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Super Saudável · portância do rim – o ser humano possui ... “O sistema de funcionamento dos rins ... movimentem e irritem o sistema urinário ou obstruam o fluxo da urina

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3Super Saudável

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ expediente

A Revista Super Saudável é uma

publicação da Yakult SA Indústria

e Comércio dirigida a médicos,

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Matéria de capaOs rins são órgãos que precisamestar saudáveis para possibilitarque os vários sistemas do organismofuncionem corretamente

Páginas 4 a 7

Especial

O médico Dan L. Waitzberg explicacomo e porque a nutrição deve serutilizada para beneficiar pacientescom câncer, especialmente em casosavançados, e para evitar a anorexiae a caquexia provocadas pela doença

Páginas 18 a 21

TurismoA cidade de Teresópolis, localizadano ponto mais alto do Rio de Janeiroe que foi uma homenagem à imperatrizTereza Cristina, abriga reservasnaturais que convidam ao ecoturismo,além de histórias e monumentosdos tempos do Império

Páginas 30 e 31

Saúde

A Medicina Antienvelhecimentopretende detectar precocemente doençascrônico-degenerativas e seus efeitospara possibilitar que os idosos vivammais e com melhor qualidade

Páginas 8 e 9

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ÍndiceMicrobiota do idoso costuma ser maiscolonizada por bactérias patogênicas

Equipes de Nutrição demonstramação positiva do Yakult RI

Síndrome do Intestino Curtoprecisa de cuidados específicos

Duas novidades visam detectarprecocemente câncer de mama

Anvisa permite informação sobrebenefícios da soja em rótulos

Doenças vasculares prejudicama beleza e a saúde das pernas

O hábito de correr promovemelhor adaptação cardiovascular

Páginas 10 e 11

Páginas 12 e 13

Páginas 14 a 16

Páginas 16 e 17

Páginas 22 a 24

Páginas 24 a 27

Páginas 28 e 29

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4Super Saudável

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■ Capa

Sociabilidade. Esta é a melhor pala-vra para descrever as qualidades e a im-portância do rim – o ser humano possuidois –, órgão responsável por diversasfunções essenciais à vida humana, comoa excreção de produtos do metabolismo,de elementos ingeridos em excesso (sal,uréia e fósforo advindos das proteínas ede outros meios) e de toxinas do sangue,por meio de um sistema de filtração. Orim tem, ainda, a tarefa de controlar es-sas e outras substâncias – que tanto emcarência como em excesso podem causardanos ao organismo humano –, além deregular a produção dos glóbulos verme-lhos, a pressão sangüínea e o sensível ba-lanço químico e de líquidos do corpo. Paraexecutar esse trabalho de forma harmo-niosa, o rim mantém cumplicidade comvários sistemas do organismo, direta ouindiretamente, e a menor anomalia, emqualquer região do corpo, interfere demodo importante no bom desempenhodo órgão.

A Sociedade Brasileira de Nefrologia(SBN) destaca que, embora imprecisas,as projeções revelam que mais de 1 mi-lhão de pessoas sofrem de doenças renaisno País e algumas, quando sentem sinto-mas, já têm o órgão paralisado. Hiper-tensão e doenças sistêmicas, como o dia-betes, não tratadas adequadamente, tam-

Órgão promove relaci organismo, mas tamb Por Rosângela Rosendo

Tudo es rins fun

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onamento sociável entre os processos metabólicos doém pode sofrer consequências da ação direta de várias doenças

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bém podem levar à falência dos rins.Quando o órgão não funciona, o trata-mento indicado é a diálise – procedimentoque substitui em parte sua função e, anual-mente, cerca de 21 mil brasileiros preci-sam iniciar tratamento por hemodiáliseou diálise peritoneal, segundo a SBN. En-tretanto, em casos de falência renal agu-da, são raros os que conseguem recupe-rar pelo menos uma parte do funciona-mento do órgão para deixarem a diálise epoucos têm a sorte de receber um trans-plante renal. Por essa razão, os nefrolo-gistas incentivam a promoção da saúde paraque o rim consiga manter sua integrida-de e, dessa forma, seja preservado o bomfuncionamento do complexo humano.

“O sistema de funcionamento dos rinsrequer um ajuste muito delicado”, enfa-tiza Nestor Schor, professor titular deMedicina-Nefrologia e pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa da UniversidadeFederal de São Paulo-Escola Paulista deMedicina (Unifesp-EPM). O médico dizque se o coração não funcionar bem, osangue também não flui adequadamen-te pelo corpo e os rins passam a ter difi-culdade de armazenar substâncias essen-ciais à saúde e de eliminar produtos tóxi-cos. O mesmo acontece com relação aofígado, ao cérebro e tantos outros siste-mas orgânicos. “O rim é a ‘coisa mais im-portante no mundo’ e um ser sociável àevolução de organismos multicelulares.É um verdadeiro exemplo de uma socie-dade socialista. É ele quem garante ahomeostase, o equilíbrio de todas as cé-lulas do organismo”, completa.

Nos rins há o processamento de subs-tâncias químicas, bactérias e tudo o quecircular pelo sangue e pelas células. A con-servação da água no organismo, a capa-cidade de concentrar a urina, regular áci-dos e agir sobre certos hormônios tam-bém são atribuições dos rins. A eritro-poietina, por exemplo, é um hormônioliberado pelos rins que ajuda a estimulara medula óssea a produzir glóbulos ver-melhos. A falta desse hormônio pode cau-

Ita Pfeferman Heilberg

tá bem quando oscionam corretamente

sar anemia profunda. O órgão tambémparticipa da regulação do metabolismodo cálcio. “O rim ajuda na transforma-ção da vitamina D (proveniente da ali-mentação ou da ação do sol) em metabó-litos ativos que auxiliam na absorção docálcio. Se não executar bem essa tarefapode, nesse caso, provocar problemas ós-seos como a osteodistrofia renal”, infor-ma Ita Pfeferman Heilberg, professoraadjunta da Disciplina de Nefrologia daUnifesp-EPM e membro do Departamen-to de Nefrologia Clínica da SBN.

Nestor Schor

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Afecções diversas acometem os rins■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Capa

Devido à intensa relação que mantémcom os diversos sistemas orgânicos, os rinspodem apresentar inúmeras afecções. Asnefrites ou glomerulonefrites são inflama-ções das unidades filtrantes (glomérulos)do rim e podem se caracterizar por alte-ração do trato urinário, com a presença deproteína e sangue na urina. A nefrite crô-nica é uma causa comum da insuficiênciacrônica dos rins, que provoca lesão pro-gressiva nos órgãos e pode exigir que opaciente faça diálise no futuro. Segundo onefrologista Miguel Carlos Riella, presi-dente da Fundação de Amparo à Pesqui-sa em Enfermidades Renais e Metabóli-cas (Pró-Renal) e professor titular de Clí-nica Médica da Pontifícia UniversidadeCatólica do Paraná (PUC/PR) e da Fa-culdade Evangélica de Medicina do Paraná,a nefrite aguda é mais comum em crian-ças, mas pode ocorrer em qualquer idade,principalmente em homens. Após 10 dias,em média, do início de uma infecção degarganta ou de pele, o paciente pode no-tar redução da quantidade de urina, que

adquire cor semelhante à de chá forte e,com a progressão da doença, existe hiper-tensão persistente. “A pessoa pode recla-mar de sensação de queimação ao urinare de retenção de líquido que envolve a face,as pálpebras e as mãos”, explica o médico.

De caráter genético, a doença renalpolicística é uma afecção que promove odesenvolvimento de cistos nos rins. Essescistos destroem o tecido, levam ao aumentoda pressão arterial por compressão de va-sos e predispõem à infecção, podendo le-var o paciente, em longo prazo, à insufi-ciência renal. A doença no adulto normal-mente ocorre entre os 30 e 50 anos de ida-de (herança dominante), mas também podeafetar recém-nascidos e crianças nos pri-meiros anos de vida (herança recessiva).“Devido a um defeito no gene, a doençapode se manifestar ao longo da vida. Se oindivíduo tiver caso na família, o ideal éprocurar um especialista o quanto antespara se prevenir das complicações da doen-ça e da progressão para a perda de fun-ção dos rins”, ressalta Ita Heilberg. O ultra-som é utilizado no diagnóstico e algunsdos tratamentos podem associar controleadequado da pressão arterial e de infec-ções de bexiga e dos rins. Menos freqüen-te, mas também importante, é a pielone-frite, infecção dos rins de ordem bacteria-na que provoca febre, náuseas ou vômitose dor nas costas ou abaixo das costelas. “Otratamento, neste caso, se dá com antibió-ticos”, informa a especialista da SBN.

Cálculos renais – Uma das doenças maiscomuns nos rins é a formação de cálcu-los renais, a partir da precipitação de saisde cálcio, oxalato e fosfato formados naurina. O tamanho dos cálculos varia deum grão de arroz à dimensão de um ca-roço de azeitona ou até do tamanho dorim todo, no caso do cálculo coraliforme,

que assume a forma de um coral. Segun-do os especialistas, de 5% a 15% da po-pulação mundial apresenta o problema.Nestor Schor enfatiza que é importanteque o médico, independentemente da es-pecialidade, realize periodicamente exa-mes de rotina como glicemia, para detecçãode diabetes; TGP e TGO, para investi-gar outras doenças que comprometem orim; ácido úrico (para homens) e, especial-mente, creatinina, marcador de funçãorenal, juntamente com exame de urinapara verificar sangue, pus e proteínas.

O nefrologista Miguel Riella comple-menta que os cálculos são três vezes maiscomuns em homens, também decorremquando há perda excessiva de líquidosou há diminuição da ingestão de água, epodem estar associados a distúrbios ge-néticos (gota, cistinúria) e a distúrbios me-tabólicos, como problemas renais, endó-crinos e intestinais que aumentam a quan-tidade de cálcio e oxalato no sangue e naurina. Os cálculos renais podem se for-mar sem sintoma, mas o comum é que semovimentem e irritem o sistema urinárioou obstruam o fluxo da urina. Duranteesse processo, dor intensa que pode du-rar de minutos a horas, seguida de lon-gos períodos de alívio, já foi relatada porpacientes. Quando o cálculo se aproxi-ma da bexiga, a pessoa tem sensação dequeimação e uma necessidade urgente deurinar. “Como 90% dos cálculos contêmcálcio, uma radiografia tem condições deidentificar a sua presença. Mas o espe-cialista deve questionar o paciente sobrea alimentação, o uso de medicamentos,hábitos de vida e história familiar”, su-gere o médico. Recentemente, a litotripsiaextracorpórea foi introduzida no trata-mento de cálculos renais, que consiste emondas de choque que fragmentam os cris-tais, eliminados mais tarde pela urina.

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Miguel Carlos Riella

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Por controlar o meio interno do or-ganismo, de modo secundário o rim temíntima relação com a hipertensão, pato-logia causada em geral por fundo gené-tico. Para entender esse processo, o espe-cialista Nestor Schor cita a SíndromeMetabólica, caracterizada por sobrepesoque acaba por gerar uma série de pro-blemas, como aumento de colesterol, detriglicérides, de ácido úrico e de insuli-na. “Quando tem o nível elevado, a insu-lina faz com que o rim retenha mais águae sal e cause a hipertensão”, acentua. Nesseprocesso, a insulina também vai ‘cansar’o pâncreas e, em um ciclo vicioso, provo-car o desenvolvimento do diabetes. Se-gundo o médico, após 10 anos da doen-ça, média de 50% dos pacientes com dia-betes desenvolve a nefropatia diabética,que provoca inchaços, torna a urina maisespumosa e aumenta a pressão arterial.Com a hipertensão há um avanço do pro-cesso de aterosclerose que pode tornar afunção do rim ineficiente.

Ruy Antonio Barata, presidente daSociedade Paulista de Nefrologia e che-fe do Serviço de Nefrologia do HospitalSanta Marcelina, acrescenta que mulhe-

res grávidas com hipertensão têm gran-de risco de desenvolver um quadro deeclampsia, insuficiência renal e entrarem trabalho de parto prematuro. “Issoocorre pelo aumento da pressão arteriale de ácido úrico no organismo”, explica.Segundo o especialista, a Medicina jácomprovou que a hipertensão e o diabe-tes podem e devem ser controlados paraprevenir complicações e garantir me-lhor qualidade de vida ao paciente. Por-tanto, por meio de mudança de estilo devida e adoção de hábitos saudáveis,como alimentação adequada e prática deatividades físicas diárias, também é pos-sível prevenir algumas doenças renais.“Tanto os hipertensos como os diabéti-cos precisam ser submetidos periodica-mente a exames clínicos e de urina paradetectar e prevenir problemas nos rins.Na desconfiança, ginecologistas, pedia-tras e outros especialistas devem pedirexames de urina, que são simples, reso-lutivos e capazes de triar algum proble-ma renal”, alerta o nefrologista.

Tratamentos – Alguns tratamentos sãoutilizados quando os rins param de fun-

cionar, entre eles a diálise, indicada quandoo paciente apresenta insuficiência renalou a perda de 85% da função normal dosrins. O procedimento visa eliminar as im-purezas, manter os níveis normais de saisno sangue e, conseqüentemente, controlara pressão arterial. “O paciente portadorde insuficiência renal aguda necessita dediálise até a melhora da função. Já paraa insuficiência crônica, o paciente preci-sa fazer a diálise por toda a vida, a me-nos que realize um transplante”, desta-ca Miguel Riella. Durante a diálise peri-toneal, o peritônio, membrana que re-cobre a cavidade abdominal, é utilizadocomo filtro para limpar o sangue. Paracasos crônicos, os médicos indicam o trans-plante, cuja fila tem cerca de 31 mil pes-soas no Brasil. Miguel Riella informa que,desde que não apresentem nenhum pro-cesso infeccioso, a retirada dos rins anti-gos não é necessária e o transplante rea-bilita a função do órgão. “Dependendoda qualidade e da compatibilidade en-tre o doador e o paciente, as chances deum transplante de rim ser bem-sucedi-do são da ordem de 80% a 90%, um anoapós a operação”, ressalta.

