTENOHUMANA ............................................................. 7

    ESTRUTURASDECRIAOHUMANA ................................................................... 9

    INVENTARIANDO .......................................................................................... 12

    O CAMBIANTEAMBIENTEHUMANO .................................................................. 14

    ASFONTESDAORDEMEDADESORDEM ............................................................. 15

    EPLOGO .................................................................................................... 17

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    ENTENDENDOOPROCESSODEMUDANAECONMICA 5

    UM ESBOODO PROCESSODEMUDANA ECONMICA

    histria do ser humano se carac-teriza por um esforo deliberado

    para mudar o seu ambiente. Esseesforo histrico de mudana resul-tou de transformaes no nmero ena qualidade dos seres humanos; noestoque de conhecimento, especial-mente de conhecimento aplicado nodomnio da natureza; e nas institui-es que regem os incentivos de umasociedade.

    O ser humano convive diutur-namente com a incerteza. Para re-duzi-la nas interaes humanas, cria-mos uma estrutura complexa derestries ao comportamento, formaise informais e as consolidamos nalinguagem e em nossas crenas. Maspodemos apenas reduzir a incerteza,no elimin-la, porque nosso enten-

    dimento sobre o ambiente que noscerca imperfeito e, portanto, imper-feitos so as regras e mecanismosinformais que criamos para lidar coma incerteza.

    Convivemos tambm diuturna-mente com a competio pelo uso derecursos escassos para atender a finsalternativos. Para regular essa com-

    petio criamos regras do jogoeconmico. Essas regras tanto podemser boas e levar eficincia no usodos recursos escassos, como podemser ms e levar-nos estagnao eco-nmica. A formatao dessas regrasdo jogo se d no mercado poltico, eso elas que explicam o desempenhoeconmico das naes.

    Este livro trata do esforo deli-berado do ser humano para mudar o

    seu ambiente, nesse processo procu-rando reduzir a incerteza que o cercae criar instituies que produzamincentivos a uma alocao o maiseficiente possvel dos recursos dispo-nveis sempre escassos.

    INCERTEZANUM MUNDONO-ERGDIGO

    Incerteza e risco tm uma longahistria na literatura econmica.Usualmente os economistas reservamo termo risco para os eventos a cujos

    resultados se pode atribuir umaprobabilidade de ocorrncia. O termoincerteza reservado para oseventos a que no se pode atribuiruma distribuio de probabilidade desucesso. Se conviver com a incertezatem sido nossa sina ao longo dahistria, essa histria tambm a denosso esforo para tornar nosso

    ambiente o mais previsvel possvel em outras palavras, procuramostransformar incerteza em risco. comesse objetivo que criamos instituiesque conformam um conjunto deregras e que, juntamente com nossascrenas, so as ferramentas que pro-duzimos para lidar com a incerteza.

    Vivemos em um mundo no-

    ergdigo um mundo em que aestrutura fundamental e subjacente daeconomia no permanece constante.As mudanas nesse mundo so con-tnuas, inusitadas e atpicas. essemundo que estamos continuamentemudando e que estamos procurandoentender.

    O tema do livro a mudana do

    ambiente em que vivem os seres hu-manos. Ao longo da histria fizemos

    A

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    (e frequentemente levam) a erros deinterpretao dos problemas que con-frontam o indivduo. A classificaodo estmulo feita por nossos sentidosser baseada num sistema de cone-xes adquiridas que reproduzem, demaneira parcial e imperfeita, relaesexistentes entre os correspondentesestmulos fsicos. O modelo domundo fsico que se forma darapenas uma bastante distorcida repro-duo das relaes existentes naquelemundo; e a classificao desseseventos pelos nossos sentidos ser

    frequentemente falsa, ou seja, criarexpectativas no suportadas peloseventos. Sob tal ponto de vista, aunidade prpria de anlise para falarsobre mudana cognitiva inclui oambiente scio-material do pensa-mento. Aprendizado reorganizaoadaptativa em um sistema complexo.

