40
Sumário SEMANA 01 Proposta ENEM – Professora Cássia ------------------------------------------------------------------------ 02 Proposta FUVEST – Professora Andréa --------------------------------------------------------------------- 04 Proposta UnB– Professora Cássia --------------------------------------------------------------------------- 05 Proposta UNICAMP – Professor Felipe --------------------------------------------------------------------- 06 Proposta ITA – Professora Viviane ------------------------------------------------------------------------- 10 Proposta GÊNEROS – Professora Vanessa ----------------------------------------------------------------- 11 SEMANA 02 Proposta ENEM – Professora Viviane ----------------------------------------------------------------------- 14 Proposta FUVEST – Professor Nathan ---------------------------------------------------------------------- 15 Proposta IME-ITA – Professor Renato ---------------------------------------------------------------------- 16 Proposta UNB – Professora Cássia -------------------------------------------------------------------------- 18 Proposta GÊNEROS – Professor Raul ----------------------------------------------------------------------- 20 SEMANA 03 Proposta ENEM – Professor Nathan ------------------------------------------------------------------------- 22 Proposta FUVEST – Professor Raul ------------------------------------------------------------------------- 24 Proposta IME-ITA – Professor Renato ---------------------------------------------------------------------- 26 Proposta UNICAMP – Professora Viviane ------------------------------------------------------------------ 28 Proposta UNB – Professora Andréa ------------------------------------------------------------------------- 30 Proposta GÊNEROS – Professora Vanessa ----------------------------------------------------------------- 31 SEMANA 04 Proposta ENEM – Professora Andréa ----------------------------------------------------------------------- 33 Proposta FUVEST – Professor Nathan ---------------------------------------------------------------------- 34 Proposta IME-ITA – Professor Renato ---------------------------------------------------------------------- 35 Proposta UNB – Professora Cássia -------------------------------------------------------------------------- 38 Proposta GÊNEROS – Professora Vanessa ------------------------------------------------------------ ---- 39

Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Sumário

SEMANA 01

Proposta ENEM – Professora Cássia ------------------------------------------------------------------------ 02 Proposta FUVEST – Professora Andréa --------------------------------------------------------------------- 04 Proposta UnB– Professora Cássia --------------------------------------------------------------------------- 05 Proposta UNICAMP – Professor Felipe --------------------------------------------------------------------- 06 Proposta ITA – Professora Viviane ------------------------------------------------------------------------- 10 Proposta GÊNEROS – Professora Vanessa ----------------------------------------------------------------- 11

SEMANA 02

Proposta ENEM – Professora Viviane ----------------------------------------------------------------------- 14 Proposta FUVEST – Professor Nathan ---------------------------------------------------------------------- 15 Proposta IME-ITA – Professor Renato ---------------------------------------------------------------------- 16 Proposta UNB – Professora Cássia -------------------------------------------------------------------------- 18 Proposta GÊNEROS – Professor Raul ----------------------------------------------------------------------- 20

SEMANA 03

Proposta ENEM – Professor Nathan ------------------------------------------------------------------------- 22 Proposta FUVEST – Professor Raul ------------------------------------------------------------------------- 24 Proposta IME-ITA – Professor Renato ---------------------------------------------------------------------- 26 Proposta UNICAMP – Professora Viviane ------------------------------------------------------------------ 28 Proposta UNB – Professora Andréa ------------------------------------------------------------------------- 30 Proposta GÊNEROS – Professora Vanessa ----------------------------------------------------------------- 31

SEMANA 04

Proposta ENEM – Professora Andréa ----------------------------------------------------------------------- 33 Proposta FUVEST – Professor Nathan ---------------------------------------------------------------------- 34 Proposta IME-ITA – Professor Renato ---------------------------------------------------------------------- 35 Proposta UNB – Professora Cássia -------------------------------------------------------------------------- 38 Proposta GÊNEROS – Professora Vanessa ------------------------------------------------------------ ---- 39

Page 2: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

2

ENEM – SEMANA 01 Prof. Cássia

TEXTO I

Pezão diz que geração de emprego é fundamental para reduzir violência

Governador ainda agradeceu a ajuda do governo federal na segurança para 'vencer a chaga' das drogas. Presidente e ministro da Defesa também participaram de evento no RJ.

O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, afirmou, na manhã desta terça-feira (20), durante o

lançamento da fase final de montagem do submarino Riachuelo, em Itaguaí, que a geração de emprego é fundamental para a segurança pública no estado.

O governador ainda agradeceu a ajuda do governo federal na segurança para "vencer a chaga" da questão da droga.

“Aqui foi uma região que cresceu muito. Foi uma região que sofreu com o desemprego e hoje a gente começa a retomar, graças ao trabalho de [Henrique] Meirelles e sua equipe econômica. Precisamos muito de segurança, mas precisamos muito de emprego. Só ganhamos a guerra da segurança pública com uma carteira de trabalho assinada.”

Disponível em: <https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/pezao-participa-de-evento-com-temer-e-garante-que-geracao-de-emprego-e-fundamental-para-reduzir-a-violencia.ghtml>. Acesso em 20 fev. 2018.

TEXTO II

Disponível em: < http://www.diariodenoticias.com.br/infograficos/100589/seguranca-publica-no-brasil>.

Acesso em 20 fev. 2018.

Page 3: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

3

TEXTO III

Disponível em: <http://www.caririeisso.com.br/2016/10/politicos-que-elegem-seguranca-publica-como-carro-chefes-de-

suas-campanhas-estao-enganando-a-populacao/>. Acesso em 20 fev. 2018. TEXTO IV

A Crise da Segurança Pública

Os dados preliminares do 10º Anuário de Segurança Pública são estarrecedores: a cada nove minutos uma pessoa é violentamente morta no Brasil, o que corresponde a cerca de 160 mortes por dia. Todos os dias ao menos um policial é executado. Policiais são mortos três vezes mais fora de serviço do que durante suas atividades. Em 2015, nove pessoas foram mortas diariamente por policiais. A gravidade do quadro fica evidente quando constatamos que entre 2011 e 2015 o Brasil teve mais mortes violentas do que a Síria, país que está em severa guerra civil. A imensa maioria das pessoas assassinadas é jovem, do sexo masculino e moradores da periferia. Os dados mostram um quadro aterrorizador e há poucos sinais de que esta situação esteja se quer próxima de ser amenizada. Lembrando que não falamos de mortes no trânsito, onde cerca de 43.000 pessoas perdem suas vidas anualmente, o que piora ainda mais o quadro da “carnificina a brasileira”. Mas, qual o motivo de se matar tanto no Brasil?

Um motivo importante é a disputa entre facções do crime organizado que a cada dia ganha mais força. Em um país com uma das piores desigualdades sociais do mundo, o crime se apresenta como alternativa para um grande contingente de jovens sem emprego e sem expectativas de futuro. Porém, não é apenas a desigualdade que explica o fenômeno. Há no Brasil uma cultura de violência disseminada na sociedade. Não apenas se aceita com muita facilidade a morte violenta, como também se naturaliza a perda da vida pela violência.

(...) Tomando o quadro, estamos em uma encruzilhada na questão da Segurança Pública em que não há sinais

de mudanças substantivas no horizonte. Para que este quadro seja mudado é urgente um sério debate a respeito da regulamentação do mercado das drogas. É imprescindível, ainda, políticas públicas efetivas para evitar que jovens das periferias vejam o crime como opção de vida. Uma reforma no Sistema de Justiça Criminal que vise à diminuição de redundâncias de trabalho e diminuição da burocracia é urgente. Dizia Nelson Rodrigues que “subdesenvolvimento não se improvisa, é obra de século” e é isso que os dados do 10º Anuário de Segurança Pública nos mostram. A calamidade da Segurança Pública no Brasil é criada e recriada cotidianamente por diversos atores. É urgente que todos eles passem a trabalhar para uma mudança radical no quadro atual.

Fonte: http://politica.estadao.com.br/blogs/gestao-politica-e-sociedade/a-crise-da-seguranca-publica-brasileira/ Acesso em 20 de fev. de 2018

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua

formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A questão da insegurança pública brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.

Page 4: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

4

FUVEST – SEMANA 01 Prof. Andréa

Após a leitura dos textos apresentados e valendo-se tanto de outras informações que você julgue pertinentes, redija uma dissertação em prosa na qual você exponha o seu ponto de vista sobre o tema: “Coisas pelas quais vale a pena lutar”. Instruções: seu texto deverá obedecer aos padrões da norma culta da língua portuguesa. Escreva, no mínimo, 20 linhas e, no máximo, 30 linhas com letra legível. Dê um título a sua redação.

TEXTO I

Assim como a criança humildemente afaga a imagem do herói, assim me aproximo de ti, Maiakóvski. [...] Tu sabes, conheces melhor do que eu a velha história. Na primeira noite, eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim. E não dizemos nada. Na segunda noite, já não se escondem: pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta. E já não podemos dizer nada.

(COSTA, Eduardo Alves da. No caminho, com Maiakovski. No caminho, com Maiakovski: poesia reunida. São Paulo: Geração Editorial, 2003. p. 47.)

TEXTO II

Todos os seres humanos nascem iguais e livres em dignidade e direitos, sem distinção de raça, sexo, cor, idioma, religião, opinião política ou de qualquer outra índole. Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança de sua pessoa; Ninguém será submetido à escravidão; Ninguém será submetido a torturas e a tratos cruéis; Ninguém poderá ser arbitrariamente preso, detido ou desterrado; Toda pessoa tem direito a sair de seu país e a regressar livremente a seu país; Toda pessoa tem direito à propriedade; A maternidade e a infância têm direito a cuidados especiais; A vontade do povo é a base da autoridade do poder público; E todos são iguais perante a lei.

(RANGEL, Flávio; FERNANDES, Millôr. Liberdade, liberdade. 4. ed. Porto Alegre: L &PM, 1977. v. 2, p. 121-122. Teatro Millôr Fernandes).

TEXTO III

O mundo em que vive a atual coorte [legião, grupo numeroso de pessoas] de jovens é o resultado de uma evolução histórica que as coortes de seus pais e avós construíram. A história sempre é feita por coortes. Embora elas se misturem em festas ou comemorações cívicas, nas famílias e no trabalho, a história, em cada período, é o resultado de coortes de adultos e velhos que desfrutam de poder político e/ou econômico, sendo desafiadas e denunciadas por coortes de jovens que deles dependem.[...] A juventude parece, pois, condenada à submissão ou ao desespero. Submissão não apenas aos pais e avós, aos patrões e governantes, mas também ao mundo deles. Neste mundo, ensina-se nas escolas e nas igrejas (com raras e honrosas exceções) que é natural que os jovens obedeçam aos mais velhos, não só porque estes têm poder, mas porque têm experiência, sabedoria, ao passo que aqueles são impetuosos, impacientes, inexperientes e, coitados, muito ignorantes.

No entanto, os jovens devem acreditar que, devendo construir um novo mundo, eles serão capazes de fazê-lo melhor, mais justo e mais livre do que o mundo em que vieram à luz.

Isso vale para uma parte da juventude, os restantes se submetem às imposições do mundo adulto ou mergulham na delinquência, nas drogas e na morte prematura.

(ABRANO, Helena Wendel et al. (Orgs.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Fundação Perseu Abrano, 2008. p. 28-29. Adaptado).

Page 5: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

5

UnB – SEMANA 01 Prof. Cássia

TEXTO I

Empatia: ação de se colocar no lugar de outra pessoa, buscando agir ou pensar da forma como ela pensaria ou agiria nas mesmas circunstâncias. Aptidão para se identificar com o outro, sentindo o que ele sente, desejando o que ele deseja, aprendendo da maneira como ele aprende etc. Identificação de um sujeito com outro; quando alguém, através de suas próprias especulações ou sensações, se coloca no lugar de outra pessoa, tentando entendê-la.Competência emocional para depreender o significado de um objeto, geralmente de um quadro, de uma pintura etc.

Disponível em: < https://www.dicio.com.br/empatia/>. Acesso em 19 fev. 20178(com adaptações). TEXTO II

Antes de furacão, Amazon Prime aumenta preço da água

A Flórida está se preparando para receber o furacão Irma - especialistas o consideram o mais forte que já foi registrado na última década a passar pelo Atlântico, com ventos de 280 km/h. Mas enquanto alguns se preocupam com a sua sobrevivência durante a tormenta, a Amazon aparentemente viu uma oportunidade de lucro.

Com supermercados locais ficando sem estoque para produtos básicos, como água e outros suprimentos de emergência, algumas pessoas recorreram ao site da gigante para se abastecer. Acontece que os preços exibidos para tais itens eram exorbitantes. Por exemplo, garrafas de água eram vendidas por US$ 15 ou US$ 20, em média. Acontece que nos Estados Unidos, esses mesmos preços ficam em US$ 6 - como aconteceu com a marca Aquafina, cujo valor original para um pack de 24 garrafas é de US$ 6 e está no site sendo vendida por US$ 20.

Elevar os preços de itens básicos para sobrevivência é considerado ilegal na Flórida, como aponta o jornal Miami Herald. A Amazon pode até não ter sua sede no estado, mas ela tem de se adequar às regras dali ao menos quando os produtos são entregues para aquela localização. "Se uma empresa estiver vendendo uma mercadoria essencial para pessoas que a utilizarão na Flórida como parte de um cenário de emergência, a empresa pode estar sujeita à lei da Flórida", afirma o escritório da procuradoria geral ao jornal.

Disponível em: < https://www.thebrief.com.br/mercado/119076-furacao-amazon-prime-aumenta-preco-agua.htm.>. Acesso em 20 fev. 2018 (com adaptações).

TEXTO III

Homem branco de classe média leva susto ao descobrir redução da maioridade vale para seu filho

O empresário João Alberto Andreazza, de São Paulo, levou um susto ao se dar conta de que a votação para a continuidade do projeto de redução da maioridade penal para 16 anos, a acontecer hoje na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, valerá também para seu filho de 16 anos. João, que é branco, achou que a redução da maioridade só serviria para “os meninos escurinhos que roubam”.

“Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta forçar o sexo com uma menina, faz parte do aprendizado. Não pode ser considerado estupro, não é?”, perguntou João.

O Senado proibiu a entrada de jovens manifestantes que acompanhariam a votação. “Não podemos entrar no Senado, mas podemos entrar na cadeia”, observou um jovem de 17 anos. “Acho até bom, porque na cadeia teremos menos más influências do que aqui dentro”.

Disponível em: < http://www.sensacionalista.com.br/2017/09/20/homem-branco-de-classe-media-leva-susto-ao-descobrir-reducao-da-maioridade-vale-para-seu-filho/>. Acesso em 20 fev. 2018.

TEXTO IV

Por que os brasileiros não têm empatia?

Oras, mas nós somos tão abertos, um povo alegre e receptivo, como pode termos tanta dificuldade para entender o outro? “Nossa sociedade é muito hierarquizada. Uma hierarquia pautada em classes sociais e também na origem, no sobrenome, no capital social, econômico e simbólico”, explica a antropóloga HilaineYaccoube. “Há uma fragilidade do pertencimento a um grupo sociocultural, o que faz com que o indivíduo queira deixar bem clara sua diferenciação”.

E como afirmar isso? Você não é o bandido, você não é o povão, você é a pessoa trabalhadora que conquistou tudo, que conseguiu crescer pelo próprio mérito. E é importante reforçar bem isso em seu comportamento e falas, na forma como você se coloca no mundo. O que se transforma em comportamentos individualistas e de exploração contra quem não está na mesma posição que você.

Outra característica brasileira, segundo a antropóloga que já realizou estudos sobre empatia e consumo, é uma dificuldade para o diálogo. “Nós não lidamos bem com conflito. Conflito não é violência, é dialética, é discordar e discutir, ter embate de ideias. O conflito é saudável e necessário. O problema é que a gente traz

Page 6: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

6

tudo para o campo pessoal. Religião, time de futebol, ou qualquer fenômeno social, a gente parte para uma agressão pessoal em vez de sustentar a troca de ideias”.

Disponível em:< http://azmina.com.br/2016/12/por-que-os-brasileiros-nao-tem-empatia/>. Acesso em 20 fev. 2018. Considerando os fragmentos de texto acima como motivadores, redija, na modalidade padrão da língua portuguesa, um texto dissertativo-argumentativo acerca do seguinte tema:

Empatia na sociedade globalizada: um sentimento esquecido pelos seres humanos

UNICAMP – SEMANA 01 Prof. Felipe

Introdução

A prova de redação da Unicamp pauta-se em alguns princípios essenciais: solicitar a escrita a partir de uma situação específica de comunicação verbal, com o subsídio de textos-fonte, num gênero de texto específico. Isso implica situar a produção escrita quanto ao gênero, aos interlocutores, ao propósito que é necessário atender, à forma de circulação do texto. Esses princípios estão explicitados em documentos oficiais que orientam e regulam o ensino de língua portuguesa no Brasil, tais como as Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM, 2006) e os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa de 5a a 8a série (PCN, 1997). A proposta curricular desses documentos estabelece, entre outras premissas, que o trabalho de escrita deve estar baseado em uma concepção de língua como (inter)ação e na diversidade de gêneros do discurso, o que implica considerar os aspectos inerentes a qualquer tipo de interação verbal: quem são os interlocutores, quais as finalidades da interação, qual o gênero, etc.

Levando tais princípios em consideração, os candidatos inscritos no vestibular Unicamp são, a cada ano, expostos a demandas de uso da linguagem variadas – uma vez que os próprios gêneros, interlocutores e temas variam. Dessa forma, são desafiados a mobilizar conhecimentos e estratégias distintas, a fim de cumprir o solicitado nas duas propostas da prova. A temática, antes de ser o ponto de partida da produção, como ocorre nas “redações sobre o tema X”, emerge desses parâmetros da situação apresentada no enunciado.

