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SUMÁRIO

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5INTRODUÇÃO

INTRODUÇÃO

Cuba é a maior das Antilhas. Localiza-se na entrada do Golfo do México e possui uma superfície de 109.884 km². É considerada pelo Banco Mundial como país em desen-volvimento. O Programa das Nações Unidas para o Desen-volvimento (PNUD) inclui Cuba no grupo de países com alto índice de desenvolvimento humano (IDH), ocupando, no relatório de 2018, a posição 73. Cuba é membro de organismos de integração econômica e regional como a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL), a Asso-ciação Latino-Americana de Integração (ALADI), a Alterna-tiva Bolivariana para as Américas (ALBA) e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

Desde 2009 o governo cubano vem implementando medidas de atualização do modelo econômico do país. Em abril de 2011 foram aprovadas as Diretrizes (“Lineamientos”) da Políti-ca Econômica e Social, cujos objetivos são, entre outros, pro-mover a iniciativa privada e estimular a substituição das im-portações, incentivar as exportações e descentralizar a gestão empresarial estatal. As transformações implementadas até 2019 modificaram certas estruturas da economia cubana, com destaque para a autorização de usufruto de parcelas de terras a camponeses, a abertura de pequenos negócios privados, o acesso da população a créditos bancários, a ampliação das atividades do trabalho autônomo, a criação de cooperativas não agropecuárias e a desvinculação das empresas estatais dos ministérios setoriais.

Em 2019 o governo deu prosseguimento às reformas econômicas, anunciando a implementação gradual de me-didas de incentivo à produção nacional e às exportações, de restrição e substituição das importações, de fomento às cadeias produtivas e ao desenvolvimento local e de for-talecimento da empresa estatal socialista. No campo do trabalho por conta própria (“cuentapropismo”), o governo promoveu o aperfeiçoamento da gestão de cooperativas não agropecuárias (CNA) existentes e a liberalização das operações de cooperativas agropecuárias.

Em referendo realizado no dia 24 de fevereiro de 2019 foi aprovada a nova Constituição de Cuba, proclamada pela Assembleia Nacional do Poder Popular (ANPP) em 20 de abril. No campo econômico, o texto constituicional man-tém o caráter irrevogável do socialismo, mas reconhece a propriedade privada, bem como o papel do mercado e do investimento estrangeiro. A atividade econômica per-manece sob rigorosa supervisão do Estado e tem na empre-sa estatal o “sujeito principal da economia nacional”. Na área política, foram criados os cargos de presidente da República e primeiro-ministro.

A atração de investimento estrangeiro direto (IED) ganhou status de elemento ativo e fundamental para o desen-volvimento e o crescimento econômico do país. A política de atração de IED está dirigida fundamentalmente à di-versificação e à ampliação dos mercados de exportação, ao acesso a tecnologias e à estratégia de substituição de importações. Em 2013 foi criada a Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM), que busca oferecer condições logísticas propícias para o desenvolvimento de projetos de investimento estrangeiro e fomentar o desen-volvimento econômico sustentável do país. A criação da ZEDM visa essencialmente à inserção competitiva de Cuba na rede global de cadeias de transporte, logística e comér-cio.

O crescimento médio do PIB cubano nos últimos cinco anos foi de apenas 2% a.a., resultado considerado insufici-ente para os objetivos de desenvolvimento econômico-so-cial sustentado. De acordo com o governo, Cuba precisa de taxas de crescimento do PIB entre 5% e 7% anuais. Em 2018 o PIB cubano cresceu 2,2%, impulsionado fundamen-talmente pelos setores de construção (+9,3%), transporte, armazenamento e comunicações (+6,4) e saúde pública e assistência social (+3,0%). Entre os fatores que incidiram negativamente, destacam-se a diminuição das expor-tações de bens e as limitações no fornecimento de com-bustíveis subsidiados da Venezuela.

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A economia cubana atravessa severa crise econômica e financeira. Entre os fatores externos, destacam-se a de-gradação da situação na Venezuela – avalista da estabili-dade energética de Cuba – e o recrudescimento das sanções norte-americanas, ambos com impactos consideráveis so-bre o abastecimento de bens estratégicos para o país, como alimentos e combustíveis.

Cuba é um país com uma economia aberta ao exterior, mantendo intercâmbio comercial com mais de 170 países. O comércio exterior desempenha papel fundamental na economia. A política geral de comércio exterior é regula-da pelo Ministério de Comércio Exterior e Investimento Es-trangeiro (MINCEX). A prerrogativa de importar é limitada a um grupo de empresas cubanas e empresas estrangeiras estabelecidas em Cuba. Cuba vem empreendendo esforços para reduzir as importações, com políticas de substituição pela produção local. As exportações de serviços constituem hoje a maior fonte de divisas do país, predominando os serviços médicos integrais e o turismo.

As importações de Cuba em 2018 foram de USD 11,48 bilhões, com déficit de USD 9,1 bilhões na balança comer-cial, compensado pela balança de serviços, cujo saldo foi de USD 10,7 bilhões. A conta corrente do balanço de pa-gamentos (balança de bens e serviços) foi portanto su-peravitária em USD 1,6 bilhões em 2018. As exportações

de bens concentraram-se em níquel e sucata, produtos farmacêuticos e medicinais, tabaco e suas manufaturas, açúcar e bebidas (rum). As principais importações são ma-quinário e equipamentos, petróleo e derivados, e alimen-tos (aproximadamente 70% dos alimentos consumidos no país são importados).

O comércio total por países concentra-se na região lati-no-americana, embora haja importantes parceiros extrarre-gionais. De acordo com a média das importações de Cuba nos últimos cinco anos, a Venezuela e a China são os prin-cipais parceiros comerciais, seguidos de Espanha, Brasil e México.

Para Cuba o Brasil é um parceiro comercial importante: foi o terceiro na região latino-americana em 2018. Em 2018, o Brasil foi o maior exportador de alimentos e produtos agroalimentares para Cuba, setor de importância es-tratégica para o país. Entre janeiro e outubro de 2019, no entanto, as exportações brasileiras para Cuba recuaram para USD 222,9 milhões, -24,3% comparado com o ano an-terior. O setor agroalimentar manteve-se como o mais par-ticipativo, com USD 145,1 milhões. O Brasil tem negócios em Cuba, com investimentos nos setores da produção de cigarros, bebidas e logística, bem como comércio por meio de “tradings” e participação no setor turístico.

COMO EXPORTAR CUBA 2019

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7MAPA

MAPA

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9DADOS BÁSICOS

DADOS BÁSICOS

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I. ASPECTOS GERAIS

1. GEOGRAFIA

Cuba está situada no Mar do Caribe, na entrada do Golfo do México. O arquipélago cubano é formado pela Ilha de Cuba, a Ilha da Juventude e outras 1.600 ilhotas, entre as quais se distinguem os seguintes arquipélagos: Coloradas, Jardines del Rey ou Sabana Camagüey, Jardines de La Reina e Los Canarreos. A superfície total do país é de 109.884 km². Cuba está dividida em 15 províncias e 168 municípios, incluindo a Ilha da Juventude (município especial).

DISTÂNCIAS

Cuba dista 29 km das Bahamas, 78 km do Haiti, 148 km da Jamaica, 150 km dos Estados Unidos e 210 km do México.

CLIMA

As temperaturas geralmente são altas. Os valores médios anuais variam de 26 °C a 32 °C, podendo ser mais elevados na costa oriental. Os meses de maio a outubro constituem a época do ano com temperaturas mais elevadas.

A umidade relativa do ar é alta, com médias próximas a 80%. As regiões mais úmidas são as ocidental e central. De 1º de junho a 30 de novembro é maior a quantidade de chuvas e, usualmente, de furacões.

I. ASPECTOS GERAIS

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2. POPULAÇÃO, CENTROS URBANOS E INDICADORES

POPULAÇÃO

De acordo com o Anuário Estatístico de Cuba, a população cubana em 2018 era de 11.209.628 habitantes. Trata-se do país mais populoso e povoado do Caribe. A densidade demográfica é de 102 hab/km2. Havana tem densidade de 2.926,8 hab/km2, ao passo que a de Camaguey é de 49,9 hab/km2. Depois de Havana (2.129.553 habitantes), as cidades mais populo-sas são Santiago de Cuba (1.051.069) e Holguín (1.030.024). A maior parte da população do país é urbana (77%).

Pouco mais da metade da população residente é feminina (50,26%). Em termos etários, confirma-se a tendência ao envelhecimento da população, iniciada há anos: a porcentagem de residentes com idade igual ou superior a 60 anos passou de 17,8% em 2010 para 20,4% em 2018.

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A taxa anual de crescimento da população por mil habitantes é negativa, de -1,0/1000. A taxa bruta de natalidade em 2018 foi de 10,4 por mil habitantes (contra 10,2 em 2017). O perfil demográfico populacional de Cuba vem mudando de forma acelerada desde a década de 1980, aproximando-se da pirâmide etária de países industrializados. Na década de 1980, a pirâmide etária de Cuba assemelhava-se à de países em desenvolvimento, com base larga (30,3% da população em idade pré-laboral, 0-14 anos) e topo estreito (6,7% em idade de aposentadoria, acima de 65 anos). Em 2012, a pirâmide apresentava, respectivamente, 17,2% e 18,3% nessas faixas. As projeções para 2045 mostram uma pirâmide invertida (13,5% de 0-14 anos; 35,2% acima de 65 anos). Em 2025, Cuba será o país mais envelhecido das Américas. A idade média dos cubanos é de 40 anos.

A população economicamente ativa em 2018 foi de 4.559.100 trabalhadores (0,2% inferior na comparação com 2017), dos quais 62,9% homens e 37,1% mulheres. A taxa de desemprego manteve o mesmo valor do ano anterior: 1,7%. Em Cuba quase 65% da população ativa trabalha no setor de serviços.

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No segundo semestre de 2010, o governo cubano anunciou algumas medidas para dinamizar a economia do país, den-tre as quais a redução do funcionalismo público, estimulando a absorção dessa mão-de-obra pelo setor privado. Nesse contexto, o governo autorizou novas formas de trabalho autônomo. Nos últimos anos o setor autônomo foi um dos mais dinâmicos da economia: entre 2010 e 2018 gerou 460 mil novos empregos, incrementando sua cifra de trabalhadores de 157 mil para 617 mil (novembro 2019), representando 13% da força de trabalho do país.

CENTROS URBANOS

Os principais centros urbanos são Havana, capital do país e principal polo cultural e econômico; Santiago de Cuba, localizada no extremo leste da ilha e segunda cidade do país em importância econômica, cultural e demográfica; Camagüey, localizada no Centro-Oriente, cujo centro histórico é patrimônio da humanidade; e Holguín, com praias de areias brancas e águas cálidas como Guardalavaca, Pesquero e Praia Esmeralda, de grande interesse turístico.

INDICADORES SOCIOECONÔMICOS

Em 2018 o PIB de Cuba foi de USD 100,0 bilhões (PIB per capita USD 8.918). Desde 2003, Cuba tem fórmula própria para o cál-culo do PIB, a qual inclui os investimentos em serviços gratuitos educacionais e hospitalares, assim como subsídios.

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O modelo socioeconômico de Cuba oferece à população acesso à alimentação básica com preços subsidiados, direito a assistência médica gratuita e direito a ensino gratuito em todos os níveis. O salário médio do setor estatal em 2018 foi de CUP 777, equivalente a USD 32. Os setores com níveis salariais mais altos foram a construção e a mineração, com CUP 1.539 (USD 64,12) e CUP 1.423 (USD 59,29) respectivamente; enquanto os setores de cultura e esporte, serviços comunitários e educação mostraram os níveis mais baixos, de aproximadamente 569 CUP (USD 23,69).

O setor empresarial público recebe salários mais altos em função da produtividade das empresas. Os profissionais do setor estatal que prestam serviços internacionais (médicos, professores, esportistas, pesquisadores ou funcionários de missões diplomáticas) recebem salários em dólares americanos, que podem variar entre USD 200 e USD 1000 por mês, durante o período da missão. Além disso, há um grupo de trabalhadores vinculados ao setor não-estatal (trabalhadores autônomos ou contratados por empresas estrangeiras) que recebem parte do seu salário na moeda forte do país, o CUC.

O governo anunciou, em 28/6/2019, aumento salarial para o setor público não empresarial, o que representa aumento de 68% do salário nominal médio. A medida beneficiou 1.470.736 trabalhadores (48% dos vinculados ao setor estatal). O salário médio cubano, a despeito do crescimento de 84,8% nos últimos dez anos, é insuficiente, e muitas famílias complementam suas re-ceitas com remessas em dólares norte-americanos provenientes de familiares do exterior.

As remessas enviadas pela diáspora cubana, segundo a Havana Consulting Group (THCG), aumentaram 155% no período 2008-2018, alcançando USD 3,7 bilhões. Nesse período, 90% das remessas recebidas por Cuba foram enviadas dos EUA.

Cuba não se caracteriza por ter uma sociedade denominada “de consumo”, devido às características do modelo econômico do país e às limitações econômicas da população, que em sua maioria utiliza sua renda em despesas básicas. Considerando os padrões de consumo das famílias cubanas que dependem dos salários do setor estatal, estima-se que entre 55% e 71% das receitas familiares destina-se a compra de alimentos. A abertura ao turismo, as remessas do exterior, o aumento dos trabalhadores privados e a permissão para vender casas e carros têm gerado desigualdade de renda entre as famílias depen-dentes dos salários, pensões, assistência e subsídios estatais e as famílias que têm acesso a fontes de receitas privadas.

A província de Havana é considerada o principal centro da vida econômica e sociocultural da nação, e tem sido destino prefer-encial da migração interna. Em 2018 21.344 pessoas de diferentes regiões do país se mudaram para a capital.

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A taxa de alfabetização de Cuba, segundo o UNICEF, foi de 99,8% em 2015. Cuba foi o único país da América Latina e do Caribe a ter cumprido os objetivos globais da educação para todos no período 2000-2015. Em 2018 o total da população estudantil foi de 2.012.703, 11,9% dos quais seguiram estudos superiores.

Tabela 11População estudantil Fonte: Anuário Estatístico de Cuba - 2019

No relatório de 2018 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Cuba situa-se no Grupo de Desen-volvimento Humano Alto, ocupando em a posição nº 73 (2017), com um IDH de 0,777.

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Tabela 12Componentes do Índice de Desenvolvi-mento Humano de Cuba 2018Fonte: Human Development Report (2018)

3. ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E ADMINISTRATIVA

ORGANIZAÇÃO POLÍTICA

Desde 1959, o sistema político de Cuba tem sido o Estado socialista, com a socialização dos meios de produção. O parlamento unicameral cubano – a Assembleia Nacion-al do Poder Popular (ANPP) – é o órgão supremo do Esta-do. Tem autoridade constituinte e legislativa, bem como a atribuição de eleger os membros dos órgãos executivos e judiciais de instância superior. Na atual legislatura, a ANPP está integrada por 605 deputados, propostos por uma Comissão Nacional de Candidaturas entre os delegados mu-nicipais (50%) e outras pessoas com reconhecido prestígio político, econômico, social ou cultural (50%). As candidatu-ras são aprovadas ou rejeitadas pelos eleitores em eleições gerais que ocorrem a cada cinco anos, considerando eleito cada candidato que obtenha mais de 50% dos votos.

Os deputados representam os cidadãos dos municípios pe-los quais foram eleitos. Vigora em Cuba o sistema de parti-do único, o Partido Comunista de Cuba (PCC). Praticamente todos os membros do parlamento pertencem ao PCC. O parlamento cubano tem atividade plenária de dois períodos por ano. O resto do tempo trabalha em comissões perma-nentes ou temporárias.

Em julho de 2019 foi aprovada nova lei eleitoral que imple-menta mudanças na estrutura do governo, como a criação de um conselho eleitoral nacional e de conselhos locais

para conduzir o processo eleitoral; regulamenta a criação do cargo de presidente da República, conforme a nova con-stituição de 2019, aprovada em fevereiro de 2019; a desig-nação de um primeiro-ministro (que deverá ser indicado pelo presidente) e de governadores provinciais. Na próxima legislatura (2023) será reduzido o número dos deputados, dos 605 existentes para 474.

Em 10 de outubro de 2019, a ANPP elegeu o presidente (chefe de Estado) e o vice-presidente da República. O presi-dente exercerá mandato de cinco anos, por no máximo dois períodos consecutivos.

O Conselho de Estado (escolhido pelo parlamento) é o órgão superior que representa o parlamento entre cada um dos seus períodos plenários de sessões. Constitui a chefia colegiada do Estado e está composto por um presidente, um vice-presidente, um secretário e dezoito membros. O órgão tem autonomia legislativa plena, por meio de decre-tos-leis aprovados pelo parlamento.

O Conselho de Ministros constitui o governo da República. Seus membros são eleitos individualmente pelo parlamento por prazo de cinco anos, com possibilidade de reeleição por mais cinco. O Conselho é composto pelo primeiro-minis-tro (chefe do governo), cinco vice-primeiros ministros, que podem ser ou não ministros, secretários ou presidentes de outras entidades com status de ministério; os ministros; o secretário; e outros membros que a lei determinar. O Con-selho de Ministros delibera, em caráter plenário ou seletivo, semanalmente.

