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PETROBRAS / SEREC / CEN-SUD Tanques de ARMAZENAMENTO Teoria Eng. STENIO MONTEIRO DE BARROS Palavras - Chave: - Tanques de Armazenamento - Caldeiraria Rio de Janeiro — 1 998

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PETROBRAS / SEREC / CEN-SUD

Tanques de ARMAZENAMENTO

Teoria

Eng. STENIO MONTEIRO DE BARROS Palavras - Chave:

- Tanques de Armazenamento - Caldeiraria

Rio de Janeiro — 1 998

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Apresentação

Desde a sua criação, a PETROBRAS vem se notabilizando pelo desenvolvimento e aproveitamento do seu potencial humano, justa conseqüência de um compromisso permanente com a qualidade do seu DRH. A responsabilidade torna-se ainda maior numa época de mudanças rápidas e cada vez mais freqüentes, onde o Serviço de Recursos Humanos (SEREC), através do Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos — Sudeste (CEN-SUD), vem enfrentando o desafio de agregar aos seus produtos o que há de mais moderno em Tecnologia Educacional. Assim é a apostila “Tanques de Armazenamento”, resultado de um esforço de elaboração e editoração, que reforça o compromisso permanente desta atividade com a qualidade do patrimônio de nossa PETROBRAS.

Serviço de Recursos Humanos Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos — Sudeste

(CEN-SUD)

1998

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Sumário

CAPÍTULO I Introdução ............................................................................................1 CAPÍTULO II Classificação dos Tanques de Armazenamento .............................. 2.1 - Tanques de Teto Fixo (Fixed Roof) ...................................................................... 2.2 - Tanques de Teto Móvel (Lifting Roof) ................................................................. 2.3 - Tanques de Teto com Diafragma Flexível (Diaphragm) ...................................... 2.4 - Tanques de Teto Flutuante (Floating-Roof) ......................................................... 2.5 - Seleção do Tipo de Tanque de Armazenamento em Função do Produto Armazenado .................................................................................................................. CAPÍTULO III Localização de um Parque de Armazenamento ................................. CAPÍTULO IV Capacidade de Armazenamento .......................................................... CAPÍTULO V Determinação do Número de Tanques de Armazenamento ................ CAPÍTULO VI Determinação das Dimensões de um Tanque de Armazenamento .................................................................... CAPÍTULO VII Diques e Bacia de Contenção .................................................................. CAPÍTULO VIII Bases e Fundações .............................................................................. 8.1 - Cuidados na Execução da Base ..........................................................................

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8.2 - Tipos de Fundação ............................................................................................. 8.2.1 - Fundação Direta ............................................................................................... 8.2.2 - Fundação Profunda .......................................................................................... 8.3 - Comportamento do Solo e Tipos de Recalques ................................................... 8.4 - Medição dos Recalques ...................................... 8.5 - Recalques Admissíveis .................................. CAPÍTULO IX Normas de Construção ....................................................... 53 9.1 - API Standard 650 “Welded Steel Tanks For Oil Storage” do American Petroleum Institute ...................................................................53 9.2 - NBR 7821 “Tanques Soldados Para Armazenamento de Petróleo e Derivados” da Associação Brasileira de Normas Técnicas — ABNT .....................................................................................56 9.3 - BS 2654:1989 “Manufacture Of Vertical Steel Welded Non-Refrigerated Storage Tanks With Butt-Welded Shells For The Petroleum Industry” do British Standards Institution — BSI ……………………………………………………………..57 9.4 - API Standard 620 “Design And Construction Of Large, Welded Low-Pressure Storage Tanks” do American Petroleum Institute ………………………………………………………………57 9.5 - API Standard 2000 “Venting Atmospheric And Low-Pressure Storage Tanks (Non-Refrigerated And Refrigerated)” do American Petroleum Institute ..........................................................................57 9.6 - API Specification 12A “Specification For Oil Storage Tanks With Riveted Shells” do American Petroleum Institute . . . …………………………………………….. 58 9.7 - API Specification 12B “Specification For Bolted Production Tanks” do American Petroleum Institute …………………………………………59 9.8 - API Specification 12D “Specification For Field Welded Tanks For Storage Of Production Liquid” do American Petroleum Institute ………………………………………………………………..59 9.9 - API Specification 12E “Specification For Wooden Production Tanks” do American Petroleum Institute ………………………………………….60

