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1 Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle Secretaria Federal de Controle Interno Programa de Fiscalização em Entes Federativos V02 Número do Relatório: 201601596 Sumário Executivo Paraná Introdução Este Relatório trata dos resultados dos exames realizados sobre ações de governo executadas no Estado do Paraná em decorrência do 2º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos - FEF. A fiscalização teve como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Estado do Paraná sob a responsabilidade de órgãos e entidades federais, estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas, relativas ao período fiscalizado, indicado individualmente, tendo sido os trabalhos de campo executados no período de 14/03/2016 a 08/04/2016. Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao serviço público federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de questionários. As situações evidenciadas nos trabalhos de campo foram segmentadas de acordo com a competência de monitoramento a ser realizado pelo Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle. A primeira parte, destinada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal - gestores federais dos programas de execução descentralizada - apresentará situações evidenciadas que, a princípio, demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas desses gestores, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente Tomada de Contas Especial, as quais serão monitoradas por este Ministério.

Sumário Executivo - CGE - Controladoria Geral do Estado · 2016-10-10 · tendo se manifestado acerca dos apontamentos registrados no ... aplicação de argamassa; estruturas metálicas

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Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle

Secretaria Federal de Controle Interno

Programa de Fiscalização

em Entes Federativos – V02

Número do Relatório: 201601596

Sumário Executivo

Paraná

Introdução

Este Relatório trata dos resultados dos exames realizados sobre ações de governo executadas

no Estado do Paraná em decorrência do 2º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes

Federativos - FEF.

A fiscalização teve como objetivo analisar a aplicação dos recursos federais no Estado do

Paraná sob a responsabilidade de órgãos e entidades federais, estaduais, municipais ou

entidades legalmente habilitadas, relativas ao período fiscalizado, indicado individualmente,

tendo sido os trabalhos de campo executados no período de 14/03/2016 a 08/04/2016.

Os exames foram realizados em estrita observância às normas de fiscalização aplicáveis ao

serviço público federal, tendo sido utilizadas, dentre outras, técnicas de inspeção física e

registros fotográficos, análise documental, realização de entrevistas e aplicação de

questionários.

As situações evidenciadas nos trabalhos de campo foram segmentadas de acordo com a

competência de monitoramento a ser realizado pelo Ministério da Transparência, Fiscalização

e Controle.

A primeira parte, destinada aos órgãos e entidades da Administração Pública Federal -

gestores federais dos programas de execução descentralizada - apresentará situações

evidenciadas que, a princípio, demandarão a adoção de medidas preventivas e corretivas

desses gestores, visando à melhoria da execução dos Programas de Governo ou à instauração

da competente Tomada de Contas Especial, as quais serão monitoradas por este Ministério.

2

Na segunda parte serão apresentadas as situações evidenciadas decorrentes de levantamentos

necessários à adequada contextualização das constatações relatadas na primeira parte. Dessa

forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de recursos

federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de suas

competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Este Ministério não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

Indicadores Socioeconômicos do Ente Fiscalizado

População: 10444526

PIB per Capita: 16.932,32

Eleitores: 7121257

Área: 199318 Fonte: Sítio do IBGE.

Informações sobre a Execução da Fiscalização

Ações de controle realizadas nos programas fiscalizados:

Ministério Programa Fiscalizado Qt.

Montante

Fiscalizado por

Programa

MINIST. DA

AGRICUL.,PECUARIA E

ABASTECIMENTO

DEFESA AGROPECUARIA 1 5.036.448,00

TOTALIZAÇÃO MINIST. DA AGRICUL.,PECUARIA E

ABASTECIMENTO

1 5.036.448,00

MINISTERIO DA

EDUCACAO

Educação Básica 2 172.593.416,45

Educação Superior -

Graduação, Pós-Graduação,

Ensino, Pesquisa e Extensão

1 1.619.705,00

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA EDUCACAO 3 174.213.121,45

MINISTERIO DA SAUDE Aperfeiçoamento do Sistema

Único de Saúde (SUS)

1 85.927.264,75

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DA SAUDE 1 85.927.264,75

MINISTERIO DO DESENV.

SOCIAL E COMBATE A

FOME

Segurança Alimentar e

Nutricional

1 3.695.548,24

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E

COMBATE A FOME

1 3.695.548,24

3

MINISTERIO DO ESPORTE Esporte e Grandes Eventos

Esportivos

1 18.750.000,00

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DO ESPORTE 1 18.750.000,00

MINISTERIO DO

TRABALHO E EMPREGO

Trabalho, Emprego e Renda 1 37.836.171,30

TOTALIZAÇÃO MINISTERIO DO TRABALHO E

EMPREGO

1 37.836.171,30

TOTALIZAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO 8 325.458.553,74

Os executores dos recursos federais foram previamente informados sobre os fatos relatados,

tendo se manifestado acerca dos apontamentos registrados no presente relatório, cabendo ao

Ministério supervisor, nos casos pertinentes, adotar as providências corretivas visando à

consecução das políticas públicas, bem como à apuração das responsabilidades.

Consolidação de Resultados

Durante os trabalhos de fiscalização realizados no Estado do Paraná, no âmbito do 2º Ciclo

do Programa de Fiscalização em Entes Federativos - FEF, foram constatadas falhas relativas

à aplicação dos recursos federais examinados, sendo demonstradas por Ministério e programa

de governo, na segunda parte deste relatório. Dentre essas, destacam-se, a seguir, as de maior

relevância quanto aos impactos sobre a efetividade dos programas/ações executados na esfera

local.

Agricultura:

a) Ausência de efetividade das obras realizadas para funcionarem como unidades do Mercado

Brasil, mercados para fornecerem alimentos para a população de baixa renda de Municípios

da região metropolitana de Curitiba – PR. A unidade de Pinhais – PR está fechada e

preservada, enquanto que a de Campo Magro – PR está fechada, mas depredada.

Educação:

a) Programa Nacional de Alimentação Escolar – Pnae: atuação deficiente do Conselho

Estadual de Alimentação Escolar - CEAE no acompanhamento da execução do Pnae, com

uma concentração de atividades na pessoa de um só membro; ausência de controle da

quantidade dos alimentos entregues pelas cooperativas de agricultura familiar nos colégios,

pela falta de balanças para aferição do peso; e entrega dos alimentos congelados sem a

diversidade prevista no contrato, dificultando e/ou impedindo a aplicação do cardápio previsto

pelas nutricionistas.

b) Plano de Ações Articuladas - PAR: falhas construtivas na execução da terraplenagem e no

tratamento dos taludes; alvenaria com tijolos quebrados e com falhas e/ou ausência na

aplicação de argamassa; estruturas metálicas do telhado empenadas e enferrujadas; fissuras e

infiltrações em lajes e paredes; e ausência de efetividade de construções, com obras

4

incompletas paralisadas e edificações fechadas, sem atender ao objetivo de funcionar como

colégios.

c) Construção de salas de aula na Universidade Estadual do Oeste do Paraná – Unioeste:

defeitos construtivos, como concretagem imperfeita, ferragem exposta e infiltrações na laje e

paredes; e obra paralisada após 25% da execução financeira e abandonada pela contratada,

encontrando-se em processo de deterioração por intempéries.

Esporte:

a) Deficiência do projeto básico da construção do Centro Nacional de Treinamento de

Atletismo – CNTA, com insuficiência da sondagem realizada no local da obra, da

caracterização no perfil geológico do terreno e na identificação da profundidade do lençol

freático. O projeto básico também não indicou a necessidade de execução de um muro de

arrimo, com a finalidade de conter um talude com ângulo superior a 45 graus.

b) Ausência de efetividade da construção do CNTA, pois a obra encontrava-se com pouco

mais de 30% de execução física, e sem condições de cumprir seus objetivos iniciais, ou seja,

a aclimatação e treinamento de atletas de alto nível visando os Jogos Olímpicos e

Paraolímpicos Rio 2016.

Saúde:

a) Intempestividade na aplicação dos recursos públicos federais destinados ao Bloco

Vigilância em Saúde, tendo sido identificados valores substanciais de recursos em aplicações

financeiras e não gastos com atividades de vigilância em saúde.

b) Comprometimento das ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, por atrasos na

distribuição dos inseticidas realizada pelo Ministério da Saúde - MS à Secretaria Estadual de

Saúde – SESA, por meio do Sistema de Insumos Estratégicos – SIES, tendo em vista que o

Estado do Paraná não adquiriu insumos estratégicos para uso em vigilância em saúde.

Trabalho:

a) Ausência de atuação do Conselho Estadual do Trabalho nas atividades do Sistema Nacional

de Emprego – SINE, no que concerne à gestão dos programas de Seguro Desemprego,

Intermediação de Mão de Obra e Qualificação Profissional, e também quanto às atividades

dos postos de atendimento do SINE.

Vale ressaltar que, apesar desta análise estar segmentada por área ministerial, não se deve

perder de vista aqueles aspectos que, em razão de sua transversalidade, caracterizam mais

fortemente as deficiências da gestão estadual, sendo, pois, aqueles que, se corrigidos, tendem

a proporcionar melhorias relevantes.

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Ordem de Serviço: 201600403

Município/UF: Curitiba/PR

Órgão: MINIST. DA AGRICUL.,PECUARIA E ABASTECIMENTO

Instrumento de Transferência: Convênio - 794630

Unidade Examinada: AGENCIA DE DEFESA AGROPECUARIA DO PARANA -

ADAPAR

Montante de Recursos Financeiros: R$ 5.036.448,00

1. Introdução

A fiscalização compreendeu o Convênio nº 794630/2013 firmado em 13 de dezembro de 2013

entre o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA e a Agência de Defesa

Agropecuária do Paraná – ADAPAR - Autarquia criada pela Lei Estadual nº 17026/2011,

vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento – SEAB - no valor de

R$ 5.036.448,00, com o objetivo de Apoio à Estruturação e Implementação do Sistema

Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária - SUASA e o fortalecimento das ações de

defesa agropecuária.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 14 a 23 de março de 2016, sobre a

aplicação dos recursos do programa Defesa Agropecuária/Coordenação do Sistema Unificado

de Atenção à Sanidade agropecuária. Foram selecionados como amostra, os setores da

ADAPAR na cidade de Curitiba – PR, beneficiários dos bens e equipamentos adquiridos.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Dados gerais do Convênio

6

Fato

Em 13/12/2013, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Agência de Defesa

Agropecuária do Paraná - Adapar, com a interveniência do estado do Paraná assinaram o

Convênio nº 794630-2013, no valor de R$ 3.000.000,00, sendo R$ 2.700.000,00 referentes ao

recurso do concedente e R$ 300.000,00 o recurso do convenente. Os objetos do convênio são

o apoio à reestruturação e implementação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade

Agropecuária – Suasa no estado do Paraná e o fortalecimento das ações de defesa

agropecuária, a serem alcançados de acordo com a execução das metas e etapas constantes do

Plano de Trabalho.

A autarquia Adapar foi criada pela Lei Estadual nº 17.026 de 20 de dezembro de 2011 e tem

a missão de “realizar a defesa agropecuária, unindo esforços na promoção da sanidade

agropecuária, da segurança alimentar e do acesso dos produtos paranaenses aos mercados, em

benefício da sociedade”.

O Programa de Trabalho desse convênio contemplou as metas descritas a seguir:

Quadro: Metas do Convênio

Metas Especificação

1 Reestruturação e implementação das Unidades de Defesa Agropecuária no Estado

2 Manter e melhorar a estrutura e as ações de Defesa Sanitária Animal.

4 Aperfeiçoar o Serviço de Inspeção Estadual visando a melhoria contínua dos Sistema

Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal.

Fonte: Plano de Trabalho do Convênio 794630

Quadro: Etapas das Metas

Nº da Etapa Descrição

1.1 Estruturação e manutenção de unidades de defesa agropecuária (Saúde Animal, Sanidade

Vegetal e Inspeção Animal e Vegetal, Insumos Agrícolas e Pecuários)

1.2 Estruturação e manutenção de centro de triagem laboratorial

1.3 Estruturação e manutenção de unidades volantes de fiscalização do trânsito agropecuário

2.5 Atendimento a suspeitas ou focos de doenças

2.10 Capacitação do Grupo Especial de Atendimento a Suspeita de Enfermidade Emergencial

– GEASE

2.11 Educação continuada em saúde animal

2.15 Controle de morcegos

4.1

Capacitação: gestão de serviços de inspeção. Procedimentos técnico-administrativos.

Inspeção ante e post mortem, ciência e tecnologia de alimentos, interpretação de resultados

de análises físico-químicas e microbiológicas, programas de autocontrole, verificação

oficial e auditoria de serviços (participantes dos SIM aderidos ou em fase de adesão).

4.3 Supervisões dos trabalhos realizados nos estabelecimentos sob inspeção permanente e

periódica

Fonte: Plano de Trabalho do Convênio 794630

Observação: A meta 3, assim como as etapas das outras metas não fizeram parte do presente convênio. Essas

outras metas e etapas pertencem à programação específica da Adapar que serão realizadas exclusivamente com

recursos próprios.

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Considerando que o prazo de vigência do convênio é até 31 de agosto de 2016, a data limite

para a prestação de contas é dia 30 de outubro de 2016. O cronograma previu para cada meta

a seguinte utilização dos recursos, em reais.

Quadro: Utilização de recursos

Concedente Convenente Total

Meta 1 2.439.900,00 293.000,00 2.732.900,00

Meta 2 223.200,00 7.000,00 230.200,00

Meta 4 36.900,00 0,00 36.900,00

Fonte: Convênio 794630

Foram assinados três Termos Aditivos:

TA 01 em 19 de dezembro de 2014,

TA 02 em 29 de junho de 2015 e

TA 03 em 29 de dezembro de 2015.

Em função dos Termos Aditivos, verificou-se durante os trabalhos de campo que o convênio

encontra-se na seguinte situação:

Total do Convênio: R$ 5.036.448,00

Repasse (concedente): R$ 4.265.060,00

Contrapartida: R$ 467.160,00

Rendimentos de Aplicação: R$ 304.228,00

Todas as alterações e ajustes do Programa de Trabalho foram autorizadas pelo concedente e

registradas no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse – Siconv.

As designações formais de servidores para exercer a função de fiscal ocorreram em todas as

fases do convênio. Como exemplo, a Portaria nº 169, de 11 de agosto de 2014 designou um

servidor como gestor do contrato para aquisição de veículos e outro como fiscal técnico para

acompanhamento do processo de licitação e recebimento dos veículos do referido convênio.

Foram adquiridos veículos, mobiliário e outros bens (máquinas fotográficas e computadores)

no âmbito do referido convênio.

A Adapar está sediada em Curitiba - PR e possui representações em diversas cidades no

interior do estado. Os bens adquiridos foram distribuídos para essas representações.

Para definição de escopo levou-se em consideração o custo e a eventual necessidade de efetuar

viagem ao interior do estado para verificar a utilização desses bens.

A amostra do trabalho restringiu-se à Meta 1 representando 91% do valor do convênio. A

referida meta contemplou as aquisições de bens e veículos para as unidades da Adapar, cuja

maioria dos bens foi destinada para a Gerência de Inspeção de Produtos de Origem Animal

- GIPOA, o laboratório, a Unidade Regional de Sanidade Agropecuária - ARS e para a sede,

todas localizadas na cidade de Curitiba – PR.

A Meta 1 consiste na aquisição de bens.

1.1 Estruturação e manutenção de unidades de defesa agropecuária (Saúde Animal, sanidade

Vegetal e Inspeção Animal e Vegetal, Insumos Agrícolas e Pecuários).

- Veículos,

- Tablets para fiscalização a campo*,

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- Impressoras portáteis*,

- GPS: bússolas eletrônicas,

- Máquinas fotográficas digitais,

- Mesa de reunião 6 lugares,

- Cadeiras de base fixa,

- Mesas de escritório retas,

- Gaveteiros volantes,

- Arquivos para pastas suspensas,

- Impressoras laser multifuncionais*,

- Microcomputadores,

- Notebooks*,

- Mesas de escritório em “L”,

- Arquivos de aço deslizantes,

- Armários altos em aço,

- Armários altos em madeira,

- Cadeiras base giratória,

- Termômetros infravermelhos (-35ºC a -200ºC aproximadamente),

- Cartuchos de tinta para Impressoras portáteis Pretos* e

- Cartuchos de tinta para Impressoras portáteis Coloridos*.

*itens ainda não adquiridos

1.2 Estruturação e manutenção de centro de triagem laboratorial.

- Mini workstation contendo l PC Computador - para análises de imagens,

- Optovar módulo 11.6 ACR P&C para luz transmitida,

- Estufa bacteriológica e

- Estufa BOD para uso em micologia.

1.3 Estruturação e manutenção de unidades volantes de fiscalização do trânsito agropecuário.

Veículo tipo Furgão, a diesel, com duas portas frontais, uma lateral e uma na parte traseira,

com direção hidráulica e ar condicionado.

Em função de transferência de atividades entre unidades da Adapar houve, também,

remanejamento de bens e equipamentos.

##/Fato##

2.2.2. Operacionalização do Convênio

Fato

O convênio encontra-se vigente, os documentos estão regularmente registrados no sistema

Siconv, as alterações propostas no Plano de Trabalho foram autorizadas pelo órgão concedente

e estão sendo ultimados os procedimentos licitatórios para a aquisição dos itens faltantes.

Quanto aos bens e equipamentos adquiridos segue breve relato de cada fase.

Processos licitatórios:

As aquisições ocorreram por meio do sistema de pregão eletrônico do Banco do Brasil. Os

preços dos bens e equipamentos estavam compatíveis com os preços de mercado. Não foram

evidenciadas impropriedades nos processos. Todas as informações encontram-se

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documentadas nos processos originais disponibilizados. Os processos de dispensa de licitação

ocorreram dentro dos ditames legais. Não foram evidenciadas impropriedades nos processos.

Inspeção física:

Todos os bens e equipamentos adquiridos pelo convênio destinados às Unidades sediadas em

Curitiba – PR foram localizados e encontravam-se em utilização na fiscalização da defesa

agropecuária, atividade fim da Autarquia. Da inspeção física verificou-se o que segue:

Veículos:

Dos sete adquiridos, dois foram remanejados para as Unidades Regionais de Sanidade

Agropecuária - URS das cidades de Dois Vizinhos – PR e Laranjeiras do Sul - PR. Dos cinco

veículos restantes, foram conferidos os números dos chassis com as notas fiscais, números de

patrimônio e controles de utilização. Os veículos são utilizados para atividades urbanas. A

Adapar utiliza o Sistema Gestão de Materiais e Serviços – GMS para efetuar os controles de

entrada dos bens e sua eventual movimentação. Não foram evidenciadas impropriedades.

Embora constantes da etapa 1.3 da meta 1, os veículos tipo furgão não foram destinados para

nenhuma Unidade localizada em Curitiba – PR, por isso não foram contemplados na amostra.

Os referidos veículos encontram-se sob a responsabilidade das URS de Cascavel, Jacarezinho

e Toledo, todas no estado do Paraná.

Foto – Veículo Placa AZJ0976, Curitiba - PR, 21 de

março de 2016.

Foto – Etiqueta com o nº do patrimônio - interior

do porta-luvas do veículo Placa AZJ0976,

Curitiba - PR, 21 de março de 2016.

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Foto – Detalhe do controle patrimonial do veículo

Placa AZJ0976, Curitiba - PR, 21 de março de 2016.

Foto – Nota fiscal nº 394325 da compra do veículo

Placa AZJ0976, Curitiba - PR, 21 de março de

2016.

Foto – Detalhe do nº do chassi do veículo Placa

AZJ0976, Curitiba - PR, 21 de março de 2016.

Móveis de escritório:

Todos os armários, arquivos, cadeiras, gaveteiros e mesas foram identificados. Todos

continham número de patrimônio, estavam de acordo com o controle patrimonial e em

utilização nos setores da Adapar responsáveis pela fiscalização. Não foram evidenciadas

impropriedades.

Foto – Arquivo para pastas suspensas, Curitiba -

PR, 21 de março de 2016. Foto – Arquivo deslizante, Curitiba - PR, 21 de

março de 2016.

Equipamentos:

Todos os computadores, câmeras fotográficas, termômetros e GPS continham número de

patrimônio, estavam de acordo com o controle patrimonial e em utilização nos setores da

Adapar responsáveis pela fiscalização. Não foram evidenciadas impropriedades.

Embora não constantes da amostra, porque foram destinados às unidades no interior do estado,

ainda não haviam sido adquiridos os tablets, impressoras portáteis e seus cartuchos. As

impressoras multifuncionais coloridas e cartuchos ainda não foram adquiridos porque na

licitação foram definidas especificações de tecnologia de última geração e exigências que

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inviabilizaram a competição. Em cumprimento ao art. 21 do Decreto Estadual nº 7874, de 29

de julho de 2010 “fica vedada a realização de procedimento licitatório, em qualquer

modalidade, na área de Tecnologia da Informação e Telecomunicação, sem que haja

deliberação do Conselho Estadual de Tecnologia e Telecomunicação - Cosit”. Como os bens

de informática devem ser especificados pela Companhia de Tecnologia da Informação e

Comunicação do Paraná - Celepar, a Adapar comprometeu-se a conseguir que as

especificações sejam adequadas às suas necessidades, permitindo que os referidos bens

possam ser adquiridos até o término da vigência do convênio.

Foto – Câmeras fotográficas, Curitiba - PR, 17

de março de 2016. Foto – Termômetros Digitais, Curitiba - PR, 17 de

março de 2016.

Itens de laboratório:

Os bens constantes da etapa 1.2 continham número de patrimônio, estavam de acordo com o

controle patrimonial e em utilização nos setores da Adapar. Ressalte-se que o optovar é um

tipo de lente específica para microscópios; possui tecnologia avançada e permite a

visualização da imagem em uma tela de computador com clareza e precisão; permite gravação,

dentre outras facilidades. Segundo o responsável pelo laboratório esses equipamentos são

muito utilizados e têm ajudado nas pesquisas. Não foram evidenciadas impropriedades.

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Foto – Microscópio com lente optovar, Curitiba -

PR, 17 de março de 2016. Foto – Estufas BOD no Laboratório da Adapar,

Curitiba - PR, 21 de março de 2016.

Todos os dados do convênio tais como notas fiscais, pareceres e relatórios encontram-se

registrados no Siconv.

Os recursos financeiros foram movimentados no Banco do Brasil, agência 3793-1, conta

10.520-1; as aplicações nas contas de poupança: 510.010.520-4 e 960.010.520-6 (poupex); e

na conta de aplicação BB CP Admin Supremo.

Durante os trabalhos de campo, no dia 21 de março de 2016 os saldos eram:

Conta-Corrente: R$ 0,00

Aplicação financeira R$ 2.588.760,04.

Verificou-se que os bens se encontram em utilização na atividade fim da Adapar e que os

preços das aquisições foram compatíveis com os preços de mercado.

##/Fato##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que os bens e equipamentos adquiridos

trouxeram melhoria na execução dos trabalhos desenvolvidos na ADAPAR e estão sendo

adequadamente utilizados.

Ressalta-se que o Convênio encontra-se vigente e ainda há bens/equipamentos pendentes de

aquisição.

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Ordem de Serviço: 201600377

Município/UF: Curitiba/PR

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: PARANA SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCACAO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 153.319.204,00

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 02 de março a 15 de abril de 2016,

sobre a aplicação dos recursos do Programa 2030 - Educação Básica -

Ação 8744 - Apoio à Alimentação Escolar na Educação Básica (Pnae), na Secretaria de

Educação do Estado do Paraná.

A ação fiscalizada destina-se a repassar aos Estados/Municípios recursos financeiros para

oferta de alimentação escolar aos estudantes matriculados em todas as etapas e modalidades

da educação básica das redes públicas e de entidades qualificadas como filantrópicas ou por

elas mantidas, com o objetivo de atender às necessidades nutricionais dos estudantes durante

a permanência em sala de aula, contribuindo para o crescimento, o desenvolvimento

biopsicossocial, a aprendizagem e o rendimento escolar dos estudantes..

O objetivo do trabalho foi verificar, quanto à legalidade, economicidade e eficácia, a gestão

dos recursos e insumos federais descentralizados ao Estado do Paraná, aplicados em ações do

Programa Nacional de Alimentação Escolar - Pnae.

O total de recursos fiscalizados do presente Programa/Ação, referente ao período de 1 de

janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2015, foi de R$ 153.319.204,00.

Foram analisados os extratos bancários da conta vinculada ao Pnae, bem como notas de

empenho e notas fiscais do período em referência.

Foram realizadas visitas a três colégios, escolhidos pelo critério dos maiores valores

repassados.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar - Pnae no Estado do

Paraná

14

Fato

O objetivo do presente relatório é avaliar a execução do Programa Nacional de Alimentação

Escolar – Pnae quanto aos repasses de recursos federais ao Estado do Paraná nos anos de 2014

e 2015.

Segundo informações coletadas no sítio do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

– FNDE, o Pnae tem como objetivo contribuir “para o crescimento, o desenvolvimento, a

aprendizagem, o rendimento escolar dos estudantes e a formação de hábitos alimentares

saudáveis, por meio da oferta da alimentação escolar e de ações de educação alimentar e

nutricional”.

Atualmente, o valor repassado pela União a estados e municípios por dia letivo para cada

aluno é definido de acordo com a etapa e modalidade de ensino (fonte FNDE):

- Creches: R$ 1,00.

- Pré-escola: R$ 0,50.

- Escolas indígenas e quilombolas: R$ 0,60.

- Ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos: R$ 0,30.

- Ensino integral: R$ 1,00.

- Alunos do Programa Mais Educação: R$ 0,90.

- Alunos que frequentam o Atendimento Educacional Especializado no contraturno: R$ 0,50.

O Estado do Paraná recebeu repasses federais de R$ 78.541.516,00, em 2014, e R$

74.777.688,00, em 2015, para ações do Pnae no estado. Conforme planilha a seguir, o Estado

do Paraná é o terceiro estado que mais recebe recursos federais para a execução do programa,

estando atrás apenas dos Estados de São Paulo e Minas Gerais:

Tabela - Repasse Pnae

Estado Valor transferido em 2015 (R$) Valor transferido em 2014(R$)

Acre 12.302.348,00 11.117.458,80

Alagoas 17.185.038,00 11.532.509,60

Amapá 10.701.584,00 12.507.532,00

Amazonas 37.230.580,00 37.727.760,00

Bahia 63.722.420,00 71.793.462,00

Ceará 34.417.216,00 28.244.366,40

Distrito Federal 35.933.356,00 31.905.679,20

Espírito Santo 18.820.908,00 18.883.180,00

Goias 41.006.060,00 40.613.980,00

Maranhão 25.277.980,00 26.515.324,00

Mato Grosso 32.106.716,00 33.052.464,00

Mato Grosso do Sul 16.792.920,00 13.620.944,00

Minas Gerais 142.502.528,00 150.377.564,00

Pará 21.792.992,00 23.769.872,00

Paraíba 28.551.756,00 29.143.244,00

Paraná 74.777.688,00 78.541.516,00

Pernambuco 65.117.880,00 65.437.428,00

Piauí 18.584.192,00 18.482.668,00

Rio de Janeiro 57.949.848,00 55.869.648,00

Rio Grande do Norte 23.382.332,00 25.295.204,00

Rio Grande do Sul 71.951.940,00 70.735.584,00

Rondônia 20.372.840,00 21.438.908,00

Roraima 5.843.120,00 6.258.558,00

Santa Catarina 38.172.192,00 37.499.548,00

São Paulo 159.701.412,00 150.851.848,00

15

Estado Valor transferido em 2015 (R$) Valor transferido em 2014(R$)

Sergipe 11.716.244,00 12.514.716,00

Tocantis 18.786.576,00 19.871.696,00

Total 1.104.700.666,00 1.103.602.662,00

*fonte: Portal da transparência: www.portaldatransparencia.gov.br

O art. 14, da Lei nº 11.947/2009, determina que no mínimo 30% do valor repassado aos

Estados pelo Fundo Nacional de Alimentação – FNDE deve ser utilizado na compra de

gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural ou

de suas organizações, priorizando-se os assentamentos da reforma agrária, as comunidades

tradicionais indígenas e as comunidades quilombolas.

Em conformidade com os dados disponíveis no sítio do FNDE, no ano de 2014, o Estado do

Paraná foi o ente da Federação que mais investiu em agricultura familiar, aplicando, conforme

a planilha abaixo, o percentual de 51,15% dos recursos recebidos:

Tabela - Recursos destinados à agricultura familiar

Estado Valor total considerado Total Pnae 2014* Agricultura Familiar %

PR R$ 70.423.926,00 R$ 36.021.645,00 51,15%

AC R$ 9.827.649,60 R$ 4.462.018,45 45,40%

ES R$ 16.888.458,00 R$ 7.373.251,78 43,66%

RR R$ 5.537.192,00 R$ 1.787.732,43 32,29%

RS R$ 62.693.950,80 R$ 19.204.599,23 30,63%

AM R$ 33.855.867,60 R$ 9.071.296,45 26,79%

MG R$ 135.090.171,60 R$ 34.947.159,75 25,87%

CE R$ 28.244.366,40 R$ 6.047.835,95 21,41%

RN R$ 22.426.822,80 R$ 4.570.170,40 20,38%

MS R$ 13.620.944,00 R$ 2.751.724,88 20,20%

RO R$ 19.248.116,40 R$ 3.731.729,09 19,39%

TO R$ 17.826.142,80 R$ 3.275.022,97 18,37%

PE R$ 58.695.632,40 R$ 9.532.879,63 16,24%

DF R$ 28.292.206,40 R$ 4.221.364,36 14,92%

PA R$ 20.845.228,80 R$ 3.081.536,72 14,78%

MT R$ 29.579.852,40 R$ 4.302.421,61 14,55%

RJ R$ 49.569.296,00 R$ 4.965.290,47 10,02%

SE R$ 11.248.352,40 R$ 881.157,18 7,83%

BA R$ 63.704.700,00 R$ 4.770.355,07 7,49%

GO R$ 36.495.090,00 R$ 2.622.120,22 7,18%

MA R$ 23.815.645,20 R$ 1.242.001,08 5,22%

PB R$ 26.183.362,80 R$ 1.311.115,69 5,01%

PI R$ 16.595.238,00 R$ 248.770,06 1,50%

SC R$ 33.412.549,20 R$ 268.769,96 0,80%

SP R$ 133.395.194,40 R$ 78.998,60 0,06%

AL R$ 11.532.509,60 R$ - 0,00%

AP R$ 10.826.870,80 R$ - 0,00%

* O valor diverge do que consta no portal da transparência.

Não há informações quanto à aquisição da agricultura familiar no ano de 2015, pois os

processos de prestação de contas ainda estão em fase de envio para o FNDE.

O recurso do Pnae no Estado do Paraná é utilizado para atender aproximadamente 1.300.000

matriculados em 2.941 estabelecimentos nos 399 municípios do Estado (conforme

informações apresentadas no Processo Pregão Eletrônico nº 014/15).

##/Fato##

2.1.2. Existência de produtos vencidos no Colégio Estadual do Paraná

16

Fato

Em visita realizada no dia 31 de março de 2016 ao Colégio Estadual do Paraná, colégio que

possui o maior número de alunos no estado, constatou-se a existência de oito unidades do

produto “composto lácteo com cacau”, da marca Apetite, que estavam vencidos desde 20 de

fevereiro de 2016, por ausência de controle de estoque no colégio.

Foto – Produto vencido em 20 de fevereiro de

2016, Curitiba - PR, 31 de março de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“Esclarecemos que a SEED adota as seguintes medidas para evitar que alimentos destinados

à alimentação percam a validade:

10.1 Normatização do PEAE por meio da Instrução Normativa nº 01/2014-

SUOE/OILOG/CANE:

1.6 Do prazo de validade e aceitabilidade dos alimentos:

1.6.1 Alimento com prazo de validade vencido é condição inadmissível e injustificável,

cabendo, após apuração dos fatos e penalização dos responsáveis.

1.6.2 Nos casos identificados pelo NRE, este deve realizar a apuração do caso, prestando

informações à CANE com os seguintes dados: NRE, município, estabelecimento, corpo

gestor, produto, marca, n° do lote, prazo de validade, quantidade que apresenta alteração,

condição em que se encontra o produto e demais informações julgadas necessárias.

Conforme previsto na Instrução Normativa 01/2014-SUDE/DILOG/CANE, quando

confirmada a presença de alimentos vencidos na escola, e após direito de defesa, ocorre a

solicitação de restituição dos valores dos alimentos vencidos à conta do programa, pela

direção do estabelecimento.

10.2 Formação continuada dos manipuladores de alimentos das escolas sobre a normatização

e Boas Práticas na Alimentação Escolar, por educação a distância. Até a presente data já foram

capacitados em todo o Estado. 2.146 merendeiros. Serão capacitados até dezembro de 2016

aproximadamente mais 4750 (Anexo VI). Elaboração do Manual de Boas Práticas de

Manipulação de Alimentos e dos POPs - Procedimentos Operacionais Padronizados, cartazes

17

de instruções e de Cardápio Semanal para a alimentação escolar, distribuídos para todas as

escolas (Anexo VII).

10.3 Os referidos materiais devem ser dispostos nas cozinhas para facilitar a consulta e

incentivar a adoção de procedimentos higiênico sanitários adequados, reduzir o risco de

contaminação e ampliar a segurança alimentar das refeições. São realizadas visitas técnicas,

pelos NREs e técnicos da SEED, para verificação dos procedimentos adotados nas escolas.

Em 30 de maio de 2016 será oferecido formação presencial de 8 horas, pela SEED,

denominado Formação em Ação, para todos os merendeiros das escolas estaduais sobre a

correta utilização dos materiais mencionados anteriormente e dos resultados esperados, que

ocorrerão nos municípios e regionais.

10.4 Elaboração e distribuição do Diário da Merendeira (Anexo VIII), caderno que visa

facilitar o registro dos cardápios servidos, número de alunos que se alimentaram e a

movimentação de estoque, quanto aos itens utilizados. Esta ferramenta facilita a organização

desses profissionais, inclusive quanto à priorização dos itens com menor prazo de validade.

As medidas adotadas pela SEED devem ampliar a qualidade e segurança alimentar da

alimentação escolar nas escolas estaduais, em todos os seus aspectos, inclusive quanto ao

controle de validade dos produtos.

No que tange à responsabilidade gerencial dos produtos vencidos no Colégio Estadual do

Paraná, apontado no subitem 10 do relatório da CGU, informamos que já foram tomadas

providências por meio de processo protocolado nº 14.082.135-7 e Informação nº 155/2016

(Anexo IX), que solicita o ressarcimento do valor do respectivo produto à conta do PNAE. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando a manifestação do gestor, importa ressaltar que a expedição de instruções

normativas por si só não é suficiente para evitar que alimentos destinados à alimentação

percam sua validade. É necessário que as nutricionistas realizem visitas aos colégios para

orientação pessoal dos responsáveis pela alimentação escolar.

##/AnaliseControleInterno##

2.1.3. Condições inadequadas de armazenagem dos alimentos

Fato

Na visita realizada no Colégio Estadual Julio Szymanski, em Araucária – PR, na data de 29

de março de 2016, foram identificadas falhas no armazenamento dos alimentos do Pnae, sendo

constatados alimentos em contato com o chão, conforme os registros fotográficos a seguir:

18

Foto - Colégio Estadual Julio Szymanski, Araucária

– PR, 29 de março de 2016.

