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Sumário Proposta 01 – Diversos Gêneros - Andrea ---------------------------------------------------------------- 02 Proposta 02 – Diversos Gêneros - Jaqueline ---------------------------------------------------------------03 Proposta 03 – Diversos Gêneros - Nathan ----------------------------------------------------------------- 06 Proposta 04 - Diversos Gêneros - Vanessa ---------------------------------------------------------------- 08 Proposta 05 – Unicamp - Andrea ---------------------------------------------------------------------------- 09 Proposta 06 – Unicamp – Raul ------------------------------------------------------------------------------ 10 Proposta 07 – Unicamp – Raul ------------------------------------------------------------------------------ 12 Proposta 08 – Unicamp - Vanessa -------------------------------------------------------------------------- 14 Proposta 09 – ITA – Cássia ---------------------------------------------------------------------------------- 18 Proposta 10 – ITA – Cássia ---------------------------------------------------------------------------------- 19 Proposta 11 – ITA – Raul ------------------------------------------------------------------------------------ 22 Proposta 12 – ITA – Renato --------------------------------------------------------------------------------- 24

Sumário Proposta 07 – Unicamp – Raul · Proposta A – Dissertação argumentativa - Escreva uma dissertação argumentativa sobre o ... implicações sobretudo na questão do

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Sumário

Proposta 01 – Diversos Gêneros - Andrea ---------------------------------------------------------------- 02 Proposta 02 – Diversos Gêneros - Jaqueline --------------------------------------------------------------- 03 Proposta 03 – Diversos Gêneros - Nathan ----------------------------------------------------------------- 06 Proposta 04 - Diversos Gêneros - Vanessa ---------------------------------------------------------------- 08 Proposta 05 – Unicamp - Andrea ---------------------------------------------------------------------------- 09 Proposta 06 – Unicamp – Raul ------------------------------------------------------------------------------ 10 Proposta 07 – Unicamp – Raul ------------------------------------------------------------------------------ 12 Proposta 08 – Unicamp - Vanessa -------------------------------------------------------------------------- 14 Proposta 09 – ITA – Cássia ---------------------------------------------------------------------------------- 18 Proposta 10 – ITA – Cássia ---------------------------------------------------------------------------------- 19 Proposta 11 – ITA – Raul ------------------------------------------------------------------------------------ 22 Proposta 12 – ITA – Renato --------------------------------------------------------------------------------- 24

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PROPOSTA 01 – DIVERSOS GÊNEROS Prof. ANDREA

TEXTO I

O trote universitário é uma espécie de ritual de passagem que existe desde o surgimento das primeiras universidades, na Idade Média. Em teoria, essa prática deveria promover a integração entre calouros e veteranos. No entanto, cada vez mais, ela vem se tornando violenta e humilhante. Os excessos e abusos são frequentes, resultando em traumas e até mesmo em mortes. Em São Paulo, para tentar resolver o problema, deputados estaduais se reuniram em uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que investigou denúncias de violação de direitos humanos em trotes de universidades do Estado. Entre outras medidas, a CPI sugeriu que, em caso de violência, o trote passe a ser considerado uma forma de tortura. Você concorda com esse tipo de enfoque? Na sua opinião, quais as causas da violência na recepção aos calouros? Quando a prática deixa de ser uma brincadeira entre colegas e se torna efetivamente criminosa? Qual é o limite entre o trote e o crime? TEXTO II

A Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção, da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), entregou um dossiê à Conitec pedindo a ampliação dos métodos contraceptivos no Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a pesquisa, o Brasil registra mais de 235 mil gestações não planejadas de mulheres jovens por ano. O custo para o país é de mais de R$ 540 milhões anuais, média de R$ 2.293,00 por gestação. (…) A ginecologista Marta Finotti, presidente da Comissão Nacional Especializada em Anticoncepção da Febrasgo, (…) propõe a ampliação dos métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs) no SUS. “Solicitamos a ampliação do acesso na rede pública de saúde a métodos contraceptivos reversíveis de longa duração (LARCs) para adolescentes de 15 a 19 anos, por considerá-las prioritárias e as maiores beneficiárias, já que a taxa de gravidez não programada entre adolescentes é alta, com consequências negativas para as jovens, seus filhos, suas famílias e para a sociedade. O planejamento reprodutivo voluntário é um dos maiores avanços do último século em saúde pública e um dos investimentos mais custo-efetivos que o país pode realizar para o bem das próximas gerações”, destacou. Proposta A – Dissertação argumentativa - Escreva uma dissertação argumentativa sobre o seguinte tema: A questão da maternidade precoce na sociedade brasileira. Mínimo 25 e máximo 30 linhas. Dê um título à sua redação. Proposta B – Relato pessoal – Faça um relato sobre uma experiência pessoal em que você tenha presenciado os desafios de se viver uma maternidade ou paternidade precoce. Instruções gerais: 1. Se for o caso do gênero textual em questão, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar. 3. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura o nome indicado. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova. 4. Não copie trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação. Proposta C – Carta argumentativa - escreva uma carta argumentativa endereçada ao Ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, posicionando-se sobre a responsabilidade direta ou indireta do acesso à informação como medida de minimizar problemas relacionados à gravidez precoce no Brasil. Mínimo 25 linhas e máximo 30 linhas. Assine apenas com as iniciais do seu nome. Qualquer assinatura fora do padrão estipulado terá a redação anulada.

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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PROPOSTA 02 – DIVERSOS GÊNEROS Prof. Jaqueline

Leia atentamente os textos abaixo. TEXTO II

“Na categoria das "parafernálias tecnológicas", o celular é, sem sombra de dúvida, uma das mais celebradas invenções da humanidade. Tendo para muitos se tornado, além de objeto de consumo, objeto de desejo e de uso permanente, pode gerar até mesmo certa "dependência emocional". A indústria do consumo apela para a publicidade, estimulando a necessidade infinita de atualização dos modelos e das possibilidades técnicas. A acirrada competição entre empresas poderosas faz com que pessoas do mundo inteiro troquem de aparelhos frequentemente, influenciando especialmente adolescentes e jovens, que se tornaram os maiores usuários e consumidores.

O uso dos celulares, assim como de qualquer outro bem ou produto, não traz apenas benefícios e facilidades. Em alguns casos, o abuso pode gerar transtornos e sérias dificuldades pessoais e sociais. Existe certa "ética comum" quanto ao uso do celular, que não é explícita, senão que oculta e tácita, como que a orientar a maioria das pessoas de "bom senso". Por exemplo, é recomendável, em determinados locais públicos (cinemas, teatros, casas de eventos, casamentos, cerimônias religiosas) desligar os celulares ou, na pior das hipóteses, deixá-los no modo silencioso, para que os demais presentes não sejam incomodados. É socialmente esperado que as pessoas de todas as idades, inclusive adolescentes e jovens, ajam desta forma. Mas, sabemos que nem sempre é o que acontece.”

Disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1322.html TEXTO II

Conectividade e cultura escolar são barreiras para uso de celular em sala de aula

Apesar do uso de internet estar presente na vida crianças e adolescentes, a 8ª edição da pesquisa TIC Educação mostra que apenas 7% dos alunos têm permissão para se conectar pelo celular em sala de aula. Os resultados do levantamento foram divulgados nesta quarta-feira (22) pelo Cetic.br (Comitê Gestor da Internet no Brasil) e trazem um panorama sobre o uso e a apropriação das tecnologias de informação e comunicação no ensino fundamental e médio.

Realizada entre agosto e dezembro de 2017, a pesquisa avaliou 957 escolas urbanas públicas (exceto federais) e privadas. Nesta edição, foram incluídos ainda dados de escolas rurais a partir de 1.481 entrevistas, com diretores ou responsáveis por instituições de ensino públicas (exceto federais) e privadas, de diferentes modalidades de ensino.

Com o uso crescente de dispositivos móveis para conexão à internet e realização de atividades escolares, Alexandre Barbosa, gerente do Cetic.br, avalia que as instituições, educadores e formuladores de políticas públicas passam a lidar com novas questões. “É um grande desafio sair de um uso isolado e não integrado da tecnologia nos laboratórios [de informática] para se mover para uma situação onde a tecnologia permeia as disciplinas e os ambientes da escola”, avalia.

Apesar de celular servir como um instrumento para a realização de diferentes atividades pedagógicas, como apontou a pesquisa, o gerente do Cetic.br afirma que as políticas públicas também devem adotar estratégias que favorecem o acesso a diferentes equipamentos. Hoje, enquanto 79% das escolas privadas urbanas usam o computador de mesa para se conectar, apenas 46% das instituições públicas têm esse acesso. Quando se tratam de dispositivos que permitem maior mobilidade, esse número ainda cai: 56% das escolas particulares usam tablets para acessar a internet, em contraste com apenas 33% das escolas públicas.

Para 18% dos alunos brasileiros, o celular é o único dispositivo utilizado para o acesso à internet. “Justamente nas classes menos favorecidas e nas escolas públicas este uso restrito ou exclusivo do celular tem implicações sobretudo na questão do desenvolvimento de habilidades digitais mais complexas, que não podem ser realizadas apenas com um celular”, pondera Alexandre.

Entre os professores, o acesso à internet pelo celular é quase universalizado. Mais da metade deles afirmam que usaram o dispositivo para realizar atividades escolares: 69% nas escolas particulares e 53% nas escolas públicas.

Disponível em: http://porvir.org/conectividade-e-cultura-escolar-sao-barreiras-para-uso-de-celular-em-sala-de-aula/ TEXTO III

Além de uma noite mal dormida prejudicar o rendimento escolar, temos outros vilões. O hábito de manter diferentes focos de atenção, como manter um olho nas mensagens do celular e outro nas explicações dos professores, podem gerar estresse ou, até mesmo, indicar um Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Isso sem falar da quebra acadêmica grave, da regra que proíbe o celular em sala.

