1. Mensageira do Senhor O Ministrio Proftico de Ellen G. White
Cedo, em minha juventude, foi-me perguntado vrias vezes: Voc uma
profetisa? Tenho respondido sempre: Sou a mensageira do Senhor. ...
Meu Salvador declarou-me ser eu Sua mensageira. Mensagens
Escolhidas, livro 1, pg. 32. Herbert E. Douglass Traduo Jos Barbosa
da Silva Casa Publicadora Brasileira Tatu, So Paulo
2. Sumrio Prefcio ix Agradecimentos xi Apresentao xiii O
Sistema Divino de Comunicao 1 O Revelador e o Revelado 2 2 Deus
Fala Pelos Profetas 8 3 Caractersticas dos Profetas 26 A Verdadeira
Ellen White 4 A Pessoa e a sua poca 44 5 Mensageira, Esposa e Me 52
6 Sade Fsica 62 7 Caractersticas Pessoais 68 8 Como Outros a
Conheceram 80 9 Bom Humor, Bom Senso e Conselheira Prtica 94 10
Pioneira Americana e Mulher Vitoriana 102 11 A Escritora Prolfica
108 12 A Oradora Solicitada 124 A Mensageira que Escuta 13
Transmitindo a Mensagem de Deus 134 14 Confirmando a Confiana 144
15 Instrues e Predies Oportunas 150 16 Percepo da Mensageira Sobre
Si Mesma 170 II v I SEO CAPTULO SEO III SEO
3. vii Como Avaliar a Crtica 41 A Verdade Ainda Liberta 468 42
Crtica Sobre Relacionamentos Pessoais 478 43 Predies e Observaes
Cientficas 486 44 A Porta Fechada Estudo de um Caso 500 Relevncia
Permanente da Mensageira do Senhor 45 Preenche Ellen White as
Condies? 514 46 Ela Ainda Fala 528 47 Mensageira e Mensagem
Inseparveis 534 Apndice A Reunies Campais no Incio do Sculo
Dezenove 542 Apndice B Contexto da Troca de Correspondncia Entre
Tiago e Ellen White em 1874 543 Apndice C Trechos do livro de
Robert Louis Stevenson Across the Plains (1892) 544 Apndice D Lista
Parcial das Vises de Ellen G. White 546 Apndice E Pressuposies
Bsicas Compartilhadas Pela Maioria dos Crticos da Questo da Porta
Fechada 549 Apndice F Condicionada Pelo Tempo ou Relacionada com o
Tempo? 550 Apndice G O Progresso de Ellen White na Compreenso das
Prprias Vises 552 Apndice H Ellen White Enriqueceu a Expresso Porta
Fechada 554 Apndice I Ellen White Liderou o Desenvolvimento de uma
Mensagem Orientada Pela Bblia 555 Apndice J Resposta Quanto
Supresso da Expresso Mundo mpio 557 Apndice K Por que Ellen White
Parecia Alcanar Somente os Defensores da Porta Fechada 559 Apndice
L Principais Acusaes Contra Ellen White Sobre a Questo da Porta
Fechada e Refutaes Atravs dos Anos 560 Apndice M Carta de 13 de
Julho de 1847 a Jos Bates 566 Apndice N ltima Vontade e Testamento
de Ellen G. White 569 Apndice O Comentrios de Lderes Nacionais, no
Incio da Dcada de 1860, a Respeito da Crise Escravista 572 Apndice
P A Elipse da Verdade da Salvao 573 Bibliografia 576 ndice Geral
580 vi A Voz de um Movimento 17 Organizao e Desenvolvimento
Institucional 182 18 Crises Teolgicas 194 19 Evangelismo Regional e
Relaes Raciais 210 20 Mordomia e Relaes Governamentais 220 21
Dissidentes, Dentro e Fora 228 21a Personalidades do Mundo
Adventista de Ellen G. White (Seo de Fotos) 239 Promotora de
Conceitos Inspirados 22 O Tema Unificador 256 23 Esclarecimento
Acerca das Principais Doutrinas 268 24 Princpios de Sade/1:
Surgimento de uma Mensagem de Sade 278 25 Princpios de Sade/2:
Relao Entre Sade e Misso Espiritual 288 26 Princpios de Sade/3:
Melhor Qualidade na Sade Adventista 300 27 Princpios de Sade/4:
Princpios e Prticas 310 28 Princpios de Sade/5: Um Sculo de
Princpios de Sade 320 29 Educao/1: Princpios e Filosofia 344 30
Educao/2: Estabelecendo Instituies Educacionais 354 31 Princpios
Editoriais, Sociais e de Temperana 362 Como Escutar a Mensageira 32
Hermenutica/1: Princpios Bsicos 372 33 Hermenutica/2: Regras Bsicas
de Interpretao Internas 386 34 Hermenutica/3: Regras Bsicas de
Interpretao Externas 394 35 Hermenutica/4: Os Escritores Bblicos e
Ellen White 408 36 Hermenutica/5: Autoridade e Relao com a Bblia
416 37 Hermenutica/6: A Autoridade de Ellen White em sua poca 426
38 Hermenutica/7: Congresso Bblico em 1919 434 39 Como os Livros
Foram Escritos 444 40 Como os Livros Foram Preparados 456 IVSEO
CAPTULO VII SEO CAPTULO VIII SEO V SEO VI SEO
4. ix Prefcio E m meados da dcada de 1950, T. Housel Jemison,
um dos diretores associados do Pa- trimnio Literrio White, escreveu
um livro intitulado A Prophet Among You. Essa abrangente obra sobre
o dom de profecia focalizou especificamente a vida e o minis- trio
de Ellen G. White e foi, durante muitos anos, utilizada nos colgios
adventistas como livro didtico sobre o dom de profecia. Em dcadas
recentes, porm, temos aprendido muita coisa a respeito de
inspirao/revela- o. Foi isso o que levou os Depositrios do
Patrimnio Literrio White em 1989 a autorizar a produo de um novo
livro. Entre os patrocinadores desse projeto, acham-se o Patrimnio
Literrio White, e tambm o Departamento de Educao e o Conselho de
Educao Supe- rior da Associao Geral. Herbert E. Douglass foi a
pessoa escolhida para escrever este livro. O Dr. Douglass, pro-
fessor de Esprito de Profecia em seminrios teolgicos, tambm havia
trabalhado como di- retor de colgio, redator associado da Adventist
Review e editor de livros da Pacific Press. Ele comeou a trabalhar
no projeto imediatamente, fazendo uma pesquisa completa sobre o
assunto. Embora as referncias ao longo do livro reflitam a
influncia de uma pliade de eruditos e de idias, o fato de um autor
ser citado a respeito de determinado assunto no deve ser en-
tendido como endosso a ele nem a todas as idias e posturas por ele
defendidas. Cremos que este livro apresenta o ministrio proftico de
Ellen G. White de um modo que o torna atrativo tanto para jovens
como para idosos. Ao invs de abordar o assunto partindo do abstrato
para o pessoal, ele o faz do pessoal para o abstrato. Em resultado,
os leitores vo conhe- cer o dom de profecia medida que obtiverem
informaes pessoais sobre a Sra. White. Alm disso, eles sero
dirigidos para mais perto do Deus pessoal a quem ela servia;
admiraro a ma- neira sbia e cuidadosa como Ele transmitia Suas
mensagens a Sua mensageira; e ficaro sur- presos ao observarem o
modo como Ele a guiou atravs dos campos minados da teologia, da
medicina e da sociologia de sua poca. Os leitores encontraro no fim
de cada captulo uma srie de perguntas que os levar a um estudo mais
avanado e profundo do assunto abrangido pelo captulo. As perguntas
podem funcionar como uma recapitulao do captulo e podem ser um
estmulo pesquisa, aumen- tando a compreenso dos leitores sobre o
tema apresentado. Cremos que todos quantos lerem este livro
compreendero melhor a maneira como Deus atua por meio de Seus
profetas, e ficaro profundamente convictos de que Ellen White rece-
beu o chamado divino para o ofcio proftico. Enfrentaro o futuro com
confiana renovada e f robustecida, exclamando juntamente com a
mensageira de Deus: Nada temos que re- cear quanto ao futuro, a
menos que esqueamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os
ensinos que nos ministrou no passado. Life Sketches, pg. 196 (ver
Mensagens Escolhi- das, livro 3, pg. 162). Depositrios do Patrimnio
Literrio White Silver Spring, Maryland M E N S A G E I R A D O S E
N H O R O ministrio proftico de Ellen G. White
5. xi O s livros no surgem do nada. Uma vida toda de influncias
se derra- ma na mente do escritor, e todas aquelas pessoas, livros
e professo- res do seu passado superlotam o nibus cere- bral que o
autor dirige na elaborao do seu manuscrito. Embora o escritor
reconhea plenamente que foram outros que encheram para ele este
imenso reservatrio, ser-lhe-ia impossvel agradecer a todas essas
contribui- es, pois elas se transformaram em pensa- mentos sem
rosto. Contudo, na tarefa especfica de atender solicitao do
Conselho de Educao Supe- rior da igreja e do Patrimnio Literrio
White, o autor deseja reconhecer o mrito daqueles que tornaram
possvel a produo de um livro um tanto tcnico como este. Sem a
enorme viso e a habilidade edito- rial de Kenneth H. Wood, este
livro no te- ria sido idealizado nem completado em seu estado
atual. Seu estmulo emptico e suas percepes durante os mais de trs
anos de pesquisa e redao do material estabelece- ram as condies de
raciocnio em reas que muitos consideram nebulosas. Os dois
diretores do Patrimnio Literrio White Paul Gordon e Juan Carlos
Viera em cuja administrao fui incumbido de es- crever este livro e
durante a qual o conclu deram-me no somente estmulo, mas tam- bm
excelentes sugestes em pontos decisi- vos. A incansvel e eficiente
diretora associa- da, Norma Collins, inseriu pacientemente na cpia
final em computador as muitas suges- tes e os comentrios do autor,
freqente- mente revisados. O Patrimnio Literrio White tem a sor- te
de poder contar com dois experientes eru- ditos em suas
especialidades particulares Jim Nix em histria e doutrinas
adventistas, e Tim Poirier, arquivista e tcnico perito dos
materiais de Ellen White. Conquanto eles no sejam responsveis pelos
erros ou omis- M E N S A G E I R A D O S E N H O R O ministrio
proftico de Ellen G. White ses presentes no texto, muito
contriburam para o nvel de exatido deste livro. Alm destes dois
eruditos, sinto-me em grande d- bito para com os Drs. Robert Olson
e Roger Coon, que, em anos anteriores, fizeram meti- culosa
pesquisa sobre muitos dos temas trata- dos neste livro. Entre
muitos outros que prestaram ajuda e forneceram sugestes oportunas,
encontram- se meu irmo Melvyn, que atuou como meu navegador no
misterioso mundo da Inter- net, localizando em muitas ocasies,
quase que instantaneamente, informaes as mais vagas; os Drs. John
Scharffenberg e Gary Fraser, que leram pacientemente os captulos
sobre sade e fizeram contribuies; o Dr. Ri- chard Schwarz, que usou
seu micrmetro his- toriogrfico na reviso das ltimas pginas; e
Francis Wernick, Neal Wilson e Rowena Rick, membros da Comisso de
Depositrios do Patrimnio Literrio White, que leram e criticaram o
original. Desejo tambm expressar apreo especial a eruditos e
especialistas capazes como P. Ge- rard Damsteegt, Frizt Guy, Bert
Haloviak, Roland Hegstad, Robert Johnston, Mervyn Maxwell e Alden
Thompson, os quais parti- lharam suas valiosas idias sobre certos
pon- tos do texto. Nenhum escritor pode ir muito longe sem uma
editora que o compreenda e o estimule. Robert Kyte e Russell Holt
deram os reto- ques necessrios nos momentos exatos, o que conservou
a janela para o futuro sempre aberta e cheia de luz. Eles estavam
resolvidos a fazer do produto de suas mos algo digno do assunto
deste livro. E a tudo isso acrescento a contribuio de minha
compreensiva esposa, querida Norma, que durante trs anos e meio
continuamente reajustou prioridades ao captar as dimenses desta
tarefa. A Deus seja a glria! Herbert E. Douglass
Agradecimentos
6. xiii E ste livro foi escrito com dois propsi- tos em mente:
(1) fornecer aos ad- ventistas do stimo dia uma nova perspectiva da
vida e do testemunho de Ellen White e (2) fornecer para colgios e
universidades material de pesquisa sobre o dom de profecia,
especialmente conforme manifesto na vida e ministrio desta inspira-
da mensageira de Deus. Algumas pessoas, a quem falta clara com-
preenso da maneira como funciona a reve- lao/inspirao, deixaram que
problemas e crticas enfraquecessem ou destrussem sua confiana nos
setenta anos do ministrio singular da Sra. White. Apesar disso, mi-
lhes de pessoas ao redor do mundo conside- ram Ellen White uma lder
religiosa inspira- da que marcou poca. Essas pessoas percebe- ram
que o amor que sentiam por Jesus se aprofundou medida que a
escritora lhes di- rigiu a mente para a Bblia, sua principal fonte
de esclarecimento e alegria. Descobri- ram que os escritos dessa
mulher fornecem idias claras, bastante ntidas e precisas, so- bre o
viver saudvel e disciplinado. Mais im- portante ainda, descobriram
nos escritos de- la concepes coerentes com a histria b- blica da
salvao. Deste modo, alm dos dois propsitos mencionados acima, este
livro foi escrito pa- ra, pelo menos, duas classes de pessoas: (1)
as que so imensamente gratas pela produo li- terria de Ellen White
e desejam saber mais sobre ela, e (2) as que possuem problemas no
resolvidos relativos a determinados as- M E N S A G E I R A D O S E
N H O R O ministrio proftico de Ellen G. White pectos de seu longo
ministrio. Este livro apresenta abundantes razes que confirmam sua
alegao de ser mensageira de Deus; for- nece ampla evidncia capaz de
satisfazer a mente mais perspicaz. Convico, Autoridade e Confiana A
preocupao do autor com a maneira pe- la qual jovens e idosos
adquirem convico. Existe acaso alguma autoridade, em algum lugar,
capaz de falar com tal clareza que satis- faa tanto mente como ao
corao? Os adventistas do stimo dia respondem: Sim! H uma
Autoridade. Apontamos pa- ra Aquele que nos fez, a quem chamamos
Deus o Deus que Se comunica. Alm dis- so, Ele nos fez com a
capacidade de respon- der-Lhe. Que pensamento maravilhoso! Fo- mos
feitos para escutar a nosso amigvel Criador! E quando escutamos,
ouvimos a verdade sobre quem somos, por que existi- mos e que
espcie de futuro eterno Ele pla- nejou para ns se to-somente
continuar- mos a ouvi-Lo. De que maneira Deus fala aos seres hu-
manos? Muitas vezes e de muitas maneiras, escreveu Paulo em Hebreus
1:1. Por exemplo: Por meio das obras criadas, que chama- mos
natureza. Por meio do Esprito Santo, que faz con- tato com a
conscincia de cada pessoa. Por meio de Jesus Cristo, que era o pr-
prio Deus. Mas Deus foi alm. Ele sabia que milhares de anos antes
de Jesus vir como ser humano, homens e mulheres precisavam ouvir a
Sua Apresentao
7. xiv xv verso da histria do grande conflito entre o bem e o
mal. Sistema Divino de Comunicao Limitado por Sua natureza humana,
Jesus no podia estar em toda a parte ao mesmo tempo. Foi assim que,
para poder comunicar Sua mensagem, Deus acrescentou ao Seu sistema
prprio de comunicao um plano de inter- mediao humana: Ele falou
muitas vezes e de muitas maneiras... por meio dos profetas. Heb.