    A cultura um processo adaptativo

    que acumula solues parciais paraproblemas frequentes do passado.Essa abordagem traz para o primeiroplano o importante papel cognitivodas instituies sociais. Uma melhorespecificao da forma como as cren-as individuais se relacionam com ocontexto social nos permite entendermelhor os mecanismos atravs dos

    quais a cultura e as instituies sociaisexplicam a mudana econmica. essa estrutura, quecompreende

    crenas, instituies, ferramentas,instrumentos e tecnologia, que moldaas escolhas dos agentes em umasociedade e tambm nos informasobre a dinmica do sucesso oufracasso atravs do tempo. A longo

    prazo, quanto mais rico o contextocultural capaz de criar um ambiente

    para mltiplos experimentos e para acompetio criativa, maior a reduoda incerteza no processo de escolhae maior a possibilidade de sobrevi-vncia da sociedade. o que temocorrido com o aumento do enten-dimento sobre o ambiente. Em con-traste, em um ambiente em desordemas rotinas se desorganizam e a incer-teza cresce. O declnio e o colapsoso as consequncias desse estadode coisas.

    A CONSCINCIAEAINTENOHUMANA

    As aes humanas so o produtocomplexo da forma como a conscin-cia interage com a variedade deexperincias humanas, produzindoindivduos com caractersticas espe-cficas e crenas que levam a padresvariados de comportamentos sociais.Esses comportamentos deram e con-

    tinuam a dar forma mudana econ-mica.A complexa estrutura que denomi-

    namos conscincia resulta de suces-sivos estgios da cultura humana queso enxertados na arquitetura gen-tica. O estgio mtico caracterizadopela tradio narrativa construda pelalinguagem. Mas a histria no so-

    mente a crnica, mas uma interpre-tao, englobando hipteses sobrecausas e valores. A cincia surgiu dahistria como tentativa de descrever,com muito menor incerteza, as fron-teiras do mundo suas restries eleis fsicas, que no substituem a his-tria ou o curso atual de vidas indivi-duais.

    A enorme variedade de expe-rincias humanas em diferentes

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    situaes produziu uma grande va-riedade de culturas resultantes dediferentes combinaes de crenas einstituies. So essas variadas expe-rincias que nos do o ponto departida no entendimento do processode mudanas em sociedades.

    A poderosa influncia dos mitos,supersties e religies na formaodas sociedades antigas veio de seuspapis de estabelecer ordem e confor-midade. A conformidade ideolgicaat hoje uma fora importante nareduo dos custos de manuteno

    da ordem. O problema o custosocial adicional de conter mudanasinstitucionais punindo dissidentes econstituindo fonte de infindveisconflitos humanos, como os con-frontos de religies que competementre si. A expanso da conscincia,portanto, no somente a fonte dasmaravilhas da criatividade humana e

    das ricas civilizaes que criamos,mas tambm a fonte de intolerncia,preconceito e conflito humano.

    A conformidade pode ser cara nummundo de incertezas. No longo pra-zo, produz estagnao e decadnciaporque os seres humanos se confron-tam sempre com novos desafios nummundo no-ergtico que requer

    constante inovao institucional, jque ningum sabe o caminho certopara a sobrevivncia.

    A fora motriz do desenvolvi-mento do ambiente humano tem sidoa expanso do estoque de conhe-cimento, que revolucionou as tecno-logias de produo e mostrou opotencial de um mundo de abun-

    dncia. Mas, igualmente, o desenvol-vimento institucional resultante criou

    estruturas cada vez mais complexaspara lidar com os novos problemasque desafiam as sociedades.

    Do ponto de vista da conscincia,tais atrativos expandiram o potencialda criatividade humana, e em diversasculturas produziram uma variedadede respostas a novos problemasresultantes das mudanas originais.Mas as respostas nem sempre foramcriativas e produtivas. s vezes, amaneira como a experincia interagecom a conscincia gera instituiesque conduzem estagnao, resul-

    tando em frustrao humana numcontexto de sociedades mais din-micas. Infelizmente, nada de auto-mtico assegura que tal transio sejabem-sucedida. Exemplo disso ointrigante diferencial na aplicao detal conhecimento, levando a um hiatocada vez maior entre pases ricos epobres.

    A diversidade que observamos nacondio humana atravs dos tempos,dos desenvolvimentos criativos eimaginativos da Renascena, ao ladodo fanatismo, da selvageria e deguerras sem fim, igualmente parteda nossa histria, tendo como origema maneira como a mente age e reageaos problemas fundamentais dos

    sistemas de crenas, tentando fazer atransio de uma construo que lidacom o ambiente fsico a uma constru-o capaz de lidar com o ambientehumano.