A avaliação por meio da produção de determinados gêneros discursivos é importante porque possibilita aos candidatos o uso estratégico de seus conhecimentos sobre a linguagem e sobre as restrições que os gêneros impõem. O trabalho com os gêneros permite que os candidatos não fiquem presos a modelos de texto preestabelecidos, mas que mobilizem seus conhecimentos na elaboração de uma tarefa específica e detalhadamente orientada, tal como acontece nas práticas cotidianas de uso da escrita. Um exemplo disso é a questão das cartas de caráter argumentativo. Dependendo do propósito comunicativo, do tipo de interlocutor que é definido e dos textos-fonte, a carta pode atender a diferentes objetivos, possibilitando que a execução da tarefa ocorra de forma flexível e adaptada ao contexto de produção previsto no enunciado. Uma carta do leitor e uma carta-convite guardam em comum certas características formais, mas se distanciam em termos de propósito mais específico. É possível dizer que ambas demandam algo do interlocutor em questão e procurarão ser o mais persuasivas possível para alcançar os objetivos que se propõem. Nesse sentido, ambas são argumentativas, mas não se estruturarão da mesma forma.

Desse modo, a semelhança de gêneros não significa que os candidatos sejam desafiados da mesma maneira e possam, indistintamente, aplicar conhecimentos sobre um “modelo” do que é denominado carta argumentativa. O treinamento exaustivo de modelos de gênero termina por deixar em segundo plano a reflexão fundamental sobre uma série de aspectos na escrita do candidato, tais como: a) o modo como o locutor (aquele que escreve, conforme o enunciado) e o interlocutor (aquele a quem se

destina o texto escrito) estão representados na linguagem do texto; b) a pertinência do registro de linguagem adotado (formal, semiformal, informal) na escolha das palavras e

expressões; c) o modo como o tema é abordado; d) as estratégias de argumentação adotadas; e) o uso da norma padrão e das formas de organização textual que atenderão aos tópicos anteriores

(estrutura das sentenças, elementos de coesão, etc.).

A avaliação dos aspectos mencionados depende dos parâmetros da situação de escrita, ou seja, dos interlocutores pressupostos, do propósito da produção e dos textos-fonte oferecidos. Nesse sentido é que a redação solicitada no vestibular da Unicamp deve ser vista como a reprodução de uma prática situada de escrita e não como mero exercício de redação.

https://www.comvest.unicamp.br/vest_anteriores/2016/download/comentadas/redacao.pdf

Page 7: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

7

PROPOSTAS

Situação A

Texto 1: Trabalho Voluntário: a solidariedade

O trabalho é um conceito tão ligado à natureza e vida humanas que dificilmente paramos para refletir sobre ele. Sua valoração sofreu modificações ao longo da história - dê sua aparição no livro gênesis da Bíblia como condenação que acompanha a perda do paraíso; passando pela Grécia Antiga, onde o trabalho cabia aos escravos, ficando, os cidadãos, livres para a reflexão e a participação na vida política da cidade; atravessando a Idade Média, onde o trabalho cabia àqueles que não nasceram nobres nem seguiam a vida eclesiástica; até o início da Primeira Revolução Industrial, onde o trabalho aparecerá na forma como o conhecemos hoje, a venda da mão-de-obra para o capital - cada sociedade deu-lhe um valor ou um significado, mas nenhuma existiu sem ele.

No capitalismo, a sociedade, a grosso modo, divide-se entre aqueles que detêm o capital e aqueles que, por só possuírem sua força de trabalho, a vendem. Assim, a noção do trabalho 'verdadeiro' sempre esteve ligada à idéia de auferir ganho com esta atividade e o trabalho voluntário, quando surgiu, foi considerado como atividade para pessoas desocupadas. Todavia, esta noção está mudando.

A incapacidade do Estado de suprir as necessidades básicas de seus cidadãos, principalmente dos menos favorecidos, levou a iniciativa privada a assumir tarefas que antes eram consideradas exclusivas do Estado, o que se chamou de Terceiro Setor. A origem da expressão está ligada ao fato de que o Estado é considerado o primeiro setor e, por sua vez, o mercado, apenas voltado à geração de lucro, o segundo setor. Assim, organizações não governamentais e entidades filantrópicas substituem o Estado naquilo que ele é insuficiente para prover à população e, para tanto, estas entidades necessitam de pessoas dispostas a trabalhar, não por dinheiro, mas pela satisfação de ajudarem o próximo, por solidariedade. Esta modalidade de trabalho voluntário já era comum no que se denomina de serviço religioso cujo intuito de ajudar está ligado à caridade cristã.

O Terceiro Setor não prescinde da caridade cristã, todavia vai além, pois o trabalho voluntário busca, sempre, a satisfação de um ideal, que pode ser espiritual ou uma causa social ou ambiental. O trabalho voluntário é a solidariedade aplicada ao próximo, que não busca uma retribuição material.

http://www.mundodosfilosofos.com.br/lea13.htm#ixzz3ZHxSyi4U Texto 2:

https://voluntariadoedp.v2v.net/pages/580-nova-pesquisa-revela-crescimento-do-voluntariado-no-brasil Texto 3: Ser voluntário na Cruz Vermelha Brasileira

A Cruz Vermelha Brasileira conta hoje com milhares de voluntários, cadastrados nas 52 filiais em todo o território nacional, que trabalham em atividades administrativas - arquivo, atendimento, captação de recursos, biblioteca, planejamento, etc. - ou promovidas pelos seguintes Departamentos: Relações Internacionais 1. Promotor da difusão do Direito Internacional Humanitário; 2. Receptor e transmissor de toda correspondência internacional 3. Relacionamento direto com as SNs, Federação e CICV. 4. Solicitação de recursos para projetos com fundo internacional. Educação e Saúde: 1. Formação de voluntários na área de saúde; 2. Promoção do Programa de Primeiros Socorros; 3. Desenvolvimento de campanhas preventivas sobre:

Page 8: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

8

Doenças Sexualmente Transmissíveis / AIDS

Doação de sangue, Droga-dependência, Vacinação, Desnutrição, Hipertensão Arterial, entre outras; Socorros e Desastres 1. Qualifica pessoal para respostas a desastres; 2. Apoio a Defesa Civil; 3. Atendimento à população em situações de Secas, Enchentes, Inundações, catástrofes e epidemias; Juventude 1. Trabalha com jovens entre 12 a 30 anos 2. Tem como Programas básicos: Proteção a saúde e a vida, Intercâmbio Internacional, Ajuda mútua e

solidariedade e Amizade entre os povos. 3. Promove Campanhas básicas de saúde e de prevenção de doenças. 4. Difusor do Plano Sul Jovem que promove três linhas de ação: Campanha contra o estigma da Aids; Campanhas contra a violência; Programa Delegados Escolares. Busca e Paradeiro 1. Promove os laços familiares através de localização de pessoas desaparecidas. 2. Está ligado à agencia Central de Buscas do CICV 3. Atua em todo o território Nacional Processo de entrada do voluntário na Cruz Vermelha Brasileira Independente da atividade de interesse, todo candidato a voluntário deve contatar o Departamento de Voluntariado da filial de sua cidade, para passar pelas seguintes etapas: - Ingresso (pessoalmente, telefone ou ficha de e-mail, pela internet) - Entrevista – identificação do perfil do voluntário - Curso de Formação Básica Institucional - FBI - Formalização / Incorporação – Preenchimento do Termo de Adesão - Registro / Identificação – Cadastramento do Departamento de voluntariado - Formação Específica – Treinamentos em Departamento de Atividades

Uma vez selecionado e essas etapas realizadas, o voluntário estará pronto a desempenhar as atividades promovidas pela instituição, e será oficialmente encaminhado pelo Departamento de Voluntariado à área de interesse na Entidade. Haverá avaliações periódicas do desempenho de suas atividades na Instituição.

http://www.cruzvermelhani.org.br/site/voluntariado.htm

Após analisar o tema acima, coloque-se no lugar de um jornalista e escreva uma NOTÍCIA sobre o trabalho solidário no Brasil. Não se esqueça de usar algumas informações dos textos acima. Notícia

Antes de adentrarmos de forma minuciosa no que se refere às características que norteiam o gênero em evidência, ora constituído pela notícia, torna-se de fundamental importância compreendermos o sentido retratado pelo termo – gênero textual.

Ao nos referirmos a este, devemos associá-lo às inúmeras situações sociocomunicativas que circundam pelo nosso cotidiano. Todas possuem uma finalidade em comum, ou seja, uma intencionalidade pretendida pelo discurso que as compõe. Tais finalidades divergem-se, dependendo do objetivo proposto pelo emissor mediante o ato comunicativo.

E a notícia, qual seria a intenção por ela pretendida? Certamente, a de nos informar sobre uma determinada ocorrência. Trata-se de um texto bastante recorrente nos meios de comunicação de uma forma geral, seja impressa em jornais ou revistas, seja divulgada pela internet ou retratada pela televisão.

Em virtude de a notícia compor a categoria preconizada pelo ambiente jornalístico, caracteriza-se como uma narrativa técnica. Essa atribuição está condicionada principalmente à natureza linguística, pois diferente da linguagem literária, que, via de regra, revela traços de intensa subjetividade, a imparcialidade neste âmbito é a palavra de ordem.

Assim, como a notícia pauta-se por relatar fatos condicionados ao interesse do público, em geral, a linguagem necessariamente deverá ser clara, objetiva e precisa, isentando-se de quaisquer possibilidades que, porventura, tenderem a ocasionar múltiplas interpretações por parte do receptor.

De modo a aprimorar ainda mais os nossos conhecimentos quanto aos aspectos inerentes ao gênero em foco, enfatizaremos sobre seus elementos constituintes:

Page 9: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

9

Manchete ou título principal – Geralmente apresenta-se grafado de forma bem evidente, com vistas a despertar a atenção do leitor. Lide (do inglês lead) - Corresponde ao primeiro parágrafo, e normalmente sintetiza os traços peculiares condizentes ao fato, procurando se ater aos traços básicos relacionados às seguintes indagações: Quem? Onde? O que? Como? Quando? Por quê? Corpo da notícia – Relaciona-se à informação propriamente dita, procedendo à exposição de uma forma mais detalhada no que se refere aos acontecimentos mencionados. Sugestão de vídeos: Doação - um documentário sobre voluntariado - https://www.youtube.com/watch?v=NDrYulD1TKM Trabalho voluntário no Brasil - https://www.youtube.com/watch?v=tjOYkpvraF8 Situação B Texto 1: Crise de mobilidade urbana: Brasil atinge marca de 50 milhões de automóveis

(...) A cada ano, mais pessoas e entidades aderem ao Dia Mundia Sem Carro (DMSC), iniciativa que começou na França em 1997. Trata-se de uma ação que tem como ideia principal sensibilizar e mobilizar a população em torno das diversas questões relacionadas à mobilidade urbana. No caso brasileiro, chamar a atenção para as enormes dificuldades que as pessoas enfrentam para se deslocar nas grandes e médias cidades é urgente e, nesse sentido, o DMSC cumpre o seu papel.

O caos da mobilidade urbana está presente diariamente no noticiário. O cenário desse caos está completo: congestionamentos, acidentes e mortes; ônibus, metrôs e trens sempre lotados. O enredo parece não ter fim: motoristas impacientes nos intermináveis engarrafamentos, passageiros no ponto a espera de um ônibus que nunca passa e usuários dos trens andando sobre os trilhos após mais uma pane.

Para piorar ainda mais a situação, os rumos das políticas continuam privilegiando a circulação de automóveis. O conjunto de investimentos previstos no campo da mobilidade urbana no contexto da Copa e as Olimpíadas, por exemplo, reforça e reproduz mais uma vez um modelo rodoviarista que caracteriza historicamente a política de mobilidade no Brasil. Modelo esse que explica a atual crise da mobilidade.

No conjunto de intervenções para a implantação de uma dessas grandes obras - o BRT Transoeste no Rio de Janeiro - para cada pista construída para a circulação dos ônibus, se construiu cinco pistas de rolamento para carros. Esse exemplo, evidencia que, na prática, a provisão de meios de circulação mantém a primazia do setor automotivo, indicando que o modelo que orienta essas intervenções atende muito mais aos grandes interesses econômicos – com características de uma política anticíclica – do que as reais necessidades de deslocamento da população.

Ou seja, há um claro incentivo ao uso do transporte individual em uma metrópole que viu o número de automóveis aumentar em 62,7% entre 2002 e 2012. Esse crescimento não é exclusivo do Rio de Janeiro. O aumento da frota desses veículos nas grandes cidades brasileiras atinge números ainda mais preocupantes, pois, se hoje há congestionamentos que têm inviabilizado social e economicamente a cidade, um dos principais motivos é a simples falta de espaço para os veículos. (...)

http://www.observatoriodasmetropoles.net/index.php?option=com_content&view=article&id=1772%3Acrise-de-mobilidade-urbana-brasil-atinge-marca-de-50-milhoes-de-automoveis&catid=34%3Aartigos&Itemid=124&lang=pt

Texto 2:

Page 10: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

10

Com base no texto e na charge acima, redija um CONTO, relatando uma situação de violência no trânsito, vivida por você ou por alguém que você conheça.

Conto O conto é uma obra de ficção, um texto ficcional. Cria um universo de seres e acontecimentos de ficção, de

fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.

Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso.

http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/conto-caracteristicas-do-genero-literario.htm

ITA – SEMANA 01 Prof. Viviane

Proposta: Leia a matéria abaixo e, com base nas ideias nela contidas, redija uma dissertacão em prosa, argumentando em favor de um ponto de vista sobre o tema. A redacão deve ser feita com caneta azul ou preta.

Celulares, tablets, computadores e videogames portáteis, enfim, um verdadeiro mundo de equipamentos eletrônicos invadiu, nos últimos 20 anos, a vida cotidiana. Na carona desses gadgets, como também são conhecidos, surgiram novos termos, expressões e padrões de comportamento. Com a internet, estar online é fazer parte de um mundo virtual no qual a interação é a palavra de ordem. Quando bem dosado, o uso dos eletrônicos não traz riscos à saúde. Porém, quando a dependência dos aparatos tecnológicos já se torna evidente, é preciso ficar atento. Mas quais são os sinais que devemos ficar atentos?

Conforme explica a psicóloga Dora Sampaio Góes, do Grupo de Dependência de Internet do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), não é só o tempo gasto com os aparelhos eletrônicos que deve ser levado em conta, apesar de ser um fator importante, segundo ela, mas sim em que contextos esses equipamentos são utilizados. “A tecnologia prende a nossa atenção de tal forma que acabamos por ficar desconectados do mundo a nossa volta. Isso, muitas vezes, deve ser levado em consideração mais do que o fator tempo em si”, alerta a especialista.

No caso dos adolescentes, a psicóloga aconselha o período de duas horas por dia para o uso da internet como sendo o mais recomendado. “Apesar de o tempo de duas horas não ser nada para a garotada nessa faixa etária, é preciso lembrar que existem outras tarefas ao longo do dia, como ir à escola, fazer a lição de casa, praticar esportes, entre outras coisas”, lista Dora.

A psicóloga explica que os adolescentes são atraídos pela interação que a tecnologia promove. Além disso, ela conta que é nessa fase que os jovens estão buscando se socializar mais. “Na adolescência, o grupo social passa a ser uma referência muito forte. Como esses jovens não têm autonomia para sair de casa, a tecnologia faz com que eles possam ficar conectados uns com os outros”, ressalta.

Mas a partir de que momento a pessoa pode ser considerada “viciada” em tecnologia? Nesse caso, Dora destaca que isso acontece quando o uso excessivo das tecnologias podem trazer algum tipo de risco à vida social, como ir mal nos estudos; diminuir o rendimento no trabalho, aumentando, assim, as chances de ser mandado embora do emprego; entre outras situações. “Ou seja, é quando a pessoa começa a deixar de fazer coisas da sua vida para ficar com a tecnologia, e isso inclui desde ficar sem ver os amigos até mesmo evitar de sair com o parceiro”, aponta

Com relação aos jogos, Dora explica que muitos deles são desenvolvidos com objetivos curtos, o que, segundo ela, é muito viciante para a população jovem. “A pessoa fica dependente da sensação que tem ao jogar, pois são produzidos neurotransmissores que dão a sensação de bem-estar e euforia. Em oito minutos jogando, por exemplo, o corpo já produz dopamina, a mesma substância do prazer produzida quando comemos chocolate. E isso é viciante. Ou seja, não é a tecnologia, mas sim o que eu sinto quando entro em contato com ela”, detalha.

No caso das pessoas viciadas nos eletrônicos, a psicóloga lembra que o uso abusivo da tecnologia atua como uma espécie de anestésico, uma forma de desfocar de questões importantes da vida pessoal, como um conflito em família, problemas na escola, ou no trabalho. “O uso excessivo da tecnologia é uma forma de desconectar de si mesmo e estar conectado às máquinas. Em muitos casos, é realmente como um anestésico, uma espécie de refúgio para não viver as angústias e dificuldades do mundo real”, aponta a especialista.

Além do longo tempo gasto com jogos eletrônicos e internet, Dora chama atenção dos pais para alguns pontos com relação ao comportamento dos filhos. “O tempo é algo concreto e óbvio de ser notado em pessoas que são viciadas nos aparatos tecnológicos. Entretanto, além desse fator, é preciso que os pais notem se o jovem está deixando de sair de casa, ou de ser convidado para as festas. É necessário perceber se o filho não está se isolando do mundo real para ficar interagindo somente com a tecnologia”, alerta.

As consequências da exposição prolongada às parafernalhas eletrônicas podem ser muitas, de físicas a psicológicas. Para se ter uma ideia, mesmo que ainda não comprovada, o contato excessivo com a tecnologia pode provocar depressão, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno bipolar do humor, fobia social, além de déficit de atenção e hiperatividade. “Já as consequências físicas são oriundas da falta de praticar esportes; da alimentação errada, já que muitas vezes a pessoa nem vê o que está comendo, pois fica de olho vidrado na tela; e da higiêne, que fica prejudicada. Pessoas que têm propensão a problemas de vascularização devem ficar atentas também. Ou seja, o mais grave é a pessoa se largar”, ressalta a especialista.

Fonte: http://redeglobo.globo.com/globociencia/noticia/2013/08/uso-excessivo-das-tecnologias-pode-trazer-serios-riscos-vida-social.html

Page 11: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

11

LEITURAS COMPLEMENTARES:

Artigos: http://www.tecmundo.com.br/tecnologia/21016-perigos-ocultos-o-lado-negro-da-tecnologia.htm http://revista.hupe.uerj.br/detalhe_artigo.asp?id=105

Na avaliacão de sua redacão, serão considerados: a) clareza e consistencia dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o assunto; b) coesão e coerencia do texto; e c) domínio do portuguespadrão. Atencão: A Banca Examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato.