A psicopedagoga do Instituto Dom Barreto, Fátima Paixão, afirma que o uso do celular na Escola atrapalha tanto o rendimento escolar quanto a própria relação social. “A escola não proíbe de trazer, nós orientamos que trazendo, os celulares fiquem desligados ou silenciosos dentro da mochila. Mas eles não respeitam, porque em casa também eles fazem isso. Eles não têm hora para usar. A família hoje tem isso, usam o celular o tempo

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inteiro e para tudo. Às vezes nem conversam entre si, porque cada um está usando o celular. Procuram estar lado a lado, mas não estão juntos. Então, isso atrapalha muito, principalmente a concentração, porque a gente sabe que quem toca o sino não acompanha a procissão. Então, os alunos não podem usar o celular na sala, é inclusive proibido porque compromete muito seus estudos”, afirma.

Fátima comenta ainda que alguns alunos argumentam que sabem lidar com o aparelho na escola e conseguem separar o momento do uso com o momento de estudos, mas a psicopedagoga explica o porquê de não dar certo esta atitude e que o trabalho do uso consciente do celular deve começar na família. “Às vezes eles dizem: ‘Tia eu consigo separar’, então explico que ele pode conseguir em algum momento, mas isso não é uma regra, nem vai ser sempre. Em algum momento aquilo que está no celular pode chamar mais atenção do que o professor está falando, por isso não é permitido usar em sala de aula. Compromete não só a aprendizagem, mas a própria relação social. Eles se comunicam muito mais nas redes sociais do que presencialmente e isso é muito ruim, afeta o relacionamento social. Na minha opinião, esse trabalho para começar a evitar o uso constante deve começar na família. Não é uma questão de castigar, quando por exemplo, o filho não tira nota boa. Mas é orientar como e quando usar”.

Os adolescentes e crianças que fotografam tudo com seus sofisticados celulares, ou melhor, smartphones, têm acesso a todas as informações dos seus aparelhos e sabem de tudo em tempo real. São ágeis, curiosos, informados e dominam a tecnologia. No entanto, mesmo assim, ainda existe a queda do rendimento escolar, as dificuldades do diálogo, um paradoxal isolamento no meio da rede de tantos contatos e conexões e a falta de comunicação, do afeto nas famílias, onde todos ficam mais tempo conectados do que, de fato, dialogando.

Viver, hoje, num mundo em constante e cada vez mais veloz pode ocasionar riscos e problemas à saúde durante uma fase de crescimento e desenvolvimento, onde talvez a maturação cerebral seja estimulada por tantas imagens coloridas em pixels que formam confusões e também problemas de memória e de concentração.

O agravamento de problemas mentais, assim como o aumento das frustrações, angústias e decepções pode facilitar a dependência no mundo virtual. Muitos adolescentes confundem a vida real com a web ou interpretam mensagens impessoais como recados relacionados à perseguição. Não conseguem distinguir quando estão falando com pessoas que realmente existem ou com perfis criados para atormentá-los. Passam a viver uma realidade paralela e, consequentemente, afastam-se cada vez mais do contato social.

Além disso, o especialista da área de tecnologia, Guilherme de Mello, CEO da Startup Escola Com VC e da Startup QuizSchool e Coordenador de TI da Defensoria do Estado do Piauí, comenta sobre o uso excessivo das tecnologias, e suas consequências. O uso de smartphone está cada vez mais em alta, porém, segundo Guilherme, o grande problema é que, hoje, a informação nem sempre é filtrada ou importante, mas bombardeada. “Todos nós queremos saber de tudo, mesmo do que nunca vai nos ser útil, temos a falsa impressão de que toda informação é válida e o que isso causa é um total desligamento da realidade mais próxima em prol deste ‘boom’ de informação de baixa qualidade. Outro grande problema já percebido pelo uso excessivo de celular é a diminuição da concentração e da percepção do que está mais próximo, perdendo e muito do que ocorre no ambiente próximo. Já se foi mapeado inclusive o risco de acidentes que aumenta muito ao utilizar esses aparelhos enquanto anda pela rua, sobe escadas etc”, diz.

A tecnologia é sempre um caminho de duas vias, mas, segundo Guilherme, o usuário deve ter o discernimento para saber utilizá-la da forma que melhore a sua vida e seu dia a dia. “Estudantes podem e devem utilizar dos diversos softwares que auxiliam no aprendizado e na organização do seu dia, porém, é importante saber o momento e local certos de utilizar essas ferramentas para que não se tornem, sem perceber, escravos dessa máquina e passem de forma automática a pensar através dela”, pontua.

A tecnologia que surgiu para facilitar as atividades, ultimamente, tem levado os indivíduos a ultrapassarem sua resistência corpórea provocando problemas. Além da compulsão e dependência do mundo virtual, o uso contínuo do aparelho pode também estimular ou corroborar transtornos de ansiedade, transtornos obsessivo-compulsivos, o famoso TOC, como também distúrbios de comportamentos ou condutas antissociais e depressão. E o que está se tornando também mais frequente é uma síndrome denominada de tecnoestresse. O tecnoestresse é um problema provocado por qualquer tipo de estímulo tecnológico, ou seja, quando um indivíduo se depara com estímulos tecnológicos e reage de forma estressada por causa das adaptações que devem ocorrer dentro de si para aceitar tais tecnologias. O celular é o aparelho que tem mais caudado este problema.

O tecnoestresse se caracteriza pelo desejo incontrolável de verificar constantemente os e-mails ou os aplicativos de mensagens, como o whatsapp, de estar sempre atento ao toque do celular ou de brincar de dedilhar no celular em todos os momentos livres e, muitas vezes, ao mesmo tempo, nas multitarefas, induzindo aos quadros de ansiedade generalizada.

Disponível em: http://dombarreto.g12.br/portal/?p=12165

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TEXTO IV

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PROPOSTA A – CARTA ARGUMENTATIVA – Escreva uma carta argumentativa ao diretor de uma escola para discutir sobre a proibição do uso do celular em sala de aula. PROPOSTA B – DISSERTAÇÃO – A partir da leitura dos textos, escreva um dissertação-argumentativa sobre a dependência das pessoas em relação ao celular na contemporaneidade PROPOSTA C – ARTIGO DE OPINIÃO - Faça um artigo acerca do tema “o celular como ferramenta pedagógica nas escolas brasileiras”. Instruções gerais:

1. Se for o caso do gênero textual em questão, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação escolhida que você pretende abordar.

2. Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: José ou Josefa. Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido, etc. na folha de prova.

3. Não copie trechos dos textos motivadores ao fazer sua redação. 4. O mínimo será de 25 linhas e o máximo de 30.

PROPOSTA 03 – DIVERSOS GÊNEROS Prof. NATHAN

TEXTO I

SÃO PAULO – O consumidor brasileiro não sabe lidar com o próprio dinheiro, segundo revela pesquisa

divulgada nesta quarta-feira (27) pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito). De acordo com o estudo, 85% da população faz compras sem planejamento e 74% não possui qualquer

investimento fixo, nem mesmo caderneta de poupança. Para o SPC Brasil, é necessário aumentar o nível de consciência financeira do brasileiro, visto que a combinação de fatores como o atual cenário econômico nacional e social, alta empregabilidade, aumento da renda média e amplo acesso ao crédito fez emergir uma nova classe média e consequentemente um novo padrão de consumo.

“Daí surge a importância da educação financeira como forma de contribuir ativamente para aumentar o nível de consciência financeira, reduzindo a inadimplência e possibilitando um mercado mais transparente e com vantagens para todos que utilizam o crédito”, alerta a economista da instituição, Ana Paula Bastos. COMPRAS

Quando analisado somente os hábitos de compra do consumidor brasileiro, o levantamento mostra que 54% realizam compras sem planejamento esporadicamente, 24% frequentemente e 7% sempre. Apenas 15% dos entrevistados disseram nunca fazer compras não planejadas.

Já quando envolvem fatores emocionais, quatro em cada dez entrevistados admitem fazer compras por impulso em momentos de ansiedade, tristeza ou angústia, sendo a ansiedade por um evento que se aproxima (festas, jantares e viagens, por exemplo) é o que mais motiva os consumidores das classes A e B que compram movidos por impulso; e a baixa autoestima o que mais impacta os consumidores das classes C e D.

“Na busca pelo prazer imediato ou para exibir um estilo de vida que não condiz com a própria renda, o comprador se alivia momentaneamente sem se importar com o futuro do próprio bolso”, diz Ana Paula. Ainda observando o momento da compra, apesar do brasileiro ter um comportamento considerado maduro ao pedir desconto nas compras à vista (hábito de 85% dos consumidores), na hora de fazer compras a prazo ainda há o que aprender.

Isso porque, diz o estudo, a maior parcela dos consumidores (37%) só analisa se o valor mensal da parcela cabe no bolso e não leva em consideração a taxa de juros embutida no financiamento. “Esse comportamento é ainda mais marcante nas classes C e D porque são consumidores que estão aprendendo a lidar com o crédito e que têm costume de fazer compras, principalmente as de maior valor, parceladas”, explica a economista.

SEM POUPANÇA Outro ponto que mostra a imaturidade do brasileiro em relação às finanças é o fato de 74% dos

entrevistados pelo SPC admitirem não possuir qualquer tipo de investimento fixo como a caderneta de poupança. “Apesar de a pesquisa apontar que 72% dos entrevistados se considerem aptos a fazer administração das finanças de casa, o que se percebe é que o brasileiro não tem noções básicas de orçamento doméstico e não sabe lidar com o próprio dinheiro”, afirma a especialista.

Em uma situação hipotética de perda total das fontes de rendimentos, 30% dos consumidores dizem que não conseguiriam manter o atual padrão de vida nem por um mês, enquanto que 35% conseguiriam mantê-lo de um a três meses. Disponível em http://www.infomoney.com.br/minhas-financas/economize-dinheiro/noticia/2688782/brasileiro-nao-sabe-lidar-

com-p roprio-dinheiro-diz-pesquisa

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TEXTO II

Educação financeira infantil é um tema que conquista cada vez mais importância para os pais. Abordar a questão com as crianças é capacitá-la para entender o valor do dinheiro e fazer o melhor uso do recurso. Educação financeira não se aprende de uma hora para outra. Por isso, quem deseja introduzir o tema com os filhos deve ter paciência, persistir e sempre que possível abordar conceitos relacionados ao assunto.