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9.10 - API Specification 12F “Specification For Shop Welded Tanks For Storage Of Production Liquids” do American Petroleum Institute …………………………………. 9.11 - N-270 “Projeto de Tanque Atmosférico” da Comissão de Normas Técnicas da PETROBRAS ...........................................................................62 9.12 - N-27 1 “Montagem de Tanques de Armazenamento” da Comissão de Normas Técnicas da PETROBRAS . . . ...................................................................................62 9.13 - N- 1888 “Fabricação de Tanques de Armazenamento Atmosféricos” da Comissão de Normas Técnicas da PETROBRAS ……………………………………………………………….…..62 CAPÍTULO X Materiais de Construção . . . .............................................................. 63 10.1 - Chapas ..............................................................................................................63 10.2 - Perfis Estruturais ................................................................................................69 10.3 - Tubos e Forjados .................................................................................................69 10.4 - Flanges ...............................................................................................................71 10.5 - Parafusos, Porcas e Juntas ..................................................................................71 10.6 – Eletrodos ............................................................................................................ 10.7 - Recomendações da BS 2654:1989 72 ................................................................ CAPÍTULO XI Projeto do Fundo .............................................................................75 11.1 - Declividade .................................................................................................75 11.2 - Disposição, Material e Dimensões das Chapas ..........................................75 11.3 - Métodos de Construção ................................................................................80 11.4 - Diâmetro do Fundo .......................................................................................81 11.5 - Soldas no Fundo ............................................................................................... 11.6 - Reforços no Fundo .....................................................................................85 11.7 - Desenho de Aproveitamento de Chapas ........................................................85 CAPÍTULO XII Projeto do Costado ................................................................................87

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12.1 - Dimensionamento do Costado Pela NBR 7821 (Antiga NB-89) .....................................................................................................87 12.1.1 - NBR 7821 Corpo de Norma e Método Básico ........................................ 88 12.1.2 - NBR 7821 Anexo E e Método Básico ...................................................... 88 12.1.3 - NBR 7821 Anexo G e Método Básico........................................................92 12.1.4 - NBR 7821 AnexoJ .....................................................................................96 12.2 - Dimensionamento do Costado Pelo API 650 ...............................................99 12.2.1 - API 650 Corpo de Norma e Método Básico (One-Foot Method) ..................................................................................................101 12.2.2 - API 650 Corpo de Norma e Método do Ponto Variável de Projeto (Variable Design Point Method) ..............................................................................102 12.2.3 - API 650 Apêndice A ....................................................................................110 12.3 - Dimensionamento do Costado Pela BS 2654:1989 ..........................................115 12.4 - Espessuras Limites ...........................................................................................116 12.4.1 - Espessura Mínima .........................................................................................116 12.4.2 - Espessura Máxima ........................................................................................117 12.5 - Disposição das Chapas do Costado ................................................................ 118 12.6 - Juntas do Costado .............................................................................................119 12.6.1 - Juntas Verticais ...........................................................................................119 12.6.2 - Juntas Horizontais ........................................................................................120 12.7 - Aberturas no Costado .......................................................................................122 12.8 - Densidade de Projeto e Sobreespessura Para Corrosão . .................................125 12.9 - Cantoneira de Topo do Costado .....................................................................128 12.10 - Seleção do Método de Projeto e do Material do Costado pela N-270 ..................................................................................................................129 CAPÍTULO XIII Projeto do Teto ....................................................................................131 13.1 - Sobrecarga .........................................................................................................131