GÊNEROS – SEMANA 01 Prof. Vanessa

Texto 1 - Busca pela felicidade está nos tornando infelizes, diz pianista que sobreviveu a abusos e tentativa de suicídio

A opinião é do pianista James Rhodes, que sobreviveu a anos de abuso sexual na infância seguidos de tentativas de suicídio. "Não somos destinados a ser felizes o tempo inteiro", diz ele no quadro opinativo Viewsnight, do programa da BBC Newsnight, afirmando que a busca pela felicidade a todo custo está nos tornando infelizes. Na visão do pianista, "a busca pela felicidade parece nobre, mas é fundamentalmente falha". Ele considera que "a felicidade não é algo a se perseguir mais do que a tristeza, a raiva, a esperança ou o amor". A felicidade "é, simplesmente, um estado de ser, que é fluido, passageiro e às vezes inatingível". Negar a existência de outros sentimentos, nem sempre considerados positivos, afirma, não é o melhor caminho. Redes sociais

Rhodes observa que estamos em uma era de ritmo sem precedentes no dia a dia e que "nossa mentalidade 'sempre ligada' criou um ambiente impraticável e insustentável"."Estamos em apuros", diz ele. "E as selfies cuidadosamente escolhidas postadas no Instagram; a perfeição física espalhada por todas as mídias - inalcançável e extremamente 'photoshopada' - e o anonimato das redes sociais, onde descarregamos nossa ira, não estão ajudando".

Especialistas já alertam que o uso de redes sociais pode causar ou agravar doenças mentais, como depressão. "Sentimentos desafiadores"

Rhodes chama a atenção para os diferentes tipos de sentimento que permeiam a vida e nem todos têm a ver com satisfação ou alegrias. Há também o outro lado. "Todos nos sentimos alternadamente ansiosos, para baixo, tranquilos, aflitos, contentes. Ocasionalmente, alguns de nós podemos nos perder no continuum em direção à depressão, ao transtorno de estresse pós-traumático e a pensamentos suicidas", diz.

Mas pondera: "Só porque não estamos felizes não significa que estamos infelizes". Para o pianista, assim é a complexidade da vida: "repleta de sentimentos e situações tumultuados, desafiadores e difíceis". “Negá-los, resistir a eles, se desculpar por eles ou fingir que não existem é contraintuitivo e contraproducente".

Foi justamente o caminho contrário, o do reconhecimento de que "coisas ruins também acontecem" e de que é preciso falar sobre elas que ele decidiu trilhar há alguns anos - quando resolveu contar em livro episódios de abusos sexuais e outros problemas que enfrentou ao longo da vida.

http://www.bbc.com/portuguese/salasocial-42680542 Texto 2 “Não dá para preencher a vida com bares, novela e internet”, diz Monja Coen Quais são as maiores diferenças no conceito de felicidade na filosofia ocidental e na oriental?

A palavra felicidade, em português, tem sua origem nas palavras “fertil” e “frutífero”. O que frutifica nos faz bem. Plantas, árvores, ideias, filosofias, trabalho, propostas, casamento e assim por diante – todos esses elementos podem deixar alguém feliz. Tanto no Oriente como no Ocidente, seres humanos – se não despertarem para a mente suprema – podem ser manipulados ou podem acabar manipulando outras pessoas em propósitos egoicos, que só atendem a si mesmas. Eu sinto que sair do eu autocentrado e se dedicar ao Eu maior é a própria felicidade – e isso tanto no Ocidente quanto no Oriente. Talvez os métodos educacionais sejam diversos: o Ocidente sempre foi mais centrado no eu individual do que o Oriente, que costuma considerar a coletividade em primeiro lugar. Mas isso não quer dizer que um é melhor do que o outro. Não se iluda, tanto no Oriente quanto no Ocidente, a maioria das pessoas atualmente se desgasta em preocupações relacionadas a bens materiais apenas e, quase nunca, encontram a plenitude do Eu Maior.

Page 12: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

12

Por que, como você acabou de dizer, as pessoas se preocupam tanto com bens materiais? Na sua opinião, por que confundem felicidade com prosperidade financeira? Porque há pobreza, carência, miséria, desnutrição, fome. Se as necessidades básicas de sobrevivência não forem atendidas, não somos capazes de nem mesmo orar. Isso é universal. O resultado dessa lógica é que acabamos nos prendendo a essa etapa de autossustentabilidade e muitas vezes nem percebemos que já estamos com as necessidades básicas atendidas e ainda falta alguma coisa. Tentamos preencher com novelas, programas, amigos, bares, internet, mas continua faltando. Algumas pessoas procuram o caminho do autoconhecimento, que é o conhecimento da vida, da sacralidade da existência, da rede de causas, condições e efeitos. Algumas pessoas procuram pela compreensão do significado da existência. Outras apenas vivem se distraindo das questões básicas da mente humana, querendo apenas rir, se divertir. Isso faz com que muitas pessoas sofram com essa situação, por não penetrarem no sentido mais íntimo do ser. Preocupar-se com felicidade é uma noção válida? Você se preocupa em ser mais feliz? Preocupar-se nunca é válido. Ocupar-se sim. Ocupar-se em fazer o seu melhor a cada instante e despertar para a mente de sabedoria perfeita é o caminho do Nirvana, é a felicidade verdadeira. Então, pratico os ensinamentos de Buda, sem me preocupar, mas me ocupando com a verdade e esse caminho.

http://provocacoesfilosoficas.com/nao-da-para-preencher-vida-com-bares-novela-e-internet-diz-monja-coen/ Texto 3 – Felicidade (Marcelo Jeneci)

Haverá um dia em que você não haverá de ser feliz

Sentirá o ar sem se mexer Sem desejar como antes sempre quis

Você vai rir, sem perceber Felicidade é só questão de ser Quando chover, deixar molhar Pra receber o sol quando voltar

Lembrará os dias que você deixou passar sem ver a luz

Se chorar, chorar é vão porque os dias vão pra nunca mais

Melhor viver, meu bem Pois há um lugar em que o sol brilha pra você

Chorar, sorrir também e depois dançar Na chuva quando a chuva vem

Melhor viver, meu bem Pois há um lugar em que o sol brilha pra você

Chorar, sorrir também e dançar Dançar na chuva quando a chuva vem

Tem vez que as coisas pesam mais Do que a gente acha que pode aguentar

Nessa hora fique firme Pois tudo isso logo vai passar

[...] Texto 4 - Contra a ditadura do bem-estar

Resiliência, ‘mindfulness’, ‘wellness’ são palavras às quais estamos cada vez mais expostos nos últimos ano. Vários autores, porém, criticam a culpabilização do indivíduo que não se sente feliz

Sua presença parece nos dizer que adquirir um bom tônus muscular não basta e que hoje a missão imperiosa é alcançar um nível aceitável de felicidade. A pergunta óbvia que surge é saber se esse estado de plenitude é mensurável e, em caso afirmativo, para quais fins seriam usados os dados obtidos? Esta é precisamente a preocupação central do ensaio The Hapiness Industry (A Indústria da Felicidade). Seu autor, o acadêmico britânico William Davies, revê a história do interesse em medir a intensidade do bem-estar psicofísico a partir do espanto que causou verificar que a ciência comportamental e a neurociência se apresentavam como uma explicação plausível da crise financeira global.

Em seu estudo, Davies faz um percurso pelas contribuições de pensadores como Bentham, Jevons, Selye e Frederick W. Taylor – que poderia ser considerado o primeiro consultor de empresas da história –, pois foram eles que situaram a concepção de um hedonismo calculista no centro do mercado por meio do estudo psicológico do trabalho nas primeiras décadas do século XX. Seguindo essa pista, Davies explora também outra das suas principais preocupações: a sensação de que o sistema neoliberal está culpando o indivíduo por não ser feliz, ao mesmo tempo em que se esquiva de analisar o contexto em que essa infelicidade acontece. Dessa culpabilização surgem, na opinião do autor, as exortações midiáticas que insistem para que saiamos da nossa zona de conforto, que nos arrisquemos e tornemos realidade os nossos sonhos, como se tudo isso fosse única responsabilidade do indivíduo.

Page 13: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

13

Em sintonia com as ideias de Davies estão as da socióloga Eva Illouz, que estudou em profundidade as emoções no capitalismo, especialmente o amor romântico. Em ensaios como Consuming the Romantic Utopia (O Consumo da Utopia Romântica), llouz reconhece que as leis da oferta e da procura penetraram no campo dos afetos para ficar: as relações econômicas adquiriram um caráter profundamente emocional e as românticas se definem frequentemente por meio de modelos econômicos e políticos de negociação e intercâmbio.

Para os momentos em que o sujeito contemporâneo tem de se manter em situações muito instáveis em que conta somente consigo mesmo, os auxílios que lhe são oferecidos chegam muitas vezes sob a forma de livros de autoajuda e superação. Esse recurso biblioterapêutico é analisado pela argentina Vanina Papalini em seu estudo Garantías de Felicidad(Garantias de Felicidade). Papalini argumenta que o corpo gera sintomas relacionados com a sociedade a que pertence e que, no momento presente, o contraste com os frequentes discursos sociais que tratam do prazer e das difíceis condições de vida de muitos indivíduos cria uma lacuna que também serve como um nicho de mercado para esses livros, que exercem um verdadeiro trabalho terapêutico para gerar algo de “felicismo” no indivíduo, como denomina a jornalista espanhol Toño Fraguas, e contra o qual se posiciona em seu livro ¿Existe la Felicidad? (A Felicidade Existe?). “O que me leva a escrever é o fato de que a felicidade tenha se tornado um negócio”, afirma Fraguas. Sua missão é desmascarar charlatães que tiram proveito econômico das nossas fraquezas, incluindo os criadores de objetos cotidianos como xícaras, cadernos ou panos de cozinha com slogans positivos que se tornam quase ordens, também apontados pelo dedo implacável de Barbara Ehrenreich.

https://brasil.elpais.com/brasil/2016/12/30/cultura/1483093885_300079.html

Texto 5

Texto 6

“Nunca Tivemos Uma Geração Tão Triste”

“Estamos assistindo ao assassinato coletivo da infância das crianças e da juventude dos adolescentes no mundo todo. Nós alteramos o ritmo de construção dos pensamentos por meio do excesso de estímulos, sejam presentes a todo momento, seja acesso ilimitado a smartphones, redes sociais, jogos de videogame ou excesso de TV. Eles estão perdendo as habilidades sócio-emocionais mais importantes: se colocar no lugar do outro, pensar antes de agir, expor e não impor as ideias, aprender a arte de agradecer. É preciso ensiná-los a proteger a emoção para que fiquem livres de transtornos psíquicos. Eles necessitam gerenciar os pensamentos para prevenir a ansiedade. Ter consciência crítica e desenvolver a concentração. Aprender a não agir pela reação, no esquema ‘bateu, levou’, e a desenvolver altruísmo e generosidade.”

“Nunca tivemos uma geração tão triste, tão depressiva. Precisamos ensinar nossas crianças a fazerem pausas e contemplar o belo. Essa geração precisa de muito para sentir prazer: viciamos nossos filhos e alunos a receber muitos estímulos para sentir migalhas de prazer. O resultado: são intolerantes e superficiais. O índice de suicídio tem aumentado. A família precisa se lembrar de que o consumo não faz ninguém feliz. Suplico aos pais: os adolescentes precisam ser estimulados a se aventurar, a ter contato com a natureza, se encantar com astronomia, com os estímulos lentos, estáveis e profundos da natureza que não são rápidos como as redes sociais.”

Portal Raízes

Texto 7

“Há um imperativo de ser feliz, em todos os lugares, o tempo todo”

Há uma espécie de imperativo de ser feliz, em todos os lugares, o tempo todo. Aconselham-nos isso da manhã à noite. É algo suspeito: quando lhe repetem isso tantas vezes é que algo não funciona. Sempre me surpreendeu essa maneira dos norte-americanos de dizer enjoy. Por que, se eu já faço isso sozinho? Não necessito que me digam que aproveite minha comida, está tudo bem! Na obsessão atual pela felicidade há um sintoma do desejo de eliminar o negativo. Mas não há vida sem aspectos negativos e positivos. A ideia de uma felicidade sustentada, perfeita, sem estresse, sem preocupações, sem angústias, não me parece muito humana, nem interessante. É algo com o que se sonha em uma época que é, efetivamente, angustiada, fragmentada. É preciso ser feliz em casa, com a companheira, no trabalho, na cama, nas férias. Esse imperativo permanente me parece um imperativo de controle social.

http://brasil.elpais.com/brasil/2015/02/13/cultura/1423830518_127946.html

Page 14: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

14

SITUAÇÃO A - Redija um RELATO no qual a busca da felicidade tenha se tornado uma obsessão danosa para a vida de uma pessoa (1ª ou 3ª pessoa) SITUAÇÃO B – Redija um ARTIGO DE OPINIÃO sobre posicionando-se a respeito da máxima “dinheiro não traz felicidade”. ORIENTAÇÃO GERAL UFU Leia com atenção todas as instruções. A) Você encontrará duas situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a

proposta com a qual que você tenha maior afinidade. B) Após a escolha de um dos gêneros propostos, assinale sua opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir

seu texto, obedeça às normas do gênero. C) Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação

escolhida que você pretende abordar. Escreva o título no lugar apropriado na folha de prova. D) Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ ou

JOSEFA. E) Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido etc. na folha de prova. F) Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

Sugestão de vídeo: “Dinheiro traz felicidade?” | Nerdologia 114

ENEM – SEMANA 02 Prof. Viviane

Com base na leitura dos seguintes textos motivadores e nos conhecimentos construídos ao longo de sua

formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma culta escrita da língua portuguesa sobre o tema Cyberbullying e juventude brasileira, apresentando proposta de ação social, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto 1

Quem convive com crianças e jovens sabe como eles são capazes de praticar pequenas e grandes perversões. Debocham uns dos outros, criam os apelidos mais estranhos, reparam nas mínimas “imperfeições” – e não perdoam nada. Na escola, isso é bastante comum. Implicância, discriminação e agressões verbais e físicas são muito mais frequentes do que o desejado. Esse comportamento não é novo, mas a maneira como os pesquisadores, médicos e professores o encaram vem mudando. Há cerca de 15 anos, essas provocações passaram a ser vistas como forma de violência e ganharam nome: bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”). Sua principal característica é que a agressão (física, moral ou material) é sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying. Aqui, no Brasil, vem aumentando rapidamente o número de casos de violência desse tipo. (...) (Cyberbullying: a violência virtual Beatriz Santomauro) Texto 2

Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), de outubro, mediu o comportamento online de

jovens. Os dados revelam que, de cada quatro crianças e adolescentes, um foi tratado de forma ofensiva na internet, o que corresponde a 5,6 milhões de meninos e meninas entre 9 e 17 anos. O porcentual cresce ano a ano: passou de 15% em 2014 para 20% em 2015 até chegar a 23% no ano passado. Apesar de 23% das crianças e adolescentes terem relatado à pesquisa que foram vítimas de ofensas na internet, só 11% dos pais disseram que os filhos passaram por incômodos. A falta de intimidade de adultos com a tecnologia – enquanto as crianças são nativas digitais – ajuda a explicar a dificuldade das famílias em identificar riscos. “O gap existe, mas é preciso revertê-lo. Uma sugestão é estar disponível, querer saber o que a criança faz na internet”, diz Heloisa Ribeiro, da Childhood Brasil, entidade de proteção a crianças e adolescentes.

(http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,1-em-cada-4-criancas-ja-sofreu-ofensas-na-internet-cyberbullying-desafia-pais,70002122721)

Texto 3

A tecnologia permite que a agressão se repita indefinidamente. A mensagem maldosa pode ser encaminhada por e-mail para várias pessoas ao mesmo tempo e uma foto publicada na internet acaba sendo vista por dezenas ou centenas de pessoas, algumas das quais nem conhecem a vítima. "O grupo de agressores passa a ter muito mais poder com essa ampliação do público", destaca Aramis Lopes, especialista em bullying e

Page 15: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

15

cyberbullying e presidente do Departamento Científico de Segurança da Criança e do Adolescente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Ele chama a atenção para o fato de que há sempre três personagens fundamentais nesse tipo de violência: o agressor, a vítima e a plateia.

(http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml)

Texto 4

No espaço virtual, os xingamentos e as provocações estão permanentemente atormentando as vítimas. Antes, o constrangimento ficava restrito aos momentos de convívio dentro da escola. Agora é o tempo todo.

- Os jovens utilizam cada vez mais ferramentas de internet e de troca de mensagens via celular - e muitas vezes se expõem mais do que devem.

- A tecnologia permite que, em alguns casos, seja muito difícil identificar o(s) agressor(es), o que aumenta a sensação de impotência.

Raissa*, 13 anos, conta que colegas de classe criaram uma comunidade em uma rede social criada para compartilhar gostos e experiências com outras pessoas, em que comparam fotos suas com as de mulheres feias. Tudo por causa de seu corte de cabelo. "Eu me senti horrorosa e rezei para que meu cabelo crescesse depressa."

(http://revistaescola.abril.com.br/crianca-e-adolescente/comportamento/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml)

FUVEST – SEMANA 02

Prof. Nathan Leia os textos para fazer sua redação.

O carnaval de rua de São Paulo foi crescendo e, em 2018, de acordo com a SPTuris, serão 400 cortejos, que devem atrair mais de 600 mil turistas. Mas alguns desses blocos trazem, muito além do festejo e da folia, uma referência de luta e resistência nos mais diversos espectros. São movimentos de mulheres, LGBT e dos negros, como o Gaymada e o Preto Zumbiido Afropercussivo. O já tradicional Ilu Obá de Min leva para a rua os orixás e toda a tradição do candomblé. Além dos que trazem na escolha de gêneros musicais uma mensagem de luta, como o Beat Loko, de hip hop, e o LoveFest, com a nova cena musical que reúne artistas LGBT e negros.

https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/10/politica/1518218543_084903.html

O “Carnaval do protesto” uniu sambódromo e folia de rua pelo país, com críticas contra políticos, Judiciário e políticas públicas em escolas de samba do Rio e blocos de Salvador, Recife e Belo Horizonte. Já em São Paulo as críticas foram mais tímidas, mas também existiram.