    Podemos fazer algum progresso noentendimento dessas questes revi-sando a evidncia emprica a respeitoda natureza do aprendizado e da

    interao humana na absoro doaprendizado em vrias situaes

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    sociais. O lugar para comear essaexplicao na arquitetura genticaque se desenvolveu nos milhes deanos em que os seres humanos vi-veram como caadores e coletadores.Um comportamento cooperativoinato em grupos pequenos parece sertrao gentico. Mas at onde vai talcooperao em grupos maiores?Segundo os antroplogos, tudodepende de como um dado sistemade crenas filtra informao originadaem experincias e das diferentesexperincias que indivduos e socie-

    dades confrontam em diferentestempos.Se quisermos entender o hiato

    grande e crescente entre pases ricose pobres teremos que explorar asdiferentes experincias das sociedadesatravs do tempo e as implicaesdessas diferentes experincias nodesenvolvimento dos diferentes

    sistemas de crenas que produziramhabilidades muito diversas para lidarcom os problemas do ambientehumano. Precisamos de um enten-dimento mais profundo do processoincremental de mudana atravs dotempo.

    ESTRUTURASDECRIAOHUMANA

    Todas as atividades humanasgeram estruturas que definem asregras do jogo, feitas de instituies regras formais, normas informais eas caractersticas de como soaplicadas. Essas estruturas criadaspara ordenar o ambiente poltico-econmico so um determinante

    bsico do desempenho de umaeconomia e criam os incentivos que

    moldam as escolhas. Como nas regrasdo futebol, a fora das normas infor-mais e a efetividade do seu cumpri-mento so a chave da histria. A ori-gem dessas regras e normas informaise a efetividade de seu cumprimentoso crenas dos seres humanos.

    A estrutura institucional consiste naestrutura poltica que especifica amaneira como desenvolvemos e faze-mos escolhas coletivas, a estrutura dedireitos de propriedade que define osincentivos econmicos formais e aestrutura social normas e con-

    venes que definem os incentivosinformais na economia. Essa estruturainstitucional reflete as limitaes queo passado impe ao futuro.

    Existe uma relao ntima entre ossistemas de crenas e a estruturainstitucional. O sistema de crenasincorpora a representao interna doambiente humano. As instituies

    constituem a estrutura que se impesobre o ambiente de forma a produzirresultados desejados. O sistema decrenas a representao interna, eas instituies so as manifestaesexternas dessa representao.

    A relao ntima entre crenas einstituies, apesar de evidente nasregras formais de uma sociedade,

    articulada de maneira mais clara nasinstituies informais normas, con-venes e cdigos internos deconduta. Essas instituies informaisno somente incorporam os cdigosmorais do sistema de crenas comotendem a ter caractersticas comunsatravs das culturas. Incorporamtambm as normas particulares a uma

    sociedade, que diferem muito de umacultura para outra. Se as instituies

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    formais podem ser modificadas porlegislao, as instituies informais sedesenvolvem de maneiras que aindano so completamente entendidas e,portanto, no so facilmente passveisde manipulao humana.

    A cultura consiste na transfernciaentre geraes de normas, valores eidias. Hayek defendia que cultura a transmisso no tempo de nossoestoque de conhecimento. Eleincluiu no conhecimento toda adap-tao humana ao ambiente, derivadade experincias passadas hbitos,

    talentos, atitudes emocionais einstituies. A evoluo cultural paraHayek em grande medida umprocesso espontneo, dada a capa-cidade humana muito limitada decompreender a estrutura cada vezmais complexa da interao humana.

    As diferentes formas como associedades tentam formatar seu

    futuro nos leva a lidar diretamentecom um aspecto fundamental doprocesso de mudana econmica sua natureza histrica. No podemosentender para onde estamos indo sementender de onde viemos. Nossasescolhas no presente esto restritaspela herana de instituies acumu-ladas pelo passado no no sentido

    de inrcia, mas como restries aoconjunto de escolhas no presentederivadas das experincias histricas.Entender essa herana nos permitedeterminar a natureza dos limites damudana que so impostos em vriassituaes.

    Os arcabouos de criao humanadefinem a estrutura formal de incen-

    tivos e desincentivos que moldam oconjunto de escolhas que afetam as

    caractersticas demogrficas de umasociedade e as mudanas no estoquede conhecimento. Ela consiste naestrutura constitucional amplamenteentendida e que define a maneiracomo os jogos poltico e econmicopodem ser jogados. Contudo, essearcabouo incompleto e seu valorlimitado. Como o jogo realmentejogado depende da estrutura formal,das restries institucionais informaise das caractersticas de sua imple-mentao. Depende tambm doscustos de transao, que desempe-

    nham papel fundamental na expli-cao do funcionamento do mercadopoltico.