Relação de causa e conseqüênciadesencadeia um ciclo vicioso

Ruy Antonio Barata

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Saúde

Viver até os 90, 100 anos é o sonho de mui-tas pessoas. Porém, sobreviver à base de umbatalhão de remédios, com dores por todo ocorpo e sofrendo de doenças crônicas certamenteé o tipo de vida que ninguém deseja ter. Paraajudar o ser humano a ganhar não só longevi-dade, mas também qualidade de vida à medi-da que os anos passam, a chamada MedicinaAntienvelhecimento – conhecida no exteriorpor Anti-Aging Medicine – começa a chamara atenção de médicos e profissionais de saúdede todo o mundo. Tida como um novo para-digma que deverá guiar a Medicina neste sé-culo, a área nasceu há pouco mais de uma dé-cada nos Estados Unidos e tem o objetivo dedetectar precocemente, prevenir e retardardoenças crônico-degenerativas e seus efeitos,um verdadeiro fardo principalmente para aspessoas da terceira idade. De acordo com aAmerican Academy of Anti-Aging Medicine,mais de 50% do orçamento da pasta norte-ame-

ricana de saúde é gasto comdoenças degenerativas que apa-recem com a evolução da ida-de. Cerca de 100 milhões de nor-te-americanos sofrem do malque custa mais de US$ 700 bi-lhões por ano ao país. Por cau-sa dos benefícios que pode pro-porcionar, esse movimento jáestá presente em mais de 70 paí-ses, inclusive no Brasil.

Kose Horibe, presidenteda Academia Brasileira deMedicina Antienvelhecimento(ABMAE) e ex-professor de pós-

Medicina busca fórmu para velhice saudável

Os norte-americanos

foram osprecursoresda área que

pretendedetectar,

prevenir eretardardoenças

Por Françoise Terzian

graduação da Faculdade de Medicina da Univer-sidade de São Paulo (FMUSP), afirma que ofe-recer ótima saúde e longevidade ao indivíduojovem e adulto, por meio de protocolos da ciênciapreventiva, é o foco dessa nova especialidadeda clínica médica. A ciência por trás da Medi-cina Antienvelhecimento é multidisciplinar ereúne conhecimentos de diferentes campos comoBioquímica, Biologia e Fisiologia, além de tera contribuição da Clínica Geral, Medicina doEsporte, Medicina Molecular, Genética, Nu-trição e tecnologias médicas emergentes. Essaespecialidade médica preconiza que os pacientesfaçam um check-up das diferentes funções docorpo uma vez ao ano, mantenham uma atitu-de positiva, protejam o cérebro contra o enve-lhecimento, escolham uma dieta adequada,mantenham a forma, tomem suplementos evitaminas e pratiquem exercícios físicos.

“A mudança de estilo de vida é o fator maisimportante na saúde”, avisa Kose Horibe. Osprofissionais interessados em seguir por essaespecialidade devem procurar a ABMAE que,em maio, promoverá o primeiro curso de pós-graduação lato sensu de Medicina Antienve-lhecimento. Kose Horibe conta que os especia-listas irão atuar no sentido de detectar preco-cemente as alterações fisiológicas e prescrevermedidas terapêuticas pertinentes. Como no Bra-sil já são mais de 32 milhões de pessoas acimados 60 anos, existe um interesse crescente emidentificar os fatores que levam a um envelhe-cimento sadio e descobrir os motivos que fa-zem certos indivíduos envelhecerem bem, en-quanto outros chegam ao final da vida comlimitações físicas e mentais.

Kose Horibe

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9Super Saudável

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Alimentos – Estudos científicos demons-tram que a alimentação é, hoje, o fatormais ligado à longevidade e à qualidadede vida, segundo Jocelem Salgado, pro-fessora titular de Nutrição da Escola Su-perior de Agricultura Luiz de Queiroz(Esalq) da Universidade de São Paulo(USP), em Piracicaba, e presidente da So-ciedade Brasileira de Alimentos Fun-cionais. A especialista afirma que a ali-mentação inadequada tem grande in-fluência sobre o envelhecimento prema-turo, além do aumento da incidência dedoenças crônico-degenerativas como cân-cer e diabetes. O consumo excessivo dealimentos ricos em gordura, sal e carboi-dratos simples (produtos refinados) con-tribui para esse panorama desfavorávelde saúde. Jocelem Salgado ressalta que,a partir dos 50 anos, muitas vezes os pro-cessos catabólicos ou degenerativos tor-nam-se maiores do que a taxa de regene-ração celular anabólica, somados à dimi-nuição na capacidade de mastigação edeglutição e à formação de radicais livres.

Os especialistas afirmam que os ali-mentos funcionais são um forte aliado daMedicina Antienvelhecimento porque,além da função nutricional, têm efeitoterapêutico. “Eles são fundamentais paraa preservação da saúde, pois funcionam

na participação estrutural das proteínasde um determinado setor do organismoou impedem a maior absorção de um com-ponente prejudicial quando o mesmo édigerido, de forma a evitar o agravamentode uma determinada doença em evolu-ção”, explica Kose Horibe. A professoraJocelem Salgado acrescenta que os ali-mentos funcionais atuam modulando osistema imunológico, reduzindo os níveislipídicos do sangue e combatendo a açãoprejudicial de radicais livres. “O sistemaimunológico é um dos mais importantesalvos do envelhecimento. O declínio dafunção imunológica, associado com a ida-de, aumenta a susceptibilidade das pes-soas aos agentes infecciosos e às doenças”,explica. Manter uma alimentação adequa-da é tão importante que pode chegar ainfluir na melhor multiplicação celulare, assim, prevenir doenças como câncer,diabetes e problemas cardiovasculares.Para Kose Horibe, uma alimentação cor-reta deve ser iniciada na vida intra-uterina– há comprovações de alterações como aformação de placas de ateroma no cora-ção de feto. Porém, é importante ressal-tar que nunca é tarde para começar umaboa alimentação, pois existe grande chancede reversão ou mesmo de retardamentodo processo degenerativo.

Jocelem Salgado

A alimentação adequada também exercepapel fundamental no retardo do processode envelhecimento como um todo, quer sejafísico ou mental. “Manchas pigmentadasna pele, rugas precoces, ressecamento e atédistúrbios mais sérios, como catarata, ate-rosclerose e artrite, entre outros, podem serprevenidos com uma alimentação rica emnutrientes específicos como vitaminas, mi-nerais e fitoquímicos com ação antioxidan-te”, garante Jocelem Salgado. A boa nu-trição proporciona pele, cabelos e unhasmais saudáveis, manutenção do peso cor-poral adequado, maior resistência às doen-ças (melhora do sistema imunológico) emelhor performance mental (melhor ra-ciocínio e memória). Os estudos científicosmostram que doenças como depressão, Malde Alzheimer, hipertensão, aterosclero-se e artrite podem melhorar com o con-sumo diário, por exemplo, de ômega-3,cujas fontes são peixes marinhos comosardinha, atum, salmão e anchova, entreoutros. Para usufruir os benefícios doômega-3, Jocelem Salgado diz que é im-portante adotar uma dieta rica nesses pei-xes e orienta que o ideal é consumir pelomenos uma porção (cerca de 100g) todosos dias. Hoje, também é possível encon-trar o ômega-3 em cápsulas, na forma deóleo de peixe. “Nesse caso, a recomenda-ção é que seja consumido entre 1-2g pordia”, diz a professora.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Lactobacillus casei Shirota

A microbiota humana é colonizada porcerca de 100 trilhões de bactérias, de apro-ximadamente 200 famílias diferentes, queconvivem harmoniosamente nos intesti-nos de indivíduos saudáveis. Algumas des-sas famílias são formadas por bactérias pa-togênicas que têm capacidade de provo-car doenças caso aconteça um desequilí-brio nessa microbiota, o que pode ocorrerpor causa de enfermidades que exigem ouso prolongado de antibióticos e antiin-flamatórios, pela automedicação crônicacom antiácidos e, ainda, nas dietas dese-quilibradas. Mas essas alterações geralmen-te acontecem somente depois do desma-me porque, ao nascer e durante a ama-mentação, a criança está protegida pelaimunidade biológica da mãe. O equilí-brio alcançado entre as bactérias intesti-nais passa a ficar mais instável na idadeavançada, quando pode ocorrer um au-mento de microrganismos patogênicoscomo o Clostridium. Na idade madura, onúmero de bactérias benéficas na micro-biota cai para 30% em relação às patogê-nicas. Na terceira idade – a Organização

Processo deenvelhecimento

começa nointestino

Com o passardos anos, a

microbiota passaa ser colonizada

por bactériaspatogênicas emexcesso, o quepode provocar

inúmeras doenças

Por Adenilde Bringel

Mundial da Saúde (OMS) considera ido-sos, em países em desenvolvimento comoo Brasil, pessoas com mais de 60 anos –essa quantidade cai ainda mais e algunsindivíduos chegam a ter apenas 5% demicrorganismos benéficos, com domíniodas bactérias patogênicas no ambiente in-testinal. Conseqüentemente ficam susce-tíveis a uma série de doenças provocadaspela baixa imunidade do organismo.

A médica especializada em Nutrologiae assessora da Fundação Médico-Cultu-ral de Gastroenterologia e Nutrição deSão Paulo (Fugesp), Esther Laudanna,afirma que os idosos – especialmente aci-ma de 80 anos – apresentam várias alte-rações na microbiota porque tomam mui-tos medicamentos, selecionam demais osalimentos devido à dificuldade de mas-tigação e ingerem pouca água, entre ou-tras ações que dificultam a formação dobolo fecal. “Alimento mal mastigado éalimento maldigerido pelo organismo e,por isso, o resíduo intestinal é diferente e

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a microbiota não é saudável”, reforça.Além disso, na idade avançada há me-nor produção de ácido gástrico pelo es-tômago, o que torna o processo de diges-tão ainda mais difícil. Todos esses fato-res, aliados ao envelhecimento do orga-nismo, promovem uma maior atividadedos microrganismos patogênicos, alteraçãoda microbiota e, conseqüentemente, oaparecimento de doenças, inclusive o cân-cer de intestino.

Esther Laudanna lembra que ao seestabelecer o desequilíbrio da microbio-ta há aumento do processo putrefativo, equando as bactérias putrefazem restosalimentares liberam toxinas para o orga-nismo. “Ao ocorrer a liberação de toxi-nas na luz intestinal, elas são absorvidaspara a corrente sangüínea e provocam mal-estar e até doenças. Os microrganismospatológicos também podem atravessar aparede do intestino, alterar o órgão e pro-vocar infecções nos pulmões, na vesículabiliar e em outros órgãos”, alerta. Segundo

Yakult 40 ajudana manutençãoda microbiota deadultos e idosos

Quando o pesquisadorMinoru Shirota, fundador daYakult no Japão, começou apesquisar a importância doslactobacilos para a manutençãodo equilíbrio da microbiotaintestinal, em 1930, descobriu que o intestinoera o centro difusor da saúde humana. O cientistaexpressou essa descoberta na frase Kentyou

tyouju, que significa ‘intestino saudável conduzà longevidade’. Depois de inúmeras pesquisas, omédico conseguiu cultivar a cepa Lactobacillus casei

Shirota, que tem a capacidade de sobreviver àpassagem pelo sistema digestório, em especial pelosuco gástrico e pela bile, e chegar viva ao intestinoem grande quantidade para possibilitar o equilíbrioda microbiota. Com a descoberta, Minoru Shirotacriou o leite fermentado Yakult, que é consumidopor mais de 25 milhões de pessoas diariamente,em dezenas de países.

Em 2001, a Yakult inovou mais uma veze lançou um produto destinado a promover oaumento de bactérias benéficas na microbiotade adultos e idosos. O Yakult 40, desenvolvidopelo Instituto Central de Pesquisas da Yakult doJapão, possui 50 vezes mais lactobacilos que orecomendado pela Koseisho – órgão do Japãoequivalente ao Ministério da Saúde no Brasil –e cinco vezes mais do que a versão do leitefermentado indicada para crianças e jovens.O objetivo da empresa com o produto, quecontém 40 bilhões de Lactobacillus casei Shirota,é possibilitar a manutenção da saúde. Osmicrorganismos promovem aumento de bactériasbenéficas, inibem a proliferação de bactériaspatogênicas, contribuem para a digestãoe para o melhor aproveitamento dos alimentos,controlam a formação de substâncias tóxicas eregularizam a função intestinal. Para obter todosos benefícios é preciso ingerir o leite fermentadodiariamente, porque os lactobacilos são transitóriose permanecem no intestino de 24 a 48 horas.

a médica, os resíduos alimentares devemser eliminados pelas fezes com frequência,de acordo com o ritmo intestinal de cadaindivíduo, independentemente da quan-tidade de alimento ingerida ou da idade.“Mesmo os bebês precisam de fibras paraformar o bolo fecal e evacuar corretamente.Os pediatras devem insistir na orienta-ção aos pais para que não liquidifiquemnem passem a sopa pela peneira. Amas-sar com um garfo é suficiente para queas fibras não se quebrem”, lembra, ao afir-mar que o mesmo deve ser feito com osalimentos de idosos que tenham dificul-dade de mastigação.