No Rio, a escola Beija-Flor traçou paralelo entre “Frankenstein”, de Mary Shelley, com o momento do Brasil. Ratos representaram políticos e sobraram críticas à criminalidade, ao sucateamento das redes de saúde e educação e à corrupção. https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/02/carnaval-de-protestos-reune-sambodromo-e-blocos-contra-politicos.shtml

Campanha contra o assédio mobilizou foliões no carnaval

https://revistamarieclaire.globo.com/Mulheres-do-Mundo/noticia/2018/01/nao-e-nao-grupo-ira-espalhar-tatuagens-contra-assedio-no-carnaval.html

Page 16: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

16

Com frases como “Depois do não é tudo assédio” e “Fantasia não é convite”, uma campanha lançada pela Prefeitura de Vitória alerta os foliões sobre o assédio contra a mulher durante o carnaval, período em que o número de denúncias desse tipo aumenta.

Para promover a campanha, a prefeitura se baseou em uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular, em que quase metade dos homens entrevistados disse que a folia não é lugar para "mulher direita".

A secretária de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho, Nara Borgo, acredita que, por conta do machismo, a mulher ainda é a maior vítima de violência.

"O comportamento machista ainda acha que uma mulher não pode usar uma fantasia e pular carnaval apenas para se divertir. Ele acredita que ela está disponível e, com isso, pode assediá-la livremente sem ser punido. E isso precisa mudar. São dicas importantes que vamos publicar nas nossas redes sociais para alertá-los de que depois do 'Não' é tudo assédio". https://g1.globo.com/es/espirito-santo/carnaval/2018/noticia/campanha-alerta-sobre-assedio-contra-a-mulher-no-carnaval-

em-vitoria.ghtml Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: A função das tradições populares na construção de uma sociedade melhor. Instruções: A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma padrão da língua portuguesa. Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. Dê um título a sua redação.

IME/ITA – SEMANA 02 Prof. Renato

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

Os textos e as imagens na prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes aspectos. Tomando por base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos. Não copie nem parafraseie os textos desta prova. Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato. Na avaliação de sua redação, serão considerados: a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema, b) coesão e coerência do texto e c) domínio do português padrão. Texto 01

42% das mulheres brasileiras já sofreram assédio sexual

Uma parcela de 42% das brasileiras com 16 anos ou mais declara já ter sido vítima de assédio sexual. De forma geral, é mais comum o relato de assédio entre as mais escolarizadas (57%) e de renda mais alta (58% na faixa com renda mensal familiar acima de 10 salários) do que entre aquelas que estudaram até o ensino fundamental (26%) ou estão na faixa de renda familiar mais baixa, de até 2 salários (38%). Além disso, a taxa de católicas que declaram ter sofrido assédio (32%) fica abaixo da registrada entre evangélicos (47%) e mulheres sem religião (68%).

Considerando as formas consultadas, as mais comum são o assédio nas ruas e no transporte público. Nas ruas, uma em cada três brasileiras adultas (29%) declara já ter sofrido assédio sexual, sendo que 25% que sofreram assédio verbal, e 3%, físico, além dos que sofreram ambos. O assédio em transporte público foi relatado por 22%, com incidência similar entre assédio físico (11%) e verbal (8%). O assédio no trabalho foi relatado por 15% das brasileiras, incluindo as formas de assédio físico (2%) e verbal (11%). Há ainda 10% que já foram assediadas sexualmente na escola ou faculdade (8% verbalmente, e 1% fisicamente) e 6% que já sofreram assédio dentro de casa (1% verbalmente, e 4% fisicamente).

Entre as mais jovens, na faixa de 16 a 24 anos, a taxa de vítimas de assédio nas ruas (45%) fica acima da média, e cai conforme o avanço da faixa etária, chegando a 11% entre os mais velhas, com 60 anos ou mais. Entre as mulheres com curso superior, fica acima da média o índice de vítimas de assédio na faculdade ou escola (16%), no trabalho (23%), no transporte público (32%) e nas ruas (33%).

http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2018/01/1949701-42-das-mulheres-ja-sofreram-assedio-sexual.shtml

Page 17: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

17

Texto 02

Texto 03

A cultura do assédio entre a cantada e a covardia Márci Tiburi

Enquanto muitas pessoas se escandalizam e indignam diante do assédio praticado por José Mayer contra a figurinista Su Tonani, outros decidem apoiá-lo criando campanhas machistas tais como “Mexeu com José Mayer, mexeu com todos”. A frase choca à medida que expõe uma verdade. A campanha “Mexeu com uma, mexeu com todas”, levada adiante por atrizes, colegas de corporação midiática de Mayer, que surgiu a partir da denúncia de assédio feita no blog “Agora é que são elas”, realmente “mexe” com muitos homens, porque atinge sobretudo o machismo estrutural. Ela põe em questão algo que estava “quieto”, o verdadeiro hábito do assédio, que é um dos pilares mais importantes do machismo de nossa sociedade.

Tanto o assédio moral, quanto o assédio sexual (que não deixa de ter também uma dimensão moral), não se desenvolveriam tão facilmente se não acontecessem em um clima socialmente propício. Falamos ultimamente em cultura do estupro, mas a cultura do “assédio”, seja moral, seja sexual, é tão arraigada que permite o surgimento de posturas antiéticas tais como a dos apoiadores do assediador. A cultura do assédio constitui um círculo vicioso. Ela cria a permissão para que surja o assediador enquanto depende também de seu apoio. Não denunciar os casos de assédio produz uma conivência em relação à qual nem todos tem consciência.

Antes de seguir, é interessante colocar a questão de que assédio não é cantada. Não se trata de defender a cantada, mas de discernir jogos de linguagem e sua relação com a violência. Enquanto o termo “cantada” remete a certa poética popular, o termo assédio define uma violência. O limite entre um e outro é tão tênue que em tempos sombrios talvez não seja oportuno dar cantadas sob pena de errar a mão. De qualquer modo, é interessante ver que uma cantada é algo que se dá. Dizemos: me deu uma cantada, dei uma cantada. Ninguém é capaz de dizer “pratiquei uma cantada”, “ele praticou uma cantada”. Quando dizemos “ele me cantou”, “eu o cantei”, fica claro que o “objeto” da cantada se torna poético. Não um objeto manipulado, simplesmente, mas muito mais um objeto do desejo. Aquele que leva uma cantada se torna uma espécie de “metáfora objetiva” ao entrar no campo da expressão poética do outro. Como a cantada é poética, ela é variável, há muitas formas de cantar alguém e, portanto, de “poetizar” o “objeto”. Por meio da cantada, preserva-se algo da dimensão sexual como uma dimensão poética, motivo pelo qual talvez ainda valha a pena viver essa dimensão.

Como toda estética é acompanhada de uma ética e de uma política, uma cantada nunca pode ser agressiva. Se ela perde a dimensão poética ela se torna assédio. O limite entre uma e outra torna-se claro. No entanto, em uma época caracterizada pela brutalidade como é a nossa, é fácil perder isso de vista.

No assédio dizemos que houve uma prática e ela é inteiramente desprovida de poesia. O assédio é gradativo, entre o chato e o agressivo, ele vai da deselegância à violência. Quando surgiu a campanha “Chega de Fiu Fiu”, muitas pessoas não conseguiram entender que ali já havia uma semente de assédio. A crítica do “fiu-fiu” veio questionar uma prática inicial de assédio inscrita de tal forma na cultura que apenas as atingidas

Page 18: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

18

conseguem entender. Isso porque a cultura machista usa o assédio como uma prerrogativa e até mesmo um privilégio daquele que tem poder – ou pensam que tem – poder sobre as outras pessoas, no caso, as mulheres.

O assédio, como escrevi há tempos atrás (em texto que foi publicado no livro Como conversar com um fascista, Record, 2015), é uma prática antiética de opressão baseada na pressão direta a um indivíduo. O assediador é aquele que pressiona o assediado a fazer sua vontade. Ele trata o assediado como um objeto que deve lhe servir.

A sociedade do assédio forma pessoas capazes de produzir o assédio e de consentirem com ele. Quando não tratamos as outras pessoas como sujeitos de direitos, é fácil tratá-los como coisas. Nós mesmos nos tratamos como coisas, quando, assediadas, nos calamos. Hoje, o machismo chama a atenção, mas também o mercado, o capitalismo, a publicidade generalizada, o consumismo, fazem parte do sistema do assédio. De um consentimento generalizado a ser usado, marcado e humilhado pelo outro. Assim como um homem assediador acha que pode impor um desejo a uma mulher, o capitalismo faz com o consumidor. Todos se tornam dóceis e o assediador conta com essa docilidade.

A sociedade do assédio é a sociedade do desrespeito, mas é também a da covardia. O covarde sempre prefere o dócil. Por isso, o assediador se desculpa das maneiras mais torpes para despertar a docilidade perdida com a qual ele contava. Quando pego em flagrante, ele desdiz, ele se justifica, no extremo afirma não ter feito nada demais, nada que outros também não fizessem. Apoiado pelos pares covardes, ele tenta preservar um lugar de privilégio que só se sustenta na união de todos por um ideal comum perverso.

Contra isso, a voz das vítimas é a única força, o verdadeiro poder capaz de desmontar a lógica da cultura do assédio. Texto 04

Disponível em www.humorpolitico.com.br/assedio/sexual

UNB – SEMANA 02

Prof. Cássia TEXTO I

Para o sociólogo húngaro Karl Mannheim, a geração consiste em um grupo de pessoas nascidas na mesma época, que viveram os mesmos acontecimentos sociais durante a sua formação e crescimento e que partilham a mesma experiência histórica, sendo esta significativa para todo o grupo. Estes fatores dão origem a uma consciência comum, que permanece ao longo do respectivo curso de vida. A interação de uma geração mais nova com as precedentes origina tensões potencializadoras de mudança social. O conceito que aqui está patente atribui à geração uma forte identidade histórica, visível quando nos referimos, por exemplo, à “geração do pós-guerra”. O conceito de “geração” impõe a consideração da complexidade dos fatores de estratificação social e da convergência sincrônica de todos eles; a geração não dilui os efeitos de classe, de gênero ou de raça na caracterização das posições sociais, mas conjuga-se com eles, numa relação que não é meramente aditiva nem complementar, antes se exerce na sua especificidade, ativando ou desativando parcialmente esses efeitos.

Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br/sociedade. Acesso em: 20 fev. 2018.

Page 19: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

19

TEXTO II

Disponível em: <https://www.magicwebdesign.com.br/blog/tecnologia/geracao-alpha-conectados-com-a-tecnologia-desde-o-berco/>. Acesso em 19 fev. 2018.

TEXTO III

Geração Coca-Cola

Depois de 20 anos na escola Não é difícil aprender

Todas as manhas do seu jogo sujo Não é assim que tem que ser

Vamos fazer nosso dever de casa

E aí então vocês vão ver Suas crianças derrubando reis

Fazer comédia no cinema com as suas leis

Somos os filhos da revolução Somos burgueses sem religião

Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola Geração Coca-Cola

(...) URBANA, Legião. Geração Coca-Cola. In: Legião Urbana. São Paulo: EMI, 1984.

Page 20: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

20

TEXTO IV

Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/o-conflito-entre-geracoes-e-a-convivencia-social.jhtm>. Acesso em 20 fev. 2018.

Considerando os fragmentos de texto acima como motivadores, redija, na modalidade padrão da língua portuguesa, um texto dissertativo-argumentativo acerca do seguinte tema:

Mudanças ao longo do tempo: os conflitos de gerações

GÊNEROS – SEMANA 02

Prof. Raul Texto 1

O Estado de S.Paulo

17 Fevereiro 2018 | 03h09

Não há razão objetiva que justifique a intervenção federal, restrita à segurança pública do Rio de Janeiro, decretada pelo presidente Michel Temer. A situação daquele Estado no que diz respeito ao crime organizado e à violência urbana não se tornou calamitosa de um dia para o outro, a ponto de demandar uma medida tão drástica exatamente agora, a poucos dias da esperada votação da reforma da Previdência, que, por força de determinação constitucional, não poderá ser realizada em razão da intervenção. Temer garante que os efeitos do decreto serão suspensos apenas para a votação, mas essa manobra certamente receberá inúmeras contestações judiciais e são imensas as possibilidades de o feitiço voltar-se contra o feiticeiro.

Ainda que se concluísse que a intervenção era mesmo necessária, é difícil compreender por que não se poderia esperar até depois da votação daquela reforma, pois não há notícia de ameaça iminente à ordem pública – apenas a rotineira violência das balas perdidas, dos morros conflagrados e dos assaltos a turistas. E se dizemos que a violência é rotineira é porque o desgoverno do Rio e a corrupção que corrói o aparelho do Estado de alto a baixo fizeram do horror o cotidiano daquela população.

Essa violência é intolerável, mas não será a intervenção federal que resolverá o problema. A segurança não é uma questão isolada, e sua degradação no caso do Rio é resultado de uma combinação de muitos fatores – irresponsabilidade administrativa, conivência com o crime organizado, corrupção generalizada, franqueamento do Estado a delinquentes de toda espécie e apatia social. Logo, intervir só na segurança pública até 31 de dezembro deste ano, como estabelece o decreto, tocará apenas na superfície do problema. Pode-se até alcançar alguma forma de trégua com o crime organizado nesse período, mas será algo apenas ilusório, pois todos os demais elementos que conduziram a esse estado de coisas permanecerão intocados. Desde o infeliz governo de Chagas Freitas há tréguas periódicas com os bandidos e o resultado é um só: quando os bandidos voltam a ser bandidos – pois mocinhos parece que lá não há –, o nível de violência aumenta, sempre acima do anteriormente registrado.

Para ter eficácia, a intervenção deveria atingir todos os setores da administração do Estado, mas esse enorme ônus político o presidente Temer não parece disposto a assumir. Mesmo limitada à segurança pública, a intervenção fará o quê? Depurará a própria polícia, tomada pelo crime organizado? Formará e treinará policiais honestos para substituir a súcia que se associou ao crime e hoje é sua linha auxiliar? Resolverá tudo isso em dez meses?

Há também o risco de que militares destacados para a missão no Rio se envolvam com o crime organizado. Esse é um risco sempre lembrado. Muitos deles são moradores dos morros do Rio em que deverão atuar e podem ser aliciados pelos narcotraficantes, como já advertiram autoridades. Ademais, o próprio uso das Forças Armadas para realizar a segurança pública é “desgastante, perigoso e inócuo”, como disse o comandante do

Page 21: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

21

Exército, general Eduardo Villas Bôas, no ano passado. Não houve um único caso de sucesso desse tipo de ação, e não há razão para acreditar que agora será diferente.

É improvável que ninguém no governo tenha levantado pelo menos uma dessas objeções nas discussões que desembocaram no decreto de intervenção. Sendo assim, é lícito perguntar quais os reais motivos por trás da decisão de Temer.

A primeira conclusão a que se pode chegar, considerando o timing, é que o presidente precisava criar condições para abandonar a reforma da Previdência, em razão das dificuldades evidentes de aprová-la. Com o imbróglio jurídico que o decreto certamente causará, Temer não teria o desgaste de um revés no Congresso. Há mesmo quem fale – e fala-se de tudo – que o presidente pode ter pretendido transformar a derrota em vitória política, talvez com vista à reeleição.

O fato é que, ao explorar um dos temas mais caros aos brasileiros – a segurança pública – e ao adotar um tom de comício na assinatura do decreto, dizendo que “nossos presídios não serão mais escritórios de bandidos nem nossas praças serão salões de festa do crime organizado”, o presidente dá margem a que se desconfie que, em ano eleitoral, o governante que pretendia ser reconhecido como reformista deixou-se seduzir por um atalho sombreado. Texto 2

Intervenção federal na segurança do Rio é medida adequada para combater a violência? Sim A decisão é amparada pela Constituição. Não há o que se discutir a respeito de sua necessidade ou legalidade Durval Lourenço Pereira

Neste mês de fevereiro, a escalada da violência no Rio de Janeiro atingiu níveis inauditos. As três principais linhas expressas da capital do Estado foram fechadas por tiroteios entre a polícia e os traficantes.

Em pânico, motoristas e passageiros acostumaram-se a deitar no asfalto, protegendo-se dos tiros. Pistolas, fuzis e metralhadoras de grosso calibre são parte do arsenal do tráfico.

Crianças e adolescentes são mortos por balas perdidas. Apenas no mês de janeiro registraram-se 640 tiroteios no Rio.

O Brasil possui hoje um índice de crimes violentos por habitante maior que o de países em guerra civil, e o Estado do Rio de Janeiro imerso em uma das piores crises políticas, financeiras e morais da sua história é a face mais visível desse caos.

Em virtude das circunstâncias, o presidente Michel Temer tomou uma medida extrema e inédita: assinou um decreto de intervenção federal na área de segurança do Estado do Rio de Janeiro.

A decisão é amparada pela Constituição, tendo recebido o apoio do governador do Estado, Luiz Fernando Pezão (MDB). Não há o que se discutir, portanto, a respeito de sua necessidade ou legalidade.

Para cumprir a missão, o Brasil possui um expressivo contingente de homens treinados em Operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), dispondo de centenas de oficiais experimentados em ações internacionais de sucesso, como no Haiti, talvez o maior êxito da ONU em missões de paz. Mas há outras considerações relevantes.

A ação visa pôr termo ao grave comprometimento da ordem pública no Estado do Rio de Janeiro, limitando-se à área de segurança pública. Ou seja: ataca os sintomas do problema e não as suas variadas origens.

Para o criminoso, o custo-benefício em seu favor aumentou consideravelmente nas últimas décadas, quando o investimento nas forças de segurança foi negligenciado.

Em nosso sistema educacional, o delinquente passou a ser visto não como algoz, mas como vítima da sociedade. Cadeia não resolve é o novo bordão. A questão da redução da maioridade penal arrasta-se sem solução no Congresso.

Temos um Código de Processo Penal cada vez mais abolicionista, no qual o criminoso não fica muito tempo atrás das grades. O usuário de drogas, principal fonte de renda do tráfico, passou a ser diferenciado do traficante e ficou livre da pena de prisão.

