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Tá na Rede! Edição 04

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Jornal produzido pelos adolescentes e jovens correspondentes do projeto de 2003 a 2005.

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2caro leitor,

Hélcio José Carneiro

tempotempotempotempotempo

Conheça nosso sitewww.redejovembh.org.br

Fale com a gente:[email protected]

Nem sempre se pode afirmar que o autor esteve defato ligado ao tema sobre o qual escreve. Mas, num jornalcomo o nosso, a história é diferente. Tratamos areportagem de uma forma jovem, para que todos possamentender os textos. Há muitos que acreditam que nãosomos capazes, mas participamos desde a escolha dostemas até a edição final.

Nesta edição do Tá na Rede! resolvemos mostrar,através de uma história em quadrinhos, a discussão quesurgiu a partir do anúncio de que o vale-transporte estavacom os dias contados. Nessa mesma historinha, aprovei-tamos para revelar os bastidores de um trabalho de repor-tagem. Além disso, fomos às ruas para saber o que a popu-lação acha da polícia. E quem quiser entender um poucomais sobre seus sentimentos, não pode perder uma maté-ria sobre medos e fobias e outra sobre prazeres...

Esperamos que você curta bastante.Boa leitura!

ExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteExpedienteVeículos da Rede Jovem de Cidadania: Jornal Tá na Rede!,programas televisivos e radiofônicos, site e agência de notícias| Participantes: 66 jovens que atuam em todo o processo –da concepção à edição | Equipe técnica: 20 profissionais(comunicadores e educadores) e 8 estagiários | Conheça todosos integrantes no site www.redejovembh.org.br | Equipe doJornal: Aila Michelle Marcelino, Aline Amélia de OliveiraRezende, Carlos Alberto R. de Assenção, Charlene Duarte deSouza, Cristiano Cardoso Soares, Douglas Alexander S.Ferreira, Egídio Canuto da Silva, Fabiana Santos S. de Souza,Gabriela Maria dos Reis, Gustavo Alves Costa, Hélcio JoséCarneiro, Iolanda Soares da Silva, Jefferson Sabino Silva,Johnny Alessandro de Oliveira, Liliane da Silva Oliveira,Neivison Barbosa de Souza, Rafael da Silva Paixão, ReginaSilva Medina, Rosana Silva Santos, Viviane Cristina de Oliveira,Welber de Paula Miranda | Técnicos da oficina de Jornal:Leandro Matosinhos e Ricardo Fabrino | Colaboradores(ilustrações): Alexandre Aguilar e Haroldo Pires | JornalistaResponsável: Ricardo Fabrino (MG 09005 JP) | Projetográfico e diagramação: Leandro Matosinhos e equipe dojornal | Fotolito e Impressão: Sempre Serviços Gráficos |Tiragem: 30 mil exemplares | Distribuição gratuita nas escolaspúblicas de Belo Horizonte.

Neivison de Souza

Nós sabemos que o tempo é muito precioso, mas, hoje,gasta-se muito tempo fazendo nada. É por isso quesempre ouvimos os jovens reclamando da falta de tempo,embora saibamos que esse não é um problema só dosjovens, mas de todo mundo.

Perde-se tempo, por exemplo, quando se prostra emfrente a uma televisão para ver programas que não têmnada de enriquecedor. Os olhos ficam grudados natelinha, concentrados na briga do casal de namorados. Jáquando começa um telejornal ou um debate, muitosjovens deixam a televisão ligada e saem, ou desviam aatenção para outros assuntos. O jovem também perdetempo no ônibus. Enquanto espera, fica observando oscarros passarem e, dentro dele, olha para os lados du-rante o percurso, que chega a demorar mais de uma hora.

Uma solução para a perda de tempo não é simples.Vamos analisar o caso da TV, por exemplo. Você nãoacha que, muitas vezes, ficar diante da televisão ligada é omesmo que ficar vendo o tempo passar? É que os meiosde comunicação, que estão muito presentes na vida dosjovens, quase sempre visam ao lucro e não se preocupamcom o que oferecem à nação. Assim, muita bobagem éapresentada, mas o jovem não percebe o tempo que perdecom essas bobagens.