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13.2 – Material ..............................................................................................................132 13.3 - Teto Cônico Suportado ................................................... 13.3.1 - Declividade e Soldagem das Chapas do Teto 13.3.2 - Descrição da Estrutura de Sustentação 13.3.3 - Dimensionamento das Vigas Radiais e Transversais 13.3.4 - Diniensionamento das Colunas 13.3.5 - Tabelas de Perfis 13.4 - Teto Cônico Autoportante 13.5 - Teto Curvo e Teto em Gomos Autoportantes 13.6 - Tanques de Pequena Pressão Interna 13.7 - Ligação de Baixa Resistência Mecânica Entre Costado e Teto 13.8 - Teto Flutuante 13.8.1- Declividade e Soldagem das Chapas do Teto 13.8.2 - Flutuabilidade 13.8.3 - Suportes do Teto CAPÍTULO XIV Bocais e Acessórios .............................................................. 163 14.1 - Bocais e Acessórios do Fundo 14.2 - Bocais e Acessórios do Costado 14.2.1 Bocais (Sheli Nozzles) 14.2.2 Bocas de Visita (Shell Manhole) 14.2.3 Portas de Limpeza (Cleanout) 14.2.4 Plataformas (Pia tforms), Passadiços (Walkways) e Escadas (Stairways) 14.2.5 - Câmaras e Aplicadores de Espuma Contra Incêndio 14.2.6 - Indicadores de Nível (Liquid Levei Indicators)

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14.2.7 - Misturadores (Mixers)......................................................................................... 14.2.8 - Anéis de Contraventamento (Top Wind Girders ou Stiffening-Rings).......................................................................................................... 14.2.9 - Anéis de Contraventamento Intermediário (Intermediate Wind Girders)...................................................................................... 14.3 - Bocais e Acessórios do Teto ........................................................................204 14.3.1- Bocais (RoofNozzles) ...............................................................................204 14.3.2 - Bocas de Visita (RoofManholes) ...............................................................205 14.3.3 - Dispositivos de Proteção Contra a Sobre ou Subpressão Interna ..............208 14.3.4 - Escotilha de Medição (Gauge Hatch) .........................................................241 14.3.5 - Guarda-Corpo (Safetv Rail) ........................................................................242 14.3.6 - Drenos do Teto Flutuante (Floating RoofDrains) .......................................245 14.3.7 - Escada de Acesso ao Teto Flutuante (Rolling Ladder) ...............................249 14.3.8 - Pernas de Sustenta ção do Teto Flutuante (Supporting Legs) .....................250 14.3.9 - Selo do Teto Flutuante (Seal) ......................................................................251 14.3.10 - Guia Anti-Rotacional do Teto Flutuante (Centering And Antirotation Device) ...............................................................................................257 14.4 - Quantidade e Dimensões das Bocas de Visita, Portas de Limpeza e Drenos de Fundo ...................................................................................259 14.5 - Sistema de Sucção Flutuante (Swing Lines) ..................................................260 14.6 - Sistema de Aquecimento ................................................................................260 14.7 - Isolamento Térmico a Alta Temperatura ........................................................262 14.8 - Placa de Identificação .....................................................................................264 14.9 - Folha de Dados (Data Sheet) ...........................................................................264 CAPÍTULO XV Estimativa de Custo ...........................................................................269 CAPÍTULO XVI Estimativa de Perdas por Evaporação ............................................285

