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AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2007.71.02.005911-4/RS AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL RÉU : UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM : UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO RÉU : FUNDACAO DE APOIO A TECNOLOGIA E CIENCIA - FATEC ADVOGADO : JESUS RENATO GALLO BRUNET : KARINA SCHUCH BRUNET : HILTON BRUST : ANTONIO AUGUSTO DE ALMEIDA MAIOLI Despacho/Decisão Vistos. Às fls. 953/956, foi acolhido em parte o pedido do MPF, sendo determinado à UFSM e à União que procedessem à imediata nomeação e posse dos candidatos aprovados no concurso público nº 001/2009-PRRH, para enfermeiro do HUSM, ainda válido, em quantidade correspondente (tantos quanto for proporcionalmente possível, considerado o montante dos vencimentos) ao valor mensal ainda despendido com a contratação dos funcionários terceirizados exercendo a mesma função, via FATEC, até suprir o quantitativo de cargos (QRSTA) estabelecido para essa atividade no âmbito do HUSM . O feito vem se arrastando sem que as rés tenham comprovado, até o momento, o cumprimento da ordem judicial. Às fls. 972/990, a UFSM requer a reconsideração da decisão, alegando a impossibilidade do cumprimento da medida, uma vez que condicionou a substituição dos funcionários

SUspensão de liminar UFSM

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AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 2007.71.02.005911-4/RS

AUTOR : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALRÉU : UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - UFSM

: UNIÃO - ADVOCACIA GERAL DA UNIÃO

RÉU :FUNDACAO DE APOIO A TECNOLOGIA E CIENCIA - FATEC

ADVOGADO : JESUS RENATO GALLO BRUNET: KARINA SCHUCH BRUNET: HILTON BRUST

: ANTONIO AUGUSTO DE ALMEIDA MAIOLI

Despacho/Decisão

Vistos. Às fls. 953/956, foi acolhido em parte o pedido do MPF, sendo determinado à UFSM e à União que procedessem à imediata nomeação e posse dos candidatos aprovados no concurso público nº 001/2009-PRRH, para enfermeiro do HUSM, ainda válido, em quantidade correspondente (tantos quanto for proporcionalmente possível, considerado o montante dos vencimentos) ao valor mensal ainda despendido com a contratação dos funcionários terceirizados exercendo a mesma função, via FATEC, até suprir o quantitativo de cargos (QRSTA) estabelecido para essa atividade no âmbito do HUSM. O feito vem se arrastando sem que as rés tenham comprovado, até o momento, o cumprimento da ordem judicial. Às fls. 972/990, a UFSM requer a reconsideração da decisão, alegando a impossibilidade do cumprimento da medida, uma vez que condicionou a substituição dos funcionários terceirizados até o limite do quantitativo de cargos (QRSTA), estabelecido para aquela atividade no HUSM. Aduz que a medida já teria sido cumprida, tendo nomeado, em 2007 (por ocasião da primeira medida liminar), além do limite orçamentário previsto, pois foram nomeados 143 novos servidores em detrimento da substituição de 107 contratados. Às fls. 1070/1095, a UFSM reiterou o pedido de reconsideração, argumentando novamente a inexistência de vagas, uma vez que o cargo de enfermeiro já se encontraria suprida, restando, portanto, cumprido o objeto da ação, em razão da limitação quantitativa de cargos (QRSTA), estabelecido no Decreto nº 7.232, de 19/07/10, condicionante da ordem judicial.

