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Há algum tempo, o TJMG vem buscando soluções para reduzir os impactos do consumo excessivo de bens renováveis e adota medidas que visam à realização do seu dever institucional na interação com o meio ambiente. O Programa Sustentabilidade Legal, a ser lançado no dia 3 de junho, é um dos caminhos pos- síveis na construção de um futuro viável. Páginas 6 e 7 Central de Conciliação Programa de Atenção à Família Página 11 BH - JUNHO - 2009 ANO 15 - NÚMERO 139 Publicação da Secretaria do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais Sustentabilidade Legal já é realidade no TJ

Sustentabilidade Legal já é realidade no TJça de Minas Gerais reafirma a importân-cia de parcerias para o desenvolvimento de ações, principalmente voltadas para situações e

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Há algum tempo, o TJMG vem buscando soluções para reduzir os impactos doconsumo excessivo de bens renováveis e adota medidas que visam à realizaçãodo seu dever institucional na interação com o meio ambiente. O ProgramaSustentabilidade Legal, a ser lançado no dia 3 de junho, é um dos caminhos pos-síveis na construção de um futuro viável.

Páginas 6 e 7

Central de ConciliaçãoPrograma de Atenção à FamíliaPágina 11

BH - JUNHO - 2009 ANO 15 - NÚMERO 139

Publicação dda SSecretaria ddo TTribunalde JJustiça ddo EEstado dde MMinas GGerais

Sustentabilidade Legaljá é realidade

no TJ

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E X P E D I E N T E

ParticipeInteressados em divulgar notíciasnas próximas edições do TJMGInformativo devem encaminhar omaterial à Ascom pelo [email protected].

Tribunal dde JJustiça ddo EEstado dde MMGPresidente: Sérgio Antônio deResende;1º VVice-PPresidente: Cláudio Costa; 2º VVice-PPresidente: Reynaldo XimenesCarneiro;3º VVice-PPresidente: Jarbas Ladeira; Corregedor-GGeral: Célio César Paduani;Superintendentes dde CComunicação:Alexandre Victor de Carvalho, AntônioArmando dos Anjos; SecretárioEspecial dda PPresidência: Luiz CarlosElói; Secretária ddo PPresidente: SidneiaSimões; Assessor dde CComunicaçãoInstitucional: Ronaldo Ribeiro; Gerentede IImprensa: Wilson Menezes;Editoras ee JJornalistas RResponsáveis:Ione Bernadete Dias - RG n° 1929/MGe Patrícia Melillo - RG n° MG04592/JP; Revisão: Ione Bernadete/Patrícia MelilloDesign Gráfico: Narla Prudêncio;Capa: Shirley Moraes: Fotolito eeImpressão: Lastro Editora Ltda. Ascom TTJMG: Rua Goiás, 253 - 1ºandar, Centro - Belo Horizonte - MG CEP 30190-030Tel.: 31 3237-6551 Fax: 31 3226-2715E-mail: [email protected] TTJMG/Unidade RRaja GGabaglia:31 3299-4622Ascom FFórum BBH: 31 3330-2123Tiragem: 3 mil exemplares

Parceria: alternativapara atendimento à mulher

E D I T O R I A L

O juiz da Vara de Execuções Criminais, Herbert Carneiro, tomouposse no dia 30 de abril, como desembargador do Tribunal de Justiça de MinasGerais (TJMG), passando a ocupar a vaga deixada pelo desembargador GeraldoSenra Delgado. O novo desembargador, empossado pelo presidente do TJ,desembargador Sérgio Resende, compõe a 4ª Câmara Criminal.

TJ empossa desembargador

02 J U N H O / 2 0 0 9

parada a épocas anteriores, ainda assimo problema persiste. Segundo as estatís-ticas, no Brasil, uma em cada cinco mu-lheres já sofreu algum tipo de violência fí-sica, sexual ou outro abuso praticado porum homem. Estima-se que, a cada 15segundos, uma mulher é vítima de vio-lência e somente 10% delas denunciam.

Por trás desse quadro de violência,existem questões graves a serem discu-tidas, como a desestruturação dos laçosfamiliares e o comprometimento psíquicode filhos oriundos desses núcleos. A im-potência das crianças e adolescentes, a-liada à impunidade, pode gerar confor-mismo com situações de violência e, atémesmo, a perversa reprodução do mode-lo original.

“Onde existe violência todo mundoperde” - esse é um dos slogans que trou-xeram para o debate público a questãoda violência contra a mulher. A Lei Mariada Penha (Lei 11.340/2006) veio, justa-

Mais uma vez, o Tribunal de Justi-ça de Minas Gerais reafirma a importân-cia de parcerias para o desenvolvimentode ações, principalmente voltadas parasituações e camadas mais vulneráveisda sociedade. Desta vez, trata-se dacriação do Centro Integrado de Atendi-mento à Mulher Vítima de Violência Do-méstica e Familiar (CIM).

O centro é uma parceria entre oJudiciário e o Executivo, incluindo os ór-gãos autônomos, como Ministério Públi-co e Defensoria Pública, visando coibir aviolência contra a mulher. Ao acolher amulher vítima de violência, o CIM conta-rá com toda a estrutura de atendimento,incluindo perícias, assistência psicosso-cial, além de carceragem para atenderàs necessidades coercitivas.

Historicamente, a violência do-méstica e familiar contra a mulher temsido “mascarada” pela sociedade. Embo-ra a situação já tenha evoluído se com-

mente, para tentar erradicar esse graveproblema.

Essa lei trouxe várias inovações: adesistência da ação penal contra o a-gressor só pode ser feita perante o juiz;estão proibidas as penas pecuniárias (pa-gamento de multas ou cestas básicas); oingresso e saída do agressor da prisãodeverão ser notificados à vítima de vio-lência doméstica; está garantida a pre-sença do advogado ou defensor em to-das as fases do processo; e a violênciadoméstica contra mulher portadora dedeficiência significa aumento da pena emum terço.

