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A transformação de um passivo
ambiental em recurso energético
Contexto regulatório, institucional e de negócio
26 e 27 de outubro de 2010
Fórum Nacional Resíduos Sólidos 2010
Carlos Alberto R. silva
A EMAE é concessionária de serviços públicos de geração de
energia elétrica, de capital aberto com controle acionário do
Governo do Estado de São Paulo.
Além da geração de energia, é responsável também pelo controle
de cheias do Rio Pinheiros.
Tem direcionado esforços em estudos de energias alternativas e
renováveis.
Empresa Metropolitana de Águas e Energia
Usinas hidrelétricas e PCHs 936 MW
Usinas termelétricas 760 MW
Usinas elevatórias Traição e Pedreira
Reservatórios Billings e Guarapiranga
Barragens Edgard de Souza e Pirapora
A utilização dos de resíduos sólidos urbanos como fonte
alternativa para geração de energia elétrica deve ser analisada
sob duas óticas:
1) É uma alternativa ambiental de destinação final dos
resíduos
Constitui um relevante processo, no conjunto de soluções
integradas, para a destinação de resíduos sólidos urbanos,
devido aos significantes benefícios ambientais e sociais que
proporciona, tais como: redução de peso, volume,
periculosidade à saúde pública e ao meio ambiente.
2) Não pode ser considerada uma usina termoelétrica
Embora contribua com a expansão e diversificação da matriz
energética nacional, com a utilização de uma fonte abundante,
embora ainda desprezada e inexplorada no Brasil, não se
sustenta economicamente apenas com a receita da energia.
Conversão de resíduos em energia
Etapas hierárquicas da gestão de RSU
Redução na fonteRedução na fonte ReutilizaçãoReutilização
Reciclagem e
compostagem
Reciclagem e
compostagem
Tratamento térmico
com aproveitamento
energético
Tratamento térmico
com aproveitamento
energético
Destinação final em
aterro sanitário
Destinação final em
aterro sanitário
Marco Regulatório (1)
CONDICIONANTES LEGAIS FEDERAIS
Lei 11.445/2007 - Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento
básico e contempla a formação de consórcios públicos entre municípios, ou entre
municípios e estado, para a prestação de serviços de saneamento.
Lei 11.107/2005 - Derivada do art. 241 da Constituição, regulamenta os
consórcios públicos.
Lei 12.305/2010 - Estabelece a PNRS. Em regulamentação.
Resolução CONAMA 316/2002 - Art. 24 - Estabelece que a implantação do
sistema de tratamento térmico de resíduos de origem urbana deve ser precedida
da implementação de um programa de segregação de resíduos, de até 30%, em
ação integrada com os responsáveis pelo sistema de coleta e de tratamento
térmico, para fins de reciclagem ou reaproveitamento, de acordo com os planos
municipais de gerenciamento de resíduos.
Resolução ANEEL 271/2007 – Isenta os custos de transmissão e distribuição
(“tarifa-fio”) de empreendimentos de geração de energia a partir de RSU, com
capacidade até 30MW.
CONDICIONANTES LEGAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Lei 12.300/2006 - Institui a política estadual de resíduos sólidos, regulamentada
pelo decreto 54.645/2009. Exige para implantação do empreendimento a
elaboração dos planos municipais de gerenciamento de resíduos sólidos e plano
metropolitano de resíduos sólidos, com participação do estado, municípios e
sociedade civil.
Resolução SMA 079/2009 - Estabelece condições para a operação e o
licenciamento de usinas de recuperação de energia.
Decreto 52.469/2007 - Estabelece regras para o licenciamento ambiental em
áreas saturadas e em vias de saturação.
CONDICIONANTES LEGAIS MUNICIPAIS
Plano diretor municipal de saneamento e gestão de resíduos.
Lei orgânica.
Leis de zoneamento e ocupação do solo.
Lei autorizativa para realização de PPP.
Marco Regulatório (2)
Modelo institucional
RSU
ContraprestaçãoPoder Público RSU
ContraprestaçãoPoder Público RSU
ContraprestaçãoPoder Público
CETESB – Monitoramento contínuo das emissões
ANEEL / ARSESP – Regulação e fiscalização
Responsabilidades do Poder Público
• Constituição de Consórcio Público, se for o caso.
• Coleta, transporte e descarga dos resíduos no local do
empreendimento.
• Garantia da entrega dos RSU à SPE, nas quantidades e qualidade
estabelecidas em Contrato.
• Garantia do pagamento da contraprestação à SPE por todo prazo
contratual.
• Garantia do equilíbrio econômico-financeiro do empreendimento para
casos de mudanças de legislação, implicando em novos investimentos
e/ou custos adicionais de O&M.