1:1-3. Este sistema de comunicao por meio de profetas era bem
conhecido durante os tem- pos bblicos. O povo de Deus aprendeu por
experincia prpria que estava na sua melhor forma quando davam
ouvidos aos profetas: Crede no Senhor, vosso Deus, e estareis se-
guros; crede nos Seus profetas e prospera- reis. II Crn. 20:20. Alm
disso, eles sabiam por experincia prpria que Deus no lhes
permitiria penetrar cegamente pelo futuro. Certamente, o Senhor
Deus no far coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos
Seus servos, os profetas. Ams 3:7. A comunicao divina por meio dos
profe- tas no ficou limitada aos tempos do Antigo Testamento.
Durante Suas ltimas horas na Terra, nosso Senhor prometeu que esta
linha de comunicao entre o Cu e a Terra seria mantida sempre aberta
por meio do Espri- to Santo, o Esprito da verdade, Seu represen-
tante pessoal. Hoje, assim como nos tempos do Antigo Testamento, o
Esprito Santo con- tinua a falar, no apenas conscincia de ca- da
pessoa, mas por meio dos profetas: Eu ro- garei ao Pai, e Ele vos
dar outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco o
Esprito da verdade. Joo 14:16 e 17. E Ele mesmo concedeu uns para
apstolos, outros para profetas. Efs. 4:11; ver I Cor. 12:28. O
Esprito da verdade tambm o Espri- to de profecia! Isto significa
que esses ho- mens e mulheres especialmente escolhidos falaram da
parte de Deus, movidos pelo Es- prito Santo. II Ped. 1:21. A igreja
foi avisa- da de que este sistema de comunicao da verdade
funcionaria at a volta de Jesus. conflito a respeito da verdade,
isto , quem est correto sobre a maneira como dirigir o Universo:
Deus ou Satans? A posio de Deus que a verdade no precisa de defesa.
Ela precisa apenas ser vista e demonstrada. Satans, que mentiroso e
pai da mentira (Joo 8:44), consegue o que quer por meio de engano.
Questionador esperto e insinuador astuto, Satans pede com instncia
que o corao egocntrico seja o rbitro final da verdade. Uma de suas
ferramentas mais eficazes susci- tar dvida, provocando hesitao e
adiamento do compromisso espiritual. Por esta razo, per- verter a
verdade seja da maneira que for, lan- ar sombras injustificadas
sobre o que talvez no esteja inteiramente claro, um ato imoral.
parte de uma conspirao csmica para obs- curecer a verdade e
frustrar os planos divinos. Ellen White no podia ser mais clara do
que quando pede encarecidamente para sermos francos e afastar o
temor ao separar fatos de opinies. Ela sabia que a f est em perigo
toda vez que impomos limites pesquisa por temor de que novas
descobertas possam desestabilizar a f. Muitas vezes, porm, ela
torna evidente que nossa f tambm corre riscos quando per- mitimos
que a razo ou os sentimentos huma- nos estabeleam os limites da f.
Para ela, a verdade deve ser honrada, custe o que custar. Como o
Livro Est Organizado Este livro se divide em oito sees: I. O
Sistema Divino de Comunicao (captulos 1 a 3). II. A Verdadeira
Ellen White (captulos 4 a 12). III. A Mensageira que Escuta
(captulos 13 a 16) IV. A Voz de um Movimento (captulos 17 a 21) V.
Promotora de Conceitos Inspirados (captulos 22 a 31) VI. Como
Escutar a Mensageira (captu- los 32 a 40) VII. Como Avaliar a
Crtica (captulos 41 a 44) VIII. Relevncia Permanente da Mensa-
geira do Senhor (captulos 45 a 47) Os captulos 1 a 3 fazem uma
breve anli- se do ensino bblico relativo maneira como Deus tem
revelado a homens e mulheres as M E N S A G E I R A D O S E N H O R
O ministrio proftico de Ellen G. White Esta viso bblica geral
ensina que nun- ca foi desejo de Deus que homens e mu- lheres
ficassem na incerteza quanto ao propsito da vida. Especialmente
durante o estresse sem paralelo dos ltimos dias, Ele nos deu a
certeza de que podamos co- nhecer a verdade a respeito do futuro.
Sempre que homens e mulheres ouvem cuidadosamente os profetas de
Deus, eles reconhecem que esto ouvindo a ver- dade. A verdade
carrega consigo sua pr- pria autoridade porque apela e satisfaz
nossa busca de convico objetiva e subje- tiva o vnculo entre a
mente e o cora- o. Este livro ajudar a responder as se- guintes
perguntas: Preencheu Ellen White as qualificaes bblicas de um
profeta? Sob que base pode algum consider-la uma autoridade em seu
papel como men- sageira de Deus? Ao recapitular seu ativo ministrio
de setenta anos, que diferena fez seu conselho na determinao do
rumo e desenvolvimento da igreja? Qual o efei- to de seus conselhos
pessoais? Manifestou ela as caractersticas de coerncia e de
confiabilidade e, por conseguinte, a prova da autoridade? Levaremos
em conta o peso da evidn- cia. Seu longo ministrio e os frutos do
seu trabalho so um livro aberto. No necess- ria nenhuma evidncia ou
argumento ar- tificial para confirmar sua pretenso de ser a
mensageira de Deus. O prprio princpio permanente empre- gado por
Ellen White governar a viagem que faremos juntos: Os assuntos que
apre- sentamos ao mundo devem ser para ns uma realidade viva.
importante que, ao defen- der as doutrinas que consideramos artigos
fundamentais da f, nunca nos permitamos o emprego de argumentos que
no sejam in- teiramente retos. Eles podem fazer calar um adversrio,
mas no honram a verdade. De- vemos apresentar argumentos legtimos,
que no somente faam silenciar os oponentes, mas que suportem a mais
profunda e pers- crutadora investigao. Obreiros Evangli- cos, pg.
299. No corao do grande conflito entre Deus e Satans, entre o bem e
o mal, acha-se o boas novas (o evangelho) da salvao. As boas-novas
so a verdade sobre Deus e Seu modo de dirigir o Universo um quadro
em ntido contraste com as mentiras e calnias de Satans. Deus Se
revela por meio de Jesus Cristo, o Revelador. O Esprito Santo
trans- mite, por intermdio do dom de profecia, a verdade tal qual
revelada em Jesus. Os captulos 4 a 12 focalizam primeira- mente a
infncia e adolescncia de Ellen Harmon. Depois, seu papel como a
Sra. Ellen G. White esposa, me, vizinha, ganhadora de almas e
personalidade pblica exami- nando sua vida a partir de seus
escritos, bem como a partir do ponto de vista daqueles que melhor a
conheceram. Pelo fato de o pensa- mento e o temperamento de uma
pessoa se- rem grandemente determinados pelas in- fluncias sociais,
econmicas e filosficas do seu tempo, chamaremos brevemente a aten-
o para as circunstncias predominantes no Nordeste dos Estados
Unidos, e para os fato- res nacionais posteriores que provavelmente
mais influram sobre ela enquanto ela amadu- recia cumprindo a misso
divina. Estudare- mos sua fascinante mistura de mulher vitoria- na
e vigorosa pioneira norte-americana. Os captulos 13 a 16 investigam
a manei- ra como o dom proftico atuava no minist- rio de Ellen
White. O pano de fundo histri- co das dcadas de 1840 e 1850 nos
ajudaro a compreender o clima desfavorvel que existia para todo
aquele que alegasse ter vi- ses. Apesar disso, o fenmeno visionrio
de Ellen White proveu clareza e segurana queles que desejavam uma
explicao bbli- ca para a experincia de 1844. Estudaremos Ellen
White como escritora e oradora: chamando a ateno para a evoluo de
seu estilo e contedo enquanto reagia s cir- cunstncias em transio e
a uma iluminao intensificada durante seus setenta anos de
ministrio; reconstituindo a maneira como, seme- lhana de qualquer
outro escritor, ela empre- gou material de pesquisa para ampliar e
tor- nar mais especfica a mensagem central que recebeu a misso de
apresentar; chamando a ateno para a impressio- nante receptividade
que os no adventistas davam a suas palavras faladas e escritas;
APRESENTAO
8. xvi xvii analisando a capacidade incomum que ela possua de
falar em meio a circunstncias fsicas que afligiriam as pessoas de
seu tempo, ou mesmo algum da atualidade. Os captulos 17 a 21
exploram o extraordi- nrio relacionamento entre Ellen White e a
igreja com a qual ela esteve to intimamente ligada durante setenta
anos. Nenhuma outra pessoa afetou de maneira to direta o cresci-
mento e a formao da Igreja Adventista do Stimo Dia, tanto teolgica
quanto institucio- nalmente. Ela teve muito que ver com o pla-
nejamento estratgico da denominao. Da Austrlia at a Europa e atravs
de toda a Amrica do Norte se buscava seu conselho a respeito do
estabelecimento de escolas, insti- tuies de sade e casas editoras.