Alimentação – Para manter a saúde dointestino, mesmo na idade avançada, epossibilitar um ritmo intestinal correto,é imprescindível a ingestão de um litro emeio a dois de água por dia, em formade sucos, chás e leite, fundamental parao não-ressecamento do bolo fecal. Alémdisso, é necessário ingerir fibras, princi-palmente de alimentos integrais, legumese verduras. “O indivíduo que ingere sa-lada verde diariamente sofre menos pu-trefação dos alimentos no intestino por-que o substrato vegetal não é bom paraas bactérias patogênicas”, orienta a nutró-loga, ao ressaltar que as fibras de frutascomo banana, mamão e manga tambémsão ‘amigas’ da microbiota intestinal.

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Esther Laudanna

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Probióticos

As Estimativas da Incidência de Câncer noBrasil, dados de referência do Instituto Nacio-nal de Câncer (INCA), indicam que neste anodeverão ocorrer 20.690 novos casos de câncerde colo do útero no País, considerada a tercei-ra neoplasia mais comum entre as mulheres.A maioria das pacientes apresenta diarréia de-pois do tratamento com antibióticos e terapiacom irradiação, o que contribui para agravar oquadro de desnutrição típico dessa fase. Paratentar reverter esse quadro, a equipe do Nú-cleo de Nutrição e Dietética do Centro de Re-ferência da Saúde da Mulher, de São Paulo –Hospital Pérola Byington – desenvolveu pro-tocolo com 35 pacientes do hospital, que pas-saram a receber o Regulador Intestinal YakultRI três vezes ao dia, aliado à dieta obstipante.O estudo, realizado de março de 2003 a de-zembro de 2004, constatou que 82,8% das pa-

Protocolo comprovaação de RI contra diarréia

Equipes deNutrição

utilizam oregulador

intestinal paramelhorar

quadro clínicode pacientes

críticos

Por Adenilde Bringel

cientes apresentaram melhora após a adminis-tração do medicamento.

Segundo dados da pesquisa, 91,4% das pa-cientes que utilizam medicamentos para com-bater o câncer têm como reação adversa a diar-réia, que acaba agravando o comprometimen-to mais grave da doença, que é a caquexia docâncer. O problema atinge de 30% a 50% daspacientes e tem como sintomas anorexia, per-da tecidual, atrofia da musculatura esquelética,perda rápida de tecido gorduroso e atrofia dosórgãos viscerais. “Nosso objetivo com o proto-colo foi contribuir para a melhora do quadrode diarréia e, conseqüentemente, do estadonutricional das pacientes portadoras de câncerginecológico”, explica a diretora técnica de Ser-viço de Saúde do hospital, Carmelina Amadei,que desenvolveu o protocolo com as nutricio-nistas Marcia Regina Eichhorn, responsável peloAmbulatório; Maria do Socorro Siqueira deBarros, da área Clínica; e Walquíria Lins deAraújo Moreira, aprimoranda de Nutrição.

A diretora informa que 82,8% das pacien-tes que ingeriram Yakult RI apresentarammelhor trânsito intestinal, com diminuição donúmero de evacuações e melhora da consis-tência das fezes. Deste total, 11,4% melhora-ram no primeiro dia de administração do me-dicamento, 28,6% no segundo dia, 42,8% noterceiro dia e 17,2% não apresentaram resulta-do. “Sabemos que quando a saúde do intesti-no está fortemente debilitada, as bactérias no-civas se sobressaem, tornando-se fortes e resis-tentes, desequilibrando o organismo e provo-cando a diarréia”, argumenta a nutricionista.

Carmelina Amadei, Maria do Socorro S. de Barros e Marcia Regina Eichhorn

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13Super Saudável

A Yakult desenvolveu, namatriz do Japão, um medicamentocomposto de bactérias ácido-láticas com objetivo de promovero equilíbrio da microbiotaintestinal para reverter quadrosde diarréia e de constipação.O Regulador Intestinal Yakult RIé composto de Lactobacillus

casei e Streptococcus faecalis,microrganismos geralmenteencontrados na microbiotaintestinal humana e que, quandose reproduzem no trato digestivo,produzem ácidos orgânicos comoo ácido lático, diminuem o pHintestinal e inibem a proliferaçãode bactérias patogênicas.

Por serem ácido-resistentes,os Lactobacillus casei e osStreptococcus faecalis

atravessam o sistema digestório echegam vivos ao intestino e, porserem fermentativos, produzemácido lático para acidificar oambiente intestinal, com efeitobactericida e bacteriostático.Com o uso do medicamento, asbactérias patogênicas, que sãosensíveis à diminuição do pH dointestino, são eliminadas. As duasbactérias são do tipo anaeróbicasfacultativas, capazes de sedesenvolver em meio anaeróbicono interior do trato intestinalhumano. O uso do RI produz umefeito benéfico para o ambienteintestinal, desde o intestinodelgado até o reto.

Produto restabeleceas funções intestinais

Carmelina Amadei lembraque os resultados forampossíveis porque o Regu-lador Intestinal Yakultcombina duas variedadesde microrganismos – Lac-tobacillus casei e Streptococ-cus faecalis – capazes de pro-duzir ácido láctico para im-pedir a multiplicação debactérias patogênicas, quesão sensíveis à diminuiçãodo pH e, conseqüentemen-te, ficam desnutridas. “Osprobióticos representam uma importante al-ternativa de uso e contribuem de maneira in-direta para prevenir e/ou diminuir os riscos dedesnutrição característicos dessas pacientes on-cológicas”, assegura a nutricionista.

Recife – A equipe de Nutrição Clínica do RealHospital Português de Beneficência emPernambuco – o maior do Nordeste e referên-cia em clínica geral – utiliza regularmente omedicamento para o controle de diarréia empacientes com nutrição enteral e oral, geral-mente em estado crítico. O hospital tem seisUnidades de Terapia Intensiva (UTIs) e, atual-mente, cerca de 80 pacientes recebem o RI, amaioria em tratamento de câncer, diabetes,doenças renais e Acidente Vascular Cerebral(AVC). A equipe utiliza o RI como reguladorintestinal com objetivo de controlar a diarréiae a constipação em pacientes submetidos a an-tibioticoterapia, uma vez que, por experiência

prática, as nutricionistas identificaram que hámelhora dos transtornos gastrintestinais.

O medicamento tem sido utilizado por todaa equipe de Nutrição, juntamente com a equi-pe médica de terapia intensiva, desde 2004, quan-do passou a ser distribuído em Recife, e a nu-tricionista clínica Andréa Vasconcelos está ela-borando um protocolo para o uso do RI emterapia intensiva e nas clínicas. “Os médicos seinteressam pelo produto porque a resposta érealmente muito positiva”, ressalta. Andréa Vas-concelos conta que a utilização do Yakult RIna terapia nutricional dos pacientes foi um avan-ço para toda a equipe e, atualmente, alguns mé-dicos procuram as nutricionistas solicitando in-formações ou a utilização do produto para seuspacientes. A especialista informa que são mi-nistrados até três sachês por dia juntamentecom a dieta e que a única exceção ao uso domedicamento é para pacientes com septicemia,pelo risco de translocação bacteriana.

Divulgação

Equipe de Nutrição Clínica do RealHospital Português de Pernambuco

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14Super Saudável

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Medicina

A Síndrome do Intestino Curto (SIC)é uma condição de desafio para médicose outros especialistas, porque não tem curae ainda há muito que se conhecer dos me-canismos de transporte de alimentos emsituações especiais representadas pelaressecção cirúrgica de uma porção do in-testino delgado. Essas ressecções podemocorrer por causa de doenças como Crohn,congênitas, infecciosas, traumas, câncerintestinal, escloderma ou fístula. No pe-ríodo neonatal, a enterocolite necrotizantee o volvo de intestino são as causas maiscomuns do problema, e nas crianças maisvelhas a intussuscepção intestinal comisquemia associada é outra causa da sín-drome. Nos adultos, a doença de Crohnjá foi uma causa importante, mas, comos avanços no manejo terapêutico medi-camentoso dessa doença e as cirurgias mais

Síndrome do IntestinoCurto desafia MedicinaPor Martha Alves

econômicas (com ressecções menores),passou a ser menos freqüente.

O doutor em cirurgia Isac Jorge Fi-lho, presidente do Conselho Regional deMedicina de São Paulo (Cremesp), chefedo Serviço de Gastroenterologia e Coor-denador do Centro de Suporte Nutricionalda Santa Casa de Ribeirão Preto, afirmaque houve grande avanço no conhecimen-to da absorção dos diferentes tipos de nu-trientes e seu transporte por via sangüíneaou linfática, mas ainda há muito que seconhecer em função da complexidadedesses mecanismos. Para Jorge Filho, ospacientes com SIC passaram a ter me-lhor prognóstico à medida que foram sen-do conhecidos os mecanismos de adap-tação que permitem ao intestino rema-nescente ampliar a capacidade de absor-ção por superfície, a tal ponto que umapessoa sem outras doenças intestinais eque tenha sido submetida à ressecção de50% do intestino delgado possa chegar, aofinal de todo o período de adaptação, a umavida praticamente normal. “Os custos e ascomplicações da alimentação muito pro-longada por via parenteral são desafios ain-da muito presentes”, enfatiza o cirurgião.

O grau de gravidade da SIC depen-de da extensão da ressecção e de sua lo-calização. Na maior parte das vezes, osportadores da síndrome têm apenas 100cmde intestino ou menos, quando deveriamter 150cm para absorver completamenteos sais biliares e mais de 50cm a 70cm dojejuno-íleo para manter a autonomia

intestinal mínima. Segundo Dinah Ri-beiro de Paula, médica nutróloga ebiomolecular, os problemas são conside-rados significativos quando a ressecção éfeita em mais de 70% do intestino, a me-nos que as válvulas de íleo terminal eileocecal sejam mantidas. “Todos os es-forços devem ser feitos para manter aválvula ileocecal para prevenir a conta-minação do intestino delgado”, explica amédica. Para a gastroenterologista espe-cialista em nutrição enteral e parenteral,responsável pelo Ganep (Grupo de Apoiode Nutrição Enteral e Parenteral), Ma-ria de Lourdes Teixeira da Silva, é im-portante determinar as necessidadesnutricionais individuais para favorecer aqualidade de vida do portador da SIC.A especialista afirma que para um pa-ciente idoso, de baixa estatura e peso de50 quilos, pode ser suficiente um segmentointestinal de 80cm. Em contrapartida, emum jovem de alta estatura que pese 90quilos, os mesmos 80cm de intestino nãoserão suficientes para a manutenção deum estado nutricional adequado.

Flavio Steinwurz, gastroenterologistado Hospital Israelita Albert Einstein egovernador do Colégio Americano deGastroenterologia para o Brasil (ACG),enfatiza que não dá para um portador

Dinah Ribeiro de Paula

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15Super Saudável

A conduta a ser adotada pelos es-pecialistas depende da extensão e dolocal da ressecção e pode variar desdemedidas mais simples, como manuten-ção do equilíbrio hidroeletrolítico, atéo emprego das dietas enteral ou paren-teral. Para Wilson Catapani, professortitular de Gastroenterologia da Facul-dade de Medicina do ABC e médicodo Hospital Sírio Libanês, a terapêuti-ca deve ser feita em conjunto com umaequipe multidisciplinar, envolvendo clí-nicos, cirurgiões e nutricionistas. “O hor-mônio de crescimento é empregadocomo adjuvante às medidas nutricionais,mas não como medida isolada, porquenão substitui a nutrição parenteral ouenteral. O hormônio exerce ações ana-bólicas em várias células, através de sualigação a receptores específicos, entre eleso IGF-1”, exemplifica.

Para os casos mais graves, WilsonCatapani explica que pode ser neces-sária a manutenção da nutrição paren-teral definitiva até haver a possibilida-de de o paciente receber o transplantede intestino. Mas o especialista enfati-za que existem pacientes que conseguemse alimentar normalmente depois dealgum tempo, principalmente apósocorrer a regeneração da capacidadeabsortiva do intestino remanescente.Flavio Steinwurz lembra que o porta-dor de SIC tem um comprometimen-to nutricional grave e, em muitos ca-sos, entra em catabolismo, destruindotecidos para sobreviver. “Recomendoa alimentação parenteral, mas não des-carto o uso de terapêuticas com aminoá-cido glutamina e hormônio de cresci-mento para reverter o quadro e melho-rar a capacidade de absorção de nutrien-tes do paciente”, enfatiza.

Maria de Lourdes Teixeira da Sil-va também defende a administração dehormônio de crescimento ou peptídeos

Terapêutica multidisciplinar

Flavio Steinwurz

da SIC viver normalmente, porque é umadoença que deixa o indivíduo com umasérie de deficiências que prejudicam aqualidade de vida. É, portanto, funda-mental controlar e repor as necessidadesnutricionais do indivíduo. Os sinais e sin-tomas da SIC incluem desidratação, perdasde eletrólitos, hipocalemia, deficiênciasde cálcio, magnésio e zinco, má absorçãode carboidratos, de lactose e de proteí-nas, formação de cálculos de oxalato re-nal, cálculos biliares de colesterol, hiper-secreção ácida gástrica e deficiência devitamina B12 ou de ferro e de vitaminaslipossolúveis, além de diarréia.

intestinais derivados do proglucagom,como GLP-2, ou nutrientes tróficos comoglutamina e fibra solúvel. Segundo amédica, essa terapêutica tem mostra-do como principais benefícios a acele-ração da adaptação intestinal com a pro-liferação da mucosa, aumento da absorçãode nutrientes, água e eletrólitos, e au-mento do tempo de trânsito intestinal.“No Ganep, demonstramos que o usode sonda posicionada no estômago paradieta contínua durante a noite tambémpermitiu a suspensão da nutrição pa-renteral em muitos casos”, reforça.