A criação do Centro de Atendimen-to em Minas demonstra atenção especialdos gestores públicos para com a ques-tão da mulher. Significa o firme propósitode combater esse tipo de agressão, pormeio de um atendimento integrado, comsoluções ágeis e efetivas.

Devido à redução da tiragem do TJMG Informativo, os magistrados e ge-rentes são responsáveis por fazer circular o jornal entre a equipe, para quetodos tenham acesso às notícias da Instituição. O TJMG Informativo estátambém disponível no Portal www.tjmg.jus.br

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I N S T I T U C I O N A L

Colégio de Presidentesse reúne em Araxá

Wilson Menezes

O encontro foi encerrado com a divulgação da “Carta de Araxá”

Seguindo esse raciocínio, o corregedor nacionalde Justiça Gilson Dipp também reforçou a neces-sidade de se aperfeiçoarem as políticas de gestãodos recursos humanos e financeiros do Poder Judi-ciário. “Temos que cortar os excessos. Não po-demos fugir de decisões que podem ser considera-das drásticas, no primeiro momento, mas que de-vem ser tomadas”, defendeu.

O presidente do TJMG, de-sembargador Sérgio Resende,ponderou que o desafio a ser al-cançado - celeridade e eficácia -passa pelo esforço de magistra-dos e servidores em buscar aten-der melhor a sociedade. Ele expli-cou que o Tribunal mineiro tem fei-to sua parte. Entre os exemplos deavanço, o magistrado citou a im-plantação do alvará eletrônico, oprojeto Novos Rumos na ExecuçãoPenal que apoia a criação das As-sociações de Proteção e Assistên-cia aos Condenados, (Apacs), asCentrais de Conciliação, os Juiza-dos de Conciliação e o Programa

de Atenção Integral ao Paciente Judiciário Portadorde Sofrimento Mental (PAI-PJ).

O presidente do Colégio de Presidentes deTribunais de Justiça e desembargador do Tribunal deJustiça do Rio de Janeiro, Marcus Faver, exaltou oespírito de Minas Gerais que, segundo ele, contribu-iu efetivamente para a reunião estadual dos magis-trados desde o seu início. Marcus Faver associou osintegrantes do Colégio de Presidentes aos cava-leiros da Távola Redonda. Segundo ele, ambos têmelevado ideal de Justiça e de luta contra aqueles quenão entendem a importância das leis para regular ocomportamento social.

Reunidos em Araxá, no período de 14 a 16 demaio, presidentes de Tribunais de Justiça dos Esta-dos brasileiros debateram assuntos de interesse doPoder Judiciário. Esse foi o 79º Encontro, coordena-do pelo Colégio de Presidentes de Tribunais de Jus-tiça. No final, os magistrados definiram pontos deconsenso, divulgados na “Carta de Araxá”. Entreeles, reafirmar a importância de se manter o neces-sário respeito aos princípios da auto-nomia administrativa dos Tribunaisde Justiça, requisito indispensável àsoberania do Poder Judiciário no sis-tema federativo.

O incentivo aos Tribunais nosentido de adotarem planejamentosestratégicos, estimularem discus-sões visando reformular o processode execuções penais para o esta-belecimento de métodos efetivos narecuperação de apenados, além deressaltar a necessidade da incorpora-ção, em todo o Judiciário brasileiro,de um sistema de Processo JudicialEletrônico, padronizado, sob a res-ponsabilidade do Conselho Nacionalde Justiça (CNJ) foram outros tópi-cos destacados na Carta.

Durante o evento, o secretário-geral do CNJ,juiz Rubens Curado, constatou que não adianta osTribunais aumentarem o orçamento, o número dejuízes, servidores e varas, sem que um planeja-mento estratégico seja adotado. Ele comprovousua afirmativa, revelando dados contabilizados pe-lo CNJ, entre 2004 e 2008. Embora tenha sidoconstatado um aumento considerável de todos osindicadores; de receita a julgamentos, e os juízestenham trabalhando mais, o acervo processualcontinua crescendo.

Reafirmar aimportância

de se manter o necessáriorespeito aos princípios daautonomia administrativados Tribunais de Justiça,requisito indispensável àsoberania do PoderJudiciário no sistema federativo. (Carta de Araxá)

Exemplos dde aavanço

Alair

03J U N H O / 2 0 0 9

Planejamento eestratégico

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I N S T I T U C I O N A L

04 J U N H O / 2 0 0 9

Minas ganha

Vanderleia Rosa

Atendimento e atenção para mulheres ví-timas de violência doméstica e familiar. Comesse propósito, será inaugurado, no dia 5 dejunho às 10h, em Belo Horizonte, o Centro In-tegrado de Atendimento à Mulher Vítima daViolência Doméstica e Familiar (CIM), na ave-nida Olegário Maciel, 600, Centro, com a pre-sença de diversas autoridades.

O que se pretende com a iniciativa é darefetividade às determinações da Lei Maria daPenha (Lei 11.340/06) e, com isso, resguardara mulher de toda forma de negligência, explo-ração, crueldade, violência e opressão.

O espaço, onde funcionava a VaraInfracional da Infância e Juventude, vaireunir duas varas judiciais com competênciaexclusiva para julgar os casos previstos naLei Maria da Penha, e também equipes doMinistério Público, Defensoria Pública,Delegacia de Mulheres (atendimento 24horas), Posto do Instituto Médico Legal (IML)e Polícia Militar. As vítimas vão contar, ainda,com atendimento psicossocial que seráprestado pela Coordenadoria Especial dePromoção e Defesa da Mulher – uma par-ceria com o Poder Executivo.

