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DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA MESTRADO PROFISSIONAL EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO SALVADOR 2006 MARIA LÚCIA CASTRO PENAS SEARA DE BRITTO TAXA DE EMISSÃO DE BIOGÁS E PARÂMETROS DE BIODEGRADAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS NO ATERRO METROPOLITANO CENTRO

taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

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DEPTº DE ENGENHARIA AMBIENTAL - DEA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIAESCOLA POLITÉCNICA

MESTRADO PROFISSIONAL EMGERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS

AMBIENTAIS NO PROCESSO PRODUTIVO

SALVADOR 2006

MARIA LÚCIA CASTRO PENAS SEARA DE BRITTO

TAXA DE EMISSÃO DE B IOGÁS E PARÂMETROS DE B IODEGRADAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS

NO ATERRO METROPOLITANO CENTRO

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MARIA LÚCIA CASTRO PENAS SEARA DE BRITTO

T A X A D E E M I S S Ã O D E B I O G Á S E P A R Â M E T R O S D E

B I O D E G R A D A Ç Ã O D E R E S Í D U O S S Ó L I D O S U R B A N O S N O A T E R R O M E T R O P O L I T A N O C E N T R O

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-graduação em Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Sandro Lemos Machado

Salvador

2006

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B86285t Brito, Maria Lúcia Castro Penas Seara de

Taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de resíduos sólidos urbanos no aterro metropolitano centro / Maria Lúcia Castro Penas Seara de Brito – Salvador-BA: [s.n.], 2006.

185 p.; il., color.

Orientador: Prof. Dr. Sandro Lemos Machado

Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo. Ênfase em Produção Limpa) – Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2006.

1. Controle de poluição. 2.Biogás. 3. Aterro sanitário. 4.Lixo 5.Energia da biomassa I.Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. II. Machado, Sandro Lemos. III. Título.

CDD: 628.4

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AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Asher Kiperstok, Coordenador da Rede de Tecnologias Limpas da Bahia – Teclim/ Depto. de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia - UFBA, pela confiança creditada e as oportunidades concedidas, principalmente por ter descortinado novos paradigmas nas áreas da prevenção da poluição e da preservação ambiental, com a abordagem das Tecnologias Limpas. Ao Prof. Dr. Sandro Lemos Machado, do Departamento de Ciência e Tecnologia dos Materiais da Universidade Federal da Bahia – UFBA, o reconhecimento especial pela dedicação e proficiente orientação, que muito contribuíram para a consecução dos objetivos dessa dissertação, dentro do escopo originalmente proposto. À Battre Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos S.A (antiga VEGA), o agradecimento pelo acesso as instalações e disponibilização dos dados técnicos, e em particular na pessoa do Engº. Sebastião Araújo Reis de Santana pela inestimável colaboração. Aos colegas do Curso de Mestrado pela profícua convivência ao longo dessa trajetória. À Marcus Vinicius e Luiz Augusto, meus filhos, e Luiz Britto, meu marido e parceiro de todas as horas, pela paciência, apoio e carinho que me dispensaram nesse período, com as longas jornadas de aulas, estudos e pesquisas. Ao meu pai e à minha mãe, que nos momentos de aflição me tocaram a alma para que continuasse nessa caminhada, in memorian.

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“Não existe nada mais difícil de executar, nem de sucesso mais duvidoso ou mais perigoso, que dar início a uma nova ordem das coisas. Pois o reformador tem como inimigos todos os que ganham com a ordem antiga e conta apenas com defensores tímidos entre aqueles que ganham com a nova ordem. Parte dessa timidez vem do medo dos adversários, que têm a lei a seu favor; e parte vem da incredulidade da humanidade que não deposita muita fé em qualquer coisa nova, até que a experimente.”

MAQUIAVEL, O Príncipe

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RESUMO

Este trabalho teve como objetivo principal, levantar parâmetros de geração de biogás para o caso específico da Região Metropolitana de Salvador, Bahia (Aterro Metropolitano-Centro), e estimar a produção desse biogás, enfocando-se o metano, um dos seus constituintes de maior impacto no efeito estufa global. Para atender a este objetivo, foram realizadas medições nos drenos de captação de biogás em cada célula, tratados e analisados seus dados, e comparados com as medições totais do sistema de captação do biogás utilizado neste aterro. Foram realizados ainda, estudos acerca dos aspectos de biodegradabilidade do RSU, procurando-se obter parâmetros que possibilitassem a previsão de curvas de geração de biogás em laboratório e a comparação das curvas previstas com os resultados obtidos em campo, possibilitando a validação de modelos teóricos. Palavras-Chave: Tecnologias Limpas, Biogás, Aterro sanitário, Lixo, Energia da biomassa.

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ABSTRACT

The main objective of this work was to collect data regarding the production of biogas in the Metropolitan Landfill of Salvador, Bahia (Aterro Metropolitano-Centro), and to provide and estimation of the landfill’s biogas production, focusing on methane, one of the main contributors to the global greenhouse effect among biogas constituents. To achieve this objective, measurements in the drains of captation of biogas in each cell have been carried through; data was treated and analyzed, and compared with the total measurements of the system of captation of biogas used in this landfill. In addition studies concerning the aspects of biodegradability of the RSU have been carried through, in the hope of obtaining parameters that would make possible the forecast of curves of generation of biogas in laboratory and the comparison of the curves foreseen with the results obtained in the field, making possible the validation of theoretical models.

Keywords: Clean Technologies, Biogas, Sanitary Landfill, Waste, Biomass Energy

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 14 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18

2.1 A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU) 18

2.1.1 Classificação dos Resíduos Sólidos 18

2.1.2 Caracterização dos RSU 20

2.1.3 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos 31

2.1.3.1 Instrumentos de Controle e Prevenção da Poluição na Gestão do Lixo Urbano Os 3R’s - Reduzir, Reusar e Reciclar

31

2.1.3.2 A Responsabilidade Sócio-Ambiental das Empresas (RSA) 36

2.1.3.3 Problemática e Soluções dos Gases Efeito Estufa – O Protocolo de Kyoto 38

2.1.3.4 Tipos de Disposição Final 41

2.1.3.5 Cenário dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil e no Mundo 48

2.1.3.6 Os Resíduos Sólidos Urbanos em Salvador 55

2.2 GERAÇÃO DE BIOGÁS E FATORES INFLUENTES 63

2.2.1 Considerações do Biogás extraído dos Aterros Urbanos 63

2.2.2 Estimativas Teóricas da Produção de Biogás e Metano em Aterros Sanitários 76

2.2.3 Análise do Potencial Energético em Aterros Sanitários 91

2.2.4 Captação e Conversão Energética de Biogás de Aterros 94

2.2.5 Potencial para Geração de Energia Elétrica com Biogás 98

2.2.6. Projetos Bem Sucedidos de Aproveitamento de Biogás em Aterros

102

3 MATERIAIS E MÉTODOS 107

3.1 ESTIMATIVA DA FRAÇÃO BIODEGRADÁVEL DO RSU AO LONGO DO TEMPO, COMO FORMA DE OBTENÇÃO DE LO E K NO LABORATÓRIO

108

3.1.1 Ensaios de Caracterização do RSU 109

3.1.2 Teor de Umidade 113

3.1.3 Determinação dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU 113

3.1.4 Método Proposto para Estimativa dos Parâmetros Lo e k a partir de Dados de Laboratório

114

3.2 ESTIMATIVA DOS PARÂMETROS DE LO E K A PARTIR DO MONITORAMENTO DA GERAÇÃO DE GÁS NO CAMPO

118

3.2.1 Análise dos Fatores Influentes na Captação do Biogás e Problemas Encontrados

121

3.2.2 Cálculo das Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo 123

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3.2.3 Cálculo da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro 124

3.2.4 Método Proposto para Obtenção dos Parâmetros Lo e k no Campo 126

4 RESULTADOS E ANÁLISES DO MONITORAMENTO DO BIOGÁS NO LABORATÓRIO E NO CAMPO

128

4.1 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE LABORATÓRIO 128

4.1.1 Valores da Composição Gravimétrica do Resíduo Novo 128

4.1.2 Valores do Teor de Umidade 131

4.1.3 Valores dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU 135

4.1.4 Resultados de Lo e k de Laboratório 137

4.2 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE CAMPO 141

4.2.1 Valores Considerados e Análises das Vazões de Biogás de Campo 141

4.2.2 Valores de Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo 147

4.2.3 Valores da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro 148

4.2.4 Valores de Lo e k de Campo 149

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

158

REFERENCIAS

161

APÊNDICE A - Método de calculo de Lo de laboratório

166

APÊNDICE B - Leituras de vazão de biogás e metano da Célula 5 e macro-Célula 1

167

APÊNDICE C – Disposição dos resíduos desde a abertura do aterro até a data final do estudo

183

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 – A hierarquia na minimização de resíduos 31

Figura 2.2 – Técnicas para redução da poluição 34

Figura 2.3 – Modelo de técnica para redução da poluição para os resíduos sólidos urbanos 35

Figura 2.4 – preparação do aterro, colocação da manta impermeabilizante no aterro delta de Campinas-SP.

44

Figura 2.5 – Preparação do aterro, camada de solo argiloso compactado – Campinas-SP 45

Figura 2.6 – Preparação do aterro, colocação do dreno de chorume 45

Figura 2.7 – Preparação do aterro, colocação do dreno de biogás antes do lançamento do lixo

46

Figura 2.8 – Corte longitudinal da colocação do dreno de biogás 46

Figura 2.9 – Vista aérea do Aterro Metropolitano Centro de Salvador 47

Figura 2.10 – Vista aérea de parte da cobertura do Aterro Metropolitano Centro de Salvador 47

Figura 2.11 - Disposição final do lixo (geral) no Brasil 51

Figura 2.12 – Destinação geral por número de municípios 51

Figura 2.13 – Fluxograma dos princípios de gestão de resíduos sólidos 59

Figura 2.14 – Fases de formação do biogás de aterro 66

Figura 2.15 – Triângulo do fogo 72

Figura 2.16 – Exibição de caminhos potenciais do gás de aterro 72

Figura 2.17 – Efeitos causados a saúde humana pelo H2S 75

Figura 2.18 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos rapidamente degradáveis

85

Figura 2.19 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos lentamente 86

Figura 2.20 – Produção de gás durante um período de cinco anos a partir de materiais orgânicos rapidamente e lentamente decompostos colocados num aterro.

86

Figura 2.21 – Fluxograma simplificado do processo de geração e aproveitamento de gás 99

Figura 3.1 – Coleta de resíduo novo – frente de lançamento (descarga da carreta vinda de Canabrava; uso de retro-escavadeira para seleção de material; Homogeneização do lixo; quarteamento e armazenamento das amostras de resíduo coletadas em tambores)

111

Figura 3.2 – Coleta de resíduo com 4 anos de aterramento – Abertura de cava. 112

Figura 3.3 – Equipamento de campo utilizada para medida de vazão de metano nos drenos 119

Figura 3.4 – Sopradores, equipamento de medida de vazão de metano em um único ponto (na junção dos drenos)

120

Figura 3.5 – Diferenças percentuais de vazões na sala de controle e nos drenos 122

Figura 3.6 – Planta baixa do aterro utilizada para o cálculo da nova vazão da Célula 5 125

Figura 4.1 – Comparação da composição física média, em base seca, dos resíduos novos com resíduos de 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento.

131

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Figura 4.2 – Comparação do teor de umidade, em base seca, para o resíduo novo coletado em épocas diferentes

134

Figura 4.3 – Resultados de STV, e percentual de matéria orgânica presente na fração pastosa para as amostras de resíduo novo coletado.

137

Figura 4.4 – Cálculo do Lo em função do tempo para a equação 2.1 139

Figura 4.5 – Cálculo Lo em função do tempo para a equação 3.15 141

Figura 4.6 – Percentual de O2 em função da pressão estática média 146

Figura 4.7 – Análise dos dados de Lo e k de campo 157

Figura 4.8 – Análise dos dados de Lo e k de campo x laboratório 157

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 – Classificação dos componentes do resíduo urbano 21

Tabela 2.2 – Resíduos domiciliares potencialmente perigosos 22

Tabela 2.3 – Variações características da massa específica nos resíduos sólidos (kg/m3) 24

Tabela 2.4 – Variações características da umidade nos resíduos sólidos 25

Tabela 2.5 – Composição percentual média do lixo domiciliar em cidades brasileiras 25

Tabela 2.6 – Fração biodegradável de alguns componentes orgânicos do RSU baseados no conteúdo de lignina

30

Tabela 2.7 – Quantidade de crianças em lixões nas diversas regiões do país 42

Tabela 2.8 – Destinação dos resíduos sólidos em alguns países (% peso) 49

Tabela 2.9 – Características dos resíduos em função da densidade demográfica e nível de renda

50

Tabela 2.10 – Estimativa de geração de resíduos sólidos no Brasil 52

Tabela 2.11 – Nível de renda da população urbana no Brasil com acesso ao serviço de coleta de lixo (%)

53

Tabela 2.12 – Responsabilidade pela coleta dos resíduos 54

Tabela 2.13 – Tipo de destinação final em percentual (%) por região 54

Tabela 2.14 – Composição média gravimétrica do lixo domiciliar em Salvador, ano de 1999

57

Tabela 2.15 – Coleta diferenciada do lixo de Salvador 1999 60

Tabela 2.16 – Composição média da mistura gasosa 65

Tabela 2.17 – P.C.I. de diferentes gases 69

Tabela 2.18 – Equivalências energéticas do biogás 69

Tabela 2.19 – Temperatura mínima de auto- ignição 71

Tabela 2.20 – Fator de correção de metano para as condições do aterro 82

Tabela 2.21 – Teor de carbono orgânico degradável para cada componente do lixo 82

Tabela 2.22 – Modelos empregados para a simulação do processo de decomposição 89

Tabela 2.23 – Parâmetros calculados para os modelos de geração de biogás em aterros 91

Tabela 2.24 – Comparativo da taxa de geração de energia a partir dos resíduos domésticos 102

Tabela 3.1 – Totais gerais de disposição de lixo desde 1997 até agosto 2005 126

Tabela 4.1 – Comparação da composição física do resíduo novo coletado em épocas diferentes em termos de base seca e base úmida

129

Tabela 4.2 – Composição média, em base seca, obtida para o resíduo novo coletado na frente de lançamento do Aterro Metropolitano Centro

130

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Tabela 4.3 – Teor de umidade de cada componente para o resíduo novo coletado em março e setembro de 2005 e janeiro e setembro de 2004 em termos de base seca

132

Tabela 4.4 – Teores de umidade global médio obtida em percentual para os resíduos estudados

135

Tabela 4.5 – Teores de sólidos totais voláteis para o resíduo novo 136

Tabela 4.6 - Teores de sólidos totais voláteis para os resíduos com 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterrado

136

Tabela 4.7 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 2.1 e cálculo de Lo experimental

138

Tabela 4.8 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 3.14 e cálculo de Lo experimental

140

Tabela 4.9 – Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Célula 5 142

Tabela 4.10 – Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Macro Célula 1

143

Tabela 4.11 – Vazão específica Célula 5 e Macro Célula 1 em m3 /ano ton 144

Tabela 4.12 – Análise da influência da depressão estática na % O2 146

Tabela 4.13 – Emissões fugitivas e vazão total estimada (m3/h) da Célula 5 147

Tabela 4.14 – Emissões fugitivas e vazão total estimada (m3/h) da Macro Célula 1 148

Tabela 4.15 – Comparação global de vazões – vazão total do aterro e emissão fugitiva 149

Tabela 4.16 – Valores previstos de produção de metano para a Célula 5 e Macro Célula 1 150

Tabela 4.17 – Quantidade de resíduos depositados na Macro Célula 1 151

Tabela 4.18 – Quantidade de resíduos depositados na Célula 5 151

Tabela 4.19 – Datas de início e finalização dos sub-aterros da Célula 5 151

Tabela 4.20 – Datas de início e finalização dos sub-aterros da Macro Célula 1 152

Tabela 4.21 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) - Célula 5 152

Tabela 4.22 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) -Macro Célula 1 152

Tabela 4.23 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em agosto de 2005 153

Tabela 4.24 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em julho de 2004 154

Tabela 4.25 – Análise dos dados de campo (Célula 5) 155

Tabela 2.26 – Análise de dados de Lo e k 156

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14

1 INTRODUÇÃO

A poluição tem se tornando, nos últimos anos, uma das maiores preocupações dos órgãos

ambientalistas, instituições governamentais e não governamentais, indústrias, e de todos os

povos. Mudanças, no meio ambiente, tanto em níveis locais quanto globais são cada vez mais

observadas, pondo em perigo sua existência e o futuro das gerações.

A principal causa atribuída às mudanças no meio ambiente se refere à forma de exploração

econômica, ou seja, a dinâmica capitalista. Na lógica capitalista, a natureza parece ter funções

bem específicas, gerando e provisionando todos os materiais utilizados no processo produtivo,

e ainda, após o seu uso, absorvendo os resíduos, que retornam ao ecossistema muitas vezes,

na forma de contaminantes.

Esta lógica de crescimento econômico tem seus limites, na medida em que compromete o

bem-estar das gerações futuras. Sua aplicação tem levado, pelo esgotamento e escassez de

recursos naturais, a degradação dos mananciais, e a indisponibilidade de água doce e de boa

qualidade, exigindo dos ecossistemas um nível acima de sua capacidade de regeneração e

assimilação.

A idéia de sustentabilidade defendida por vários estudiosos, implica na premissa de que é

preciso definir um conjunto de iniciativas que levem em conta a existência de interlocutores e

participantes sociais relevantes e ativos, através de práticas educativas e de um processo de

diálogo informado, reforçando um sentimento de co-responsabilização e buscando resíduo

zero para o meio ambiente.

A gestão sustentável dos resíduos sólidos pressupõe uma abordagem de redução (do uso de

matérias-primas e energia e do desperdício nas fontes geradoras), reutilização direta dos

produtos e reciclagem de materiais. A hierarquia dos 3Rs (reduzir, reusar e reciclar) segue o

princípio de que causa menor impacto evitar a geração do lixo do que reciclar ou dispor em

aterros os materiais após seu descarte.

Além disto a disposição final do lixo é um dos graves problemas ambientais enfrentados pelos

grandes centros urbanos, particularmente no Brasil onde o uso de “lixões” ainda é muito

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15

comum. A emissão descontrolada do biogás produzido na decomposição anaeróbia da matéria

orgânica pode ser uma ameaça ao ambiente local, causando danos à vegetação, gerando

odores desagradáveis e oferecendo ainda riscos de explosão, no caso de concentrações entre 5

e 15% no ar. O biogás pode ser também um problema global, pois na fase metanogênica do

processo de degradação biológica é formado por cerca de 50% de metano, gás mais agressivo

do que o CO2 e que juntamente com esse, provocam o efeito estufa.

Os aterros sanitários são uma forma controlada de disposição final dos resíduos sólidos

urbanos, mas podem ser causadores de poluição do meio ambiente por produzirem lixiviados

e também o biogás que apresentam uma grande quantidade de metano. O biogás além de

representar risco para o ambiente local quando não controlado devidamente pode migrar

lateralmente para áreas próximas ou mesmo emanar pela superfície, apresentando risco à

saúde humana, decorrente da formação de ozônio de baixa altitude ou da exposição a alguns

constituintes do biogás que podem causar câncer e outras doenças que atacam fígado, rins,

pulmões e o sistema nervoso central.

Devido às altas concentrações de gás metano no biogás, como já mencionado, existe ainda o

risco de incêndios e explosões em instalações próximas aos aterros. Outro efeito negativo da

emissão descontrolada de biogás nos aterros é o inconveniente causado por odores

desagradáveis que levam a distúrbios emocionais em indivíduos que residem em áreas

próximas e favorecem a desvalorização das propriedades.

Por estas razões, o uso controlado do biogás pode promover redução dos potenciais impactos

ambientais, além de trazer outros benefícios. O biogás produzido nos aterros pode gerar

benefícios para os governos locais, com a venda de créditos de carbono, uma excelente

oportunidade de negócio, estimulando a adoção de práticas de engenharia que maximizam a

geração e a coleta do biogás, reduzindo também os riscos de contaminação do meio ambiente.

Com essa finalidade e para atender ao Protocolo de Kyoto, o qual impõe uma redução de 5%

do valor das emissões atmosféricas de países poluidores correspondente ao ano de 1990,

muitas empresas investiram em soluções para diminuição da emissão de CO2 e outros gases,

tornando-se ao longo do tempo, mais lucrativas.

Neste contexto, o Aterro Metropolitano Centro de Salvador/Ba, adotou algumas ações e

políticas, como o sistema de reaproveitamento do biogás, para minimizar os efeitos que a

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16

produção sem controle deste biogás causa ao meio ambiente e as pessoas do entorno. Para

atender a este propósito, o aterro foi provido de sistemas capazes de confinar e captar o

biogás, que, através de dutos e drenos colocados nas células, levam o gás para um ponto

central, onde são lidas as vazões totais em m3/h. Medições de vazão de biogás em cada dreno

individualmente também podem ser realizadas, e o foram neste trabalho, para atender aos seus

objetivos específicos.

Esta dissertação tem como objetivo geral o levantamento de parâmetros de geração de biogás

para o caso específico do Aterro Metropolitano Centro e a estimativa de produção deste

biogás, com ênfase no metano.

A dissertação está dividida em cinco capítulos. O 1º capítulo é a Introdução, que mostra os

problemas decorrentes da degradação ambiental, principalmente a disposição inadequada dos

resíduos sólidos urbanos e seus efeitos no aquecimento do planeta, e quais caminhos devem

ser utilizados para se alcançar a sustentabilidade ambiental; o 2º capítulo é a Fundamentação

Teórica, que está sub-dividida em duas parte: na 1ª parte, apresenta os aspectos gerais de

Gestão dos Resíduos Sólidos Urbano (RSU) para uma melhor compreensão das definições,

classificação, características e formas de gerenciamento dos RSU, tomando-se por base a

produção mais limpa e o protocolo de Kyoto; na 2ª parte, busca-se entender sobre os

aspectos técnicos a cerca do biogás e adquirir um conhecimento maior das características e

composição deste biogás, faz-se um estudo de como é gerado este biogás e quais são os

fatores que influenciavam nesta geração, os métodos existentes na literatura utilizados para

estimar a sua produção, a análise do potencial energético dos aterros sanitários e o potencial

do biogás para geração de energia elétrica; o 3º capítulo é Materiais e Métodos, que aborda

procedimentos para caracterização dos resíduos sólidos urbano, para o cálculo dos sólidos

totais voláteis, do teor de umidade, da massa total biodegradável que são parâmetros

importantes para o cálculo de Lo e k de laboratório. Além disto, é descrito o procedimento

para o calculo dos parâmetros de Lo e k (potencial de geração de metano e constante cinética

de degradação dos resíduos e geração de metano respectivamente). Em campo, é descrito os

procedimentos para o cálculo das vazões totais e específicas nos drenos da Célula 5 e Macro

Célula 1, das emissões fugitivas e percentuais de contribuição de cada célula na vazão total do

aterro e a vazão total estimada do Aterro. Também é descrito o procedimento para o calculo

dos parâmetros de Lo e k de campo; O 4º capítulo são os Resultados Alcançados, que

compilam os resultados dos procedimentos propostos em materiais e métodos, e encontram

Page 18: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

17

curvas de geração de metano, através dos resultados dos parâmetros de Lo e k no campo e em

laboratório, comparando os seus resultados, e encontrando um Lo e k para o Aterro que

satisfaça aos dois. O 5º capítulo são as conclusões a que este trabalho chegou a cerca do Lo e

k (potencial de geração de metano e a constante cinética de degradação da matéria orgânica ao

longo do tempo respectivamente), no laboratório e no campo, e os resultados encontrados na

literatura técnica, além de se fazer uma abordagem sobre a gestão de aterros, utilizando como

modelo de gestão, o modelo de tecnologias limpas, para os resíduos sólidos urbanos, e as

Recomendações para futuros trabalhos sobre biogás e o seu aproveitamento energético.

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18

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS (RSU)

2.1.1 Classificação dos Resíduos Sólidos

Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004), denomina-se resíduos sólidos, os resíduos nos estados

sólido e semi-sólido, que resultam de atividades da comunidade de origem: industrial,

doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta

definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em

equipamentos e instalações de controle da poluição, bem como determinados líquidos cujas

particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de

água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face da

tecnologia disponível.

Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM (2001) a origem

é o principal elemento para a classificação dos resíduos sólidos. Segundo este critério, os

diferentes tipos de resíduos podem ser agrupados nas cinco classes definidas abaixo:

- Lixo doméstico ou residencial

- Lixo comercial

- Lixo público – de varrição podas, feiras livres

- Lixo domiciliar especial:

- Entulho de obras – pequeno gerador

- Pilhas e baterias

- Lâmpadas fluorescentes

- Pneus

- Lixo de fontes especiais

- Lixo industrial

- Lixo radioativo

- Lixo de portos, aeroportos e terminais rodo-ferroviários

- Lixo agrícola

Page 20: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

19

- Resíduos de serviços de saúde

- Entulhos de grandes geradores

Segundo a NBR 10.004 (ABNT, 2004) os resíduos sólidos são divididos em classes, de

acordo com sua periculosidade:

- Classe I – perigosos;

- Classe II – não perigosos

- Classe II A– não inertes;

- Classe II B– inertes.

Resíduos Classe I – Perigosos são aqueles que apresentam periculosidade, ou uma das

características seguintes:

- Inflamabilidade

- Corrosividade

- Reatividade

- Toxicidade

- Patogenicidade

Para melhor compreensão dos efeitos desta norma, define-se como periculosidade a

característica apresentada por um resíduo, que, em função de suas propriedades físicas,

químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar riscos à saúde pública, provocando ou

acentuando, de forma significativa, um aumento de mortalidade ou incidência de doenças.

Envolve ainda aqueles que oferecem riscos ao meio ambiente, quando o resíduo é manuseado

ou destinado de forma inadequada. Alguns exemplos podem ser citados como:

- Solventes

- Borras de tintas

- Lodos de Estação de Tratamento de Efluentes (ETE)

- Soluções galvanoplásticas

- Pós e fibras de amianto

- Lâmpadas

- Óleo lubrificante usado ou contaminado

Page 21: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

20

- Fluido e óleo hidráulico usado

- Cinzas provenientes de incineração

Resíduos Classe II A – Não-Inertes são aqueles que não se enquadram nas classificações de

resíduos Classe I – perigosos ou de resíduos Classe II B, nos termos desta norma. Estes

resíduos podem ter propriedades, tais como: combustibilidade, biodegradabilidade e

solubilidade em água. Abaixo é citado alguns exemplos:

- Resíduos de restaurante (restos de alimento)

- Sucata de metais ferrosos

- Sucata de metais não-ferrosos

- Resíduos de papéis e papelões

- Resíduos de plástico polimerizados

Resíduos Classe II B – Inertes são os resíduos que, quando amostrados de forma

representativa, segundo a NBR 10.007 (ABNT,2004) e submetidos a um contato estático ou

dinâmico com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme teste de

solubilização realizado pela NBR 10.006 (ABNT, 2004) não tiverem nenhum de seus

constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água,

excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. Como exemplos destes materiais,

pode-se citar: madeiras, resíduos de entulho, rochas, tijolos, vidros, certos plásticos e

borrachas, que não são decompostos prontamente.

Pode-se ainda ter outras formas possíveis de cla ssificar um resíduo,

como por seu teor de umidade : seco e molhado, ou composição química: matéria orgânica e

matéria inorgânica

2.1.2 Caracterização dos RSU

Outra questão importante é a caracterização dos resíduos urbanos, que visa a identificar os

tipos de materiais presentes no lixo. Encontrar finalidades para cada tipo de material e suas

potencialidades nas atividades de reuso, reciclagem e aproveitamento energético, é

conseqüência da caracterização.

Page 22: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

21

Um exemplo que pode ser citado é o lixo orgânico, que pela sua característica de

biodegradabilidade é mais indicado para o reuso (na compostagem), e mais recentemente,

pesquisas vem apontando como uma excelente fonte de aproveitamento energético (biogás) e

o vidro que é muito utilizado no processo da reciclagem.

A caracterização também serve de indicador do grau de industrialização de uma comunidade.

Quanto maior a quantidade de materiais que podem ser reciclados (garrafas PET, papel,

papelão, alumínio), encontrados no lixo, mais industrializada é a comunidade e vice versa. No

Brasil, ao se aproximar das camadas menos favorecidas, a quantidade de resíduos orgânicos é

inúmeras vezes superior àquelas que podem ser reciclados, ratificando a afirmação.

De acordo com o manual do Instituto de Pesquisa Tecnológica (IPT) em 1996, a classificação

dos componentes do lixo pode ser efetuada conforme apresentado na Tabela 2.1:

Tabela 2.1 - Classificação dos componentes do resíduo urbano

Componentes Putrescível Reciclável Combustível

Borracha X X

Couro X X

Madeira X X X

Matéria orgânica putrescível X X X

Metais ferrosos X

Metais não ferrosos X

Papel X X X

Papelão X X X

Plástico duro X X

Plástico mole X X

Trapos X X

Vidros X X

Outros Dependerá de suas características Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado (IPT 1996)

A Tabela 2.2, evidencia que os resíduos domiciliares contêm componentes com característica

de periculosidade, devendo nesses casos serem tratados como resíduos perigosos.

Page 23: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

22

Tabela 2.2 - Resíduos domiciliares potencialmente perigosos

Produtos Resíduos

Material para pintura Tintas; solventes; pigmentos; vernizes

Produtos para jardinagem e animais Pesticidas; inseticidas; repelentes; herbicidas

Produtos para motores Óleos lubrificantes; fluidos de freio e transmissão; baterias

Material de limpeza Ácidos e bases; produtos químicos geral

Produtos hospitalares utilizados em casa e estabelecimentos comerciais tais como farmácias, consultórios médicos, etc.

Agulhas e seringas descartáveis; restos de curativos, como: gases, esparadrapo, algodão, etc...

Produtos de higiene íntima Fraldas e absorventes descartáveis; preservativos

Outros itens

Frascos de aerossóis em geral; lâmpadas fluorescente; pilhas e baterias em geral

Fonte: IPT 1996 A correta gestão dos resíduos sólidos implica no conhecimento de suas propriedades e índices

de produção, sendo estas características função de cada localidade. O Manual de

Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM (2001), apresenta a seguir, as principais

propriedades dos resíduos sólidos a serem levantadas quando do seu estudo.

Composição gravimétrica - representa o percentual de cada componente em

relação ao peso total do lixo.

Peso específico - é o peso do lixo em relação ao volume ocupado por ele.

O conhecimento do peso específico permite que se determine a capacidade

volumétrica e de carga dos equipamentos de coleta e tratamento, assim como o

volume do resíduo final.

Teor de umidade - representa a quantidade relativa de água contida no lixo

por unidade de peso, base úmida, e varia em função da sua composição, da

localização geográfica, das estações do ano e da incidência de chuvas. No

Brasil, o teor de umidade varia entre 30 e 40 % (base úmida). Em Engenharia,

Page 24: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

23

o teor de umidade é normalmente calculado em base seca, chegando a alcançar

valores de até 80% de umidade ou mais.

Grau de compactação - indica a redução de volume que a massa de lixo pode

sofrer ao ser submetida a uma pressão determinada. Normalmente varia de 3 a

5 vezes. O processo de biodecomposição também auxilia pela perda de massa,

para a redução de volume do RSU.

Produção "per capita" - é a quantidade (em peso) de lixo que cada habitante

gera num dia, diretamente ligada ao padrão de consumo. No Brasil, a geração

"per capita" média diária de lixo é de 0,4 a 0,7 kg/ hab.dia, podendo chegar a

1,0 kg/hab.dia nas regiões mais desenvolvidas.

Poder calorífico - é a capacidade potencial do lixo de desprender certa

quantidade de calor sob condições controladas de combustão. Um lixo rico em

componentes plásticos, por exemplo, tem alto poder calorífico, enquanto um

lixo rico em matéria orgânica, úmida, tem baixo poder calorífico.

Relação Carbono: Nitrogênio (C/N) - indica a degradabilidade e o grau de

decomposição da matéria orgânica presente no lixo. Quanto maior esta relação,

menos avançado é o estágio de degradação do lixo, já que os microorganismos

responsáveis pela degradação da matéria orgânica necessitam de carbono para

o seu desenvolvimento e de nitrogênio para a síntese de proteínas.

Tempo de decomposição do lixo - a parte orgânica do lixo é biodegradável,

ou seja, seu processo de decomposição é executado por micróbios

decompositores que se alimentam destes detritos. O tempo de decomposição

varia dependendo do componente orgânico presente no lixo. Quando usado

para compostagem o resíduo orgânico pode ter a sua decomposição acelerada,

se convenientemente aerado, levando nesse caso de 60 a 90 dias para ser

decomposto. Compostos orgânicos tipo isopor, plásticos e alguns detergentes

são considerados como não-biodegradáveis. Já os compostos inorgânicos,

presentes no lixo, têm seu tempo de decomposição variando de acordo com o

material destinado, podendo ser de até 1 milhão de anos, no caso do vidro.

Em relação aos diversos componentes dos resíduos sólidos, Motta, Sayago, (1998)

apresentam a Tabela 2.3 com valores característicos de massa específica.

Page 25: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

24

Tabela 2.3 – Variações características da massa específica nos resíduos sólidos (kg/m3)

Componentes Faixa de variação Média

Resto de comida 128.0 - 480.0 288.0 Papel 32.0 - 128.0 81.7 Papelão 32.0 - 80.1 49.6 Plásticos 32.0 - 128.1 64.1 Materiais têxteis 32.0 - 96.1 64.1 Borracha 96.1 - 192.2 128.0 Couro 96.1 - 256.3 160.2 Madeira 128.1 - 320.4 240.3 Vidro 160.2 - 480.0 193.8 Metais não ferrosos 64.1 - 240.3 160.2 Metais ferrosos 128.1 - 1121.3 320.4

Fonte: Motta, Sayago, (1998)

Motta, Sayago (1998) apresentam ainda a Tabela 2.4, com percentuais de umidade, base

úmida, característicos dos componentes de resíduos sólidos. Como o teor de umidade também

recebe influência direta da quantidade de matéria orgânica contida no resíduo, a qual

apresenta valores percentuais mais elevados que das outras frações, é de se esperar valores

mais altos em sociedades com menor poder aquisitivo, onde a presença dos restos de comida é

maior.

Page 26: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

25

Tabela 2.4 – Variações características da umidade nos resíduos sólidos

Componentes Faixa de variação (%) Média (%)

Resto de comida 50 - 80 70 Papel 04 - 10 6 Papelão 04 - 08 5 Plástico 01 - 04 2 Materiais têxteis 06 - 15 10 Borracha 01 - 04 2 Couros 08 - 12 10 Madeiras 15 - 40 20 Vidros 01 - 04 2 Folha de flandres 02 - 04 3 Metais não ferrosos 02 - 04 2 Metais ferrosos 02 - 06 3 Lama, cinzas, tijolos 06 - 12 8 Lixo municipal 15 - 40 20

Fonte: Motta, Sayago, (1998)

Segundo D’Almeida e Vilhena (2000), no Brasil mais de 50% do lixo urbano ainda é

composto por matéria orgânica, mas esse número vem baixando, o que demonstra uma

mudança de hábitos do brasileiro, refletindo as mudanças econômicas que estão em curso. A

Tabela 2.5 apresenta a composição do lixo urbano em diferentes cidades brasileiras.

Tabela 2.5 – Composição percentual média do lixo domiciliar em cidades brasileiras

Materiais São Paulo Rio de Janeiro Salvador Porto Alegre Fortaleza

Papel/papelão 19 22 16 22 23

Plástico 23 17 17 9 8

Vidro 2 4 3 9 8

Metal 3 3 4 5 7

Outros* 54 55 60 55 59 *Outros reúne restos de comida, resíduos de poda, varrição etc.