Há um enorme déficit de novas unidades prisionais, nas quais os bandidos geralmente usufruem de regalias: visitas íntimas, assistência financeira do Estado, uso de drogas e telefones celulares, transformando as celas em escritórios do crime.

A complexa questão da violência no Rio de Janeiro arrasta-se por décadas, tendo sido jogada para baixo do tapete por sucessivos governos de viés populista, envolvidos em escândalos de corrupção.

Ao contrário do senso comum estabelecido, não faltaram recursos financeiros, mas abundaram decisões políticas equivocadas que privilegiaram o investimento bilionário em megaeventos como os Jogos Pan-Americanos, a Copa do Mundo e a Olimpíada. A segurança pública ficou em plano secundário.

A solução da violência na capital fluminense começa pelo restabelecimento da lei e da ordem, mas depende de medidas em outras esferas do poder público. O presidente tomou uma decisão necessária, porém o desafio de pacificar o Rio é muito superior ao visto no Haiti.

Sob essa perspectiva, infelizmente, o Haiti não é aqui.

DURVAL LOURENÇO PEREIRA, tenente-coronel do Exército, é mestre em operações militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais do Exército Brasileiro. Escreveu o livro Operação Brasil (editora Contexto)

Publicado em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/02/intervencao-federal-na-seguranca-do-rio-e-medida-adequada-para-combater-a-violencia-sim.shtml?

Page 22: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

22

Texto 3

A intervenção federal na Segurança Pública do Rio, acertada em reunião na madrugada desta sexta-feira (16) com a presença do presidente Michel Temer (MDB) e do governador Luiz Fernando Pezão (MSB), não é unânime entre especialistas ouvidos pelo Globo. A discordância está baseada na avaliação de que nem todas as alternativas foram esgotadas. Consultores da área concordam, entretanto, que a medida é drástica e nunca foi tomada desde a promulgação da atual Constituição em 1988. Ex-secretário nacional de Segurança, o coronel José Vicente defende a medida. O consultor, que ressalta que não houve ação semelhante desde a retomada da democracia, diz que o Rio "vai fazer escola para ver as vantagens e os problemas dessa ação". Ao defender a medida, José Vicente diz não ter dúvida de que o Estado perdeu a capacidade de garantir a segurança. "Há muito tempo que defendo que o Rio perdeu a condição de garantir a segurança no Estado. Simplesmente pedia uma ajudinha, como vinha acontecendo. É preciso um outro tipo de remédio. É preciso de uma medida extrema. A Polícia Federal apreendeu só 100 armas no Rio, e mais de 1 mil em Brasília no ano passado. Alguma coisa está errada"

Já o coronel Robson Rodrigues da Silva, coronel da reserva da Polícia Militar do Rio, se coloca contra a medida. A medida excepcional prevê um esgotamento de todas os recursos disponíveis pelos entes federativos para a solução de problemas na área, o que Rodrigues acredita não ter ocorrido. Ele cita como exemplo a ausência de um Plano Nacional de Segurança Pública efetivo, o que está na retórica das autoridades.

"Sou totalmente contrário. Você não esgotou todos os recursos. É uma medida excepcionalíssima. Qual foi o esgotamento? Você não esgotou todos os recursos dos entes federativos e já lança mão de uma medida excepcionalíssima? Quando você pede a intervenção é porque se rendeu. Mas por quê? Incompetência? Má gestão? Falta de capacidade gerencial? Qual o maior esforço desprendido pelas forças policiais hoje? Normalmente é o crime do tráfico de drogas. Legalmente, é uma atribuição do governo federal. Poderia ter, por exemplo, uma força tarefa da PF para o Rio", afirma o coronel, que também atuou como coordenador Geral das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP)

Publicado em: http://www.valor.com.br/politica/5326417/especialistas-discordam-sobre-intervencao-federal-no-rio em 16 de fevereiro de 2018.

Situação A - A partir da leitura dos textos da coletânea e de seu conhecimento sobre o assunto, elabore um

artigo de opinião posicionando-se sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro como forma de combate à criminalidade. Seu texto deve ter entre 25 e 30 linhas e um título coerente com a ideia principal do artigo.

Situação B - Escreva uma carta ao senhor DURVAL LOURENÇO PEREIRA, tenente-coronel do Exército, posicionando-se acerca das ideias que apresenta em seu texto. ARTIGO DE OPINIÃO

Em comparação com a dissertação de modelo Enem, o artigo de opinião caracteriza-se por uma maior liberdade na criação, o que possibilita indícios mais evidentes de autoria.

O domínio de linguagem é fundamental, mas é possível usá-la de forma a estabelecer um estilo mais pessoal, com a utilização de recursos estilísticos como a metáfora e a ironia.

Lembre-se de dar um ar um pouco mais informal a seu texto, sem, no entanto, perder a reflexão ou os argumentos necessários à construção e defesa de seu ponto de vista. Observação: Artigos de opinião não precisam de proposta de intervenção.

ENEM – SEMANA 03 Prof. Nathan

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo

de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: A questão das crianças de rua no Brasil. Apresente proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO 1

São Paulo – O termo “refugiados urbanos” é uma expressão utilizada pelo programa do Projeto Quixote que trata do drama existente em diversos países e em todo o Brasil: a situação de crianças e adolescentes que se “refugiam” no centro da cidade como “mecanismo de afirmação da vida”. “Trata-se de um exílio: precisar sair de casa ou distanciar-se dela, às vezes romper com a família, com a história das referências da comunidade de origem, com as pessoas com quem possui vínculos afetivos, com os cheiros, as marcos do seu lugar, da sua mátria”, diz trecho do livro Refugiados Urbanos, rematriamento de crianças e adolescentes em situação de rua, lançado nesta quinta-feira (28), em São Paulo. [...] “Compreendemos que, ao contrário do que pensam muitas pessoas, não é a droga que leva as pessoas às ruas, na grande maioria das vezes. Mas as ruas que levam às drogas. O que isso quer dizer? Que tem sentido no pacote-rua, muitas vezes, o uso de drogas. Ninguém está na rua porque está bem. Não é bem 'uma questão de

Page 23: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

23

escolha', principalmente falando de crianças e adolescentes. Deparar com esse cenário de crianças vivendo nas ruas é violento. Estamos falando de violência. A ida às ruas como uma possibilidade menos aniquiladora denuncia muitas coisas. Como era essa casa antes? Como era essa família? Havia família? O que se passa para alguém sentir o chão frio da rua mais quente do que o de casa? As perguntas são inesgotáveis. Não é possível respondê-las rapidamente”.

http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/09/criancas-e-adolescentes-em-situacao-de-rua-sao-refugiados-urbanos TEXTO 2

Às vésperas do Dia Internacional das Crianças de Rua, lembrado anualmente em 12 de abril, duas especialistas em direitos humanos das Nações Unidas falaram sobre a situação que atinge mais de 150 milhões de crianças de rua no mundo. Ambas lembraram aos governos que não há crianças descartáveis e que a vida de todas é importante. Elas cobraram mais investimentos para garantir o total acesso dessas crianças a direitos e serviços.

“Abandonadas, descartadas, rejeitadas e jogadas fora: mais de 150 milhões de crianças em situação de rua em todo o mundo sofrem grandes privações e violações de direitos, com pouca ou nenhuma consideração dada ao seu maior interesse”, disseram as especialistas.

Essas crianças estão escapando da pobreza, de moradias inadequadas, famílias desestruturadas, violência doméstica, desalojamento, desastres naturais, conflitos e guerras. Elas tomam as ruas porque não há outro lugar para onde ir. Uma vez nas ruas, elas sofrem discriminação e estigmatização.

“Crianças em situação de rua, frequentemente tendo escapado da violência, encaram um alto risco de serem sexualmente exploradas”, disse Maud Boer-Buquicchio, relatora especial da ONU sobre venda e exploração sexual de crianças.

https://nacoesunidas.org/abandonadas-e-descartadas-mais-de-150-milhoes-de-criancas-vivem-nas-ruas-alertam-especialistas-da-onu/

TEXTO 3

https://amarildocharge.wordpress.com/2011/05/25/adocao/

Page 24: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

24

TEXTO 4

Cerca de 17 milhões de crianças até 14 anos – o que equivale a 40,2% da população brasileira nessa faixa etária – vivem em domicílios de baixa renda. No Norte e no Nordestes, regiões que apresentam as piores situações, mais da metade das crianças [60,6% e 54%, respectivamente] vivem com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio salário mínimo. Desse total, 5,8 milhões vivem em situação de extrema pobreza, caracterizada quando a renda per capita é inferior a 25% do salário mínimo.

Os dados fazem parte do relatório Cenário da Infância e Adolescência no Brasil, documento que faz um panorama da situação infantil no país , divulgado pela Fundação Abrinq. O estudo foi feito utilizando dados de fontes públicas, entre elas o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Um dos temas abordados no documento é a violência contra as crianças e adolescentes. Segundo o estudo, 10.465 crianças e jovens até 19 anos foram assassinados no Brasil em 2015, o que corresponde a 18,4% dos homicídios cometidos no país nesse ano. Em mais de 80% dos casos, a morte ocorreu por uso de armas de fogo. A Região Nordeste concentra a maior parte desses homicídios (4.564 casos), sendo 3.904 por arma de fogo.

A publicação também mostra que 153 mil denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes chegaram ao Disque 100 em 2015, sendo que em 72,8% das ligações a denúncia se referia a casos de negligência, seguida por relatos de violência psicológica (45,7%), violência física (42,4%) e violência sexual (21,3%). INSTRUÇÕES: - O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. - O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. - A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: - tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente.” - fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. - apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. - apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto.

FUVEST – SEMANA 03 Prof. Raul

Texto 1

As redes sociais estão dilacerando a sociedade

Um ex-alto executivo do Facebook fez um mea culpa por sua contribuição para o desenvolvimento de ferramentas que, em sua opinião, “estão dilacerando o tecido social”. Chamath Palihapitiya, que trabalhou na empresa de Mark Zuckerberg de 2007 a 2011, da qual chegou a ser vice-presidente de crescimento de usuários, acredita que “os ciclos de retroalimentação de curto prazo impulsionados pela dopamina que criamos estão destruindo o funcionamento da sociedade. Sem discursos civis, sem cooperação, com desinformação, com falsidade”.

Palihapitiya fez essas declarações sobre o vício em redes sociais e seus efeitos em um fórum da Escola de Negócios de Stanford no dia 10 de novembro, mas o site de tecnologia The Verge as publicou na segunda-feira e, através dele, jornais como o The Guardian. Palihapitiya — que trabalhou para aumentar o número de pessoas que usam as redes sociais — recomendou ao público presente no fórum que tomasse um “descanso” no uso delas.

Esclareceu que não falava apenas dos Estados Unidos e das campanhas de intoxicação russas no Facebook. “É um problema global, está corroendo as bases fundamentais de como as pessoas se comportam consigo mesmas e com as outras”, enfatizou, acrescentando que sente “uma grande culpa” por ter trabalhado no Facebook. Falou sobre como as interações humanas estão sendo limitadas a corações e polegares para cima e como as redes sociais levaram a uma grave falta de “discurso civil”, à desinformação e à falsidade.

Na palestra, Palihapitiya — agora fundador e CEO da Social Capital, com a qual financia empresas de setores como saúde e educação — declarou ser uma espécie de objetor de consciência do uso de redes sociais e anunciou que quer usar o dinheiro que ganhou no Facebook para fazer o bem no mundo. “Não posso controlar [o Facebook], mas posso controlar minha decisão, que é não usar essa merda. Também posso controlar as decisões dos meus filhos, que não podem usar essa merda”, disse, esclarecendo que não saiu completamente das redes sociais, mas que tenta usá-las o mínimo possível.

O ex-vice-presidente do Facebook alertou que os comportamentos das pessoas estão sendo programados sem que elas percebam. “Agora você tem que decidir o quanto vai renunciar”, acrescentou. Palihapitiya fez referência ao que aconteceu no estado indiano de Jharkhand em maio, quando mensagens falsas de WhatsApp sobre a presença de supostos sequestradores de crianças acabaram com o linchamento de sete pessoas inocentes. “Estamos enfrentando isso”, criticou Palihapitiya, acrescentando que esse caso “levado ao extremo” implica que criminosos “podem manipular grandes grupos de pessoas para que façam o que eles querem”.

Page 25: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

25

Mas Palihapitiya não criticou apenas os efeitos das redes na maneira pela qual a sociedade funciona, mas todo o sistema de funcionamento de Silicon Valley. Segundo ele, os investidores injetam dinheiro em “empresas estúpidas, inúteis e idiotas”, em vez de abordar problemas reais como mudança climática e doenças curáveis.

As críticas de Palihapitiya às redes se juntam às do primeiro presidente do Facebook, Sean Parker, que criticou a forma como a empresa “explora uma vulnerabilidade da psicologia humana” criando um “ciclo de retroalimentação de validação social”. Além disso, um ex-gerente de produto da empresa, Antonio García-Martínez, acusou o Facebook de mentir sobre sua capacidade de influenciar as pessoas em função dos dados que coleta sobre elas e escreveu um livro, Chaos Monkeys, sobre seu trabalho na empresa. No último ano vem crescendo a preocupação com o poder do Facebook, seu papel nas eleições norte-americanas e sua capacidade de amplificar notícias falsas.

Extraído de : https://brasil.elpais.com/brasil/2017/12/12/tecnologia/1513075489_563661.html Acesso em 13 de dezembro de 2017.

Texto 2

Crianças e adolescentes devem ter limites. Principalmente na internet. Mas o que podem acessar e até qual idade devem ser supervisionados? “A internet não deve ser vista como um monstro pelos pais", explica a psicóloga Elisa Villela. "Ela pode ser uma rica fonte de informações e descobertas, mas há cuidados a serem tomados”. Desenvolver a responsabilidade dos filhos e, à medida em que crescem, aumentar aos poucos o leque de sites é a melhor alternativa. Também é uma questão de segurança conhecer as senhas das redes sociais e de e-mails dos filhos, que devem ser usadas apenas quando julgar necessário. “Muitos não exigem as senhas por medo de chatear os filhos", diz Maria Edna Scorcia, diretora pedagógica do Colégio Joana D’Arc, em São Paulo. “É a mesma coisa que perguntar a eles com quem pretendem sair, a que horas voltam e para onde vão”.

[...] Para muitos especialistas, o ideal é que apenas os maiores de idade possam fazer parte das redes sociais.

O problema é que, como esses sites não exigem comprovação da data de nascimento, qualquer um pode criar um perfil com informações alteradas. O melhor a fazer é supervisionar e conversar sobre os perigos contidos ali para toda a família. “Fotos de uma viagem ou mesmo da sua própria casa evidenciam o padrão de vida da família, o que é um chamariz para bandidos", afirma a psicopedagoga Cristiane Ferreira. Ela alerta também para o risco ao publicar imagens da criança vestindo o uniforme, pois isso revela onde ela estuda. Pais devem sempre orientar os filhos a adicionar e entrar em contato apenas com pessoas já conhecidas. “A criança pequena é orientada a não conversar com estranhos na rua”, diz a psicóloga Elisa Villela. "O mesmo vale para a internet”.

(Disponível em: http://estilo.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/04/28/internet-oferece-riscos-para-criancas-e-adolescentes-saiba-como-proteger-seu-filho.htm)

TEXTO 3

(…) o apoio a causas pela internet motiva ações no mundo real? Segundo uma pesquisa da Universidade de British Columbia, no Canadá, esse tipo de manifestação on-line pode ter, na verdade, um efeito inverso. Segundo o estudo, a sensação de dever cumprido provocada pelo clique no botão “curtir” estimula as pessoas a deixarem de lado ações mais significativas, como doar dinheiro a instituições ou se engajar de fato em um trabalho voluntário.

O objetivo dos cientistas era investigar um fenômeno que ainda gera controvérsias entre estudiosos, conhecido como slacktivism. O termo em inglês, surgido em 1995, é formado pelas palavras slack (preguiçoso, negligente) e activism (ativismo). Na época, a expressão se referia às atividades feitas por jovens na internet para afetar a sociedade de forma progressiva. Atualmente, porém, é usada para definir atos de apoio que têm como único resultado real a satisfação pessoal de quem constrói uma falsa imagem de engajamento sem fazer muito esforço.

Licença moral Para Kirk Kristofferson, principal autor do estudo, os resultados mostram que fazer demonstrações de engajamento, como curtir uma página na rede social, usar uma pulseira ou divulgar a assinatura de uma petição on-line, pode inflar o ego da pessoa a tal ponto que ela se abstém de ajudar de uma forma mais significativa. Isso pode ter relação com um efeito inconsciente chamado licença moral: se o indivíduo fez uma boa ação, ele se sente no direito de ser negligente ou de fazer algo ruim depois. É como quando uma pessoa se permite comer uma sobremesa depois de trocar o refrigerante por uma bebida light. (…)

Ações direcionadas Há especialistas, no entanto, que contestam a visão negativa sobre o ativismo virtual. O argumento mais comum é que as ações na internet não excluem ações na vida real. Ao contrário, elas seriam fundamentais para organizar encontros fora da rede, como ocorreu com a Primavera Árabe, o movimento Occupy, nos Estados Unidos, ou mesmo as manifestações populares que tomaram o Brasil neste ano. Nesses casos, os internautas não só divulgaram sua posição política, como também colocaram os planos em prática. (…)

Disponível em: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2013/11/28/noticia_saudeplena,146533/apoio-a-causas-em-redes-sociais-produz-sensacao-de-dever-cumprido.shtml

Page 26: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

26

TEXTO 4

Disponível em: https://startes.files.wordpress.com/2014/11/manifestac3a7c3b5es-somos-a-rede-social.jpg?w=910&h=500&crop=1

A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo

de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Os males e benefícios das redes sociais no mundo contemporâneo. Procure defender um ponto de vista sobre o assunto, de forma crítica e coerente. Seu texto deve ter entre 25 e 30 linhas e um título coerente com a ideia central defendida em seu desenvolvimento.