Não faça da educação financeira infantil um tabu na sua casa O primeiro passo para quem deseja introduzir a educação financeira infantil em casa é falar sobre dinheiro

de forma natural com as crianças. Quanto mais intimidade seus filhos tiverem com o tema, mais facilidade eles terão para lidar com esta questão ao longo de suas vidas e mais preparados estarão para fazerem as melhores escolhas financeiras. Explique conceitos básicos, como orçamento, salário, gastos, cartão de crédito, empréstimos, etc. e os ilustre de forma prática para as crianças entenderem.

Introduza o sistema de mesada A mesada é um instrumento que pode ser muito útil para a educação financeira infantil. Depois de

conversar sobre as crianças sobre dinheiro e conceitos relacionados a ele, defina uma mesada (ou, se preferir, “semanada”) e converse com seus filhos que a responsabilidade por aquela verba é exclusivamente dele. Assim, as crianças começam a entender que são responsáveis por suas escolhas financeiras e pela consequência delas.

Mostre a importância de controlar gastos De posse do seu próprio dinheiro, é importante incentivar a criança a controlar seus gastos para o valor recebido como mesada não acabar antes do tempo. Ajude seu filho mostrando como ele pode criar um orçamento pessoal, listando em um caderninho as despesas que ele tem e fazendo a dedução do seu saldo financeiro. Muitos pais não sabem exatamente qual o melhor valor de mesada. Alguns pontos devem ser levados em consideração para chegar a esta quantia: a disponibilidade no orçamento familiar e a natureza dos gastos da criança, assim como o nível de responsabilidade financeira que deseja transferir para ela.

Estimule o hábito de poupar Além de usar a mesada para mostrar a importância de controlar gastos, use o recurso como instrumento

para mostrar para a criança como é positivo criar o hábito de poupar. Dê um cofre ou uma latinha para seu filho e explique para ele que se todo mês ou semana ele guardar um pouco do que ganha de mesada em algum tempo ele pode comprar um brinquedo que deseja muito ou uma roupa da moda.

Disponível em https://blog.guiabolso.com.br/2015/01/22/educacao-financeira-infantil-saiba-ensinar-financas-para-os-filhos/

PROPOSTA A – Dissertação - Escreva uma dissertação sobre a seguinte tema: A deficiente educação financeira no Brasil. Instruções para a dissertação:

1. Lembre-se de que a situação de produção de seu texto requer o uso da norma padrão da língua portuguesa.

2. A redação deverá ter entre 25 e 30 linhas. 3. Dê um título a sua redação.

PROPOSTA B - Carta argumentativa - Escreva uma carta argumentativa para o ministro da educação, propondo a inserção da educação financeira como parte do currículo escolar brasileiro. Argumente, explique e proponha maneiras para que isso aconteça. Instruções para a carta argumentativa:

1. Assine sua carta apenas com suas iniciais. Qualquer marca de identificação tornará o texto inválido. 2. Escreva sua carta utilizando de 20 a 30 linhas.

PROPOSTA C - Artigo de opinião – Produza um artigo de opinião na qual você discuta a necessidade da educação financeira em um momento de crise como o que passa o Brasil. Instruções para o artigo de opinião

1. Redija seu texto de acordo com a norma culta escrita da língua. 2. Dê um título. 3. A redação deve ter entre 20 e 30 linhas. 4. Não copie trechos da proposta. 5. Escreva em 1ª pessoa

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PROPOSTA 04 – GÊNEROS DIVERSOS Prof. VANESSA

TEXTO I

TEXTO II

Lembrar, esquecer, compartilhar: ensaio sobre a memória em tempos hipermodernos

Daniela Seibt

Na redescoberta do passado, não mais destruído e sim reintegrado, reformulado no presente, surge a valorização da memória, invocada até mesmo pela celebração do menor rastro, resto ou vestígio histórico. Antes, os modernos queriam se ver livres das tradições; na hipermodernidade, a tradição readquire dignidade social. Nesse sentido, as narrativas e os produtos de memória podem assumir papel importante na nova era de consumo, fragmentada, cheia de espaços em branco pulsantes de sentido. Se analisarmos a tensão histórica entre os tempos, conforme Barbosa (2009), percebemos que o passado existe como uma representação mental, o presente é um agora sempre transitório e o futuro apenas um projeto. “O presente indica o que vivemos, mas também as rememorações que o passado proporciona”.

Estas existem sempre no presente, construídas pelo entrelaçamento do mesmo (as ações vividas no presente) e do outro (as rememorações que fazem o passado presente). Ou seja, “somos tempo” e “a nossa experiência no mundo se desenvolve no tempo”. Em tempos de hipermodernidade, Lypovetsky (2004, p. 98) define que esta não é exclusivamente a autocrítica dos saberes e das instituições modernas; é também a memória revisitada, a remobilização das crenças tradicionais, a hibridização individualista do passado e do presente. Não mais apenas a desconstrução das tradições, mas o reemprego dela sem imposição institucional, o eterno rearranjar dela conforme o princípio da soberania individual. Sendo assim, ela retrata uma era de grande transformação do tempo, marcada pela aceleração e pela construção de um futuro que começa agora. E esse regime de historicidade da época contemporânea (ou hipermoderna) modifica as relações entre presente e passado: “o passado readquire a força de ressignificar o presente” (BARBOSA, 2015, p. 106).

Ora, se vivemos um presente que dura e inclui nele próprio o futuro, é o passado, então, que vem ser a novidade, um tempo novo, um tempo mítico que revigora as ações do presente e provoca novas sensações, percepções e interpretações da história. A necessidade do passado cria um novo valor desse tempo no nosso presente histórico. Isso explica, em algum grau, uma característica apontada por Lypovetsky (2004) em seus estudos: a sociedade hipermoderna faz uso do antigo, valorizando-o e comemorando-o. Para o filósofo, “a volta do passado à popularidade ilustra o advento do consumo-mundo e do consumidor que busca menos o status que os estímulos permanentes, as emoções instantâneas, as atividades recreativas” (Ibid., p. 88). Verifica-se ainda um alargamento infinito das fronteiras da memória e do patrimônio histórico, dado o fato de que “cada vez mais, as empresas fazem referência a seu passado, explorando seu patrimônio histórico, divulgando-o, lançando produtos de cunho saudosista que vem' os tempos de antanho” do retrô, do vintage, a nostalgia alcança status na busca de significados para a vida individual e social.

[...] A memória está constituída no indivíduo e na sociedade, perpassada pelas práticas culturais e integrada às experiências coletivas. Conforme Halbwachs (1990), do ponto de vista social, a memória está ligada intimamente à experiência do espaço, sendo este o construtor dos laços sociais. Para o autor, o sentido e o significado que a memória coletiva imprime aos espaços (do passado) ao longo do tempo (no presente) são capazes de transformá-los em lugares.

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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Essa experiência do lugar também tem a ver com as referências aos relatos de outras pessoas que já estiveram nele e deixaram suas impressões. Desde o início do século XXI, há uma preocupação muito forte pela preservação da memória, pela criação de registros de memória, sejam eles por monumentos ou comemorações. Porém, o que se percebe nos dias atuais é que a discussão em torno do tema atravessa os limites interdisciplinares e o diálogo entre as mais diversas áreas do conhecimento permite observar os aspectos relativos à memória numa perspectiva transdisciplinar, ressignificando a tensão lembrar-esquecer. TEXTO III

“Um estudo da Universidade Columbia provou na prática, pela primeira vez, um conceito que tem gerado

polêmica nos últimos anos: o uso da internet pode reduzir a capacidade de memorização das pessoas. Um grupo de 106 voluntários foi submetido a 4 baterias de testes de memória - sendo que, na metade dos casos, tinham um computador para ajudar. Esses voluntários ficaram dependentes da máquina e se saíram mal quando não tinham acesso a ela. Segundo os cientistas, isso acontece porque as pessoas delegam ao Google a obrigação de se lembrar das coisas”.

http://super.abril.com.br/tecnologia/uso-internet-pode-afetar-memoria-643362.shtml Proposta Redija um artigo de opinião sobre o tema “A era da virtualização da memória”.

PROPOSTA 05 – UNICAMP Prof. Andrea

Leia atentamente o texto abaixo e, em seguida, produza um comentário crítico acerca do texto “Rumo a

uma era digital obscura?”, publicado no jornal El País. Seu texto deve conter no mínimo 15 linhas e no máximo 20 linhas.

Rumo a uma era digital obscura? Boa parte da informação gerada nesta era será inacessível para as gerações futuras pela deterioração dos

dados, a obsolescência tecnológica ou as leis do ‘copyright’

Nas poucas décadas que a humanidade leva imersa na era digital ela criou dados suficientes para encher a memória de tantos iPads que, empilhados, quase chegariam à lua. O ritmo de criação de informação é tal que, segundo um estudo da corporação EMC e a consultora IDC, dobra a cada dois anos. Antes que a década acabe, existirão 44 zetabytes de dados (um ZB é igual a um trilhão de gigabytes) e a montanha de tablets terá ido e voltado ao satélite mais de três vezes. O paradoxal é que boa parte dessa informação se perderá para as gerações futuras.

O vice-presidente da Google e um dos pais da internet, Vinton Cerf, alertou em uma conferência da Associação Norte-Americana para o Avanço da Ciência dias atrás sobre o perigo de que o criado por esta geração quase não deixe vestígios. Na crença de sua eternidade, o homo digitalis já não imprime fotos, as guarda em formato digital, não escreve cartas, mas as envia por e-mail, não armazena discos, arquiva as canções em nuvem. Uma parte cada vez maior de sua vida se desenvolve na rede: joga online, publica selfies no Facebook e compartilha suas paixões no Twitter. Mas o digital não é tão eterno.

A deterioração dos suportes nos quais a informação é armazenada, o desaparecimento dos programas para interpretá-la ou as limitações impostas pelo copyright a deixará inacessível para os humanos do futuro. De fato, não será necessário sequer esperar que os arqueólogos do futuro descubram que, como disse Cerf ao Financial Times, o começo do século XXI é “um buraco negro de informação”. Os primeiros efeitos dos que os anglo-saxões chamam de era digital obscura já estão sendo notados.

