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Sumário - Início - Observatório Nacional · segundo o último balanço do Ministério da Saúde brasileiro. A primeira morte foi registrada no dia 22 de fevereiro e, desde o início

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Sumário Recorde de mortes no dia aproxima Brasil do grupo dos dez mais afetados ........................................................ 3

Ninguém pode ficar para trás ................................................................................................................................. 5

Aras diz ao STF que normas gerais de isolamento e quarentena cabem ao governo federal ............................... 7

Senado aprova repasse de R$ 10,9 bi para micro e pequenas empresas .............................................................. 8

Após decisão de STF, Maia defende negociação direta entre patrão e empregado para corte de jornada ....... 11

Governo libera saque de mais R$ 1.045 de contas ativas e inativas do FGTS ..................................................... 13

Fausto Macedo - Justiça destina R$ 2,5 bi da corrupção para Saúde .................................................................. 14

Coronavírus: cartórios registram 33% mais mortes que governo ....................................................................... 16

Mônica Bergamo – Primeiros passos ................................................................................................................... 18

Mais notícias importantes .................................................................................................................................... 19

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08/04/2020 01h30

Recorde de mortes no dia aproxima Brasil do grupo dos dez

mais afetados

O registro de 114 mortes entre segunda e terça em decorrência da covid-19 colocou o Brasil em um perigoso ranking: o dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o Ministério da Saúde, o país já registra 667 óbitos em decorrência da doença e um total de 13.717 casos oficiais confirmados. De todos os estados, o único que não contabiliza nenhuma morte é o Tocantins. O que preocupa na aproximação do Brasil desses países é a confirmação de que a crise gerada pelo novo coronavírus está em curva de crescimento. O Ministério da Saúde anunciou que estima que o Brasil entre daqui um mês na fase de aceleração descontrolada de casos do novo coronavírus — o início desta etapa está previsto para a 19ª semana do ano, ou seja, entre 4 e 10 de maio. A partir da fase de aceleração, o país deve começar a caminhar rumo ao pico de casos, previsto para o início de junho. A quantidade de casos da doença covid-19 deve começar a desacelerar a partir de meados de junho, na 25ª semana. A projeção torna ainda mais urgente a preocupação com a escassez de leitos de UTI, equipamentos, a sobrecarga do sistema de saúde como um todo, além dos impactos da pandemia na

economia. E, nesse cenário, o Brasil ainda se vê às voltas com debates sobre a eficácia do isolamento social, que é orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), e tem de enfrentar a incerteza sobre a permanência de Luiz Henrique Mandetta como ministro da Saúde. As próximas três a seis semanas serão desafiadoras não só para o Brasil, mas para toda a América Latina, afirmou a diretora da Organização Pan Americana da Saúde (OPAS), ressaltando que tudo dependerá do cumprimento das medidas para evitar os contágios e dos recursos disponíveis. "A situação vai piorar antes de melhorar, e todos precisamos estar preparados para as próximas semanas que serão ainda mais difíceis", afirmou Carissa Etienne, titular do escritório da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em todo o mundo, o avanço da pandemia preocupa pelo volume de vidas perdidas. Liderando o ranking de países mais afetados, a Itália já registrou 16.523 mortes em decorrência da doença,

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segundo o último balanço do Ministério da Saúde brasileiro. A primeira morte foi registrada no dia 22 de fevereiro e, desde o início de março, o crescimento disparou. O país atingiu o pico no dia 28 de março quando somou, em 24 horas, mais de 900 mortes. Desde então, o país tem visto a desaceleração dessa taxa. A Espanha, segundo país com o maior número de óbitos, tem 13.798 mortes. O primeiro óbito foi registrado no dia 5 de março, e os casos dispararam na segunda metade de março. O pico foi entre 3 e 4 de abril, quando mais de 900 mortes foram contabilizadas em cada um dos dias. Desde então, o país também vê desaceleração. Em um cenário preocupante, os Estados Unidos contabilizam 10.943 mortes até o momento, mas a expectativa é que o país ultrapasse os números da Itália em um futuro próximo. Os EUA já são considerados o novo epicentro da pandemia, pois concentram o mais número de casos confirmados, e o pico é esperado para os próximos dias. Hoje, o país bateu um recorde, com quase 2 mil mortes em 24 horas. A França contabiliza 8.911 casos, mas tem enfrentado problemas com essas contabilizações, pois há atraso no envio dos dados ao governo. Em um único dia, o país europeu reportou mais de 800 mortes, mas ressaltou que não eram óbitos ocorridos dentro das 24 horas, e sim atraso nos dados. Segundo o Ministério da Saúde, o pico ainda não foi atingido lá.

