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1 Documento 1/27 219.3.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 06/08/2013-14:04 Publ.: DCD - 07/08/2013 - 32550 SANDRO ALEX-PPS -PR CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO Sumário Criação pela Casa de grupo de trabalho para elaboração de proposta de reforma política. Defesa de adoção do voto facultativo no País. O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma boa tarde a todos os Srs. Parlamentares e ao Brasil. Retomamos as atividades do Parlamento e voltamos com o grupo especial que vai tratar da reforma política. Eu represento meu partido e também o Estado do Paraná. Esse grupo tem uma grande missão, uma grande responsabilidade para tratar desse assunto, que vai ser acompanhado por milhões de brasileiros. Eu levanto a bandeira dentro do grupo, em especial a do voto facultativo, entre tantos temas. A maturidade da democracia brasileira exige o voto facultativo. O exercício do voto é, antes de tudo, um direito, e não uma obrigação e um dever. Nós vamos começar o trabalho da reforma política, levantando a bandeira do voto facultativo no Brasil, Sr. Presidente. Documento 2/27 223.3.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD 08/08/2013- 17:12 Publ.: DCD - 09/08/2013 - 33131 ANDRÉ MOURA-PSC -SE CÂMARA DOS DEPUTADOS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES COMO LÍDER DISCURSO Sumário

Sumário - camara.leg.br · Sessão Não Deliberativa de Debates - CD 08/08/2013-17:12 ... pela Casa, de agenda positiva ... onde um menor de 13 anos tirou a vida de quatro membros

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Documento 1/27

219.3.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

06/08/2013-14:04

Publ.: DCD - 07/08/2013 -

32550 SANDRO ALEX-PPS -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Criação pela Casa de grupo de trabalho para elaboração de proposta de reforma

política. Defesa de adoção do voto facultativo no País.

O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma boa tarde a todos os Srs. Parlamentares e ao Brasil.

Retomamos as atividades do Parlamento e voltamos com o grupo especial que vai tratar da reforma política. Eu represento meu partido e também o Estado do Paraná.

Esse grupo tem uma grande missão, uma grande responsabilidade para tratar desse assunto, que vai ser acompanhado por milhões de brasileiros. Eu levanto a bandeira dentro do grupo, em especial a do voto facultativo, entre tantos temas. A maturidade da democracia brasileira exige o voto facultativo. O exercício do voto é, antes de tudo, um direito, e não uma obrigação e um dever. Nós vamos começar o trabalho da reforma política, levantando a bandeira do voto facultativo no Brasil, Sr. Presidente.

Documento 2/27

223.3.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

08/08/2013-17:12

Publ.: DCD - 09/08/2013 -

33131 ANDRÉ MOURA-PSC -SE

CÂMARA DOS DEPUTADOS COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

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Balanço da atuação parlamentar do orador. Apoio às reivindicações dos

participantes em recentes manifestações ocorridas no País. Elaboração, pela

Casa, de agenda positiva para votação de proposições em consonância com os

interesses da sociedade brasileira. Maior participação popular nas decisões do

Parlamento brasileiro. Expectativa de votação, pela Casa, das Propostas de

Emendas à Constituição de nºs 57, de 2011, sobre alteração da idade limite da

inimputabilidade penal; 300, de 2008, acerca da instituição do piso salarial

nacional de policiais e bombeiros militares; 555, de 2006, referente à extinção

da cobrança de contribuição previdenciária de servidores públicos inativos;

170, de 2012, referente à garantia de proventos integrais ao servidor

aposentado por invalidez, e do Projeto de Lei nº 5.616, de 2013, sobre a

fixação do piso salarial das guardas municipais. Realização da reforma política.

Necessidade de ampliação dos debates acerca da proposta de alteração da

sistemática de distribuição de royalties de petróleo da camada pré-sal e da

medida provisória sobre a criação do Programa Mais Médicos.

O SR. ANDRÉ MOURA (PSC-SE e como Líder. Sem revisão do orador.) - Agradeço a V.Exa., Sr. Presidente, e cumprimento os nobres colegas Deputados e Deputadas aqui presentes.

Ocupo a tribuna na tarde de hoje para fazer um rápido balanço da nossa atividade parlamentar no primeiro semestre legislativo.

Sabemos que o Brasil é hoje um País diferente, depois da histórica onda de manifestações que tomou conta das ruas das maiores cidades do nosso País. A mobilização popular feita através da internet, sem a intermediação direta de partidos políticos, de sindicatos ou de agentes mobilizadores tradicionais, fez com que este Parlamento agisse de modo mais sintonizado com o pensamento da sociedade e do povo brasileiro.

O PSC faz uma avaliação extremamente positiva da presença do cidadão comum no debate dos grandes problemas brasileiros na atualidade.

Como disse o nosso Vice-Presidente Nacional, o Pastor Everaldo, do PSC: "O povo ir às ruas lutar por um país mais justo, igualitário, com menos impostos e mais qualidade de vida é de fundamental importância para o fortalecimento da democracia. A população sabe quais são as suas verdadeiras necessidades e pode mudar o rumo da Administração Pública no Brasil."

Então, todos nós sabemos que as mobilizações tiveram justa causa, pois, apesar de as conquistas econômicas e sociais dos últimos 20 anos terem elevado a qualidade de vida da porta para dentro, a vida do brasileiro não mudou muito da porta para fora. Por isso as manifestações em busca de melhor qualidade na educação, saúde, mobilidade urbana e segurança pública. E não importa a classe social.

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A sociedade declarou isso e deixou claro que quer serviços básicos eficientes.

Esta Casa já iniciou o debate de temas importantes, mostrando que estamos em perfeita sintonia com os anseios populares. Vamos votar, nos próximos dias, projetos como, por exemplo, o relativo aos royalties do pré-sal, garantindo mais recursos para a melhoria da educação e o atendimento na saúde. Já votamos contra a PEC 37 e ampliamos o mecanismo de fiscalização dos gastos com a Copa do Mundo e as Olimpíadas.

Contudo, ainda falta resolver questões ligadas à segurança pública, Deputado Pastor Eurico.

A reforma política é também outro tema importante, e nós precisamos estar em perfeita sintonia com o que pensa o eleitor brasileiro. A reforma tributária também é de grande importância, visando diminuir as altas e tão perversas taxas de impostos que nós pagamos aqui no nosso País.

São temas para os quais devemos dedicar nossa atenção neste retorno às atividades parlamentares.

Não é justo que aqui, no Brasil, nós tenhamos taxas de impostos tão altas, muito maiores do que aquelas pagas pelo cidadão norte-americano, por exemplo, quando nós sabemos que lá o serviço público oferecido é de muito melhor qualidade do que o oferecido aqui no nosso País.

Outro ponto essencial ainda por fazer é ouvir melhor a população, a fim de que as demandas da sociedade brasileira não se acumulem, provocando uma nova onda de manifestações. Devemos criar mecanismos mais eficientes para dar voz ao cidadão e fazer com que essa voz possa repercutir os anseios do cidadão brasileiro nesta Casa, neste Parlamento.

Na avaliação do PSC, o início do primeiro semestre legislativo de 2013 não foi tão bom, ainda por causa da tensa relação com o Poder Executivo. É verdade que hoje avanços aconteceram em algumas votações importantes, apesar dos vetos produzidos pela Presidência da República em projetos como a Medida Provisória nº 610, que amplia o valor do benefício Garantia-Safra para a safra de 2011/2012; que amplia o Auxílio Emergencial Financeiro, relativo aos desastres ocorridos em 2012; que autoriza a distribuição de milho para venda a pequenos criadores do nosso País e, principalmente, que cria medidas de estimulo à liquidação ou regularização de dívidas originárias de operações de crédito rural a agências bancárias, como Banco do Brasil e Banco do Nordeste, em especial para os micro e pequenos agricultores do Semiárido nordestino atingidos pela seca.

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Apresentamos aqui, Deputado Pastor Eurico, emendas importantes à Medida Provisória nº 610. Emendas como, por exemplo, a que faz com que aqueles micro e pequenos agricultores que estejam adimplentes pudessem ter os mesmos benefícios dos inadimplentes. Não é justo que os inadimplentes tivessem os benefícios e aqueles que fazem um sacrifício para estar adimplentes não tivessem os mesmos benefícios da diminuição da taxa de juros, da questão de um prazo maior para o pagamento. E nós apresentamos emenda nesse sentido, aprovada por unanimidade aqui nesta Casa, aprovada por unanimidade no Senado Federal, mas que, infelizmente, foi vetada pela Presidente Dilma.

Ainda há outros vetos importantes que temos de levar em consideração. Por exemplo, o veto ao PLP 200, que estabelece prazo para a extinção de contribuição social e extinção da multa dos 10% do FGTS. Nós não podemos mais permitir a criação de um novo imposto no nosso País. Quando o projeto foi aqui aprovado em 2001, teve sua finalidade alcançada, que era cobrir os expurgos inflacionários do Plano Verão e do Plano Collor. Temos que acabar com essa injustiça àqueles que são hoje os maiores responsáveis pela geração de emprego no nosso País, as pessoas que trabalham para fomentar o emprego no nosso País. Então, temos que corrigir e derrubar o veto ao PLP 200.

Porém, mais ao final do semestre, após as manifestações que ocorreram em todo o nosso País, este Parlamento começou a deliberar e aprovar causas de real interesse da sociedade brasileira - e não apenas do Governo, como vinha sendo a praxe. Foi graças à pressão popular que se abriu a discussão e aprovação céleres de projetos que descansavam nesta Casa havia anos.

Então, temas importantes também merecem ser fustigados. Exemplifico aqui através de duas proposituras por mim apresentadas. O PL 4.853, de 2012, por exemplo, que obriga o trabalho nos presídios. E o justifico como meio de reduzir os efeitos do crime em virtude da ocupação dada ao tempo do apenado e também como forma de pôr em prática a Lei de Execução Penal, que em seu art. 28 estabelece o trabalho do condenado como dever social e condição de dignidade humana, o qual terá finalidade educativa e produtiva.

Já o PL 5.671, de 2013, que trata do auxílio-reclusão, vem em apoio à família da vítima. Entendo que, ao beneficiar apenas a família do criminoso, deixando os familiares das vítimas sem proteção social ou financeira, o Governo Federal comete uma injustiça. O ideal é que haja idêntica atenção às famílias de quem é vítima e do criminoso.

Tivemos ainda outras proposituras que não chegaram ao Plenário, mas que avançaram muito nas Comissões. É o caso da instalação do piso nacional dos médicos e do piso nacional dos radialistas.

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Também consideramos positiva a abertura maior para uma discussão ampla da atualização do Estatuto do Torcedor, visando modernizar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Apresentamos também propostas, como a PEC 57, que estabelece que os maiores de 16 anos de idade passem a ser penalmente imputáveis. Entendemos que reduzir a maioridade penal hoje no País é um clamor da sociedade. Pesquisa feita pela CNT/MDA recentemente mostra que 92,7% da população brasileira deseja que a PEC 57 seja aprovada, para que nós possamos reduzir a maioridade penal. A Associação dos Magistrados do Brasil produziu uma pesquisa com juízes de todo o Brasil, em que 61% dos magistrados disseram ser totalmente também favoráveis à redução da maioridade penal. Precisamos deliberar este tema aqui nesta Casa, de forma urgente e célere. Que esta Casa tenha a coragem de abrir a discussão de um tema tão polêmico, mas que é necessário para que nós possamos oferecer mais segurança pública às famílias de bem do nosso País! Estamos vendo menores cometendo crimes bárbaros, como o que se desvendou esta semana em São Paulo, onde um menor de 13 anos tirou a vida de quatro membros da família. Esses menores não podem ser mais tratados como meninos, como na década de 70, quando proposituras semelhantes à nossa tramitavam nesta Casa. Então, precisamos urgentemente reduzir a maioridade penal para oferecer uma segurança pública de melhor qualidade às famílias do nosso País.

Apresentamos também o PDC 494, de 2011, que dispõe sobre a realização de plebiscito nacional acerca da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos de idade. Se este Parlamento não quer decidir sobre uma matéria tão importante - e nós não deveríamos abrir mão dessa prerrogativa que é nossa -, deixemos, então, a população brasileira decidir. Que a população brasileira possa, através do plebiscito, que nós estamos propondo, decidir se quer aprovar ou não a redução da maioridade penal! Entendemos que é um tema importante, e hoje a sociedade cobra uma posição firme deste Parlamento.

Aproveito para fazer um breve relato: desde o início da nossa trajetória aqui na Câmara dos Deputados, em 2011, tenho trabalhado arduamente para aprovar projetos que atendam a pleitos justos, reivindicações de diversas categorias, como o PL 2.295, de 2000, que estabelece um máximo de 30 horas de trabalho semanal para a categoria da enfermagem; o PL 3.299, de 2008, que acaba com o fator previdenciário, corrigindo uma injustiça com aqueles que, no passado, construíram nossa Nação e merecem um descanso digno; além da derrubada do veto à Emenda 29, garantindo, assim, mais recursos para a saúde pública no nosso País. Não é justo que os Governos Estaduais invistam, no mínimo, 12% do que arrecadam na saúde do nosso País, que os Governos Municipais invistam, no mínimo, 15% do que arrecadam na saúde pública do nosso País e que o Governo Federal invista o quanto quer, da maneira que quer. Então, temos que trabalhar

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para que o veto à Emenda 29 não permaneça, que o Governo Federal possa verdadeiramente investir no mínimo 10% do que arrecada. Aí, sim, vamos ter uma segurança pública de mais qualidade. Não são só os projetos que tramitam aqui nesta Casa que vão garantir uma saúde de melhor qualidade. Não é o Mais Médicos que vai resolver o problema da saúde pública no nosso País, e, sim, mais investimentos para oferecer salários mais dignos e justos aos médicos do nosso País, como também uma melhor infraestrutura nos postos de saúde, nos hospitais dos Municípios brasileiros, para que os médicos possam trabalhar de uma maneira mais digna e, consequentemente, oferecer um serviço de melhor qualidade.

Ou seja, independentemente do que o Governo Federal pensa ou quer, os interesses mais urgentes da sociedade foram e precisam ser mais ouvidos por esta Casa. Assim sendo, o PSC espera que neste segundo semestre legislativo possamos adotar medidas que aumentem a qualidade de vida da população, já que colocamos o ser humano em primeiro lugar e, portanto, esperamos que seja votada a PEC 57, propondo a redução da maioridade penal; a PEC 300, que estabelece que a remuneração dos policiais militares dos Estados e dos bombeiros militares seja de melhor qualidade; o piso nacional dos agentes comunitários de saúde e de endemias; e o Projeto 5.616, de 13, que fixa o piso salarial dos guardas municipais, entre outras propostas, como por exemplo, a PEC 555 e a PEC 170, de 2012, que garante proventos integrais ao servidor que se aposenta por invalidez. Temos ainda a questão da reforma política, que se arrasta há quase duas décadas, sem que seja devidamente encaminhada. Esperamos por mudanças que valorizem a participação popular nas ações governamentais. Temos, por exemplo, a proposta do Deputado Filipe Pereira, do PSC, que é a PEC 159, de 2012, que propõe o voto facultativo no nosso País. Outra medida importante adotada é que nós vamos poder analisar agora os vetos presidenciais num prazo máximo de 30 dias, para garantir que o Parlamento tenha a palavra final sobre projetos importantes.

O PSC entende que precisamos ampliar o debate sobre os royalties do pré-sal e determinar que o Programa Mais Médicos, do Governo Federal, de fato privilegie primeiramente os médicos do nosso País.

Sr. Presidente, trago aqui uma palavra do nosso Vice-Presidente, Pastor Everaldo Pereira, que está satisfeito por saber que o PSC está no caminho certo, ao defender propostas que estão em sintonia com as demandas populares. Faço as palavras dele as minhas: "O PSC está empenhado em apresentar uma proposta que prioriza a ética cristã na administração pública, razão pela qual temos obtido excelentes resultados eleitorais".

Caros colegas, o Brasil que queremos construir exige de nós uma postura diferente, ante as urgentes necessidades da sociedade

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brasileira, que resolveu lutar de forma digna por seus direitos. Precisamos votar no que pensa e deseja realmente o povo do nosso País. Esta é nossa obrigação, se quisermos melhorar a imagem pública desta Casa, para que ela possa voltar a ser vista pelo eleitor como a Casa do Povo, que fato é, parafraseando o grande estadista e pensador Ruy Barbosa: "Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado".

Sem dúvida, nós podemos fazer um Brasil melhor. Basta que nos juntemos ao nosso povo e lutemos a cada dia por este Brasil melhor, que todos almejamos.

Sr. Presidente, agradeço a V.Exa. o tempo dispensado e peço que autorize que meu pronunciamento seja registrado nos Anais da Casa e amplamente divulgado nos meios de comunicação da Câmara dos Deputados.

O SR. PRESIDENTE (Amauri Teixeira) - Solicito a ampla divulgação do pronunciamento de V.Exa., inclusive no programa A Voz do Brasil.

Documento 3/27

300.3.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

01/10/2013-20:34

Publ.: DCD - 02/10/2013 -

44043 LEONARDO GADELHA-PSC -PB

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA ORIENTAÇÃO DE BANCADA DISCURSO

Sumário

Posicionamento contrário do PSC ao Requerimento de votação nominal do

Requerimento de retirada de pauta da Ordem do Dia do Projeto de Lei nº

6.397, de 2013 (Altera as Leis nºs 4.737, de 15 de julho de 1965, 9.096, de 19

de setembro de 1995, e 9.504, de 30 de setembro de 1997, para diminuir o

custo das campanhas eleitorais, e dá outras providências - Minirreforma

eleitoral).

O SR. LEONARDO GADELHA (PSC-PB. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o PSC tem se esforçado muito no sentido de levar a cabo uma reforma política mais profunda. No âmbito do grupo

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de trabalho tem se debruçado sobre o tema. O partido tem patrocinado teses bem mais agudas do que aquelas que nós discutimos neste instante, a exemplo do voto facultativo, que é uma proposta originada no seio do Partido Social Cristão.

No entanto, Sr. Presidente, devido à exiguidade do tempo, sendo possível que nós nos debrucemos apenas sobre a matéria que ora avaliamos, o Partido Social Cristão votará favoravelmente no mérito e, portanto, contrariamente agora à retirada de pauta.