Para a desembargadora do Tribunal deJustiça de Minas Gerais (TJMG), Teresa Cris-tina da Cunha Peixoto, a iniciativa coloca Mi-nas em posição de destaque ao proporcionarum atendimento integrado à mulher vítimade violência, buscando, por meio de procedi-mentos conjuntos, resolver os casos com aagilidade necessária.

A biofarmacêutica Maria da Penha Maia,que batiza com seu nome a Lei Maria da Pe-nha, virou símbolo contra a violência domés-tica. Durante seis anos, ela foi agredida pelomarido. Em 1983, por duas vezes, ele tentouassassiná-la. Na primeira, com arma de fogo,deixando-a paraplégica e na segunda, poreletrocução. Na época, ela tinha 38 anos etrês filhas.

O caso chegou à Comissão Interameri-cana dos Direitos Humanos da Organizaçãodos Estados Americanos (OEA), e foi consi-derado, pela primeira vez, um crime de vio-lência doméstica. Após as tentativas de ho-micídio, Maria da Penha começou a atuar em

movimentos sociais contra violência e impuni-dade. Hoje, é coordenadora de estudos da As-sociação de Estudos, Pesquisas e Publicaçõesda Associação de Parentes e Amigos de Ví-timas de Violência (APAVV), no Ceará.

A Lei Maria da Penha permite que agres-sores sejam presos em flagrante ou tenham aprisão preventiva decretada. Também proíbe aaplicação de penas pecuniárias, aquelas emque o réu é condenado a pagar cestas básicasou multas. A lei traz também uma série de me-didas para proteger a mulher agredida, que es-tá em situação de agressão ou cuja vida correriscos. Entre elas, a saída do agressor de casa,a proteção dos filhos e o direito de a mulherreaver seus bens.

Conforme o art. 5º da Lei Maria da Penha,violência contra mulher é “qualquer ação ou o-missão baseada no gênero que lhe cause mor-te, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicoló-gico e dano moral ou patrimonial”.

Símbolo de luta

Centro Integrado da Mulher

A iniciativacoloca Minas emposição dedestaque ao

proporcionar umatendimento integradoà mulher vítima deviolência.”‘

Centro Integrado de Atendimento à Mulher

Vítima de Violência Doméstica e Familiar

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R E S P O N S A B I L I D A D E S O C I A L

PAI-PJ: o trabalhocomo elo socialRaul Machado

oares acreditaque é precisodar oportunidadeaos pacientesjudiciários, mas

ressalta a importânciada continuidade dotratamento, que nãopode ser abandonado

S

No quadro de avisos da salados assistentes sociais, uma pá-gina de jornal chama a atenção.“Onde Procurar Trabalho”, diz otítulo da matéria que dá dicas deagências, documentos necessá-rios e outras orientações.

No entanto o que mais des-perta a atenção é o local onde fi-ca a sala: Casa PAI-PJ – Progra-ma de Atenção Integral ao Paci-ente Judiciário. O trabalho ouocupação é um dos laços sociaisque os pacientes judiciários -pessoas portadoras de sofri-mento mental que cometeramalgum crime – procuram con-quistar através da orientaçãodos assistentes sociais.

O PAI-PJ é um Programa doTribunal de Justiça de Minas Ge-rais, em funcionamento há qua-se dez anos, e trabalha com opaciente judiciário, envolvendotrês setores: Psicologia, Assis-tência Social e Assistência Jurí-dica. Os laços sociais, o convíviocom a família, amigos, o acessoàs políticas públicas são algu-mas das áreas a que o setor da

vaga é a dificuldade na hora deconseguir o atestado de bonsantecedentes, lembra o assis-tente social João Ribeiro.

Para muitos pacientes, asaída é o “bico”, o trabalho infor-mal, como milhões de brasilei-ros. Rosalina Santos apontatambém a baixa escolaridade damaioria como outro obstáculona busca por um emprego.

Wagner Soares é dono deuma oficina mecânica em BeloHorizonte e emprega um pacien-te judiciário. “Ele é uma pessoadifícil, mas é trabalhador e gostado que faz”, diz o empregador.

Soares acredita que é preci-so dar oportunidade aos pacien-tes judiciários, mas ressalta aimportância da continuidade dotratamento, que não pode ser a-bandonado. “Qualquer problemaque acontece na oficina eles meligam”, conta a assistente socialque cuida do caso, Ursulla Rey.

assistência social se dedica.Nem sempre o trabalho é

indicado, mas, em muitos casos,é o “ponto de equilíbrio” dapessoa. Conforme a assistentesocial Kelem Silva, é o pacienteque precisa trazer a demandapor trabalho.

Já a assistente social Bea-triz Pinheiro explica que o traba-lho é uma das formas de trata-mento. Observado o desejo detrabalhar, o caso é discutido pe-los assistentes sociais com ogrupo da psicologia e com os as-sistentes jurídicos. O setor daAssistência Social fornece o su-porte na confecção de docu-mentos, elaboração de currícu-los e orientações sobre a buscado trabalho. Dos pacientes con-siderados aptos a trabalhar, pou-cos conseguem um empregoformal, com carteira assinada,pois o preconceito é grande.“Louco e infrator, dois estigmasnuma pessoa só”, lamenta a as-sistente social Beatriz Pinheiro.

Outro ponto que pratica-mente inviabiliza a conquista da

Oportunidade

A casa Pai-PJ ondefica a coordenaçãodo Programa emBelo Horizonte

O PAI-PJ é referência nacio-nal no acompanhamento a paci-entes judiciários. A psicóloga ecoordenadora do Programa, Fer-nanda Otoni, comemora os resul-tados: Aproximadamente dois milpacientes já passaram pelo Pro-grama. Mas confessa que aindafalta sensibilidade das pessoas nahora de dar uma chance de traba-lho aos pacientes judiciários.