IME/ITA – SEMANA 03 Prof. Renato

INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO

Os textos e as imagens na prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes aspectos. Tomando por base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos. Não copie nem parafraseie os textos desta prova. Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato. Na avaliação de sua redação, serão considerados: a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema, b) coesão e coerência do texto e c) domínio do português padrão. Texto I

O Senado aprovou nos últimos minutos desta terça-feira o decreto assinado pelo presidente Michel Temer que determina a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro, deixando a segurança pública fluminense sob responsabilidade de um interventor militar, que responde ao presidente da República. O placar foi de 55 votos favoráveis, 13 contrários e uma abstenção.

Horas antes, na madrugada de terça-feira, a matéria havia sido chancelada pela Câmara dos Deputados. Na casa, o texto foi aprovado por 340 votos a favor e 72 contra, além de uma abstenção.

Assim, a segurança pública do Rio sai da esfera estadual e vai para a federal, com comando militar, até 31 de dezembro de 2018.

Assim como diversos Estados do país, o Rio de Janeiro vive uma crise de segurança. Episódios de violência durante o Carnaval teriam influenciado a tomada de decisão pelo governo.

A intervenção federal nos Estados está prevista na Constituição de 1988, mas nunca tinha sido aplicada até agora. Segundo o governo Temer, o objetivo da medida é "conter grave comprometimento da ordem pública", mas ainda não está definido concretamente como será essa intervenção.

"O que o cidadão poderá sentir e ter é um sistema muito mais robusto de segurança social, com coordenação mais estreita, capacidade operacional maior, inteligência bem mais integrada", declarou o ministro da Defesa, Raul Jungmann.

Page 27: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

27

1. O que é a intervenção federal no Rio de Janeiro? O governo federal fará uma intervenção na área de segurança pública no Estado do Rio de Janeiro até 31

de dezembro deste ano. Com isso, a responsabilidade de gerir essa área, que é estadual, passa para as mãos do governo federal, que será representado por um interventor.

Foi nomeado para o cargo o General do Exército Walter Braga Netto, que lidera o Comando Militar do Leste (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo). Com isso, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, entregou o cargo.

A partir de agora, o interventor passa a ter total poder para gerir a segurança pública fluminense, controlando a Polícia Civil, a Polícia Militar, os bombeiros e administração penitenciária. Mas, por enquanto, não há definição de estratégias.

"Eu recebi a missão agora. Nós vamos entrar numa fase de planejamento. No momento, não tenho nada que eu posso adiantar para os senhores. Vamos fazer um estudo, vamos conversar com todos. E nossa intenção é fortalecer ainda mais o sistema de segurança do Rio de Janeiro, para voltar a atuar conforme merece a população carioca", afirmou Braga Netto no fim da última semana.

O interventor não terá qualquer controle sobre outras áreas da administração fluminense. Nem sobre outros poderes - as atividades do Ministério Público Estadual, por exemplo.

Na prática, o que pode ocorrer é uma reorganização das forças de segurança. "Não tem gente nova, os recursos são os mesmos. As polícias já estão nas ruas do Rio. O Exército também. O que poderá ser feito é que as forças de segurança sejam alocadas de forma diferente e reestruturadas. Não haverá uma mudança de um dia para o outro", explica Renato Sérgio de Lima, diretor-presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. 2. Qual a diferença entre a intervenção federal e as outras ocasiões em que Exército e Força Nacional atuaram no Rio?

Até hoje, o Rio de Janeiro e outros Estados tinham sido auxiliados pela União na gestão da segurança pública por meio das operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e do emprego da Força Nacional.

As operações de GLO permitem a atuação das Forças Armadas na segurança pública, de forma excepcional, em momentos de grave perturbação da ordem e esgotamento das forças tradicionais de segurança. Da mesma forma, a Força Nacional é uma força de segurança federal, usada para auxiliar as operações de segurança dos Estados, após solicitação dos mesmos.

Tanto durante as operações da GLO como durante o emprego da Força Nacional, os governos estaduais continuam responsáveis pela gestão da segurança pública. As atividades das forças da União são coordenadas com os Estados.

Já na intervenção federal no Rio de Janeiro, toda a segurança pública fluminense sai da esfera estadual e fica sob o comando do interventor militar. Ou seja, não se trata apenas do emprego das Forças Armadas ou de forças federais. Mas sim da gestão federal de uma área que antes era coordenada pelo poder estadual.

"O emprego da GLO e da Força Nacional ocorrem de forma emergencial, pontual - um conjunto de policiais ou militares é enviado para ajudar a solucionar uma crise aguda. Já a intervenção assume a gestão e administração de toda a segurança pública", explica Sérgio de Lima.

"Na intervenção federal, o interventor pode adotar atos que o governador ou o secretário tomariam. Isso é algo impensável na GLO. Na GLO, os atos do governo estadual não ficam suspensos", explica Eloísa Machado, professora da FGV e especialista em política constitucional.

"A intervenção federal é uma medida muito mais drástica que a GLO, sinal de uma anormalidade institucional grave."

http://www.bbc.com/portuguese/brasil-43079114. Acesso em 20 fev 2018. Texto 02

O fracasso das políticas públicas permitiu um aumento vertiginoso do número de habitações precárias e marginalização dos moradores destas regiões ampliando o clima de medo, insegurança e instabilidade social. Um terreno fértil para a proliferação da violência promovido pelo tráfico de drogas e armas. Analisando o caso particular do Rio de Janeiro, como resultado da ineficiência da chamada “polícia convencional” o Estado fluminense criou o BOPE, uma tropa de elite das polícias, como alternativa do monopólio estatal da violência para combater o narcotráfico. No cenário de uma verdadeira guerra civil travada nos morros e favelas é possível destacar uma tríade de atores: os traficantes com táticas de guerrilha, as milícias formadas por grupos de policiais passíveis a corrupção e a truculenta ação do BOPE. O embrutecimento da ação policial é ainda apoiado por uma parcela da sociedade civil que defende o autoritarismo como panaceia contra a violência. Uma cadeia de interesses ilícitos move uma economia subterrânea que se nutre de uma modernidade excludente, além de contar com a conivência ou omissão de agentes estatais. A barbárie cotidiana é representada pelo desmantelamento do Poder Público expondo visceralmente uma profunda crise do Estado impregnada de uma violência endógena na sociedade e a ampliação da exclusão social geratriz de centenas de mortes anuais por armas de fogo que atingem com mais rigor jovens pobres das áreas de risco.

A CARNAVALIZAÇÃO DA BARBÁRIE: UMA ANÁLISE DA ENDÊMICA “GUERRA CIVIL” NO RIO DE JANEIRO. MENEZES, Wellington Fontes.

Page 28: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

28

Texto 03

Texto 04

www.charges.com

UNICAMP – SEMANA 03

Prof. Viviane TEXTO 01

(Disponível em https://horizontesafins.wordpress.com/2017/02/02/a-verdade-da-pos-verdade/. Acessado em 03/09/2017

Você é um estudante do Ensino Médio e foi convidado pelo Grêmio Estudantil para fazer uma palestra aos colegas sobre um fenômeno recente: o da pós-verdade. Leia os textos abaixo e, a partir deles, escreva um texto base para a sua palestra, que será lido em voz alta na íntegra. Seu texto deve conter: a) uma explicação sobre o que é pós-verdade e sua relação com as redes sociais; b) alguns exemplos de notícias falsas que circularam nas redes sociais e se tornaram pós-verdade; e c) consequências sociais que a disseminação de pós-verdades pode trazer. Você poderá usar também informações de outras fontes para compor o seu texto. TEXTO A:

Page 29: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

29

TEXTO B: O que é “pós-verdade”, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford

Anualmente, a Oxford Dictionaries, parte do departamento de imprensa da Universidade de Oxford responsável pela elaboração de dicionários, elege uma palavra para a língua inglesa. A de 2016 foi “pós-verdade” (post-truth).

A palavra é usada por quem avalia que a verdade está perdendo importância no debate político. Por exemplo: o boato amplamente divulgado de que o Papa Francisco apoiava a candidatura de Donald Trump não vale menos do que as fontes confiáveis que negaram esta história. Segundo Oxford Dictionaries, a palavra vem sendo empregada em análises sobre dois importantes acontecimentos políticos: a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos e o referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia, designada como Brexit. Ambas as campanhas fizeram uso indiscriminado de mentiras, como a de que a permanência na União Europeia custava à Grã-Bretanha US$ 470 milhões por semana, no caso do Brexit, ou a de que Barack Obama é fundador do Estado Islâmico, no caso da eleição de Trump.

Em um artigo publicado em setembro de 2016, a influente revista britânica The Economist destaca que políticos sempre mentiram, mas Donald Trump atingiu um outro patamar. A leitura de muitos acadêmicos e da mídia tradicional é que as mentiras fizeram parte de uma bem-sucedida estratégia de apelar a preconceitos e radicalizar posicionamentos do eleitorado. Apesar de claramente infundadas, denunciar essas informações como falsas não bastou para mudar o voto majoritário.

Para diversos veículos de imprensa, a proliferação de boatos no Facebook e a forma como o feed de notícias funciona foram decisivos para que informações falsas tivessem alcance e legitimidade. Este e outros motivos têm sido apontados para explicar a ascensão da pós-verdade.

Plataformas como Facebook, Twitter e Whatsapp favorecem a replicação de boatos e mentiras. Grande parte dos factoides são compartilhados por conhecidos nos quais os usuários têm confiança, o que aumenta a aparência de legitimidade das histórias. Os algoritmos utilizados pelo Facebook fazem com que usuários tendam a receber informações que corroboram seu ponto de vista, formando bolhas que isolam as narrativas às quais aderem de questionamentos à esquerda ou à direita.

(Adaptado de André Cabette Fábio. O que é ‘pós-verdade’, a palavra do ano segundo a Universidade de Oxford. Nexo, 16/11/2016. Disponível em https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/11/16/O-que-é-‘pós-verdade’-a-palavra-do-ano-

segundo-a-Universidade-de-Oxford. Acessado em 01/12/2017). REDAÇÃO - TEXTO 2

Considere a seguinte situação: uma postagem recente em uma rede social de uma mensagem de ódio contra os nordestinos foi foco de intensa discussão. Dada a repercussão do caso, o jornal de maior circulação de sua cidade resolveu fazer um caderno especial sobre o tema “Liberdade de Expressão”. Leitores de diferentes perfis foram convidados a se manifestar e você foi o estudante escolhido. Para atender a esse convite, você deverá escrever um artigo de opinião em que discutirá a seguinte questão: “Há limite para a liberdade de expressão?” No seu artigo de opinião, você deve: a) identificar e explicitar os dois principais posicionamentos sobre a questão tratada; b) assumir um desses dois posicionamentos e sustentá-lo com argumentos. Seu texto deverá considerar as seguintes citações:

"Liberdade de expressão é a possibilidade de as pessoas se manifestarem sobre fatos e ideias sem interferências externas, sobretudo do Estado. Discurso de ódio é uma tentativa de desqualificar e excluir do debate grupos historicamente vulneráveis, seja por religião, cor da pele, gênero, orientação sexual ou qualquer traço utilizado com o objetivo de inferiorizar pessoa ou grupo.” (Luís Roberto Barroso, Ministro do STF.) ----------

"A frase ‘eu discordo do que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo’ talvez seja a melhor definição para a liberdade de expressão. Afinal, é muito fácil conceder a liberdade de expressão às ideias com que concordamos; muito mais difícil é aceitar a manifestação de ideias que desgostamos. O que se tem visto no Brasil nos últimos tempos, no entanto, é uma crescente vontade de reprimir formas de expressão que sejam consideradas desrespeitosas e preconceituosas. A iniciativa, embora tenha como pano de fundo uma intenção nobre, tem gerado situações desproporcionais, limitando o direito à livre expressão e violando a Constituição Federal.” (Bruno de Oliveira Carreirão, advogado.) ----------

"Liberdade de expressão é poder se manifestar sobre aquilo que não ofenda ou ataque o sentimento íntimo das pessoas. Discurso de ódio é o que tem por objetivo incitar, criar beligerância e promover animosidades contra esses sentimentos pessoais." (Marcelo Itagiba, ex-deputado.) ----------

"As grandes sociedades se caracterizam pela pluralidade de valores, alguns excludentes. A liberdade de expressão é ligada à liberdade em si, mas há o valor da luta contra o preconceito. Como lidar com o conflito de

Page 30: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

30

valores? Os EUA optaram pela liberdade de expressão. O Brasil optou por uma legislação protetiva. Isso guarda um certo paternalismo, mas expressa respeito. (Fernando Schüler, cientista político.) ----------

"É necessário entender a ideia de identidade e de alteridade. Por uma questão de sobrevivência, nos sentimos seguros quando próximos de algo com que nos identificamos. Queremos sempre que o outro seja igual a nós e, se não for, talvez tenhamos que destruí-lo. Este é um pressuposto fundamental para o surgimento do discurso de ódio.” (Izidoro Blikstein, professor da FGV e especialista em Análise do Discurso.) ----------

"Liberdade de expressão é o direito de expor a opinião e exercitar a divergência sem ser perseguido ou condenado. O discurso de ódio é um conceito um tanto abstrato e elástico. Para uns, é a expressão da verdade desnuda do politicamente correto; para outros, é a tentativa abjeta de difamar seu interlocutor.” (Rachel Sheherazade, jornalista e apresentadora de TV.) -----------

"O discurso de ódio aparece quando você acha que seu modo de ser e estar no mundo deve ser um modelo com o qual outras pessoas têm que se conformar. Se isso não acontecer, o discurso de ódio vem para deslegitimar a sua vivência, para fazer com que pareça que sua vida não merece ser vivida." (Linn da Quebrada, cantora.) ----------

"Liberdade de expressão não é um direito absoluto, nem pode ser. As pessoas têm dificuldade de entender que vivem em sociedade, que existem regras e que a gente precisa delas, sobretudo no que diz respeito à vida do outro." (Djamila Ribeiro, ativista dos movimentos negro e feminista e ex-Secretária Adjunta de Direitos Humanos da prefeitura de São Paulo.)

(Adaptado de http://temas.folha.uol.com.br/liberdade-de-opiniao-x-discurso-de-odio/o-que-e-o-que-e/ personalidades-discutem-o-que-e-liberdade-de-opiniao-e-discurso-de-odio.shtml. Acessado em 13/11/2017.)

UNB – SEMANA 03 Prof. Andréa

A seguir, você lerá dois textos. O primeiro é uma bem humorada letra de canção intitulada “Eu bebo sim”. O segundo corresponde a um fragmento de uma matéria da Revista Veja tratando sobre os riscos do consumo de álcool entre jovens.

TEXTO I

EU BEBO SIM Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Tem gente que já tá com o pé na cova Não bebeu e isso prova Que a bebida não faz mal Uma pro santo, bota o choro, a saidera Desce toda a prateleira Diz que a vida tá legal Eu bebo sim! Eu bebo sim Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo

Tem gente que detesta um pileque Diz que é coisa de moleque Cafajeste ou coisa assim Mas essa gente quando tá com a cara cheia Vira chave de cadeia Esvazia o botequim Eu bebo sim! Eu bebo sim, eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Eu bebo sim! Eu tô vivendo Tem gente que não bebe E tá morrendo Bebida! Não faz mal a ninguém Água faz mal à saúde (Luis Antônio / João do Violão. Gravado por Elizeth Cardoso. Compacto: Copacabana, 1973)

DOCES E PERIGOSAS Adriana Dias Lopes e Naiara Magalhães

A iniciação ao álcool é cada vez mais precoce. A atual geração de adolescentes começa a beber regularmente aos 14 anos – quase três anos antes da média exibida pelos jovens há cinco anos. Os dados são do I Levantamento Nacional sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira realizado pela Secretaria Nacional Antidrogas. A mudança preocupa porque, quanto mais cedo uma pessoa começa a beber, maior é a probabilidade de ela vir a ter problemas com o álcool: 9% dos adultos que deram os primeiros goles aos 14 anos passaram depois à categoria de dependentes. Entre os que começaram a beber após os 21 anos, esse índice é de apenas 1%, segundo a publicação Uso e Abuso de Álcool, lançada pela Universidade Harvard.

Page 31: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

31

As meninas é que causam mais preocupação. As adolescentes de hoje compõem a primeira geração de mulheres que se igualam aos homens nos índices de alcoolismo. E essa não é uma tendência exclusivamente brasileira. “No mundo todo, as moças estão alcançando os rapazes no que se refere aos problemas relacionados ao álcool”, disse à VEJA o epidemiologista americano James Anthony, professor da Universidade Estadual de Michigan. Entre outros motivos, elas se sentem estimuladas a competir com os garotos, como se a bebida fosse também uma área em que devesse prevalecer equidade entre os sexos. “Como se um sinal de mulher bem-sucedida fosse beber feito um homem”, acrescenta o psicoterapeuta Celso Azevedo Augusto. Começar a beber exige persistência dos adolescentes, por causa do gosto forte e amargo do álcool. Mas esse obstáculo foi superado por uma invenção que deveria virar caso de saúde pública: os ices. As misturas docinhas de vodca com suco de fruta ou refrigerante fazem a alegria da moçada. São o combustível das baladas e festinhas caseiras, que invariavelmente terminam em muito vômito. “Os ices não apenas introduzem os jovens no consumo de álcool como os ajudam a ingerir doses cada vez maiores”, diz o neurocirurgião Arthur Cukiert, do Hospital Brigadeiro, em São Paulo. Vendidos em todo lugar e vistos pelos pais como “menos ofensivos”, podem ser mais devastadores do que outras bebidas. “Apesar de terem teor alcoólico semelhante ao das cervejas, são consumidos como limonada”, diz a psicóloga Ilana Pinsky, professora da Unifesp. Um perigo. Mais um. “Tinha de beber para me sentir normal”

“Eu comecei a beber aos 12 anos, com meus amigos. Depois da aula, nós íamos para o centro da cidade e bebíamos vinho, cerveja, vodca... No fim da tarde, voltava para casa, tomava um banho e já saía para beber de novo. Quando estava sóbrio, eu me sentia estranho; tinha de beber para me sentir normal. Aos 15 anos, meus pais me internaram pela primeira vez.

Mas, naquela fase, eu não queria me tratar. Só agora tenho vontade de voltar a estudar, começar a trabalhar, melhorar a relação com minha família. Eu já magoei demais minha mãe. Ela ficava desesperada de me ver bebendo tanto. A lembrança do sofrimento de minha mãe é que me dá forças para tentar largar o álcool. Não quero mais fazê-la sofrer.”