Documento 4/27

323.3.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

16/10/2013-16:58

Publ.: DCD - 17/10/2013 -

48090 NILSON LEITÃO-PSDB -MT

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA LÍDER DISCURSO

Sumário

Apresentação da PEC 328/2013 (Dá nova redação ao art. 14 da Constituição

Federal, para tornar facultativo o voto para todos os eleitores maiores de

dezesseis anos e dá outras providências). Crítica ao PT pela obstrução da

votação do Projeto de Lei nº 6.397, de 2013 (Altera as Leis nºs 4.737, de 15 de

julho de 1965, 9.096, de 19 de setembro de 1995, e 9.504, de 30 de setembro

de 1997, para diminuir o custo das campanhas eleitorais, e dá outras

providências - Minirreforma eleitoral).

O SR. NILSON LEITÃO (PSDB-MT. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, eu consegui completar mais de 210 assinaturas de uma PEC que dá nova redação ao art. 14 da Constituição Federal e torna facultativo o voto para todos os eleitores maiores de 16 anos e dá outras providências.

Eu acredito que o brasileiro precisa ter a liberdade de decidir se quer ou não votar. Entre mais de 200 países do nosso planeta, apenas 24 países ainda insistem em ter voto obrigatório. De mais de 200 países, apenas 24 ainda têm voto obrigatório. Eu acredito que o voto facultativo daria uma liberdade ao eleitor. Se ele não quer votar, não vai ser punido. É uma decisão dele. É da democracia.

A nossa Constituição, inclusive, caminhou por esse rumo, disse dessa liberdade; porém, exige que o eleitor vá votar em todas as eleições. Isso seria um grande avanço para um país que busca se modernizar, que busca se democratizar cada vez mais e dar liberdade ao seu cidadão. Obrigar é quase uma ditadura. E, a partir daí, vai-se amadurecendo cada vez mais. Em país desenvolvido, isso ocorreu e

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não atrapalhou a democracia; ao contrário, a fortaleceu.

Eu também, Sr. Presidente, quero aqui falar a V.Exa. e a todos os Deputados que nesta noite nos entristece ver alguns partidos da base do Governo e outros nem tanto da base do Governo não quererem pelo menos começar dar o primeiro passo para a melhoria das eleições.

Não há nada nesse ajuste eleitoral que atrapalhe, nada! Se se perguntar, de forma muito clara, ao Líder do PT por que está votando contra esse ajuste, ele não tem argumento. Não tem nenhum argumento cabível para esse debate. É impressionante! Parece que é apenas um debate de uma birra de criança de primeira série.

É impressionante como não se consegue chegar aqui e convencer por estar votando contrário. Está votando contrário o quê? Reduzir os custos? Votando contrário a quê? A ajustar alguns detalhes apenas da lei eleitoral? Por exemplo, você poder dizer, num programa de rádio, que você é candidato. Hoje não se pode dizer. Todo mundo sabe que você é. Ora, você está dando uma entrevista em pré-eleição, e não pode dizer que é candidato!

Todo mundo sabe que você é candidato; só que você não pode dizer, porque senão é crime. E não pode dar entrevista falando qualquer coisa propositiva porque isso é crime. Ora, isso está apenas adequando, tirando-nos dos tribunais a propósito de denúncias tão evasivas ou vazias que acabam sendo discutidas.

Eu não entendo o PT, que está há mais de 4 mil dias no poder e não trouxe nenhuma proposta para a reforma. Não quer discutir reforma política, não quer discutir reforma tributária, não quer modernizar o País! Prefere o caos. Prefere, cada vez mais, prejudicar o Brasil, evitando as reformas de que o Brasil precisa.

É por isso que o PT vai perder a eleição. Vai perder porque se agarrou ao poder e esqueceu o que é bom para o Brasil e para os brasileiros. Vai perder porque se cansou. Ele está se sentindo maior que todo mundo! Está se sentindo totalmente acima do bem e do mal. E não quer debater o que é bom para o País.

Eu quero aqui dizer que muitos Deputados do PT, quando chegam à sua cidade, acabam se sentindo pressionados pela sua militância, mas chegam aqui no Congresso e têm que dizer "amém", apenas se submeter à vontade de meia dúzia que prefere o poder ao povo brasileiro.

Então, é uma escolha. Prefere o poder à boa prática da política. Ora, isso não é bom para o Brasil. Vamos votar as reformas. Se não der para dar um passo enorme, vamos pelo menos dar primeiro esse passo para começar a mostrar para o Brasil e para o brasileiro as

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nossas boas intenções.

A reforma política não está sendo votada nesta Casa de forma ampla porque o PT não quis, porque o Governo não quis e não tem coragem de assumir, convencendo a todos aqui de uma mentira, enganando a sociedade e enganando também esta Casa!

Mas, ora, quem está no poder vota como quer. Eu acredito, Sr. Presidente, que, se esta votação não alcançar o quórum necessário para votar, é porque o PT está aqui boicotando um Brasil melhor e uma eleição melhor. É uma pena que seja o PT contra o Brasil, contra os brasileiros.

Documento 5/27

338.3.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

24/10/2013-14:21

Publ.: DCD - 25/10/2013 -

49805 SANDRO ALEX-PPS -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Apresentação da Proposta de Emenda à Constituição nº 334, de 2013, para a

adoção do voto facultativo no País.

O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente. Uma boa tarde a todos.

Eu comunico ao Plenário, à Câmara dos Deputados, à Agência Câmara, à Rádio Câmara, que protocolei no dia de ontem proposta de emenda à Constituição para tornar facultativo o voto no Brasil. É uma bandeira que eu levanto e defendo, inclusive no Grupo de Trabalho da Reforma Política, e tenho certeza de que, após 25 anos da nossa Constituição, temos amadurecimento para permitir esse avanço, esse direito, e não uma obrigação, porque o voto é um direito, reconhecido pela Casa.

E comunico também que no dia de hoje, nesta manhã, no Grupo de Trabalho da Reforma Política, Sr. Presidente, foi apreciada essa matéria para ser incluída na pauta de plenário. O Grupo aprovou a proposta do voto facultativo, que vai trazer para a deliberação deste Plenário.

Então, Sr. Presidente, para concluir, a nossa proposta já tem o apoio desse Grupo, que foi formado pelo Presidente Henrique Eduardo Alves,

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para tornar o voto facultativo no Brasil. Tenho certeza de que, com o amadurecimento da nossa República, não há mais por que termos no Brasil o voto obrigatório.

Eu apresento, com 190 assinaturas, essa proposta, a PEC 334, que vai ser apreciada muito em breve por este Plenário, e tenho certeza de que vai ser reconhecida por todos os brasileiros. Aqui nós representamos inclusive aqueles que não querem votar em ninguém, porque, como o voto é obrigatório, nós às vezes vemos nas ruas placas com os dizeres: "Ninguém me representa".

Nós temos de dar esse direito de exercício do voto a todos os brasileiros.

Muito obrigado.

Documento 6/27

364.3.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

07/11/2013-14:45

Publ.: DCD - 08/11/2013 -

53237 SANDRO ALEX-PPS -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Aprovação, pela respectiva Comissão Especial, do parecer oferecido pelo

Deputado Valdir Colatto e de emenda do orador à proposta sobre a revisão da

Lei nº 12.619, de 2012, sobre a regulamentação da profissão de motorista.

Aprovação do voto facultativo pelo grupo de trabalho destinado ao exame da

proposta de realização da reforma política. Apoio ao decreto presidencial sobre

a autorização da migração das emissoras de rádio AM para a faixa FM.

Transcurso do Dia do Radialista.

O SR. SANDRO ALEX (PPS. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado.

Uma boa tarde, Sras. Deputadas, Srs. Deputados e convidados no Parlamento.

Quero, inicialmente, saudar aqui o Relator Colatto a respeito da Lei dos

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Motoristas, que nós aprovamos na Comissão Especial. Quero dizer que, além dos temas abordados aqui pelo Relator, também está na proposta, da qual estamos pedindo a votação em Plenário, a não cobrança dos eixos suspensos dos pedágios no Brasil, porque hoje se cobra pelo que não se usa.

O Relator acatou a nossa proposição, que está inserida na proposta da não cobrança dos eixos suspensos. Ou seja, os caminhões passam pelos pedágios, sem nenhuma carga, mas pagam pelo pedágio, pagam pelas rodas e pelos eixos erguidos. Estamos pedindo a votação da matéria. Tenho certeza de que nós vamos dar um grande passo com a votação dessa proposta, Relator.

Também quero salientar que esta semana foi destaque no Brasil o fim do voto obrigatório. A proposta do voto facultativo foi aprovada na Comissão Especial, ou melhor, no Grupo de Trabalho da Reforma Política, do qual faço parte, ao lado de 12 Parlamentares.

Na colaboração que dei àquele grupo, dei como contribuição principal o fim do voto obrigatório. Pela primeira vez, neste Parlamento, votou-se em uma Comissão ou em um grupo da Casa e se conseguiu aprovar o voto facultativo, que é um direito de todos os cidadãos. Hoje, o temos como um dever. A democracia moderna nos faz acreditar que temos de mudar isso no País.

Foi importante o passo, que agora vem para uma discussão profunda. Sei da dificuldade que enfrentaremos, mas temos certeza de que estamos fazendo o que é correto, com o reconhecimento de um direito de todos, inclusive daqueles que não querem exercê-lo.

Por fim, hoje, estive no Palácio do Planalto com a Presidente da República. Foi assinado o decreto que possibilita a migração das rádios AM para FM. É um trabalho que defendo desde 2011, quando fui escolhido Relator da matéria sobre o futuro do rádio AM e a digitalização do rádio no Brasil.

Quero cumprimentar o Ministro Paulo Bernardo e sua equipe, o Genildo, a Patrícia, o Otávio, todos, por essa conquista. É um reconhecimento de trabalho de 90 anos de radiodifusores no País, das emissoras de AM, que fazem um trabalho comunitário, de prestação de serviços e com as interferências que têm da energia elétrica, impossibilitando as emissoras AM a terem sua propagação, a sua veiculação.

A Presidenta autorizou a migração do AM para o FM. A partir do dia 1º de janeiro de 2014, as emissoras poderão optar pela migração do FM em cidades onde existe o espectro dial liberado desde já. Em outras, como São Paulo, onde já não há mais espaço, vamos aguardar a liberação da TV analógica para os canais 5 e 6, o que também foi uma

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conquista deste Parlamento, na Comissão de Ciência e Tecnologia, que serão destinados à radiodifusão.

Portanto, eu quero dizer que dei a minha colaboração, ao lado dos Parlamentares da Comissão de Ciência e Tecnologia, da Subcomissão do Rádio Digital e do Futuro do Rádio AM. Pudemos colaborar com o Governo, com o Ministério das Comunicações, e hoje, no dia do radialista, demos essa conquista importante ao AM.

Obrigado.

Documento 7/27

047.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

14/03/2014-09:57

Publ.: DCD - 15/03/2014 -

12 LEONARDO GADELHA-PSC -PB

CÂMARA DOS DEPUTADOS PEQUENO EXPEDIENTE COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Detalhamento da proposta elaborada pelo Grupo de Trabalho da Reforma

Política, com destaque para a adoção do voto facultativo e o estabelecimento

de teto de gastos em campanhas eleitorais. Exortação aos Deputados para

célere apreciação da matéria.

O SR. LEONARDO GADELHA (PSC-PB. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, agradeço a oportunidade que V.Exa. e o Partido Social Cristão me dão de, uma vez mais, lançar mão deste espaço para falar de um tema extremamente importante para o futuro da Nação. Refiro-me à reforma política.

Como é do conhecimento de praticamente todos nesta Casa e de boa parcela da sociedade brasileira, no final do ano de 2013, como refluxo daquilo que foi deglutido a partir das manifestações populares de junho, a Câmara dos Deputados conformou um Grupo de Trabalho para que nós pudéssemos apresentar à população brasileira uma proposta de reforma política.

Tratada por vários pelo epíteto de "Mãe de Todas as Reformas", haja vista ser ela a condição necessária para que nós tenhamos melhores quadros, tanto no Parlamento quanto no Executivo, a reforma política é defendida largamente, em todos os quadrantes deste País, em praticamente todas as discussões de fóruns apropriados, mas

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dificilmente sai do papel.

Naquilo em que nós trabalhamos ao longo do ano de 2013, Sr. Presidente, nós propusemos realmente uma reforma bastante profunda: mais do que apenas uma modificação na lei, uma modificação nos costumes dos políticos e da sociedade para com a classe política.

Para que se tenha uma ideia, Sr. Presidente, estamos mexendo em assuntos bastante sensíveis, como por exemplo, o fim da reeleição. Eu era, sabe V.Exa., um ardoroso defensor da tese da reeleição, acho que uma comunidade que tem um governo bem sucedido tem o direito de replicar esse modelo. Infelizmente, fui vencido pela realidade, pela constatação, Sr. Presidente, de que o uso da máquina de forma desenfreada, norte a sul deste País, contamina o resultado do processo, e, se o resultado do processo é contaminado, nós não temos que falar em resultado positivo benéfico para a sociedade brasileira.

Estamos falando também na adoção do mandato de 5 anos, porque, se vamos acabar com o instituto da reeleição, é necessário conceder aos governantes um pouco mais de tempo para exercer o seu múnus - é muito pouco tempo um ciclo de apenas 4 anos. Nós sabemos que, no primeiro ano, o governante que assume ainda exerce a sua função sob a égide do PPA elaborado no governo anterior. Tem, portanto, apenas 3 anos para implementar as ações com as quais se comprometeu ao longo da campanha. É necessário, então, que nós estendamos esse prazo em pelo menos 1 ano.

Mas o que há de mais significativo, Sr. Presidente, na proposta que esse GT apresentou à Câmara e que deve ser votada aqui neste plenário, quero crer, sonho, rogo a Deus, neste primeiro semestre de 2014, está contido em dois dispositivos.

O primeiro deles diz respeito ao fim do voto obrigatório. Essa era uma bandeira antiga do Partido Social Cristão. O fenômeno do voto obrigatório, Sr. Presidente, é um fenômeno em extinção. Há apenas 14 democracias que ainda o adotam, e 11 delas estão na América Latina. O fenômeno é, portanto, eminentemente latino-americano; nos países mais desenvolvidos, nas democracias ditas maduras, não existe. Todos estes países, todas estas nações adotam o voto facultativo. E ainda que o nível de comparecimento seja próximo de 50%, ninguém questiona a legitimidade do processo, porque aqueles que foram às urnas, aqueles que se dispuseram a sair das suas casas e escolher um candidato, uma agremiação, fizeram-no com a convicção plena de que aquele gesto poderia fazer diferença no processo de desenvolvimento da sua cidade, do seu estado ou do seu país. O voto facultativo é, então, substancialmente um decreto de liberdade para o cidadão, mas também uma forma de se qualificar o voto. Quem sai de casa o faz com a convicção plena de que pode contribuir para o desenvolvimento

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da sua região ou do seu país.

Outro aspecto muito importante da reforma política proposta pelo Grupo de Trabalho diz respeito ao estabelecimento de um teto para os gastos de campanha. Sr. Presidente, eu sou um defensor da tese do financiamento público, mas consigo compreender a refração popular neste momento. Num momento em que não se ofertam à sociedade serviços públicos de qualidade, em que não se tem uma boa escola, em que não se tem saúde pública confiável, em que se registram índices alarmantes de violência, em que se tem um caos urbano na mobilidade, neste instante não se pode apresentar para a sociedade a proposta do financiamento público. Quem sabe num outro contexto socioeconômico, em 10 anos, 15 anos, 20 anos, tenhamos um ambiente saudável a ponto de podermos fazer essa discussão. E já que isso não é possível agora, adotemos o teto para os gastos de campanha. Isto foi inserido pelo Grupo de Trabalho. Nós queremos tornar as campanhas mais equitativas, fazer com que um líder sindical tenha as mesmas chances de vitória de um grande empresário, que um líder estudantil tenha as mesmas chances de vitória de um grande profissional liberal. Se nós lograrmos êxito nos esforços para a reforma política, Sr. Presidente, teremos neste Parlamento e em outras Casas Legislativas do País uma divisão mais próxima da divisão da sociedade nacional, que é bastante heterogênea. Se nós queremos que as eleições sejam limpas, que elas sejam equitativas, que todos tenham chances reais de vitória, nós vamos ver aqui, neste Parlamento, mais negros, mais mulheres, mais jovens, mais representantes das minorias. Este é o parâmetro que nós podemos e devemos utilizar daqui a 5 anos, 10 anos, 15 anos, quando revisarmos o que aprovarmos neste plenário, com a anuência do Senado Federal.

Por fim, Sr. Presidente, é importante destacar que nós buscamos a legitimidade popular nesse processo. Ainda que todas essas matérias sejam aprovadas, ainda que todas elas sejam levadas a cabo, elas não estarão insculpidas na lei se não forem sancionadas pela população brasileira. Foi preocupação do Grupo de Trabalho determinar que, após todo o processo legislativo, ou seja, aprovações pela Câmara dos Deputados e Senado Federal e sanção presidencial, esse texto seja submetido ao escrutínio popular por intermédio de um referendo. E, se nós formos ágeis o suficiente, esse referendo pode se dar ainda no segundo turno das eleições de 2014.

É claro que essa não é uma missão fácil, nós estamos correndo contra o tempo. Mas, a julgar pela importância da matéria, a julgar pela ansiedade da sociedade em ver melhores representantes nas Casas Legislativas e, substancialmente, nos Executivos do País, é obrigação nossa dar celeridade a esse processo. É uma última exortação que faço. Sei que temos um primeiro semestre curto, que ao cabo do mês de maio talvez não tenhamos mais votações significativas e que até o final das eleições, até o final do segundo turno, muito menos, portanto é obrigação nossa dar essa celeridade. É a exortação que faço aos

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pares e, substancialmente, à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados, para que nós possamos, num esforço conjunto, dar essa resposta à sociedade brasileira.

Aprovada a reforma política, certamente nós desencadearemos um processo muito benéfico para a sociedade. A eleição de melhores quadros implicará a existência de melhores leis e de melhores programas e soluções ofertados pelo serviço público. Aquilo que a opinião pública queria em julho de 2013 mas não foi expressamente dito dessa maneira será respondido. A oferta de melhores serviços públicos, a oferta de leis mais equânimes, a justiça social que todos esperam promover neste território é também função da existência de melhores quadros ocupando funções públicas, e a existência de melhores quadros ocupando funções públicas será função de uma legislação mais justa e mais equitativa.