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 Com base em tais argumentos, requer o reconhecimento de que já houve o cumprimento da medida liminar, ou, alternativamente, a concessão de prazo para comprovarem o seu cumprimento. O MPF, por sua vez, assevera que as alegação da UFSM são descabidas, pois o Decreto nº 7.232 de 19/07/10, apenas estabelece os limites de acordo com os níveis de classificação dos cargos (níveis C, D e E), e não prevê limitação de acordo com a espécie do cargo. Sustenta, ainda, que o referido decreto trata-se de mero instrumento regulamentar, criado com o objetivo de resguardar a autonomia universitária, pois permite às Universidades gerir o provimento de seus cargos vagos, sem a interferência de outros órgãos.  Considerando que os cargos de nível E (nível superior) abrangem outros cargos, além do de enfermeiro, postula o MPF a exclusão do condicionante "até suprir o quantitativo de cargos (QRSTA)", pois, a manutenção da liminar, nos moldes atuais, poderá redundar na nomeação de enfermeiros em detrimento de outros cargos de nível superior, talvez mais necessários, como médicos, por exemplo. Vieram os autos conclusos. Decido. Pontuo, de antemão que, a alegação de que a ordem judicial foi cumprida, em decorrência da limitação imposta pelo o Decreto nº 7.232 de 19/07/10, esbarra na permanência, ainda hoje, de terceirizados atuando como enfermeiros no HUSM, o que torna claro a existência de vagas para tal cargo, ainda que "preenchidas" no aspecto formal. A questão foi enfrentada pela Juíza Federal Substituta desta Vara, na decisão prolatada em 30/06/2011, cuja excerto relevante transcrevo abaixo:  "Ora, se a UFSM mantém terceirizados contratados para realizar atividades de enfermeiro no HUSM, cujo cargo possui candidatos aprovados em concurso válido, obviamente necessita de mais servidores para o exercício desse cargo. Melhor explicando, o uso recorrente do expediente de contratar, para o cargo de enfermeiro, funcionários terceirizados (através da FATEC), demonstra, inegavelmente, que, embora não formalmente, existem claros na lotação, isto é, existem vagas para enfermeiro, dada a imperiosa e crescente necessidade de mais profissionais da área, para atuarem no HUSM, hospital referência para toda a região central do Estado.  No entanto, em evidente descumprimento à decisão judicial, remanescem contratados os funcionários terceirizados exercendo essa função, despendendo-se recursos orçamentários com essas contratações irregulares, que deveriam ser destinados a remunerar servidores aprovados em concurso para o cargo.  Embora não esteja claro, nos autos, quantos enfermeiros terceirizados ainda prestam serviço no HUSM, em substituição irregular do quantitativo necessário ao desempenho da atividade, o fato de ainda existirem contratados, a despender recursos para

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pagamento, enquanto há candidatos aprovados em concurso válido aguardando ingresso no cargo, enseja sua imediata nomeação e posse, até o limite orçamentário gasto com os terceirizados, nos moldes assinalados no acórdão proferido pelo TRF4".  De fato, a permanência de profissionais contratados, por si só, demonstra, de modo inequívoco, o descumprimento da ordem emanada nestes autos, não servindo de óbice o argumento de que o quadro foi preenchido, dentro dos limites impostos no QRSTA.  Primeiro, como bem pontuou o MPF, o Decreto nº 7.232/2010, trata-se de norma regulamentar, criada em prol da autonomia universitária, com o objetivo de franquear, às Universidades, o gerenciamento autônomo dos cargos vagos, dentro de determinados limites. Tanto que o próprio Decreto prevê que os limites impostos serão revisados periodicamente, onde se permite extrair uma certa margem de flexibilidade em decorrência da necessidade de expansão dos quadros das universidades. Segundo, o anexo I do decreto acima, estabelece o número de servidores, de acordo com o nível do cargo (níveis C, D e E), sendo que o nível "E" refere-se a cargos de nível superior, onde se enquadra o cargo de enfermeiro. Ocorre que o teto quantitativo estabelecido para os cargos deste nível (E) abrange outros cargos de nível superior, e não só os da área de enfermagem. Logo, assiste razão ao MPF, pois, manter a condicionante do limite quantitativo de cargos (QRSTA), estabelecido para essa atividade no âmbito do HUSM, poderá redundar na utilização de vagas de outros cargos, como o de médicos e outros profissionais de nível superior, tão imprescindíveis como o cargo de enfermeiro. Terceiro, não obstante a alegação de que os cargos encontram-se devidamente preenchidos, dentro do número estabelecido no Decreto nº 7.232/10, não é demais reiterar que a simples permanência de funcionários terceirizados atuando na área de enfermagem, dentro do HUSM, é prova cristalina de que não há servidores em número suficiente, ou seja, existem vagas disponíveis, as quais devem ser devidamente preenchidas pelos candidatos que foram aprovados no concurso público nº 001/2009-PRRH, para enfermeiro do HUSM. Tal medida se impõe, sobretudo, como forma de resguardar os princípios constitucionais da isonomia, transparência e da legalidade. ISSO POSTO, acolho o pedido do MPF, e determino que, no preenchimento de cargos de enfermeiro do HUSM, em decorrência da ordem judicial prolatada às fls. 953/956, não devem ser computadas o número de vagas previstas para o QRSTA, por conseguinte, torno sem efeito a parte final do penúltimo parágrafo da referida decisão, qual seja, "até suprir o quantitativo de cargos (QRSTA) estabelecido para essa atividade no âmbito do HUSM".  A única limitação presente refere-se ao aspecto orçamentário, ou seja, as nomeações dos candidatos aprovados em concurso público, em substituição aos funcionários terceirizados, devem ocorrer no limite do orçamento existente e gasto com a manutenção dos contratos firmados com a FATEC, como bem delineou o E. TRF da Quarta Região.  Defiro, portanto, às rés, o prazo de 30 (trinta) dias (período que entendo mais razoável) para que comprovem, nos autos, o cumprimento da ordem judicial prolatada às fls.

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953/955, com observância da alteração introduzida nesta decisão (parágrafo anterior), sob pena de incidência de multa diária por descumprimento de ordem judicial. Intimem-se.