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Os outros órgãos superiores são o Tribunal Supremo Popular, que encabeça o corpo judicial único da nação; a Procuradoria-Geral da República, responsável por cobrar a legalidade dos atos dos cidadãos e das instituições; e a Con-troladoria-Geral da República, órgão auditor da economia e finanças do Estado. Principais ministérios e órgãos do governo:

-Ministério de Agricultura (MINAG)-Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (CITMA)-Ministério de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro (MINCEX)-Ministério de Comércio Interior (MINCIN)-Ministério da Construção (MICONS)-Ministério das Comunicações (MINCOM)-Ministério de Cultura (MINCULT)-Ministério de Economia e Planejamento (MEP)-Ministério de Educação (MED)-Ministério de Educação Superior (MES)-Ministério de Finanças e Preços (MFP)-Ministério das Forças Armadas Revolucionárias (MINFAR)-Ministério de Energia e Mineração (MINEM)-Ministério da Indústria Alimentícia (MINAL)-Ministério das Indústrias (MINUD)-Ministério do Interior (MININT)-Ministério de Justiça (MINJUS)-Ministério das Relações Exteriores (MINREX)-Ministério de Saúde Pública (MINSAP)-Ministério de Trabalho e Previdência Social (MTSS)-Ministério de Transporte (MITRANS)-Ministério de Turismo (MINTUR)-Banco Central de Cuba (BCC)-Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT)-Instituto Nacional de Esportes, Educação Física e Rec-reação (INDER)-Instituto Nacional de Recursos Hídricos (INRH)

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA

As províncias e os municípios de Cuba possuem personali-dade jurídica para todos os efeitos da lei. O território nacional, para fins político-administrativos, divide-se em províncias e municípios. Em cada província há um governo provincial formado por um governador, um vice-governador e um conselho provincial. A administração municipal é apoiada pelos Conselhos Populares, localizados em cidades, po-voados, bairros e zonas rurais e integrados por delegados eleitos nas circunscrições dos respectivos territórios. A Assembleia Municipal do Poder Popular é a máxima in-stância municipal, elegendo o Conselho da Administração Municipal, órgão executivo. O conselho de administração municipal é presidido pelo Intendente, tem caráter colegia-do e desempenha funções executivas-administrativas da Administração Municipal.

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4. PARTICIPAÇÃO DE CUBA EM ORGANIZAÇÕES E ACORDOS INTERNACIONAIS

-Organização das Nações Unidas (ONU)-Organização Mundial do Comércio (OMC)-Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD)-Comunidade dos Estados Latino-Americanos e do Caribe (CELAC)-Aliança Bolivariana para os Povos de América (ALBA-TCP)-Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL)-Corte Permanente de Arbitragem-Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA)-Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)-Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (ONUDI)-Organização Latino-Americana de Energia (OLADE)-Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)-Organização Mundial da Saúde (OMS)-Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)-Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI)-Associação de Estados do Caribe (AEC)-Associação Latino-Americana de Integração (ALADI)-Comunidade do Caribe (CARICOM)-G-77 + China-Movimento de Países Não-Alinhados (MNOAL)-União Internacional das Telecomunicações (UIT)-União das Telecomunicações do Caribe (CTU)-União Postal Universal (UPU)-União Postal das Américas, Espanha e Portugal (UPAEP)-União Postal do Caribe (CPU)

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37II. ECONOMIA, MOEDA E FINANÇAS

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38COMO EXPORTAR CUBA 2019

III. COMÉRCIO EXTERIOR 39

III. COMÉRCIO EXTERIOR

1. EVOLUÇÃO RECENTE

2014 2015 2016 2017 2018 Var 2018/1017

Exportações 4.857 3.350 2.317 2.402 2.373 -1,21%

Importações 13.037 11.702 10.270 10.172 11.484 12,90%

Balança comercial 17.894 15.052 12.587 12.574 13.857 10,20%

Saldo comercial -8.180 -8.353 -7.953 -7.770 -9.112 17,27%

Tabela 28Cuba. Comércio Exterior de mercadorias Milhões de USD - FOBFonte: Escritório Nacional de Estatísticas / Setor Externo 2019

COMO EXPORTAR CUBA | 201838

Cuba é um país com uma economia aberta ao exterior e mantém intercâmbio comercial com mais de 170 países. O comér-cio exterior desempenha papel fundamental na economia cubana, fortemente dependente de importações estratégicas, como alimentos e combustíveis. Nos últimos anos, essa dependência do comércio exterior tem constituído o principal freio ao crescimento, com um forte déficit comercial na balança de bens, tradicionalmente compensado pela balança de serviços. Em 2018 as exportações de bens e serviços responderam por 14,5% do PIB a preços correntes (importações: 12,6%). O grau de abertura da economia em 2018 foi de 27,1% a preços correntes.

As estatísticas oficiais de Cuba indicam diminuição das importações globais do país nos últimos cinco anos. A taxa média de decréscimo anual entre 2014 e 2018 foi de 3,1%. As importações em 2018 foram de USD 11,48 bilhões, enquanto as exportações atingiram USD 2,37 bilhões: déficit de USD 9,1 bilhões. A balança de bens deficitária é compensada pela balança de serviços, cujo saldo foi de USD 10,7 bilhões. A balança de bens e serviços apresenta, portanto, superávit de USD 1,6 bilhões (queda de 36% em relação a 2017).

O agravamento da crise na Venezuela – âncora financeira e energética de Cuba nos últimos anos – e as medidas imple-mentadas pelo governo dos EUA desferiram um duro golpe contra a economia cubana limitando ainda mais a captação de divisas. A crise do setor externo gera endividamento do governo e se reflete na contração da capacidade de pagamento do estado cubano aos credores internacionais.

Para 2019 a CEPAL estima que Cuba deverá diminuir suas importações globais em 7% (USD 10,7 bilhões) e suas expor-tações em 3,7% (USD 2,3 bilhões). Nessas condições, 2019 deverá registrar deterioração do setor externo cubano. As receitas por exportações de serviços, maior fonte de divisas do país, também deverão diminuir em 2019 em decorrência do cancelamento dos contratos de serviços médicos com Equador e Bolívia.

A oferta exportável de bens em Cuba é limitada aos produtos tradicionais (níquel, charuto, rum, peixe e mariscos), produ-tos químicos e medicamentos. A propensão a importar é muito elevada e qualquer melhora no crescimento e na situação financeira costuma redundar em incremento imediato das importações. Para mitigar tal propensão, o governo cubano tem identificado como elementos-chave no Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (PNDES) até 2030 o aumento das exportações e a substituição de importações, buscando produzir localmente o que for possível, inclusive com investimento estrangeiro direto.

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39III - COMÉRCIO EXTERIOR

III. COMÉRCIO EXTERIOR 39

III. COMÉRCIO EXTERIOR

1. EVOLUÇÃO RECENTE

2014 2015 2016 2017 2018 Var 2018/1017

Exportações 4.857 3.350 2.317 2.402 2.373 -1,21%

Importações 13.037 11.702 10.270 10.172 11.484 12,90%

Balança comercial 17.894 15.052 12.587 12.574 13.857 10,20%

Saldo comercial -8.180 -8.353 -7.953 -7.770 -9.112 17,27%

Tabela 28Cuba. Comércio Exterior de mercadorias Milhões de USD - FOBFonte: Escritório Nacional de Estatísticas / Setor Externo 2019

COMO EXPORTAR CUBA | 201838

Cuba é um país com uma economia aberta ao exterior e mantém intercâmbio comercial com mais de 170 países. O comér-cio exterior desempenha papel fundamental na economia cubana, fortemente dependente de importações estratégicas, como alimentos e combustíveis. Nos últimos anos, essa dependência do comércio exterior tem constituído o principal freio ao crescimento, com um forte déficit comercial na balança de bens, tradicionalmente compensado pela balança de serviços. Em 2018 as exportações de bens e serviços responderam por 14,5% do PIB a preços correntes (importações: 12,6%). O grau de abertura da economia em 2018 foi de 27,1% a preços correntes.

As estatísticas oficiais de Cuba indicam diminuição das importações globais do país nos últimos cinco anos. A taxa média de decréscimo anual entre 2014 e 2018 foi de 3,1%. As importações em 2018 foram de USD 11,48 bilhões, enquanto as exportações atingiram USD 2,37 bilhões: déficit de USD 9,1 bilhões. A balança de bens deficitária é compensada pela balança de serviços, cujo saldo foi de USD 10,7 bilhões. A balança de bens e serviços apresenta, portanto, superávit de USD 1,6 bilhões (queda de 36% em relação a 2017).

O agravamento da crise na Venezuela – âncora financeira e energética de Cuba nos últimos anos – e as medidas imple-mentadas pelo governo dos EUA desferiram um duro golpe contra a economia cubana limitando ainda mais a captação de divisas. A crise do setor externo gera endividamento do governo e se reflete na contração da capacidade de pagamento do estado cubano aos credores internacionais.

Para 2019 a CEPAL estima que Cuba deverá diminuir suas importações globais em 7% (USD 10,7 bilhões) e suas expor-tações em 3,7% (USD 2,3 bilhões). Nessas condições, 2019 deverá registrar deterioração do setor externo cubano. As receitas por exportações de serviços, maior fonte de divisas do país, também deverão diminuir em 2019 em decorrência do cancelamento dos contratos de serviços médicos com Equador e Bolívia.

A oferta exportável de bens em Cuba é limitada aos produtos tradicionais (níquel, charuto, rum, peixe e mariscos), produ-tos químicos e medicamentos. A propensão a importar é muito elevada e qualquer melhora no crescimento e na situação financeira costuma redundar em incremento imediato das importações. Para mitigar tal propensão, o governo cubano tem identificado como elementos-chave no Plano Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (PNDES) até 2030 o aumento das exportações e a substituição de importações, buscando produzir localmente o que for possível, inclusive com investimento estrangeiro direto.

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40 COMO EXPORTAR CUBA 2019

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Tabela 31/ Exportações por principais parceiros - destino das exportações / Fonte: Escritório Nacional de Estatísticas / Setor Externo 2019

Tabela 32 / Importações por grupos de produtos / Fonte: Escritório Nacional de Estatísticas / Setor Externo 2019

COMO EXPORTAR CUBA 2019

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45IV. RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL-CUBA

1. INTERCÂMBIO COMERCIAL BILATERAL

EVOLUÇÃO RECENTE

O comércio bilateral de bens entre o Brasil e Cuba cresceu 13% entre 2008 e 2012. Em termos de valor, o fluxo comer-cial passou de USD 572 milhões para USD 650,8 milhões. Porém, no período 2013-2017, a corrente comercial mos-trou tendência negativa, com taxa média de decrescimen-to anual de 10,9%. Em 2018, o intercâmbio foi de USD 376 milhões, o que significou aumento de 2,7% na compara-ção com 2017.

Em 2018, Cuba ocupou a 64ª posição entre os principais destinos das exportações brasileiras. Entre 2008 e 2018 as exportações brasileiras para Cuba diminuíram 35%, passan-do de USD 526,7 milhões em 2008 para USD 342,3 milhões em 2018, com pico de USD 555,1 milhões em 2012.

As exportações brasileiras para Cuba são bastante concen-tradas. Nos últimos cinco anos, os doze principais itens correspondem a 66,8% do total. Foram os seguintes os três principais produtos em 2018: i) carne de frango (USD 74,6 milhões, equivalentes a uma participação de 21,8% sobre o total geral); ii) resíduos sólidos da extração de óleos de soja (USD 50,8 milhões, 14,8%); e iii) Arroz (USD

27,3 milhões, 8,0%). Em 2018, as exportações de alimentos, bebidas e produtos do agronegócio atingiram USD 234,5 milhões, sendo os setores mais participativos, com 68,5% do total da pauta.

As exportações brasileiras para Cuba em 2018 foram com-postas, em sua maior parte, de produtos básicos (58,2% do total). Os produtos manufaturados representam 40,8%, en-quanto os semimanufaturados concentraram 0.9%. As im-portações brasileiras de Cuba estiveram compostas 53,9% de produtos manufaturados (com especial destaque para os medicamentos), 45,9% de produtos semimanufatura-dos (principalmente produtos de ferro ou aços) e uma par-ticipação pouco significativa (0,2%) de produtos básicos.

Os medicamentos (produtos imunológicos, apresentados em doses ou acondicionados para venda a retalho) foram os principais produtos cubanos importados pelo Brasil em 2018, representando 43,8% do total. As importações desses produtos aumentaram significativamente de apenas USD 85.412 em 2017 para USD 14.8 milhões em 2018.

Nos últimos cinco anos, o Brasil permaneceu como o se-gundo sócio comercial de Cuba na região latino-americana e, ao concluir 2018, ocupou o 6º lugar no comércio total do país. O Brasil é, para Cuba, importante provedor de al-imentos e de maquinarias e equipamentos, entre outros.

IV. RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL-CUBA

Tabela 34 / Intercâmbio comercial do Brasil com Cuba / Fonte: SECEX/DECEX.

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RESULTADOS DE 2019

Entre janeiro e setembro de 2019, o intercâmbio comercial Brasil-Cuba registrou queda de 29,5%, em relação ao mes-mo período de 2018, com valor de USD 208,2 milhões. O superávit em favor do Brasil foi USD 192,5 milhões.

As importações brasileiras de produtos cubanos caíram 75,8% para USD 7,8 milhões, em decorrência principal-mente da diminuição da participação dos SH6: i) 300215 (produtos imunológicos para venda a retalho): -99,8%, para USD 29.156; ii) 720711 (produtos semimanufatura-dos, de ferro ou aços, não ligados): -77,8%, para USD 2,3 milhões; e iii) 720720 (outros produtos semimanufatura-dos, de ferro ou aços, não ligados): -54,1%, para USD 2,4 milhões.

Foram os seguintes o SH6 com maior participação da pau-ta: i)720720 (outros produtos semimanufaturados, de ferro ou aços, não ligados): 30,1%; ii) 720711 (produtos semi-manufaturados, de ferro ou aços, não ligados): 29,4%; iii) 240220 (cigarros contendo fumo): 25,1%; iv) 240210 (charu-tos e cigarrilhas): 11,2%; e v) 220840 (rum): 3%.

As exportações brasileiras para Cuba no período foram de USD 200,3 milhões. O resultado mostra recuo de 23,8% em relação ao mesmo período de 2018. As maiores que-das foram registradas nas vendas de alimentos e bebidas (-29,2%, para USD 97,2 milhões), produtos agropecuários (-31,9%, para USD 33,4 milhões), e produtos de moda,

higiene pessoal e cosméticos (-52,1%, para USD 11,0 mil-hões). A despeito do comportamento negativo global das exportações, registraram aumento significativo as vendas de equipamento de transporte (+259,4%, para USD 11,0 milhões), bem como de maquinários e equipamentos, aparelhos e materiais elétricos (+ 18,3%, para USD 22,3 milhões).

Os grupos de produtos com maior participação na com-posição da pauta exportadora brasileira no período foram os seguintes: i) alimentos e bebidas: 48,5%; ii) produtos agropecuários: 16,7%; iii) maquinários e equipamentos, aparelhos e materiais elétricos: 11,1%; iv) equipamentos de transporte: 5,5%; e v) produtos de moda, higiene pessoal e cosméticos: 5,5%.

O comportamento negativo das exportações brasileiras de alimentos para Cuba – sobretudo de alimentos e produtos agropecuários – ao longo do período indicado teve como fator preponderante a inadimplência do governo cuba-no com o Brasil, que resultou na desativação da linha de crédito do PROEX. Em contexto de crise financeira e seve-ra escassez de divisas em Cuba, os preços praticados por fornecedores de outros países e os créditos ao exportador disponibilizados por alguns governos têm sido decisivos para explicar o desvio parcial, para outros mercados, das importações provenientes do Brasil. É razoável supor que, mantidas as condições vigentes ao longo do corrente ano, o volume do comércio bilateral que se registrará ao final de 2019 deverá estabelecer o patamar que se manterá nos próximos anos.

COMPOSIÇÃO DO INTERCÂMBIO COMERCIAL

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47IV. RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL-CUBA

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48COMO EXPORTAR CUBA 2019

2. INVESTIMENTOS BILATERAIS

O investimento estrangeiro foi reconhecido, na nova Constituição de Cuba, como necessário para o desenvolvimento do país. Em 2018 o capital estrangeiro captado foi de USD 1,5 bilhões em 40 novos negócios, enquanto, entre outubro desse ano e outubro de 2019, foram aprovados 25 negócios, no valor de USD 1,7 bilhões. Os valores oficiais procuram refletir, invariavelmente a partir de enfoque maximalista, o capital comprometido pelo investidor. Porém, não existem dados oficiais sobre a entrada efetiva de capital estrangeiro.

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49IV. RELAÇÕES ECONÔMICAS BRASIL-CUBA

Cuba tem procurado dinamizar sua política de atração de investimentos estrangeiros. Em 2019 o Ministério de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro (MINCEX) anunciou que estenderá a todo o país o modelo simplificado de “ventanilla” única de investimentos aplicado na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM). A janela única concentra todas as etapas, permissões, licenças e autorizações requeridas para realizar investimentos estrangeiros em Cuba, além de orientar o investidor em todas as etapas do processo, inclusive via “on line”. A expansão deste sistema para todos os empresários estrangeiros busca facilitar e simplificar os processos de apresentação e aprovação de novos negócios.

No plano dos investimentos, a Souza Cruz e a Ambev são as empresas brasileiras com ativos em Cuba. Desde 1994 a Souza cruz é sócia da cubana Tabacuba na empresa de economia mista Brascuba. A Brascuba planeja abrir nova fábrica na Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM) em 2020. A Ambev possui, desde 2014, 50% de participação na empresa cubana Cervecería Bucanero S.A., detentora do monopólio da produção de cerveja em Cuba.

3. PRINCIPAIS ACORDOS ECONÔMICOS BRASIL - CUBA

ACE 62 Cuba-MERCOSUR - O Acordo tem por objetivo impulsionar o intercâmbio comercial das Partes Signatárias, por meio da redução ou eliminação de gravames e demais restrições aplicadas à importação dos produtos negociados.

APPRI - No marco de acordos bilaterais, em 1997, ambas as nações subscreveram o Acordo para a Promoção e Proteção Recíproca de Investimentos (APPRI).