    Acima de tudo, a separao bsicaentre poltica e economia temsempre, mesmo entre libertrios,deixado atividades residuais aosgovernos pela dificuldade intrnsecadecorrente dos bens pblicos e de sua

    indivisibilidade, e da assimetria deinformao. Poder de barganha ecustos de transao no so os mes-mos na poltica e na economia, senono valeria a pena aos grupos trans-ferir assuntos para a arena poltica: osaltos custos de transao gravitam naesfera da poltica. Mas ela tende a sercapturada por grupos de interesses e

    usada em proveito prprio custa dointeresse do pblico em geral. o processo poltico que impe

    as regras formais do jogo e, portanto, a fonte primria do desempenhoeconmico. As regras econmicasformais so direitos de propriedadeque definem posse, uso, direitos deauferir renda e alienabilidade de

    recursos e ativos, como expresso emleis e regulamentos. H imensa

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    literatura sobre esse tema, pormmenos sobre as maneiras comorestries informais afetam o desem-penho econmico. Em sociedadesonde as interaes existem num nvelpequeno e pessoal, normas informaisso geralmente suficientes e serosomente convertidas em regrasformais quando trocas impessoais eo necessrio e crescente uso dearquivos simblicos externos em taiscomplexos ambientes humanosinduzem tais mudanas.

    Qualquer discusso do papel das

    crenas e valores influenciandomudanas inevitavelmente evoca otrabalho pioneiro de Max Weber. Seulivro Atica Protestante e o Espritodo Capitalismo enfatiza a origemreligiosa de tais valores. Mas apesarda volumosa literatura sobre esseassunto, estamos ainda distantes deum entendimento definitivo das

    fontes e implicaes das diversastradies culturais.A discusso anterior deixa clara a

    maneira como instituies formais einformais, e as caractersticas de suaaplicao, determinam a eficincia deorganizaes econmicas e, junta-mente com os custos de produo, aeficincia econmica. Custos de

    transao nos permitem medir oscustos das trocas e nos do umaferramenta para analisar os custos dasorganizaes econmicas e umamelhor compreenso das fontes dopobre desempenho econmico.

    Como as instituies podemmudar? Cinco proposies sobremudanas institucionais so: (1) a

    chave das mudanas institucionais a contnua interao entre instituies

    e organizaes num ambiente deescassez e, portanto, de competio;(2) a competio fora as organi-zaes a continuamente investiremem qualificao e conhecimentospara sobreviver. Os tipos de quali-ficao e conhecimentos que indiv-duos e organizaes adquirem forma-ro as percepes em evoluo sobreoportunidades e, portanto, sobre asescolhas que iro incrementalmentealterar as instituies; (3) a estruturainstitucional fornece os incentivos queditam que tipos de qualificao e

    conhecimentos so percebidos comode mximo valor; (4) as percepesso derivadas das construes mentaisdos agentes; e (5) as diversificaessinrgicas, complementaridades eexternalidades de redes de uma matrizinstitucional tornam a mudana insti-tucional muito incremental e depen-dente do passado. Cada uma dessas

    proposies comporta elaborao.1. O estudo das instituies e damudana institucional requer pri-meiramente a separao conceitualentre instituies e organizaes.Instituies so as regras do jogo,organizaes so os jogadores; ainterao entre organizaes e joga-dores que d forma mudana institu-

    cional. Instituies so as restries interao humana. Organizaes sogrupos de indivduos unidos porobjetivos comuns. As oportunidadesproporcionadas pela matriz institu-cional determinam os t ipos deorganizaes que viro a existir; eos empreendedores induzem mu-danas institucionais para fazer

    face concorrncia decorrente daescassez.

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    2. Novas oportunidades podemresultar de mudanas no ambienteexterno, ou podem ser consequnciada competio entre organizaesque induzem a expanso do conhe-cimento e das inovaes. Em qual-quer caso, a chave do sucesso au-mentar a eficincia da organizaorelativamente s rivais.

    3. As organizaes refletem aestrutura de retornos, da mesmaforma que seus investimentos emconhecimento tambm refletem asubjacente estrutura de incentivos. Se

    h altos retornos em atividades pro-dutivas, deveremos esperar que orga-nizaes dediquem recursos parainvestir em qualificao e conheci-mento que iro aumentar a produtivi-dade.