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16.1 - Fatores de Influência ..........................................................................................286 16.2 - Métodos de Medição das Perdas por Evaporação ..............................................290 16.3 - Estimativa das Perdas por Evaporação em Tanques de Teto Fixo .......................................................................................................................290 16.3.1 - Perda Resultante da Variação das Condições Ambientais (Standing Storage Loss) ................................................................................................291 16.3.2 - Perda Resultante da Movimentação do Produto (Working Loss) ...................293 16.3.3 - Perda Total (Total Loss) .................................................................................295 16.4 - Estimativa das Perdas por Evaporação em Tanques de Teto Flutuante ............. 16.4.1 - Perda no Sistema de Selagem e nos Diversos Acessórios não Estanques do Teto (Standing Storage Loss).................................................................................................... 16.4.2 - Perda Resultante da Movimentação do Produto (Withdrawal Loss)………………………………………………………………………. 16.4.3 - Perda Total (Total Loss)...................................................................................... 16.5 - Estimativa das Perdas por Evaporação em Tanques de Teto Móvel e em Tanques de Teto com Diafragma Flexível ...................................................................................... 16.6 - Estimativa das Perdas por Evaporação em Tanques de Baixa Pressão .................. 16.7 - Redução das Perdas por Evaporação ...................................................................... 16.8 - Seleção do Tipo de Tanque .................................................................................... CAPÍTULO XVII Fabricação .........................................................................................335 17.1 - Operações, Equipamentos e Normas de Fabricação ........................................... 17.2 - Armazenamento de Materiais ............................................................................. 17.3 - Desempeno de Chapas ......................................................................................... 17.4 - Reparo de Defeitos ................................................................................................ 17.5 - Corte e Preparação das Bordas das Chapas .......................................................... 17.6 - Calandragem das Chapas do Costado .................................................................. 17.7 - Aberturas nas Chapas para Construção de Acessórios e Realização de Tratamento Térmico de Alívio de Tensões ..............................................

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17.8 – Soldagem .......................... 17.9 - Inspeção de Fabricação ................................ CAPÍTULO XVIII Montagem.........................................................................................345 18.1 - Normas e Rotina de Fiscalização 18.2 - Inspeção e Armazenamento de Materiais 18.3 - Verificação da Base 18.4 - Montagem do Fundo 18.5 - Montagem do Costado 18.6 - Montagem do Teto 363 18.6.1 - Montagem de Tetos Fixos . 363 18.6.2 - Montagem de Tetos Flutuantes 364 18.7 - Procedimentos de Montagem não Tradicionais 370 18.8 - API 650 Section 5 — Erection 371 18.9 - Instruções de Segurança Industrial para Empreiteiros ................................376 CAPÍTULO XIX Qualificações, Métodos de Inspeção e Testes . . . . 379 19.1 - Qualificação de Procedimentos de Soldagem e Qualificação de Soldadores e Operadores de Soldagem 19.2 - Método de Inspeção Visual 19.3 - Método de Inspeção Radiográfica 19.3.1 - Número e Localização das Radiografias 19.3.1.1 - API 650 Corpo de Norma 19.3.1.2 - API 650 Apêndice A 19.3.1.3 - NBR 7821 Corpo de Norma 19.3.1.4 - NBR 7821 Anexo E e Anexo G

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19.3.1.5 – BS 2654 19.3.2 - Técnica Radiográfica e Avaliação dos Resultados 19.3.3 - Determinação dos Limites de uma Solda Defeituosa 19.3.4 Reparo de Soldas Defeituosas 19.4 - Método de Inspeção por Seccionamento 19.5 - Método de Inspeção por Partículas Magnéticas 19.6 - Método de Inspeção por Ultra-Som 19.7 - Método de Inspeção por Líquido Penetrante 19.8 - Ensaio de Estanqueidade 19.9 - Teste Hidrostático CAPÍTULO XX Pintura e Proteção Catódica ................................................................403 20.1 - Pintura ...............................................................................................................403 20.1.1 - Pintura Interna 20.1.2 - Pintura Externa 20.2 - Proteção Catódica 20.2.1 - Proteção Catódica Interna 20.2.2 - Proteção Catódica Externa 20.2.3 - Critérios de Proteção CAPÍTULO XXI Operação ..............................................................................................423 CAPÍTULO XXII Manutenção ....................................................................................... 22.1 - Limpeza Interna ............................................................................................... 22.2 – Reparos ........................................................................................................... CAPÍTULO XXIII Inspeção ..........................................................................................