4. LINHAS DE CRÉDITO DE BANCOS BRASILEIROS

Cuba tem-se beneficiado fundamentalmente de créditos do programa de financiamento para as exportações (PROEX) do Governo Federal, para comprar alimentos e do programa “Mais Alimentos”, que permitia a Cuba comprar equipamentos e insumos para a agricultura. Além disso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi a insti-tuição que disponibilizou os créditos para realizar as obras de infraestrutura vinculadas à construção do porto de Mariel e outros projetos com destino aos setores açucareiro, agrícola, de turismo, indústria farmacêutica e plantas de recapagem.

Em decorrência da inadimplência do governo cubano com o Brasil foi desativada a linha de crédito PROEX para compra de alimentos, portanto, atualmente, não há disponíveis instrumentos financeiros de apoio ao exportador brasileiro para Cuba.

5. MATRIZ DE OPORTUNIDADES

A análise do cruzamento entre a taxa média de crescimento dos principais produtos exportados pelo Brasil e a taxa média de crescimento das importações mundiais desses produtos mostra que têm maiores oportunidades e perspectivas de expansão em Cuba os seguintes grupos de produtos:

- Máquinas e aparelhos- Veículos automóveis- Ferro fundido, ferro e aço - Sementes e frutos oleaginosos

A análise do cruzamento entre as taxas de crescimento das exportações do Brasil para Cuba nos últimos anos, as taxas de crescimento das importações cubanas desses produtos e as taxas de crescimento das exportações brasileiras mostra

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que têm maiores possibilidades de manter tendência crescente os seguintes grupos de produtos:

- Artigos de higiene ou de toucador, e suas partes, de ferro fundido, ferro ou aço- Papel, cartão, pasta (ouate) de celulose e mantas de fibras de celulose em rolos ou em folhas de forma quadrada ou retangular - Bulldozers, angledozers, niveladores, pás mecânicas, escavadores, autopropulsados - Produtos de padaria, pastelaria ou da indústria de bolachas e biscoitos

A demanda no mercado cubano vem-se fortalecendo nos últimos anos, com demonstração de interesse nos produtos brasileiros por terem uma imagem positiva e consolidada junto os especialistas do mercado e os consumidores finais.

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1. SISTEMA TARIFÁRIO

ESTRUTURA DA TARIFA DE IMPORTAÇÃO

A estrutura de tarifas aduaneiras cubana foi aprovada em 1990 por meio do Decreto-lei nº 124, aprovado pelo Con-selho de Estado. O imposto é “ad-valorem” e toma como suporte a Nomenclatura do Sistema Harmonizado de Classi-ficação de Produtos (SACLAP 2016), com uma abertura na-cional de oito dígitos. Cumpre funções de arrecadação ou de proteção comercial, mas de forma moderada, pelo que não é um obstáculo para o comércio.

Em 2016, foi emitida a Resolução No. 67/2016 do Escritório Nacional de Estatísticas e Informação, que põe em vigor o SACLAP 2016. As tarifas alfandegárias em operações comer-ciais no território cubano são definidas pela Resolução Con-junta No. 1/2017, do Ministério de Finanças e Preços e do Ministério de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro de Cuba, de 2017. As tarifas encontram-se disponíveis no sítio eletrônico da Aduana de Cuba: http://www.aduana.gob.cu/arancel1/category/12-arancel-2018.html

O imposto pode ser classificado em duas colunas:- Tarifa Geral (TG): Aplica-se aos países não membros da Organização Mundial de Comércio (OMC) e àqueles com os quais Cuba não tem acordos comerciais bilaterais.

- Tarifa de Nação Mais Favorecida (NMF): Aplica-se aos países membros da OMC e àqueles com os quais Cuba tem acordos comerciais. A maior parte das importações do país realiza-se pela via das nações mais favorecidas, que abrange uma tarifa mínima de 0%, uma tarifa média de 10,7% e uma máxima de 30%. A tarifa geral pode chegar até 40% no máximo.

V. ACESSO AO MERCADO

V. ACESSO AO MERCADO

Tabela 40 Tarifas aduaneiras NMF aplicadas por Cuba segundo grupo de produtos - 2018Fonte:https://www.wto.org/english/res_e/booksp_e/tariff_profiles19_e.pdf

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SISTEMA GERAL DE PREFERÊNCIAS

SGP

Em 2014, Cuba foi excluída das vantagens tarifárias do Sistema Geral de Preferências (SGP) da União Europeia, já que, segundo os critérios do Banco Mundial, o país tem uma renda média alta.

REGIME DA ALADI

A Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) foi criada em 1980 para promover o desenvolvimento econômico e social da região. O processo de integração à ALADI busca estabelecer, de forma gradual e progressiva, um mercado co-mum latino-americano. Atualmente, são membros da ALADI: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. A Nicarágua está em processo de adesão.O regime da ALADI aplica-se às exportações e às importações que realizam seus países-membros. Esses acordos outor-gam preferência tarifária a uma lista de produtos. O regime de origem é, de maneira geral, estabelecido de acordo com a Resolução nº 252 de 4 de agosto de 1999.

As diminuições das tarifas alfandegárias entram nos Anexos dos Convênios Bilaterais firmados no marco da ALADI, considerando as listas de preferências negociadas. Como parte dos compromissos assumidos no marco da ALADI, Cuba começou a participar da Preferência Tarifária Regional, que consiste na concessão de preferências mútuas entre países-membros a produtos que não estejam negociados nos acordos da ALADI.

A Alfândega Geral de Cuba vem incorporando Acordos de Preferência Tarifária em seu sistema, o que permite a solici-tação automática das preferências estabelecidas nos Acordos por meio da declaração de mercadorias no momento do despacho alfandegário. Para fazer a solicitação, o exportador deverá apresentar o Certificado de Origem estabelecido em cada Acordo. A Câmara de Comércio de Cuba é o órgão encarregado de emitir o Certificado de Origem (formulário A).

ACORDOS COMERCIAIS DOS QUAIS CUBA FAZ PARTE NO MARCO DA ALADI

1.Acordo Regional (AR nº 6) de Cooperação Científico-Tecnológica (Convênio-Quadro) (ALADI) 2.Acordo Regional (AR nº 7) de Cooperação e Intercâmbio de Bens nas Áreas Cultural, Educacional e Científica (ALADI)3.Acordo-Quadro (AR nº 8) para a Promoção do Comércio mediante a Superação das Barreiras Técnicas ao Comércio (ALADI)4.Acordo Regional (AR nº 4) relativo à Preferência Tarifária Regional (PAR) (ALADI)5.Lista de Abertura de Mercado com a Bolívia (AR nº 1)6.Lista de Abertura de Mercado com o Equador (AR nº 2)7.Lista de Abertura de Mercado com o Paraguai (AR nº 3) (ALADI)8.Acordo de Alcance Parcial (AG nº 2) para a Liberação e Expansão do Comércio Interregional de Sementes (ALADI)9.Acordo de Comércio e Cooperação Cuba-CARICOM10.Acordo de Alcance Parcial de Complementação Econômica Mercosul-Cuba (ACE nº 62)

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57V. ACESSO AO MERCADO

ACORDOS BILATERAIS DE COMPLEMENTAÇÃO ECONÔMICA (ACE) E ALCANCE PARCIAL (AAP)

1.ACE nº 40 Cuba-Venezuela2.ACE nº 42 Cuba-Chile3.ACE nº 46 Cuba-Equador4.ACE nº 47 Cuba-Bolívia5.ACE nº 49 Cuba-Colômbia6.ACE nº 50 Cuba-Peru7.ACE nº 51 Cuba-México8.AAP nº 36 Cuba-Guatemala (Artigo 25 Tm-80)9.AAP Cuba-Panamá (Artigo 25 Tm-80)10.AAP Cuba-El Salvador (Artigo 25 Tm-80)11.AAP Cuba-Nicarágua (Artigo 25 Tm-80)

CACORDO DE PREFERÊNCIA COMERCIAL MERCOSUL-CUBA (ACE 62)

O ACE-62 MERCOSUL-Cuba é um acordo de preferências fixas que multilateralizou as preferências negociadas em acor-dos bilaterais entre os Estados-Partes do MERCOSUL e Cuba (no caso do Brasil, o acordo anterior era o ACE-43). O ACE-62 foi assinado na Reunião de Córdoba do Conselho do Mercado Comum, em 21/07/06, e está em vigor desde julho de 2007 entre o Brasil e Cuba.

O ACE-62 inclui cerca de 3.000 produtos, sendo que a multilateralização de 100% da margem de preferência foi acor-dada para um prazo máximo de 5 anos (2011). No aspecto normativo, o ACE-62 inclui anexos sobre regras de origem, salvaguardas, solução de controvérsias, normas e regulamentos técnicos e medidas sanitárias e fitossanitárias. O texto do acordo encontra-se disponível no seguinte link: http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/negociacoes-internaciona-is/132-acordos-dos-quais-o-brasil-e-parte/1830-acordos-mercosul-cuba-ace-62

OUTRAS TAXAS E GRAVAMES À IMPORTAÇÃO

A lei 113/12 do Sistema Tributário Cubano estabelece outros impostos internos destinados à importação:

Imposto sobre Venda: imposto sobre bens de consumo que sejam objeto de compra e venda, importados ou produzi-dos total ou parcialmente em Cuba. O imposto é aplicável aos produtos que se comercializem na rede, tanto atacadista quanto varejista.

Imposto Especial a Produtos: imposto sobre bebidas alcoólicas, cigarros, charutos, combustível, veículos automotores, aparelhos eletrodomésticos e bens de luxo.

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58COMO EXPORTAR CUBA 2019

2. REGULAMENTAÇÃO DE ATIVIDADES DE COMÉRCIO EXTERIOR

REGULAMENTAÇÃO GERAL

A atividade de exportação e importação em Cuba está regula-mentada pela Resolução nº 50 de 2014, que tem por objetivo estabelecer princípios e regras básicas que deverão cumprir as empresas cubanas habilitadas à importação e à exportação de mercadorias. A Resolução nº 50 está disponível em: http://havana.itamaraty.gov.br/pt-br/como_exportar_para_cuba.xml

A política geral de comércio exterior em Cuba é baseada no monopólio estatal. Somente empresas cubanas que possuem licença emitida pelo Ministério de Comércio Ex-terior e Investimento Estrangeiro (MINCEX) podem impor-tar produtos em Cuba.

As referidas licenças são outorgadas a um número limita-do de empresas cubanas e mistas. Dessa forma, nenhuma empresa estrangeira, tendo ou não estabelecimento comer-cial em Cuba, obterá autorização de importação sem estar vinculada a uma companhia cubana como, por exemplo, na forma de “joint venture”, ou outra forma de estabelecimento permitida pela lei de investimento estrangeiro cubana.

As empresas cubanas especializadas em importação pos-suem licenças sobre determinadas nomenclaturas de pro-dutos.

As companhias estrangeiras não precisam de escritório nem registro prévio em Cuba para realizar atividades comerciais com entidades nacionais, só devem formar parte da carteira de fornecedores da empresa cubana im-portadora.

Todos os produtos que entram no país devem ser declara-dos na alfândega e estão sujeitos à inspeção.

IMPORTAÇÕES INCENTIVADAS

A resolução 13 de 1999 do Ministério de Finanças e Preços dispõe sobre reduções tarifárias de 50% para as impor-tações de maquinários, equipamentos, peças e acessóri-os, com tecnologia capaz de reduzir significativamente os

poluentes lançados ao meio ambiente.

A política geral relativa ao Comércio Exterior de Cuba não incentiva importações; pelo contrário, o país tem como política substituí-las pela produção local.

NORMAS ADMINISTRATIVAS DE IMPORTAÇÃO

-Resolução 50/14: regulamento da atividade de exportação e importação-Decreto lei 162/96: lei da Alfândega Geral de Cuba-Resolução Conjunta MFP-MINCEX nº 01/13: atualiza a tarifa alfandegária -Resolução 85/13 dos regimes de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo e de drawback -Resolução 8 de 2002: regime de admissão temporária de mercadorias para reexportação no mesmo estado.-Resolução 30 de 2018: procedimento para o controle do cumprimento das regulações técnicas nos produtos de im-portação e exportação e indicações para a inspeção das mercadorias.-Ordem Ministerial 2182 (09/2005): precisões em matéria de qualidade e inspeções para as importações

LICENCIAMENTO

Cuba mantém uma lista de produtos que precisam de au-torizações técnicas pontuais ou ditame emitido por alguma instituição estatal conhecida como Autoridade Nacional Competente. Tais produtos são classificados em dois gru-

pos A e B de acordo com suas caraterísticas e exigências.

GRUPO A

Trata-se de produtos que obrigatoriamente devem ser submetidos a processo de avaliação de documentos ou procedimento com ensaios e inspeções que tem por ob-jetivo o registro do produto para sua aprovação por uma Autoridade Nacional Competente, entidade encarregada de verificar se cumprem os requisitos técnicos obrigatóri-os estabelecidos para sua entrada ao território nacional.

Os produtos do grupo A precisam de Certificado Oficial prévio a sua importação. Além disso, precisam de uma Declaração de Conformidade do fabricante ou provedor

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do produto que permita ao usuário final conhecer os requisitos técnicos, especificações de qualidade e outras caraterísticas pactuadas nos contratos que amparam a operação comercial. Os produtos deverão obter as au-torizações técnicas em data anterior ao embarque das mercadorias.

Produtos do Grupo A:

Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente - CITMA- Autoridade Nacional Competente: Oficina de Regulamen-tação Ambiental e Segurança Nuclear (ORASEN)• Espécies da flora e a fauna silvestres controladas pelo CITES - Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Ex-tinção;• Micro-organismos que posam causar doenças ao homem, aos animais e às plantas; toxinas de origem biológico e equi-pamento de interesse para a biossegurança;• Fontes de radiação ionizante; equipamentos geradores de radiações ionizantes, materiais nucleares, equipamen-tos e componentes;• Sustâncias químicas tóxicas e precursores de armas químicas esgotadoras da camada de ozônio; produtos químicos de uso industrial que sejam contaminantes orgânicos;• Produtos, equipamentos e tecnologias que contenham substâncias esgotadoras da camada de ozônio.- Autoridade Nacional Competente: Oficina nacional de Normalização (ONN)• Instrumentos de medição sujeitos a controle metrológi-co.

Instituto Nacional de Recursos Hidráulicos - INRH- Autoridade Nacional Competente: Direção de Inspeção do INRH (DIINRH)• Equipamento e instalações para sistemas de águas.

Ministério das Comunicações - MINCOM - Autoridade Nacional Competente: Ministério das Comu-nicações• Equipamentos e partes destinados às telecomunicações.

Ministério da Construção - MICONS- Autoridade Nacional Competente: Direção de Normalização do MINCONS (DIMINCONS)• Materiais de construção para impermeabilização.

Ministério da Agricultura - MINAG - Autoridade Nacional Competente: Direção de Saúde Vegetal (DSV) • Produtos de origem vegetal, praguicidas.- Autoridade Nacional Competente: Direção de Saúde Ani-mal (DSA)• Animais vivos e material genético; alimentos de origem animal para o consumo humano ou de origem animal, vegetal ou mineral para o consumo animal; medicamen-tos; produtos biológicos e outros produtos de uso veterinário.- Autoridade Nacional Competente: Departamento de So-los e Fertilizantes da Direção de Solos e Controle da Terra• Fertilizantes minerais, orgânicos e biológicos.

Ministério da Indústria Alimentícia - MINAL- Autoridade Nacional Competente: Direção de Qualidade e Tecnologia (DCT)• Produtos pesqueiros de exportação para consumo huma-no.

Ministério de Energia e Mineração – MINEM- Autoridade Nacional Competente: Oficina Nacional para o Controle do Uso Racional da Energia (ONURE) • Equipamento elétrico e eletrodomésticos, partes, peças e acessórios.

Ministério de Energia e Mineração – MINEM- Autoridade Nacional Competente: Oficina Nacional de Recursos Minérios (ONRM)• Minérios.

Ministério das Forças Armadas - MINFAR- Autoridade Nacional Competente: Oficina Nacional de Hi-drografia e Geodesia (ONHG)• Sistemas de posicionamento por satélite (GPS) ou es-tações receptoras de sistemas de navegação por satélite (GNSS).

Ministério do Interior - MININT- Autoridades Nacionais Competentes: Corpo de Bombeiros de Cuba (CBC); Agência de Proteção Contra In-cêndios (APCI)• Sistemas e equipamentos contra incêndios.- Autoridade Nacional Competente: Direção de Proteção da Empresa de Certificação de Sistemas de Segurança e Proteção (ACERPROT)

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• Explosivos industriais, precursores químicos, produtos químicos tóxicos considerados como substâncias perigo-sas. Equipamentos de segurança e proteção. - Autoridade Nacional Competente: Direção de Criptogra-fia• Sistemas de proteção criptográfica

Ministério de Saúde Pública – MINSAP- Autoridade Nacional Competente: Centro para o Controle Estatal de medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos (CECMED)• Medicamentos e equipamento médico e hospitalar.- Autoridades Nacionais Competentes: Direção de Medica-mentos e tecnologias Médicas; Departamento de Atenção aos Serviços Farmacêuticos – Divisão de Controle aos es-tupefacientes, psicóticos e similares.• Drogas; estupefacientes; substâncias psicotrópicas e substância de efeitos similares; precursores químicos e substância químicas básicas como matérias primas far-macêuticas, medicamentos em suas formas terminadas para uso humano e veterinário, reativos para uso em labo-ratórios, produtos e substâncias químicas para uso indus-trial; padrões de referência para análises.- Autoridade Nacional Competente: Direção Nacional de Saúde Ambiental (DNSA)• Alimentos e produtos do tabaco.- Autoridade Nacional Competente: Instituto Nacional de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia (INHEM)• Alimentos; bebidas; materiais que estejam em contato com os alimentos; matérias primas; embalagens; aditivos alimentícios; produtos manufaturados do tabaco; cosméti-cos; artigo de asseio e uso pessoal; brinquedos; produtos e tecnologias para o tratamento da água.