Os dados do gráfico acima, extraídos do Ministério da Saúde brasileiro, vale ressaltar, servem de base de comparação, mas divergem daqueles divulgados pela Organização Mundial da Saúde. Isso porque a OMS contabiliza os casos enviados pelos governos nacionais e pode haver atraso. Além disso, os próprios governos apontam subnotificação nessas contagens, pois não há capacidade para testar todos os casos suspeitos, como deveria ser feito. O governo brasileiro tem utilizado os dados contabilizados pela Universidade John Hopkins. Na última atualização foram utilizados dados de ontem até as 16h, porém já houve atualização na plataforma e em alguns números, como nos casos dos EUA e França.

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08/04/2020 01h00

Ninguém pode ficar para trás

A Covid-19 escancarou os desafios de sociedades desiguais. Somos todos vulneráveis ao vírus Sars-CoV-2. Mas mundo afora medidas tentam reduzir o impacto da pandemia nas populações que serão mais afetadas, tanto pelo vírus quanto pelo lado socioeconômico deste que se apresenta como o maior desafio de nossa geração. Muitos finalmente perceberam que a humanidade é uma só, e que somos interdependentes. Portanto, só sairemos dessa crise (e das próximas que virão) se entendermos que temos que colocar em prática o lema de não deixar ninguém para trás. No Brasil, por exemplo, foi aprovado o auxílio emergencial para trabalhadores informais de baixa renda, importante, mas ainda insuficiente diante da duração e magnitude da crise. Além disso, multiplicam-se iniciativas da sociedade civil voltadas para atender necessidades imediatas de alimentação e higiene das populações mais vulneráveis. Esse compromisso com a solidariedade e a proteção das pessoas também é fundamental para que possamos garantir a segurança e as condições de trabalho dos profissionais que estão na linha de frente desta ingrata batalha. Além dos heróis da saúde, da assistência social e dos milhares de trabalhadores responsáveis por assegurar as redes de abastecimento e serviços

essenciais, precisamos reforçar nosso compromisso com os policiais que seguem nas ruas e nas delegacias, bem como com os agentes, funcionários e detentos das unidades prisionais. Menos de um mês desde o decreto anunciando o estado de calamidade pública no Brasil em razão da pandemia, os números disponíveis já denunciam o desafio e a necessidade de adoção de medidas urgentes para proteger esses profissionais. No Rio de Janeiro, aproximadamente 300 policiais militares já foram afastados por suspeita de contágio. Em São Paulo, já são cerca de 600 policiais civis e militares fora do trabalho. Na semana passada, a sargento da PM de São Paulo Magali Garcia, 46, foi vítima de complicações da Covid-19. A realidade de outros países reforça a urgência de avançarmos na proteção das forças