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Pincel e tintas, o desenho é uma das ocupacões do paciente judiciário.

Fotos: Rodrigo Albert

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Rachel Barreto

S u s t e n t a b i l i d a d e L e g a l

J U N H O / 2 0 0 906

Justiça mineira em busca

Sem dúvida, a equipedo Tribunal de Justiçairá aderir ao Programa,pois hoje há uma

preocupação constantede todos com o desgatedo meio ambiente”‘

No dia 3 de junho, o TJMG lançou oPrograma Sustentabilidade Legal, que co-loca em destaque a preocupação da Insti-tuição com o desenvolvimento humano etodos os aspectos da sustentabilidade:social, ecológico, ambiental, cultural, eco-nômico e tecnológico, entre outros.

Para o Tribunal, sustentabilidade ébem mais que um modismo passageiro oumera ferramenta de marketing social: é apreocupação básica que deve perpassartodas as ações e o cotidiano da Institui-ção, irradiando seus efeitos benéficos pa-ra os demais setores da sociedade.

O objetivo geral do Programa é im-plantar e incrementar ações administrati-vas considerando o tripé básico da susten-tabilidade, ou seja, ambientalmente corre-tas, socialmente justas e economicamen-te viáveis. As ações se desenvolverão se-guindo três vetores: implantação ou aper-feiçoamento de procedimentos adminis-trativos; valorização dos agentes internos;fortalecimento da integração do Tribunalcom clientes e parceiros.

Formado por magistrados e servido-res, o Grupo Gestor do Programa planeja,elabora e acompanha as ações ligadas àsustentabilidade, contemplando tambémos princípios da eficiência e da economici-dade. Para o presidente do Grupo, desem-

bargador Audebert Delage, a preocupaçãocom a sustentabilidade já existia no TJMG.“Pela sua atividade-fim, o Judiciário julga asações que lhe são trazidas a respeito de meioambiente. Na sua área administrativa, deveter também essa consciência ambiental, de-ve dar o exemplo”, afirma.

Um dos diferenciais do Programa é apreocupação com o estudo detalhado de ca-da ação antes de sua implementação, paragarantir que seja embasada por critérios téc-nicos objetivos. “As ideias são muitas. Mas aimplementação tem que ser bem estudada,pois o impacto é muito grande devido ao ta-manho do Tribunal”, explica Marcelo Serie-ma, da Assessoria Técnica e Jurídica para aGestão de Bens, Serviços e Patrimônio.

Todas as ações serão descritas de formaclara, com seus objetivos, justificativas, cus-tos, indicadores de resultado, planos de a-ção, responsáveis e prazos. Depois da im-plantação, serão sistematicamente acompa-nhadas e avaliadas quanto aos resultadosobtidos, usando indicadores. O Grupo se reu-nirá com as equipes responsáveis para avaliaros resultados e propor a manutenção dasatividades ou possíveis ações de melhoria.

O Programa busca também algo maisdifuso: a conscientização dos envolvidos euma nova cultura, centrada em valores sus-tentáveis. “É um Programa de ações e, aomesmo tempo, um programa educacional,que envolve ciência, tecnologia, pesquisa”,destaca o juiz Jair Santana, vice-presidentedo Grupo Gestor e superintendente opera-cional de implantação do Programa. “Espe-ro que a mudança venha da quebra de para-digmas, da mudança de cultura. É tambémuma transformação individual, a longo pra-zo”, completa.

Critérios e resultados

O juiz Jair Santana destaca que o Programa envolveciência, tecnologia e pesquisa

da sustenta

A equipe da Diretoria Executiva de Engenharia e Gestão Predial desenvolve soluções para a racionalização do uso de recursos

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07J U N H O / 2 0 0 9

Para o desembargador Audebert Delage, oJudiciário deve dar o exemplo

Com os olhos no futuro

Compras sustentáveis

Projetos e obras

Antes mesmo da criação do Programa,diversas ações do TJ já apontavam para apreocupação com a sustentabilidade. Nos úl-timos anos, várias iniciativas foram colocadasem prática para incentivar o consumo consci-ente, racionalizar práticas, fomentar ações deresponsabilidade social, valorizar os recursoshumanos, reduzir o desperdício e preservar omeio ambiente, dentre outras.

Ações bem-sucedidas que já integram oacervo da experiência institucional serão a-gregadas ao Programa e, a partir de então,sua maior difusão auxiliará na implantação deoutras ações. “Quase todos os objetivos queforam estabelecidos pelo Programa conver-gem para uma melhor administração e para aeconomia de recursos. A redução de despe-sas não é só uma questão econômica, ela re-flete também um melhor trato com a matéria-prima que é extraída do meio ambiente”, afir-ma o desembargador Delage. Além das medi-das para incentivar o consumo consciente, oTJ desenvolve um trabalho constante de veri-ficação dos gastos, para detectar excessos eirregularidades.

Assim como outras instituições públicas,o TJMG é um grande consumidor de bens,produtos e serviços, que exerce influênciaefetiva na atividade econômica e tem papelpreponderante na criação de novos padrõesde consumo. Um dos objetivos do Programaé que contratos, convênios, editais, acordose ajustes observem preceitos da susten-tabilidade. “As cláusulas de compras susten-

táveis estão nos nossos planos e são ten-dência nacional na administração pública”, a-firma Henrique Campolina, da Gerência deCompras de Bens e Serviços.