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23.1 - Inspeção de Fabricação 23.2 - Inspeção de Montagem 23.3 - Inspeção de Operação 23.3.1 - Tipos de Inspeção 23.3.2 - Critérios de Aceitação 23.3.3 - Determinação da Espessura Mínima de Operação do Costado 23.3.4 - Programação, Periodicidade e Requisitos de Segurança 23.3.5 - Registro da Inspeção Referências Bibliográficas

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Capítulo I

Introdução

Tanques de armazenamento são equipamentos de caldeiraria pesada, sujeitos à pressão aproximadamente atmosférica, normalmente na faixa de O a 0,5 psig e destinados, principalmente, ao armazenamento de petróleo e seus derivados.

O presente trabalho tratará, exclusivamente, de tanques de armazenamento

atmosféricos, cilíndricos, verticais, não enterrados, de fabricação soldada e construídos com chapas de aço carbono. São equipamentos tipicamente encontrados em refinarias, terminais, oleodutos, bases de distribuição, parques industriais etc.

A construção de um tanque de armazenamento normalmente é regulamentada

pela norma americana API 650 “Welded Steel Tanks for Oil Storage”1 do American Petroleum Institute (API). No Brasil utiliza-se, também, a norma NBR 7821 “Tanques Soldados para Armazenamento de Petróleo e Derivados”2, publicada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Atualmente, os tanques de armazenamento convencionais — projeto convencional e material de fabricação nacional — são construídos numa ampla faixa de capacidades, desde 100 barris (16 m3) até aproximadamente 550.000 barris (87.500 m3). Como o custo do barril armazenado decresce com o aumento da capacidade do tanque, haverá, normalmente, o interesse na construção de tanques de armazenamento com capacidade cada vez maior. Isto será limitado, conforme veremos a seguir, pela espessura requerida ao costado do equipamento. Desta forma, construções especiais

— projeto mais elaborado, material de alta resistência mecânica e de elevada tenacidade

— permitem a construção de tanques de armazenamento (Figura 1.1) com capacidade superior a 1,000.000 barris (159.000 m3). Os maiores tanques de armazenamento construídos no Brasil, pertencentes à PETROBRAS, apresentam capacidade da ordem de 550.000 barris (Figura 1.2).

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Figura 1.1

Tanque de armazenamento com 1.250.000 barris de capacidade. Construído no oriente médio pela Chicago Bridge And Iron Co.

Figura 1.2

Construção de um tanque de armazenamento com 550.000 barris de capacidade nominal.

(PETROBRAS - RLAM).

A construção de um tanque de armazenamento merece a mais cuidadosa atenção possível, principalmente devido aos seguintes motivos:

• elevado investimento de capital envolvido; • são equipamentos imprescindíveis ao funcionamento de uma unidade

operacional. A Figura 1.3, a seguir, indica os principais componentes de um tanque de

armazenamento. Na Figura 1.4 ilustramos alguns tanques de armazenamento pertencentes à PETROBRAS.

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Figura 1.3 Principais componentes de um tanque de armazenamento.

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Figura 1.4 Tanques de armazenamento da PETROBRAS.

a) Terminal marítimo (DTBASA). b) Região de produção (E&P-RNCE). c) Refinaria (REVAP).

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Capítulo II

Classificação dos Tanques de Armazenamento3,4

Os tanques de armazenamento são classificados, didaticamente, conforme a natureza do teto, em:

• Tanques de Teto Fixo • Tanques de Teto Móvel • Tanques de Teto com Diafragma Flexível • Tanques de Teto Flutuante

2.1 Tanques de Teto Fixo (Fixed Roof)

São tanques cujos tetos estão diretamente ligados à parte superior de seus costados. Podem ser autoportantes ou suportados por uma estrutura interna de perfis metálicos. Os tetos autoportantes são apoiados exclusivamente na periferia do costado.

Dependendo da forma do teto fixo, podemos distirLguir as seguintes variações construtivas: a) Teto Cônico (Cone Roof): apresenta a forma aproximada de um cone

reto (Figura 2.1).

Figura 2.1 Teto fixo cônico.

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b) Teto Curvo (Dome Roof): apresenta a forma aproximada de uma

calota esférica. Normalmente é autoportante (Figura 2.2).