Foto - Colégio Estadual Julio Szymanski, Araucária –

PR, 29 de março de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“Destacamos o previsto na Instrução Normativa nº 01/2014 - SEED/SUDE/DI LOG/CANE:

1. 1.22 Os locais de armazenamento devem ser limpos, organizados e possuírem condições

adequadas para conservação dos alimentos. Os diretores e responsáveis pelo acompanhamento

do programa devem observar periodicamente tais condições.

1. 1.23 Os alimentos não devem ser armazenados em contato direto com o piso ou com a

parede. Prateleiras e estrados devem ser utilizados para os produtos não perecíveis e caixas de

verduras ou bandejas, para os produtos perecíveis da agricultura familiar. A relação completa

dos alimentos, bem como padrão de qualidade mínimo e condições de armazenagem podem

ser consultados nos anexos desta Instrução.

A equipe de fiscalização da Coordenação de Alimentação e Nutrição Escolar irá visitar a

Escola Estadual Júlio Szymanski, em Araucária. No dia 23/05/2016, para realizar orientação

sobre os ajustes necessários ao armazenamento, e outros, caso seja o caso.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A capacitação e orientação dos colégios acerca do armazenamento correto dos alimentos da

merenda devem ser atividades rotineiras, a fim de se evitar ou reduzir a possibilidade de falhas

como as identificadas na presente constatação ou perda de prazo de validade dos alimentos.

##/AnaliseControleInterno##

19

2.1.4. Quantidade de nutricionistas em desacordo com o parâmetro numérico

estabelecido no art. 10 da Resolução do Conselho Federal de Nutrição - CFN nº 465/2010

Fato

Solicitou-se ao estado do Paraná, por meio da Solicitação de Fiscalização nº 201600377/01,

os documentos referentes à contratação dos profissionais nutricionistas.

A análise dos documentos apresentados indicou a contratação de somente quatro

nutricionistas para o atendimento de, aproximadamente, 1.300.000 alunos matriculados.

O quantitativo de nutricionistas está aquém da previsão da Resolução do CFN nº 465, de 23

de agosto de 2010, no artigo 10, conforme quadro a seguir:

Quadro – Quantitativo de nutricionistas

Nº de alunos Nº de nutricionistas

Carga horária técnica

mínima semanal

recomendada

Até 500 1 RT 30 horas

501 a 1.000 1 RT + 1 QT 30 horas

1.001 a 2.500 1 RT + 2 QT 30 horas

2.501 a 5.000 1 RT + 3 QT 30 horas

Acima de 5.000 1 RT + 3 QT + 1 QT a cada fração de 2.500 alunos 30 horas

(RT) Responsável Técnico – (QT) Quadro Técnico

Fonte: Resolução do CFN nº 465, de 23 de agosto de 2010.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“A Coordenação de Alimentação e Nutrição Escolar efetuou a solicitação de ampliação do

quadro de nutricionistas, conforme comprovante do protocolado nº 11.342.382-0 em 26 de

maio de 2015. O protocolado encontra-se em tramitação (Anexo XII).

Outros protocolados foram abertos anteriormente, mas em função de limitações orçamentárias

os mesmos formam arquivados.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A resposta da Secretaria de Educação não é suficiente para elidir a presente constatação.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

20

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Infraestrutura insuficiente para o Conselho Estadual de Alimentação Escolar

desenvolver suas atividades

Fato

Por meio de entrevistas realizadas com membros do Conselho Estadual de Alimentação

Escolar - CEAE, verificou-se que o Conselho não dispõe de infraestrutura necessária à plena

execução das atividades de sua competência, conforme dispõem as normas do Programa.

O Conselho realiza suas reuniões na Secretaria Estadual de Educação, mas não possui local

específico para a guarda de documentos, tampouco foram disponibilizados materiais de

informática para execução de seus trabalhos.

Quanto ao transporte para deslocamento dos membros aos locais de reunião do Conselho,

verificou-se que somente é disponibilizado veículo para os representantes dos pais de alunos.

Os demais membros (representantes dos professores e representantes da sociedade civil)

arcam com recursos próprios o deslocamento para as reuniões. Destaca-se que há membro do

Conselho que não reside em Curitiba.

Em relação às visitas aos colégios do interior do Paraná, essenciais para o acompanhamento

e controle da execução do Programa, não são disponibilizados veículo, nem recursos para esse

fim, como diárias e alimentação, impedindo o caráter fiscalizatório do Conselho. As visitas

no exercício de 2015 limitaram-se aos colégios de Curitiba e da Região Metropolitana e as

diárias somente são pagas aos representantes do Conselho que são servidores do estado.

Destaca-se que o art. 36 da Resolução FNDE nº 26/2013 prevê que o estado deve

disponibilizar recursos financeiros, previstos no Plano de Ação do Conselho, necessários às

atividades inerentes às competências e atribuições, a fim de desenvolver suas atividades de

forma efetiva.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“A SEED disponibiliza atualmente local para reunião, transporte para os membros que

solicitaram, pessoal para digitação de relatórios, diárias para servidores e ressarcimento para

os demais membros, entre outros serviços administrativos. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

21

Embora o gestor estadual alegue que disponibiliza todos os meios para a boa execução das

atividades do CEAE, não foi apresentada documentação que comprovasse essa situação.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.2. Atuação deficiente do Conselho Estadual de Alimentação Escolar no

acompanhamento da execução do Pnae

Fato

Constatou-se, por meio de entrevistas aos membros do Conselho Estadual de Alimentação

Escolar - CEAE e por meio das atas das reuniões apresentadas, que os exames relacionados

aos processos licitatórios e à prestação de contas são realizados basicamente pelo Presidente

do Conselho, membro representante dos professores, que, até 2014, era liberado para realizar

tais funções.

Dessa forma, verifica-se que há uma concentração de atividades na pessoa de um só membro,

o que prejudica a atuação do CEAE.

Ademais, a ausência de disponibilização de recursos para transporte e diárias aos membros

que não são servidores do Estado prejudica a verificação adequada do armazenamento e da

quantidade/qualidade dos alimentos que chegam aos colégios e são servidos aos alunos.

No que se refere às reuniões do Conselho, observa-se que são realizadas periodicamente, no

entanto, as atas não são assinadas no mesmo dia, conforme informações obtidas por meio de

entrevistas e de acordo com as atas de 2014 (foram realizadas sete reuniões e seis atas não

foram assinadas) e 2015 (foram realizadas cinco reuniões e duas atas não foram assinadas).

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“A partir do final de 2015 pode ser observado maior envolvimento dos membros

representantes dos pais, sociedade civil e professores, inclusive na análise da extensa

documentação referente à prestação de contas 2015. Conforme mencionado no item 2, há a

disponibilização de diárias para os membros que são servidores e é realizado o ressarcimento

para os demais membros, que também realizam viagens de fiscalização. Com relação às atas

não serem assinadas no mesmo dia da reunião, a SEED fará a adequação do procedimento. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor reconhece que somente ao final do exercício de 2015 houve um

maior envolvimento dos membros do conselho e que há uma falha na assinatura das atas.

Quanto ao ressarcimento de valores aos membros que não são servidores públicos, pelas

entrevistas, constatou-se que esse método não é viável, pois muitas vezes o processo é

demorado e por vezes há necessidade de os recursos serem disponibilizados previamente, para

que seja possível o deslocamento dos conselheiros.

22

##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Ausência de canal de comunicação com o Conselho Estadual de Alimentação

Escolar

Fato

Por meio de entrevistas com os membros do Conselho Estadual de Alimentação Escolar -

CEAE, observou-se que não foi estabelecido pela Entidade Executora um canal de

comunicação para o Conselho, a fim de receber dos beneficiários do Pnae informações sobre

a execução do Programa no Estado.

Ademais, observou-se que o disque-denúncia aposto nas embalagens dos produtos

alimentícios indica um número de telefone da Superintendência de Desenvolvimento

Educacional do Estado do Paraná - SUDE, conforme segue:

Foto - Impressão de embalagem de produto

alimentício que indica como disque-denúncia o

número 41 3250-8100, Curitiba - PR, 31 de março de

2016.

Foto - Contato da Superintendência, obtida no

site da Secretaria de Educação, que indica

como telefone o número 41 3250-8100,

Curitiba - PR, 12 de abril de 2016.

Dessa forma, as denúncias relacionadas ao Pnae são transmitidas à própria Unidade

Executora, sem o envolvimento do Conselho. Assim, o CEAE não possui controle sobre as

demandas recebidas para as devidas apurações.

Por fim, destaca-se que os estados devem divulgar as atividades do Conselho por meio de

comunicação oficial, conforme art. 36, IV, da Resolução FNDE nº 26/2013.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“Considerando que os membros não estão permanentemente à disposição da alimentação

escolar, a SEED optou por incluir no Disk-Denúncia das embalagens dos gêneros distribuídos

às escolas o telefone da própria Secretaria, como forma de garantir celeridade e atendimento

diário no período comercial aos interessados. Esclarecemos que as reclamações e denúncias

recebidas por este canal de comunicação são repassadas aos membros por meio de telefone e

durante as reuniões. Seguindo a recomendação apresentada, será incluído nos próximos editais

o telefone de contato do CEAE. A SEED efetua a divulgação das atividades do Conselho

conforme exemplos anexos constantes no portal da educação e matéria institucional divulgada

em 21/3/2016 (anexo III), e continuará a fazê-lo. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

23

Apesar de na manifestação haver alegações de que as denúncias recebidas pelo canal de

comunicação indicado nas embalagens são repassadas aos membros por meio de telefone e

durante as reuniões, o gestor estadual não apresentou documentação que comprovasse tais

fatos. Ademais, o gestor reconhece a ausência de um canal de comunicação direto com o

Conselho de Alimentação Escolar, comprometendo-se a incluir nos próximos editais o

telefone do CEAE.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Falta de capacitação dos membros do Conselho Estadual de Alimentação Escolar

Fato

Por meio de entrevistas realizadas com membros do Conselho Estadual de Alimentação

Escolar - CEAE, verificou-se que os conselheiros não receberam capacitação/treinamento

referente à execução do Pnae e aos temas que têm relação com o Programa, nos exercícios de

2014 e 2015, contrariando o que dispõe o art. 36 da Resolução FNDE nº 26/2013.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“A Secretaria de Estado da Educação - SEED, tal qual o Fundo Nacional de Desenvolvimento

da Educação - FNDE, não efetuou capacitação específica para os membros do Conselho de

Alimentação Escolar - CEAE em 2014 e 2015. No entanto, a SEED por meio de sua

representante realiza formação continuada quanto às atribuições e responsabilidades durante

as reuniões ordinárias (como realizar a fiscalização em escolas, o que observar nas notas

fiscais, etc). Vale salientar que os representantes dos pais e professores são efetivos há muito

tempo, e já receberam formação por meio do FNDE em anos anteriores, especialmente seu

presidente. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Houve o descumprimento do art. 36 da Resolução FNDE nº 26/2013, o qual dispõe que os

Estados devem realizar, em parceria com o FNDE, capacitação/treinamento aos conselheiros.

Tal capacitação deve ocorrer de forma específica, ou seja, sem considerar as discussões

realizadas nas reuniões ordinárias do Conselho. Ademais, ainda que a Secretaria Estadual de

Educação alegue que os representantes dos pais e professores pertencem ao Conselho há muito

tempo e que já receberam formação em anos anteriores, faz-se necessário frisar a importância

da atualização dos temas relativos ao Pnae e do aprimoramento da atuação dos conselheiros.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Falta de fornecimento de produtos alimentícios da agricultura familiar em dois

colégios

Fato

24

Em visita a três colégios da rede estadual da região metropolitana de Curitiba, constatou-se a

ausência de produtos alimentícios oriundos da agricultura familiar em dois deles, a seguir

relacionados: Colégio Estadual Júlio Szimanski, no município de Araucária – PR, e Colégio

Estadual Guatupê, no município de São José dos Pinhais – PR.

Segundo entrevistas com as merendeiras e com a direção dos colégios, desde o início do ano

letivo de 2016 não havia sido realizada nenhuma entrega de produtos da agricultura familiar.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“Em março de 2016 ocorreu a entrega dos gêneros da agricultura familiar pelas cooperativas

e associações contratadas em 2015, que ainda apresentavam saldo de empenho. No caso das

duas escolas visitadas, as cooperativas não apresentaram saldo de empenho. A SEED está

finalizando nova Chamada Pública que suprirá as referidas escolas com gêneros

diversificados. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A ausência de produtos alimentícios oriundos da agricultura familiar nos colégios se deu pela

falta de planejamento da Secretaria Estadual de Educação para a execução da Chamada

Pública em tempo hábil, de forma a não acarretar descontinuidade no fornecimento de

alimentos.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.6. Ausência de controle de quantidade dos alimentos da agricultura familiar

entregue pelas cooperativas nos colégios

Fato

Em visita a três colégios da rede estadual, observou-se que não há controle da quantidade

recebida de alimentos da agricultura familiar nesses colégios, tendo em vista a ausência de

balanças para aferição do peso.

Caso as Cooperativas de Agricultores Familiares entreguem uma quantidade inferior à

indicada na nota, os colégios não possuem meios de verificar essa situação e exigir a entrega

de acordo com o contratado, por exemplo.

Segundo entrevistas realizadas com as direções dos colégios, o atesto das notas de entrega se

dá com base na confiança, o que demonstra a fragilidade no processo de recebimento dos

produtos.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“Desde o início da entrega dos gêneros pela agricultura familiar em 2011, a SEED tem tido a

preocupação de garantir a aferição com os quantitativos entregues, tanto que já abriu cinco

protocolados, em 2011, 2012, 2013 e 2015, para aquisição de balanças (Protocolados

25

10.397.008-3, 11.342.490-7, 13.236.860-0, 13.646.173-7) para a referida aquisição. As

licitações realizadas até 2015 foram frustradas, e o novo protocolado sob nº 14.048.154-8,

aberto em 19/04/2016, encontra-se em fase de cotação de preços (Anexo IV). ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Embora a Secretaria Estadual de Educação tenha envidado esforços para a aquisição das

balanças, a fragilidade permanece. Ademais, faz-se necessário verificar os motivos pelos quais

as licitações foram fracassadas desde 2011.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Ausência de fiscalização relacionada aos alimentos orgânicos da agricultura

familiar

Fato

Não é realizada inspeção nos produtos oriundos da agricultura familiar para identificar se

aqueles adquiridos como orgânicos realmente os são, diferentemente do método adotado em

relação aos demais produtos da merenda escola, que são avaliados por técnicos do Instituto de

Tecnologia do Paraná - TECPAR ou outro laboratório oficial indicado pela Secretaria

Estadual de Educação.

Como a diferenciação de produtos orgânicos ocorre com base em suas qualidades físicas,

decorrentes principalmente da ausência de agrotóxicos e adubos químicos, essas

características não podem ser observadas com facilidade no momento do recebimento dos

produtos pelas escolas.

Tal dificuldade para analisar a forma pela qual os produtos orgânicos foram produzidos

justifica a necessidade de monitoramento da produção pela Entidade Executora, tendo em

vista, principalmente, que o valor pago pelo produto orgânico é 30% maior do que aquele

pago ao produto convencional.

Ademais, faz-se necessário averiguar a qualidade dos produtos orgânicos entregues pelas

Cooperativas, uma vez que foi relatada a ocorrência de desperdícios de até 20% dos produtos

recebidos da agricultura familiar no Colégio Estadual do Paraná, por não estarem em

condições de consumo, conforme demonstra foto a seguir:

Foto - Abobrinha orgânica descartada no lixo pela

presença de bichos, Curitiba - PR, 31 de março de

2016.

26

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“Em março de 2014 foi assinado o Termo de Cooperação entre SEED e SESA para o

monitoramento dos gêneros alimentícios provenientes da agricultura familiar para a

alimentação escolar. Esta ação integra o Programa Estadual de Análise de Resíduos de

Agrotóxicos em Alimentos - PARA. A primeira etapa do monitoramento foi realizada nos

Núcleos Regionais de Educação de Pato Branco, Maringá e Cascavel e, a partir de 2016, a

proposta foi estendida para Curitiba, Área Metropolitana Norte e Área Metropolitana Sul. A

intenção da SEED é ampliar o controle de qualidade amostral para todos os NREs a partir de

2017. No monitoramento também estão incluídas amostras dos gêneros orgânicos. Na

Instrução Normativa nº 01/2014 - SEED/SUDE/DILOG/CANE (Anexo V), está previsto:

1.5 Dos casos de alterações das características dos gêneros alimentícios

1.5.2 A verificação da qualidade dos gêneros entregues pela agricultura familiar deve ser

realizada com muita atenção no ato do recebimento, já que padrões diferentes podem estar

presentes no mesmo lote. Não estando de acordo, os produtos devem ser rejeitados no ato da

entrega, no todo ou em parte.

A SEEO fará visita ao Colégio Estadual do Paraná, no dia 24 de maio de 2016 e reforçará a

necessidade de maior rigor com relação à qualidade dos gêneros entregues. ”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Embora a Secretaria Estadual de Educação tenha firmado Termo de Cooperação com a

Secretaria Estadual de Saúde para monitoramento dos gêneros alimentícios provenientes da

agricultura familiar, o controle de qualidade ainda não abrange todo o Estado.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.8. Descumprimento contratual pela entrega de produtos produzidos por

cooperativa diferente da contratada.

Fato

Em visita ao Colégio Estadual do Paraná, verificou-se que a Associação de Agricultura

Orgânica do Paraná - AOPA entregou geleias produzidas por agricultores do Rio Grande do

Sul, conforme imagens abaixo, contrariando o Contrato nº 097/14 e as regras previstas no

Edital de Chamamento Público nº 001/2013:

27

Fotos - Geleia de uva produzida em Nova Petrópolis - RS, fornecida como agricultura familiar do Paraná,

Curitiba - PR, 31/03/2016.

Tal descumprimento vai de encontro ao objetivo do Programa, que é o fortalecimento da

agricultura familiar da Região, contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico local.

Destaca-se que a previsão de aquisição de alimentos produzidos em âmbito local consta no

art. 2º da Resolução FNDE nº 26/2013, que prevê ser diretriz da alimentação escolar o apoio

ao desenvolvimento sustentável, com incentivos para a aquisição de gêneros alimentícios

diversificados, produzidos em âmbito local e preferencialmente pela agricultura familiar e

pelos empreendedores familiares rurais, priorizando as comunidades tradicionais indígenas e

de remanescentes de quilombos.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ao publicar a Lei 11.947/2009

pretende dar prioridade para a aquisição de alimentos da agricultura familiar,

preferencialmente orgânicos e estimular o consumo de alimentos in natura e sustentáveis,

visando a promoção da saúde dos alunos, mas também o desenvolvimento da agricultura

familiar, como modo sustentável de inclusão produtiva no campo.

Cabe ressaltar que a agroecologia é uma agricultura feita por pequenos produtores, que além

de preservar o meio ambiente, propicia maior Segurança Alimentar e Nutricional à população,

por não oferecer os riscos decorrentes da ingestão de agrotóxicos (Associação Brasileira de

Saúde Coletiva, 2012).

A Rede Ecovida de Agroecologia é uma organização atuante nos três estados do sul do país,

que tem por objetivo organizar e fortalecer a agricultura orgânica, para manter os mercados

ecológicos da região abastecidos com diversidade e qualidade durante todo o ano. Para tanto

incentiva o intercâmbio de produtos entre agricultores, todos associados, devidamente

certificados como orgânicos e provenientes da agricultura familiar, assegurando a Segurança

28

Alimentar e Nutricional dos produtores e alunos que consomem tais produtos (Agriculturas,

2008).

Segundo legislação federal - Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional nº 11.346

12006, que define: ´Segurança Alimentar e Nutricional consiste na realização do direito de

todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem

comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares

promotoras da saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural,

econômica e socialmente sustentáveis. (Art. 3°).´

(...) A AOPA faz parte do Circuito da Rede Ecovida (Anexo X), que viabiliza a circulação de

excedentes de produtos, devido a intempéries e problemas com as culturas, característicos da

agricultura, em especial a familiar, e mais ainda a agroecológica. O intercâmbio entre

agricultores ecológicos é prática comum e propicia a regularidade nas entregas. A troca de

produtos regionais é feita na maioria das vezes por meio de permuta, sem envolvimento de

valores financeiros, entre outros motivos para que os caminhões circulem carregados na ida e

na volta, reduzindo o custo ambiental do transporte.

Visto ser uma agricultura totalmente dependente do clima e da sazonalidade, o beneficiamento

de produtos e aproveitamento de excedentes trata-se de complementaridade para

diversificação de produtos, e não negação da produção local. Ressalta-se o fato de toda

produção agroecológica ser rastreada por intermédio de declarações de transação comercial

para garantir sua rastreabilidade, que se mostra muito mais frágil nos alimentos produzidos de

modo convencional. Ademais, a Rede Ecovida é reconhecida internacionalmente por fomentar

a agricultura orgânica, praticar o comércio justo e promover a sustentabilidade ambiental,

pelos motivos acima expostos, configurando-se como um contraponto à hegemonia do

agronegócio, estimulando a inclusão produtiva e social.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A legislação é clara quanto à sua diretriz, qual seja incentivar a produção local da agricultura

familiar, conforme art. 2º da Resolução FNDE nº 26/2013.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.9. Fornecimento de alimentos em desacordo com o cardápio estipulado.

Fato

Para verificar a aplicabilidade do cardápio elaborado para as escolas do estado do Paraná

foram realizadas visitas em três escolas, quais sejam: no Colégio Estadual Julio Szymanski,

no município de Araucária - PR; Escola Guatupe - PR, em São José dos Pinhais e Colégio

Estadual do Paraná, em Curitiba - PR.

Em todas as escolas visitadas foram cotejados os cardápios apresentados pela Secretaria de

Educação do Paraná, disponibilizados em resposta à Solicitação de Fiscalização nº

201600377/01, com o que efetivamente estava sendo servido na data da inspeção realizada

pela CGU. O resultado desse trabalho demonstrou que todas as escolas visitadas não estavam

cumprindo o cardápio elaborado pela Secretaria da Educação.

Neste sentido, por exemplo, o Colégio Estadual Julio Szymanski, visitada em 29 de março de

2016, estava servindo como merenda, no período da manhã, arroz doce, sendo que não há no

29

cardápio essa opção. Abaixo, segue registro fotográfico com o cardápio do dia afixado na

cozinha do colégio.

Foto - Colégio Estadual Julio Szymanski,

Curitiba – PR, 29 de março de 2016.

Em entrevista com as merendeiras, identificou-se que a maior dificuldade em cumprir o

cardápio estabelecido é causada pela falta de variedade de alimentos disponíveis, o que obriga

a merendeira a elaborar a merenda com base no estoque existente. A falta de variedade de

alimentos e a ausência de verduras da agricultura familiar nos colégios é objeto de constatação

específica deste relatório.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“A cada remessa de alimentos a Coordenação de Alimentação e Nutrição Escolar encaminha

sugestões de cardápios às escolas com base nos alimentos não perecíveis e congelados a serem

enviados no período (Anexo XIII). Entretanto, as escolas podem realizar adequações nos

cardápios de acordo com os alimentos disponíveis no estoque, considerando também os

alimentos disponíveis da remessa anterior.

Além dos alimentos não perecíveis, as escolas recebem gêneros da agricultura familiar, que

podem diferir de escola para escola, dependendo da proposta das cooperativas/associações

para a região. Os cardápios devem considerar a inserção destes alimentos, embora haja

diversas possibilidades de composição, levando em conta o recebimento de itens

diversificados entre as escolas. Por exemplo: uma escola pode receber apenas alface, em outra

temos alface, suco de uva e mexerica, em outra apenas banana e, assim por diante. Esta

dinâmica impossibilita o respeito rígido ao cardápio, o que dificulta a adoção de um cardápio

único para os 2.338 estabelecimentos de ensino atendidos. O importante é salientar que a

SEED encaminha sugestão de cardápio que norteia a elaboração básica nas escolas; que as

escolas recebem aproximadamente 130 diferentes produtos/ano e que esta variedade garante

a composição adequada das refeições nos 200 dias letivos.

Além disso, em 2015 a SEED publicou o livro de receitas Sabores e Saberes da Escola

Paranaense, contendo receitas desenvolvidas pelos merendeiros da rede pública estadual nos

últimos anos. A coletânea de receitas de sucesso foi desenvolvida com a colaboração de

profissionais de todas as regiões do Estado. Nos últimos seis anos, uma equipe de técnicos da

30

Coordenação de Alimentação e Nutrição Escolar analisou, testou receitas e organizou a

formatação do livro (Anexo Xi).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A inserção de produtos da agricultura familiar na merenda escolar não pode ser considerada

fator impeditivo ao cumprimento do cardápio elaborado pelas nutricionistas. Evidentemente,

uma adaptação ou outra, em decorrência da dinâmica da agricultura familiar, pode ocorrer,

contudo, isso não pode redundar no descumprimento total do cardápio previsto, situação essa

identificada por oportunidade das visitas realizadas pela equipe de fiscalização aos colégios.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.10. Fragilidade no controle de estoques dos alimentos nos colégios

Fato

Para verificar a existência e conformidade do controle de estoque dos alimentos existentes nas

escolas objeto de visitas da CGU, solicitou-se que fossem apresentados os controles existentes

e o inventário do estoque para conferência.

Nas três escolas visitadas verificou-se que há sistema informatizado que controla a entrada e

saída dos alimentos nas escolas. Contudo, ao realizar a conferência das quantidades

informadas nos relatórios impressos pelas escolas com a quantidade de alimentos existentes

nos respectivos depósitos, já considerados (reduzidos) os alimentos utilizados para a

elaboração da merenda daquele dia, foram identificadas divergências quantitativas de

produtos, o que requer que o estado do Paraná tome medidas a fim de aprimorar os controles

existentes.

A título de exemplo, segue, abaixo, o resultado da verificação do estoque realizada no Colégio

Guatupê, em São José dos Pinhais:

Quadro - Conferência do estoque

Produto Estoque previsto Estoque encontrado

Cereal de milho esférico – chocolate branco. 20 pc 19 pc

Composto Lácteo Morango. 6 pc 2 pc

Feijão Carioca Cozido (lata) 16 lt 13 lt

Macarrão parafuso c/ vegetais – grano duro 0 pc 1 pc

Macarrão Penne – grano duro 24 pc 19 pc

Milho verde em conserva 12 lt 13lt

Purê de Batatas (mistura para preparo) 30 pc 39 pc

Fonte: controle de estoques entregue no colégio.

A situação identificada nos outros dois colégios visitados não diverge da acima relatada.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

31

“Destacamos o previsto na Instrução Normativa n° 01/2014 -SEED/SUDE/DILOG/CANE:

1 DAS ATRIBUIÇÕES DO ESTABELECIMENTO DE ENSINO

Cabe ao estabelecimento de ensino observar e seguir o previsto nesta Instrução, se

responsabilizar pelo recebimento, guarda, controle, conservação, preparo e consumo dos

gêneros alimentícios recebidos, bem como prestação de contas através do registro do APE.

1.1 Do recebimento

(...)

1.1.12 Fazer rigorosa conferência do tipo, qualidade e quantidade de todos os itens

especificados nos Comprovantes de Entrega/Romaneios e Guias de Remessa de Alimentos.

Somente após esta conferência assinar, fazendo atesto de recebimento.

1.1.17 Após o recebimento, os produtos elevem ser devidamente armazenados e registrados

no Sistema Merenda, da seguinte forma;

a) Guias de Remessa de todos os alimentos convencionais; confirmar no Sistema Merenda se

todos os alimentos foram entregues na aba: APE>recebimento>distribuição centralizada.

b) Guias de Remessa dos alimentes congelados e bebidas entregues direto pelo fornecedor:

confirmar no Sistema Merenda se todos os alimentos foram entregues, na aba;

APE>recebimento>distribuição descentralizada.

c) Romaneio (comprovante de entrega) da agricultura familiar: registrar quantidade recebida

por produto na aba PAF>escola>recebimento de produto.

1.1.18 O registro no Sistema Merenda deve ocorrer no dia do recebimento ou, no máximo, na

mesma semana.

Sobre tal, elucidamos ainda o seguinte item:

1.9 Das condições gerais

(...)

1.9.2 é atribuição da escola acompanhar e registrar a movimentado diária dos produtos,

incluindo todos os gêneros utilizados (perecíveis, não perecíveis, congelados, recebidos por

doação ou adquiridos com recursos próprios) no Sistema Merenda, no Módulo APE.

O Acompanhamento do Programa na Escola – APE eletrônico foi implantado em 2014, e, a

funcionalidade interliga o nível central às escolas e é inédita no país ao buscar apresentar

cardápios utilizados e movimentação de estoque das escolas, praticamente em tempo real. No

entanto, é preciso esclarecer que as escolas ainda estão em fase de adaptação ao mesmo.

Desde então, a SEED vem Investindo em capacitação dos profissionais que utilizam o sistema

para garantir a segurança e fidedignidade dos números.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A Secretaria de Educação informa que implantou em 2014 um sistema de acompanhamento

da movimentação de estoque, que ainda há necessidade de “adaptação”. Apresenta, outrossim,

normativo interno que imputa responsabilidade ao estabelecimento de ensino, dentre outras

32

coisas, pelo acompanhamento e registro diário dos produtos recebidos. Contudo, para fins de

análise da execução da política pública o responsável pela execução do programa é o Governo

Estadual, que deve disponibilizar os meios necessários para a consecução dos objetivos da

política. Desta forma, há necessidade de aprimorar os mecanismos de controle de estoque a

fim de se evitar situações como as identificadas no relato acima.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.11. Plano de amostragem do Relatório de Ensaios dos alimentos com quantitativo

inferior ao previsto

Fato

O Edital de licitação Pregão Eletrônico nº 14/2015, anexo IX, prevê que os alimentos licitados

serão inspecionados por técnico do Instituto de Tecnologia do Paraná – TECPAR ou outro

laboratório indicado pela Secretaria de Educação do Paraná (conforme item 4.1.1, do anexo).

O item 4.1.2., do referido anexo, prevê que o plano de amostragem dos produtos a serem

inspecionados obedecerá à norma NBR 5426 da Associação de Normas Técnicas – ABNT, na

proporção indicada no quadro a seguir:

Quadro - Plano de amostragem

1 Nº de Unidades por lote 2 Nº mínimo de unidades a

serem inspecionadas 3

Nº máximo admissível de

unidades c/defeito p/

aprovação

até 150 08 00

de 151 a 500 20 01

de 501 a 1.200 32 02

de 1.201 a 3.200 50 03

de 3.201 a 10.000 80 05

de 10.001 a 35.000 125 07

de 35.001 a 150.000 200 10

de 150.001 a 500.000 315 14

acima de 500.000 500 21

Fonte: Edital do Pregão Eletrônico nº 14/2015, item 4.1.2.

A Secretaria de Educação do Paraná apresentou o primeiro relatório de ensaios (e único

emitido até o momento da fiscalização da CGU) emitido pela TECPAR, relativamente à

primeira entrega de alimentos da licitação Pregão Eletrônico nº 14/2015. Trata-se do Relatório

de ensaio nº 16001824, do produto “Carne Bovina em Tiras Congeladas”, emitido em 07 de

março de 2016.

Da análise do relatório, constatou-se que não há o quantitativo total do produto disponibilizado

para exame (o campo destinado a essa informação está em branco). Constam do relatório a

data da coleta, dia 24 de fevereiro de 2016, e o número de embalagens coletadas para a

inspeção, 18 unidades.

Em que pese não ser apresentado o quantitativo total de “carne bovina em tiras congeladas”

objeto de análise pela TECPAR, informação essa que deveria constar do relatório, é possível

concluir que, se cumpridas as cláusulas editalícias e contratuais, foram entregues 48.000

pacotes/unidades de 2 kg de carne bovina em tiras congeladas.

Com efeito, o contrato nº 104/2015 combinado com o edital do Pregão Eletrônico nº 14/2015

preveem que serão realizadas duas entregas durante o ano, com “aproximadamente 50% da

33

quantidade total em cada entrega” (item 1., da cláusula sétima, do contrato e item 2.3 do

anexo I, da licitação). Levando-se em consideração que a previsão contratual da entrega de

carne bovina em tiras totaliza 192.000 kg e que cada pacote de carne tem 2 kg, temos o

seguinte: 192.000/2 = 96.000 unidades das quais devem ser entregues 50% = 48.000 unidades

por entrega.

Desta forma, caso o plano de amostragem fosse aplicado em conformidade com a tabela acima

e levando-se em consideração as previsões do edital de licitação e contrato assinado, dever-

se-ia coletar 200 unidades, sendo que o Relatório de Ensaios nº 16001824 da TECPAR

apresenta o número de embalagens coletadas de 18.

Ademais, a data da coleta dos itens que consta do relatório apresentado pela TECPAR, dia 24

de fevereiro de 2016, é posterior a data da previsão de entrega dos produtos, conforme

relatório emitido no sistema no estado do Paraná para controlar a distribuição da merenda

(http://www.merenda.pr.gov.br/merenda/), no qual se verifica como período para distribuição

“22 de fevereiro a 07 de março de 2016”, o que pode significar que o início da distribuição

dos produtos às escolas precedeu a data da coleta do produto pela TECPAR.

Releva destacar que, a TECPAR, com fulcro na análise realizada por meio do relatório de

ensaio nº 106001824, reprovou parcialmente a entrega do primeiro lote de “carne bovina em

tiras congeladas”, o que obrigou a empresa contratada a comprometer-se a

substituir/compensar 4.953,60 Kg de carne. Conforme Informação nº 069/16 –

SUDE/DILOG/CANE, de 08 de março de 2016, a reprovação se deu sobre o total desse item

do contrato, ou seja, 192.000Kg de carne bovina em cubos congelados. Dessa forma, se houve

a reprovação e análise da totalidade da entrega desse item, a amostra deveria ter sido ainda

maior, caso houvesse a aplicação da tabela acima, o que corresponderia a uma amostra de 315

itens, quando no relatório da TECPAR são mencionados apenas 18.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“Antes do início das entregas dos gêneros congelados, as empresas encaminham à

Coordenação de Alimentação e Nutrição Escolar - CANE o Certificado de análises emitido

por laboratório credenciado contendo todos os parâmetros de análise exigidos em edital. Após

avaliação pela equipe técnica da CANE, este documento é repassado ao Instituto de

Tecnologia do Paraná- TECPAR que realiza a verificação do atendimento do relatório em

relação às exigências constantes em edital. O TECPAR emite um parecer e, em caso de

conformidade, as entregas são autorizadas.

Com antecedência mínima de 30 dias antes do início de cada etapa de entrega, os fornecedores

são informados da quantidade a ser entregue e o período de entrega dos produtos. O produto

é produzido e o Relatório de Ensaio é feito de acordo com os critérios do edital. A coleta das

amostras pelo TECPAR diretamente no entreposto de armazenamento da empresa contratada

serve apenas para reafirmar o Laudo apresentado. Desta forma, optou-se por coletar o mínimo

de amostras que garantisse a segurança do processo, de modo a não comprometer a

distribuição do produto, visto que as amostras coletadas não podem voltar ao processo de

distribuição e a redução de 315 unidades de 2kg cada implicaria em 630 kg a menos de produto

para ser entregue nas escolas. Na próxima entrega será realizada a adequação à tabela ABNT.”