Seus escritos tornaram-se faris de luz a serem avidamente estudados
pelas geraes posteriores. Os captulos 22 a 31 examinam o papel de
Ellen White como educadora conceitual. Ela possua a capacidade
singular de sinteti- zar a clara mensagem proftica com a expe-
rincia humana e as idias de outros. A par- tir desta sntese
desenvolveu, de maneira fir- me e uniforme, um corpo de pensamento
distintamente integrado e coerente, com fundamento bblico firme e
slido. Esta inte- grao unificou sua vasta contribuio aos princpios
prticos da educao, evangelis- mo, organizao e sade, pelos quais os
ad- ventistas do stimo dia se tornaram ampla- mente conhecidos. O
Tema do Grande Conflito Analisaremos a maneira como usou ela deter-
minados princpios de pesquisa medida que processava e transmitia a
verdade. Instrutiva sua introduo ao Grande Conflito: Os grandes
acontecimentos que assinalaram o progresso da Reforma nas pocas
passadas constituem assunto da Histria bastante co- nhecidos e
universalmente reconhecidos pe- lo mundo protestante; so fatos que
ningum pode negar. Esta histria apresentei-a de ma- neira breve, de
acordo com o objetivo deste livro e com a brevidade que
necessariamente deveria ser observada, havendo os fatos sido
condensados no menor espao compatvel com sua devida compreenso. Em
alguns casos em que algum historia- pode ser diferente ao seguirmos
esta regra da hermenutica. Para entendermos Ellen White funda-
mental nossa necessidade maior de com- preender como Deus comunica
Suas men- sagens a Seu povo por meio de Seus men- sageiros. Em anos
passados, os adeptos da inspirao verbal ficaram grandemente
perturbados com o que parecia serem er- ros e contradies bblicas.
Esta mesma confuso entre a inspirao mecnica ou na forma de ditado
(cada palavra seria uma transcrio exata do que Deus falou ao
profeta) e a inspirao do pensamento (Deus inspirou os profetas, no
suas pala- vras) tem perturbado muitas pessoas que lem os escritos
de Ellen White. Mostrare- mos como esta compreenso incorreta do
processo de revelao/inspirao levantou dvidas e crticas
injustificadas contra Ellen White. Uma questo igualmente importante
a relao existente entre os escritos de Ellen White e a Bblia.
Procuraremos entender ex- presses como nveis de inspirao, reve- lao
progressiva, autoridade cannica e luz menor, luz maior. Nos
captulos 39 e 40, examinaremos co- mo Ellen White escrevia seus
livros. Obser- varemos como se relacionava com suas assis- tentes
de redao e o papel que estas desem- penharam na produo dos livros
Caminho a Cristo, O Desejado de Todas as Naes e O Grande Conflito.
Nos captulos 41 a 43, faremos uma ava- liao das crticas em relao a
Ellen White. Os profetas inevitavelmente sero criticados por seus
contemporneos, principalmente porque se encontram muito frente na
compreenso do conflito de Deus contra o mal. Nenhum profeta bblico
desfrutou de condies favorveis ao cumprir a tarefa que lhe fora
confiada. Este fato lastimvel nos leva a refletir que uma gerao
mata seus profetas apenas para que a prxima construa monumentos em
honra deles. Algumas crticas tm sua origem na rea- o constante
daqueles que se opem ver- dade porque esta contraria inclinaes pes-
soais ou orgulho de opinio. Encontramos M E N S A G E I R A D O S E
N H O R O ministrio proftico de Ellen G. White APRESENTAO dor
agrupou os fatos de tal modo a proporcio- nar, em sntese, uma viso
compreensiva do assunto, ou resumiu convenientemente os pormenores,
suas palavras foram citadas tex- tualmente; nalguns outros casos,
porm, no se nomeou o autor, visto como as transcri- es no so feitas
com o propsito de citar aquele escritor como autoridade, mas porque
sua declarao prov uma apresentao do assunto, pronta e positiva.
Narrando a expe- rincia e perspectivas dos que levam avante a obra
da Reforma em nosso prprio tempo, fez-se uso semelhante de suas
obras publica- das. O Grande Conflito, pg. 7. O princpio
organizacional que, seme- lhana de um m, reuniu este material , em
sua sntese, o Tema do Grande Conflito. Pe- lo fato de ver a Bblia
como um todo e a re- lao de suas partes, Ellen White esclareceu as
questes bsicas relativas ao carter de Deus, a natureza do homem, o
surgimento do pecado e a maneira como Deus planeja final- mente
tratar com este planeta rebelde. A compreenso do Tema do Grande
Con- flito por parte de Ellen White forneceu ex- traordinria
estabilidade e harmonia Igreja Adventista medida que esta
desenvolvia sua teologia e estrutura denominacional. Es- sa
compreenso tornou-se o centro concei- tual que lhe permitiu
proporcionar conforto pessoal e correo teolgica em situaes em que
outras organizaes religiosas geralmen- te se fragmentam. Na seo 6,
Como Escutar a Mensagei- ra, os captulos 32 a 38 enfatizam a
maneira como homens e mulheres devem ouvir a mensagem de Ellen G.
White. Qualquer es- tudo de documentos escritos, sejam eles so-
netos shakespeareanos sejam trechos das Sa- gradas Escrituras,
envolve hermenutica, isto , o emprego de princpios de interpreta- o
que ajudam o leitor a entender o autor. Examinaremos regras de
interpretao que nos ajudaro a determinar o que Ellen White queria
dizer para aqueles que a ouviam e o que esses mesmos escritos
significam em tempos modernos. Uma das regras, por exemplo, levar
em conta o tempo, o lugar e as circunstncias ao fazermos uma
aplica- o atual de seu conselho. Os princpios so permanentes, mas a
aplicao do princpio exemplos dessa rejeio nas crticas feitas a
Jesus, Jeremias, Paulo e Ellen White. Esses captulos no procuram
contestar toda acusao ou crtica dirigida contra Ellen White, mas
chamar a ateno para as formas mais comuns. Depois de avaliar tais
crticas, o leitor ser capaz de estabelecer a diferena entre a
humanidade do vaso terreno e a au- toridade da mensagem
transportada por esse vaso. (Ver II Cor. 4:7.) O captulo 44 um
estudo da questo da porta fechada, que foi, por mais de um s- culo,
grande fonte de controvrsia. Como Ellen Preenche as Condies Na
ltima seo, Relevncia Permanente da Mensageira, perguntamos:
Preenche Ellen White as condies de uma mensageira de Deus nos
tempos modernos? Seu ministrio de setenta anos estabelece suas
credenciais como mensageira divina? Consideraremos a maneira como
realizou seu trabalho, tan- to em pblico como em particular, e
reca- pitularemos a relao, por assim dizer, inse- parvel que havia
entre o seu ministrio e o desenvolvimento da Igreja Adventista do
Stimo Dia. Os adventistas do stimo dia geralmente tm crido que
Ellen G. White foi a mensa- geira de Deus. Por que os adventistas
de sua poca chegaram a tal concluso, e por que, desde sua morte, os
adventistas continuam chegando a esta mesma concluso? Nas pginas de
encerramento deste livro, perguntamos: At que ponto Ellen White re-
levante para os dias atuais? Ela morreu em 1915. Ser que ela capaz
de falar de modo significativo a um povoado global transistori-
zado, onde a informao via Internet entre os computadores por todo o
planeta instant- nea, onde a cincia parece ter sempre, no mo- mento
exato, mais uma soluo para as neces- sidades do mundo? Embora as
circunstncias tenham mudado drasticamente, e o mundo s- cio-poltico
seja extremamente diferente, per- ceberemos que os escritos de
Ellen White fa- lam de maneira incisiva aos nossos dias, sendo
neste tempo do fim cada vez mais relevantes. O Autor
9. IO Sistema Divino de Comunicao 1 O Revelador e o Revelado 2
Deus Fala Pelos Profetas 3 Caractersticas dos Profetas CAPTULO
SEO
10. terminados homens e mulheres que logo co- municam a outros
a verdade sobre Jesus. Eis a descrio da funo do Esprito: Falar a
res- peito de Jesus por meio de pessoas dotadas com o dom de
profecia. Conhecer Jesus e aquilo que Ele nos pode dizer sobre Deus
a informao mais importante de que a famlia humana necessita, pois
conhecer [Jesus] vida eterna. Joo 17:3. No livro de Apocalipse, o
profeta Joo escreveu sobre a maneira como este dom atuava em sua
prpria vida: Revelao de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mos-
trar... ao Seu servo Joo, o qual atestou a palavra de Deus e o
testemunho de Jesus Cristo. Apoc. 1:1 e 2. Vemos aqui o sistema
divino de comunica- o em funcionamento. O Revelador atuan- do por
intermdio do Esprito para revelar a verdade sobre Deus por meio do
Seu profeta. No captulo 19, o anjo que visitava Joo lhe fez lembrar
que o testemunho de Jesus o Esprito de Profecia. Verso 10. A
finalidade do dom de profecia contar a histria de Jesus. O Agente
motivador que inspira o profeta humano a contar a verdade sobre
Jesus o Esprito Santo. No fraseado curto e simplificado da Bblia, o
Esprito de Profecia o testemunho de Jesus. Pedro compreendia este
sistema divino de comunicao: Vocs O amam, mesmo sem O terem visto,
e crem nEle, mesmo que no O estejam vendo agora. Assim vocs se ale-
gram com uma alegria to grande e gloriosa, que as palavras no podem
descrever. Vocs tm essa alegria porque esto recebendo a sua salvao,
que o resultado da f que pos- suem. Foi a respeito dessa salvao que
os profetas perguntaram e procuraram saber com muito cuidado. Eles
profetizaram a res- peito da salvao que Deus ia dar a vocs e
procuraram saber em que tempo e como essa salvao ia acontecer. O
Esprito de Cristo, que estava neles, indicava esse tempo, ao pre-
dizer os sofrimentos que Cristo teria de supor- tar e a glria que
viria depois. Quando os pro- fetas falaram a respeito das verdades
que vo- cs tm ouvido agora, Deus revelou a eles que o trabalho que
faziam no era para o benef- cio deles, mas para o bem de vocs. Os
men- sageiros do evangelho, que falaram pelo po- der do Esprito
Santo mandado do Cu, anunciaram a vocs essas verdades. Essas so
coisas que at os anjos gostariam de enten- der. I Ped. 1:8-12. Os
profetas verdadeiros no so motivados por recompensa ou capricho
pessoal, mas pe- la influncia direta do Esprito de Cristo, o
Esprito Santo mandado do Cu. Num sen- tido, o Esprito de Profecia o
Esprito de Cristo atuando por Seu Divino Auxiliador, o Esprito
Santo, dado a conhecer a homens e mulheres por meio do profeta
humano. Nou- tro sentido, o Esprito de Profecia tam- bm o
testemunho sobre Jesus, o alvo princi- pal do dom de profecia.
Desde que Jesus voltou para o Cu, esta re- gra simples e de duplo
aspecto tem constitu- do uma das maneiras mais claras e seguras de
provar a autenticidade de algum que alega ser profeta: Ele ou ela
diz a verdade sobre Jesus? No esprito de Jesus? Por que o simples
nome de Jesus tem, atra- vs dos anos, suavizado a voz e
tranqilizado o corao de pessoas em todos os continentes? Porque
homens e mulheres lembram do nimo que recobraram, da esperana que
sentiram re- nascer dentro de si e da exploso de fora que receberam
para tornar a enfrentar os desafios da vida ao vir-lhes memria o
fato de que so importantes para Jesus, o mesmo Jesus que dis- se
pelo Esprito de Profecia: No temas, por- que Eu sou contigo. Isa.
41:10. De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandona-
rei. Heb. 13:5. Essas pessoas aprenderam por experincia prpria o
que Jesus queria dizer quando afirmou: No vos deixarei rfos, vol-
tarei para vs outros. Joo 14:18. Dizendo a Verdade Sobre Deus Por
que confiar tanto em um Homem chama- do Jesus, que viveu apenas
trinta e trs anos na antiga Palestina? Porque homens e mulhe- res
chegaram a conhec-Lo como o Criador que Se fez homem. Por qu?
Porque Ele era o nico ser no Universo que poderia, convin-
centemente, dizer a verdade sobre Deus Aquele que fora descrito de
maneira to des- virtuada pelo grande rebelde e por muitos dos 3 M E
N S A G E I R A D O S E N H O R O ministrio proftico de Ellen G.