Fonte: D’ Almeida e Vilhena (2000)

Quanto ao processo de decomposição do lixo, no primeiro momento, a digestão da matéria

orgânica no aterro é feita pelas bactérias aeróbias, devido à presença do oxigênio. Esta fase

é a fase de acidificação, onde ainda não é produzido o biogás. Em outra fase, com a atuação

Page 27: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

26

das bactérias anaeróbias, da-se início a fase metanogênica e a conseqüente produção de

biogás. Portanto, a parte da matéria orgânica que é biodegradável e que se decompõe, gera um

gás ao qual se atribui o nome de Biogás. Este biogás é uma mistura gasosa, combustível, e

resultante da fermentação anaeróbia da matéria orgânica (decomposição de matérias

orgânicas, em meio anaeróbio, por bactérias denominadas metanogênicas).

Para vários autores, a proporção de cada gás na mistura que constitui o biogás depende de

vários parâmetros. De qualquer forma, esta mistura é essencialmente constituída por metano

(CH4), com valores médios na ordem de 55 a 65%, e por dióxido de carbono (CO2) com

aproximadamente 35 a 45% de sua composição, estando o seu poder calorífico diretamente

relacionado com a quantidade de metano existente na mistura gasosa.

A produção do biogás é naturalmente encontrada também em pântanos (conhecido como gás

dos pântanos), aterros e esgotos, entre outros ambientes. Um fato curioso está ligado ao antigo

costume de se enterrar o lixo em buracos nos quintais, bastante comum ainda hoje, onde não

se tem serviço de coleta de lixo. Após aterrado o material orgânico no meio anaeróbico

formado, sob a ação das bactérias metanogênicas, passava-se a produzir gás metano, e em

alguns casos, o volume retido alcançava altas pressões, produzindo rompimento do solo e

freqüentemente a combustão espontânea, desprendendo enormes chamas com duração de

alguns minutos. Tal fato, algumas vezes, era erroneamente associado, por desconhecimento

das pessoas surpreendidas, a fenômenos sobrenaturais ou a manifestações de seres místicos e

folclóricos.

Segundo o Estado de São Paulo (2004), neste momento existem duas situações possíveis para

o aproveitamento do biogás. O primeiro caso consiste na que ima direta (aquecedores,

esquentadores, fogões, caldeiras). O segundo caso diz respeito à conversão de biogás em

eletricidade. Isto significa que o biogás permite a produção de energia elétrica e térmica.

Desta forma, estima-se que os sistemas de aproveitamento do biogás, podem tornar a

exploração pecuária auto-suficiente em termos energéticos, assim como contribuir para a

resolução de problemas de poluição de efluentes.

Em vários países o biogás produzido em aterros sanitários é aplicado como fonte energética

em processos sanitários, e em alguns casos existe até a comercialização do biogás para uso

nas indústrias. Em São Paulo, o biogás chegou a ser utilizado, experimentalmente, em

caminhões de coleta de lixo.

Page 28: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

27

Segundo Tauk (1990), a decomposição de resíduos orgânicos pode ser determinada

diretamente pela perda de peso. A biodegradação é um processo complexo e multifacetado,

envolvendo grande número e variedade de microrganismos. A degradação de diferentes

resíduos depende das condições locais e regionais como clima, tipo de solo, vegetação, fauna

e microrganismos decompositores.

Assim, a complexidade física e química dos resíduos orgânicos desfavorece a ocorrência de

um processo degradativo biologicamente simples. As paredes das células vegetais, por

exemplo, são compostas de uma intrincada rede de fibras de celulose juntamente com a

pectina heteropolimérica, hemicelulose e, em tecidos maduros, a lignina. Além disso, os

tecidos vegetais freqüentemente possuem uma cutícula protetora de gomas e ceras, podendo

conter ainda compostos antimicrobianos que podem inibir a ação de certas enzimas

degradativas.

Segundo Tauk (1990) entre 50% e 80% da matéria seca dos vegetais é carboidrato, enquanto

os microrganismos contêm até 60% de carbono orgânico. A quantidade e proporção deste

elemento na célula, tecidos ou organismos inteiros são determinadas pelas espécies e idade

dos indivíduos. Por exemplo, embora os carboidratos solúveis em água possam predominar

em plantas jovens, as maduras têm maior porcentagem de celulose, hemicelulose e lignina.

A decomposição de material vegetal exógeno envolve pelo menos quatro grupos distintos de

microrganismos: celulolíticos, hemicelulolíticos, pectinolíticos e ligninolíticos

Segundo Tauk (1990), de modo geral, a matéria orgânica vegetal é constituída de celulose,

mais abundante polímero, compreendendo 40% a 60% do lenho maduro, 10% das folhas,

30% a 40% do caule e 90% das fibras de algodão; hemicelulose, grupo diverso de

polissacarídeos solúveis em álcalis, intimamente associados à celulose; substâncias pécticas,

polissacarídeos estruturais e lignina, importante composto de carbono constituinte de plantas

vasculares, participando com 15% a 34% da madeira.

A lignina e a celulose são polímeros, mas um difere do outro porque a lignina é

predominantemente um composto aromático, altamente irregular em sua constituição e de

estrutura molecular, enquanto que a celulose é mais regular.

Page 29: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

28

A lignina localiza-se principalmente na lamela média, onde é depositada durante a

lignificação do tecido vegetal. Quando o processo de lignificação é completado, geralmente

há a morte da célula formando o que se denomina tecido de resistência. Daí concluir-se que a

lignina é um produto final do metabolismo da planta. Segundo Klock, (2004), a lignina é um

polímero de natureza aromática e de alto peso molecular que tem como base estrutural

unidades de fenil-propano e provavelmente está ligada aos polissacarídeos da madeira. Ainda

segundo Klock (2004), a lignina é uma substância bastante complexa para se tratar. Enquanto

os polissacarídeos são compostos por carboidratos específicos unidos por ligações

glicosídicas, a estrutura da lignina aparece aleatória e desorganizada.

A lignina é encontrada em muitas plantas do reino vegetal, porém, sua constituição não é a

mesma em todas elas. Portanto a lignina não deve ser considerada como uma substância

química única, mas sim como uma classe de materiais correlatos. Sua composição química

elementar é formada de carbono, hidrogênio e oxigênio e o seu alto teor de carbono é uma

indicação da sua natureza aromática.

Segundo Machado (2005), conhecer a biodegrabilidade e composição do resíduo é de grande

importância no estudo dos recalques de um aterro sanitário, a longo prazo, e na estimativa do

volume de gás produzido em relação à massa total de resíduo disposto.

Ainda segundo Machado (2005), os aterros de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU), ao contrário

dos maciços de solos compactados, são constituídos por diferentes tipos de componentes

(metais, plásticos, papéis, vidros, madeiras, têxteis, resíduos orgânicos, pedras e solos) que,

quando depositados, interagem formando um maciço heterogêneo e poroso. Vários desses

componentes se transformam, ao longo do tempo, devido a fenômenos físico-químicos e

biológicos, resultando na geração de gás e chorume, com conseqüente redução de massa e de

volume do resíduo depositado.

A biodegradabilidade é a propriedade biológica mais importante da fração orgânica dos resíduos sólidos urbanos domiciliares, esta pode existir em presença ou ausência de oxigênio. Na ausência de oxigênio, em condições de anaerobiose ao longo do tempo (atuação de bactérias anaeróbias), a biodegradabilidade consiste na transformação dos componentes orgânicos em biogás (metano, dióxido de carbono e outros), em líquidos, em matéria orgânica mineralizada e em compostos orgânicos mais simples. (TCHOBANOGLOUS e outros, 1993).

Page 30: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

29

É importante ressaltar que a velocidade com que vários componentes presentes no resíduo se

degradam varia significativamente. Os principais componentes orgânicos do resíduo podem

ser divididos em duas categorias: a) aqueles rapidamente degradáveis (3 meses a 5 anos):

compreendem resíduos de jardim e alimentos, papéis; b) aqueles considerados lentamente

degradáveis (50 anos ou mais): compreendem têxteis, borracha, madeira e couro. Os plásticos

são, geralmente, considerados pouco ou não biodegradáveis, porque levam acima de 200 anos

para se biodegradarem.

A biodegradabilidade da fração orgânica dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) tem sido, na

maioria das vezes, quantificada através do conteúdo de Sólidos Totais Voláteis (STV) e do

teor de lignina. Contudo, em alguns casos, prefere-se utilizar o STV para demonstrar a

biodegradabilidade da fração orgânica do resíduo domiciliar. A execução de apenas esse

ensaio, não é totalmente representativo, uma vez que algumas substâncias são pouco

biodegradáveis, porém altamente voláteis, como é o caso do jornal, podendo conduzir a erros.

Na análise do teor de lignina, deve ser calculado também o teor de celulose (composto também presente no RSU, além da lignina). É a relação lignina/celulose que caracterizará em que fase de decomposição o resíduo se encontra. À medida que o lixo é decomposto, essa relação (lignina/celulose) aumenta, já que a celulose se decompõe mais rapidamente que a lignina. (MACHADO, 2005).

Segundo Gomes (1989), através da determinação dos Sólidos Totais Voláteis (STV)

determina-se a porcentagem de cinzas e a quantidade de matéria orgânica existente no

resíduo. Esse parâmetro pode ser um indicador da degradação do RSU ao longo do tempo.

Um alto percentual de STV indica presença de muita matéria orgânica para ser degradada,

RSU novo, e baixos valores indicam que o resíduo já sofreu um acentuado processo de

degradação. Por outro lado, quando se trata de aspectos de biodegradabilidade o teor de

lignina também é um parâmetro que merece bastante atenção. Altos percentuais de lignina

indicam que o material analisado não é facilmente biodegradável e vice versa.

Sendo assim, Tchobanoglous e outros, (1993, apud MACHADO, 2005) propuseram a

equação abaixo, para determinação da fração biodegradável presente nos voláteis.

LCBF ⋅−= 028.083.0 (2.1)

Page 31: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

30

Onde: BF é a fração biodegradável presente nos sólidos totais voláteis; 0,83 e 0,028 são

constantes empíricas; LC é o conteúdo de lignina dos sólidos totais voláteis expressos como

uma porcentagem de peso seco.

Por esta equação, afirma-se que, mesmo quando forem obtidos valores de lignina zero, a

fração biodegradável presente nos sólidos totais voláteis será de 83%.

Para ilustrar, a Tabela 2.6 apresenta a fração biodegradável de vários componentes orgânicos

presentes no RSU, tendo como base o conteúdo de lignina. Pela análise da Tabela conclui-se

que o jornal é significativamente menos degradável que os outros componentes orgânicos

encontrados no RSU.

É importante destacar também que a velocidade com que vários componentes presentes no

resíduo se degradam varia significativamente. Para propostas práticas, os principais

componentes orgânicos do resíduo podem ser divididos em duas categorias: a) aqueles

rapidamente degradáveis (3 meses a 5 anos): compreendem resíduos de jardim e alimentos,

papéis; b) aqueles considerados lentamente degradáveis (50 anos ou mais): compreendem

têxteis, borracha, madeira e couro. Os plásticos são, geralmente, considerados não

biodegradáveis.

Tabela 2.6 – Fração biodegradável de alguns componentes orgânicos do RSU baseados no conteúdo de lignina

Componentes Sólidos totais voláteis (STV), (% dos sólidos totais)

Conteúdo de lignina (LC), (% dos voláteis)

Fração de biodegradáveis (BF)

Resíduos alimentares 7 - 15 0,4 0,82

Papel jornal 94 21,9 0,22

Papel ofício 96,4 0,4 0,82 Papelão 94 12,9 0,47

Resíduos de poda 50 - 90 4,1 0,76

O conhecimento da fração biodegradável do resíduo torna-se importante por levar a previsões

do volume de gás produzido em aterros. Essas previsões são de grande interesse quando se

deseja instalar sistemas de recuperação de energia alternativa e limpa, ou beneficiamento do

biogás.

Page 32: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

31

2.1.3 Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos

2.1.3.1 Instrumentos de Controle e Prevenção da Poluição na Gestão do Lixo Urbano Os 3R’s - Reduzir, Reusar e Reciclar

O modelo econômico atual, pautado no desperdício, fez com que as relações entre o sistema

industrial e o consumo de bens e serviços pela sociedade humana gerassem emissões e

resíduos (poluição) na crosta terrestre, os quais não podem ser absorvidos facilmente pelo

meio ambiente. Em vista disso, as empresas ao projetarem seus produtos devem pensar em

prolongar seu tempo de vida útil fabricando-os de forma diferente e utilizando insumos

biodegradáveis. Além disso, devem buscar reduzir o consumo de insumos, reutilizarem

embalagens e reciclar materiais que tenham perdido a sua utilidade.

Segundo Wilson (1999), neste ponto é interessante se discutir a conhecida hierarquia no

gerenciamento de resíduos, introduzida pela primeira vez no segundo Programa Ambiental da

União Européia de 1977/1981 e sobre a qual há agora consenso geral. Uma representação

gráfica disso é mostrada na Figura 2.1. A opção mais desejada é a de se evitar a geração de

resíduos, fabricando-se de forma diferente de como vem sendo praticada; se o lixo tiver que

ser produzido, então a sua quantidade deverá ser reduzida, obtendo-se quantidades mínimas

de resíduos, e nesse caso, a opção preferida é a reciclagem ou a reutilização dos materiais; a

próxima linha de defesa é o tratamento, para se recuperar a energia ou para se reduzir o

volume ou o grau de periculosidade do restante dos resíduos; ao final da hierarquia está a

disposição.

Figura 2.1 – A Hierarquia na minimização de resíduos

Page 33: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

32

A gestão sustentável é hoje vista como uma boa saída para os problemas ambientais, que

procura reduzir o uso de matéria-prima e energia, reutilizar produtos e reciclar materiais. Os

interessados em promover processos educacionais, para atingir tais objetivos e contribuir para

o desenvolvimento sustentável, têm na elaboração participativa da Agenda 21 uma estratégia

para mobilização da comunidade e inserção de sua região em um movimento cada vez maior.

A não geração de resíduos, a minimização, bem como a reutilização, são princípios

hierarquizados, contidos na Agenda 21 e incorporados à Política Nacional de Resíduos

Sólidos, em fase final, que se tornaram palavras de ordem em todo o mundo, em se tratando

de gestão de resíduos sólidos urbanos e se transformaram em uma das mais recentes bandeiras

neste campo de ação.

Sintetizando, a redução dos resíduos é obtida através da redução na fonte, da reutilização e da

reciclagem, diminuindo desta forma a quantidade de resíduos gerados e a serem dispostos.

A redução na origem dos resíduos é a obtida devido a não geração. Sua obtenção pode advir

das alterações de hábitos, processos e materiais, ou ainda, por alteração das preferências do

consumidor ao adquirir os produtos.

A reutilização consiste no aproveitamento do material nas condições em que é descartado,

submetendo-o a pouco ou nenhum tratamento, exigindo apenas operações de limpeza,

colocações de etiquetas, entre outras atividades simples, como é o caso da reutilização de

caixas, tambores e garrafas de vidro.

A reciclagem é o processo através do qual os resíduos retornam ao sistema produtivo como

matéria prima. Pode ser considerada como uma forma de tratamento de parte dos resíduos

sólidos gerados. Esse retorno ao processo produtivo pode dar-se de forma artesanal ou

industrial.

A reciclagem de materiais polui menos o ambiente e envolve menor uso de recursos naturais,

mas raramente questiona o atual padrão de produção, não levando à diminuição do

desperdício nem da produção desenfreada de lixo. O Brasil ainda está muito distante de

mudanças mais estruturais, que reduzam o volume de resíduos gerados, o que aumenta a

importância dos programas de coleta seletiva de lixo. Só ela, no entanto, não soluciona todos

Page 34: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

33

os problemas relativos à destinação de resíduos sólidos e deve ser considerada dentro de um

plano mais amplo, de gerenciamento integrado do lixo.

No caso particular dos resíduos sólidos urbanos, a gestão sustentável pressupõe em primeiro

lugar a não geração destes resíduos, e em segundo lugar a coleta seletiva, que devem ser

alternativas a serem consideradas nesse processo.

Qualquer modelo de gerenciamento do sistema de limpeza urbana não terá êxito com a

ausência da participação positiva da população, que desempenha papel importante neste

sistema, como a geração, segregação, acondicionamento, armazenamento e disposição para a

coleta.

Entretanto, incentivar a comunidade a adotar bons hábitos em relação ao lixo e ao meio

ambiente, ainda é uma grande necessidade, apontada na análise do nosso modelo, como

oportunidade de melhoria.

A educação ambiental é o instrumento fundamental para a viabilização de qualquer modelo de

gerenciamento de resíduos sólidos, através da formação e informação socia l orientadas para

desenvolver consciência crítica sobre o estado do meio-ambiente em relação ao manejo,

coleta, transporte, tratamento e destinação dos resíduos sólidos, ensinando ao cidadão seu real

papel como gerador de lixo.

A Figura 2.2, com base em LaGrega e outros (1995 apud Kiperstok, 2001), agrupa várias

alternativas utilizadas para os resíduos industriais e que foram tomadas como modelo de

tecnologias limpas para aplicação neste trabalho. Quanto mais à esquerda sejam as

intervenções, melhor será para o meio ambiente. Porém, a lógica é que, ao se adotar uma

alternativa, ela deve assegurar o melhor resultado ambiental dentre das possibilidades

econômicas e tecnológicas da empresa.

Page 35: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

34

Fonte: LaGrega e outros (1995, apud Kiperstok, 2001)

Figura 2.2 – Técnicas para redução da poluição

Este modelo, extrapolado para os resíduos sólidos urbanos, conforme mostra a Figura 2.3,

demonstra que quanto mais próximo da esquerda se está, mais se busca uma mudança nos

produtos ofertados e no padrão de consumo da sociedade. Mais ao centro, encontra-se a

reciclagem interna através da segregação na fonte para reuso ou reciclagem e a compostagem

na residência do gerador, minimizando os resíduos que serão coletados. Ao se aproximar da

direita, aparece a Figura do poder público, gerindo os resíduos através da coleta seletiva , da

compostagem em usinas de compostagem, da reciclagem do entulho, dentre outros,

evidenciando a reciclagem externa, e por fim se chega na disposição final com o aterramento

dos resíduos. O aterramento deverá também ser uma alternativa economicamente e

ambientalmente viável se contemplar o aproveitamento do biogás.

A disposição final com o aterramento dos resíduos urbanos é a última solução para a redução

da poluição causada pelo lixo. Essa técnica diminui os danos que esse lixo pode provocar ao

meio ambiente, se depositado a céu aberto, mas só deverá ser utilizada, caso se esgotem todos

os outros recursos.

MUDANÇA NOS INSUMOS Purificação de materiais Substituição de materiais

MUDANÇA DE TECNOLOGIA Mudanças no processo Mudanças no equipamento, na tabulação ou layout Maior automação Mudanças nas condições operacionais

BOAS PRÁTICAS OPERACIONAIS Procedimentos apropriados Prevenção de perdas Práticas gerenciais Segregação de correntes de resíduos Melhorias no manuseio dos materiais Programação da produção

REGENERAÇÃO E REUSO Retorno ao processo original Substituto da matéria prima para outro processo

MUDANÇAS NO PRODUTO Substituição do produto Alteração na composição do produto

CONTROLE NA FONTE

RECUPERAÇÃO Processamento para recuperação de materiais Processamento como subproduto

TRATAMENTO DE RESÍDUOS

SEPARAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE

RESÍDUOS

BOLSA DE RESÍDUOS

RECUPERAÇÃO DE ENERGIA OU MATERIAL

DISPOSIÇÃO FINAL

INCINERAÇÃO

TÉCNICAS PARA REDUÇÃO DA POLUIÇÃO

PRIMEIRO NO FIM ORDEM DE APLICAÇÃO

ALTAMENTE DESEJÁVEL DO PONTO DE VISTA AMBIENTAL

POUCO

RECICLAGEM INTERNA E EXTERNA

REDUCÃO NA FONTE TRATAMENTOS DE RESÍDUOS

Page 36: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

35

Fonte: Modelo adaptado a partir de Azevedo (2004).

Figura 2.3 – Modelo de técnica para redução da poluição para os resíduos sólidos urbanos

Page 37: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

36

Numa perspectiva da gestão sustentável dos resíduos sólidos urbanos, há uma tendência à

prevenção da poluição (mais à esquerda da Figura 2.3) do que as soluções Fim de Tubo (mais

à direita desta mesma Figura). Os resíduos aterrados, soluções fim de tubo, serão aqui

estudados e por apresentarem elevados teores de matéria orgânica e devido ao clima tropical e

subtropical típico do país, oferecem condições favoráveis à produção de metano e, portanto, a

potenciais iniciativas de recuperação energética, traduzindo-se como uma energia alternativa

limpa e renovável, que colabora com a redução das emissões de gases de efeito estufa, tema

central do Protocolo de Kyoto.

2.1.3.2 A Responsabilidade Sócio-Ambiental das Empresas (RSA)

A política de atuação das organizações deve traduzir o escopo e diretrizes no âmbito da ética dos serviços, as preocupações com os trabalhadores, comunidades do entorno e em geral, as relações com os consumidores e clientes. A contabilidade ou balanço social também pode ajudar no processo de avaliação externa, mas é necessário incluir as operações sócio-ambientais, com base em marcos de referência. (FURTADO, 2003).

É indispensável criar indicadores, melhorando a caracterização da natureza das ações e

atividades de RSA. Para tanto, poderão ser usados os acordos e códigos voluntários, índices,

estatísticas, regulamentos, normas e outras fontes.

Para conceber e implementar ações de RSA, a organização poderá usar: estatísticas,

indicadores, padrões externos, princípios e índices de desempenho e códigos de conduta,

credos, declarações de filosofia de gestão. São instrumentos cuja proposta é tornar as

organizações transparentes e conquistar a confiabilidade das partes interessadas. Mas, há

críticas de que muitas vezes esses instrumentos são destinados apenas à proteção da imagem

da empresa, sem a preocupação real com o social.

Os princípios de RSA, para que sejam utilizados na empresa, devem ser incorporados na sua

filosofia, nas atividades, e nos procedimentos de planejamento estratégico de longo prazo.

Portanto, deve ser determinada pelo nível mais alto de decisões e gestão da organização,

estando alinhada e integrada ao planejamento estratégico para os negócios da empresa, seja

ela privada ou pública.

Page 38: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

37

No geral, as iniciativas sociais e ambientais não são alinhadas ao plano de negócios das empresas nem ao planejamento estratégico, entretanto, a visão sócio-ambiental integrada já é adotada em algumas organizações, incluindo algumas empresas públicas de limpeza urbana que trabalham na gestão dos resíduos sólidos, (FURTADO, 2003).

O entendimento integrado de RSA deve estar voltado para o desenvolvimento sustentável

(FURTADO, 2003). No caso de empresas de limpeza pública a organização deve:

- Estar consciente de seu papel na sociedade;

- Atuar com ecoeficiência, servindo mais, melhor e com menores custos,

poupando água, energia e recursos, reduzindo ao máximo, a quantidade de

resíduos e emissões através do uso da compostagem, biogás, reciclagem;

- Contabilizar dispêndios, ganhos e perdas derivadas de suas iniciativas

sócio-ambientais;

- Assumir a responsabilidade pela conseqüência de seus atos,

- Integrar, em suas atividades, as ações e iniciativas relacionadas ao

desenvolvimento, do bem estar e equidade social e da sustentabilidade da

qualidade ambiental;

- Aperfeiçoar o uso continuado das melhores práticas;

- Agir com transparência, relatando, publicamente, o desempenho e

significado das ações

- sócio-ambiental realizadas

- Aumentar, continuamente, a transparência de suas práticas.

As principais ações ambientais usados por essas organizações são:

- Respeito à cidadania das comunidades incluindo nas empresas de limpeza

urbana os ex-catadores de lixo

- Contribuição para a coesão social e melhoria da qualidade de vida das

pessoas;

- Utilização da reciclagem, reuso, compostagem, para diminuir o impacto

ambiental;

- Redução de impactos negativos (emissões, descargas, resíduos) nos

ecossistemas;

Page 39: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

38

- Redução de custos sociais, por medidas sócio-ambientais;

- Redução de impactos globais: aquecimento do planeta, depleção da camada

de ozônio, biodiversidade,

- Destinação e descarte responsáveis de lixo urbano (embalagens e produtos

pós-uso);

- Gestão responsável de acidentes internos e externos, provocados pelas

atividades da empresa.

2.1.3.3 Problemática e Soluções dos Gases Efeito Estufa – O Protocolo de Kyoto

Vários gases encontram-se presente em pequenas proporções na atmosfera e, naturalmente,

constituem os conhecidos "gases de efeito estufa", como o dióxido de carbono (CO2), ozônio

(O3), metano (CH4) e óxido nitroso (NO2), juntamente com o vapor d'água (H2O). Esses gases

recebem tal denominação por apresentarem a propriedade de reter o calor, da mesma forma

que os vidros de um carro fechado ou o revestimento de uma estufa sob a incidência do sol. O

dióxido de carbono, metano e óxido nitroso são os contribuintes gasosos da atmosfera que têm

esta propriedade mais evidenciada.

Atenção prioritária tem sido dedicada ao dióxido de carbono, uma vez que o volume de suas

emissões para a atmosfera representa algo em torno de 55% do total das emissões de gases de

efeito estufa e o tempo de sua permanência na atmosfera, é de pelo menos 10 décadas. O CO2

distribuído na atmosfera age como a cobertura de uma estufa sobre o planeta, permitindo a

passagem da radiação solar, mas evitando a liberação da radiação infravermelha emitida pela

Terra.

Assim, pela ação do efeito estufa natural a atmosfera se mantém a uma temperatura média

cerca de 30°C, possibilitando, com isso, a existência de vida no planeta, que sem o efeito

estufa natural seria um mero deserto gelado.

Com vistas à manutenção do equilíbrio térmico, a Terra emite para o espaço a mesma

proporção de energia que recebe de radiação solar. A radiação incidente atravessa as diversas

Page 40: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

39

camadas da atmosfera e seu retorno ocorre na forma de radiações térmicas de grande

comprimento de onda ou calor, que são absorvidas pelo CO2.

Somando-se ao processo natural, as atividades do homem, também denominadas antrópicas,

estão resultando em contribuições adicionais de gases de efeito estufa, acentuando a

concentração dos mesmos na atmosfera e, conseqüentemente, ampliando a capacidade de

absorção de energia que naturalmente já possuem.

Embora o CO2 seja o gás que mais contribui para o efeito estufa, outros gases também

merecem bastante atenção, como é o caso do metano (CH4), gerado em grande quantidade

pelo lixo urbano.

As indesejadas emissões de CO2 pela atividade humana são oriundas principalmente da

queima de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), em usinas termoelétricas e

indústrias, veículos em circulação e sistemas domésticos de aquecimento. Reservatórios

naturais e sumidouros que têm a propriedade de absorver o CO2 do ar estão sendo também

afetados por ação antrópica, como as queimadas e os desmatamentos. O aumento das

concentrações de gases como o CO2 acima do natural, pode ser potencialmente perigoso, com

possíveis conseqüências catastróficas para a humanidade, como o aumento do nível do mar e

o aquecimento do planeta.

Em 1988, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA e a Organização

Mundial de Meteorologia - OMM constituíram o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate

Change/Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima), encarregado de apoiar com

trabalhos científicos as negociações da Convenção.

A Convenção-Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima, assinada na Rio 92 por

175 países mais a União Européia, ratifica a preocupação com o aquecimento global. Os

riscos são grandes demais para serem ignorados e os governos de diversos países estão

negociando limitações e cortes na emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera.

A Conferência realizada entre 1º e 12 de dezembro de 1997, em Kyoto – Japão contou com a

presença de representantes de mais de 160 países, tendo como resultado a celebração do

Protocolo de Kyoto. Procurando atingir o objetivo final da Convenção, no sentido de alcançar

Page 41: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

40

a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera num nível que não

interfira perigosamente no sistema climático, o Protocolo de Kyoto estabeleceu metas e

prazos para controlar num primeiro esforço quatro gases: dióxido de carbono, metano, óxido

nitroso e hexafluoreto de enxofre (SF6), acompanhados por duas famílias de gases,

hidrofluorocarbonos (HFCs) e perfluorocarbonos (PFCs), obtendo o comprometimento de 39

países desenvolvidos.

Oitenta e quatro países haviam assinado o Protocolo de Kyoto que, para entrar em vigor,

deveria ser ratificado por pelo menos 55 dos países signatários, incluído entre eles um

conjunto de países industrializados do Anexo 1 deste Protocolo.

Portanto, precisava-se obter a adesão dos países industrializados integrantes deste Anexo I

que, juntos, contribuíam com pelo menos 55% das emissões globais em 1990, o que em 2005

aconteceu, com a assinatura deste Protocolo pela Rússia.

Grande importância é atribuída à assinatura do documento pelos EUA, uma vez que estes

países e a Rússia, respondiam, em 1990, por 53,6% das emissões referenciadas no protocolo.

Os Estados Unidos, em março de 2001, declararam que não iriam ratificar o Protocolo de

Kyoto, declarando-o fatalmente falho por isentar os países em desenvolvimento da redução ou

limitação de emissões e por ser passível de comprometer sua economia. Como a Rússia

respondia por 17% das emissões mundiais, este país passaria a ser o único país que poderia

dar efetividade ao Protocolo.

Durante a Conferência, foi negociado que para o horizonte compreendido entre os anos 2008

e 2012 as emissões sejam reduzidas em 5,2%, na média, com relação aos níveis de 1990, para

dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, e aos níveis de 1995 para hexafluoreto de enxofre

(SF6) e famílias de hidrofluorocarbonos - HFCs e perfluorocarbonos - PFCs.

O Protocolo de Kyoto estabelece ainda, medidas necessárias ao cumprimento das metas,

atribuindo ênfase às obrigações por parte das nações industrializadas, na redução das emissões

atmosféricas.

Page 42: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

41

O Protocolo de Kyoto inclui três mecanismos de flexibilização a serem utilizados para

cumprimento dos compromissos da Convenção: implementação conjunta (JI - Joint

Implementation), comércio de emissões (Emissions Trade) e Mecanismo de Desenvolvimento

Limpo - MDL.

Os dois primeiros, concebidos de modo a serem utilizados entre países industrializados do

Anexo I deste Protocolo, objetivam a contabilização de reduções líquidas de emissões de

gases com execução de projetos entre esses países.

O MDL, por sua vez, foi desenvolvido a partir de uma proposta da delegação brasileira que

previa a constituição de um Fundo de Desenvolvimento Limpo.

Segundo a proposta original, esse Fundo seria constituído por aporte financeiro dos grandes

países emissores no caso de não atingirem metas de redução consentidas entre as partes,

seguindo o princípio do poluidor-pagador.

Em Kyoto, a idéia do Fundo foi transformada, e estabeleceu-se o MDL, que consiste na

possibilidade de um país desenvolvido financiar projetos em países em desenvolvimento

como forma de cumprir parte de seus compromissos.

Por fim, o MDL tem por objetivo a mitigação de gases de efeito estufa em países em

desenvolvimento, na forma de sumidouros, investimentos em tecnologias mais limpas,

eficiência energética e fontes alternativas de energia.

2.1.3.4 Tipos de Disposição Final

A definição de parâmetros técnicos, o estudo do meio físico, a análise de potencialidades e

limitações da região, as investigações de campo, o comportamento geotécnico do solo, são

algumas ferramentas que podem auxiliar na minimização dos impactos ambientais originados

pela disposição de resíduos no solo.

Uma destinação adequada do lixo prevê que este deve ser aterrado. Embora o gerenciamento

do lixo urbano seja atribuição da prefeitura local, seus governantes devem, juntamente com a

Page 43: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

42

comunidade, decidir qual proporção do lixo vai ser aterrada e de que forma este aterro vai ser

feito, visto que os impactos ambientais, sociais e econômicos da disposição final do lixo

afetam a comunidade como um todo. Além disso, o envolvimento da comunidade, ajuda a que

haja uma maior conscientização da população em um assunto de interesse geral.

Há três tipos de disposição final do lixo: em lixões, em aterros controlados e aterros

sanitários.

Na maioria dos municípios brasileiros, é muito utilizada como forma de destinação dos

resíduos no solo os chamados lixões. Os lixões, se limitam a simples depósitos de lixo a céu

aberto, onde encontra-se geralmente crianças e adultos vivendo destes resíduos, como única

fonte de sobrevivência.

De acordo com estimativas da UNICEF baseadas em pesquisas da Água e Vida de 1998,

citada no Fórum Nacional Lixo & Cidadania de 1999, existiam no Brasil cerca de 43.230

crianças e adolescentes vivendo e trabalhando nos lixões espalhados pelo País. A partir destas

informações, houve uma atuação bastante forte dos Estados e Municípios, com apoio do

Governo Federal e do UNICEF, para a retirada das crianças da atividade de catação. Como

resultado, 13.230 crianças trocaram o trabalho com o lixo pelos estudos no período de 1999 e

2000. A Tabela 2.7 apresenta o número de crianças em lixões por região do país, onde se

observa a grande incidência de crianças trabalhando em lixões na região nordeste.

Tabela 2.7 – Quantidade de crianças em lixões nas diversas regiões do país

Crianças em lixões Região

Quantidade %

Norte 5.990 13,9

Nordeste 21.403 49,5

Centro-Oeste 2.978 6,9

Sudeste 7.767 18

Sul 5.092 11,8

Total Brasil 43.230 100 Fonte: Fórum Lixo e Cidadania (1998)

Page 44: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

43

Nos lixões, os metais e outros materiais que aí são depositados, não voltam rapidamente à

condição de componentes da biosfera disponíveis para novos ciclos biológicos, por viraram

apenas resíduos e algumas vezes levam centenas de anos para se degradarem. Esses poderiam

ser reutilizados industrialmente, ingressando no novo ciclo produtivo. Além disto, os resíduos

aí despejados, sem nenhum recobrimento, também geram inúmeras doenças, e problemas

ambientais como a poluição e/ou contaminação das águas superficiais e subterrâneas.

A constante lixiviação do lixo pelas águas de chuva, assim como a sua decomposição

resultam na formação de um líquido de cor acentuada e odor desagradável, de elevado

potencial poluidor, comumente denominado de chorume. Caracteriza-se, desta forma, o

chorume, por um elevado teor de matéria orgânica biodegradável, representando uma

demanda potencial de oxigênio, quando encaminhado para cursos d’água. A redução dos

teores de oxigênio dissolvido na água destes cursos d’água poderá atingir níveis

incompatíveis com a sobrevivência de organismos aquáticos.

Sob o ponto de vista ambiental, o chorume caracteriza-se como fonte potencial de

microrganismos patogênicos, comumente presentes no resíduo domiciliar. A lixiviação desse

resíduo pelas águas da chuva contribui ainda de forma significativa para o enriquecimento do

chorume em substâncias químicas nocivas, eventualmente presentes no lixo (metais pesados,

tóxicos, etc.).

No aterro controlado existe uma cobertura diária com material inerte sobre o lixo depositado;

essa forma de destinação já diminui um pouco os impactos negativos do lixão a céu aberto,

porque evita a proliferação dos vetores transmissores de doenças. Normalmente esse aterro é

executado quando há desativação dos vazadouros.

Os aterros sanitários são locais previamente tratados e preparados para receber os resíduos. A

sua operação inclui não só a cobertura do resíduo, mas também a drenagem dos líquidos e

gases formados na decomposição do mesmo, além de um sistema de impermeabilização da

base, utilizando-se camadas de solo argiloso compactado e manta plástica de alta resistência,

tipo PEAD (Polietileno de Alta Densidade) ou PVC (Poli Vinil Clorado).