34

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A questão ora tratada cinge-se a estar ou não cumprindo o que determina o edital no que tange

à amostra de produtos analisados. A Secretaria de Educação informa que não cumpriu, eis que

a execução da amostra, conforme previsto no edital, redundaria em uma perda significativa de

alimentos, mas que na próxima entrega será “realizada a adequação à tabela ABNT”. A

contratação da TECPAR e a adoção de estudos amostrais baseados em critérios da ABNT

estão na esfera discricionária das decisões da administração, não cumprindo a este órgão de

controle adentrar ao mérito dessa questão. Contudo, o que não se pode aceitar é que haja a

previsão (no edital) de um plano amostral de análise e na prática não esteja sendo cumprido.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.12. Entrega dos alimentos sem a diversidade prevista no contrato

Fato

O Pregão Eletrônico nº 014/2015 prevê, em seu item 2.3 do anexo I do Edital, que os alimentos

licitados serão objeto de duas entregas nas escolas, sendo que em cada uma deverão ser

entregues “aproximadamente 50% da quantidade total”. Portanto, tendo-se em vista que uma

empresa venceu três lotes da licitação, lotes 01, 02 e 04, almôndega bovina, carne bovina em

cubos e filé de peixe congelado, respectivamente, a entrega realizada pela referida empresa

pressupõe a existência de, pelo menos, metade dos itens dos lotes 01, 02 e 04. Contudo,

conforme as guias de remessas dos alimentos entregues nas escolas e verificação “in loco”, a

empresa entregou apenas um item, carne bovina em cubos (lote 02). A falta de diversidade

dos alimentos nas escolas dificulta e/ou impede a aplicação do cardápio previsto pelas

nutricionistas, além de trazer prejuízo para a alimentação dos alunos em decorrência da

repetição de um mesmo alimento. As escolas visitadas são: Colégio Estadual Julio Szymanski,

no município de Araucária - PR; Colégio Guatupê - PR, em São José dos Pinhais e Colégio

Estadual do Paraná, em Curitiba – PR.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 - GS/SEED, de 20 de maio de 2016, a Secretaria de Estado

da Educação apresentou a seguinte manifestação:

“O planejamento das entregas de congelados leva em conta a composição dos cardápios, a

capacidade de armazenamento das escolas e a pauta correspondente. As pautas são

programações diferenciadas e as escolas podem fazer a escolha de acordo com a realidade

local. O PEAE atualmente possui oito pautas diferenciadas, conforme quadro nº 2.

35

O montante de carne bovina em cubos distribuída (entre 22/02/2016 e 07/03/2016) foi

suficiente para atendimento de cinco dias para as pautas 1 e 5 e de quatro dias para as pautas

2, 3, 6 e 7, conforme preconiza o cardápio enviado "Arroz, feijão carioca, carne bovina em

cubos ao molho e farofa" (Anexo XIII). Nos outros dias a sugestão da composição de cardápio

contempla: "Macarrão parafuso com vegetais ao sugo e salada" (seis dias para pauta 1 e 5;

cinco dias para pauta 2 e 6 e quatro dias para pauta 3 e 7), "Macarrão penne com milho e

ervilha e salada" (seis dias para pauta 1, 2, 5 e 6 e cinco dias para pauta 3 e 7), perfazendo o

total de 15 a 17 dias de atendimento dependendo da pauta.

A partir de então, iniciou-se a entrega de filé de cação (entre 08/03/2016 e 22/03/2016),

suficiente para o atendimento de três dias (pautas 1 e 5), dois dias (pautas 2 e 6) e um dia

(pautas 3 e 7). Para os demais dias previu-se os seguintes cardápios: "Composto lácteo

morango e biscoito cookie castanha do Pará" (dois dias para pauta 1 e 5, três dias para pauta

2 e 6 e quatro dias para pauta 3 e 7); "Composto lácteo morango e biscoito cream cracker

integral" (dois dias para pauta 1 e 5, três dias para pauta 2 e 6 e quatro dias para pauta 3 e 7);

"Chá mate e biscoito cookie chocolate" (dois dias para pauta 1 e 5, três dias para pauta 2 e 6

e quatro dias para pauta 3 e 7), perfazendo o total de 11 a 15 dias de atendimento dependendo

da pauta.

Após esta entrega, iniciou-se a etapa de entregas de almôndega bovina e filé de polaca do

alasca (entre 28/03/2016 e 11/04/2016). O cardápio previsto foi suficiente para atendimento

do filé de peixe para dois dias para todas as pautas e da almôndega bovina, quatro dias para

pautas 1 e 5 e três dias para as pautas 2, 3, 6 e 7. Para os demais dias, previu-se os seguintes

cardápios: "Sopa de legumes" (seis dias para pautas 1 e 5 e cinco dias para as pautas 2, 3, 6 e

7) e "Chá mate e barra de cereais com chocolate" (dois dias para pautas 1 e 5, três dias para

pautas 2 e 6 e quatro dias para pautas 3 e 7), perfazendo o total de 13 a 14 dias dependendo

da pauta.

Deste modo, a diversidade proposta no cardápio está contemplada, assim como a previsão de

suprimento apontada de 40 dias.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A diversidade de alimentos prevista no edital e no contrato firmado não vem sendo cumprida

(aproximadamente 50% da quantidade total da entrega), conforme cotejamento realizado entre

as guias de remessas dos alimentos entregues nas escolas e verificação “in loco”. A Secretaria

36

de Educação informa que a quantidade de alimento encaminhada foi suficiente para o

cumprimento dos cardápios previstos. Contudo, essa informação diverge da constatação deste

relatório que aponta o não cumprimento do cardápio previsto.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Na execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar – Pnae no Estado do Paraná

foram identificadas impropriedades, abaixo discriminadas, dentre outras:

- Recurso do Pnae utilizado para pagamento de transporte dos alimentos;

- Existência de alimentos vencidos no estoque de um colégio visitado;

- Ausência de fiscalização relacionada aos alimentos orgânicos da agricultura familiar;

- Falta de fornecimento de produtos alimentícios da agricultura familiar em dois colégios

visitados;

- Quantidade de nutricionistas em desacordo com o parâmetro numérico estabelecido no art.

10 da Resolução do Conselho Federal de Nutrição - CFN nº 465/2010;

- Atuação deficiente do Conselho Estadual de Alimentação Escolar no acompanhamento da

execução do Pnae.

37

Ordem de Serviço: 201600534

Município/UF: Curitiba/PR

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Não se Aplica

Unidade Examinada: PR SEC GABINETE DO SECRETARIO

Montante de Recursos Financeiros: R$ 19.274.212,45

1. Introdução

A fiscalização compreendeu a construção de colégios no âmbito do Plano de Ações

Articuladas - PAR, do Ministério da Educação, em contratos firmados com a Secretaria de

Estado da Educação – SEED, do Estado do Paraná.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 28 de março a 01 de abril de 2016.

Foram visitadas unidades de ensino localizadas nos municípios de Guarapuava – PR,

Laranjeiras do Sul – PR, Cascavel – PR e Catanduvas – PR. Os recursos fiscalizados totalizam

R$ 19.274.212,45.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Divergências entre valores adotados para composição do orçamento das obras e

valores constantes do banco de dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e

Índices da Construção Civil - SINAPI

Fato

Foi realizada análise de preços das planilhas orçamentárias contratadas para execução das

obras a seguir listadas, executadas no âmbito do Plano de Ações Articuladas – PAR do

Ministério da Educação.

Tabela - Análise de preços

Obra Município Área

construída

(m²)

Valor

contratado

(R$)

Percentual da

planilha

orçamentária

analisado (%)

Data da

assinatura do

contrato

38

Unidade Nova

José

Marcondes

Sobrinho

Laranjeiras do

Sul - PR 2.655,04 3.570.723,03 42,26 16/04/2014

Unidade Nova

Leni Marlene

Jacob

Guarapuava -

PR 3.091,69 4.312.254,12 45,36 14/04/2014

Unidade Nova

Pedro Carli

Guarapuava -

PR 3.511,02 4.388.847,30 43,26 14/04/2014

Unidade Nova

Jardim Canadá Cascavel - PR 2.570,48 3.484.008,75 41,82 16/04/2014

Unidade Nova

Colégio Dilma

Angélico

Catanduvas -

PR 2.746,06 3.518.379,25 43,27 15/04/2014

Fonte: Documentação referente às contratações em referência.

Do universo analisado, não foi possível verificar os preços referenciais de alguns itens da

planilha orçamentária em razão de não se encontrarem em consonância com o Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI.

Cabe mencionar que as planilhas contratuais das obras informam as seguintes datas de

referência de preços adotadas para composição do orçamento:

Quadro - Datas de Referência

Unidade Nova José Marcondes Sobrinho 10/2013

Unidade Nova Leni Marlene Jacob 10/2013

Unidade Nova Pedro Carli 08/2013

Unidade Nova Jardim Canadá 09/2013

Unidade Nova Colégio Dilma Angélico 09/2013

Fonte: Planilhas orçamentárias contratuais referentes às obras em referência.

Conforme cláusula sexta dos contratos das obras mencionadas, o regime de execução adotado

para todos os contratos foi o de empreitada por preço unitário.

Sendo assim, a partir da análise amostral de preços das obras, foram observadas divergências

nos valores adotados para os itens a seguir relacionados, em relação aos valores constantes do

banco de dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil –

SINAPI, para os respectivos meses de referência:

Tabela - UNV Leni Marlene Jacob

Planilha

verificada

Itens nos quais se observou

divergência de preço em

relação ao SINAPI

Valor

constante da

planilha

orçamentária

contratual

(R$/m³)

Valor

verificado

para o item

no SINAPI

(R$/m³)

Código

SINAPI

verificado

Planilha de

referência

SINAPI

(mês/ano)

Implantação

estrutural

Concreto usinado bombeado

fck=20MPA, inclusive

lançamento e adensamento

327,09 302,91 74138/2 08/2013

39

Módulo 09

*Concreto usinado

fck=20MPA, inclusive

lançamento e adensamento

401,15

302,91

**(retirar R$

31,97 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Módulo

02M

*Concreto usinado

fck=20MPA, inclusive

lançamento e adensamento

401,15

302,91

**(retirar R$

31,97 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Quadra

*Concreto usinado

fck=25MPA, inclusive

lançamento e adensamento

422,27

323,11

**(retirar R$

31,97 ref. ao

bombeamento)

74138/3

Implantação

hidráulica

Concreto usinado bombeado

fck=20MPA, inclusive

lançamento e adensamento

327,09 302,91 74138/2

Fonte: Planilha Orçamentária contratual da obra.

Tabela - UNV Pedro Carli

Planilha

verificada

Itens nos quais se

observou

inconsistência

Valor

constante da

planilha

orçamentária

contratual

(R$/m³)

Valor

verificado

para o item

no SINAPI

(R$/m³)

Código

SINAPI

verificado

Planilha de

referência

SINAPI

(mês/ano)

Implantação

estrutural

Concreto usinado

bombeado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

327,09 302,91 74138/2

08/2013

Módulo 09

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

**(retirar R$

31,97 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Módulo 02M

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

**(retirar R$

31,97 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Quadra

*Concreto usinado

fck=25MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

422,27

323,11

**(retirar R$

31,97 ref. ao

bombeamento)

74138/3

Implantação

hidráulica

Concreto usinado

bombeado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

327,09 302,91 74138/2

Fonte: Planilha Orçamentária contratual da obra.

40

Tabela - UNV Dilma Angélico

Planilha

verificada

Itens nos quais se

observou

inconsistência

Valor constante

da planilha

orçamentária

contratual

(R$/m³)

Valor

verificado

para o item

no SINAPI

(R$/m³)

Código

SINAPI

verificado

Planilha de

referência

SINAPI

(mês/ano)

Implantação

estrutural

Concreto usinado

bombeado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

327,90 302,91 74138/2

09/2013

Módulo 09)

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

*(retirar R$

32,05 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Módulo 02

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

*(retirar R$

32,05 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Ginásio

Concreto usinado

bombeado

fck=25MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

350,08 323,11

74138/3

Módulo 04

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

*(retirar R$

32,05 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Fonte: Planilha Orçamentária contratual da obra.

Tabela - UNV Jardim Canadá

Planilha

verificada

Itens nos quais se

observou

inconsistência

Valor constante

da planilha

orçamentária

contratual

(R$/m³)

Valor

verificado

para o item

no SINAPI

(R$/m³)

Código

SINAPI

verificado

Planilha de

referência

SINAPI

(mês/ano)

Módulo 09)

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

*(retirar R$

32,05 ref. ao

bombeamento)

74138/2

09/2013

Módulo 02

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

*(retirar R$

32,05 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Quadra

*Concreto usinado

fck=25MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

422,27

323,11

*(retirar R$

32,05 ref. ao

bombeamento)

74138/3

41

Fonte: Planilha Orçamentária contratual da obra.

Tabela - UNV José Marcondes Sobrinho

Planilha

verificada

Itens nos quais se

observou

inconsistência

Valor constante

da planilha

orçamentária

contratual

(R$/m³)

Valor

verificado

para o item

no SINAPI

(R$/m³)

Código

SINAPI

verificado

Planilha de

referência

SINAPI

(mês/ano)

Implantação

estrutural

Concreto usinado

bombeado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

327,90 302,91 74138/2

10/2013

Módulo 09)

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

*(retirar R$

32,23 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Módulo 04

*Concreto usinado

fck=20MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

401,15

302,91

*(retirar R$

32,23 ref. ao

bombeamento)

74138/2

Quadra

*Concreto usinado

fck=25MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

422,27

323,11

*(retirar R$

32,23 ref. ao

bombeamento)

74138/3

Implantação

hidráulica

Concreto usinado

bombeado

fck=30MPA,

inclusive lançamento

e adensamento

378,30 348,82 74138/4

Fonte: Planilha Orçamentária contratual da obra.

*Ressalte-se, conforme a planilha de referência de preços do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices

da Construção Civil – SINAPI para os meses em referência, para as composições de número 74137, aplicáveis

aos itens de concreto usinado fck=20MPA e fck=25MPA, inclusive lançamento e adensamento, consta a

informação: “composição a ser desativada”, com previsão de substituição pelas composições de número 74138.

No entanto, as composições 74138 incluem o serviço de bombeamento, não incluído nos itens assinalados com

*. Assim, do valor apontado nas colunas acima “Valor verificado para o item no SINAPI (R$/m³)”, deve ser

excluído o valor referente ao serviço de bombeamento. Para tanto, foi utilizado como parâmetro o item de número

25950 - SERVIÇO DE BOMBEAMENTO DE CONCRETO – constante da planilha de referência de preços do

SINAPI do mês 09/2013.

** Para os meses de agosto/2013 e outubro/2013 o valor previsto para o serviço de bombeamento, conforme

mencionado no parágrafo anterior, foi atualizado por meio do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

– IPCA, nos valores de 0,24 e 0,57, respectivamente.

Cabe destacar o Decreto federal nº 7.983, de 8 de abril de 2013, que trata da elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, que determina em seu art. 3º o que segue:

“Art. 3º - O custo global de referência de obras e serviços de engenharia, exceto os serviços e obras de infraestrutura de transporte, será obtido a partir das composições dos custos unitários previstas

42

no projeto que integra o edital de licitação, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes nos custos unitários de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - Sinapi, excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou que não possam ser considerados como de construção civil.”

O art. 16 do mesmo Decreto abrange a transferência de recursos federais a municípios:

“Art. 16. Para a realização de transferências a Estados, Distrito Federal e Municípios, os órgãos e entidades da administração pública federal somente poderão celebrar convênios, contratos de repasse, termos de compromisso ou instrumentos congêneres que contenham cláusula que obrigue o beneficiário ao cumprimento das normas deste Decreto nas licitações que realizar para a contratação de obras ou serviços de engenharia com os recursos transferidos.”

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“as planilhas orçamentárias das obras em referência (UNV Leni M. Jacob, UNV Pedro Carli,

UNV José Marcondes Sobrinho, UNV Jardim Canadá e UNV Dilma Angélico) têm seus custos

em conformidade com a Resolução Conjunta SEIL / PRED nº 005/2013 (ANEXO 10). Assim

sendo, os custos unitários dos serviços elencados e questionados nesse item obedecem

rigorosamente o contido nessa Resolução.

Cabe destacar que a SEIL - Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística, nos termos da

Lei Estadual nº 16.841, de 28 de junho de 2011, é o órgão estadual responsável pela emissão

das Tabelas de Referência de Custos, as quais estabelecem os custos estimados de acordo

com os valores referenciais, para as obras e serviços de edificações a serem contratados e

executados pelos órgãos da administração direta e autárquica do poder executivo do estado

do Paraná.

Cabe destacar também que os orçamentos elaborados pela Coordenação de Orçamentos -

COR/DEPO/SUDE apresentam serviços que não constam da mencionada tabela de

referência. Esses têm suas composições efetuadas pela COR/DEPO/SUDE, por profissionais

habilitados, obedecendo aos critérios estabelecidos nos artigos 2º, 3º e 4º da Resolução

Conjunta SEIL/PRED nº 005/2013 (ANEXO 10)”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno Além da legislação mencionada no campo “fato”, cabe destacar recentes decisões do Tribunal de Contas da União no sentido da obrigatoriedade do uso do SINAPI como referencial de preços em obras públicas custeadas direta ou indiretamente com recursos federais.

Acórdão TCU 1075/2015 - Plenário:

“Esclarece-se que a utilização do Sinapi pelo Tribunal, como sistema referencial de preços, decorre de reiteradas disposições contidas nas Leis de Diretrizes Orçamentárias recentes, cabendo ajustes e adequações conforme especificidades de cada obra em análise.”

Acórdão TCU 2158/2015 - Plenário:

43

“Sob outro aspecto, ressalte-se que desde 2004, anualmente, as Leis de Diretrizes Orçamentárias passaram a incluir dispositivo determinando que as obras públicas, custeadas direta ou indiretamente pela União, tivessem como teto dos custos unitários dos serviços os preços da mediana do Sinapi.”

Acórdão TCU 3121/2015 - 1ª Câmara:

“Como regra, a fixação de preços acima dos valores contidos no Sinapi é irregular. O TCU entende que são pertinentes ajustes nos referenciais de preços para considerar particularidades locais. Cabem aos gestores demonstrarem, de forma objetiva, os ajustes necessários.”

Assim, devem ser aplicados nas planilhas orçamentárias contratadas os valores previstos no banco de dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI.

Ressalte-se que a presente análise foi baseada em amostra, conforme percentuais constantes da tabela inicial deste apontamento e escopo estabelecido para o presente trabalho.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Rebaixamento do percentual de execução física da obra - Unidade nova Leni

Marlene Jacob

Fato

Conforme informação constante do Sistema Integrado de Monitoramento do Ministério da

Educação – SIMEC, consultado em 18 de março de 2016, a execução física da obra de

construção da Unidade Nova – Colégio Estadual Professora Leni Marlene Jacob, no município

de Guarapuava - PR, em 23 de abril de 2015, era de 58,49%. No entanto, para data posterior

a 13 de fevereiro de 2016, a mesma consulta informou percentual de execução física de

39,70%.

Observou-se no campo “Restrições e inconformidades” do SIMEC o registro datado de 11 de

agosto de 2015, o qual informou que “em decorrência do monitoramento realizado por meio

do Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação

(SIMEC) e de supervisão realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que

existe uma grande divergência entre o percentual de execução da obra informado em vistoria

pelo fiscal do Estado responsável pela obra (58,49%) e o da empresa de supervisão

(29,77%).”

44

Em 1º de julho de 2015 foi publicada no Diário Oficial do Paraná a Portaria nº 321/2015 –

DG/SEED, a qual designou novo fiscal de obra. Conforme registros constantes do SIMEC, o

novo fiscal realizou cinco vistorias, incluídas no SIMEC entre 07 de agosto de 2015 e 12 de

fevereiro de 2016.

Conforme a Ficha de Acompanhamento da obra, disponibilizada pela Superintendência de

Desenvolvimento Educacional - SEED/SUDE, impressa em 15 de março de 2016, os valores

pagos à empresa contratada, MI Construtora de Obras Ltda., CNPJ 07.475.058/0001-30,

totalizaram R$ 1.613.871,20, correspondente a 37,43% do valor total do contrato, R$

4.312.254,12.

Tendo em vista as informações constantes do SIMEC, no que se refere às vistorias realizadas

pelo fiscal da obra, observou-se que, de 07 de agosto de 2015 a 06 de abril de 2016, o

percentual de execução física da obra evoluiu somente 6,74%, percentual que denota execução

de obra em ritmo lento, fato que oportuniza a solicitação de reajustes e expõe a contratação à

eventual desequilíbrio econômico-financeiro.

Quanto ao percentual executado informado, de 39,70%, considerou-se coerente com os

serviços executados observados por ocasião da visita ao local da obra.

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“a obra da UNV Leni Marlene Jacob (Ficha de Acompanhamento SEED/SUDE ANEXO 1),

no município de Guarapuava, teve o percentual informado no SIMEC de 58,49%, acima do

efetivamente executado, procedimento ocorrido nessa obra, como em outras obras da

SEED/SUDE, fato que gerou abertura dos protocolados nº 13.607.024-0 e 13.756.817-9 que

tratam da instauração de sindicância a fim de apurar possíveis irregularidades detectadas

na obra (trâmites ANEXO 2). Em razão disso, a fiscalização à época foi demitida, bem como

foram exoneradas a Direção de Engenharia, Projetos e Orçamentos e a Superintendência da

SUDE/SEED. A obra em referência foi objeto também de análise do Tribunal de Contas do

Estado do Paraná, o qual se manifestou através dos Acórdãos nº 6114/15 e nº 6115/15

(ANEXO 3). Um novo fiscal foi designado para a obra, através da Portaria nº 321/2015 -

DG/SEED. A nova fiscalização procedeu medição minuciosa da obra, chegando ao

percentual efetivamente executado de 39,70%, na qual foram excluídos os serviços sem

condições de aceitação. Com isso, o SIMEC teve o percentual de execução corrigido,

permitindo, assim, as inserções de novas vistorias, de forma correta e de acordo com a

realidade”.

##/Fato##

2.2.2. Falhas construtivas na obra - Unidade nova Leni Marlene Jacob

Fato

Na vistoria realizada na obra em 30 de março de 2016, foram verificadas as seguintes

impropriedades:

1. Ausência de preparação do terreno para execução da obra:

A obra foi iniciada sem a devida preparação do terreno, tais como delimitações do perímetro

do terreno, conclusão da terraplenagem, e tratamento dos taludes.

Verificou-se que a delimitação dos fundos do terreno (que faz limite com o Parque das

Araucárias) não foi concluída em toda a sua extensão. Não houve delimitação no limite

esquerdo do terreno (que faz limite com uma área de preservação).

45

Com relação à terraplenagem, foram executados platôs ou nivelamento do terreno em três

níveis para execução das edificações, no entanto verificou-se que a execução da terraplenagem

restringiu-se ao mínimo necessário para implantação dos módulos em execução, restando

concluir a terraplenagem total do terreno, com áreas ainda a serem niveladas/aterradas e ou

cortadas. Não houve a estabilização dos taludes que formaram os platôs onde as obras estão

em execução, provocando, como consequência, erosões pluviais.

Foto – Limite do fundo do Terreno - Executado

parcialmente com muro de alvenaria, Guarapuava -

PR, 30 de março de 2016.

Foto – Lado esquerdo do terreno mostrando parte

da obra da quadra esportiva e o terreno sem

marcação de limite, Guarapuava - PR, 30 de março

de 2016.

Foto – Talude sem estabilização com erosão pluvial,

Guarapuava - PR, 30 de março de 2016.

Foto - A indicação delimitada pela elipse na foto

denota que não houve a devida terraplenagem do

terreno, com a execução do platô e talude

necessários para implantação, na cota mais alta, da

Casa do Zelador., Guarapuava - PR, 30 de março de

2016.

46

2. Baixa qualidade na execução da obra:

Paredes de alvenaria – Na execução das paredes de vedação de alvenaria de tijolos,

verificaram-se problemas no prumo das paredes, ocasionando paredes desalinhadas, assim

como execução de alvenarias com tijolos quebrados e sem a devida qualidade na aplicação da

argamassa no assentamento dos tijolos, inexistindo a mesma em alguns assentamentos.

Foto – Alvenaria ao lado da escada fora de prumo,

Guarapuava - PR, 30 de março de 2016. Foto – Alvenaria com tijolos quebrados e com

falhas e/ou ausência na aplicação de argamassa,

Guarapuava - PR, 30 de março de 2016.

3. Lajes Pré-Moldadas:

Laje de Forro: Na execução das lajes pré-moldadas verificou-se a baixa qualidade das vigotas

de concreto pré-moldado, que apresentaram imperfeições e/ou falhas na concretagem. A

colocação das vigotas também apresentou falhas, visto que muitas delas foram encaixadas de

forma desalinhada, o que ocasionou, inclusive, a quebra das pontas de apoio das mesmas. A

mão de obra empregada para execução do serviço também apresentou baixa qualidade, tendo

em vista a existência de lajotas quebradas e/ou desalinhadas assentadas entre as vigotas.

47

Foto - Vigotas pré-moldadas defeituosas,

Guarapuava - PR, 30 de março de 2016. Foto - Lajotas quebradas e assentadas em

desalinhamento em relação às vigotas pré-

moldadas, o que denota má qualidade do serviço,

Guarapuava - PR, 30 de março de 2016.

Laje de Piso: Na laje de piso no pavimento superior do Módulo 09 - Salas de Aulas constatou-

se a existência de diversas fissuras.

Foto - Fissuras na laje – Pavimento Superior - Salas

de Aula, Guarapuava - PR, 30 de março de 2016.

4. Vigas: Foram verificadas vigas de concreto deformadas com abaulamento.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“em relação aos quatro itens elencados no relatório da CGU sobre as falhas construtivas, as

mesmas serão levantadas "in loco" e suas correções farão parte da planilha de serviços a ser

providenciada para a contratação da retomada da obra pelo Estado, por meio de novo

procedimento licitatório, cujos trâmites serão iniciados tão logo concluídos os levantamentos

em andamento”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor manifestou concordância com os apontamentos efetuados, uma vez que se

prontificou a realizar as devidas correções na obra.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.3. Ausência de efetividade da obra - Unidade nova Leni Marlene Jacob

Fato

Na visita realizada ao local da obra, em 30 de março de 2016, verificou-se que se encontra

paralisada, não obstante o percentual de execução informado no SIMEC de 39,70%.

O contrato nº 0236/2014/GAS/SEED, firmado em 14 de abril de 2014 no âmbito do

procedimento licitatório Concorrência nº 077/2013, para execução da obra da Unidade Nova

48

– Colégio Estadual Professora Leni Marlene Jacob, no município de Guarapuava - PR,

apresentou o prazo de execução de trezentos e trinta dias e vigência de seiscentos e sessenta

dias corridos a partir da data da Ordem de Serviço, que consignou início das obras em 28 de

abril de 2014.

Conforme dados obtidos a partir de consulta ao SIMEC, a data de término do contrato é 03 de

fevereiro de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“considerando os dados produzidos pela fiscalização demitida, a empresa contratada nunca

cumpriu com o cronograma previsto para a obra, pois em visita ao estabelecimento de

averiguação de possíveis irregularidades, em 30 de abril de 2015, técnicos da SUDE

atestaram 21,74% de execução física.

Naquela data, a obra contava com 12 meses de execução, já excedendo em um mês o prazo

contratual e com liberação de faturas no montante de 67,28% do valor do contrato. A

contratada continuou trabalhando no local, mesmo com contrato expirado, atingindo o

percentual de execução de 39,70%, índice um pouco maior do que havia efetivamente

recebido até aquele momento.

Atingindo esse percentual e tendo a obra sido considerada irregular por órgãos de controle

do Estado, a contratada abandonou a obra, deixando o local apenas com monitoramento

eletrônico”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor, ao afirmar que a empresa contratada abandonou as obras, ratifica o

apontamento no sentido da ausência de efetividade da obra da Unidade Nova – Colégio

Estadual Professora Leni Marlene Jacob.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Rebaixamento do percentual de execução física da obra - Unidade nova Pedro

Carli

Fato

Conforme informação constante do Sistema Integrado de Monitoramento do Ministério da

Educação – SIMEC, consultado em 18 de março de 2016, a execução física da obra de

construção da Unidade Nova – Colégio Estadual Pedro Carli, no município de Guarapuava -

PR, em 24 de abril de 2015, era de 60,18%. No entanto, para data posterior a 13 de fevereiro

de 2016, a mesma consulta informou percentual de execução física de 40,96%.

Observou-se no campo “Restrições e inconformidades” do SIMEC o registro datado de 11 de

agosto de 2015, o qual informou “em decorrência do monitoramento realizado por meio do

Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e Controle do Ministério da Educação

(SIMEC) e de supervisão realizada por empresa contratada pelo FNDE, verificamos que

49

existe uma grande divergência entre o percentual de execução da obra informado em vistoria

pelo fiscal do Estado responsável pela obra (60,18%) e o da empresa de supervisão

(27,82%).”

Em 1º de julho de 2015 foi publicada no Diário Oficial do Paraná a Portaria nº 322/2015 –

DG/SEED, a qual designou novo fiscal de obra. Conforme registros constantes do SIMEC, o

novo fiscal realizou cinco vistorias, incluídas no SIMEC entre 21 de agosto de 2015 e 13 de

fevereiro de 2016.

Conforme a Ficha de Acompanhamento da obra, disponibilizada pela Superintendência de

Desenvolvimento Educacional – SEED/SUDE, impressa em 15 de março de 2016, os valores

pagos à empresa contratada, MI Construtora de Obras Ltda, CNPJ 07.475.058/0001-30,

totalizaram R$ 1.314.083,85, correspondente a 29,94% do valor total do contrato, R$

4.388.847,30.

Tendo em vista as informações constantes do SIMEC, no que se refere às vistorias realizadas

pelo fiscal da obra, observou-se que, de 07 de agosto de 2015 a 06 de abril de 2016, o

percentual de execução física da obra evoluiu somente 8,89%, percentual que denota execução

de obra em ritmo lento, fato que oportuniza a solicitação de reajustes e expõe a contratação à

eventual desequilíbrio econômico-financeiro.

Quanto ao percentual executado informado, de 40,96%, considerou-se coerente com os

serviços executados observados por ocasião da visita ao local da obra.

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“da mesma forma que a UNV Leni Marlene Jacob, a obra da UNV Pedro Carli (Ficha de

Acompanhamento SEED/SUDE - ANEXO 4), no município de Guarapuava, também teve o

percentual informado no SIMEC de 60,18%, acima do efetivamente executado, vindo a fazer

parte do conjunto de obras da SEED/SUDE objeto de averiguação, que neste caso ocorreu

através da abertura dos protocolados nº 13.606.976-4 e 13.756.817-9 que tratam da

instauração de sindicância a fim de apurar possíveis irregularidades detectadas na obra

(trâmites ANEXO 5). A fiscalização à época, assim como a Direção de Engenharia, Projetos

e Orçamentos e a Superintendência da SUDE/SEED, foi demitida. A obra em referência foi

objeto também de análise do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, o qual se manifestou

através dos Acórdãos nº 6114/15 e nº 6115/15 (ANEXO 3). Um novo fiscal foi designado,

através da Portaria nº 322/2015 - DG/SEED. A nova fiscalização procedeu medição

minuciosa da obra, chegando ao percentual efetivamente executado de 40,96%, o qual

também foi inserido no SIMEC para possibilitar as inserções de novas vistorias de forma

correta e que pudessem refletir a realidade”.

##/Fato##

2.2.5. Falhas construtivas na obra - Unidade nova Pedro Carli

Fato

Na vistoria realizada na obra em 29 de março de 2016, foram verificadas as seguintes

impropriedades:

1. Ausência de preparação do terreno para a execução da obra:

50

A obra foi iniciada sem a devida preparação do terreno, tais como drenagem da área alagada

situada no fundo do terreno (limite com a Área de Preservação do Arroio do Engenho),

conclusão da terraplenagem e tratamento dos taludes.

Com relação à terraplenagem foram executados platôs ou nivelamento do terreno em quatro

níveis para execução das edificações, no entanto verificou-se que a execução da terraplenagem

restringiu-se ao mínimo necessário para implantação dos módulos em execução, restando

concluir a terraplenagem total do terreno, com áreas ainda a serem niveladas/aterradas e ou

cortadas .

Não houve a estabilização dos taludes que formaram os platôs onde as obras estão em

execução, provocando, como consequência, erosões pluviais.

Foto – Talude sem estabilização com erosão

pluvial, Guarapuava - PR, 29 de março de 2016. Foto – Área alagada nos fundos do terreno,

Guarapuava - PR, 29 de março de 2016.

Foto - A indicação delimitada pela elipse na foto

denota que o terreno está na sua forma natural, ou

seja, não houve a devida terraplenagem, seja para

retirada de terra da cota mais alta indicada, ou para

a execução de platô e talude entre o nível mais alto

e o da implantação dos módulos 09 e 10.,

Guarapuava -PR, 29 de março de 2016.

2. Baixa qualidade na execução da obra:

51

Paredes de alvenaria - Na execução das paredes de vedação de alvenaria de tijolos, verificou-

se o assentamento de tijolos desalinhados, o que pode provocar problemas no prumo da

parede.

Foto – Assentamento de tijolos desalinhados,

Guarapuava - PR, 29 de março de 2016.

Estruturas Metálicas: Estruturas metálicas do telhado a ser executado no Módulo 05 –(Salas

de Aulas) empenadas e enferrujadas.

Foto – Estruturas metálicas empenadas e

enferrujadas, Guarapuava - PR, 29 de março de

2016.

Laje de piso - Na laje do piso do pavimento superior do Módulo 09 (Salas de Aulas) constatou-

se a existência de diversas fissuras.

52

Foto – Fissuras na laje – Pavimento Superior-Salas

de Aula, Guarapuava - PR, 29 de março de 2016.

Infiltrações

Verificou-se nos Módulos 2M e 05 diversas infiltrações nas lajes de forro, beirais e paredes

nos diversos espaços que constituem estes Módulos.

Foto – Infiltração na laje, Guarapuava - PR, 29 de

março de 2016. Foto – Infiltração no beiral, Guarapuava - PR, 29

de março de 2016.

53

Quadra Esportiva

Verificou-se infiltração na base de pilar de concreto da quadra esportiva.

Foto – Infiltração na base de pilar, Guarapuava -

PR, 29 de março de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“da mesma forma que na UNV Leni Marlene Jacob, as falhas construtivas serão levantadas

"in loco" e suas correções farão parte da planilha de serviços a ser providenciada para a

contratação da retomada da obra pelo Estado, também por meio de novo procedimento

licitatório, cujos trâmites serão iniciados tão logo concluídos os levantamentos em

andamento”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Foto – Infiltração na parede, Guarapuava - PR, 29 de

março de 2016. Foto – Infiltração na parede, Guarapuava - PR,

29 de março de 2016.

54

O gestor manifestou concordância com os apontamentos efetuados, uma vez que se

prontificou a realizar as devidas correções na obra.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.6. Ausência de efetividade da obra - Unidade nova Pedro Carli

Fato

Na visita realizada ao local da obra, em 30 de março de 2016, verificou-se que esta se encontra

paralisada, não obstante o percentual de execução informado no SIMEC de 40,96%.

O contrato nº 0242/2014/GAS/SEED, firmado em 14 de abril de 2014 no âmbito do

procedimento licitatório Concorrência nº 076/2013, para execução da obra da Unidade Nova

– Colégio Estadual Pedro Carli, no município de Guarapuava - PR, apresentou o prazo de

execução de trezentos e trinta dias e vigência de seiscentos e sessenta dias corridos a partir da

data da Ordem de Serviço, que consignou início das obras em 28 de abril de 2014.