Na opinião de Isac Jorge Filho, aconduta terapêutica na SIC fica na de-pendência de vários fatores, entre elesa superfície absortiva remanescente ea localização da mesma, conservaçãoou não da válvula íleo cecal, conserva-ção ou não do cólon, conservação ounão do estômago e presença ou não dedoenças associadas, principalmente dotubo digestivo e pâncreas. Nos casos deressecções intestinais extensas, JorgeFilho recomenda que o tratamento co-mece com cuidados hidroeletrolíticose prevenção ou tratamento de sepse, se-guido de terapia nutricional parente-ral e enteral, logo que possível, para fa-vorecer ou estimular a adaptação. “Apartir daí, tudo vai depender da con-quista da autonomia intestinal que, seconseguida, permite ao paciente ter umavida normal, com apenas alguns cui-dados dietéticos. Para pacientes maisgraves fica a dependência definitiva daoferta parenteral de nutrientes e a es-perança do transplante intestinal”, dizJorge Filho. No exterior, há vários re-latos de sobrevida de 60% a 70% apósum ano de transplante e um númeromenor de relatos que indicam 50% desobrevida após 5 anos. No Brasil, as ten-tativas realizadas até o momento nãoforam bem-sucedidas.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Medicina ■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Tecnologia

A detecção precoce do câncer de mamapode ganhar mais dois reforços em bre-ve. Um deles é o BreastCare, dispositivoque auxilia na detecção de anormalida-des por meio da análise da temperaturainterna das mamas. O outro é um equi-pamento denominado Dobi (DynamicOptical Breast Image), desenvolvido paraaveriguar a angiogênese, nome dado aocrescimento da microcirculação sangüí-nea em determinada região do corpo. Asduas novidades têm em comum o fatode abrir a possibilidade de aumentar orastreamento da doença, já que possuemcusto inferior ao do equipamento demamografia, pois dispensam gastos cominstalação e material de consumo.

No caso do Dobi, o estudo científicoestá sendo desenvolvido no Brasil pelo

Brasil te para pr Por Dé Oliveira

Poliani Priznic Alves e o BreastCare

O relato de um caso clínico no Japãodemonstrou a eficácia no tratamento daSíndrome do Intestino Curto com o usode terapia simbiótica. O tratamento foiadministrado em uma menina de 4 anosde idade e apresentou resultados surpreen-dentes após dois anos de terapia. A equi-pe médica decidiu utilizar a combinaçãode prebióticos e probióticos para tentarconter o crescimento descontrolado de bac-térias, principalmente patogênicas, queestavam causando, entre outros sintomas,repetidas crises de febre alta e gravesacidoses metabólicas. Para essa finalida-de, foram utilizados Bifidobacterium breveYakult (BBG-I) e Lactobacillus casei Shirota(Biolactis Powder) como probióticos egalactooligossacarídeos (Oligomate HR)como prebióticos, todos desenvolvidos efornecidos pelo Instituto Central de Pes-quisas da Yakult, no Japão.

A paciente nasceu com gastroquise eprecisou ser submetida a uma massivaressecção intestinal logo após o parto, em1994, para corrigir múltiplas perfuraçõese aderências nessa região, o que lhe dei-xou com um intestino de apenas 25cm.A garota conseguiu se recuperar da fasemais aguda da síndrome e progrediu pordois anos. Mas, apesar de receber dietaelementar e hiperalimentação intravenosasimultaneamente durante esse período,o peso e a altura da paciente estavam abaixoda curva de crescimento estabelecida paragarotas japonesas. Além disso, crises defebre alta e acidoses metabólicas aconte-ciam pelo menos uma vez por mês emdecorrência de enterocolites, resultantesdo crescimento descontrolado de bacté-rias no intestino e de sepse provocada pelouso de cateter intravenoso. A partir des-se quadro, a equipe resolveu interrom-

per o uso da terapia intravenosa e iniciara administração oral de simbióticos paracontrolar o crescimento de bactérias.

A utilização na nova terapia trouxediversos benefícios à saúde intestinal dapaciente, que antes do tratamento apre-sentava pequeno número de bactériasanaeróbicas e elevada quantidade de agen-tes patogênicos, como E. coli e Candida.Com apenas um mês de administraçãodos simbióticos, foi possível detectar a pre-sença, nas fezes, de grande quantidadedos probióticos ingeridos e outras espé-cies de bifidobactérias e lactobacilos. Osprobióticos demonstraram a capacidadede suprimir a proliferação de bactériaspatogênicas por meio da competição denutrientes e de produzir grandes quan-tidades de ácidos graxos de cadeia curta,que exercem efeitos benéficos no epitéliointestinal e na recuperação da motilidade.

Os prebióticos também desempenha-ram um papel importante na melhora dafunção intestinal e, logo após o início daterapia simbiótica, a menina apresentouacentuada aceleração no ganho de peso eas crises de febre e acidoses metabólicasdesapareceram depois de um único epi-sódio no começo do tratamento. Após doisanos de terapia simbiótica, a microbiotapassou a ser predominantemente formadapor bactérias anaeróbicas e a prolifera-ção de bactérias patogênicas, como E. colie Candida, foi suprimida. Esses efeitos sãoatribuídos à melhora da motilidade in-testinal e da regulação do sistema imu-nológico do intestino, alcançados princi-palmente com a ação dos probióticos.

Estudo demonstra açãode simbióticos na SICPor Yannik D´Elboux

~

* O tratamento descrito acima foi desenvolvido erelatado pelos médicos e especialistas Yutaka Kana-mori, Kohei Hashizume, Masahiko Sugiyama, Ma-sami Morotomi e Norikatsu Yuki, publicado na revistaClinical Nutrition 21(6):527 A530(2002).

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17Super Saudável

sta novas tecnologiasevenir câncer de mama

Instituto Brasileiro de Controle do Cân-cer (IBCC) e os testes tiveram início emjaneiro e devem terminar em junho, com500 pacientes analisadas nesse período.O resultado obtido no exame com o Dobiserá comparado com o registrado pelasmamografias feitas em mulheres que jáapresentaram o desenvolvimento de tu-mor. “O objetivo do trabalho é testar asensibilidade e a especificidade do méto-do para o câncer de mama”, destaca JoãoCarlos Sampaio Góes, diretor técnico-cien-tífico do IBCC.

O posicionamento da mama no apa-relho é similar à mamografia, mas a com-pressão é menor, o que reduz o descon-forto. Um feixe de luz atravessa a mamae fornece uma imagem dinâmica que édigitalizada e outra gráfica, mostrandoas diferenças de características de processobenigno ou maligno da microcirculação.“Se a sensibilidade, a acuidade e a espe-cificidade do exame forem boas, no fu-turo poderemos criar parâmetros para serexcludente de uma biópsia. Nesse caso,talvez possamos reduzir o número debiópsias e ser mais precisos nas indica-ções”, ressalta Sampaio Góes. Caso os testessejam positivos, o Dobi poderá auxiliarno trabalho de rastreamento do câncerde mama no Brasil, devido ao menor custodo exame em relação à mamografia. Comonão utiliza radiação, o Dobi reduz o gas-to com instalação e, aliado a isso, dispen-sa material de consumo, pois as imagenssão fornecidas digitalmente, por meio de

um computador. Além do Brasil, a novatecnologia está sendo testada nos Esta-dos Unidos, Itália, Índia, República Tche-ca e França. Apesar das vantagens apresen-tadas, o diretor do IBCC adverte que amáquina não substituirá o mamógrafo, masvai atuar como método complementar.

Calor – Também está em fase de teste noPaís o BreastCare, um dispositivo fabri-cado pela empresa norte-americanaScantek Medical que auxilia o trabalhode detecção do câncer mamário. For-mado por um par de discos com umaalmofadinha de material termoiso-lante, o dispositivo contém uma lâ-mina de alumínio com 18 sen-sores térmicos que modificama coloração ao entrar emcontato com a tempe-ratura mamária. Aoser colocado por cercade 20 minutos no seio dapaciente, detecta as altera-ções térmicas no interior dasmamas, o que pode indicar aformação de um tumor. “Aanálise é feita por meio da alteração da corregistrada nas placas de metal”, explica amastologista Poliani Priznic Alves, umadas médicas responsáveis por testar a efi-cácia do BreastCare no Brasil.

Ao ser retirado da mama, é feita a com-paração entre os resultados obtidos comos dispositivos. Se a diferença for superiora quatro colunas, indica que pode existir

uma anormalidade e merece a realizaçãode exames complementares. Pela simpli-cidade do método, Poliani Alves acreditaque o BreastCare possa ser utilizado emlarga escala para triagem de pacientes, prin-cipalmente em áreas onde o acesso da po-pulação a exames médicos é mais precá-rio. O dispositivo já foi aprovado pelo Foodand Drug Administration (FDA) e pelaOrganização Mundial da Saúde (OMS)e está em teste no Instituto Fiocruz, noRio de Janeiro.

Dobi

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Entrevista do mês / Dan L. Waitzberg

Diariamente, milhares de pessoas sevêem de frente com o câncer, essa doençaassustadora que, quando não diagnos-ticada precocemente, pode levar o pa-ciente rapidamente a óbito. Uma dasações mais importantes em câncer, e quenem sempre é aplicada, é a nutrição. Pes-quisas já demonstraram que algumassubstâncias, como o ômega-3, exercemum papel farmacológico, imunológicoe antiinflamatório sobre a moléstia can-cerosa. O médico Dan L.Waitzberg, pro-fessor associado do Departamento deGastroenterologia da Faculdade de Me-dicina da Universidade de São Paulo(FMUSP) e presidente do Grupo deApoio de Nutrição Enteral e Parente-ral (Ganep), afirma que a nutrição émandatária em pacientes com câncer epode, também, ajudar a evitar que adoença se desenvolva.

Todos sabem que o câncer leva a umadesnutrição muito violenta e rápida.Qual o objetivo da nutrição em câncer?Essa pergunta tem várias conotações. Oprimeiro objetivo da nutrição em câncerfoi prover substratos proteicos e energéti-cos para que o paciente fosse capaz de to-lerar melhor o tratamento agressivo inte-gral ao qual é submetido. Tendo melhorescondições, com maiores condições gastro-enterológicas e hematológica, ele poderiasuportar até doses maiores e beneficiar-secom um tratamento mais completo. Esseera o conceito vigente até alguns anos. Noentanto, hoje já se entende uma aborda-gem nutricional do câncer de maneira dis-tinta, que é aquela por meio de nutrientescom efeito farmacológico, imunológico eantiinflamatório sobre a moléstia cance-

Nutrição pode ajudar Por Adenilde Bringel

rosa. Um bom exemplo dessa situação sãoácidos graxos do tipo ômega-3, proveni-entes de peixes de alta profundidade comoo salmão, e que são ácidos graxos poliinsa-turados de cadeia longa que têm, sob o pontode vista experimental e clínico, influênciasobre a evolução da célula cancerosa e tam-bém da síndrome da anorexia caquexia emcâncer. Hoje, também se acumula um im-portante cabedal de conhecimentos refor-çando a importância dos ácidos graxosômega-3 na resposta da anorexia e da com-posição corpórea, em pacientes com cân-

cer avançado. Isso é, portanto, diferentedo que simplesmente prover substratosenergéticos que estão sendo consumidos poresse paciente. O conceito é outro.

O que acontece com o organismo quandorecebe esse tipo de nutrição?Os estudos permitiram compreender quea caquexia do câncer, quando se instala,inclui a degradação de proteínas da massacorpórea muscular e visceral. Essa degra-dação se processa por vias de degradaçãoproteica preferenciais que o tumor utiliza

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pacientes com câncere impõe sobre o organismo. Essas vias sãode várias características, e uma delas bemconhecida é através da geração de uma res-posta inflamatória do hospedeiro sobre otumor, com a produção de citocinas pró-inflamatórias, entre elas a IL6, que favo-rece a gliconeogênese, que é a transfor-mação de proteínas e aminoácidos emaçúcar, que é aproveitado para o benefí-cio do tumor.

O tumor se alimenta de açúcar?O tumor cresce basicamente à custa de gli-cose, embora necessite de aminoácidos enitrogênio para sua multiplicação celu-lar. É um grande parasita apto a captar,com grande avidez, glicose e nitrogênio.O desenvolvimento do tumor maligno podepromover uma reação inflamatória comelevação, não só de interleucinas, mas deuma série de outros mediadores inflama-tórios que levam a uma resposta catabólicasemelhante à do trauma, semelhante à dainfecção. No câncer essa resposta, entre vá-rias outras, pode levar à perda de peso, as-sim como ocorre no trauma e na infecção.

Quais são os outros?Outro mecanismo de degradação proteicajá bem identificado é a via da ubiquitinaproteasoma, que é uma via independenteda anterior e que também pode ocorrerem situações como a do câncer, por exem-plo. E sabe-se, hoje, que alguns tipos decâncer, como o de pâncreas, por exemplo,podem produzir fatores tumorais que sãocapazes de deflagrar a via da ubiquitinaproteasoma. Estou me referindo ao FatorIndutor de Proteólise (PIF), uma subs-tância identificada em indivíduos caqué-ticos que, quando injetada em ratos não

caquéticos, leva à caquexia, mesmo com aausência do tumor.