Page 45: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

44

Segundo a United State Environmental Protection Agency - USEPA (1996, apud ENSINAS,

2003), a utilização de aterros sanitários como forma de destinação final dos resíduos sólidos

urbanos apresenta-se ainda hoje no Brasil e na maioria dos países do mundo, como a principal

alternativa encontrada para o lixo, e por receber cuidados especiais na sua construção como

preparo do solo argiloso (compactado), manta impermeabilizante, drenos para captação de

chorume e de sucção do biogás, passam a ser também uma alternativa segura de disposição do

lixo, como mostram as Figuras de 2.4 à 2.8 do Aterro Delta de Campinas – SP. As Figuras 2.9

e 2.10 mostram a vista aérea do Aterro Metropolitano Centro de Salvador, que para sua

construção também executou todas as fases de preparação e instrumentação citadas acima.

Figura 2.4 – Preparação do aterro, colocação da manta impermeabilizante no aterro delta de Campinas-SP

Page 46: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

45

Figura 2.5 – Preparação do aterro, camada de solo argiloso compactado – Campinas-SP

Figura 2.6 – Preparação do aterro, colocação do dreno de chorume

Page 47: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

46

Figura 2.7 – Preparação do terro, colocação do dreno de biogás antes do lançamento do lixo

Figura 2.8 – Corte longitudinal da colocação do dreno de biogás

Page 48: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

47

Figura 2.9 – Vista aérea do Aterro Metropolitano Centro de Salvador

Figura 2.10 – Vista aérea de parte da cobertura do Aterro Metropolitano Centro de Salvador

Portanto, o aterro sanitário é um equipamento utilizado para a disposição de resíduos sólidos

no solo, particularmente lixo domiciliar, que, fundamentado em critérios de engenharia e

normas operacionais específicas, permite uma confinação segura em termos de controle de

poluição ambiental e proteção à saúde pública.

Page 49: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

48

Caracteriza-se este método por:

- evitar a poluição e/ou contaminação ambiental, especialmente das águas

superficiais ou subterrâneas;

- garantir, tanto quanto possível, uma decomposição anaeróbia da matéria

orgânica, reduzindo a formação de gases mal cheirosos;

- impedir o surgimento de focos de fogo e fumaça bem como de vetores

de doenças (moscas, ratos, urubus, etc.) e

- evitar a atividade social da catação.

2.1.3.5 Cenário dos Resíduos Sólidos Urbanos no Brasil e no Mundo

Segundo o Manual de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos, IBAM (2001), é comum

se definir como lixo todo e qualquer resíduo que resulte das atividades diárias do homem na

sociedade, considerados pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Estes

resíduos compõem-se basicamente de sobras de alimentos, papéis, papelões, plásticos, trapos,

couros, madeira, latas, vidros, lama, gases, vapores, poeiras, sabões, detergentes e outras

substâncias descartadas pelo homem no meio. Atualmente só é considerado lixo, aqueles

resíduos que não podem de forma alguma ser reaproveitados, como por exemplo, papéis

higiênicos.

Segundo Donha (2002), em todo o mundo, as questões que cercam a produção e destinação

final do lixo é tema recorrente. Em 1950, a geração mundial de lixo era de 0,5 kg/hab.dia. Em

2000 passou para 2,0 kg/hab. dia nos paises desenvolvidos. No Brasil, a média de produção

per capita, gira em torno de 0,7kg/hab/dia. Nos grandes centros urbanos do País alcança-se

1,0 kg/hab/dia.

Estima-se que a população mundial – mais de 6 bilhões de pessoas – esteja gerando

aproximadamente 3 milhões kg/dia. Avalia-se que uma pessoa seja capaz de gerar, durante

toda a sua existência, uma média de 25 toneladas de lixo (DONHA 2002).

Segundo Donha (2002), nos países desenvolvidos, o lixo é coletado e levado para aterros

controlados, incinerado ou reciclado (inclusive o lixo orgânico). Na América Latina e Caribe,

Page 50: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

49

do lixo que é coletado, 35% são depositados em lixões; 35% em aterros de baixa qualidade e

30% em aterros sanitários. A Tabela 2.8 exemplifica a destinação dos resíduos sólidos em

alguns países. (DONHA, 2002).

Tabela 2.8 – Destinação dos resíduos sólidos em alguns países (% peso)

País Aterro Incineração Compostagem Reciclagem

Suíça 12 59 7 22

Áustria 65 11 18 6 Dinamarca 29 48 4 19

Holanda 45 35 5 15

Suécia 34 47 3 16

França 45 42 10 9 Alemanha 46 34 2 16

Estados Unidos 67 16 2 15

Noruega 67 22 4 7

Itália 74 16 7 3 Japão 20 75 5 -

Reino Unido 90 8 - 2 Fonte: Revista Carta Capital (19/08/01, apud DONHA, 2002.

Segundo Donha (2002), as características dos resíduos variam em função da densidade

demográfica e do nível de renda de uma comunidade, conforme se pode observar na Tabela

2.9.

Page 51: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

50

Tabela 2.9 – Características dos resíduos em função da densidade demográfica e nível de renda

Característica Resíduo

Densidade Demográfica

Nível Renda

Gestão Resíduos

Alta geração per capita; Alto teor de embalagens

Alta

Alta

Coleta total do lixo, com foco em programas de coleta seletiva; Incineração usada para gerar energia; Aterro sanitário, com como forma de destinação.

Alta geração per capita; Alto teor de embalagens com grande parcela de resíduos de jardinagem

Baixa

Alta

Coleta total do lixo; Aterro sanitário como principal forma de destinação; Algumas iniciativas de reciclagem (coleta seletiva), dependendo da região; Compostagem de resíduos orgânicos.

Baixa geração per capita; Alto teor de resíduos de alimentos

Baixa

Baixa

Coleta inadequada do lixo Lixão como principal forma de destinação.

Média geração per capita; Teor médio de embalagens; Alto restos de alimentos

Alta

Baixa

Coleta inadequada do lixo; Crescente preocupação em fechar lixões e criar aterros sanitários; Indústria de reciclagem abastecida por catadores trabalhando nas ruas e nos lixões.

Fonte: Donha (2002).

No Brasil, a disposição do lixo a céu aberto, como é feito na maioria das cidades, leva à

catação em condições insalubres nos logradouros e nas áreas de lançamento, contribuindo

para o agravamento das questões sociais. A gestão inadequada dos resíduos sólidos urbanos é

refletida na degradação do solo, no comprometimento dos mananciais, na poluição do ar e na

saúde pública.

O lixo depositado a céu aberto, nos chamados lixões, locais onde o lixo é "descarregado" sem

qualquer cuidado especial, além de outros problemas, provoca a proliferação de vetores de

doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos, etc.), gera maus odores e, principalmente,

contamina o solo e as águas superficiais e subterrâneas. Mesmo os aterros sanitários, por mais

bem construídos que sejam, também causam impactos ambientais e à saúde. Os aterros, por

Page 52: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

51

ocuparem terrenos extensos, são opções vantajosas de destinação de resíduos em áreas de alta

urbanização. As Figuras 2.11 e 2.12, revelam os percentuais de disposição do lixo nos

municípios brasileiros.

Fonte: PNSB (2000).

Figura 2.11 - Disposição final do lixo (geral) no Brasil

Fonte: PNSB (2000).

Figura 2.12 – Destinação geral por número de municípios

De acordo com o apresentado nas Figuras 2.11 e 2.12, a Pesquisa Nacional de Saneamento

Básico (PNSB, 2000), indicou uma situação favorável no que se refere ao destino final dos

Page 53: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

52

resíduos. Aproximadamente 73,2 % de todo o lixo coletado no Brasil estaria tendo um destino

final adequado, em aterros sanitários ou controlados. Porém, quando se analisam as

informações tomando-se por base, o número de municípios, o resultado já não é tão favorável,

pois 63,1% deles informam que depositam seus resíduos em lixões e apenas 13,7% declaram

que possuem aterros sanitários. Por outro lado, dos 5.561 municípios brasileiros, 73,1% têm

população inferior 20.000 habitantes. Nestes municípios, 68,5% dos resíduos gerados são

dispostos em locais inadequados.

Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), se coleta

cerca de 228.413 toneladas de resíduos sólidos diariamente, sendo 125.258 toneladas

referentes aos resíduos domiciliares. O excesso de embalagens descartáveis é um fator que

gera muitos resíduos, apesar de que poderiam ser facilmente recicladas, diminuindo as

quantidades a serem coletadas e enviadas a aterros sanitários.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000), em relação à geração por

pessoa, observa-se uma grande discrepância de resultados por região. A Tabela 2.10 apresenta

a população brasileira e sua distribuição regional, a quantidade de resíduos sólidos gerados

diariamente e a geração por pessoa e por região, onde se destaca a Região Sudeste, que é

responsável pela geração de aproximadamente 62% dos resíduos sólidos no País.

Tabela 2.10 – Estimativa de geração de resíduos sólidos no Brasil

População Geração de resíduos sólidos Região hab % t/dia % (per capita) kg/hab/dia

Norte 12.900.704 7,6 11.067 4,8 0,86

Nordeste 47.741.711 28,1 41.558 18,2 0,87

Centro-Oeste 11.636.728 6,9 14.297 6,3 1,23

Sudeste 72.412.411 42,6 141.617 62 1,96

Sul 25.107.616 14,8 19.875 8,7 0,79

Total Brasil 169.799.170 228.414 1,35 Fonte: PNSB (2000).

Uma relação entre nível de renda e a coleta de lixo é apresentada na Tabela 2.11, como forma

de demonstrar que na maioria das vezes quanto mais pobre é a população menor é o acesso a

coleta de lixo. A população não atendida pelos serviços de coleta de lixo, algumas vezes

Page 54: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

53

queima seus resíduos ou os dispõem junto às habitações, terrenos baldios etc., contaminando

o ambiente e comprometendo a saúde humana. (MOTTA, SAYAGO, 1998)

Tabela 2.11 – Nível de renda da População Urbana no Brasil com Acesso ao Serviço de Coleta de Lixo (%)

Lixo coletado (%) Nível de renda

1981 1990 1995

0-1 SM 33 34,3 37

1-2 SM 40,3 42,8 43,4

2-5 SM 57,3 69,6 63,9

>5 SM 81,9 89 88,4

Média 53,13 58,92 58,18

SM - Salário Mínimo

Fonte: Motta, Sayago, 1998

Os indicadores nacionais da Tabela 2.11, apontam que em 1995, 58,18% da população urbana

tiveram acesso a este serviço. No Brasil de 1981 até 1995 o acesso médio da coleta de lixo na

classe com renda até 1 salário-mínimo (1 SM) foi de apenas 34,77%, na de 1 a 2 SM foi de

42,16%, na de 2 a 5SM elevou-se para 63,6% e saltou para 86,4% nas classes com renda

superior a 5 SM.

Segundo Donha (2002), quanto mais pobre for a população, encontrar-se-á nos resíduos

coletados uma predominância de material orgânico (restos de comida, por exemplo) embora

esta participação, tem gradativamente declinado, a exemplo de países com alta concentração

urbana e industrial.

Outro aspecto que merece atenção é a responsabilidade pela coleta desses resíduos que vai

depender de sua origem, podendo ser de responsabilidade da prefeitura ou do gerador,

conforme mostra a Tabela 2.12.

Page 55: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

54

Tabela 2.12 – Responsabilidade pela coleta dos resíduos

Origem Responsável

Domiciliar Prefeitura

Comercial Prefeitura

Serviço de saúde Gerador

Industrial Gerador

Portos, aeroportos, terminais ferrov. e rod. Gerador

Agrícolas Gerador

Entulhos Gerador Fonte: Manual de Gerenciamento Integrado (IPT 1996)

A Tabela 2.13 apresenta os tipos de tratamento e de destinação final dos resíduos sólidos, de

acordo com a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB, 2000).

Tabela 2.13 – Tipo de destinação final em percentual (%) por região

Aterro Estação Região

Vazadoro a céu aberto

Contro-lado Sanitário

Compôs-tagem Triagem

Incine-ração

Locais não fixos Outras

Norte 57,2 28,3 13,3 0,0 0,0 0,1 0,9 0,2 Nordeste 48,3 14,6 36,2 0,2 0,2 0,1 0,3 0,1 Centro-Oeste 22 32,8 38,8 4,8 0,5 0,2 0,7 0,2 Sudeste 9,8 46,5 37,1 3,8 0,9 0,7 0,6 0,7 Sul 25,9 24,3 40,5 1,7 4,2 0,2 0,6 2,6 Brasil 21,3 37 36,2 2,9 1,0 0,5 0,5 0,7

Fonte: PNSB (2000).

De acordo com o apresentado na Tabela 2.13 é a região norte a região que apresenta o maior

percentual de resíduos dispostos de forma inadequada, em lixões a céu aberto, e a região

sudeste, a que menos dispõe seus resíduos inadequadamente, buscando soluções de descarte

de seus resíduos em aterros sanitários.

Page 56: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

55

2.1.3.6 Os Resíduos Sólidos Urbanos em Salvador

O lixo urbano de Salvador até meados de 1973 era depositado em uma área conhecida como

Alagados, situada na Enseada dos Tainheiros, Baía de Todos os Santos. A partir desta data,

foi escolhida uma área existente no bairro de Canabrava, que se adequava aos critérios de

escolha da época, quando se recomendava para implantação de aterro de lixo, terrenos que

tivessem fácil acesso, apresentassem topografia acidentada, fossem de propriedade do

município e distantes de áreas habitadas.

De 1973 até 1992, o Aterro de Canabrava como era chamado, sendo na prática um lixão,

funcionou a toda carga, coletando o lixo e o depositando a céu aberto, impactando o meio

ambiente com o comprometimento do solo e águas subterrâneas.

Em 1992 foi proposta a recuperação do antigo lixão, utilizando a técnica da Biorremediação e

a implantação de um aterro celular com sistemas de drenagem de líquidos percolados, de

gases e de águas superficiais, além de um sistema de lixiviação e tratamento de percolados,

através da utilização de reatores anaeróbios. Este sistema foi implantado numa área de 30 ha,

margeando a Via Regional do referido bairro, sendo que até o início do ano de 1995, tinham

sido construídas três células de tratamento dos resíduos. Posteriormente, neste mesmo ano, o

sítio de disposição retornou à condição de vazadouro a céu aberto, com a presença de 700

badameiros adultos e 330 crianças.

De dezembro de 1996 à março de 1997, o Governo do Estado realizou uma intervenção na

cidade, através da “Operação Cidade Limpa”, com limpeza geral da cidade e cobertura diária

de todo lixo depositado em Canabrava.

Em 1997, foi elaborado pela Equipe da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador, a

LIMPURB, o Projeto Saneamento Ambiental do Lixão de Canabrava, onde se contemplava as

principais metas a seguir:

- Programa social

- Monitoramento do maciço

- Encerramento do lixão até 98

Page 57: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

56

- Tratamento adequado do lixo

- Devolução da área como espaço de lazer

Desta forma, o sítio de Canabrava passou a ter em algumas áreas características de um aterro

sanitário, e em outras, onde somente se aterrava o lixo, de um aterro controlado, recebendo

ações de cunho socio-ambiental, dentro do Programa de Saneamento Ambiental de

Canabrava.

O Aterro Controlado de Canabrava como é mais conhecido pelos funcionários da LIMPURB,

se transformou em um Parque Sócio Ambiental, encerrando suas atividades para disposição

do lixo urbano em dezembro de 1998. Por atender a comunidade do entorno, com aulas de

dança, capoeira, oficinas de reciclagem de resíduos e até mesmo ensino de 1º grau. A partir

desta data, os resíduos domiciliares passaram a ser dispostos no Aterro Metropolitano Centro,

que atende as Cidades de Salvador, Lauro de Freitas e Simões Filho, sendo dirigido por

concessão da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (SESP), pela BATTRE Bahia

Transferência e Tratamento de Resíduos S/A, (antiga VEGA).

Canabrava, porém, continuou a receber os resíduos provenientes da construção civil, que pela

Resolução CONAMA 307/02, são enquadrados na classe A, e devem ser reciclados, as podas

da cidade destinados a compostagem e os resíduos de serviços de saúde, que ao serem

recebidos são encaminhados para uma vala séptica.

Em Salvador, segundo a LIMPURB 1999, a geração total do lixo urbano foi em torno de

3.782 t/dia, aproximadamente 1.144.476 t/ano, com tendência a diminuição progressiva,

devido ao aumento da reciclagem e compostagem e a redução na fonte geradora, advinda de

um trabalho de educação ambiental comunitária.

Segundo a LIMPURB (1999) a caracterização dos resíduos foi um passo importante para o

tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos. A Tabela 2.14 mostra esta

importância e apresenta a composição gravimétrica do lixo, base úmida, para o Munic ípio de

Salvador no ano de 1999.

Page 58: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

57

Tabela 2.14 – Composição média gravimétrica do lixo domiciliar em Salvador, ano de 1999

Componentes Percentual (%)

Matéria orgânica 46,85

Papel/papelão 16,18

Plástico 17,11

Vidro 2,87

Metal (ferroso e não ferroso) 3,66

Trapos/couro 3,01

Madeira 0,58

Isopor 0,46

Papel higiênico 3,17

Fralda descartável 2,21

Tetra Pak 0,82

Outros1 (rejeitos/terra/entulho) 3,18

Outros2 (rejeitos/pilhas/baterias/raios x) 0,01

Total 100

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é a maneira de conceber, implementar e

administrar sistemas de Limpeza Pública como uma ampla participação dos setores da

sociedade e com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. A sustentabilidade do

desenvolvimento é vista de forma abrangente, envolvendo as dimensões ambientais,

sociais, culturais, econômicas, políticas e institucionais. Isso significa articular políticas e

programas de vários setores da administração e vários níveis de governo, envolver o

legislativo e a comunidade local, buscar garantir os recursos e a continuidade das ações,

identificar tecnologias e soluções adequadas à realidade local.

Especificamente com relação aos resíduos sólidos, as metas são de reduzir ao mínimo sua

geração, aumentar ao máximo a reutilização e reciclagem do que foi gerado, promover o

Page 59: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

58

depósito e tratamento ambientalmente saudável dos rejeitos e universalizar o atendimento

(LIMPURB, 1999).

Com embasamento nos dados e informações apresentadas, nos novos princípios de gestão de

resíduos sólidos e nos resultados colhidos com as experiências efetuadas no município de

Salvador, tornou-se possível conceber o Sistema Integrado de Manejo e Tratamento dos

Resíduos Sólidos, proposto para Salvador, que incorpora em seu modelo tecnológico

atividades como a compostagem, reciclagem e minimização de resíduos por meio da coleta

diferenciada e seletiva e ações de educação ambiental, além da vala séptica para disposição

dos resíduos de serviços de saúde e uso de aterro sanitário para os demais resíduos.

A caracterização dos resíduos é o primeiro passo para a implantação de um sistema integrado

de manejo, acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos

sólidos urbanos. O segundo passo é o desenvolvimento de um modelo tecnológico para

implantação do Sistema Integrado de Tratamento do Lixo fundamentado na organização dos

resíduos na origem, com o objetivo de minimizar os problemas decorrentes de sua

heterogeneidade e utilizar uma coleta e tratamento diferenciado e adequado para cada uma das

partes componentes do lixo.

As ações de tratamento dos resíduos sólidos têm o objetivo fundamental de reduzir a

quantidade e a periculosidade do material a ser disposto no aterro. A escassez de áreas para a

destinação final do lixo, a valorização de seus componentes propiciando a conservação de

recursos naturais e a inertização de resíduos, são fatores indutores da necessidade de

tratamento dos resíduos sólidos.

As tecnologias tradicionais, comercialmente disponíveis para tratamento e destinação final

dos resíduos sólidos urbanos são basicamente o aterro sanitário, a compostagem e a

incineração. Entretanto, apesar da disponibilidade tecnológica, o destino dado ao lixo, de

modo geral, no Brasil, ainda é o lixão.

Page 60: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

59

Fonte: Agenda 21 apud LIMPURB, 1999.

Figura 2.13 – Fluxograma dos princípios de gestão de resíduos sólidos

Page 61: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

60

A coleta diferenciada minimiza os problemas decorrentes da heterogeneidade do lixo,

promovendo uma organização que permite manejo e tratamento diferenciado e

consequentemente mais adequados, para cada um dos diferentes resíduos produzidos. Os

postos de entrega voluntária, as cooperativas, a comercialização dos materiais separados

através da bolsa de resíduos, são formas disponíveis de coleta e venda, sem onerar os cofres

públicos, que devem ser buscadas no equacionamento do tratamento desta parcela de lixo que

é potencialmente poluidora do solo e dos recursos hídricos, por metais pesados, papel,

papelão, vidro, plásticos e metais.

Segundo a LIMPURB (1999), os postos de entrega voluntária, as cooperativas e a

comercialização dos materiais separados através da bolsa de resíduos, juntos, somavam cerca

de 39,82% do peso do lixo em Salvador, em base úmida, representando uma parcela

significativamente maior em volume e ocupando grande espaço nos aterros sanitários quando

para lá eram encaminhados. A Tabela 2.15 apresenta dados de coleta diferenciada em

Salvador levantados para o ano de 1999.

Tabela 2.15 – Coleta diferenciada do lixo de Salvador 1999

Lixo Coletado (t) Tipo

Jan. Fev. Mar. Abr. Total

mês (t) Total ano

(t) Média mês (t)

Média dia (t) %

Domi-ciliar * 57.695 53.427 62.302 57.243 230.667

692.004 57.667 2.284 60,39

Entulho 36.427 27.897 37.305 34.306 135.935

407.808 33.984 1.346 35,59

Poda 1.476 1.400 1.669 1.678 6.223

18.672 1.556 62 1,65

RSS 745 658 811 659 2.873

8.616 718 28 0,74

Praia 1.011 835 1.013 931 3.790

10.176 948 38 1,00

Feira 731 625 291 571 2.218

6.660 555 22 0,58 Coleta seletiva 33 82 32 55 202

600 50 2 0,05

Total 98.085 84.924 103.423 95.443 381.875

1.144.476 95.478 3.782 100 Fonte: DIRAC/LIMPURB

Page 62: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

61

• Lixo domiciliar, inclui a matéria orgânica, os recicláveis que foram misturados no lixo

das residências e os inservíveis) ** Dos 60,39% de resíduos domiciliares, 46,85% é

Matéria Orgânica.

Segundo a LIMPURB (1999), com a incorporação das atividades de compostagem da matéria

orgânica e reciclagem e uma separação minuciosa de todos os resíduos sólidos domiciliares,

permitir-se-ia o reaproveitamento de 86,67% do lixo gerado. Apenas os materiais perigosos e

os até o momento não recicláveis como isopor, papel carbono, fraldas descartáveis, trapos e

outros, não são passíveis de reuso, reciclagem ou compostagem e seriam dispostos em aterros.

A coleta de materiais recicláveis pela Prefeitura ou por ela terceirizada é uma forma de

intervir na destinação dos resíduos, permitindo que os materiais separados sejam recuperados

para reuso, reaproveitamento ou reciclagem. Desta forma, as frações caracterizadas como:

podas, feiras e mercados, separadas nas fontes geradoras e coletadas separadamente pela

Prefeitura, devem passar por processo de compostagem aeróbia, resultando em um composto

de alta qualidade, para uso como fertilizante nos parques e jardins do município de Salvador.

No modelo tecnológico proposto, o entulho dispunha de proposta específica - Gestão

Diferenciada de Entulho no município de Salvador. Os Postos de Descargas de Entulho -

PDE's e as Bases de Descagas de Entulho - BDE's, deverão ser em curto prazo,

operacionalizadas, com o objetivo de reduzir ou eliminar o transporte deste material ao aterro.

A solução proposta para os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS), conforme projeto da

LIMPURB, foi implantar, a segregação na origem, no momento da geração, junto aos

estabelecimentos de saúde, valendo-se do treinamento como forma da prática de educação

ambiental, de acordo com a classificação indicada, utilizando como procedimentos internos as

normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), CONAMA 283/01 e 358/05,

Portaria 054/01 da LIMPURB, dentre outras, desde a sua geração até o armazenamento.

Os resíduos infectantes que não passarem por processo de tratamento interno, onde foram

gerados, serão transportados ao sítio de Canabrava, aterrados em valas sépticas, e monitorados

ao longo do tempo.

A instalação de tecnologias para tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde e de outros,

deve ocorrer pelos próprios geradores, pela iniciativa privada ou pela própria LIMPURB,

Page 63: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

62

desde que fundamentada em critérios técnicos, econômicos e ambientais, sendo licenciada

pelo órgão de controle ambiental e de saúde nas suas esferas de competência.

O Aterro Metropolitano Centro de Salvador

A BATTRE Bahia Transferência e Tratamento de Resíduos S/A, subsidiária brasileira

controlada pela SUEZ Environment, gerencia e opera o Aterro Metropolitano Centro de

Salvador, Bahia.

A SUEZ por sua vez, opera 237 aterros por todo o mundo (206 na Europa) com um total de

32,8 milhões de toneladas de resíduos tratados em 2001. A maioria de tais aterros está

equipada com captação de biogás e com sistema de tratamento, em especial aqueles que

exigem atendimento das normas européias de gerenciamento de resíduos. Em 2000, 16 desses

aterros foram equipados com uma unidade de geração de eletricidade e, no total, produziram

212.000 MW-h de energia, utilizando 115.000 m3 de biogás. Esta tecnologia representará

tecnologia de ponta para o gerenciamento do aterro e captura do biogás no Brasil e servirá

como modelo de reprodução para outros projetos semelhantes.

O aterro de Salvador, conhecido como Aterro Metropolitano do Centro (AMC), está

localizado, aproximadamente a 20 km a nordeste do centro da cidade de Salvador. O local

está dentro da área metropolitana de Salvador que inclui 10 municípios. As cercanias são

áreas residenciais. Embora a área total do projeto seja de 2.500.000 m2, a área reservada para

disposição de resíduos será de 600.000 m2.

Os limites geográficos do AMC definem uma área de 72 hectares ocupados pela BATTRE

bem como uma área adicional de 178 hectares para garantir a expansão do aterro nas fases

subseqüentes descritas no contrato de concessão assinado entre a BATTRE, e o governo

municipal de Salvador. A concessão em si, não discute o biogás. No entanto, a licença

ambiental para o aterro especifica que deve haver captação de biogás sem, entretanto, indicar

uma taxa percentual específica de captura.

A proposta da BATTRE, que foi feita na concorrência junto ao município, constituiu o

documento contratual que formulou as bases para a obtenção de sua licença para operar o

Page 64: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

63

aterro. Tal documento incluiu taxas de captação de biogás e destruição entre 19 % e 24 %, ao

longo da vida do aterro.

O aterro tem uma capacidade total de 18.000.000 m3 e recebe aproximadamente 912.500

toneladas de resíduos domésticos por ano, cerca de 2500 t/d de resíduos (dados de 2004). O

conteúdo atual de resíduos orgânicos é de aproximadamente 65 %, tendo sido trabalhado para

que a disposição final dos resíduos não impacte de forma severa o meio ambiente. Uma das

ações que ratificam esse comprometimento são os estudos e a implementação de dispositivos

para o aproveitamento do gás metano (CH4).

O AMC, visando à diminuição do impacto ambiental que a decomposição do lixo provoca no

meio ambiente, como a emissão de gases causadores do efeito estufa, desenvolveu um sistema

de captação do gás de aterro (biogás), que é capaz de confinar este gás, reduzindo

sensivelmente os impactos ocasionados pela disposição efetuada sem critérios técnicos. A

coleta deste biogás normalmente gera um excedente de produção, que é queimado em flares

de forma controlada.

2.2 GERAÇÃO DE BIOGÁS E FATORES INFLUENTES

2.2.1 Considerações do Biogás extraído dos Aterros Urbanos

Dentre os problemas ambientais decorrentes dos aterros, encontra-se a geração de biogás a

partir da decomposição dos resíduos. O aterramento do resíduo é apontado juntamente com o

tratamento anaeróbio de esgotos domésticos e efluentes industriais, como uma das maiores

fontes de metano liberado para a atmosfera, contribuindo assim para o agravamento do efeito

estufa. Segundo IPCC (1996) os aterros são responsáveis por cerca de 5 a 20% do total de

metano liberado por fontes com origem em atividade humanas.

Pode-se dizer que os aterros apresentam geração de biogás devido a decomposição

microbiana dos resíduos orgânicos e que, sem a captação/utilização, esta emissão tem

impactos importantes no aquecimento global do planeta, podendo ainda, representar riscos

para o ambiente local quando não controlado devidamente, e migrar lateralmente para áreas

próximas ou mesmo emanar pela superfície, causando prejuízos à saúde humana e à

Page 65: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

64

vegetação, decorrentes da formação de ozônio de baixa altitude ou da exposição a alguns

constituintes do biogás que podem causar câncer e outras doenças que atacam fígado, rins,

pulmões e o sistema nervoso central.

Segundo USEPA (1996), a captação do biogás em condições controladas nos aterros é

fundamental, devido às altas concentrações de metano existente no biogás. Por essa razão,

existe o risco de incêndios e explosões em áreas próximas aos aterros, além do inconveniente

causado por odores desagradáveis que levam a distúrbios emocionais em indivíduos que

residem nos arredores do aterro e favorecem a desvalorização das propriedades.

Segundo Oliveira (2000), a utilização do biogás para geração de energia aparece como uma

alternativa interessante para o seu aproveitamento, sendo um forte candidato a projetos de

comercialização de créditos de carbono. Tanto este fato é verdade que muitos países da União

Européia, comprometidos com a redução das emissões de gases efeito estufa, estão investindo

significativamente em projetos de geração de energia com biogás. O biogás é considerado

uma fonte de energia renovável e, portanto, sua recuperação e seu uso energético apresentam

vantagens ambientais, sociais, estratégicas e tecnológicas significativas.

O biogás é uma mistura gasosa rica em metano, que é o componente predominante no gás

natural combustível, hoje importado da Bolívia pelo Brasil e usado para geração de

eletricidade, abastecimento de veículos automotores, geração de calor em indústrias e

abastecimento doméstico e comercial em substituição ao GLP (gás liquefeito de petróleo).

Segundo o Relatório Ambiental – Geração de Energia em Adrianópolis e Marambaia (2003),

o biogás é um subproduto da decomposição anaeróbia de resíduos sólidos urbanos por ação de

micro organismos que os transformam em substâncias mais estáveis, como dióxido de

carbono, água, gás metano, gás sulfídrico, mercaptanas e outros componentes minerais.

Ainda segundo esse relatório, carboidratos provenientes de papel, papelão, etc., que formam a

maioria dos detritos são decompostos inicialmente em açúcares, depois em ácido acético e

finalmente em CH4 e CO2. A composição do biogás resulta basicamente em 55% de metano,

40% de gás carbônico e 5% de nitrogênio e outros gases. O gás metano, principal componente

do biogás, é 21 vezes mais danoso que o dióxido de carbono em termos de efeito estufa.

Page 66: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

65

Segundo Projeto Biogás (2004), numa análise global, o biogás é um gás incolor, geralmente

inodoro (se não contiver demasiadas impurezas) e insolúvel em água. A Composição média

da mistura gasosa é a seguinte, conforme Tabela 2.16:

Tabela 2.16 – Composição média da mistura gasosa

Composição %

Metano (CH4) 50 a 75 %

Dióxido de Carbono (CO2) 25 a 40 %

Hidrogênio (H2) 1 a 3 %

Azoto (N2) 0.5 a 2.5 %

Oxigênio (O2) 0.1 a 1 %

Sulfureto de Hidrogênio (H2S) 0.1 a 0.5 %

Amoníaco (NH3) 0.1 a 0.5 %

Monóxido de Carbono (CO) 0 a 0.1 %

Água (H2O) variável Fonte: Projeto Biogás (2004)

Segundo Oliveira (2000), O resíduo ao ser depositado em aterros, permanece um período de

tempo descoberto e em contato com o ar atmosférico, até ser compactado e coberto. Neste

período já se constata a emissão de compostos voláteis que constituem a massa do resíduo.

Esses compostos continuarão a ser emitidos mesmo após a aplicação do material de cobertura

e o fechamento da célula do aterro.

Ainda segundo o mesmo autor, a geração de gás, aí incluída composição e taxa de geração

dos principais constituintes, é variável ao longo do tempo e ocorre através de cinco fases

características da vida útil de um aterro, como pode ser observada na Figura 2.14.

Page 67: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

66

Fonte: Adaptado de Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993).

Figura 2.14 – Fases de formação do biogás de aterro

As diversas fases apresentadas na Figura anterior são descritas a seguir:

• Fase I (Ajuste inicial): a decomposição biológica da matéria orgânica

ocorre principalmente em condições aeróbias, devido à presença de certa

quantidade de ar no interior do aterro. A principal fonte de microorganismos

para a decomposição aeróbia e anaeróbia nessa fase é a terra que é usada como

material de cobertura para divisão das células do aterro e como camada final.

• Fase II (Transição): a quantidade de oxigênio decai e as reações anaeróbias

se desenvolvem. Nitratos e sulfatos que podem servir como receptores de

elétrons nas reações biológicas de conversão. As reações de redução podem ser

monitoradas medindo-se o potencial de óxido-redução do lixo, ocorrendo

aproximadamente entre –50 a –100 milivolts para nitratos e sulfatos. A

produção do metano ocorre com valores entre –150 a –300 milivolts. Com a

continuidade da queda do potencial de óxido-redução os microorganismos

responsáveis pela conversão da matéria orgânica em metano e dióxido de

carbono iniciam a conversão do material orgânico complexo em ácidos

orgânicos e outros produtos intermediários. Nesta fase o pH do chorume

começa a cair devido à presença de ácidos orgânicos e pelo efeito das elevadas

concentrações de CO2 dentro do aterro.

• Fase III (Ácida): as reações iniciadas na fase de transição são aceleradas

com a produção de quantidades significativas de ácidos orgânicos e

Page 68: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

67

quantidades menores de gás hidrogênio. A primeira das três etapas do processo

envolve transformação enzimática (hidrólise) dos compostos de maior massa

molecular (lipídeos, polissacarídeos, proteínas e ácidos nucléicos) em

compostos apropriados para o uso como fonte de energia pelos

microorganismos. A segunda etapa do processo (acidogênesis) envolve a

conversão microbiológica dos compostos resultantes da primeira etapa em

compostos intermediários com massa molecular menor, como o ácido acético

(CH3COOH) e pequenas concentrações de outros ácidos mais complexos. O

dióxido de carbono é o principal gás gerado durante esta fase e os

microorganismos envolvidos nesta conversão, descritos como não

metanogênicos, são constituídos por bactérias anaeróbias estritas e facultativas.

As demandas bioquímica (DBO) e química de oxigênio (DQO) e a

condutividade do chorume aumentam significativamente durante esta fase

devido à dissolução de ácidos orgânicos no chorume. Também devido ao baixo

pH, constituintes inorgânicos como os metais pesados serão solubilizados.

• Fase IV (Metanogênica): nesta fase predominam microrganismos

estritamente anaeróbios, denominados metanogênicos, que convertem ácido

acético e gás hidrogênio em CH4 e CO2. A formação do metano e dos ácidos

prossegue simultaneamente, embora a taxa de formação dos ácidos seja

reduzida consideravelmente. O pH do chorume nesta fase tende a ser mais

básico, na faixa de 6,8 a 8,0.15

• Fase V (Maturação): Esta fase ocorre após grande quantidade do material

orgânico ter sido biodegradado e convertido em CH4 e CO2 durante a fase

metanogênica. Como a umidade continua a migrar pela massa de lixo, porções

de material biodegradável ainda não convertidos acabam reagindo. A taxa de

geração do gás diminui consideravelmente pois a maioria dos nutrientes

disponíveis foi consumida nas fases anteriores e os substratos que restam no

aterro são de degradação lenta. Dependendo das medidas no fechamento do

aterro, pequenas quantidades de nitrogênio e oxigênio podem ser encontradas

no gás do aterro.