Conforme dados obtidos a partir de consulta ao SIMEC, a data de término do contrato é 03 de

fevereiro de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“igualmente à UNV Leni Marlene Jacob, a empresa contratada nunca cumpriu com o

cronograma previsto para a obra, pois também em visita ao estabelecimento de averiguação

de possíveis irregularidades, em 30 de abril de 2015, técnicos da SUDE atestaram 17,70%

de execução física. Naquela data, a obra já contava com 12 meses de execução, também

excedendo em um mês o prazo contratual e com liberação de faturas no montante de 66,74%

do valor do contrato. A contratada continuou trabalhando no local, mesmo com contrato

expirado, até atingir o percentual de execução de 40,96%. Atingindo esse percentual e tendo

a obra sido considerada irregular por órgãos de controle do Estado, a contratada também

abandonou a obra, deixando o local apenas com monitoramento eletrônico”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor, ao afirmar que a empresa contratada abandonou as obras, ratifica o

apontamento no sentido da ausência de efetividade da Unidade Nova – Colégio Estadual Pedro

Carli.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Visita ao local das obras - Unidade nova José Marcondes Sobrinho

Fato

55

Em 31 de março de 2016, a equipe de fiscalização realizou visita à Unidade Nova José

Marcondes Sobrinho, executada no município de Laranjeiras do Sul - PR. A unidade apresenta

2.655,04m² de área construída, compostos por 14 salas de aula, salas para administração e

coordenação, biblioteca, laboratórios de informática e ciências, passarela coberta, quadra

coberta e casa para zelador.

A obra foi realizada pela empresa Largo Engenharia e Construção Civil Ltda., CNPJ nº

79.050.332/0001-30, no âmbito do procedimento licitatório Concorrência nº 078/2013 –

SEED/SUDE, conforme projeto arquitetônico apresentado. A construção apresenta boas

condições de materiais e acabamentos, exceto pelas observações apresentadas em registro

próprio deste relatório. Segundo informações constantes do Sistema Integrado de

Monitoramento do Ministério da Educação – SIMEC, a execução física do contrato totaliza

100%, não obstante tenham sido observados serviços pendentes de execução por ocasião da

visita à obra.

A unidade ainda não iniciou as atividades previstas. Conforme dados extraídos do SIMEC a

data do término do contrato é 05 de fevereiro de 2016.

Foto – Vista da fachada frontal, Laranjeiras do Sul -

PR, 31 de março de 2016. Foto – Vista do terreno e edificações, Laranjeiras do

Sul - PR, 31 de março de 2016.

Foto – Vista da quadra coberta, Laranjeiras do Sul -

PR, 31 de março de 2016. Foto – Vista do interior de laboratório, Laranjeiras

do Sul - PR, 31 de março de 2016.

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“a obra não está em uso, pois falta finalizar os serviços internos relativos à ligação de energia

definitiva, cujos serviços externos foram realizados pela Copel em 17/02/2016. A empresa

56

não retornou para finalizar a ligação, em razão de não ter recebido, até a presente data,

resposta do Estado quanto ao seu pedido de prorrogação de prazos e aditivos de serviços,

bem como em virtude da pendência de pagamento de faturas relativas ao percentual de

recursos federais (parcelas 9 e 10- Protocolos 13.423.415-6 e 13.432.985.8), conforme Ficha

de Acompanhamento SEED/SUDE (ANEXO 6).”

##/Fato##

2.2.8. Falhas construtivas observadas na obra - Unidade nova José Marcondes

Sobrinho

Fato

Na vistoria realizada no local da obra, em 31 de março de 2016, foram verificadas:

Existência de infiltrações nas paredes internas - Face –Avenida das Torres dos módulos 09 e

04 (Salas de Aulas) e fissuras nas pinturas das paredes do módulo 04 (Salas de aulas) e no

módulo 07 (Laboratório).

Foto – Vista da parede contendo infiltração,

Laranjeiras do Sul - PR, 31 de março de 2016. Foto – Vista da parede contendo fissura na pintura,

Laranjeiras do Sul - PR, 31 de março de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“as falhas apontadas do relatório da CGU referentes à obra da UNV José Marcondes

Sobrinho, no município de Laranjeiras do Sul, correspondem a problemas técnicos

aparentemente simples. Assim, a empresa contratada, que já retornou ao local para solução

de outras pequenas pendências, após tomar ciência, comprometeu-se a retornar de imediato

para solucionar os vícios construtivos elencados”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor manifestou concordância com os apontamentos efetuados, uma vez que se

prontificou a providenciar as devidas correções na obra.

57

##/AnaliseControleInterno##

2.2.9. Pendências de execução na obra - Unidade nova José Marcondes Sobrinho

Fato

Verificou-se que, segundo informações constantes do Sistema Integrado de Monitoramento

do Ministério da Educação – SIMEC, a execução física do contrato totaliza 100%, não

obstante tenham sido observados serviços pendentes de execução por ocasião da visita à obra.

Conforme a Informação nº 009/2016 – NRE Laranjeiras do Sul/Engenharia, datada de 18 de

fevereiro de 2016, “a obra está em fase de conclusão, restando apenas a ligação definitiva da

entrada de energia e o corte da rede de energia provisória, instalada para execução da obra,

a qual depende diretamente da execução da extensão de rede pela COPEL.”

Da fiscalização realizada verificou-se que as edificações constantes no projeto de implantação

da escola foram construídas. A planilha orçamentária contendo a última medição atualizada,

com a conclusão da obra, foi solicitada ao gestor, no entanto não foi disponibilizada, fato que

prejudicou a conferência de itens de materiais e serviços empregados na obra, por ocasião da

visita ao local. Cabe ressaltar que, por meio de consulta ao SIMEC, verificou-se que houve

substituição do fiscal da obra durante sua execução.

Não foi apresentado termo de recebimento provisório ou definitivo da obra.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“o objeto da contratação foi entregue na sua totalidade, conforme constatado pela própria

CGU. Conforme resposta ao item 6, constam pendentes apenas os serviços internos da

ligação de energia definitiva.

Quanto à substituição de fiscal da obra, a mesma ocorreu em virtude da demissão do fiscal

nomeado quando do início da obra.

Quanto ao recebimento efetivo da obra, o mesmo será possível assim que as pendências da

entrada de energia forem sanadas. Ato contínuo, torna-se formal o termo de recebimento

provisório e, no prazo estimado de 90 dias, deve-se assinar o termo de recebimento definitivo,

conforme estabelecido na Resolução N°032/2011-SEIL - Condições Gerais de Contrato –

Condição Geral nº 16 - Do Recebimento (ANEXO 7)”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O gestor manifestou concordância com os apontamentos efetuados, uma vez que informou

que constam pendentes serviços de ligação de energia e posterior entrega definitiva da obra.

##/AnaliseControleInterno##

58

2.2.10. Alteração de serviços contratados sem formalização de termo aditivo - Unidade

nova José Marcondes Sobrinho

Fato

De acordo com a Informação nº 009/2016 – NRE Laranjeiras do Sul/Engenharia, datada de

18 de fevereiro de 2016, “existem itens contratados que não foram executados, como um

reservatório metálico e seus complementos (fundação, rede hidráulica, etc), um guichê de

atendimento localizado na secretaria escolar e o sistema de tratamento de esgoto autônomo.

No entanto, a empresa executou itens semelhantes, compensando a não execução dos mesmos.

Para tal, há um pedido de aditivo de serviços considerando a glosa destes serviços não

executado, sob nº 213.300.446-7.”

Tendo em vista que, conforme informado no SIMEC, a obra está concluída e até o momento

não houve formalização de Termo Aditivo contratual, conclui-se que as alterações de serviços

foram realizadas em desacordo com a planilha orçamentária contratada.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“durante a execução da obra foi detectada a necessidade de substituição de serviços e

execução de serviços adicionais, cujo pedido tramita no protocolo nº 13.300.446-7, aberto

em 13/08/2014, até a presente data sem análise conclusiva do mérito pela PGE.

A Diretoria anterior, da qual fazia parte o fiscal demitido, tinha como prática autorizar as

alterações de serviços e/ou serviços adicionais assim que a contratada oficializava através

de protocolado seu pedido, sem aguardar a formalização de aditivo contratual, que nesse

caso não chegou a ocorrer”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A manifestação do gestor, no sentido de que foram autorizadas alterações de serviços e/ou

serviços adicionais sem a formalização de aditivo contratual, ratifica o presente apontamento.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.11. Visita ao local da obra - Unidade nova Jardim Canadá

Fato

Quanto à construção da Unidade Nova Jardim Canadá, com 2.570,48 m² de área construída,

localizada na Rua Aquivino Massochin, S/Nº, no município de Cascavel - PR, o valor de

transferência federal previsto no PAR nº 9543/2013 era de R$ 3.083.592,99.

A Secretaria de Estado da Educação – SEED/PR, objetivando a execução das obras e serviços

de engenharia relativos à construção da referida unidade educacional, celebrou, no dia 16 de

abril de 2014, o Contrato nº 294/2014 GAS/SEED com a empresa Largo Engenharia e

59

Construção Civil Ltda. – EPP, CNPJ nº 79.050.332,0001-30, selecionada por meio da

Concorrência Pública nº 074/2013.

O preço máximo da contratação, estabelecido pelo Edital da Licitação, foi de R$ 4.555.331,68

(59,91% referente aos materiais e 40,09% referente à mão de obra), sendo R$ 1.471.738,69

(32,31%) de Recurso Estadual e R$ 3.083.592,99 (67,69%) de Recurso Federal, em acordo

com o Termo de Compromisso PAR 9543/2013.

O valor do contrato celebrado com a Largo Engenharia foi de R$ 3.484.008,76, mantendo-se

os percentuais previstos no edital em relação aos materiais e à mão de obra.

Ou seja, a contratada concedeu um desconto linear de 23,52% sobre o valor de referência

estabelecido no edital para vencer a licitação.

O prazo inicialmente estabelecido para execução da obra foi de 330 dias corridos e a vigência

do contrato, de 660 dias corridos da data de aceite da Ordem de Serviço, emitida no dia 05 de

maio de 2014.

Ou seja, o prazo inicialmente estabelecido para execução dos serviços encerrou-se no dia 31

de março de 2015 e o prazo de vigência do contrato no dia 24 de fevereiro de 2016.

Contudo, por meio do primeiro Termo Aditivo, celebrado no dia 13 de janeiro de 2016, houve

a prorrogação do prazo de execução dos serviços em mais 90 dias corridos a partir da

celebração do Aditivo. Já o prazo de vigência do contrato foi acrescido de 180 dias contados

do dia seguinte ao termino do prazo de execução dos serviços.

Dessa forma, o prazo final estabelecido para execução dos serviços encerrou-se no dia 12 de

abril de 2016 e o prazo final de vigência do contrato se encerrará no dia 09 de outubro de

2016.

A contratada prestou garantia no valor de R$ 174.200,43, correspondentes a 5% do valor do

contrato.

O Fiscal atualmente responsável pela obra, Engenheiro Civil A. S., CREA-PR 116349/D, foi

nomeado pela Portaria nº 740/2015 – DG/SEED, de 19 de outubro de 2015, publicada no

Diário Oficial do Estado do dia 26 de outubro de 2015.

Por meio dos Boletins de Medição e das Fichas de Acompanhamento da Obra, observou-se

que a SEED/PR considerou, do valor total contratado, R$ 3.083.593,51 como parcela de

contribuição Federal e R$ 400.415,25 como parcela de contribuição Estadual, em uma relação

de 88,50% de recursos federais e 11,50% de recursos estaduais.

Até a data da fiscalização da CGU foram realizadas 10 medições na obra. Segundo a última

Ficha de Acompanhamento, emitida pela Superintendência de Desenvolvimento Educacional

– SEED/SUDE no dia 16 de novembro de 2015, a empresa contratada já teria recebido os

seguintes valores:

Tabela – Valores recebidos pela empresa contratada

Medição Nota Fiscal

correspondente

Data da

emissão

Valor Bruto

(R$)

Data do

Pagamento

Origem do

Recurso

1ª 93 26/05/2014 146.683,24 14/07/2014 Federal

2ª 94 10/06/2014 92.896,34 16/07/2014 Estadual

2ª 95 10/06/2014 109.420,52 01/08/2014 Federal

3ª 98 07/07/2014 12.813,29 11/08/2014 Estadual

3ª 99 07/07/2014 236.101,29 01/08/2014 Federal

4ª 102 18/07/2014 12.813,29 13/08/2014 Estadual

60

4ª 103 18/07/2014 273.975,19 14/08/2014 Federal

5ª 106 08/08/2014 12.813,29 17/10/2014 Estadual

5ª 107 08/08/2014 166.301,15 11/11/2014 Federal

6ª 111 22/08/2014 414.456,08 24/11/2014 Federal

6ª 112 22/08/2014 12.813,29 01/05/2015 Estadual

7ª 121 26/09/2014 12.813,29 01/05/2015 Estadual

7ª 122 26/09/2014 381.992,40 24/11/2014 Federal

8ª 125 20/10/2014 12.813,29 01/05/2015 Estadual

8ª 126 20/10/2014 464.376,81 24/03/2015 Federal

9ª 130 10/11/2014 12.813,29 01/05/2015 Estadual

9ª 131 10/11/2014 394.990,62 - Federal

10ª 136 28/11/2014 142.948,24 01/05/2015 Estadual

10ª 137 28/11/2014 238.423,71 - Federal

Total 2.518.844,29

Fonte: Ficha de Acompanhamento, emitida pela Superintendência de Desenvolvimento Educacional –

SEED/SUDE no dia 16 de novembro de 2015.

Observa-se que até a data da fiscalização ocorreram pagamentos para a contratada no valor

total de R$ 2.518.844,29, correspondentes a 72,30% do valor da obra.

Registre-se, também, que a obra está concluída e que foi entregue provisoriamente à

SEED/SUDE, conforme Termo à Comissão de Recebimento lavrado no dia 29 de setembro

de 2015.

Dos R$ 2.518.844,29 pagos à empresa contratada, R$ 2.193.306,68 tiveram origem federal e

R$ 325.537,61 foram de origem estadual.

Ou seja, dos R$ 3.484.008,76 pactuados com a contratada restam ainda em aberto R$

965.164,47, sendo R$ 890.286,92 de responsabilidade do FNDE e R$ 74.877,55 de

responsabilidade do Estado do Paraná.

Conforme relato do Engenheiro Fiscal que acompanhou a inspeção física, a obra ainda não foi

entregue definitivamente pela construtora à SEED/PR por haver ainda pagamentos pendentes,

inclusive em relação a serviços que foram realizados pela contratada e que não constavam da

licitação, em especial em relação à necessidade de construção de um muro de arrimo nos

fundos do colégio onde, no projeto, estava previsto um muro de alvenaria comum.

Foto – Entrada da Escola, Cascavel – PR, 30 de

março de 2016.

Foto – Bicicletário, Cascavel – PR, 30 de março

de 2016.

61

Foto – Rampa de Acessibilidade, Cascavel – PR, 30

de março de 2016.

Foto – Passarela, Cascavel – PR, 30 de março de

2016.

Foto – Laboratório de Ciências, Cascavel – PR, 30 de

março de 2016.

Foto – Sala de Informática, Cascavel – PR, 30 de

março de 2016.

Foto – Sala de Aula, Cascavel – PR, 30 de março de

2016.

Foto – Sala de Aula, Cascavel – PR, 30 de março

de 2016.

62

Foto – Área Externa/Casa do Zelador, Cascavel – PR,

30 de março de 2016.

Foto – Quadra Esportiva, Cascavel – PR, 30 de

março de 2016.

##/Fato##

2.2.12. Ausência de efetividade - Unidade nova Jardim Canadá

Fato

Na visita realizada no local da obra, em 30 de março de 2016, verificou-se que a Unidade

Educacional Jardim Canadá está concluída, contudo ainda não foi entregue pela

Superintendência de Desenvolvimento Educacional – SEED/SUDE para a utilização da

população.

Foto – Fachada da UNV Jardim Canadá, Cascavel –

PR, 30 de março de 2016.

Foto – Pátio da UNV Jardim Canadá, Cascavel – PR,

30 de março de 2016.

Por meio da lavratura do Termo de Recebimento, em 29 de setembro de 2015, a obra foi

recebida provisoriamente pela SEED/SUDE. No referido Termo, a Comissão de Recebimento

da Superintendência de Desenvolvimento Educacional declarou que os serviços executados

estavam de acordo com as cláusulas contratuais avençadas.

Registre-se, ainda, que a obra foi alvo de diversas depredações e furtos de materiais, pela

ausência de utilização e de vigilância no local.

63

Foto – Porta arrombada - UNV Jardim Canadá,

Cascavel – PR, 30 de março de 2016.

Foto – Depredações - UNV Jardim Canadá, Cascavel

– PR, 30 de março de 2016.

Foto – Torneiras quebradas/furtadas - UNV Jardim

Canadá, Cascavel – PR, 30 de março de 2016.

Foto – Porta arrombada - UNV Jardim Canadá,

Cascavel – PR, 30 de março de 2016.

Foto – Depredações - UNV Jardim Canadá, Cascavel

– PR, 30 de março de 2016.

Foto – Extintor furtado - UNV Jardim Canadá,

Cascavel – PR, 30 de março de 2016.

Foto – Depredações - UNV Jardim Canadá, Cascavel

– PR, 30 de março de 2016.

Foto – Torneiras furtadas - UNV Jardim Canadá,

Cascavel – PR, 30 de março de 2016.

64

Devido às invasões e depredações ao empreendimento, parte do telhado do módulo da

administração foi danificado, resultando em infiltração e danificação do forro e de uma das

paredes da unidade.

Foto – Infiltração - UNV Jardim Canadá, Cascavel –

PR, 30 de março de 2016.

Diante disso, entende-se que a Unidade Educacional já poderia ser utilizada pela população

durante o calendário escolar de 2016, todavia, observou-se que a Secretaria de Estado da

Educação ainda não providenciou o mobiliário e os equipamentos necessários à plena

utilização da Unidade.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2015, a Secretaria de Estado

da Educação - SEED, do Governo do Paraná, encaminhou a Informação Técnica nº 08/2016,

emitida pela Auditoria Interna da SEED, contendo a seguinte manifestação:

“14. Ausência de efetividade - UNV Jardim Canadá

O termo de recebimento provisório da obra em tela (ANEXO 12) foi emitido e assinado

parcialmente (ainda não formalizado por não ter a assinatura da SEED/SUDE), com o

objetivo de integrar a documentação necessária à emissão da última fatura da respectiva

obra, fato que ainda não ocorreu até a presente data, em razão da pendência de pagamento

de parcelas relativas ao percentual de recursos federais (parcelas 9 e 10 - Protocolos

13.410.455-4 e 13.433.394-4 - Ficha de Acompanhamento SEED/SUDE (ANEXO 13) e da

solicitação pela empresa de aditivo de prazos e de serviços adicionais, protocolada em

13/08/2014, sob o nº 13.300.419-0. A deliberação desse pedido ocorreu apenas em

13/01/2016, especificamente com a análise do pedido de prazo (cópia ANEXO 14). Durante

o lapso temporal ocorrido entre o pedido e a concessão, a empresa considerando a

proximidade do fim do prazo de execução (31/03/2015), por sua iniciativa, deliberou pela

continuidade da obra, executando inclusive serviços adicionais considerados necessários e

essenciais para a conclusão da obra e a plena utilização ao fim a que se destina.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

65

O Termo de Recebimento provisório, de 29 de setembro de 2015, apesar de não estar assinado

pelo coordenador da SEED/SUDE, foi subscrito pelos membros da Comissão de Recebimento

da Obra, composta pelo fiscal da SEED/SUDE, pela Chefe e pelo responsável técnico do

Núcleo Regional de Educação – Cascavel, além de estar assinado, também, pelo representante

da empresa contratada.

Note-se que a visita realizada ao local da obra ocorreu em 30 de março de 2016, ou seja, mais

de 6 meses depois da do recebimento provisório da obra.

A Lei de Licitações estabelece que o intervalo temporal entre o recebimento provisório e o

definitivo deve ser, tão somente, aquele necessário à observação ou à realização de vistoria

que comprove a adequação do objeto aos termos contratuais (art. 73).

Consta do referido termo de recebimento provisório que os serviços executados pela

contratada estão de acordo com as cláusulas contratuais avençadas, ou seja, a execução física

do contrato foi satisfatória.

Desse modo, entende-se que eventuais pendências relacionadas à execução financeira do

contrato não podem servir de fundamento para a não utilização imediata do objeto, haja vista,

inclusive, a supremacia do interesse público sobre o privado e a inafastabilidade da jurisdição

para a resolução, a seu tempo, das possíveis controvérsias subsistentes.

Ressalte-se, ainda, que a obra está sendo alvo de depredações e furtos de materiais, fato não

contestado pelo gestor e que denota ausência de vigilância e conservação, o que reforça a

necessidade de imediata utilização do empreendimento pela população. ##/AnaliseControleInterno##

2.2.13. Informações gerais - Unidade nova Dilma Angélico

Fato

O Colégio Estadual Dilma Krohling Angélico situa-se em Catanduvas - PR, na Rua D. Pedro

II, nº 745.

Conforme Alvará de Construção expedido pela Prefeitura do referido município, a unidade

possui 2.746,06 m² de área construída, compostas pelos seguintes espaços:

- Módulo 01 – Administração;

- Módulo 02 – Serviços Gerais;

- Módulo 04 – 2 Salas de Aula;

- Módulo 06 – Biblioteca e Laboratório de Informática;

- Módulo 07 – Sala de Uso Múltiplo e Laboratório;

- Módulo 09 – 8 Salas de Aula (2 pavimentos);

- Módulo 10 – Circulação, Escada e banheiros (2 pavimentos);

- Rampa 01;

- Passarela;

- Casa do Zelador;

- Ginásio.

A empresa PPN Construções Ltda. – EPP, CNPJ nº 80.303.761/0001-51, vencedora do

Procedimento Licitatório CP nº 075/2013, tipo menor preço, pelo valor de R$ 3.518.379,25,

foi responsável pela execução do objeto. O certame deu-se no âmbito do Plano de Ações

Articuladas – PAR nº 9543/2013.

Em 15 de abril de 2014, foi celebrado o Contrato no 0255/2014 – GAS/SEED, entre a

Secretaria de Estado da Educação – SEED e a Empresa PPN Construções Ltda. – EPP. A

66

seguir, em 13 de janeiro de 2015, ocorreu o 1o Termo Aditivo de prazo; em 17 de agosto de

2015, deu-se o 2o Termo Aditivo para alteração do prazo de execução dos serviços;

novamente, em 27 de janeiro de 2016, houve a edição do 3o Termo Aditivo para prorrogação

do prazo do Contrato em questão.

Da análise dos documentos disponibilizados, verificou-se, por meio do Relatório de Vistoria

de Obras e/ou Serviços no 11, de 26 de agosto de 2016, que a obra encontra-se 97,17%

concluída, conforme tratado nos itens que se referem à inspeção física e à infraestrutura

inadequada do Colégio.

Quanto à execução financeira, de acordo com os documentos disponibilizados, até o momento

da fiscalização foram realizadas 16 medições na obra. Por meio do exame das medições

disponibilizadas, bem como da última Ficha de Acompanhamento emitida pela

Superintendência de Desenvolvimento Educacional – SEED/SUDE em 15 de março de 2016,

a empresa contratada recebeu o montante de R$ 1.209.101,96, ou seja, foram realizados

apenas 34,37% dos pagamentos devidos à empresa construtora. Consta das observações do

mencionado relatório, que o Engenheiro Fiscal atualmente responsável pela obra, CREA-PR

nº 116349/D, foi nomeado pela Portaria no 283/2015 – DG/SEED, de 24 de junho de 2015, e

que no momento da vistoria faltavam pequenas pendências a serem solucionadas, bem como

alguns detalhes executivos a serem finalizados.

Foi informado, ainda, que seriam atestadas as faturas de medição de nos 11 a 16 e que a obra

estava dentro do prazo de execução, com vencimento em 17 de setembro de 2015, sendo a

vigência contratual válida até 14 de maio de 2016.

Cumpre observar que de acordo com a consulta realizada ao SIMEC, em 14/03/2016, a

situação atual da obra é concluída.

##/Fato##

2.2.14. Inspeção física da obra - Unidade nova Dilma Angélico

Fato

A visita ao Colégio Estadual Dilma Krohling Angélico, situado em Catanduvas - PR, na Rua

D. Pedro II, nº 745, ocorreu em 31 de março de 2016.

De acordo com o último Relatório de Medição disponibilizado, o qual se refere desde a 11a

até 16a medição, a obra está 97,17% concluída.

Contudo, a Escola é utilizada pela comunidade e as aulas têm ocorrido normalmente desde o

início do ano letivo de 2016, mesmo sem a infraestrutura adequada em algumas áreas.

Conforme relato do Engenheiro Fiscal que acompanhou a inspeção física, a obra não foi

formalmente entregue à Secretaria de Educação, assim como não há termo de recebimento

oficial do empreendimento dentre os documentos analisados.

67

Foto – Entrada da Escola, Catanduvas – PR, 31 de

março de 2016.

Foto – Bicicletário, Catanduvas – PR, 31 de março

de 2016.

Foto – Rampa de Acessibilidade, Catanduvas – PR,

31 de março de 2016.

Foto – Laboratório de Informática, Catanduvas –

PR, 31 de março de 2016.

Foto – Área Externa/Casa do Zelador, Catanduvas –

PR, 31 de março de 2016.

Foto – Área Externa/Cantina, Catanduvas – PR, 31

de março de 2016.

68

Foto – Área Externa/Quadra Esportiva, Catanduvas

– PR, 31 de março de 2016.

Foto – Quadra Esportiva, Catanduvas – PR, 31 de

março de 2016.

##/Fato##

2.2.15. Infraestrutura inadequada para o funcionamento da Escola - Unidade nova

Dilma Angélico

Fato

O Colégio Estadual Dilma Krohling Angélico encontra-se em funcionamento. Contudo, a

infraestrutura está inadequada para que as atividades escolares sejam realizadas em segurança

tanto para os funcionários quanto para os alunos.

Durante a visita, verificou-se que os botijões de gás P45 não foram instalados pela contratada

na central de gás. Para suprir tal falta, os responsáveis pelo colégio instalaram, de forma

precária e irregular, dois botijões de gás P13 dentro da cozinha, embaixo do fogão.

Questionados, os funcionários do estabelecimento de ensino bem como o Engenheiro que

acompanhou a Equipe de Fiscalização, relataram que a construtora não entregou o material,

tendo em vista que, apesar de ter finalizado a obra, ainda não recebeu todos os pagamentos e,

portanto, não fez a entrega oficial do empreendimento.

A partir da verificação de tal irregularidade, conclui-se que a obra não recebeu a vistoria prévia

do Corpo de Bombeiros antes de iniciar suas atividades.

Verificou-se, também, que as salas de aula não possuem cortinas, mas apenas papéis

improvisados nas janelas, os quais não impedem a entrada excessiva de sol e não protegem os

alunos do calor.

Ademais, as janelas não podem ser abertas, em razão da colocação dos papéis, o que não

permite a circulação do ar. Ou seja, as condições existentes no ambiente são propícias à

propagação de doenças.

69

Foto – Cozinha com botijões de gás instalados em

local inapropriado, Catanduvas – PR, 31 de março

de 2016.

Foto – Botijões de gás instalados em local

inapropriado, Catanduvas – PR, 31 de março de

2016.

Foto – Espaço destinado aos botijões de gás,

Catanduvas – PR, 31 de março de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o Gestor apresentou a

seguinte manifestação:

“Conforme resposta anterior, em razão da não formalização do recebimento provisório,

ainda existem pequenos vícios construtivos (correções de pintura, goteiras na cobertura,

substituição de reatores em luminárias, etc.) a serem sanados pela contratada, além da

entrega dos 04 cilindros de gás P45, previstos em contrato, item que vem resolver a pendência

apontada pela CGU. Quanto à falta de cortinas nas salas de aula, tal demanda será

encaminhada à SUDE/DILOG para atendimento.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os argumentos apresentados pelo gestor são pertinentes quanto ao fato de não ter havido o

recebimento formal da obra. Contudo, não justificam o problema existente, visto que a

infraestrutura encontrada no local é inadequada para o desenvolvimento das atividades

70

escolares, apresentando riscos para os alunos e funcionários. Ressalta-se o fato de que houve

anuência da SEED para o funcionamento do Colégio, mesmo que em condições precárias.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.16. Efetividade parcialmente atingida - Unidade nova Dilma Angélico

Fato

Embora não tenha ocorrido o recebimento oficial da obra, houve autorização, por parte da

SEED, para o funcionamento do Colégio Estadual Dilma Krohling Angélico, o que faz com

que exista efetividade parcial do Programa Governamental no caso desse empreendimento.

Entende-se parcial, uma vez que apesar de a comunidade estar usufruindo dos serviços

prestados pela Escola, inclusive em relação ao Programa Leite das Crianças, não foram

cumpridas todas as etapas para que isso se tornasse possível.

Da mesma forma, não há a segurança necessária para a realização das atividades escolares, o

que coloca em risco a vida tanto dos funcionários quanto dos alunos, visto que a cozinha

funciona de maneira irregular.

Ressalta-se que dentre os documentos analisados não foi identificada autorização formal para

o início das atividades escolares no Colégio Estadual Dilma Krohling Angélico. Ou seja, a

ocupação da Escola deu-se a título precário, tanto do ponto de vista jurídico quanto técnico.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o Gestor apresentou a

seguinte manifestação:

“Quanto aos aspectos técnicos, para utilização da edificação deve ocorrer o atingimento do

percentual físico de 100% do objeto, o cumprimento de todos os quesitos técnicos que

permitem o recebimento provisório e sua respectiva formalização. Com relação à utilização

antecipada do prédio da UNV CE Dilma Angélico, a mesma ocorreu fundamentada em

necessidade constatada pelo Núcleo Regional de Cascavel/NRE e não por liberação esta

Diretoria.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os argumentos apresentados pelo gestor não justificam o fato de ter havido a anuência da

SEED para o funcionamento do Colégio sem as devidas formalizações legais, especialmente

quanto à vistoria que dá origem ao termo de recebimento da obra e garante a segurança do

empreendimento. A utilização antecipada do prédio da UNV CE Dilma Angélico se deu de

forma irregular e seu funcionamento expõe os alunos e funcionários a riscos desnecessários,

tendo em vista as irregularidades encontradas no local.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.17. Celebração de contrato com regime de execução diferente do estabelecido no

edital da licitação

Fato

71

Nas contratações referentes às obras relacionadas - UNV Leni Marlene Jacob, UNV Pedro

Carli, UNV José Marcondes Sobrinho, UNV Jardim Canadá, UNV Dilma Angélico - foi

observada a impropriedade a seguir exposta:

Observou-se divergência entre a previsão constante dos editais dos respectivos processos

licitatórios e seus contratos correspondentes, quanto ao regime de execução previsto para as

obras e aquele efetivamente contratado, conforme cláusula sexta dos instrumentos contratuais,

conforme segue:

Quadro - Dados das contratações:

Obra Procedimento

licitatório Empresa contratada

Instrumento

contratual

UNV Leni Marlene

Jacob

Concorrência Pública

nº 077/2013 M.I. Construtora de Obras Ltda.

0236/2014 -

GAS/SEED

UNV Pedro Carli Concorrência Pública

nº 076/2013 M.I. Construtora de Obras Ltda.

0242/2014 -

GAS/SEED

UNV José

Marcondes Sobrinho

Concorrência Pública

nº 078/2013

Largo Engenharia e Construção

Civil Ltda.

0273/2014 -

GAS/SEED

UNV Jardim Canadá Concorrência Pública

nº 074/2013

Largo Engenharia e Construção

Civil Ltda.

0294/2014 -

GAS/SEED

UNV Dilma

Angélico

Concorrência Pública

nº 075/2013 PPN Construções Ltda. – EPP

0255/2014 –

GAS/SEED

Fonte: Documentação referente às contratações em referência.

Nos editais citados foi estabelecida a contratação do tipo “Menor Preço”, em regime de

empreitada por preço global; nos contratos firmados entre a Secretaria de Estado da Educação

– SEED e as empresas relacionadas foi estabelecido o regime de execução por preço unitário.

Destaca-se que a divergência evidenciada entre a redação dos editais e dos contratos firmados

infringe o princípio da vinculação ao instrumento convocatório, previsto no art. 3º da Lei nº

8.666, de 21 de junho de 1993.

Conforme se extrai da Lei de Licitações, artigos 54, § 1º e 55, XI, nenhuma cláusula poderá

ser acrescentada ao contrato, contendo disposição não prevista na licitação, sob pena de

nulidade do acordo, por prejudicar os demais licitantes.

Cabe ressaltar que, posteriormente, houve alteração no regime de execução dos contratos em

referência por meio de apostilamentos, alterando a redação da cláusula sexta dos documentos

com a substituição do termo “preço unitário” para “preço global”.

No entanto, a realização da alteração por meio de apostilamento não elide a impropriedade

inicial, visto que a existência de divergência entre o regime de execução previsto nos editais

e o efetivamente contratado pode ter sido prejudicial às demais propostas apresentadas nos

certames licitatórios.

Ademais, o apostilamento não é instrumento jurídico adequado para proceder à alteração

contratual pretendida.

Conforme determina a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, § 8º, artigo 65, o apostilamento

pode ser utilizado apenas nos seguintes casos:

- Variação do valor contratual decorrente de reajuste previsto no contrato;

72

- Atualizações, compensações ou penalizações financeiras decorrentes das condições de

pagamento previstas no contrato;

- Empenho de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido.

Ou seja, o apostilamento pode ser utilizado apenas para registros que não caracterizem

alterações do contrato, dispensando, dessa forma, a celebração de aditivo.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 892/2016 – GS/SEED, de 20 de maio de 2016, o gestor informou que

“no momento da formalização dos contratos referentes às obras analisadas pela CGU não

foi observado pela equipe do Grupo Administrativo Setorial GAS/SEED que o Edital definia

que o regime de execução das empreitadas era pelo preço global e que na ânsia de formalizar

os contratos com a maior brevidade possível foram digitados a partir de outros contratos

onde o regime de execução era o preço unitário, ou seja, não foi realizada a conferência ao

edital havendo uma "falha operacional" no momento da digitação e conferência dos

contratos. Após este "erro" as conferências passaram a ser minuciosas a fim de se evitar

novas ocorrências.

Contudo, no intuito de sanar o "erro" foram realizados apostilamentos aos contratos em

comento, pois o entendimento era de que não alteraria o valor do ajuste tampouco haveria

implicação em sua execução, haja vista que as empresas contratadas apresentaram propostas

(planilhas de custos) para a execução dos serviços com base no que estabelecia o Edital de

Licitação.

Assim, resta claro que houve o "erro", mas que este não foi intencional e que a formalização

do Apostilamento foi efetuada para sanar o equívoco e que a decisão também foi pautada

pela busca do princípio da eficiência e da racionalização de custos na simplificação dos

processos.

Trata-se, portanto, de mero erro material na redação do Termo Contratual, o qual já foi

devidamente sanado e não causou prejuízo à partes contratantes nem prejudicou a execução

dos contratos.

O Princípio da Instrumentalidade, instituído de forma genérica pelo artigo 277 da Lei nº

13.105/2015 - Novo Código de Processo Civil, preceitua que nenhuma nulidade seja

declarada sem que exista um efetivo prejuízo.

Pelo Princípio da Instrumentalidade considera-se válido um documento que, embora

produzido de forma diferente da exigida, ainda assim atinge a finalidade pretendida. Dessa

forma, mesmo que com vício, se o ato atinge sua finalidade sem causar prejuízo às partes, ele

não deve ser declarado nulo.