    4. As percepes dos indivduosdeterminam suas escolhas: esta amaneira como a mente interpreta a

    informao que recebe. A construomental que os indivduos desen-volvem para explicar e interpretar omundo sua volta resulta de suaherana cultural, dos problemasdiariamente enfrentados e doaprendizado. A mistura dessas fontesna autointerpretao do ambienteobviamente varia de sociedade a

    sociedade. Indivduos com diferentesformaes interpretaro a mesmaevidncia de forma diferente e, emconsequncia, faro diferentesescolhas. Mas, com uma com-preenso imperfeita num mundo emconstante processo de mudanaentenderemos errado com muitafrequncia. O resultado que

    mltiplos equilbrios so possveis eprevalentes.

    5. A viabilidade, a lucratividade ea sobrevivncia das organizaesdependem da existncia de umamatriz institucional. Essa estruturainstitucional criou sua complexa redede contratos interdependentes eoutros relacionamentos. A mudanainstitucional incremental, porquemudanas em grande escala criariammuita oposio entre as organizaesprejudicadas, que se oporiam a taismudanas. Mudanas revolucionriassomente ocorrero no caso de im-passe entre competidores.

    INVENTARIANDO

    Nosso estudo se inspira na teoriaevolucionista, mas importante en-fatizar duas distines significativasentre evoluo biolgica e econ-mica. Na evoluo biolgica as mu-danas ocorrem atravs de mutaes

    e recombinaes na linha Mende-liana. No h tal analogia na evoluoeconmica. Os mecanismos deseleo na teoria evolucionista noso informados por crenas sobre aseventuais consequncias, como acon-tece na evoluo econmica. E naevoluo econmica o que define odesempenho a intencionalidade dos

    agentes, expressa nas instituiescriadas pelos prprios agentes aestrutura de incentivos que orientamo comportamento humano.

    Mas uma estrutura de incentivosrequer uma teoria de como a mentepercebe o mundo e seu funciona-mento, de tal forma que as instituiesde fato provejam esses incentivos.

    Mesmo dentro de um sistema decrenas as instituies so sempre

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    sistemas imperfeitos de incentivos.Regras formais, restries informais ecaractersticas de efetivo cumpri-mento variam. De fato, sabemosmuito sobre poltica, mas no comomud-la; ser que a democraciaprov um ambiente ideal para ocrescimento econmico, ou umregime autoritrio mais condutor amudanas sociais favorveis?

    O dilema real. O governo no uma parte desinteressada na eco-nomia. Pela prpria natureza doprocesso poltico, o governo tem umgrande incentivo para se comportaroportunisticamente e maximizar osbenefcios daqueles com acesso aoprocesso decisrio governamental. Emalguns casos isso implica que ogoverno se torne uma cleptocracia;em outros casos, significa que ogoverno ir cartelizar a atividadeeconmica em favor dos partidos

    polticos mais influentes. Em raroscasos o governo cria e faz cumprirum conjunto de regras do jogo queencoraja a atividade produtiva.

    O tempo envolve a interaoentre experincia e aprendizado, epor sua prpria natureza o processode aprendizado impe limites previso humana e a qualquer teoria

    de mudana dinmica. Dito de formasimples, quanto mais rica a estrutura,mais provavelmente teremos sucessoem resolver os problemas. isso quesignifica eficincia adaptativa; criaruma necessria estrutura deve ser umobjetivo essencial da poltica econ-mica.

    Podemos agora construir um novo

    arcabouo que nos permita ummelhor entendimento do processo de

    mudana econmica. Os sereshumanos comeam com caracte-rsticas genticas que fornecem aarquitetura inicial da mente; a menteinterage com a herana cultural e asexperincias dos indivduos para darforma ao aprendizado.

    O aprendizado coletivo, na visode Hayek da evoluo cultural,consiste na acumulao entre gera-es de conhecimento, ferramentas,atitudes, valores e instituies queevoluram pela eliminao seletivadas formas menos adequadas de

    conduta. Se sobrepusermos esseargumento percepo fundamentalde Adam Smith de que a diviso dotrabalho no era simplesmente aforma de fazer uso mais eficaz denossas habilidades, mas uma dasprincipais fontes do aumento de nossaprodutividade, podemos dizer que ocrescimento do estoque de conhe-

    cimento incorporado em uma culturaest intimamente ligado crescenteespecializao e diviso do tra-balho. Mas, como a diviso do tra-balho produz uma diviso doconhecimento e diferentes tipos deconhecimento esto organizados deformas diferentes, a coordenao doconhecimento requer mais que um

    conjunto de preos para eficazmenteresolver os problemas humanos. Oproblema do conhecimento, paracitar Hayek, consiste em descobrirum mtodo que no somente utilizeda melhor forma o conhecimentodisperso entre os membros in-dividuais da sociedade, mas quetambm utilize melhor suas habi-

    lidades de descobrir e explorar coisasnovas.