E qual o papel do ômega-3 nesse caso?Os ácidos graxos ômega-3 são capazes dereduzir e atenuar a função e o efeito doPIF e, por serem menos inflamatórios doque os ácidos graxos ômega-6, também re-duzem a produção de interleucina-6, namedida que inibem o complexo gênicoNFkB, que é, na verdade, um complexonuclear que sinaliza a expressão de genescapazes de deflagrar a produção de citocinaspró-inflamatórias e outras proteínas de rea-ção ao trauma e à inflamação.

Com uma alimentação diferenciada es-ses pacientes podem ter uma sobrevidamaior?Existem vários trabalhos buscando aumen-tar a sobrevida em câncer com o uso dedietas especiais. O que já se sabe, objetiva-mente, é que em um grande estudo com200 casos de câncer avançado, a oferta deuma quantidade elevada de ácidos graxosômega-3 mostrou aumento do peso cor-póreo representado por aumento da massamagra (compartimento corpóreo menos otecido gorduroso: vísceras, coração, pul-mão, músculos, etc), melhor qualidade devida e melhor capacidade de performancefísica desses pacientes. Essa observação cien-tífica tem muito interesse porque foi do-se-dependente. Quanto mais ácido graxoômega-3 o paciente ingeriu, maior foi aresposta em termos de modificação da com-posição corpórea. Vale lembrar que essadieta consistiu em dieta industrializada,formulada para uso oral ou por sonda enterale enriquecida com ácido graxo ômega-3 ecom antioxidantes. Os antioxidantes se jus-

tificam porque sabemos que o tumor estáassociado à geração de radicais livres e umaoferta maior de vitamina A, E e C poderiater, portanto, um efeito benéfico.

Que outros nutrientes são importantesna nutrição em câncer?Existem os aminoácidos de cadeia ramifi-cada, que também têm sido invocados comoeficientes no tratamento da síndrome dacaquexia em câncer avançado.

Os estudos provaram o efetivo benefí-cio da nutrição?Um estudo inicial que utilizou altas dosesde ácido graxo ômega-3 mostrou sobrevidamaior, em torno de semanas, em pacientescom câncer em estágio avançado. Já o se-gundo estudo, que referimos anteriormente,teve como objetivo verificar se houve me-lhora da composição corpórea. Ambos osgrupos, experimento e controle, ganharampeso quando foram orientados a ingerirde duas a três porções diárias de um suple-mento alimentar sob orientação de nutri-cionistas. Isso quer dizer que o investimentoem um paciente com câncer avançado, emtermos nutricionais, é sempre vantajoso.Porque esses pacientes basicamente aca-bam evoluindo com desnutrição e podemmorrer de pneumonia por falta de muscu-latura respiratória. Atualmente, vários cen-tros mundiais estão pesquisando o efeitodos ácidos graxos ômega-3 em câncer, demaneira que, em breve, teremos novas in-formações disponíveis.

Existe a preocupação das equipes mé-dicas em relação à nutrição em câncer?Nota-se uma preocupação crescente dasequipes oncológicas em relação à nutri-

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20Super Saudável

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Entrevista do mês / Dan L. Waitzberg

“Já existem evidênciasde que a oferta

por cinco dias de umadieta imunomoduladora,

em um pacientedesnutrido por câncer

no pré-operatório,é capaz de reduzirem até 50% a taxa de complicaçõespós-operatórias”

ção. Isso com o tempo poderá modificar osombrio panorama encontrado por nós, háalguns anos, no estudo do Ibranutri (In-quérito Brasileiro de Avaliação Nutricio-nal), e divulgado anteriormente pela re-vista Super Saudável. No Ibranutri, dos4 mil doentes avaliados, 800 foram porta-dores de câncer, o que dá mais ou menos20%. Assim poder-se-ia dizer que nos hos-pitais brasileiros, de cada cinco doentes,um tem câncer. Chamou a atenção, naépoca, que a taxa de desnutrição desses doen-tes foi de 65% enquanto que a da popula-ção sem câncer foi de 45%. Esses pacien-tes com câncer tiveram desnutrição do tipograve, duas vezes mais freqüente que a des-nutrição grave dos que não tinham cân-cer. No entanto, a preocupação maior daequipe de saúde em relação ao pacientecom câncer se caracteriza por abordar otratamento radical agressivo, seja cirúr-gico, radioterápico ou quimioterápico. Con-tudo, já encontramos bons indícios de cons-cientização da importância da abordagemnutricional por parte da equipe de cance-rologistas. Prova é que realizamos em 2004,em São Paulo, o primeiro Congresso Bra-sileiro de Dieta, Nutrição e Câncer com apresença de mais de 1.300 profissionais dasaúde, que debateram exclusivamente esseassunto. Ainda em 2005 vamos abordaressa temática no Congresso Brasileiro deNutrição Integrada – Ganepão 2005, a serealizar em São Paulo, de 16 a 18 de ju-nho, no Centro de Convenções Rebouças.Para 2006, já está previsto no mesmo lo-cal, em julho, o segundo Congresso Brasi-leiro de Dieta, Nutrição e Câncer. Emnossa prática clínica no Ganep temos tidoa oportunidade de conviver profissional-mente com clínicas de oncologistas e esta-belecer parcerias em termos de avaliação,tratamento e planejamento nutricional.Essas parcerias têm se mostrado muito sa-lutares para ambos os grupos e, principal-mente, para os pacientes. Nós trabalha-mos com ideogramas de atuação nutricionalque consideram modificações de conduta

nutricional, à medida que o paciente vaiapresentando alteração no seu estado clí-nico, e isso deve ser acompanhado pela equi-pe nutricional em conjunto com a equipede oncologia.

O que acontece com o paciente para fi-car tão debilitado em tão pouco tempo?As causas da desnutrição em câncer sãomultifatoriais. Entre elas se destaca a ano-rexia causada, entre outros motivos, pordistúrbios no equilíbrio dos neuropeptí-deos reguladores do apetite, neste caso tam-

bém promovidos pelas interleucinas pró-inflamatórias geradas em resposta ao tu-mor, mas também em função de dor, deansiedade e de uma série de outras condi-ções. Além disso, deve-se incluir, como causaimportante da desnutrição em câncer, adificuldade de ingestão alimentar pela pró-pria presença do tumor que obstrui, porexemplo, o tubo digestivo ou, de forma in-direta, na forma de carcinomatose. Tam-bém é preciso destacar os distúrbios ocasio-nados pelas cirurgias de grande porte, quepodem alterar a absorção dos alimentos esua digestão, sem falar nos sintomas cola-terais de radioterapia e quimioterapia, como

náuseas, vômitos, perda de secreção de sa-liva, boca seca, mucosite, enterites, faringitee outros problemas. Além disso, podem acon-tecer perdas anormais. Certos pacientes têmfístulas enterocutâneas ou entero-entéricas,outros têm perda de albumina, como é ocaso do câncer gástrico e do tumor de có-lon, e outros podem perder eletrólitos eproteínas. Também existem tumores ma-lignos que cursam com ciclos metabólicosfúteis, de pouco rendimento energético, queo tumor utiliza em seu próprio benefício.Um exemplo disso é a própria glicóliseanaeróbia do tumor. Enquanto nós faze-mos glicólise aeróbia, o tumor gera altasquantidades de ácido lático que, por suavez, ao ser reconvertido, também conso-me energia. Outra causa de desnutriçãoem câncer é o gasto energético elevadoporque alguns tumores promovem consu-mo maior de energia e isso contribui paraa redução das reservas orgânicas. E, porfim, chega um momento em que a massatumoral adquire importância tal no dese-quilíbrio orgânico, associada à diminui-ção da ingestão, que rapidamente conduzà desnutrição.

A terapia nutricional pode evitar a evo-lução desse quadro de alguma forma?Nós poderíamos considerar a intervençãonutricional em câncer em momentos dis-tintos. Um é a abordagem nutricional pré-operatória do doente com câncer candi-dato ao tratamento cirúrgico radical. Jáexistem evidências de que a oferta, pré-ope-ratória, por cinco dias, de uma dieta imu-nomoduladora rica em arginina, RNA,ácidos graxos ômega-3 e antioxidantes, empacientes portadores de câncer no períodopré-operatório de uma intervenção cirúr-gica, é capaz de reduzir em até 50% a taxade complicações pós-operatórias. Portan-to, estaremos beneficiando pacientes comcâncer através de um investimento de apenascinco dias de uma dieta imunomodulado-ra via oral ou enteral pré-operatória. Esseé um investimento que vale muito a pena

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21Super Saudável

“O primeiro objetivo da nutrição em câncer foi prover substratos proteicos e energéticos para que o paciente seja capaz de tolerar

melhor o tratamento agressivo integral ao qual é submetido”

e tem uma relação custo-benefício favo-rável. Estudos estão sendo realizados paraobservar se o mesmo é verdadeiro para aradio e quimioterapia. Existem algumasevidências de que a glutamina, por exem-plo, ministrada em pacientes sob radiote-rapia ou quimioterapia, poderia reduziras taxas de complicações colaterais, comomucosite, embora sejam necessários maisdados para reiterar essa observação. Quantomais condições nós dermos a um pacienteno pré-operatório, ou antes das interven-ções de radioterapia ou quimioterapia, maisele vai suportar a passagem por esse trata-mento penoso.

Como estimular um paciente debilita-do a se alimentar?O estímulo deve ser realizado em equipe edeve partir do oncologista, que tem influên-cia sobre a orientação do caso. Estamoscada vez mais trabalhando em equipe esugerimos sempre uma avaliação nutri-cional feita por meio de consulta com nu-tricionista para avaliar, por meio daanamnese nutricional, a ingestão do pa-ciente, seu gasto energético e qual o me-lhor planejamento nutricional.

Isso deve ser feito assim que a doençafor descoberta?Sem dúvida. A abordagem nutricional deveser precoce por meio da triagem e avalia-ção de rotina. O atendimento pode come-çar com aconselhamento nutricional, apon-tando qual o melhor tipo de alimento a serconsumido, como deve ser apresentado, suatextura, gosto e diferentes sabores para, even-tualmente, associar o uso de suplementoscalórico-proteicos especializados e, a se-guir, na incapacidade de o paciente ser ali-mentado por via oral, utilizarmos dietasenterais específicas e até, em casos, muitoselecionados, a nutrição parenteral. Para

cada etapa da doença e das manifestaçõese tratamento que a acompanham, deve-mos estar preparados para intervençõesnutricionais distintas.

Os nutricionistas e oncologistas que ain-da não estejam preparados para fazeressa avaliação podem recorrer ao Ganep?Com muito gosto! A equipe do Ganep temcomo parte de sua missão compartilhar seusconhecimentos com toda comunidade deprofissionais da saúde. Recentemente, emconjunto e com colaboração de especialis-tas nacionais e internacionais em oncolo-gia e nutrição clínica, publicamos o livroDieta, Nutrição em Câncer, pela Li-vraria e Editora Atheneu, que apresentaabordagem específica sobre a terapêuticado câncer. O livro foi editado com a fina-lidade de propiciar o conhecimento de on-cologia para nutrólogos e nutricionistas, ede nutrição para oncologistas, quimiote-rapeutas e radioterapeutas. Existe ainda osite www.nutritotal.com.br, dedicado ex-clusivamente aos profissionais de saúde eatualizado diariamente com informaçõescientíficas organizadas sobre nutrição clí-nica. O Nutritotal contém cursos virtuais,sem ônus para os profissionais da saúde, eum dos cursos disponíveis é exatamente sobrea abordagem da anorexia em câncer. OGanep também oferece, periodicamente,cursos de extensão e de pós-graduação latosensu, reconhecidos pelo MEC, em SãoPaulo e em Belo Horizonte, para aquelesque querem ampliar os conhecimentos emnutrição clínica e que pode ser consultadopelo site www.ganep.com.br.