Ministério dos Transportes – MITRANS - Autoridade Nacional Competente: Registro Cubano de Buques (RCB)• Materiais, acessórios e equipamento para o transporte. A Resolução 17/2017 estabelece o proceder para a im-portação de maquinários, equipamento tecnológico e de transporte.

Ministério de Trabalho e Previdência Social - MTSS- Autoridade Nacional Competente: Centro de Certificação de Equipamentos de Proteção Pessoal (CCEPP) • Equipamentos de proteção e segurança no trabalho.

Ministério das Indústrias - MINDUS- Autoridade Nacional Competente: Grupo Nacional de Elevadores • Elevadores, escadas rolantes.- Autoridade Nacional Competente: União de Recuperação de Matérias Primas• Matérias primas recicláveis

Banco Central de Cuba – BCC- Autoridade Nacional Competente: Banco Central de Cuba (BCC)• Metais e pedras preciosas.

Ministério de Cultura – MINCULT- Autoridade Nacional Competente: Registro Nacional de Bens Culturais• Bens patrimoniais e de conteúdo histórico.

Exigências para a importação das mercadorias do grupo A

i) Tanto as entidades facultadas à importação em Cuba dos produtos do grupo A quanto as empresas estrangeiras for-necedoras desses produtos interessados em registrá-los ou em obter a autorização técnica correspondente de-verão apresentar a solicitação ante a Autoridade Nacional Competente (ANC). A ANC poderá exigir a apresentação de amostras para ser submetida a avaliação técnica ou Certificado Oficial emitido pela Autoridade Competente no país de origem;

j) Para obter a liberação das mercadorias na Alfândega cubana o interessado deverá apresentar além dos docu-mentos oficiais previstos nas disposições vigentes para o embarque, o Certificado Oficial ou a Autorização Técnica correspondente;

k) As Autoridades Competentes realizam inspeção de aqueles requisitos técnicos obrigatórios em produtos que por sua natureza só podem ser verificados e avaliados por elas;

l) As entidades habilitadas para importar/exportar os pro-dutos do grupo A estão obrigadas a informar às Autori-dades Competentes as incidências detectadas quando os produtos não cumpram os requisitos técnicos obrigatóri-os.

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GRUPO B

Trata-se de produtos que não estão submetidos a nenhuma exigência citada no grupo A, mas que devem ser identificados com uma Declaração de Conformidade do fabricante ou fornecedor em correspondência com os requisitos técnicos pactuados nos contratos que amparam a operação de importação. Os produtos deverão obter as autorizações técnicas em data anterior ao embarque das mercadorias.

Exigências para a importação das mercadorias dos produ-tos do grupo B

i) Nas compras de amplos sortidos de um ou de vários produtos recebidos em um só contêiner será exigida uma Declaração de Conformidade que compreenda a generali-dade das mercadorias;

j) Para aqueles produtos que não tiverem que ser submeti-dos a um procedimento de registro, nem seja exigida em Cuba ou no país de origem uma certificação oficial será permitido a apresentação de uma Declaração de Confor-midade do próprio produtor ou fornecedor que contenha os requisitos do produto s segundo o procedimento esta-belecido internacionalmente.

CONTINGENCIAMENTOS OU COTAS

Em Cuba não existem regulamentações como contin-genciamentos ou cotas dirigidas a limitar o comércio; no entanto, os procedimentos estabelecidos são cuidadosa-mente seguidos, especialmente os dirigidos à preservação do patrimônio nacional, substâncias proibidas, registros sanitários e de proteção do meio ambiente.

Em determinados produtos, como o brometo de metilo, a importação não deverá estar acima do limite máximo anual que estabelece o cronograma nacional para o con-trole das substâncias que deterioram a camada de ozônio.

IMPORTAÇÕES PROIBIDAS

- Pesticidas cujas substâncias ativas constituam risco po-tencial para a vida humana.- Produtos químicos tóxicos, industriais e de consumo - Pára-raios radiativos

- Crocidolita (asbesto azul) - Armas listadas no artigo 3º da Lei nº 262 de 12/11/08

MEDIDAS “ANTIDUMPING”

Cuba não dispõe de legislação “antidumping”. A aplicação de medidas antidumping e compensatórias pelo gover-no cubano segue o estabelecido nos artigos VI e XVI do GATT, o Acordo de Implementação do Artigo VI do GATT, e o Acordo Sobre Subsídios e Medidas Compensatórias da OMC.

IMPORTAÇÃO VIA POSTAL

Os envios postais, encomendas e pacotes de importação devem cumprir as disposições do Convênio da União Postal Universal (UPU), do qual Cuba faz parte e de cujo cumprimento se encarregam os funcionários do serviço postal ao receber o pacote para encaminhá-lo.

As mercadorias importadas mediante envios postais de-verão ser declaradas e formalizadas ante a autoridade alfandegária, cumprindo os requisitos estabelecidos e apresentando autorizações em caso de mercadorias com restrições.

Os Correios de Cuba são responsáveis pelo transporte, armazenagem, custódia e apresentação ante a autoridade aduaneira e posterior entrega ao destinatário dos envios postais. A inspeção dos envios corresponderá à autori-dade aduaneira, quem utilizará critérios de seletividade determinados pelo chefe da Alfândega Geral.

AMOSTRAS E MATERIAL PUBLICITÁRIO

Cuba é signatária de convenção internacional para facilidade de importação de amostras comerciais e material publicitário. A legislação aduaneira cubana prevê a importação de merca-dorias para feiras, exposições e outras manifestações afins, com facilidades para os expositores tanto para a importação de mercadorias quanto para sua reexportação.

As amostras importadas temporariamente destinadas a feiras e exposições e as amostras enviadas a filiais de companhias estrangeiras acreditadas no país estão isentas de pagamento de taxas. Em todos os casos são exigidos:

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documentação comercial, bancária, consular ou aduaneira que possa comprovar que se trata de amostras sem valor comercial.

REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA

NORMAS TÉCNICAS

REGULAMENTAÇÕES DE CARÁTER SANITÁRIO E FI-TOSSANITÁRIO

Animais, produtos de origem vegetal e seus derivados, produtos alimentícios e produtos para a saúde, além do cumprimento dos trâmites propriamente aduaneiros, es-tão sujeitos a medidas de caráter sanitário e fitossanitário. Atualmente existem três entidades encarregadas de outorgar autorizações de importação, inspecionar e super-visionar a aplicação da legislação: o Instituto Nacional de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia, que pertence ao Ministério da Saúde; o Instituto de Medicina Veterinária; e o Centro Nacional de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura. O procedimento para a obtenção da licença está explicado segundo o questionário estabelecido pela OMC na notificação oficial G/LIC/N/3/CUB/6 de 26 de se-tembro de 2014.

Produtos alimentícios, bebidas, cosméticos e artigos de uso pessoal e doméstico: precisam de licença sanitária de importação. Para solicitá-la, as empresas importadoras de-vem estar registradas no Escritório do Registro Sanitário do Ministério de Saúde Pública, (Decreto-Lei No. 54 de 23/04/82, Lei 41 de 13/07/83, Resolução No 215, Resolução No 64/97 do Ministério de Saúde Pública).

A publicação “Registro sanitário de alimentos, cosméticos, brinquedos e outros produtos de interesse sanitário: Regu-lações e Indicadores”, do Instituto de Nutrição e Higiene dos Alimentos de Cuba (INHA), explica os requisitos sanitários que devem cumprir os produtos de interesse sanitário para sua comercialização e circulação em Cuba. O documento está disponível no seguinte link: https://sistemas.mre.gov.br/kitweb/datafiles/Havana/pt-br/file/Manual-Registro-Sanitario-2017.pdf

Produtos alimentícios: precisam de um sistema de rastre-abilidade. Além disso, é necessária a emissão de: certifica-

do de aplicação de boas práticas ou sistemas de gestão da qualidade utilizados na elaboração ou colheita do produto que identifique a capacidade do fornecedor; certificados que validem o produto segundo sua natureza fitossani-tária, sanitária, zoosanitária, radiatividade, qualidade e de conformidade com o cumprimento das regulamenta-ções técnicas obrigatórias; certificados de dedetização e outros que sejam apresentados (Resolução Conjunta nº 1 de 7/12/05, Ministério de Saúde Pública e Ministério da Agricultura).

Animais, produtos e matérias-primas de origem animal, produtos de uso veterinário, artigos de uso pessoal ou doméstico com componentes de origem animal, produtos que tenham matéria-prima ou que proceda de gado bo-vino; preparações utilizadas na alimentação dos animais: precisam de autorização prévia de importação emitida pelo Ministério de Agricultura. Além disso, precisam se inscrever no Registro Veterinário do Ministério da Agricul-tura. A solicitação deverá ser apresentada 15 dias antes do embarque. Os produtos deverão estar acompanhados de certificado sanitário expedido pela autoridade compe-tente do país de origem. (Decreto-lei nº137 de 19/04/93; Resolução nº121/93 do MINAG; Circular 1/93).

Praguicidas: para sua utilização é necessária licença emitida pelo Registro Central de Praguicidas. A atividade de importação de praguicidas para utilização pelo sistema do Ministério da Agricultura de Cuba é centralizada pela empresa Quimimport do Grupo Empresarial GECOMEX do MINCEX. Os trâmites das licenças de importação reali-zam-se junto ao Instituto de Pesquisas do Solo (IIS), auto-ridade nacional competente para esses fins.

Amostras de material biológico: precisam de autorização prévia do Centro Regulatório para a Proteção da Saúde Pública (Resolução Ministerial nº 132 de 27/10/04, MINSAP).

Produtos de origem vegetal: precisam de Licença Sani-tária emitida pelo Ministério da Agricultura e inscrição no Registro Fitossanitário. A solicitação de licença de impor-tação para os produtos submetidos ao controle deverá ser apresentada 60 dias antes do embarque em origem. Os produtos deverão estar acompanhados por um certifica-do sanitário expedido pela autoridade competente do país de origem (Res. nº 435 de 27/10/94; Decreto-Lei nº 153 de 31/08/94). O procedimento para os trâmites das licenças de

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importação realiza-se com o Centro Nacional de Sanidade Vegetal, autoridade nacional competente para esses fins.

Matérias-primas, materiais, medicamentos de uso huma-no e diagnosticadores: precisam da aprovação do Cen-tro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Aparelhos Médicos (CECMED) do Ministério de Saúde Pública de Cuba (Resolução Ministerial n° 398 de 2013 do MINSAP).

Produtos manufaturados do charuto: precisam de Regis-tro Sanitário do Ministério da Saúde Pública. A inscrição no Registro outorgará o Certificado Sanitário e terá uma vigência de 3 anos (Resolução nº 275 de 26/12/03 MINSAP). Esses produtos são controlados pelo Instituto Nacional de Higiene Epidemiologia e Microbiologia e o Centro Nacional de Sanidade Vegetal.

EMBALAGEM E ROTULAGEM

Os requisitos de embalagem e rotulagem em Cuba re-gem-se pelas normas internacionais. Nesse sentido, a etiqueta dos produtos embalados com conteúdo nominal constante deve ter os seguintes aspectos: i) Identificação do produto, ii) Nome e lugar de localização do fabricante, iii) Quantidade líquida do produto, iv) Código de barras.

Os produtos alimentícios que se transportam embalados deverão levar um rótulo na etiqueta que cumpra com a Norma Cubana de Etiquetagem dos Alimentos Embalados (NC: 108/2008) e deve conter a seguinte informação: - Nome do alimento- Lista de ingredientes e aditivos- Nome e endereço do fabricante, embalador, distribuidor, importador, exportador ou vendedor do alimento- País de origem- Identificação do lote- Data de produção e expiração- Marca comercial- Instruções para o uso - Conteúdo líquido e peso- Modo de emprego- Modo de conservação

A etiquetagem dos cosméticos e artigos de uso pessoal deverá conter a seguinte informação:

- Nome do produto e marca registrada segundo a infor-mação genérica - Nome e município de localização do laboratório ou da empresa fabricante. - País de origem.- Formulação do produto por unidade posológica, que de-verá coincidir com a aprovada para a obtenção do registro sanitário.- Data de expiração- Código ou número do lote de fabricação- Quantidade contida na embalagem- Número do registro sanitário

MARCAS E PATENTES

Qualquer pessoa física ou jurídica, nacional ou estrangeira, que realize uma atividade comercial lícita no país ou pre-tenda fazê-lo no futuro, pode registrar marcas junto à “Ofi-cina Cubana de Propriedade Industrial” (OCPI), com base no Decreto-Lei 203 de 1999. Os requerentes estrangeiros que não tiverem domicílio ou estabelecimento industrial em Cuba devem ser representados pelos agentes oficiais de Propriedade Industrial para realizar qualquer trâmite junto à OCPI. O registro de uma marca tem vigência de 10 anos, a partir da data de apresentação da solicitação, e pode ser renovado indefinidamente por períodos sucessivos de 10 anos. Além das marcas, são objetos de proteção os nomes comerciais, emblemas empresariais, lemas comerciais, rótulos de estabelecimento e as indicações geográficas. As normativas fundamentais relativas às marcas e patentes são: Decreto-Lei 203/99 de marcas e outros signos distin-tivos, e o Decreto-Lei 228/02 sobre as indicações geográfi-cas. Maiores informações podem ser obtidas no site da OCPI:http://www.ocpi.cu/marcas/

REGIME CAMBIAL

PAGAMENTO DAS IMPORTAÇÕES E RESTRIÇÕES CAMBIAIS

Nos contratos de importação de mercadorias em Cuba, são consideradas as instruções de política monetária e

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financeira emitidas pelo Banco Central de Cuba (BCC), dentre as quais se encontra a proibição de operar com dólares norte-americanos. Nesse sentido, as cobranças e os pagamentos com empresas cubanas devem-se realizar nas principais moedas fortes, tais como o euro, o dólar canadense ou a libra esterlina. A taxa de câmbio poderá ser acordada pelas partes em cada contrato de forma in-dependente tomando em conta a fonte, mercado e data e hora em que serão aplicados os tipos de câmbio. pretenda fazê-lo no futuro, pode registrar marcas junto à “Oficina Cubana de Prop

3. DOCUMENTOS E FORMALIDADES

EMBARQUES (NO BRASIL)

No Brasil, cabe apenas ao exportador providenciar todos os documentos exigidos pelo importador, a saber:

- Registro de Exportação (RE): Documento eletrônico emiti-do e predeterminado diretamente pelo próprio exportador ou por seu representante legal no SISCOMEX (Sistema Integrado de Comércio Exterior), tem a finalidade de registrar a operação dos controles governamentais nas áreas comercial, fiscal, cambial e aduaneira.

- Nota Fiscal: Depois de aprovado o Registro de Expor-tação - RE, o próximo passo é a emissão da Nota Fiscal, a qual deve acompanhar a mercadoria desde a saída do estabelecimento até a efetiva liberação. A mesma deve acompanhar os produtos somente no trânsito interno.

- Packing List: Documento emitido pelo exportador para embarque de mercadorias que estejam acondicionadas em mais de um volume ou em um único volume e que contenha variados tipos de produtos. É necessário para o desembarque da mercadoria e para a orientação do im-portador quanto à chegada dos produtos ao país de desti-no. Não é mais que uma simples lista com uma descrição detalhada dos produtos a serem embarcados (volumes e conteúdos).

- Conhecimento de Embarque (Bill Of Lading - B/L): Docu-mento emitido pela companhia transportadora que ates-ta o recebimento da carga, as condições de transporte e a obrigação de entrega das mercadorias ao destinatário

legal, no ponto de destino pré-estabelecido, conferindo a posse das mercadorias. É, ao mesmo tempo, um recibo de mercadorias, um contrato de entrega e um documento de propriedade, constituindo assim um título de crédito.

De acordo com as exigências de Cuba, é imprescindível, para a importação de qualquer mercadoria, a apresen-tação dos seguintes documentos gerais, em função das características particulares de cada operação:

- Fatura comercial - Fatura de frete - Apólice de seguro - Documentos de transporte (conhecimento de embarque)- Prova documentada da origem da mercadoria (Certifica-do de Origem) - Certificado sanitário ou fitossanitário - Certificado de inspeção prévia ao embarque- Outros certificados requeridos em função do tipo de mer-cadoria

DESEMBARAÇO ALFANDEGÁRIO (EM CUBA)

Em Cuba, as empresas estrangeiras não estão autorizadas a realizar os trâmites de importação; para isso, as empre-sas cubanas importadoras têm de utilizar os serviços de despachantes ou agentes de aduanas.

A aduana cubana exige a seguinte informação, seja em forma detalhada ou por meio de um conjunto de códigos, segundo corresponda:

1) Procedimentos operacionais- Regime aduaneiro solicitado

2) Dados relacionados com as pessoas: - Nome e domicílio do declarante - Nome e domicílio do importador - Nome e domicílio do consignador

3) Dados relacionados com o transporte:- Modo de transporte- Identificação do meio de transporte

4) Dados relacionados com as mercadorias:- Descrição das mercadorias- Classificação aduaneira das mercadorias

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- País de origem- País de procedência- Descrição dos volumes (natureza, marcas, números)- Quantidade, peso bruto e peso líquido das mercadorias

5) Dados para a liquidação de direitos e impostos:- Taxas dos direitos e impostos- Valor ou preço da fatura- Taxa de câmbio- Condições de entrega- Em caso de bases de cálculo de impostos distintas do val-or do produto, informação de peso, litros, unidades, etc.

6) Outros dados:- Informação a respeito de tratamentos preferenciais ou especiais- Referência a documentos apresentados na declaração de mercadorias- Lugar, data e assinatura do declarante

Uma vez realizados os controles correspondentes e pagos ou garantidos os direitos e impostos aplicáveis às merca-dorias, os proprietários se encontrarão em condições de levá-las.

RECUSA DE MERCADORIA

Não será permitida a entrada de mercadorias restringidas ou proibidas. As mercadorias restringidas, para proceder à sua entrada, precisarão de documentos que autorizem sua importação, resolução de importação, declarações e licenças, entre outros documentos.

4. REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS

É regulamentado pelo Decreto-Lei nº. 162, de 3 de abril de 1996, o qual está em processo de atualização. A referida legislação prevê todos os regimes aduaneiros contempla-dos no Convênio Internacional para Simplificação de Re-gimes Aduaneiros, também conhecido como Convênio de Kyoto, aprovado pelo Conselho de Cooperação Aduaneira em 1975. Regula, ademais, o controle aduaneiro aplicável na entrada, trânsito, cabotagem, transbordo, depósito e saída do território nacional de mercadorias e meios de transporte.

Cada regime aduaneiro tem normas específicas. A declaração perante as autoridades aduaneiras, no entanto, é feita mediante um formulário de Declaração de Merca-dorias, que se aplica a todos os regimes aduaneiros.

Os regimes alfandegários de Admissão Temporária para Aperfeiçoamento Ativo e de Drawback regem-se pela Res-olução 85/2013. O regime de Admissão Temporária de mer-cadorias para sua reexportação no mesmo estado rege-se pela Resolução 8 de 2002.

DECLARAÇÃO DE TRÂNSITO ADUANEIRO

Consideram-se em trânsito aduaneiro internacional as mercadorias que circulam: i) de uma aduana de entrada a uma aduana de saída, ii) de uma aduana de entrada a uma aduana interna, ou iii) de uma aduana interna a uma aduana de saída. As mercadorias procedentes do estrangeiro que se trans-portarem sob o regime aduaneiro de trânsito com destino para outro país se declaram na aduana em Declaração de Carga em Trânsito. Essas mercadorias devem conter as informações exigidas na prática internacional, de acordo com os tratados, convênios e acordos sobre a matéria dos quais Cuba seja signatária.

As mercadorias destinadas a um porto ou aeroporto cu-bano que sejam descarregadas em outro porto ou aero-porto distinto ao que originalmente se declarou requerem serviços de um consignatário ou agente para solicitar au-torização à aduana cubana, a fim de serem incluídas no Regime de Trânsito e, posteriormente, serem enviadas ao destino. As mercadorias em trânsito destinadas a portos ou aeropor-tos estrangeiros que por qualquer causa não continuarem a viagem no navio ou aeronave que os transportou e pre-cisarem descarregar, podem fazê-lo unicamente com autor-ização da aduana.

TRASBORDO

O trasbordo é o regime em que são transferidas as mer-cadorias de um navio para outro, no intuito de que contin-ue até seu lugar de destino. O trasbordo pode ser direto, quando se efetua sem introduzir as mercadorias num de-

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pósito temporário, ou indireto, caso seja utilizado depósito temporário. Quando o trasbordo for realizado entre navios, o consignatário do navio notificará antecipadamente o con-teúdo segundo os termos estabelecidos, para dar início às operações. Quando o trasbordo for realizado entre aeronaves, deverá se apresentar uma Declaração de Carga em Trânsito. Caso a mercadoria se situe em Depósito Temporário, deve-se informar à aduana o lugar de depósito, o tempo esti-mado de estadia, e demais questões que possam ser de interesse.

DEPÓSITO ALFANDEGÁRIO

Podem fazer uso dos depósitos alfandegários empresas estrangeiras e cubanas. Trata-se de armazéns localizados dentro do território cubano, a partir dos quais as empre-sas oferecem seus produtos a importadores cubanos. As tarifas de importação são pagas no momento da compra e venda do produto.

REINTEGRAÇÃO DE DIREITOS OU DRAWBACK

A reintegração de diretos consiste na suspensão ou eliminação de tributos incidentes sobre insumos importa-dos para utilização em produtos exportados.

Poderão ser restituídos os direitos alfandegários de for-ma total ou parcial. As tarifas a reintegrar podem che-gar até 8% do valor FOB da mercadoria. Poderão solici-tar os benefícios dos regimes as pessoas jurídicas com autorização para importação ou exportação outorgada pelo Ministério de Comércio Exterior e Investimento Es-trangeiro (MINCEX).

ADMISSÃO TEMPORÁRIA DE MERCADORIAS PARA APERFEIÇOAMENTO ATIVO

A admissão temporária de mercadorias para aperfeiçoa-mento ativo é o regime aduaneiro que permite receber, em suspensão de direitos e impostos de importação, determi-nadas mercadorias destinadas a serem reexportadas, num período de tempo determinado, depois de submetidas a processo total ou parcial de transformação, elaboração ou reparação, aumentando seu valor no território nacional. Depois de transformadas, essas mercadorias só poderão

ter como destino imediato sua reexportação. Poderá ser objeto de admissão temporária para aperfeiçoamento ati-vo todo tipo de mercadorias.

O tratamento fiscal para a admissão temporária para aper-feiçoamento ativo é de suspensão do pagamento alfande-gário desde a entrada das mercadorias em território nacio-nal até a sua exportação, uma vez transformado o produto.

ADMISSÃO TEMPORÁRIA DE MERCADORIAS PARA SUA REEXPORTAÇÃO NO MESMO ESTADO

A admissão temporária de mercadorias para reexportação no mesmo estado é o regime aduaneiro que permite re-ceber no território aduaneiro, com suspensão dos direitos de aduanas, mercadorias importadas para um fim deter-minado, e destinadas à reexportação em um prazo deter-minado, sem haver experimentado outra transformação que não seja a depreciação normal como consequência de seu uso. Poder-se-ão importar temporariamente, para serem reex-portados no mesmo estado: a)Materiais de caráter técnico e acessórios para a realização de trabalhos em Cuba;b)Mercadorias destinadas a exibições ou feiras, ex-posições e outros eventos de caráter técnico ou cultural;c)Animais, plantas, materiais e equipamento a serem uti-lizados em feiras, exposições e eventos;d)Aparelhos, materiais e equipamento de laboratório des-tinados a pesquisas, diagnósticos e tratamento médico;e)Equipamentos de construção e outros destinados à realização de atividades construtivas;f)Instrumentos musicais, material técnico, utilidades e equipamentos destinados a artistas, orquestras, grupos de teatro, circos e outros similares; g)Equipamentos destinados à pesquisa e prospecção de minérios; h)Equipamentos e máquinas de produção ou suas partes importadas em substituição de outras similares, que, por terem defeito, tenham sido colocadas de forma provisória e gratuita à disposição do importador, enquanto se realiza a reparação das mesmas no exterior ou em Cuba; i)Embalagens;j)Veículos automotores terrestres, aeroplanos, botes, de-mais veleiros e embarcações;

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k)Containers;l)Outros de interesse para o país.

ZONA ESPECIAL DE DESENVOLVIMENTO DE MARIEL

A Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM) es-tabelece um regime especial tarifário, monetário, cambial, trabalhista, de seguros e alfandegário para as empresas estrangeiras concessionárias ou usuárias da Zona. No que tange ao regime alfandegário, permite a simplificação dos trâmites e termos para o registro, solicitação e obtenção dos regimes aduaneiros, que inclui a utilização de tecnolo-gias informáticas. (Decreto-Lei 313/2013).

IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS EM CONSIGNAÇÃO

A prática de importação de mercadorias em consignação é comumente utilizada em Cuba. A entidade estrangeira ex-portadora fornece e consigna à entidade cubana, mediante contrato de comissão, mercadorias que serão liquidadas uma vez consumidas ou comercializadas. A entidade cuba-na, que atua como agente, responsabiliza-se pelas vendas em território nacional.

V. ACESSO AO MERCADO

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68COMO EXPORTAR CUBA 2019

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1. INFRAESTRUTURA INTERNA

MODAL RODOVIÁRIO

De acordo com informações do Centro Nacional de Ro-dovias, pertencente ao Ministério do Transporte, a rede rodoviária total de Cuba está composta por aproxima-damente 71.138 km de vias, que incluem vias urbanas, caminhos, rodovias e autopista. O total de vias pavimen-tadas é de 34.000 km, das quais se consideram de maior importância nacional um total de 10.997 km. 75% das vias precisam melhoramento técnico. No ano de 2018 foram reparados 9.800 km das vias de interesse nacional.

Existem duas vias que atravessam quase todo o país: a Rodovia Central e a Autopista Nacional. A Rodovia Cen-tral, com uma longitude de 1.139 km, atravessa longitudi-nalmente o país, de oeste a leste, enlaçando as principais cidades, e numerosas rodovias orientadas em direção norte-sul. A Autopista Nacional, com uma longitude de 1.020 km, se desenhou para conectar Havana com o resto do país e atualmente está composta por um sistema de 8 vias que ligam a província de Pinar del Río (extremo oes-te) a Santiago de Cuba, no leste. Outra via importante é a Via Blanca, construída na época republicana para conectar Havana com Varadero, importante zona turística. Algumas rodovias têm regime de pedágio.

Segundo o Centro Nacional de Vialidade, está sendo desenvolvido no país um programa de investimentos até 2030 em vias vinculadas ao desenvolvimento turístico nos caios do norte da ilha e na Zona Especial de desenvolvi-mento de Mariel (ZEDM). O programa também inclui pavi-mentação, reparação de pontes e aumento da sinalização.

Em 2018 o total de carga transportada foi de 63,6 milhões de toneladas³, o que representou recuo de 3,57% em relação a 2017.

FERROVIÁRIO

O sistema ferroviário do país dispõe de 8.367 km de vias. A maior parte da malha é transitada por locomotivas a die-sel, somente estão eletrificados 124 km¹.

As ferrovias utilizam um trecho de 1.435 km que se estende desde Guane (província de Pinar del Río), no oeste da ilha, até a baía de Guantânamo, na parte leste. As ferrovias em Cuba são utilizada fundamentalmente pela indústria açu-careira e pela mineração.

Cuba dispõe de um insuficiente parque de locomotivas e vagões, com um baixo coeficiente de disponibilidade técnica; além disso, as vias não têm qualidade, o que faz com que a capacidade de transporte seja inferior à de-manda, pelo que o governo está fazendo investimentos na modernização da infraestrutura ferroviária.

O governo cubano assinou contrato com o governo rússo para modernizar as ferrovias cubanas. O projeto prevê a reabilitação de mais de 1.000 km de ferrovias e modernizar o parque ferroviário. O projeto tem valor estimado em USD 2 bilhões (50% garantido por crédito rússo) e previsão de conclusão até 2030.

Em agosto de 2018 foi aprovada nova norma jurídica para o sistema ferroviário. A nova norma abrirá as ferrovias, até agora operadas exclusivamente pelo estado, à gestão es-trangeira e permitirá que trabalhadores autônomos realizem operações para transporte de carga e passageiros. A gestão das ferrovias poderá ser realizada por um ou vários opera-dores e lhes serão outorgadas as correspondentes vias férreas, instalações e material rolante.

MODAL AÉREO

Em Cuba há três companhias aéreas fazendo transporte

VI. INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

3 Escritório Nacional de Estatísticas – ONEI 2019

VI. INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

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Cuba - Mapa dos principais aeroportos

2. INFRAESTRUTURA PARA IMPORTAÇÃO/EXPORTAÇÃO

PORTOS E CONEXÕES MARÍTIMAS

Cuba possui uma posição privilegiada para o comércio marítimo no Oceano Atlântico, mar do Caribe e Golfo do México. O sistema portuário do país conta com 21 instalações para operações internacionais de carga geral, que estão conectadas com vários países do mundo. O sistema marítimo-portuário está apto para a realização de comércio exterior, com des-taque de 4 áreas fundamentais: os portos, as frotas, os estaleiros e os serviços marítimos portuários.

O Sistema Portuário Nacional está conformado por terminais de açúcar a granel, uma base de super-tanques, portos para pesca, instalações especializadas de manipulação de cereais, containeres limpos, cimento, containeres sujos, atraques e equipamento tecnológico para manipular carga geral convencional, pesada e containeres. Os portos localizados nas baías de Mariel, Santiago de Cuba, Matanzas, Cienfuegos, Nuevitas, Antilla e Havana destacam-se por concentrar a maior parte do trânsito comercial do país.

COMO EXPORTAR CUBA 2019

e doméstico de passageiros: Cubana de Aviação, Aero-caribbean e Aerogaviota. A Cubana de Aviação é a maior e mais antiga e cobre quase todos os destinos do país com viagens regulares. As outras são empresas de voos charter, embora existam algumas linhas regulares esta-belecidas. A carga aérea é operada exclusivamente pela companhia Aerovaradero. Cuba dispõe de 10 aeroportos internacionais e 15 nacionais.

Em 2018, o total de carga transportada por via aérea au-mentou 3,49%, para 8.900 toneladas, 4,5% do qual corresponderam a voos nacionais e 95,5% a voos interna-cionais, tanto para a exportação quanto para a importação de mercadorias.

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O porto de Havana foi o principal porto do país até a inauguração do Porto de Mariel, em janeiro de 2014. Está situado na costa Norte da província de Havana, tem um canal de entrada curto e reto, com 1.530 m de comprimento e uma profun-didade de 12,8 m. O porto estava destinado fundamentalmente a exportações, importações e cabotagem de todo tipo de mercadorias. Embora o porto de Havana concentrasse a maior parte da entrada de produtos no país, a baixa profundi-dade do canal de acesso à baía havaneira fazia com que os navios de containeres tivessem que transferir as mercadorias para navios menores, o que encarecia o processo de carga e descarga. Além disso, não era possível a expansão estru-tural, por estar localizado no centro da cidade. Nesse sentido, o governo cubano determinou utilizar o porto de Havana para fins turísticos e concentrar suas operações em recepção de cruzeiros marítimos, enquanto as atividades comerciais e industriais seriam trasladadas para o porto de Mariel, a 45 km de Havana.

O projeto de expansão e modernização do porto de Mariel iniciou-se em 2008. A construção foi executada com finan-ciamento brasileiro em um investimento conjunto com Cuba. O porto de Mariel constitui o mais importante e moderno porto do país e da região do Caribe, com capacidade de se integrar à cadeia logística interoceânica e de receber navios NeoPanamax.

O Terminal de Containers do Porto de Mariel dispõe de um cais de 702 metros, com quatro guindastes Super-postpana-max (STS) com capacidade de carga de 65 toneladas cada uma. O pátio de containers, com 27,7 hectares e capacidade para 800.000 TEUs, é operado por doze guindastes de pátio RTG com capacidade de carga de 40 toneladas. Além disso, dispõe de pátio ferroviário com vias operacionais de 650m cada uma. As operações ferroviárias são realizadas com dois guindastes RMG com capacidade de carga de 40 toneladas. A expectativa é de aumentar a longitude do cais para 2.400m, a área do pátio para 120 hectares e incrementar o equipamento para 24 guindastes STS e 72 guindastes RTG, para atingir uma capacidade operacional anual de mais de 3 milhões de containers. O terminal é operado através de um contrato de administração entre a companhia PSA de Cingapura, operador portuário internacional, e a empresa cubana Almacenes Universales

No intuito de desenvolver economicamente a zona oriental de Cuba, iniciou-se em 2015 a modernização do Porto de Santiago de Cuba, projeto realizado com crédito chinês de USD 120 milhões. O porto terá um atraque de 250 metros para carga e descarga de mercadorias por meio de cinco guindastes, com capacidade de operar 565 mil toneladas por ano, o que converte aquele Porto no segundo mais importante do país após o Porto de Mariel.

Seguem-lhe em importância o porto de de Cienfuegos e Matanzas. Neste último, há um terminal de supertanques, unido por oleoduto à refinaria de Cienfuegos.

VI. INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

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Cuba - Mapa dos principais portos

Milhares de Ton.

Tabela 41Cuba- Carga marítima transportadaFonte: Escritório Nacional de Estatísticas e Informação – ONEI 2019

O transporte marítimo de carga a granel e carga refrigerada do Brasil para Cuba é realizado por tráfego direto, enquanto o transporte de carga por contêineres muitas vezes precisa fazer transbordo na Jamaica ou no Panamá, onde há empresas que destinam navios apenas ao transporte com Cuba ou outros países próximos da Bacia do Caribe. Os portos brasileiros com maior participação nas exportações de produtos agropecuários e alimentícios para Cuba são: i) Itajaí 41%; ii) Santos 27%; iii) Rio Grande 14% e iv) Paranaguá 9%.

Exportadores brasileiros apontam o alto valor dos fretes como o principal entrave logístico com impacto sobre as expor-tações para Cuba. Nesse caso, convém ter presente que o custo dos fretes para este país é, em larga medida, condicio-nado pelo bloqueio norte-americano, que determina que navios que tenham atracado em território cubano permaneçam

COMO EXPORTAR CUBA 2019

Total 2017 2018

Importações 581,4 566,6

Exportações 469,5 458,6

Cabotagem 32,5 32,0

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180 dias sem abordad portos nos EUA. A “quarentena” imposta por Washington eleva, portanto, os custos de negociar com Cuba, ao obrigar as empresas marítimas a realizar transbordos e reduzir a disponibilidade de companhias dispostas a operar no transporte com destino a este país.

AEROPORTOS E CONEXÕES INTERNACIONAIS

O transporte aéreo tem experimentado um notável incremento nos últimos anos, especialmente no transporte de cargas e movimentação de passageiros. Cresceu o número de rotas aéreas, associado ao grande desenvolvimento e à ampliação do setor turístico do país.

Cuba está ligada diretamente por via aérea com os países das Américas do Norte, Central e Sul, Caribe, Europa e Ásia, por meio de mais de vinte de companhias aéreas, muitas das quais com vôos regulares. Mais de 50 cidades do mundo se conectam diretamente com destinos turísticos cubanos.

Em Cuba, há 10 aeroportos internacionais e 15 nacionais. Os principais aeroportos são os de Havana e Varadero, pelos quais passam 70% do tráfego internacional de passageiros do país. Os outros aeroportos internacionais estão localizados de maneira estratégica nos principais polos de desenvolvimento turístico da ilha.