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    Em ltima instncia, o desem-penho econmico uma conse-quncia tanto das regras econmicasgerais existentes como da estruturainstitucional especfica de cada mer-cado fatores de produo, pro-dutos e poltica.

    O sucesso a longo prazo das eco-nomias do Ocidente induziu a umacrena generalizada de que o cres-cimento econmico est embutidono sistema, em contraste com a expe-rincia dos dez mil anos anteriores,quando o crescimento era episdico

    e frequentemente inexistente. Con-tinua em aberto a questo de saberse a suposio de que o crescimentoeconmico est embutido no sistema de fato correta.

    O CAMBIANTEAMBIENTEHUMANO

    Uma pr-condio necessria para

    entender o cambiante ambiente hu-mano o entendimento das mu-danas revolucionrias que resul-taram na conquista do ambientefsico: essas mudanas provm ocontexto para o cambiante ambientehumano. A conquista do ambientefsico resultou do crescimento doconhecimento sobre o mundo fsico

    e sua aplicao soluo de pro-blemas de escassez econmica e bem-estar humano. Essa conquista teve doispontos altos que vale a pena ressaltar.A primeira revoluo econmica foio desenvolvimento da agricultura,que teve incio no oitavo milnio a.C.A segunda foi a aplicao do conhe-cimento cientfico, com origem na

    Renascena, soluo de problemaseconmicos e demogrficos, de que

    resultou um imenso salto da produti-vidade econmica e no bem-estar ena longevidade humanos.

    Juntemos agora as partes desen-volvidas at aqui. A capacidademental inata dos seres humanos estsubjacente a toda troca pessoal. Essascaractersticas genticas provm umarcabouo para a troca e so osfundamentos da estrutura de intera-es humanas que caracterizam associedades atravs da histria. Oreconhecimento dos papis de toma-dores de deciso e dos direitos per-

    mitiu que a troca econmica abar-casse uma extensa rea.Com esse pano de fundo podemos

    descrever trs aspectos da mudanaeconmica focados nas caractersticascruciais da cambiante condio hu-mana e que serviro de introduoaos captulos seguintes.

    1. O crescimento econmico mo-

    derno tem como fonte o crescimentodo estoque de conhecimento que estassociado revoluo cientfica dossculos XVI e XVII. Quais as fontes dasatitudes, procedimentos e mtodosexperimentais que caracterizaramessa revoluo? Trata-se de umfenmeno do Ocidente e que estobviamente relacionado com as

    mudanas institucionais que levaram ascenso do mundo ocidental, deuma parte atrasada do mundo nosculo X sua proeminncia mundialno sculo XVIII. Essa uma histriacomplicada em que a direo damudana institucional foi influen-ciada por muitos fatores, incluindo asinteraes recprocas entre os motores

    da anlise (mudana demogrfica,estoque de conhecimento e institui-

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    es). Os desenvolvimentos institu-cionais polticos, econmicos esociais, por sua vez, refletiram odesenvolvimento de um sistema decrenas. De onde veio o sistema decrenas? Suas origens esto nascrenas religiosas (e nas reaes aessas crenas) que evoluram na altaidade mdia europia e na forma emque essas crenas, por sua vez, forammuito influenciadas pelas experin-cias especficas que caracterizaramessa parte do mundo.

    2. As caractersticas de desem-penhos diferentes das economias nolidar com o ambiente fsico e com oambiente humano levantam questesfundamentais sobre os padresdivergentes com que evoluram essaseconomias e que resultaram no cres-cimento econmico, por um lado, ena estagnao, de outro. O temaenvolve a dinmica da mudana na

    qual as experincias de uma socie-dade gradualmente modificam ascrenas existentes e, portanto, o seuarcabouo institucional; o resultadopode ser instituies adaptativamenteeficientes que respondem de maneiraeficaz a mudanas no ambiente hu-mano, ou estagnao e crescentesatitudes e polticas disfuncionais.

    possvel traar os padres sequenciaisque produziram esses distintos pa-dres?