Segundo Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993), a duração das fases e o tempo de geração do

gás variam com as condições do aterro (composição do resíduo e distribuição da matéria

orgânica neste aterro, da disponibilidade de nutrientes, do grau de compactação inicial do

Page 69: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

68

resíduo, do material de cobertura, do projeto e estado anaeróbio em que os resíduos se

encontrem) e pode variar ainda segundo USEPA (1996) com as condições climáticas como:

taxa de precipitação, teor de umidade, pH e Temperatura. A seguir são apresentados os

principais fatores que influem na geração do biogás:

• Composição do resíduo : quanto maior a porcentagem de materiais

biodegradáveis, maior o potencial de geração de gases. O lixo destinado aos

aterros pode ter uma composição variada ao longo do ano, dependendo do

clima e dos hábitos de consumo da população local.

• Umidade do residuo : uma umidade alta (60 a 90 %), base seca, pode

aumentar a geração de biogás. A construção de aterro com baixa

permeabilidade para controle da formação do chorume mantém a umidade do

lixo baixa e prejudica a formação de biogás. A recirculação de chorume é uma

atividade efetiva nestes casos.

• Idade do resíduo : a geração do biogás segue as fases de decomposição do

resíduo descritas anteriormente. A duração de cada fase e o tempo de produção

de metano dependem de condições específicas de cada aterro.

• Temperatura do aterro : a produção de metano é afetada pela temperatura. A

temperatura ideal para a digestão anaeróbia está entre 29 e 38ºC para as

bactérias mesofílicas e entre 49 e 70ºC para as termofílicas. Abaixo de 10ºC há

uma queda brusca na taxa de geração do gás metano.

• pH do aterro : o pH ótimo para a produção do metano está entre 7.0 e 7.2.

Inicialmente os aterros apresentam pH ácido, que tende a aproximar-se da

neutralidade a partir da fase metanogênica.

Segundo Projeto Biogás (2004), o Biogás é, devido à presença do metano, um gás

combustível, sendo o seu poder calorífico inferior (P.C.I.) cerca de 5500 Kcal/m3. A

proporção de metano nesse gás varia em torno de aproximadamente de 60 %. A título de

comparação, a Tabela 2.17 que se segue apresenta os P.C.I. `s para os outros gases correntes.

Page 70: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

69

Tabela 2.17 - P.C.I. de diferentes gases

Gás P.C.I. em Kcal/m3

Propano 22000

Butano 28000

Gás de Cidade 4000

Gás Natural 7600

Fonte: Projeto Biogás (2004)

Segundo o mesmo projeto, foram também observadas as equivalências energéticas de

diversos gases conforme mostra a Tabela 2.18 abaixo.

Tabela 2.18 – Equivalências energéticas do biogás

1 m3 de Biogás é equivalente a:

0,6 m3 de Metano

0,8 L de Gasolina 1,3 L de Álcool

2 kg de Carboneto de Cálcio 0,7 L de Gasóleo 7 kW h de Eletricidade

2,7 kg de Madeira 1,4 kg de Carvão de Madeira

0,2 m3 de Butano

0,3 m3 de Propano

Fonte: Projeto Biogás (2004)

O biogás é um gás mais leve do que o ar, e contrariamente ao butano e ao propano, ele suscita

menores riscos de explosão na medida em que a sua acumulação se torna mais difícil. A sua

baixa densidade implica, em contrapartida, que ele ocupe um volume significativo e que a sua

liquefação seja mais difícil, o que lhe confere algumas desvantagens em termos de transporte

e utilização.

Page 71: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

70

O biogás, em condições normais de produção, devido ao seu baixo teor de monóxido de

carbono (inferior a 0,1 %) não é tóxico, contrariamente, por exemplo, ao gás de cidade, cujo

teor neste gás, próximo dos 20 %, é mortal. Por outro lado, devido às impurezas que contém,

o biogás é muito corrosivo.

O gás mais corrosivo desta mistura é o sulfureto de hidrogênio que ataca, além de outros

materiais, o cobre, o latão, e o aço, desde que a sua concentração seja considerável.

O biogás produzido pelos resíduos sólidos urbanos com o teor de metano de

aproximadamente 55% pode ser usado em inúmeras aplicações como por exemplo:

- em fogão doméstico;

- em lampião;

- como combustível para motores de combustão interna;

- em geladeiras;

- em secadores de grãos ou secadores diversos;

- geração de energia elétrica.

- geração de calor para desidratação do chorume,

- chocadeiras

Algumas destas aplicações serão ao longo deste trabalho detalhadas, devido a importância

atual desta temática.

Explosividade do Gás de Aterro (Biogás)

A explosão é uma combinação de três elementos básicos que são: o combustível, o oxigênio

presente no ar e o calor. A combinação desses três elementos, nas devidas proporções,

desencadeia uma explosão. Portanto, para ocorrer uma explosão, é necessário existirem

reunido combustível, ar e calor, ou seja, combustível, oxigênio e temperatura de Ignição. A

temperatura mínima de auto-ignição é uma temperatura limite, a partir da qual uma mistura

de um gás combustível e um comburente se inflama espontaneamente, quer dizer, sem a

presença de uma chama piloto ou centelha.

Page 72: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

71

O nível de concentração para qual o gás tem potencial para explodir é chamado de limite de

explosividade. O potencial para um gás explodir é determinado pelo limite de explosividade

inferior (LEL) e limite de explosividade superior (UEL). O LEL e UEL são medidas de

porcentagem de um gás no ar em volume. Para concentrações abaixo do LEL e acima do

UEL, o gás é considerado não explosivo. Contudo, um risco de explosão pode existir se o gás

estiver presente no ar entre o LEL e UEL mediante a presença de uma fonte de ignição.

Portanto, para que uma mistura dentro do campo de inflamabilidade (LEL e UEL ) venha a se

inflamar, é necessária que esteja presente uma condição de ignição, como uma faísca gerada

por atrito ou eletricidade, chama ou temperatura acima do limite mínimo de auto- ignição. As

temperaturas mínimas de auto- ignição para os gases combustíveis mais comuns, na pressão

atmosférica, podem ser observadas na Tabela 2.19.

Tabela 2.19 – Temperatura mínima de auto- ignição

Gás Ar Oxigênio

Gás Natural ** 580°C 555°C

GLP 420 – 480°C (*) 285° - 470° (*)

Hidrogênio 570°C 560°C

Acetileno 305°C 296°

(**) As temperaturas do Gás Natural variam segundo a composição e são as mesmas para o CH4.

Fonte: Ensinas 2003

Isso significa que uma mistura de um gás combustível com um comburente poderá se

inflamar, apenas por estar submetida a uma temperatura a partir dos valores indicados na

Tabela acima, sem a necessidade de uma centelha ou chama aberta. A explosão pode ser

representada simbolicamente pelo triângulo do fogo, conforme Figura 2.15, cujos lados

correspondem aos elementos que constituem o fogo ou a explosão.

Page 73: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

72

Fonte: Vianna, (1976, apud ENSINAS, 2003).

Figura 2.15 - Triângulo do Fogo

O biogás pode formar uma mistura explosiva quando combinado com o oxigênio em certas

proporções. A Figura 2.16 mostra a exibição de caminhos potenciais para o biogás.

Fonte: ATSDR 2005, apud ENSINAS, 2003).

Figura 2.16 – Exibição de caminhos potenciais do gás de aterro

Para que haja risco de explosão do gás no aterro algumas condições devem ser satisfeitas

como:

Produção de gás: O aterro deve estar produzindo gás, e este gás deve conter

compostos químicos que devem estar presentes em quant idade suficiente para

levar à explosão.

Page 74: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

73

Migração de gás: O gás deve estar apto a migrar pelo aterro. Tubos enterrados

ou a geologia natural subsuperfícial podem prover caminhos preferenciais para

o gás. Os sistemas de coleta e tratamento dos gases, se operado corretamente,

reduz a quantidade de gás que é capaz de escapar para fora do aterro.

Gás coletado em um espaço confinado : O gás deve estar concentrado em um

espaço confinado no qual pudesse, potencialmente, explodir. Um espaço

confinado pode ser um buraco, um recinto residencial, ou um porão. A

concentração pra qual o gás tem potencial para explodir é definido em termos

de limites de explosividade inferior e superior.

Acidentes documentados devido à explosão do gás de aterro

Segundo Ensinas (2003), embora as explosões de gás de aterro não sejam comuns, o número

de incidentes conhecidos ou suspeitos de terem sido causados pelas explosões de gás de aterro

é documentado:

Em 1999, uma menina de oito anos sofreu queimaduras em seus braços e

pernas quando brincava em um playground de Atlanta. A área foi usada como

um depósito de lixo ilegal há muitos anos atrás.;

Em 1994, durante um jogo de futebol em um parque construído sobre um

aterro em Charlotte, Carolina do Norte, uma mulher foi seriamente queimada

pela explosão de gás metano.

Em 1987, a migração do gás para fora da área do aterro é suspeito de ter

causado a explosão de uma residência em Pittsburg, Pensylvania.

Em 1984, o gás de aterro migrou e destruiu uma casa perto do aterro em

Akron, Ohio. Dez casas foram temporariamente evacuadas.

Em 1983, uma explosão destruiu uma residência do outro lado da rua afastada

do aterro em Cincinnati, Ohio. Ferimentos menores foram relatados. (EPA,

1991);

Em 1975, em Sheridan, Colorado, o gás de aterro ficou acumulado na

tubulação de drenagem de águas pluviais que corria através do aterro. A

ocorrência de uma explosão aconteceu quando várias crianças brincavam

dentro da tubulação com uma vela acesa, resultando em sérios ferimentos em

todas as crianças.

Page 75: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

74

Em 1969, O gás metano migrou de um aterro adjacente pra dentro de um porão

fechado em Winston-Salem, Carolina do Norte. A causa da explosão do gás foi

um cigarro aceso, ocasionando a morte de três homens e ferindo seriamente

outros cinco.

Faixas de gases que podem causar perigo de explosão

Metano : O metano é um dos constituintes do gás de aterro que provavelmente

causa o maior perigo de explosão. O gás metano é explosivo entre o LEL de

5% em volume e UEL de 15% em volume. As concentrações de metano dentro

do aterro são tipicamente 50% (muito mais alta do que o UEL), tornando

improvável a explosão do metano dentro dos limites do aterro. Enquanto o

metano migra e é diluído, a mistura de gás metano (CH4) pode estar em níveis

de explosão. Além disso, o oxigênio é uma componente chave para iniciar uma

explosão, mas o processo biológico que produz metano necessita de um

ambiente anaeróbio, ou seja, um ambiente ausente de oxigênio. À superfície do

aterro, o oxigênio presente é suficiente para iniciar uma explosão, mas o gás

metano usualmente difunde-se no ar ambiente em concentrações abaixo de 5%

de LEL. Dentro desta condição em causar perigo de explosão, o metano pode

migrar para fora do aterro e está presente entre LEL E UEL.

Outros gases de aterro : Outros constituintes do gás de aterro são inflamáveis

amônia, sulfeto de hidrogênio, e NMOCs – Compostos Orgânicos Não-

Metano). Entretanto, por ser improvável que estes gases estejam em

concentrações acima do LEL, raramente causam perigos de explosão como

gases individuais. Por exemplo, o benzeno (um MNOC que pode ser

encontrado no gás de aterro) é explosivo entre o LEL de 1,2% e UEL de 7,8%.

Todavia, concentrações de benzeno no gás de aterro são muito improváveis de

alcançar estes níveis. Se o benzeno for detectado no gás de aterro em uma

concentração de 2 ppb (ou 0,0000002% por volume de ar), então o benzeno

teria de ser coletado em um espaço fechado a uma concentração 6 milhões de

vezes maior que a concentração encontrada no gás de aterro para causar um

perigo de explosão.

Page 76: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

75

Vale ressaltar ainda, que as preocupações com os constituintes do gás do aterro, não param na

explosividade. Atenção especial também deve ser dada as concentrações. Por exemplo:

concentrações de gás H2S podem trazer problemas que oferecem risco direto à saúde humana.

A Figura 2.17 mostra estes riscos.

Fonte: ATSDR, 2005

Figura 2.17 – Efeitos causados a saúde humana pelo H2S

Outra situação que deve ser analisada, o perigo de explosão causado por um aterro. Para

avaliar este perigo, utiliza-se um checklist, que pode ajudar a determinar se um aterro pode ou

não sofrer uma explosão. Se sua evolução identifica o potencial de uma explosão, ações

severas devem ser tomadas para prevenir que algum dano atinja a comunidade. Medidas e

controles para prevenir de perigos de explosão são tomados como ações de segurança e saúde

pública.

Outros assuntos relacionados à produção de LFG (landfill gás ou gás do aterro ou biogás),

que são de preocupação, incluem o perigo de migração subsuperficial do LFG e o impacto do

LFG sobre a qualidade do ar.

Page 77: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

76

Os fatores primários que influenciam a distância com que o gás migra desde os resíduos até os

solos adjacentes são a permeabilidade do solo adjacente ao aterro e o tipo de cobertura de

superfície de terra ao redor do aterro. Geralmente, quanto maior for à permeabilidade do solo

adjacente ao aterro, maior será à distância de migração possível.

O conteúdo de água do solo tem um efeito importante em sua permeabilidade com respeito ao

fluxo de LFG. À medida que o conteúdo de água aumenta, há uma transmissibilidade efetiva

de solo ou resíduo para o fluxo de gás.

Além disso, o tipo de cobertura de superfície afeta a ventilação do LFG que pode escapar para

a atmosfera. Superfícies congeladas ou pavimentadas limitam a ventilação de gás para a

atmosfera e, portanto, aumentam a distancia de migração potencial. Um alinhamento do aterro

pode reduzir grandemente o potencial para a migração de subsuperfície. A presença de solos

heterogêneos ao redor do local ou esgotos e outro serviço de utilidade enterrado, aumentarão a

distância de migração potencial ao longo desses corredores. A avaliação do potencial para

migração subsuperficial a partir de um local deve considerar esses fatores. Os determinantes

primários de impactos de qualidade de ar são as quantidades de LFG emitida para a

atmosfera, a concentração de compostos gasosos no LFG, a proximidade do receptor do aterro

e as condições meteorológicas.

2.2.2 Estimativas Teóricas da Produção de Biogás e Metano em Aterros Sanitários Algumas metodologias para estimativas teórica da produção de gás metano em locais de

deposição de resíduos sólidos urbanos são encontradas na literatura. Esses métodos variam em

suas considerações, em sua complexidade e na quantidade de dados que necessitam.

Alguns métodos, como por exemplo o do IPCC (1996), buscam estimar a taxa de geração de

metano de forma simplificada, sem levar em conta a cinética do processo de decomposição.

Outros métodos utilizam modelos mais elaborados, como o modelo de Decaimento de 1ª

Ordem, pelo qual a taxa de geração de metano decai de forma exponencial com o tempo.

Estes métodos buscam encontrar os coeficientes Lo e k respectivamente, potencial de geração

de metano (m3/t) e a constante cinética relacionada com a taxa de geração de Metano (1/ano).

Page 78: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

77

Segundo Börjesson e outros (2000, apud BRITO FILHO, 2005), as modelagens matemáticas

são ferramentas necessárias para entender três processos que são as emissões de LFG (landfill

gás ou biogás ou gás de aterro) o gás é transportado verticalmente através da cobertura ou

através do que se chama migração lateral), a recuperação de biogás mediante sua extração e

a oxidação de metano. Estes três processos são à base dos modelos de extrapolação, que

levam a estimação das emissões regional, nacional e global.

Os modelos matemáticos são também ferramentas úteis e econômicas para avaliar o potencial

de geração de LFG no local. Os resultados do modelo podem ser usados para avaliar o

potencial para migração/emissões de LFG perigosas, e para avaliar a viabilidade do projeto de

gestão do LFG. Os vários modelos disponíveis para calcular a produção de LFG podem ser

usados para desenvolver uma curva de geração de LFG que prediz a geração de gás por algum

tempo. A produção de gás total e a taxa em que os gases são gerados podem variar um pouco

com os diferentes modelos, mas o parâmetro de insumo mais importante que é comum a todos

é a quantidade do resíduo presumido passível de decomposição. Os outros parâmetros de

insumo podem variar dependendo do modelo usado e são influenciados por numerosas

variáveis, incluindo os fatores que influenciam a geração de LFG e as incertezas nas

informações disponíveis sobre o local, bem como o manejo da extração de LFG que afeta a

geração de LFG ao induzir qualquer infiltração de ar.

Segundo Augenstein (1991, apud BRITO FILHO, 2005), outro fator importante é a

quantidade de tempo presumida entre a colocação do lixo e o começo da decomposição

anaeróbia ou fase metanogênica dentro da massa do lixo. A natureza heterogênea e a variável

tempo em todos os aterros dão uma dificuldade inerente para a coleta de dados de um local

sem um grande gasto no custo corrente. Qualquer modelo de produção é bom somente na

medida dos dados de insumo e freqüentemente há presunções muito amplas necessárias com

respeito a estimar quantidades e tipos de lixo. Portanto, é apropriado usar um modelo simples

que empregue parâmetros menos numerosos que podem ser designados mais razoavelmente

segundo as condições especificas do local. O êxito previsível de qualquer modelo depende

em grande parte no grau de certeza necessário, na confiabilidade dos dados de insumo, na

experiência do individuo analisando os dados, e no grau de semelhança entre o local em

questão e outros locais que possam ter sido modelados com sucesso.

Page 79: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

78

Ainda segundo o mesmo autor, todos os modelos usados para determinar a taxa estimada de

produção de LFG do local deveriam estar sujeitos a uma completa análise da sensibilidade

para determinar uma gama de resultados potenciais e para analisar quais parâmetros têm

influência maior nos valores de produção de LFG. A identificação de parâmetros sensíveis

pode levar à coleta de dados dirigidos e ao melhoramento futuro de previsões de produção de

LFG. Dada à natureza heterogênea das condições dentro do aterro e as limitações típicas nos

dados de insumo que, com maior freqüência, estão disponíveis para um local candidato,

recomenda-se que uma gama de valores e uma avaliação de sensibilidade possam ser

estabelecidas para a avaliação de geração de LFG. Usando os limites superiores e inferiores

de uma geração de LFG versus o perfil de tempo, baseado nas condições prováveis dentro do

aterro, é possível designar valores e insumos de projeto que são adequados para uso na

avaliação do potencial para um local e quaisquer fatores de risco que possam ser aplicáveis.

Atualmente, a falta de dados confiáveis tem sido um obstáculo importante nestes esforços.

Deste modo têm sido feitas investigações que possam levar a solução deste problema. Como

exemplo, Bogner e Matthews (1999, apud BRITO FILHO, 2005), que apresentaram um

modelo, na qual a contribuição global de metano foi extrapolada com o consumo de energia

per capita, que era proporcional ao volume de resíduos gerados. Estes cálculos foram

limitados por falta de dados sobre a recuperação de gás, o que atualmente tem faltado nas

estatísticas atuais.

Portanto, os principais aspectos para a avaliação do LFG são: primeiro, calcular a quantidade

de LFG que está sendo produzida num aterro e o segundo, o mais importante, que será avaliar

a proporção do LFG que pode ser razoável e confiável obtida durante a longa vida de um

projeto (acima de 20 anos). Como exemplo, pode-se analisar os estudos de caso brasileiros

que abrangeram dois aterros, o velho lixão aberto de Marambaia e o novo Aterro Sanitário de

Adrianópolis, conhecido como CTR (Central de Tratamento de Resíduos).

O aterro de Marambaia deixou de receber lixo em janeiro de 2003 e tem um total de

aproximadamente 2 milhões de toneladas de resíduos aterrados. O aterro de Adrianópolis, em

Nova Iguaçu, entrou em operação em fevereiro de 2003 e com previsão de fechamento em

2022. A modelagem foi realizada em ambos os aterros para avaliar o volume de LFG que

cada um deve gerar. Os volumes de despejo de resíduo foram baseados em dados históricos

do aterro de Marambaia e os valores projetados para o aterro de Adrianópolis.

Page 80: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

79

O método proposto pela USEPA (United States Environmental Protection Agency), foi o

escolhido para determinação da quantidade de biogás produzido no lixão de Marambaia e

Aterro de Adrianópolis. Foram encontrados também valores para Lo, potencial de geração de

metano do lixo (m3/t de lixo) e k, constante de decaimento (ano-1). A USEPA desenvolveu

um intervalo de valores para LO e k para aterros nos Estados Unidos, porém fa tores locais

específicos foram utilizados nesta análise.

Segundo o Relatório Ambiental de Geração de Energia do Aterro Adrianópolis e do lixão de

Marambaia (2003), quando se deseja recuperar o gás metano de aterros em fase final de

operação, os ensaios de sucção realizados em campo são comparados com as curvas teóricas

de produção e nem todo o biogás produzido é capaz de ser aproveitado. Parte é emitida

diretamente para a atmosfera como gás fugitivo e outra parte ainda sofre oxidação por atuação

de bactérias aeróbicas existentes nas porções mais superficiais do maciço.

Como resultado final, chegou-se a uma taxa real de biogás recuperado em torno de 50% da

curva teórica de produção. O modelo matemático usado neste caso foi baseado na hipótese

que estima que o volume global do biogás gerado é de 100m³ por tonelada de resíduos, com

uma composição que considera 57% de metano em volume.

Os resultados da modelagem também indicam que como era de se esperar, a geração de LFG

está atualmente em seu pico e começando um declínio progressivo. O Aterro de Adrianópolis

entrou em operação recentemente e, embora tenha potencial de recuperação de longo prazo,

ainda não esta gerando quantidades significativas de LFG para serem coletadas e utilizadas.

Estes e todos os out ros estudos de caso reforçam consistentemente os benefícios da

identificação antecipada e compromisso com o desenvolvimento dos sistemas de controle de

LFG. Caso seja esperado o fechamento de um aterro para tomar decisão em desenvolver o

recurso, pode ser tarde demais. Deveria ser observado também que pode ser possível

coordenar o uso e a transferência de equipamento e sistemas entre dois aterros sob o controle

do mesmo proprietário. À medida que o LFG em um dos aterros esteja progressivamente

diminuindo e o outro aumentando, talvez seja possível coordenar o uso e transferência de

alguns dos recursos e instalações, presumindo que os arranjos contratuais para o controle de

LFG permitam este tipo de coordenação.

Page 81: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

80

Modelos Matemáticos para Estimativa Teórica da Produção de Gás Metano em Aterros

Em USEPA (1996) é apresentada uma metodologia teórica denominada “Aproximação

Simples” que utiliza a Equação 2.2 para estimativas de produção de gás metano em aterros,

tendo como única variável, a quantidade de lixo depositado no local. São sugeridas taxas de

geração de 0,312 a 1,249 m3/(kg lixo x ano) com geração média de 0,624 m3/(kg lixo x ano).

QLGrGCH ×=4 (2.2)

Sendo:

GCH4: geração anual de gás metano (m3/ano)

Gr: geração de gás metano por quantidade de lixo depositado (m3/kg lixo x ano)

QL: quantidade de lixo depositada no local (kg)

Essa metodologia apresenta grande imprecisão, podendo ser usada somente para uma

avaliação preliminar de um projeto de aproveitamento de gás de aterro. Como há diminuição

da quantidade de gás ao longo do tempo este método só deve ser usado para o primeiro ou

segundo ano após o fechamento do aterro.

Em IPCC (1996) é apresentada uma metodologia de fácil aplicação para cálculo de emissão

de metano a partir de resíduos sólidos para países ou regiões específicas. Esse método, que

segue a Equação 2.3, envolve a estimativa da quantidade de carbono orgânico degradável

presente no lixo, calculando assim a quantidade de metano que pode ser gerada por

determinada quantidade de resíduo depositado, considerando diferentes categorias de resíduos

sólidos domésticos. São necessários dados estatísticos de população e sobre os resíduos

sólidos urbanos. Caso não haja dados disponíveis para o cálculo no país, poderão ser usados

dados padronizados fornecidos pelo IPCC, mas a qualidade dos resultados pode ser

prejudicada.

( ) ( )OXRLRSDfRSDTaxaPopUrbCHE o −×−×××= 14 (2.3)

Page 82: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

81

Sendo:

E CH4: emissão de gás metano (t de CH4/ ano)

PopUrb: população urbana (nº de habitantes)

Taxa RSD: taxa de geração de resíduos sólidos domésticos por habitante por ano (t de

RSD/habitante x ano)

RSDf: fração de resíduos sólidos domésticos que é depositada em locais adequados de

disposição final de lixo (%)

Lo: potencial de geração de metano do lixo (t de CH4/ t de lixo)

R: metano aproveitado (t de CH4/ano)

OX: fator de oxidação de metano na superfície do aterro (%)

O potencial de geração de metano a partir do lixo (Lo) pode ser obtido pela metodologia

apresentada em IPCC (1996), que segue a Equação 2.4

( )12/16××××= FCODfCODFCMLo (2.4)

Sendo:

Lo: potencial de geração de metano do lixo (t de CH4 / t de lixo);

FCM: fator de correção de metano;

COD: carbono orgânico degradável (t de C/ t lixo);

CODf: fração de COD dissociada;

F: fração em volume de metano no biogás;

(16/12): fator de conversão de carbono em metano (t de CH4/ t de C).

O fator de correção de carbono (FCM), que avalia a qualidade do aterramento do lixo,

considera o fato do resíduo aterrado de forma inadequada produzir menor quantidade de

metano em relação aquele destinado a locais adequados, onde uma maior parte do lixo é

decomposta em condições anaeróbias. Os valores recomendados pelo IPCC para este fator

estão apresentados na Tabela 2.20.

Page 83: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

82

Tabela 2.20 – Fator de correção de metano para as condições do aterro

Tipo de Local FCM – Fator de correção de metano

Adequado * 1

Inadequado – profundo (> 5 m de lixo) 0,8

Inadequado – raso (< 5m de lixo) 0,4

*Locais adequados devem ter deposição controlada do lixo contando com material de cobertura,compactação mecânica e nivelamento do terreno.

O cálculo da quantidade de carbono orgânico degradável (COD) segue a Equação 2.5 e é

baseado na composição do lixo e na quantidade de carbono em cada componente da massa de

resíduo como apresentado em IPCC (1996). Na Tabela 2.21 são encontrados os valores de

COD para diferentes componentes do lixo.

Tabela 2.21 – Teor de carbono orgânico degradável para cada componente do lixo Componente Porcentagem COD (em massa)

a) papel e papelão 40

b) resíduos de parques e jardins 17

c) restos de alimentos 15

d) tecidos 40

e) madeira * 30

* excluindo fração de lignina que se decompõe muito lentamente.

)3,0()40,0()15,0()17,0()4,0( EDCBACOD ×+×+×+×+×= (2.5)

Sendo:

A: fração de papel e papelão no lixo

B: fração de resíduos de parques e jardins no lixo

C: fração de restos de alimentos no lixo

D: fração de tecidos no lixo

E: fração de madeira no lixo

Page 84: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

83

A fração de COD dissociada (CODf), segundo Birgemer e Crutzen (1987), indica a fração de

carbono que é disponível para a decomposição bioquímica, e pode ser obtida pela Equação

2.6

28,0014,0 += TCODf (2.6)

Sendo T: temperatura na zona anaeróbia (°C)

Os mesmos autores afirmam que o restante é assimilado no material celular dos

microorganismos durante a degradação da matéria orgânica.

Em Vieira e Alves (2002, apud ENSINAS, 2003) foram apresentados resultados do inventário

nacional de emissões de metano decorrentes da disposição de resíduos sólidos e do tratamento

de águas residuárias no Brasil, para o período de 1990 à 1994, com base na metodologia

sugerida pelo International Panel on Climate Change em IPCC (1996). A partir de dados

estatísticos de população e fatores estimados de geração de resíduos, chegou-se a uma

quantidade de emissões de gás metano por resíduos sólidos no Brasil para o ano de 1990 de

618.000 toneladas, aumentando para 677.000 toneladas no ano de 1994.

Laquidara e outros. (1986), apresentam uma metodologia para estimativas das quant idade de

sólidos voláteis biodegradáveis restantes no aterro. São descritos métodos de análises para

levantamento de alguns parâmetros para a realização das estimativas e obtidos dados como

sólidos totais, sólidos voláteis totais, teor de carbono e teor de lignina presentes em amostras

de lixo coletadas para o estudo. Relações entre estes parâmetros também são apresentadas

como necessárias para o cálculo da taxa de decaimento da quantidade de matéria orgânica no

lixo enterrado. As Equações 2.7 e 2.8 são usadas para o estudo da quantidade de metano

produzido ao longo da vida do aterro.

tkeSoSi −= (2.7)

Sendo:

Si: quantidade de sólidos orgânicos restantes em determinado período (kg)

So: quantidade inicial de sólidos orgânicos restantes no fechamento do aterro (kg)

Page 85: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

84

k: constante de decaimento (ano-1)

t: tempo (ano)

Para cálculo da quantidade de metano produzida usa-se a Equação 2.8.

( )SCG ∆= (2.8)

Sendo:

G: metano produzido (L/ano)

C: constante = 350 l de CH4 / quantidade de matéria orgânica decomposta (kg)

?S: quantidade de matéria orgânica decomposta (kg/ano)

O uso da constante “C” apresentada na Equação 2.8 admite um valor fixo para o potencial de

geração de metano do lixo, o que pode ocasionar erros nas estimativas uma vez que este

parâmetro depende de vários fatores. A metodologia apresentada na Equação 2.4 calcula o

mesmo termo, denominado “Lo”, de forma mais precisa, considerando a composição do lixo,

as condições do aterro entre outros fatores que interferem diretamente no resultado final.

Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993) apresentam uma metodologia de avaliação da

quantidade de biogás produzido em aterro sanitário a partir da composição do lixo e da

constituição química de cada um de seus elementos.

A reação de decomposição do lixo pode ser encontrada usando-se a Equação 2.9:

( ) ( ) ( )3242 8

3248

3244

324dNHCO

dcbaCH

dcbaOH

dcbaNOHC dcba +

++−+

−−+→

+−−+

(2.9)

Os índices “a”, “b”, “c” e “d” são estimados pela constituição típica de diversos componentes

do lixo doméstico apresentada na Tabela 2.21. O equacionamento deve ser separado para os

dois tipos de lixo classificados pelo autor: rapidamente degradável (restos de alimentos, papel,

papelão, grama e folhas ) e lentamente degradável (tecidos, borracha, couro e madeira).

Page 86: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

85

Conhecendo a massa de gás metano e de dióxido de carbono formada, através das equações

de decomposição do lixo e a densidade de cada gás, pode-se conhecer o volume de gás

gerado, obtendo-se assim as quantidades volumétricas de cada gás para as massas de resíduos

rapidamente e lentamente degradáveis determinadas inicialmente.

O autor assume que os resíduos rapidamente degradáveis atingem seu pico de produção de

biogás ao final do segundo ano após a sua deposição, decaindo a partir deste ponto até o 6º

ano, quando a produção se esgota. O primeiro ano é considerado uma fase de maturação onde

a produção é nula. Para os resíduos lentamente degradáveis o pico de produção ocorre no

sexto ano, com decaimento até o final do décimo sexto ano. A produção em cada ano é obtida

pelas áreas sob as curvas que seguem as distribuições apresentadas nas Figuras 2.18 e 2.19.

Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993) também assumem que respectivamente 75% e 50%

dos resíduos rapidamente e lentamente degradáveis estão disponíveis, pois nem toda massa de

lixo está exposta à umidade necessária para a decomposição microbiológica.

Fonte: Adaptado de Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993)

Figura 2.18 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos rapidamente degradáveis

Page 87: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

86

Fonte: Adaptado de Tchobanoglous, Theisen e Vinil (1993)

Figura 2.19 – Modelo triangular de produção de biogás para resíduos lentamente degradáveis

Utilizando um modelo triangular de produção de gás, a taxa total de produção de gás em um

aterro em que se depositam resíduos durante um período de 5 anos é obtida graficamente

somando o que é produzido pelas porções de RSU rapidamente e lentamente biodegradáveis

depositadas a cada ano. A quantidade total de gás produzido corresponde diretamente com a

área por debaixo da curva, conforme mostra a Figura 2.20

Fonte: Tchobanoglous e outros. 1994

Figura 2.20 – Produção de gás durante um período de cinco anos a partir de materiais orgânicos rapidamente e lentamente decompostos colocados num aterro.

Um outro método, denominado “Método de Decaimento de Primeira Ordem”, é apresentado

em USEPA (1991), no qual é considerado o fato do gás metano ser emitido por longos

períodos de tempo, considerando assim vários fatores que influenciam a taxa de geração do

Page 88: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

87

mesmo. Esse método, que pode ser usado para estimativas de casos individuais ou para

regiões e países inteiros está apresentado na Equação 2.10.

)( tkcko eeRLQ −− −= (2.10)

Sendo:

Q: geração de metano no ano (m3/ano)

Lo: Potencial de geração de metano do lixo (m3/t de lixo)

R: média anual de deposição do lixo durante a vida útil do aterro (t/ano)

k: constante de decaimento (ano-1)

c: tempo desde o fechamento do aterro (anos)

t: tempo de desde a abertura do aterro (anos)

Segundo USEPA (1991) o fator “Lo” depende da composição do lixo e das condições do

aterro para o processo de metanização, estando os valores encontrados na literatura entre 6,2 e

270 m3 de CH4/ t de lixo para aterros americanos.

A constante de decaimento (k) está relacionada com o tempo necessário para a fração de

carbono orgânico degradável (COD) do lixo, decair para metade de sua massa inicial,

podendo ser obtida por processo iterativo quando são conhecidas a vazão de gás metano do

aterro, o valor de “Lo” e a quantidade e o tempo de deposição do lixo no local.

Segundo IPCC (1996) esta constante é estabelecida seguindo a Equação 2.11:

2/1

2lnt

k = (2.11)

Sendo:

k: constante de decaimento (ano-1)

2/1t : tempo para a fração de COD decair pela metade em massa (anos)

O valor de “k” segundo USEPA (1991), depende de vários fatores como o teor de umidade do

lixo, a disponibilidade de nutrientes para a metanogênese e o pH. Em geral, teores de umidade

Page 89: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

88

De até 60% e pH entre 6.6 e 7.4 promovem o aumento da taxa de geração de metano. Os

valores encontrados na literatura encontram-se dentro de uma faixa de 0,003 a 0,21/ano

(USEPA, 1991).

Informação da área específica do aterro é geralmente disponibilizada para as variáveis R, c, e

t. Para o cálculo do R, este pode ser determinado dividindo-se a quantidade de lixo depositada

em uma área pela idade do aterro.

Nota-se que o modelo acima foi desenvolvido para estimar a geração de biogás e não

emissões para atmosfera. Outros destinos que podem existir para o gás gerado em um aterro,

incluindo a captura e subseqüente a degradação microbiológica no interior da camada

superficial do aterro. Atualmente, não há dados que comprove este destino. É geralmente

aceito que o volume de gás gerado será emitido através da fenda ou outras aberturas na

superfície do aterro.

Uma outra equação similar e derivada da Equação anterior pode ser usada quando se tem

dados suficientes relacionados à disposição dos resíduos sólidos urbanos nos locais de

destinação, desde que se leve em conta a quantidade de lixo depositada em cada ano (IPCC,

1996). Neste modelo a variável t é substituída por T-x na Equação 2.12 que representa o

número de anos que o lixo esteve depositado.