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policiais: em Nova Iorque, 1 em cada 6 policiais está afastado por complicações de saúde ou para realizar a quarentena. Em Detroit, um quinto da força policial está sob quarentena. No sistema penitenciário brasileiro, a insalubridade da maioria das unidades e a dificuldade de se seguirem as recomendações de higiene e isolamento tornam vulneráveis não apenas os cerca de 800 mil presos, como também os 83 mil servidores que trabalham nessas unidades. Para esses profissionais, o medo de virar alvo alia-se ao receio de se tornar vetor da doença, uma vez que depois do expediente, esses profissionais têm contato com pessoas no transporte público, no supermercado, em suas casas. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomendou uma série de medidas para reduzir os riscos no sistema prisional, incluindo a prisão domiciliar para presos por delitos de menor gravidade que já estão no regime aberto ou semiaberto. Mas tais medidas ainda sofrem muita resistência. Será que ainda não entendemos que podemos estar sentenciando à morte as pessoas privadas de liberdade, agentes públicos e seus familiares? Infelizmente, ainda há uma parcela de nossa população que precisa resgatar seu senso de humanidade e responsabilidade. Que o façam a tempo de evitar mais sofrimento humano em um país já tão injusto e desigual. Do lado positivo, por todo o Brasil, multiplicam-se iniciativas para apoiar o enfrentamento da pandemia. No Rio de Janeiro, por exemplo, o Movimento União Rio, do qual o Instituto Igarapé faz parte, combina frentes de apoio à ampliação de leitos no estado, distribuição de alimentos em comunidades e a doação de equipamentos de proteção individual a profissionais da segurança pública e do sistema prisional. A união de forças é um imperativo do momento e do depois. Para resgatar o convívio social, o ir e vir e a saúde pública e econômica no longo prazo, precisamos entender e implementar a principal lição dessa crise: não deixar ninguém para trás. Ilona Szabó de Carvalho Empreendedora cívica, mestre em estudos internacionais pela Universidade de Uppsala (Suécia). É autora de “Segurança Pública para Virar o Jogo”.

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07/04/2020 22h04

Aras diz ao STF que normas gerais de isolamento e

quarentena cabem ao governo federal

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou nesta terça-feira (7) um parecer ao Supremo Tribunal Federal (STF) no qual defendeu a competência do governo federal na definição das regras gerais de isolamento, quarentena, restrição de transporte e trânsito em rodovias, portos e aeroportos. Aras enviou o parecer ao STF porque o ministro Marco Aurélio Mello decidiu que estados, Distrito Federal e municípios também pode criar regras em meio à pandemia do novo coronavírus. O tema ainda será analisado em definitivo pelo Supremo. Para a PGR, as medidas de combate à pandemia devem ser adotadas "de forma linear e coordenada em todo o território nacional". O tema está em análise no STF porque o PDT questionou no tribunal uma medida provisória (MP) editada pelo presidente Jair Bolsonaro. A MP transferiu para os órgãos reguladores as decisões sobre restrições. Para o partido, o ato feriu a Constituição. Nesta segunda (6), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou em uma entrevista coletiva que a população deve seguir as recomendações dos governadores. Segundo ele, cabe ao ministério dar os "parâmetros" das medidas. Argumentos da PGR

Para Augusto Aras, uma lei geral não esvazia o poder de governadores e prefeitos. "Tal conclusão não implica o esvaziamento do papel dos estados e municípios, nem o seu alijamento da participação na execução de ações e serviços de vigilância epidemiológica e controle do surto de Covid-19, no desempenho da competência material comum", argumenta a PGR. Na avaliação de Augusto Aras, deve ser afastada a tese de que uma norma geral viola a autonomia política e usurpa a competência de estados e municípios para cuidar da saúde. A PGR também diz que o Banco Central informou que 400 normas foram editadas por governadores e prefeitos, com o estabelecimento de condições diversas para os serviços essenciais.

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08/04/2020 01h00

Senado aprova repasse de R$ 10,9 bi para micro e pequenas

empresas

O Senado aprovou nesta terça-feira (7) um projeto de lei para socorrer empresas de pequeno porte durante a crise do coronavírus. A proposta foi chancelada por 78 senadores. Nenhum votou contra. O texto ainda precisa ser analisado pela Câmara dos Deputados. Pela proposta aprovada, o governo federal terá de repassar R$ 10,9 bilhões do Tesouro para um fundo a ser criado —chamado informalmente pelos congressistas de Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) das pequenas empresas. Esse fundo emergencial irá atender as micro e pequenas empresas, que têm faturamento bruto anual, respectivamente, de até R$ 360 mil e até R$ 4,8 milhões. Pela medida, 20% dos valores do projeto serão bancados com recursos próprios das instituições participantes, como cooperativas de crédito e bancos de crédito, e os outros 80% da dívida serão assumidos pelo Tesouro. As instituições para aderir ao programa precisam fazer o pedido até o dia 30 de junho. O prazo de carência para o início do pagamento será de 36 meses, após o fim do decreto de calamidade (31 de dezembro deste ano).Responsáveis pela geração de ao menos 12 milhões de empregos, as pequenas empresas não estavam contempladas em uma ação do Ministério da Economia, que