Figura 2.2

Teto fixo curvo.

c) Teto em Gomos (Umbrelia Roof): é uma modificação do tipo anterior, no qual qualquer seção horizontal terá a forma de um polígono regular com número de lados igual ao número de chapas utilizadas nesta região do teto (Figura 2.3).

Figura 2.3

Teto fixo em gomos.

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2.2 Tanques de Teto Móvel (Lifting Rool)

São tanques cujos tetos se movimentam externamente ao costado (Figura 2.4), em função da pressão de seu espaço vapor, O equipamento deverá conter dispositivos de segurança para evitar o excesso de pressão ou vácuo interno. As perdas por evaporação são evitadas por meio de um sistema de selagem entre o costado e o teto (Figura 2.5).

Figura 2.4 Teto móvel.

F

Figura 2.5 Teto móvel. Sistema de selagem. a) Selagem líquida. b) Selagem seca.

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2.3 Tanques de Teto com Diafragma Flexível (Diaphragm)

São tanques em que os tetos são fixos ao costado mas apresentam a possibilidade de variar o volume do espaço vapor em conseqüência da modificação da pressão de armazenamento (Figura 2.6). A variação do espaço vapor é realizada pela deformação de um componente interno que funciona corno urna membrana flexível. O diafragma flexível normalmente é fabricado de material plástico (neoprene, nylon etc.) resistente ao produto armazenado sob a forma líquida ou vapor.

Figura 26

Teto com diafragma flexível.

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Tanques de teto móvel e tanques de teto com diafragma flexível normalmente

são utilizados em sistemas fechados, objetivando a redução das perdas por evaporação, trabalhando como “tanque pulmão” (Figura 2.7).

Figura 2.7

Tanque pulmão. 2.4 Tanques de Teto Flutuante (Floating-Roof) São tanques cujos tetos estão diretamente apoiados na superfície do líquido

armazenado, no qual flutuam, acompanhando sua movimentação durante os períodos de esvaziamento e enchimento. São utilizados com o objetivo de minimizar as perdas por evaporação devido à movimentação de produto. Como o teto flutuante movimenta-se internamente ao costado, haverá necessidade de um sistema de selagem.

O teto flutuante apresenta os principais tipos construtivos: a) Teto Flutuante Simples (Single Deck or Pan-Type Floating-Roof):

consiste essencialmente de um lençol de chapas. O teto é enrijecido por uma estrutura metálica, na sua parte superior, para lhe conferir a necessária estabilidade (Figura 2.8). É o tipo mais simples e de construção mais barata. A flutuabilidade é precária. Dos tipos de teto flutuante é o que apresenta maior perda por evaporação, pois o teto está em contato direto com o produto armazenado e transmite, mais facilmente, a energia solar incidente.

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Figura 2.8 Teto flutuante simples.

b) Teto Flutuante com Flutuador (Pontoon Floating-Roof): possui, na construção convencional, um disco central e um flutuador na periferia do teto (Figura 2.9). Apresenta maior flutuabilidade, menor perda por evaporação e maior custo do que o tipo anterior.

Figura 2.9

Teto flutuante com flutuador.

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Uma variação construtiva do teto flutuante “Pontoon” é o tipo “Buoyroof”5, apresentado na Figura 2.10.

Figura 2.10

Teto flutuante Buoyroof.

Os tetos flutuantes com flutuador apresentam, principalmente, os seguintes problemas6:

• dificuldade de drenagem do teto; • possibilidade de colapso do teto devido à excessiva pressão de vapor do

produto armazenado. c) Teto Flutuante Duplo (Double-Deck Floating-Roof): possui dois

lençóis de chapas ligados, internamente, por uma estrutura metálica formando compartimentos estanques (Figura 2,11). É uma estrutura robusta e de excelente flutuabilidade. É o tipo de teto flutuante mais caro, porém apresenta a menor perda por evaporação, pois os dois lençóis de chapas formam um colchão de ar que funciona como isolamento térmico entre a superfície do líquido armazenado e a superfície externa do teto.

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Figura 2.11

Teto flutuante duplo.