A frota aérea de carga é composta fundamentalmente por aviões russos, ucranianos e franco-italianos, a destacar: IL-96 300, com capacidade de 37 t; TU 204-100CE, com capacidade de 27 t; TU204-100E, com capacidade de 21 t; Il-18 D/C, com capacidade de 12.5 t, entre outros . Há voos para a maioria dos países do continente americano, sendo os mais frequentes a Cancún e México D.F., Cidade do Panamá, Caracas e San José da Costa Rica. Existe igualmente comunicação aérea direta com os Estados Unidos por meio de voos charter e, a partir de 2016, voos regulares.

No mês de outubro de 2019 o governo dos EUA anunciou suspensão dos voos diretos de companhias aéreas norte-america-nas para destinos em Cuba à exceção de Havana. Anunciou, ademais, revogação da licença de qualquer aeronave pertencen-te a empresas norte-americanas de leasing que operem em Cuba.

Linha aérea Conexão Destinos

Copa Airlines Panamá Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo

Tabela 42Principais rotas aéreas Cuba-Brasil / Fonte: www.copaair.com/

Tabela 43Cuba- Total de tráfego de carga aérea 2018

2017 2018

Carga Aérea Total 8,6 8,9

Nacional 0,5 0,4

Internacional 8,1 8,5

Milhares de Ton.

VI. INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

4

4 Dados tomados do Instituto da Aeronáutica Civil de Cuba www.iacc.gob.cu

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74COMO EXPORTAR CUBA 2019

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1. CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Em Cuba, as empresas estatais são os únicos agentes econômicos autorizados a proceder à internalização das merca-dorias importadas. As importadoras estatais assumem todos os encargos relacionados ao desembaraço aduaneiro e à distribuição das importações no mercado interno. Em geral, ao exportador estrangeiro cabe apenas assumir os custos relacionados ao transporte internacional (frete e seguro), ou seja, à entrega propriamente dita do produto no porto de destino em Cuba. Muitas das empresas distribuidoras têm contratos de consignação com provedores estrangeiros para

garantir agilidade nos pedidos.

ESTRUTURA GERAL

COMÉRCIO ATACADISTA

O Governo cubano estabeleceu a partir do ano de 2009 um severo controle das divisas por meio do Banco Central de Cuba e do Ministério de Economia e Planeja-mento. Essas instituições se reúnem periodicamente para

distribuir as divisas entre os diversos Ministérios, em função das prioridades de importação do país. Esses Ministérios, por sua vez, distribuem as divisas entre seus grupos empresariais e estes a suas empresas, de forma que possam realizar as importações e posteriormente a distribuição. O comércio atacadista é um dos setores pri-orizados por Cuba para desenvolver por meio do Investi-mento Estrangeiro Direto.

VII. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

VII. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

Mercadorias

Esquema da cadeia de distribuição em Cuba

Empresa estrangeira exportadora

Empresa de importação de Cuba

Empresa estatal

Corporações estatais

Empresas estrangeiras em Modalidades de IED

Destino final

Alimentos para a cesta básica

Programas sociais, saúde e educação

Mercado interno em divisas

Trabalhadores autônomos

Produtos, equipamentos e insumos para a agricultura, indústria, turismo

e demais setores

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76COMO EXPORTAR CUBA 2019

Segue uma breve descrição dos diferentes intermediários empresariais cubanos que participam na importação e na distribuição no país:

Empresas vinculadas às Organizações Superiores de Direção Empresarial (OSDE) dos Ministérios

Como parte das reformas adotadas a partir da aprovação, em abril de 2011, das diretrizes (“lineamientos”) da política econômica e social, o Governo cubano, no intuito de des-vincular as funções ministeriais das empresariais, criou as OSDEs, que atuam como uma estrutura intermediária en-tre a empresa e o Ministério. Dessa forma, cada Ministério contém OSDEs, que por sua vez contêm vários grupos empresariais em função da sua relevância econômica e setorial.

Esses grupos estão especializados por setores econômi-cos dentro dos Ministérios a que pertencem. Os grupos empresariais estão formados por várias empresas que po-dem ser exclusivamente produtivas ou dedicadas a ofere-cer serviços ao resto das companhias do grupo. Nesse sentido, as empresas importadoras têm licença para com-prar os produtos mais especializados para a atividade do setor a que pertencem.

Corporações

Possuem a forma de sociedades anônimas. Constituem, na prática, uma “holding” de empresas com atividades em diversos setores: financeiro, imobiliário, turismo, dis-tribuição etc.

Estão comumente relacionadas com a venda de bens de consumo à população. Estão presentes no comércio varejista e atacadista de alimentos e de outros bens de consumo. As mais destacadas são a Corporação Cimex, as Lojas de Recuperação de Divisas (TRD) e o Palácio de Convenções (PALCO).

As principais corporações cubanas pertencem ao Grupo de Administração Empresarial das Forças Armadas de Cuba (GAESA). O GAESA representa entre 50% e 80% das receitas geradas em Cuba. O grupo administra quase todas as cadeias de comércio varejista, com destaque para CIMEX e Lojas Caribe (90% do varejo), e 84 hotéis, administrados conjuntamente por 14 empresas estrangeiras.

Empresas de Comércio Exterior

São empresas intermediárias especializadas, que perten-cem ao Grupo Empresarial de Comércio Exterior (GECO-MEX), vinculado ao MINCEX, e realizam todas as operações de comércio exterior, desde a contratação até a importação direta, a fim de atender às organizações tanto estatais como privadas (trabalhadores autônimos e cooperativas) que não têm licença de importação.

Empresas mistas e outras formas de Investimento Estrangeiro Direto

Sua licença de importação se restringe exclusivamente aos produtos e matérias-primas necessários à sua ativi-dade.

COMÉRCIO VAREJISTA

Da mesma forma como ocorre com a importação, é necessário também ter uma licença de distribuição varejis-ta para desenvolver essa atividade. Essa licença somente se concede a empresas cubanas e, na prática, só a pos-sui um reduzido número de grandes redes de lojas, que normalmente têm estabelecimentos por todo o país. Essas redes, em alguns casos, dispõem de estabelecimentos es-pecializados.

Os produtos destinados à venda varejista estabelecem uma margem comercial, imposta pelo Estado, que ronda os 200%, atuando como um imposto indireto. Isso encarece os preços de venda à população e, na prática, faz com que os produtos de menor qualidade sejam mais competitivos em função do preço.

Algumas redes dispõem de licença de importação e, muitas vezes, adquirem diretamente seus produtos do fabricante ou através de uma filial de empresa estrangeira. Em oca-siões, o provedor é um distribuidor atacadista.

As formas de gestão empresarial privada (cooperativas e trabalhadores autônomos) não estão autorizadas a realizar importação direta. A partir de 2019 foram autorizadas a realizar importações através de empresas cubanas com li-cença de importação. No entanto, têm que adquirir grande parte de seus insumos no próprio mercado varejista cuba-no. Desse modo, os trabalhadores autônomos ainda não

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são clientes diretos das empresas estrangeiras.

As cooperativas trabalham principalmente no setor agríco-la, transporte e construção, enquanto os trabalhadores autônomos têm licença para estabelecer restaurantes, casas de aluguel, oficinas mecânicas, salões de belezas, reparações diversas, etc.

CANAIS RECOMENDADOS

Os empresários que desejem ter acesso ao mercado cu-bano devem entrar em contato com os grupos de em-presas importadoras acima mencionadas, atendendo ao setor equivalente. Destaca-se, em especial, como passo necessário ao estabelecimento de negócios com Cuba, o contato preliminar com o escritório de representação do GAESA no Brasil, a cargo da empresa BRASRAF, com sede em São Paulo. O Setor Comercial da Embaixada do Brasil em Havana possue um cadastro das empresas importado-ras cubanas.

Recomenda-se para a venda de produtos técnicos espe-cializados estabelecer contatos com empresas perten-centes aos Ministérios setoriais ou empresas pertencentes ao Grupo de Exportação GECOMEX vinculado ao MINCEX, e para os produtos relacionados com bens de consumo geral, alimentos ou artigos multiusos, recomenda-se o es-tabelecimento de contato com as corporações.

2. PROMOÇÃO DE VENDAS

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Os eventos de promoção comercial em Cuba são realiza-dos basicamente pela Câmara de Comércio de Cuba. O Setor Comercial da Embaixada do Brasil apoia todos os eventos de interesse do empresariado brasileiro.

PRINCIPAIS FEIRAS E EXPOSIÇÕES

Cuba dispõe de programas de feiras e exposições comerciais de caráter internacional durante todo o ano. Cada vez é maior a tendência de realizar feiras setoriais. O empresariado cuba-no tem cultura de feiras e é usual que assistam a tais eventos como expositores ou visitantes credenciados.

A participação de empresários estrangeiros nesses even-tos, na modalidade de expositor ou visitante profissional, é uma excelente oportunidade para conhecer os interesses de importação do país.

A Feira Internacional de Havana (FIHAV) realiza-se des-de 1983 e constitui a bolsa comercial multisetorial mais importante de Cuba e uma das mais representativas da América Central e do Caribe, com presença anual de mais de 150 mil visitantes e expositores de mais de 60 países. Na edição de 2019, participaram 25 empresas brasileiras. O SECOM da Embaixada em Havana apoia a participação dos empresários brasileiros interessados em eventos lo-cais. Os produtos que serão exibidos nesse contexto são importados provisoriamente.

Além da FIHAV, outras feiras de destaque são: - Feira Internacional do Livro- Festival do Habano (charuto)- Feira agropecuária (FIAGROP)- Feira Internacional do Turismo (FITCUBA)- Feira de Insumos para o Turismo (Hostelcuba)- Feira da Construção (FECONS)- Feira da Informática - Alimentos 2.0- Energias Renováveis- Feira da Indústria (CUBAINDUSTRIA)- Transporte e Logística- Feira de Artesanato (FIART)

Principais organizadores de feiras e exposições:- Câmara de Comércio da República de Cuba- Palácio de Convenções- Fira Barcelona- Ministérios setoriais

VEÍCULOS PUBLICITÁRIOS

A utilização de meios audiovisuais para promoções de mar-cas e produtos não é uma prática usual em Cuba. Existe apenas um canal televisivo fundamentalmente dirigido a turistas, “Cubavisión Internacional”, o qual promove pro-dutos de marcas nacionais. Para empresas estrangeiras, as revistas especializadas com caráter comercial constituem o principal veículo publicitário.

VII. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

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78COMO EXPORTAR CUBA 2019

CONSULTORIA DE MARKETING

Existe em Cuba uma série de empresas que oferecem serviços de consultoria de diferentes tipos, inclusive de marketing, que podem ajudar os exportadores brasileiros a entrarem no mercado cubano.

3. PRÁTICAS COMERCIAIS

As companhias estrangeiras não precisam de escritório nem registro prévio em Cuba para realizar atividades comerciais com entidades nacionais. Só devem formar parte da carteira de fornecedores da empresa cubana im-portadora. Uma vez que a empresa estrangeira identifique a empresa cubana potencialmente importadora, deve encaminhar a seguinte informação: i) Perfil da empresa, ii) Cópia do documento constitutivo que confirme a ex-istência legal da empresa, e iii) Avaliações bancárias que demonstrem a solvência econômica.

A seleção do provedor levará em conta os seguintes as-pectos: i) Que os provedores sejam produtores, distribui-dores oficiais do produtor ou intermediários reconhecidos no setor; ii) As tradings devem ter acesso e domínio dos canais de distribuição do produto ou setores de interesse; iii) Anos de constituição da empresa; e iv) Correspondência entre a solvência da companhia e magnitude do negócio que se pretenda concertar.

O espanhol é o idioma usualmente utilizado para as nego-ciações, mas também pode-se utilizar o inglês. Para outros idiomas há necessidade de tradutor.

Sempre que aplicável, as relações comerciais poderão ser formalizadas mediante bases permanentes de con-tratação, com sucessivos contratos ou ordens de compra entre as partes.

O processo de compra das empresas cubanas é similar às licitações. Um Comitê Técnico da empresa compradora analisa as três melhores ofertas e decide pela mais ade-quada, com base no preço, qualidade, condições de finan-ciamento, prazos de entrega, serviços pós-venda, garan-tias etc.

Nos contratos de compra e venda, deve-se precisar a moe-

da a utilizar, tomando em consideração a impossibilidade de transferir dólares norte-americanos nos negócios com Cuba.

Os aspectos financeiros das operações comerciais, tais como modalidades financeiras, pagamentos antecipados, garantias ou créditos deverão estar de acordo com as normativas do Banco Central de Cuba - BCC (http://www.bc.gov.cu). A forma de pagamento mais utilizada é a carta de crédito irrevogável não confirmada, outorgada por um banco cubano, com pagamento a prazo acordado pelas partes, que pode ser de 90 a 360 dias.

É comum que os compradores das empresas importado-ras cubanas, ainda que disponham de infraestrutura para acessar a Internet, por motivos de orçamento ou de regula-mentações internas de trabalho, não acessem a ferramen-ta com facilidade. Por essa razão, recomenda-se aos em-presários brasileiros que enviem por e-mail a informação e os catálogos que normalmente, em outros países, são consultados em páginas eletrônicas.

Cuba é signatária da Convenção de Viena sobre compra e venda de mercadorias, a qual se aplica a todos os con-tratos.

DESIGNAÇÃO DE AGENTES

A legislação vigente para o registro de sucursais estrangei-ras em Cuba também prevê que as entidades estrangei-ras interessadas em ter uma presença local se façam representar no país através de um agente. Para isso, é necessário estabelecer um Contrato de Agência com uma entidade cubana devidamente autorizada a atuar como tal. O referido contrato é registrado pela Câmara de Comércio de Cuba e requer aprovação do MINCEX.

ABERTURA DE ESCRITÓRIO DE REPRESENTAÇÃO COMERCIAL DE EMPRESAS

O estabelecimento de companhias estrangeiras em Cuba é regido: i) pelo Decreto 206, de 1996; ii) pelo Regulamento do Registro Nacional de Sucursais Mercantis Estrangeiras e Agentes de Sociedades Mercantis Estrangeiras, e iii) pela Resolução nº 550/2001, do MINCEX.

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79VII. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

Os requisitos fundamentais são: i) capital social mínimo da empresa (USD 50 mil); ii) a empresa tem de estar consti-tuída há pelo menos cinco anos em seu país de origem; iii) ter experiência de três anos de negócios com Cuba, e iv) volume anual de negócios superior a USD 500 mil.

As sucursais de empresas estrangeiras em Cuba podem facilitar os contatos com as empresas cubanas, realizar ofertas, solicitar os serviços de consultoria jurídica, mas não estão autorizadas a assinar contratos. Além disso, as sucursais poderão dispor de armazéns in bond (depósito de aduanas) para venda de mercadorias às entidades cu-banas importadoras.

Os trâmites para solicitar a inscrição no Registro Nacional de Filiais e Agentes de Sociedades Mercantis Estrangeiras devem ser feitos junto à Câmara de Comércio de Cuba.

FORMAÇÃO DE JOINT-VENTURES (EMPRESA MISTA)

A joint-venture é a prática mais utilizada de investimento estrangeiro em Cuba e está regida pela Lei 118/2014. Se-gundo a referida legislação, a empresa mista é uma com-panhia mercantil cubana que adota a forma de sociedade anônima por ações nominativas, da qual participam como acionistas uma ou mais empresas estatais cubanas e um ou mais investidores estrangeiros, com vistas à realização de atividades tais como a produção de bens e a prestação de serviços, com finalidade lucrativa.

Em todos os casos de empresa mista, forma-se um capital social em que as proporções a serem aportadas pelo inves-tidor estrangeiro e pelo investidor nacional são acordadas por ambos os sócios em correspondência com sua con-tribuição no negócio.

As empresas mistas podem criar escritórios, represen-tações e subsidiárias, em Cuba ou no exterior, bem como ter participação em entidades no exterior.

SEGUROS DE EMBARQUES

A contratação do seguro pode ser feita tanto pelo expor-tador quanto pelo importador, dependendo das condições estabelecidas no contrato de compra e venda, de acordo com os Incoterms pactuados.

Recomenda-se às empresas brasileiras assegurar as mer-cadorias nos contratos de compra e venda, uma vez que podem ocorrer atrasos, pelas entidades importadoras, na carga/descarga e na permanência dos containeres no re-cinto portuário, além de demora em sua devolução.

Nos contratos de compra e venda internacional, as empre-sas cubanas tentam dar prioridade às empresas segurado-ras cubanas.