abraça apenas as microempresas. As cooperativas de crédito, não alcançadas pelas medidas do governo, também foram incluídas no projeto aprovado no Senado. "O governo pediu a retirada das MEIs [microempreendedores individuais] porque eles entendem que esse setor já estaria contemplado no auxílio de R$ 600 a R$ 1,200, o que não aceitamos. Assim como consideramos as cooperativas de crédito fundamentais para o país", afirmou a relatora da proposta, senadora Kátia Abreu (PP-TO).

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As discussões em torno da medida atrasaram a votação no Senado. Abreu afirmou que as tratativas do governo eram pela retirada completa da matéria. Sem acordo, a relatora e o autor da proposta, senador Jorginho Mello (PL-SC), aceitaram apenas a supressão dos MEIs. As discussões com o governo fizeram com que o relatório final só chegasse aos senadores durante a sessão, que foi atrasada em mais de uma hora na tarde desta terça.Caso seja aprovada na Câmara, a proposta seguirá para sanção ou veto do presidente Jair Bolsonaro. Governo prepara linha de crédito para comércio de menor porte O Ministério da Economia está formulando uma linha especial de crédito para microempresas. O segmento ainda não foi contemplado pelas linhas emergenciais anunciados pelo governo. O objetivo é dar sobrevida durante a pandemia do novo coronavírus a esses empreendimentos. O grupo é formado por restaurantes, lanchonetes, mercearias e outros comércio de pequeno porte. O faturamento anual do segmento beneficiado será de até R$ 360 mil por ano. A proposta em elaboração, obtida pela Folha, prevê o uso de aproximadamente R$ 10 bilhões em recursos do Tesouro Nacional para liberar os empréstimos. Bancos públicos devem ser usados para operacionalizar os financiamentos, que teriam juros próximos a 3,75% ao ano, patamar atual da taxa básica de juros da economia (Selic). De acordo com dados do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), existem hoje cerca de 6,6 milhões de microempresas em atividade no Brasil. Mais de 80% estão nas áreas de comércio e serviços. O grupo tem faturamento anual de R$ 81 mil a R$ 360 mil --ganhos menores do que R$ 81 mil se enquadram na categoria de microempreendedor individual. O modelo estudado prevê que o valor de cada operação será limitado a 30% do faturamento bimestral registrado pela companhia. A ideia é financiar dois meses de capital de giro durante a fase aguda da pandemia, que paralisou grande parte desses estabelecimentos. Técnicos do Ministério da Economia avaliam que o risco de calote dessas operações é baixo. Justificam que empresas de pequeno porte negativadas acabam tendo restrições no mercado e dificuldade de atuação, o que as torna boas pagadoras. Os recursos dessas operações, bem como a garantia pelo risco de inadimplência, terá participação maior do Tesouro. A divisão deve ficar em 80% para os cofres federais e 20% para as instituições financeiras. Para viabilizar a linha, a equipe econômica negocia a inclusão da proposta em um projeto que tramita no Congresso.

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A avaliação dos técnicos é a de que a atuação do Legislativo no período de calamidade tem sido rápida, com aprovação acelerada das medidas emergenciais. Até o momento, o segmento de empresas com faturamento anual de até R$ 360 mil não foi o foco das ações de crédito emergencial anunciadas pelo governo. Após o agravamento da pandemia, o governo anunciou R$ 40 bilhões em uma linha de crédito para financiar por dois meses a folha de pagamentos de pequenas empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 10 milhões. Essa linha terá juros de 3,75% ao ano. Na segunda-feira (6), o Conselho Monetário Nacional (CMN) autorizou a abertura de outra linha, dessa vez com recursos dos fundos constitucionais do Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Serão liberados R$ 6 bilhões a juros de 2,5% ao ano. Os financiamentos, porém, serão destinados apenas a essas regiões e poderão ser feitos por empresas de qualquer porte. O ministro Paulo Guedes (Economia) trabalha para que as maquininhas de cartões sejam usadas para destravar as operações. Ele tem criticado a atuação dos bancos na concessão de crédito na crise. Apesar do esforço do governo em retirar amarras do sistema bancários, o ministro avalia que os recursos estão ficando represados nas instituições financeiras, em vez de serem emprestados a empresários que passam aperto com a pandemia. As fintechs, então, permitiriam que microempreendedores e pequenas empresas tenham acesso aos recursos. Após ser cobrado por empresários, o ministro confirmou que o crédito via maquininhas está em estudo. Mas isso depende de mudança nas regras do Banco Central (BC).