É possível prevenir o câncer com dieta?O câncer é uma doença de fundo genéti-co, mas isso não quer dizer que vá se ma-nifestar sempre. Existem condicionantesque podem favorecer o seu aparecimen-

to, como o cigarro, a combinação fumo eálcool, as radiações iônicas, certos fungos,situações de exposição ao sol, vírus e ou-tros. O papel da dieta nessa situação é duplo.De um lado, evitar alimentos que pode-riam ser fatores de favorecimento – comogorduras saturadas. De outro, propiciar aoferta de alimentos que, por exemplo, ini-bem a geração de radicais livres e contêmantioxidantes – como frutas, verduras evegetais. Assim, estaremos ofertando um meiometabólico nutricional que protege dasameaças e alterações cromossômicas quepodem, em determinado momento, levarao câncer. Cada um de nós está sujeito ainúmeras mutações, mas se isso vai levarefetivamente ao câncer vai depender de umasérie de fatores. Já existem trabalhos capa-zes de associar alguns alimentos a um fa-tor de redução de risco, sob o ponto de vis-ta estatístico. Hoje, existe um enorme esforçode investigação na área de dieta, nutriçãoe câncer para identificar as moléculas dosalimentos que possam ser responsabilizadaspor redução do risco de câncer e também oseu meio de atuação. A cada dia se pesqui-sa mais substâncias que podem atuar comoprotetores. É possível que, dentro de 20 anos,estejamos com 100 a 200 compostos novosque efetivamente influenciem a proteçãoao câncer. O que se pode afirmar hoje éque a ingestão de uma dieta balanceada,rica em frutas, verduras e legumes (até oitoporções diárias), pobre em gordura, equi-librada em proteínas, com cereais integrais,pobre em açúcar, com abolição do hábitodo fumo e com ingestão de bebida alcoóli-ca de forma moderada – mulher um cáli-ce por dia de vinho tinto e homem dois, nomáximo –, além da prática de exercíciosfísicos, leva a uma vida mais saudável, demaneira que as pessoas que levam essa vida,estatisticamente, em grandes estudos, têmuma incidência menor de câncer.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Novidade

As doenças cardiovasculares são a prin-cipal causa de morte de homens e mu-lheres no Brasil e na maioria dos paísesdesenvolvidos. Entretanto, nas popula-ções orientais a incidência do problema éde cinco a oito vezes menor do que entreos povos ocidentais. Um dos fatores quepode explicar essa vantagem do Orientesobre o Ocidente e que tem sido alvo deinúmeras pesquisas em todo o mundo éo alto consumo de soja, associado emmuitos estudos à redução do colesterol,um dos principais fatores de risco paraas doenças cardiovasculares. Os orientais,sobretudo japoneses e chineses, consomemde 30 a 50 vezes mais soja do que os oci-dentais. Mas a comprovação científica daspropriedades benéficas desse alimentopara a saúde e a oferta cada vez maior deprodutos à base de soja podem ajudar ou-tros povos a incorporar o grão à dieta.Para os brasileiros, um novo estímulo, quetambém servirá de apoio aos médicos querecomendam soja aos pacientes, é o re-conhecimento da Anvisa (Agência Na-cional de Vigilância Sanitária) da proteí-na de soja como alimento com alegaçãode propriedade funcional.

A Anvisa autorizou, em junho de 2004,um fabricante de produtos à base de sojaa divulgar nos rótulos o seguinte texto:‘O consumo diário de no mínimo 25 gra-mas de proteína de soja pode ajudar areduzir o colesterol. Seu consumo deveestar associado a uma dieta equilibrada e

Por Yannik D´Elboux

hábitos de vida saudáveis’. A impressãodessas informações no rótulo só é permi-tida após avaliação do produto pela Co-missão Técnico-Científica de Assessora-mento em Alimentos Funcionais e No-vos Alimentos da Anvisa e a quantidadede proteína de soja, contida na porçãodiária do produto pronto para consumo,deve ser declarada no rótulo, próxima àalegação de saúde. “Essa alegação foi au-torizada após avaliação da documenta-ção científica apresentada por um dosfabricantes. Cada solicitação de registroserá analisada individualmente”, expli-ca a gerente de Produtos Especiais daAnvisa, Antonia Maria de Aquino.

O efeito da proteína de soja foi reco-nhecido pelo FDA (Food and Drug Ad-ministration), órgão regulamentador nor-te-americano, em outubro de 1999. Adecisão do FDA estabelece a mesma quan-tidade de proteína de soja divulgada notexto da Anvisa e conclui que esses ali-mentos, associados a uma dieta com bai-xa ingestão de gordura saturada e coles-terol, podem ajudar a reduzir o risco dedoença coronariana por meio da dimi-nuição do colesterol. A primeira granderevisão científica correlacionando o con-sumo de soja e o risco de doenças cardio-vasculares, a partir de 38 estudos clínicose que serviu de base para o FDA, foipublicada em 1995 no New EnglandJournal of Medicine. Os pesquisadores en-volvidos com o trabalho investigaram aação da proteína de soja sobre os lipídeosséricos e concluíram que a ingestão deno mínimo 25 gramas de proteína de sojapor dia reduz, em média, o colesterol to-tal em 9,3%, o LDL-colesterol em 12,9%e os triglicerídeos em 10,5%.

No Brasil, diversos estudos tambémtêm demonstrado a eficácia dessa proteí-na vegetal. Segundo o farmacêutico-bio-químico José Marcos Gontijo Mandari-no, pesquisador da Embrapa Soja (Em-presa Brasileira de Pesquisa Agropecuá-ria) de Londrina, no Paraná, que man-tém parcerias com universidades em vá-rios estudos, após 60 dias de consumo diá-rio já é possível perceber os efeitos da pro-teína de soja na diminuição do colesteroltotal e uma redução de 15% a 30% noLDL-colesterol em indivíduos com hi-percolesterolemia. “Além disso, a soja me-lhora a elasticidade das artérias e possuium peptídeo que age na enzima angeo-tensina convertase, reduzindo a pressãoarterial, outros fatores importantes na re-dução dos riscos de enfarto e AVC (Aci-dente Vascular Cerebral)”, acrescentaMarcos Mandarino.

A Universidade Estadual de Londri-na (UEL) é uma das instituições que con-duzem pesquisas em parceria com aEmbrapa Soja e um estudo experimentalcom 100 pacientes dislipidêmicos com co-lesterol acima de 220 mg/dl, iniciado em

José Marcos Gontijo Mandarino

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2003 e em fase de conclusão, revelou re-sultados significativos. O professor adjuntodo Departamento de Patologia, AnálisesClínicas e Toxicológicas do Centro de Ciên-cias da Saúde da UEL, Décio SabbatiniBarbosa, coordenador do estudo – reali-zado com a ajuda da farmacêutica-bio-química Márcia Bertipaglia de Santana –conta que os pacientes com colesterol maisalto (cerca de 300 mg/dl) responderam me-lhor à utilização da soja do que aquelescom níveis mais baixos (225 mg/dl). “Apa-rentemente, quanto maior for o nível docolesterol plasmático melhor a resposta como uso contínuo da soja. Mas é preciso ficarbem claro que apenas o médico de con-fiança do paciente poderá tomar a decisãode utilizar apenas dieta, com a soja incluí-da evidentemente, ou associá-la à medi-cação adequada”, orienta o professor.

Os pacientes ingeriram 50 gramas diá-rias de kinako (farinha de soja) junto àsrefeições e também foi observado que autilização do alimento melhorou as de-fesas antioxidantes plasmáticas dos indi-víduos. “Houve um aumento considerá-vel na concentração plasmática das iso-flavonas, compostos fitoquímicos presen-tes na soja com propriedades antioxidantes,que combatem a ação nefasta de radicaislivres, também responsáveis pela forma-ção da placa de ateroma”, ressalta o pro-fessor. Apesar dos bons resultados, DécioBarbosa lembra que a hipercolesterolemiaé um fator de grande influência naaterogênese – desencadeante das doençascardiovasculares –, mas não é o único quepode estar envolvido com o problema.

Dúvida – O que as pesquisas científicasainda não decifraram com plena convic-

Décio Sabbatini Barbosa e Márcia Bertipaglia de Santana

ção é o mecanismo de ação das substân-cias presentes na soja em relação à suaação hipocolesterolêmica, como a proteínade soja e as isoflavonas, também chama-das de fitoestrógenos. Entre as hipótesesexistentes, segundo o professor da UEL,estão o aumento dos receptores para a li-poproteína de densidade baixa (LDL), au-mento na excreção de ácidos biliares (pro-duzidos a partir do colesterol), diminui-ção na relação insulina/glucagon (relaçõesaumentadas favorecem a lipogênese), au-mento nos níveis de tiroxina (T4), alémda ação antioxidante das isoflavonas. Tãodifícil quanto determinar a forma de atua-ção dessas substâncias é acrescentar a sojaao cardápio do brasileiro. Marcos Man-darino informa que, apesar de o Brasilser o segundo maior produtor mundialdo grão – a safra passada foi de 50 mi-lhões de toneladas –, apenas 3% do culti-vo é destinado ao consumo humano di-reto. O pesquisador da Embrapa Soja acre-dita que, além de não ser um hábito ali-mentar da população, a maneira como asoja foi introduzida no Brasil desestimulouo consumo. “A soja carregou durante al-guns anos o estigma de ser alimento paraanimais ou pessoas de baixa renda porcausa dos programas governamentais dadécada de 80”, destaca. O pesquisador acre-dita que esse quadro pode mudar com a

divulgação das propriedades benéficas dasoja, com o incentivo dos médicos ao con-sumo e por causa do aumento de opçõesde produtos à base de soja, principalmenteno setor de bebidas. Marcos Mandarinoreforça que é preciso diversificar o con-sumo para conseguir introduzir a soja de-finitivamente à dieta, tendo em vista sem-pre a quantidade de proteína de soja con-tida em cada produto – na forma de grãos,60 gramas possuem as 25 gramas de pro-teína recomendadas pela Anvisa. AEmbrapa Soja promove cursos e palestras,desenvolve técnicas de preparo e receitaspara incentivar a utilização da soja nas re-feições diárias. Mais informações podemser obtidas no site www.cnpso.embrapa.br/soja_alimentacao.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Beleza

Há mais de um milhão de anos, oHomos erectus descobriu que os membrosinferiores poderiam sustentá-lo e levá-lopara qualquer lugar. E, a partir daí, aspernas ganharam destaque na história dahumanidade, pois mostraram resistêncianas viagens de inúmeros povos para di-ferentes nações ao redor do mundo. Mas,ao longo da trajetória das civilizações,muitos recursos foram aplicados à vidado homem, que chegou ao século XXIainda mais sedentário. Com as facilida-des da tecnologia, também surgiram pro-blemas de saúde e, como não poderia serdiferente, atingiram as pernas por meiodas doenças venosas. Embora sejam de-

Genétic influenc Se não forem tratadas venosas – podem evo Por Rosângela Rosendo

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Novidade

O alimento à base de extrato de sojaTonyu, criado e desenvolvido pelo La-boratório de Pesquisas e Desenvolvi-mento da Yakult do Brasil nos anos 80,foi o primeiro produto do gênero a serdisponibilizado em embalagem longavida no País. Desde 2001, o Tonyu jáestampa, na caixa, o Selo de Aferição daQualidade do Fundo de Aperfei-çoamento e Pesquisa em Cardiologia(Funcor) da Sociedade Brasileira de Car-diologia (SBC), que reconhece os pro-dutos que facilitam a manutenção dasaúde e ajudam a prevenir doenças car-diovasculares. Agora, a empresa está con-cluindo o relatório que será enviado paraa Comissão Técnico-Científica de Asses-soramento em Alimentos Funcionais eNovos Alimentos da Anvisa para inse-rir, no rótulo do produto, o texto quecomprova os benefícios da soja.

Tonyu tem 45%de extrato de soja

O Tonyu é totalmente natural e con-tém 45% de extrato de soja, além devitaminas do Complexo B. A Yakultlançou o produto com objetivo de ofe-recer uma alternativa de proteína ve-getal para portadores de intolerânciaà lactose, para indivíduos alérgicos aoleite de vaca e para os consumidoresbrasileiros que se preocupam em man-ter o colesterol em níveis adequados.A intolerância à lactose atinge meta-de dos habitantes do planeta e, segundoespecialistas, 60% da população bra-sileira tem o problema, o correspon-dente a sete entre 10 pessoas. Espe-cialistas afirmam que a maioria dosportadores de intolerância à lactosetem a forma tardia da doença, queocorre depois dos quatro anos de idade,mas apenas de 10% a 15% apresen-tam os sintomas.

Nilo Mitsuru Izukawa

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a e estilo de vidaiam na saúde das pernasde forma adequada, as varizes – uma das principais doençasluir para complicações e até deixar o indivíduo incapacitado

correntes de herança genética, na maio-ria dos casos, as varizes – uma das prin-cipais formas de doença venosa das per-nas, que acomete média de 30% da po-pulação no mundo em algum grau – tam-bém sofrem ação de fatores externos im-portantes e de hábitos inadequados. Asvarizes se caracterizam por veias que per-dem a elasticidade, ficam dilatadas e tor-tuosas e, se não forem tratadas correta-mente, podem gerar complicações, algu-mas até incapacitantes. Nos Estados Uni-dos, a soma dos dias de trabalho perdi-dos em razão da doença gera um custosocial da ordem de 2 milhões de dias detrabalho por ano. Pessoas de qualquer ida-de podem desenvolver varizes, mas sãoas mulheres as maiores vítimas do pro-blema, com incidência proporcional dequatro por um em relação aos homens.

Além de tecidos, músculos e articu-lações, as pernas possuem um importan-te sistema venoso composto por mecanis-mos que contribuem para a circulaçãosangüínea. Nos membros inferiores seencontram dois grupos principais de veias:as superficiais, situadas na camada adiposasubcutânea, e as profundas, localizadasnos músculos e responsáveis por 80% doretorno venoso. Para haver relação entreelas, as pernas também possuem as veiascomunicantes. O coração periférico das

pernas é a panturrilha que, a cada passo,comprime as veias profundas que empur-ram o sangue em posição ascendente devolta ao coração. Entretanto, fatores derisco como excesso de peso, que faz comque uma pessoa se movimente menos, po-dem sobrecarregar o organismo, dificul-tar a boa ejeção venosa e causar a dilata-ção anormal das veias.

Associado à predisposição genética,outros fatores de risco para as varizes sãoprofissões que exigem a permanência deposturas estáticas por horas; uso diáriode salto alto, uma vez que inibe a flexãodos pés; e prática de atividades físicas dealto impacto, que exigem esforço e pro-movem a manobra de Valsava – expiraçãocom a glote fechada que reduz o retor-

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no venoso e aumenta a pressão sangüí-nea. “Essas atividades certamente favo-recem o desencadeamento da doençavenosa”, enfatiza o angiologista e cirur-gião vascular Nilo Mitsuru Izukawa,membro diretor da Sociedade Brasilei-ra de Cirurgia Vascular e responsável pelosetor de Cirurgia Vascular do InstitutoDante Pazzaneze de Cardiologia. Segun-do o médico, a gestação, até devido a al-terações hormonais, também se destacacomo um fator de risco importante. Mé-dia de 10% das mulheres desenvolvemvarizes na primeira gestação; a partir dasegunda, esse índice sobe para 20% e as-sim sucessivamente. “A incidência é maiorem pessoas com mais de 40 anos”, infor-ma o especialista.