O caso dos disquetes exemplifica o problema colocado pelo vice-presidente da Google em toda sua complexidade. Foram o sistema de armazenamento básico nos anos oitenta. Neles cabiam tanto as fotos familiares como o trabalho escolar ou os documentos do trabalho. A maior parte dessa informação já se perdeu. E se ainda resta algum disquete, é quando os problemas começam de verdade: será necessário encontrar um drive que o leia, rezar para que os dados não tenham sido danificados com o passar do tempo para, provavelmente, descobrir que o programa para abrir o arquivo não existe há anos.

Fonte: http://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/27/tecnologia/1425053335_288538.html Sobre o gênero textual comentário crítico:

É um texto que tem como base o posicionamento de quem escreve diante de um tema sociocultural, um texto, uma obra de arte, um filme, um acontecimento, dentre inúmeras possibilidades. Os comentários críticos geralmente são textos argumentativos. Assim, é preciso delimitar um ponto a ser defendido logo na introdução, ou seja, uma síntese da crítica a ser desenvolvida; em seguida, o texto deve apresentar argumentos consistentes e coerentes a fim de sustentar a opinião, de forma embasada, indo além do que é senso comum e clichê; por fim, a crítica é reforçada na conclusão, propondo formas de melhorar os aspectos negativos ou propondo uma reflexão sobre eles.

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PROPOSTA 06 – UNICAMP Prof. Raul

Você deverá desenvolver dois textos de cerca de 20 (vinte) linhas, a partir das propostas que se seguem: Proposta A TEXTO I

Capa da edição de outubro de 2018, da revista Superinteressante

O texto-síntese da reportagem diz: “Você já teve a impressão de que as pessoas estão ficando mais

burras? Talvez você esteja certo. Estudos feitos em vários países apontam que, sim, a inteligência humana começou a cair”. TEXTO II

“As mídias sociais deram o direito à fala a legiões de imbecis que, anteriormente, falavam só no bar, depois de uma taça de vinho, sem causar dano à coletividade. Diziam imediatamente a eles para calar a boca, enquanto agora eles têm o mesmo direito à fala que um ganhador do Prêmio Nobel”

Umberto Eco, após uma cerimônia na Universidade de Turim, 2015

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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TEXTO III

Isaac Asimov (1919 – 1992) é considerado um dos maiores intelectuais do século XX e um dos “três grandes” da literatura de

ficção científica.

A partir da análise temática dos textos acima, redija um comentário crítico em que você se posicione sobre as considerações apresentadas. Instruções:

- Apresente a ideia que une tematicamente os textos acima e posicione-se a partir dela. - Procure definir, com argumentos, um ponto de vista favorável ou desfavorável sobre as afirmações

contidas nos textos. Proposta B

O politicamente correto considera que a simples substituição de palavras marcadas por palavras não marcadas ideologicamente pode acabar com preconceitos. Na verdade, trata-se de uma tese ingênua, falsamente crítica, já que é a existência dos preconceitos que produz os valores pejorativos e não o contrário. Dito em outros termos, o fato de substituirmos o termo prostituta por "profissional do sexo", como sugeria a Cartilha do Politicamente Correto do Governo Federal, em nada mudará a condenação que a sociedade impõe à atividade que essa pessoa realiza. Uma vez que é essa atividade que provoca atitudes de condenação e não o nome prostituta. Se tal atividade continuar sendo significada negativamente pela sociedade, em pouco tempo a nova expressão - profissional do sexo - veiculará exatamente os mesmos valores negativos e efeitos de sentido que veiculam hoje as formas condenadas.

BARONAS, Roberto L. Mitos da militância politicamente correta. Língua. Dezembro/2011. (Adaptado).

Escreva uma carta argumentativa destinada ao autor do texto acima, Roberto L. Baronas, posicionando-se sobre o ponto de vista por ele defendido. Não assine a carta.

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PROPOSTA 07 – UNICAMP Prof. Raul

Você deverá desenvolver dois textos de cerca de 20 (vinte) linhas, a partir das propostas que se seguem: Proposta A

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.

Os porcos-espinhos, percebendo a situação, resolveram se juntar em grupos, assim se agasalhavam e se protegiam mutuamente, mas os espinhos de cada um feriam os companheiros mais próximos, justamente os que ofereciam mais calor.

Por isso decidiram se afastar uns dos outros e começaram de novo a morrer congelados. Então precisaram fazer uma escolha: ou desapareciam da Terra ou aceitavam os espinhos dos

companheiros. Com sabedoria, decidiram voltar a ficar juntos. Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que a relação com uma pessoa muito próxima

podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. E assim sobreviveram.

A resenha é um gênero textual de caráter opinativo, no qual o autor apresenta uma determinada obra, de forma sintética, e opina de forma elogiosa ou não sobre a mesma, comentando, de forma crítica, as ideias e pontos de vista apresentados.

A partir das orientações acima, produza uma resenha sobre a fábula dos porcos-espinhos. Proposta B

Israel, o bem e o mal Denis Russo Burgierman

Enquanto o país fundado pelas vítimas do Holocausto transformou-se em vilão, a pátria de Hitler virou exemplo de fofura. Afinal, os israelenses são bons ou maus? E os alemães? A resposta não

está neles: está no ambiente.

Se um viajante do tempo saísse de 1950 e viesse bater em 2014, e calhasse de lhe cair em mãos a pesquisa da BBC que mede a popularidade dos países, talvez achasse que os dados estavam de cabeça para baixo. Segundo a pesquisa, realizada com 25 mil pessoas de 24 países, a nação mais popular que existe, vista por 60% das pessoas como “uma influência positiva” para o planeta, é a Alemanha. Já os países mais malvistos, considerados por mais da metade dos terráqueos como uma “influência negativa”, são Irã, Paquistão, Coreia do Norte e… Israel. O viajante do tempo não entenderia nada. Os alemães, portadores da mesma carga genética da nação que elegeu e apoiou Hitler no mais horripilante projeto de genocídio industrial da história, transformaram-se nos fofos do mundo (e olha que a pesquisa foi realizada antes da Copa de 2014). E Israel, fundado em 1948, em nome da liberdade, da justiça e da paz, pelas próprias vítimas do nazismo, com amplo apoio dos progressistas, disputa, hoje, a lanterna da vilania global apenas com ditaduras fundamentalistas (e olha que a pesquisa foi realizada antes que bombardeios israelenses matassem crianças palestinas brincando em Gaza). Se as pessoas que vivem em Israel e na Alemanha possuem os mesmos genes e as mesmas tradições de seus avós, que passaram pela guerra encarnando, respectivamente, “o bem” e “o mal”, o que mudou em meros 70 anos? Nosso viajante, se quisesse descobrir a resposta, poderia ajustar sua máquina do tempo para as 10 horas do dia 14 de agosto de 1971. Naquela manhã de sol, a tranquilidade da rica cidadezinha californiana de Palo Alto foi subitamente quebrada por uma visão rara: policiais algemando um estudante branco e conduzindo-o firmemente ao banco de trás da viatura, sob o olhar assustado dos vizinhos. Aquele seria o primeiro de nove jovens levados presos. Nenhum dos nove tinha cometido crime algum – eram estudantes saudáveis e comuns que tinham se voluntariado para uma pena de duas semanas numa prisão simulada, montada num porão da Universidade Stanford, em troca de US$ 15 por dia. Os guardas dessa prisão seriam 15 rapazes tão saudáveis e comuns quanto os prisioneiros, contratados pelo mesmo salário. O autor da pesquisa, o psicólogo Philip Zimbardo, definiu por sorteio quem seria guarda e quem seria prisioneiro. A partir daí, os prisioneiros seriam tratados apenas por números, e foram obrigados a referir-se aos guardas como “senhor oficial correcional”. Nada de nomes. Apenas seis dias depois, o Stanford Prison Experiment teve que ser encerrado prematuramente, após vários prisioneiros sofrerem colapsos nervosos. A convivência entre os dois grupos de rapazes comuns tinha degringolado para a hostilidade aberta. Os guardas abusaram de torturas, humilhações e atos de crueldade gratuita. Já os prisioneiros sentiam-se impotentes, deprimidos e se tornaram dissimulados e amargos. Ao fim do experimento, havia desaparecido qualquer sinal de empatia entre um lado e outro. Um guarda resumiu como uns viam os outros: “esqueci que os prisioneiros eram gente”. Esse fenômeno é conhecido pelos psicólogos como “desumanização”. Segundo Zimbardo, a desumanização desliga nosso senso moral. Em seu livro O Efeito Lúcifer, ele explica que, quando isso acontece, pessoas comuns tornam-se capazes de cometer atrocidades. Para que a desumanização ocorra, é importante apagar a individualidade de quem está do outro lado. É o que revelou um outro experimento clássico, realizado em 1963 por Stanley Milgram, na

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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Universidade Yale. Nesse estudo, os sujeitos de pesquisa tinham a tarefa de administrar choques elétricos em voluntários vistos através de um vidro (os voluntários na verdade eram atores fingindo estrebuchar). Em alguns dos testes, uma pessoa na sala comentava de passagem que os sujeitos tomando choques eram “legais”. Em outros, o comentário era: “eles parecem animais”. Embora os atores fingindo levar choque fossem sempre os mesmos, os sujeitos da pesquisa estavam muito mais dispostos a eletrocutar o outro quando ele era descrito como “animal”. É que o primeiro passo para a desumanização é rotular o sujeito do outro lado. A partir do momento em que acreditamos que o outro não é um ser humano, mas um animal, tornamo-nos capazes de basicamente tudo. Um ambiente onde há uma grande desigualdade de poder – como uma prisão – é o lugar perfeito para que ocorra rotulagem e, portanto, desumanização. É exatamente o que existe hoje no Oriente Médio, onde, na prática, todo um povo (os palestinos) virou prisioneiro de um país (Israel). O que as pesquisas mostram é que, nessas situações, não adianta procurar culpados. Não interessa saber quem começou a briga ou quem tem mais razão – o que interessa é o ambiente. Enquanto os dois povos se relacionarem como se estivessem numa prisão, é inevitável que um não enxergue a humanidade do outro. Os mais poderosos tendem a perder a compaixão pelo outro lado, e acabam achando normal ser brutal. Os menos poderosos tendem a acreditar que seus rivais são todos maus e precisam ser destruídos. A única solução para uma situação assim é mudar o ambiente. Foi o que a Alemanha fez nas últimas três décadas, quando uma sociedade tolerante, igualitária e largamente desmilitarizada foi instituída. Nós humanos fomos geneticamente programados para acreditar que há pessoas boas e más, e que um abismo separa umas das outras. A realidade é que o mal mora em cada um de nós. O primeiro passo para liberá-lo é acreditar que os inimigos são animais — ou algum outro rótulo, como “reacionários”, “comunistas”, “petralhas”, “tucanalhas”, “macacos”, “argentinos”, “feminazis”, “falocratas”, “talibikers”, “burgueses”, “evangélicos”, “judeus”, “terroristas”. Isso dito, nosso viajante do tempo, depois de ter presenciado a carnificina da Segunda Guerra Mundial, talvez se assustasse ao ver o tom desumanizador dos comentários no Facebook de 2014.