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08/04/2020 01h00

Após decisão de STF, Maia defende negociação direta entre

patrão e empregado para corte de jornada

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira (7) que cortes de jornada, com redução salarial, e suspensão de contrato de trabalho possam ser adotados após acordo entre patrão e empregado, sem a intermediação de sindicatos. Nesta segunda (6), o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu que esses acordos só podem ter validade após manifestação do sindicato dos trabalhadores. Esse veredito tem efeito imediato, mas ainda será analisado por todos os ministros do STF. A decisão do ministro frusta os planos da equipe econômica, que voltou a ser cobrada por empresários pela flexibilização das regras com o objetivo de evitar demissões. Maia acredita que o ideal seria dar algum tipo de preferência por acordo coletivos (firmados por meio de sindicatos), mas permitindo a validade de negociações diretas com trabalhadores. “Para que se possa dar celeridade”, justificou. Empresários argumentam que, por causa das medidas para tentar conter a transmissão do novo coronavírus, a atividade econômica caiu drasticamente e, por isso, estão com dificuldades em manter os contratos de trabalho. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), então, flexibilizou as normas, permitindo a redução de até

100% da jornada, com corte proporcional de salário, e até a suspensão dos contratos. Em contrapartida, o governo pagará um auxílio para complementar parte da renda perdida pelo trabalhador. Para a equipe econômica, a decisão pode comprometer o resultado esperado com o programa, que deve atender, com a complementação de renda, a 24,5 milhões de trabalhadores formais. Até ontem, o Ministério da Economia registrou mais de 7 mil acordos individuais (entre patrão e empregado). Para o governo, Lewandowski poderá gerar insegurança jurídica e desestimular que empresas façam a adesão ao programa, optando, assim, pelas demissões.

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No programa lançado pelo ministro Paulo Guedes (Economia), o acordo individual seria aplicado a trabalhadores que ganham até três salários mínimo (R$ 3.135) por mês em todas as situações -- redução de jornada e suspensão de contrato. Para quem tem salários acima disso e até R$ 12.202, já é exigido o acordo via sindicato quando o corte de jornada superar 25% e em caso de suspensão de contrato. No caso de trabalhadores com renda acima de R$ 12.202, por terem um tratamento diferente na CLT, também valeria o acordo individual em qualquer caso. Para a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), a decisão de Lewandowski foi um retrocesso. “Com isso, hoje, a opção mais segura ao empregador será, infelizmente, a demissão”, afirmou, em nota, a entidade.A CNI (Confederação Nacional da Indústria) também avalia que o posicionamento do ministro do STF gera insegurança jurídica e, que se for mantido no plenário, irá atrapalhar os planos de empresários. “A inclusão do sindicato como um dos atores na conformação de acordo individual vai burocratizar, vai atrasar e pode impedir soluções imediatas e eficientes”, disse o superintendente jurídico da CNI, Cássio Borges. O programa do governo que permite o corte de jornada e suspensão de contratos foi criado por medida provisória. Portanto, entrou em vigor na semana passada, mas precisa do aval do Congresso. Ainda não há calendário para a votação. Outra medida provisória da área trabalhista, a proposta que cria o contrato de trabalho Verde e Amarelo já está mais avançada no Congresso e deve ser votada pelo plenário da Câmara nesta quarta-feira (8). O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda tenta um acordo entre partidos para que o projeto seja aprovado. Chamado de trabalho Verde e Amarelo, o programa reduz obrigações patronais da folha de pagamento para contratação de jovens de 18 a 29 anos, que conseguem o primeiro emprego formal e com remuneração de até um salário mínimo e meio (R$ 1.567,50). A versão a ser votada na Câmara permite que patrões também tenham redução de tributos ao contratarem pessoas acima de 55 anos de idade e que estejam fora do mercado de trabalho formal há mais de 12 meses. Para esse grupo, também vale o mesmo teto salarial.