White O evangelho no algo sobre Jesus; o evangelho Jesus e o que
Ele ensi- nou. Embora os ensinamentos sobre Jesus forneam a
estrutura para a procla- mao das boas novas, o prprio Jesus as boas
novas. Jesus e Seus ensinos no so o preldio do evangelho; eles so o
evangelho!1 As boas novas so que, na mente mara- vilhosa de Deus,
uma das pessoas da Divinda- de decidiu vir a este planeta rebelde,
de bra- os abertos, convidando homens e mulheres de todos os
lugares para retornarem famlia de Deus. As boas novas so que o
Deus- que-Se-fez-homem deu-Se para sempre famlia humana. E para qu?
Para mostrar- nos como Deus! (Joo 14:7.) Conforme veremos, chamamos
o Revela- dor de Jesus; chamamos o Revelado de Deus; e a Pessoa
pela qual a Divindade acha conveniente revelar o Revelador
humanidade o Esprito Santo. Jesus tornou isto bem evidente poucas
ho- ras antes do Getsmani: Eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dar outro
Auxiliador, o Esprito da verdade, para ficar com vocs para sempre.
Joo 14:16. o Esprito Santo, o Esprito que conduz a toda a verdade
[acerca de Deus]. Joo 14:17. Mais adiante: Mas o Au- xiliador, o
Esprito Santo, que o Pai vai en- viar em Meu nome, ensinar a vocs
todas as coisas e far com que lembrem de tudo o que Eu disse a
vocs. Joo 14:26. E para certificar-Se de que o assunto es- tava bem
claro, afirmou: Quando chegar o Auxiliador, o Esprito da verdade,
que vem do Pai, Ele falar a respeito de Mim. Joo 15:26. Jesus disse
ainda: Porm, quando o Espri- to da verdade vier, Ele ensinar toda a
verda- de [acerca de Deus] a vocs. O Esprito no falar por Si mesmo,
mas dir tudo o que ou- viu e anunciar a vocs as coisas que esto
para acontecer. Ele vai ficar sabendo o que tenho para dizer, e dir
a vocs, e assim Ele trar glria para Mim. Tudo o que o Pai tem Meu.
Por isso Eu disse que o Esprito vai fi- car sabendo o que Eu Lhe
disser e vai anun- ciar a vocs. Joo 16:13-15. O Esprito Santo o
representante de nosso Senhor. O Esprito dir e far exata- mente o
que Jesus diria e faria se estivesse hoje na Terra! Como tudo isso
funciona? O Esprito San- to atribui a cada cristo algum dom
especial: Existem tipos diferentes de dons espirituais, mas um s e
o mesmo Esprito quem d es- ses dons. ... Para o bem de todos, Deus
d a cada um alguma prova da presena do Espri- to Santo. I Cor. 12:4
e 7. O Dom de Profecia Um desses dons especiais o dom de profe-
cia. (I Cor. 12:10; Efs. 4:11.) Por meio do dom de profecia, o
Esprito Santo liga-Se a de- 2 CAPTULO 1 SEO I O Sistema Divino de
Comunicao O Revelador e o Revelado Quando chegar o Auxiliador, o
Esprito da verdade, que vem do Pai, Ele falar a respeito de Mim. E
sou Eu quem enviar esse Auxiliador a vocs da parte do Pai. Joo
15:26.
11. CAPTULO 1 O REVELADOR E O REVELADO Muitssimas vezes, aps
contemplar a con- descendncia de Cristo na condio de Ho- mem
perseguido e finalmente crucificado, os crentes pensam que o dom
com que Deus presenteou a Terra cessou na cruz. Mas Deus no deu Seu
nico Filho (Joo 3:16) numa espcie de emprstimo ou arrendamento tem-
porrio. O Criador das centenas de bilhes de galxias, Aquele que
andou por entre as estre- las e fez os universos gravitarem em
rbitas, aprisionou-Se dentro de Sua prpria criao, no apenas por
nove meses, no apenas por trinta e trs anos, mas para sempre! Essa
espcie de amor desperta amor. E apreciao sincera. E compromisso
profundo, acima dos apelos mais sedutores deste mun- do, para com
Aquele que muito nos amou. Antes de poder dizer a verdade sobre
Deus, conforme revelada por Jesus, o profeta deve conhecer Jesus
pessoalmente. Discutir teologia coisa fcil; a experincia pessoal,
porm, exige um preo. A Dedicao de Ellen G. White a Jesus Ellen
White correspondeu a este amor de to- do o seu corao e fez dele o
tema principal de seus escritos. No importa o lugar onde abramos os
volumosos livros que ela escreveu ou as cartas que endereou a
familiares, ami- gos e cooperadores, sempre encontramos evi- dncias
da profunda afeio que ela dedicava ao Salvador. Muitos que entraram
em conta- to pela primeira vez com os adventistas do s- timo dia
por meio dos escritos de Ellen White ficaram admirados pela intuio
e profunda apreciao manifestadas pela escritora ao tra- tar das
dimenses do Dom de Deus a este planeta rebelde. Suas percepes
espirituais comearam ce- do. Logo nos primeiros anos de sua adoles-
cncia, profundamente afetada pela pregao de Guilherme Miller, ela
almejou por uma experincia religiosa mais profunda: Ao orar, o
fardo e a agonia de alma que por tan- to tempo eu havia
experimentado deixaram- me, e as bnos de Deus vieram sobre mim como
suave orvalho. Dei glria a Deus pelo que eu sentia, mas ansiava
mais. Eu no esta- ria satisfeita at que estivesse repleta da ple-
nitude de Deus. Inexprimvel amor por Jesus encheu minha alma.6
Ellen White era, acima de tudo, uma pes- soa espiritual, cheia de
apreo por seu Salva- dor e Senhor. Este senso pessoal da presena
divina a colocou em comunicao direta com Deus, permitindo que Ele
lhe revelasse muito mais de Sua prpria pessoa e dos Seus planos
para este mundo. A experincia pessoal por que ela passou quando
reagiu favoravelmente simplicidade do evangelho precedeu a teo-
logia. Jesus era o centro de interesse de todo o seu pensamento
teolgico. Eis um exemplo do tema que repassa toda a sua obra a
exaltao de Jesus: Ser pro- veitoso contemplar a condescendncia, o
sa- crifcio, a abnegao, a humilhao, a resis- tncia divinas que o
Filho de Deus enfrentou ao realizar Sua obra em benefcio do homem
cado. Bem podemos sair da contemplao de Seus sofrimentos,
exclamando: Assom- brosa condescendncia! Os anjos se maravi- lham a
observarem com intenso interesse o Filho de Deus descendo passo a
passo a sen- da da humilhao. Este o mistrio da pie- dade. a glria
de Deus ocultar a Sua Pessoa e os Seus caminhos, no para manter as
pes- soas na ignorncia da luz e conhecimento celestiais, mas porque
isso est para alm da capacidade do conhecimento humano. Uma
compreenso parcial: isso tudo o que o ser humano pode suportar. O
amor de Cristo excede todo o entendimento. Filip. 4:7. O mistrio da
redeno continuar a ser o mis- trio, a cincia inesgotvel e o
incessante cntico da eternidade. A humanidade bem pode exclamar:
Quem pode conhecer a Deus? Talvez possamos, como Elias, cingir- nos
com nosso manto e procurar ouvir a voz mansa e delicada de Deus.7
Ellen White andou com Jesus na alegria e na tristeza. Escrevendo a
seu filho William e jovem noiva dele, Mary, falou sobre o com-
panheirismo que desfrutara com o marido Tiago e da experincia que
lhes era comum: Estamos tentando seguir humildemente os passos de
nosso amado Salvador. Precisamos a cada hora de Seu Esprito e de
Sua graa, do contrrio cometeremos graves erros e causa- remos
dano.8 Algumas semanas depois, durante uma viagem extremamente
cansativa, do Texas para Kansas, numa carruagem coberta, ela tornou
a escrever para Mary: Estou exausta. Sinto-me como se tivesse 100
anos de idade. 5 M E N S A G E I R A D O S E N H O R O ministrio
proftico de Ellen G. White mais ilustres pensadores do mundo. Deus
no era rspido, arbitrrio e implacvel, como fo- ra retratado. Quando
Ele pedia a homens e mulheres que O servissem com lealdade vo-
luntria, dava a conhecer que Ele mesmo, por natureza, tambm era um
ser abnegado. Mos- trava-lhes que amar significa fazer pelos ou-
tros aquilo que eles no podem fazer por si mesmos ou que nem ao
menos o merecem. Como essas coisas foram reveladas? Paulo
contemplou a magnfica revelao de Cristo como um esvaziamento de
Suas prerrogati- vas divinas ao entrar Ele para a famlia huma- na.
(Filip. 2.) No de maneira sbita como um prncipe valente empunhando
a espada da justia, mas, lentamente, a partir do ventre de uma
mulher. No para ser honrado como um convidado especial, mas para
ser mal com- preendido e caluniado devido Sua integrida- de e
maneira inequvoca de encarar as coisas. Como possvel que a nica
esperana da Terra se tornasse o alvo dos maus-tratos humi- lhantes
deste planeta? Veio para o que era Seu, e os Seus no O receberam.
Joo 1:11. Os cris- tos sentem-se no apenas horrorizados com es- sa
monstruosa ingratido, mas tambm movi- dos de estranho pesar e
resolvem acolh-Lo afe- tuosamente na prpria vida. Os cristos ficam
admirados da condescendncia do Deus-ho- mem, e esta admirao
torna-se parte da razo diria para honr-Lo em tudo quanto fazem.
Tanto o Sacrifcio Como o Sumo Sacerdote Ao olharem para Jesus, vem
nEle tanto o Sacrifcio como o Sumo Sacerdote.2 Ao der- rotar no
Calvrio o salrio do pecado, Jesus fez algo que mudou para sempre
nossa relao com Deus: Ele morreu! Ele a nica Pessoa que j morreu no
verdadeiro sentido da pala- vra! Todos os outros homens e mulheres
que morreram se acham agora dormindo,3 com exceo daqueles poucos
que ressurgiram ou foram trasladados e agora esto no Cu.4 So- mente
Jesus provou da morte, para que to- dos quantos fazem dEle o Senhor
de sua vida jamais morram. Porque o salrio do peca- do a morte, mas
o dom gratuito de Deus a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor.
Rom. 6:23. E que dom! Por meio de Jesus, es- capamos daquilo que
merecamos! Mas isso no tudo! Agora Ele est vivo e nosso Sumo
Sacerdote. O que significa isso? Que Ele Se encontra diante dos
seres celes- tiais e dos mundos no cados como um Ho- mem cuja
alegre obedincia provou que Deus no havia sido injusto em pedir
obedincia voluntria dos seres criados. Satans estava errado! E eles
vem este herico Vencedor, que passou pela inexprimvel angstia de
ser o Deus-desamparado do Calvrio, provar que o prprio Deus
realmente Se importava com Sua criao e que Ele era altrusta, a es-
sncia do verdadeiro amor. Todo o Universo (alm dos confins da
Terra) vem Jesus no Lugar Santssimo do santurio celestial como a
resposta de Deus para as mentiras que Sata- ns inventou contra Ele.
E ns, o que vemos quando pensamos em Jesus como nosso Sumo
Sacerdote? Vemo- Lo como o Mediador entre Deus e a huma- nidade
pecadora. Vemo-Lo como nosso Ad- vogado, que une justia e
misericrdia ao re- bater todas as acusaes contra Deus e con- tra os
crentes. (I Joo 2:1.) Ele nosso Inter- cessor, o qual no s nos
representa diante do Pai, seno que intervm entre ns e o mal. (Heb.
4:16.)5 O apstolo Paulo expressa isso nos seguin- tes termos:
Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote
que pene- trou os Cus, conservemos firmes a nossa confisso. Porque
no temos sumo sacerdote que no possa compadecer-se das nossas fra-
quezas; antes, foi Ele tentado em todas as coi- sas, nossa
semelhana, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente,
junto ao trono da graa, a fim de recebermos misericrdia e acharmos
graa para socorro em ocasio oportuna. Heb. 4:14-16. Esta a espcie
de intercesso de que to- dos ns carecemos cada dia: a paz
decorrente do perdo e o poder proveniente da graa in- tercessora. A
presena poderosa de Cristo, por meio do Esprito Santo e dos anjos,
esten- de-se a todos quantos com Ele estejam com- prometidos. Ele
quebra o poder com que Sa- tans mantinha as pessoas cativas.