Pode-se acrescentar que, se as pessoas tivessem ohábito de assistir a programas educativos na própria TV,ler livros ou buscar outros meios de informação duranteo tempo que geralmente é jogado fora, muita coisa poderiaser mudada. Quem sabe teríamos uma sociedade maiscrítica? E por falar em crítica, isso nos faz lembrar deoutra coisa. Muitas vezes, em reuniões e debates, algumaspessoas que se julgam mais inteligentes inibem as outras.Acreditam que o tempo foi feito para elas. Nuncarespeitam a fala do outro e, quando começam a falar, nãoparam. Sem contar que sempre desviam o assunto. A essaspessoas, sugiro que guardem a frase: o sábio não é aqueleque tem a falar cem palavras e as transforma em mil; overdadeiro sábio é antes aquele que tem mil palavras afalar e as transforma em cem.

Lembro que o tempo é igual a um armário cheio: cabemuita coisa dentro dele, desde que se encontre bemorganizado. Ele é também como a chuva: não tem comosegurar. Não precisa se preocupar com o tempo passando.Ele se vai de qualquer jeito e você só vai perder maistempo. Termino o texto por aqui, porque, como já disse,o tempo é precioso. Chega de tomar o nosso: o meu deescrever e o seu de ler!

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Se você foi vítima de algum tipo de violência

praticada por policiais (espancamentos, torturas,

prisão ilegal, invasão de domicílio, homicídios

ou ameaças), ligue para 0800300190. As

denúncias podem ser feitas anonimamente.

o CIdadao e

a PoLICIa

Como denunciar:

Jefferson Sabinoe Rosana Silva

Jefferson Sabino

A Constituição Brasileiraafirma que “todos são iguaisperante a lei, sem distinçãode qualquer natureza”. Eladiz, ainda, que a segurançapública é dever do Estado,direito e responsabilidadede todos, e que, à polícia mi-litar, cabe a tarefa de zelarpor tal segurança.

Se a questão da segu-rança é um direito e umaresponsabilidade de todos,é importante discutirmos opapel da polícia e cobrar-mos dela uma atuação efeti-vamente voltada à proteçãodos direitos do cidadão.

Nos jornais, todos osdias nos deparamos comdenúncias de corrupção eviolência na polícia, comocasos de envolvimento depoliciais com o tráfico dedrogas e a tortura. Assim, o

medo cresce entre as pes-soas. É o que demonstramnossos entrevistados. Viní-cius, de 25 anos, afirma queos jovens, por exemplo,“gostam de curtir a noite, desair para a gandaia, mas têmmedo de apanhar, ou de se-rem presos injustamente”.

A adolescente A., de 16anos, conta que já foi sur-preendida por policiais den-tro da sua casa, sem que elestivessem permissão para en-trar. Ela foi até pêga toman-do banho. Diz também quejá viu policiais aceitando su-borno. Wilson Messias, de

27 anos, fala que, passandopor uma blitz, não foi para-do e, quando seguia, teveuma arma apontada em suadireção. “Já pensou se aque-la arma dispara?”.

Todas essas queixas sãomuito graves. Mas só recla-mar não adianta. O cidadãotem o direito e o dever dedenunciar os casos de abusojunto aos órgãos competen-tes (veja no quadro ao ladocomo fazer uma denúncia).

Pra não dizer que nãofalei de flores...

Será que a polícia nãotem um lado positivo? Nor-ma, de 60 anos, destaca que“nunca falamos do ladobom das pessoas, pois acha-mos que isso é uma obriga-ção”. O capitão da PolíciaMilitar Windson Jéfersonlembra que “mais de 50%dos serviços prestados pelapolícia não estão em pren-der alguém, coisa que amaioria das pessoas nãosabe”. Ele diz que inúmerosserviços, que vão de partosà separação de brigas famili-

ares, não são reconhecidospela sociedade. Ele aponta,ainda, que a segurança nãoestá apenas nas mãos da po-lícia: “depende da escola, dafamília, da comunidade...”