    3. Entender o crescimento econ-mico moderno implica situar aanlise realizada at aqui em umcontexto mais amplo. Existe umarelao complexa entre a melhoria nanutrio, que permite que os seres

    humanos sejam mais produtivos; ocrescimento do estoque de conhe-

    cimento til aplicado soluo deproblemas de escassez humanos; asinstituies polticas formais e infor-mais que induzem os seres humanosa se envolverem em atividades pro-dutivas; as instituies econmicasque tornam os mercados de fatoresde produo e de produtos eficientes,em um momento do tempo como aolongo do tempo; e o investimento emeducao para aprimorar o capitalhumano todos esses elementoscontriburam para o crescimentoeconmico moderno. Mas h tam-

    bm crenas no-racionais; tecno-logias que produzem armas de des-truio cada vez mais poderosas; e apersistente intolerncia de crenasdivergentes, com o consequente pa-dro de autodestruio humana.Quanto do crescimento econmicoresultou de julgamentos acertados emcontraste simplesmente com a sorte?

    ASFONTESDAORDEMEDADESORDEM

    Estabelecer e manter a ordemsocial no contexto da mudanadinmica tem sido um dilema antigodas sociedades, e continua a ser umproblema central no mundo mo-derno. A mudana econmica produz

    mudanas na renda absoluta e re-lativa, no status econmico e nasegurana dos indivduos e grupos emuma sociedade e, portanto, cria umterreno frtil para a desordem. Ela endmica a todas as sociedades, pelomenos em algum ponto do tempo;mas, enquanto algumas sociedadesrapidamente restabelecem uma

    ordem estvel, em outras a desordempersiste por longos perodos de tempo

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    e, mesmo quando a ordem restabelecida, sua sobrevivncia extremamente frgil. A persistncia dadesordem , em face disso, surpreen-dente, porque a desordem aumentaa incerteza e torna perdedora amaioria dos agentes. No tosurpreendente, contudo, quando examinada no contexto da cons-cincia humana. Temos no somenteuma viso da forma com que umaeconomia e uma sociedade funcio-nam, mas uma viso normativa decomo ela deveria funcionar e vises

    sobre como ela deveria ser reestru-turada para funcionar melhor. Por-tanto, a conscincia pode levar criao de um conjunto de crenasque induzem os agentes a crer que arevoluo uma alternativa prefervel continuao do que percebidocomo uma situao em deteriorao.No outro extremo, a conscincia

    pode levar a um conjunto de crenasna legitimidade da sociedade.A ordem uma condio neces-

    sria, mas no suficiente, para asse-gurar o crescimento a longo prazo. igualmente uma condio necessria,mas no suficiente, para o estabe-lecimento de uma variedade de con-dies subjacentes liberdade pessoal

    e ao direito de propriedade quegeralmente associamos com umasociedade consensual ou demo-crtica.

    A ordem pode ser estabelecida oumantida por uma regra autoritriasem o consentimento dos governados,ou pode ser estabelecida e mantidapelo consenso dos governados.

    Os dois tipos constituem plosopostos de um espectro possvel de

    organizao poltica e ocorremraramente, se que ocorrem, em suaforma pura. Governos autoritrios econsensuais tendem a mesclar-se umcom o outro no meio desse espectro,onde uma mistura de coero enormas sociais constitui a base daordem. A coero uma parte essen-cial da ordem poltica consensual emque decises que afetam os membrosde uma sociedade so feitas por umnmero menor que a unanimidadedos membros.

    A desordem aumenta a incerteza

    porque os direitos e privilgios dosindivduos e organizaes ficamindefinidos, implicando a destruiodos relacionamentos de troca exis-tentes tanto no mercado polticocomo econmico; e a conformidadedesaparece em consequncia dadesintegrao das normas e/ou mu-dana no seu efetivo cumprimento.

    Ela pode resultar de mudanas quelevam a uma reduo do grau decoero ou de regras, ou de um enfra-quecimento das normas de coope-rao que induz as organizaes atentar mudanas radicais nas regrasdo jogo.

    A chave para a manuteno daordem ao longo de longos perodos

    de tempo e o rpido restabelecimentoda ordem quando uma sociedadeproduz mudanas radicais o esta-belecimento de instituies de trocaimpessoal que imponham limites aosjogadores e ao jogo poltico.

    Esses limites incluem, primeiro,um sistema de crenas partilhadassobre os fins legtimos do governo e

    os direitos dos cidados. Segundo,constituies bem-sucedidas limitam

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    pelo menos em parte o papel dapoltica, ao assegurar direitos aoscidados e impor limites ao processode deciso do governo. Terceiro,direitos de propriedade e direitospessoais devem estar bem definidos,de forma que fique evidente aoscidados quando esses direitos foremtransgredidos. Quarto, o estado deveassumir compromissos crveis de res-peitar esses direitos, assegurandoassim proteo contra o oportunismoe a expropriao pelos governantes.