Porém, a forma de inserir essas cláusu-las ainda está sendo estudada pela equipedo Tribunal, que busca embasamento teóri-co e condições práticas para torná-las efeti-vas. As pesquisas dentro do Tribunal e asparcerias com outras instituições irão, nofuturo, viabilizar as licitações sustentáveis.

Para o gerente de Projetos do TJMG,Márcio Lacerda, a sustentabilidade já faziaparte do cotidiano. “A relação custo-benefí-cio que nós buscamos em todos os projetos,por si só, já é uma premissa de sustentabili-dade. Significa aproveitar bem os recursospara maximizar os resultados, buscando omelhor emprego dos materiais”, explica.

Os projetos buscam criar edifícios ver-sáteis, que se adaptem a usos futuros e, ca-so seja necessário, consomem menos ener-gia e geram menos resíduos durante refor-mas. Priorizam também iluminação natural,ventilação cruzada e troca térmica, possibili-tando economia de energia elétrica.

Para Lacerda, o Programa Sustentabili-dade Legal vai trazer resultados ainda maisexpressivos. “Na prática, o Programa nostorna mais engajados. Até então, nós fazía-mos o que era possível. Agora, vamos nos o-brigar a fazer o máximo, vamos ter metas acumprir”, conclui.

As ações de sustentabilidade que o Tri-bunal adota hoje prometem, no futuro, trazer

Banco de Ideias Sustentáveis

benefícios para a Instituição, seus integran-tes e para a sociedade. Mas, para que osobjetivos sejam alcançados, o TJ conta coma colaboração e o engajamento de todos.

“As pessoas hoje estão ficando mais a-tentas à questão da sustentabilidade. Cadaum está sentindo na pele, no bolso, no trân-sito, que precisa mudar alguma coisa”, acre-dita Jair Santana. “Sem dúvida, a equipe doTribunal irá aderir ao Programa, pois hoje háuma preocupação de todos com o desgastedo meio ambiente”, conclui o desembarga-dor Audebert Delage.

Histórico de sucessos

Magistrados, servidores e parceiros po-dem enviar sugestões de ações sustentáveis,que serão analisadas pela equipe do Progra-ma. As ideias propostas poderão ser coloca-das em prática, ampliando o rol de ações sus-tentáveis na Instituição.

bilidade Participe! Inscreva sua ideia no

site: www.tjmg.jus.br

Ross

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Basta clicar no banner do Programa

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08

I N S T I T U C I O N A L

J U N H O / 2 0 0 9

TJ executa Planejamento Estratégicopara o alcance de metas

Maria Luiza Gondim / Nanci Andrade

Definir eestratégicas nnacionais dde

atuação ppara oo PPoder JJudiciário. EEssa ffoi

a rrecomendação ddo CConselho NNacional

de JJustiça ((CNJ) eem EEncontro rrealizado

em BBelo HHorizonte nno ddia 116 dde ffevereiro

de 22009. DDesde eentão, aa eelaboração ddo

Planejamento EEstratégico ppassa aa ffazer

parte dda aagenda dde ttrabalho dde ggrande

parte ddos TTribunais dde JJustiça ddo PPaís.

Para aa GGerente ddo CCentro dde PPadro-

nização ee QQualidade nna GGestão, ddo TTribu-

nal dde JJustiça dde MMinas GGerais, DDalila PPe-

traconi, oo PPlanejamento EEstratégico nna-

cional ppretende nnortear aa ggestão eestraté-

gica aa sser cconstruída ee iimplantada eem tto-

dos oos TTribunais bbrasileiros, oobservada aa

realidade dde ccada uum ddeles.

Foram eestabelecidas aas MMetas NNa-

cionais dde NNivelamento ccom aa ffinalidade

de ddiagnosticar aa rrealidade ddos ttribunais

e ssubsidiar mmedidas cconcretas aa sserem

adotadas ppara oo sseu eefetivo ccumprimen-

to. DDessa fforma, sserão aatingidos oos 115

objetivos eestratégicos ddefinidos nno PPla-

nejamento. EEspera-sse qque oos óórgãos ddo

Poder JJudiciário ccaminhem uunidos ee mmu-

nidos ddos mmesmos pprincípios ee ppropósi-

tos, aavalia DDalila.

Segundo eela, oo TTJ jjá cconta ccom aa

maioria ddas mmetas nnacionais eem sseu PPla-

nejamento EEstratégico

Metas do CNJ Ações do TJMG

Desenvolver e/ou alinhar planejamento estratégicoplurianual (mínimo de cinco anos) aos objetivosestratégicos do Poder Judiciário, com aprovação noTribunal Pleno ou Órgão Especial.

Identificar os processos judiciais mais antigos eadotar medidas concretas para o julgamento de to-dos os distribuídos até 31/12/2005 (em 1º, 2º grauou Tribunais Superiores).

Identificação de parte dos processos judiciaismais antigos e estabelecimento da meta de 90dias para processos de 2º grau e o prazo de trêsanos, contados da data de protocolo até a sen-tença, para ações do 1º grau.

O planejamento estratégico plurianual, para o perío-do de 2009-2013, será apreciado pela CorteSuperior em junho de 2009.

Metas de nivelamento:

Informatizar todas as unidades judiciárias einterligá-las ao respectivo tribunal e à rede mundialde computadores (internet).

Todas as unidades organizacionais de 1º e 2ºgraus já são informatizadas e interligadas à internet.

Informatizar e automatizar a distribuição de todosos processos e recursos

Todos os processos e recursos de 1º e 2º grausestão informatizados e automatizados. TabelaUnificada para Assuntos e Classes implantadas.Tabelas de Movimentação Processual em implan-tação nas comarcas.

Implantar sistema de gestão eletrônica da exe-cução penal e mecanismo de acompanhamentoeletrônico das prisões provisórias.