)(, xTk

oeLRxkxQT −−= (2.12)

Sendo:

QT,x: quantidade de metano gerado no ano em vigência “T” pelo resíduo “Rx” (m3/ano)

k: constante de decaimento (ano-1)

Rx: quantidade de lixo depositado no ano x (t)

Lo: potencial de geração de metano do lixo (m3/t de lixo)

T: ano em vigência

x: ano de deposição do lixo no aterro

Para estimar a emissão total de metano pelo lixo depositado no aterro durante todos os anos

deve ser usada a Equação 2.13 (IPCC, 1996):

∑= xQTQT , (2.13)

Page 90: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

89

Sendo:

QT: quantidade total de gás metano gerado (m3/ano)

Outros métodos são descritos por Oonk e Boom (1995), que também apresentam estimativas

de produção de biogás em aterros:

Tabela 2.22 – Modelos empregados para a simulação do processo de decomposição

Tipos de Modelos Equações

Ordem zero Ak ot 87,1ζα =

Primeira ordem tkot ekAC 1

187,1 −= ζα

Multi- fase ∑=

−=

3

1,1,

,87,1i

tk

iiotitekACζα

Segunda ordem ( )( )2122 /87,1 += toot CkCAkζα

Sendo:

tα : formação do gás (m3/ano)

ζ : fator de geração que indica a fração do lixo que é convertida em biogás.

nk : parâmetros do modelo

A : quantidade de lixo depositada no local (kg)

oC : quantidade de carbono orgânico degradável no lixo (kg de C/ kg de lixo)

ioC , : quantidade de carbono nas frações de degradação rápida, moderada e lenta (Kg de C/kg

de lixo)

t : tempo desde a deposição do lixo (anos)

A constante 1,87 é sugerida indicando o volume de biogás gerado por um kg de lixo em m3.

Oonk e Boon (1995) estimaram os parâmetros ? e kn presentes nas Equações 2.14 a 2.17 para

nove aterros da Alemanha adotando dados de quantidade, idade e composição do lixo

disponibilizados pelos operadores dos aterros, além da produção de biogás nos projetos

implantados nos locais. A eficiênc ia de coleta dos sistemas de aproveitamento do biogás

foram adotadas baseadas na experiência dos especialistas, que consideraram fatores como o

projeto do aterro e do sistema de drenagem, a profundidade da camada de lixo, inclinação dos

taludes e o materia l de cobertura.

Page 91: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

90

Segundo Oonk e Boon (1995) em geral um aterro projetado com drenos de biogás verticais ou

horizontais, com espaçamento inferior a 70 m entre os drenos e camada de cobertura de solo

argiloso ou manta sintética impermeável tem eficiência de coleta de aproximadamente 55%,

sendo este valor adaptado para cada caso de acordo com os seguintes itens:

• Presença de camada sintética impermeável na cobertura proporciona uma

eficiência de coleta de 60 a 95% dependendo da possibilidade de migração do

biogás pelo solo;

• Presença de solo argiloso na cobertura proporciona eficiência de coleta de 60

a 75% dependendo da espessura da camada, da idade do aterro e da

possibilidade de migração do biogás;

• Distâncias entre os drenos maiores que 100 m reduzem de 5 a 10 % a

eficiência do sistema de coleta;

• Taludes com mais de 40° de inclinação reduzem de 5 a 10% a eficiência do

sistema de coleta;

• Camada de lixo maior que 20 metros aumenta a eficiência de 5 a 10 %.

• Espessura da camada de lixo menor que 10 m reduz a eficiência em 5 %.

Oonk e Boon (1995) que aplicaram os modelos em aterros na Holanda e compararam os

resultados teóricos com medições de emissão de biogás na superfície dos aterros, obtiveram a

maioria dos resultados com erros relativos menores que 30% e atribuíram os desvios

encontrados nas comparações às incertezas nas quantidades de lixo e nas eficiências de

coletas adotadas. O modelo de ordem zero apresentou maior erro, em torno de 44%. Os

métodos de primeira e segunda ordem tiveram erros de 22% e o modelo multi- fase erro de 18

%. Foi constatado que a diferença entre os modelos multi- fase, primeira e segunda ordem são

relativamente pequenas e que o uso do modelo de primeira ordem, mais simplificado que os

demais, pode fornecer resultados confiáve is em muitos casos. A Tabela 2.22 apresenta os

resultados obtidos por Oonk e Boon (1995) nas estimativas dos parâmetros das Equações 2.14

a 2.17 para aterros na Alemanha.

Page 92: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

91

Tabela 2.23 – Parâmetros calculados para os modelos de geração de biogás em aterros

Modelo Parâmetros

Ordem zero anotkgko /4,2=ζ

Primeira ordem anok /094,0

58,0

1 ==ζ

Multi- fase

anok

anok

anok

/030,0

/100,0

/185,058,0

3,1

2,1

1,1

=

=

==ζ

Segunda ordem anokgtk /0012,0

65,0

2 =

Fonte: Oonk e Boon (1995)

Segundo Oonk e Boon (1995), os parâmetros calculados que estão apresentados na Tabela

2.23 são específicos para o caso de aterros alemães ou que possuam composição do lixo e

clima regional semelhantes aos casos estudados.

2.2.3 Análise do Potencial Energético em Aterros Sanitários

.

Segundo Henriques e outros (2004), existem, principalmente, dois conjuntos disponíveis de

sistemas de aproveitamento energético de resíduos sólidos urbanos e que devem ser

estudadas: a reciclagem e a transformação desses resíduos.

A reciclagem está relacionada ao reaproveitamento dos materiais com finalidades similares

àquelas para as quais tinham sido originalmente produzidos. Como exemplo, os resíduos de

papéis, plásticos, vidros e metais podem ser usados como matéria-prima reciclável nas

próprias indústrias que os fabricaram. Essa opção deve ser concedida prioridade, devido a seu

balanço energético mais favorável que a combustão desses materiais.

Já a transformação, diz respeito ao uso de resíduos para fins diferentes dos originais, como na

utilização da biomassa presente nos restos alimentares para produzir combustível ou adubo.

Page 93: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

92

Em ambos os casos há redução da quantidade de resíduos sólidos urbanos depositada em

aterros sanitários, o que amplia sua vida útil e soluciona um dos grandes problemas da

atualidade, a escassez de áreas para novos depósitos de Resíduos Sólidos Urbanos.

Segundo Henriques e outros (2004), define-se por reciclagem o ganho de eficiência, seja pela

redução de consumo de recursos naturais pelas indústrias, seja pela otimização das áreas

destinadas a depósitos ou, ainda, pela conservação de energia. Já a transformação visa obter

produtos cuja competitividade pode ser alcançada mesmo com custos de processamento mais

elevados, uma vez que seu custo de matéria-prima é negativo. Com isso, é evitada a demanda

por áreas para destinação final.

Segundo Henriques e outros (2004), de um modo geral, deve-se considerar que os materiais

encontrados nos resíduos passíveis de reaproveitamento são aqueles que demandam na sua

produção, muitos recursos naturais, minerais ou florestais, ou ainda, grande quantidade de

energia. Esta característica é uma das vantagens ambientais do aproveitamento energético,

reciclagem e reutilização dos resíduos sólidos urbanos. O aproveitamento energético de

resíduos expande a vida útil das reservas de matéria-prima e energia, na medida em que reduz

a demanda por esses recursos, tendo em vista que obriga a um uso mais eficiente dos mesmos.

Isso pode representar, ainda, maior competitividade dos produtos nacionais, que atenderiam

padrões ambientais internacionais cada vez mais rigorosos.

Com a crise energética que o país viveu nos últimos anos, as energias alternativas ganharam

espaço nas discussões ambientais, além de muitos trabalhos técnicos com o objetivo de

buscar uma saída para a crise. A transformação dos resíduos, acabam por aumentar a oferta de

energia e reduzir o consumo de combustíveis fósseis.

Os aterros sanitários transformaram-se em espaços importantes para a captação do biogás,

gerado na decomposição do lixo orgânico. Por possuir aproximadamente 55% de metano na

sua composição, causar dano ao meio ambiente, e provocar o efeito estufa, se lançado

indiscriminadamente, mas podem ser utilizado como combustível minimizando esse dano. Se

transformado em energia, produto alternativo, mais limpo, competitivo e lucrativo, ainda

poderá ser comercializado através dos créditos por emissões evitadas de carbono (créditos de

carbono) para países que poluem muito, minimizando globalmente os efeitos do aquecimento

do planeta.

Page 94: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

93

A tecnologia de aproveitamento do gás de lixo (biogás), é levada em conta, pois é uma

alternativa que pode ser aplicada a curto e médio prazo para os gases gerados nos aterros

sanitários brasileiros.

Gás de Lixo

Segundo Henriques e outros (2004), uma planta de gás de lixo consiste de um sistema de

extração e um sistema de utilização. E toda a recuperação pode ser feita por esses diferentes

tipos de sistema.

O sistema de coleta pode conter tubos verticais perfurados ou canais e em alguns casos com

membrana protetora, sob a qual o gás produzido é coletado. O gás é succionado do aterro por

bombas ou por um compressor direcionando o gás para o sistema de produção. O uso mais

comum do gás é de combustível para máquinas movendo um gerador elétrico. O gás também

pode ser utilizado como em um boiler para produzir água quente para aquecimento domiciliar

ou para processo. Como o gás é composto em sua maioria por metano, pode até ser utilizado

na rede de gás natural.

Os custos de investimento, de operação e manutenção, bem como as quantidades de

combustível utilizadas, diferem de acordo com a tecnologia usada.

Devido aos acordos internacionais que permitem a comercialização de créditos de carbono,

para a redução de emissões de gases do efeito estufa, o aproveitamento energético do lixo é

reconhecido como uma das iniciativas com maior potencial por reunir a inibição de duas das

principais fontes poluidoras: o metano oriundo da decomposição do lixo e o dióxido de

carbono proveniente da queima do gás natural para geração elétrica.

Segundo Henriques e outros. (2004) utilizando-se a metodologia do IPCC (1996) para

cálculo do metano, obtém-se que a cada tonelada de lixo, com a composição típica brasileira,

emite-se aproximadamente 65% de metano, cujo potencial de aquecimento global (GWP),

fator de normalização com relação ao dióxido de carbono, para o período de 100 anos, é 21.

Entretanto, o GWP pode ser considerado 20, pois uma unidade será reabsorvida pela

fotossíntese quando da próxima safra da biomassa que compõe o lixo e que é decomposta.

Isto significa que cada tonelada de lixo, disposta em aterro sem recuperação e tratamento do

biogás, emite 1,3 tonelada de dióxido de carbono equivalente.

Page 95: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

94

Ainda segundo o mesmo autor, considerando-se que cada tonelada de dióxido de carbono,

negociada no mercado internacional, esteja variando entre US$ 1 e US$ 5 (BNDES, 1999),

pode-se acrescentar uma redução no custo da unidade energética gerada.

Convém comparar estes valores com os custos da energia gerada nas usinas termelétricas a

gás natural, tanto as usinas já em funcionamento e quanto àquelas que estão em construção.

Os custos de energia gerada por essas usinas apresentam-se na faixa de US$ 43,32/MWh. Este

resultado foi obtido aplicando à metodologia a mesma taxa de desconto de 20%, custo de

investimento de US$ 625,00/kW (Oliveira, 2000, apud HENRIQUES e outros, 2004) com

dois anos de construção e custos de operação e manutenção de US$ 7,00/MWh (idem).

Com a comercialização da tonelada do carbono equivalente a US$ 2 as alternativas de

aproveitamento energético do lixo ficam mais baratas que a energia gerada através de usinas

termelétricas a gás natural.

As tecnologias que aproveitarem energeticamente os resíduos, evitando sua destinação final

para os vazadouros novos, aumentarão o impacto do custo negativo de combustível no índice

custo benefício.

Por outro lado há uma tendência de aumento dos preços dos combustíveis fósseis,

particularmente do gás natural, que mesmo quando não-associado ao petróleo, costuma

acompanhar o seu preço. Estes fatores reunidos consolidarão a oportunidade das tecnologias

capazes de aproveitar a energia do lixo.

2.2.4 Captação e Conversão Energética de Biogás de Aterros

Os projetos de recuperação do biogás de aterro têm como finalidade principal o

aproveitamento da energia contida nesse produto da decomposição do lixo. A conversão desse

gás pode ser feita de modo a atender diversas necessidades energéticas, como a geração de

eletricidade, a geração de vapor ou mesmo o uso direto como combustível automotivo, como

já mencionado neste trabalho e detalhado neste capítulo.

Page 96: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

95

Cada instalação de aproveitamento dos gases em aterros tem suas particularidades,

dependendo da localização, das necessidades energéticas locais, do investimento financeiro

disponível e da legislação vigente, sendo importante a avaliação prévia das diversas

possibilidades de aproveitamento antes de uma decisão final para o projeto.

Existem dois tipos básicos de sistemas de coleta de biogás: o passivo e o ativo. O sistema

passivo tem a finalidade de drenar os gases para a atmosfera evitando a emissão descontrolada

pela superfície, além de impedir que haja migração dos gases para as áreas vizinhas ao aterro

através do solo, evitando potencial risco de explosão, detalhado em capítulo anterior. O

sistema ativo inclui exaustores e compressores e é usado em projetos de aproveitamento

energético do biogás.

Diversos aproveitamentos do biogás podem ser realizados para geração de calor, trabalho

mecânico e eletricidade, utilizando-se em caldeiras, motores de combustão interna, turbinas a

gás, células combustíveis e outros conversores de energia, alguns destes aproveitamentos já

foram citados anteriormente. O uso direto do biogás de aterro pode ser realizado para

abastecimento de uma rede local de gás canalizado ou diretamente para alguma aplicação

específica em processos industriais. Nesses casos o biogás serve como combustível auxiliar

ou como substituto de algum derivado de petróleo.

Outra possibilidade de aproveitamento do biogás é o seu uso em pequenas aplicações como

no aquecimento de estufas, acompanhado pela recuperação do dióxido de carbono resultante

da queima nas caldeiras, que pode ser reutilizado para favorecer o crescimento das plantas

quando diluído à frações que não afetem o desenvolvimento dos vege tais (USEPA, 1998).

Há ainda a possibilidade do uso do gás na evaporação do chorume gerado no aterro, com

sistemas de queima do gás metano e coleta do vapor de chorume resultante, que pode ainda

ser aproveitado como gás combustível juntamente com o gás do aterro não usado (USEPA,

1998).

Page 97: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

96

Caldeiras

Algumas considerações devem ser feitas para o uso direto do gás em caldeiras, a fim de

assegurar o funcionamento adequado do sistema. A adaptação desses equipamentos para uso

do gás de aterro pode ser realizada com pequenas modificações, buscando a adequação às

características do novo combustível.

Os níveis de umidade do gás devem ser controlados com a instalação de purgadores e linhas

de condensado para impedir danos aos equipamentos e problemas na operação das caldeiras.

A vazão de gás deve ser aumentada com a instalação de uma válvula de controle do

combustível mais adequada, uma vez que o gás de aterro possui menor quantidade de metano

que o gás natural, sendo necessária uma maior quantidade de gás. A instabilidade da chama,

decorrente da menor concentração de metano e das flutuações na composição do gás podem

ser controladas com a instalação de sensores ultravioletas que monitoram a chama da caldeira

impedindo que esta apague, com o uso de um sistema de combustível auxiliar como back-up

em situações de variação na chama (USEPA, 2001).

A corrosão é outro problema para a adaptação de caldeira para gás de aterro, uma vez que

compostos de cloro nos gases de exaustão comprometem pré-aquecedores de ar, dutos e

outros componentes do equipamento. O revestimento do pré-aquecedor e da chaminé com

material anticorrosivo, o controle da temperatura dos gases de exaustão acima do ponto de

orvalho e a circulação adequada da água podem reduzir os efeitos corrosivos. A formação de

depósitos de sílica, ferro, enxofre e cloro que se acumulam no pré-aquecedor, e dutos de

exaustão pode ser evitada com uma manutenção regular (USEPA, 2001).

Motores de Combustão Interna

O uso de motores de combustão interna é a alternativa mais utilizada no aproveitamento de

gases de aterro pelo seu baixo custo, facilidade de operação e manutenção. São indicados para

projetos em aterros com potencial acima de 800 kW (USEPA, 2002).

Altas eficiências são obtidas principalmente em aplicação de cogeração com aproveitamento

do calor perdido pelo motor no sistema de resfriamento para geração de água aquecida ou nos

Page 98: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

97

gases de exaustão para produção de vapor de baixa pressão, além da geração de eletricidade a

partir do acoplamento do motor a um gerador elétrico.

Uma outra vantagem desses equipamentos é a flexibilidade na implantação do sistema de

geração, que pode ser de pequeno porte e ser ampliado com o aumento da quantidade de gás

produzido ao longo da vida útil do aterro, instalando-se para isso novos motores. O uso desses

equipamentos com modernos sistemas de controle de emissão de poluentes pode favorecer a

instalação de grandes plantas de geração de energia em aterros localizados em áreas de

restrição de emissão de poluentes.

Turbinas a Gás

As turbinas a gás são usadas em grandes aterros, com projetos de 3 a 4 MW no mínimo

(USEPA, 2002). A economia na geração de energia e a eficiência do sistema aumentam de

acordo com a escala do projeto, podendo ser uma alternativa mais adequada para grandes

plantas de geração.

As eficiências podem ser aumentadas chegando a 40 % quando são utilizadas plantas de ciclo-

combinado, com recuperação do calor perdido. No entanto esses equipamentos tem

eficiências bem reduzidas quando trabalham em carga parcial. Uma vantagem dessas turbinas

é a maior resistência à corrosão quando comparadas aos motores de combustão interna, além

dos custos mais baixos de operação e de manutenção (USEPA 1996).

Microturbinas

As microturbinas são equipamentos mais recentes e menos empregados no aproveitamentos

de gás de aterro. Suas aplicações são geralmente em projetos de pequeno porte com menos de

1 MW de potência, atendendo à demanda de eletricidade do próprio aterro ou de locais

próximos.

Existe a possibilidade do uso de grupos desses equipamentos com potências de 30 a 100 kW

cada, flexibilizando o uso do gás da maneira mais conveniente de acordo com a necessidade

local, sendo assim uma alternativa interessante quando há pequena vazão de gás e os motores

de combustão interna ou turbinas a gás de grande porte são inadequados. Após a diminuição

Page 99: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

98

considerável da produção de biogás do aterro, as microturbinas podem ser transferidas para

outro local sem grandes dificuldades por serem de pequeno porte. Em grandes projetos, onde

há biogás que não está sendo consumido, as microturbinas podem ser instaladas atendendo

esse excedente de energia que está sendo perdido.

A presença de gases com baixo teor de metano não representa um problema pois esses

equipamentos funcionam adequadamente com teores menores que 35% de metano no biogás.

(USEPA, 2002).

Um dos problemas das microturbinas é a sua baixa eficiência em relação a Motores de

Combustão Interna e Turbinas a Gás, sendo seu consumo de combustível 35% maior por kWh

produzido (USEPA, 2002).

2.2.5 Potencial para Geração de Energia Elétrica com Biogás

Segundo Coelho (2001), o potencial energético do biogás varia em função da presença de

metano em sua composição: quanto mais metano, mais rico é o biogás. Quando este é

originário de aterros, a proporção de metano é, em média, de 50%, quando é gerado em

reatores anaeróbios de efluentes a concentração média é mais elevada, atingindo 65%.

Entretanto, quando comparado com o gás natural (85 a 95% de metano), apresenta menor

poder calorífico, em conseqüência do menor conteúdo de metano.

Segundo Coelho (2001), uma vantagem adicional do uso do biogás é a característica de

descentralização na geração, ou seja, todo adensamento populacional é também um centro

importador de energia e a recuperação do biogás permite a redução dessa necessidade de

importação. Independentemente do tipo de adensamento se residencial, industrial ou rural,

ocorre a geração de resíduos e, havendo aplicação da tecnologia anaeróbia para o seu

tratamento, há a conseqüente geração de biogás.

Assim, as curvas de captação e aproveitamento do biogás, representam a quantidade estimada

de eletricidade que o sistema poderá produzir.

Page 100: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

99

A captação desses gases pode ser encaminhada a um conjunto de moto-geradores que utilizam

o gás metano como combustíve l, transformando a energia mecânica resultante dos motores

em eletricidade, por meio de um gerador acoplado. Este sistema fornece um ganho ambiental

muito importante, pois além de contribuir para a diminuição da emissão de gases de efeito

estufa, torna o aterro sanitário uma fonte renovável de energia.

Um fluxograma com algumas possibilidades para o processo de aproveitamento do gás está

descrito na Figura 2.21.

Figura 2.21 – Fluxograma simplificado do processo de geração e aproveitamento de gás

Segundo Coelho (2001), uma das barreiras para a recuperação da energia do biogás é a

necessidade de grandes quantidades de resíduos, gerando grandes quantidades de biogás para

alimentar máquinas com potência maiores, em geral a partir de 500 kW. Com a recente

introdução no mercado norte-americano da tecnologia de microturbinas, equipamentos

fornecidos com potências para escalas inferiores a 100 kW, pode-se pensar em atender a 24%

Page 101: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

100

da população dos municípios (entre 50 mil e 230 mil habitantes), representando cerca de 150

MW de potência descentralizada.

O pequeno porte destes sistemas aumenta a flexibilidade da operação, possibilitando a

geração de energia em pequenas localidades, o que amplia o espectro de localidades com

potencial para a recuperação de biogás, principalmente no Brasil.

Uma outra vantagem desta tecnologia é a redução nas emissões (principalmente de óxidos de

nitrogênio), quando comparadas com os outros sistemas de motores e turbinas de maior porte.

As emissões destas microturbinas situam-se abaixo de 9 ppm, enquanto que para turbinas a

gás elas são de 50 ppm e, para motores de ciclo Otto, podem atingir até 3.000 ppm. O

problema, para este tipo de tecnologia para pequenas potências, é o preço elevado, em função

da ainda pequena escala de produção, necessitando maiores incentivos para sua viabilização

em maior escala.

Na escolha da tecnologia de conversão do biogás, deve-se levar em conta também, além da

quantidade e concentração de biogás, a presença de umidade, gases inertes e de gases ácidos,

estes últimos responsáveis por corrosão precoce dos equipamentos e emissões indesejadas de

poluentes.

Alguns autores estão utilizando diferentes métodos para estimar o potencial de geração de

energia elétrica com biogás e chegam a resultados algumas vezes diferentes como apresentado

na seqüência.

Segundo Coelho (2001), considerando-se 60.000 toneladas de lixo de geradas no país por dia

em 2001 e a taxa de coleta de 80 %, tem-se a geração de 650.000 toneladas de metano por

ano. Considerando-se o fator de 2.000 t de metano/ano.MW, pode-se estimar que o potencial

de geração de energia elétrica pelos resíduos sólidos urbanos no Brasil seja de 300 a 500 MW.

Segundo Coelho (2001), este potencial de 500 MW inserido na matriz brasileira, que hoje

atinge 80 GW, terá influência praticamente desprezível no aumento do preço final da energia

ao consumidor em nível nacional, porém os benefícios ambientais, sociais e de geração

descentralizada são significativos.

Page 102: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

101

Segundo Henriques e outros. (2004), o aproveitamento energé tico de 20 milhões de toneladas

anuais de resíduos sólidos urbanos (RSU) brasileiros, dos quais menos de 10% tinha

destinação adequada, pode aumentar a oferta de energia elétrica em 50 TWh, cerca de 17% do

consumo nacional, fazendo do oneroso resíduo transforma-se em um valioso produto.

Segundo Henriques e outros (2004), de acordo com a última pesquisa, disponibilizada pelo

IBGE em maio de 2002, a geração de resíduos no Brasil totalizou 228 mil toneladas/dia, cerca

de 83 milhões de toneladas de produção de lixo por ano. Esta produção de lixo permite,

atualmente, atingir uma oferta de energia elétrica de aproximadamente 112 TWh, cerca de

30% do consumo nacional e gerar receitas superiores a US$ 22,4 bilhões por ano. Apesar de

significativos, estes valores podem aumentar se forem contabilizados os custos de todas as

conseqüências da falta de racionalização na destinação final de RSUs.

Em Porto Alegre, estimava-se que das 600 toneladas/dia de lixo orgânico que iam para aterro

sanitário no ano 2000, e se transformavam em biogás, podiam resultar na produção de 6.000

quilowatts.hora de energia elétrica, suficiente para abastecer quase 20 mil domicílios. De

acordo com o assessor de Meio Ambiente da CGTEE (Companhia de Geração Térmica e

Energia Elétrica), Alessandro Barcellos, os resíduos sólidos urbanos gerados no Brasil foram

estimados em 45 milhões de toneladas/ano (IBGE-2000) e se 30% destes resíduos foram

próprios e aproveitados na reciclagem, o restante 31 milhões de toneladas seria capaz de

gerar 100 MW de energia elétrica, cerca de 30% do consumo nacional.

Segundo o consórcio denominado Biogás (2003) com 30 milhões de toneladas de lixo

acomodadas no aterro, sua potência instalada é de 20 MW. Toda a energia produzida e

disponibilizada para a cidade de São Paulo será revertida em créditos em todo território

nacional ao Unibanco.

Segundo Rees (1980), citado no Programa de Saneamento Básico – PROSAB (2004), para

uma população de 2069 habitantes gerando 1960 kg de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)

semanalmente, pode-se, empregando a taxa proposta por ele (0,4 m3 de biogás para cada kg

de resíduos), determinar o volume de gás gerado. Neste caso o volume médio previsto por

mês é de 3528 m3.

Page 103: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

102

Finalizando, para as considerações sobre produção de energia tem-se que, segundo Borba

(2002), a taxa máxima de produção de energia por tonelada de lixo é de 490 kWh.

Para um trabalho científico seria interessante que todos os estudiosos tivessem feito medidas

ou em potência ou em energia, para que fosse melhor comparado a geração de energia nos

diversos locais.

Os valores obtidos pelos estudiosos, demonstraram que não existe consenso entre eles para os

valores de potência, energia e poder calorífero do metano, conforme descrito na Tabela 2.24.

Tabela 2.24 – Comparativo da taxa de geração de energia a partir dos resíduos domésticos.

Autor Total RSU por ano (t)

Metano

Lo (M3 CH4/t RSU)

Potência (MW)

Energia por ano Twh

Poder energético

(kWh/t RSU)

Coelho (2001) 17520000,00 650.000,00 37,10 400 3,50 200,00

Henriques e outros. (2004) 20000000,00 ***** ***** ***** 50,00 2500,00

GGTEE 31000000,00 ***** ***** 100 0,87 28,26 Consórcio BIOGAS 30000000,00 ***** ***** 20 0,17 5,84

Borba (2002) ***** ***** ***** ***** ***** 490,00

Porto Alegre 219000,00 ***** ***** ***** 0,0022 10,00

2.2.6. Projetos Bem Sucedidos de Aproveitamento de Biogás em Aterros O uso do gás gerado em aterros sanitários apresenta-se como uma realidade, tendo aplicações

diversas em cerca de 20 países do mundo, principalmente na Europa, Estados Unidos e

Canadá.

Segundo dados da USEPA, apud COELHO, 2001), até o ano de 2001 havia somente nos

Estados Unidos cerca de 330 aterros em operação utilizando o gás metano para

aproveitamento energético. Atualmente, existem cerca de 950 aterros sanitários no mundo

com essa finalidade, concentrados, em sua maioria, nos Estados Unidos e na Europa. Essa

facilidade comercial representa, porém, uma parcela ainda pequena principalmente quando se

Page 104: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

103

consideram os países em desenvolvimento. O fator determinante dessa situação é a relação

entre a quantidade de gás metano produzida pelos resíduos e a quantidade efetivamente

captada e disponível para o uso.

Segundo Coelho (2001), alguns projetos de aproveitamento de biogás de aterro merecem

destaque e serão descritos abaixo:

O primeiro projeto de recuperação do gás de aterro para geração de energia foi

realizado em Rolling Hills, Califórnia, no aterro Palos Verdes em 1975. O gás

era coletado, purificado e vendido para a Companhia de Gás “Southern

California”. Outros projetos foram implantados ainda na mesma década, como:

Mountain View em 1978 e Monterey Park em 1979.

O primeiro projeto com aproveitamento do gás em caldeira entrou em operação

no início da década de 1980, sendo o primeiro aprove itamento do gás para

geração de eletricidade realizado em Battleboro, Vermont, em 1982

Foi criada em 1994 o Landfill Methane Outreach Program, pela USEPA

(United States Environmental Protetion Agengy) que faz parte do Plano de

Ação de Mudanças Climáticas e visa o incentivo à implantação de projetos de

recuperação do gás de aterro como fonte de energia nos Estados Unidos. O

programa procura identificar aterros com potencial de geração de energia a

custos competitivos e a superação das barreiras ao uso dessa fonte de energia

nas diversas esferas de governo. São fornecidas informações sobre a avaliação

e a implementação de projetos aos proprietários e operadores de aterros. Até

agosto de 2002, nos Estados Unidos, 325 projetos estavam em operação e

outros 200 projetos em fase de avaliação ou construção.

A Europa em 1995 contava com vários países que já possuíam projetos de

aproveitamento energético do biogás instalados, entre eles a Alemanha com

112 plantas, a Suécia com 56 plantas, Holanda com 22 plantas além da

Noruega e Dinamarca com 9 plantas cada.

No Reino Unido os projetos de aproveitamento do gás de aterro foram

iniciados em 1981 com o uso comercial do biogás, substituindo combustíveis

Page 105: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

104

fósseis. Em janeiro de 1993 já existiam no país cerca de 13 projetos com uso

direto do biogás e 42 instalações gerando 72 MW de eletricidade

Também são encontrados projetos de uso do biogás de aterros em outros países

como a Lituânia e a Jordânia, ambos buscando a redução das emissões de gases

de efeito estufa e a substituição de fontes de energia fósseis.

No Brasil poucos projetos de recuperação dos gases de aterros sanitários foram

implantados. Dois destes projetos mereceram destaque, sendo um deles da

COMGÁS (Companhia de Gás da São Paulo), que distribuía o gás de um aterro

sanitário localizado no km 14,5 da Rodovia Raposo Tavares para um conjunto

residencial próximo ao local. O outro se refere ao aproveitamento do gás do

Aterro Caju no Rio de Janeiro em 1977 pela CEG (Companhia Estadual de

Gás), juntamente com a COMLURB (Companhia Municipal de Limpeza

Urbana), no qual o biogás coletado, depois de purificado, era adicionado ao gás

craqueado de nafta que abastecia a cidade. A quantidade adicionada à rede era

de cerca de 1000 m3/dia, com uma economia de nafta de aproximadamente

8000 l/dia. O projeto teve duração de 10 anos, sendo que em 1985 iniciou-se o

aproveitamento do gás para o abastecimento da frota da COMLURB, com

cerca de 150 veículos movidos a gás, além do abastecimento de taxis que

utilizavam esse combustível.

No projeto da COMGÁS, o gás apresentou 61,9% de metano com poder

calorífico de 5810 kcal/Nm3 e no projeto da CEG observou-se 59,2% de

metano na composição do biogás com poder calorífico da ordem de 5640

kcal/Nm3.

O potencial teórico máximo de produção do gás baseado em experimentos

realizados nos Estados Unidos é de 250 m3 por tonelada de resíduo. Em estudo

de campo no Aterro Cajú no Rio de Janeiro os valores variaram de 60 m3 a 190

m3 por tonelada de resíduos.

Foi descrita uma usina de tratamento de biogás do aterro sanitário de Belo

Horizonte construída pela GASMIG (Companhia de Gás de Minas Gerais) para

Page 106: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

105

fornecer gás purificado para o setor siderúrgico local, substituindo o GLP.

Outra aplicação estudada e testada foi a utilização do biogás como combustíve l

da frota da empresa.

Foi apresentado o projetos ELBRAS que visava o aproveitamento do biogás de

um aterro sanitário na Baixada Santista que depois de devidamente tratado

seria transportado por tubulação à COSIPA (Companhia Siderúrgica Paulista),

sendo usado como complemento aos derivados petróleo consumidos na

empresa. O projeto em parceria com a CETESB visava além da recuperação do

gás no aterro, uma melhoria na ordenação da coleta e destinação final do lixo

na região, diminuindo o lançamento de resíduos sólidos a céu aberto e muitas

vezes em áreas ribeirinhas ou de manguezais.

Na cidade de Campinas houve uma experiência com um projeto de

aproveitamento de biogás do aterro sanitário Santa Bárbara em 1984 com a

instalação de poços de drenagem e uma rede de coleta ligada a um sistema de

exaustão que visava o abastecimento da frota de veículos de coleta de lixo, mas

devido a problemas políticos e administrativos o projeto foi encerrado.

Mais recentemente alguns projetos foram implantados, utilizando

financiamentos externos através do mercado de créditos de carbono do

chamado Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto no

protocolo de Kyoto. O primeiro deles refere-se ao aproveitamento do gás

gerado em um aterro localizado na cidade de Tremembé, no Estado de São

Paulo, onde a empresa SASA Sistemas Ambientais, que gerencia o local,

utiliza o gás desde 2001, para evaporação do chorume do aterro. Um novo

projeto prevê a geração de 50 a 80 mil kWh/mês de energia elétrica para

suprimento do próprio aterro, que consome em média 30 mil kWh/mês, sendo

o excedente vendido à distribuidora de eletricidade.

Na cidade de São Paulo em 2003, dois projetos encontravam-se em fase de

licenciamento ambiental e de aprovação pela ANEEL (Agência Nacional de

Energia Elétrica). Estão previstas duas centrais com potência elétrica de 20

MW cada uma, localizadas nos aterros Bandeirantes e São João.

Page 107: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

106

Um estudo encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente à Escola Superior

de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), informou que o Brasil possui um

potencial de 300 à 400 MW através do aproveitamento do biogás de aterro

sanitário das regiões metropolitanas. Foram levantados cerca de 110

municípios com mais de 300 mil habitantes, cujos aterros oferecem condições

para a produção de eletric idade.

O Relatório Ambiental de Geração de Energia do Aterro Adrianópolis e do

lixão de Marambaia (2003), informou a realização de uma avaliação da

capacidade de geração de biogás para eventual utilização do gás metano como

combustível e obtenção de eletricidade, através da utilização de moto-

geradores.

Page 108: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

107

3 MATERIAIS E MÉTODOS

Para a execução deste trabalho, foi feita uma revisão da literatura que envolveu tópicos sobre

o saneamento básico, principalmente com relação ao lixo urbano, ressaltou os aspectos de

gestão integrada dos resíduos, além de outros tópicos sobre os gases de efeito estufa, emitidos

pela decomposição biológica do lixo orgânico e um estudo comparativo entre as técnicas de

compostagem e disposição final do lixo com o aproveitamento energético do biogás.

Para que este estudo fosse realizado, um projeto de parceria técnico científica entre a

academia e a empresa BATTRE, permitiu o acesso às instalações, o acompanhamento das

operações e a disponibilização de dados técnicos e de relatórios gerenciais.

Foram feitas várias visitas de campo para o reconhecimento das áreas utilizadas para

disposição dos resíduos (células), verificação da forma como os resíduos chegam ao aterro e

de como são aterrados, qual sua caracterização, biodegradabilidade e umidade, como se dá a

drenagem do chorume e dos gases, quais os equipamentos que são utilizados para a medição

de vazão de biogás gerado no maciço do aterro e na sala de controle, quais os dados de vazão

de metano por célula, dentre outros.

Foram desenvolvidos estudos no laboratório de Geotecnia Ambiental da UFBA, para

respaldar a pesquisa de campo. No laboratório, um procedimento de análise foi proposto

para estudar o comportamento do processo de biodegradação ao longo do tempo, permitindo-

se encontrar parâmetros como k e Lo, utilizando-se o cálculo da fração biodegradável do

resíduo para estimativa dos parâmetros de geração de gás.

Esta pesquisa realizou ainda uma análise técnica do reaproveitamento do biogás do Aterro

Metropolitano Centro de Salvador que atende também as cidades de Lauro de Freitas e

Simões Filho, sendo este, o foco deste trabalho. Para essa análise, utilizou-se a produção de

metano no aterro ao longo do tempo, calculando-se valores de Lo e k de campo, através do

modelo de decaimento de primeira ordem, comparando-os em seguida com os valores obtidos

em laboratório.