    Subjacente a essas proposies est

    uma matriz institucional que nosomente especifica essas condiesem regras formais, mas, igualmenteimportante, est apoiada em normassociais fortemente aceitas e queimergem esses valores na cultura dasociedade. Como esse condicio-namento cultural de uma sociedadegeralmente se d ao longo de

    geraes, torna-se difcil estabeleceruma ordem consensual estvel emsociedades que passaram por persis-tente desordem. Nesses casos, umaordem autoritria pode muito bemser preferida pelos membros de talsociedade.

    EPLOGO

    O desenvolvimento econmicosem precedentes nos ltimos sculos,com suas consequncias para oprogresso material e a expectativa devida, criou para os seres humanos umcontexto e uma perspectiva decontnuo progresso. E com boasrazes. O crescimento no estoque de

    conhecimento produziu melhoriasmateriais que foram alm dos sonhos

    mais mirabolantes de nossos an-cestrais. A atual definio de po-breza nos EUA (aproximadamenteUS$ 18 mil por ano para uma famliade quatro membros) excedeu opadro de vida da totalidade dapopulao precedente nos EUA, comexceo de uma frao minsculados seres humanos de vrios sculosatrs. E se a nfase geralmente recaisobre o crescimento do estoque deconhecimento, o foco deste estudo sobre as instituies e a forma que osseres humanos desenvolveram para

    lidar com a incerteza. E tambm aquicriamos sociedades complexascompostas de instituies que apli-cam o estoque de conhecimento nacriao de economias produtivas.

    O argumento deste livro tem im-plicaes para a forma como per-cebemos o futuro dos seres humanos.Temos uma viso limitada do futuro,

    e suas implicaes para o futuro dahumanidade no so claras. Entendero processo de mudana econmicaconsiste em compreender a enormemelhoria no bem-estar econmico,bem como no trato da incerteza, quecaracterizaram essa evoluo e nosconfrontam no futuro.

    Nossa compreenso de ns

    mesmos muito imperfeita, mas aprpria natureza da conscincia uma espada de dois gumes. Ela tanto a fonte de inspirao para asmaravilhas da criatividade humanacomo igualmente a fonte desupersties e dogmas que produ-ziram o Holocausto, guerras sem fim,selvageria humana e o terrorismo.

    Nosso autoconhecimento em dife-rentes ambientes produziu a enorme

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    diversidade de sistemas de crenasque continua a ser a base subjacentedo comportamento humano.

    Uma tese central deste estudo foia de que a natureza no-ergdiga domundo coloca problemas para lidar-mos com sucesso com a novidadesem fim com que nos confrontamosem ambientes humanos, cada vezmais complexos e interdependentes.H duas questes aqui: primeiro,como as mentes dos membros de umasociedade evoluram a adaptabi-lidade para confrontar novos proble-

    mas; e at que ponto vo esses novosproblemas. No evidente queaqueles em posio de tomar deci-ses que alterem as instituies sejamcapazes de faz-lo.

    A queda nos custos de informaoe o acesso aberto de todas as socie-dades ao desempenho umas dasoutras acelerou a imitao e a adapta-

    bilidade institucional. A despeitodisso, o hiato entre pases ricos e po-bres continua a se alargar: o processode convergncia complicado.Ainda no sabemos como criar pol-ticas que estabeleam regras econ-micas com os incentivos corretos.Atesta-o a dificuldade de fazer pro-

    gredir amplas reas da Amrica Latinae da frica Subsaariana.

    Todas as sociedades ao longo dahistria eventualmente decaram edesapareceram. Parece que, naausncia de revolues peridicas, osgrupos de interesse tendem a tornar asociedade rgida e a reduzir asmelhorias de produtividade, como oatesta a breve histria da UnioSovitica. A experincia parece mos-trar que o sucesso a eficinciaadaptativa depende de que a socie-dade continue a modificar ou criar

    novas instituies medida que osproblemas mudam. Ao mesmo tempo tambm necessrio um ambientepoltico e econmico que permita deforma contnua um processo de tenta-tiva e erro em face da ubiquidade daincerteza; e que tambm permitaeliminar as adaptaes institucionaisque se mostraram incapazes de

    resolver os novos problemas.Os economistas tm o insightcorretode que a economia uma teoria daescolha. Mas para melhorar asperspectivas humanas precisamosentender as fontes do processo decisriohumano. Essa condio necessriapara a sobrevivncia humana.

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