BURGIERMAN, Denis Russo. Superinteressante. Disponível em:. Acesso em: 29 ago. 2014.

Um resumo é um gênero textual que busca sintetizar, de forma clara, os principais elementos de um determinado texto, sem que haja interferência opinativa ou distorção de ideias. Escreva um resumo do texto acima, certificando-se de que, em sua produção, não estejam faltando aspectos essenciais para a compreensão do ponto de vista defendido pelo autor.

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PROPOSTA 08 – UNICAMP Prof. Vanessa

Proposta 1 TEXTO I – COLETÂNEA DE IMAGENS

TEXTO II

‘Fingi ser gari e vivi como um ser invisível’

Psicólogo varreu as ruas da USP para concluir sua tese de mestrado da ‘invisibilidade pública’. Ele comprovou que, em geral, as pessoas enxergam apenas a função social do outro. Quem não está bem posicionado sob esse critério, vira mera sombra social.

O psicólogo social Fernando Braga da Costa vestiu uniforme e trabalhou dez anos como gari, varrendo ruas da Universidade de São Paulo. Ali, constatou que, ao olhar da maioria, os trabalhadores braçais são ’seres invisíveis’, ’sem nome’. Em sua tese de mestrado, pela USP, conseguiu comprovar a existência da ‘invisibilidade pública’, ou seja, uma percepção humana totalmente prejudicada e condicionada à divisão social do trabalho, onde enxerga-se somente a função e não a pessoa.

Braga trabalhava apenas meio período como gari, não recebia o salário de R$ 400 como os colegas de vassoura, mas garante que teve a maior lição de sua vida:

‘Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência’, explica o pesquisador.

O psicólogo sentiu na pele o que é ser tratado como um objeto e não como um ser humano. ‘Professores que me abraçavam nos corredores da USP, passavam por mim, não me reconheciam por causa do uniforme. Às vezes, esbarravam no meu ombro e, sem ao menos pedir desculpas, seguiam me ignorando, como se tivessem encostado em um poste, ou em um orelhão’, diz.

Apesar do castigo do sol forte, do trabalho pesado e das humilhações diárias, segundo o psicólogo, são acolhedores com quem os enxerga. E encontram no silêncio a defesa contra quem os ignora.

DIÁRIO - Como é que você teve essa ideia? Fernando Braga da Costa - Meu orientador desde a graduação, o professor José Moura Gonçalves Filho,

sugeriu aos alunos, como uma das provas de avaliação, que a gente se engajasse numa tarefa proletária. Uma forma de atividade profissional que não exigisse qualificação técnica nem acadêmica. Então, basicamente, profissões das classes pobres.

Com que objetivo? A função do meu mestrado era compreender e analisar a condição de trabalho deles (os garis), e a maneira

como eles estão inseridos na cena pública. Ou seja, estudar a condição moral e psicológica à qual eles estão sujeitos dentro da sociedade. Outro nível de investigação, que vai ser priorizado agora no doutorado, é analisar e verificar as barreiras e as aberturas que se operam no encontro do psicólogo social com os garis. Que barreiras são essas, que aberturas são essas, e como se dá a aproximação?

Quando você começou a trabalhar, os garis notaram que se tratava de um estudante fazendo pesquisa?

Eu vesti um uniforme que era todo vermelho, boné, camisa e tal. Chegando lá eu tinha a expectativa de me apresentar como novo funcionário, recém-contratado pela USP pra varrer rua com eles. Mas, os garis sacaram logo, entretanto nada me disseram. Existe uma coisa típica dos garis: são pessoas vindas do Nordeste, negros ou mulatos em geral. Eu sou branquelo, mas isso talvez não seja o diferencial, porque muitos garis ali são brancos também. Você tem uma série de fatores que são ainda mais determinantes, como a maneira de

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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falarmos, o modo de a gente olhar ou de posicionar o nosso corpo, a maneira como gesticulamos. Os garis conseguem definir essas diferenças com algumas frases que são simplesmente formidáveis.

Dê um exemplo? Nós estávamos varrendo e, em determinado momento, comecei a papear com um dos garis. De repente,

ele viu um sujeito de 35 ou 40 anos de idade, subindo a rua a pé, muito bem arrumado com uma pastinha de couro na mão. O sujeito passou pela gente e não nos cumprimentou, o que é comum nessas situações. O gari, sem se referir claramente ao homem que acabara de passar, virou-se pra mim e começou a falar: "É Fernando, quando o sujeito vem andando você logo sabe se o cabra é do dinheiro ou não. Porque peão anda macio, quase não faz barulho. Já o pessoal da outra classe você só ouve o toc-toc dos passos. E quando a gente está esperando o trem logo percebe também: o peão fica todo encolhidinho olhando pra baixo. Eles não. Ficam com olhar só por cima de toda a peãozada, segurando a pastinha na mão".

Quanto tempo depois eles falaram sobre essa percepção de que você era diferente? Isso não precisou nem ser comentado, porque os fatos no primeiro dia de trabalho já deixaram muito claro

que eles sabiam que eu não era um gari. Fui tratado de uma forma completamente diferente. Os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também. Eles não deixaram eu viajar na caçamba, quiseram que eu fosse na cabine. Tive de insistir muito para poder viajar com eles na caçamba. Chegando no lugar de trabalho, continuaram me tratando diferente. As vassouras eram todas muito velhas. A única vassoura nova já estava reservada para mim. Não me deixaram usar a pá e a enxada, porque era um serviço mais pesado. Eles fizeram questão de que eu trabalhasse só com a vassoura e, mesmo assim, num lugar mais limpinho, e isso tudo foi dando a dimensão de que os garis sabiam que eu não tinha a mesma origem socioeconômica deles.

Quer dizer que eles se diminuíram com a sua presença? Não foi uma questão de se menosprezar, mas sim de me proteger. Eles testaram você? No primeiro dia de trabalho paramos pro café. Eles colocaram uma garrafa térmica sobre uma plataforma

de concreto. Só que não tinha caneca. Havia um clima estranho no ar, eu era um sujeito vindo de outra classe, varrendo rua com eles. Os garis mal conversavam comigo, alguns se aproximavam para ensinar o serviço.. Um deles foi até o latão de lixo pegou duas latinhas de refrigerante cortou as latinhas pela metade e serviu o café ali, na latinha suja e grudenta. E como a gente estava num grupo grande, esperei que eles se servissem primeiro. Eu nunca apreciei o sabor do café.

Mas, intuitivamente, senti que deveria tomá-lo, e claro, não livre de sensações ruins. Afinal, o cara tirou as latinhas de refrigerante de dentro de uma lixeira, que tem sujeira, tem formiga, tem barata, tem de tudo. No momento em que empunhei a caneca improvisada, parece que todo mundo parou para assistir à cena, como se perguntasse:

'E aí, o jovem rico vai se sujeitar a beber nessa caneca?' E eu bebi. Imediatamente a ansiedade parece que evaporou. Eles passaram a conversar comigo, a contar

piada, brincar. O que você sentiu na pele, trabalhando como gari? Uma vez, um dos garis me convidou pra almoçar no bandejão central. Aí eu entrei no Instituto de

Psicologia para pegar dinheiro, passei pelo andar térreo, subi escada, passei pelo segundo andar, passei na biblioteca, desci a escada, passei em frente ao centro acadêmico, passei em frente a lanchonete, tinha muita gente conhecida. Eu fiz todo esse trajeto e ninguém em absoluto me viu. Eu tive uma sensação muito ruim. O meu corpo tremia como se eu não o dominasse, uma angustia, e a tampa da cabeça era como se ardesse, como se eu tivesse sido sugado. Fui almoçar, não senti o gosto da comida e voltei para o trabalho atordoado.

E depois de dez anos trabalhando como gari? Isso mudou? Fui me habituando a isso, assim como eles vão se habituando também a situações pouco saudáveis.

Então, quando eu via um professor se aproximando - professor meu - até parava de varrer, porque ele ia passar por mim, podia trocar uma ideia, mas o pessoal passava como se tivesse passando por um poste, uma árvore, um orelhão.

E quando você volta para casa, para seu mundo real? Eu choro. É muito triste, porque, a partir do instante em que você está inserido nessa condição

psicossocial, não se esquece jamais. Acredito que essa experiência me deixou curado da minha doença burguesa. Esses homens hoje são meus amigos. Conheço a família deles, frequento a casa deles nas periferias. Mudei. Nunca deixo de cumprimentar um trabalhador.

Faço questão de o trabalhador saber que eu sei que ele existe. Eles são tratados pior do que um animal doméstico, que sempre é chamado pelo nome. São tratados como se fossem uma ‘COISA’.

Ser IGNORADO é uma das piores sensações que existem na vida! Respeito a qualquer ser humano, independente de sua condição social é uma relação para a qual devemos

estar atentos e colocar em prática. Por Plínio Delphino, Diário de São Paulo

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TEXTO III Invisibilidade social: outra forma de preconceito

A invisibilidade social é um conceito aplicado a seres socialmente invisíveis, seja pela indiferença ou pelo preconceito.