• Investimento e implantação e ou ampliação dos sistemas de coleta
seletiva, para atendimento à Resolução CONAMA 316.
• Fiscalização dos indicadores de desempenho estabelecidos em
Contrato.
Responsabilidades da SPE
• Obtenção das licenças ambientais.
• Realização dos investimentos e implantação do empreendimento.
• Operação da planta.
• Manutenção de todas as instalações do empreendimento.
• Comercialização da energia elétrica.
• Realização do tratamento dos RSU com recuperação de energia.
• Destinação dos RSU em aterros sanitários nos períodos de
indisponibilidade parcial ou total da planta.
• Destinação final dos rejeitos do processo.
• Cumprimento dos indicadores de desempenho estabelecidos no
Contrato.
• Atualização tecnológica contínua.
Existe uma Política Nacional para Resíduos Sólidos, embora
ainda em regulamentação.
Existe um Marco Regulatório no Estado de São Paulo, inclusive
para a questão ambiental.
A recuperação energética de RSU possui tecnologia dominada,
atendendo aos mais rigorosos limites de emissões.
O principal gargalo para viabilização dos empreendimentos é de
ordem econômica, considerando que os valores de mercado
praticados para energia elétrica e para o tratamento e
destinação final de resíduos (as duas principais receitas)
dificultam a remuneração do investimento e a cobertura dos
custos de operação e manutenção das instalações dessa
natureza.
Considerações
Redução do valor do investimento (nacionalização).
Linhas de financiamento especiais.
Desoneração tributária e isenção de impostos.
Redução dos custos de O&M.
Otimização da eficiência do processo.
Obtenção de receita com créditos de carbono.
Incremento no nível do preço do serviço de tratamento.
Preço de energia incentivada.
Viabilização econômica
Tributação incidente em WTE
Tributos incidentes no investimento (CAPEX) Alíquota
ISS sobre projeto, construção e montagem 4,1%
ICMS sobre bens nacionais 9,97%
ICMS sobre bens importados 8,57%
PIS/PASEP sobre bens nacionais e importados 1,65%
COFINS sobre bens nacionais e importados 7,6%
II – Imposto de importação de bens 11,37%
IPI sobre bens nacionais e importados 5%
Tributos incidentes na operação e manutenção (OPEX) Alíquota
ISS sobre serviços de manutenção e queima dos RSUs 5%
ICMS sobre insumos e sobressalentes 18%
TFSEE (ANEEL) sobre a venda de energia elétrica 0,5%
TUSD/TUST (WTE até 30 MW, conforme Resolução ANEEL nº 271) isento
PIS/PASEP sobre a receita bruta 1,65%
COFINS sobre a receita bruta 7,6%
IR sobre o lucro líquido 25%
CSLL sobre o lucro líquido 9%
Efeitos da isenção sobre o CAPEX
Com isenção dos tributos sobre o CAPEXRedução do
investimento
ISS sobre projeto, construção e montagem 1,3%
ICMS sobre bens nacionais 4,5%
ICMS sobre bens importados 1,5%
PIS/PASEP sobre bens nacionais 0,67%
COFINS sobre bens nacionais 3,09%
PIS/PASEP sobre bens importados 0,27%
COFINS sobre bens importados 1,24%
II – Imposto de importação de bens 1,86%
IPI sobre os bens nacionais e importados 3,17%
Percentual total de redução do investimento 17,6%
Redução uniforme dos preços de ambos os produtos (contraprestação
e energia elétrica): 9,95%
ou
Redução apenas do preço da contraprestação, mantido o da energia
elétrica: 14,47%
Efeitos da isenção sobre o OPEX
Com isenção dos tributos sobre o OPEX
Redução da
necessidade
de receita
ISS sobre serviços de manutenção e queima dos RSUs 3,35%
ICMS sobre insumos e sobressalentes 1,15%
TFSEE (ANEEL) sobre a venda de energia elétrica 0,21%
PIS/PASEP sobre a receita bruta 1,94%
COFINS sobre a receita bruta 8,03%
IR sobre o lucro líquido 4,4%
CSLL sobre o lucro líquido 1,57%
Percentual total de redução da necessidade de receita 20,65%
Redução uniforme dos preços de ambos os produtos (contraprestação e
energia elétrica): 20,65%
ou
Redução apenas do preço da contraprestação, mantido o da energia
elétrica: 30,22%
Efeito cumulativo CAPEX + OPEX
Redução uniforme dos preços de ambos os produtos
(contraprestação e energia elétrica): 28,88%
ou
Redução apenas do preço da contraprestação, mantido o da
energia elétrica: 42,08%