Comuni- ca-Se com seu sistema nervoso. Robustece a fora de vontade
do crente. E est sempre pronto para ajudar os seres humanos a
resistir ao pecado, tanto o interno quanto o externo. Jesus
literalmente compartilha conosco o sis- tema de defesa que usou
para vencer a tenta- o. (Apoc. 3:21.) 4 SEO I O Sistema Divino de
Comunicao
12. CAPTULO 1 O REVELADOR E O REVELADO vina por parte dos
coraes abatidos e neces- sitados. Para aqueles que a ouvem, Ellen
White tem a marca inconfundvel do Espri- to de Profecia: Ela d
testemunho de Jesus. 7 M E N S A G E I R A D O S E N H O R O
ministrio proftico de Ellen G. White ... Minha ambio acabou; minha
fora se esgotou, mas isso no vai perdurar. ... Tenho esperana que,
mediante a luz animadora da face de meu Salvador, eu consiga
recobrar as energias.9 Enquanto aguardava o Natal de 1880, na poca
com 53 anos de idade, ela escreveu a uma amiga: Passarei o Natal
pedindo a Je- sus que seja o convidado de honra do meu corao. Sua
presena dissipar todas as sombras.10 Ellen White escreveu centenas
de artigos para as revistas Review and Herald e Signs of the Times.
Quase todo artigo continha alguma referncia a seu Senhor, que Se
tornara para ela no apenas a sua fora, mas tambm a ale- gria de sua
vida. Aos 69 anos de idade, ela es- creveu: Gosto muito de falar
sobre Jesus e Seu incomparvel amor. ... Sei que Ele ca- paz de
salvar perfeitamente todos os que se chegam a Ele. Seu precioso
amor para mim uma realidade, e as dvidas expressas por aqueles que
no conhecem a Jesus, nenhuma influncia exercem sobre mim. ... Cr
voc que Jesus seu Salvador e que manifestou Seu amor por voc ao dar
Sua preciosa vida para salv-lo? Aceite a Jesus como seu Salva- dor
pessoal. Venha a Ele exatamente como est. Entregue-se a Ele.
Apodere-se de Sua promessa com viva f, e Ele lhe ser tudo quanto
voc desejar.11 Ellen White considerava Jesus seu Salva- dor e
melhor Amigo.12 Contudo, mais do que isso, Ele era o seu Senhor.
Disseram-lhe na Europa que as pessoas seriam mais receptivas
mensagem do advento se falssemos mais sobre o amor de Jesus.
Chamaram a ateno para o perigo de perder nossas congregaes, caso
insistssemos nas questes mais severas do dever e da lei de Deus.
Tendo ouvido esse tipo de comentrio an- tes, ela escreveu em suas
notas de viagem: Prevalece por toda parte uma experincia no genuna.
Muitos dizem constantemente: Tudo que precisamos fazer crer em
Cristo. Afirmam que f tudo de que necessitamos. Em seu sentido mais
pleno, isto verdade; mas eles no empregam a palavra no sentido mais
pleno. Crer em Jesus aceit-Lo como nosso redentor e modelo. Se
permanecemos nEle e Ele em ns, somos participantes de Sua natureza
divina e praticantes de Sua Pa- lavra. O amor de Jesus no corao
levar obedincia a todos os Seus mandamentos. Mas o amor que no vai
alm dos lbios uma iluso; no salvar nenhuma alma. Mui- tos professam
grande amor por Jesus, ao passo que rejeitam as verdades da Bblia.
O apsto- lo Joo, porm, declara: Aquele que diz: Eu O conheo, e no
guarda os Seus mandamen- tos, mentiroso, e nele no est a verdade. I
Joo 2:4. Embora Jesus j tenha feito tudo no que diz respeito ao
mrito, temos algo que fa- zer no que diz respeito ao cumprimento
das condies.13 O Tema do Grande Conflito O profundo discernimento
manifesto por Ellen White em sua instruo teolgica sobre o tema
preponderante da Bblia o Tema do Grande Conflito14 tornou clara a
razo por que Jesus Se fez homem. Esta compreenso fundamental
permeia todos os seus escritos. Por exemplo: A fim de crescer na
graa e no conhecimento de Cristo, essencial que me- ditem muito nos
grandes temas da redeno. Voc deve perguntar-se por que Cristo assu-
miu a natureza humana, por que sofreu sobre a cruz, por que levou
os pecados dos homens, por que Se tornou pecado e justia por ns.
Deve estudar para saber por que Ele ascendeu ao Cu em natureza
humana, e qual Sua obra por ns hoje. ... Julgamos conhecer bem o
carter de Cristo, e no compreendemos claramente quanto se pode
ganhar ao estu- darmos nosso esplndido Modelo. Damos por certo que
sabemos tudo sobre Ele, embora no compreendamos Seu carter nem Sua
misso.15 Escutar Ellen White, pgina aps pgi- na, como ouvir o
Messias de Haendel. O Esprito de Cristo impregna seu ministrio.
Harmonia, clareza e coerncia caracterizam a dedicao que ela
consagra a seu melhor Amigo. Mais do que tudo isso, provvel que
Ellen White ajude a satisfazer nosso anseio humano por graa. Em
cartas pessoais, artigos de revista e apresentaes diante de grandes
auditrios, suas mensagens direcionadas para a graa aumentaram a
aceitao da graa di- 6 SEO I O Sistema Divino de Comunicao 1. O
evangelho glorioso porque constitudo da justia de Cristo. O
evangelho Cristo revelado, e Cristo o evangelho personificado. ...
No devemos exaltar o evangelho, mas a Cristo. No devemos adorar o
evangelho, mas o Senhor do evangelho. Manuscrito 44, 1898, citado
em Seventh-day Adventist Bible Commentary (SDABC), vol. 7, pg. 907.
2. Atos dos Apstolos, pg. 33. 3. A Bblia fala da primeira morte
como um sono. (Ver Joo 11:11-14; I Tess. 4:13-16; 5:10.) A segunda
morte reserva- da aos pecadores que rejeitam o convite do
evangelho. (Ver Apoc. 20:6 e 14; 21:8.) 4. Enoque (Gn. 5:24), Elias
(II Reis 2:11), Moiss (Jud. 9) e os que ressurgiram com Jesus (Mat.
7:52 e 53). 5. Todo aquele que se libertar do cativeiro e do servio
de Sata- ns e se colocar sob a bandeira ensangentada do Prncipe
Emanuel, ser guardado pela intercesso de Cristo. Na quali- dade de
nosso Mediador, destra do Pai, Cristo sempre nos conserva debaixo
de Suas vistas, pois to necessrio que Ele interceda por ns quanto o
foi que nos redimisse pelo Seu san- gue. Se Ele nos deixa escapar
por um s momento a Seu con- trole, Satans est pronto para destruir.
Aqueles a quem Cris- to comprou por Seu sangue, a estes protege Ele
agora por Sua intercesso. Manuscrito 73, 1893, em SDABC, vol. 6,
comen- trios sobre Romanos 8:34, pg. 1.078; tambm Manuscript Re-
leases (MR), vol. 15, pg. 104. 6. Primeiros Escritos, pg. 12. 7.
Bible Echo, 30 de abril de 1894. 8. Carta 18, 1879, citada em
Arthur White, Ellen G. White Bio- graphy, vol. 3, (Washington,
D.C.: Review and Herald Pu- blishing Association, 1984), pg. 105.
Daqui em diante as re- ferncias biografia em seis volumes de Ellen
White feita por Arthur White sero indicadas apenas pela palavra
Bio- graphy, seguida do nmero do volume e das pginas. 9. Carta 20,
1879, citado em Biography, pg. 117. 10. Carta 51, 1880, citada em
Biography, pg. 149. 11. Review and Herald, 23 de junho de 1896. 12.
Ver James Nix, Oh, Jesus, How I Love You!, Adventist Re- view, 30
de maio de 1996, pgs. 10-14. 13. Historical Sketches of the Foreign
Missions of the Seventh-day Adventists (Basle, Sua: Imprimerie
Polyglotte, 1886), pg. 188; ver tambm Biography, vol. 3, pg. 320.
14. Ver pgs. 256-263. 15. Signs of the Times, 1o de dezembro de
1890. Perguntas Para Estudo 1. Por que errado fazer distino entre
Jesus e o evangelho? 2. Se o Esprito Santo a Pessoa que revela as
mensagens de Deus aos profetas, por que se fala de Jesus como o
Revelador? 3. Qual a principal finalidade do dom de profecia? 4.
Que textos do Novo Testamento ensinam que Deus continua a falar em
tempos ps- apostlicos? 5. Que duplo papel desempenha Cristo como
nosso Sumo Sacerdote? 6. Escolha um captulo do Caminho a Cristo ou
de O Desejado de Todas as Naes, leia-o e fa- a uma lista de algumas
coisas que lhe falam sobre Jesus. Referncias
13. Como Deus Transps o Abismo do Pecado Como o abismo do
pecado poderia ser trans- posto? Deus sempre tem uma soluo. Ele sa-
be como adaptar-Se a circunstncias em mu- tao. Por exemplo, em vez
da comunicao face a face, Ele fala a todos atravs da conscincia.
(Ver Joo 1:9; Rom. 2:15.) De uma forma significativa, o Esprito
Santo pe- de aos seres racionais que prefiram o certo ao errado,
seja qual for a situao. Alm disso, para aqueles que especificamente
buscam o auxlio divino, ainda que no conheam muito a Deus,
estende-se a todos a promessa: Reconhece-O em todos os teus
caminhos, e Ele endireitar as tuas veredas. Prov. 3:6.2 Deus tambm
Se revela por meio dos an- jos: No so todos eles espritos
ministrado- res, enviados para servio a favor dos que ho de herdar
a salvao? Heb. 1:14.3 Embora desfigurado pelos resultados do
pecado, o mundo fsico ainda revela muita coisa sobre a natureza e o
carter de Deus: Porque os atributos invisveis de Deus, assim o Seu
eterno poder, como tambm a Sua pr- pria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princpio do mundo, sendo percebi- dos por meio
das coisas que foram criadas. Tais homens so, por isso,
indesculpveis. Rom. 1:20. Pessoas de todos os continentes e atravs
da Histria tm associado Deus a atributos como ordem, beleza,
previsibili- dade e desgnio, vistos nos corpos celestes ou nas
maravilhas terrenas, tanto as animadas como as inanimadas.4 Antes
que Moiss guiasse os israelitas para fora do Egito, Deus havia Se
comunicado com homens e mulheres por meio dos pa- triarcas No (Gn.
5-9), Abrao (Gn. 12- 24), Isaque (Gn. 26:2-5) e Jac (Gn. 32:24-30).
Moiss foi o ilustre exemplo de um ser humano com quem Deus
conversava (xo. 3, etc.). Com referncia nao de Israel em seus
primeiros anos, Deus falava por Urim e Tu- mim, duas pedras
preciosas engastadas no peitoral (fode) do sumo sacerdote
israelita. Quando os lderes da nao queriam conhecer a vontade de
Deus, o sumo sacerdote fazia as perguntas especficas, e estas eram
respondi- das pela luz que repousava sobre o Urim ou o Tumim.5 Para
uma nao jovem, recm-sada do cativeiro e antes de existir a Palavra
escri- ta, esse mtodo de comunicao era decisivo e confirmatrio.
Deus falou tambm por meio de sonhos. Considere o significado do
sonho proftico de Jos (Gn. 37), os sonhos do copeiro e do padeiro
de Fara (Gn. 40), o sonho de Fa- ra (Gn. 41), o sonho do soldado
midiani- ta (Ju. 7) e os sonhos de Nabucodonosor (Dan. 2 e 4). No
resta dvida de que a revelao mais clara de Deus e de Sua vontade
para homens e mulheres foi por intermdio de Jesus Cris- to: Havendo
Deus antigamente falado mui- tas vezes, e de muitas maneiras, aos
pais, pe- los profetas, nestes ltimos dias a ns nos fa- lou pelo
Filho. Heb. 1:1 e 2. Jesus foi expl- cito: Quem Me v a Mim v o Pai.