Devido à valorização do corpo, as va-rizes são uma das maiores queixas nosconsultórios e podem se manifestar commaior ou menor gravidade. SegundoWalter Campos Júnior, médico assistenteda Disciplina de Cirurgia Vascular doHospital das Clínicas da Faculdade deMedicina da Universidade de São Paulo(HC-FMUSP), as varizes mais comunssão as telangiectasias, pequenas dilatações

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Beleza

Walter Campos Júnior

A terapêutica das varizes depen-de da veia a ser tratada e os cordõesmais expressivos geralmente são reti-rados por meio de cirurgia e anestesialocal. Para tratar as telangiectasias, osmétodos mais utilizados são a esclero-terapia – injeção de substância esclero-sante na camada do endotélio (reves-timento do vaso) – e aplicação do la-ser, que tem a função de destruir a pa-rede do vaso lesado. Apesar de o fatorgenético ser relevante para as doençasvenosas, os médicos ressaltam que aprevenção ainda é eficaz para evitarvarizes. A recomendação é manter umestilo de vida saudável, com a práticade exercícios físicos adequados e bonshábitos alimentares, inclusive duran-te a gravidez. Walter Campos comentaque um estudo internacional já correla-cionou o desenvolvimento de varizescom a refeição do inglês e do africano.

“A pesquisa constatou que os afri-canos têm o hábito de ingerir alimen-tos ricos em fibra, o que contribui paraa prevenção da obstipação e, por suavez, do aumento da pressão abdomi-nal sobre os membros inferiores”, ex-plica. Segundo os especialistas, as meiasde compressão progressiva, que têm afunção de comprimir a região do tor-nozelo e empurrar o sangue para cima,também são muito eficientes para osistema venoso funcionar uniforme-mente. Durante a gravidez, as meiasmelhoram a dor em peso e diminuema sensação de queimação nas pernas.“Além disso, quem trabalha sentadoou em pé, parado o dia inteiro, devefazer uma pausa de pelo menos cincominutos a cada uma hora para se mo-vimentar e ativar o sistema venoso. Essaorientação também serve para pessoasque viajam por longas horas”, acon-selha Nilo Izukawa.

nas paredes de vasos capilares; arteríolase vênulas, com calibre de até 2mm, co-mumente localizadas na face lateral dacoxa. As telangiectasias adquirem forma-tos que variam de pequenos riscos atéarborizações azuladas ou avermelhadasna derme. Já as varizes com diâmetroacima de 6mm, parecidas com cordõessalientes e visíveis, causam sintomas comocansaço, dor, queimação e edemas ves-pertinos. Há pessoas que podem apresen-tar, ainda, cãibras e sensação de inquietudenas pernas durante a noite.

O cirurgião vascular afirma que, emalgumas situações, podem ocorrer alte-rações da pele do tornozelo de cor ocreacastanhada, e atrofia da derme e do te-cido celular subcutâneo. Outra reação éa úlcera varicosa, que consiste em umaferida de difícil cicatrização na face medialda perna, decorrente da perda da superfíciecutânea na área de drenagem. “Estudosda Faculdade de Medicina de Botucatu,da Universidade Estadual Paulista(UNESP), demonstraram que até 1,5%da população com doença venosa apre-senta este tipo de úlcera em atividade ouem cicatrização”, informa o médico.

Tratamentoe prevenção

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Complicações além da estéticaLuiz Francisco Cardoso, cardio-

logista e coordenador da Unidade Co-ronariana do Hospital Sírio Libanês, li-vre-docente da Faculdade de Medicinada Universidade de São Paulo (FMUSP),reforça que o sistema venoso dependedas boas condições da bomba periférica

Luiz Francisco Cardoso

e das válvulas que integram esse com-plexo orgânico para preservar a circu-lação estável. Entretanto, o médicoalerta para fatores que podem alterar ofluxo venoso e dar início a um processode estases e edemas. Desde que tenhampredisposição, pessoas com idade avan-çada, obesas, portadoras de doenças sis-têmicas como o diabetes, acamadas e,ainda, mulheres que fazem uso de anti-concepcional por tempo prolongado,são fortes candidatos a desenvolver atrombose venosa profunda. “Uma vezformados, os trombos em veias demaior calibre podem ser lançados aopulmão por meio da circulação sangüí-nea e causar embolia. A manifestaçãopode ser súbita e levar a pessoa à mor-te”, informa. Os primeiros sinais datrombose são dor nas pernas, enrijeci-mento da musculatura, edemas e flebi-te (inflamação na parede de uma veia).Para um diagnóstico mais preciso, oultra-som com doppler é o exame indi-cado para verificar o fluxo de sanguenos vasos e veias.

Em casos de pa-cientes acamados, omédico informa quealguns protocolos pre-conizam a realizaçãode fisioterapia com au-xílio de recursos físicospara evitar a complica-ção. “No Sírio Liba-nês, já é pro-cedimento aprescriçãode fisio-terapia empacientes no pós-operatório e que nãopodem se movimentar. Para prevenir atrombose venosa profunda, normal-mente recomendamos meias elásticasde compressão progressiva, juntamen-te com botas de compressão pneumáti-ca intermitente”, comenta. O médicoLuiz Cardoso acrescenta que essas ati-tudes devem estar associadas ao uso deanticoagulantes em casos de alto risco,via oral ou injetáveis, para dissolverou impedir a formação de coágulos.

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Vida Saudável

Basta prestar um pouco de atençãonas ruas para reparar no número de pes-soas correndo de um lado para o outro,pela manhã ou à noite, em ritmo acele-rado ou dando pequenos trotes. Ativida-de física individual que pode ser feita aoar livre ou na esteira, a corrida é, hoje, oesporte com o maior número de prati-cantes ao redor do mundo. No Brasil, es-tima-se que existam pelo menos 50 milcorredores. Ideal para quem quer traba-lhar o sistema cardiovascular e pulmo-nar, deseja emagrecer ou manter a for-ma, liberar endorfina e promover umasensação de bem-estar, a corrida é reco-mendada para praticantes de todas as ida-des. Como resultado de uma atividaderegular, os adeptos da corrida ganhamum sono mais tranqüilo e reparador,melhor disposição para tarefas do cotidia-no, melhora de humor e um melhor con-trole da ansiedade, mantendo a calma maisfacilmente.

Independentemente da idade, umavantagem da corrida refere-se à libera-ção de endorfina, cerca de 20 minutos apóso início da atividade, o que causa auto-maticamente uma agradável sensação debem-estar e acaba levando muitos indi-víduos a se ‘viciar’ no exercício. De todosos efeitos positivos proporcionados pelacorrida, o destaque, entretanto, é a me-lhor adaptação cardiovascular promovi-da pelo trabalho de longa duração e a in-tensidade moderada do exercício. “Essaadaptação faz com que o esforço do co-ração para exercer o seu papel seja cadavez menos intenso, tornando-o mais sau-dável”, explica Ricardo Nahas, presidenteda Sociedade Brasileira de Medicina doEsporte (SBME). Isso significa que os

Corrida é recomendad Entre as vantagens da

atividade estão a melhoradaptação cardiovascularpromovida pelo trabalho

de longa duração ea intensidademoderada do

exercício

Por Françoise Terzian

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29Super Saudável29Super Saudável

a para todas as idadesadeptos da corrida com regularidade te-rão, conseqüentemente, menor freqüênciacardíaca e pressão arterial para as maisvariadas tarefas em comparação com in-divíduos sedentários.

Segundo Estélio Dantas, professor deFisiologia do Exercício da UniversidadeCastelo Branco, no Rio de Janeiro, quemcorre regularmente tem um perfil imu-nológico superior a quem não corre. “Por-tadores de HIV adeptos da corrida têmmenos infecções oportunistas em relaçãoaos que não correm e a incidência de gri-pe em pessoas ativas costuma ser cercade 70% menor”, revela o professor. Paraobter todos esses benefícios, Estélio Dantasrecomenda correr de três a cinco vezes porsemana, durante 30 minutos. O primeiropasso para quem tem a corrida como metaé sair do sedentarismo a partir da cami-nhada. Após se adaptar às caminhadas se-manais de, pelo menos, três vezes por se-mana, de 30 a 40 minutos por dia, a su-gestão é aumentar progressivamente a

atividade em torno de 10% a cada 15 dias,intercalando a intensidade, a duração e afreqüência. Posteriormente, é hora de al-ternar a caminhada com a corrida, e sóum tempo depois de atingido o condicio-namento físico deve-se começar a correr.

A corrida também deve ser precedi-da de aquecimento, acrescida de alonga-mento dos músculos envolvidos e con-cluída com a progressiva volta à calma.“Caso queira aumentar a intensidade,duração ou freqüência da atividade, umtrabalho complementar de resistênciamuscular localizada é importante, alémde saudável”, orienta Ricardo Nahas. Ou-tro cuidado que os corredores devem terdiz respeito à hidratação e à alimentaçãoadequadas. A água deve ser consumidade acordo com a necessidade e isotônicossó devem ser ingeridos com recomenda-ção de um nutricionista, já que os pro-dutos também repõem carboidrato. An-tes da corrida, é importante optar pelaingestão de nutrientes de fácil digestão epartir para uma dieta rica em carboidratospelo menos quatro horas antes. Especia-listas ressaltam que não é recomendadoiniciar a atividade em jejum.

Excesso – Na opinião de Estélio Dantas,a grande vantagem da corrida é que éum exercício natural ao homem. “Comobípede, o ser humano vem se preparan-do desde os seus antepassados para en-frentar esse grau de esforço e sobrecar-ga”, analisa o professor. Entretanto, osespecialistas advertem que a atividade nãopode ser praticada sem a orientação deum profissional e nem de forma indis-criminada. Correr além da conta – o quesignifica praticar a atividade com inten-

sidade além da capacidade do corredor –causa, entre outros problemas, o aumen-to da produção de radicais livres. “Pas-sar do seu limite, da sua freqüência car-díaca, exagerando na velocidade, não ésaudável. E os atletas sabem disso”, en-fatiza Estélio Dantas, ao lembrar que es-porte de alto rendimento não é sinôni-mo de saúde.

Ricardo Nahas acrescenta que qual-quer atividade física praticada sem cui-dados pode resultar em doença. No casoda corrida, os problemas mais freqüen-tes são as tendinites do tendão calcâneo,tendões fibulares e tibiais, as periostitesou canelites da tíbia e até as fraturas porestresse deste osso e de outros dos pés.Apesar de a corrida estar liberada paraindivíduos de qualquer faixa etária, aproporção e a intensidade da atividadedeve estar de acordo com cada pessoa, oque significa que a atividade deve ser rea-lizada de forma individualizada.

Ricardo Nahas

Estélio Dantas

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Turismo

Embora Teresópolis tenha importânciahistórica por ter sido um dos locais prediletosda imperatriz Teresa Cristina, mulher de D.Pedro I – o nome do município é uma home-nagem à imperatriz – o maior acervo da ci-dade, localizada no topo da Serra dos Órgãos,é a natureza. Cercada de rios, cascatas, ricaflora e fauna com muitas espécies pertencen-tes à floresta atlântica, Teresópolis se desta-ca, sobretudo, pelo ecoturismo, e é conside-rada a ‘Capital Brasileira do Montanhismo’.As montanhas de maior destaque são Dedode Deus, Escalavrado, Dedo de Nossa Senho-ra, Cabeça de Peixe, Verruga do Frade, Agu-lha do Diabo, Papudo, Açu e Pedra do Sino.Este último é o ponto culminante da Serrados Órgãos, com 2.263m de altitude, alcan-çado por uma trilha de 14km de extensão, emum percurso de quatro horas de caminhada.

Do cume da Pedra do Sino é possível avis-tar a Baía de Guanabara, o Oceano Atlânticoe pontos culminantes do relevo da Serra dosÓrgãos. O local possui vegetação abundantede pequeno porte, principalmente orquídease bromélias, e é muito procurado pelos afic-cionados em montanhismo. Na face oeste daPedra do Sino está uma das escaladas maisdifíceis do Brasil, uma parede com cerca de500m, chamada Terra dos Gigantes. Outroponto que deve ser visitado é o conhecidocomo Mulher de Pedra, um conjunto mon-tanhoso de formação rochosa com 2.040m dealtitude que forma a figura de uma mulherdeitada. Pelas trilhas da Serra dos Órgãos épossível fazer a travessia Petrópolis-Teresó-polis, em um percurso de 42km pelos cumesdas montanhas entre os dois municípios, umaexcelente maneira de ter contato com a faunae a flora da região, composta de espécies nati-vas como canelas, quaresmeiras, ingás, acá-

A capital do monTeresópolis,localizada a910 metros

de altura,é cercada

de rios,cascatas e

espéciespertencentes

à florestaatlântica

que formamcenários

exuberantesno pontomais altodo Rio de

Janeiro

Por Adenilde Bringel e Dé Oliveira

cias, timbós e cedros, além de animais comojacus, mutuns, porco-do-mato, veado, paca,macaco e muitas aves. O passeio, no entanto,requer a presença de um guia experiente.