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08/04/2020 01h49

Atualizada 08/04/2020 10h38

Governo libera saque de mais R$ 1.045 de contas ativas e

inativas do FGTS

O governo publicou uma medida provisória (MP), no fim da noite de terça-feira, que libera o saque de R$ 1.045 por trabalhador de contas ativas e inativas do FGTS a partir de 15 de junho. A MP também acaba com o Fundo PIS-Pasep, que não tem relação com o abono salarial. A medida é uma forma de mitigar os efeitos na economia da pandemia de coronavírus. O saque do FGTS ficará disponível até 31 de dezembro. O valor equivale a um salário mínimo por trabalhador. Ou seja, mesmo quem tem mais de uma conta no FGTS terá um limite total de R$ 1.045 para sacar. Para quem tem mais de uma conta, há uma ordem estabelecida pela MP: primeiro, contas vinculadas relativas a contratos de trabalho extintos, com início pela conta que tiver o menor saldo; depois, as demais contas vinculadas, com início pela conta que tiver o menor saldo. Os saques serão efetuados conforme cronograma de atendimento, critérios e forma estabelecidos pela Caixa Econômica Federal, permitido o crédito automático para quem tem conta no banco, desde que o trabalhador não se manifeste negativamente, ou o crédito em conta bancária de qualquer instituição financeira, indicada pelo trabalhador, desde que seja de sua titularidade. PIS-Pasep A MP ainda extingue o Fundo PIS-Pasep — que

hoje não recebe mais recursos. Isso não significa, porém, o fim do abono salrial do PIS (para trabalhadores do setor privado) e do Pasep (para o setor público).

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08/04/2020 05h00

Fausto Macedo - Justiça destina R$ 2,5 bi da corrupção para

Saúde

A Justiça e o Ministério Público estão direcionando recursos recuperados em operações contra a corrupção para o combate ao coronavírus. Nas duas últimas semanas, ao menos seis decisões judiciais reverteram, para a Saúde, cerca de R$ 2,5 bilhões, dinheiro que havia sido devolvido aos cofres públicos por meio de acordos judiciais com empresas e delatores. Parte da verba já foi empregada para comprar respiradores pulmonares na Paraíba, luvas e máscaras para profissionais de saúde em Mato Grosso e testes sorológicos no Rio de Janeiro. A verba destinada pela Justiça para lidar com a pandemia deve aumentar nos próximos dias. O Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar a aplicação de R$ 51 milhões no combate ao coronavírus. O dinheiro foi encontrado dentro de malas no bunker do ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), em julho de 2017, na Bahia. Além disso, o procurador-geral da República, Augusto Aras, solicitou hás 15 dias ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, um levantamento dos valores existentes em todas as contas judiciais do Brasil. As informações serão repassadas aos promotores e procuradores para que, em seus Estados, eles possam solicitar recursos para a Saúde. Aras também recomendou a promotores e procuradores que revertam recursos de acordos civis e penais para políticas de combate à doença. A primeira sentença prevendo o redirecionamento de dinheiro de corrupção para combate a covid-19

foi do ministro do STF Alexandre de Moraes. Em 22 de março, ele determinou que fossem realocados R$ 1,6 bilhão recuperados pela Operação Lava Jato. Previsto em multa a ser paga pela Petrobrás a autoridades dos Estados Unidos, segundo acordo feito em 2016, o dinheiro seria aplicado inicialmente em educação e meio ambiente. O pedido foi feito pela PGR e endossado pelos presidentes da Câmara e do Senado, além da Advocacia Geral da União (AGU). A ordem do STF foi seguida por uma série de medidas judiciais canalizando valores da corrupção no combate ao covid-19. A Justiça da Paraíba mandou usar parte dos R$ 3,8 milhões recuperados pela Operação Calvário, que investigava desvios na saúde e educação do Estado, com a compra de 15