NEWITON DE MOURA SILVA, 20 anos (Revista VEJA)

Considerando que os textos apresentados têm caráter motivador, redija um texto a ser publicado na coluna Opinião, na edição de domingo de um jornal de grande circulação. Seu texto deve ter como tema ALCOOLISMO ENTRE JOVENS: QUANDO A DIVERSÃO PODE TORNAR-SE UM CASO DE SAÚDE PÚBLICA Observações: • Seu texto deve ser escrito na modalidade culta da língua portuguesa. • O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração. • A redação deverá ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha própria.

GÊNEROS – SEMANA 03 Prof. Vanessa

Texto 1 - Qual é o problema do lixo?

Todos temos ouvido falar muito que o lixo é um problema. Mas ao cidadão comum parece que o problema do lixo só existe quando há interrupção na coleta do lixo e os lixeiros deixam de passar na sua porta. [...]

O lixo, como os demais problemas ambientais, tornou-se uma questão que excede à capacidade dos órgãos governamentais e necessita da participação da sociedade para sua solução. [...] É necessária a colaboração de todos para que esse problema seja amenizado.

Texto disponível em: <http://www.institutogea.org.br/oproblemadolixo.html>. Acesso em: 25 abr. 2017. (Fragmento)

Texto 2

Page 32: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

32

Texto 3 Diz o Aurélio que lixo é aquilo que é jogado fora, que não tem mais utilidade. Mas dicionários se atualizam,

reveem conceitos e buscam interpretações novas para as palavras. Hoje, lixo virou “resíduo sólido”, algo que pode ser reaproveitado, reciclado. Vale dinheiro, gera emprego, movimenta a economia. Alguém pode até argumentar, com certa razão, que ganhou esse significado porque a sociedade percebeu que precisava se preocupar um pouco mais com o meio ambiente, com o impacto das toneladas diárias de lixo que produz. Mas não há como negar o aspecto econômico. Lixo virou resíduo sólido porque seu reaproveitamento se tornou rentável. Um quilo de alumínio, de lata descartada no lixo, vale a mesma coisa que um quilo de arroz! Trecho da reportagem: Reciclagem: Luxo do lixo.

Disponível em: http://www.opovo.com.br/app/opovo/opiniao/ 2013/09/12/noticiasjornalopiniao,3128120/reciclagem-luxo-do-lixo.shtml .

Texto 4 Até o princípio do século passado, o lixo gerado reintegrava-se aos ciclos naturais e funcionava como

adubo para a agricultura. Naquela época, os resíduos faziam valer a frase do pensador: “na natureza nada se perde, tudo se transforma”. E, assim, o material decomposto por milhões de micro-organismos servia como nutriente para outras formas de vida e o ciclo natural se completava. Hoje, a situação mudou de figura. Com a industrialização e concentração da população nas grandes cidades, passamos a extrair uma quantidade absurda de matérias-primas em prol do “progresso” das nações. A urbanização tirou do lixo o seu luxo, que se transformou em um grande e constante problema para a sociedade moderna. Montanhas com os mais variados tipos de lixo são produzidas diariamente, tornando-se uma perigosa fonte de poluição e de doenças. Trecho da reportagem: Do lixo ao luxo.

Disponível em: http://www.conexaoprofessor.rj.gov.br/especial.asp? EditeCodigoDaPagina=514 Acesso em: 20 jul. 2014

Resíduos Sólidos A preocupação com os resíduos vem sendo discutida há algumas décadas nas esferas nacional e

internacional, devido à expansão da consciência coletiva com relação ao meio ambiente. Assim, a complexidade das atuais demandas ambientais, sociais e econômicas induz a um novo posicionamento dos três níveis de governo, da sociedade civil e da iniciativa privada.

A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, após vinte e um anos de discussões no Congresso Nacional, marcou o início de uma forte articulação institucional envolvendo os três entes federados – União, Estados e Municípios, o setor produtivo e a sociedade em geral - na busca de soluções para os problemas na gestão resíduos sólidos que comprometem a qualidade de vida dos brasileiros. A aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos qualificou e deu novos rumos à discussão sobre o tema.

A partir de agosto de 2010, baseado no conceito de responsabilidade compartilhada, a sociedade como um todo – cidadãos, governos, setor privado e sociedade civil organizada – passou a ser responsável pela gestão ambientalmente adequada dos resíduos sólidos. Agora o cidadão é responsável não só pela disposição correta dos resíduos que gera, mas também é importante que repense e reveja o seu papel como consumidor; o setor privado, por sua vez, fica responsável pelo gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos sólidos, pela sua reincorporação na cadeia produtiva e pelas inovações nos produtos que tragam benefícios socioambientais, sempre que possível; os governos federal, estaduais e municipais são responsáveis pela elaboração e implementação dos planos de gestão de resíduos sólidos, assim como dos demais instrumentos previstos na PNRS.

A implantação de um Plano de Gestão trará reflexos positivos no âmbito social, ambiental e econômico, pois não só tende a diminuir o consumo dos recursos naturais, como proporciona a abertura de novos mercados, gera trabalho, emprego e renda, conduz à inclusão social e diminui os impactos ambientais provocados pela disposição inadequada dos resíduos. (...)

http://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/residuos-solidos Situação A – Redija um ARTIGO DE OPINIÃO sobre a relação entre a responsabilidade social e os resíduos urbanos no Brasil. Situação B - Motivado(a) pela discussão que os trechos acima apresentam, você, como um(a) líder de associação de um bairro de sua cidade, deverá escrever uma CARTA ARGUMENTATIVA para o Ministro de Estado do Meio Ambiente, José Sarney Filho, falando sobre a responsabilidade compartilhada na gestão dos resíduos sólidos, aprovada em 2010. A regulamentação de fato tem tido resultados positivos ou ainda precisa ser ajustada? ORIENTAÇÃO GERAL UFU Leia com atenção todas as instruções. A) Você encontrará duas situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a

proposta com a qual que você tenha maior afinidade. B) Após a escolha de um dos gêneros propostos, assinale sua opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir

seu texto, obedeça às normas do gênero. C) Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação

escolhida que você pretende abordar. Escreva o título no lugar apropriado na folha de prova. D) Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ ou

JOSEFA. E) Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido etc. na folha de prova. F) Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.

Page 33: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

33

ENEM – SEMANA 04 Prof. Andréa

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua

formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema “Os hábitos de consumo no Brasil”, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. TEXTO I

Consumismo no Brasil: entenda o que realmente é e conheça o panorama no país.

Qual é o panorama do consumismo no Brasil?

De acordo com um estudo do SPC e da CNDL, cerca de 3 em cada 10 consumidores no Brasil consideram as compras como o tipo de lazer favorito.

Esse levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas descobriu, ainda, que 40,2% dos entrevistados das classes A e B admitem que comprar é uma forma de reduzir o estresse do cotidiano.

Em um outro estudo, realizado pelas mesmas instituições, revelou-se que as classes C, D e E são as que mais compram sem necessidade, motivadas por promoções.

São números que deixam claro o quanto o consumismo está presente entre os brasileiros e que esse comportamento do consumidor ocorre em todas as classes sociais. Mas por que ele ocorre?

Conforme a nossa sociedade foi criando padrões de comportamento que demonstram o quão bem-sucedido um indivíduo é — padrões esses reforçados pela mídia —, pessoas de todas as classes sociais passaram a ter vontades semelhantes em relação aos “sonhos de consumo”.

Porém, o acesso aos bens de consumo mais caros não é tão simples para os grupos de baixo poder aquisitivo, que acabam gerando despesas superiores ao rendimento quando querem satisfazer esses desejos.

De certa forma, podemos dizer que o consumismo ajuda a acentuar a diferença de classes no nosso país. Será, então, que existem maneiras para frear o consumismo?

Disponível em: http://marketingdeconteudo.com/consumismo-no-brasil/

TEXTO II

Pesquisa diz que três em cada dez brasileiros são consumidores conscientes Apenas três em cada dez brasileiros são consumidores conscientes, anunciaram hoje (18) o Serviço de

Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com base em pesquisa.

Em uma escala de 1 a 10, consumidores entrevistados dão nota média de 8,9 para a importância do tema consumo consciente, mas apenas três em cada dez consultados (32%) podem ser considerados, de fato, conscientes – um aumento de 10,2 pontos percentuais em relação a 2015, quando esse percentual era de 21,8%.

Apesar de ter apresentado melhora, o aumento do indicador foi discreto em relação a 2015, avaliam o SPC Brasil e a CNDL. “Assim como em 2015, os entrevistados associam mais frequentemente o consumo consciente com atitudes relacionadas apenas a aspectos financeiros, ficando em um segundo plano as esferas ambientais e sociais”, disse a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, em nota. Indicador

O Indicador de Consumo Consciente (ICC), calculado pelo segundo ano seguido, atingiu 72,7%, permanecendo praticamente estável em relação a 2015, quando estava em 69,3%. O ICC pode variar de 0% a 100%: quanto maior o índice, maior é o nível de consumo consciente.

O estudo do SPC Brasil segmentou consumidores em três categorias, de acordo com a intensidade da prática dos comportamentos considerados adequados: consumidores conscientes – que apresentam frequência de atitudes corretas acima de 80% – consumidores em transição, cuja frequência varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas e consumidores nada ou pouco conscientes, quando a incidência de comportamentos apropriados não atinge 60%.

Para elaborar o indicador, foi realizada uma pesquisa com perguntas para investigar os hábitos, atitudes e comportamentos que fazem parte da rotina de 600 consumidores nas 26 capitais mais o Distrito Federal, com idade a partir de 18 anos. Essas questões permearam as três dimensões que compõem o conceito de consumo consciente, e todas elas obtiveram resultados abaixo do desempenho ideal de 80%: práticas ambientais (72,5%), práticas financeiras (73,8%) e práticas sociais (70,6%).

Disponível em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2016-07/pesquisa-diz-que-tres-em-cada-dez-brasileiros-sao-consumidores-consciente

Page 34: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

34

TEXTO III

Disponível em: http://consumismo2ag07.blogspot.com.br/

FUVEST – SEMANA 04

Prof. Nathan Leia os textos para fazer sua redação.

Após eleger em 2014 o Congresso mais conservador em cinco décadas, a sociedade brasileira atingiu o ápice do conservadorismo dos últimos anos em dezembro de 2016, segundo uma pesquisa divulgada pelo Ibope. De acordo com o levantamento, 54% dos brasileiros têm posições tradicionais em relação a questões como legalização do aborto, casamento entre pessoas do mesmo sexo, pena de morte e redução da maioridade penal. A análise, realizada em 2010 e repetida no ano passado, mostrou uma variação importante. Em temas ligados à violência, todos os questionamentos apresentaram oscilação para cima. A porcentagem de pessoas a favor da pena de morte saltou de 31% para 49%. É possível dizer que o Brasil é um país conservador? De acordo com o professor Emérito da USP, José Arthur Giannotti, o conservadorismo brasileiro está associado às bases históricas de construção da sociedade.

https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/deutschewelle/2017/12/05/a-nova-onda-conservadora-no-brasil.htm

De todo modo, é possível determinar algumas características fundamentais do pensamento conservador ocidental. O conservadorismo tem como seus principais valores a liberdade e a ordem, especialmente a liberdade política e econômica e a ordem social e moral. O conservador acredita que há uma ordem moral duradoura e transcendente, que no caso do conservadorismo ocidental é baseada na doutrina cristã e tem na religião a sua base. O conservadorismo valoriza a diversidade típica do individualismo e rejeita a igualdade como um objetivo da política. O conservador, assim como o libertário, entende que a igualdade político-jurídica é suficiente para garantir a igualdade necessária entre as pessoas. Qualquer desigualdade material ou de resultado é consequência inevitável das diferenças naturais entre os indivíduos, de seus esforços e de suas decisões.

Na esfera política, o conservador procura preservar as instituições políticas e sociais que se desenvolveram ao longo do tempo e são fruto dos usos, costumes e tradições. O conservadorismo entende que as mudanças e o progresso são necessários para manter uma sociedade saudável, mas essas mudanças devem ser cautelosas e graduais. Assim, a política do conservador é a política da prudência, sempre preferindo manter e melhorar as instituições estáveis e testadas do que tentar rupturas para implantar modelos de sociedade e instituições advindas da razão humana. Essa postura coloca o pensamento conservador em conflito com ideologias essencialmente reformistas, que almejam criar uma sociedade “perfeita” pelo uso da política. Para o conservador, a política é a “arte do possível” e não um meio para se chegar a uma sociedade utópica.

http://www.politize.com.br/conservadorismo-pensamento-conservador/

O conservadorismo é parte de uma tradição antiga de pensamento que defende a conservação de instituições e normas sociais da forma que estão ou o retorno a como elas eram no passado. Sua origem remonta ao século 18, período em que revoluções burguesas eclodiram ao redor do mundo e deram início à transição de monarquias absolutistas para o Estado de Direito moderno que conhecemos hoje. Na época, pensadores e defensores do retorno à monarquia ficaram conhecidos como conservadores. Ao longo do tempo,

Page 35: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

35

o conservadorismo passou por diversas fases, razão pela qual a atual propagação dessas ideias é classificada como “neoconservadorismo” – ou, novo conservadorismo.

Os resultados de duas pesquisas realizadas em 2017, no entanto, sugerem que a população brasileira, como um todo, não é tão conservadora quanto se pensa. Medidas fortemente condenadas por grupos conservadores – como permissão para casais gays adotarem crianças e garantia de direitos humanos dos criminosos – são apoiadas pela maioria dos brasileiros.

https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/11/25/Qual-o-n%C3%ADvel-de-conservadorismo-do-brasileiro (Adaptado)

Considerando as ideias apresentadas nos textos e também outras informações que julgar pertinentes, redija uma dissertação em prosa, na qual você exponha seu ponto de vista sobre o tema: O retorno do conservadorismo e suas consequências sociais. Instruções: A dissertação deve ser redigida de acordo com a norma padrão da língua portuguesa. Escreva, no mínimo, 20 linhas, com letra legível e não ultrapasse o espaço de 30 linhas da folha de redação. Dê um título a sua redação.

IME/ITA – SEMANA 04 Prof. Renato

Os textos e as imagens na prova tratam de um assunto em comum, focalizando, porém, diferentes

aspectos. Tomando por base esse material, elabore um texto dissertativo em prosa, sustentando um ponto de vista sobre um desses aspectos. Não copie nem parafraseie os textos desta prova. Utilize apenas caneta azul ou preta e a folha própria para a redação, respeitando os limites das linhas. A banca examinadora aceitará qualquer posicionamento ideológico do candidato. Na avaliação de sua redação, serão considerados: a) clareza e consistência dos argumentos em defesa de um ponto de vista sobre o tema, b) coesão e coerência do texto e c) domínio do português padrão. Texto 01

O brasileiro costuma se sentir distante dos políticos eleitos, principalmente dos congressistas, dizendo não se ver representado no Parlamento. Se por um lado a composição do Legislativo é feita pela população, por outro esse sentimento demonstra uma crise de representação política. O cidadão não se vê entre aqueles que tomam as decisões.

Em entrevista à plataforma Voto, conteúdo produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em 2014, especialistas e acadêmicos citam, entre os motivos para esse sentimento de falta de representatividade, a corrupção, o presidencialismo de coalizão e a dificuldade para o surgimento de novas lideranças.

“A premissa fundamental de uma reforma política é fazer com que as instituições representativas, em particular o Congresso, sejam efetivamente representativas da cidadania. Que se consiga minimamente estabelecer um liame, que hoje praticamente não existe, entre o representado e o suposto representante. Esse problema é universal, de todas as democracias, com maior ou menor gravidade”, diz o historiador e cientista político Boris Fausto.

Para o cientista político Christian Lohbauer, o Poder Executivo também tem sua contribuição para propagar a crise de representatividade, ao comportar no governo partidos sem ideais em comum.

“A composição do Executivo hoje é uma demonstração de união partidária entre a base de governo. É uma demonstração clara de que só se consegue governar trazendo todos os partidos que compõem a sua base, seja lá o que eles signifiquem do ponto de vista ideológico e programático. Isso é uma falência”, afirma Lohbauer.

Outro ponto destacado pelos entrevistados para o afastamento entre representantes e representados é a corrupção. Segundo o cientista político Bolívar Lamounier, o cidadão passa a achar que a política não visa ao propósito do bem comum.

“O nosso clima político tem estado muito tenso há muitos anos. Claro que quando entra o assunto corrupção piora muito mais. Desde 2005, com o mensalão, o tema corrupção tem estado em pauta continuamente. O cidadão abre o jornal e fala ‘então toda a política é corrupção, não serve para outra coisa’. É claro que esse é um julgamento errado. Mas, na medida em que essa situação se perpetua, é isso que as pessoas pensam”, opina Lamounier.

O jurista Luiz Flávio Gomes aponta que, atualmente, o sistema político só permite que pessoas com poder econômico possam se destacar. Dessa maneira, o cidadão comum se sente ainda mais distante do universo político.

“No atual contexto, as novas lideranças só surgem [entre] os que têm dinheiro. É impossível uma nova liderança que não tenha dinheiro. Você não consegue romper o custo de uma campanha política”, afirma o jurista.

www.fecomercio.com.br/noticia/politica-brasileira-vive-crise-de-representacao-dizem-especialistas

Page 36: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

36

Texto 02 O sistema de governo do Brasil pós-Constituição de 1988 foi arquitetado para combinar o presidencialismo

com o pluripartidarismo, o que veio a ser intitulado por Sérgio Abranches de presidencialismo de coalizão (ABRANCHES, 1988). Em face dessa combinação, o alcance de maiorias estáveis no Parlamento seria extremamente difícil e custoso. Outrossim, a desvinculação entre eleições presidenciais e parlamentares possibilitaria a estruturação de um sistema representativo de origens distintas, necessitando, consequentemente, da formação de coalizões para alcançar a governabilidade, articuladas por meio da troca de cargos no governo e de emendas parlamentares por apoio político na aprovação de projetos legislativos de interesse nacional encabeçados pelo Executivo (ABRANCHES, 1988). Para que o Presidente não sucumbisse à barganha dos parlamentares, foram dados a ele muitos poderes constitucionais, ao ponto de alguns defenderem a preponderância do Poder Executivo no quadro de separação de Poderes.