Há vários fatores que podem contribuir para que essa invisibilidade ocorra: sociais, culturais, econômicos e

estéticos. De acordo com psicólogo Samuel Gachet a invisibilidade pode levar a processos depressivos, de abandono e de aceitação da condição de “ninguém”, mas também pode levar a mobilização e organização da minoria discriminada.

Massa invisível Um dos principais causadores da invisibilidade é a questão econômica. “O sistema capitalista sobrevive sob

a lei do mais valia, na qual para que um ganhe é imediatamente necessário que outro perca. Desse modo a população de baixa renda é vista como um vasto mercado consumidor, e essa é sua única forma de visibilidade”, explica Gachet.

Para a universitária Sabrina Ribeiro Rodrigues a invisibilidade não só é provocada pelo fator econômico. “A educação familiar é determinante para a maneira como as pessoas tratam o outro”, completa.

A bibliotecária Marlene Araújo acrescenta ainda que existe preconceito com as pessoas que não estão adequadas aos padrões de beleza. “Se fosse loira, alta e de olhos claros, com certeza me tratariam de outra maneira”, ressalta.

“Para mim o fator econômico não é o principal causador da invisibilidade social, e sim o status que adquirimos diante da sociedade. Se um professor de uma faculdade particular aqui do Brasil estiver em uma faculdade renomada como a de Harvard também se sentirá invisível”, explica a universitária Vanessa Evangelista.

Segundo Gachet o preconceito que gera invisibilidade se estende a tudo o que está fora dos padrões de vida das classes hierarquicamente superiores. Muitos são os indivíduos que sofrem com a invisibilidade social, como por exemplo, profissionais do sexo, pedintes, usuários de drogas, trabalhadores rurais, portadores de necessidades especiais e homossexuais.

Consequências A invisibilidade social provoca sentimentos de desprezo e humilhação em indivíduos que com ela convivem.

De acordo com Gachet ser invisível pode levar as pessoas a processos depressivos. “‘Aparecer’ é ser importante para a espécie humana, ser valorizado de alguma forma é parte integrante de nossa passagem pela vida, temos que ser alguém, um bom profissional, um bom estudante, um bom pai, uma boa mãe, enfim, desempenhar com louvor algum papel social”, diz.

Outra consequência dessa invisibilidade é a mobilização dos “invisíveis”, grupos de pessoas que se juntam para conseguir “aparecer” perante a sociedade.

A invisibilidade social já está cotidianamente estabelecida e a sociedade acostumou-se a ela, passar por um pedinte na rua ou observar uma criança “cheirando cola” em uma esquina é algo corriqueiro na vida social, segundo Gachet aceitar isso é violar os direitos humanos. “É preciso não só ver esses invisíveis, mas é preciso olhar para eles e sentir junto com eles, é preciso ‘colocar óculos em toda humanidade’”, finaliza.

http://www.overmundo.com.br/overblog/invisibilidade-social-outra-forma-de-preconceito TEXTO IV

A Constituição Federal de 1988 traz como fundamentos da República Federativa do Brasil e consequentemente, do Estado Democrático de Direito, a dignidade da pessoa humana.

É o que dispõe o art. 1º, III da Constituição Federal: “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito

Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III – a dignidade da pessoa humana.” O avanço que o Direito Constitucional apresenta atualmente é resultado, em parte, da afirmação dos

direitos fundamentais como núcleo da proteção da dignidade da pessoa e da visão de que a Constituição é o local adequado para positivar normas asseguradoras dessas pretensões.

Seguem juntos no tempo o reconhecimento da Constituição como norma suprema do ordenamento jurídico e a percepção de que os valores mais caros da existência humana merecem estar resguardados em documento jurídico com força vinculativa máxima, ilesa às maiorias ocasionais formadas no calor de momentos adversos ao respeito devido ao homem.4

Foi a partir da Constituição Federal de 1988 que os direitos fundamentais tiveram um avanço significativo, estes passaram a ser tratados como núcleo da proteção da dignidade da pessoa humana.

Respeitar a dignidade da pessoa humana deve ser uma tônica das relações de trabalho, o Direito deve atuar de forma dinâmica, inovando e transformando, porque o trabalho torna o homem mais digno ao possibilitar-lhe o pleno desenvolvimento de sua personalidade, de onde resulta sua valorização como pessoa humana.

Enfim, o princípio da dignidade da pessoa humana, ao qual se reporta a ideia democrática, como um dos fundamentos do Estado de Direito Democrático, torna-se o elemento referencial para a interpretação e aplicação das normas jurídicas. O ser humano não pode ser tratado como simples objeto, principalmente na condição de trabalhador, muitas vezes visto apenas como uma peça da engrenagem para fazer girar a economia.

https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/5649/O-principio-da-dignidade-da-pessoa-humana

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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Redija uma carta argumentativa ao ministro do Desenvolvimento Social, Alberto Beltrame, discutindo sobre a naturalização da invisibilidade social no Brasil e propondo formas de amenizar essa situação.

A Carta Argumentativa é um tipo de texto que tem como objeto principal persuadir o leitor. Nesse sentido, a argumentação é sua principal arma de convencimento, de forma que o emissor (escritor), através do seu ponto de vista, tenta convencer o receptor (leitor) sobre determinado assunto.Trata-se, portanto, de um texto que possui peculiaridades em sua produção, posto que apresenta um receptor ou receptores específicos para o qual se dirige. Assim, vale frisar que a principal característica do gênero textual “carta” é justamente a existência de um emissor (remetente) e de um receptor (destinatário). Proposta 2

O embate entre discurso e realidade na relação das mulheres com seus corpos

Nunca se falou tanto sobre empoderamento feminino, autoestima e aceitação, mas é só lançar uma enquete investigando a relação das mulheres com o próprio corpo para a realidade vir à tona de um jeito muito menos evoluído. Mais de 70% das mulheres que responderam às perguntas no Instagram da Tpm sentem que o corpo delas não está pronto para o verão. E mais: 67% da nossa audiência se sente desconfortável de biquíni e 85% tem vergonha do próprio corpo.

Por que nosso discurso continua tão distante do que sentimos? Será que estamos no caminho certo? Parceira da Natura, a antropóloga Paula Pinto e Silva, que conduziu um importante estudo sobre a relação da mulher com o corpo, enxerga alguns avanços, mas ressalta: o corpo precisa parar de ser apenas pensado para ser vivido.

O que seria um corpo pronto para o verão? Deveria ser todo e qualquer corpo com um biquíni/maiô para vestir e um convite para curtir a praia ou a

piscina [risos], mas no Brasil insistimos em colocar a coisa de outra maneira. Somos levadas a acreditar que é impossível ser feliz e se sentir bem nessa estação sem uma barriga durinha. É chegar novembro e já começa a contagem regressiva impondo que a gente entre nos padrões.

Por outro lado, nunca se discutiu tanto autoestima e diversidade. Acha que as mulheres estão se aceitando mais?

A discussão sobre o corpo mudou de lugar e hoje está muito atrelada a um discurso político de empoderamento feminino e luta pela liberdade. As mulheres não querem mais lidar com padrões e imposições machistas e estão explorando outras possibilidades, mas isso não quer dizer que já estejam se aceitando mais. Nesse sentido, o corpo segue sendo muito mais pensado do que vivido. Existe um longo caminho de descobertas a ser percorrido.

Que caminho é esse? Antes de tudo, precisamos entender que certo nível de insatisfação faz parte da condição humana e é até

saudável, pois nos estimula a melhorar. Aceitar o próprio corpo não é amar absolutamente tudo sobre ele, mas não sentir vergonha, nem deixar de aceitar um convite à praia por não estar dentro dos padrões. É também perceber que nosso corpo faz parte de nós, não é algo deslocado, que podemos separar, moldar ou fatiar. Quanto mais as mulheres se conhecem, mais conseguem ter esse entendimento, que é fundamental para a autoaceitação.

É mais fácil ver beleza no outro ou gostar da nossa própria imagem no espelho? O olhar do outro quase sempre nos enxerga de forma mais generosa do que somos capazes de nos

enxergar, principalmente quando o desafio é gostar daquilo que está fora dos padrões. Um exemplo clássico é amar o cabelo crespo da amiga, mas alisar o seu. Precisamos exercitar essa capacidade de tirar o que é estranho da gaveta de coisas negativas quando olhamos para nós mesmas.

Como as marcas e a mídia podem ajudar a promover a diversidade e contribuir para que mais mulheres se sintam bem com seus corpos?

A modelo da campanha e a mocinha da novela perpetuam padrões. Se uma mulher olha para elas e não se enxerga de jeito nenhum, começa a se sentir sozinha e inadequada, ainda que todas as suas amigas e vizinhas não se enxerguem também. É fundamental ocupar esses espaços com diversidade para alargar um pouco esses padrões, que – de tão estreitos – acabam deixando quase todo mundo de fora.

https://revistatrip.uol.com.br/tpm/natura-tododia-apresenta-mulher-e-o-corpo-verao

Redija um RESUMO do texto “O embate entre discurso e realidade na relação das mulheres com seus corpos”. ATENÇÃO: não copie trechos do texto original.

O resumo é um gênero textual em que temos que ter duas habilidades: a síntese e a objetividade. Trata-se

de um texto em que são dispostos e apresentados os pontos essenciais, ideias ou fatos principais que foram desenvolvidos no decorrer de outro texto. Esses pontos são expostos de forma breve, sempre respeitando a ordem em que aparecem no texto resumido.

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PROPOSTA 09 – ITA Prof. Cássia

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO Os textos da prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes aspectos. Tomando por base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos.

Não copie nem parafraseie os textos desta prova Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

Na avaliação da sua redação serão considerados:

a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema, b) coesão e coerência do texto e c) domínio do português padrão.

TEXTO I

O que é mobilidade urbana?

É a condição que permite o deslocamento das pessoas em uma cidade. No dicionário, mobilidade significa “facilidade para se mover”. A ideia, então, é tornar esse movimento fluido e prático. Ônibus, metrô, outros transportes coletivos e carros fazem parte das soluções de mobilidade e têm o intuito de deixar a vida das pessoas mais fácil. Ou pelo menos, deveria. A questão é que cada vez mais as cidades estão perdendo a capacidade de permitir que as pessoas se movam com qualidade.