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respiradores pulmonares. Os equipamentos foram entregues para hospitais públicos paraibanos no início da semana passada. No Mato Grosso, a Justiça Federal determinou que R$ 566 mil recuperados na Operação Ararath, que teve como alvo o ex-ministro Blairo Maggi, fossem destinados ao Hospital Universitário Júlio Muller. E a Justiça de Brasília determinou que R$ 26,7 milhões do acordo de leniência feito pelo grupo J&F fossem para a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio. Em São Paulo, o Ministério Público Estadual também tem revertido dinheiro recuperado para o combate à covid-19. O órgão disponibilizou, na internet, um monitor para o público acompanhar quanto cada cidades está recebendo de multas, delações e outros acordos nas áreas criminal e cível. Com o objetivo de auxiliar no monitoramento e combate ao coronavírus, o Ministério Público do Rio colocou à disposição do governo sua estrutura tecnológica de análises, diagnósticos e geoprocessamento de dados. Maia anuncia cortes e R$ 150 mi para combate a vírus Assim como o Judiciário, o Legislativo também tenta encontrar saídas para aumentar o orçamento destinado à crise. Nesta terça, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que vai reduzir as despesas da Casa em R$ 150 milhões e encaminhar esse dinheiro para o combate à covid-19. Na lista de cortes estão viagens de parlamentares, horas extras de servidores, além de suspensão de obras e reformas que ainda não começaram. Maia e lideranças partidárias têm discutido, ainda, a utilização do fundo eleitoral para medidas que possam ajudar a reduzir o impacto da doença, mas não há consenso sobre qual seria o montante e como isso afetaria a campanha de 2020. Nesta terça-feira, 7, O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal Cível de Brasília, se antecipou ao debate e determinou que cerca de R$ 3 bilhões dos fundos eleitoral e partidário sejam destinados ao combate à pandemia ou para amenizar suas consequências econômicas. Por ter sido tomada por um juiz de primeira instância, essa decisão ainda pode ser revista em tribunais superiores.

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08/04/2020 05h30

Atualizada 08/04/2020 09h45

Coronavírus: cartórios registram 33% mais mortes que

governo

O cruzamento de dados dos cartórios de registro civil e do Ministério da Saúde revela que o número de mortes causadas pela Covid-19, doença desencadeada pelo novo coronavírus, pode ser maior que o registrado pelas autoridades sanitárias. Uma plataforma do Observatório Nacional de Casos de Alta Complexidade e Grande Impacto e Repercussão mostra que até a última segunda-feira (06/04), 736 pessoas morreram em decorrência da Covid-19. Até a mesma data, o Ministério da Saúde contabilizava 553 óbitos — 33% menos. Os cartórios passaram a monitorar as mortes após uma portaria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), publicada em 20 de março. A ferramenta está hospedada no site da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil). Além do número de óbitos, na plataforma é possível verificar que a maioria das vítimas da doença estão, até o momento, em São Paulo, o que coincide com os dados do governo federal. “A medida é uma contribuição do Sistema de Justiça para a apuração mais ágil das subnotificações de óbitos pelo novo coronavírus”, defende o CNJ. A Central de Registros Civis é a fonte primária que

reúne os dados oficiais dos óbitos ocorridos no país. O uso desse tipo de informação é inédita. Nessa terça-feira (07/04), o Metrópoles revelou que o Governo do Distrito Federal solicitou ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) que os cartórios informem à administração pública o número de mortes pela doença. A medida visa melhor compreensão do impacto da pandemia. Para a Arpen-Brasil, os prazos legais para a realização do registro e para o posterior envio à Central de Informações do Registro Civil podem fazer com que os números sejam ainda maiores.

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“Isto porque a Lei Federal nº 6.015 prevê prazo para registro de até 24 horas do falecimento, podendo ser expandido por até 15 dias em alguns casos, enquanto a norma do CNJ (Provimento nº 46) prevê que os cartórios devem enviar seus registros à Central Nacional em até 8 dias após a efetuação do óbito”, explica o vice-presidente da entidade, Luis Carlos Vendramin Júnior. Versão oficial O Ministério da Saúde afirmou, em nota, que a diferença dos dados divulgados “deve-se ao fato do tempo que as Secretarias de Saúde estaduais levam para notificar” o órgão. “Após a pasta ser informada, existe o processamento do dado para a inclusão na plataforma”, ressalta.