Page 109: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

108

Pelas características deste estudo, alguns dados primários foram gerados e por esta razão seus

resultados estão dispostos neste capítulo de materiais e métodos. Trata-se de uma pesquisa de

campo, quali-quantitativa, que poderá servir para estimar a produção de biogás e metano hoje,

daqui a 10, 20 e mais anos, nesse Aterro.

3.1 ESTIMATIVA DA FRAÇÃO BIODEGRADÁVEL DO RSU AO LONGO DO TEMPO, COMO FORMA DE OBTENÇÃO DE LO E K NO LABORATÓRIO Para estimativa da fração biodegradável do RSU a partir de dados de laboratório, foi

empregado o método proposto por Machado e outros. (2005), o qual utiliza resultados de

ensaios básicos de caracterização acrescidos de ensaios para a determinação dos Sólidos

Totais Voláteis, STV e do teor de lignina da fração pastosa.

Segundo Machado e outros. (2005), conhecer a biodegrabilidade e composição do resíduo é

de grande importância para estimar o volume de gás produzido em um aterro sanitário. Para

que a biodegradabilidade dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) pudesse ser estimada estes

autores propõem um procedimento de cálculo que utiliza resultados de ensaios de

caracterização para estimativa da sua fração biodegradável. Caso os ensaios sejam realizados

em amostras com diferentes idades, valores de k podem ser estimados. As amostras coletadas

na frente de serviço podem ser utilizadas para estimativa do potencial de geração de metano,

Lo.

São os seguintes os procedimentos propostos pelo método:

• Determinar a composição gravimétrica do resíduo, identificando, em

peso seco, as frações de madeira, papel, papelão, pasta orgânica

(constituída de solo, matéria orgânica, materiais de difícil identificação

e separação), plásticos, metais, vidros, pedra, cerâmica e outros;

• Determinar a umidade média do resíduo a ser estudado, em estufa a 70°C;

• Determinar os sólidos totais voláteis (STV) e o teor de lignina da pasta

orgânica.

• Calcular a fração biodegradável (BF) de cada componente

• Calcular a fração biodegradável do RSU

Page 110: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

109

3.1.1 Ensaios de Caracterização do RSU Foram realizados ensaios de caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) envolvendo

a determinação de sua umidade, composição, STV e lignina, cujos procedimentos são

abordados com maiores detalhes nos itens seguintes.

Coletas de Amostras Como parte das atividades previstas no programa de cooperação UFBA/BATTRE, resíduos

de diferentes idades foram submetidos a ensaios de caracterização visando se obter a

composição gravimétrica, teor de umidade, sólidos totais voláteis (STV) e, em algumas

amostras, o percentual de lignina da fração pastosa.

As amostras de resíduo novo foram coletadas em épocas do ano diferentes. Essas amostras

foram coletadas de carretas provenientes da estação de transbordo de Canabrava. Separaram-

se, aleatoriamente, quatro carretas e, no momento da descarga, coletou-se cerca de cerca de

200 litros de resíduo em cada uma com o auxílio de uma retro-escavadeira. Todo o resíduo foi

colocado sobre uma manta de plástica e procedeu-se a homogeneização e quarteamento do

material (Figura 3.1). Deste material foram retiradas amostras representativas, que foram

devidamente acondicionadas em tambores metálicos e destinadas à realização da composição

gravimétrica e caracterização. A separação manual prévia dos componentes dos resíduos se

deu no próprio aterro sanitário Metropolitano Centro, no laboratório de campo. Em regime de

mutirão, os diversos componentes foram separados, acondicionados separadamente e

adequadamente para não alterar o teor de umidade. Em seguida, estes materiais foram

conduzidos para o laboratório de Geotecnia Ambiental para dar continuidade ao processo de

caracterização.

Os resíduos com seis meses e um ano de aterramento foram coletados de furos de trado

executados para construção de piezômetro. Através de um estudo da topografia da célula e do

inventário de tempo de aterramento, estimou-se que as amostras coletadas na profundidade de

0 – 5m teriam idade aproximada de seis meses e aquelas coletadas entre as profundidades de

15 - 20m teriam cerca de um ano. Após a retirada do material com trado helicoidal de 30cm, o

mesmo era colocado sobre a lona plástica, procedendo-se de forma semelhante à descrita

anteriormente.

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110

O resíduo com 4 anos de aterramento foi coletado de uma cava aberta numa região da antiga

célula 01 do Aterro Metropolitano Centro – AMC. Primeiramente, toda a camada de solo de

recobrimento do local foi retirada com a ajuda de uma retro-escavadeira até que surgissem

sinais da camada de resíduo depositado. Em seguida, foram retirados, com auxílio de pás e

enxadas, porções de solo que estavam misturadas com o RSU, o que foi um trabalho

minucioso e que necessitou de muito cuidado, já que procurou-se evitar ao máximo que o

RSU e o solo de cobertura se misturassem, evitando assim desvios nos resultados obtidos

(Figura 3.2). A superfície superior da camada foi aplainada e, a partir de então, a retirada da

massa de RSU começou a ser efetivada com auxílio da retro-escavadeira. Inicialmente, uma

cava de cerca de 1m de profundidade foi aberta e todo resíduo retirado da cava foi colocado

em tonéis e pesados numa balança, totalizando 625,35 kg de RSU.

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111

Figura 3.1 – Coleta de resíduo novo – frente de lançamento (descarga da carreta vinda de Canabrava; uso de retro-escavadeira para seleção de material; Homogeneização do lixo; quarteamento e armazenamento das amostras de resíduo coletadas em tambores).

Page 113: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

112

Figura 3.2 – Coleta de resíduo com 4 anos de aterramento – Abertura de cava.

Determinação da Composição Gravimétrica do Resíduo Novo

Antes da secagem do resíduo em estufa à temperatura de 70°C, procedeu-se à separação

manual de cada um dos componentes do resíduo, obedecendo aos seguintes grupos:

• plásticos (inclui todos os tipos de materiais plásticos, tais como, sacos de lixo,

sacolinhas, embalagens, plásticos duros, etc.)

• vidros (frascos e cacos de vidro)

• metais (todas as sucatas de alumínio, ferro, aço, latas, pregos, moedas e outros)

• papéis (jornal, papelão, embalagens e outros)

• borrachas (tiras de chinelo e de pneu e outros)

• têxteis (tecido, trapo e couro)

• madeiras

• pedras e cerâmica

• fração pastosa (matéria orgânica, outros materiais não possíveis de separação)

Cada grupo de componente foi pesado antes e depois de ser secado, e a partir daí foi

determinado o percentual que eles representam em relação à amostra total úmida e seca.

Page 114: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

113

3.1.2 Teor de Umidade

Devido às características particulares dos diferentes componentes presentes no resíduo foi

determinada tanto a umidade de cada componente como a umidade do conjunto, tratado aqui

como umidade global.

Como já mencionado, durante a coleta da amostra foi realizado no próprio aterro sanitário a

separação manual dos componentes presentes no resíduo. Essa separação teve por objetivo

determinar o percentual em base seca de cada componente em relação à massa total e o seu

respectivo teor de umidade. Após a separação, obteve-se a massa úmida de cada componente

e então as amostras foram pesadas e colocadas na estufa, até obter-se a constância de peso. A

estufa foi aquecida na temperatura de 70°C, a fim de evitar a queima dos orgânicos e

conseqüentemente variações em quantificações posteriores do teor de sólidos totais voláteis.

3.1.3 Determinação dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU Como já comentado, a biodegradabilidade da fração orgânica do RSU tem sido, na maioria

das vezes, quantificada através do conteúdo de sólidos totais voláteis (STV) e do teor de

lignina. (MACHADO e outros, 2005).

Para a determinação do STV no laboratório, utilizou-se a fração pastosa resultante da

separação manual dos componentes dos resíduos. Inicialmente, essa fração foi triturada,

usando um motor elétrico e em seguida foi passada num liquidificador a fim de melhorar a

trituração. Pequenas porções de material triturado foram colocadas em estufa a 70ºC por uma

hora e depois calcinada em mufla a 600ºC por duas horas. O STV foi obtido pela diferença de

pesos da amostra após secagem na estufa (material inerte + não inerte) e na mufla (material

inerte). Assim, o que queima na mufla é a matéria não inerte e a sobra (resíduo) é a matéria

inerte (cinzas).

Portanto, através da determinação dos sólidos totais voláteis (STV), encontram-se a

porcentagem de cinzas e a porcentagem de matéria orgânica existente na fração pastosa do

resíduo.

Page 115: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

114

Para a determinação do teor de lignina, amostras da fração pastosa do resíduo foram

inicialmente submetidas a uma lixiviação por tolueno a 95%, para remoção de parte da

matéria orgânica. Logo após, as amostras foram submetidas a uma lixiviação por ácido

sulfúrico a 75% e a uma lixiviação por ácido sulfúrico diluído, a 2%. Após os processos de

lixiviação, assume-se que o material restante é constituído somente de inertes e lignina. A

partir desta hipótese foram realizados ensaios de STV com o material que resistiu aos

processos de lixiviação, de modo que a diferença de peso entre os materiais secos em estufa e

calcinados corresponde ao peso da lignina incinerada.

Altos percentuais de lignina indicam que o material analisado não é facilmente biodegradável

e baixos percentuais de lignina indicam que o material é facilmente biodegradável. Calcular o

teor de celulose (composto presente no RSU, além da lignina) é também importante. É a

relação lignina/celulose que caracteriza em que fase de decomposição o resíduo se encontra.

À medida que o lixo é decomposto, essa relação (lignina/celulose) aumenta, já que a celulose

se decompõe mais rapidamente que a lignina.

3.1.4 Método Proposto para Estimativa dos Parâmetros Lo e k a partir de Dados de Laboratório

Tchobanoglous e outros, 1993 apud MACHADO e outros, 2005), propuseram a equação 2.1

citada no capítulo de fundamentação teórica, para determinação da fração biodegradável

presente nos sólidos totais volá teis, levando em consideração o teor de lignina..

LCBF ⋅−= 028,083,0 (2.1)

Partindo-se da equação 2.1 pode-se dizer que o somatório do produto de BF pela fração

representativa de cada componente será a fração biodegradável suscetível a se decompor e

gerar gás metano, (equação 3.1);

∑=

=n

iiiitotal STVFraçãoBFBF

1

(3.1)

Page 116: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

115

Onde:

BFtotal: fração biodegradável total (%)

BFi: fração biodegradável do componente i

Fraçãoi: porção representativa do componente i na pasta, em forma de peso seco;

STVi: sólidos totais voláteis do componente i

Segundo Tchobanoglous e outros (1993 apud MACHADO e outros, 2005), para o caso do

resíduo sólido municipal, uma taxa de geração de biogás de 0,8 m3/kg de sólidos

biodegradáveis decompostos secos tem sido normalmente utilizada e pode ser utilizado para o

resíduo de Salvador.

Considerando-se a massa de uma tonelada de RSU coletado, sua massa seca em quilos será

1000/(1+w), onde w, corresponde a umidade média do material. A massa biodegradável de

uma tonelada de resíduo será dada pela equação 3.2, apresentada adiante:

wBF

MTBD total

+⋅=11000

100 (3.2)

Sendo:

MTBD: Massa total biodegradável seca por tonelada de lixo, em Kg.

A quantidade de gás a ser gerada por tonelada de RSU será então dada pelas equações 3.3 e

3.4:

MTBDTGGPGG ⋅= (3.3)

Ou ainda:

wBFTGG

PGG total

+⋅⋅

=1

10 (3.4)

Page 117: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

116

Onde:

PGG: Potencial de geração de gás por tonelada de resíduo (m3 /ton),

TGG: Taxa de geração de gás, em m3/kg. Pretende-se adotar um valor médio de 0,9 m3 de gás

por kg de massa seca biodegradável (os valores apresentados na literatura para a TGG variam

entre 0,7 e 1,2 m3 biogás/kg de matéria orgânica seca decomposta).

Procedimento proposto para a modelagem da biodecomposição do RSU ao longo do tempo e estimativa de Lo e k.

O procedimento proposto utiliza os resultados de ensaios de caracterização, STV e teor de

lignina para a previsão das curvas de geração de gás ao longo do tempo em Aterros Sanitários.

Apesar de fazer uso de hipóteses que podem sofrer questionamentos, o procedimento a ser

apresentado é bastante simples e os ensaios requeridos para a sua implementação são

relativamente comuns. O modelo original a ser empregado para a representação do

comportamento da geração de gás no tempo é o modelo do decaimento de primeira ordem,

representado pela equação 3.5, para o caso de uma amostra de resíduo:

tko ekLq −⋅⋅= (3.5)

Onde:

q = Taxa de geração específica de metano no ano t, contado a partir da disposição do

resíduo (m3 /(ano·ton)

Lo = Potencial de geração de Metano (m3 CH4 /ton)

k = Constante relacionada com a taxa de geração de Metano (1/ano)

t = Tempo decorrido desde a disposição do resíduo (ano)

O valor de k obtido da equação 3.5 poderá ser utilizado na equação 2.10 já citada no capítulo

de fundamentação teórica, para o cálculo da geração de gás metano no aterro.

Dos procedimentos descritos anteriormente, é fácil perceber que Lo está relacionado com a

MTBD pela equação 3.6, apresentada adiante, ou que Lo = PGG(0)·FMET (na literatura

técnica especializada, é comum encontrar-se valores de FMET variando em torno de 0,5).

METo FTGGMTBDL ⋅⋅= )0( (3.6)

Page 118: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

117

Na equação 3.7, FMET corresponde a fração de metano na produção de biogás esperada. O

índice (0) indica as características do RSU no momento do seu lançamento no aterro, ou seja,

para t = 0. Desta forma, a equação 3.7 pode ser escrita da seguinte forma:

tkMET ekFTGGMTBDq −⋅⋅⋅⋅= )0( (3.7)

A quantidade de matéria orgânica já decomposta, por tonelada, em um determinado tempo t,

pode ser calculada através da equação 3.8. Nesta equação o ?MTBD(t) corresponde à

quantidade de matéria orgânica, por tonelada, já decomposta no tempo t e MTBD (t)

corresponde à quantidade de matéria orgânica biodegradável do RSU, por tonelada, no tempo

t. A quantidade de biogás gerada, por tonelada de RSU pela decomposição da matéria

orgânica até o tempo t será então obtida pelo uso da equação 3.9.

)()0()( tMTBDMTBDtMTBD −=∆ (3.8)

METFTGGtMTBDMTBDtGAS ⋅⋅−=∆ )]()0([)( (3.9)

A taxa de geração específica anual de gás em um determinado instante será dada pela equação

3.10.

METFTGGt

tMTBDt

tGASq ⋅⋅

∂∆∂−

=∂

∆∂=

)()( (3.10)

Igualando-se as equações 3.10 e 3.7 obtém-se:

tkekMTBDt

tMTBD −⋅⋅=∂

∂−)0(

)( (3.11)

Se medidas da quantidade de matéria orgânica biodegradável são tomadas para amostras de

RSU de diferentes idades, a equação 3.12 pode ser utilizada para a determinação do parâmetro

k, a partir de sua linearização, conforme apresentado na equação 3.13.

Page 119: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

118

tkeMTBDtMTBD −⋅= )0()( (3.12)

tkMTBDtMTBD ⋅−= )]0(ln[)](ln[ (3.13)

Conforme se verá nos capítulos seguintes, para uma melhor concordância entre os ensaios de

campo e laboratório propôs-se o uso da equação 3.14 para o cálculo da fração biodegradável

de cada componente do lixo.

LCBF ⋅−= 028,01 (3.14)

3.2 ESTIMATIVA DOS PARÂMETROS DE LO E K A PARTIR DO MONITORAMENTO DA GERAÇÃO DE GÁS NO CAMPO.

O primeiro passo do trabalho de campo foi a visita técnica à área de disposição final dos

resíduos, para identificação visual dos elementos técnicos que deveriam ser estudados. Após

esta etapa, foram fe itas pelo pessoal técnico da BATTRE leituras regulares mensais

empregando o equipamento de medidas de vazão de biogás e metano nos drenos de campo,

sendo estes separados em drenos pertencentes a Macro Célula 1 e Célula 5, e em drenos

internos e de cobertura, no período citado, para que se pudessem extrair as vazões totais de

cada Célula e sua respectiva contribuição na vazão total de metano do aterro.

O equipamento de medidas utilizado no campo foi o GEM 500, que auxilia no monitoramento

do biogás, disponibilizando informações como vazão de biogás, temperatura, concentração de

CH4, O2 e CO2. As informações são coletadas pontualmente mostrando a realidade do ponto

de coleta de biogás. O GEM 500 é um aparelho portátil com uma massa de aproximadamente

2kg onde se tem um volume aproximado de uma caixa de sapato. A leitura é realizada com o

auxilio de duas mangueiras e dois filtros e um termopar com encaixe específico e engates

rápidos. Ao conectar as mangueiras e termopar a bomba de vácuo do GEM 500 suga o biogás

amostrado durante um período de 60 segundo. Quando os dados estabilizam, os valores

obtidos são armazenados na memória do aparelho. Antes da próxima leitura o gás deve ser

purgado do aparelho pelo ar atmosférico. Essas leituras são programadas de acordo com um

Page 120: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

119

encaminhamento estabelecido na memória do GEM. A Figura 3.3, ilustra o equipamento

empregado para a realização de medidas de vazão de gás nos drenos do maciço de lixo.

Figura 3.3 – Equipamento de campo utilizada para medida de vazão de metano nos drenos

A totalização das vazões individuais de metano nos drenos de cada célula foi comparada aos

valores totais medidos na sala de controle e captação do biogás do aterro. Nessa sala de

controle, a leitura foi feita a partir da informação gerada pelos equipamentos denominados de

sopradores, que medem as vazões de biogás e metano em um único ponto, devido à junção de

todos os drenos do aterro. Antes da realização estas medidas, o biogás tem parte de sua

umidade retirada, sendo em seguida queimado no flaire instalado ao lado da sala de controle,

conforme mostra a Figura 3.4.

São apresentados em apêndice os valores das leituras em cada dreno da Macro Célula 1 e

Célula 5, bem como os valores obtidos das leituras efetuadas na central de captação, que

foram utilizados nas análises sobre os quais se discorre nos itens seguintes.

Page 121: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

120

Figura 3.4 – Sopradores, equipamento de medida de vazão de metano em um único ponto (na junção dos drenos)

Foram identificadas a quantidade total de drenos de cada célula, a quantidade de drenos

internos e drenos de cobertura e a vazão específica em cada dreno ao longo dos meses de

estudo. Foram calculadas também as emissões fugitivas do metano na área total do aterro,

levando-se em consideração a área já coberta desse aterro e a área que ainda encontrava-se

descoberta no momento de cada campanha de leitura.

A análise dos dados de campo foi inicialmente dividida em duas etapas: a) Análise dos

principais fatores influentes nos dados de captação do biogás obtidos dos drenos internos e de

cobertura e b) Análise e totalização das vazões em cada célula, para estimativa das emissões

fugitivas e da produção total de metano no Aterro Metropolitano Centro (AMC) no período

analisado.

Como variáveis influentes na captação de biogás dos drenos foram elencadas as variáveis

fator tempo de degradação da matéria orgânica desde a disposição, quantidade de resíduo

disposto desde a abertura do aterro até a data da execução das leituras, pluviosidades

Page 122: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

121

acumuladas de 3, 7 e 15 dias anteriores à leitura de vazão dos drenos e as depressões estáticas

médias mensais que eram aplicadas aos drenos para sucção do biogás. Após identificados

todos os parâmetros que podiam estar influenciando na vazão do metano captado, foi feita

uma análise criteriosa para escolha daqueles que tinham influência direta nos resultados.

Com os dados de vazão totalizada obtidos a partir dos drenos da Macro Célula 1 e Célula 5

pôde-se calcular a proporção do total do metano gerado no aterro sanitário que advinha de

cada uma destas unidades. As percentagens de emissão fugitiva em cada célula foram

utilizadas segundo uma média ponderada para estimar o total de emissões fugitivas do aterro.

Os dados de vazão total estimada obtidos em diferentes meses, de julho de 2004 até agosto de

2005 foram analisados de acordo com a equação 2.10 já citada e mostrada a seguir, para a

obtenção dos valores de Lo e k de campo.

)( tkcko eeRLQ −− −⋅⋅= (2.10)

3.2.1 Análise dos Fatores Influentes na Captação do Biogás e Problemas Encontrados

O trabalho de campo apresentou algumas dificuldades, como por exemplo, discrepância entre

as diversas leituras mensais de vazão de metano no campo, obtidas a partir da totalização das

vazões nos drenos e as leituras mensais da sala de controle. Foi necessário, portanto, realizar

inúmeras análises, e testar algumas variáveis já citadas, como pluviosidade, depressão estática

média, variação da degradação dos resíduos no tempo, calcular a vazão específica mensal e as

emissões fugitivas procurando entender a natureza do fenômeno. Após exaustivos estudos, foi

descoberto que o equipamento de medida de vazão de campo havia sofrido desgaste em uma

de suas peças, o que gerava uma discrepância de resultados. Por esta razão, a análise dos

valores gerados pelos drenos e a sala de controle foi desenvolvida num período longo de

tempo, 12 meses, o que atrasou bastante a conclusão deste trabalho. Feita a manutenção do

equipamento, após dez meses do início dos trabalhos, obtiveram-se finalmente resultados

mais coerentes.

O gráfico da Figura 3.5 ilustra a diferença percentual obtida entre a vazão medida na sala de

controle e a vazão totalizada dos drenos.

Page 123: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

122

0

30

60

90

jul/04

set/04

nov/0

4jan

/05

mar/05

mai/05

jul/05

Meses

Dife

renç

a en

tre

vazõ

es d

a sa

la d

e co

ntr

ole

e n

os

dren

os

(%)

Diferença entre vazões (%)nos meses estudados

Figura 3.5 – Diferenças percentuais de vazões na sala de controle e nos drenos

De acordo com a Figura 3.5 ficou claro que, as diferenças entre as vazões de campo e medidas

na sala de controle tiveram uma variação de até 78,4% no mês de março de 2005. No início da

monitoração do biogás de campo em julho de 2004, esta diferença era de 24,2% e chegou a

12,8%, em agosto de 2005, evidenciando o conserto do equipamento.

Em virtude deste problema, não foi possível identificar uma correlação satisfatória entre

algumas variáveis largamente estudadas como, pluviosidade acumulada de 3, 7 e 15 dias, a

depressão estática média (sucção no dreno), fator tempo, em relação à vazão específica de

metano obtida dos drenos de cobertura e internos instalados no maciço. Apesar disto a

influência de algumas destas variáveis pôde ser notada, sendo discutida adiante.

Outra dificuldade encontrada foi ao se obter a vazão de biogás de cada dreno individual por

mês, devido a mudanças na nomenclatura dos drenos de gás entre os meses, o que dificultava

o entendimento de qual dreno pertencia a cada célula, exigindo bastante tempo para fazer o

reconhecimento destes drenos em campo e também entender porque alguns drenos apareciam

em um mês e em outros eles não eram localizados. Perceber estes detalhes também levou

algum tempo: Seria erro do relatório? Seriam problemas no equipamento? O dreno estava

mesmo desligado, ou era alguma outra situação desconhecida? Seria esta a discrepância entre

os dados? Por estas razões, foi necessário além de calcular a vazão total de biogás, calcular a

Page 124: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

123

quantidade de drenos que estavam em serviço durante o mês, obter a vazão total mensal e

calcular a vazão média nos drenos.

Cálculo Detalhado das Vazões de Campo

Para a obtenção das vazões de metano e biogás fornecidas pela Célula 5 e Macro Célula 1

separadamente, foi necessário primeiramente identificar quais drenos estavam em

funcionamento mês a mês em cada Célula, para em seguida calcular as vazões totais nos

drenos. De posse destes resultados foi calculada a vazão específica de cada dreno, dividindo-

se a vazão total pela quantidade de drenos da célula. Após este resultado foram realizados os

mesmos cálculos separando-se os drenos em internos e de cobertura, no sentido de

identificar qual vazão estaria influenciando mais a vazão total da célula.

3.2.2 Cálculo das Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo

O conhecimento do valor das emissões fugitivas é muito importante e foi utilizado para

estimar a produção total de metano no aterro. Para se obter o va lor das emissões fugitivas, foi

necessário analisar a planta baixa do aterro para se calcular as áreas descobertas na Célula 5 e

Macro Célula 1, em cada etapa, por serem estas áreas as que mais influenciam nos possíveis

valores de emissões fugitivas e obter no campo a produção captada de CH4 do Aterro

Metropolitano Centro (AMC).

Para o calculo da área descoberta da Célula 5, foi considerada uma área total para esta célula

de 56.347,83m2 e área coberta de 17.161,86m2. Subtraindo-se estes valores encontrou-se um

valor para área descoberta de 39.185,97m2 a partir de março 2005. Em seguida ficou

estabelecido que da área descoberta encontrada, a partir de março de 2005, ainda seria

descontada uma área circular de 20m de raio em torno de cada dreno interno obtendo-se como

valor a ser utilizado para os cálculos 16.566,49m2 da área descoberta efetiva.

Este corte extra na área descoberta considerada é justificado pelo aumento da sucção ou

depressão estática, que gerou um aumento de oxigênio atmosférico no maciço de lixo,

aumentando a vazão de biogás e diminuindo o valor das emissões fugitivas nas áreas

próximas aos drenos internos. Por esta razão, foi retirada da área total descoberta a área

Page 125: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

124

circular de 20m de raio, próximo destes drenos para que se pudessem estimar as emissões

fugitivas.

Para o cálculo das emissões fugitivas nas áreas descobertas adotou-se como valor de vazão,

60% da vazão específica medida na área coberta (m3/h.m2). Isto se deu porque nas áreas

cobertas há uma força de sucção que facilita a saída do gás do interior do maciço, e nas áreas

descobertas só existe a pressão atmosférica. Deste modo, espera-se que na área descoberta a

taxa de emissão fugitiva por m2 seja menor que na área coberta.

Para o estudo das emissões fugitivas foi calculada inicialmente a vazão específica da área

coberta (m3/h.m2) de cada célula, dividindo-se a vazão total captada dos drenos de cobertura

pela área coberta, ou seja, foi encontrada a vazão total dos drenos de cobertura por metro

quadrado de área coberta, que ao ser multiplicado pela área descoberta e pelo valor de 0,6

(60%), forneceu o valor das emissões fugitivas naquele momento.

A partir do cálculo das emissões fugitivas pôde-se obter a razão da emissão fugitiva estimada

pela vazão total captada, importante dado para o cálculo da taxa de emissão de metano no

aterro. Foram utilizados para esta finalidade os valores encontrados dos meses de julho de

2004 a agosto de 2005.

3.2.3 Cálculo da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro

Para a estimativa da taxa de geração de metano no aterro foi importante saber qual era a

contribuição percentual de cada Célula na vazão total de metano. Para isto foram separados

os drenos pertencentes a Macro Célula 1 e a Célula 5, calculada a vazão total de metano e

identificadas as contribuições percentuais do total de vazão de metano em cada célula.

A partir de março de 2005 ao serem analisados os valores das vazões totais da Célula 5,

observou-se que estes valores estavam muito elevados e até mesmo, aumentando com o

tempo, o que levou a procura das razões para tal fato. Após algumas hipóteses serem

levantadas, uma foi identificada como mais provável, que era a influência que alguns drenos

internos da Célula 5 poderiam estar recebendo da Célula 6, uma vez que estava havendo

depósito de lixo novo nesta Célula desde junho de 2004. No início esta contribuição era

Page 126: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

125

imperceptível ou nula, porque o lixo era depositado na cava da Célula 6 e não havia ligação

com a Célula 5, mas com o passar do tempo, a partir de março de 2005, o lixo foi se

acumulando e juntando-se a Célula 5. Portanto, com o aumento da quantidade de lixo

depositado na Célula 6 e avanço do processo de degradação, por volta desse mês, houve um

considerável aumento de vazão na Célula 5, que deveria está diminuindo com o passar do

tempo e não aumentando. Por esta razão e para efeito de cálculo, os drenos que pertenciam a

Célula 5 localizados próximos da Célula 6, foram desconsiderados a partir de março de 2005,

alterando-se o valor das vazões totais da Célula 5 e parte de seus valores percentuais de

contribuição na vazão total de metano sendo também creditada a Célula 6. A Figura 3.6,

ilustra a demarcação que foi considerada para o cálculo da nova vazão da Célula 5.

Figura 3.6 – Planta baixa do aterro utilizada para o cálculo da nova vazão da Célula 5

Célula 5

Macro Célula 1

Célula 6

Page 127: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

126

Para o cálculo da Vazão Total de Metano no Aterro Metropolitano Centro, foi necessário

fazer uma média ponderada tomando-se como fatores a vazão total medida na sala de

controle, o percentual correspondente à vazão total de cada célula medido no campo e a razão

da emissão fugitiva pela emissão captada também no campo. Na central de gás forneceram a

Vazão Total Estimada para o Aterro.

3.2.4 Método Proposto para Obtenção dos Parâmetros Lo e k no Campo

Para calcular Lo e k de campo, foi necessário se conhecer também a quantidade de resíduo

que estava sendo depositada no aterro (Macro Célula 1 e Célula 5) ao longo do tempo.

São apresentados em apêndice os valores de resíduos dispostos mês a mês, por local de

disposição, desde outubro de 1997 até agosto de 2005. A Tabela 3.1 apresenta os valores

totais de disposição de lixo em cada Célula para o mesmo período.

Tabela 3.1 – Totais Gerais de disposição de lixo desde 1997 até agosto 2005

SUBTOTAL Célula 1 Célula 5 Célula 6 Total de deposição

4.103.542,35 846.181,94 697.026,92 5.646.751,10

A disposição dos resíduos no Aterro Metropolitano Centro passou por diversas fases. No

início da operação deste Aterro, o Aterro Controlado de Canabrava pertencente a LIMPURB,

ainda não havia encerrado definitivamente suas atividades, portanto recebia uma parte dos

resíduos orgânicos de Salvador, o que resultou numa quantidade menor de resíduos dispostos

no Aterro Metropolitano Centro, especificamente na Macro Célula 1 (outubro de 1997 a

dezembro de 1998). À medida que se encerravam as atividades em Canabrava, todos os

resíduos passaram a ser depositados na Macro Célula 1 do Aterro Metropolitano,

estabelecendo-se uma quantidade maior de deposição anual, a partir de janeiro de 1999. Após

alguns anos de disposição de resíduos, a capacidade da Macro Célula 1 se esgotou,

encerrando as suas atividades, em abril de 2003, dando início a construção da Célula 5, a

partir de maio de 2003, que passou a receber todo o lixo da cidade até abril de 2004. Como a

Célula 5 ainda tinha capacidade para receber os resíduos, esta entrou novamente em atividade

no mês seguinte, maio de 2004, transformando-se na segunda etapa de estudo desta Célula.

Page 128: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

127

Teve início em seguida, a célula 6, em junho de 2004. Com o passar do tempo e adensamento

do maciço de lixo na Macro Célula 1 a partir de setembro de 2004, esta voltou a receber ainda

por um tempo, os resíduos, transformando-se na terceira etapa da Macro Célula 1, que ao se

esgotar, foi fechada definitivamente.

Para encontrar os valores de Lo e k de campo, a equação 2.2, utilizada para encontrar a taxa

de geração anual de metano em um aterro (Q), foi parcialmente modificada, para se ajustar

ao modelo de cálculo concebido neste trabalho. Desta forma, a produção total da célula é

decorrente do somatório de diversos pequenos aterros formando um único aterro, conforme

mostra a equação 3.15, para um aterro dividido em 5 sub-aterros.

Lo= Q

R1 (e-kc1-e-k t 1) + R2 (e-kc2-e-k t 2) + R3 (e-kc3-e-k t 3) + R4 (e-k c 4-e-k t 4) + R5 (e-k c 5-e-k t 5)

(3.15)

Devido às diferenças observadas entre os valores do somatório das vazões individuais dos

drenos e os valores medidos na central de captação do biogás, conforme ilustrado na Tabela

4.15, os valores de produção de gás (metano) da Célula 5 e Macro Célula 1, foram

modificados multiplicando-se o valor medido na sala de controle pelo percentual de

contribuição de cada Célula. Ao valor obtido acresceu-se o percentual estimado de emissão

fugitiva (ver Tabelas 4.13 e 4.14), chegando-se a taxa de produção de metano da Célula

correspondente às diversas campanhas de leitura.

Conforme se pode observar na equação 3.15 a taxa de geração de metano em um determinado

instante será função das variáveis k e Lo. Assim, para cada valor de k ter-se-á um valor de Lo

que conduzirá a mesma taxa medida. Para efeito de cálculo, foram utilizados para valores de k

aqueles próximos ao encontrado no laboratório e estimados os valores do Lo correspondentes.

Para o cálculo de Lo e k em campo, foram utilizados os valores correspondentes aos meses de

julho de 2004 e agosto de 2005.

Page 129: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

128

4 RESULTADOS E ANÁLISES DO MONITORAMENTO DO BIOGÁS NO LABORATÓRIO E NO CAMPO

Este capítulo tem como principal objetivo mostrar os resultados e análises realizadas no

laboratório e no campo a partir do monitoramento dos resíduos sólidos urbanos e o biogás

gerado a partir destes resíduos.

4.1 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE LABORATÓRIO

Neste item são mostrados os resultados alcançados pelo laboratório a partir da aplicação das

fórmulas citadas no capítulo de Materiais e Métodos item 3.1.4 - Método Proposto para

Estimativa dos Parâmetros Lo e k a partir de dados de Laboratório.

4.1.1 Valores da Composição Gravimétrica do Resíduo Novo

A Tabela 4.1 apresenta uma comparação entre a composição gravimétrica em termos de base

seca e base úmida para as amostras de resíduo novo com diferentes idades. Como podem ser

observados, para alguns componentes, os resultados em base seca se diferem bastante dos

obtidos em base úmida. Isso demonstra que um cuidado especial deve ser tomado quando se

compara valores de composição de resíduos de diferentes locais, visto que entre os autores

ainda não há consenso quanto a utilização de dados em termos de base seca ou úmida.

Acredita-se que os resultados em termos de base seca são os mais interessantes, pois os teores

de umidade para os resíduos são bastante variáveis e isso acaba afetando a composição e

consequentemente análises que dependam dela.

Observa-se da Tabela 4.1 que a ocorrência de pedra na amostra RN03/05 foi praticamente a

mesma da obtida na amostra RN01/04, confirmando uma atipicidade na ocorrência de pedra

da amostra RN06/03. Notou-se, também uma variação significativa na ocorrência de alguns

componentes nos diferentes períodos de amostragem, como por exemplo, na fração

papel/papelão, metal, vidro e madeira.

Page 130: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

129

Tabela 4.1 – Comparação da composição física do resíduo novo coletado em épocas diferentes em termos de base seca e base úmida

Porcentagem de ocorrência (%)

RN 06/03

RN 01/04

RN 01/04

RN 09/04

RN 09/04

RN 03/05

RN 03/05

RN 09/05

RN 09/05

Compo-nentes

B. seca B. seca B. úmida

B. seca B. úmida

B. seca B. úmida

B. seca B. úmida

Madeira 10,13 1,51 1,09 1,89 1,82 7,75 5,99 4,68 1,5 Pedra / cerâmica 22,97 6,01 3,38 14,41 9,43 6,03 3,61 16,39 9,8

Têxteis 2,65 4,28 4,72 2,25 2,51 4,03 4,83 1,59 2,34 Borracha 0,24 0,04 0,03 0,42 0,26 0,76 0,47 1,17 0,66

Plástico 14,13 25,51 21,4 24,22 22,08 27,17 26,14 23,16 20,79

Vidro 6,11 3,6 1,83 2,93 1,63 1,15 0,63 4,75 2,64

Metal 6,45 3,58 2,1 2,35 1,43 2,84 1,88 1,85 0,4

Papel / papelão 11,4 19,78 19,08 15,12 20,31 22,23 21,69 8,42 12,92

Fração pastosa 25,92 35,68 46,38 36,41 40,53 28,04 34,77 37,99 48,95

A Tabela 4.2 apresenta a composição média, em base seca, para o resíduo da cidade de

Salvador obtida a partir dos dados apresentados na Tabela 4.1. Para efeito de visualização, na

Figura 4.1, a composição média do resíduo novo é apresentada conjuntamente com dados de

composições física para os resíduos com idades de 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento do

aterro em estudo.