Sistema de gestão eletrônica de execução penalimplantado em 294 comarcas. Alvará de solturaeletrônico implantado nas Varas Criminais de BeloHorizonte, Uberaba e Uberlândia.

Capacitar o administrador de cada unidade judi-ciária em gestão de pessoas e de processos detrabalho, para imediata implantação de métodosde gerenciamento de rotinas.

Cursos de gestão de pessoas e processos realiza-dos e outros de capacitação previstos no planeja-mento 2009-2013. Consolidação normativa deprocedimentos cartorários.

Tornar acessíveis as informações processuais nosportais da rede mundial de computadores(internet), com andamento atualizado e conteúdodas decisões de todos os processos, respeitado osegredo de justiça.

As informações processuais de 1ª e 2ªInstâncias, com andamento atualizado e conteú-do dos acórdãos e jurisprudência, disponíveis noPortal (www.tjmg.jus.br)

Cadastrar todos os magistrados como usuários dossistemas eletrônicos de acesso a informaçõessobre pessoas e bens e de comunicação deordens judiciais (Bacenjud, Infojud, Renajud).

Implantação gradativa por sistemas informatiza-dos.

Implantar núcleo de controle interno Auditoria Interna implantada em 1989.

Implantar o processo eletrônico em parcela desuas unidades judiciárias.

Sistema CNJ de processo judicial eletrônico uti-lizado em todos os Juizados Especiais da Capital eem algumas Secretarias da Justiça Comum deBH.

Espera-se queos órgãos do Poder Judiciáriocaminhem

unidos e munidosdos mesmospropósitos.”‘

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E N T R E V I S T A - S e l m a M i c h a e l s e n D i a s

09J U N H O / 2 0 0 9

TJMG IInformativo - Quais ssão ssuas pprin-cipais aatribuições nna DDirsep?

SMD - Gerenciar demandas, observan-do a multiplicidade de fatores que envol-vem o trabalho, como o número de comar-cas e varas instaladas, suas peculiaridades,a significativa dispersão física e patrimoniale a extensão geográfica do Estado. O setorconvive com uma demanda crescente porbens e serviços e o aumento progressivodos gastos públicos, o que dificulta o aten-dimento de todas as reivindicações.

TJMG IInformativo - Que ddificuldades aaDirsep eencontra ppara eencaminhar ssuas dde-mandas?

SMD - Estão relacionadas à necessida-de de aperfeiçoar, padronizar e disseminaro conhecimento dos procedimentos ade-quados desde o atendimento do pedido atéo processamento da despesa, observandoeficiência, economicidade e legalidade. Apartir da experiência, os pontos nevrálgicossão detectados e surgem as soluções.

Valorização do trabalho em equipe

Selma Michaelsen (centro) com parte daequipe da DIRSEP

Ross

ana

Souz

a TJMG IInformativo - Qual oo pposiciona-mento dda DDirsep ddiante dde ccríticas eenvol-vendo aa qqualidade ddo sserviço tterceirizado?

SMD - Quando chegam críticas envol-vendo a qualidade do serviço terceirizado,agradecemos o feedback, que é de extremaimportância para esta área, e avisamos quevamos analisar o assunto. A Dirsep procuraverificar o conteúdo da queixa, repensar otrabalho, mudar o que não deu certo e ado-tar medidas necessárias para aprimorar aqualidade do serviço terceirizado. Ninguémtrilha uma trajetória profissional isenta decríticas. São elas, aliás, que nos ajudam a a-primorar o trabalho e permitem o nossoprogresso. Portanto, a Dirsep está aberta acríticas e sugestões, pois o resultado des-ses serviços depende de atitudes concre-tas de todos os usuários.

TJMG IInformativo - Que aações fforam eepodem sser ddesenvolvidas vvisando iimplantaro pprograma ““Sustentabilidade LLegal”?

SMD - A Dirsep vem implementando a-ções, como a inclusão da utilização de pro-dutos de limpeza biodegradáveis; a cele-bração de acordos com empresas (HP eLexmarc), visando ao correto descarte decartuchos, sem agressão ao meio ambien-te; convênio com a Asmare para doação dematerial reciclável, como papéis e impres-sos em geral. E ainda, inserção de cláusulacontratual prevendo a coleta e a destinaçãode materiais tóxicos inservíveis (pneus, car-tuchos, toners e outros) pelos próprios for-necedores, aproveitamento de folhas des-cartadas que não foram utilizadas frente everso na confecção de blocos de rascunho.

o ano passado, a Dirsep recebeudois prêmios“Melhor Edital de Pregão

(2008)” e “PregãoPresencial 2008”

N

Wilson Menezes

À ffrreennttee ddaa DDiirreettoorriiaa EExxeeccuuttiivvaa ddaa GGeessttããoo

ddee BBeennss,, SSeerrvviiççooss ee PPaattrriimmôônniioo ((DDiirrsseepp)),,

ddoo TTJJMMGG,, ddeessddee oo ffiinnaall ddee 22000066,, SSeellmmaa

MMiicchhaaeellsseenn DDiiaass ccoonnttaa qquuee iinnggrreessssoouu nnoo

PPooddeerr JJuuddiicciiáárriioo aattrraavvééss ddoo eexxttiinnttoo TTrriibbuu-

nnaall ddee AAllççaaddaa ee ccoomm aa nnoovvaa eessttrruuttuurraa ddoo

TTrriibbuunnaall ddee JJuussttiiççaa ppaassssoouu aa aattuuaarr ccoommoo

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ççããoo,, SSeellmmaa eennffaattiizzaa::““aa eexxppeerriiêênncciiaa aaddqquuii-

rriiddaa rreeffoorrççoouu mmeeuu sseennssoo ddee rreessppoonnssaabbiillii-

ddaaddee jjuunnttoo àà iinnssttiittuuiiççããoo ee àà ssoocciieeddaaddee””.. AA

ddiirreettoorraa ppaauuttaa ssuuaa aattuuaaççããoo nnaa vvaalloorriizzaaççããoo

ddooss sseerrvviiddoorreess,, nnoo ttrraabbaallhhoo eemm eeqquuiippee,,

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ddaass aaççõõeess.. OO ttrraabbaallhhoo ddaa eeqquuiippee vveemm sseenn-

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ppaassssaaddoo,, aa DDiirrsseepp rreecceebbeeuu ddooiiss pprrêêmmiiooss::

““MMeellhhoorr EEddiittaall ddee PPrreeggããoo ((22000088))”” ee ““PPrree-

ggããoo PPrreesseenncciiaall 22000088””..