Nesse sentido, segue abaixo decisão do Egrégio Superior Tribunal de Justiça que, embora

aborde questão processual, é bastante elucidativa acerca do Princípio da Instrumentalidade:

[ ... ]

Por regra geral do Código de Processo Civil não se dá valor à nulidade, se dela não resultou

prejuízo para as partes, pois aceito, sem restrições, o velho princípio "pas de nulitté sans

grief". Por isso para que se declare a nulidade, é necessário que a parte demonstre o prejuízo

que ela lhe causa. (STJ, 4ª Turma, REsp 14.473 - RJ, rel. Cesar Asfor Rocha)

73

[ ... ]”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Verifica-se que, conforme mencionado no campo “fato”, a existência de divergência entre o

regime de execução previsto nos editais e o efetivamente contratado pode ter sido prejudicial

às demais propostas apresentadas nos certames licitatórios e, por conseguinte, prejudicado a

obtenção da melhor proposta, objetivo maior da realização dos procedimentos licitatórios.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, foram verificadas obras em processo de conclusão bem

como obras em ritmo bastante lento e paralisadas.

A análise das planilhas orçamentárias revelou inconsistência entre alguns valores aplicados e

as planilhas de preços referenciais para contratações incluindo recursos federais. Houve

impropriedade quanto ao regime de execução adotado nas contratações.

Quanto à efetividade, quatro dos cinco colégios visitados ainda não estão atendendo à

comunidade. Na unidade de ensino já em funcionamento considerou-se a efetividade

parcialmente atingida.

74

Ordem de Serviço: 201600535

Município/UF: Cascavel/PR

Órgão: MINISTERIO DA EDUCACAO

Instrumento de Transferência: Convênio - 780581

Unidade Examinada: UNIOESTE

Montante de Recursos Financeiros: R$ 1.619.705,00

1. Introdução

Os trabalhos foram realizados junto à Unidade Examinada, em estrita observância às normas

de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal.

A ação de controle teve por objetivo a verificação da regularidade da execução do Convênio

nº 780581, no valor total de R$ 1.619.705,64, celebrado entre o Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação – FNDE, com a interveniência da União, representada pelo

Ministério da Educação, e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná/PR – UNIOESTE.

O Convênio objetivou a aquisição de equipamentos e a construção de almoxarifado, salas de

aula destinadas à Pós-Graduação e sala multiuso de apoio à pesquisa, ensino e extensão no

campus da UNIOESTE, em Foz do Iguaçu - PR, no âmbito do Programa/Ação nº

12364203200480051 – Educação Superior – Graduação, Pós-Graduação, Ensino, Pesquisa e

Extensão/Apoio a Entidades de Ensino Superior Não Federais.

Para subsídio à realização dos trabalhos, foram empreendidas as seguintes ações prévias:

- Leitura da Ordem de Serviço nº 201600535;

- Levantamentos de dados do Convênio nº 780581;

- Emissão da Solicitação de Fiscalização nº 201500535/001, em 09 de março de 2016, para

disponibilização dos documentos e informações relacionados à contratação e à execução do

objeto do Convênio.

Nenhuma restrição foi imposta aos nossos exames, realizados por amostragem sobre as

seguintes áreas:

- Exame da documentação disponibilizada pelo convenente;

- Inspeção física da execução do objeto, realizada em 28 de março de 2016 no local da obra,

no campus da UNIOESTE, em Foz do Iguaçu - PR;

- Verificação dos pagamentos contratuais.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

75

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais - Obra Unioeste

Fato

O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE, Autarquia vinculada ao

Ministério da Educação - MEC, e a Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE,

CNPJ/MF nº 78.680.337/0001-84, celebraram, em 28 de dezembro de 2012, o Convênio nº

780581com a interveniência da União, representada pelo MEC.

O convênio objetivou a aquisição de equipamentos e a construção de almoxarifado, de salas

de aula destinadas à Pós-Graduação e de sala multiuso de apoio à pesquisa, ensino e extensão,

no campus da UNIOESTE em Foz do Iguaçu - PR.

O prazo de vigência do convênio é de 1.460 dias a partir da data da assinatura, ou seja, até o

dia 27 de dezembro de 2016.

O valor aprovado para o convênio é de R$ 1.619.705,64, participando o FNDE com R$

1.500.000,00, correspondentes a 92,61% do valor total investido, e R$ 119.705,64,

correspondentes a 7,39%, a título de contrapartida financeira da UNIOESTE.

As condições para a liberação dos recursos financeiros, por parte do FNDE, foram assim

estabelecidas:

- 1ª parcela: 50% do valor dos recursos conveniados, liberados após a aprovação do convênio

pela área técnica do concedente;

- 2ª parcela: 25% do valor dos recursos conveniados, a ser liberada desde que haja

comprovação de, no mínimo, 25% da execução físico-financeira das ações previstas;

- 3ª parcela: 25% do valor dos recursos conveniados, a ser liberada desde que haja

comprovação de, no mínimo, 50% da execução físico-financeira das ações objeto do convênio.

Até a data da fiscalização, o FNDE já havia transferido à UNIOESTE o valor de R$

750.000,00, OB nº 2014OB802401, de 17 de abril de 2014, restando, ainda, do total

inicialmente ajustado, o valor de R$ 750.000,00 a ser repassado.

Para a execução do objeto do convênio, em relação às obras, a UNIOESTE celebrou o

Contrato nº 012/2014-CFOZ com a Construtora JJBM, CNPJ/MF nº 08.455.806/0001-03, em

05 de dezembro de 2014, no valor total de R$ 695.000,00.

O contrato originou-se da realização da Concorrência Pública nº 001/2014.

76

No valor do referido contrato estão incluídos os materiais e a mão-de-obra necessários à

execução do objeto, conforme proposta apresentada pela contratada durante a realização da

licitação.

Estabeleceu-se para a execução e entrega da obra, o prazo inicial de 180 dias, a partir da

expedição da Ordem de Serviço pela UNIOESTE. Contudo, o prazo contratual foi prorrogado

até 04 de dezembro de 2015, por meio do Primeiro Termo Aditivo ao Contrato nº 12/2014-

CFOZ, firmado em 29 de agosto de 2015.

À época a contratada prestou garantia no valor de R$ 34.750,00, correspondentes a 5% do

valor do contrato.

Esse valor, segundo informações colhidas durante a inspeção física pela equipe da CGU-

R/PR, encontra-se depositado em uma conta bancária em nome da UNIOESTE e não na conta

especifica utilizada para a movimentação dos recursos do convênio.

Segundo informações contidas no Portal do SICONV na internet, a empresa contratada

recebeu os seguintes pagamentos:

Tabela – Valores recebidos pela Construtora JJBM

Medição Nota Fiscal

correspondente

Data da

emissão

Valor Bruto

(R$)

Tributos (R$) Valor Líquido

(R$)

1ª 200159 01/04/2015 18.624,37 228,14 18.396,23

2ª 201512 07/05/2015 35.634,32 436,52 35.197,80

3ª 201517 05/06/2015 6.601,88 80,87 6.521,01

4ª 201518 26/08/2015 31.947,59 391,35 31.556,24

5ª 201522 19/10/2015 46.640,63 571,34 46.069,29

6ª 201523 11/11/2015 35.559,12 435,59 35.123,53

Totais 175.007,91 2.143,81 172.864,10

Fonte: Siconv/Papéis de trabalho relacionados à execução do objeto do convênio.

O valor total recebido pela contratada corresponde a 25,18% da execução financeira

acumulada da obra.

Entende-se que a execução física estimada pela equipe de fiscalização corresponde ao valor

recebido pela contratada.

Registre-se, por fim, que a obra foi abandonada pela empresa contratada após a 6ª medição

realizada pela UNIOESTE.

##/Fato##

2.2.2. Análise de custos da obra

Fato

O orçamento das obras da construção do almoxarifado, das salas de aula destinadas à Pós-

Graduação e da sala multiuso de apoio à pesquisa, ensino e extensão, no campus da

UNIOESTE em Foz do Iguaçu – PR, foi analisado tendo por base comparativa o banco de

dados do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI,

referente ao mês de dezembro de 2013, referencial adotado pelo gestor para sua composição

de preços.

Os valores comparados totalizaram 70% do valor de R$ 780.742,78, conforme planilha

orçamentária elaborada pelo gestor.

Do universo analisado, não foi possível verificar os preços referenciais de alguns itens da

planilha orçamentária, em razão de não se encontrarem em consonância com o SINAPI.

77

Nos termos apresentados, não foi verificada a ocorrência de sobrepreços. Da mesma forma,

não foi verificada a ocorrência de superfaturamento por sobrepreço ou superfaturamento por

desequilíbrio econômico financeiro na obra em referência.

##/Fato##

2.2.3. Obra paralisada e em processo de deterioração

Fato

A equipe de fiscalização da CGU realizou a inspeção física no local da obra, objeto do

convênio nº 780581, no dia 28 de março de 2016.

Preliminarmente, registre-se que as obras previstas, com metragem total de 860 m², referem-

se à construção do almoxarifado, bloco de salas de aula destinado à Pós-Graduação e sala

multiuso de apoio à pesquisa ensino e extensão no Campus da Universidade Estadual do Oeste

do Paraná - UNIOESTE em Foz do Iguaçu/PR.

Constatou-se que a única obra que foi iniciada pela contratada, Construtora JJBM Ltda - ME,

CNPJ/MF nº 08.455.806/0001-03, foi a construção do bloco de salas de aula destinado à Pós

Graduação.

Tal obra foi paralisada e abandonada pela contratada após a 6ª medição e encontra-se em

processo de deterioração por intempéries.

Foto – Obra UNIOESTE - bloco de salas de aula,

Foz do Iguaçu – PR, 28 de março de 2016.

Foto – Obra UNIOESTE - bloco de salas de aula, Foz

do Iguaçu – PR, 28 de março de 2016.

No momento da inspeção, pela CGU, a empresa contratada já havia desmobilizado

definitivamente o canteiro de obras sem a manutenção de nenhum efetivo de pessoal no local.

Houve o abandono, pela contratada, no canteiro de obra, de uma betoneira, equipamentos de

proteção individual - EPI, ferramentas, eletrodomésticos, entre outros.

78

Foto – Obra UNIOESTE – betoneira abandonada

pela construtora no canteiro de obra, Foz do Iguaçu

– PR, 28 de março de 2016.

Foto – Obra UNIOESTE – EPI abandonados pela

construtora no canteiro de obra, Foz do Iguaçu – PR,

28 de março de 2016.

No canteiro destinado à construção do bloco de salas de aula foi executada apenas a construção

da base, alvenaria com tijolos cerâmicos furados, chapisco, piso bruto de concreto e a

concretagem da laje pré-moldada.

Quanto aos materiais de construção abandonados, observou-se que já se encontram

deteriorados e imprestáveis para utilização futura, devido à exposição dos mesmos às

intempéries.

Dentre os materiais que já se encontram inservíveis para a utilização estão armações de aço

expostas ao tempo e tapumes em chapa de madeira compensada.

Foto – Obra UNIOESTE – armações de aço

expostas ao tempo, Foz do Iguaçu – PR, 28 de

março de 2016.

Foto – Obra UNIOESTE – equipamentos abandonados

pela construtora no canteiro de obra, Foz do Iguaçu –

PR, 28 de março de 2016.

Destaque-se que os materiais de construção abandonados na obra foram adquiridos com

recursos do FNDE, por meio da execução, pela UNIOESTE, do Convênio nº 780581.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 305/2016-GRE, de 23 de maio de 2016, o gestor se manifestou da

seguinte forma:

“(...) Tratando-se da obra do Bloco de Salas de Aula, consentindo com a equipe de

fiscalização do CGU, a mesma realmente foi paralisada e abandonada pela empreiteira,

79

ligeiramente após a efetivação do pagamento referente ao 6° boletim de medição, sendo que

tal ocorrência aconteceu repentinamente, o que pode ser verificado pelo abandono, no

canteiro de obras, de diversos equipamentos, ferramentas, materiais de construção,

eletrodomésticos, roupas, EPI, dentre outros.

(...)

Quanto aos materiais de construção abandonados, classificados como inservíveis pela equipe

fiscalizadora, explano que os tapumes em chapa de madeira compensada, utilizados para

fechamento do canteiro de obras, definitivamente foram quitados com recursos do convênio

n° 780581, o que não ocorre com as armações de aço expostas ao tempo. Esclareço, aqui,

que o critério adotado para medição e pagamento de qualquer quantidade de aço, assim como

as formas em madeira, é o corte/dobra/colocação e concretagem da peça, ou seja, nenhum

dos materiais (madeira e aço) abandonados no canteiro de obras foram pagos ou sequer

medidos.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os argumentos utilizados pelo gestor corroboram os fatos apontados nesta fiscalização.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Defeitos construtivos na obra

Fato

Por meio da inspeção física realizada pela equipe de fiscalização da CGU, no dia 28 de março

de 2016, observou-se que a obra relativa ao bloco de salas de aula, destinado à Pós-Graduação

da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, apresenta uma série de vícios

construtivos, defeitos e incorreções resultantes da imperícia da mão-de-obra utilizada pela

contratada.

Dentre os principais problemas identificados estão:

Estruturas de concreto armado apresentando diversas patologias, dentre elas ninhos de

concretagem, deformações e ferragens expostas, devido às falhas no adensamento do concreto

utilizado na obra.

80

Foto – Obra UNIOESTE – ninhos de concretagem e

ferragem exposta, Foz do Iguaçu – PR, 28 de março de

2016.

Foto – Obra UNIOESTE – ninhos de concretagem

e ferragem exposta, Foz do Iguaçu – PR, 28 de

março de 2016.

Foto – Obra UNIOESTE – ninhos de concretagem e

ferragem exposta, Foz do Iguaçu – PR, 28 de março de

2016.

Foto – Obra UNIOESTE – ninhos de concretagem

e ferragem exposta, Foz do Iguaçu – PR, 28 de

março de 2016.

Foto – Obra UNIOESTE – ninhos de concretagem e

ferragem exposta, Foz do Iguaçu – PR, 28 de março de

2016.

Foto – Obra UNIOESTE – ninhos de concretagem

e ferragem exposta, Foz do Iguaçu – PR, 28 de

março de 2016.

Deformação nas formas das estruturas de concreto devido à existência de falhas no travamento

das mesmas.

Foto – Obra UNIOESTE – deformação nas formas

das estruturas de concreto, Foz do Iguaçu – PR, 28

de março de 2016.

Foto – Obra UNIOESTE – deformação nas formas

das estruturas de concreto, Foz do Iguaçu – PR, 28 de

março de 2016.

81

Infiltrações na laje e nas paredes devido à falta de sistema de escoamento das águas pluviais

e de cobertura na obra.

Foto – Obra UNIOESTE – Infiltrações na laje, Foz do Iguaçu – PR, 28 de março de 2016.

A equipe de fiscalização identificou, ainda, durante a aferição das medidas internas da obra,

que os espaços físicos encontram-se fora do esquadro.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 305/2016-GRE, de 23 de maio de 2016, o gestor se manifestou da

seguinte forma:

“Tangente aos vícios construtivos, encontrados na obra, há que se citar que, realmente, foram

resultado da imperícia da mão-de-obra utilizada, a qual por diversas vezes foi notificada

verbalmente junto à contratada.(…)”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os argumentos utilizados pelo gestor corroboram os fatos nesta fiscalização.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Em face dos exames realizados, somos de opinião que a Unidade Gestora deve adotar medidas

corretivas com vistas a elidirem os pontos ressalvados nos itens:

- Defeitos construtivos na obra;

- Obra paralisada em processo de deterioração.

82

Ordem de Serviço: 201600420

Município/UF: Curitiba/PR

Órgão: MINISTERIO DA SAUDE

Instrumento de Transferência: Fundo a Fundo ou Concessão

Unidade Examinada: FUNDO ESTADUAL DE SAUDE DO PARANA - FUNSAUDE

Montante de Recursos Financeiros: R$ 85.927.264,75

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 02 de março a 15 de abril de 2016,

sobre a aplicação dos recursos da Programação/Ação 10305 – Aperfeiçoamento do Sistema

Único de Saúde (SUS)/Incentivo Financeiro aos Estados, Distrito Federal e Municípios para

Vigilância em Saúde, na Secretaria de Saúde do Estado do Paraná – SESA.

A ação fiscalizada destina-se a promover ações de notificação, investigação, vigilância

ambiental, controle de doenças, imunizações, sistemas de informação, supervisão, educação

em saúde, comunicação e mobilização social na área de vigilância em saúde, por intermédio

de repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde para o Fundo de Saúde do

Estado do Paraná - PR.

O objetivo do trabalho é verificar, quanto à legalidade, economicidade e eficácia, a gestão dos

recursos e insumos federais descentralizados aos municípios e estados, aplicados em ações de

combate ao mosquito Aedes aegypti.

O total de recursos fiscalizados da presente Programação/Ação, referente ao período de 01 de

janeiro de 2015 a 17 de março de 2016 foi de R$ 85.927.264,75 (correspondente ao somatório

do saldo inicial da conta específica, do total dos valores transferidos pelo FNS em 2015 e 2016

- até março, dos rendimentos de aplicações financeiras do período analisado e de créditos

referentes à regularização da conta corrente/devoluções de adiantamentos).

Foram analisados os extratos bancários da conta vinculada ao Fundo de Saúde do Estado do

Paraná - PR, bem como notas de empenho, ordens de pagamento e notas fiscais relativas ao

período de 01 de janeiro de 2015 a 17 de março de 2016.

Na SESA foram verificados boletins e mapeamentos da dengue relativos ao período objeto do

escopo e coletadas informações com os responsáveis dos setores vinculados diretamente às

ações de combate às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, especificamente

dengue, zika vírus e chikungunya.

Foram realizadas visitas à 1ª Regional de Saúde de Paranaguá - PR e à 16ª Regional de Saúde

em Maringá – PR, com a finalidade de se verificar o controle e a utilização de veículos

adquiridos com recursos do Bloco de Vigilância em Saúde destinados à prevenção e combate

ao mosquito Aedes aegypti e inspeção in loco do controle de inseticidas e materiais no Sistema

de Insumos e Informações Estratégicas - SIES. Essas mesmas ações foram realizadas nos

municípios de Paranaguá e Sarandi - PR.

2. Resultados dos Exames

83

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Intempestividade na aplicação dos recursos públicos federais destinados ao Bloco

Vigilância em Saúde

Fato

Verificou-se, conforme consulta efetuada em 26 de fevereiro de 2016 ao sítio do Fundo

Nacional de Saúde (http://www.fns.saude.gov.br/indexExterno.jsf) – período de janeiro de

2015 a janeiro de 2016, que o montante dos recursos enviados por parte do Ministério da

Saúde ao Bloco Vigilância em Saúde somou R$ 26.476.380,04.

De acordo com os extratos bancários apresentados pela Secretaria Estadual de Saúde - PR, os

recursos federais recebidos no período de 1º de janeiro de 2015 a 17 de março de 2016

somaram R$ 30.776.904,48.

Os recursos foram recebidos na conta corrente nº 7248-6 BLVGS-MS-CURITIBA da agência

3793-1 do Banco do Brasil e aplicados em Investimentos de Fundos (S. Público Absoluto –

CNPJS Público Absoluto e S. Público Supremo – CNPJS Público Supremo).

Segue demonstrativo detalhado do total dos recursos verificados (R$):

Tabela – Recursos disponíveis nos exercícios de 2015 e 2016

Saldo em aplicações

financeiras em

31/12/2014

Recursos

recebidos no

período de

01/01/2015 a

17/03/2016

Rendimentos

de aplicações

financeiras

referentes ao

período de

01/01/2015 a

17/03/2016

Outros recursos

Total de

recursos

verificados

49.188.608,60

(39.733.226,18 - S

Público Supremo +

9.455.382,42 - S

Público Absoluto)

30.776.904,48

5.279.096,25

682.655,42

674.878,32 – Depósitos de

Cheques BB Liquidados

(referentes a adiantamentos

– suprimento de fundos);

6.489,60 – Depósitos Online

(devoluções de

adiantamentos);

1.332,50 – Recebimentos

Diversos (regularização

entre contas correntes);

85.927.264,75

84

Saldo em aplicações

financeiras em

31/12/2014

Recursos

recebidos no

período de

01/01/2015 a

17/03/2016

Rendimentos

de aplicações

financeiras

referentes ao

período de

01/01/2015 a

17/03/2016

Outros recursos

Total de

recursos

verificados

(45,00) – Estorno de Crédito.

Fonte: Consulta efetuada em 26 de fevereiro de 2016 ao sítio do Fundo Nacional de Saúde – FNS (exercícios de

2014-dezembro, 2015 e 2016); extratos bancários da conta corrente estadual referente à movimentação dos

recursos relacionados ao Bloco de Vigilância em Saúde (conta corrente nº 7248-6 BLVGS-MS-CURITIBA e

aplicações financeiras S Público Absoluto – CNPJS Público Absoluto e S Público Supremo – CNPJS Público

Supremo); documento de informação referente ao valor de R 1.332,50, constante de extrato (regularização entre

contas correntes); documento apresentado por parte do setor financeiro da SESA acerca dos rendimentos de

aplicações financeiras.

O saldo em aplicações financeiras em 17 de março de 2016 era de R$ 32.928.970,23

(28.738.515,23 – S. Público Absoluto + 4.190.455,00 – S. Público Supremo), correspondendo

a 38,3% da totalidade dos recursos disponíveis no período analisado (R$ 85.927.264,75).

Segue demonstrativo dos recursos verificados por exercício:

Quadro – Recursos disponibilizados por exercício

Ano de 2015 Ano de 2016 Saldo Atual

(R$)

Saldo inicial da

conta específica

(R$)

Total dos valores

transferidos do

FNS (R$)

Rendimentos

em aplicações

financeiras

(R$)

Total dos

valores

transferidos do

FNS (R$)

Rendimentos

em aplicações

financeiras

(R$)

49.188.608,60 27.883.886,76¹ 4.476.065,41 2.893.017,72 803.030,84 32.928.970,23

Fonte: Consulta efetuada em 26 de fevereiro de 2016 ao sítio do Fundo Nacional de Saúde – FNS (exercícios de

2014-dezembro, 2015 e 2016); extratos bancários da conta corrente estadual referente à movimentação dos

recursos relacionados ao Bloco de Vigilância em Saúde (conta corrente nº 7248-6 BLVGS-MS-CURITIBA e

aplicações financeiras S. Público Absoluto – CNPJS Público Absoluto e S. Público Supremo – CNPJS Público

Supremo); documento de informação referente ao valor de R$ 1.332,50, constante de extrato (regularização entre

contas correntes); documento apresentado por parte do setor financeiro da SESA acerca dos rendimentos de

aplicações financeiras.

¹O valor de R$ 3.177.692,59, somado ao total apresentado (R$ 27.883.886,76), corresponde

ao exercício de 2014 e foi recebido no início do exercício de 2015, conforme extratos

bancários.

Outros recursos: R$ 681.306,92 (2015); R$ 1.348,50 (2016).

De acordo com os extratos bancários da conta corrente recebedora dos recursos, as despesas

com Vigilância em Saúde somaram R$ 53.025.294,51 (Pagamentos Diversos) no período

analisado (1º de janeiro de 2015 a 17 de março de 2016).

Após questionamento, o setor financeiro da Secretaria Estadual de Saúde apresentou, ainda,

documento referente à demonstração do saldo financeiro disponível estimado em 31 de março

de 2016, conforme segue:

Tabela – Saldo Financeiro Disponível Estimado (31/03/2016)

Saldo em C/C 33.173.059,07

Restos na Pagar 2013 475.184,36

Restos a Pagar 2014 1.706.027,38

85

Restos a Pagar 2015 2.436.925,05

Total dos Restos a Pagar 4.618.136,79

Indicados Orçamentariamente 2016 2.182.777,39*

TOTAL DAS DESPESAS 6.800.914,18

Saldo Financeiro 26.372.144,89 Fonte: Quadro apresentado na Secretaria Estadual de Saúde; extrato bancário das aplicações financeiras

relacionadas à conta corrente nº 7248-6, destinada à movimentação dos recursos relacionados ao Bloco de

Vigilância em Saúde S. Público Absoluto – CNPJS Público Absoluto (R$ 28.864.077,26) e S. Público Supremo

– CNPJS Público Supremo (4.308.981,81) – março de 2016.

*Valor não especificado em quais ações será aplicado.

Foi solicitado ao gestor justificativa quanto à ausência de tempestividade na aplicação dos

recursos em ações de Vigilância em Saúde.

Em resposta, a Secretaria Estadual de Saúde – SESA, por meio do Ofício nº 0663/2016/GS,

de 11 de abril de 2016, apresentou a seguinte justificativa:

“[...] Quanto às questões relacionadas ao saldo financeiro da Vigilância em Saúde, no

período de 2015 e 2016, analisado por essa equipe de auditores, conforme o teor do oficio n°

7558/2016 — CGU — Regional/ PR, de 02 de março de 2016, temos a esclarecer que os

recursos financeiros no valor de R$ 32.928.970,23 (trinta e dois milhões, novecentos e vinte

e oito mil, novecentos e setenta reais e vinte e três centavos), fazem parte do Bloco de

Financiamento da Vigilância em Saúde, que é constituído por dois componentes: Vigilância

em Saúde e Vigilância Sanitária, divididos da seguinte forma:

1. Piso Fixo de Vigilância em Saúde, que financia as ações de vigilância em saúde,

compreendendo: a vigilância, prevenção e o controle das doenças transmissíveis; vigilância

e prevenção das doenças e agravos não transmissíveis e dos seus fatores de risco; vigilância

de riscos ambientais em saúde; gestão de sistemas de informação de vigilância em saúde de

âmbito nacional que possibilitam análises de situação de saúde; vigilância da saúde do

trabalhador e ações de promoção em saúde.

2. Piso Variável de Vigilância em Saúde, compreendendo:

2.1. Incentivo para a implantação e manutenção de ações e serviços públicos estratégicos de

vigilância em saúde:

- Vigilância Epidemiológica Hospitalar — VEH, Serviço de Verificação de Óbito — SVO;

- Registro de Câncer de Base Populacional — RCBP;

- Laboratórios Centrais de Saúde Pública — LACEN;

- Vigilância Sentinela da Influenza;

- Projeto Vida no Trânsito; e

- Programa Academia da Saúde.

2.2. Incentivo às ações de vigilância, prevenção e controle de DST/AIDS e hepatites virais:

- Qualificação das Ações de Vigilância e Promoção da Saúde às DST/Aids e Hepatites Virais;

- Casas de Apoio para Pessoas Vivendo com HIV/Aids;

- Fórmula infantil às crianças verticalmente expostas ao HIV.

2.3. Programa de qualificação das ações de vigilância em saúde - com incentivos financeiros

para a qualificação das ações de vigilância, prevenção e controle da dengue e febre de

chikungunya.

86

Considerando o exposto acima, justificamos que o valor identificado na conta corrente 7248-

6/BLVGS está disponível para as ações de vigilância em saúde na sua integralidade e não

somente na prevenção e controle da dengue, conforme o objeto da presente auditoria.

Do saldo disponível em conta corrente, os valores de restos a pagar de exercícios anteriores

somam o montante de R$ 4.618.136,79 (quatro milhões, seiscentos e dezoito mil, cento e trinta

e seis reais e setenta e nove centavos), além de indicações orçamentárias para o exercício de

2016 até 16 de março de 2016, que somam o valor estimado em R$ 1.670.680,90 (um milhão,

seiscentos e setenta mil, seiscentos e oitenta reais e noventa centavos), ficando um saldo

financeiro de 27.065.953,68 (vinte e sete milhões, sessenta e cinco mil, novecentos e cinquenta

e três reais e sessenta e oito centavos). Obs.: (esse valor foi corrigido, por parte do setor

financeiro, para R$ 26.640.152,54 - vinte e seis milhões, seiscentos e quarenta mil e cento e

cinquenta e dois reais e cinquenta e quatro centavos).

O saldo financeiro atual disponível, conforme informação do FUNSAÚDE irá atender todas

as ações conforme previsão orçamentária do exercício de 2016 para a Vigilância em Saúde.

A comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde ao

Fundo Estadual de Saúde — FUNSAÚDE é realizada mediante a elaboração do relatório

anual de gestão e sua aprovação pelo Conselho Estadual de Saúde.”

Ressalte-se que o saldo apresentado na resposta apresentada considerou a data de 17 de março

de 2016.

Verificou-se ainda que os recursos orçados para o combate ao Aedes aegypti são registrados

em várias fontes (255, 100 e outras) conforme despesas demandadas, segundo quadro de

despesas apresentado em sistema informatizado do setor de planejamento da SESA.

Ainda que o saldo existente em aplicações financeiras da conta corrente nº 7248-6 BLVGS-

MS-CURITIBA da agência 3793-1 do Banco do Brasil refira-se ao montante do Bloco

Vigilância em Saúde como um todo, para aplicação em diversas ações de vigilância em saúde,

ele deverá ser utilizado tempestivamente nessas ações conforme o exercício de recebimento.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício nº 0992/2016/GS, de 17 de maio de 2016, a Secretaria Estadual de Saúde

– SESA apresentou a seguinte justificativa:

“1. A comprovação da aplicação dos recursos repassados pelo Fundo Nacional de Saúde ao

Fundo Estadual de Saúde do Bloco da Vigilância em Saúde é realizada para o Ministério da

Saúde, mediante relatório de gestão, elaborado anualmente e aprovado pelo Conselho

Estadual de Saúde, conforme o que estabelece a Portaria n° 2135, de 25 de setembro de 2013,

que estabelece diretrizes para o processo de planejamento no âmbito do Sistema Único de

Saúde — SUS;

2. As despesas referentes ao respectivo recurso federal transferido fundo a fundo são

efetuadas segundo as exigências legais requeridas a quaisquer outras despesas da

Administração Pública (processamento, empenho, liquidação e efetivação do pagamento);

3. A execução orçamentária e financeira dos recursos citados segue o que prevê a Lei de

Responsabilidade Fiscal, Seção IV- Da Execução Orçamentária e do Cumprimento das

Metas.

87

"Parágrafo único. Os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão utilizados

exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso

daquele em que ocorrer o ingresso.” ##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O apontamento refere-se ao montante total do saldo disponível em aplicações financeiras na

data da fiscalização (17 de março de 2016) – R$ 32.928.970,23, o qual se destina às ações de

vigilância em saúde como um todo, independentemente do processo de realização das

despesas.

Ressalte-se que o saldo atual foi ocasionado pelo montante elevado existente em aplicações

financeiras em 01 de janeiro de 2015, no valor de R$ 49.188.608,60, referente a períodos

anteriores.

A Portaria MS nº 1.616, de 30 de setembro de 2015 prevê o seguinte:

“Art. 3º Na hipótese de execução integral do objeto originalmente pactuado e verificada

sobra de recursos financeiros, o ente federativo poderá efetuar o remanejamento dos recursos

e a sua aplicação nos termos da Portaria nº 204/GM/MS, de 29 de janeiro de 2007 e nº

3.134/GM/MS, de 17 de dezembro de 2013.”

“Art. 4º Nos casos em que for verificada a não execução integral do objeto originalmente

pactuado e a existência de recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Saúde

para os fundos de saúde estaduais, distrital e municipais não executados, seja parcial ou

totalmente, o ente federativo estará sujeito à devolução dos recursos financeiros transferidos

e não executados, acrescidos da correção monetária prevista em lei, observado o regular

processo administrativo.”

Diante do exposto, tem-se que os recursos enviados pelo Fundo Nacional de Saúde – FNS

para o estado, para execução das ações do Bloco de Vigilância em Saúde, devem ser aplicados

nessas ações, ou, verificada sobra de recursos financeiros, deverá ser solicitado o

remanejamento desses recursos.

Os recursos poderão ser utilizados em exercício subsequente, desde que exista uma previsão

de quais ações específicas serão implementadas. Saliente-se que não foi apresentado um

orçamento específico referente à utilização do saldo em questão. ##/AnaliseControleInterno##

2.1.2. Comprometimento das ações de combate ao mosquito por atrasos na distribuição

dos inseticidas realizada pelo Ministério da Saúde - MS à Secretaria Estadual de Saúde

- SESA

Fato

Durante a realização da fiscalização, foi verificado o sistema de controle de estoque, aquisição

e distribuição dos inseticidas e biolarvicidas.

Em resposta ao Ofício nº 7558/2016 – CGU – Regional/PR – CGU - PR, enviado em 09 de

março de 2016, a Secretaria Estadual de Saúde – SESA, por meio do Ofício nº 398/2016/GS,

de 09 de março de 2016, apresentou a seguinte informação:

“A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná utiliza o SIES – Sistema de Insumos Estratégicos

da Secretaria de Vigilância em Saúde do MS para a gestão dos insumos, sob a coordenação

88

da Seção de Apoio Logístico e Insumos Estratégicos – SCALI, vinculada à Superintendência

de Vigilância em Saúde/Centro de Vigilância Ambiental/SESA – PR, sob a gestão do Centro

de Vigilância Ambiental, localizada no município de Maringá.”

“O Estado do Paraná faz uso dos inseticidas e larvicidas preconizados pelo Ministério da

Saúde.”

“O Ministério da Saúde vem atrasando o repasse dos inseticidas por meio do Sistema de

Insumos Estratégicos – SIES.”

“O Estado do Paraná até o momento não adquiriu insumos estratégicos para uso em

Vigilância em Saúde, considerando o que preconiza a Portaria n° 1378, de 09/07/2013, a

qual regulamenta as responsabilidades e define diretrizes para execução e financiamento das

ações de Vigilância em Saúde pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, relativos

ao Sistema Nacional de Vigilância em Saúde e Sistema Nacional de Vigilância Sanitária,

capítulo II, das competências, artigo 6°, parágrafo XIX, item e.”

A Secretaria enviou cópia de solicitações do produto para ações de combate ao vetor

transmissor da dengue nos municípios do Paraná onde estariam ocorrendo casos suspeitos e

onde o vírus estaria em circulação:

Quadro – Solicitações de insumo para ações de combate ao vetor

Nº do

Pedido

Data do

Pedido Insumo

Qtde.

Solicitada

Qtde.

Recebida

1571003 23/12/2015 Malathion EW

44% 10.000 l 0

1610458 01/02/2016 Malathion EW

44% 16.000 l 4.000 l

1631304 18/02/2016 Malathion EW

44% 12.000 l 2.200 l

1644686 29/02/2016 Malathion EW

44% 20.000 l 0

1668752 17/03/2016 Malathion EW

44% 20.000 l 12.000 l

Fonte: Resposta enviada pela Secretaria Estadual de Saúde – SESA por meio do Ofício nº 398/2016/GS (Pesquisa

de Pedidos; comunicado enviado por parte da SCALI à SESA).

Conforme comunicado enviado por parte da SCALI à SESA na data de 15 de fevereiro de

2016, o Ministério da Saúde – MS havia autorizado 4.000 litros de malathion, com previsão

de chegada até 19 de fevereiro de 2016.

Os atrasos nos envios de inseticidas e biolarvicidas por parte do Ministério da Saúde – MS à

Secretaria Estadual de Saúde no estado do Paraná – SESA vêm acarretando o consequente

atraso nas entregas desses insumos, por parte da Secretaria, aos municípios do estado,

resultando em paralisações na execução das atividades de combate ao Aedes aegypti.

Durante vistorias realizadas na sede da Seção de Apoio Logístico e Insumos Estratégicos –

SCALI, vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde/Centro de Vigilância

Ambiental/SESA – PR, sob a gestão do Centro de Vigilância Ambiental, localizada no

município de Maringá/PR (localidade da 15ª Regional de Saúde), na Secretaria de Saúde do

município de Sarandi/PR, vinculada à 15 ª Regional de Saúde, e na sede da 1ª Regional de

Saúde, no município de Paranaguá/PR, confirmou-se, conforme entrevistas realizadas com

agentes responsáveis pelos setores de prevenção e combate às endemias, que os atrasos nos

89

envios dos inseticidas e biolarvicidas e em quantitativos insuficientes para a demanda vêm

prejudicando as ações de combate ao Aedes aegypti nos municípios do estado.