Finalmente, quero crer que não estou pregando no deserto, estou pregando para um quadro de 513 homens e mulheres públicos de bem, que querem a melhoria dos serviços para que o País possa crescer mais e de forma mais equitativa e justa ao longo dos próximos anos.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 8/27

128.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

12/05/2014-18:33

Publ.: DCD - 13/05/2014 -

56 IZALCI-PSDB -DF

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Empenho na aprovação de propostas de relevante interesse para a educação,

ciência e tecnologia. Contribuições para a reformulação do sistema político

nacional.

O SR. IZALCI (PSDB-DF e como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu me dediquei muito neste mandato à educação, à ciência e à tecnologia, como todos sabem. Nessas áreas, conseguimos avançar bem. Aprovamos a PEC 290; vamos aprovar a Projeto de Lei nº 2.177/11, que é a regulamentação dessa PEC; e agora é compromisso do Presidente que quarta-feira, ou seja, depois de amanhã, nós votaremos o Plano Nacional de Educação.

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Dever cumprido. Na prática, temos agora que acompanhar a execução do Plano Nacional de Educação e também a execução da PEC e do Código de Ciência, Tecnologia e Inovação.

Evidentemente, isso não será concluído neste mandato, até porque há o princípio da anterioridade, segundo o qual não se pode aprovar e implementar nada de imediato, mas a prioridade número um desta Casa - e é por isso que eu vou trabalhar a partir de agora - é a questão da reforma política.

Quando se fala em reforma política, há o pré-requisito da reforma partidária. Não dá para continuar da forma como está. Primeiro, há a questão política, a reforma eleitoral e política, porque tudo o que tem acontecido de corrupção neste País é atribuído - e, de fato, eu não diria que é só por isso - à questão de financiamento público de campanha e a essas coisas todas que realmente induzem as pessoas a utilizarem este mecanismo para a corrupção. E nada mais grave para o País do que os desvios de recurso público. Quando acontece a corrupção, você está diminuindo os recursos da educação, da saúde, da segurança.

Portanto, a prioridade é a reforma política, mas antes quero que sejam aprovadas nesta Casa duas PECs que são pré-requisitos para ela.

Primeiro, a PEC 198 deve ser aprovada. Ela trata de renúncia do mandato de Deputado Federal, Estadual ou Distrital, se investido o ocupante no cargo de Ministro de Estado; Governador de Território; Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território ou de Prefeitura de Capital ou no cargo de Chefe de Missão Diplomática Temporária.

Então, o que diz essa PEC? Que, para ocupar o cargo de Ministro, ou de Secretário de Estado, ou de Secretário Municipal, entre outros, se a pessoa tem mandato, tem que renunciar. E por que eu apresentei essa PEC? Exatamente porque ela é incompatível com a realidade atual. Qual é uma das obrigações, um dever do Parlamentar, além de legislar? É fiscalizar o Executivo. Esse é um dos papéis fundamentais para o Parlamento. Seja ele Deputado Estadual, Federal ou Distrital, tem que fiscalizar o Executivo.

Agora, como é que se quer cobrar isenção desses Parlamentares, se eles estão prestando serviço ao Executivo? Essas atividades são incompatíveis, é evidente!

Primeiro, nós temos que mudar uma praxe: o titular assume uma Secretaria, e o suplente assume o mandato. E o que acontece com o suplente no exercício do mandato? Se ele não votar de acordo com aquilo que quer o Governador que o indicou, que o colocou como suplente, ele imediatamente é chamado a deixar o mandato, e volta o titular. As matérias que interessam ao Governo normalmente são votadas pelos titulares, porque os suplentes acabam tendo que

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obedecer ao Governo. Então, isso é incompatível.

E o que acontece quando o titular sai para assumir a Secretaria, seja ela municipal ou estadual, ou um Ministério? Passa a fazer parte do Governo, passa a fazer parte das ações do Executivo. E depois, como Parlamentar, retornando à Câmara, seja ela Distrital ou Federal, ele, de certa forma, não fica independente para fiscalizar as ações do Governo.

Portanto, essas ações são incoerentes, e essa PEC é fundamental não só para manter a isenção, mas principalmente para que o Parlamentar possa, de fato, exercer o seu mandato, na sua plenitude, ou seja, fiscalizar o Executivo e também cuidar da legislação.

A PEC 199 fala do Congresso: para concorrer ao cargo de Presidente, de Vice-Presidente, de Governador, de Vice-Governador, de Prefeito, de Vice-Prefeito, enfim, para concorrer a cargos no Poder Executivo, os Senadores e Deputados também têm que renunciar ao mandato, para não ficar da forma como está hoje, em que a pessoa exerce o mandato e, ao mesmo tempo, é candidato.

Já a PEC 326/13, Sr. Presidente, que apresentei em 2012, trata de um assunto também relevante, que é a questão dos partidos. O que diz essa PEC? Ela trata exatamente da reforma partidária.

Primeiro, ela substitui o apoio por filiações provisórias. Hoje, na constituição dos partidos políticos, basta apoio; não há necessidade de filiação, até porque o partido ainda não existe. O que determina essa PEC é que se substitua o apoio - porque, muitas vezes, as pessoas assinam o documento de criação do partido sem saber exatamente o que estão assinando - por uma filiação provisória. Aí, sim, quando da efetivação da personalidade jurídica, da instituição do partido, essa filiação partidária provisória passa a ser definitiva, após o cumprimento das exigências estatutárias e também dos respectivos regimentos etc.

Portanto, ela substitui o apoio, porque, muitas vezes, as pessoas vão para a rodoviária pegar assinaturas, e os eleitores não se interessam em saber o que estão assinando. Muita gente paga 1 real, 2 reais por assinatura que é coletada para a criação de partido. Com a filiação provisória, muda-se de figura: as pessoas vão querer saber qual é o partido, qual é a filosofia do partido, qual é o estatuto, qual é o programa do partido. Aí, sim, as pessoas vão assinar de forma consciente. Isso servirá para acabar com a indústria que existe hoje da criação dos partidos.

A outra coisa importante que estabelece essa PEC é que os diretórios regionais terão um prazo de 3 anos para o registro. De acordo com essa PEC, não se pode mais funcionar com diretórios provisórios a vida toda. Nós temos partidos que foram criados há mais de 30 anos e

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ainda hoje trabalham com diretórios zonais provisórios. Não dá para continuar com essa festa, com esse oba-oba dos partidos políticos.

Hoje mesmo, se pegarmos o Correio Braziliense ou o Jornal de Brasília, veremos um artigo que diz que o Deputado Valdemar ainda continua comandando o PR. Está nas páginas dos jornais de hoje. Ou seja, os partidos têm dono. Nós temos que acabar com essa questão de haver dono de partido. Às vezes, você constitui os diretórios regionais e os zonais, faz o processo eleitoral e, numa canetada - muitas vezes você fica sabendo até pela televisão ou pelos jornais -, há a destituição de todo o zonal, dos diretórios regionais, etc.

Portanto, essa PEC visa democratizar os partidos políticos, inclusive os já existentes. Nós estabelecemos na PEC que, após 3 anos de publicação da emenda constitucional, os partidos já existentes terão também que constituir um mínimo de filiação para manter a sua personalidade jurídica. Se não constituírem as filiações nesse prazo, terão o seu estatuto e o seu registro cassados, porque não dá para continuar da forma como está, em que os partidos não são democráticos, mas têm donos, e funcionam de forma provisória ad aeternum.

Assim, não existe democracia. Depois querem falar em financiamento público de campanha. Eles querem colocar dinheiro público de campanha nos partidos que têm donos. Ora, isso é inadmissível!

Portanto, após a aprovação dessas PECs, aí, sim, nós vamos discutir a reforma política.

Sr. Presidente, nós fizemos parte da Comissão Especial da Reforma Política e apresentamos alguns itens que foram consenso ou maioria. Ficou estabelecido, então, que também vai tramitar nesta Casa a PEC 352, de 2013, que trata da reforma política. Ela visa tornar o voto facultativo, uma discussão importante que temos que fazer. Outro dispositivo da PEC é unificar em 6 meses o prazo de filiação, que hoje é de 1 ano, para dar condição de elegibilidade, proibindo qualquer distinção entre prazos de filiação. Hoje, cada categoria tem um prazo diferente. Os militares da ativa, por exemplo, agora, na época da eleição, na véspera das convenções, é que vão se desincompatibilizar. Outros têm que se desincompatibilizar 6 meses, 3 meses, 4 meses antes das eleições. Essa PEC estabelece um prazo igual para todos, para que tenham o mesmo prazo para filiação e para realmente decidirem ser candidatos a qualquer cargo eletivo.

Da mesma forma, essa PEC trata, Sr. Presidente, do fim da reeleição. Nós precisamos urgentemente acabar com a reeleição no Brasil. É inadmissível os governantes ganharem a eleição e, no dia seguinte, em vez de fazerem o seu trabalho, cumprirem aquilo que prometeram, não, já começam a fazer campanha para a reeleição.

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Portanto, temos que acabar com a reeleição, como está previsto, inclusive, na PEC que nós aprovamos nessa Comissão Especial e que está vindo para o plenário. Evidentemente, ela só vai vigorar a partir de 2018, mas é muito importante que possamos aprová-la imediatamente.

É evidente, também, que, com o fim da reeleição, nós vamos ter que unificar as datas das eleições: o mandato de Prefeitos, em 2016, terá a duração de 2 anos, para que possamos fazer a coincidência de mandatos. A partir daí, haverá eleição de 4 em 4 anos.

Não dá para haver eleição de 2 em 2 anos, até porque - por isso é que eu coloquei a PEC aqui antes -, se se quer disputar o mandato de Governador, de Senador, que se renuncie ao mandato, porque V.Exa. sabe que, a cada período de 2 anos, a Casa para por causa da eleição municipal. Então, nós temos que unificar as datas, para termos eleição de 4 em 4 anos para todos os cargos e acabar com a reeleição.

Evidentemente, com o fim da reeleição, nós temos que discutir a prorrogação do mandato do Poder Executivo para 5 anos, porque 4 anos é muito pouco para um mandato só; é pouco tempo para constituir e fazer um governo de qualidade.

Da mesma forma, nós estamos aqui colocando na PEC também, Sr. Presidente, a cláusula de barreira, que é fundamental. Por que nós temos 33 partidos neste País? Muitos desses partidos não têm representação nenhuma - não têm Deputado, não têm nada -, mas são constituídos por causa do tempo de televisão e por causa do Fundo Partidário. Aí, chega a época da eleição, há o interesse de negociar tempo de televisão. Portanto, temos que colocar a cláusula de barreira: só podem receber recursos do Fundo Partidário e só têm direito a tempo de televisão os partidos que tenham representatividade de, pelo menos, 5% da bancada da Câmara Federal - o que é muito pouco, inclusive para que possam receber recursos do Fundo Partidário.

Essa PEC que nós estamos apresentando, Sr. Presidente, determina que isso vai ser gradativo: não são 5% de uma vez; serão 3% na primeira eleição; depois passa para 4%; e, depois, para 5%, para que haja realmente partidos fortalecidos. Hoje, os partidos praticamente não são conhecidos: o estatuto é a mesma coisa, o programa é o mesmo, não há distinção entre eles. As pessoas, quando querem criar um partido, vão à Internet e copiam o estatuto de um partido já existente, e as pessoas se filiam sem saber exatamente qual é o programa do partido que está sendo criado.

Da mesma forma, nós precisamos discutir muito aqui a questão do financiamento de campanha. O Supremo está resolvendo a questão do financiamento privado, interpretando a lei no sentido de que é proibido as empresas doarem recursos, financiarem campanhas dos Parlamentares, dos candidatos. A proposta da PEC é que o dinheiro

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das empresas só possa ser doado aos partidos, mas eu mesmo acho que, votando a reforma partidária, democratizando realmente os partidos políticos, aí, sim, nós podemos discutir lista, podemos discutir financiamento, mas é inadmissível falar em financiamento público da forma como é hoje, em que os partidos têm dono.

Sr. Presidente, eu não vou destrinchar a PEC, porque é muita coisa e eu sei que V.Exa. e a Deputada Erika ainda querem falar. Eu vou encerrar meu pronunciamento, até porque este tema de que estou tratando será, a partir de hoje, prioridade nossa, para que nós possamos, de fato, fazer uma grande reforma partidária, política e eleitoral neste País e ver se conseguimos diminuir a corrupção no Brasil.

Era isso, Sr. Presidente. Peço a V.Exa. que divulgue este pronunciamento nos meios de comunicação da Casa, em especial no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Domingos Dutra) - Obrigado, Deputado Izalci. O pedido de V.Exa. está deferido.

Solicito a V.Exa. que assuma a Presidência dos trabalhos para eu poder usar da palavra.

Documento 9/27

151.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

26/05/2014-17:15

Publ.: DCD - 27/05/2014 -

36 IZALCI-PSDB -DF

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMUNICAÇÕES PARLAMENTARES

COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Perplexidade diante da constatação de o prédio da Prefeitura Municipal de

Guarulhos, Estado de São Paulo, ser a origem dos ataques caluniosos e

difamatórios desfechados contra o Senador Aécio Neves por meio das redes

sociais. Superfaturamento das obras de reforma do Estádio Nacional de

Brasília Mané Garrincha, na Administração Agnelo Queiroz. Expectativa de

início dos trabalhos da CPMI destinada à investigação de denúncias de

irregularidades na PETROBRAS. Urgente realização da reforma política,

partidária e eleitoral no País. Obrigatoriedade de renúncia ao mandato eletivo

pelo Parlamentar optante de cargo no Poder Executivo, em âmbito municipal,

estadual ou federal, e de proibição de financiamento de campanhas políticas

por empresas privadas, como pontos básicos da reforma.

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O SR. IZALCI (PSDB-DF e como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero inicialmente utilizar do tempo da Minoria; depois, farei uso do tempo de Comunicações Parlamentares.

Sras. e Srs. Deputados, quero aqui manifestar minha indignação diante do que está ocorrendo na Prefeitura de Guarulhos, São Paulo. Eu não sei se é uma estratégia do Partido dos Trabalhadores ou se eles aprenderam a lição aqui no Distrito Federal, mas o certo é que a Prefeitura de Guarulhos está aqui na Folha de S.Paulo. Portanto, foi a Folha de S.Paulo que identificou e apurou a questão das pessoas contratadas da Prefeitura, que vêm utilizando equipamentos da Prefeitura e atacando o nosso Senador Aécio Neves nas redes sociais. Isso feito com dinheiro público, utilizando-se equipamentos daquela Prefeitura, que o PT tem há 14 anos.

Foi mais ou menos o que aconteceu no DF. No Distrito Federal, o Governador Agnelo utilizou uma empresa de comunicação e contratou pessoas para entrarem na Internet e fiscalizarem a Oposição, invadindo, inclusive, informações que seriam pessoais, criando, assim, mecanismos de constrangimento, calúnia, denúncia contra a Oposição aqui no DF.

O que aconteceu agora em Guarulhos foi exatamente a mesma coisa. Criaram uma página na Internet, passando pelo Twitter, pelo Facebook, com perfis falsos. Criaram um perfil falso do Senador Aécio, e começaram a criticá-lo nas redes sociais, com calúnia e difamação. O Senador entrou na Justiça, e agora a Justiça determinou que se apurassem os IPs de onde estariam vindo essas colocações.

Aí a Folha de S.Paulo, então, juntamente com... Porque o juiz também deu uma decisão para que o UOL, o Grupo Folha, a Microsoft, a Tim, a Telefônica fornecessem o CPF ou o CNPJ com nomes e endereços dos clientes que foram listados. Foi aí então que foi feito esse cruzamento, e foi identificada então a Prefeitura de Guarulhos. Inclusive a funcionária da Prefeitura, Nataly Diniz, usou também a estrutura daquela administração para fazer essas calúnias.

A Secretaria de Comunicação da Prefeitura, através da identificação do IP vinculado à agência de propaganda - a mesma coisa: a agência de propaganda é a PG Comunicação -,identificou que estariam saindo da Prefeitura, realmente, essas páginas contra o Senador Aécio Neves. A Folha conseguiu contato. Lucas Nunes Pereira também é outro de Juiz de Fora, que diz inclusive o contrário; diz que postou uma mensagem a favor de Aécio, e que foi publicado o contrário.

Então, a Justiça está acompanhando o caso. Espero que isso não ocorra mais. De qualquer forma, parece que é uma estratégia para colocar medo na população, postando agressões covardes. Isso foi

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feito na Prefeitura de Guarulhos! É muito importante que a população fique atenta a isso que está acontecendo com a assessoria da Presidenta Dilma.

Sr. Presidente, ainda falando no espaço da Liderança, lembro que, por diversas vezes, eu coloquei aqui sobre o superfaturamento do Estádio Mané Garrincha. Eu disse também que um dos motivos para que o GDF não pegasse 400 milhões do BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento era exatamente para não ser fiscalizado pelo Tribunal de Contas da União.

O jornal O Globo, nesse fim de semana, fez uma reportagem sobre o superfaturamento do Mané Garrincha. Ele coloca que o Tribunal de Contas do Distrito Federal apontou um superfaturamento de 431 milhões de reais. Mas não é sobre isso que eu quero falar; quero falar sobre a Controladoria-Geral da União - CGU.

A CGU, que é um órgão do Governo Federal, iniciou um processo de auditoria nas primeiras planilhas do Estádio Mané Garrincha, tendo encontrado preços unitários bem acima dos de mercado. De uma amostra de 383 milhões, os auditores constataram que havia um sobrepreço de 43 milhões sobre aquela primeira amostra, ou seja, 11,2% do montante. Depois, ela fez outra avaliação, constatando o superfaturamento. Só que a CGU foi excluída, tendo parado o monitoramento das obras por pressão política, segundo artigo do jornal O Globo. A CGU diz, oficialmente, ter sobrestado o trabalho porque ele não é competência da CGU, haja vista que o GDF utilizou 100% de recursos próprios, que poderiam ser investidos em educação, saúde, segurança. Mas, não. O GDF preferiu abrir mão dos 400 milhões que poderia ter pegado do BNDES, para utilizar dinheiro próprio do GDF. Aliás, do GDF, não; da população de Brasília!