Na Figura 4.1 pode-se observar que o percentual médio de fração pastosa para o resíduo novo

é significativamente menor quando comparado com aqueles obtidos de resíduos já dispostos

no aterro. Para os resíduos aterrados, à medida que o tempo passa, materiais como papéis/

papelão, madeira e solo de cobertura vão sendo incorporados na fração pastosa em virtude da

dificuldade de separação e decomposição dos componentes, aumentando de forma

considerável a porcentagem da fração pastosa do resíduo após algum tempo de aterrado. No

Page 131: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

130

resíduo novo (coletado da carreta), tem-se uma separação bem apropriada de cada uma destas

frações e, além disso, o resíduo não entra em contato com solo de cobertura. Esses fatores

afetam de forma considerável a contabilização da pasta e matéria orgânica presente na pasta.

A contabilização total da matéria orgânica dos resíduos de diferentes idades (incluindo a

matéria orgânica de componentes como madeira, papel, etc.) será apresentada e discutida no

item determinação da matéria orgânica biodegradável do RSU.

Tabela 4.2 - Composição média, em base seca, obtida para o resíduo novo coletado na frente de lançamento do Aterro Metropolitano Centro.

Componentes Percentagem média Base seca

(%) Madeira 5,19

Pedra / cerâmica 13,16

Têxteis/ Borracha 3,01

Plástico 22,84

Vidro 3,71

Metal 3,41

Papel / papelão 15,39

Fração pastosa 32,81

Page 132: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

131

PlásticoF.Pastosa

Têxtil/ Borr.Papel

VidroMadeira Metal

Pedra/cer

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

6 meses 1 ano 4 anos Novo (média)

Per

cent

agem

Figura 4.1 - Comparação da composição física média, em base seca, dos resíduos novos com resíduos de 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento.

4.1.2 Valores do Teor de Umidade

A Tabela 4.3, mostra os valores médio e individual de umidade, em base seca, de cada

componente presente na amostra estudada. Nesta Tabela também está apresentado, a título de

comparação, os teores de umidade obtidos para cada componente das amostras de resíduo

novo (RN) coletadas em janeiro e setembro de 2004 (RN01/04 e RN09/04) e em março e

setembro de 2005 (RN03/05 e RN09/05), bem como a umidade média de cada componente.

Cabe ressaltar que nesta Tabela não contém os dados da amostra RN06/03 visto que a

umidade de cada componente começou a ser determinada somente a partir da segunda coleta.

É importante ressaltar que o teor de umidade do RSU depende da composição inicial do

material, das condições climáticas locais, do processo de operação dos aterros, da taxa de

Page 133: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

132

decomposição bio lógica, da capacidade e funcionamento dos sistemas de coleta de líquidos

percolados e do sistema de liner de recobrimento. Num aterro sanitário, o teor de umidade

pode variar significativamente entre um ponto e outro, tornando-se relevante a obtenção do

perfil de umidade com a profundidade, o qual pode ser obtido através de sonda de nêutrons ou

secagem de amostras representativas em estufa. Os resíduos estudados mostraram resultados

de umidade dentro da faixa de grandeza apresentados na literatura nacional (CARVALHO

1999; JUCÁ e outros 1997) e internacional (GABR e VALERO 1995; LANDVA e CLARK

1990; COUMOULOS e outros. 1995), citados por (MACHADO, 2005).

Tabela 4.3 – Teor de umidade de cada componente para o resíduo novo coletado em março e setembro de 2005 e janeiro e setembro de 2004 em termos de base seca.

Componentes

RSU novo (RN09/05)

RSU novo (RN03/05)

RSU novo (RN09/04)

RSU novo (RN01/04)

Média

Madeira 61.63 41,5 73,8 44,4 55,3

Pedra / cerâmica 10.66 9,4 17,8 13,0 12,7

Têxteis 123.62 119,3 100,6 121,6 116,3

Borracha 2.5 11,8 13,8 62,5 22,7 Plástico 45,22 72,6 59,6 67,5 61,2

Vidro 0.15 1,0 0,2 2,5 0,9

Metal 8.48 21,1 9,7 17,7 14,2

Papel / papelão 163.53 78,8 143 94,3 119,9

Fração pastosa 133.71 127.3 112,0 162,2 133,8

Observa-se desta Tabela uma grande variabilidade no teor de umidade de cada componente.

No que se refere à amostra RN09/05 tem-se os componentes vidro, borracha, metal e pedra

cerâmica como aqueles que apresentaram menores valores de teor de umidade, por

apresentarem capacidade de absorção de água pequena, enquanto que papel/papelão, fração

pastosa e os têxteis apresentaram teor de umidade acima de 100%, em virtude da sua maior

capacidade de retenção.

Comparando os teores de umidade para as quatro amostras de resíduo novo coletadas em

épocas diferentes, observa-se significativa variação nos resultados obtidos. Vale ressaltar que

Page 134: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

133

o teor de umidade da fração pastosa nas amostras RN09/05, RN03/05 e RN09/04 (coletadas

em períodos de baixa pluviosidade) apresentou uma redução significativa em comparação

com o obtido para a amostra RN01/04 (coletada no período de alta pluviosidade). O teor de

umidade da fração plástico praticamente não sofreu modificações nos diferentes períodos de

amostragem. No entanto, o teor de umidade obtido para madeira, papel/papelão nos resíduos

coletados em setembro de 2004 (RN09/04) e 2005 (RN09/05) sofreu aumento significativo

quando comparado com as outras duas amostragens.

Foi obtida também a umidade global do resíduo através da relação entre a massa total de água

e a massa total seca. Cabe salientar que o valor de umidade pode também ser expresso em

base úmida, assim sendo w(BU) = Mw / Mt, ou ainda w(BU) = w/(1+w).

A Figura 4.2 apresenta o teor umidade, em base seca, para as cinco amostras de resíduo novo

coletadas em épocas diferentes. Como se pode observar, as amostras apresentaram teores de

umidade variáveis, sendo que a terceira, quarta e quinta amostras (RN09/04, RN03/05 e

RN09/05), coletadas no inicio do mês de setembro de 2004, no início do mês de março de

2005 e no mês de setembro de 2005 em períodos de baixa pluviosidade na cidade,

apresentaram teores de umidade, em base seca, bastante parecidos (84,11% e 83,03% e

83,82% respectivamente). Percebe-se que as amostras coletadas em períodos de alta

pluviosidade (RN06/03 e RN 01/04) apresentaram teores de umidade um pouco maiores que

as amostras coletadas em períodos de baixa pluviosidade (91,2% e 101,1% respectivamente).

Cabe ressaltar ainda que janeiro de 2004 foi um período atípico na cidade, com grande

ocorrência de chuva.

Page 135: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

134

06/2003 01/2004 09/2004 03/200509/2005

010

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

RN06/03

RN01/04RN09/04

RN03/05

RN09/05

Resíduo/ data da coleta

Teo

r de

um

idad

e (%

)

Figura 4.2 – Comparação do teor de umidade, em base seca, para o resíduo novo coletado em épocas diferentes.

Os dados obtidos sugerem uma influência das condições climáticas (períodos chuvosos /

secos) no teor de umidade global. Como a umidade global tem grande importância nas

estimativas de geração de gás, sendo imprescindível sua determinação, para efeito de

melhorar o entendimento da influência da precipitação na umidade do resíduo que chega ao

aterro, sugere que novas amostragens sejam feitas, principalmente no período de maior

ocorrência de chuva.

É importante ressaltar que o teor de umidade com que o RSU chega ao aterro depende da

composição inicial do material e das condições climáticas locais e, após a sua disposição esse

teor de umidade passará a depender, também, do processo de operação dos aterros, da taxa de

decomposição biológica, da capacidade e funcionamento dos sistemas de coleta de líquidos

percolados e do sistema de liner de recobrimento, etc.

Segundo Knochenmu e outros, (1998, apud MACHADO e outros, 2005), o teor de umidade

do RSU é basicamente o resultado de altas porcentagens de lixo orgânico (resíduos

alimentares, de jardim e poda). Os componentes inorgânicos, tais como os produtos plásticos,

Page 136: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

135

geralmente, têm um teor de umidade abaixo de 10%. Assim, o teor de umidade tende a

aumentar com o aumento do conteúdo orgânico do material. Esse comportamento foi também

observado por Landva e Clark (1990) para resíduos do Canadá. Nas amostras estudadas

obtiveram-se para a fração plástica teores de umidade elevados (cerca de 60% em média),

portanto, bem superior às indicações de Knochenmus e outros. (1998).

A Tabela 4.4 apresenta os resultados dos teores de umidade global média para as amostras de

resíduo novo, após 6 meses de aterrado, após um ano e após 4 anos de aterramento.

Tabela 4.4 – Teores de umidade global médio obtida em percentual para os resíduos estudados

Lixo Novo Resultados Média

RSU após 6 meses de aterrado

RSU após 1 ano de

aterrado

RSU após 4 anos de aterrado

Teor de umidade Base seca 88,6 62,7 176,1 91,2

Teor de umidade Base úmida

46,9 38,5 63,8 47,4

4.1.3 Valores dos Sólidos Totais Voláteis e do Teor de Lignina do RSU A Tabela 4.5 apresenta os resultados de sólidos totais voláteis e teor de matéria orgânica

obtidos para a fração pastosa das amostras de resíduo novo. A Tabela 4.6 apresenta os

mesmos resultados obtidos para as amostras com 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterramento. A

Figura 4.3 sumariza os resultados obtidos para todas as amostras do resíduo novo. Quando se

compara resíduos novos com resíduos com idades diferentes, pode-se observar que o STV

apresentou uma redução do percentual com o tempo de aterramento, o mesmo acontecendo

com a matéria orgânica na fração pastosa.

Page 137: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

136

Tabela 4.5 – Teores de sólidos totais voláteis para o resíduo novo

Resíduos novos em diferentes amostragens

Resultados RN06/03 RN01/04 RN09/04 RN03/05 RN09/05

% de Fração pastosa 25,9 35,7 36,41 28,04 37.99 STV (%) 41,3 65,54 47.43 63,37 56.70 Desvio Padrão 8,27 9,08 4,92 4,02 12.62

Coef. de variação 9,00 13,86 10,37 6,35 22.26 Matéria orgânica da fração pastosa com relação ao total (base seca)

10,7 23,4 17,27 17.77 21,54

Tabela 4.6 - Teores de sólidos totais voláteis para os resíduos com 6 meses, 1 ano e 4 anos de aterrado

Resultados RSU após 6

meses de aterrado

RSU após 1 ano de

aterrado

RSU após 4 anos de aterrado

% de Fração pastosa 54,6 46,2 50,2

STV (%) 17,97 28,7 19,76

Desvio Padrão 1,05 3,97 2,23

Coef. De variação 0,09 13,8 0,09

Matéria orgânica da fração pastosa com relação ao total (base seca)

9,8 13,3 9,92

Page 138: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

137

Figura 4.3 – Resultados de STV, e percentual de matéria orgânica presente na fração pastosa para as amostras de resíduo novo coletado

Os teores de lignina na fração pastosa obtidos são da ordem de 12% nas amostras de resíduo

novo. As amostras de resíduo com 6 meses, 1 ano e 4 anos de idade não tiveram os teores de

lignina determinados em função da metodologia de ensaio só ser implementada mais

recentemente no laboratório de Geotecnia Ambiental.

4.1.4 – Resultados de Lo e k de Laboratório

Os resultados alcançados pelo laboratório são mostrados conforme Tabela 4.7, a partir da

aplicação das fórmulas citadas no capítulo 3 (Métodos para obtenção dos parâmetros Lo e k) e

dos resultados dos parâmetros citados acima. Esta Tabela apresenta um sumário dos

resultados obtidos a partir das atividades realizadas para a caracterização do resíduo novo e do

resíduo disposto no aterro, com diferentes idades.

Conforme se pode observar na Tabela 4.7, foi adotado como valor de umidade para o resíduo

disposto o valor de 80%, próximo dos valores obtidos para o resíduo novo, período de baixa

pluviosidade. Isto foi feito de modo a se eliminar a influência da infiltração das águas pluviais

nos resultados, já que toda a análise é realizada com base no peso seco do material (a água

STV (%) % Fração Pastosa M.O da fração pastosa

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70RN09/05RN03/05

RN09/04RN01/04RN06/03

Per

cent

agem

Page 139: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

138

pluvial que infiltra no aterro através das camadas de cobertura, ao mesmo tempo em que

reduz a MTBD pelo fator 1+w, aumenta a massa total aterrada pelo mesmo fator). Vale

ressaltar que não se está tratando aqui da influência da umidade na velocidade de

decomposição.

Tabela 4.7 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 2.1 e cálculo de Lo experimental

Porcentagem de ocorrência (%)

Componentes RSU novo (coletas 1 a 4)

RSU após 6 meses de

aterrado

RSU após 1 ano de aterrado

RSU após 4 anos de aterrado

Madeira 10,13 1,51 1,89 7,75 5,2 8,15 5,60

Pedra/ Cerâmica 22,97 6,01 14,41 6,03 7,36 16,45 13,40 Têxteis 2,65 4,28 2,25 4,03 5,37 2,03 2,50 Borracha 0,24 0,04 0,42 0,76 0,36 0 0,20 Plástico 14,13 25,51 24,22 27,17 19,46 8,68 13,80 Vidro 6,11 3,6 2,93 1,15 2,89 5,23 4,10 Metal 6,45 3,58 2,35 2,84 2,49 9,06 5,00 Papel/ palelão 11,4 19,78 15,12 22,23 2,24 4,22 5,20 Fração pastosa 25,92 35,68 36,41 28,04 54,63 46,18 50,20 STV Fração pastosa 0,41 0,66 0,47 0,6337 0,18 0,29 0,19 Teor de lignina 11,00 10,00 12,00 10,00 6,00 3,00 13,00

Bftotal (%) 15,24 26,22 18,76 26,02 10,13 14,59 9,35

w (%) 92,07 101,09 84,11 83,03 80,00 80,00 80,00 MTBD (kg/ton) 79,35 130,41 101,89 142,14 56,30 81,08 51,97 PGG (m3 biogás/ton RSU) 71,41 117,37 91,7 127,93 50,67 72,97 46,77 Lo (m3 CH4/Mg RSU) 42,85 70,42 55,02 76,76 30,40 43,78 28,06

Para o cálculo de Lo e k de laboratório inicialmente foi calculado o valor médio do Lo das

amostras de lixo novo. Este valor médio obtido para as amostras de lixo novo, foi utilizado

em conjunto com os resultados obtidos para as amostras com diferentes idades, para a

obtenção do parâmetro k pelo método dos mínimos quadrados. Neste caso, a equação 4.1 foi

utilizada, forçando-se a obtenção de um coeficiente linear nulo.

Page 140: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

139

kttL

tLLn

o

o −== )0(

)( (4.1)

São apresentados em apêndice, o procedimento utilizado para o cálculo de Lo de laboratório,

das amostras de lixo novo e amostras com idades diferentes.

A Figura 4.4 apresenta os resultados obtidos com o ajuste realizado. Foram encontrados

valores de Lo= 67,4 m3/ton e de k= 0,22.

Figura 4.4 - Cálculo do Lo em função do tempo para a equação 2.1

Conforme se pode observar na Figura 4.4, há um razoável ajuste nos dados experimentais.

Deve-se ressaltar neste caso o valor para a amostra com 6 meses de idade, que se distanciou

bastante da tendência exibida para as outras amostras.

Como se verá no próximo item, os resultados de Lo de laboratório se apresentaram

ligeiramente inferiores aos valores obtidos em campo, de modo que se propõe uma

modificação à equação proposta por Tchobanoglous e outros. (1993), para a previsão da

0 1 2 3 420

40

60

80Lo (experimental)Lo (previsto)

Idade (anos)

Lo

Page 141: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

140

fração biodegradável dos voláteis da pasta do RSU, já apresentado anteriormente na equação

3.14. A Tabela 4.8 apresenta os valores de Lo obtidos neste caso, e a Figura 4.5 ilustra os

resultados encontrados do ajuste da equação 4.1. Este novo cálculo resultou na obtenção de

Lo=89,12m3/ton e k=0,21.

Tabela 4.8 – Comparação da composição física do resíduo novo e em diversos períodos de tempo após a disposição usando a equação 3.14 e cálculo de Lo experimental

Porcentagem de ocorrência (%)

Componentes

RSU novo (coletas 1 a 4)

RSU após 6

meses de aterrado

RSU após 1 ano de

aterrado

RSU após 4 anos de aterrado

Madeira 10,13 1,51 1,89 7,75 5,20 8,15 5,60 Pedra/Cerâmica 22,97 6,01 14,41 6,03 7,36 16,45 13,40 Têxteis 2,65 4,28 2,25 4,03 5,37 2,03 2,50 Borracha 0,24 0,04 0,42 0,76 0,36 0,00 0,20 Plástico 14,13 25,51 24,22 27,17 19,46 8,68 13,80 Vidro 6,11 3,60 2,93 1,15 2,89 5,23 4,10 Metal 6,45 3,58 2,35 2,84 2,49 9,06 5,00 Papel/palelão 11,40 19,78 15,12 22,23 2,24 4,22 5,20 Fração pastosa 25,92 35,68 36,41 28,04 54,63 46,18 50,20 STV Fração pastosa 0,41 0,66 0,47 0,634 0,18 0,29 0,19 Teor de lignina 11,00 10,00 12,00 10,00 6,00 3,00 13,00 Bftotal (%) 20,97 34,34 24,87 34,64 13,91 19,16 13,14 w (%) 92,07 101,09 84,11 83,03 80,00 80,00 80,00 MTBD (kg/ton) 109,19 170,75 135,08 189,25 77,29 106,44 73,02 PGG (m3 biogás/ton RSU) 98,27 153,68 121,57 170,33 69,56 95,8 65,72 Lo (m3 CH4/Mg RSU) 58,96 92,21 72,94 102,2 41,74 57,48 39,43

Page 142: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

141

Figura 4.5 – Cálculo Lo em função do tempo para a equação 3.15

4.2 RESULTADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS DE CAMPO

Neste item são apresentados resultados do programa de monitoramento da produção de biogás

no Aterro Metropolitano Centro de Salvador, analisados no período de julho de 2004 a agosto

de 2005 de forma que se pudessem estimar valores de Lo e k de campo, e compará- los com

os valores obtidos em laboratório conforme metodologia apresentada no item anterior.

4.2.1 Valores Considerados e Análises das Vazões de Biogás de Campo

Ao serem analisadas as vazões de biogás de campo, foram encontrados valores para a vazão

total nos drenos, vazão específica total e vazão dos drenos internos e de cobertura da Célula

5 e Macro Célula 1, conforme mostram as Tabelas 4.9 e 4.10.

0 1 2 3 420

40

60

80

100Lo (experimental)Lo (previsto)

Idade (anos)

Lo

Page 143: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

142

Tabela 4.9 - Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Célula 5

Total Geral Cobertura Drenos Internos

Vazão total

N drenos

Vazão esp.

Vazão total

N drenos

Vazão esp.

Vazão total

N drenos

Vazão esp.

Pres. est.

média

m3/h un m3/h dreno m3/h un

m3/h dreno m3/h un

m3/h dreno

mm Hg

Jul 868,4 16 54,2 - - - -1 Ago 847,2 16 52,9 - - - 0 Nov 884,6 23 38,4 - - - -0,36 Mar 1038,4 17 61 104,5 3 34,8 933,9 14 66,7 -8,84 Abr 1313,6 27 48,6 300,7 7 42,9 1013 20 50,6 -7,76 Mai 1112,9 26 42,8 221,7 7 31,6 891,2 19 46,9 -5,64 Jun 1110,6 22 50,4 258,8 8 32,3 851,8 14 60,8 -8,11 Ago 1334,2 30 44,4 237,3 7 33,9 1097 23 47,6 -9,55

De acordo com a Tabela 4.9 ficou claro que com a instalação da cobertura na Célula 5 a partir

de Março de 2005, houve um aumento da vazão total na Célula, pela conseqüente diminuição

das emissões fugitivas, comum nas áreas descobertas. Conforme também pode ser observado,

a implantação da cobertura em parte da Célula 5 coincidiu com o aumento do valor da

depressão média aplicado nos drenos. Este fato pode explicar melhor o aumento na produção

dos drenos internos que passaram também a captar uma parcela do biogás que iria se tornar

emissão fugitiva, aumentando a sua vazão total.

Conforme se verá adiante, o incremento na depressão média das células foi responsável

também pelo aumento de O2 no biogás captado, fazendo com que parte da área descoberta

passasse a ser desconsiderada no cálculo da emissão fugitiva, já que o incremento de O2 no

biogás indica a entrada de ar atmosférico no maciço, em um movimento contrário ao

observado no caso de emissão de metano.

Page 144: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

143

Tabela 4.10 – Detalhamento das vazões medidas e depressão estática para a Macro Célula 1

Total Geral Cobertura Drenos Internos

Vazão total

N drenos

Vazão esp.

Vazão total

N drenos

Vazão esp.

Vazão total

N drenos

Vazão esp.

Pres. est.

média

m3/h un m3/h dreno m3/h un

m3/h dreno m3/h un

m3/h dreno

mm Hg

Jul 1586,3 62 25,5 374,7 10 37,4 1211,6 52 23,3 -8

Ago 1006 33 30,4 219,4 7 31,3 786,6 26 30,3 -14

Nov 1161,1 57 20,3 125,8 7 17,9 1035,3 50 20,7 -4,75

Mar 1195,7 54 22,1 131,8 9 14,6 1063,9 45 23,6 -22,9

Abr 1485 68 21,8 187,1 13 14,3 1297,9 55 23,6 -26,2

Mai 1337,2 67 19,9 93,6 13 7,2 1243,5 54 23 -21,1

Jun 1438,7 68 21,1 162 13 12,4 1276,7 55 23,2 -31,7

Ago 2149,5 74 29 183,4 10 18,3 1966,1 64 30,7 -30,5 Na Macro Célula 1 a maior parte da superfície já estava coberta no período do estudo, de

modo que, nada se pôde concluir acerca do efeito desta no aumento de vazão dos drenos

internos e de cobertura a partir da mesma data verificada para a Célula 5. Com relação à

depressão estática, como esta já era grande desde o início dos trabalhos, também não foi

possível afirmar se houve influência desta variável nos drenos de cobertura e nos drenos

internos. No entanto, se observou que a depressão estática a partir de março de 2005 se elevou

também na Macro Célula 1, e por esta razão, apesar de bem discreto, houve um aumento na

vazão dos drenos internos e nos drenos de cobertura, como demonstra a Tabela 4.10.

Com referência as possíveis correlações entre os valores apresentados nas Tabelas e as

variáveis citadas anteriormente, algumas hipóteses foram elaboradas, como por exemplo:

• Em relação à pluviosidade, quanto maior a pluviosidade maior seria a

vazão nos drenos internos pela diminuição da permeabilidade do solo

de cobertura ao ar, já que, quanto mais saturado o solo ter-se-á menos

espaços vazios para saída de gás, portanto menos emissões fugitivas,

aumentando a vazão de biogás capturada pelos drenos. O aumento na

Page 145: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

144

vazão dos drenos de cobertura se daria pelo aumento da pressão interna

do maciço e não pela influência direta da chuva;

• Quanto à degradabilidade da matéria orgânica no tempo a expectativa

era que, lixos mais velhos que já estivessem num processo avançado

degradação, teriam menor vazão de gás e lixos mais novos teriam

maior vazão de gás. Para verificar esta hipótese, foram calculadas as

vazões específicas da Macro Célula 1 e da Célula 5, levando-se em

consideração a vazão total de cada Célula e a quantidade de lixo

depositada até a data das medidas, conforme mostra a Tabela 4.11.

Como a Célula 5 é mais jovem do que a Macro Célula 1 (a abertura da

Célula 5 se deu em maio de 2003 e a da Macro Célula 1 em outubro de

97), era de se esperar que a vazão da Célula 5 fosse maior que a vazão

específica da Macro Célula 1, o que foi comprovado, conforme

apresentado na Tabela 4.11.

A rápida redução na vazão específica de metano com o tempo aponta para a obtenção de altos

valores para a constante cinética k, da equação 2.10, o que é confirmado mais adiante neste

trabalho.

Tabela 4.11 Vazão específica Célula 5 e Macro Célula 1 em m3/ano ton

Vazão esp. Vazão esp.

m3/ano ton m3/ano ton Data Célula 5 Macro Célula 1

26/07/2004 8,9 3,6

17/08/2004 8,7 2,3

17/11/2004 9,1 2,5

9/03/2005 10,7 2,5

29/04/2005 13,5 3,1

25/05/2005 11,5 2,8

11/06/2005 11,4 3,0

30/08/2005 13,8 4,5

Page 146: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

145

Análise da influência da depressão estática na porcentagem de O2 do biogás

Foi também estudada a porcentagem média de O2 no biogás coletado nas Células 5 e Macro

Célula 1. Este parâmetro foi calculado para que se pudesse estabelecer uma correlação entre a

depressão estática e o aumento na percentagem de O2 no maciço.

Observa-se, conforme apresentado na Tabela 4.12 e Figura 4.6, que há uma elevação no

percentual de O2 devido ao aumento da depressão estática. A explicação é simples: como

ainda havia uma boa parte de área descoberta nas Célula 5 e mesmo na Macro Célula 1,

portanto área exposta à pressão atmosférica, quando houve um aumento de depressão estática

(sucção) nos drenos internos esta força de sucção forçou a entrada do ar atmosférico no

maciço no sentido contrário ao normalmente observado em campo (fuga de gás para a

atmosfera), diminuindo assim os valores de emissões fugitivas e aumentando com isto, a

vazão nos drenos internos.

Analisando a Tabela 4.12 e a Figura 4.6, observa-se que o percentual O2 cresceu até certo

ponto com o aumento da pressão estática e depois não mais sofreu a sua influência de forma

significativa.

Este parâmetro é importante porque ao se estudar a ve locidade de degradação do lixo, pode-

se levar em consideração além do tempo de disposição dos resíduos a entrada de ar nas

células, que também poderá influenciar nesta velocidade, além de facilitar a ocorrência de

decomposição aeróbica.

Page 147: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

146

Tabela 4.12 – Análise da influência da depressão estática na % O2

Depres. est. média mm Hg Perc. O2 média %

0,3 3,0 1,0 2,5 4,7 5,8 8,0 4,1 5,6 5,0 8,1 6,0 8,8 6,3 7,7 5,2 14,0 5,6 21,0 8,1 22,8 7,4 26,2 8,7 31,7 7,2

0

3

6

9

12

0 10 20 30 40

Depres. est. média (mm Hg)

Perce

ntag

em m

édia de O

2

Perc. O2 média %

Figura 4.6 - Percentual de O2 em função da pressão estática média

Page 148: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

147

4.2.2 Valores de Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada no Campo

As Tabelas 4.13 e 4.14 mostram os valores estimados para as emissões fugitivas e a vazão

total estimada em m3/h, além do cálculo da razão da emissão fugitiva estimada pela vazão

total captada de metano, da Célula 5 e Macro Célula 1, respectivamente.

Tabela 4.13 – Emissões Fugitivas e Vazão Total Estimada (m3 /h) da Célula 5

Área coberta

Vazão esp. cobert.

Área descoberta*

Emissão est.

Vazão total est.

Razão emiss./cap Data

m2 m3/h m2 m2 m3/h m3/h %

26/07/2004 56347,8 436,2 1304,7 50,2

17/08/2004 56347,8 436,2 1283,5 51,4 17/11/2004 56347,8 436,2 1320,9 49,3

9/03/2005 17161,9 0,00609 16566,5 60,5 1098,9 5,8

29/04/2005 17161,9 0,01752 16566,5 174,1 1487,8 13,2 25/05/2005 17161,9 0,01292 16566,5 128,4 1241,3 11,5

11/06/2005 17161,9 0,01508 16566,5 149,9 1260,5 13,5

30/08/2005 17161,9 0,01383 16566,5 137,4 1471,6 10,3 Ao se avaliar a Tabela 4.13, calculada conforme relatado anteriormente, seus resultados

revelaram que a Célula 5, após receber a cobertura no mês de março de 2005, teve o seu valor

de emissão fugitiva decrescente, com a razão de emissão/captação caindo de cerca de 50%

para algo em torno de 12%.

Page 149: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

148

Tabela 4.14 – Emissões fugitivas e vazão total estimada (m3/h) da Macro Célula 1

Área coberta

Vazão esp. cobert.

Área descoberta

Emissão est.

Vazão total est.

Razão emiss./cap

Data m2 m3/h m2 m2 m3/h m3/h %

26/07/2004 88063 0,00425 65218 166 1752,8 10,5

1708/2004 88063 0,00249 65218 97,5 1103,5 9,6

17/11/2004 88063 0,00143 65218 55,9 1217 4,8

9/03/2005 88063 0,0015 65218 58,6 1254,3 4,9

29/04/2005 139661 0,00134 13620 10,9 1495,9 0,7

25/05/2005 139661 0,00067 13620 5,4 1342,6 0,4

11/06/2005 139661 0,00116 13620 9,4 1448,2 0,6

30/08/2005 139661 0,00131 13620 10,7 2160,2 0,5

A mesma análise foi feita para a Tabela 4.14, referente à Macro Célula 1, que apresentava

área coberta desde o início do estudo. Os resultados também apresentam valores de emissão

fugitiva decrescente com o tempo, praticamente se anulando a partir de abril de 2005.

Ao se comparar as Tabela 4.13 e 4.14, conclui-se que a vazão específica da área coberta da

Célula 5 é maior que a da Macro Célula 1, por ter sido coberta mais recentemente que a da

Macro Célula 1, produzindo para o mesmo período um valor de vazão maior. Isto reflete a

forte influência do fator tempo nos resultados de campo.

4.2.3 Valores da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro

A Tabela 4.15 mostra os resultados da comparação das vazões totais obtidas na Macro Célula

1 e Célula 5 e da Vazão Total e Emissão Fugitiva do Aterro.

Page 150: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

149

Tabela 4.15 – Comparação global de vazões – Vazão total do aterro e emissão fugitiva

Célula 5 Macro Célula 1 Célula 6

Data Vazão

% do

total Vazão total

% do

total Vazão total

% do

total (m3/h) (%) (m3/h) (%) (m3/h) (%)

Vazão total

drenos (m3/h)

Vazão total

central (m3/h)

Vazão total

AMC est.

(m3/h)

Emissão fugitiva

do AMC (m3/h)

26/07/ 2004 868,4 35,3 1586,2 64,6 2455 3050 3799 749 17/08/2004 847,2 45,7 1006,0 54,3 1853 3150 4057 907 17/11/2004 884,6 43,2 1161,0 56,8 2046 2757 3420 663 9/03/2005 1038,4 42,1 1195,7 48,5 230,2 9,3 2464 4396 4632 236

29/04/2005 1313,6 40,8 1484,9 46,1 420,8 13,0 3219 4770 5127 357 25/05/2005 1112,9 38,9 1337,1 46,8 407 14,2 2857 4780 5083 303 11/06/2005 1110,6 41,3 1438,7 53,5 138,6 5,1 2688 4653 4961 308 30/08/2005 1.334,2 32,4 2.149,50 52,3 628,6 15,2 4112 4637 4877 240

4.2.4 Valores de Lo e k de Campo

A partir dos resultados da proporção de emissão de metano e a razão das emissões fugitivas

pela vazão total na Célula 5 e Macro Célula 1, foram calculados os valores de produção de

gás (metano) em cada uma destas células, como são mostrados na Tabela 4.16

Page 151: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

150

Tabela 4.16 – Valores previstos de produção de metano para a Célula 5 e Macro Célula 1 Data Célula 5 Macro Célula 1

Julho 2004 1618,64 2177,85

Agosto 2004 2181,73 1876,19

Novembro 2004 2208,01 2036,00

Março 2005 1960,47 2236,53

Abril 2005 2204,22 2215,24

Maio 2005 2076,66 2246,21

Junho 2005 2182,17 2505,78

Agosto 2005 1654,67 2435,87

Conforme já relatado (ver Tabela 4.15) chegou-se a uma proporção de emissão de metano na

Célula 5 em julho de 2004 de 35,38% e em Agosto de 2005 de 32,44%. Para a Macro

Célula 1, nestas datas os valores obtidos foram respectivamente de 64,62% e 52,27%. A

razão das emissões fugitivas pela vazão total neste período, apresentou valores para a Célula 5

de aproximadamente 50% e 10%, para as duas datas de leitura (ver Tabela 4.13) e para a

Macro Célula 1, de aproximadamente 10% e 0,5%, respectivamente (ver Tabela 4.14). A

vazão total de metano medido na central, apresentou valores de 3050 m3 /h em julho de 2004 e

de 4637 m3/h em Agosto de 2005, conforme foram mostrados nas Tabelas 4.13, 4.14 e 4.15

De acordo com a Tabela 4.16, em julho de 2004 a Macro Célula 1 apresentava taxa estimada

de geração de metano, Q, de CH4 m3/h = 2177,86 em julho de 2004 e de CH4 m3/h = 2435,88

em Agosto de 2005 e a Célula 5, apresentava taxa estimada de geração de me tano, Q, de CH4

m3/h = 1618,64 m3 /h e de CH4 m3/h = 1654,67 m3 /h respectivamente.

As Tabelas 4.17 e 4.18 mostram a quantidade total de resíduos depositados em cada célula e

as quantidades de deposição para os diversos sub-aterros, utilizadas para o cálculo de Lo, a

partir da equação 3.15. A Macro Célula 1 ficou dividida em dois sub-aterros em 2004 e em

três sub-aterros em 2005, e a Célula 5 ficou dividida em dois sub-aterros para os dois anos

estudados.

Page 152: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

151

Vale ressaltar que para o cálculo do 1º sub-aterro da Macro Célula 1, foi retirado o valor de

disposição de resíduo do mês de dezembro de 1998, por encontrar-se distante dos demais

valores. Este valor que foi retirado, foi acrescentado posteriormente ao segundo sub-aterro. As

Tabelas de disposição dos resíduos ano a ano a partir da abertura do aterro encontra-se no

Apêndice.

Tabela 4.17 – Quantidade de resíduos depositados na Macro Célula 1

Data Valor Total 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro 3º Sub-aterro

Julho 2004 3.785.426,70, 159.770,21 3.625.656,49 -

Agosto 2005 4.103.542,35 159.770,21 3.625.656,49 318.115,65

Tabela 4.18 – Quantidade de resíduos depositados na Célula 5

Data Valor Total 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro

Julho 2004 846.181,00 749.936,00 96.245,00.

Agosto 2005 846.181,00 749.936,00 96.245,00.

As Tabelas 4.19 e 4.20 mostram as datas de início e finalização de cada um dos sub-aterros,

tomando-se como base de cálculo os meses de julho de 2004 e agosto de 2005, como já

mencionado anteriormente. Estes valores servirão para encontrar os parâmetros t e c

respectivamente, utilizados na equação 3.15.

Tabela 4.19- Datas de início e finalização dos sub-aterros da Célula 5

1ºSub-Aterro 2º Sub-Aterro

Data Início Data Finalização Data Início Data Finalização

1/05/2003 1/05/2004 1/05/2004 1/06/2004

Page 153: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

152

Tabela 4.20 - Datas de início e finalização dos sub-aterros da Macro Célula 1

1º Sub-Aterro 2º Sub-Aterro 3º Sub-Aterro

Data Início Data Finalização

Data Início Data Finalização

Data Início Data Finalização

01/09/997 1/12/1998 1/12/1998 1/05/2003 1/09/2004 1/12/2005

Como já mencionado, em 2004 a Macro Célula 1 somente apresentou dois sub-aterros,

portanto a data de ínicio e finalização do 3º sub-aterro será utilizada apenas para o ano de

2005.