SUPERVISÃO DE EMBARQUES

Em Cuba, o importador é quem assume a responsabili-dade de receber as mercadorias no porto, utilizando agên-cias cubanas especializadas na supervisão. O procedimen-to de inspeção das mercadorias pode ser na origem e/ou no destino, de forma periódica. Há alguns produtos que podem ser inspecionados nas seguintes condições:

• Operações de importação de produtos provenientes de novos fornecedores; novos mercados ou novos produtos; • Operações de importação de produtos de mercados de alto risco• Operações de importação de produtos de alto valor de contratação: considera-se alto valor acima dos USD 500 mil• Operações de importação de produtos que precisam de certificado de inspeção em origem para o pagamento das mercadorias• Operações de importação das seguintes categorias de produtos:i) Alimentos e bebidasii) Produtos destinados às lojas em função do valor e o nível de risco para o consumidor finaliii) Produtos que por sua sensibilidade, caraterísticas, uso e destino são susceptíveis de perder suas qualidadesiv) Produtos que, por sua manipulação, armazenagem ou conservação, necessitarem de rótulo, embalagem e mar-casv) Produtos destinados aos investimentos e estratégias de desenvolvimento do paísvi) Para verificar o cumprimento dos requisitos das nor-mas cubanas e regulamentações técnicas estabelecidas com caráter obrigatório vii) Combustíveis• Operações de importação de produtos que anteriormente tiveram reclamações

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• Operações de importação de categorias de produtos afe-tadas por situações de emergência declaradas no país• Operações de importação de produtos que reiterada-mente apresentaram faltantes de peso ou quantidades• Operações de importação de produtos cujos contratos tenha-se pactuado as regras do grupo C dos INCOTERMS (quando o valor da contratação supere os USD 250 mil)• Operações de importação de produtos cujo embarque inclua vários produtos• Operações de importação de partes, peças, sistemas ou equipamentos que independentemente do seu valor ten-ham incidência importante nas operações de usinas e pro-cessos estratégicos para a economia do país (nesses casos resulta obrigatório efetuar a inspeção em origem)

FINANCIAMENTO DAS IMPORTAÇÕES

Qualquer operação de comércio exterior em Cuba deve ter uma autorização concedida por um Comitê formado pelo Banco Central de Cuba e o Ministério de Economia e Planejamento. Tal permissão é conhecida como CL (Ca-pacidade de Liquidez), que depende da disponibilidade de divisas do país segundo a planificação da economia para esse ano. Esse Comitê atribui a cada um dos Ministérios e Organismos estatais um volume de divisas a serem uti-lizadas. Os Ministérios, por sua vez, distribuem as divisas entre suas empresas subordinadas. O CL significa que a operação tem divisas a serem pagas ao fornecedor es-trangeiro. A alguns organismos ou grupos empresariais se lhes concedem limites de divisas, a serem utilizados por suas empresas para as contratações.

Independentemente dos meios de pagamento acordados entre o exportador e o importador, a moeda a operar não pode ser o dólar norte-americano. Além disso, o exportador brasileiro deve utilizar bancos nos quais os bancos cubanos tenham conta ou relações no âmbito SWIFT (Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication).

A questão de financiamento se reveste de particular im-portância para as transações comerciais com Cuba. As em-presas importadoras cubanas solicitam, em geral, prazos para pagamento que podem chegar a 360 dias ou mais, o que exige dos fornecedores estrangeiros capacidade própria de financiamento. Em alguns casos, a importância da merca-doria e as condições de oferta em outros mercados podem levar o governo a reduzir consideravelmente os prazos de

pagamento ou mesmo a efetuar pagamento à vista.

Tem-se observado recentemente, nas operações comerciais com Cuba, um alongamento dos prazos de pagamentos, bem como o uso de cartas de crédito não confirmadas. A des-peito dos eventuais atrasos e alongamentos dos prazos de pagamento, não se conhece de casos de inadimplência por parte dos importadores cubanos.

Como alternativas para amenizar o risco de operar em Cuba, algumas empresas contratam serviços de bancos estrangeiros estabelecidos no país.

LITÍGIO E ARBITRAGEM COMERCIAL

O Decreto-Lei 250, de 30 de julho de 2007, constituiu a Corte Cubana de Arbitragem Comercial Internacional (CCACI), que deu continuidade à Corte de Arbitragem de Comércio Exterior, criada em 1963. A Resolução 21 de 2015 oferece a mediação como novo serviço, que também constitui uma alternativa de resolução de controvérsias na CCACI.

A Corte tem a função de resolver os litígios que surjam entre entidades de diferentes países em suas relações con-tratuais de comércio internacional. A CCACI intervém num litígio:

- Caso haja previsão de Cláusula de Arbitragem nos con-tratos, que estipule a jurisdição da Corte.

- Caso não haja previsão contratual, as partes podem firmar compromisso específico, a fim de submeter o litígio à Corte.

Esse processo pode ocorrer, ademais, por meio de um ato de demanda pela parte afetada, enquanto a parte deman-dada deve demonstrar sua decisão voluntária de subme-ter-se ao processo.

A lei aplicável nos litígios é pactuada pelas partes; no entanto, nos casos de empresas mistas e outras formas de negócios conjuntos com participação estrangeira em Cuba, serão aplicadas as normas do direito cubano.

Maiores informações e legislações podem ser obtidas no seguinte endereço eletrônico: http://www.camaracuba.cu/index.php/es/corte-de-arbitraje/corte-cubana-de-arbitra-je-comercial-internacional

COMO EXPORTAR CUBA 2019

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COMÉRCIO ELETRÔNICO

O comércio eletrônico no mercado cubano ainda é prati-camente inexistente devido à carência de infraestrutura para desenvolvê-lo no sistema empresarial cubano e às limitações de acesso à Internet. Nesse sentido, o comércio eletrônico é direcionado para o exterior e limita-se à ven-da de pacotes turísticos online, passagens aéreas, envios de créditos para celulares pré-pagos em Cuba e algumas poucas lojas virtuais de empresas cubanas.

VII. ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO

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82COMO EXPORTAR CUBA 2019

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83VIII. RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS

VIII. RECOMENDAÇÕES ÀS EMPRESAS BRASILEIRAS

Os empresários interessados em entrar no país para fazer negócios com empresas cubanas devem solicitar no Consulado cubano no Brasil o visto A-7 de prospecção de negócios ou o visto D-7 de comerciante. O visto de turista não pode ser modificado nem trocado no território nacional por nenhuma outra categoria.

Toda a documentação econômica e jurídica que seja utiliza-da em Cuba para eventuais contratos deve estar devida-mente legalizada pelo Ministério das Relações Exteriores e pelo Consulado de Cuba no Brasil.

Deve-se ter em mente que as contrapartes cubanas apresen-tam uma série de tramitações e burocracia para a tomada de decisões, fato que deve ser considerado para o desenvolvi-mento de uma estratégia de negócios no caso de Cuba.

O acordo da Associação Latino-Americana de Integração (ALADI) permite uma maior integração comercial e re-gional, concedendo baixas taxas à entrada de mercadorias provenientes dos países integrantes; por esse motivo, é conveniente que as empresas exportadoras brasileiras conheçam os benefícios oferecidos pela ALADI no ACE-62 MERCOSUL-Cuba.

Os empresários brasileiros poderão obter informações atualizadas sobre as mercadorias que se beneficiam de isenção ou de redução de direitos aduaneiros, bem como sobre tarifas e regulamentação, por meio de consulta ao Setor de Promoção Comercial (SECOM) da Embaixada do Brasil em Havana ([email protected]). Tam-bém podem ser consultados o sítio web Invest & Export Brasil (investexportbrasil.dpr.gov.br) e a ALADI (www.aladi.org).

Cuba não tem restrições para o envio de amostras, des-de que sejam cumpridas as disposições aplicáveis. A mais importante é que o produto esteja visivelmente destinado a ser amostra (rotulado, perfurado, alterado).

As empresas estrangeiras não estão autorizadas a realizar os trâmites de importação em Cuba. Somente as empresas cubanas que possuem licença emitida pelo Ministério de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro (MINCEX) podem importar produtos. Para desembaraçar o produ-to, o importador cubano, por meio do seu despachante, deverá apresentar alguns documentos que o exportador brasileiro deve providenciar, a saber: fatura comercial, lista de empaque, fatura de frete, apólice de seguro, doc-umentos de transporte (conhecimento de embarque), prova documental da origem da mercadoria (certificado de origem), certificado sanitário ou fitossanitário, certifi-cado de inspeção prévia ao embarque, outros certificados requeridos em razão do sujeito (declarante) e do tipo de mercadoria de que se trate. Sempre é recomendável fazer o seguro dos embarques.

Vale recordar que as empresas estrangeiras em Cuba não têm participação na distribuição nem atacadista nem varejista. Os canais de distribuição recomendados para a venda de produtos técnicos especializados são as em-presas pertencentes aos Ministérios setoriais. Produtos relacionados com bens de consumo geral, alimentos, produtos químicos e maquinaria especializada ficam ao encargo de empresas pertencentes ao Grupo Empresarial do Comércio Exterior ou às corporações, principalmente do GAESA.

As feiras são muito importantes para promover novos pro-dutos ou serviços no mercado. Recomenda-se, antes da participação na feira, consultar o site Invest & Export Brasil e o Setor de Promoção Comercial da Embaixada do Brasil em Havana.

No país existem empresas que oferecem serviços de consultoria de diferentes tipos. Antes de contratar uma empresa de consultoria, recomenda-se aos exportadores brasileiros consultarem todas as fontes disponíveis.

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Para negociações dos contratos de comércio exterior, o idioma utilizado é o espanhol. Também pode utilizar-se o inglês e outros idiomas, mas preferivelmente com um tradutor.

As relações comerciais poderão ser formalizadas mediante bases permanentes de contratação, em conformidade com sucessivos contratos ou ordens de compra que se outorguem pelas partes. Nos contratos de compra e venda, se precisará a moeda a utilizar, tomando em consideração a impossibilidade de transferir dólares norte-americanos nos negócios com Cuba.

Dadas as dificuldades de acesso à Internet por parte das empresas locais, recomenda-se aos empresários brasileiros que enviem por e-mail a informação e catálogos que usual-mente, em outros países, são consultados em sítios Web.

Para ter um maior controle e seguimento dos negócios da empresa brasileira em Cuba, podem-se criar filiais de com-panhias estrangeiras ou pode-se optar por fazer represen-tar-se por um agente, por meio de um Contrato de Agência subscrito com uma entidade cubana facultada.

Recomenda-se utilizar a mediação e a arbitragem para conseguir uma solução extralegal nos litígios comerciais. Como prática geral, os litígios são processados pela Corte Cubana de Arbitragem Comercial Internacional, ligada à Câmara de Comércio de Cuba.

A preparação das viagens de negócios pode ser realizada com apoio do Setor Comercial da Embaixada do Brasil em Havana. Também é recomendado que os empresários bra-

sileiros entrem em contato com a representação diplomáti-ca de Cuba no Brasil e com o escritório de representação do GAESA (Brasraf), a depender do grupo importador em Cuba, para uma melhor preparação do programa de encon-tros com empresários locais e para a obtenção do visto de negócios. As épocas mais convenientes para visitas a Cuba são os meses entre janeiro e junho e entre setembro e no-vembro.

Assistência profissional em Cuba a empresários brasileiros:O SECOM da Embaixada do Brasil em Havana oferece apoio ao empresariado brasileiro na coordenação de pro-gramas de reuniões e participação em feiras. Atua de for-ma permanente junto aos agentes locais como Câmara de Comércio e MINCEX, entre outros. Providencia ao empre-sariado brasileiro informações econômicas, comerciais e de investimento de Cuba. Acompanha os empresários nas visitas e apoia o empresariado na busca de contrapartes cubanas potenciais importadoras e em temas pontuais so-licitados.

A Câmara de Comércio de Cuba é a contraparte cubana a apoiar a coordenação de encontros com empresas cu-banas potenciais importadoras e outras entidades gover-namentais. Ao contrário das Câmaras de Comércio no Bra-sil, muitas das quais são entidades privadas estabelecidas com foco no comércio bilateral com um determinado país, a Câmara de Comércio de Cuba é uma entidade estatal que opera no comércio bilateral com todos os países com os quais Cuba mantém laços comerciais.

Em 2019 foi criada a Câmara Empresarial Brasil-Cuba (CEBC), entidade privada que representa empresas bra-sileiras que tenham interesses de negócios com Cuba.

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85ANEXOS

ANEXOS

I- ENDEREÇOS

1. ÓRGÃOS OFICIAIS EM CUBA E NO BRASIL

1.1 EM CUBA

a) Representação diplomática e consular brasileira

Embaixada do Brasil em Havana Endereço: Centro de Negócios Miramar, Av. 3ª entre 76 e 78, Miramar, Edifício Beijing, 2º andar, Sala 206. (+53) 7 214 4713 ao 16Cel. Plantão Diplomático: (+53) 52804356 / (+53) 52850318E-mail: [email protected] Site: www.havana.itamaraty.gov.br

Setor Comercial - [email protected] Horário: 09h às 13h e 15h às 18h

Setor Consular - [email protected] Horário: 09h30 às 13h30 (+53) 7 214 4718Cel. Plantão Consular (53) 5285 1576

b) Órgãos oficiais locais

Ministério das Relações Exteriores (MINREX)Endereço: Calle Calzada e Av. de los Presidentes, Vedado (+53) 7 836-4500Site: www.minrex.gob.cu Ministério de Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro (MINCEX)Endereço: Infanta, 16, esq. 23, Vedado (+53) 7 838 0506; (+53) 7838-0359Site: www.mincex.gob.cu

Ministério da Agricultura (MINAG)Endereço: Ave. Independencia y Conil, Nuevo Vedado (+53) 7 881 8423Site: www.minag.gob.cu

Ministério do Turismo (MINTUR) Endereço: Av. de los Presidentes e 3ª (+53) 7 831 2087Site: www.mintur.gob.cu

Escritório da Zona Especial de Desenvolvimento de Mariel (ZEDM)Endereço: Carretera Quiebra Hacha, km 81/2, Mariel, Artemisa, Centro de Negócios Pelicano, 3º andar, Setor A (+53) 47397360 al 63E-mail: [email protected]: www.zedmariel.com

Aduana da República de CubaEndereço: Calle 39 e 6, Nuevo Vedado, La Habana (+53) 7 8555466 ramal 205 e 225 E-mail: [email protected]: www.aduana.gob.cu

NO BRASIL

a) Representação diplomática e consular de Cuba

Embaixada de Cuba em BrasíliaSHIS – Ql 5, Conj. 18 Casa 1, Brasília-DFCEP 71615-180 +55 (61) 3248-4710, 3248-4130E-mail: [email protected] Consulado-Geral em São Paulo Rua Cardoso de Almeida, 2115Sumaré – SP CEP 01251-001 +55 (11) 2369 8824; +55 (11) 2369 8825 Email: [email protected]

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Consulado-Geral de Cuba em SalvadorRua Lord Crochane, 66, BarraSalvador, BA CEP 40140-070 +55 (71) [email protected]

Consulado-Geral de Cuba em ManausRua Jacareúbas, 6, Conj Kissia - Dom Pedro, Manaus/AMCEP 69040-260 +55 (92) 3347 [email protected]

b) Órgãos oficiais brasileiros

Informações sobre mercado, condições de acesso, importa-dores locais e oportunidades comerciais:

Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investi-mentos – Apex-BrasilSAUN, Quadra 05, Lote C, Torre B, 12° a 18° andar, Centro Empresarial CNC70.040-020 Brasília - DF +55 (61) 2027 0202E-mail: [email protected]

Confederação Nacional da IndústriaSBN, Quadra 1, Bloco C, Ed. Roberto Simonsen, BrasíliaCEP 70040-903 +55 (61) 3317 9000E-mail: [email protected]

2. EMPRESAS BRASILEIRAS

Brascuba Cigarrillos, S.A. (Souza Cruz) Endereço: Calle Princesa, 202 entre Reyes e San José, Luyanó (+53) 7 696 7510 a 15

Bucanero S.A. (AMBEV)Endereço: Calle 49 No.2817 esq. A 49 A, Kohly, Playa (+53) 7 204 8557

Suplextrade (Trading) Endereço: Calle 47, 1417, 3º andar entre avs. 14 e 18, Playa (+53) 7 204-1734 / 4428

Fm Coempar (Trading)Endereço: Calle 182, 1316 entre avs. 13 e 15, Siboney, Playa (+53) 7 273-9747/6879 San Chat TourHotel Habana Libre Tryp, 3° andar, Rúa L, e/ 23 e 25, Vedado (+ 53) 7 834-6501

Tend TudoCalle 164 Nº 102 e/ 1ª e 5ª, Flores, Playa (+ 53) 7 271 9991/ 6122

Fidas Enterpries Inc.Calle 16 Nº 504 e/ 5ª e 7ª, Miramar (+53) 7 204 1646/8013

Eletroflex Comercial Exportadora LtdaCentro Negócios Miramar, Ed. Barcelona 3º andar Sala 110. Miramar (+53) 7 204-3719

2.1 REPRESENTAÇÕES DE GRUPOS DE EMPRESAS CUBANAS NO BRASIL

Brasraf Importação e Exportação Ltda. (GAESA)Alameda Santos, 2480 – 11° Andar, Cjs 111/112 – Cerqueira César, São Paulo, Capital (+53) 11 2384 4955; 11 2385 4955; 11 2386 4955

Comercial Surimpex (GECOMEX)Alameda Barros 275-7 andar, Cj 72, Santa Cecilia, São Paulo, CEP 01232-001 (+53) 11 36621166E-mail: [email protected]://www.surimpex.com.br/

3. CÂMARAS DE COMÉRCIO EM CUBA

Câmara de Comércio de Cuba Calle 21 Nº 661, Vedado, La Habana (+53) 7 838-1321 ao 22 E-mail: [email protected]: www.camara.com.cu

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NO BRASIL

Câmara de Empresarial Brasil-CubaAv Eng. Caetano Alves, 6685 - Sala 87 - São Paulo +55 (11) 2208-7850E-mail: [email protected]: https://brasilcuba.com/

4. PRINCIPAIS ENTIDADES DE CLASSE LOCAIS

PROCUBA - Centro de Promoção do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro Endereço: Calle 10 Nº 512 e/ 31 y 5ta Playa, La HabanaTel.: (+53) 7 2144340 / 7 2144339 E-mail: [email protected]

Informação sobre cada uma das empresas de comércio exterior de Cuba está disponível no documento “Diretório Comercial de Cuba”, que lista 323 empresas cubanas, com os contatos de cada uma e os produtos que importam. O referido arquivo está disponível no seguinte link:http://havana.itamaraty.gov.br/pt-br/como_exportar_para_cuba.xml

GRUPOS EMPRESARIAIS SETORIAIS

GAESAE-mail: [email protected] (+53) 7 8695508/ 7 8695654

Indústria Sidero mecânica - GESIMEE-mail: [email protected] (+53)7 7 263 3401Site: www.sime.cu

Indústria química - GEIQ E-mail: [email protected] (+53) 207 6462 ao 73Site: http://www.geiq.cu/

Indústria Leve - GEMPIL E-mail: [email protected] (+53) 7263 3646 Site: www.ligera.cu/

Grupo Empresarial da Electrónica - GELECTE-mail: [email protected] (+53) 72141380Site: www.gelect.cu/

Materiais de construção - GEICON E-mail: [email protected] (+53) 8555308; 7 8555312Site: www.micons.gob.cu/

Indústria AlimentíciaE-mail: [email protected]: [email protected] (+53) 7 202 1896; 7 212 3998Site: www.minal.gob.cu/

Açúcar - AZCUBAE-mail: [email protected] (+53) 78325087Site: www.azcuba.cu

Empresa Médico-farmacêutico-biotecnológica BiocubafarmaE-mail: [email protected] (+53) 7 643 8513Site: www.biocubafarma.cu/

EnergiaE-mail: [email protected] (+53) 7 879-0268Site: www.minem.gob.cu/electricidad

Energia RenovávelE-mail: [email protected] (+53) 7 877 5081Site: www.minem.gob.cu/energias-renovables

PetróleoE-mail: [email protected] (+53)7 877 5119E-mail: [email protected] (+53) 7 831 4752Site: www.minem.gob.cu/petroleo

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88COMO EXPORTAR CUBA 2019

Mineração - GEOMINERAE-mail: [email protected]: [email protected] (+53) 7 690 2741 ramal 105Site: www.minem.gob.cu/mineria

Site: www.gmsa.cu

5. PRINCIPAIS BANCOS

BANCOS LOCAIS COM OPERAÇÕES COMERCIAIS

Banco Financeiro Internacional S.A.Endereço: 5ta. Ave. Nº 9009 esq. 92 Miramar, Playa, La Habana (+53) 7 267 5000

Banco Internacional de Comercio S.A.Endereço: 20 de Mayo e Ayestaran, Apartado 6113, Município Plaza, Havana E-mail: [email protected] (+53)7 855 5482/85; 7 883 6038

Republic Bank Ltd (Trinidad & Tobago)Centro de Negocios Miramar, Edif. Jerusalén, Andar 3 (Sala 308)Endereço: Ave. 3ra entre 78 y 80, Miramar, Município Playa, Havana E-mail: [email protected] (+53)7 204 6800

6. MEIOS DE COMUNICAÇÃO

Principais jornais: Granma, Juventud Rebelde, Trabajadores, Cubadebate (online)

Principais revistas: Bohemia, Opciones, Negocios, Economista de Cuba, Excelencias

Canais de TVDe alcance nacional: Cubavisión, Tele Rebelde, Canal Educativo, Canal Educativo 2, Multivisión, Clave, Canal Caribe HD, Canal Habana, adicionalmente cada capital provincial e outros municípios relevantes têm um canal de televisão local. De alcance internacional: Cubavisión Internacional.