Está aí nos jornais: no Condomínio Pôr do Sol, 130 mil pessoas estão sem esgoto, sem asfalto, sem água, sem luz. Os 400 milhões de reais do BNDES poderiam ter sido gastos nas obras do estádio, e poderiam ter sido revertidos esses outros 400 milhões para dar infraestrutura a essa população carente que nos merece o respeito porque também paga os seus impostos. No entanto, ela está lá sem água, sem luz, sem asfalto, sem esgoto, em detrimento de um estádio, de um elefante branco que vai custar mais de 2 bilhões para a comunidade!

Sr. Presidente, quero aqui aproveitar este tempo das Comunicações Parlamentares para fazer também uma reflexão sobre a CPMI.

Amanhã, haverá uma nova reunião do Congresso Nacional. Amanhã é o último prazo - não para os partidos, porque para os partidos o prazo já venceu. Os partidos esperaram e o prazo regimental venceu. O Presidente do Congresso Nacional e Presidente do Senado também está esperando o último minuto do prazo regimental para indicar os

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representantes daqueles partidos que não indicaram ainda, para, então, começarmos os trabalhos da CPMI. Essa, sim, deverá passar a limpo a questão da PETROBRAS.

Sr. Presidente, eu tive a oportunidade de acompanhar, não só lendo as notas taquigráficas, mas acompanhando um pouquinho a CPI do Senado, a CPI chamada de chapa-branca. É mesmo chapa-branca; basta ver a última audiência, em que estava o ex-diretor Nestor, que foi promovido a diretor da BR Distribuidora. Estavam lá o Presidente da Comissão, o Relator e uma Senadora; o resto estava vazio. Eu ouvi os discursos da Senadora, discursos absurdos! Acho que as pessoas não entendem exatamente qual é o papel da CPI. Pelo menos, pelo que eu vi na TV Senado, parece-me que eles foram convocados para defender o Governo, e não para apurar exatamente o que aconteceu na PETROBRAS. Acho, inclusive, que quem foi abastecido por recursos de campanha das empresas citadas na operação deveria se tornar impedido. É o óbvio. Não dá para você participar de uma CPI quando você está relacionado a empresas que estão sendo apuradas. E está acontecendo isso. Eu espero que na CPMI isso não ocorra. Nós faremos uma questão de ordem nesse sentido, porque há muitos Parlamentares - Senadores, Senadoras e Deputados - que receberam recursos dessas empresas na sua campanha.

Não estou aqui acusando, até porque é normal isso. Mais de cem Parlamentares receberam contribuições dessas empresas, dessas empreiteiras que estão sendo verificadas. O que os Parlamentares precisam entender é que eles estão participando dessa CPI para apurar os fatos e não simplesmente para acusar ou para defender determinadas posições.

O que está muito claro - e nem começou ainda a CPMI - são os bilhões de desvios públicos na PETROBRAS - bilhões! Não estou falando de milhões, não.

A revista Época desse final de semana noticia que teve acesso aos 32 pendrives que foram encontrados na casa e no escritório do doleiro. Já está aí uma coisa que não estava até ontem, até o final de semana: foi constituída uma empresa especificamente para receber 1,25% de comissão só de aluguel dos navios da PETROBRAS. Foi feito um repasse para essa empresa de mais de 6 milhões, ditos como comissão. O dono da empresa, que é um piloto de helicóptero que prestava serviço para a PETROBRAS, disse: "Eu criei uma empresa, apresentei essa empresa para a PETROBRAS e estou recebendo esses milhões". Só que, na prática, no pendrive, a planilha que foi encontrada é de uma prestação de contas ao Paulo Roberto Costa. A única e exclusiva receita dessa empresa foi o pagamento da comissão dessa empresa dinamarquesa que aluga navios para a PETROBRAS. Aí, ele, ironicamente - ou hipocritamente, não sei; porque ele joga buraco com o Paulo Roberto Costa, e era para mandar uma planilha de

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quem ganhou no jogo de buraco - pode ter mandado enganado a planilha das comissões, que ultrapassa 6 milhões de reais. Mas 6 milhões nessa operação é troco. Isso é troco, porque o que tem aí...

Nós temos empreiteiras que repassaram diretamente - indiretamente também - mais de 30 milhões para uma empresa de fachada, empresa que não existe: a MO Consultoria.

Era exatamente esse o esquema adotado da PETROBRAS. A empreiteira repassa para uma empresa de consultoria fictícia, fantasma, para que essa empresa, então, repasse as propinas para quem o doleiro indica, ou o Paulo Roberto Costa indica.

Outras empreiteiras acharam por bem, em vez de repassar o recurso diretamente, repassá-lo indiretamente. Aí repassam o recurso para uma terceirizada, e essa terceirizada repassa o recurso para as empresas de consultoria e de assessoria, que só fazem receber esses recursos. Afinal, são empresas de fachada.

E aí, evidentemente, toda a vez que o Congresso Nacional começa a apurar qualquer coisa que diga respeito a empreiteiras, as coisas morrem. Como morreram aqui várias coisas: operação não sei o que de areia; depois, Cachoeira, Delta, etc. E agora vem essa Operação Lava-Jato, que envolve um doleiro e a PETROBRAS.

Então, Sr. Presidente, é muita coisa, é muito recurso que foi desviado, o que nós precisamos, de fato, verificar.

Mas fica muito claro, claríssimo, que esta Casa não pode, Sr. Presidente... E vou fazer isto: se eu for a reeleição, e se eu for reeleito, vou colocar como prioridade do meu mandato a questão das reformas política, partidária e eleitoral. É inadmissível continuar da forma como está!

Na prática, os contratos feitos com a PETROBRAS - porque essas empreiteiras fazem contatos - ficam em aberto para receberem diversos aditivos. Mesmo porque contratam as empreiteiras sem sequer terem um projeto básico. Durante a execução é que se faz projeto. E aí modificam o projeto, alteram completamente os custos, e aí vêm os aditivos. Então, são várias empresas com 40, 50 aditivos, com um contrato em que o preço inicial avaliado em 2 ou 3 bilhões vai para 20, vai para 40 bilhões, e na maior naturalidade.

Portanto, isso é feito exatamente para dar flexibilidade, para se ter mais aditivos e, consequentemente, superfaturar e poder repassar recursos para financiamento de campanha. Só que o que acontece é que esse financiamento de campanha já virou rotina. Não é só na época de campanha; isso é feito todos os anos. Basta ver agora, por exemplo. Se vocês pegarem os recursos de 2011 - em 2012 teve eleição; mas

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em 2011 e 2013 não teve -, se vocês pegarem as doações para o Partido dos Trabalhadores, verão que foram quase 100 milhões de reais que essas empresas doaram em 2013, que não foi época de campanha. Outros partidos também receberam. Mas muitos não receberam nada nesse período em que não houve eleições.

Na prática, o que tem que ficar muito claro e o que a gente precisa realmente fazer para resolver essa questão é acabar de vez com o financiamento de empresas. Empresa não tem cidadania. Empresa não pode definir quem se elege ou não se elege. Não dá para continuar com o poder econômico definindo quem vem para o Senado e para a Câmara, para representar o povo. E é o que está acontecendo. Quem tem poder econômico é quem está prevalecendo aqui nesta Casa. E, aí, o que acontece? Os Parlamentares - grande parte; não digo todos, evidentemente -, muitos Parlamentares realmente ficam obrigados a dar a contrapartida daquilo que recebem para campanha. O próprio Governo, na campanha majoritária, é abastecido por essas grandes empresas. E fica claro, fica evidente que o financiamento é quase automático. Você recebe o financiamento, e, logo em seguida, vêm as grandes obras. Então isso virou rotina. Mas não podemos deixar que continue dessa forma.

Portanto, é necessário, sim, que em 2015 nós possamos, no primeiro ano da nova legislatura e com o respaldo, evidentemente, do próximo Presidente da República, fazer uma grande reforma política, uma reforma partidária. Eu já falei aqui de algumas PECs que estão tramitando aqui, como por exemplo, a da proibição de Parlamentares participarem do Executivo sem a renúncia, porque ficam, de certa forma, impedidos, praticamente, de fiscalizar o Executivo. Precisamos democratizar também os partidos. Os partidos não podem continuar tendo donos, que, com uma canetada, mudam tudo. Nós precisamos colocar, realmente, como nossa prioridade, do Parlamento, a reforma política em 2015.

Era isso, Sr. Presidente. Peço a V.Exa. que divulgue este pronunciamento pelos meios de comunicação, em especial no programa A Voz do Brasil.

O SR. PRESIDENTE (Professor Setimo) - Será feita, nos órgãos oficiais da Câmara, a publicação.

Documento 10/27

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207.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

05/08/2014-16:06

Publ.: DCD - 06/08/2014 -

93 MAGELA-PT -DF

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Conveniência da reforma política.

O SR. MAGELA (PT-DF. Sem revisão do orador.) - Exmo. Sr. Presidente Inocêncio, meus cumprimentos.

Sras. e Srs. Deputados, venho à tribuna neste dia para tratar de um assunto que considero da maior relevância para o Brasil e que certamente será debatido neste momento em que estamos em processo e em período eleitoral, mas deve ser objeto de atenção de toda a sociedade, que é a necessidade de promovermos uma profunda reforma política.

A Presidenta Dilma, há cerca de 1 ano, propôs a realização de plebiscito para que pudéssemos apreciar ou submeter ao crivo da população brasileira alguns itens: especialmente o voto em lista; a possibilidade de termos um financiamento de campanha feito exclusivamente com recursos públicos, dentre outros assuntos.

Venho defender que nós precisamos dialogar com a sociedade, ouvir o que a população quer para essa reforma política. Considero que um dos itens mais importantes é garantir que a sociedade, a população, os eleitores possam ampliar sua participação na política brasileira.

E a forma de fazer isso é instituirmos consultas, especialmente através de plebiscito, para que a sociedade decida, junto com a classe política, o que é melhor para o Brasil.

Nós tivemos alguns exemplos recentes na história do Brasil quando submetemos o regime de governo - parlamentarismo, presidencialismo ou monarquia - à consulta da população, e a população, de forma soberana, disse que queria manter o regime presidencialista. Da mesma forma, algum tempo depois, foi submetida à população a consulta sobre promovermos a proibição do porte de armas ao cidadão, às pessoas que não trabalham diretamente com segurança. De novo, de forma soberana, a população decidiu que não havia, naquele momento, razão para proibir o porte de arma a pessoas que não trabalham com segurança.

Isso é uma demonstração de maturidade da população.

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Independentemente da opinião que nós tenhamos sobre esses assuntos, temos que reconhecer que, quando a população é convocada a decidir, a opinar, o faz de forma soberana, consciente. É assim que nós temos que fazer: aprofundar os métodos e as formas de participação da sociedade brasileira nas decisões políticas. Ampliar as possibilidades de consulta, através dos plebiscitos, é um dos objetivos da reforma política, na nossa opinião.

Da mesma forma, considero, Sr. Presidente, que um dos itens para o aprimoramento da política no Brasil é o estabelecimento do voto facultativo. Particularmente, defendo que todas as pessoas que tenham mais de 16 anos possam e devem votar, mas que façam isso por convicção, por clareza da importância de participar da política e não por obrigação, não por terem suprimidos os direitos ou por terem que pagar multas em função do não comparecerem à cabine de votação no dia das eleições. Efetivamente, o que nós temos no Brasil é a obrigação do comparecimento à cabine de votação. O cidadão, o eleitor pode ir à cabine de votação, votar em branco, anular o seu voto ou escolher um candidato. Então, não há obrigação absoluta de votar, há a obrigação do comparecimento.

E, pior, nós temos dois segmentos, duas parcelas etárias da população que têm direito ao voto facultativo. Aqueles que têm entre 16 e 18 anos e os que têm mais de 70 anos já têm a faculdade de escolher se votam ou não votam. É estranho isso, porque duas parcelas da população eleitora podem escolher se votam ou não votam, e os demais são obrigados a comparecer no dia da votação, sob pena de pagarem multa ou de terem direitos suprimidos.

É importante estabelecermos aqui, com muita clareza, que esta discussão não se resume ao período eleitoral. Eu mesmo já propus uma emenda à Constituição estabelecendo o voto facultativo. Também propus a realização de um plebiscito para que a população possa, soberanamente, decidir se quer manter o voto obrigatório ou se quer estabelecer o voto facultativo no Brasil.

É preciso que se diga, Sr. Presidente, que nas democracias consolidadas e históricas, nos países mais desenvolvidos economicamente, há a tradição do voto facultativo, e não há questionamento sobre a legitimidade dos eleitos nem sobre o sistema político desses países.

No Brasil, há o discurso, que considero ultrapassado, de que o povo brasileiro, ao ser obrigado a votar, estaria exercitando a democracia e amadurecendo a possibilidade de participação cidadã. Considero esse argumento absolutamente equivocado. É exatamente o contrário. Considero que a democracia só se aprimorará com o estabelecimento do direito de as pessoas escolherem se querem ou não ir à seção de votação, se querem ou não votar.

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O voto facultativo possibilita que o cidadão escolha com mais clareza, com mais convicção e com mais informação, portanto, com melhor qualidade o voto que vai dar numa eleição. Ora, se nós precisamos primeiro decidir em quem queremos votar e, depois, decidir em quem votar, certamente nós vamos ter um voto mais bem qualificado, um voto que vai aprimorar a democracia e o sistema político brasileiro.

Portanto, Sr. Presidente, estou enfileirado com a nossa Presidenta Dilma na defesa de uma reforma política profunda neste País, uma reforma política que aprimore o nosso sistema partidário, que aprimore o sistema de financiamento dos partidos e das eleições, mas, sobretudo, que garanta ao cidadão eleitor o direito de participar da vida política através de plebiscitos, através de referendos, através de consultas, mas fundamentalmente estabelecendo se quer ou não votar.

Como eu disse, eu defendo que todos votem, mas votem porque querem votar, votem por consciência da importância da participação política na vida do seu País, não por terem que pagar alguns reais de multa se não comparecerem à votação.

Quero aproveitar para fazer um convite, uma convocação a todos os brasileiros e brasileiras, para que participem do plebiscito que os movimentos sociais vão realizar no início de setembro, quando a reforma política, especialmente a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva para fazer a reforma política, poderá ser debatida com a sociedade.

Nós queremos que, com esse plebiscito, a população possa, no meio do período eleitoral, dizer aos candidatos, aos partidos, à sociedade como um todo, que quer fazer a reforma política, que quer um novo marco político eleitoral neste País.

Este plebiscito, que é convocado, realizado e organizado por diversas entidades dos movimentos sociais, tem no Partido dos Trabalhadores um apoio incondicional. Nós vamos apoiar a realização deste plebiscito. Chamamos os demais partidos, chamamos as entidades dos movimentos sociais que ainda não participam a dialogarem com a sociedade, com a população, com os eleitores, com os trabalhadores, o que é melhor para a reforma política.

Como nós achamos que o Congresso Nacional terá de enfrentar este tema, mas que há resistências, nós estamos propondo a convocação de uma Assembleia Nacional, uma Assembleia Constituinte exclusiva para fazer a reforma política.

Portanto, Sr. Presidente, quero reiterar aqui o meu apoio à nossa Presidenta Dilma nessa luta pela realização da reforma política. A Presidenta teve a coragem de propor ao Congresso Nacional medidas para o aprimoramento da política brasileira. Não tivemos condições de

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fazer avançar essas propostas neste ano eleitoral, mas eu não tenho dúvida de que a nossa Presidenta, agora também candidata à reeleição, terá um novo mandato. Nós teremos aqui Deputados Federais e Senadores que poderão avançar nesse debate, mas nós queremos também dialogar a possibilidade de realizar uma Assembleia Constituinte exclusiva para fazer esta reforma.

E que possamos dar ao Brasil condições de avançar e aprimorar nosso sistema político, nosso sistema eleitoral, nosso sistema partidário, porque a população assim está a exigir de nós. É nossa obrigação responder a esses anseios que vêm das ruas. É nosso dever responder à população, responder à sociedade brasileira com ações concretas. E essas ações devem vir no sentido de fortalecer o instrumento do plebiscito e o estabelecimento do voto facultativo no Brasil.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 11/27

219.4.54.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

03/09/2014-15:12

Publ.: DCD - 04/09/2014

- 104 LEONARDO PICCIANI-PMDB -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS

GRANDE EXPEDIENTE GRANDE EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Redução da criminalidade e avanços econômicos no Estado do Rio de Janeiro

proporcionados pelos Governos Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Perda

de credibilidade da política econômica do Governo Dilma Rousseff. Defesa da

implantação do voto facultativo no País. Expectativa de realização das

reformas tributária e financeira pelo Congresso Nacional na próxima

legislatura, com aumento de recursos para a área da educação.

O SR. LEONARDO PICCIANI (PMDB-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Deputado Luiz Couto, Sras. e Srs. Deputados, eu agradeço a V.Exa. a gentileza e agradeço ao Deputado Domingos Dutra a deferência, aceitando trocar comigo.

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Eu quero aproveitar o espaço de hoje do Grande Expediente - no momento em que se aproximam as eleições, no momento em que a população brasileira vai fazer a sua reflexão sobre o nosso País, sobre os nossos Estados e vai tomar a decisão soberana do que deseja para o futuro - para também fazer uma reflexão sobre o meu Estado, o Rio de Janeiro, e sobre o nosso País.

Sr. Presidente, o Estado do Rio de Janeiro, a segunda economia do País, o terceiro em população do Brasil, viveu décadas de esvaziamento econômico, décadas de crescimento vertiginoso da criminalidade, do tráfico de drogas, da tomada de territórios tanto por traficantes armados quanto por milicianos armados. E esse processo começou a ser revertido há pouco mais de 7 anos, quando o nosso partido, o PMDB, com o Governador Sérgio Cabral, com o Vice-Governador Luiz Fernando Pezão, assumiu o Governo.

O Governador Sérgio Cabral promoveu uma reestruturação no Rio de Janeiro, fazendo com que o Estado voltasse a dialogar com a Federação. Acabou a história de que Governador de um partido perseguia Prefeitos de outros partidos. Institucionalizou a administração do Estado do Rio de Janeiro. E isso permitiu, Deputado Bolsonaro, que o Estado do Rio de Janeiro retomasse seu desenvolvimento econômico.