Sérgio Abranches (1988) acreditava que esse sistema estava fadado ao insucesso, por essa extrema dificuldade de formar maiorias estáveis. Em primeiro lugar, porque o comportamento irresponsável dos parlamentares geraria poucos incentivos para que eles cooperassem com o Presidente, assim como esse se isolaria do apoio do Parlamento, por crer no grande poder popular nele depositado. Em segundo lugar, a disciplina partidária não seria eficaz, já que a legislação eleitoral brasileira conteria fortes incentivos para o comportamento individualista dos parlamentares (maximização das suas chances de reeleição). Em terceiro lugar, uma coalizão partidária careceria da principal arma que garante seu funcionamento no parlamentarismo: a ameaça de dissolução. Enfim, haveria uma política de oposição cega, que relutaria muito em fazer qualquer coisa que poderia ajudar o governo a ser bem-sucedido.

Em contraposição a essas ideias, Fernando Limongi e Argelina Figueiredo (1998) defendem que o presidencialismo de coalizão não leva necessariamente à ingovernabilidade e à paralisia. Isso porque, no Brasil, esse sistema encontraria estabilidade e sucesso na governabilidade, por meio da interdependência entre a preponderância legislativa do Executivo,do padrão centralizado de trabalhos legislativos e a da disciplina partidária. Sua teoria foi corroborada por dados de 1988 a 1995, o que também se observou de forma clara no governo dos presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva (ALSTON, MUELLER, 2010).

Contudo, no decorrer dos mandatos da presidente Dilma Rousseff, essa capacidade de estruturar as coalizões foi se reduzindo e as características autodestrutivas do presidencialismo de coalizão, narradas por Abranches, vêm se sobressaindo. O alto grau de heterogeneidade ideológica e o fracionamento político-partidário decorrentes da proliferação de partidos, a alta propensão de conflitos de interesse em razão das clivagens sociais, a tradição presidencialista e proporcional, o insuficiente quadro institucional para resolução de conflitos somado à inexistência de mecanismos institucionais de destituição de governos ilegítimos são alguns dos fatores do atual sistema político-partidário que se conjugam para desencadear a atual crise (VICTOR, 2015).

Além disso, o sistema proporcional para eleição dos deputados incentiva o aumento vertiginoso de partidos acompanhado pela formação de coligações sem similaridades ideológicas; o modelo de lista aberta gera maior tendência de personificação do voto, enfraquecendo os partidos e convolando-se em competição intrapartidária, além de “puxar” candidatos com perfil oposto ao desejado pelo eleitor (“efeito Tiririca”); a representação desproporcional entre os estados na Câmara dos Deputados e o grande número de cadeiras por estado despolitizam o eleitorado, aumentam os esforços de personificação e diminuem o controle partidário; o fim da verticalização produz incongruências ideológicas dentro da lógica do federalismo; enfim, campanhas altamente individualistas incentivam a diferenciação, que muitas vezes é alcançada por meio de troca de interesses particulares e clientelismo, expandindo a influência do poder econômico (VICTOR, 2015).

Alguns estudiosos sugerem que deveria ser implantado no País o sistema parlamentarista multipartidário, pelo fato de gerar instituições mais duradouras e eficazes, uma vez que parceiros menores são membros institucionais, negociando ministérios, o que permite que haja maiores incentivos para cooperar. Por outro lado, quando o Presidente perde sua base de apoio, pode ocorrer a queda do gabinete (chefe de governo) por voto de desconfiança do Parlamento, o que gera maior responsabilidade por parte do Chefe do Executivo. A dificuldade de destituir governos sem governabilidade no presidencialismo gera altos custos políticos, econômicos e sociais pelo seu prolongamento. A questão sobre a implantação do parlamentarismo no Brasil sempre retorna ao debate em momentos de visível crise do presidencialismo, mas não se pode calcular a instabilidade que aquele sistema pode gerar se seus institutos forem mal utilizados por um Parlamento imaturo institucionalmente.

Passa-se de um presidencialismo de coalização para o de cooptação (PESSÔA, 2015), em que as coalizões são formadas sem propósitos ideológicos, mas apenas para manter o poder. Os acordos firmados perdem ao longo do tempo seus objetivos de governabilidade, desdobrando-se em esquemas de corrupção como o “Mensalão” ou o “Petrolão”, que apenas garantem uma recompensa política em troca de apoio à base governista. O combate a mecanismos legais de cooptação de parlamentares, como as emendas individuais e a distribuição dos cargos no governo, apenas asseveram o uso de mecanismos ilegítimos, como a corrupção (MENDES, DIAS, 2014). A excessiva fragmentação político-partidária somente torna mais custosa essa barganha, sobretudo em governos em que não se desenvolvem atitudes de liderança suficientes para centralizar esforços em prol de objetivos nacionais.

A crise de representatividade é grave. A reforma política exigida para superar tal crise parece estar acima da capacidade e da vontade das lideranças políticas. Não parece haver ambiente para algum tipo de acordo social que viabilize tal reforma. A crise econômica piora a situação ao agravar os conflitos.

Os partidos políticos precisam retomar a sua proeminência na condução da política brasileira, porque hoje estão sendo conduzidos meramente por fatores externos, como a crise econômica e os escândalos de corrupção

Page 37: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

37

da “lava-jato”. Enquanto isso não ocorre e a reforma política é feita marginalmente para perpetuar interesses eleitorais dos seus autores, o sentimento de conexão dos cidadãos com seus representantes diminui cada vez mais, instalando um vácuo representativo que, caso não seja ocupado pelas instituições legítimas, passa a ser alvo do Poder Judiciário, daí o avanço da judicialização da política.

http://www.brasil-economia-governo.org.br/2016/02/22/como-explicar-a-atual-crise-de-representatividade/ Texto 03

blogpalavrasdiversas.wordpress.com/2015/03/28/crise-politica-novas-demandas-e-estruturas-envelhecidas/

Texto 04

Quais caminhos?

O Brasil completou em 15 de maço um período de 30 anos de democracia, após o fim melancólico da ditadura militar em 1985.

Neste espaço de tempo o país saiu de uma penosa crise econômica e social, para incluir dezenas de milhões na sociedade de consumo e abrir as portas de oportunidades de estudo e de trabalho, com mais renda, para muitos cidadãos invisíveis.

Esta transformação se deu de maneira lenta e com pequenos retrocessos nos anos 1990. A maior velocidade destas mudanças na paisagem social ocorreu a partir dos governos petistas, apesar de no momento, o Brasil estar passando por uma crise econômica de difícil resolução, reflexo da estagnação da economia mundial.

O fato é que em 30 anos as estruturas políticas de representação pouco mudaram. Os principais partidos políticos são quase todos os mesmos.

Os personagens que desfilam nos palácios pouco mudaram. As experiências de poder desfiguraram os partidos que lá chegaram. Podemos considerar que hoje (r)existem três grandes partidos: O PMDB, uma agremiação criada

artificialmente no sistema bipartidário editado pela ditadura, para aglutinar quem se opunha aos militares; o PT, o maior partido orgânico e de bases de nossa história; e o PSDB, o principal representante do pensamento liberal/conservador atualmente.

blogpalavrasdiversas.wordpress.com/2015/03/28/crise-politica-novas-demandas-e-estruturas-envelhecidas/

Page 38: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

38

UNB – SEMANA 04 Prof. Cássia

TEXTO I

Tolkien, escritor da série de livros O Senhor dos Anéis, nasceu em Bloemfontein, na República do Estado Livre de Orange, na atual África do Sul. Aos três anos de idade, com a sua mãe e irmão, passou a viver na Inglaterra. Logo, Tolkien participou da Primeira Guerra Mundial. Lutou pelo lado dos aliados, no exército britânico.

Em sua obra, houve a idealização dos humanos como um povo esperançoso capaz de lutar mesmo em grande desvantagem; sempre visando à paz através do ideal de companheirismo. Essa era uma referência ao povo britânico.

Por meio dos elfos, um povo que se veste com roupas elegantes e estão sempre reluzentes, exalando cultura e sabedoria: os franceses. O povo dos anões, que sabia lutar muito bem e manusear o metal: germânicos.

Ué, mas os aliados não enfrentaram os alemães na 1° Guerra Mundial? É aí que está: para Tolkien o inimigo não era os alemães, mas sim o imperialismo, o qual foi metaforizado

pelo aparecimento dos Orc’s: um povo que foi amaldiçoado pelo feitiço do imperialismo. Ou seja, o feitiço que o Anel causava em qualquer povo, independente da etnia. Em Senhor dos Anéis, o

povo contaminado pela maldição do anel são os Orc’s, que antigamente eram elfos, mas foram corrompidos pelo desejo de poder.

Disponível em: <https://oprovocativo.com.br/o-senhor-dos-aneis-e-seu-vies-historico/>. Acesso em 18 fev. 2018 (com adaptações).

TEXTO II

Paraíso do Tuiuti

Num carnaval marcado por sátira na Sapucaí, a Paraíso do Tuiuti foi a primeira escola a entrar no Sambódromo com um dos enredos críticos de 2018. No aniversário de 130 anos da Lei Áurea, a azul e amarelo questionou se a escravidão foi, de fato, extinta no Brasil. A pergunta norteou a apresentação, que começou pela exploração dos negros trazidos da África no passado, até terminar tratando da atual precarização do trabalho. Foi nesse contexto que o momento político do país hoje foi levado para a Sapucaí.

Com a comissão de frente formada por integrantes que representam escravos, a Paraíso do Tuiuti levou à Avenida uma reflexão ao abordar o período de escravidão. O segundo carro da escola fez uma leitura do tráfico de escravos praticado pelos mulçumanos árabes do Norte e Leste da África.

A parte final do desfile da Tuiuti contou com críticas sociais atuais, como à Reforma Trabalhista. A ala guerreiro da CLT representava os trabalhadores que estão tentando se proteger dos ataques à CLT. O destaque do carro era um presidente vampiro.

Disponível em: <https://oglobo.globo.com/rio/saiba-como-foi-primeira-noite-de-desfiles-do-grupo-especial-do-carnaval-do-rio-22390161>. Acesso em 18 fev. 2018 (com adaptações).

TEXTO III

Black Mirror

Black Mirror é uma série original do Netflix que é sobre a relação da sociedade com a tecnologia no futuro. A série tende a expor ideias bizarras porém plausíveis. A partir de então um meme viralizou, onde as coisas que são bizarras são chamadas de "Black Mirror".

“Essa luz piscando aqui sozinha é bem Black Mirror, hein cara?” Disponível em: < http://www.qualeagiria.com.br/giria/black-mirror/>. Acesso em 18 fev. 2018.

Considerando os fragmentos de texto acima como motivadores, redija, na modalidade padrão da língua

portuguesa, um texto dissertativo-argumentativo acerca do seguinte tema:

Entre as metáforas da Arte e a idealização da vida, qual realidade nos espera?

Page 39: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

Tarefa Mínima

39

GÊNEROS – SEMANA 04 Prof. Vanessa

Texto 1 - A obsessão por ver séries está absorvendo a nossa vida?

É óbvio que há séries extraordinárias; e é óbvio também que muitas delas, como antes nas décadas de 1950 ou 80, se concentram numa espécie de época dourada, de momentum. A proliferação de plataformas digitais de conteúdo, dispostas a brigar com os serviços de TV cabo, está dando lugar a um excesso que acaba virando um hábito bulímico de consumo. Não é só algo que nos proporciona prazer; é algo que, além disso, nos dá certo status. Permite simular uma espécie de erudição portátil que preenche o papo do elevador, do escritório ou do balcão do bar, já que todos estamos vendo séries e, frequentemente, todos estamos vendo as mesmas séries.

Isto, por um lado, é positivo. A democratização da cultura derruba barreiras e enriquece as pessoas. Fenômenos populares como a seriefilia facilitam novas vias de conversação, de debate, inclusive, de “trolagem”. E, sim, é verdade que ver muitas temporadas de algo (o que quer que seja) nos tira tempo para outras coisas, como ler, mas até que ponto queixar-se disso não é um sinal de esnobismo classista? Pretender que duas obras de arte sejam vistas por cima do ombro é puramente um exercício estúpido. As séries ruins são tão ruins quanto os romances ruins, e o mesmo acontece com as séries e romances (e filmes e discos) medíocres ou brilhantes.

Agora, a histeria viral que acompanha a seriefilia se torna repelente quando nivela o critério para enfrentar a linguagem. Não vemos séries, as seguimos. A cineasta Lucrecia Martel disse recentemente que as séries eram “um passo atrás”..

[...] várias séries que seguem a linha de trabalho de alternar diretores revelaram momentos visuais comoventes ou belíssimos. Better Call Saul, Hannibal e The Leftovers são alguns exemplos em que a realização é tão importante quanto o roteiro. Então por que nos custa reter essa beleza? Talvez pelo excesso; o costume de ir às séries como o menino guloso vai às bolachas da avó. Colocamos a mão em um frasco de cultura e a levamos à boca com um furor doce e animal.

Por isso, ao chegarmos moídos em casa seguimos as recomendações da nossa plataforma de streaming. Com a fé de encontrarmos um novo dínamo emocional, procuramos desconectar não mais por duas horas, e sim por duas temporadas. Ou quatro. Ou seis. Assim como os junkies, mentimos para nós mesmos quando vemos que esse novo vício assume o controle das nossas vidas. “Bom, pelo menos é cultura”, dizemos para nós mesmos, quando, com triste frequência, o que ativamos em nossas telas é um protetor de tela inteligente que reproduz os mesmos argumentos-clichês que já haviam nos prendido alguma vez (Isto explicaria o sucesso narcótico de Ozark entre os órfãos de Breaking Bad).

A cultura mais desafiadora é a que nos dá aquilo que não sabemos que queremos, ao passo que as séries, inclusive as melhores séries, vivem por natureza de cumprir uma expectativa que alimentam constantemente. Por esse ralo deixamos que se perca, em espiral, o que há de cinza em nossa rotina. E nos sentimos, isso sim, mais descolados, mais cultos e mais felizes.

https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/01/cultura/1517487686_366066.html Texto 2

Texto 3

Vício em série pode esconder sintomas de solidão e depressão

Para várias pessoas, chegar em casa, sentar no sofá e assistir a uma verdadeira maratona de séries é a coisa mais normal do mundo. Essa prática ganhou ainda mais força com a popularização dos serviços de streaming (como o Netflix e Amazon). Nos Estados Unidos, o hábito já tem até nome: binge-watching. Porém, o que parecia algo inofensivo, pode esconder sintomas de solidão e depressão. Pelo menos é o que dizem os pesquisadores da Universidade do Texas.

Page 40: Sumário SEMANA 01 SEMANA 02 - editoraopirus.com.br · Há no Brasil uma cultura de violência ... “Quando o meu filho de 16 anos ou do meu amigo enche a cara na balada e tenta

40

Yoon Sung Hi, Eun Yeon Kang e Wei-Na Lee observaram 316 jovens de 18 a 29 anos para chegar à essa conclusão. Eles compararam a frequência com que as pessoas assistiam a programas de tevê em sequência com a recorrência de sentimentos ligados à solidão e à depressão.

Os estudiosos da Universidade do Texas concluíram que quanto mais solitária e deprimida a pessoa for, maior é a chance de ela embarcar em uma maratona de séries. Está assustado? Então fique calmo, o binge-watching, de acordo com o estudo, só é um problema quando as pessoas não conseguem abandonar a tevê mesmo cientes de que têm outras tarefas a cumprir.

[...] os pesquisadores deixaram claro que o estudo não é conclusivo. Afinal, o comportamento ainda é uma coisa muito nova. Porém, eles reforçam que o estudo é importante para indicar que fatores psicológicos podem estar ligados ao excesso de consumo de seriados.

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2015/01/30/noticias-saude,188171/vicio-em-serie-pode-esconder-sintomas-de-solidao-e-depressao.shtml

Texto 4 - Vício ou lazer: o que as séries a que você assiste dizem sobre sua personalidade?

[...]Contrapondo esses dados, outra pesquisa mostrou que as séries podem nos tornar pessoas melhores, já que elas tendem a aumentar nosso poder de empatia. Quando gostamos de uma trama e prestamos atenção nela, isso nos ajuda a compreender o que se passa na cabeça daqueles que convivem com a gente. É como se, diante de pistas sociais, conseguíssemos prever o sentimento, a reação alheia.

Pois é, tudo nessa vida tem seu lado bom ou ruim. O fato é que com toda a tecnologia de serviços em streaming e com a internet cada vez mais rápida, nos condicionamos a fugir da realidade por alguns minutos (horas ou dias) e nos viciamos. Ficamos ansiosos, loucos com o que vai acontecer nos próximos episódios. Em pensar que tem gente que não dorme, não come, deixa de estudar e nem toma banho por causa disso...

http://blog.locaweb.com.br/dicas/vicio-ou-lazer-o-que-as-series-que-voce-assiste-dizem-sobre-sua-personalidade/ PROPOSTA DE REDAÇÃO Situação A – Redija um RELATO em que você tenha passado por uma situação complicada por ter ficado tempo demais assistindo a sua série favorita. Situação B – Redija uma CARTA ARGUMENTATIVA para o fundador do Netflix, Reed Hastings, mencionando os impactos do vício em séries e propondo formas de amenizar os problemas causados. Leia com atenção todas as instruções. A) Você encontrará duas situações para fazer sua redação. Leia as situações propostas até o fim e escolha a

proposta com a qual que você tenha maior afinidade. B) Após a escolha de um dos gêneros propostos, assinale sua opção no alto da Folha de Resposta e, ao redigir

seu texto, obedeça às normas do gênero. C) Se for o caso, dê um título para sua redação. Esse título deverá deixar claro o aspecto da situação

escolhida que você pretende abordar. Escreva o título no lugar apropriado na folha de prova. D) Se a estrutura do gênero selecionado exigir assinatura, escreva, no lugar da assinatura: JOSÉ ou

JOSEFA. E) Em hipótese alguma escreva seu nome, pseudônimo, apelido etc. na folha de prova. F) Não copie trechos dos textos motivadores, ao fazer sua redação.