Page 10: Sustentabilidade Legal já é realidade no TJça de Minas Gerais reafirma a importân-cia de parcerias para o desenvolvimento de ações, principalmente voltadas para situações e

Marcos Xavier

O sequestro relâmpago, ato violentoque tem assombrado a população brasileira,não era tipificado como crime até recente-mente, por falta de legislação específica. Asituação era delicada, porque as pessoas sesentiam desamparadas nas mãos de indiví-duos perigosos, dispostos a tudo e encoraja-dos pela certeza da impunidade.

De dois meses para cá, com a edição daLei nº11.923, de 17 de abril de 2009,houve um pouco mais de tranquilidade paraa população. A nova legislação prevê penasde seis a 12 anos de reclusão para quem pra-ticar o delito. Em caso de haver lesão corpo-ral grave, podem ser aplicadas penas quevão de 16 a 24 anos e, em caso de morte davítima, 24 a 30 anos.

A fase de debates do projeto de lei sus-citou muita controvérsia. Foi encaminhadoao presidente da República, através do Mi-nistério da Justiça, um parecer sugerindo oveto do texto por considerar que a nova leipoderia provocar confusão no meio jurídicoe até beneficiar o réu. As dúvidas persistiamno quesito tipificação, pois não havia muitacerteza se o crime de sequestro relâmpago

Lei prevê punição para sequestro

L E G I S L A Ç Ã O

A partir daconstatação deque o direitoefetivamente seaplica, há a

produção do efeito de‘fidelização’ à norma”‘

seria tipificado como roubo, extorsão ou ex-torsão mediante sequestro.

O juiz da 8ª Vara Criminal de Belo Hori-zonte, Narciso Alvarenga Monteiro de Castro,considerou correto o legislador, “pois definiuo tipo penal, e a pena é bem razoável paraatingir os fins de prevenção do delito”

Segundo o magistrado, nem sempre seaplica a pena da extorsão mediante seques-tro (Código Penal, art. 159), pois a finalidadedeste é a obtenção de pagamento do resga-te, após o encarceramento. Ele esclareceque, em muitos casos, era aplicada a penado crime de extorsão (art. 158 do CP).

O juiz observa que “o crime de cerceara liberdade para obter vantagem econômicapassou a ser apelidado de ‘sequestro relâm-pago’, mas muitas vezes era, simplesmente,uma extorsão, conduta típica, diferente dosequestro tradicional (extorsão mediante se-questro), que poderia durar dias ou meses”. Dessa forma, a crítica à nova lei, “nem sem-pre procede, pois a pena de extorsão era de

Prevenção geral

10 J U N H O / 2 0 0 9

quatro a 10 anos (além da multa) e do novodelito é de seis a 12 anos, mais multa, por-tanto, um incremento expressivo”. Contudo,afirma que para os casos em que a extorsãomediante sequestro dura menos de 24 horas(casos previstos no caput do artigo 159 doCP), realmente a nova lei é mais benéfica.

Ao ser questionado se a edição da leivai refrear a ocorrência do crime, o juiz Nar-ciso de Castro disse não acreditar que eleserá coibido de imediato, mas que “estamosno caminho certo”. Segundo o magistrado, anova lei pode produzir efeitos de “prevençãogeral”, ou seja, de intimidação genérica dacoletividade, capaz de inibir a prática do cri-me denominado sequestro relâmpago.

Quanto aos crimes em geral, o juizacredita que nunca vão acabar, “mas umadas funções ou metas do Direito Penal é pre-venir o cometimento de crimes e tambémreprimi-los”.

“Compartilho das ideias de Günther Ja-kobs, que valoriza a prevenção geral positiva,enfatizando a importância da demonstraçãoda vigência da norma lesionada pelo crime eda sua estabilização, em razão da confiançaque traz para a sociedade. Assim, a partir daconstatação de que o Direito efetivamentese aplica, há a produção do efeito de ‘fideli-zação’ à norma”, concluiu o magistrado.

O juiz Narciso Alvarenga acredita que a leipode produzir efeitos de prevenção geral

Gust

avo

Gom

es

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As partes sesentem à vontade para

expor seus conflitos,já que nada do quedeclaram é regis-trado"

C O N C I L I A Ç Ã O

J U N H O / 2 0 0 9 11

Programa de Atenção à Famíliana Central de Conciliação

Agilidade

Vanderleia Rosa

Audiência de família na Cen-tral de Conciliação de Belo Hori-zonte. Ambiente de rotina - con-ciliador, partes, advogados, psi-cólogo. O que muitos desconhe-cem é que o olhar atento e técni-co do profissional de Psicologiapode vislumbrar um desfechodiferente para aquele caso. Essapercepção sensível motiva a e-quipe de psicólogos da Centralde Conciliação a propor às partese advogados que aquele proces-so seja enquadrado no Programade Atenção à Família (PAF), o quepode influir na rápida solução doconflito.