Paralelamente a isso, iniciou-se a política de pacificação. Já se somam 38 Unidades de Polícia Pacificadora.

E vai se cumprir a meta. Havia uma meta de implantação de 40 UPPs. Já tem 38. Em breve terão as 40 UPPs. Ainda é pouco. Falta agora levar a pacificação a muitas regiões do nosso Estado, a muitas comunidades, a muitos bairros. Mas o processo iniciou-se. Demonstrou-se que o Estado pode estar no comando e assumir o controle daquele território. É evidente que o caminho é longo, falta muita coisa que não se resolve só com a presença da polícia. É preciso muito mais do que isso.

É importante lembrar que, antes, nas comunidades como o Alemão, Rocinha, Maré e Mangueirinha, na Baixada Fluminense, o professor não entrava, porque o bandido não deixava; a limpeza urbana não entrava, porque o bandido armado não permitia. Acontecia, Sr. Presidente, Deputado Luiz Couto, de cidadãos serem impedidos de voltar para suas casas porque os marginais diziam: "Essa casa não pertence mais a essa ou àquela família". Se tivesse naquela comunidade uma moça bonita, e o traficante quisesse ser namorado da moça, ele ia lá e a obrigava. E o pai, ou a família, se reagisse, ou era morto ou levava tapa na cara. Isso a UPP tem acabado, tem conseguido botar ordem, tem conseguido dar um sopro de esperança à nossa população.

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A média de homicídios nas comunidades pacificadas caiu, e muito. No início do nosso Governo, Deputado Jair Bolsonaro, eram 44 homicídios para cada 100 mil habitantes. Hoje, no Rio de Janeiro, são 26 homicídios para cada 100 mil habitantes. É um número ainda grande, mas bem menor do que era. Nas UPPs são 8,6. Existem comunidades que há 3 anos, 4 anos, não têm homicídios, como é o caso da comunidade Dona Marta, onde foi implantada a primeira Unidade de Polícia Pacificadora.

Então, o Rio de Janeiro vai refletir nesta eleição sobre este momento, se deseja seguir em frente ou voltar ao passado, ao fundo do poço.

O Rio de Janeiro avançou como economia. Hoje, a economia do Estado do Rio de Janeiro cresce mais do que a do Brasil. Cresce a taxas maiores do que as taxas brasileiras. O Estado tem mais emprego do que a média nacional. Tem desafios e importante calendário pela frente. Terá a realização das Olimpíadas de 2016. Essas Olimpíadas possibilitaram um grande volume de investimentos públicos para o nosso Estado e para a cidade do Rio de Janeiro, fantásticas obras de mobilidade urbana, algumas ainda em andamento. E tenho a convicção de que, quando estiverem concluídas, serão fundamentais para o futuro e para a qualidade de vida da população do nosso Estado e da nossa capital, a nossa cidade do Rio de Janeiro.

Então, Sr. Presidente, esta reflexão é a que cada cidadão deve fazer de consciência livre, ouvindo, informando-se, reivindicando, participando do processo. É fundamental a participação popular, a participação democrática de todos neste momento, para que a gente possa escolher um futuro ainda melhor, um futuro de mais mudanças, um futuro de mais avanços.

No Brasil, a mesma coisa. O Brasil viveu, primeiro, a época do Presidente Fernando Henrique Cardoso - e é importante que nós possamos reconhecer isso -, viveu a concretização da estabilidade da moeda, algo fundamental para que o trabalhador brasileiro pudesse ter uma qualidade de vida melhor. Viveu a plena democracia, o período mais democrático da história recente do nosso País. Depois, com o Presidente Lula - e é importante que a gente reconheça também -, houve avanços sociais. Manteve-se a matriz da macroeconomia, da estabilidade da moeda; não se botou a perder a estabilidade da moeda e se avançou no social. Mas o fato é que, nos últimos anos, no Governo da Presidente Dilma, o Brasil não avançou. O Brasil deixou de crescer a taxas elevadas. Cresceu mais de 7% em 2010, e este ano o crescimento é de apenas 1%. Se nós levarmos em consideração, Deputado Maldaner, que a população brasileira cresce mais de 2% ao ano, um crescimento do PIB de 1% significa que o Brasil está ficando mais pobre, que cada brasileiro está ficando mais pobre. E por isso o aumento da desesperança, o aumento das contestações e o desejo de mudança, que está implícito quando vemos as pesquisas com a ampla

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maioria da população brasileira.

Isso se deve à incapacidade que o Governo atual teve de gerir o País no momento de maior dificuldade, no momento em que o cenário não era favorável, em que não havia céu de brigadeiro.

No momento em que era preciso ter gestão, em que era preciso ter austeridade, em que era preciso ter a capacidade de unir politicamente o País e de acertar o caminho da economia, o atual Governo e a Presidente da República demonstraram-se incapazes de fazer essa tarefa.

E é por isso que o povo brasileiro tem manifestado nas pesquisas - a todos nós, quando vamos às ruas e conversamos - o desejo de mudança, o desejo de voltar a ter esperança, de voltar a fazer o País crescer e de voltar a ter credibilidade. Está faltando ao Governo brasileiro credibilidade, Deputado Amir Lando; está faltando ao Governo brasileiro a capacidade de demonstrar aos agentes econômicos que o País pode avançar.

A contabilidade que o Governo utiliza tira toda a credibilidade. O Brasil vem sendo rebaixado nos rankings de investimento, e isso é absolutamente danoso para o nosso País. E o mais grave: nós estamos cada vez mais desindustrializando o nosso País.

A nossa indústria sofre, a cada dia, com uma carga tributária escorchante, com falta de competitividade, com falta de incentivo e de transparência no futuro econômico do País. Por isso, é preciso mudar, escolher um novo caminho, e que seja um caminho seguro.

A gente tem que prestar muita atenção, neste momento, nas propostas que estão sendo feitas. Não se resolve o problema do Brasil também só com discurso, é preciso ação, dizer o que vai fazer e demonstrar que é possível fazer daquela forma.

É preciso dar nome aos bois. É preciso, com a máxima e absoluta transparência, demonstrar ao povo brasileiro qual será o caminho do futuro do nosso País, como vamos resolver a desindustrialização, a falta de credibilidade econômica, o crescimento da inflação - a inflação que ameaça, a cada dia, o salário do nosso trabalhador, da nossa trabalhadora.

Eu pergunto ao telespectador da TV Câmara, que nos acompanha, se ele consegue hoje, com o mesmo salário que recebia 2 ou 3 meses atrás, entrar num supermercado e fazer as mesmas compras; contratar ou utilizar os mesmos serviços. Eu pergunto às mulheres que nos assistem, Deputado Amir Lando, se conseguem manter a frequência de ir ao salão de beleza, ao cabeleireiro, como faziam antes. Algumas iam uma vez por semana e agora estão indo a cada 15 dias; aquelas que

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iam a cada 15 dias estão indo uma vez por mês.

Isso é a inflação, que corrói o salário do trabalho brasileiro, e é uma ameaça real que volta a cada dia. E o Governo tem-se mostrado incapaz e leniente no enfrentamento dessa situação.

Eu aproveito este espaço do Grande Expediente da Câmara dos Deputados para dizer que pensar o Brasil e refletir sobre o Brasil é tarefa que todos os brasileiros têm neste momento. Devemos nos manifestar e participar deste processo.

Na reforma política, eu defendo o voto facultativo. Eu acho que o voto deve ser facultativo: deve votar quem deseja votar. No entanto, eu defendo que as pessoas participem, porque só com a participação e com a presença de todos é que saberemos, de fato, escolher o melhor.

A sabedoria popular sempre acerta o caminho, a nossa sabedoria coletiva, popular, a sabedoria da nossa gente é muito mais inteligente do que a de qualquer um, individualmente. E, com a participação de todos, ela sempre acerta.

Eu sempre rejeito aqueles que dizem que a população não sabe votar. Isso é conversa fiada! O povo sabe votar, e é por isso que escolhe certo para cada momento. É preciso fazer a escolha certa a cada momento. É preciso que o próximo Congresso que vai estar aqui tenha o compromisso de fazer as reformas de que o Brasil precisa: a reforma tributária e a reforma financeira.

A reforma tributária é, em resumo, necessária para diminuir a carga tributária. Hoje, cada brasileiro tem que trabalhar mais de 4 meses para pagar os impostos. Nós precisamos reduzir isso. A reforma financeira é fundamental para reduzir os juros, para que a indústria volte a crescer. A indústria, voltando a crescer, os empregos também voltarão a crescer. Não estou falando de subempregos, mas de empregos de qualidade, de melhores salários, de melhor capacitação.

Aliado a isso, tem que haver educação, têm que vir os investimentos maciços em educação, para que haja igualdade no ponto de chegada e, sobretudo, para que o ponto de partida também seja igual. É muito fácil cobrar igualdade na chegada, mas, para se cobrar igualdade na chegada, é preciso que o ponto de partida seja igual.

A verdade é que hoje alguns largam muito à frente dos outros. Alguns têm muitas oportunidades, enquanto outros têm muitas dificuldades. Aí, os que se esforçam, mesmo com o talento e o esforço que possuem, necessitam superar muitos obstáculos.

Eu acredito que o Brasil será um País igual quando nós conseguirmos dar a todos condições iguais de educação, para que o filho da

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trabalhadora ou do trabalhador possa ter a mesma formação daqueles que podem financiar e pagar a sua educação. Acho que só assim nós chegaremos à Nação que verdadeiramente queremos: com mais igualdade, mais oportunidade e mais qualidade de vida.

Eu quero agradecer a atenção aos nossos Deputados e às nossas Deputadas. Quero agradecer àqueles que nos acompanham pela TV Câmara, lembrando que chegou o momento da mudança, chegou o momento para os meus conterrâneos fluminenses e cariocas do Rio de Janeiro. Chegou o momento de a gente pensar e comparar: como é o Rio de Janeiro hoje e como era o Rio de Janeiro de alguns anos atrás, quando havia baderna, bagunça e marginalidade. Agora há um caminho que vem dando certo e que pode ser ainda melhor, um caminho que está só começando.

Esta é a reflexão que eu peço aos meus conterrâneos do Rio de Janeiro, a reflexão sobre a necessidade de mudar o Brasil. Esta é a reflexão que peço aos brasileiros.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 12/27

235.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

28/10/2014-18:40

Publ.: DCD - 29/10/2014 -

107 DOMINGOS SÁVIO-PSDB -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS BREVES COMUNICAÇÕES COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Reflexões sobre o resultado da eleição presidencial. Compromisso do

Parlamentar por mudanças no País. Contradição do aceno da Presidenta da

República em favor da realização de reforma política, diante da obstrução do

PT, no Congresso Nacional, à apreciação da Proposta de Emenda

Constitucional nº 352, de 2013, que torna o voto facultativo, modifica o

sistema eleitoral e de coligações, e dá outras providências. Urgência na

votação, pela Casa, da nova Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO.

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O SR. DOMINGOS SÁVIO (PSDB-MG. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, colegas Deputados e Deputadas, retorno a esta tribuna após as eleições, ainda me recuperando de uma pequena cirurgia no joelho, mas seguramente pronto para a luta, pronto para o trabalho. Não parei praticamente nenhum dia, sequer algumas horas, dada a situação em que vive o nosso País. Embora tenha me submetido a uma cirurgia no joelho, continuei a minha luta como milhões e milhões de brasileiros, acreditando que é hora das mudanças de que este País precisa. E, é claro, não vou dissimular, não vou deixar de enfrentar a realidade que o resultado nos deixou - não só a mim, tenho absoluta convicção, mas a milhões de brasileiros - extremamente tristes. Mas, seguramente, não nos deixou derrotados. Temos a convicção de que saímos, sim, fortalecidos, especialmente em nossas convicções.

Essa foi uma eleição em que deparamos com a estrutura da máquina pública sendo usada de maneira oficial. Aliás, é algo surpreendente! Eu me lembro, por exemplo - foi marcante -, de ver a Presidente num debate, em cadeia nacional, praticamente com um dos maiores níveis de audiência, dizer "o meu Bolsa Família". Ora, o uso de programas de governo, o uso de programas pagos com o dinheiro público vem sendo, de maneira absolutamente clara, colocado como uma benesse partidária. E mais do que isso, existe toda uma estrutura para se dizer assim ao cidadão mais humilde. E isso me faz lembrar os tempos da ditadura, quando nós, ainda estudante, dizíamos: "Não vamos deixar que usem você como massa de manobra". Mas eis que isso volta a acontecer no Brasil.

Sobre o balanço eleitoral, não venho aqui chorar resultado. Pelo contrário, venho fazer a reflexão de que mais de 51 milhões de eleitores compreenderam, com clareza, que mudar não era simplesmente mudança de discurso, mas mudanças de prática, de postura. E mudança de governo, sim, porque não compareceram lá apenas para votar em Aécio Neves, mas foram lá para dizer "não" ao Governo que aí está. E, mais do que isso, quando verificamos, numa análise global de quase 150 milhões eleitores brasileiros, que tivemos a reeleição de um Governo com pouco mais de um terço do eleitorado.

Ninguém lutou como eu lutei - assim como milhões de brasileiros lutaram por mudanças - para se sair desse processo com o sentimento de derrota. Muito pelo contrário. Temos de sair disso com a convicção absoluta de que temos que continuar lutando por nossos sonhos.

Por isso, ainda que claudicante da cirurgia que fiz, mas com ideias firmes, sólidas, lúcidas, estou aqui de volta. Hoje, já estive na Comissão de Orçamento para debater temas importantes, assim como no Colégio de Líderes, onde testemunhei diversos Líderes da base do Governo concordando em que é inaceitável que venha a Presidenta dizer que quer fazer um plebiscito, que quer fazer a reforma política,

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enquanto esse processo, na Comissão de Constituição e Justiça, está parado há vários e vários meses por obstrução do seu partido principal de sustentação, o seu partido, o PT. Ou seja, um projeto que sequer teve a admissibilidade, sequer contou com um início de análise.

Refiro-me à PEC 352, da qual, em boa hora, o Deputado Esperidião Amin - também de um partido da base da Presidenta - apresentou requerimento, acolhido com lucidez e com o espírito público que é característico do Presidente Henrique Eduardo Alves, para que possa ser deliberada, em caráter de urgência, pelo menos a sua admissibilidade. Ou seja, é contraditório: falam ao Brasil inteiro que querem uma coisa, mas não deixam esta Casa fazer, impedem a democracia de funcionar. Isso torna o desafio que nós temos pela frente ainda maior, a nossa disposição de lutar ainda maior, agora alimentados, agora nutridos pelo sentimento de milhões e milhões de brasileiros!

O que me faz, a cada dia, superar a tristeza, o que me dá mais esperança é ver que estivemos por muito pouco... É ver, mas sem culpar, em momento algum, aqueles que foram usados, sem culpar e sem entrar nesse discurso terrível, nesse discurso antipatriótico de dizer que o Brasil está dividido entre ricos e pobres. Não, não!

Sr. Presidente, concluo, dizendo que o Brasil pode estar dividido entre aqueles que já estão conscientes do que está ocorrendo e uma parcela enorme que ainda se deixa iludir ou que ainda não pôde ver a luz, a clareza dos fatos, e ainda permite que a usem: "Olha, isto que lhe está sendo entregue pelo povo brasileiro é a vontade exclusiva de um partido ou de uma pessoa". É claro que qualquer pessoa que tenha discernimento sobre democracia sabe que isso é princípio autoritário. É para se construir ditaduras que se usa a pobreza assim, e não para dizer que um país esteja dividido entre ricos e pobres. Isso não!

Portanto, Sr. Presidente, volto com mais entusiasmo ainda. Fui reeleito com uma das maiores votações em Minas. E honrarei essa votação, fazendo oposição não ao País, jamais ao País. Ainda hoje éramos nós, da Oposição, quase que a maioria na Comissão de Orçamento, Deputado Duarte. Lá estávamos para dizer que o Brasil precisa de uma LDO que... LDO que ainda não foi votada, até agora, e que teria que ser votada no primeiro semestre. Construímos um entendimento com o Presidente da Comissão para que amanhã, em regime de urgência, em reunião extraordinária, ao meio-dia, tentemos votar a LDO.

E vamos estar aqui defendendo o Brasil, mas contra a corrupção, contra os desmandos, contra a linha autoritária que está aí, e com muita firmeza de que estamos alinhados com o povo brasileiro.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

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Documento 13/27

236.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 29/10/2014-17:10

Publ.: DCD - 30/10/2014 - 64 ONOFRE SANTO AGOSTINI-PSD -SC

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Exigência de realização da reforma política. Apoio à aprovação da

admissibilidade de proposta de emenda à Constituição sobre a reforma política

relatada pelo Deputado Esperidião Amin.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI (PSD-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro, quero agradecer a gentileza de V.Exa. ao permitir que a Deputada Erika Kokay fizesse apelo para que nós comecemos a Ordem do Dia. Eu sou um intransigente defensor do cumprimento do Regimento Interno. Mas a culpa não é de V.Exa., infelizmente a Casa não anda mesmo.

Eu queria voltar ao assunto que o Deputado Esperidião Amin abordou há pouco sobre a reforma política. Nas ruas só se fala na reforma política. A imprensa só fala nisso. Mas na prática, com exceção da PEC de que V.Exa. é Relator, pouca coisa se fez e pouca coisa se fará. Eu tenho visto, Deputado Esperidião Amin, a manifestação de autoridades que falam na reforma política, admitindo até segundo turno na eleição proporcional. Eu nunca vi isto: segundo turno na proporcional? Façam-me o favor! Isso não existe em nenhum lugar do mundo. Mas eu já vi a imprensa divulgando que há a possibilidade de se fazer o segundo turno na proporcional.

Fala-se muito em reforma política, mas pouco se faz. Por isso, quero cumprimentar V.Exa., Deputado Esperidião Amin, que ontem, na reunião de Líderes em que eu estava junto com V.Exa., levantou a tese, que eu assinei, de nós trazermos para que a Comissão Justiça vote a admissibilidade da PEC que V.Exa. relatou para posteriormente a Comissão Especial, nomeada, tratar do assunto, se possível ainda neste ano.