Por este motivo, o tema mobilidade urbana passou a ser repensado. Há interesse em trazer de volta o seu sentido primário e original, para melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma sustentável. Isso inclui aspectos econômicos, sociais e políticos. Para atingir esses objetivos, o poder público precisa se comprometer oferecendo à população um plano de mobilidade urbana, que traça providências e mira um espaço público no futuro com muito mais qualidade de vida, a chamada mobilidade urbana sustentável. Disponível em: <https://www.vivadecora.com.br/pro/arquitetura/o-que-e-mobilidade-urbana/>. Acesso em 21 out.

2018. TEXTO II

Disponível em: <http://www.ivancabral.com/2014/03/charge-do-dia-imobilidade-urbana.html>. Acesso em 21 out. 2018.

TEXTO III

Transporte alternativo

O transporte alternativo é uma maneira de se locomover, usando um meio diferente das formas convencionais. A bicicleta é um dos exemplos mais populares de transporte alternativo e também sustentável e saudável.

Outros tipos de transportes alternativos são aqueles que contribuem com a mobilidade urbana de uma cidade e que podem ser usados sobre trilhos, na água, por cabos, sobre rodas ou mesmo a pé. Muitos desses meios são projetados para amenizar o trânsito e também diminuir os efeitos negativos das horas que os cidadãos passam dentro de um ônibus sem conforto.

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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Bicicletas Em alguns lugares, ela é usada porque é mais barata, como no interior do Brasil, em países como a Índia e

China. Outras pessoas escolhem andar de bicicleta por uma questão ideológica, porque elas não agridem o meio ambiente e não causam tantos transtornos quanto os carros. Por esse último motivo, a Holanda adotou a bicicleta como principal transporte. O trânsito nas grandes cidades holandesas é todo adaptado para atender aos ciclistas. As ciclovias são priorizadas, o que garante a segurança de todos. O número de bicicletas circulando ou estacionadas em Amsterdã, por exemplo, é impressionante, e por isso os donos devem prezar pela segurança, colocando correntes e cadeados fortes para evitar roubos.

Diferentemente, os brasileiros não têm a mesma estrutura para usá-las; esse é o maior motivo para que ela não seja tão popular nos grandes centros urbanos do país. Os que tentam se transportar com as bicicletas enfrentam dificuldades: não há espaço destinado a elas, muitas vezes os ciclistas disputam com os carros, o que pode provocar graves acidentes.

A geografia de muitas regiões do Brasil dificulta esse transporte, cidades muito acidentadas são um empecilho para quem resolve pedalar. O clima quente também serve de desculpa para alguns, que acham desconfortável chegar aos lugares suados, por causa do esforço físico que se faz ao andar alguns quilômetros debaixo do sol. A utilização de bicicletas como meio de transporte é cada vez mais frequente em cidades grandes, pois elas contribuem para a redução da poluição, quantidade de automóveis nas ruas, consequentemente diminui os congestionamentos e ainda, ajuda a população a ter uma vida saudável com a prática de exercícios.

Disponível em <http://meios-de-transporte.info/transporte-alternativo.html> Acesso em 21 out. 2018. TEXTO IV

Disponível em <http://marlivieira.blogspot.com/geografiaemfoco> Acesso em 21 out. 2018.

PROPOSTA 10 – ITA

Prof. Cássia INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

Os textos e tirinhas lidos na prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes aspectos. Tomando por base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos.

Não copie nem parafraseie os textos desta prova. Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

Na avaliação de sua redação, serão considerados:

a) Clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema, b) Coesão e coerência do texto e c) Domínio do português padrão.

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TEXTO I Expectativa de vida do brasileiro é de 75,8 anos, diz IBGE

Em 76 anos, de 1940 a 2016, a expectativa de vida dos brasileiros ao nascer aumentou em mais de 30

anos e hoje é de 75,8 anos – um acréscimo de três meses e onze dias em relação a 2015. Os dados constam da Tábua de Mortalidade de 2016 e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2015, a expectativa de vida no país era de 75,5 anos.

Ao falar sobre a pesquisa, o pesquisador do IBGE, Fernando Albuquerque, disse que, a partir de 1940, com a incorporação dos avanços da medicina às políticas de saúde pública, o país experimentou uma primeira fase de sua transição demográfica, caracterizada pelo início da queda das taxas de mortalidade.

Um pouco mais a frente, segundo ele, fatores como campanhas de vacinação em massa, atenção ao pré-natal, incentivo ao aleitamento materno, contratação de agentes comunitários de saúde e programas de nutrição infantil contribuíram para o aumento da expectativa de vida do brasileiro ao longo dos anos. De 1940 até 2016, o aumento foi de exatamente 30,3 anos.

Apesar desse crescimento contínuo na expectativa de vida, o Brasil ainda está abaixo de países como Japão, Itália, Singapura e Suíça, que em 2015 tinham o indicador na faixa dos 83 anos. Albuquerque ressaltou que "no pós-guerra, começou a haver um intercâmbio muito grande entre os países. Os avanços em termos de programas de saúde pública e programas de saneamento que os países desenvolvidos já tinham alcançado foram transferidos para os menos desenvolvidos. Nesse instante é que começa a diminuir a mortalidade no Brasil”.

Ainda segundo o pesquisador, inicialmente, as grandes beneficiadas foram as crianças. “No Brasil, em 1940, de cada mil crianças nascidas vivas, 156 não atingiam o primeiro ano de vida. E hoje em dia estamos com uma mortalidade infantil de 13 por mil. Depois, a queda das taxas de mortalidade foi expandida para a toda a população".

Disponível em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/pesquisa-e-inovacao/noticia/2017-12/expectativa-de-vida-do-brasileiro-e-de-758-anos-diz-ibge >. Acesso em 21 out. 2018.

TEXTO II

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) afirma que, até 2060, a população brasileira com 80 anos ou mais deverá ser representada por 19 milhões de pessoas. A expectativa de vida no Brasil se estende a cada ano, porém ainda falta respaldo do governo e da sociedade em geral para se preparar para essa situação.

No Dia Internacional do Idoso, comemorado no dia 01/10, o desafio do Brasil é duplo: além de promover a valorização das pessoas mais velhas, é preciso garantir políticas para que elas envelheçam com qualidade.

De acordo com o vice-presidente do Conselho Nacional da Pessoa Idosa (CNDPI), Bahij Amin Auh, a mudança deve começar com educação, pois “o Brasil conquistou a vitória de aumentar a longevidade da sua população. Hoje, vive-se mais – a média de expectativa de vida da população brasileira é de mais de 75 anos. Agora, é preciso um amplo programa educacional, para que toda a população tenha noções básicas sobre o processo de envelhecimento, para que valorize e respeite a pessoa idosa”.

Hoje, já há previsão legal, inclusive no Estatuto do Idoso, de 2003, para que os sistemas escolares trabalhem conteúdos sobre esse tema, mas, segundo Auh, isso não tem sido feito. Além disso, para ele, a promoção dessa valorização passa pela garantia de mais informações para os idosos acerca dos seus próprios direitos.

Outro problema que o país precisa enfrentar é o aumento a oferta de políticas públicas que garantam que a população idosa envelheça de forma ativa. “Não adianta um corpo vivo. É preciso que a mente e as relações das pessoas idosas estejam em atividade”, afirma. Uma das questões mais relevantes para ele é a política de acolhimento. Diante de mudanças nas configurações sociais, muitos idosos passaram a ficar sem companhia em casa e sem receber os cuidados necessários, conversar ou contar com o apoio da família para desenvolver atividades.

Disponível em: <https://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2017-10-01/idoso-politicas-publicas.html >. Acesso em 21 out. 2018.

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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TEXTO III

Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/18469-expectativa-de-vida-do-brasileiro-sobe-para-75-8-anos>. Acesso em 21 out. 2018.

TEXTO IV

Disponível em: <http://www.amarildo.com.br>. Acesso em 21 out. 2018

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PROPOSTA 11 – ITA Prof. Raul

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

Os textos da prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes aspectos. Tomando por base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos.

Não copie nem parafraseie os textos desta prova. Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

Na avaliação de sua redação, serão considerados:

a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema, b) coesão e coerência do texto e c) domínio do português padrão.

Texto I

Conheça as 93 piores formas de trabalho infantil no Brasil Marinalva Dantas, auditora fiscal do trabalho e militante contra o trabalho infantil e escravo, diz já ter visto

“o pior do pior do Brasil” no resgate a crianças e adolescentes. As piores formas de trabalho infantil estão nas lavouras, onde peles delicadas queimam sob o sol forte; no sangue do boi recém-morto por um menino que não tem o peso de sua pata; no pó silenciosamente letal das minas de carvão entrando em pulmões ainda não formados.

“Você consegue imaginar um adolescente com a coluna tão fora do lugar, com uma deficiência severa antes da verdadeira idade de entrar no mercado de trabalho, inválido para toda uma vida? É isso que o trabalho infantil causa: um banco de reserva de pessoas que nunca vão alcançar seu potencial”, diz a auditora.

[...] Em 2016, 5766 ações fiscais do Ministério do Trabalho tiraram mais de 2000 crianças de piores formas de

trabalho. O número é maior, pois outros órgãos também realizaram resgates. Quando acontece uma denúncia, a retirada da criança deve ser imediata, como conta Marinalva. “O risco é

iminente, e o serviço tem que ser eficaz em proteger a criança ou adolescente. Cada estado é responsável por como irá acionar sua rede, e o trabalho geralmente começa quando essa criança se fere e é encaminhada para o hospital.”

[...] Cecilia Garcia. Rede Peteca. 8 maio 2017. Disponível em:

https://www.google.com.br/search?q=conhe%C3%A7a+93+piores+formas+de+trabalho+infantil&oq=conhe%C3%A7a+93++piores+formas+de+trabalho+infantil&aqs=chrome..69i57j0.14007j0j7&sourceid=chrome&ie=UTF-8. Acesso em 23

setembro de 2018. TEXTO II

Principais causas da mortalidade na infância no Brasil, em 1990 e 2015: estimativas do estudo de

Carga Global da Doença

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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[...] Os resultados mostram que houve declínio acentuado da mortalidade de menores de cinco anos em todas

as unidades federativas entre 1990 e 2015. A tendência de declínio indica que se encontra em curso uma maior homogeneização das taxas de mortalidade na infância no país, com expressiva redução da amplitude dos diferenciais de mortalidade entre os estados ao longo do tempo. A redução da mortalidade foi mais expressiva nos estados da região Nordeste, que apresentavam os níveis mais elevados em 1990.