Estações de rádio: Radio Habana Cuba (internacional), Rádio Rebelde, Rádio Progreso, Rádio Reloj, Rádio Taíno.

7. CONSULTORIAS

CIH - Centro Internacional de HavanaSite: www.cih.cu

CONAS - Consultores Associados, S.A.Site: www.conas.cu

CANEC S.A - Consultora em Assessoria e Serviços EconômicosSite: www.canec.cu

CONABI Site: www.conabi.cu

8. OBTENÇÃO DE INFORMAÇÃO

Estatísticas locais - Oficina Nacional de Estatísticas e Informação ONEIwww.one.cu

Tarifas Comerciais da Alfândega de Cuba www.aduana.gob.cu

Normas Técnicas - Escritório Nacional de Normalizaçãowww.ncnorma.cu/

Tipo de câmbio oficial - Banco Central de Cubawww.bc.gob.cu

9. COMPANHIAS DE TRANSPORTE COM O BRASIL

9.1 MARÍTIMAS

Fidas Enterprise Inc.Endereço: Calle 16 No. 504 e/ 5ta e 7ma, Miramar, Havana (+53) 7 204 7801 ramal 127; 7 204 8013E-mail: [email protected]; [email protected]

Agencia de Servicios Aduanales y Transitarios, Almacenes Universales S.A. (ASAT–AUSA)Endereço: Fábrica. No 45 e/ Aspurú y Línea del Ferrocarril. Habana Vieja, La Habana. (+53) 7 698 7344E-mail: [email protected]

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89ANEXOS

MELFI Marine Corp S.AEndereço: Avenida del Puerto e/ Pote e Línea del Ferrocarril. (+53) 7 794 3060; 7 794 3095; 7 794 3704E-mail: [email protected] no Brasil:www.empire-logistics.net

CMA-CGM representada em Cuba por Navemar S.A. Endereço: Calle 12 Nº 105 e/ 1ra e3ra. Edifício Playa 3er piso Miramar, Havana (+53) 7 204 9811/13 ao 16, (+53) 7 204 9818Site: http://www.melfimarine.cu/Contato no Brasil: http://www.cma-cgm.com.br/site/html/onde_estamos.php

Maersk Line, representada em Cuba por Marinter S.A. Endereço: Rua 12 No. 105 e/ 1ra e 3ra. Edificio Playa 2do piso Miramar, Havana (+53)7 204 9742 ramal 202; 205Contatos no Brasil:https://my.maerskline.com/link/?page=lhp&path=/south_america/brazil/office&lang=pt_BR

Hamburg Sud, representada em Cuba por Transcargo Mar-itime AgencyEndereço: Lamparilla # 2, Piso 2, Oficina 2H Lonja del Comercio, Habana Vieja (+53)7 204 9603; 04; 08; 09E-mail: 7 860 2683Site: https://www.hamburgsud-line.com/liner/es/liner_ser-vices/country_information/cuba/index.htmlContatos no Brasil:www.zim.com/countrysites/americas/brazil/pt-br/pages/contacts.aspx?countrycode=BRA&countrycodetext=Brazil

Agencia Maritima Mapor S.A.Endereço: Edificio Playa, Calle 12, No. 105 e/ 1ra y 3ra, Piso 1, Miramar, HavanaE-mail: [email protected] (+53) 7 204 9626Site:www.msc.com/cub/contact-usContatos no Brasil: https://www.msc.com/bra

9.2 AÉREAS

COMPANHIAS ESTRANGEIRAS

COPA AirlinesEndereço: Centro de Negócios Miramar, Ed. Barcelona, La Habana (+53) 7 204 1111

Copa Airlines - Oficina de Carga - Conexão: PanamáEndereço: Carretera de Wajae, km. 1 ½ Aeroporto ¨José Martí¨, La Habana. (+53) 7 266-4160

10. SUPERVISÃO DE EMBARQUES

EM CUBA

Ministério de Finanças e Preços - Grupo Caudal

CubacontrolEndereço: Conill Nº 580, esq. a 26 Nuevo Vedado (+53) 7 855 5720 ao 26www.cubacontrol.com.cu

Intermar S.A.Endereço: Obispo No 361 e/ Habana e Compostela, Habana Vieja (+53) 7 833 2281; (+53) 7 867 1221 ao 24, (+53) 7 866 6253 www.intermar.cu

Ministério das Forças Armadas - Grupo GAESA

Agencia de Servicios Aduanales – ADESA S.A. Endereço: Avenida del Puerto s/n entre Pote e Línea del Ferrocarril, Havana Velha (+53) 7 794 4041; (+53) 7 794 4389E-mail: [email protected] Agencia de Supervisión e Inspección de Cargas de Zedal, S.A. (ASIC-Zedal)Carretera Aerocaribbean Km 1 1/2, Wajay, Boyeros, Havana (+53) 7 6700659; (+53) 6700661 ao 64; (+53) 6497757

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90COMO EXPORTAR CUBA 2019

Ministério dos Transportes - Grupo Empresarial de Transporte Marítimo Portuário

SERVITALLY, S.AEndereço: A. Van Troy e Final, General Peraza, Havana (+53) 7 6426156

NO BRASIL

CugnierEndereço: Av Sete de Setembro, 869, Fazenda, Itajaí/SC +55 (47) 3348 3300 E-mail: [email protected]: www.cugnier.comE-mail: [email protected]: www.cugnier.com

Conformity CertificaçõesEndereço: Rua Brusque, 290 Sala 5, Centro Itajaí/SC +55 (47) 3349 6871Site: www.conformitycert.com

Peterson and Control Union WorldwideEscritórios no Brasil: São Paulo, Macaé, Maceió, Paranaguá, Rio Grande, Santos, Serra Carapina, São Luis, Cuiabá, Riberão Preto, Venâncio AiresContatos: www.petersoncontrolunion.com/

CotecnaEscritórios no Brasil: São Paulo, Paranaguá, Rio Grande do Sul, Vitória, GenevaContatos: https://www.cotecna.com

11. OUTROS ENDEREÇOS ÚTEIS

11.1 AGENTES DE REPRESENTAÇÃO ESTRANGEIRA

Representações PlatinoEndereço: 16 No. 504 e/ 9na y 5ta Miramar, Havana (+53) 7 204 6349 / (+53) 7 204 8853E-mail: [email protected]

Representações culturais, S.A. (RECSA)Endereço: 158 Nº 318 e/ 3ra.B y 3ra.C, Náutico, Havana (+53) 7 208 9320 / (+53) 7 208 6633E-mail: [email protected]

Take off S.A.Endereço: 23 Nº 113, esq. a O, Vedado, Havana (+53) 7833 3626 E-mail: [email protected]://www.takeoff.com.cu/quienes_somos

11.2 ÓRGÃOS RESPONSÁVEIS PELAS NORMAS TÉCNICAS

Oficina Nacional de Normalização (ONN)www.ncnorma.cu

Ministério de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Citma)www.citma.gob.cu

Instituto Nacional de Higiene, Epidemiologia e Microbiologia (INHEM)http://instituciones.sld.cu/inhem/

Direção de Saúde Animal (ISA)https://www.minag.gob.cu/taxonomy/term/34

Direção de Saúde Vegetal (ISV)https://www.minag.gob.cu/node/2095

Centro para o Controle Estatal dos Medicamentos, Equipa-mento e Dispositivos Médicos - CECMEDSite: http://www.cecmed.cu/

Instituto Nacional de Recursos Hidráulicos (INRH)https://www.hidro.gob.cu

Ministério da Construção (MICONS)www.micons.gob.cu

Ministério da Indústria Alimmentícia (MINAL)www.minal.gob.cu

Ministério de Energia e Mineração (MINEM)https://www.minem.gob.cu

Ministério do Interior - MININThttps://www.minint.gob.cu/

Ministério dos Transportes – MITRANShttps://www.mitrans.gob.cu

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91ANEXOS

Ministério de Trabalho e Previdência Social - MTSSwww.mtss.gob.cu

Ministério das Indústrias - MINDUS https://www.mindus.gob.cu

II – FRETES E COMUNICAÇÕES COM O BRASIL

1. INFORMAÇÕES SOBRE FRETES

MARÍTIMOS

Para obtenção de informações atualizadas sobre fretes marítimos, os empresários deverão consultar diretamente as empresas listadas no Anexo 1 (item 10.1).

AÉREOS

De igual modo, para obtenção de informações atualizadas rel-acionadas com a seção de cargas das companhias aéreas, ver as companhias aéreas de carga listadas no Anexo 1 (item 10.2).

2. COMUNICAÇÕES: TARIFAS

TARIFAS DE TELEFONE PARA TELEFONIA BÁSICA

América do Sul: 1,50 CUC/minutoFonte: http://www.etecsa.cu/inicio/llamadas_internaciona-les/#tarifas_internacionalesfija

III – INFORMAÇÕES PRÁTICAS

Moeda: CUP (Peso cubano) e CUC (Peso cubano conversível); 1,00 CUC= 24,00 CUP; 1,00 CUC = 1,00 USD

Pesos e medidas: Sistema métrico decimal para pesos e medidas; usualmente os líquidos se medem em litros.

Dias feriados- 31 de dezembro, 1º e 2 de janeiro: Aniversário da Revolução- Abril: Sexta-feira Santa- 1º de maio: Dia Internacional dos Trabalhadores- 25, 26 e 27 de julho: Dia da Rebeldia Nacional (Ataque aos Quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes)- 10 de outubro: Início das Guerras de Independência

- 25 de dezembro: Natal

Horário: A hora em todo território de Cuba é cinco horas menos que a Hora do Meridiano de Greenwich (GMT), equivalente ao horário “U.S. Eastern Standard Time (EST)”. A diferença com o Brasil é de uma hora a menos em Cuba (em horário de verão, de 1º de abril a 11 de novembro) e três horas a menos em Cuba (em horário de inverno).

HORÁRIO COMERCIAL

Bancos: De segunda a sexta, 8h30 às 17h. Sábados, 8h30 às 12h.

Comércio: De segunda a sábado, 10h às 18h. Domingos, 10h às 14h.

Administração pública: De segunda a sexta, 8h às 17h, e em alguns lugares sábados alternos, com descanso para o almoço, que geralmente é de 12h às 13h.

Corrente elétrica: A de uso mais geral é a monofásica de 110 V/60 Hz. Na rede hoteleira é usual, ademais, 220 V. Períodos recomendados para viajar: Recomenda-se evitar os meses de julho e agosto por serem períodos de férias longas e o auge do verão.

Férias: O período anual de férias remuneradas é de 30 dias. Estas costumam ser entre os meses de julho e agosto. Visto de entrada: Os empresários interessados em entrar no país para fazer negócios com empresas cubanas devem solicitar em um dos consulados de Cuba no Brasil (Brasília, São Paulo, Salvador ou Manaus) o visto A-7 de prospecção de negócios ou o visto D-7 de comerciante. O visto de turista não pode ser modificado nem trocado no território nacional por nenhuma outra categoria.

Precauções sanitárias: Para a entrada no país, exige-se a apresentação de certificado internacional de vacinação contra a febre amarela.

Alfândega e câmbio: É exigido nos aeroportos de entrada ao país um seguro de viagem, com cobertura de despe-sas médicas. O serviço de câmbio é oferecido nos bancos, aeroportos, hotéis e casas de câmbio (CADECA).

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92COMO EXPORTAR CUBA 2019

LISTA DE HOTÉIS DE CATEGORIA MÉDIA E SUPERIOR

Gran Hotel Manzana Kempinski***** (+53) 7 86 99100Calle San Rafael e/ Monserrate e Zulueta, Habana Vieja

Iberostar Grand Packard ***** 7823-2100 Prado 51 Entre Cárcel y Genios, Habana Vieja

Iberostar Parque Central ***** (+53) 7 860-6627/28/29Calle Neptuno e/ Prado e Zulueta, Habana Vieja

Meliá Cohíba ***** (+53) 7 833-3636Calle Paseo, entre avs. 1ª e 3ª, Vedado

Meliá Habana ***** (+53) 7 204-8500 Av. 3ª, entre calles 76 e 80, Miramar

Habana Libre Tryp ***** (+53) 7 834-6100Calle L, e/ 23 e 25, Vedado

Hotel Nacional ***** (+53) 7 873-3564 /7 835-3896Calle 21, esq. calle O, Vedado

Saratoga ***** (+53) 7 868-1000Prado, nº 603, esq. a Dragones, Habana Vieja

Four Points ***** (+53) 7 214-14705ª Av. e/ 76 e 80, Miramar

Comodoro **** (+53) 7 204-5551Av. 3ª e calle 84, Miramar

Hotel Roc Presidente **** (+53) 7 838-1801 a 04Calzada e Av. de los Presidentes, Vedado

Inglaterra **** (+53) 7 860-8593 / 97Prado, nº 416, esq. a San Rafael, Centro Habana Memories Miramar **** (+53) 7 204-35845ª Av. e/ 72 e 76, Miramar

Palco **** (+53) 7 204-7235Calle 146, e/ 11ª e 13ª, Cubanacán, Playa

Riviera **** (+53) 7836-4051Calle Paseo e Malecón, Vedado

H10 Panorama **** (+53) 7 204-4969Avenida 3ra e 70, Miramar

NH Capri **** (+53) 7 839-720021 e O, Vedado

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93ANEXOS

BIBLIOGRAFIA

Para elaboração deste guia foram consultadas várias fontes de informação e dados estatísticos sobre Cuba, en-tre os quais se destacam:

-Aduana-Geral da República de Cuba-Banco Central de Cuba-Câmara de Comércio de Cuba-Ministério do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Guia do Investidor de Cuba, 2019-Ministério do Turismo-Oficina Nacional de Estadísticas e Informação - ONEI-Oficina Nacional da Propriedade Industrial - OCPI-Oficina Nacional de Normalização – ONN-Marco Regulatório dos requisitos técnicos e de qualidade na atividade de Comércio Exterior, MINCEX, 2016.-Estudos do Economist Intelligence Unit

Organizações Internacionais-ALADI - Associação Latino Americana de Integração -Banco Mundial-OMC - Organização Mundial do Comércio, G/LIC/N/3/CUB/6, Procedimento para os trâmites de licenças de im-portação-Estatísticas do Trade Map (Trade statistics for international business development)

-PNUD Informe sobre Desenvolvimento Humano 2018-CEPAL, Balance Preliminar das Economias de América Latina e o Caribe 2018.

Fontes Oficiais Brasileiras-Banco do Brasil - http://www.bb.com.br/portalbb-Ministério de Economia, Comércio Exterior e Serviços/Estatísticas-Ministério das Relações Exteriores

Regulamentações-Resolução 50/14 – Regulamento da Atividade de Expor-tação e Importação-Decreto-Lei 162/96 - Lei da Alfândega Geral de Cuba-Resolução Conjunta MFP-MINCEX nº 01/13 - Atualiza a Tarifa Alfandegária -Resolução 85/13 dos Regimes de Admissão Temporária para Aperfeiçoamento Ativo e de Drawback -Resolução 8 de 2002 do regime de admissão temporária de mercadorias para reexportação no mesmo estado -Resolução 30 de 2018: procedimento para o controle do cumprimento das regulações técnicas nos produtos de im-portação e exportação e indicações para a inspeção das mercadorias.

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