Para o guardador de car-ros Paulo Santana, a políciaé essencial: “ela é a maiorautoridade; se com ela estáruim, sem ela seria pior”. Ocapitão Windson concorda:“sem a polícia, seria a lei domais forte”.

Ele diz que a instituiçãoé totalmente contra e nãoensina a violência. Os poli-ciais passam por um proces-so de formação que incluiaulas sobre direitos huma-nos. Além disso, há umaatualização constante nacorporação. Muitos quartéistêm até psicólogos.

Mas alguns indivíduosnão têm maturidade parausar o poder. “Em todocesto de maçãs, existe umapodre”, esclarece Windson.Ele insiste na importânciade as pessoas denunciaremos casos de corrupção eoutros delitos. Sendo adenúncia verdadeira, opolicial poderá perder seuemprego, pagar indeniza-

ções ou ser condenado. Acomunidade deve partici-par, fiscalizando a polícia eauxiliando no combate àviolência.

Windson ressalva quemuito do que a populaçãovê como violência policialé apenas uma ação prepa-rada para lidar com qualquerum, “pois ninguém tem es-crito na testa se é bandidoou mocinho”. Mandar virarde costas, por exemplo, éapenas um princípio deproteção para os PMs.

Terminamos a matériacom a certeza de que esseassunto é muito complexo.Os dois lados foram ouvi-dos, mas o melhor seria quenão houvesse dois lados,mas uma união para garantira segurança. Duro é saberque, se a população não temestampada na testa “Bandi-do” ou “Mocinho”, os poli-ciais também não têm umaestampa na farda “Repres-são” ou “Proteção”.

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4uma reportagem sobre o

Vamos fazer umareportagem sobre o

cartão BH BUS?

É uma boa!Vamos falar

com o Ricardo.

E então, Ricardo?

A idéia é legal, masessa pauta vai dar trabalho.

Que tal começarmos poraquele trocador ali?

No dia seguinte...

Vamos ver o que aspessoas estão achando do

fim do vale-transporte.

Bom, muitos usuáriosnão sabem usar ocartão e demorammuito pra passar pelaroleta. Sem falar quea gente fica com medode perder o emprego...O lado bom da mudan-ça é que eu não pre-ciso ficar colando osvales naquela folha.

Quem mais vocêacha que vai ser

afetado ?

Que tal entrevistarmos um camelô?Muitos deles trabalham com o comércio

de vales e podem ser prejudicados

Mas não temum lado bom?

O que você acha dessatroca de vale-transporte

para cartão?

Pra mim vai ficarmuito difícil, pq eu

vivo disso.

Pra mim, não.E se uma pessoa vem de fora eprecisa comprar uma passagem,

como ela vai comprar o cartão prausar só uma vez?

Mas os ônibus vãocontinuar aceitando dinheiro.

É Gustavo,existe muita gente sem

informação. Mas osproblemas tb são reais.

Tudo bem q o comércio éclandestino, masemprego anda tão

difícil...

Vamos pesqui-sar na Internetpra saber o pqda mudança.Tb Podemosmandar umemail praBHTRANS...

Aqui tem tudo de que precisamos!

Eles falam queos trocadoresnão vão perdero emprego.Continuam re-cebendo di-nheiro e auxi-liando as pes-soas com infor-mações.

Olha só... aqui dizque existem trêstipos de cartão.

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5o fim do vale-transporte

É mesmo! O Cartão Vale-transporte é pra quem recebiavale no trabalho; o de Usuário épra qualquer pessoa q queiracomprar; e o de Benefício, pratodos q não pagam passagem,como carteiros, maiores de 65anos e oficiais de justiça.Dizem q BH tem um dossistemas de bilhetagem eletrô-nica mais modernos do país. Eas informações recebidas poraquela caixinha nos ônibus sãotransmitidas pra central decontrole da BHTRANS.Essa mudança está sendo feitapra q diminuam os roubos den-tro dos ônibus e pra facilitar avida dos usuários.

Mas será q facilita mesmo?Vamos entrevistar mais pessoas.

Só assim saberemos...

O q vc acha desse novosistema de bilhetagem

dos ônibus?