Joo 14:9. Mas Cristo no chamou a ateno para Deus como todos os
profetas vinham fazen- do; Ele era Aquele para quem eles chama- vam
a ateno. AFormaMaisReconhecidadeRevelaoDivina Embora Deus tenha
empregado muitos m- todos, o profeta foi a forma mais reco- nhecida
de comunicao divina. Os sacer- dotes de Israel eram os
representantes do povo perante Deus; os profetas eram os re-
presentantes oficiais de Deus perante Seu povo. O chamado do
sacerdote era heredi- trio; o profeta era especificamente chama- do
por Deus.6 Os profetas tm sido os canais mais vis- veis no sistema
divino de comunicao. Certamente o Senhor Deus no far coisa alguma,
sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas.
Ams 3:7. O Senhor, Deus de seus pais, comeando de ma- drugada,
falou-lhes por intermdio dos Seus mensageiros, porque Se
compadecera do Seu povo. II Crn. 36:15. Deus foi bastante explcito
quando disse que, se o povo no desse ouvido a Seus profe- tas, Ele
no teria outro remdio para ajud-lo a superar seus problemas
pessoais ou nacio- nais: Eles, porm, zombavam dos mensa- 9 M E N S
A G E I R A D O S E N H O R O ministrio proftico de Ellen G. White
D eus tem-Se comunicado com os seres humanos desde que criou Ado e
Eva.1 Os seres humanos foram criados semelhana de Deus, feitos Sua
ima- gem. Gn. 1:27. Ele os fez responsveis, isto , capazes de
responder a Deus e s outras pessoas. Deus proveu todas as coisas
imagin- veis para a felicidade de nossos primeiros pais. Plantou...
um jardim (Gn. 2:8) j flo- rido, cheio de plantas comestveis. O
primei- ro casal no precisava passar por dificuldade, nem lutar
pela sobrevivncia. Alm disso, Deus fez homens e mulheres com
capacidade de gerar filhos imagem de- les, assim como criara Ado e
Eva Sua ima- gem. Nada foi omitido. Tudo o que homens e mulheres
precisavam estava no lugar apro- priado a espcie correta de
alimento, a ale- gria do trabalho, a contemplao diria de um
deslumbrante jardim de flores, sem chu- va e ferrugem, bem como o
perfeito compa- nheirismo de um com o outro e com o pr- prio Deus.
O plano de Deus para nossos pri- meiros pais ainda hoje continua a
ser um projeto realizvel para ns que buscamos paz e sade em meio
runa lastimvel daquilo que o Senhor tinha em vista em relao fa-
mlia humana. Comunicao Antes do Pecado Antes de pecarem, nossos
primeiros pais desfrutavam constante comunho com Deus e com Seus
anjos. Foi dessa maneira que aprenderam a cuidar de todas as
criaturas vi- vas e a suprir as prprias necessidades como mordomos
deste fantstico paraso chamado planeta Terra. possvel que todo dia,
ao pr-do-sol, eles realizassem um culto a Deus na parte fresca do
dia. Gn. 3:8. Eles sa- biam que nem tudo era seguro, nem mesmo no
den! O mal se emboscava na sombra da rvore do conhecimento do bem e
do mal. Gn. 2:17. Terrveis mudanas ocorreram quando Ado e Eva
pecaram. J no conseguiam falar com Deus face a face. No porque Deus
hou- vesse mudado, mas porque o primeiro casal mudara o pecado
reconfigurou-lhes a men- te e as emoes. Isaas descreveu essa nova
si- tuao em suas verdadeiras cores: As vossas iniqidades fazem
separao entre vs e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o Seu
rosto de vs. Isa. 59:2. O pecado danifica a trajetria dos nervos.
Pessoa alguma continua a mesma depois de pecar. Formam-se novas
ligaes nos prolon- gamentos nervosos tornando mais fcil a re- petio
do pecado. O pensar claramente de novo requer o auxlio especial de
Deus. As- sim, quando nossos primeiros pais pecaram, Deus teve que
mudar Seu sistema de comuni- cao com os seres humanos. Nem todos os
deplorveis resultados do pecado sobrevieram a Ado e Eva
imediatamente, mas a triste de- generao da humanidade comeou no dia
em que eles condescenderam com a con- cupiscncia da carne, a
concupiscncia dos olhos e a soberba da vida. I Joo 2:16. 8 CAPTULO
2 SEO I O Sistema Divino de Comunicao Deus Fala Pelos Profetas
Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras,
aos pais, pelos profetas. Heb. 1:1. Se entre vs h profeta, Eu, o
Senhor, em viso a ele Me fao conhecer, ou falo com ele em sonhos.
Nm. 12:6.
14. CAPTULO 2 DEUS FALA PELOS PROFETAS mas faltavam homens e
mulheres pelos quais pudesse, de maneira segura, comunicar Sua
palavra. Quando as vises no eram freqen- tes, a situao espiritual e
poltica de Israel tornava-se embaraosa. Israel s recuperava seu
bem-estar quando o ofcio proftico era restaurado. Exemplo: a
restaurao de Israel como uma nao livre e abenoada coincidiu exa-
tamente com o ministrio proftico de Sa- muel. A longa vida deste
profeta um relato surpreendente da maneira como um s ho- mem pode
alterar o curso de toda uma nao. Os primeiros anos de sua vida,
depois de sua me o haver entregue ao Senhor, so bem co- nhecidos: E
o menino Samuel ia crescendo em estatura e em graa diante do
Senhor, co- mo tambm diante dos homens. I Sam. 2:26. medida que
Samuel amadurecia, sua lide- rana espiritual se tornava manifesta:
Cres- cia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhu- ma de todas as
suas palavras deixou cair em terra. Todo o Israel, desde D at
Berseba, co- nheceu que Samuel estava confirmado como profeta do
Senhor. I Sam. 3:19 e 20. Poste- riormente, o Senhor apareceu a
Samuel em Sil. ... E veio a palavra de Samuel a todo o Israel. I
Sam. 3:21-4:1. A fidelidade de Samuel como mensageiro de Deus
tornou possvel a Deus inverter a desgraa de Israel. O exemplo
espiritual, a exortao e a liderana nacional do profeta foram to
eficientes que o relato declara: Assim, os filisteus foram abatidos
e nunca mais vieram ao territrio de Israel, porquan- to foi a mo do
Senhor contra eles todos os dias de Samuel. I Sam. 7:13. A vida de
Samuel uma ilustrao clara e profunda de como o Esprito de Profecia
po- de ser eficiente no estabelecimento do pro- grama de Deus na
Terra. Quem pode imagi- nar o que ser possvel realizar nestes
ltimos dias se dermos ouvido ao Esprito de Profecia! Tendo Samuel
idade avanada, algo quase inexplicvel aconteceu. Os lderes
israelitas vieram ter com ele pedindo que lhes consti- tussem um
rei..., para que nos governe, co- mo o tm todas as naes. I Sam.
8:4. Esque- ceram que sua soberania restaurada e situao aprazvel se
deviam liderana proftica de Samuel. Deus advertiu os lderes de que
um rei tra- ria provas e dificuldades a seu pas mas eles
persistiram: Para que sejamos tambm como todas as naes; o nosso rei
poder governar- nos, sair adiante de ns e fazer as nossas guer-
ras. Verso 20. Embora Israel tenha rejeitado o plano de Deus
governar Seu povo (teocracia), Deus, porm, no rejeitou a Israel. No
retirou o dom proftico. Desde o tempo de Saul, o pri- meiro rei de
Israel, at os dias da desolao em que tanto Israel como Jud foram
levados cativos para Assria e para Babilnia, trinta profetas so
mencionados pelo nome na B- blia. Alm deles, houve profetas
annimos, junto com os filhos dos profetas. Pouco Sucesso Quanto
sucesso obtiveram os profetas? Bem pouco, em grande parte devido
aos lderes na- cionais que os rejeitaram. Repare Jeoaquim (Jer.
36), para quem o profeta Jeremias rece- beu ordens de Deus de
enviar palavras de condenao e esperana. Baruque, o assisten- te de
redao de Jeremias, leu a mensagem diante de todo o povo. Verso 10.
O rolo caiu sem demora nas mos dos conselheiros da corte, os quais
tambm ficaram grande- mente impressionados. Eles insistiram com o
rei Jeoaquim para que tambm lesse a mensa- gem de Jeremias. O rei
pediu a Jeudi que o lesse em voz alta. Mas, tendo o ministro de
confiana do rei lido apenas trs ou quatro folhas do livro, cortou-o
o rei com um canivete de escrivo e o lanou no fogo que havia no
braseiro, e, as- sim, todo o rolo se consumiu no fogo que es- tava
no braseiro. No se atemorizaram, no rasgaram as vestes. Jer. 36:23
e 24. Lamentavelmente, Jeoaquim era o tipo de muitos lderes
espirituais, at mesmo de lde- res cristos de nossa poca, que
destruiriam completamente, se pudessem, a mensagem de Deus e Seus
mensageiros. Muitos tm pro- curado, atravs dos anos, seja com o
canive- te de escrivo, seja com benigna neglign- cia, anular a
eficcia de um profeta. 11 M E N S A G E I R A D O S E N H O R O
ministrio proftico de Ellen G. White geiros de Deus, desprezavam as
Suas palavras e mofavam dos Seus profetas, at que... no houve
remdio algum. II Crn. 36:16. No livro A Prophet Among You,7 T.
Housel Jemison alistou oito razes por que Deus usou profetas em vez
de alguns recursos dramticos e espetaculares tais como escrever Sua
vonta- de nas nuvens ou proferi-la como trovo no amanhecer de cada
dia: 1. Os profetas prepararam o caminho para o primeiro advento de
Cristo. 2. Como representantes do Senhor, os pro- fetas mostraram
ao povo que Deus valorizava os seres humanos a ponto de escolher
dentre eles homens e mulheres para represent-Lo. 3. Os profetas
eram um lembrete constan- te da proximidade e disponibilidade da
ins- truo divina. 4. As mensagens comunicadas pelos profe- tas
cumpriam o mesmo propsito que uma comunicao pessoal do Criador. 5.
Os profetas eram uma manifestao do que a comunho com Deus e a
transformado- ra graa do Esprito Santo podia realizar na vida
humana. 6. A presena dos profetas punha o po- vo prova no tocante
atitude deles para com Deus. 7. Os profetas tomaram parte no plano
da salvao, pois Deus tem coerentemente em- pregado uma combinao do
humano e do divino como o meio mais eficaz de alcanar a humanidade
perdida. 8. O resultado mais notvel da atividade dos profetas sua
contribuio Palavra Escrita. A Obra dos Profetas Dupla era a obra
dos profetas: receber a mensa- gem divina e transmiti-la fielmente.
Esses as- pectos se refletem nas trs palavras hebraicas para
profeta. Para ressaltar o papel dos profe- tas em ouvir a vontade
de Deus conforme lhe era revelada, o escritor hebraico usava chozeh
ou roeh, que traduzido significa vidente. A palavra hebraica nabi
(a palavra hebraica mais freqentemente usada para profeta) descreve
os profetas enquanto transmitem sua mensa- gem pela palavra falada
ou escrita. Em I Sa- muel 9:9, percebe-se ambos os papis: Anti-
gamente em Israel, indo algum consultar a Deus, dizia assim: Vinde,
vamos ao vidente [roeh]; porque ao profeta [nabi] de hoje, ou-
trora se chamava vidente [roeh]. Chozeh, derivada da mesma raiz da
qual re- cebemos a palavra portuguesa viso, salienta o fato de que
o profeta recebe mensagens por meio de vises dadas por ministrao
divina. Cada um dos trs termos hebraicos para profeta sublinha o
ofcio proftico como o la- do humano do plano divino de comunicao.
No Novo Testamento, a palavra grega prophetes, equivalente a nabi
do Antigo Tes- tamento, transliterada como profeta. Seu sentido
bsico falar em nome de. O verdadeiro profeta aquele que fala em
nome de Deus. Longa Linhagem de Esplendor O primeiro (tanto quanto
sabemos) desta surpreendente linhagem de corajosos, fiis e ilustres
profetas por intermdio dos quais Deus disse o que pensava foi
Enoque, o sti- mo depois de Ado. Jud. 14. Depois veio Abrao (Gn.