Dados Gerais

Processo: SL 203 RS

Relator(a):

Min. PRESIDENTE

Julgamento: 12/02/2008

Publicação: DJe-031 DIVULG 21/02/2008 PUBLIC 22/02/2008

Parte(s): UNIÃOADVOGADO-GERAL DA UNIÃOPRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO (SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO DE LIMINAR Nº 2007.04.00.024574-0)MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALUNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIAPROCURADORIA-GERAL FEDERALFUNDAÇÃO DE APOIO A TECNOLOGIA E CIÊNCIA - FATEC

Decisão

1. A União, com fundamento nos arts. 12, § 1.º da Lei 7.347/85; 25 da Lei n.º 8.038/90; 4º, da Lei 8.437/92; 1.º da Lei n.º 9.494/97 e 297 do RISTF, requer a suspensão integral da eficácia da decisão monocrática proferida nos autos da ação civil pública n.º 2007.71.02.00.5911-4, em tramitação perante a 3ª. Vara Federal de Santa Maria, Seção Judiciária do Rio Grande do Sul (fls. 160/176). Noticia a requerente que a decisão impugnada foi parcialmente mantida no proferido pela Presidência do egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, nos autos da Suspensão de Liminar n.º 2007.04.00.024574-0/RS (fls. 179/182), suspendendo-lhe, tão somente, a aplicação de pena cominatória. Alega grave lesão à ordem administrativa, diante da determinação para que, no prazo de 180 dias, proceda a "nomeação e posse dos candidatos aprovados nos concursos públicos realizados pela Universidade Federal de Santa Maria e ainda válidos, na área da saúde, em número necessário à substituição daqueles profissionais que, com o iminente término de Projetos com a Fundação de Apoio à Tecnologia e Ciência - Fatec, irão deixar de prestar serviços ao Hospital Universitário de Santa Maria" (fl. 174) Sustenta, mais, em síntese:a) cabimento do presente pedido, visto que o Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª. Região, deferiu parcialmente o pedido formulado pela requerente nos autos da Suspensão de Liminar n.º 2007.04.00.024574-0/RS (fls. 04/08);b) competência da Presidência do Supremo Tribunal Federal, dado que a matéria em discussão é de natureza constitucional: ofensa aos arts. 2.º; 5.º, inc. II; 37, inc. VI; 61, § 1.º, inc. II, c e 169, § 1.º, incs. I e II, todos da Constituição da República (fls. 08/09);

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c) ocorrência de grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordens administrativa e jurídico-constitucional, porquanto a decisão impugnada impõe que a Administração Pública proceda a nomeação de candidato aprovado em concurso público dentro do seu prazo de validade (fls. 09/12);d) ocorrência de grave lesão à economia pública, tendo em vista que "a nomeação de servidores públicos em cargo efetivo impõe a existência de recursos orçamentários devidamente alocados no orçamento geral da União, o que depende de lei específica, consoante o disposto no art. 169, § 1.º, incs. I e II da Constituição Federal" (fls. 13/14).Requer, ao final, o deferimento do presente pedido de suspensão "a eficácia executiva da decisão até o trânsito em julgado da decisão de mérito da ação de origem" (fl. 15).

2. A Procuradoria-Geral da República opina pelo indeferimento do pedido (fls. 188/195).

3. Reconheço que a controvérsia deduzida na ação civil pública em apreço evidencia a existência de matéria constitucional, que se depreende das próprias razões da decisão proferida pelo Juízo da 3ª. Vara Federal de Santa Maria, Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, verbis: "verifica-se que a regra, para ingresso no serviço público, é o concurso público, somente de provas ou de provas e títulos. O objetivo da norma é selecionar somente os melhores, aplicando-se aí o princípio do mérito"(fl. 167).Dessa forma, cumpre ter presente que a Presidência do Supremo Tribunal Federal dispõe de competência para examinar questão cujo fundamento jurídico é de natureza constitucional (art. 297 do RISTF, c/c art. 25 da Lei 8.038/90), conforme firme jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 475/DF, rel. Min. Octavio Gallotti, Plenário, DJ 22.4.1994; Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 06.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