O cartão tem a vantagem de serágil, pq a gente não precisa ficarcontando os vales q ainda sobramna carteira.Mas existem desvantagens. Quan-do a passagem aumenta, porexemplo. Antes, a gente podiacontinuar a usar o vale com o valorantigo...

Agora, um aumento significa prejuízo.Já aconteceu comigo!Outra coisa é que existem problemastécnicos. Uma vez meu cartão não foi re-conhecido pela máquina.E tem gente q conta q a roleta já descon-tou um valor superior ao da passagem...Tb acho q antes eu podia administrar me-lhor meu dinheiro. Não usava os vales sópra ônibus. Era possível até comprarcomida com vale!Eles querem é acabar com esse comércioparalelo, pra não perder dinheiro. E aindadeixam a gente com dinheiro amarrado,pq, às vezes, sobram alguns centavosdentro do cartão e eu não posso fazernada com eles. Não posso nem completaro cartão, pois ele é administrado pela empresa em q trabalho...

É Gustavo, esse é umtema bastante com-plicado. As empresasdizem q os créditoscomprados antes de umaumento não perdemseu valor de compra.Mas aquela usuáriajurou q isso aconteceucom ela uma vez.

É complicado... Masjá temos muitas in-formações. Melhor agente colocar issono papel.Tive uma boa idéia!E se a gente fizesseuma história emquadrinhos?

Ei, Haroldo! Você e o Ale-xandre topam fazer osdesenhos pra nossa HQ?

Claro! Mas como dá trabalho fazeresses desenhos, hein?

Diagramar essa história nas páginasdo jornal é q dá trabalho mesmo...

ROTEIRO - CRISTIANO soares e gustavo costa | DESENHOS - alexandre aguilar e HAROLDO pires

fim

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6Você sabeo que é

prazer?o

Fabiana de Souza, Hélcio Carneiro, Johnny de Oliveira e Neivison Barbosa

Fabiana de Souza

Muitas pessoas não conseguem descrevê-lo e muitasacreditam que o prazer só está associado ao sexo. Não ébem assim. Fizemos uma entrevista com as psicólogas JúliaBaeta e Cristina Pinto, na qual elas afirmaram que, segundoFreud, “todo prazer é sexual, embora sexo não seja só geni-tal”. Desta frase concluímos que o prazer é uma forma desaciarmos nossos desejos, independente de quais sejam eles,como praticar esportes e divertir-se com os amigos.

Há várias formas para explicar o prazer. As psicanalistasJúlia e Cristina falam que, antes de nascermos, todas as ne-cessidades fisiológicas são saciadas pela mãe. O bebê viveem um ambiente confortável e prazeroso. Depois, a vidamansa acaba. Dor, frio, fome e claridade são sensações dedesconforto que o bebê passa a ter ao nascer. E ele vai terque achar soluções para reconquistar todo o prazer quetinha na barriga da mãe.

Mas de onde vem o prazer?

Várias pesquisas científicas mostram que o prazer estáligado a duas substâncias químicas que existem em nossoorganismo: a serotonina e a dopamina. Quando estamosfazendo algo que nos dá prazer, os níveis dessas substânciasse elevam no nosso organismo e ficamos com aquela sensa-ção que não dá para explicar muito bem, mas que é muitoboa. A serotonina está relacionada à saciedade e às variaçõesdo humor. Já a dopamina é responsável pela euforia.

Mas o prazer não se resume a algumas reações químicasno cérebro. Ele é uma sensação individual, diferente paracada pessoa. Podemos chamá-lo de bem-estar, satisfaçãoou alegria, mas nunca poderemos descrevê-lo completa-

mente. Tudo o que sabemos é que o buscamos a todo omomento, em nosso contato com a natureza, com as outraspessoas e com os objetos que consumimos no dia-a-dia.