Em resposta ao Ofício nº 7558/2016 – CGU – Regional/PR – CGU - PR, enviado em 09 de

março de 2016, a Secretaria Estadual de Saúde – SESA, por meio do Ofício nº 0663/2016/GS,

de 11 de abril de 2016, apresentou a seguinte justificativa:

“Reportamo-nos ao Ofício 7558/2016 - CGU, protocolado sob o n° 14.017.669-9, referente

às Ações de Combate ao Aedes aegyipti com recursos federais no Estado do Paraná.

Referente à informação sobre os atrasos no fornecimento de inseticidas, no período de 27 de

fevereiro de 2015 a 17 de março de 2016, foram realizadas 27 solicitações de insumos

(inseticidas) pelo Sistema de Insumos Estratégicos - SIES e a planilha a seguir detalha a

solicitação e respectiva liberação de cada pedido de MALATHION no SIES, num total de

203.000 litros solicitados e 107.200 litros liberados no período e anexo cópia da íntegra das

solicitações:

DATA

SOLICITAÇÃO

MALATHION

QUANTIDADE

SOLICITADA

LITROS

DATA

LIBERAÇÃO

MALATHION

QUANTIDADE

LIBERADA

LITROS

27/02/2015 5.000 27/02/2015 3.000

05/03/2015 5.000 06/03/2015 4.000

12/03/2015 8.000 12/03/2015 6.000

19/03/2015 10.000 20/03/2015 2.000

23/03/2015 10.000 26/03/2015 8.000

28/03/2015 15.000 06/04/2015 8.000

10/04/2015 12.000 16/04/2015 0*

02/09/2015 15.000 08/09/2015 8.000

01/10/2015 8.000 05/10/2015 6.000

11/11/2015 8.000 12/11/2015 2.000

17/11/2015 7.000 27/11/2015 5.000

27/11/2015 6.000 30/11/2015 3.000

02/12/2015 8.000 03/12/2015 6.000

09/12/2015 8.000 11/12/2015 8.000

23/12/2015 10.000 26/12/2015 8.000

01/02/2016 16.000 16/02/2016 4.000

18/02/2016 12.000 24/02/2016 2.200

29/02/2016 20.000 30/03/2016 12.000

17/03/2016 20.000 24/03/2016 12.000 *Devido à falta de malathion, foi enviado ao Paraná Lambdacialotrina CE 5% diluição óleo como adulticida,

2000 litros em 16/04 e 2000 litros em 24/04/2015.

O Estado do Paraná não fez aquisição de inseticidas pelo fato de ser competência da União

a gestão dos estoques nacionais de insumos estratégicos de interesse da Vigilância em Saúde,

bem como prover insumos destinados ao controle de doenças transmitidas por vetores,

conforme Portaria n° 1.378, de 9 de julho de 2013.

Desde o ano de 2011 até o momento, foram distribuídos aos municípios via regional de saúde

1054 equipamentos costais motorizados, sendo que permanecem em estoque 107

equipamentos e há processo de aquisição em andamento.

A falta do inseticida para dispersão espacial interrompeu por diversas vezes as atividades de

bloqueio nos diversos municípios do estado, sendo que hoje são 285 municípios com casos

90

confirmados e 219 com circulação viral, ou seja, com casos autóctones. Também foram

liberados equipamentos acoplados a veículos (fumacê) para 38 municípios desde novembro

de 2015, com 88 veículos liberados. A forma de aplicação está descrita no POP de operador

de UBV em anexo.

O Paraná tem sua estrutura de apoio para utilização de UBV acoplado a veículos em Maringá

(SCALI) com uma frota de 48 veículos. A equipe lotada na SCALI faz a manutenção dos

equipamentos e capacitação de ACE para operar equipamentos leves e pesados. Também

dispõe de caminhão para transporte dos inseticidas e veículo para supervisão dos trabalhos

de campo.

Para determinação do número de ciclos a serem realizados, são levados em consideração

fatores epidemiológicos e entomológicos e seguem os trâmites estabelecidos na Resolução

SESA 459/2014, que estabelece critérios técnicos para utilização do equipamento de Ultra

Baixo Volume acoplado a veículo (UBV pesado), bem como normatiza os modelos

documentais a serem utilizados (cópia em anexo).

A solicitação de inseticidas é realizada via SIES em todos os municípios do estado (POP SIES

em anexo). A coordenação do SIES para inseticidas e EPIs está sob a responsabilidade da

SCALI. Após liberação do produto pelo MS, o mesmo é entregue na empresa contratada para

o armazenamento e fracionamento dos produtos visando melhor segurança no manuseio,

visto que o produto malathion é acondicionado em bombonas de 200 litros. A distribuição é

realizada pela equipe da SCALI com treinamento para Movimentação de Produtos Perigosos

MOPP. Anexa relação de servidores com curso MOPP.

Para estabelecimentos comerciais e industriais, a resolução SESA 29/2011 dispõe sobre a

Norma Técnica de Prevenção à Proliferação do mosquito Aedes aegypti, onde os

proprietários e/ou responsáveis de estabelecimentos públicos ou privados, comerciais e/ou

industriais, citados na Norma Técnica, são obrigados a apresentar um Plano de

Gerenciamento para Prevenção e Controle da Dengue - PGPCD quando solicitado pela

autoridade sanitária local, conforme termo de referência constante do Anexo II desta

resolução.

Segue cópia do boletim semanal da SESA para dengue, Zika e Chikungunya, onde atualmente

44 municípios encontram-se em epidemia e 41 estão em estado de alerta. O critério utilizado

para definição de epidemia é a proporção de 300 casos confirmados por 100 mil habitantes.

[...]”

A documentação constante do Anexo citado (cópias das solicitações de insumos – inseticidas

pelo SIES - Sistema de Insumos Estratégicos da Secretaria de Vigilância em Saúde; POP –

Procedimento Operacional Padrão de operador de UBV – Ultra Baixo Volume; cópia da

Resolução SESA - Secretaria Estadual de Saúde 459/2014; POP SIES; relação de servidores

com curso MOPP – Curso Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de

Produtos Perigosos; cópia da Resolução SESA 29/2011; boletim semanal da SESA para

dengue, zika e chikungunya) foi verificada na CGU – Controladoria Geral da União - Regional

do Estado do Paraná.

Foram solicitadas e enviadas as seguintes quantidades de insumos:

Quadro – Quantidades de insumos solicitadas e enviadas

91

Nº do

Pedido

Data do

Pedido Insumo

Qtde.

Solicitada

Qtde.

Recebida

Situação

do Pedido

1238018 14/04/2015 Lambdacialotrina CE 5%

- 01 2.000 l 2.000 l Atendido

1247960 23/04/2015 Lambdacialotrina CE 5%

- 01 2.000 l 2.000 l Atendido

1509719 28/10/2015 Pyriproxyfen 0,5 Gr

SUMILARV 0,5 G

400 Kg

500 Kg

400 Kg

0 Atendido

1516335 05/11/2015 Alfacipermetrina – SC

20% 400 Kg 480 Kg Atendido

1601087 22/01/2016 Pyriproxyfen 0,5 Gr.;

Bendiocarb – 80% PM

200 Kg

100 Kg

200 Kg

100 Kg Atendido

Fonte: Anexo ao Ofício nº 0663 – resposta da Secretaria Estadual de Saúde à Solicitação de Fiscalização nº

201600420/02 (Consulta de pedidos emitidos). ##/Fato##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Regularidade da aplicação de recursos públicos federais do Bloco Vigilância em

Saúde destinados às ações de combate ao Aedes aegypti

Fato

A partir das informações e dos controles auxiliares disponibilizados pela Superintendência de

Vigilância em Saúde – SVS da SESA - PR, verificou-se que foram realizadas despesas

relacionadas às ações de combate ao mosquito Aedes aegypti no valor total de R$

4.032.070,62 no período analisado.

Desse montante, R$ 426.000,00 referiram-se a 71 concessões de suprimentos de fundos, no

valor de R$ 6.000,00 cada, a servidores das regionais de saúde responsáveis por gastos de

pequena monta realizados durante as atividades de combate ao mosquito. Foram analisados

os processos de prestação de contas de dez das 71 concessões no período e constatou-se que

se tratam de despesas com hospedagem, alimentação e passagem rodoviária, em alguns casos.

Nos exames, foi verificado que os processos contêm a descrição detalhada dos servidores

participantes das ações, itinerários, datas de saída e de chegada, motivo das viagens e

atividades realizadas, bem como os respectivos comprovantes das despesas realizadas.

As contratações somaram R$ 3.606.070,62, dos quais R$ 1.539.075,00 relativos à aquisição

de veículos e equipamentos; R$ 856.444,76 para a compra de materiais de consumo; e R$

1.210.550,86 com a contratação de serviços. Foram examinados os processos de pagamento

dessas contratações e verificou-se a sua adequada formalização, bem como a regularidade da

aplicação dos recursos públicos federais do Bloco Vigilância em Saúde destinados às ações

92

de combate ao Aedes aegypti. O quadro 1 a seguir apresenta um panorama dos gastos

realizados nas ações de combate ao mosquito e o quadro 2 adiante detalha as contratações,

ambos os demonstrativos relativos ao período de 04/02/2015 a 17/03/2016:

Quadro - Panorama dos gastos

Valores em Reais

Combate ao Aedes aegypti 4.032.070,62

Suprimento Fundos 426.000,00

Contratações 3.606.070,62

Fonte: Controle das despesas realizadas nas ações de combate ao Aedes aegypti 2015-2016; Relação das

concessões de suprimentos de fundos para as ações de combate ao Aedes aegypti no período 2015-2016.

Tabela - Detalhe das contratações

Valores em Reais

PERMANENTE (total) 1.539.075,00

12 Caminhonetes VW (pregão) 1.137.300,00

300 Nebulizadores costais (pregão) 396.000,00

Lousa touchscreen p/ auditório da SCALI 5.775,00

CONSUMO (total) 856.444,76

Kits teste dengue (pregão) 523.000,00

Principais

despesas

Aditivo testes dengue (pregão) 130.950,00

Óleo vegetal (pregão) 68.900,00

Respiradores faciais, luvas nitrílicas, cartuchos químicos

(pregão) 42.000,00

Outros 91.594,76

SERVIÇO (total) 1.210.550,86

Armazenagem, fracionamento e rotulagem de produtos

químicos (pregão) 929.105,00

Principais

despesas

Retirada de produtos químicos (reconhecimento de

dívida) 205.800,00

Materiais gráficos (flyers) dengue, zica, chikungunya

(pregão) 49.000,00

Outros 26.645,86

Fonte: Relação de veículos adquiridos para utilização no combate ao Aedes aegypti no estado do Paraná;

Controle da utilização das caminhonetes VW/2016; Controle das despesas realizadas nas ações de combate ao

Aedes aegypti 2015-2016; Relação das concessões de suprimentos de fundos para as ações de combate ao Aedes

aegypti no período 2015-2016; Processo de pagamento dos veículos; Processo de pagamento dos kits para teste

da dengue; Processo de pagamento do material gráfico para divulgação; Processos de prestação de suprimentos

de fundos - amostra analisada.

##/Fato##

2.2.2. Atuação dos servidores

Fato

Constatou-se que os servidores que atuam na linha de frente das ações de combate ao

mosquito, em particular no controle vetorial, são cedidos do Ministério da Saúde à SESA -

PR. Segundo dados do Núcleo do Ministério da Saúde no Paraná – NEMS, há 371 servidores

cedidos, dos quais 184 ao Governo do Estado do Paraná/SESA e 187 a municípios

paranaenses. Dos servidores cedidos ao estado do Paraná, 172 atuam nas 22 Regionais de

Saúde e doze estão distribuídos entre o Centro de Saneamento e Vigilância Sanitária, o Centro

Psicológico Metropolitano - CPM - Piraquara, o Departamento de Vigilância em Saúde, o

Laboratório Central do Estado e a Diretoria de Vigilância e Pesquisa.

93

Na visita realizada à Seção de Apoio Logístico de Insumos e Equipamentos – SCALI, em

Maringá - PR, unidade avançada da SESA - PR que centraliza e gerencia os insumos e

equipamentos que são utilizados em todo o estado, foram entrevistados o servidor responsável

pela unidade e o servidor responsável pelo sistema SIES e almoxarifado.

Da análise dos controles existentes, corroborada pela inspeção física realizada, constatou-se

que o contingente que atua na SESA/SCALI é todo formado por servidores cedidos pelo

Ministério da Saúde. São 16 servidores: 11 guardas de endemia e 5 agentes de saúde. Foram

verificadas as diversas atribuições desempenhadas pelos servidores e restou comprovado que

todos atuam no combate ao Aedes aegypti. Foram também verificados os controles de

frequência e das atividades desempenhadas pelos servidores em exercício na SESA/SCALI e

confirmou-se a eficaz atuação de toda a equipe.

##/Fato##

2.2.3. Veículos e equipamentos adquiridos para utilização no combate ao Aedes aegypti

Fato

Conforme documentos verificados na Secretaria Estadual de Saúde – SESA (Setor

Financeiro), entre as despesas efetuadas com recursos federais em ações de combate ao Aedes

aegypti, relativas ao Bloco de Financiamento BLVGS PFVS, constava a aquisição, por meio

de Pregão, de doze caminhonetes modelo Amarok CS 4x4 S, no valor total de R$ 1.137.300,00

(unidade destino: CEVA – Centro de Vigilância Ambiental); constava ainda a aquisição de

respiradores faciais, luvas nitrílicas e cartuchos químicos para servidores envolvidos com

manipulação de inseticidas, no valor de R$ 42.000,00 (unidade destino: CEVA) e 300

nebulizadores costais, no valor de R$ 396.000,00 (unidade destino: CEVA), também

adquiridos por meio de Pregão; material de EPI para consumo no valor de R$ 874,50 (unidade

destino: 10ª RS-Cascavel/PR) e protetores solares e auriculares no valor de R$ 2.920,00

(unidade destino: CEVA), entre outras aquisições.

Foi realizada, na ocasião da visita à Seção de Apoio Logístico e Insumos Estratégicos –

SCALI, vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde/Centro de Vigilância

Ambiental/SESA – PR, sob a gestão do Centro de Vigilância Ambiental, localizada no

município de Maringá/PR, inspeção física no tocante ao quantitativo e utilização dos veículos

adquiridos com recursos federais para ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Foram verificados, na sede da SCALI, oito veículos novos modelo Amarok CS 4x4 S, tipo

Pick-Up, as quais ainda não haviam iniciado a utilização, e duas Ford Ranger XL 13P, tipo

Pick-Up CD, semi-novas, as quais haviam sido recebidas na sede em substituição a duas

Amarok CS 4x4 S novas que permaneceram na Superintendência de Vigilância em Saúde em

Curitiba/PR para utilização na SVS/Ambiental e na SVS/CIEVES.

Já na sede da Secretaria Estadual de Saúde em Curitiba/PR foram verificados os demais

veículos adquiridos – duas caminhonetes Amarok CS 4x4 S, tipo Pick-Up CD, lotadas no

GAS (Grupo Administrativo Setorial)/ATRA Curitiba e na DG (Diretoria Geral) Curitiba,

além das outras duas caminhonetes citadas no parágrafo anterior, lotadas na SVS

(Superintendência de Vigilância em Saúde)/Ambiental e SVS/CIEVS (Centro de Informações

Estratégicas em Vigilância em Saúde).

As entradas, saídas e localidades referentes aos deslocamentos realizados são registradas em

formulários de controle de entradas e saídas dos veículos.

94

Na sede da SCALI foi verificada, ainda, a utilização de outros 56 veículos, adquiridos em

períodos anteriores, nas ações de combate ao Aedes aegypti.

Conforme informação prestada por parte do agente de endemias responsável pelo controle de

estoque de inseticidas e biolarvicidas em sistema informatizado da unidade (SCALI), os

veículos permanecem lotados na sede da SCALI em Maringá/PR e, conforme solicitações,

realizam as ações em municípios do estado.

Ressalte-se que os doze veículos adquiridos ainda não apresentavam a logomarca do governo

federal, indicando o Ministério da Saúde – MS. Segundo informações prestadas na Secretaria

Estadual de Saúde, a logomarca será providenciada.

Verificou-se, ainda, que não havia, na sede da SCALI, assim como na Secretaria Estadual de

Saúde – SESA (2ª Regional de Saúde do Paraná), na Secretaria de Saúde do município de

Sarandi/PR, vinculada à 15 ª Regional de Saúde no município de Maringá/PR, e na sede da 1ª

Regional de Saúde, no município de Paranaguá/PR, equipamentos estocados sem previsão de

utilização e máquinas em condições inadequadas de funcionamento e/ou sem manutenção.

A Secretaria Estadual de Saúde ainda enviou, por meio do Ofício nº 0663/2016/GS, de 11 de

abril de 2016, a seguinte planilha com a discriminação do estoque de EPIs na Seção de Apoio

Logístico de Insumos e Equipamentos – SCALI em Maringá:

Quadro - EPIs adquiridos para a Seção de Apoio Logístico de Insumos e Equipamentos –

SCALI em Maringá - PR

EPI Quantidade Ano de

Aquisição

Abafador 150 2014

Botina 81 2015

Boné 180 2014

Bolsa 120 2014

Calça 71 2015

Camisa 101 2015

Camiseta 170 2015

Chapéu 127 2014

Creme repelente 180 2016

Óculos 103 2014

Meias 500 2015

Macacão branco 120 2016

Macacão azul 102 2014

Máscara completa e filtros 118 2015

Máscara semi-facial e filtros 150 2014

Luvas nitrílicas 1.000 2016

Luvas de raspa 200 2014

Touca árabe 200 2015

Touca ninja 270 2014

Protetor auricular 270 2016

Botas brancas 20 2014

Botas pretas 30 2014

Avental raspa 05 2014

Avental impermeável 100 2014 Fonte: Secretaria Estadual de Saúde.

95

##/Fato##

2.2.4. Ações de combate ao mosquito Aedes aegypti no estado do Paraná

Fato

De acordo com o último boletim da dengue publicado em 05 de abril de 2016, pela Secretaria

Estadual de Saúde do Estado do Paraná - SESA - PR), o Estado já contabilizou 21.455 casos

de dengue desde agosto de 2015, espalhados por 289 municípios do Paraná, nas 22 regionais

de saúde.

Nesse boletim, quatro municípios entraram em situação de epidemia (quando há mais de 300

casos a cada cem mil habitantes na cidade). Os municípios de Floresta, Bela Vista do Paraíso,

Nova Santa Rosa e Ivaiporã passaram a fazer parte da lista que, agora, totaliza 44 municípios

em situação endêmica. Até 05 de abril de 2016, a Secretaria de Saúde havia confirmado 34

mortes por dengue no estado do Paraná.

A tabela a seguir demonstra o número de casos de dengue, notificados, dengue grave (DG),

dengue com sinais de alarme (DSA), óbitos e incidência por 100 mil habitantes por regional

de saúde no estado do Paraná, da semana epidemiológica 31/2015 à 13/2016:

Tabela – Quantificação de casos de dengue no Paraná

Segundo o boletim informativo da Secretaria da Saúde do Estado do Paraná divulgado em 05

de abril de 2016, o número de municípios com casos confirmados de dengue era de 289, sendo

232 com casos autóctones, isto é, quando o paciente contrai o vírus dentro do estado. Em

números totais, isto representou 19.408 casos autóctones e 2.047 casos importados. Os

municípios com maior número de casos autóctones confirmados são: Paranaguá (3.493), Foz

do Iguaçu (3.476), Londrina (2.559) e Assaí (1.208). Os casos de Zika Vírus e Chikungunya

somam 223 e 46, respectivamente.

96

O mesmo boletim informa que a incidência de dengue no estado é de 173,86 casos por 100

mil habitantes, sendo considerada situação de alerta, pelo Ministério da Saúde, entre 100 e

299,99 casos por 100 mil habitantes.

Esses números tendem a aumentar, pois, conforme levantamentos verificados em campo pela

equipe de fiscalização da CGU, o repasse de inseticidas, principalmente Malathion, vem

sofrendo frequentes atrasos por parte do Ministério da Saúde - MS, impactando de forma

negativa as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.

No período de 27 de fevereiro a 17 de março de 2016 foram realizadas 27 solicitações de

inseticidas por meio do Sistema de Insumos Estratégicos - SIES, representando 203.000 litros

de Malathion, sendo liberados pelo MS 107.200 litros. Chegou-se a verificar que as ações de

bloqueio do vetor tiveram que ser interrompidas em diversos municípios do estado, ou seja,

os ciclos de combate ao mosquito Aedes aegypti não foram realizados de forma completa,

inclusive, nos municípios em situação de epidemia como Londrina e Foz de Iguaçu.

Considera-se ciclo período que vai desde a picada da fêmea até a maturação dos ovos, postura

e nova alimentação e/ou o período extrínseco de incubação do vírus nos mosquitos, que vai

desde sua ingestão até a multiplicação e localização nas glândulas salivares, e que, em média,

é de sete dias. Faz-se necessário a aplicação durante quatro dias consecutivos para eliminar as

novas gerações do mosquito que estariam chegando a determinada área após o quarto dia do

ciclo gonotrófico, que é o ciclo vital do mosquito, ou seja, o tempo que decorre entre a ingestão

do sangue, através da picada, e a postura dos ovos; ou a eliminação das fêmeas a cada 7 dias

para extinguir aquelas que estejam infectadas.

A metodologia recomendada pelo Ministério da Saúde é uma mistura dos dois métodos

anteriores e preconiza a realização de cinco aplicações a UBV (Ultra Baixo Volume) em ciclos

de três a cinco dias.

A falta de inseticida impacta diretamente no combate ao Aedes aegypti, uma vez que a

interrupção desses ciclos é de suma importância para que os mosquitos se proliferem e,

consequentemente, transmitam as doenças relacionadas a eles, como: dengue, Zika Vírus e

Febre Chikungunya.

Conforme informações prestadas pela Secretaria de Estado da Saúde em 11 de abril de 2016,

por meio do Ofício nº 0663/2016/GS: “A falta do inseticida para dispersão espacial

interrompeu por diversas vezes as atividades de bloqueio nos diversos municípios do estado,

sendo que hoje são 285 municípios com casos confirmados e 219 com circulação viral, ou

seja, com casos autóctones. Também foram liberados equipamentos acoplados a veículos

(fumacê) para 38 municípios desde novembro de 2015, com 88 veículos liberados. A forma

de aplicação está descrita no POP de operador de UBV em anexo.

O Paraná tem sua estrutura de apoio para utilização de UBV acoplado a veículos em Maringá

(SCALI) com uma frota de 48 veículos. A equipe lotada na SCALI faz a manutenção dos

equipamentos e capacitação de ACE para operar equipamentos leves e pesados. Também

dispõe de caminhão para transporte dos inseticidas e veículo para supervisão dos trabalhos

de campo.

Para determinação do número de ciclos a serem realizados, são levados em consideração

fatores epidemiológicos e entomológicos e seguem os tramites estabelecidos na Resolução

SESA 459/2014 que estabelece critérios técnicos para utilização do equipamento de Ultra

Baixo Volume acoplado a veículo (UBV pesado), bem como normatiza os modelos

documentais a serem utilizados (cópia em anexo).”

##/Fato##

97

3. Conclusão

Verificou-se que desde 2011 o Governo do Paraná tem feito campanhas sistemáticas de

controle da dengue com a impressão de materiais educativos distribuídos aos 399 municípios

paranaenses por meio das 22 Regionais de Saúde.

O combate ao mosquito tem sido efetuado de forma contínua e sistemática. Segundo

informações da SESA, o apoio do estado no combate ao vetor junto a todos os municípios do

estado se dá de forma integrada, trabalhando-se a mobilização da sociedade civil e organizada,

por meio de campanhas midiáticas e parcerias estabelecidas de forma interinstitucional. No

Paraná, todo dia 9 de cada mês é dia de combate ao Aedes aegypti, conforme Lei Estadual

17.675/2013. Campanhas publicitárias de conscientização da população também têm sido

efetuadas de forma constante com a distribuição de cartazes, folhetos, lembretes de visita dos

agentes de endemias para imóveis fechados, adesivos, faixas e vídeos de orientações rápidas

para veiculação em emissoras parceiras. Também foram impressos materiais específicos para

crianças, como quebra-cabeças que indicam quais são os principais criadouros do mosquito

nas residências.

Em 2015, a campanha contra o mosquito Aedes aegypti foi reforçada com a produção e

veiculação de peças publicitárias para rádio e televisão. A campanha de mídia foi iniciada em

dezembro de 2015 e seguiu até fevereiro de 2016.

O estado do Paraná mantém, junto ao Portal da Secretaria de Saúde, boletins informativos

sobre a dengue e outras doenças relacionadas ao referido mosquito, os quais são atualizados

frequentemente. No período de agosto de 2015 a 12 de abril de 2016, já foram confirmados

24.393 casos da doença, sendo 22.020 autóctones e 2.373 importados, com 34 óbitos.

No Portal também é possível o agendamento de visitas dos Agentes da Dengue em casos

suspeitos da doença.

No entanto, conforme exposto no presente relatório, algumas impropriedades foram

constatadas, tais como:

- Comprometimento das ações de combate ao mosquito por atrasos na distribuição dos

inseticidas realizada pelo Ministério da Saúde - MS à Secretaria Estadual de Saúde – SESA;

- Intempestividade na aplicação dos recursos públicos federais destinados ao Bloco Vigilância

em Saúde.

98

Ordem de Serviço: 201600500

Município/UF: Curitiba/PR

Órgão: MINISTERIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE A FOME

Instrumento de Transferência: Convênio - 720289

Unidade Examinada: PR SEAG

Montante de Recursos Financeiros: R$ 3.695.548,24

1. Introdução

A fiscalização compreendeu o Convênio nº 720289/2009 firmado em 31 de dezembro de 2009

entre o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS e a Secretaria

Estadual de Agricultura e Abastecimento do Estado do Paraná - SEAB, no valor de R$

3.695.548,24, com o objetivo de implantar Mercados Populares para a comercialização de

gêneros alimentícios de primeira necessidade a preços acessíveis à realidade local, tendo como

público alvo famílias em vulnerabilidade alimentar residentes na periferia da região

metropolitana de Curitiba - PR.

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 21 a 25 de março de 2016, sobre a

aplicação dos recursos do programa Segurança Alimentar e Nutricional/Apoio à Agricultura

Urbana. Foram visitadas as edificações localizadas nos municípios de Pinhais - PR e Campo

Magro – PR, como amostra.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Nesta parte serão apresentadas as situações evidenciadas que demandarão a adoção de

medidas preventivas e corretivas por parte dos gestores federais, visando à melhoria da

execução dos Programas de Governo ou à instauração da competente tomada de contas

especiais, as quais serão monitoradas pela Controladoria-Geral da União.

2.1.1. Convênio para Implantação de mercados Populares

Fato

O convênio nº 720289/2009 firmado em 31 de dezembro de 2009 entre o Ministério do

Desenvolvimento Social e Combate à Fome – MDS e a Secretaria Estadual de Agricultura e

Abastecimento do Estado do Paraná - SEAB teve como objeto “Implantar Mercados Populares

para a comercialização de gêneros de primeira necessidade a preços acessíveis a realidade

local, tendo como público alvo famílias em vulnerabilidade alimentar residentes na periferia

da região metropolitana de Curitiba - PR”. Na SEAB o convênio recebeu o número 247/2009

– SESAN.

99

A justificativa para a assinatura do convênio foi apresentada conforme a seguir: “Atendendo

às diretrizes da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o Governo do Estado

do Paraná, através da SEAB e sua vinculada Centrais de Abastecimentos do Paraná SA -

CEASA, objetiva fortalecer a rede operacional de equipamentos públicos e,

consequentemente, os Sistemas Locais de Segurança Alimentar e Nutricional, a partir da

implantação de estruturas públicas de comercialização para abastecimento alimentar das

populações pobres e extremamente pobres e regulação de preços do mercado local. O estado

do Paraná dispõe de estrutura e logística de abastecimento, como Centrais de Distribuição e

Fundo Rotativo para a aquisição de estoque de produtos. Conta ainda, com experiência na

operação de serviço de abastecimento social, pois desde 1983, o Estado operacionaliza, com

equipe própria, por meio da CEASA, o programa “Armazém da Família”, o qual guarda,

dentre outros programas estaduais de comercialização de gêneros de primeira necessidade,

maiores similitudes com as finalidades do Ministério de Desenvolvimento Social - MDS.

Justifica-se ainda pelo objetivo de focalizar este projeto em bolsões de pobreza em 5 (cinco)

municípios da Região Metropolitana de Curitiba”.

O Convênio foi publicado no Diário Oficial da União em 28 de janeiro de 2010 e previu o

término para 31 de julho de 2011, porém, em função dos aditamentos, o prazo final passou

para 31 de julho de 2014 e a data limite para prestação de contas passou para o dia 02 de março

de 2016.

Foram firmados quatro Termos Aditivos:

nº 01 com Indicação de Crédito, assinado em 29/12/2010;

nº 02 com acréscimo/alteração da vigência, assinado em 29/07/2011;

nº 03 com alteração da vigência, assinado em 31/07/2012 e

nº 04 com acréscimo/alteração da vigência, assinado em 31/07/2013.

O valor do convênio foi de R$ 3.695.548,24, sendo R$ 2.383.654,94 do órgão federal e R$

1.311.893,30 de contrapartida estadual.

##/Fato##

2.1.2. Inviabilidade de manutenção do convênio

Fato

O convênio previu três metas:

Meta 1: Implantação de cinco Centros de Apoio a Família – Mercado Brasil – Alimenta

Paraná.

Contratação de pessoas jurídicas para a construção de cinco unidades de mercado popular,

com as especificações no memorial descritivo em anexo e aquisição de equipamentos,

mobiliários e materiais para equipar as cinco unidades, bem como contratação de uma empresa

para desenvolvimento de um sistema de gestão para controle e monitoramento das unidades,

que deverão estar interligadas. Deverá fazer o controle de estocagem, financeiro contábil e

fiscal.

Etapa 1 - Fase 1.1: Construção civil - edificação de 213,16 m² em cada unidade.

Etapa 2 - Fase 1.1: Montagem e Instalação das Unidades (Mercados) - Material de

consumo/insumos e Contratação de Pessoa Jurídica

Meta 2 - Capacitação dos gestores, lideranças comunitárias e equipe operacional que atuarão

no projeto

100

Será realizada capacitação da equipe operacional e gestores do projeto, tanto na coordenação

quanto na execução operacional do programa. Os temas a serem abordados serão: logística,

formação de preço, atendimento ao público, gestão de negócio, aspectos financeiros, contábeis

e fiscais, operação de controle de estoque e reposição de mercadorias, operação de check outs.

Serão realizados encontros regionais com a população atendida e serão realizados em cada

município, com prazo ou data predeterminados. Têm por finalidade avaliar o desempenho do

programa e prestar serviços de orientação e esclarecimento aos participantes através de

palestras, seminários, debates, filmes ou outros recursos.

Oportunamente deverão ser realizados encontros regionais com os gerentes municipais, com

a finalidade de discutir, avaliar e aprimorar o desenvolvimento das atividades e o

desenvolvimento do programa. Normalmente deverá participar um gerente de cada município.

Meta 3 - Desenvolvimento de material de controle e informação

Produção de carteirinhas com código de barras para as famílias beneficiárias, as quais serão

utilizadas pelo sistema informatizado; produção de folders com a metodologia e divulgação

do projeto e programa do governo federal.

Produção de formulários para controle de cartazes do programa para divulgação em ônibus de

circulação local e regional.

Sobre a análise da minuta do Convênio, a Advocacia-Geral da União emitiu em 21 de

dezembro de 2009, o Parecer nº 1273/2009/CONJUR/MDS, processo 71000.102628/2009-

33, onde relacionou itens a serem observados pelo convenente. Seguem alguns desses itens e

os respectivos parágrafos em que se encontram:

- Informa sobre a “forte participação da CEASA” no projeto. (parágrafo 45)

- Trata da capacidade operacional e da proficiência para que o convênio seja executado,

avaliações técnicas etc., a ser observada. Cita acórdãos do TCU sobre o risco de falta de

efetividade. (parágrafos 50 a 53)

- Trata da Análise Técnica, apresenta análise sobre Acórdão do TCU que determinou ao MDS

que considere a viabilidade do objeto dos convênios, sob a ótica da eficiência, efetividade e

economicidade ao serem emitidos os pareceres técnicos (item 6.3, TC 010.738/2003-4,

Acórdão 2.308/2005-TCU – 2ª Câmara). (parágrafo 81)

- Trata da Avaliação Criteriosa, informa que por tratar-se de “projeto-piloto”, e o montante de

recursos financeiros envolvidos, alerta para a necessidade de monitoramento e

acompanhamento reforçado na execução das metas, a fim de garantir a efetividade do projeto,

inclusive através de um plano interno contínuo e periódico de fiscalização in loco. (parágrafo

82)

Na cláusula 11º do convênio estão previstos os casos de rescisão:

“Clausula décima primeira – Da modificação, denúncia e rescisão

11.2 Constituem motivos para a rescisão deste convênio

11.2.5 a superveniência de norma legal ou de fato que o torne material ou formalmente

inexequível.

Subcláusula única:

101

A convenente poderá solicitar a alteração deste convênio, desde que preservado o objeto

incialmente pactuado, mediante proposta fundamentada em razões concretas que a justifique

e formulada no prazo máximo de 30 (trinta) dias antes do término de sua vigência, sendo

vedada a alteração do objeto.”

Por meio do Ofício GS/0932/2014 de 30 de outubro de 2014, o Secretário de Estado de

Agricultura e Abastecimento submeteu ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate

à Fome - MDS o processo de Prestação de Contas do convênio (71000.102628/2009-33). No

referido documento registra que a Central de Abastecimento do Paraná S/A - CEASA, em

2012, decidiu encerrar o programa e fechar as últimas unidades. Relaciona, também as

diversas dificuldades que surgiram durante a execução do convênio.

Conforme informado, em 2012 a CEASA decidiu pelo encerramento do programa e fechou

as últimas unidades em funcionamento do Projeto Atendimento às Famílias de Baixa Renda,

inclusive providenciando a baixa dos cadastros de inscrições estaduais junto ao fisco. O

convênio não foi encerrado nessa oportunidade mesmo com a descontinuidade do projeto pela

CEASA.

Em 26 de junho de 2012 foi encerrada a concorrência nº 02/2012 com a designação de empresa

para a construção das edificações.

Visando à continuidade do projeto, a SEAB entrou em contato com o município de Curitiba

que possui programa semelhante já consolidado e cinco municípios pertencentes à região

metropolitana: Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Pinhais e São José dos Pinhais.

Os municípios de Campo Magro e Colombo demonstraram não ter condições de disponibilizar

funcionários para atendimento ao público. O município de Pinhais construiu, por conta

própria, o seu Armazém da Família em um terreno ao lado do disponibilizado para

implantação do Mercado Brasil, razão pela qual pleiteia que o barracão construído seja cedido

ao município para atender demanda de um HORTIFRUTI, conforme anexo. Os municípios

de São José dos Pinhais e Campo Largo também sinalizaram o desinteresse na continuidade

do projeto no formato atual.