20:7) e Moiss (Deut. 18:15). Miri foi a primeira mulher a ser
chamada de profetisa (xo. 15:20). Com o passar do tempo, a nao de
Israel perdeu seu enfoque espiritual e tornou-se igual a seus
vizinhos na adorao de outros deuses. Durante o longo e sombrio
perodo dos juzes, Israel foi oprimido e humilhado pelas naes
vizinhas. Quando Samuel rece- beu o chamado para seu papel
proftico, os fi- listeus exerciam implacvel domnio sobre Is- rael.
Eli, o sumo sacerdote, era homem idoso e ineficiente. Seus dois
filhos, Hofni e Fi- nias, embora responsveis pela liderana do
governo e do sacerdcio, eram homens m- pios; no conheciam ao
Senhor. I Sam. 2:12. No de admirar que naqueles dias, a palavra do
Senhor era mui rara; as vises no eram freqentes. I Sam. 3:1.8 A
palavra do Senhor era mui rara em Is- rael porque raros eram os
homens e mulheres a quem se podia confiar as mensagens celes-
tiais. Deus estava disposto a guiar Seu povo, 10 SEO I O Sistema
Divino de Comunicao
15. CAPTULO 2 DEUS FALA PELOS PROFETAS anncios oficiais feitos
por reis a seus sditos. Alguns dos inspirados escritos profticos
nem mesmo foram escritos pelos profetas. Das abundantes mensagens
profticas apresentadas atravs de vrios milhares de anos, Deus
supervisionou uma compilao que chamamos de Bblia. Esta amostragem
foi preservada para um propsito: Estas coisas lhes sobrevieram como
exemplos e foram es- critas para advertncia nossa, de ns outros
sobre quem os fins dos sculos tm chegado. I Cor. 10:11. Como os
Profetas Transmitiam as Mensagens Atravs da Histria, o Esprito de
Profecia tem usado trs mtodos para apresentar as mensagens de Deus:
Oral, Escrito e Dra- matizado. Oral. A apresentao sob a forma de
ser- mo normal talvez seja a modalidade mais conhecida da obra de
um profeta. Pensamos imediatamente em Jesus proferindo Seu ser- mo
no Monte das Bem-aventuranas (Mat. 5-7) ou do sermo de Pedro no dia
de Pente- costes (Atos 2). Todo o livro de Deuteron- mio foi um
discurso oral em que Moiss pas- sou em revista os quarenta anos da
histria is- raelita. Muitos dos profetas menores apresen- taram
primeiramente suas mensagens sob a forma oral. Alm dessas
apresentaes de carter mais formal, os profetas tambm registraram
por escrito os conselhos dados anteriormente a l- deres ou grupos.
Isaas registrou sua entrevis- ta com Ezequias (Isa. 37). A maior
parte do livro de Jeremias um resumo escrito de suas mensagens
pblicas. Ezequiel transcreveu suas primeiras conversas com os
lderes de Is- rael. Por exemplo: No sexto ano, no sexto ms, aos
cinco dias do ms, estando eu senta- do em minha casa, e os ancios
de Jud, as- sentados diante de mim, sucedeu que ali a mo do Senhor
Deus caiu sobre mim. Ezeq. 8:1. (Ver 20:1.) Algumas entrevistas
particulares, como a de Nat com Davi (II Sam. 12:1-7), a de Je-
remias com Zedequias (Jer. 38:14-19), e a de Jesus com Nicodemos
(Joo 3), foram tam- bm consideradas pelo Esprito de Profecia como
dignas de uma aplicao mais ampla. Alm de seus deveres pblicos e
oficiais, os profetas escreviam cartas particulares s pessoas que
tinham necessidades especficas. Escrito. As mensagens escritas
apresentam vantagens sobre as outras formas de comuni- cao. Podem
ser lidas e relidas. Comparadas com a apresentao oral, elas so
menos su- jeitas a interpretaes errneas. O Senhor or- denou a
Jeremias que escrevesse um livro contendo as palavras que Ele lhe
daria. Jere- mias pediu a Baruque para ser seu assistente de redao,
e o livro finalmente foi lido pe- rante o povo de Jerusalm e
perante o rei. Anos depois, o profeta Daniel (9:2) declara haver
lido as mensagens de Jeremias, nas quais este profeta prometia
libertao para o povo de Deus aps setenta anos de cativeiro. O
prprio Daniel recebeu instrues para es- crever um livro dirigido
especificamente queles que viveriam no tempo do fim. Dan. 12:4. O
apstolo Paulo escreveu catorze livros do Novo Testamento, sendo
todos, exceto um, cartas para vrias igrejas ou seus pastores.
Algumas de suas cartas no foram includas na Bblia, como o caso da
carta igreja de Laodicia (Col. 4:16). Pedro tambm escreveu cartas a
vrios grupos de igreja: Amados, esta , agora, a se- gunda epstola
que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranas a vossa
mente esclarecida. II Ped. 3:1. Ele tambm escreveu cartas
particulares, como a que foi endereada a Silvano (I Ped. 5:12). Joo
escreveu pelo menos trs cartas, alm do Evangelho e do livro de
Apocalipse: Es- tas coisas, pois, vos escrevemos para que a nossa
alegria seja completa. I Joo 1:4. Cartas Cheias de Autoridade As
cartas dos profetas encerravam a mesma autoridade que seus sermes
convencionais. Em alguns casos, as cartas eram mais teis do que um
sermo, pois eram escritas a pessoas especficas com problemas
especficos. As cartas endereadas a uma pessoa ou a uma igreja
tornaram-se igualmente benficas a ou- tras, medida que essas cartas
(e sermes) eram copiadas e amplamente distribudas. Pessoas de todos
os lugares, atravs dos tem- 13 M E N S A G E I R A D O S E N H O R
O ministrio proftico de Ellen G. White A mensagem de Deus, porm,
sobrevive em benefcio daqueles que buscam conhecer Sua vontade.
Davi outro exemplo de lder israelita que recebeu uma mensagem de
reprovao da par- te de um profeta. Mas o resultado foi o opos- to
da experincia de Jeoaquim. Depois de o rei Davi ter mandado
assassinar Urias para poder casar-se com Bate-Seba, a esposa de
Urias, Deus enviou o profeta Nat a Davi. Sem procurar evasivas com
palavras de com- paixo ou favor, Nat apontou o dedo para Davi e
proferiu a palavra de condenao: Tu s o homem! II Sam. 12:7. Davi
aceitou a pa- lavra do Senhor e rendeu-se: Pequei contra o Senhor.
II Sam. 12:13. (Ver tambm Sal. 51.) Davi um dos mais admirveis
exemplos daqueles que, atendendo s palavras condena- trias do
Senhor, mudaram seu futuro para melhor. Seu exemplo tem sido muitas
vezes mencionado na histria da igreja. Nomes Aplicados s Mensagens
Profticas Diversos termos so empregados na Bblia pa- ra descrever
as mensagens apresentadas pelos profetas: conselho (Isa. 44:26);
mensagem do Senhor (Ageu 1:13); profecia ou profecias (II Crn.
9:29; 15:8; I Cor. 13:8); testemunhos (I Reis 2:3; II Reis 11:12;
17:15; 23:3; muitos versos do Sal. 119) e Palavra de Deus (I Sam.
9:27; I Reis 12:22). Cada termo, apesar de facilmente inter-
cambivel, enfatiza determinado aspecto do sistema divino de
comunicao. Testemu- nhos, por exemplo, sugere mensagens. O
pensamento incluso na expresso testemu- nho de Jesus (Apoc. 12:17 e
19:10) que as mensagens ou a vontade de Jesus so revela- das quando
um profeta fala ou escreve. Como Deus e os Profetas Interagem Os
profetas reconhecem claramente a pre- sena e o poder do Esprito
Santo no papel que desempenham como mensageiros de Deus. Pedro
compreendia bem essa relao: Porque a profecia nunca foi produzida
por vontade dos homens, mas os homens da par- te de Deus falaram
movidos pelo Esprito Santo. II Ped. 1:21. Considere a experincia de
Saul: Che- gando eles a Gibe, eis que um grupo de pro- fetas lhes
saiu ao encontro; o Esprito de Deus se apossou de Saul, e ele
profetizou no meio deles. I Sam. 10:10. Ezequiel referiu-se muitas
vezes presena do Esprito Santo: Ento, entrou em mim o Esprito,
quando falava comigo, e me ps em p, e ouvi o que me falava. Ezeq.
2:2. (Ver tambm 3:12, 14 e 24; 8:3; 11:5; 37:1.) De que modo o
profeta reconhecia a pre- sena e o poder do Esprito Santo? Por meio
de vises e sonhos fora do comum, acompa- nhados de fenmenos fsicos.
Muitos viram o cumprimento da promessa de Deus: Se entre vs houver
profeta, Eu, o Senhor, a ele Me fa- rei conhecer em viso, em sonhos
falarei com ele. Nm. 12:6. (A Bblia no faz distino clara entre viso
proftica e sonho proftico. Os termos parecem ser usados de maneira
permutvel.) Em Daniel 10, o profeta descreve alguns dos fenmenos
fsicos que acompanharam esta grande viso. Verso 8. Embora ele ti-
vesse cado sem sentidos, rosto em terra, conseguiu ouvir a voz das
suas palavras. Verso 9. Havia outras pessoas com Daniel du- rante a
viso, mas s ele teve aquela viso. Verso 7. Daniel sofria alteraes
fsicas enquanto se achava em viso: No ficou fora em mim; e
transmudou-se em mim a minha for- mosura em desmaio, e no retive
fora algu- ma. Verso 8. Quaisquer que possam ter sido os fenme- nos
especficos que acompanhavam uma vi- so ou sonho, os profetas sabiam
que Deus lhes falava. O que sabemos sobre as mensagens dos profetas
e a maneira como estas foram profe- ridas acha-se registrado na
Bblia. A princ- pio nem todas as mensagens que temos hoje estavam
na forma escrita. Algumas eram ser- mes pblicos, outras eram cartas
a amigos ou a grupos congregacionais; algumas eram 12 SEO I O
Sistema Divino de Comunicao
16. CAPTULO 2 DEUS FALA PELOS PROFETAS Paulo utilizou diversos
assistentes literrios com variados talentos de redao.10 Pedro se
referia a seu assistente de redao pelo nome de Silvano (Silas),
nosso fiel ir- mo. I Ped. 5:12. Por que Pedro precisaria de auxlio
em redao? Por vrias razes: alm de no ter recebido instruo acadmica,
Pe- dro passava pelas mesmas restries carcer- rias de Paulo; e
visto que sua lngua materna era o aramaico, ele provavelmente no
era fluente no grego. A primeira epstola de Pe- dro escrita em
grego elegante e de alto n- vel, sinal de uma mente culta que
reflete a as- sistncia de Silvano. A segunda epstola de Pedro, no
entanto, escrita num estilo liter- rio rudimentar, embora a verdade
resplande- a de maneira notvel. Obviamente, Silvano no estava
disponvel a curto prazo, e Pedro escreveu-a ele mesmo ou contratou
outro es- criba sem o talento literrio de Silvano.11 Diferenas
bvias Entre I e II Pedro A diferena entre a primeira epstola de Pe-
dro e a segunda to bvia que a autoria de Pedro, de uma ou mesmo de
ambas as cartas, tem sido questionada. Allan A. McRae ob- servou:
No podemos descartar a idia de que um escritor possa,
ocasionalmente, haver transmitido a um assistente a idia geral do
que ele queria, dizendo-lhe para colocar isto na forma escrita.12
Nesse caso, ele teria veri- ficado o original para ter a certeza de
que o texto representava o que ele havia querido dizer e, portanto,
ele podia verdadeiramente ser chamado seu autor. O Esprito Santo
teria guiado todo o processo para que a redao de- finitiva
exprimisse as idias que Deus deseja- va transmitir a Seu povo.
provvel que Paulo raramente seguisse este ltimo procedimento, visto
ser bastante culto e ter confiana em sua capacidade de expressar-se
em grego. Mas a situao pode ter sido diferente no caso de Pedro e
Joo. O estilo da primeira epstola de Pedro difere tanto do da
segunda que alguns crticos suge- riram uma fraude. Contudo, Pedro
podia muito bem ter ele mesmo escrito um livro em grego (II Pedro?)