Os tetos flutuantes duplos apresentam, principalmente, os seguintes problemas6: • maior custo de fabricação e de montagem; • fundações mais caras devido à exigência de menores recalques; • considerável volume de produto imobilizado por causa da necessidade de manter sempre o teto flutuando. O apoio desigual das pernas de sustentação do teto sobre o fundo pode provocar trincas por fadiga junto aos reforços das pernas de sustentação e nas junções das anteparas dos flutuadores com o lençol inferior do teto (Figura 2.12). Tais trincas podem provocar o alagamento do teto e até o seu afundamento; • possibilidade de graves danos (trincas nas soldas das anteparas) em tanques com movimentação muito freqüente (Figura 2.13).

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Figura 2.12

Aspecto das trincas junto às anteparas e pernas de sustentação em tetos flutuantes duplos6.

Figura 2.13

Trincas nas anteparas em tetos flutuantes duplos devido à movimentação do produto armazenado6.

1) Enchimento. 2) Esvaziamento.

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2.5 Seleção do Tipo de Tanque de Armazenamento em Função do Produto Armazenado

Apenas como informação, a Tabela 1 da Norma N-2707, recomenda o tipo tanque de armazenamento a ser adotado em função do produto armazenado.

Tabela 1 da N-270 Tipo de tanque em função do produto armazenado7.

A Tabela 2.1 recomenda o tipo de teto flutuante a ser adotado6, 7.

Tabela 2.1 Seleção do tipo de teto flutuante6, 7.

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Figura 2.14

Teto flutuante com flutuador periférico e disco central reforçado. Exemplos.

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CAPÍTULO III

Localização De Um Parque De

Armazenamento

Como parque de armazenamento entendemos a área destinada à armazenagem e

transferência de produtos, onde se situam os tanques de armazenamento, armazéns e bombas de transferência.

A escolha do local para construção de um parque de armazenamento merece

minucioso estudo e planejamento. Principalmente, os seguintes aspectos deverão ser considerados:

• natureza do solo: um dos mais importantes fatores a analisar. Uma escolha

inadequada (Figura 3.1) implicará, fatalmente, em elevado custo de fundação para os tanques de armazenamento;

• necessidade de ampliação: o local escolhido deverá apresentar área suficiente

para as expansões futuras (Figura 3.2); • facilidade de operação: a elevação do terreno, na região dos tanques de

armazenamento, deverá facilitar as condições de sucção das bombas de movimentação do produto armazenado (Figura 3.3);

• facilidade de acesso e segurança operacional8: a área a ser ocupada pelo

parque de armazenamento deverá ser de fácil acesso, completamente limpa, desmatada e destocada. A localização dos tanques de armazenamento deverá sempre visar a segurança operacional, com a máxima redução de riscos para as áreas vizinhas. Normalmente, não é permitida a construção de tanques de armazenamento dentro de zonas densamente construídas. A área ocupada pelo parque deverá ser isolada do livre acesso de pessoas e animais. Os parques de armazenamentos deverão ter acessos adequados para os equipamentos de combate a incêndio (Figura 3,4).

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Figura3.1

Solo inadequado, a) Empoçamento de água de chuva. b) Recalque exagerado.

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Figura 3.2

Expansão prevista.

Figura 3.3

Elevação do terreno visando facilitar a operação.

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Figura 3.4

Facilidade de acesso e segurança operacional.

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CAPÍTULO IV

Capacidade De Armazenamento

A capacidade de armazenamento ou tancagem de uma unidade operacional (Figura 4.1) dependerá de diversos fatores, entre os quais citaremos:

• tipo da unidade operacional: refinaria, base de distribuição etc; • produto armazenado; • produção ou demanda da unidade operacional; • consumo da região; • tipo de transporte utilizado para o suprimento da unidade operacional. A Resolução n° O3/81, do Departamento Nacional de Combustíveis (DNC),

dispõe sobre o armazenamento mínimo e o estoque de segurança de petróleo e seus derivados.

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Figura 4.1

Capacidade de armazenamento de uma unidade operacional.