Criado em novembro de 1939, o ParqueNacional da Serra dos Órgãos ocupa área de10 mil hectares entre Petrópolis, Magé, Gua-pimirim e Teresópolis, onde fica a sede ad-ministrativa. A região tem terrenos profun-damente acidentados, com picos, escarpas ín-gremes e encostas, além de cachoeiras ecorredeiras. O Parque abriga, ainda, uma pis-cina de água natural que os visitantes podemutilizar para banhos, piqueniques e recrea-ção. Outras opções são o Poço Verde, de águascristalinas e uma forte queda d’água; o Poçoda Preguiça, com águas tranqüilas e de pou-ca profundidade, recomendado para quemviaja com crianças; e o Poço da Ponte Velha,o preferido de grande parte dos visitantes porser de mais fácil acesso.

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Cascata dos Amores

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ntanhismo

História – A primeira descrição oficial de Te-resópolis data de 1788 e foi feita por Baltazarda Silva Lisboa, que descreveu a serra e a Cas-cata do Imbuí. Mas a região só ficou conheci-da a partir de 1821, quando George March,português de origem inglesa, adquiriu umagrande gleba e a transformou em uma fazen-da-modelo. Denominada Santo Antônio ouSant’Ana do Paquequer, a fazenda acaboupor gerar o primeiro povoado de maior im-portância que ligava a Corte à Província dasMinas Gerais. A região, além de se tornar umaárea de veraneio, por ter clima ameno e bele-zas naturais, teve considerável desenvolvi-mento da agricultura e pecuária. Lentamen-te, o povoado foi se desenvolvendo e passou àcategoria de Freguesia de Santo Antônio do

Paquequer, em 1855. Em 6 de julho de 1891,finalmente ganhou status de município, pormeio de um decreto do então governadorFrancisco Portela, sendo desmembrada da ci-dade de Magé. Teresópolis dispõe de prédiose monumentos históricos que marcaram a his-tória do País e abriga a sede do complexo detreinamento da Confederação Brasileira deFutebol (CBF) – a Granja Comary – local on-de a Seleção Brasileira fica concentrada parase preparar para competições. A primeira ca-pela, erguida no local, data de 1861. Em 1880,a matriz encontrava-se em ruínas, quando seiniciou a construção da atual. Em 16 de no-vembro de 1933, era consagrada a nova Ma-triz de Santo Antônio do Paquequer, existen-te até hoje.

Granja Comary

Rio dos Frades

Dedo de Deus

Pedra da Tartaruga

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Fotos: Revista Cobertura

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■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Destaque

Determinação marcatrajetória de sucesso

Melhorar a situação financeira, ter umacasa própria e garantir conforto e um fu-turo mais promissor para a família. Há31 anos, esses foram os motivos que im-pulsionaram Arlete Carrão Molina paraser uma Comerciante Autônoma (CA)da Yakult, no Departamento Belém, emSão Paulo. Disposta a ajudar o maridoOnofre, com quem é casada há 43 anos etem quatro filhos, Arlete não mediu es-forços para se empenhar e oferecer os pro-dutos da empresa. O pouco conhecimentosobre o assunto e a timidez não foramsuficientes para desencorajar essa batalha-dora que, com a renda, já realizou gran-de parte dos seus sonhos, como comprarum apartamento e formar os filhos.

Arlete comercializa média de 4 milfrascos de leite fermentado por mês, de600 a 1,2 mil unidades de Yakult 40, mé-dia de 300 frascos de Sofyl e pelo menos100 caixinhas de Suco de Maçã. Aos 62anos, a comerciante mantém uma estra-tégia para ter êxito nas ruas: determina-ção, simpatia, transparência nos negócios,organização e prazer pela atividade. “Que-ria melhorar de situação, então, bati decasa em casa e, com simpatia, aos poucostentei abordar e conquistar os clientesfalando sobre os benefícios dos produ-tos”, relata. Arlete lembra que, depois dafase de adaptação, principalmente na épocaem que a situação financeira do País pa-recia ser melhor, chegou a comercializar8 mil unidades de leite fermentado emum mês. Mas a CA atribui os resultadospositivos à persistência com que realizaos negócios e à transparência quanto à

qualidade dos produtos. “O cliente devesaber o que está comprando e, por isso,falo sobre a fabricação dos produtos e queo consumo diário do leite fermentado ébom para regular o funcionamento dointestino”, orienta.

Organização é outra qualidade dacomerciante, que procura administrarmuito bem a carteira de clientes. “Atuocom cotas e pelo menos 70% dos meusclientes são fiéis”, enfatiza. Devido aoempenho, dedicação e efetivação nos ne-gócios, em todos os bimestres de 2004Arlete se destacou como a CA de ourodo departamento, o que já garantiu aparticipação em diversas confraterniza-ções da empresa e alguns prêmios. A co-merciante também já ganhou medalhi-nha de ouro, edredom, relógio, batedei-

ra e televisor 29 polegadas. “Esse reco-nhecimento é muito emocionante. Seconseguir manter os bons negócios,quem sabe um dia seja sorteada e consi-ga conhecer a Yakult no Japão”, almeja.

Tarefa quase cumprida – Arlete nuncadesanimou e sempre teve em mente me-lhorar a renda da casa e ajudar a famí-lia. “Meu marido ficou responsável pe-las despesas da casa e, com a minha ren-da, já fiz três reformas e comprei mó-veis novos e eletrodomésticos”, conta.Além de casa própria, outra grande prio-ridade de Arlete era ver os filhos, hojeadultos, estabelecidos. “Agora, querocuidar da minha saúde e fazer algumtratamento estético para ficar mais bo-nita”, confessa.

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“Comecei a praticar pára-quedismohá pouco mais de dois anos, após umaconsulta odontológica com um dentistaque é pára-quedista experiente e amigode um instrutor. Fiquei interessado e desdeo primeiro salto não parei mais. Acredi-to que a paixão pelo esporte seja algo quehá dentro de mim e nunca encontrei ne-nhuma definição que pudesse descrevera sensação, só a queda livre pode expli-car. Antes, iniciei-me no rapel, mas re-solvi me dedicar mais ao pára-quedismo,por enquanto. Afinal, grande parte domeu tempo é dedicado à Medicina.

O primeiro salto é sempre inesquecí-vel, apesar de ter tido um pequeno con-tratempo que ficou marcado na memó-ria. Na ocasião, ocorreu uma pane no rá-dio de comunicação no meu segundosalto e fiz um pouso de emergência. Fra-turei o tornozelo esquerdo e lesei omenisco contralateral e, por isso, tiveque me submeter a uma cirurgia, que foitranqüila. No terceiro dia de pós-opera-tório, já estava de volta à minha rotinade trabalho. Mesmo assim, permaneci

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Artigo

Um cirurgião no céucinco meses sem saltar, mas nunca pen-sei em desistir do esporte.

O pára-quedismo existe em você; nãoé um hobby e sim uma parte da sua vida. Acada dia, a cada vôo, há um novo aprendi-zado no esporte, assim como na vida. Éimportante ter humildade e aprender comos mais experientes. Um segundo de vaci-lo pode significar a sua última queda livree uma mancha na história do esporte. Omedo deve caminhar com você todo o tem-po, e não é diferente no pára-quedismo.O medo nos mantém vivos por mais tem-po. Tudo é uma questão de endorfinas.

O esporte não interfere nos meus ho-rários de trabalho de maneira significa-tiva. Opero em até quatro hospitais,gerencio o pronto atendimento do Hos-pital de Urgências de Goiás (HUGO),participo de algumas reuniões da comis-são de ética e da preceptoria da residênciade cirurgia geral do HUGO e tambémpasso algumas visitas com os residentes.E ainda sobra tempo para as atividadessociais e a academia. As cirurgias de emer-gência geram um nível de estresse que se

torna cumulativo e de extrema morbida-de no decorrer da vida, de forma que qual-quer atividade que consiga afastar essemal é de grande valia.

O fato de ser cirurgião acaba por de-senvolver um comportamento que exigeatitude, decisões que não dispõem de muitotempo para serem tomadas, fatores quesão imprescindíveis para a prática do pára-quedismo. Afinal, 50 segundos de quedalivre podem parecer uma eternidade e, nesteperíodo, inúmeros fatores podem influen-ciar na segurança do pára-quedista e dosoutros que estão em vôo. Recomendo atodos os seres humanos um salto ao me-nos uma vez na vida. Se você sentir algodiferente, como se estivesse renascendo,vá em frente e faça o curso. Deixe a suanatureza vir à tona e tenha um bom vôo”.

Kennedy Carlos da Costa écirurgião geral, chefe do pronto-

socorro no Hospital de Urgênciasde Goiânia (HUGO) e responsávelpelas urgências em cirurgia geral do

Hospital de Acidentados de Goiânia.

Foto: www.mergulhonoceu.com.br

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34Super Saudável

“Gostaria de ter o privilégio deser incluído entre os assinantes daexcelente revista Super Saudável,a qual, após leitura, penso deixarà disposição dos clientes da nossaclínica (duas fisioterapeutas,uma médica e eu). Sou terapeutaholístico, trabalho com terapiafloral e Reiki (aliás, gostaria deparabenizar pela matéria da edição23). Pedi a revista emprestada paraler a matéria, mas não pude ficarcom ela – a pessoa que me emprestoua quis de volta, tal a qualidade dapublicação!.” – Reginaldo MaffeiMachado – Presidente Prudente – SP.

“Fiquei sabendo da revista, li e acheimuito interessantes as reportagens. Aque mais me chamou a atenção foi amatéria sobre o L. casei Shirota . Souestudante de Ciências Biológicas egosto muito de revistas neste sentido.”Flávio Souza – São Paulo – SP.

“Estou no curso técnico em Nutriçãoe Dietética na Universidade SãoCamilo, e a coordenadora do cursoapresentou a revista Super Saudávelcomo uma das melhores publicaçõesda área. Pretendo estar sempre

Rua Álvares de Azevedo, 210 - Sala 61 - Centro - Santo André - SPCEP 09020-140 - Telefone: (11) 4432-4000 - Fax: (11) 4990-8308e-mail: [email protected]

Em função do espaço, não é possível publicar todas as cartas e e-mails recebidos. Mas a coordenação da revista Super Saudável agradece

a atenção de todos os leitores que escreveram para a redação.

� Cartas para a RedaçãoA resolução nº 1.701/2003

do Conselho Federalde Medicina estabelece

que as publicaçõeseditoriais não devem conter

os telefones e endereçosdos profissionais

entrevistados.Os interessados em obter

esses telefones e endereçosdevem entrar em contato

pelo telefone 0800 13 12 60.

■■■■■ ■■■■■ ■■■■■Cartaspresente, orientando os clientes sobrea importância do equilíbrio naalimentação para a prevenção dedoenças e esta publicação me ajudará,em muito, a atingir meus objetivos,que é informar corretamente.” – AidaKazue Matsumoto – São Paulo.

“Sou coordenadora do curso de Nutriçãoe Dietética, li um exemplar destarevista e achei muito interessante otema tratado.” – Neide YoshikoSakata Gutiyama – Sorocaba – SP.

“Recebemos as edições 22 e 23 darevista e ficamos muito impressionadoscom a qualidade da publicação.Apesar de ser voltada para a áreamédica, traz matérias bastanteinteressantes mesmo para o públicogeral. Minha mãe, que é estudiosada área de Nutrição, simplesmentedevorou a revista.” – EmanuelAzevedo Saraiva – São Luiz – MA.

“Sou dentista e conheci a revista noconsultório de um amigo. Acheiuma revista muito interessante, umtrabalho digno de respeito. Parabénspelo trabalho.” – Jackeline Amaro deJorge – São José do Rio Preto – SP.

“Curso o último semestre de CiênciasBiológicas na Universidade Estadualde Feira de Santana (BA) e estouescrevendo porque tive acesso àrevista Super Saudável e acheimuito informativa.” – Rodrigode Queiroz Oliveira – Feira deSantana – BA.

“Fui ao médico e deparei-me comessa revista, muito interessante e quepossui matérias incríveis. Comecei aler e não consegui parar até o horárioda consulta. Sou estudante dePsicologia e curso o 4ºano. Achoessencial para a minha formação lermatérias que abordam temas valiosose esclarecedores artigos.” – TâniaMara Rufino Ahus – Garça – SP.

“Sou profissional em Nutrição, atuandono Hospital das Clínicas da Unicamp.Conheço e sei da importância queesta revista tem para com a área deNutrição.” – Maria Teresa daRocha Nogueira – Campinas – SP.

“Gostaria de parabenizar a equipepelo trabalho que realiza na revista.Tomei conhecimento da revistaSuper Saudável no consultório da

minha dentista e até pedi emprestadopara ler todas as reportagens. Enquantonão vi o fim não parei de ler. Soufisioterapeuta, tomo o Taffman-Ehá vários anos e sempre tento fazerpropaganda do produto, pois me fazmuito bem.” – Adelma AparecidaMartins – Guaxupé – MG.

“Conheço a revista Super Saudávele não preciso nem dizer que se tratade um trabalho extraordinário!Realmente é muito bem elaborada eaborda assuntos importantíssimos.Sou aluna do curso de Nutrição e,para mim, além de informativa arevista é um ótimo material emestudos na área.” – Érika SouzaSão José dos Campos – SP.

“Tive a satisfação de ler a revistaSuper Saudável. Achei muitointeressantes as matérias que aliestavam. Parabéns!” – ValdemarMoras Delatorre – Paranavaí – PR.

“Quero parabenizar pela revistaSuper Saudável, de grandequalidade e com matériasextremamente proveitosas.”Mônica Birolli – São Paulo.