No Relatório de Cumprimento do objeto (anexo IX da Prestação de Contas) a SEAB informa

que o objetivo não foi executado em sua totalidade, solicita o encerramento do convênio, com

aceite parcial, considerando a impossibilidade de manutenção do objeto proposto. Solicita

autorização do MDS para que as três edificações (Campo Magro, Colombo e Pinhais – as

demais não foram construídas por não haver proposta durante procedimento licitatório) sejam

utilizadas como hortifrúti.

Das três obras edificadas (Campo Magro, Colombo e Pinhais) selecionaram-se duas como

amostra: uma no munícipio de Pinhais - PR e a outra em Campo Magro - PR, que foram

visitadas respectivamente nos dias 22 e 23 de março.

O município de Pinhais - PR construiu também um mercado (Armazém da Família) três vezes

maior que o objeto deste convênio, no terreno ao lado. Nesse mercado, que já está com a

capacidade máxima, não há oferta de hortifrutigranjeiros.

102

Foto - Edificação em Pinhais - PR, ao lado da

Guarda Municipal, 22 de março de 2016.

Foto - Armazém da Família construído pelo

Município ao lado da Edificação em Pinhais – PR,

22 de março de 2016.

No município de Campo Magro - PR a obra foi edificada em local de pouco movimento, em

início de ladeira, sem comércio próximo ou sinalização adequada. Segue link com imagem do

local:

https://www.google.com.br/maps/@-25.3809528,-

49.3609817,3a,75y,205.53h,79.06t/data=!3m6!1e1!3m4!1sEPMWUS51d45kxnHWJnuxnQ!

2e0!7i13312!8i6656!6m1!1e1

Foto – Edificação com pichações em Campo Magro

– PR, 23 de março de 2016.

Foto – Edificação com pichações em Campo Magro

– PR, 23 de março de 2016.

Em 30 de outubro de 2014, data de encerramento do convênio, a SEAB efetuou o recolhimento

do saldo bancário de R$ 3.867.707,01, sendo R$ 2.325.981,77 para o Tesouro da União e R$

1.550.654,52 para o Tesouro do Estado do Paraná. Os recursos do convênio foram

movimentados pela conta 8901-X, agência 3793-1, Banco do Brasil, referente ao Convênio

720289/2009/MDS-SEAB-Mercado Brasil.

Verificou-se que todas as despesas foram efetuadas com os recursos provenientes da parcela

federal. Nenhum recurso de contrapartida foi utilizado no presente convênio.

103

O valor financeiro restituído à União foi a diferença entre o repasse federal, as despesas

realizadas e parte do rendimento da aplicação financeira, enquanto que os recursos estaduais

foram integralmente restituídos ao erário estadual: valor da contrapartida mais os rendimentos.

Considerando que a natureza do convênio é o interesse recíproco, verificou-se que a União

arcou com todas as despesas da avença e o objetivo não foi atingido.

Da análise da documentação disponibilizada sobre o convênio nº 720289/2009 verificou-se

que o projeto-piloto não alcançou o fim proposto. A SEAB informou que encontrou as

seguintes dificuldades:

- Alterações nos projetos arquitetônicos das obras, necessários para a sua boa execução;

- Mudança de gestão levou a alterações nas equipes de trabalho, inclusive as responsáveis

pelos convênios, sendo necessário período de adaptação e nivelamento de informações;

- Prazos de tramitação e dificuldades na obtenção de sucesso nas licitações das obras civis;

- Dois períodos eleitorais durante a vigência do convênio que dificultaram o início as obras.

Outros fatores que contribuíram para a descontinuidade do convênio:

- edificação padronizada para todos os municípios envolvidos, embora a realidade de um fosse

diferente da de outro. (Em função da demora na entrega da edificação, a prefeitura de Pinhais

- PR construiu por conta própria um mercado 3 vezes maior, ao lado da edificação deste

convênio. Em menos de dois anos de funcionamento esse estabelecimento já se encontra com

sua capacidade no máximo);

- desinteresse ou dificuldades dos municípios envolvidos na manutenção do convênio, seja

por falta de terreno disponível, seja por falta de funcionários, dentre outros;

- mudança nas competências da CEASA e sua retirada do projeto, agente fundamental para o

desenvolvimento do projeto;

- mudança nas gestões estadual e municipais;

- as três (Campo Magro, Colombo e Pinhais) obras foram concluídas há três anos. Nenhuma

está em funcionamento.

A falta de efetividade prejudicou a comunidade pois ela não foi beneficiada: as edificações

não serão mercados, encontram-se sem utilização oficial e estão suscetíveis aos atos de

vandalismo decorrentes da falta de vigilância.

Foi informado pela SEAB que houve visita in loco de técnicos do MDS às três obras, que

houve reuniões onde foram expostas as dificuldades encontradas e a situação da execução do

objeto conveniado. Durante esse período houve a busca de soluções para as dificuldades

encontradas na operacionalização.

Apesar de o convênio estar em vigor desde 2009 foi concebido com um projeto-piloto.

O convênio chegou a seu Termo Final. Não foram adquiridos os bens e equipamentos para

equipar os mercados. O saldo bancário remanescente foi restituído aos cofres federal e

estadual. Não houve manifestação do MDS quanto à solicitação de alteração de objeto

sugerida pela SEAB.

A única ação desenvolvida do presente convênio foi parte da primeira meta, ou seja, a

construção de três das cinco edificações previstas, sendo totalmente custeada com os recursos

federais.

No Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI o presente

convênio encontra-se na situação “aguardando aprovação” do MDS.

104

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício GS/0298/2016 de 18 de maio de 2016, o Secretário de Estado de

Agricultura e Abastecimento informa que “Na análise efetuada pelo Departamento

responsável pela Gestão do Convênio, verificamos que as posições consignadas no relatório

são verdadeiras e que não há reparos ou contestações a serem efetuadas. Ao ensejo,

informamos que prosseguiremos com tratativas iniciadas em 2014, de darmos nova utilização

às edificações concluídas”.

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento ratificou todas as informações

constantes do presente Relatório, ou seja, a comunidade não foi atendida pelo programa que

pretendia oferecer alimentos subsidiados. O objetivo do convênio não foi atendido.

A Consultoria Jurídica do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS,

órgão da Advocacia-Geral da União - AGU, por meio do Parecer nº

1273/2009/CONJUR/MDS, específico para este convênio (247/2009, Siafi 720289) efetuou

recomendações ao MDS para que atentasse à efetividade do projeto em função dos seguintes

riscos:

- Havia forte participação da CEASA no projeto;

- Citou a legislação vigente e Acórdãos do Tribunal de Contas da União – TCU, sobre riscos

de inefetividade: (Acórdão 4.821/2009 – 2ª Câmara; Acórdão 794/2009 - Plenário; Acórdão

6.527/2009 - 2ª Câmara e Acórdão 1/2006 – 1ª Câmara)

- Citou, ainda, o Acórdão 2.308/2005-TCU – 2ª Câmara (item 6.3, TC 010.738/2003-4) que

fez recomendação específica ao Ministério do Desenvolvimento Social e de Combate à Fome

– MDS quanto à viabilidade do objeto dos convênios sob a ótica da eficiência, efetividade e

economicidade ao serem emitidos os pareceres técnicos;

- Sugeriu avaliação criteriosa por tratar-se de projeto-piloto e que, em função dos valores

envolvidos alertou para a necessidade de monitoramento e acompanhamento reforçado na

execução das metas, a fim de garantir efetividade ao projeto.

Apesar dos alertas prévios da AGU, o projeto teve prosseguimento, mesmo com as diversas

intercorrências.

Os recursos utilizados foram exclusivamente federais.

O convênio (projeto-piloto) foi encerrado após decorridos sete anos de execução.

##/AnaliseControleInterno##

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

105

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Visita ao local da obra - Campo Magro - PR

Fato

Em 23 de março de 2016, a equipe de fiscalização realizou visita à unidade do Mercado Brasil

executada no município de Campo Magro/PR. A unidade apresenta 213,16m2 de área

construída, compostos por área para escritório, depósito, copa, duas instalações sanitárias,

depósito de material de limpeza e salão para o mercado.

A obra foi realizada pela empresa CDC Comercial Ltda, CNPJ nº 03.914.531/0001-88, no

âmbito do procedimento licitatório Concorrência nº 002/2012, conforme projeto arquitetônico

apresentado, nos termos do Contrato de Prestação de Serviços nº 086/2012. O objeto

contratado compreendeu a construção de três Mercados Populares nos municípios de Pinhais,

Colombo e Campo Magro, no estado do Paraná.

Verificou-se correspondência entre os materiais e acabamentos previstos e aqueles

efetivamente empregados. Conforme Termo de recebimento provisório disponibilizado, a

unidade foi concluída em outubro de 2013.

Desde sua conclusão, a unidade não foi utilizada para atendimento à comunidade; suas

instalações encontram-se abandonadas e depredadas, conforme registro fotográfico a seguir:

Foto – Vista da unidade a partir da rua, Campo

Magro - PR, 23 de março de 2016.

Foto – Fachada principal da unidade, Campo Magro -

PR, 23 de março de 2016.

Foto – Vista lateral – acesso de veículos, Campo

Magro - PR, 23 de março de 2016.

Foto – Vista interna da unidade, Campo Magro - PR,

23 de março de 2016.

106

Foto – Instalações sanitárias, Campo Magro - PR, 23

de março de 2016.

Foto – Acesso à copa e entrada do depósito, Campo

Magro - PR, 23 de março de 2016.

##/Fato##

2.2.2. Avaliação dos valores constantes da planilha orçamentária - Campo Magro - PR

Fato

O orçamento das obras do Mercado Brasil executado no município de Campo Magro - PR foi

analisado, tendo por base comparativa o banco de dados do Sistema Nacional de Pesquisa de

Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, referente ao mês de março de 2010, referencial

adotado pelo gestor para sua composição de preços. Os valores comparados totalizaram 68%

do valor de R$ 342.045,59, conforme planilha orçamentária elaborada pelo gestor.

Do universo analisado, não foi possível verificar os preços referenciais de alguns itens da

planilha orçamentária em razão de não se encontrarem em consonância com o SINAPI.

Nos termos apresentados, não foi verificada a ocorrência de sobrepreços. Da mesma forma,

não foi verificada a ocorrência de superfaturamento por sobrepreço ou superfaturamento por

desequilíbrio econômico financeiro na obra em referência, uma vez que o Contrato de

Prestação de Serviços nº 086/2012 foi aditivado somente para prorrogação do prazo e vigência

contratuais.

##/Fato##

2.2.3. Utilização de unidade genérica para determinação de quantitativo do orçamento

- Campo Magro - PR

Fato

Verificou-se na planilha orçamentária contratual a previsão de materiais e serviços

quantificados pela unidade genérica “gleba” (gb).

Os itens 401.01.01.003 (depósito materiais de escritório e abrigos) e 401.03.01.001

(mobilização e desmobilização de equipamentos), nos valores de R$ 3.835,61 e R$ 1.053,51,

respectivamente, foram quantificados com a unidade de “01 gb”, configurando

descumprimento à Súmula nº 258/2010 emitida pelo Tribunal de Contas da União, que dispõe

“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram

o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar

dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados

mediante uso da expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas”.

##/Fato##

107

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício GS/0298/2016, de 18 de maio de 2016, o gestor informou “que as posições

consignadas no relatório são verdadeiras e que não há reparos ou contestações a serem

efetuadas. (...).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento ratificou todas as informações

constantes do presente Relatório.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.4. Ausência de apresentação da composição do percentual de bonificações e

despesas indiretas - BDI contratual - Campo Magro - PR

Fato

O detalhamento do percentual de bonificações e despesas indiretas - BDI aplicado ao

orçamento contratual foi solicitado pela equipe de fiscalização, porém, não foi apresentado.

A Súmula nº 258/2010, emitida pelo Tribunal de Contas da União, dispõe: “As composições

de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que

compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do

edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da

expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas”.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício GS/0298/2016, de 18 de maio de 2016, o gestor informou “que as posições

consignadas no relatório são verdadeiras e que não há reparos ou contestações a serem

efetuadas. (...).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento ratificou todas as informações

constantes do presente Relatório.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Ausência de efetividade da obra concluída - Campo Magro - PR

Fato

Verificou-se que, embora concluída, a unidade do Mercado Brasil executada no município de

Campo Magro - PR não iniciou as atividades previstas, fato que constitui ausência de

efetividade no atendimento à comunidade.

108

Desde sua conclusão, a unidade não foi utilizada para atendimento à população local. Por

ocasião da visita, a equipe de fiscalização verificou que a unidade está fechada e as instalações

encontram-se abandonadas e depredadas.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício GS/0298/2016, de 18 de maio de 2016, o gestor informou “que as posições

consignadas no relatório são verdadeiras e que não há reparos ou contestações a serem

efetuadas. Ao ensejo, informamos que prosseguiremos com tratativas iniciadas em 2014, de

darmos nova utilização às edificações concluídas.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento ratificou todas as informações

constantes do presente Relatório.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.6. Visita ao local da obra - Pinhais - PR

Fato

Em 22 de março de 2016, a equipe de fiscalização realizou visita à unidade do Mercado Brasil

executada no município de Pinhais - PR. A unidade apresenta 213,16m² de área construída,

compostos por área para escritório, depósito, copa, duas instalações sanitárias, depósito de

material de limpeza e salão para o mercado.

A obra foi realizada pela empresa CDC Comercial Ltda., CNPJ nº 03.914.531/0001-88, no

âmbito do procedimento licitatório Concorrência nº 002/2012, conforme projeto arquitetônico

apresentado, nos termos do Contrato de Prestação de Serviços nº 086/2012. O objeto

contratado compreendeu a construção de três Mercados Populares nos municípios de Pinhais,

Colombo e Campo Magro, no Estado do Paraná.

A construção apresenta boas condições de materiais e acabamentos. Conforme Termo de

recebimento provisório disponibilizado, a unidade foi concluída em agosto de 2013.

As instalações estão em boas condições de manutenção e conservação, conforme registro

fotográfico a seguir:

Foto – Vista da unidade a partir da rua, Pinhais - PR,

22 de março de 2016.

Foto – Fachada principal da unidade, Pinhais - PR,

22 de março de 2016.

109

Foto – Fachada posterior da unidade, Pinhais - PR, 22

de março de 2016.

Foto – Vista interna da unidade, Pinhais - PR, 22 de

março de 2016.

##/Fato##

2.2.7. Avaliação dos valores constantes da planilha orçamentária - Pinhais - PR

Fato

O orçamento das obras do Mercado Brasil executado no município de Pinhais - PR foi

analisado, tendo por base comparativa o banco de dados do Sistema Nacional de Pesquisa de

Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, referente ao mês de março de 2010, referencial

adotado pelo gestor para sua composição de preços. Os valores comparados totalizaram 64%

do valor de R$ 363.072,20, conforme planilha orçamentária elaborada pelo gestor.

Do universo analisado, não foi possível verificar os preços referenciais de alguns itens da

planilha orçamentária em razão de não se encontrarem em consonância com o SINAPI.

Nos termos apresentados, não foi verificada a ocorrência de sobrepreços. Da mesma forma,

não foi verificada a ocorrência de superfaturamento por sobrepreço ou superfaturamento por

desequilíbrio econômico financeiro na obra em referência, uma vez que o Contrato de

Prestação de Serviços nº 086/2012 foi aditivado somente para prorrogação do prazo e vigência

contratuais.

##/Fato##

2.2.8. Utilização de unidade genérica para determinação de quantitativo do orçamento

- Pinhais - PR

Fato

Verificou-se na planilha orçamentária contratual a previsão de materiais e serviços

quantificados pela unidade genérica “gleba” (gb).

Os itens 401.01.01.003 (depósito materiais de escritório e abrigos) e 401.03.01.001

(mobilização e desmobilização de equipamentos), nos valores de R$ 3.835,61 e R$ 1.053,51,

respectivamente, foram quantificados com a unidade de “01 gb”, configurando

descumprimento à Súmula nº 258/2010 emitida pelo Tribunal de Contas da União, que dispõe

“As composições de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram

o orçamento que compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar

dos anexos do edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados

mediante uso da expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas”.

##/Fato##

110

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício GS/0298/2016, de 18 de maio de 2016, o gestor informou “que as posições

consignadas no relatório são verdadeiras e que não há reparos ou contestações a serem

efetuadas. (...).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento ratificou todas as informações

constantes do presente Relatório.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.9. Ausência de apresentação da composição do percentual de bonificações e

despesas indiretas - BDI contratual - Pinhais - PR

Fato

O detalhamento do percentual de bonificações e despesas indiretas - BDI aplicado ao

orçamento contratual foi solicitado pela equipe de fiscalização, porém, não foi apresentado.

A Súmula nº 258/2010, emitida pelo Tribunal de Contas da União, dispõe: “As composições

de custos unitários e o detalhamento de encargos sociais e do BDI integram o orçamento que

compõe o projeto básico da obra ou serviço de engenharia, devem constar dos anexos do

edital de licitação e das propostas das licitantes e não podem ser indicados mediante uso da

expressão ‘verba’ ou de unidades genéricas”.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Ofício GS/0298/2016, de 18 de maio de 2016, o gestor informou “que as posições

consignadas no relatório são verdadeiras e que não há reparos ou contestações a serem

efetuadas. (...).”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento ratificou todas as informações

constantes do presente Relatório.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.10. Ausência de efetividade da obra concluída - Pinhais - PR

Fato

Verificou-se que, embora concluída, a unidade do Mercado Brasil executada no município de

Pinhais - PR não iniciou as atividades previstas, fato que constitui ausência de efetividade no

atendimento à comunidade.

A edificação encontra-se em boas condições de manutenção e conservação, no entanto, nunca

foi utilizada para atendimento à população local.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

111

Por meio do Ofício GS/0298/2016, de 18 de maio de 2016, o gestor informou “que as posições

consignadas no relatório são verdadeiras e que não há reparos ou contestações a serem

efetuadas. Ao ensejo, informamos que prosseguiremos com tratativas iniciadas em 2014, de

darmos nova utilização às edificações concluídas.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

O Secretário de Estado de Agricultura e Abastecimento ratificou todas as informações

constantes do presente Relatório.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que as edificações dos mercados populares

foram concluídas em três dos cinco municípios previstos (Campo Magro, Colombo e

Pinhais, à exceção de Campo Largo e São José dos Pinhais – licitação deserta).

A análise das planilhas orçamentárias das edificações visitadas não revelou existência de

sobrepreços.

Entretanto, os objetivos do convênio não foram alcançados.

As diversas intercorrências provocaram demoras, termos aditivos, prorrogações de prazos e

prejudicaram a efetividade. Mesmo se tratando de um projeto-piloto em vigor desde 2009,

nenhuma das edificações serviu como mercado popular, objetivo do convênio.

112

Ordem de Serviço: 201600482

Município/UF: Curitiba/PR

Órgão: MINISTERIO DO ESPORTE

Instrumento de Transferência: Contrato de Repasse - 779739

Unidade Examinada: INSTITUTO PARANAENSE DE CIENCIA DO ESPORTE - IPCE

Montante de Recursos Financeiros: R$ 18.750.000,00

1. Introdução

Os trabalhos foram realizados junto à Unidade Examinada, em estrita observância às normas

de fiscalização aplicáveis ao Serviço Público Federal.

A ação de controle teve por objetivo a verificação da regularidade da execução do Convênio

nº 779739/2012, no valor total de R$ 18.750.000,00, celebrado entre a União, por intermédio

do Ministério do Esporte, representado pela Caixa Econômica Federal, e o Instituto

Paranaense de Ciência do Esporte – IPCE. O referido Convênio trata da construção do Centro

Nacional de Treinamento de Atletismo – CNTA, no município de Cascavel - PR, visando à

formação de atletas de alto nível na Região Oeste do Paraná.

Para subsídio à realização dos trabalhos, foram empreendidas as seguintes ações prévias:

- Levantamentos de dados do Convênio nº 779739/2012;

- Emissão da Solicitação de Fiscalização nº 201600482/01, em 09 de março de 2016, para

disponibilização dos documentos e informações relacionados à contratação e à execução do

objeto do Convênio.

Nenhuma restrição foi imposta aos exames, os quais foram realizados por amostragem sobre

as seguintes áreas:

- Exame da documentação disponibilizada pelo convenente;

- Inspeção física da execução do objeto, realizada em 29 de março de 2016 no local da obra,

em Cascavel – PR.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

113

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

2.2.1. Informações gerais do Convênio nº 779739

Fato

A União, por intermédio do Ministério do Esporte, representado pela Caixa Econômica

Federal, e o Instituto Paranaense de Ciência do Esporte - IPCE, CNPJ/MF nº

00.470.127/0001-74, celebraram, no dia 28 de dezembro de 2012, o Contrato de Repasse nº

779739/2012 – processo nº 1.001.142-73/2012, com a interveniência/anuência do Governo do

Estado do Paraná, CNPJ/MF nº 00.470.127/0001-74.

O Contrato objetiva a construção do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo – CNTA,

no município de Cascavel - PR, visando à formação de atletas de alto nível na Região Oeste

do Paraná.

O prazo inicialmente estabelecido para o término da vigência do Contrato de Repasse foi 30

de novembro de 2016.

Conforme documento que detalha o projeto em questão, fls. 43/55, Anexo Técnico de

Engenharia – A-I, a construção do CNTA tem como um de seus objetivos específicos (item

5) se “consolidar como local de aclimatação e treinamento para os Jogos Olímpicos Rio 2016”.

O valor aprovado para execução do objeto foi de R$ 18.750.000,00, sendo R$ 15.000.000,00

aportados pela União, correspondentes a 80% do valor total investido, e R$ 3.750.000,00 pelo

Instituto Paranaense de Ciência do Esporte, correspondentes a 20% do valor total investido.

Até a data da fiscalização, a União já havia repassado ao Instituto o valor de R$ 5.400.000,00,

restando, do total inicialmente ajustado, o valor de R$ 9.600.000,00 a ser repassado.

##/Fato##

2.2.2. Informações gerais do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo - CNTA

Fato

O Centro Nacional de Treinamento de Atletismo situa-se em Cascavel - PR, na Avenida das

Torres, nº 500. A unidade possui área total de 7.948,00 m2, sendo composta pelas seguintes

áreas:

- Pista de Atletismo;

- Edifício de Treino;

- Arquibancadas e Apoio de Público;

114

- Praça;

- Centro de Fisioterapia;

- Alojamento;

-Guarita.

A empresa N. Dalmina Construções Ltda., CNPJ/MF no 78.080.199/0001-00, vencedora do

Procedimento Licitatório CP nº 087/2013, com o valor de R$ 16.325.285,05, é responsável

pela execução do objeto. Ressalta-se que 79,79% de tal valor refere-se a materiais e 20,21%

à mão de obra.

O Contrato no 111/2014 – A, foi celebrado entre a Paraná Edificações e a Empresa N. Dalmina

Construções Ltda., com prazo previsto de 300 dias corridos para a execução dos serviços e de

480 dias corridos para a respectiva vigência.

O regime de execução definido foi o de Preço Global. Observa-se que o Contrato não

apresenta a data de assinatura, mas tão somente o seguinte texto: “O Prazo Contratual, de

acordo com a Cláusula Terceira acima referido, deverá ser contado a partir de 30 de abril

de 2015”.

Em 21 de agosto de 2015, ocorreu o 1o Termo Aditivo ao contrato, que alterou o Cronograma

Físico Financeiro; em 19 de janeiro de 2016, deu-se o 2o Termo Aditivo, para nova alteração

do Cronograma Físico Financeiro.

Ressalta-se que não foram apresentados os documentos referentes a tais alterações, assim

como não foram disponibilizados os Termos Aditivos que tratam de possíveis prorrogações

de prazo do Contrato em análise.

##/Fato##

2.2.3. Avaliação dos valores constantes da planilha orçamentária

Fato

O orçamento do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo, situado no município de

Cascavel - PR foi analisado, tendo por base comparativa o banco de dados do Sistema

Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, referente ao mês de

setembro de 2013, referencial adotado pelo gestor para sua composição de preços. Os valores

comparados totalizaram 31,91% do valor de R$ 18.748.821,47, conforme planilha

orçamentária elaborada pelo gestor.

O universo analisado abrange somente os itens que estão diretamente relacionados aos

trabalhos específicos de construção civil. Ressalta-se que aproximadamente 50% dos valores

correspondentes aos itens de maior relevância da CURVA ABC DE SERVIÇOS não podem

ser aferidos a partir dos sistemas de referências utilizados para análises de preços de obras, a

exemplo do SINAPI, uma vez que se referem a materiais, equipamentos e acessórios

esportivos de alta complexidade e com certificações padronizadas.

Ademais, ainda que fossem comparados aos itens similares constantes dos termos de

referências dos pregões eletrônicos específicos para aquisições desses materiais para a

Olimpíada Rio 2016, as descrições encontradas no memorial descritivo da obra em análise

não são suficientes para tanto.

115

Por fim, em que pese a existência de base de preços contemplando esses itens denominados

especiais, elaborada no âmbito do Ministério do Esporte, a partir da contratação de consultoria

específica, essa base de preços não está disponível para acesso externo, de forma que se

pudesse validar o valor desses materiais e equipamentos esportivos no âmbito do contrato de

repasse em análise.

Dessa forma, nos termos apresentados, ou seja, em relação aos itens constantes do SINAPI,

não foi verificada a ocorrência de sobrepreços. Da mesma forma, não foi verificada a

ocorrência de superfaturamento por sobrepreço ou superfaturamento por desequilíbrio

econômico-financeiro na obra em referência, uma vez que até o momento da fiscalização não

foram firmados termos aditivos dos valores contratuais.

##/Fato##

2.2.4. Ausência de parcelamento do objeto contratual conforme previsto no art. 23, §

1º, da Lei de Licitações

Fato

Por meio da análise de custos da planilha orçamentária, verificou-se que aproximadamente

50% dos valores correspondentes aos itens de maior relevância da CURVA ABC DE

SERVIÇOS se referem a materiais esportivos com certificação IAAF - International

Association of Athletics Federations para atender aos padrões dos eventos para os Jogos

Olímpicos Rio 2016.

As pesquisas de preços de tais materiais feitas no sítio eletrônico comprasnet.gov.br, em 29

de abril de 2016, demonstraram que as aquisições de materiais esportivos com certificação

IAAF, para atender ao evento Rio 2016, foram realizadas por meio de licitação na modalidade

Pregão Eletrônico, dividida em itens, facultando-se ao licitante a participação em quantos itens

fossem de seu interesse, para que dessa forma pudesse ser atingido o objetivo da escolha da

proposta mais vantajosa para a administração pública.

Conforme determina o art. 23, § 1º, da Lei nº 8.666/1993, “as obras, serviços e compras

efetuadas pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem

técnica e economicamente viáveis, procedendo-se à licitação com vistas ao melhor

aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e à ampliação da competitividade sem

perda da economia de escala”.

Nesse sentido, encontra-se ressalva pertinente ao caso, no livro Obras Públicas, Cláudio Sarian

Altounian:

“No caso de serviços especializados acessórios em relação à obra, a lei autoriza a utilização

de modalidade específica com base no valor de contratação desses serviços, com vistas a

viabilizar o maior número de empresas participantes.”

Ainda sobre o assunto, a SÚMULA Nº 247, do Tribunal de Contas da União – TCU:

“É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais das

licitações para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo objeto seja

divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou perda de economia de

escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla participação de licitantes que, embora

não dispondo de capacidade para a execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do

116

objeto, possam fazê-lo com relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de

habilitação adequar-se a essa divisibilidade.”

Ressalta-se que tais regras se justificam em face do princípio da eficiência de forma a

selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração na contratação de obra pública.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

Por meio do Despacho 020/2016, de 17 de maio de 2016, o gestor se manifestou da seguinte

forma:

“O contrato com esta PRED refere-se exclusivamente a execução da obra, sendo os custos

unitários conforme tabela SINAPI. Materiais esportivos com certificação IAAF, não fazem

parte do escopo do contrato.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

A argumentação do gestor não condiz com os fatos apurados a partir da análise dos

documentos apresentados pela Paraná Edificações - PRED e utilizados para a realização do

estudo do custo dos itens mais representativos da obra, quais sejam:

- Pista de atletismo de piso sintético sobre base de asfalto padrão IAAF, inclusive fosso, caixa

de areia, piso sintético, demarcação de pista e certificação;

- Base de asfalto padrão IAAF, inclusive fosso e caixa de areia;

- Torre poligonal com escada e plataforma de 30 metros – completo inclusive gaiola;

- Estrutura metálica – conforme projeto específico;

- Telhas para fechamento lateral e cobertura – conforme projeto específico;

- Acessórios esportivos para pista de atletismo: gaiola, tábuas de impulsão, caixa para salto

com vara, traves ajustáveis para steeple chase e dispositivos metálicos para arremesso;

- Reator eletromagnético de uso externo para Lâmpada HPI-T 2000W-U-220V, alto fator de

potência;

- Luminária TPE 3200 para lâmpada MVM 2000W;

- Lâmpada HPI-T 2000W-U-220V.

Esses itens representam aproximadamente 50% dos valores correspondentes aos itens de

maior relevância da planilha orçamentária do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo,

os quais não podem ser aferidos a partir dos sistemas de referências utilizados para análises

de preços de obras, a exemplo do SINAPI, por se tratarem de equipamentos esportivos e itens

específicos com certificações padronizadas, não se tratando de materiais ou serviços

corriqueiros em obras de engenharia.

Conforme anteriormente mencionado, a base de preços desenvolvida no âmbito do Ministério

do Esporte não está disponível para consulta pública, de forma que não foi possível validar os

valores dos itens esportivos, denominados “especiais”.

Diante disso, deveriam ter sido observadas tanto a determinação constante do art. 23, § 1º, da

Lei nº 8.666/1993, quanto da Súmula 247, do Tribunal de Contas da União, para que houvesse

o melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no mercado e a ampliação da

117

competitividade sem perda da economia de escala, possibilitando, assim, atingir o objetivo da

escolha da proposta mais vantajosa para a administração pública.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.5. Inspeção física

Fato

A Equipe de Fiscalização da CGU/Regional Paraná visitou a obra referente ao Centro

Nacional de Treinamento de Atletismo - CNTA, em Cascavel - PR, no dia 29 de março de

2016.

A obra encontra-se 31,44% realizada, conforme Relatório de Acompanhamento de

Engenharia – RAE, de 05 de fevereiro de 2016, e PA GIGOV/CT 227/2016, de 15 de fevereiro

de 2016. Portanto, não foi possível verificar a correspondência entre os materiais e

acabamentos previstos com os efetivamente aplicados.

Observe-se que, no momento dos trabalhos de campo, verificou-se que os serviços executados

estavam em estágio mais avançado, comparando-se com o apontado no RAE no 05, analisado

por esta Equipe de Fiscalização.

Foto – Obra CNTA - Placa de Obra, Cascavel – PR,

29 de março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Canteiro de Obras, Cascavel –

PR, 29 de março de 2016.

118

Foto – Obra CNTA - Vista parcial da Pista de

Atletismo e do Alojamento, Cascavel – PR, 29 de

março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Vista parcial da Pista de

Atletismo e da Arquibancada, Cascavel – PR, 29 de

março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Arquibancada, Cascavel – PR,

29 de março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Vista Edifício de Treino e Pista

Coberta, Cascavel – PR, 29 de março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Vista Centro de Fisioterapia e

Pista Coberta, Cascavel – PR, 29 de março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Pista Coberta, Cascavel – PR,

29 de março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Alojamento, Cascavel – PR, 29

de março de 2016.

Foto – Obra CNTA - Guarita, Cascavel – PR, 29 de

março de 2016.

119

Após a verificação física realizada, e considerando informações disponíveis no Sistema de

Acompanhamento de Obras, mantido no sítio eletrônico da CAIXA, em 20 de junho de 2016,

no qual existe registro de que a obra está atrasada, com 35,70% de execução, com data de

última medição em 18 de maio de 2016, verifica-se que o empreendimento não estará

concluído a tempo para o cumprimento de um dos objetivos específicos do contrato de repasse,

qual seja, se “consolidar como local de aclimatação e treinamento para os Jogos Olímpicos

Rio 2016”, vez que o mencionado evento terá início em 05 de agosto de 2016.

##/Fato##

2.2.6. Deficiência do projeto básico

Fato

Conforme informações prestadas pelo Engenheiro Residente da empresa executora da obra,

N. Dalmina Construções Ltda., e pelo Engenheiro Fiscal da Paraná Edificações, o IPCE –

Instituto Paranaense de Ciência do Esporte recebeu o Projeto do CNTA em doação, não

podendo proceder qualquer alteração no documento para adequá-lo às especificidades locais.

Cumpre observar que não foram precisadas as informações referentes ao doador de tal projeto.

No decorrer da inspeção física, verificou-se a existência das seguintes deficiências no local de

execução da obra:

a) Pontos de alagamento nas proximidades da arquibancada, especialmente na área destinada

ao estacionamento, devido à drenagem prevista em projeto, e executada pela contratada, não

ser suficiente para escoar o excesso de umidade existente no local.

Foto – Obra CNTA – Alagamento no local

destinado à pavimentação do estacionamento,

Cascavel – PR, 29 de março de 2016.

Foto – Obra CNTA – Alagamento no local destinado à

pavimentação do estacionamento, Cascavel – PR, 29

de março de 2016.

Tal fato denota a insuficiência da sondagem realizada no local da obra, e a insuficiência na

caracterização do perfil geológico do terreno e na identificação da profundidade do lençol

freático.

b) Necessidade de execução de um muro de arrimo, contornando parte da área destinada ao

estacionamento, com o objetivo de contenção de um talude que se formou em um ângulo

120

superior a 45 graus, como consequência do trabalho de terraplenagem executado pela

contratada para aplainar uma área que fosse suficiente para a construção do estacionamento.

Foto – Obra CNTA – Barranco em ângulo superior a

45 graus, formado para aplainar a área do

estacionamento, Cascavel – PR, 29 de março de 2016.

Foto – Obra CNTA – Barranco em ângulo superior a

45 graus, formado para aplainar a área do

estacionamento, Cascavel – PR, 29 de março de 2016.

Também foi informado à Equipe de Fiscalização que os serviços de terraplenagem executados

no local da obra pela empresa contratada, relacionados aos cortes e movimentações de terra,

foram muito superiores às quantidades previstas na planilha orçamentária licitada, com

alterações, inclusive, nos taludes.

Conforme determina o inciso IX do art. 6º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, o projeto

básico se constitui de um conjunto de elementos técnicos (projetos arquitetônicos e

complementares, especificação técnica, memorial descritivo, planilha orçamentária,

composições de custos unitários, cronograma físico financeiro, composição dos encargos

sociais e do BDI), os quais devem ser suficientes e com nível de precisão adequado, de forma

que se possa caracterizar integralmente a obra, assegurar a viabilidade técnica e o adequado

tratamento do impacto ambiental, avaliar o custo da obra, definir os métodos executivos e o

prazo de execução.

Nesse sentido, a Súmula nº 261, de 30 de junho de 2010, do Tribunal de Contas da União

determina que “Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração de

projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com todos os

elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, constituindo

prática ilegal a revisão de projeto básico ou a elaboração de projeto executivo que

transfigurem o objeto originalmente contratado em outro de natureza e propósito diversos.”