Há alguns casos em que o prazer se torna umacompulsão: o indivíduo pára de fazer suas atividades diáriaspara buscar prazer em uma só coisa. Por exemplo, se umapessoa que come compulsivamente tem problemas, ela devetentar resolvê-los e não ficar se enchendo de comida. Elapode acreditar (mesmo de forma inconsciente) que comen-do irá perder a ansiedade e o estresse, mas isso não vaisolucionar o que a perturba. Há outros casos em que a pes-soa utiliza o que lhe dá prazer como uma recusa à realidade.Um desses casos é o dos dependentes químicos. A ingestãode drogas acarreta a produção acentuada de substânciascomo a dopamina e a serotonina, fazendo o usuário sentirsomente um tipo intenso de prazer por um tempo limitado.Mas o que o usuário muitas vezes não sabe é que, a partirda ingestão contínua, o próprio organismo perde a capaci-dade de produzir essa substância sem o estímulo da droga.De acordo com o psicanalista Musso Greco, nesse caso “odesejo torna-se um monstro intratável, deixando de ser aforça inestimável que dá ritmo à felicidade. Nesse buraconegro, o prazer já não se distingue do pior castigo”.

E aí, leitor, o que você prefere? Contentar-se com oprazer possível, aceitando o fato de que já perdeu (comotodo mundo) a mordomia da barriga da mamãe, ou mergu-lhar na ilusão de um prazer traidor, que promete umasatisfação sem limites, mas que acaba matando o desejo.

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Com certeza você já passou por uma situação em sua vida naqual sentiu uma vontade incontrolável de voltar correndo para osbraços de sua mãe, mas não foi possível. Uma situação na qualnão sabia se parava, corria, gritava, chorava ou se escondia.Você sente uma coisa ruim, mas como saber se é medo oufobia? Você deve estar se perguntando agora como dife-renciar uma coisa da outra.

Guilherme Otávio, 15 anos, afirma: “Eu sei definiro que é medo e o que é fobia. Medo é saudável enormal, enquanto a fobia é doença”. Já para Cris-tina Santos, 36 anos, “medo é uma coisa quepassa e a fobia é constante, seguindo a pessoa”.Para Mariana Paulino, 28 anos, “o medo vemde coisas reais e a fobia não é algo quevem de algum lugar; ela já esta dentro dapessoa”. A psicóloga Margarete Miran-da, autora do livro Adolescência naescola: soltar a linha e segurar a ponta,diz que medo é uma coisa real epresente em nossas vidas. O medoprotege, pois nos alerta dosperigos que estão ao nosso redor.Se, por exemplo, você presenciaum tiroteio, o medo te ajuda a seafastar, o que é muito prudente!E se você vê uma cobra que podete ferir, o medo te protege do peri-go e faz com que você passe longedela. Como se percebe, nesses casoso medo é bom.

Por outro lado, o medopode ser ruim quando setorna constante em suavida. Isso ocorre quandoa imaginação constróiformas e figuras quealimentam seus medos,fazendo com que elesfiquem maiores, trans-formando-se em umatempestade em copod’água. Seria o caso de

uma pessoa quenão sai mais na ruapor ter medo de ser

assaltada. E assim omedo começa a im-

pedir suas atividadesnormais.

A fobia também é ummedo imaginário, só que

deslocado. Segundo Marga-rete Miranda, “você tem medo

de uma coisa, mas você deslocapara outro objeto e cria um medo

maior”. Muitas pessoas têm algunsmedos que consideram vergonhosos

ou inaceitáveis, ainda que inconscien-temente. Nesse caso, podem deslocar o

medo para algo mais comum e que pode serassumido perante os outros. É nessa mudança

de um objeto para o outro que nasce a fobia. Essarelação entre os dois objetos é imaginária, criando

um medo maior, que pode prejudicar o dia-a-dia.Mas como uma pessoa pode vencer seus medos e

controlar suas fobias? Aí entra a ajuda de um psicólogo, poisestes casos variam de pessoa para pessoa e somente a avaliação

profissional poderá livrá-la de muitos problemas. Quem gostaria deser zoado por ter aurofobia (medo de ouro) ou catisofobia (medo de

se sentar)? Já pensou você, que se considera um garanhão, ter caligenofobia(medo das mulheres bonitas)? E o problema pode ser maior do que a

chacota: tem gente por aí que tem ciberfobia (medo de computadores). Comopode ficar o futuro dessas pessoas num mundo tão marcado pela informática?