Eu vou encerrar minha carreira política na Câmara dos Deputados, mas queria ao menos ter o prazer e o privilégio de votar a reforma política. Vou pedir ao meu partido que me designe membro da

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Comissão Especial...

O SR. ESPERIDIÃO AMIN - V.Exa. merece, Deputado.

O SR. ONOFRE SANTO AGOSTINI - Muito obrigado, Deputado.

Eu quero, ao menos, ter o prazer de ajudar a fazer essa reforma tão cantada e decantada por que a população brasileira está a clamar.

Este é um dos motivos, Deputado Esperidião Amin, Sras. e Srs. Deputados, por que vou encerrar minha carreira: porque não aceito mais este tipo de coisa, esta situação em que se encontram hoje a Justiça Eleitoral e a política nacional. É preciso fazer a reforma política urgentemente. Ela é urgente! Não existe outra reforma. A reforma política é a mãe de todas as reformas.

Por isso, eu quero cumprimentar o ilustre Deputado Esperidião Amin, que tem defendido, como outros Deputados, evidentemente, essa matéria. O Presidente desta Casa manifestou a vontade, Deputado João Ananias, de votarmos urgentemente. Vamos parar com este blá-blá-blá e efetivamente votar a reforma política, para o bem do Brasil.

Documento 14/27

246.4.54.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

06/11/2014-11:54

Publ.: DCD - 07/11/2014 -

26 REGUFFE-PDT -DF

CÂMARA DOS DEPUTADOS BREVES COMUNICAÇÕES PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Repúdio à proposta de impeachment da Presidenta Dilma Rousseff suscitada

por setores da sociedade. Apoio à realização de plebiscito a respeito da reforma

política, com a ampliação dos itens submetidos à consulta popular.

O SR. REGUFFE (PDT-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, eu não votei na candidata eleita Presidente, Dilma Rousseff, mas eu quero registrar aqui que o resultado das urnas precisa ser respeitado. Nós, que apreciamos a democracia, que defendemos o Estado Democrático de Direito e o

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processo democrático legal, temos que saber reconhecer o resultado das urnas.

Eu não considero iniciativas como pedido de impeachment, entre outras que ocorreram pós-resultado das eleições, como salutares, como positivas para a democracia brasileira. Acho que, num processo democrático, as pessoas têm de saber ganhar e têm de saber perder. Eu não considero correta a iniciativa de pedir impeachment da Presidente.

Então, eu quero aqui dizer que é importante que se reconheça o resultado das urnas para o bem da nossa democracia, para o bem do nosso processo democrático.

Em segundo lugar, Sr. Presidente, quero dizer que considero positiva a ideia de um plebiscito para a reforma política. É muito difícil quem foi eleito por um sistema querer mudar esse sistema. Por exemplo, uma das críticas que eu faço a este Parlamento é que praticamente só chegam para ser votadas por este Plenário coisas que já estão acordadas. Mas a população quer ver sendo votadas aqui uma reforma tributária, uma reforma política. E aí, que sejam colocadas em votação! Quem ganhar, ganhou, é democrático; quem perder, perdeu. Mas o eleitor vai saber como seu representante votou em cada um desses temas. Agora, não votar é o que eu não considero salutar, não considero bom para este Parlamento.

Então eu considero positiva a ideia do plebiscito para a reforma política, até porque a gente tem que se acostumar com mais mecanismos de democracia direta; a população exige mais mecanismos de democracia direta. Deveria ser costume, junto com a eleição para a escolha dos candidatos, ter também perguntas à população sobre alguns temas, para que o eleitor possa votar diretamente.

Agora, eu não quero um plebiscito que só verse sobre um ou dois pontos da reforma política, como a questão do financiamento. Tem-se que discutir a questão do financiamento, sim, mas tem-se que perguntar ao eleitor se concorda com a reeleição para cargos executivos; com o número de reeleições indefinas para o Legislativo ou se deveria haver uma reeleição, no máximo, para o Legislativo; com a questão do voto facultativo e do voto distrital; com um sistema de revogabilidade de mandatos; com a possibilidade de candidaturas avulsas, sem filiação partidária. Temos que perguntar isso ao eleitor também.

Por que o eleitor não pode decidir se o voto no Brasil deve continuar obrigatório ou deve ser facultativo, se o sistema deve ser distrital ou deve continuar proporcional, se alguém pode ser candidato sem filiação partidária ou se, para ser candidato, tem que ter filiação partidária? É

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democrático perguntar isso ao eleitor.

Esses temas também deveriam ser objeto desse plebiscito sobre a reforma política. O plebiscito é democrático, sim! Eu considero que a gente deve aperfeiçoar os nossos mecanismos de democracia direta. E isso deveria ser visto como algo natural da democracia. Agora, é preciso perguntar todos os temas, não apenas alguns.

Muito obrigado, Sr. Presidente.

Documento 15/27

272.4.54.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD 26/11/2014-16:04

Publ.: DCD - 27/11/2014 - 49 ZÉ GERALDO-PT -PA

CÂMARA DOS DEPUTADOS GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Congratulações à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB pela

divulgação de nota em apoio à realização imediata da reforma política.

Inconformismo com a manutenção pelo Congresso Nacional do veto

presidencial ao projeto de lei que estabelece regras para a criação de novos

Municípios no País. Anúncio de apresentação de projeto de lei sobre o mesmo

tema na próxima Legislatura e de empenho do orador em prol da sanção pela

Presidenta Dilma Rousseff.

O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero aproveitar estes 3 minutos para dar como lido pronunciamento em que deixo registrado meu voto de congratulações à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que afirmou em nota divulgada após reunião do Conselho Episcopal Pastoral na última quarta-feira, dia 19, que a reforma política é uma urgência inadiável.

Eu gostaria de pedir que os meios de comunicação desta Casa dessem ampla divulgação a este meu pronunciamento, inclusive no programa A Voz do Brasil.

Quero lamentar mais uma vez, Sr. Presidente, que ontem minha grande expectativa era que nós tivéssemos aqui a derrubada do veto ao projeto de lei que permite a criação de novos Municípios no Brasil. No meu Estado, o Pará, mais de 30 distritos se viabilizariam como

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Municípios a partir da lei que nós poderíamos ter sancionado se tivéssemos aqui a derrubada do veto. Infelizmente, nós não tivemos essa oportunidade.

Quero dizer às várias lideranças que me ligaram hoje e que já souberam de notícias que nós vamos ainda no início da nova Legislatura novamente apresentar o projeto de lei na Câmara e no Senado e desta vez trabalhar para que a Presidenta Dilma não o vete. Acho que a assessoria da Presidenta Dilma agiu mal ao assessorá-la para o veto - não conhece muito bem a realidade de algumas regiões do Brasil.

Trata-se de lei que não permitiria que se criassem Municípios com menos de 6 mil habitantes na Amazônia e de 12 mil em outras regiões do País; que teria plebiscito do distrito e do restante da população do Município; que teria viabilidade econômica. Portanto, nós não chegaríamos nem, quem sabe, a 60 Municípios de tão criteriosa que foi a lei que produzimos depois de 5 anos de debates em audiências públicas, em seminários nacional e internacional.

É lamentável, porque a gente trabalha muito nesta Casa e neste Congresso, propõe boas leis. Aliás, neste caso possibilita uma, porque nós não temos lei que permita criar Município, anexar e desmembrar.

Eu termino esta Legislatura de 2014 muito insatisfeito por não ter visto nosso trabalho se transformar em lei. Mas estarei mais 4 anos nesta Casa lutando para que nós possamos votá-la. E tenho certeza de que a próxima lei a Presidenta Dilma Rousseff não vai mais vetar.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, funcionários e todos aqueles que nos acompanham pelos veículos de comunicação da Casa, a reforma política é urgência inadiável. Gostaria aqui de congratular a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, que afirmou, em nota divulgada após reunião do Conselho Episcopal Pastoral na última quarta-feira, dia 19, que a reforma política é uma urgência inadiável.

Pois muito bem, Sr. Presidente, mas urgência não significa que devemos meter o carro na frente dos bois e aprovar qualquer coisa, e muito menos esta proposta de emenda constitucional, a PEC nº 352, de 2013, resultado da juntada de todos os 37 projetos de reforma política que tramitam nesta Casa.

A nossa defesa, a defesa do Partido dos Trabalhadores e a defesa da sociedade brasileira representada por mais de 500 organizações da sociedade civil, incluindo CNBB e OAB, é que se faça uma reforma

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política verdadeira, não um arremedo, resultado de vários remendos.

Não é admissível deixarmos de lado o Projeto de Decreto Legislativo nº 1.508, de 2014, que propõe plebiscito oficial sobre a convocação de constituinte exclusiva e soberana do sistema político para a reforma política, resultado de campanha que envolveu mais quase 8 milhões de assinaturas.

Mesmo sendo defensor do plebiscito, gostaria também de fazer referência aqui ao projeto de lei de iniciativa popular, proposto pela Coalizão pela Reforma Política Democrática e Eleições Limpas, em fase de coleta de assinaturas.

Então, temos em curso duas propostas da sociedade que esta Casa deve respeitar.

Se vamos fazer uma reforma política que seja de verdade.

Tenho dito.

Documento 16/27

002.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

03/02/2015-19:06

Publ.: DCD - 04/02/2015 -

198 JANDIRA FEGHALI-PCDOB -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Congratulações aos Deputados eleitos e reeleitos. Contrariedade à votação pelo

Plenário da admissibilidade de proposta de emenda à Constituição relativa à

reforma política. Competência original da Comissão de Constituição e Justiça e

de Cidadania para apreciação da admissibilidade de propostas de emendas à

Constituição. Ameaça de extinção de pequenos partidos pela matéria em pauta.

Defesa de realização de reforma política ampla, democrática e transparente.

A SRA. JANDIRA FEGHALI (Bloco/PCdoB-RJ. Como Líder. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero cumprimentar todos os Deputados da Casa, os que se reelegeram e os

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que chegaram para um novo mandato.

É em respeito a esses Parlamentares que aqui chegaram, que precisam de um tempo para analisar as matérias em tramitação, que não acompanharam os debates, as movimentações e as disputas que aqui se deram, que digo que eles precisam de tempo para debater e aprovar algo que fere uma tradição da Casa.

Este é o meu sexto mandato parlamentar. Tenho certeza de que os Deputados que têm 10, 11 ou 12 mandatos aqui nunca viram uma matéria ser avocada da CCJC - Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania para ter votada sua admissibilidade em plenário.

Isso não é por acaso. É porque proposta de emenda à Constituição tem rito especial, não cabe urgência. Isso é uma mudança da Carta Magna do País. Portanto, precisa ser analisada no fórum que, como muito bem V.Exa. disse, o Senado valoriza: a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, que sequer foi instalada. Os novos membros precisam conhecer a matéria antes de ela chegar ao plenário para aprovação.

Em segundo lugar, Presidente, após darmos admissibilidade a uma proposta de emenda à Constituição aqui, nós vamos imediatamente instalar uma Comissão Especial.

Obviamente, só serão apensadas a esta matéria outras propostas de emenda à Constituição. Nenhuma delas trata com a abrangência desta PEC o tema da reforma política. Isso significa que todas as outras matérias infraconstitucionais não poderão ser constitucionalizadas. Então não adianta emendar matéria constitucional com temas que não são da Constituição.

Todos nós aqui queremos responder à sociedade votando a reforma política. No entanto, essa reforma política que está proposta de ser acelerada faz algo que 80% da sociedade rejeita, que é colocar na Constituição a contribuição de empresas nas campanhas eleitorais. Isso a sociedade não quer! Isso a sociedade rejeita!

Além disso, todos os pequenos partidos desta Casa morrerão com a PEC Vaccarezza, que vai para a Comissão Especial, porque ela estabelece coeficientes eleitorais duplicados, ela acaba com o voto proporcional, ela distritaliza o voto de uma forma que nem é coerente com o voto distrital misto.

Quando nós aprovarmos aqui a admissibilidade, além de gerar um precedente grave de ultrapassar a Comissão de Constituição e Justiça, algo que nunca ocorreu, nós vamos dar celeridade a apenas uma proposta. Por mais que queiramos emendar, propostas infraconstitucionais não poderão ser aprovadas como emendas a uma

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proposta de emenda à Constituição.

Não se iludam! Essa manobra política nós já conhecemos: aceleramos uma matéria e o resto vai para as calendas, como já foram outras matérias aqui. Não quebremos a tradição, não abramos esses precedentes e não vamos constitucionalizar financiamento de empresas na Constituição. Isso é matéria infraconstitucional.

Eu apelo a todos os partidos que respeitam a institucionalidade da Casa, apelo aos partidos de bancadas menores para que não entrem nessa armadilha, porque nós teremos reforma política que vai nos matar, além de reagir e responder à sociedade brasileira com aquilo que ela não quer, que é o maior fator de corrupção nas eleições, que é o financiamento de empresas, que será constitucionalizado, confrontando, inclusive, a maioria de votos que já deu o Supremo Tribunal Federal para que isso seja extirpado do modelo eleitoral brasileiro.

Votar isso hoje aqui é dizer à sociedade: queremos que as empresas contribuam com as campanhas. Essa não é a resposta que nós precisamos dar. Queremos a reforma política ampla, democrática, transparente e que permita à sociedade a representação...

(O microfone é desligado.)

Documento 17/27

002.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

03/02/2015-19:06

Publ.: DCD - 04/02/2015 -

199 SARNEY FILHO-PV -MA

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Convite aos Deputados de participação em reunião da Frente Parlamentar

Ambientalista. Análise das causas de crise hídrica nos Estados de São Paulo,

Rio de Janeiro e Minas Gerais. Anúncio de obstrução pelo PV da votação de

proposta de emenda à Constituição relativa à reforma política.

O SR. SARNEY FILHO (Bloco/PV-MA. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje eu tive a oportunidade de, no Pequeno Expediente, vir aqui falar um pouco a respeito da crise hídrica que o Brasil atravessa.

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Quero aproveitar, antes de propriamente começar a falar sobre a matéria que está em discussão, e convidar todos os presentes para um café da manhã, amanhã, às 8h30 minutos, da Frente Parlamentar Ambientalista, com a presença de cientistas, de técnicos, como Carlos Nobre e Fábio Feldman, de representantes de ONGs e de representantes de agências governamentais.

Acho importante comparecermos a esse café da manhã, para podermos entender a grandeza dessa crise hídrica que pode colocar o País entre os primeiros dos grandes países a sofrer com as mudanças climáticas.

Tive também oportunidade de falar que essa crise hídrica tem basicamente três pontos importantes. O primeiro, evidentemente, é o aquecimento global, que mudou o regime de chuvas, que fez com que extremos climáticos se tornassem uma normalidade. Hoje, vemos secas prolongadas, chuvas mais intensas em curtos períodos, chuvas em áreas em que antigamente não tinham chuvas e secas em áreas onde não tinha seca.

O outro problema é evidentemente a maneira como, ao longo dos anos, nós tratamos os nossos biomas. A Mata Atlântica, que gera, que cria, que fornece água para os grandes centros urbanos do Sudeste, do Centro-Oeste em alguma parte, hoje já não existe mais. E o curso dos rios, a nascente dos rios, que deveria estar sendo protegida pelas matas, também não existe mais.

Outro ponto é justamente a má gestão, a falta de visão, a falta de adaptação. Não é possível! Paulo Nogueira, há 30 anos, falava sobre o problema de São Paulo com a água e depois não se tomou nenhuma providência. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro estão sofrendo com a conjugação desses três fatores.

Mas, Sr. Presidente, quero comunicar que o Partido Verde vai obstruir esta votação. Nós queremos a reforma política. Entendemos que a reforma política deve ser feita, mas não queremos uma reforma politica que acabe com os pequenos partidos ideológicos, uma reforma política que dificulte as coligações, uma reforma politica que tratore os pequenos partidos com cláusulas de barreiras.

Então, Sr. Presidente, nós vamos obstruir, porque entendemos que essa reforma política não é a reforma que o povo brasileiro quer, é a reforma que os grandes partidos querem, e nós não vamos nos submeter, nem nos vergar à vontade dos grandes partidos.

Dessa forma, Sr. Presidente, nós, o PCdoB, o PSOL e muitos partidos pequenos aqui, principalmente aqueles que têm consciência de que agora estão sendo ameaçados, vamos partir para a obstrução.

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Documento 18/27

002.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

03/02/2015-19:06

Publ.: DCD - 04/02/2015 -

200 ANDRÉ FIGUEIREDO-PDT -CE

CÂMARA DOS DEPUTADOS ORDEM DO DIA COMO LÍDER DISCURSO

Sumário

Posicionamento quanto ao mérito de proposta de emenda à Constituição

relativa à reforma política. Solicitação à Presidência de participação de todos

os partidos com assento na Casa em Comissão Especial destinada ao

oferecimento de parecer à matéria.

O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (Bloco/PDT-CE. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, discutimos na reunião do Colégio de Líderes sobre a possibilidade de se pautar hoje a admissibilidade da PEC Vaccarezza, sobre reforma política - e aqui, evidentemente, não se vai, como o Presidente bem salientou, discutir o mérito. Mais adiante, porém, e necessariamente, vai-se passar pela discussão do mérito, para que nós possamos inclusive nos posicionar, porque, se essa PEC tem alguns pontos que são positivos, no nosso entender, como a simultaneidade das eleições, e o fim da reeleição, ela é muito ruim em vários outros aspectos, como já foi colocado aqui. A constitucionalização de doações por empresas, a questão do voto distrital puro, a questão do voto facultativo, tudo isso está na contramão do que esta democracia precisa. E cito também a questão do funcionamento parlamentar. E aqui cabe esta ressalva: apenas os partidos que obtiverem pelo menos 4% dos votos nas eleições vão ter direito a funcionamento parlamentar nesta Casa, caso essa PEC seja aprovada do jeito que aqui está. Isso significa que partidos - grosso modo, lógico, porque estamos falando de votos e não de representatividade - com menos de 20 Parlamentares, provavelmente não terão representação. E, principalmente no momento em que se discute a vedação para instrumentos que facilitem a criação de partidos políticos, essa PEC permite que 25 Parlamentares possam criar um novo partido político.