Considerando o exposto, o projeto básico da construção do Centro Nacional de Treinamento

de Atletismo – CNTA, no município de Cascavel - PR, demonstrou não possuir todos os

elementos necessários e suficientes para caracterizar a obra, contrariando, dessa forma, o

contido no citado dispositivo legal e também a jurisprudência do Tribunal de Contas da União.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

121

Por meio do Despacho 020/2016, de 17 de maio de 2016, o gestor se manifestou da seguinte

forma:

“a) Quanto aos alagamentos nas proximidades da arquibancada, foi apresentada pela

empresa solução de drenagem no local, a qual está sendo analisada pela fiscalização da

Paraná Edificações.

b) O talude que atualmente encontra-se com inclinação superior a 45º será suavizado,

evitando assim a necessidade de muro de arrimo. Quanto aos quantitativos informados pela

executora, a fiscalização da Paraná Edificações, recebeu o pedido da empresa e está

avaliando, se julgado procedente, será encaminhado à procuradoria jurídica da PRED/SEIL

para posicionamento.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os argumentos apresentados pelo gestor são pertinentes quanto ao fato de a empresa executora

e a PRED trabalharem para solucionar os problemas existentes. Contudo, tais questões

originaram-se da deficiência do projeto básico recebido e aceito pelo IPCE – Instituto

Paranaense de Ciência do Esporte, em que pese não haver a identificação do doador, o qual

deveria apresentar elementos suficientes e com nível de precisão adequado, de forma a que se

possa caracterizar integralmente a obra, assegurar a viabilidade técnica e o adequado

tratamento do impacto ambiental, avaliar o custo da obra, definir os métodos executivos e o

prazo de execução, conforme prevê o inciso IX do art. 6º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de

1993.

##/AnaliseControleInterno##

2.2.7. Ausência de efetividade da obra

Fato

A obra em questão trata da construção do Centro Nacional de Treinamento de Atletismo -

CNTA no estado do Paraná, visando à formação de atletas de alto nível, mais precisamente na

região Oeste do Paraná, no município de Cascavel. Está inserida no Programa/Ação relativo

ao Esporte e Grandes Eventos Esportivos/Apoio à Implantação de Infraestrutura para os Jogos

Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.

Verificou-se que a obra teve início em 18 de maio de 2015, com previsão de término em 13

de março de 2016. Contudo, no momento da inspeção física, realizada no dia 29 de março de

2016, a obra encontrava-se com pouco mais de 30% de execução física, fato que constitui

ausência de efetividade no atendimento ao objetivo proposto. Ademais, não há previsão de

data para a finalização dos serviços.

O CNTA, portanto, não se encontra em condições de cumprir um de seus objetivos específicos

iniciais, qual seja, a aclimatação e treinamento de atletas de alto nível na Região Oeste do

Paraná visando os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016, considerando que os Jogos

Olímpicos terão início em 05 de agosto de 2016.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

122

Por meio do Despacho 020/2016, de 17 de maio de 2016, o gestor se manifestou da seguinte

forma:

“A obra encontra-se atualmente com 41,13% do cronograma executados. Tramitando através

do protocolado nº 13.992.642-0 solicitação de aditivo de prazo da empresa, a qual solicita

180 dias para a conclusão da obra, como justificativa para o não cumprimento do prazo cita

o volume de chuvas ocorrido no período, aumento de meta física e reequilíbrio financeiro. A

solicitação está sendo analisada por esta PRED e caso seja concedida o prazo de 180 dias

será a partir da assinatura do termo aditivo.

O IPCE se manifestou favorável ao prazo solicitado, diante do qual e do volume de chuvas,

a fiscalização emitiu parecer favorável ao prazo solicitado. Quanto ao reequilíbrio

financeiro, foi negado por esta PRED.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Os argumentos utilizados pelo gestor não justificam a ausência de efetividade do objeto, visto

que não haverá o atendimento do objetivo específico proposto que seria a implantação de

infraestrutura de treinamento para preparação e aclimatação da equipe de atletismo para os

Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.

Ainda que seja concedido o prazo de 180 dias para a finalização da obra, o empreendimento

não ficará pronto em tempo hábil para que os atletas de alto nível possam realizar seus

treinamentos na Região Oeste do Paraná, considerando-se que os Jogos Olímpicos ocorrerão

entre 05 e 21 de agosto de 2016 e os Paraolímpicos no período de 07 a 18 de setembro de

2016.

De acordo com as informações disponíveis no Sistema de Acompanhamento de Obras,

mantido no sítio eletrônico da CAIXA, em 20 de junho de 2016, a obra está atrasada, com

35,70% de execução, com data de última medição em 18 de maio de 2016.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se a ausência de efetividade da obra, uma vez que

esta não se encontra em condições de cumprir com o objetivo específico de aclimatação e

treinamento de atletas de alto nível na Região Oeste do Paraná nos Jogos Olímpicos e

Paraolímpicos Rio 2016, que ocorrerão entre 05 e 21 de agosto de 2016 e 07 a 18 de setembro

de 2016, respectivamente.

Foi verificada, também, a necessidade da execução de trabalhos não previstos inicialmente,

advindos da deficiência do projeto básico do empreendimento, o qual foi recebido por meio

de doação pelo IPCE – Instituto Paranaense de Ciência do Esporte. De acordo com as

informações prestadas pelo Engenheiro Residente da empresa executora da obra, N. Dalmina

Construções Ltda., e pelo Engenheiro Fiscal da Paraná Edificações, não haveria a

possibilidade de proceder qualquer alteração no documento para adequá-lo às especificidades

locais. Destaca-se, ainda, que não foram precisadas as informações referentes ao doador do

projeto.

123

Por fim, não houve a observância da previsão constante do art. 23, § 1º, da Lei nº 8.666/1993

e da Súmula 247, do Tribunal de Contas da União, com vistas à escolha da proposta mais

vantajosa para a administração pública.

124

Ordem de Serviço: 201600468

Município/UF: Curitiba/PR

Órgão: MINISTERIO DO TRABALHO E EMPREGO

Instrumento de Transferência: Convênio - 775354

Unidade Examinada: SECRETARIA DE ESTADO DO TRABALHO E

DESENVOLVIMENTO SOCIAL - SEDS

Montante de Recursos Financeiros: R$ 37.836.171,30

1. Introdução

Os trabalhos de campo foram realizados no período de 21 a 25 de março de 2016 sobre a

aplicação dos recursos do programa de Manutenção, Modernização e Ampliação da Rede de

Atendimento do Programa do Seguro Desemprego no Âmbito do Sistema Nacional de

Emprego – SINE no estado do Paraná.

A fiscalização compreendeu o Convênio nº 052/2012 (SICONV 775354), firmado entre o

Ministério do Trabalho e Emprego e o Governo do Estado do Paraná, no valor de R$

37.836.171,30, com o objetivo de integrar e operacionalizar as funções e ações do Sistema

Público de Emprego, Trabalho e Renda no âmbito do Sistema Nacional de Emprego – SINE.

O objetivo da fiscalização foi o de avaliar a qualidade do atendimento dos postos de emprego

financiados com os recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, principalmente

quanto à coordenação dos serviços de Habilitação ao Seguro Desemprego – HSD,

Qualificação – QSP e Intermediação de Mão de Obra – IMO, no sentido de aferir se são

oferecidos sob a ótica de fomento à empregabilidade.

2. Resultados dos Exames

Os resultados da fiscalização serão apresentados de acordo com o âmbito de tomada de

providências para saneamento das situações encontradas, bem como pela forma de

monitoramento a ser realizada por esta Controladoria.

2.1 Parte 1

Não houve situações a serem apresentadas nesta parte, cuja competência para a adoção de

medidas preventivas e corretivas seja dos gestores federais.

2.2 Parte 2

Nesta parte serão apresentadas as situações detectadas cuja competência primária para

adoção de medidas corretivas pertence ao executor do recurso federal.

Dessa forma, compõem o relatório para conhecimento dos Ministérios repassadores de

recursos federais, bem como dos Órgãos de Defesa do Estado para providências no âmbito de

suas competências, embora não exijam providências corretivas isoladas por parte das pastas

ministeriais. Esta Controladoria não realizará o monitoramento isolado das providências

saneadoras relacionadas a estas constatações.

125

2.2.1. Gestão do Convênio 052/2012 - SICONV 775354

Fato

O Convênio MTE/SPPE/CODEFAT Nº 052/2012/PR (SICONV Nº 775354/2012) foi

celebrado entre o Ministério do Trabalho e Emprego, por intermédio da Secretaria de Políticas

Públicas de Emprego – SPPE e o Governo do Estado do Paraná, por intermédio da Secretaria

de Estado do Trabalho, Emprego e Economia Solidária com interveniência do Conselho

Deliberativo do Fundo do Amparo ao Trabalhador – CODEFAT com objetivo de integrar e

operacionalizar as funções e ações do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda no

âmbito do Sistema Nacional de Emprego – SINE com vigência de 60 meses a partir de 31 de

dezembro de 2012.O valor celebrado foi de R$ 37.836.171,30 (trinta e sete milhões, oitocentos

e trinta e seis mil, cento e setenta e um reais e trinta centavos), dos quais R$ 34.052.554,17

(trinta e quatro milhões, cinquenta e dois mil, quinhentos e cinquenta e quatro reais e dezessete

centavos) de responsabilidade do concedente e R$ 6.810.510,84 (seis milhões, oitocentos e

dez mil, quinhentos e dez reais e oitenta centavos) de responsabilidade do convenente a título

de contrapartida. A Superintendência da Política do Trabalho da Secretaria de Estado do

Trabalho e Desenvolvimento Social – SEDS é a unidade responsável pela gestão do SINE no

estado do Paraná e está devidamente estruturada com recursos materiais e humanos para

gestão do convênio com o Ministério do Trabalho e Previdência Social.

A estrutura organizacional da Superintendência é formada pelas Coordenações de

Intermediação de Mão-de-obra, Seguro Desemprego, Qualificação Profissional e Gestão da

Rede, auxiliados pelo Observatório do Trabalho. A Unidade possui rotinas de diagnóstico para

entender e projetar as condições que melhor atendem às necessidades das agências e também

instrumentos gerenciais para acompanhar as atividades dos postos e monitorar os dados do

mercado de trabalho.

Adiante são enumeradas as atividades realizadas nas Coordenações para acompanhamento das

agências e do mercado de trabalho no Paraná:

a) Coordenação de Intermediação de Mão de Obra

Unidade responsável pelo atendimento aos trabalhadores e empregadores nas agências do

trabalhador no Paraná e gerenciamento dos serviços de recrutamento, seleção e colocação

de trabalhadores no mercado de trabalho e captação de vagas.

b) Coordenação de Seguro Desemprego

A Coordenação é responsável pela gestão do atendimento aos requerentes do benefício do

seguro desemprego nas agências do trabalhador, inclusive nas modalidades de Pescador

Artesanal, Bolsa Qualificação e Empregado Doméstico. O acompanhamento dos

atendentes do seguro desemprego é realizado por meio de capacitação dos agentes, suporte

remoto, acompanhamento da produção e supervisão.

c) Coordenação de Qualificação Profissional

Cabe à Coordenação o levantamento da demanda, aprovação junto ao Conselho Estadual

do Trabalho - CET e encaminhamento ao Ministério do Trabalho e Emprego - MTE.

Em 2015 houve apenas levantamento da demanda de qualificação que revelou a

necessidade de 36.110 vagas de curso de Formação Inicial e Continuada (FIC) para o

estado do Paraná. Apesar da necessidade levantada, em 2015 não foram disponibilizadas

vagas de cursos de qualificação necessários para atender à demanda no estado.

126

d) Coordenação de Gestão da Rede

Unidade responsável pelo gerenciamento da Unidade móvel de atendimento ao

trabalhador, com atendimento itinerante com Ônibus da SEDS, nos municípios ou regiões

que não dispõem de Agência do Trabalhador, pela gestão dos termos de cooperação

técnica que são assinados pelos prefeitos locais, Governador, Presidente do Conselho do

Trabalho Local e/ou Gerente da agência do Trabalhador, pela modernização na

infraestrutura e qualidade do atendimento.

A Coordenação de Gestão da Rede procura elaborar formas eficazes para que os

trabalhadores possam ter atendimentos com qualidade. Ao longo do período, foi

desenvolvido e aperfeiçoado o sistema de agendamento de serviços para agilizar e

organizar a fila de atendimento nas agências e, desde o início de 2015, em virtude da falta

de recursos para supervisão in loco, foram elaboradas pesquisas remotas sobre a

infraestrutura das agências do SINE e diagnóstico da rede de atendimento, atualização

sobre serviços e horários de funcionamento, levantamento de mobiliário e padronização

da rede de agências através da elaboração de layouts.

e) Observatório do Trabalho

Em 2015 o Observatório do Trabalho assumiu as funções que antes eram desenvolvidas pelo

Departamento Intersindical de Estatísticas Econômicas e Sociais - DIEESE, tendo como

principais serviços os Boletins e Relatórios de Diagnóstico, que relatam sob diferentes óticas

a dinâmica do Mercado de Trabalho paranaense: Boletins e Relatórios de Diagnóstico

(Boletim Informativo Mensal (CAGED), Boletim Informativo (PNAD), Boletim Informativo

(RAIS), Boletim Regional, Boletim Conjuntural, Análise Informativa e Boletim Especial);

Capacitação de funcionários nas Agências do Trabalhador; Subsídios de informações a outros

atores e setores; Pesquisas diretas e Palestras.

##/Fato##

2.2.2. Conceituação das agências do trabalhador no Paraná

Fato

Dos 399 municípios do Paraná, 224 têm postos de atendimento do SINE. Destes, 220

atendidos pela rede estadual e 4 municipais (Curitiba, Londrina, Maringá e Ponta Grossa). Em

Curitiba o atendimento é feito tanto pelo estado quanto pela prefeitura municipal.

A Superintendência apresentou um diagnóstico das agências do trabalhador no Paraná

estabelecendo conceito para cada agência de acordo com critérios específicos e metas mínimas

de colocação e de habilitação de seguro desemprego de cada agência. Todas as 220 agências

ativas da rede estadual receberam a conceituação de acordo com o porte de cada uma delas,

descritas na tabela a seguir:

Tabela - Conceito das Agências do Trabalhador

Porte Conceito

Total A B C D E

Especial 5 5

Grande 13 3 2 18

Médio 45 25 15 6 3 94

Pequeno 30 21 19 11 22 103

127

Tabela - Conceito das Agências do Trabalhador

Porte Conceito

Total A B C D E

Total 93 49 36 17 25 220

Fonte: Observatório do Trabalho/SEDS

Por meio da Resolução nº 303/2011 o Conselho Estadual do Trabalho estabeleceu as diretrizes

políticas, os componentes do padrão de qualidade e os parâmetros de gestão técnico-

administrativa das unidades de atendimento do Sistema Público de Emprego, Trabalho e

Renda no Paraná e no seu anexo II elencou o padrão quantitativo e qualitativo do quadro

funcional das unidades de atendimento especificando o seu porte, conforme o quadro a seguir:

Quadro - Porte das agências

Porte

Parâmetro

(mil

habitantes)

Cargos nas agências

Gerente Subgerente Supervisor Agente Motorista Servente

Especial > 200 1 1 1 a 3 15 ou + 1 1 a 2

Grande 80 a 200 1 0 1 a 3 12 ou + 1 1 a 2

Médio 15 a 80 1 0 1 6 a 10 1 1

Pequeno Até 15 1 0 0 2 a 6 0 0 a 1

Fonte: Resolução 303/2011 do Conselho Estadual do Trabalho

O trabalho final concluiu pela possibilidade de fechamento de 22 agências de pequeno porte

com conceito "E" e uma agência de médio porte com conceito “D” que na sua quase totalidade

não produzem intermediação de mão de obra, não realizam habilitação do seguro desemprego

e apresentam baixa movimentação de empregos.

##/Fato##

2.2.3. Visita aos postos de atendimento

Fato

Foram visitadas 5 Agências do Trabalhador na região Metropolitana de Curitiba que atendem

o Sistema Nacional de Emprego - SINE no estado do Paraná e verificou-se que as mesmas

estavam localizadas em área central de fácil acesso e próximas a terminais de ônibus. Os

Postos de atendimento do SINE visitados foram: - Agência do Trabalhador de Curitiba; -

Agência do Trabalhador de Fazenda Rio Grande; - Agência do Trabalhador de Quatro Barras;

- Agência do Trabalhador de São José dos Pinhais; e, - Agência do Trabalhador de Pinhais.

Nas visitas não se constatou problemas quanto a pessoal, haja vista que os atendentes dos

postos de atendimento são todos servidores municipais cedidos. A prefeitura atende com a

estrutura de rede quando esta não é oferecida pelo estado e o horário de funcionamento dos

postos visitados está adequado à realidade dos trabalhadores da região. As ações nos postos

de atendimento são gerenciadas por meio das coordenações da Superintendência da Política

do Trabalho e nos postos maiores existe um chefe da agência e um revisor da habilitação do

seguro desemprego e da intermediação.

Nos postos de atendimento visitados verificou-se ainda que:

- Atendem as ações de Intermediação de Mão de Obra (IMO), Habilitação ao Seguro

128

Desemprego (HSD) e qualificação profissional (QSP);

- Os serviços prestados de IMO, HSD e QSP estão coordenados entre si, apesar de que no

exercício de 2015 não foram ofertadas vagas de qualificação;

- O fluxo de atendimento ocorre por meio de agendamento e entrega de senhas;

- Os atendentes das agências são servidores municipais cedidos pelas prefeituras, exceto

quanto à agência estadual do SINE em Curitiba, os quais são servidores do estado contratados

por tempo determinado;

- Os atendentes são capacitados para atender a qualquer serviço ofertado pela agência, porém

nos postos visitados haviam sempre equipes distintas para atender IMO e HSD; e,

- O processo de captação de vagas ocorre por meio de visitas às empresas e telemarketing.

Verificou-se a regularidade no sistema de distribuição de senhas de atendimento para o Seguro

Desemprego nos postos visitados e no posto de atendimento de São José dos Pinhais está

sendo implementado, também, o agendamento para atendimento do serviço da intermediação

da mão de obra.

Quanto ao Portal Mais Empregos, que é utilizado para formalizar a solicitação do Seguro

Desemprego, os atendentes relataram constantes instabilidades que prejudicam o

funcionamento dos postos e causam atrasos no atendimento e, consequentemente, aumento

das filas.

##/Fato##

2.2.4. Execução financeira do Convênio

Fato

O Plano de Trabalho do Convênio plurianual celebrado entre o Ministério do Trabalho e o

estado do Paraná contemplou ações para o período de execução compreendido entre 2012 e

2017 e, a cada exercício, a apresentação de proposta (anexa ao Plano de Trabalho) de

detalhamento das metas e serviços e o respectivo cronograma físico-financeiro.

O detalhamento da despesa para todo o período do convênio é apresentado na tabela a seguir:

Tabela - Natureza da despesa

Natureza da Despesa Total R$

339014 - Diárias 277.500,00

339030 - Material de Consumo 3.232.265,19

339033 - Passagens e Despesas com Locomoção 175.903,22

339036 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física 8.354.085,16

339037 - Locação de Mão-de-obra 636.189,68

339039 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica 20.678.413,88

449052 - Equipamento e Material Permanente 4.481.814,17

Total 37.836.171,30

Fonte: Termo de Convênio: SIAFI 775354

Nos exercícios de 2013 e 2014 foram liberadas 3 parcelas do convênio e nesse período foram

executados parte dos recursos recebidos com pagamentos das obrigações assumidas.

Entretanto, no período compreendido entre janeiro de 2015 e fevereiro de 2016 o Gestor não

executou o restante dos recursos do Convênio, mantendo-os aplicados no mercado financeiro.

No final de fevereiro de 2016 os recursos já montavam R$ 8.085.960,23.

129

Tabela - Liberação de recursos

Data Parcela

Valor

Concedente

(R$)

Valor

Convenente

(R$)

23/04/2013 1ª 3.783.617,13 378.362,00

09/01/2014 2ª 3.026.893,71

24/07/2014 2ª 932.061,21

26/09/2014 3ª 8.388.368,29

Total 15.198.879,13 1.310.423,21

Fonte: Extratos bancários da conta do convênio

Apesar da falta de execução financeira da totalidade dos recursos recebidos do convênio, o

estado do Paraná honrou o pagamento das despesas de 2015 e do primeiro trimestre de 2016

com recursos do tesouro estadual.

Atualmente, o estado do Paraná está com dívidas a pagar no montante de R$ 2.351.221,86,

conforme tabela a seguir:

Tabela - Despesas em atraso (2015 a 03/2016)

Obrigação Valor (R$) Percentual

Locação 1.376.510,54 59%

Dados 863.403,98 37%

Vigilância, conservação e limpeza 40.276,26 2%

Energia elétrica 31.498,31 1%

Telefonia fixa 25.970,50 1%

Água e esgoto 13.562,27 1%

Total 2.351.221,86 100%

Fonte: SEDS

Questionada sobre a ausência de execução e a disponibilidade de recursos em conta, a Unidade

se pronunciou como segue:

“O valor em aplicação financeira refere-se ao saldo não executado da terceira

parcela, da primeira etapa, do Convênio nº 52 CODEFAT/SPPE/MTPS – SICONV

775354, recebida em 30/09/2014, conforme anexo I, cuja execução foi pequena em

razão de que as Secretarias de Fazenda e do Planejamento determinaram, por meio

da Resolução Conjuntiva SEAP SEFA 006 de 17/10/2014, uma série de medidas de

contenção e limitação de execução orçamentária que dificultaram a

operacionalização dos processos de licitações sendo liberadas apenas a liquidação

de despesas emergenciais de contratos já existentes, restringindo grande parte da

execução do planejado.

Em 15 de dezembro de 2014 o Governo do Estado do Paraná, por meio da Lei

18374/2014, (anexo II) extinguiu a Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e

Economia Solidária – SETS e transferiu suas competências para a Secretaria de

Estado da Família e Desenvolvimento Social – SEDS, que passou a se denominar

Secretaria de Estado do Trabalho e Desenvolvimento Social – SEDS, gerando a

necessidade de sub-rogação deste convênio, que foi solicitado ao Ministério do

Trabalho e Previdência Social - MTPS, por meio do Oficio nº 88/2015-GS em 09 de

fevereiro de 2015, (anexo III).

130

Naquela época, no sistema SICONV, havia um ajuste do Plano de Trabalho

em andamento, este procedimento encerrou-se em abril/2015, somente com este

encerramento foi que o Sistema ficou liberado para iniciar a sub-rogação no SICONV.

Em paralelo foi processado a abertura da nova conta-corrente - c/c, que foi assinada

pela Sr. Secretária desta Pasta em junho/2015, após este procedimento, seguiram os

trâmites no SICONV o que resultaram na formalização da sub-rogação em

06/07/2015, conforme extrato de publicação (anexo IV).

Em 24/07/2015, por meio do ofício nº2044/DETRV/SLTI – Ministério do

Planejamento (anexo V) foram autorizados os procedimentos de transferência do

recurso para nova c/c, que aconteceu em 06/08/2015 conforme extratos em anexo.

Em 16/10/2015 foi encaminhado ao MTPS o ofício n°1210/2015 – GS

(anexoVII) solicitando a prorrogação da 1º etapa para 28/02/2016, data esta

previamente sugerida pelo próprio MTPS.

Em 11 de janeiro de 2016 houve a necessidade de nova prorrogação, para

31/07/2016, conforme demonstram os ofícios encaminhados ao MTPS, - ofício nº

017/2016 e o ofício complementar nº 124/2016 – GS/SEDS de 03/03/2016 (anexo

VIII). Também foram iniciados os procedimentos para solicitar remanejamentos de

recursos entre os itens do Plano de Trabalho, encaminhado ao MTPS em 07/03/2016

por meio do ofício nº132/2016 - GS/SEDS (anexo X), aprovado pelo MTPS em

17/03/2013 por meio da nota Técnica nº 224/2016/CSINE/DES/ SPPE/MTPS (anexo

XI) e o sistema SICONV foi liberado para execução em 08/04/2016.”

Diante das informações apresentadas pelo Gestor, verifica-se que devido a mudanças nas

Secretarias envolvidas na execução do convênio, com a respectiva sub-rogação de

responsabilidades, justifica-se a ausência de execução financeira no período citado.

##/Fato##

2.2.5. Ausência da atuação do Conselho Estadual do Trabalho nas atividades do SINE

Fato

O Conselho Estadual do Trabalho, de caráter permanente e deliberativo, foi instituído pelo

Decreto nº 4.268/94 com a finalidade de estabelecer diretrizes e prioridades para as políticas

de trabalho no estado do Paraná e compõe-se de forma paritária e tripartite por entidades de

trabalhadores, patronais e poder público.

No exercício de 2015 o Conselho reuniu-se doze vezes com registros em Ata. Por meio de

leitura das atas, verificou-se a ausência do registro da atuação do Conselho sobre a gestão dos

programas de Seguro Desemprego, Intermediação de Mão de obra e Qualificação Profissional

nos postos de atendimento do SINE.

Nas visitas aos postos de atendimento do SINE estadual em Curitiba, São José dos Pinhais,

Fazenda Rio Grande, Pinhais e Quatro Barras onde os gerentes e atendentes foram

questionados sobre a presença e atuação do Conselho Estadual no posto, as respostas foram

unânimes quanto ao desconhecimento da atuação do Conselho no posto de atendimento.

##/Fato##

Manifestação da Unidade Examinada

131

Por meio dos Ofícios nº 018/2016/SEJU/SPT e nº 017/2016-CET, ambos de 16 de maio de

2016, a Superintendência da Política do Trabalho - SPT e o Conselho Estadual do Trabalho –

CET/PR apresentaram a seguinte manifestação, editada apenas quanto ao nome de pessoas

citadas, a fim de preservá-las:

“Em atendimento ao relatório preliminar decorrente da fiscalização realizada pela

Controladoria-Geral da União no Estado do Paraná, de que tratam os ofícios nº 10951/2016

– CGU e 332/2016 – CGE, protocolado nº 14.067.029-4, passamos a apresentar nossa

manifestação quanto ao contido no item 6. Ausência da atuação do Conselho Estadual do

Trabalho nas atividades do SINE.

A afirmação de que houve ausência da atuação do Conselho Estadual do Trabalho -

CET nas atividades do SINE em decorrência das respostas dos gerentes e atendentes de 5

Agências do Trabalhador merece reparo, pois, este Conselho foi criado em 1994 e vem

cumprindo regularmente seu papel institucional conforme farta documentação pode

comprovar.

Uma das Agências visitadas tem como gerente a servidora municipal SRC, que

também atua no Conselho Municipal do Trabalho de São José dos Pinhais e, como prova do

conhecimento da atuação e do real papel deste CET anexamos os ofícios nº 001/2015 –

CMT/SJP e 003/2015 (anexo I) os quais apresentaram demandas que necessitavam da

intervenção deste colegiado. Essas demandas resultaram nos ofícios nº 009/2015-CET,

010/2015-CET, 011/2015-CET e 012/2015-CET (anexo II), sendo que para o primeiro houve

a resposta constante no Memo nº 52/2015/CDINF/SPOA/SE/MTE (AnexoIII).

Na reunião do dia 24/03/2015, Ata nº 248 (anexo IV), contou com a participação da

Agência de Curitiba por intermédio do gerente RAS, data que, entre outros temas ocorreu a

apresentação da proposta de padronização visual das Agências do Trabalhador (Anexo V).

Na reunião do dia 05/05/2015, Ata nº 249 (AnexoVI), constou na pauta e ocorreu o

debate sobre as respostas dos ofícios encaminhados aos Prefeitos sobre o resultado das

Agências do Trabalhador de Alvorada do Sul, Conselheiro Mairink, Pérola do Oeste,

Primeiro de Maio, Ribeirão Claro, Uraí, Joaquim Távora, Palmeira, Porto Amazonas,

Querência do Norte, Sabáudia, Guaraci e Marilândia do Sul (AnexoVII).

Na reunião do dia 30/06/2015, Ata nº 251 (AnexoVIII), constou na pauta os dados de

atendimento de imigrantes nas Agências do Trabalhador de Curitiba e de Pinhais, com a

participação da Agência de Curitiba, por intermédio da atendente SBS e da psicóloga MTR.

Houve cobrança expressa do vice-presidente do CET a respeito da presença da Gerente de

Pinhais, GACJ, no entanto, a mesma não pode participar e justificou a sua ausência conforme

consta na Ata. As informações já haviam sido preparadas pela referida gerente, que tinha

conhecimento da reunião por meio de convite antecipado, e que foram apresentadas pela

funcionária MTR (Agência de Curitiba).

A reunião do dia 28/07/2015, Ata nº 252 (Anexo IV), contou com a participação da

Agência de Curitiba por intermédio do gerente RAS, ocasião em que foi apresentado também

um relato da Coordenadora do Seguro-desemprego, FRMS, sobre a reunião ocorrida na

Agência do Trabalhador de Campo Largo, a respeito da demora na habilitação do Seguro-

Desemprego, em decorrência das demissões em duas grandes empresas locais. Neste

momento, o gerente RAS prontificou-se em atender estes trabalhadores na Agência de

Curitiba, o que não ocorreu, pois foi realizado um mutirão no próprio município de Campo

Largo. Esta demanda havia sido levantada, anteriormente, pelo conselheiro AC (NCST), que

132

complementou com esclarecimentos sobre este episódio e agradeceu a importante

participação do CET na resolução do problema.

Na reunião do dia 28/08/2015, Ata nº 253 (Anexo X), realizada em Foz do Iguaçu

participaram representantes das Agências do Trabalhador dos municípios de Foz do Iguaçu,

Medianeira e Missal, oportunidade em que foram apresentados dados do CAGED e

resultados das Agências do Trabalhador de toda a região. O representante da Agência do

Trabalhador de Medianeira, senhor VMS, fez um relato detalhado do desempenho de sua

unidade, bem como das dificuldades no dia a dia. Dessa apresentação, originou um longo

debate com várias sugestões e justificativas apresentadas por vários dos Conselheiros e

demais técnicos da SEDS.

Na reunião do dia 29/09/2015, Ata nº 254 (Anexo XI), foi apresentado diagnóstico da

rede de atendimento ao trabalhador, em que vários aspectos do funcionamento e serviços

prestados dentro das Agências foram detalhados, especialmente na questão da acessibilidade,

resultado este de uma pesquisa realizada com os todos os gerentes das Unidades do SINE.

Na reunião do dia 26/02/2016, Ata nº 259 (Anexo XII), realizada em Maringá que

participaram representantes das Agências do Trabalhador de Santo Inácio, Santa Fé,

Mandaguaçu, Marialva, Colorado, Astorga, Maringá, Paiçandu, Sarandi, São Jorge do Ivaí

e Lobato. Nessa ocasião foi pautada a apresentação dos resultados e desafios das agências

da regional de Maringá. O debate foi muito intenso inclusive tendo sido procedida a leitura

de uma carta contendo todas as dificuldades, críticas e reivindicações do conjunto de gerentes

para melhorar o atendimento aos trabalhadores e as condições de funcionamento do SINE

na região.

No entanto, em que pese todo o relato aqui apresentado, cabe alguns esclarecimentos:

1. As atribuições do CET são decorrentes do Decreto nº 4268 de 22 de novembro de

1994 e também da Resolução nº 80, 19 de abril de 1995 do CODEFAT (Anexo XIII),

nesses atos não constam quaisquer referências a obrigação de registro de atuação do

Conselho nos postos de atendimento. O CET tem caráter permanente e deliberativo

com finalidade de estabelecer diretrizes e prioridades para as políticas de trabalho

no Estado do Paraná.

2. O CET é composto por colegiado de pessoas com profundo conhecimento da área do

trabalho e grande representatividade no Estado, e que ainda participam de outras

atividades relevantes tendo sempre agendas sobrecarregadas.

3. A participação no CET é sem remuneração conforme determina o artigo 7º da

Resolução nº 80/1995-CODEFAT e exceto o representante da área do trabalho a

atuação não é em caráter de tempo integral e dedicação exclusiva.

Com o propósito de contribuir para aperfeiçoar as atividades do CET pretendemos,

doravante, estabelecer como rotina o convite a representantes das agências para

apresentarem relatos e sugestões de ações que possam aprimorar a execução dos programas

do SINE/PR. Também vamos avaliar a possibilidade de constituir grupo temático específico

para melhor acompanhar essas atividades.”

##/ManifestacaoUnidadeExaminada##

Análise do Controle Interno

Considerando a manifestação do Conselho Estadual do Trabalho - CET/PR sobre o

desempenho das suas atividades, cabe esclarecer que o inciso X do art. 2º do Decreto 4.264,

133

de 22 de novembro de 1994, atribui ao CET/PR a responsabilidade do acompanhamento da

aplicação de recursos financeiros destinados aos programas da área do trabalho na Secretaria

de Estado responsável pela política estadual neste campo de atuação e, ainda, a Resolução nº

80/95 do CODEFAT estabelece que compete ao Conselho proceder ao acompanhamento da

utilização dos recursos destinados à execução das ações do Programa Seguro-Desemprego e

dos Programas de Geração de Emprego e Renda, no que se refere ao cumprimento dos

critérios, de natureza técnica, definidos pelo CODEFAT e aprovar, mediante parecer, o

relatório das atividades descentralizadas (“Relatório Cumprimento de Objeto” ou “Relatório

Circunstanciado”), executadas no âmbito do Sistema Nacional de Emprego - SINE.

Na manifestação do CET/PR não há nenhuma menção ao acompanhamento dos programas de

governo desenvolvidos no âmbito do SINE e também não foi apresentado nenhum parecer ou

relatório que comprove que tenha atuado nas atividades do SINE executadas pelas agências

do trabalhador, especificamente, no tocante à Habilitação ao Seguro Desemprego,

Intermediação de Mão de Obra e Qualificação profissional.

É notável a atuação do CET/PR nos assuntos relativos às políticas e diretrizes na área do

trabalho no estado do Paraná, demonstrado nos registros em atas das reuniões mensais, com a

presença de representantes, pelas deliberações de solicitações e demandas administrativas das

agências do trabalhador, bem como no esforço empreendido pelo CET/PR para viabilização

da padronização visual das agências.

Nesse contexto, o Conselho enviou o Ofício Circular nº 18/2014-CET, de 09 de agosto de

2014, a 12 municípios (Carlópolis, Conselheiro Mairinck, Guaraci, Joaquim Távora,

Marilândia do Sul, Palmeira, Porto Amazonas, Primeiro de Maio, Querência do Norte,

Ribeirão Claro, Sabáudia e Uraí) solicitando informações sobre o fraco desempenho na

colocação de trabalhadores no mercado de trabalho pelas respectivas agências do trabalhador,

relativos aos períodos de 2011 a agosto de 2014, e que dependendo do desempenho das

agências, as mesmas poderiam ser descredenciadas do Ministério do Trabalho. A resposta ao

Ofício Circular foi pauta da reunião do Conselho no dia 05 de maio de 2015 onde foi

informado que os prefeitos se manifestaram pela recuperação das agências, com exceção do

município de Pérola do Oeste que se manifestou pelo encerramento.

Todavia, o escopo deste trabalho estava restrito às atividades do SINE nas agências do

trabalhador no exercício de 2015 e à atuação do Conselho sobre essas atividades.

Por fim, a citação da opinião de alguns gerentes das agências visitadas foi apenas

corroborativa e não determinante para configurar a atuação do CET/PR nas atividades do

SINE no Paraná. O determinante foi a ausência de parecer ou relatório que efetivamente

comprovasse o acompanhamento da utilização dos recursos destinados à execução das ações

e atividades do SINE no estado.

##/AnaliseControleInterno##

3. Conclusão

Com base nos exames realizados, verificou-se que a gestão das agências do trabalhador, que

operam os postos de atendimento do SINE no estado do Paraná, está sendo adequadamente

executada pela Superintendência de Política do Trabalho nos serviços de coordenação dos

serviços de Habilitação ao Seguro Desemprego – HSD, Qualificação – QSP e Intermediação

de Mão de Obra – IMO.