Com relação às causas de morte, os óbitos por doenças transmissíveis, afecções maternas, neonatais e nutricionais ainda se constituem as principais causas em 2015, e em geral podem ser consideradas como preveníveis. Mudança positiva ocorreu para as doenças diarreicas, que, em 1990, ocupavam a 2ª posição entre as principais causas de morte, passando, em 2015, para a 7ª posição, com expressiva redução nas taxas. [...]

[...] Destacamos a expressiva participação das causas externas — acidentes e violência — entre as 15 principais

causas de morte em menores de 5 anos, em particular entre crianças de 1 a 4 anos de idade, tornando-se um importante problema de saúde pública para as famílias e a sociedade. Apesar do importante decréscimo das taxas em 2015, foram constatados 2358 óbitos de crianças por aspiração de corpo estranho, acidentes de trânsito, afogamentos e homicídios, ou seja, uma em cada 20 crianças com menos de 5 anos morreu por essas causas no país. É importante ressaltar os casos de violência contra crianças, muitas vezes violência familiar, indicando que a violência social atinge também a infância.

[...] Elisabeth Barboza França et al. In: Revista Brasileira de Epidemiologia. São Paulo, v.20, supl.1, p.46-60, maio de 2017.

Disponível em: www.chegadetrabalhoinfantil.orb.br Acesso em 23 outubro de 2018. TEXTO III

Mais de 40% dos brasileiros até 14 anos vivem em situação de pobreza Mais de 40% de crianças e adolescentes de até 14 anos vivem em situação domiciliar de pobreza no Brasil,

o que representa 17,3 milhões de jovens. Em relação àqueles em extrema pobreza, o número chega a 5,8 milhões de jovens, ou seja, 13,5%. O que caracteriza a população como pobres e extremamente pobres é rendimento mensal domiciliar per capita de até meio e até um quarto de salário mínimo, respectivamente.

Os dados são da publicação “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, que será divulgado amanhã (24) pela Fundação Abrinq. O estudo relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), compromisso global para a promoção de metas de desenvolvimento até 2030, do qual o Brasil é signatário junto a outros 192 países.

“Algumas metas [dos ODS] certamente o Brasil não vai conseguir cumprir, a menos que invista mais em políticas públicas voltadas para populações mais vulneráveis. Sem investimento, fica muito difícil cumprir esse acordo”, avaliou Heloisa Oliveira, administradora executiva da Fundação Abrinq. [...]

[...] A representante destaca ainda a importância de analisar os indicadores do ponto de vista regional, uma vez

que a média nacional não reflete o que se passa nas regiões mais pobres. Em relação à renda, o Nordeste e o Norte continuam apresentando os piores cenários, com 60% e 54% das crianças, respectivamente, vivendo na condição de pobreza, enquanto a média nacional é de 40,2%.

“Quando olhamos para uma média nacional, tendemos a achar que a realidade está um pouco melhor do que de fato ela está. O Brasil é um país muito grande, muito desigual, então se você olhar os dados regionais, vai ver que as regiões mais pobres concentram os piores indicadores de educação, de acesso à água e saneamento, de acesso a creches, por exemplo”.

[...] O relatório mostra que 18,4% dos homicídios cometidos no Brasil em 2016 vitimaram menores de 19 anos

de idade, um total de 10676. A maioria desses jovens (80,7%) foi assassinada por armas de fogo. O Nordeste concentra a maior proporção de homicídios de crianças e jovens por armas de fogo (85%) e supera a proporção nacional, com 19,8% de jovens vítimas de homicídios sobre o total de ocorrências na região.

[...] Camila Boehm; Davi Oliveira (Ed.); Amanda Cieglinski (Ed.). Agência Brasil. São Paulo, 23 abr. 2018. Disponível em

www.agenciabrasil.ebc.com.br

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PROPOSTA 12 – ITA Prof. Renato

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

Os textos da prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes aspectos. Tomando por base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos.

Não copie nem parafraseie os textos desta prova. Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

Na avaliação de sua redação, serão considerados:

a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema, b) coesão e coerência do texto e c) domínio do português padrão.

Maioria esmagadora dos brasileiros não tem acesso à cultura, aponta estudo

Divulgado no início do mês passado, o estudo ‘O hábito de lazer cultural do brasileiro’, encomendado pela

Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), apresenta um cenário preocupante para quem vive de arte no país.

Entre outros dados fornecidos pela pesquisa, referente ao ano passado, 92,5% dos brasileiros não costumam ir a exposições de arte, 88,6% não frequentam o teatro e pouco mais de 70% não leem livros.

O estudo baseia-se em questões como qual o valor ideal a ser pago por um espetáculo ou produto cultural e a preferência do público por determinado tipo de atividade.

Por outro lado, tais índices são, principalmente, reflexos da situação precária da educação brasileira, como afirma o escritor e presidente do Conselho Municipal de Política Cultural (Concultura), Márcio Souza.

“A baixa escolaridade resulta numa limitação do acesso à cultura. Não adianta apresentar uma obra de arte para pessoas que não têm condições de apreciá-la”, argumenta.

Nesse sentido, é necessário rever a elaboração dos currículos escolares, cujo valor de formação acabou se perdendo a partir de meados do século passado. “Na minha adolescência, tive aulas de latim e, dessa forma, pude conhecer os clássicos da literatura latina, origem de toda a cultura ocidental”, lembra Souza.

Sistema educacional “O sistema educacional não acompanhou as transformações ocorridas há duas décadas. Naquela época, as

mudanças que levavam cinco anos para ocorrer, hoje surgem a cada cinco minutos”, exemplifica o escritor e jornalista Aldisio Filgueiras.

Ele reforça a tese de que o poder público ainda falha em proporcionar acesso à educação de qualidade e, apesar disso, oferece opções de lazer cuja qualidade artística deixa a desejar.

“Não existe uma política cultural no Estado. Um exemplo é a notícia lamentável que o Festival Amazonas de Ópera será realizado, a partir de agora, a cada dois anos. A medida interrompe uma tradição desenvolvida ao longo de quase 18 anos”, opina o jornalista.

“Em ocasiões comemorativas, porém, o governo prefere importar atrações de gosto popularesco. A população é capaz de apreciar obras de qualidade, ao contrário do que pensam nossas autoridades”.

Entre os aspectos positivos apresentados pela pesquisa, cuja primeira edição foi publicada em 2007, está o número de brasileiros que frequentam o teatro – 11,4% no ano passado, em contraste com os 5,7% em 2009.

Já os quesitos como o hábito de ir a shows e ao cinema registraram queda de 2,2% no primeiro caso e 1,6% no segundo. E 92,5% dos entrevistados afirmaram que não costumar visitar a exposições de arte, e 91,2% não costumam assistir a espetáculos de dança.

Por Daniel Amorim (Jornal EM TEMPO)

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Propostas de Redação – Novembro 2018

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Enquanto se discute como enfrentar o desafio da inclusão digital, muitas cidades brasileiras não passaram sequer pelo processo de inclusão cultural. Milhões de cidadãos estão distantes não só dos computadores, mas também dos livros, discos e filmes. São os habitantes dos 1.185 municípios que não possuem bibliotecas públicas, ou dos 5.141 que não têm sequer uma sala de cinema. Os dados foram tirados do "Perfil dos Municípios Brasileiros", traçado pelo IBGE, que mostra o quanto ainda há por fazer para evitar que a televisão seja a única fonte de informação a atingir cem por cento do território nacional.

Disponível em http://www.ipea.gov.br/desafios/index.php?option=com_content&view=article&id=2043:catid=28&Itemid=23.

Acesso à cultura no Brasil A relação entre cultura e direitos humanos, bem como de seu papel na luta contra a discriminação, são

questões que o Brasil enfrenta. Entretanto, a integração da cultura com as demais políticas sociais é uma experiência recente que necessita ser aperfeiçoada.

O momento é de reconhecimento dos direitos culturais como necessidade básica e direito dos cidadãos, o que conduz à busca de uma agenda integrada com as políticas sociais e de desenvolvimento.

Em que pesem as tendências recentes, seus impactos ainda não foram suficientes para reduzir o quadro de desigualdades no acesso à produção cultural e é fundamental cuidar para que, ao contrário, o crescimento econômico não faça com que tais desigualdades sejam ainda mais exacerbadas.

Desigualdades no acesso à produção cultural: Entretenimento: a minoria dos brasileiros frequenta cinema uma vez no ano. Quase todos os

brasileiros nunca frequentaram museus ou jamais frequentaram alguma exposição de arte. Mais de 70% dos brasileiros nunca assistiram a um espetáculo de dança, embora muitos saiam para dançar. Grande parte dos municípios não possui salas de cinema, teatro, museus e espaços culturais multiuso.

Livros e Bibliotecas: o brasileiro praticamente não tem o hábito de leitura. A maioria dos livros estão concentrados nas mãos de muito poucos. O preço médio do livro de leitura é muito elevado quando se compara com a renda do brasileiro nas classes C/D/E. Muitos municípios brasileiros não têm biblioteca, a maioria destes se localiza no Nordeste, e apenas dois no Sudeste.

Acesso à Internet: uma grande porcentagem de brasileiros não possui computador em casa, destes, a maioria não tem qualquer acesso à internet (nem no trabalho, nem na escola).

Profissionais da Cultura: a metade da população ocupada na área de cultura não têm carteira assinada ou trabalha por conta própria. (Fonte: Ministério da Cultura –IBGE - IPEA).

A focalização das políticas culturais nos níveis estaduais e municipais pode favorecer a superação desse quadro e reforçar a diversidade cultural como fator da sustentabilidade do desenvolvimento.

http://www.unesco.org/

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