O Programa atende casosque sinalizam a abertura das par-tes ao diálogo e que, com umtempo reservado à discussão dosconflitos, monitorados por umtécnico em Psicologia, podemencontrar a melhor saída. O índi-ce de acordo, obtido nas açõesem que o Programa atende, giraem torno de 76%, o que, segun-do o juiz coordenador da Central,Carlos Salvador Mesquita, atestaa eficácia do Programa.

Criado em 2005, o PAF é umprojeto que foi desenvolvido pelaequipe interdisciplinar da Centralde Conciliação, formada por juí-zes e psicólogos. Com um aten-dimento integral às partes, o Pro-grama traz agilidade para a solu-ção dos conflitos familiares. En-tre as ações contempladas peloPAF estão separações e divórciosconsensuais e litigiosos, alimen-tos, guarda e regulamentação devisitas.

Conforme explicou a psicó-loga Maria Aparecida Telles Lôbo,integrante da equipe, os casosenquadrados no programa sãoconcluídos em torno de um mês,com, no máximo, quatro atendi-mentos às partes, a contar da pri-meira audiência na Central deConciliação. O processo judicialfica suspenso até a finalização do

Programa. Após o fim dos atendi-mentos, é realizada a segundaaudiência e lavrada ata, na qualconstará a realização do acordoou o prosseguimento da ação.

Esse tempo concedido àspartes é importante para que elasamadureçam sua decisão, sejaela qual for, destacou a psicólo-ga, informando que os profissio-nais que fazem a intervenção uti-lizam-se de técnicas específicaspara a abordagem da família. “Aspartes se sentem à vontade paraexpor seus conflitos, já que nadado que declaram é registrado”,enfatizou.

Uma das justificativas para acriação do PAF foi a constataçãode que a eficiência para a soluçãode conflitos familiares no campojurídico não se atém apenas à a-plicação do direito, mas pressu-põe intervenções no campo dasubjetividade e do comportamen-to da família. E a experiência naCentral de Conciliação, contaMaria Aparecida Lôbo, permitiuobservar que as partes poderiam

se beneficiar do trabalho interdis-ciplinar - direito e psicologia: “O-bservava-se que, em algumas au-diências, não se esgotava a ten-tativa conciliatória porque os ar-gumentos que sustentavam osconflitos não poderiam ser de-senrolados naquele momento”.

Dentre os aspectos traba-lhados no Programa de Atençãoà Família estão o diálogo entre aspartes ou a reconstrução do ca-nal de comunicação entre elas eos esclarecimentos sobre as con-sequências emocionais do pro-cesso de família, principalmentequando envolve filhos.

Para a assistente social Ma-ria Teresa Andrade Saldanha,também integrante da equipe, “oPAF, ao incentivar o diálogo, bus-ca sensibilizar as partes de que,mesmo que a relação marido emulher tenha sido frustrada, a re-lação pai e mãe pode dar certo,pode funcionar bem. A vida dos

filhos não precisa ser uma sériede decisões judiciais”.

Compartilhando das opini-ões das colegas, a psicóloga Isa-bela Porto Nascimento vê a ini-ciativa como uma oportunidadedada às partes para que elas tra-balhem mais profundamente oconflito. Informou que, qualquerque seja a decisão - reconciliar,separar, definir a guarda - as par-tes retornam para a segunda au-diência na Central mais pacifica-das. A intervenção evita o des-gaste da família e, muitas vezes,o prosseguimento da ação judici-al”, destacou.

Diálogo

Renata Mendes

Maria TeresaSaldanha,

MargarethAssunção e

MariaAparecida Lôbo

integram aequipe do

Programas

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12 J U N H O / 2 0 0 9 Remetente: Assessoria de Comunicação Institucional - TJMG | Rua Goiás, 253 - Térreo - Centro - Belo Horizonte - MG - CEP 30190-030

IMPR

ESSO

C L I C K D O L E I T O R

Em Fernando de Noronha, distrito esta-dual de Pernambuco, não se tem dúvidade que Deus existe. Naquele local, Eleespalhou, sobremaneira, suas bênçãosdivinas, proporcionando essa maravilhanatural, simplesmente inebriante.

José Carlos de Souza - distribuidor judicial / Diamantina

Para publicar a sua foto no Click do Leitorenvie a imagem e o texto para o [email protected].

C U L T U R A

Regime fascista em foco

O Conformista, proxima atração do CineclubeTJ

no Cineclube TJO aano: 1938. O ccenário: a Itália gover-

nada por Benito Mussolini. A hhistória: o jo-vem Marcelo (Jean-Louis Trintignant) aceitatrabalhar para o governo de Mussolini. Ocontato com uma moça, que já servia ao re-gime, faz com que ele se conforme cadavez mais com a situação de seu país. Numaviagem à França, prevista para ser uma lua-de-mel, ele recebe a missão de assassinarseu ex-professor em nome do regime.

Esse é O Conformista, uma co-produ-ção Itália/França/Alemanha de 1970, dirigidapor Bernardo Bertolucci, o mesmo de clás-sicos como O Último Imperador (1987) e OPequeno Buda (1991). Bertolucci tambémassina o roteiro, adaptado do romance ho-mônimo de Alberto Moravia e indicado aoOscar em 1972.

O filme recebeu o prêmio da NationalSociety of Film Critics Awards, em 1972, nascategorias direção e fotografia. No Festivalde Berlim, em 1970, Bernardo Bertolucci foiindicado ao Urso de Ouro como melhor di-retor e recebeu o Prêmio dos Jornalistas.

O Conformista é a atração do Cineclu-be TJ, no dia 25 de junho, às 19h, no auditó-rio do Anexo II, na rua Goiás, 253, 3º andar.A entrada é franca.

Edson Junior

José

Car

los

de S

ouza

Divu

lgaç

ão