Então, Sr. Presidente, o que nós queremos aqui - e aí queremos corroborar as palavras do Deputado Miro Teixeira, que, por exemplo, desde o início da legislatura passada, representou o PDT, mas que hoje está no PROS - é dar celeridade, pelo menos, a uma peça legislativa que consiga facilitar a discussão da reforma política tão ansiosamente aguardada pela população brasileira. Mas não podemos

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dar um tiro no pé.

Então, eu queria solicitar de V.Exa., mesmo sabendo que é uma decisão discricionária do Presidente da Casa definir quantos integrantes terá a Comissão Especial... Mas isso será indispensável para que nós possamos nos posicionar, porque, como essa PEC aflige e atinge mortalmente vários pequenos partidos, partidos históricos e várias bandeiras, algumas históricas, de partidos que sempre lutaram pela democracia, nós precisamos nos sentir representados. E, de acordo com as regras da proporcionalidade, se de repente a Comissão for muito pequena, com 20 a 30 Parlamentares, provavelmente, apenas os grandes partidos terão direito a representação nessa Comissão Especial.

Então, eu queria solicitar de V.Exa. que definisse ou propusesse um número mínimo de Parlamentares que pudessem integrar essa Comissão, a fim de nós podermos votar e conseguir discutir na Comissão, sabendo que nós teremos representação na Comissão Especial, e, claro, utilizando os instrumentos para que possamos recolher o número de assinaturas para apresentar emendas supressivas, emendas modificativas, as emendas que forem necessárias, à Comissão Especial. Mas para isso precisaríamos ter a garantia do Presidente. E que os partidos, em sua grande maioria, lógico, porque hoje são 28 os partidos representados na Casa - existem blocos de pequenos partidos, esses sub-blocos, que almejam ter representação na Comissão -, possam ter, a partir da palavra do Presidente Eduardo Cunha, o número mínimo de representantes nessa Comissão.

Obrigado.

Documento 19/27

002.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

03/02/2015-19:06

Publ.: DCD -

04/02/2015 - 201 EDUARDO CUNHA (PRESIDENTE)-PMDB -RJ

CÂMARA DOS DEPUTADOS

ORDEM DO DIA FALA DO PRESIDENTE OU NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA FALA DO PRESIDENTE

Sumário

Resposta ao Deputado André Figueiredo.

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) - Deputado André Figueiredo, a

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colocação de V.Exa. é uma colocação política de qualidade e de relevância. Não é objetivo desta Presidência, para criar uma Comissão Especial, fazer nenhum aniquilamento de representação. Então, nós definiremos um número, de tal sorte que se permita que haja uma participação da grande maioria. Não é objetivo que seja ausente a participação de quem quer que seja.

Até amanhã poderemos nos sentar conjuntamente e definir um número, obedecido o Regimento Interno, dentro do possível, de modo que se permita haver uma representação consistente para que todas as teses estejam presentes nessa discussão.

O objetivo não é atropelar nem impor nenhum tipo de matéria. O objetivo é levar isso avante, para que se dê uma resposta à sociedade, porque todos falam em reforma política, mas, na hora em que a gente vai fazer um gesto concreto, a gente começa a ver que todos aqueles que falam em reforma política, na hora da verdade correm.

Então, como não queremos que corram, vamos contemporizar e permitir que exista representação - e que seja uma representação que permita a todos terem voz e posição na discussão.

Documento 20/27

003.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

04/02/2015-14:08

Publ.: DCD - 05/02/2015 -

18 VALMIR ASSUNÇÃO-PT -BA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Elogio à atuação do ex-Ministro-Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da

República Gilberto Carvalho. Acerto do Governador do Estado da Bahia, Rui

Costa, na escolha de assessores de governo. Inconformismo com a aprovação

de admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição nº 352, de 2013, que

torna o voto facultativo, modifica o sistema eleitoral e de coligações, dispõe

sobre o financiamento de campanhas eleitorais e submete a referendo as

alterações relativas ao sistema eleitoral, entre outras providências.

O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero fazer três registros. Primeiro

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quero saudar os 12 anos em que o ex-Ministro Gilberto Carvalho passou na Presidência da República, os primeiros 8 anos do Presidente Lula e os 4 anos da Presidenta Dilma. Faço discurso com esse registro.

Segundo, quero saudar o Governador da Bahia, Rui Costa, por ter nomeado Ivan Alex como assessor; Ariosvaldo como Coordenador de Desenvolvimento Agrário do Estado da Bahia; e Superintendência de Políticas Territoriais e Reforma Agrária. Faço este registro pela importância que têm essas pessoas para todos nós do Partido dos Trabalhadores.

E quero encerrar, Sr. Presidente, fazendo um registro sobre a PEC cuja admissibilidade foi aprovada ontem. Eu acredito que é um absurdo o que foi feito ontem, e quero deixar esse registro aqui na tribuna da Casa.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ao me referir à Bahia e ao Governador Rui Costa, não poderia deixar de registrar a decisão acertada do Governador ao nomear o companheiro Ivan Alex como seu assessor especial. Ivan, que esteve ao nosso lado nos últimos anos e, recentemente, no comando do PT baiano, ao lado do Presidente Everaldo Anunciação, assume a tarefa de auxiliar diretamente o Governador Rui Costa nas decisões políticas e de política de Estado, levando ao Palácio de Ondina a sua vasta experiência como um dos mais aguerridos colaboradores do nosso partido e um dos principais articuladores políticos de que a Bahia dispõe.

Ivan é ex-Secretário Estadual de Finanças do PT e atuou na coordenação de campanha de Rui Costa ao lado do Presidente Estadual do partido, Everaldo Anunciação. O dirigente baiano foi do Diretório Nacional do PT e é um dos políticos com relação direta com o Presidente da sigla, Rui Falcão. O companheiro Ivan Alex contribui com diversos movimentos sociais, entre eles o MST. Ivan, com certeza, em muito contribuirá para o sucesso do Governador Rui Costa pelos próximos 4 anos.

Por fim, Sras. e Srs. Deputados, não poderia deixar de registrar e parabenizar a nomeação da companheira Renata Rossi, como a mais nova Superintendente de Políticas Territoriais e Reforma Agrária da Secretaria de Desenvolvimento Rural da Bahia. Renata, além de um extenso currículo acadêmico, tem uma trajetória política de muito

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compromisso com o nosso projeto, militante da Esquerda Popular Socialista - EPS, tendência interna do nosso partido que ajudamos a fundar, é feminista e aliada de longa data do MST. Com certeza, fará um grande trabalho agora no Governo.

Parabéns ao Secretário Jerônimo Rodrigues, que está montando, junto com o Governador Rui Costa, uma excelente equipe para a Secretaria de Desenvolvimento Rural!

E parabenizo também o companheiro Ariosvaldo José de Souza, o novo Coordenador-Executivo da Coordenação de Desenvolvimento Agrário - CDA. Ari, como é conhecido, assume a Pasta com o objetivo de colocar em prática as ações definidas no plano de governo participativo de Rui Costa. E, com certeza, sob a sua coordenação, serão ampliados os serviços e o acesso a programas para os agricultores que vivem do campo, o que vai possibilitar, e muito, o acesso das famílias à terra e acelerar a regularização fundiária e a reforma agrária no Estado.

O companheiro Ari é ligado ao MST e também compõe a EPS, tendência interna do PT. Estava em atividade no Município de Vitória da Conquista, na região sudoeste do Estado, e já foi coordenador da CDA e também Coordenador-Técnico da Secretaria de Desenvolvimento Social e de Combate à Pobreza (SEDES), que comandei ainda no primeiro Governo de Jaques Wagner.

Foram escolhas acertadas do Governador Rui Costa, a quem muito parabenizo e por cujo sucesso à frente do Governo da Bahia torço, para benefício do próprio Estado e dos baianos.

Sr. Presidente, solicito que este pronunciamento seja divulgado em A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero aqui cumprimentar um grande quadro de nosso partido e que muito contribuiu com o Governo Federal: Gilberto Carvalho. Por muitas vezes, ele foi um ponto de equilíbrio e diálogo entre o Governo e a sociedade, sempre fiel aos princípios que norteiam o PT desde a sua fundação.

No Governo Dilma, chefiando a Secretaria-Geral da Presidência da República, foi responsável por acordos e mediações, sempre atento às demandas dos diversos movimentos sociais brasileiros. Foi figura importante durante a campanha para a reeleição de nossa Presidenta, levando o debate a partir de uma compreensão exemplar da conjuntura brasileira e da importância deste Governo para todo o continente latino-

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americano.

Agradeço a dedicação e o trabalho deixado por Carvalho, um trabalho que mostrou dedicação e compromisso com as principais causas deste País.

Aqui mesmo, nesta Casa, sempre atendeu aos questionamentos dos Parlamentares com parcimônia, mesmo que muitos dos nossos colegas não lhe tenham rendido o mesmo respeito que todo servidor público merece.

Tenho certeza de que, mesmo sem estar na Administração Direta da República, Gilberto Carvalho será imprescindível no conjunto dos debates necessários para o fortalecimento da nossa democracia. Ele é figura importante nas discussões acerca da participação popular, da reforma política, da reforma agrária, de todas as pautas estruturantes. Nós, que construímos os movimentos populares do Brasil e que estamos aqui em busca de transformações sociais em prol da classe trabalhadora, contamos com a sua militância.

Sr. Presidente, solicito que este pronunciamento seja divulgado em A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a aprovação da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição nº 352, de 2013, aqui, vai de encontro a tudo o que a sociedade brasileira vem discutindo sobre os pilares da reforma política. Isso porque, enquanto o questionamento se dá, justamente, em torno da representação nesta Casa, da influência do poder econômico sobre o Congresso Nacional, a Câmara atropela o seu próprio Regimento Interno para abrir brecha para a constitucionalidade do financiamento privado de campanhas. É uma aberração!

A referida proposta aguardava a mesma votação da Comissão de Constituição e Justiça, cujos debates já apontavam para a tentativa de se estabelecer uma contrarreforma política. É preciso lembrar que a PEC surgiu quando a Ordem dos Advogados foi ao Supremo Tribunal Federal pedir a inconstitucionalidade do financiamento de empresas em eleições.

A maioria dos Ministros do STF já votou pela inconstitucionalidade, e o julgamento só não está encerrado porque o Ministro Gilmar Mendes pediu vista do processo, emperrando de maneira absurda o que já está resolvido.

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O conteúdo da PEC 325 precisa ser elucidado. Suas contradições são mais que visíveis. Primeiro, e como já disse, ela trata do financiamento privado de campanhas. Isso, na prática, significa não mudar absolutamente nada; significa seguir com os casos de caixa dois; significa admitir que as mesmas empreiteiras, empresas do agronegócio, grandes empresas de comunicação continuem dando as cartas na política brasileira; significa admitir que o poder econômico interfira na soberania popular de nosso País.

Outra contradição está nas exigências propostas para a criação de partidos. A PEC, se aprovada, vai acabar com os partidos pequenos e abre a possibilidade de que essa forma de organização seja feita sem o apoio do povo. Ou seja, se um grupo parlamentar quiser montar um partido, sem que haja base alguma, ele poderá.

Outra contradição está na possibilidade do voto distrital, basicamente a institucionalização dos currais eleitorais. Ora, se o poder econômico já é incidente nas pequenas localidades, imagine com a concorrência em pequenas regiões, hoje hegemonizadas por famílias influentes, sem nenhuma chance de o trabalhador ou a trabalhadora conseguirem ascender a um cargo eletivo. Isso significa reestabelecer as relações coronelistas já tão conhecidas na História do Brasil.

Além disso, a PEC acaba com a reeleição de Presidente da República, Governadores e Prefeitos; põe fim ao voto obrigatório, que se torna facultativo; e muda as regras das coligações eleitorais, com o fim da obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional, estadual, municipal ou distrital. Trata, apenas, do sistema eleitoral; é pobre em termos de mudanças concretas.

É preciso estar atento ao que acontece aqui no Congresso Nacional. Precisamos ter responsabilidade e, acima de tudo, tranquilidade para envolver a população no debate da reforma do sistema político. Por isso defendo o plebiscito para a questão, não apenas um referendo. O quadro conservador do Congresso Nacional faz o plebiscito ainda mais urgente e imprescindível.

O Projeto de Decreto Legislativo nº 1.508, de 2014, assinado por 181 Deputados Federais, propõe um plebiscito oficial com a mesma pergunta do plebiscito popular que, em 2014, conseguiu quase 8 milhões de votos favoráveis para a pergunta: "Você é favor de uma Assembleia Nacional Constituinte Exclusiva e Soberana sobre o Sistema Político?"

Essa campanha, protagonizada por mais de 400 entidades e organizações civis brasileiras, é resultado das principais reivindicações das manifestações de 2013. Agora, além da campanha, é preciso mobilizar o povo e tomar as ruas novamente. As discussões passam não só pelo sistema eleitoral, mas também por regramentos de

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representação para contemplar mulheres, negros e indígenas e regulamentações que envolvam a democracia nos meios de comunicação.

É preciso pressionar o Congresso Nacional para que a Casa ouça a população. O atual quadro na Câmara parece ignorar essa prerrogativa, que deve ser um princípio irrevogável.

Sr. Presidente, solicito que este pronunciamento seja divulgado em A Voz do Brasil e nos demais meios de comunicação da Casa.

Muito obrigado.

Documento 21/27

003.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

04/02/2015-14:42

Publ.: DCD -

05/02/2015 - 33 CARLOS MANATO (PRESIDENTE)-SD -ES

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE

FALA DO PRESIDENTE OU NO EXERCÍCIO DA PRESIDÊNCIA FALA DO PRESIDENTE

Sumário

Leitura de Ato da Presidência sobre a criação de Comissão Especial destinada

a emissão de parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 352-A, de 2013,

que torna o voto facultativo, modifica o sistema eleitoral e de coligações e dá

outras providências.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) -

Ato da Presidência

Nos termos do § 2 do art. 202 do Regimento Interno, esta Presidência decide criar Comissão Especial destinada a proferir parecer à Proposta de Emenda à Constituição nº 352-A, de 2013, do Sr. Cândido Vaccarezza e outros, que "altera os arts. 14, 17, 27, 29, 45 e 121 da Constituição Federal, para tornar o voto facultativo, modificar o sistema eleitoral e de coligações, dispor sobre o financiamento de campanhas

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eleitorais, estabelecer cláusulas de desempenho para candidatos e partidos, prazo mínimo de filiação partidária e critérios para o registro dos estatutos do partido no Tribunal Superior Eleitoral, determinar a coincidência das eleições e a proibição da reeleição para cargos do Poder Executivo, regular as competências da Justiça Eleitoral e submeter a referendo as alterações relativas ao sistema eleitoral". A Comissão será composta de 33 membros titulares e de igual número de suplentes, mais um titular e um suplente, atendendo ao rodízio entre as bancadas não contempladas, designados de acordo com os §§ 1º e 2º do art. 33 do Regimento Interno.

Brasília, 4 de fevereiro de 2015.

Eduardo Cunha

Presidente da Câmara dos Deputados

Documento 22/27

003.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

04/02/2015-15:12

Publ.: DCD - 05/02/2015 -

40 BOHN GASS-PT -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Ponderações acerca da crise hídrica do País. Lançamento da campanha da

Organização das Nações Unidas 2015 - Ano Internacional do Solo.

Apresentação de projeto de lei sobre sustentabilidade das cidades. Indignação

com a aprovação da admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição nº

352, de 2013, que torna o voto facultativo, modifica o sistema eleitoral e de

coligações e dá outras providências.

O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, tenho dois discursos e peço a V.Exa. que os considere como lidos. No primeiro, registro que ONU declarou 2015 o ano da preocupação mundial com o solo. Os solos dialogam diretamente com a água em busca de fertilidade para produzir alimento. Acho que é um tema acertadíssimo da ONU, pois dialoga com os temas da crise hídrica, o que precisamos trabalhar.

Apresentei - já está tramitando nesta Casa - projeto de lei que trata da sustentabilidade das cidades, com o aproveitamento da água da chuva,

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e trata também do aproveitamento dos raios do sol e da permeabilização dos solos.

O meu segundo discurso é sobre a votação ocorrida aqui no dia de ontem, em que se retirou a CCJ da discussão sobre a reforma política. Nós faremos uma reforma política sem povo. Nós queremos povo na reforma política. Queremos que o Ministro Gilmar Mendes manifeste seu voto - ele pediu vista do processo - para que seja aprovada a Ação Direta de Inconstitucionalidade impetrada pela OAB que visa acabar com o financiamento privado de campanhas.

Eu queria deixar à Casa esses dois registros, Sr. Presidente.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a declaração de um diretor da companhia de saneamento do maior Estado do País de que os paulistanos podem vir a ser submetidos a um racionamento de 5 dias sem água por semana é mais do que assustadora, é trágica.

Como Deputado do PT, eu poderia aqui simplesmente atacar o Governo do PSDB no maior Estado do País acusando-o de negligência, irresponsabilidade e incompetência, porque já não há mais quem possa negar que faltaram investimentos hídricos naquele Estado.

Mas o problema é bem maior do que isso. A falta de água que hoje assola São Paulo já se verifica também em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. E não só nestes, mas em outros Estados brasileiros.

Culpa dos governadores? Culpa dos Prefeitos? Creio que sim. Se tivessem as autoridades feito planejamento, certamente, o drama de paulistanos, mineiros e cariocas seria um tanto menor.

Mas seria cretino atribuir aos governantes toda a responsabilidade por uma situação que é mundial, que implica ações globais, que requer uma mudança de atitude individual dos brasileiros e cidadãos do mundo.

Nesse sentido, louvo a decisão da ONU de instituir 2015 como o Ano Internacional do Solo.

Mas se o problema é água, por que a ONU resolveu falar de terra?

Tomemos de novo o caso de São Paulo e a resposta ficará bem fácil: 70% das chuvas que caem naquele Estado vêm da Amazônia. Como assim? É que as chuvas não vêm pelos rios, mas pelas árvores. Isso

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mesmo, as árvores que estão no solo é que "transportam" as águas.

No Brasil, temos um exemplo evidente do que o solo tem a ver com a água. E poderíamos simplesmente dizer que quanto menos árvores houver na Amazônia menos água haverá em São Paulo. Ou poderíamos dizer, ainda, que é graças aos serviços que a floresta nos presta que temos água.