e expresso seu pensa- mento em aramaico a um assistente que ti-
vesse mais experincia de redigir em grego (I Pedro). Esse
assistente podia ento ter regis- trado as idias de Pedro em seu
estilo, efe- tuando depois as alteraes sugeridas por Pe- dro. As
duas cartas difeririam assim em esti- lo, mas, sob a orientao do
Esprito Santo, expressariam o pensamento de Pedro como se ele
houvesse verdadeiramente ditado cada palavra. Joo Calvino defendia
esse ponto de vista, embora no tivesse dvidas de que am- bas
apresentavam com exatido o pensa- mento de Pedro.13 Ao comparar o
Evangelho de Joo com o livro de Apocalipse, vemos novamente esti-
los literrios surpreendentemente diferentes. As evidncias parecem
indicar que o apsto- lo Joo escreveu ambos os livros, ainda que o
estilo literrio seja muito dessemelhante. O livro de Apocalipse
geralmente construdo numa estrutura grega frouxa (ver pg. 541),
enquanto o Evangelho de Joo se conforma aos padres literrios
clssicos uma indica- o clara de que os escribas eram pessoas di-
ferentes.14 Parte da diferena pode ser atri- buda ao fato de Joo
estar em idade avana- da quando escreveu o Apocalipse. Como o
Evangelho de Lucas Foi Escrito Outro modo de encarar a assistncia
editorial no preparo do material bblico fornecido pela anlise de
como e por que o livro de Lu- cas foi preparado. Lucas no foi uma
testemu- nha ocular do ministrio de Cristo. Provavel- mente ele
nunca ouvira Jesus falar. Contudo, o Evangelho de Lucas pode ser
comparado ao de Mateus, Marcos e Joo no que se refere fidelidade
com que palavras e atos de Jesus foram registrados. Como Lucas fez
isto? Obtendo de testemu- nhas oculares os relatos mais vlidos e
apre- sentando-os de maneira coerente.15 Lucas diz isso da seguinte
maneira: Visto que muitos houve que empreenderam uma narrao
coordenada dos fatos que entre ns se realizaram, conforme nos
transmitiram os que desde o princpio foram deles testemu- nhas
oculares e ministros da palavra, igual- mente a mim me pareceu bem,
depois de pro- 15 M E N S A G E I R A D O S E N H O R O ministrio
proftico de Ellen G. White pos, tm-se identificado com essas
inspiradas e prticas aplicaes dos princpios divinos s
particularidades da vida. Dramatizao. A apresentao de parbo- las
por palavras ou aes um recurso de en- sino muito empregado pela
Bblia. Jesus fez uso abundante de parbolas para tornar claro o
valor dos princpios divinos. O ministrio de Jeremias utilizou
muitas vezes a parbola da ao e do exemplo. Deus lhe pediu que no se
casasse (Jer. 16:1 e 2) a fim de tornar-se para os judeus um
lembrete vivo da experincia penosa por que estavam prestes a passar
durante a destruio de Jeru- salm. Pense nos recursos audiovisuais
da botija de oleiro (Jer. 19), quebrada como si- nal da queda de
Jerusalm; ou das correias e canzis (Jer. 27) que pressagiavam o
iminen- te jugo de Babilnia. semelhana de Jeremias, Ezequiel mui-
tas vezes exprimiu suas mensagens profticas sob a forma de
parbolas. Os exemplos in- cluem o rolo que ele deveria comer (Ezeq.
3:1-3); a espada afiada que usou como nava- lha de barbeiro na
cabea e na barba (Ezeq. 5:1); o caldeiro com comida (Ezeq. 24:3 e
4); e o vale de ossos secos (Ezeq. 37). As mensagens veiculadas por
meio de parbolas captavam a ateno e eram mais facilmente
relembradas. Ao examinar esses vrios mtodos de cap- tar a ateno,
ficamos impressionados ao constatar o fato de que Deus selecionava
o mtodo que melhor se adaptasse ocasio. Deus Se adapta com
facilidade e persisten- te. Todos os mtodos so autnticos, pois pro-
cedem da mesma Fonte. O sermo deutero- nmico de Moiss, as
entrevistas pessoais de Isaas, os sermes transcritos de Jeremias,
as cartas de Paulo, as dramatizaes parablicas de Ezequiel, os
livros de Daniel, o sermo de Pedro no Pentecostes, a entrevista de
Jesus com Nicodemos tudo foi inspirado pelo Es- prito. Homens
santos de Deus falaram ins- pirados pelo Esprito Santo. II Ped.
1:21. Assistentes de Redao Sabemos bem pouco sobre a maneira como
os autores bblicos preparavam seus materiais. Sabemos apenas o que
nos contaram. Jeremias explicou a maneira como utilizava Baruque
como seu assistente de redao: En- to Jeremias chamou a Baruque,
filho de Ne- rias; e escreveu Baruque, no rolo dum livro, enquanto
Jeremias lhas ditava, todas as pala- vras que o Senhor lhe havia
falado. Jer. 36:4. Quando os oficiais do rei ouviram Baruque ler
essas mensagens, perguntaram: Declara- nos, como escreveste isto?
Acaso, te ditou o profeta todas estas palavras? Baruque lhes
respondeu: Ditava-me pessoalmente todas estas palavras, e eu as
escrevia no livro com tinta. Jer. 36:17 e 18. Baruque, conhecido
como escrivo (36:26), ao que parece era bastante culto. Je- remias
utilizava as habilidades literrias deste homem a fim de preparar a
forma escrita das mensagens que comunicava oralmente: To- mou,
pois, Jeremias outro rolo e o deu a Ba- ruque, filho de Nerias, o
escrivo, o qual es- creveu nele, ditado por Jeremias, todas as pa-
lavras do livro que Jeoaquim, rei de Jud, queimara; e ainda se lhes
acrescentaram mui- tas palavras semelhantes. Jer. 36:32. Diversos
Assistentes de Paulo No Novo Testamento, Paulo utilizou diversos
assistentes de redao. Trcio ajudou-o a pre- parar o original da
epstola aos Romanos (16:22). Ao que parece, Sstenes o ajudou na
escrita da primeira carta aos Corntios (1:1). Na priso romana,
Paulo ditou sua segunda carta a Timteo; e Lucas, seu mdico, a
prepa- rou na forma escrita.9 Paulo tinha excelentes conhecimentos
de grego, conforme o atesta- vam os lderes judeus. Mas havia justas
razes para que ele empregasse assistentes de reda- o. Na priso, sua
capacidade de escrever fi- cara extremamente reduzida, mas os
assisten- tes podiam tomar seus pensamentos e registr-los da
maneira mais conveniente. Alguns acham que seu espinho na carne era
uma vista fra- ca (I Cor. 12:7-9; Gl. 4:15). Seja qual for o mtodo
que Paulo tenha empregado na escri- ta de suas epstolas, aqueles
que liam essas car- tas (ou as ouviam ser lidas) sabiam que esta-
vam escutando mensagens inspiradas. A diferena significativa no
estilo grego (no necessariamente no contedo) de cada uma de suas
cartas sugere nitidamente que 14 SEO I O Sistema Divino de
Comunicao
17. CAPTULO 2 DEUS FALA PELOS PROFETAS da a Escritura inspirada
por Deus. II Tim. 3:16. A palavra grega usada por Paulo para
inspirao theopneustos, uma contrao de duas palavras: Soprado por
Deus. Isso mais descritivo do que uma simples impresso potica.
Quando Daniel, por exemplo, estava em viso, ele literalmente no
conseguia res- pirar (Dan. 10:17)! Pedro disse que os profetas eram
movidos pelo Esprito Santo. II Ped. 1:21. A palavra grega para
movidos pheromeni, a mesma palavra que Lucas usou (Atos 27:17 e 27)
pa- ra descrever a maneira como o barco em que ele se encontrava
estava sendo impelido por uma terrvel tempestade atravs do Mar
Mediterrneo. Os profetas no confundiam o movimento do Esprito com
as emoes normais. Eles sabiam quando o Senhor lhes falava. Eles
eram inspirados! Outra palavra bastante usada para descre- ver o
sistema divino de comunicao ilumi- nao. Quando os profetas proferem
suas mensagens, como homens e mulheres reco- nhecem que essas
mensagens so autnticas? O mesmo Esprito que fala por meio dos pro-
fetas fala queles que ouvem ou lem a men- sagem do profeta. O
ouvinte ou leitor ilu- minado (mas no inspirado). Alm disso, o
Esprito Santo capacita o crente sincero a entender a mensagem e
fazer dela uma apli- cao pessoal.19 A maneira como o processo de
revela- o/inspirao atuou no ministrio de Ellen White ser discutida
no captulo 13. Feliz- mente, a Sra. White falou convincente e cla-
ramente sobre como funcionava esse proces- so tanto nos tempos
bblicos como em seu ministrio. Mensagens Profticas no Preservadas A
Bblia no contm tudo quanto os profetas falaram ou escreveram. No
dispomos, por exemplo, de tudo o que Jesus disse ou fez.20
Significa isso que as mensagens no pre- servadas eram menos
importantes ou menos inspiradas do que as que foram registradas na
Bblia? No! Tudo o que Deus diz importan- te e inspirado. Algumas
mensagens, porm, eram de interesse local. Algumas j estavam
inclusas em outras mensagens que foram pre- servadas. Sem dvida, a
maior quantidade de mensagens profticas, incluindo as palavras de
Jesus, no foi preservada. Pode-se classificar os profetas bblicos
em quatro grupos:21 1. Profetas que escreveram uma parte da B-
blia, tais como Moiss, Jeremias, Paulo e Joo. 2. Profetas que no
escreveram nada da Bblia, mas cujas mensagens e ministrios so
amplamente descritos na Bblia, tais como Enoque, Elias e Eliseu. 3.
Profetas que deram testemunho oral (talvez at mesmo escrito), mas
cujas pala- vras no foram preservadas. Atravs de todo o Antigo
Testamento, h muitos profetas annimos, incluindo os setenta ancios,
que receberam o Esprito Santo e profetizaram (Nm. 11:24 e 25), o
grupo que se uniu a Saul depois que ele se tornou rei (I Sam. 10:5,
6 e 10) e aqueles que Obadias escondeu em cavernas (I Reis 18:4 e
13). No Novo Tes- tamento, por exemplo, as quatro filhas de Fi-
lipe profetizavam, mas suas mensagens no foram registradas (Atos
21:9). 4. Profetas que escreveram livros que no foram preservados.
Entre esses estavam Nat (I Crn. 29:29), Gade (I Crn. 29:29), Se-
maas (II Crn. 12:15), o autor do Livro dos Justos (Jos. 10:13; II
Sam. 1:18), Ido (II Crn. 12:15; 9:29), Odede (II Crn. 28:9), Aas
(II Crn. 9:29) e Je (II Crn. 20:34). O que foi preservado na Bblia
a essncia da gloriosa linhagem de esplendor pela qual Deus falou a
homens e mulheres, muitas ve- zes e de muitas maneiras. Heb. 1:1. O
prop- sito dos escritos bblicos no escrever a his- tria completa de
tudo o que aconteceu ao povo de Deus no Antigo e no Novo Testa-
mentos. O objetivo principal da Bblia dar aos leitores uma
compreenso clara do plano da salvao e os melhores lances do grande
conflito entre Cristo e Satans. Alm disso, Paulo escreveu que a
Bblia fornece exem- plos do que certo e do que errado, da ver- 17 M
E N S A G E I R A D O S E N H O R O ministrio proftico de Ellen G.
White funda investigao de tudo desde sua origem, dar-te por
escrito, excelentssimo Tefilo, uma exposio em ordem, para que
tenhas plena certeza das verdades em que foste ins- trudo. Luc.
1:1-4. Deus comunicou Sua mensagem no por meio de transcrio
mecnica, mas pelos atos e palavras que homens e mulheres podiam
entender. Os profetas que ouviram Deus lhes falar diretamente
comunicaram essas mensa- gens usando os processos mentais de sua
po- ca e os idiomas e analogias que seus ouvintes seriam capazes de
entender. Compreender corretamente o processo de revelao/inspirao
evita as angustiosas in- quietaes que as pessoas sentem quando vem
nos Evangelhos claras diferenas entre os relatos do mesmo
acontecimento ou at mesmo nas mensagens de Jesus. Nada pertur- ba
mais alguns estudantes sinceros do que ob- servar as formas
diferentes como os escritores bblicos descrevem o mesmo
acontecimento, citam o mesmo dilogo ou narram as par- bolas de
Jesus. Ter duas verses da Orao do Senhor, conforme registradas em
Mateus 6 e Lucas 11, desconcerta aqueles