4. A Lei 8.437/92, em seu art. 4º, § 1º, autoriza o deferimento do pedido de suspensão da execução de sentença nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, no processo de ação civil pública, em caso de manifesto interesse público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.Conforme autoriza a jurisprudência pacificada do Supremo Tribunal Federal, quando da análise do pedido de suspensão de decisão (SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.1996; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001, dentre outros), permite-se o proferimento de um juízo mínimo de delibação a respeito da questão jurídica deduzida na ação principal. Para tanto, destaco da inicial da ação civil pública:"O objetivo da presente ação é obrigar a Universidade Federal de Santa Maria e a União Federal a contratar servidores públicos necessários para a manutenção do atendimento mínimo indispensável dentro o Hospital Universitário de Santa Maria, substituindo-se paulatinamente, os contratados ilegalmente via Fundação de Apoio (FATEC), sem o regular concurso público, para suprir necessidades relacionadas à atividade-fim do Hospital Universitário.(...) O principal óbice a contratação é a autorização por parte do Ministério da Educação. Reitera-se: parte do recurso existe, há concurso homologado e em prazo de validade e há cargos vagos. (...)" (fl. 17)5. Além disso, ressalto o contido na decisão liminar ora impugnada, proferida pela Juíza Federal da 3ª. Vara Federal de Santa Maria, Seção Judiciária do Rio Grande do Sul, nos autos da Ação Civil Pública nº. 2007.71.02.005911-4/RS:

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"(...) A toda evidência, denota-se que os projetos, levados a efeito entre as instituições federais de ensino superior e as fundações de apoio não podem servir, de forma alguma, para contratação de pessoal que vise atender necessidades permanentes das primeiras.Entretanto, isso é o que vem ocorrendo com a UFSM e a FATEC, na medida em que aquela se tem utilizado dos Projetos alinhavados com essa, para contratar profissionais da área de saúde, os quais, indubitavelmente, estão atendendo a necessidades permanentes da Autarquia educacional em questão.Por derradeiro, há outra circunstância que, per si, contribui para a ilegalidade dos referidos projetos. É que o Procurador Jurídico da UFSM, em parecer cuja cópia foi anexada as fls. 38/41, mencionou a existPor derradeiro, há outra circunstância que, per si, contribui para a ilegalidade dos referidos projetos. É que o Procurador Jurídico da UFSM, em parecer cuja cópia foi anexada as fls. 38/41, mencionou a existência de Ação Civil Pública, promovida pelo Ministério Público do Trabalho contra a UFSM e já com acórdão transitado em julgado, onde se decidiu ''que a UFSM é vedado efetivar contratação de pessoal, seja de forma direta ou por interposta pessoa (fundações, etc.) sob pena de imposição de multa, bem como, acaso infringida a proibição, ser considerado o ato como desobediência à ordem judicial, sujeitando o infrator às penalidades legais''.A existência desse acórdão foi reiterada, inclusive, pelo Procurador da UFSM, Dr. Paulo Roberto Brum, em audiência realizada no último dia 23 de julho, neste juízo.(...) Do acima exposto, outra não pode ser a conclusão que o caráter inconstitucional e ilegal das indigitadas contratações, as quais, ainda, esbarram em decisão judicial transitada em julgado. Cumpre, então, ao Poder Judiciário vedar, mais uma vez, tais práticas.(...)." (fls. 168/173) Assim, entendo que os relevantes fundamentos levantados pelo Ministério Público Federal e acatados pela decisão liminar ora impugnada possuem o condão de, no caso, afastar as supostas lesões à ordem e à economia públicas aqui defendidas pelo requerente, até porque a decisão em tela protege a ordem pública, em sua acepção jurídico-constitucional. Nesse contexto, frise-se que os pressupostos contidos no caput do art. 4º da Lei 8.437/92, vale dizer, "manifesto interesse público" e "grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas" militam, na espécie, em favor do ora interessado, o Ministério Público Federal.

6. Nesse sentido, transcrevo parte do parecer da Procuradoria-Geral da República, verbis:"(...) 13. Assim, apesar da relevância dos argumentos expostos no pedido de suspensão de liminar, nota-se que a decisão impugnada, ao impor a obrigação à UFSM e à União no sentido de que se procedesse à integral substituição dos profissionais da saúde, contratados através da FATEC, para atuarem no HUSM, nomeando e empossando candidatos já aprovados em concurso público, objetivou munir ''o Hospital Universitário dos recursos humanos necessários ao seu efetivo funcionamento, vedando-se, ainda, a realização de novas contratações de profissionais de saúde, através de Projetos entre a UFSM e quaisquer fundações de Apoio'' (fl. 165).(...)". (fls. 192/193) Percebe-se, ademais, no presente pedido de suspensão de liminar, nítido caráter recursal infringente, o que não se coaduna com esta estreita via suspensiva, nos termos do mencionado art. 4º da Lei 8.437/92 e da iterativa jurisprudência desta Corte (Suspensões de Liminares 14/MG, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 03.10.2003; 80/SP, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 19.10.2005; 98/SP e 56-AgR/DF, por mim relatadas, DJ 1º.02.2006 e 23.6.2006; e na Suspensão de Segurança 2.900/DF, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 24.3.2006).

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7. Ante o exposto, indefiro o pedido.Publique-se.Brasília, 12 fevereiro de 2008.Ministra Ellen Gracie Presidente