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08/04/2020 01h00

Mônica Bergamo – Primeiros passos

A pesquisa liderada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês e pela BRICNet com a hidroxicloroquina já tem 43 pacientes, em sete hospitais, usando o medicamento. A meta é chegar a 1.356 em 81 instituições. SALTO A expectativa é que, assim que os demais hospitais aprovarem internamente os protocolos da pesquisa, o número de pacientes salte rapidamente para 120. PRIMEIRA DOSE Os doentes, hospitalizados com sintomas leves ou graves, serão acompanhados por 15 dias seguidos —quando então uma primeira análise, chamada de interina, poderá ser divulgada. PONTO FINAL Os resultados definitivos do estudo podem sair em dois meses. SOMA O hospital Oswaldo Cruz deve se integrar ao consórcio, testando o medicamento em pacientes ambulatoriais, com sintomas suaves da Covid-19. FREIO E um novo estudo, com a molécula Tocilizumab, já está sendo submetido às autoridades para ser efetuado. Os especialistas querem ver se ela pode bloquear a inflamação pulmonar causada pelo novo coronavírus.

Page 19: Sumário - Início - Observatório Nacional · segundo o último balanço do Ministério da Saúde brasileiro. A primeira morte foi registrada no dia 22 de fevereiro e, desde o início

Mais notícias importantes

FOLHA DE S.PAULO - 7 de abril – 11h06

População mais vulnerável não poderá sacar imediatamente auxílio de R$ 600 Governo fará calendário de saque 'para evitar colapso' e permitirá apenas pagamento de conta e transferências antes disso https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/04/populacao-mais-vulneravel-nao-podera-sacar-imediatamente-auxilio-de-r-600.shtml NEXO JORNAL - 7 de abril – 21h42

O plano do Ministério da Saúde de afrouxar o isolamento Órgão recomenda transição para quarentena apenas de idosos e pessoas com doenças pré-existentes em regiões onde sistema de saúde não esteja sobrecarregado. Decisão permanece nas mãos de estados e municípios https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/04/07/O-plano-do-Minist%C3%A9rio-da-Sa%C3%BAde-de-afrouxar-o-isolamento G1 – 7 de abril – 21h49

Tribunal de Justiça prorroga fechamento de fóruns e comarcas em MT por mais 10 dias O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) prorrogou nesta terça-feira (7) a suspensão das atividades no sistema judiciário. O Palácio da Justiça e os fóruns devem ficar fechados até o dia 30 de abril, em decorrência das medidas temporárias de prevenção no contágio pela Covid-19. https://g1.globo.com/mt/mato-grosso/noticia/2020/04/07/tribunal-de-justica-prorroga-fechamento-de-foruns-e-comarcas-em-mt-por-mais-10-dias.ghtml CONJUR – 7 de abril – 22h12

Câmara aprova PL que aumenta validade de receita médica durante a pandemia A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (7/8) o projeto de lei que torna indeterminado o prazo de receitas médicas enquanto durar o estado de calamidade pública instituído pelo governo federal em razão da pandemia do novo coronavírus. https://www.conjur.com.br/2020-abr-07/camara-aprova-pl-aumenta-validade-receita-medica MIGALHAS – 8 de abril

Moraes permite que RN, MT e SE usem parcelas de dívida com a União no combate ao coronavírus O ministro Alexandre de Moraes, do STF, suspendeu por 180 dias o pagamento das parcelas da dívida dos Estados do Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Sergipe com a União. Segundo as medidas liminares deferidas nas ACOs 3.378 (RN), 3.379 (MT) e 3.380 (SE), esses valores devem ser aplicados exclusivamente em ações de prevenção, contenção, combate e mitigação à pandemia causada pelo novo coronavírus. Até o momento, o ministro já deferiu essas medidas emergenciais para outros 14 Estados, em decorrência da situação de crise. https://www.migalhas.com.br/quentes/324064/moraes-permite-que-rn-mt-e-se-usem-parcelas-de-divida-com-a-uniao-no-combate-ao-coronavirus