Então, quando a ONU conclama o mundo a falar de solo, está conclamando o mundo a falar, também, de água. É simples assim.

Daí, 2015, Ano Internacional do Solo, surge para nós, brasileiros, que vivemos um drama hídrico sem precedentes, como uma grande oportunidade.

Quando Deputado no Rio Grande do Sul apresentei projeto de lei que criava o Código Estadual do Uso, Manejo e Conservação do Solo Agrícola. E pergunto aos senhores e às senhoras: a quantas andam as legislações que regulam o uso do solo em todo o território brasileiro?

Recentemente, passamos por um intensivo debate nesta Casa quando tratamos do Código Florestal. Pois é o caso, sim, de nos perguntarmos: o Código que aprovamos dá conta do drama que enfrentamos atualmente?

De minha parte, apresentei nesta Casa projeto de lei que trata da sustentabilidade das cidades e que prevê benefícios e recompensas a quem construir edificações com projetos que aproveitem a água da chuva e a energia solar.

Mas não quero apenas aprovar o meu projeto, quero convidar todas as Sras. e Srs. Deputados desta nova Legislatura a aceitar o desafio da ONU e se debruçar sobre estes temas fundamentais para a continuidade da vida: o solo e a água.

Afinal, não é o Deputado Bohn Gass, mas todo o conhecimento acumulado ao longo da história da humanidade que está a nos dizer que é a relação que estabelecemos com o solo que vai garantir, ou não, que as águas se mantenham.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o que assistimos ontem aqui nesta Câmara - refiro-me à decisão de retirar da CCJ a votação da admissibilidade da PEC 352 -, que foi vendido à população brasileira como um movimento para acelerar a apreciação da reforma política, na verdade é exatamente o contrário: trata-se de uma manobra ardilosa para sepultar de vez as mudanças fundamentais que precisam ser realizadas nos sistemas político-eleitoral do Brasil.

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Sim, eu estou aqui denunciando: desde ontem está em curso neste Parlamento uma verdadeira tramoia cujo objetivo é, ao fim e ao cabo, o de constitucionalizar o financiamento privado de campanha.

É fácil entender o que aconteceu. Como o Supremo está a um passo de decretar definitivamente a inconstitucionalidade do financiamento privado na ação movida pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, o que o Presidente desta Casa fez ontem, com a concordância da maioria, foi dar início a um processo que visa tornar sem efeito o julgamento que mais dia, menos dia viria da nossa mais alta corte jurídica.

Senão vejamos: a PEC que o Presidente Eduardo Cunha fez andar ontem, entre outras coisas, consolida o financiamento misto de campanha, ou seja, consagra legalmente, incluindo no texto constitucional, as doações de empresas privadas aos candidatos.

Se a PEC for aprovada como está, a ação da OAB perde o sentido, uma vez que seu argumento é justamente o fato de que hoje a Constituição não prevê as doações privadas.

Não chegarei ao ponto de afirmar que tudo isso está sendo feito em conluio com o Ministro Gilmar Mendes. Prefiro tentar crer, embora me seja difícil, que o eminente Ministro está sendo mesmo vítima de dúvidas cruéis.

Afinal, se outros sete integrantes do Supremo já formaram opinião sobre a ação, por que ele, inexplicavelmente, não consegue firmar posição?

A propósito, aqui deste Plenário, lanço a pergunta: que dúvidas tão atrozes podem estar acometendo o outrora tão ágil e posicionado Ministro Gilmar Mendes?

Repito a pergunta: por que, afinal, Ministro Gilmar Mendes, o senhor não se posiciona sobre uma questão tão relevante para o País? Por que, Sr. Ministro? Por quê? Por quê?

Bem, mais do que qualquer cidadão, o Ministro Mendes sabe que o seu voto encerraria esse debate. Ou, no mínimo, constrangeria o estratagema que se está armando aqui na Câmara.

Por certo que a decisão do Supremo não evitaria manchetes completamente distantes da verdade, como a de hoje do jornal O Globo: PT obstrui, mas Câmara aprova acelerar trâmite da reforma política.

Mas, por certo, não permitiria que uma mentira fosse noticiada com

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tanta desfaçatez.

Senhoras e senhores, nós do PT vamos denunciar essa manobra para o Brasil inteiro. Porque para nós e para mais de uma centena de entidades representativas deste País, entre elas a OAB, a CNBB, a CUT e tantas outras, o financiamento privado de campanha é uma das mais graves distorções da nossa democracia.

Muito obrigado.

Documento 23/27

010.1.55.O Sessão Deliberativa Extraordinária - CD

11/02/2015-10:28

Publ.: DCD -

12/02/2015 - 32 MARIA DO ROSÁRIO-PT -RS

CÂMARA DOS DEPUTADOS

BREVES COMUNICAÇÕES BREVES COMUNICAÇÕES DISCURSO

Sumário

Críticas à Proposta de Emenda à Constituição nº 352, de 2013, que torna o voto

facultativo, modifica o sistema eleitoral e de coligações, dispõe sobre o

financiamento de campanhas eleitorais e dá outras providências. Necessidade

de consulta à sociedade brasileira sobre a reforma política.

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu quero registrar nesta tribuna a importância que o Brasil dá ao tema da reforma política. Foi construído um consenso ao longo do último período, inclusive por termos realizado em 2014 as eleições mais caras que o País já viu. Mas democracia é muito mais do que valores financeiros, e ela não pode estar sujeita à influência do poder econômico.

Sr. Presidente, eu quero deixar registrado que a Proposta de Emenda à Constituição nº 352, de 2013, não pode representar, em sua versão final, aquilo que o povo brasileiro almeja como reforma política porque ela estabelece o voto facultativo, que é elitista; estabelece distritos; reduz a Câmara dos Deputados e o Congresso Nacional; e constitucionaliza o financiamento privado. Trata-se de uma antirreforma.

É preciso ouvir a OAB e a CNBB e trabalhar com os movimentos sociais particularmente o tema do plebiscito, que foi instituído no País, para ouvirmos a sociedade sobre a reforma política. A jovem

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democracia brasileira, passado o período que nos separa do processo constituinte, exige de nós maior aproximação com a população, e os poderes que se aproximam da população têm que ouvi-la no momento de trabalhar as instituições políticas. Por isso critico a PEC 352, de 2013 e espero que a sociedade trabalhe para ter ouvidas as suas opiniões.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputada.

Documento 24/27

030.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

12/03/2015-14:38

Publ.: DCD - 13/03/2015

- MARCUS PESTANA-PSDB -MG

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Inconformismo com a manutenção de veto presidencial pelo Congresso

Nacional a proposição relativa à revisão da tabela do Imposto de Renda de

Pessoa Física - IRPF. Urgente realização da reforma política. Avanços da

Proposta de Emenda à Constituição nº 352, de 2013, sobre o tema.

O SR. MARCUS PESTANA (PSDB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, democracia é transparência, e nossa obrigação é informar a população. Ontem, nós derrotamos o contribuinte brasileiro. Critério de reajuste e parâmetro econômico não são subjetivos. Quatro e meio por cento, 5%, 3,5%, 4,2%? Não, a proposta do Congresso era 6,5%, que era a inflação, um índice consistente e objetivo. Isso quer dizer que a carga tributária vai crescer; mais gente vai pagar imposto, e os que pagam vão pagar mais.

A derrota da possibilidade de se derrubar o veto da Presidente Dilma foi uma agressão ao contribuinte brasileiro. E a carga tributária, que já é muito alta, vai crescer. O Congresso errou ontem à noite.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, sempre que uma crise se aguça ou a inquietação cresce na sociedade, a reforma política ressurge na agenda nacional, como se fosse um remédio para todos os males ou um remendo para preencher os vazios de nossa utopia não concluída. Mal ou bem, chegamos aqui com o atual sistema político, eleitoral e partidário. Ulysses, Tancredo e a sociedade presente nas Diretas-já nos entregaram a redemocratização. Consolidamos a democracia. Foram sete sucessões presidenciais, crises econômicas agudas e um impeachment. As instituições republicanas e democráticas ganharam musculatura. Sobrevivemos.

A urgência de uma reforma substantiva se prende à necessidade de aproximar a sociedade de sua representação, estabelecer instrumentos de controle social sobre os mandatos, baratear as campanhas, fechar uma das portas para a corrupção e fortalecer os partidos como instrumentos coletivos de construção do futuro do País.

O atual sistema se esgotou. Copiar ideias boas parece-me sinal de inteligência. Inventar a roda permanente e criativamente nem sempre é uma boa ideia. As democracias avançadas construíram três sistemas clássicos: o distrital puro, a lista proporcional e o distrital misto. Insistimos em inventar nos trópicos uma saída original como o nosso atual sistema ou alternativas que estão sendo propostas.

No Brasil dos nossos dias, 70% dos brasileiros não consegue citar sequer o nome do Deputado em quem votou dois anos após as eleições. Tínhamos 22 partidos na Câmara dos Deputados, agora são 28.

A PEC 352/2013, em análise no Congresso, introduz avanços inegáveis: regionaliza o voto proporcional barateando as campanhas e gerando uma maior vinculação entre o eleitorado e seus representantes; melhora as regras de financiamento; introduz a cláusula de desempenho para acabar com a festa de criação de partidos sem nenhum significado político ou ideológico; proíbe as coligações proporcionais para que o eleitor não vote em A e eleja Z; acaba com a reeleição, que não tem sido positiva principalmente nos Municípios; estabelece ainda o fim do voto obrigatório e a coincidência de mandatos - teses que devem ser bem discutidas já que há objeções respeitáveis - e prevê o referendo para a decisão final da sociedade brasileira.

O sistema representativo carrega problemas inerentes aos filtros que são criados. Esse tema não é novo. Platão, Aristóteles, Rousseau, Tocqueville, Marx, Weber, Gramsci, Jacques Rancière, Mészaros,

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entre outros, mergulharam na questão. Não há sistema perfeito.

A discussão está aberta. É preciso que a sociedade esteja atenta, pois sempre é possível recuar. Pessoas respeitáveis defendem o chamado "distritão", onde os mais votados individualmente são eleitos. É o fim dos partidos e um sistema que só vigora no Afeganistão e na Jordânia. Não sei se são bons exemplos a seguir. A OAB e outras entidades defendem um sistema original que não atende a nenhum dos objetivos essenciais.

Vamos debater e decidir.

Documento 25/27

045.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

24/03/2015-14:26

Publ.: DCD - 25/03/2015

- CARLOS HENRIQUE GAGUIM-PMDB -TO

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Anúncio de alteração do art. 6º da Proposta de Emenda à Constituição nº 352,

de 2013, relativo às eleições para Prefeitos Municipais e Vereadores em 2016.

O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PMDB-TO. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que considere como lido este meu pronunciamento, que trata da alteração do art. 6º da Proposta de Emenda à Constituição nº 352, de 2013, que unifica as eleições, que, por coincidência, acontecerão em 2018, e prorroga o mandato dos atuais Prefeitos e Vereadores, que será discutido na reforma política. Peço ainda a V.Exa. que autorize a divulgação deste discurso nos meios de comunicação da Casa.

O País não aguenta mais tantas eleições. Este assunto já está sendo discutido, mas queremos incluir na reforma política o mandato, que vai coincidir em 2018, sem reeleição depois. Assim, além de evitarmos gastos para o País, eu tenho certeza de que haverá meios de Prefeitos e Vereadores planejarem os seus mandatos.

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Esta a nossa contribuição.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna para solicitar aos nobres colegas desta Casa Legislativa que envidem esforços para darmos andamentos à tão esperada e necessária reforma política em nosso País. Quero comunicar que, no meu entendimento, devemos alterar o art. 6º da Proposta de Emenda à Constituição nº 352, de 2013, que unifica as eleições para todos os cargos elegíveis no ano de 2018, prorrogando assim o prazo do atual mandato dos Prefeitos e Vereadores em mais 2 anos. Ou seja, de acordo com essa proposta, não haveria eleições municipais em 2016 e, no ano de 2018, ocorreriam eleições para todos os cargos em um único pleito eleitoral, mas a partir desta data não seria mais permitida a reeleição.

Documento 26/27

054.1.55.O Sessão Não Deliberativa de Debates - CD

30/03/2015-18:38

Publ.: DCD - 31/03/2015

- SANDRO ALEX-PPS -PR

CÂMARA DOS DEPUTADOS

GRANDE EXPEDIENTE PELA ORDEM DISCURSO

Sumário

Publicação no jornal Gazeta do Povo de matéria sobre o voto facultativo no

Brasil, tema debatido na Comissão Especial da Reforma Política. Expectativa

de aprovação pela Comissão Especial da não obrigatoriedade do voto no País.

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O SR. SANDRO ALEX (PPS-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Presidente.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, o jornal Gazeta do Povo trouxe, neste final de semana, um levantamento sobre o voto facultativo no Brasil, um dos temas em debate na Comissão Especial da Reforma Política. Na última Comissão, eu fui o autor do assunto, e conseguimos aprovar, por uma diferença muito pequena, e hoje está em debate nesta Casa, o voto facultativo no Brasil.

Essa matéria traz as estatísticas da presença nas urnas, o fato de ser um direito ou um dever. O voto é um direito, mas, sendo obrigatório, passa a ser uma imposição. Também trata a matéria a respeito da presença do eleitor nas urnas, inclusive da eleição do Chile.

O que é mais legítimo: levar um número maior de eleitores pela obrigatoriedade, sendo que, no dia da eleição, um desses eleitores acaba pegando um papel no chão para votar; ou levar pela livre e espontânea vontade o eleitor que quer o seu representante sendo eleito através do voto facultativo?

São mais de 200 países que adotam o sistema facultativo, e em pouco mais de 20 países o voto é obrigatório - e o Brasil é um deles, infelizmente. Muitos me dizem o seguinte: "Realmente, é um direito, mas o Brasil não está preparado".

A primeira reforma política feita no Brasil tratou do voto feminino, da presença das mulheres. E o que se dizia naquela época? "É um direito, mas acho que não estamos preparados para que as mulheres votem." Hoje, é inadmissível que elas não estejam presentes, assim como já é inadmissível que em uma democracia plena se obrigue o eleitor a votar.

Vamos debater o assunto! Quem sabe nessa Comissão Especial o voto passe a ser facultativo. Não sei se será nesta semana ou na próxima, daqui a 10 anos ou 50 anos, mas um dia o voto será facultativo. Vivemos em um Estado Democrático de Direito, e o caminho é este: dar o direito ao cidadão de, primeiro, escolher se quer ou não votar. Para aqueles que querem, vem a reforma política e tudo o que estamos discutindo; para aqueles que não querem, o direito resguardado de não votar.

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Documento 27/27

067.1.55.O Sessão Deliberativa Ordinária - CD

09/04/2015-14:14

Publ.: DCD - 10/04/2015

- HILDO ROCHA-PMDB -MA

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PEQUENO EXPEDIENTE PEQUENO EXPEDIENTE DISCURSO

Sumário

Divulgação de pesquisa on-line realizada pelo orador com vistas ao

conhecimento da expectativa do cidadão brasileiro quanto ao posicionamento

do orador frente à questão da reforma política.

O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero dar como lido o pronunciamento que faço sobre reforma política e pedir que a ele seja anexado o resultado de uma pesquisa feita de forma on-line.

Quero agradecer aos colaboradores, aos blogueiros que nos ajudaram divulgando e pedindo o comparecimento on-line das pessoas para opinarem, para, assim, eu poder proceder aqui na Casa. São eles: Marco D'Eça, Carlinhos, Djalma Rodrigues, Maranhão de Verdade, Kiel, Atual7, Zeca Soares, Aconteceu Virou Notícia, Abimael, Barra do Corda Notícia, Jivago, William Marinho, Adonias, Portal Veras, Carlos Barroso, Dvison Pinheiro e Blog do Foguinho.

O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ocupo a tribuna para falar da reforma política. Realizamos uma enquete on-line para saber do cidadão como devo me posicionar frente a esse tema.

Aproveito a oportunidade para agradecer a colaboração dos seguintes parceiros: Blog do Marco D'Eça, Carlinhos, Djalma Rodrigues, Maranhão de Verdade, Kiel, Zeca Soares, Aconteceu Virou Notícia, Abimael, Barra do Corda Notícia, Jivago, William Marinho, Adonias, Portal Veras, Carlos Barroso, Dvison Pinheiro - LP, Foquinho.

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RESULTADO DA ENQUETE A QUE SE REFERE O ORADOR

1 - Dentre as propostas de financiamento de campanhas eleitorais, qual mais adequada para o Brasil:

19% - Financiamento público exclusivo (apenas com dinheiro público)

51% - Financiamento exclusivo de pessoas físicas (apenas com doações de eleitores)

20% - Financiamento misto amplo (público e privado, pessoas físicas e pessoas jurídicas)

8% não sabe

2 - Você é a favor de tetos (limites) específicos para despesas de campanha eleitorais para todos os cargos?

88% - Sim

6%-Não

2% - Em termos

2% - Não sabe

3 - Em relação ao sistema eleitoral você defende:

15% - Sistema majoritário distrital puro (sistema americano)

4% - Sistema proporcional lista fechada puro (sistema sueco)

5% - Sistema eleitoral misto (sistema alemão)

18% - Sistema proporcional lista aberta (nosso sistema atual)

50% Sistema majoritário absoluto (distritão)

8% - Não sabe

4 - Você é a favor da coincidência de todas as eleições no mesmo dia

(eleições unificadas de vereador a presidente da República)?

83%-A favor

13% - Contra

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2% - Não sabe

5 - Você é a favor da reeleição para prefeito, governador e presidente da República?

26% - Sim

72% - Não

1% - Não sabe

6 - O voto deve ser:

20% - Obrigatório

78% - Facultativo

2% - Não sabe

7 - Os mandatos atuais de vereadores e prefeitos devem:

60% - Ser prorrogados por mais dois anos para haver coincidência de eleições em 2018 (eleições gerais)

36% - Encerrar mesmo em 2016 e ter eleições para um mandato de dois anos coincidindo eleições gerais em 2018

3% - Não sabe

8 - Quanto aos Tribunais Regionais Eleitorais você entende que devem:

51% - Ser reformulado com nova forma de composição

10% - Ficar como está

9% - Acabar

20% - Tratar exclusivamente dos litígios judiciais e alterar a forma de composição

8% - Não sabe