MEDO ou

FOBIA?Aline Amélia, Charlene de Souza e Iolanda Soares

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Realização Patrocínio ApoioProjeto

Meninos do MorroO grupo nasceu em 1998, quando um dos fundadores(Dedé) recebeu, como pagamento por um serviçoprestado, cinco instrumentos de percussão. Resolveu,assim, fazer uma batucada com alguns amigos aosdomingos à tarde em um barraco da Pedreira PradoLopes. Logo foram convidados a fazer uma apresentaçãono bairro. Foi um sucesso! Muitos jovens se interessaram,e os organizadores resolveram montar uma banda eensinar esse novo som que soava no beco. Com o aumen-to do número de crianças e adolescentes, pediram ajudaaos pais e compraram novos instrumentos. Hoje, atendemcerca de 50 jovens. Os ensaios são gratuitos e acontecemtodos os sábados, de 13 h às 17 h, no Colégio MunicipalBH. O grupo também dá oficinas de dança, percussão,montagem de instrumentos e capoeira, além de fazer apre-sentações em escolas e em outros espaços culturais. Osplanos futuros prevêem a gravação de um CD e a ediçãode um jornal mensal sobre a comunidade.Endereço: Colégio Municipal BH: Av. José Bonifácio,189. Bairro São Cristóvão. Contato: Viviane Cipriano:(31) 3421-2863 e (31) 9156-9652.

Rupestre Crew (Grupo de Grafite)O grupo nasceu em 2000 a partir do projeto Guernica(da Prefeitura Municipal de BH). No projeto, osenvolvidos já trabalhavam com grafite, artes plásticas,preservação do patrimônio, direito e cidadania. Surgiu,então, uma proposta para que alguns integrantes doprojeto fizessem um trabalho de grafite. Logo depois,tiveram a idéia de formar um grupo com o objetivo delevar informação às pessoas através do Hip Hop e daobra de grandes artistas plásticos. Isso é feito por meiode oficinas realizadas na Escola Profissionalizante Rai-munda da Silva Soares. Nada é gratuito: o preço é sempreo esforço e a dedicação dos alunos.Endereço: Rua Carmo do Rio Claro, 411. Bairro SãoCristovão. Contato: Bob: (31) 3444-2922 ou (31) 9644-6246.

Grupo Aruanda (Capoeira)O grupo surgiu em 1992, através de algumas reuniõesfeitas na Associação Esperança. O objetivo é passar osensinamentos de capoeira regional e angola para jovensdos bairros São Geraldo e Caetano Furquim. O Aruandavem ampliando o trabalho sociocultural na comunidadee oferecendo alternativas de lazer para os jovens. Eleva,ainda, a auto-estima dos envolvidos, promovendopalestras sobre a cultura afro-brasileira. Envolve, hoje,cerca de 60 jovens. Os ensaios são gratuitos e acontecemna Escola Municipal Padre Francisco de CarvalhoMoreira, três vezes por semana: segundas, quartas e sextas,de 17h30 às 19h.Endereço: Escola Municipal Padre Francisco deCarvalho Moreira: Av. Itaituba, 12. Bairro São Geraldo.Contato: Márcio Gomes (31) 3487-6313.

Se você está sem opções de lazer, conheça aqui algunsgrupos culturais de BH. Seja um turista em sua cidade!

Grupo Street DanceO grupo nasceu em abril de 2000 na Escola EstadualSilviano Brandão, com o objetivo de tirar os alunos domeio do tráfico e de reduzir a violência no colégio. A idéiaé fazer com que os alunos fiquem dentro da escola e nãonas ruas, vendendo drogas. O Street Dance vem crescendocom a ajuda da comunidade e da Secretaria Municipal deEducação. Ele também faz festas para arecadar dinheiro.Os ensaios acontecem todas as quartas-feiras, de 19h às21h, no próprio colégio.Endereço: E.E. Silviano Brandão: Rua Itapecirica, 685.Lagoinha. Contato: David Messias Marriel: (31) 3442-5801

Gru

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Cultura

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