As Tabelas 4.21 e 4.22 mostram a taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano),

denominado de parâmetro R. Este parâmetro foi calculado dividindo-se a quantidade de

resíduo em tonelada disposta em cada sub-aterro, pela subtração da data de finalização da data

de início da disposição, multiplicando-se o total por 365 dias, que também será utilizado na

equação 3.15.

Tabela 4.21 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) - Célula 5

Data 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro

Julho 2004 747.886,99 575.892,21 Agosto 2005 747.886,99 575.892,21

Tabela 4.22 – Taxa média de entrada de lixo nos sub-aterros (t/ano) - Macro Célula 1

Data 1º Sub-aterro 2º Sub-aterro 3º Sub-aterro

Julho 2004 127.750,00 820.945,79

Agosto 2005 127.886,24 820.945,79 758.903,35

Page 154: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

153

As Tabelas 4.23 a 4.26 sumarizam os resultados empregados para a Célula 5 e Macro Célula 1

para a previsão de valores de Lo e k de campo. A Tabela 4.26 foi obtida conforme explicitado

no capítulo de materiais e métodos

Tabela 4.23 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em agosto de 2005

Parâmetros Data 30/08/2005

RSU total (tons) 4.103.542,35 RSU 1a etapa 159.770,21

RSU 2a etapa 3.625.656,49 RSU 3a etapa 318.115,65

Data de início (etapa 1) 1/9/1997 Data de início (etapa 2) 1/12/1998

Data de início (etapa 3) 1/9/2004 Data de finalização (1) 1/12/1998

Data de finalização (2) 1/5/2003 Data de finalização (3) 1/2/2005

R1 médio (ton/ano) 127.886,24 R2 médio (ton/ano) 820.945,79

R3 médio (ton/ano) 758.903,35 T1 (anos) 8

C1 (anos) 6,75

T2 (anos) 6,75 C2 (anos) 2,33

T3 (anos) 0,99 C3 (anos) 0,57

Q CH4m3/h (medido) 2423,75 Q % (emissões) 0,5

Q CH4m3/h 2435,87

Page 155: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

154

Tabela 4.24 – Análise de dados de campo para Macro Célula 1 em Julho de 2004

Data

Parâmetros 26/7/2004 RSU total (tons) 3.785.426,70

RSU 1a etapa 159.770,21 RSU 2a etapa 3.625.656,49 Data de início (etapa 1) 1/9/1997 Data de início (etapa 2) 1/12/1998 Data de finalização (1) 1/12/1998 Data de finalização (2) 1/5/2003 R1 médio (ton/ano) 127.750,00 R2 médio (ton/ano) 820.945,79 T1 (anos) 6,9 C1 (anos) 5,65 T2 (anos) 5,65 C2 (anos) 1,23

Q CH4m3/h (medido) 1970,91 Q % (emissões) 10,5

Q CH4m3/h 2177,85

Page 156: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

155

Tabela 4.25 – Análise dos dados de campo (Célula 5)

Parâmetro Data 26/07/04 Data 30/07/05

RSU total (tons) 846.181,00 846.181,00 RSU 1a etapa 749.936,00 749.936,00 RSU 2a etapa 96.245,00 96.245,00 Data de início (etapa 1) 1/05/2003 1/5/2003 Data de finalização (1) 1/05/2004 1/05/2004 Data de início (etapa 2) 1/04/2004 1/04/2004 Data de finalização (2) 1/06/2004 1/06/2004 R1 médio (ton/ano) 747.886,99 747.886,99 R2 médio (ton/ano) 575.892,21 575.892,21 T1 (anos) 1,23 2,33 C1 (anos) 0,23 1,33 T2 (anos) 0,31 1,41 C2 (anos) 0,15 1,24

Q CH4m3/h 1079,09 1504,24 Q % (estimado de emissões) 50 10

Q CH4m3/h 1618,63 1654,66

Page 157: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

156

Tabela 2.26 – Análise de dados de Lo e k

Lo

k Macro1 (08/2005)

Macro1 (07/04)

Célula5 (07/2004)

Célula5 (08/2005) LAB

0,05 128,88 120,19 346,67 374,36 0,06 112,01 103,69 290,85 317,54 0,07 100,10 91,99 250,98 277,03 0,08 91,29 83,29 221,09 246,73 0,09 84,56 76,6 197,85 223,22 0,10 79,28 71,32 179,26 204,48 0,11 75,06 67,06 164,06 189,20 0,12 71,63 63,57 151,39 176,52 0,13 68,82 60,66 140,68 165,84 0,14 66,49 58,23 131,51 156,73 0,15 64,55 56,17 123,56 148,88 0,16 62,92 54,42 116,61 142,06 0,17 61,56 52,91 110,48 136,07 0,18 60,42 51,62 105,04 130,79 0,19 59,47 50,51 100,17 126,11 0,2 58,67 49,55 95,79 121,92 0,21 58,02 48,72 91,83 118,17 89,10 0,22 57,48 48,01 88,24 114,80 67,41 0,23 57,05 47,39 84,96 111,75 0,24 56,71 46,86 81,95 108,99 0,25 56,46 46,41 79,19 106,48 0,26 56,28 46,04 76,65 104,19 0,27 56,16 45,72 74,29 102,10 0,28 56,11 45,46 72,11 100,19 0,29 56,11 45,25 70,07 98,44 0,30 56,15 45,10 68,18 96,83

Conforme já mencionado no capítulo de materiais e métodos, existe uma infinidade de

combinações de Lo e k que conduzem a um mesmo valor de Q previsto pelas equações 2.10 e

3.15, para cada célula e data de leitura.

Desta forma, os dados de campo foram analisados conforme a equação 3.15, dividindo-se o

aterro em etapas, cada uma com seus próprios valores de t, c, e R, adotando-se valores de k

para o resíduo e calculando-se o valor de Lo correspondente. A Figura 4.7 ilustra as 4 curvas

Page 158: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

157

de Lo x k obtidas para as situações analisadas. Na Figura 4.8, os valores de Lo e k de

laboratório são acrescentados.

0

100

200

300

400

0 0,1 0,2 0,3 0,4k (1/ano)

Lo m

3 CH4/M

g RSU

Macro 1(08/2005)Macro 1(07/04)

Celula 5(07/2004)

Célula 5(08/2005)

Figura 4.7 – Análise dos dados de Lo e k de campo

Conforme se pode observar na Figura 4.8, há uma boa concordância entre os valores de

campo e laboratório, principalmente quando a equação 3.14 é utilizada.

0

100

200

300

400

0 0,1 0,2 0,3 0,4k (1/ano)

Lo m

3 CH4/M

g RSU

Macro 1(08/2005)Macro 1(07/04)Celula 5(07/2004)Célula 5(08/2005)Lab

Figura 4.8 – Análise dos dados de Lo e k de campo x laboratório

Page 159: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

158

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES Foram abordados neste trabalho alguns aspectos concernentes aos processos de biodegradação

anaeróbia dos Resíduos Sólidos Urbanos e sua conseqüente produção de biogás e metano. Na

sua parte introdutória o trabalho trata tanto de aspectos mais gerais envolvendo o tema, como

a sua gestão integrada, os paradigmas levantados pela produção mais limpa e os gases de

efeito estufa, quanto de questões mais específicas, como sobre a modelagem do processo de

bio-decomposição, suas principais variáveis influentes, suas principais fases, etc. É feita uma

discussão sobre as possíveis formas de aproveitamento do biogás produzido nos aterros

sanitários, destacando-se o estágio inicial das pesquisas sobre o tema no Brasil e as

discrepâncias acerca dos valores sugeridos na literatura para o seu poder calorífico.

Apresentam-se alguns valores típicos de potencial de geração de metano, Lo e da constante

cinética do processo, k, utilizados no Brasil e no exterior.

Na parte experimental o estudo foi desenvolvido a partir de ensaios de laboratório e de

campo, visando a obtenção de valores de Lo e k, representativos do Aterro Metropolitano

Centro de Salvador.

As análises de laboratório realizadas tomaram como base a execução de ensaios para a

caracterização dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) do Aterro e a identificação da sua fração

biodegradável. As amostras coletadas na frente de lançamento foram utilizadas para o cálculo

do Lo (potencial de geração de metano) e as amostras coletadas com diferentes idades foram

empregadas para a determinação da constante cinética, k.

Em relação aos trabalhos de campo, foram feitas várias análises empregando-se os dados de

vazão dos drenos internos e de cobertura da Macro Célula 1 e Célula 5 e nos , e os dados de

vazão obtidos na sala de controle do aterro, sendo estas prejudicadas, em certa medida, por

problemas encontrados no equipamento de medida de campo. Por esta razão, não foi possível

estabelecer correlações satisfatórias entre as variáveis abaixo, que foram elencadas para o

programa de monitoramento do aterro, e a vazão total medida no campo, no período de

estudo.

Page 160: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

159

• Pluviosidade 3, 7 e 15 dias

• Depressão Estática Média

• Fator Tempo de disposição do lixo.

• Cobertura do Aterro

Apesar de não se ter conseguido elaborar, de maneira satisfatória, correlações entre estas

variáveis e a vazão de metano, seja nos drenos internos ou de cobertura, ?ficou claro que com a

instalação da cobertura na Célula 5, a partir de Março de 2005, houve um aumento da vazão

total na Célula, pela conseqüente diminuição das emissões fugitivas, comum nas áreas

descobertas. Conforme também pôde ser observado, a implantação da cobertura em parte da

Célula 5 coincidiu com o aumento do valor da depressão média aplicado nos drenos. Este fato

foi utilizado para explicar melhor o aumento na produção dos drenos internos, que passaram

também a captar uma parcela do biogás que iria se tornar emissão fugitiva, aumentando a sua

vazão total.

Na Macro Célula 1 a maior parte da superfície já estava coberta no período do estudo, de

modo que, nada se pôde concluir acerca do efeito desta no aumento de vazão dos drenos

internos e de cobertura a partir da mesma data verificada para a Célula 5. Com relação à

depressão estática, como esta já era grande desde o início dos trabalhos, também não foi

possível afirmar se houve influência desta variável nos drenos de cobertura e nos drenos

internos. No entanto, se observou que a depressão estática a partir de março de 2005 se elevou

também na Macro Célula 1, e por esta razão, apesar de bem discreto, houve um aumento na

vazão dos drenos internos e nos drenos de cobertura.

O incremento na depressão média das células foi responsável também pelo aumento de O2 no

biogás captado, fazendo com que parte da área descoberta passasse a ser desconsiderada no

cálculo da emissão fugitiva, já que o incremento de O2 no biogás indica a entrada de ar

atmosférico no maciço, em um movimento contrário ao observado no caso de emissão de

metano. Também foi observado que o crescimento na percentagem de O2, em relação ao

aumento da depressão estática, foi mais pronunciado até o valor de cerca de 20 mm de Hg,

parmanescendo praticamente constante a partir de então.

Page 161: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

160

Quanto à influência do tempo na velocidade do processo de degradação, ficou constatado que

a vazão específica da Célula 5, preenchida com resíduos mais recentes, foi mais que o dobro

da vazão específica da Macro Célula 1 (a abertura da Célula 5 se deu em maio de 2003 e a da

Macro Célula 1 em outubro de 97). Isto aponta na obtenção de elevados valores de k, com

tempos de meia vida curtos para o resíduo, nas condições climáticas existentes no local de

aterramento da cidade de Salvador.

Outro ponto importante a ser comentado é a cerca das emissões atmosféricas. Seus resultados

revelaram que a Célula 5, após receber a cobertura no mês de março de 2005, teve o seu valor

de emissão fugitiva decrescente, com a razão de emissão/captação caindo de cerca de 50%

para algo em torno de 12%. A mesma análise foi feita para a Macro Célula 1, que apresentava

área coberta desde o início do estudo. Os resultados também apresentam valores de emissão

fugitiva decrescente com o tempo, praticamente se anulando a partir de abril de 2005.

A estimativa da taxa de geração de metano no aterro foi necessária para que se pudesse

encontrar os valores de Lo e k. Para isto, houve a necessidade de se identificar qual era a

contribuição percentual de cada Célula na vazão total de metano, a partir da separação dos

drenos pertencentes a Macro Célula 1 e a Célula 5 e conhecer a razão emissão

fugitiva/captação de gás também de cada célula.

A partir dos valores calculados de taxa de geração de metano no aterro para os meses de julho

de 2004 e agosto de 2005, foram encontradas curvas de geração de gás e os parâmetros de Lo

e k., os quais foram comparados aos valores de Lo e k encontrados no laboratório de

Geotecnia Ambiental da UFBA e os valores destes parâmetros citados na literatura técnica.

A conclusão a que se chegou é que houve uma concordância entre os resultados de campo e

de laboratório para estes parâmetros quando estes valores são confrontados com os dados

normalmente apresentados na literatura técnica, contudo, percebe-se ser o valor de Lo

encontrado neste trabalho (de cerca de 89 m3 CH4/ton RSU) bem abaixo do sugerido na

literatura para países em desenvolvimento, normalmente de 180 m3 CH4/ton RSU a 240 m3

CH4/ton RSU. O valor de k obtido (em torno de 0,21 ano-1), por sua vez, se apresentou mais

elevado que os valores normalmente empregados. Sugere-se neste caso que a pesquisa

realizada seja estendida por um prazo maior, para que se possa validar os resultados

encontrados nesta dissertação.

Page 162: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

161

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166

APÊNDICE A - Método de calculo de Lo de laboratório

O processo inicial para se encontrar o Lo de laboratório de uma amostra de resíduo, foi a sua

caracterização. Em seguida foi calculado o BF total dos resíduos biodegradáveis, equação 3.1,

tomando-se como parâmetros para o cálculo, o STV e e os percentuais de cada componente

biodegradável do lixo. Chegou-se a estes valores a partir do cálculo do BF de cada

componente, equação 2.1, levando-se em consideração o teor de lignina. Para tanto

considerou-se os têxteis e madeira com a mesma fração biodegradável e STV de jornais

(BF=0,22; STV=94%), apresentada na Tabela 2.6. Para o caso de papel/papelão foi

considerada a média dos valores obtidos na mesma Tabela para papel e papelão (BF=0,645;

STV=95,2%).

Foi calculado ainda, o teor de umidade destes resíduos para que junto com o BF total, se

pudesse calcular a Massa total biodegradável seca por tonelada de lixo, em Kg, o MTBD,

equação 3.2. A esta MTBD foi multiplicado o TGG, Taxa de geração de gás, em m3/kg,

encontrando-se o PGG, Potencial de geração de gás por tonelada de resíduo (m3 /ton), equação

3.3. Adotou-se um valor médio de TGG de 0,9 m3 de gás por kg de massa seca biodegradável

(os valores apresentados na literatura para a TGG variam entre 0,7 e 1,2 m3 biogás/kg de

matéria orgânica seca decomposta). A este valor de PGG, foi multiplicado um fator FMET . de

0,6, correspondente a fração de metano na produção de biogás esperada, equação 3.6. Este

valor encontrado, é o valor do Lo.

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167

APÊNDICE B - Leituras de vazão de biogás e metano da Célula 5 e macro-Célula 1

São apresentados os valores das leituras em cada dreno da Célula 5 (Tabelas B-01 ate B-08) e

macro-Célula 1 (Tabelas B-09 ate B-16), bem como os valores obtidos das leituras efetuadas

na central de captação, que foram utilizados nas análises sobre os quais se discorre neste

trabalho, conforme Tabela B-18.

Para o cálculo do valor de metano em cada dreno, foi multiplicado o percentual de metano

lido no equipamento de medida pela vazão total de biogás e divido por cem.

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 CEL5CX04 16:11 26/07/2004 28,8 23,7 1,0 37,8 -2 5,1 33,0 173,0 49,82 CEL5CX05 16:15 26/07/2004 59,9 40,1 - - -1 6,6 33,0 204,0 122,23 CEL5CX06 15:04 26/07/2004 49,0 38,4 4,1 8,5 -2 0,5 33,0 41,0 20,14 CEL5CX07 16:23 26/07/2004 20,7 17,6 11,6 50,1 -6 2,9 33,0 97,0 20,15 CEL5DG02 14:55 26/07/2004 58,4 41,5 0,1 - -5 0 33,0 6,0 3,56 CEL5DG03 14:58 26/07/2004 59,5 40,5 - - -2 4 33,0 151,0 89,87 CEL5DG04 15:16 26/07/2004 43,4 35,1 4,5 17,0 -3 0,1 33,0 25,0 10,98 CEL5DG05 15:26 26/07/2004 60,1 39,9 - - 5 7,6 33,0 214,0 128,69 CEL5DG06 15:29 26/07/2004 61,0 39,0 - - 1 2,5 33,0 113,0 68,910 CEL5DG07 15:34 26/07/2004 59,7 40,3 - - 3 4,1 33,0 81,0 48,411 CEL5DG08 15:41 26/07/2004 59,4 40,5 0,1 - -3 1 33,0 81,0 48,112 CEL5DG09 15:49 26/07/2004 55,2 41,9 1,0 1,9 -2 1,8 33,0 101,0 55,813 CEL5DG10 15:53 26/07/2004 59,5 40,5 - - 5 8,4 33,0 229,0 136,314 CEL5DJ07 16:03 26/07/2004 4,1 5,1 18,7 72,1 -2 2,6 33,0 109,0 4,515 CEL5DJ08 15:56 26/07/2004 59,0 41,0 - - 0 0 33,0 6,0 3,516 CEL5DJ09 15:59 26/07/2004 47,2 38,7 3,0 11,1 -1 2,9 33,0 123,0 58,117 UFBAPZ02 15:11 26/07/2004 59,8 40,2 - - 6 6,6 33,0 0,0

868,5

Tabela B-01 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Jul / 2004

Page 169: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

168

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 CEL5CX04 19:11 17/08/2004 37,8 29,6 5,7 26,9 -3 5,4 26,7 184 69,62 CEL5CX05 19:14 17/08/2004 55,9 42,1 0 2 -2 5,6 30 186 104,03 CEL5CX06 18:05 17/08/2004 27,6 20,7 10,4 41,3 -4 0 25,6 0 0,04 CEL5CX07 19:20 17/08/2004 35,2 28,5 6,4 29,9 -1 0,6 27,8 54 19,05 CEL5DG02 17:57 17/08/2004 56,5 42 0 1,5 -3 0,1 32,1 9 5,16 CEL5DG03 18:01 17/08/2004 55,6 42 0 2,4 0 6,1 31,4 192 106,87 CEL5DG04 18:13 17/08/2004 46,6 36,3 2,9 14,2 -3 0,8 35,5 66 30,88 CEL5DG05 18:21 17/08/2004 56,7 41,9 0 1,4 5 7,6 32,1 215 121,99 CEL5DG06 18:25 17/08/2004 56,8 40,8 0 2,4 13 6,8 28,9 206 117,010 CEL5DG07 18:34 17/08/2004 54,9 43,2 0 1,9 -2 0,1 30 6 3,311 CEL5DG09 18:46 17/08/2004 56,8 41,4 0 1,8 16 1,6 34,1 96 54,512 CEL5DG10 18:52 17/08/2004 57,2 40,5 0 2,3 0 4,6 35,5 164 93,813 CEL5DG12 19:01 17/08/2004 42,1 33,4 4,3 20,2 -2 2,4 28,9 118 49,714 CEL5DJ07 19:05 17/08/2004 8,2 8,1 17,3 66,4 -4 1,6 25 99 8,115 CEL5DJ08 18:57 17/08/2004 51,8 40,2 1,4 6,6 -3 0,5 33,4 47 24,316 CEL5DJ09 18:16 17/08/2004 54,4 41 0,2 4,4 -3 -0,1 33,4 0 0,017 CEL5DJ10 19:51 17/08/2004 0,2 0,3 20,8 78,7 -15 0,3 20 30 0,118 CEL5DJ11 20:00 17/08/2004 17,2 14,8 12,6 55,4 -3 9,3 35,5 229 39,419 CEL6AD03 18:29 17/08/2004 9,1 16,3 15,7 58,9 -3 -3 20,5 0 0,020 UFBAPZ02 18:08 17/08/2004 58,4 39,9 0 1,7 18 18,1 19,6 0,0

847,3

Tabela B-02 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Ago / 2004

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0005 15:39 17/11/2004 14,6 23,5 7,5 54,4 -1 0 38 3 0,42 ANEL0006 15:53 17/11/2004 23,3 19 11,1 46,6 -3 0,2 25,6 19 4,43 CEL5AD01 14:23 17/11/2004 26 21,2 10,1 42,7 0 3 29,5 134 34,84 CEL5AD02 14:26 17/11/2004 47,7 37,4 2,6 12,3 -1 2,6 32,8 121 57,75 CEL5CX08 15:02 17/11/2004 54,5 40,9 0,3 4,3 -1 1,1 28,9 81 44,16 CEL5DE02 15:30 17/11/2004 54,4 42,2 0,1 3,3 -1 0,3 34,1 37 20,17 CEL5DG01 14:30 17/11/2004 53,5 41,9 0,4 4,2 -1 0,1 38 49 26,28 CEL5DG02 14:33 17/11/2004 52,5 40,8 0,8 5,9 -2 0,3 36,3 25 13,19 CEL5DG03 14:38 17/11/2004 55,3 42 0,1 2,6 2 2,2 31,4 109 60,310 CEL5DG04 14:45 17/11/2004 42,9 33,9 3,8 19,4 -1 0,2 36,3 18 7,711 CEL5DG05 15:09 17/11/2004 55,5 41 0 3,5 4 4,4 34,1 163 90,512 CEL5DG06 15:13 17/11/2004 55,4 40,9 0,2 3,5 0 0,6 30,7 64 35,513 CEL5DG07 15:19 17/11/2004 54,4 42 0,1 3,5 -2 0,1 32,1 16 8,714 CEL5DG08 15:42 17/11/2004 54,3 42,2 0,2 3,3 -2 0,8 35,5 62 33,715 CEL5DG10 15:27 17/11/2004 54,5 42 0,2 3,3 2 5 37,2 171 93,216 CEL5DG11 15:22 17/11/2004 48,6 39,4 1,4 10,6 -2 -0,1 30,7 0 0,017 CEL5DG12 14:57 17/11/2004 22,7 22 7,1 48,2 0 0 29,5 0 0,018 CEL5DJ07 16:15 17/11/2004 24 20,1 10,5 45,4 -1 1,4 34,1 90 21,619 CEL5DJ08 16:12 17/11/2004 53,2 41,8 0,3 4,7 -1 1,1 35,5 75 39,920 CEL5DJ09 16:08 17/11/2004 50,9 39,7 1,3 8,1 0 2,1 32,8 108 55,021 CEL5DJ10 16:03 17/11/2004 53,5 41,2 0,5 4,8 -1 1 34,1 76 40,722 CEL5DJ11 15:58 17/11/2004 56,4 37,7 0,5 5,4 -1 2,1 34,1 112 63,223 CEL6DJ12 15:35 17/11/2004 15,9 15,2 12,8 56,1 -1 0,5 38 61 9,724 CJL5DG09 15:48 17/11/2004 43,5 35,2 3,2 18,1 0 2,6 34,1 119 51,825 UFBAPZ02 14:41 17/11/2004 55,7 41,8 0,1 2,4 5 1,2 27,3 130 72,4

884,7

Tabela B-03 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Nov / 2004

Page 170: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

169

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN010 11:53 09/03/2005 29,1 23,3 8,9 38,7 -2 4,2 31,1 104 30,32 000AN011 12:03 09/03/2005 57,8 40,2 0,5 1,5 -4 8,9 30,2 156 90,23 000AN012 12:23 09/03/2005 50,6 36,8 1,6 11 -5 10 31,2 247 125,04 000AN013 14:13 09/03/2005 5,4 5,9 16,3 72,4 -9 0,6 31,1 25 1,45 000AN014 14:16 09/03/2005 40,8 30,2 4,4 24,6 -12 13,5 30,1 278 113,46 000DC018 11:50 09/03/2005 31,9 24,5 7,9 35,7 -2 3,3 30,1 51 16,37 000DC019 12:00 09/03/2005 33,1 25 8 33,9 -10 4,6 30,2 108 35,78 000DC020 12:13 09/03/2005 24,5 18,8 10,7 46 0 0,8 31,1 0 0,09 000DC022 12:17 09/03/2005 44,5 33,2 3,4 18,9 -12 3,6 29,9 118 52,510 000DE002 14:48 09/03/2005 55,7 40,8 0,7 2,8 -12 1,4 31 79 44,011 000DG057 11:46 09/03/2005 52,9 39,4 1,1 6,6 -23 2,1 31,1 25 13,212 000DG058 11:57 09/03/2005 56,9 39,5 0,7 2,9 17 6,9 30,2 203 115,513 000DG059 12:21 09/03/2005 25,4 21,4 8 45,2 -10 3 29,9 114 29,014 000DG060 14:19 09/03/2005 50,6 35 2,7 11,7 -8 15 31,2 289 146,215 000DG061 14:23 09/03/2005 49,5 35,1 2,7 12,7 -12 11 31,2 256 126,716 000DG062 14:31 09/03/2005 18,3 11,3 14,5 55,9 -24 1,2 31,2 6 0,517 000DG063 14:45 09/03/2005 31,3 23 8,9 36,8 -26 0,9 31,2 44 6,918 000DG065 14:52 09/03/2005 45,6 33,3 4 17,1 -5 13,1 31 201 91,719 000DJ009 15:18 09/03/2005 12,8 9,9 15,6 61,7 -9 -0,9 30,3 0 0,0

1.038,5

Tabela B-04 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Mar / 2005

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 14:34 29/04/2005 11,9 9,6 15,9 62,6 -2 1,6 31,1 95 11,32 000AN008 14:19 29/04/2005 50,7 37,3 1,9 10,1 -9 11,2 30 260 131,83 000AN009 14:17 29/04/2005 53,8 38,6 1,2 6,4 -4 1,3 30 87 46,84 000AN010 14:09 29/04/2005 49,3 36,6 2,9 11,2 -4 1,4 31,1 90 44,45 000AN011 14:02 29/04/2005 34,4 24,9 8,4 32,3 -1 0 30,1 3 1,06 000AN012 13:57 29/04/2005 38 29,2 5,6 27,2 -1 2,4 30,1 118 44,87 000AN013 13:43 29/04/2005 10,2 10 14,4 65,4 -6 1,4 31,1 88 9,08 000AN015 13:30 29/04/2005 37,6 25,9 7,7 28,8 -13 0 31,1 0 0,09 000AN019 13:40 29/04/2005 40,3 29,8 5,4 24,5 -6 5,5 31,1 182 73,310 000DC016 14:24 29/04/2005 46,1 34,1 4 15,8 -3 1,3 30 86 39,611 000DC017 14:29 29/04/2005 33,3 26,5 7,3 32,9 -5 2,2 30 111 37,012 000DC018 14:12 29/04/2005 33,9 26,3 7,7 32,1 -10 8,2 31,1 222 75,313 000DC019 14:05 29/04/2005 54,8 38,9 1,5 4,8 -4 2,6 30,1 123 67,414 000DC020 13:59 29/04/2005 31,7 24,1 8,8 35,4 -4 -2,4 30,1 0 0,015 000DC021 13:49 29/04/2005 45,9 34,3 3,8 16 -9 2 30,1 108 49,616 000DC022 13:54 29/04/2005 18 15,5 12,1 54,4 -7 4,8 30,1 171 30,817 000DC023 13:45 29/04/2005 4,5 3,7 18,6 73,2 0 0,3 31,1 25 1,118 000DE002 13:18 29/04/2005 60,8 39 0,2 0 -8 0,9 31,1 71 43,219 000DG056 14:21 29/04/2005 46,9 35 3 15,1 -8 6,4 30 195 91,520 000DG057 14:14 29/04/2005 52,9 39,3 1,6 6,2 -16 0,2 30 22 11,621 000DG058 14:07 29/04/2005 58 40,4 0,5 1,1 -9 8 30,1 223 129,322 000DG059 13:52 29/04/2005 36,1 29,2 5,2 29,5 -12 1,8 30,1 101 36,523 000DG060 13:35 29/04/2005 60,5 39,1 0,4 0 -3 -0,6 31,1 0 0,024 000DG061 13:32 29/04/2005 60 39,4 0,6 0 -7 4,9 31,1 175 105,025 000DG062 13:27 29/04/2005 61,5 38,1 0,4 0 -13 0,4 31,1 33 10,126 000DG063 13:11 29/04/2005 57,7 38,8 1,4 2,1 -33 0,1 31,1 12 3,527 000DG065 13:15 29/04/2005 61,3 38,5 0,2 0 -2 6,5 31,1 202 123,828 000DJ007 14:26 29/04/2005 51,4 36,6 2,4 9,6 -7 1,7 30 103 52,929 000DJ009 12:48 29/04/2005 32,8 24,5 8,5 34,2 -19 11,6 31,1 262 43,0

1.313,7

Tabela B-05 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Abr / 2005

Page 171: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

170

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 14:31 25/05/2005 17,1 14,6 13,2 55,1 -8 8,5 31,1 223 38,12 000AN008 14:12 25/05/2005 47,5 37 2 13,5 -8 8 31,1 219 104,03 000AN009 14:05 25/05/2005 50,5 38,1 1,4 10 -6 6,3 31,1 195 98,54 000AN010 13:51 25/05/2005 41 33,3 3,4 22,3 -1 0 31,1 3 1,25 000AN011 13:40 25/05/2005 50,3 36,4 3 10,3 -1 -0,1 31,1 0 0,06 000AN012 13:34 25/05/2005 42,5 33,4 3,8 20,3 -2 0,7 31,1 64 27,27 000AN013 11:11 25/05/2005 13,6 13,8 12,3 60,3 -6 1,1 31,1 78 10,68 000AN015 10:54 25/05/2005 31,3 23,7 9 36 -5 0,1 31,1 6 1,99 000AN019 11:09 25/05/2005 44,1 35,1 2,9 17,9 -4 3,3 31,1 136 60,010 000DC016 14:20 25/05/2005 48 36,5 2,7 12,8 -3 2 31,1 108 51,811 000DC017 14:27 25/05/2005 33,3 27,2 7 32,5 -5 1,2 31,1 82 27,312 000DC018 13:55 25/05/2005 18,4 15,4 12,9 53,3 -6 6,3 31,1 192 35,313 000DC019 13:44 25/05/2005 41,7 32 4,7 21,6 -2 1,3 31,1 82 34,214 000DC020 13:37 25/05/2005 19,4 15,5 12,7 52,4 -2 2,9 31,1 130 25,215 000DC022 13:31 25/05/2005 20,8 18 11,1 50,1 -4 3,3 31,1 138 28,716 000DC023 13:21 25/05/2005 13,2 10,9 15,1 60,8 -5 3,6 31,1 145 19,117 000DG056 14:16 25/05/2005 44,3 35,1 2,9 17,7 -9 4,5 31,1 162 71,818 000DG057 14:01 25/05/2005 51,6 39,3 1 8,1 -12 -0,2 31,1 0 0,019 000DG058 13:47 25/05/2005 55,8 40,8 0,6 2,8 -7 4,7 31,1 166 92,620 000DG059 13:27 25/05/2005 37,7 30,2 4,6 27,5 -7 1,8 31,1 100 37,721 000DG060 11:03 25/05/2005 56,8 41,2 0,3 1,7 0 4,3 31,1 161 91,422 000DG061 10:58 25/05/2005 56,2 40,3 0,5 3 -1 1,8 31,1 103 57,923 000DG062 10:48 25/05/2005 46,2 34,3 3,8 15,7 -4 0,3 31,1 28 6,524 000DG063 10:32 25/05/2005 57,6 41,2 0,4 0,8 -23 0,7 31,1 64 18,425 000DG065 10:36 25/05/2005 56,8 40,9 0,4 1,9 0 4 31,1 154 87,526 000DE002 10:39 25/05/2005 57,2 40,7 0,3 1,8 -3 0,9 31,1 74 42,327 000DJ007 14:23 25/05/2005 49,2 36,8 2,1 11,9 -6 0,3 31,1 28 13,828 000DJ009 09:47 25/05/2005 31,5 24,1 8,4 36 -18 6,2 31,1 189 29,8

1.112,9

Tabela B-06 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Mai / 2005

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 16:54 11/06/2005 14,4 11,7 14,8 59,1 -18 9,8 32,1 237 34,12 000AN008 16:43 11/06/2005 46,7 34,6 3,3 15,4 -12 16 33,1 307 143,43 000AN009 16:39 11/06/2005 52,6 37,6 2 7,8 -4 0,3 31,1 25 13,24 000AN010 16:31 11/06/2005 48,5 35,4 3 13,1 -3 1,1 32,8 80 38,85 000AN011 16:30 11/06/2005 51,8 36,5 3,2 8,5 -2 0 33,3 0 0,06 000AN012 16:18 11/06/2005 41,4 31,4 4,3 22,9 -2 0,2 31,1 19 7,97 000AN013 16:13 11/06/2005 2,2 2,5 18,9 76,4 -15 1,5 32,9 90 2,08 000AN015 16:03 11/06/2005 58,7 39,5 0,8 1 8 -1,1 32,9 0 0,010 000DC016 16:48 11/06/2005 27,9 20,6 10,6 40,9 -4 0,9 32,1 73 20,411 000DC017 16:52 11/06/2005 33,7 26,2 8,2 31,9 -9 2,1 30,6 111 37,412 000DC018 16:37 11/06/2005 31,5 25 8,3 35,2 -13 10,3 34,1 243 76,513 000DC019 16:35 11/06/2005 37,7 28,6 6,7 27 -3 1,3 33,3 85 32,014 000DC020 16:28 11/06/2005 8,5 7 17,3 67,2 -1 0,9 23,5 75 6,415 000DC021 16:26 11/06/2005 51,1 36,9 2,3 9,7 -15 2,7 32,2 127 64,916 000DC022 16:21 11/06/2005 15,4 13,7 13,1 57,8 -2 0,9 32,2 72 11,117 000DC023 16:15 11/06/2005 12,8 10,8 14,9 61,5 -2 1,2 32,9 79 10,118 000DE002 15:42 11/06/2005 58,4 40,5 0,8 0,3 -6 2,1 32,1 109 63,719 000DG056 16:45 11/06/2005 43,4 32,6 3,8 20,2 -15 7,8 31,1 216 93,720 000DG057 16:41 11/06/2005 48,7 36,5 2,4 12,4 -22 0,2 33,2 19 9,321 000DG058 16:33 11/06/2005 56,9 39,5 1,3 2,3 -13 9,3 32,6 236 134,322 000DG059 16:23 11/06/2005 33,8 27,6 6 32,6 -15 1,9 32,1 103 34,823 000DG060 16:08 11/06/2005 58,9 39,6 0,7 0,8 -3 7 32,9 205 120,724 000DG061 16:06 11/06/2005 57,5 39,9 1 1,6 -5 3,1 32,9 134 77,125 000DG062 16:01 11/06/2005 58,7 40,1 0,3 0,9 -10 -0,6 32,9 0 0,026 000DG065 15:34 11/06/2005 58,5 40,4 0,4 0,7 -4 3 32,1 135 79,028 000DJ007 16:50 11/06/2005 34,1 25,1 8,1 32,7 -12 -0,4 30,1 0 0,029 000DJ009 14:50 11/06/2005 33 25 7,7 34,3 -17 -8,8 32,1 0 0,0

1.110,7

Tabela B-07 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Jun / 2005

Page 172: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

171

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AD002 15:53 30/08/2005 23,9 18,5 12 45,6 -15 12,2 39,9 258 61,7 2 000AN008 15:36 30/08/2005 24,7 19,7 10,6 45 -13 8 38,8 210 51,9 3 000AN009 15:29 30/08/2005 28,6 22,4 9,6 39,4 -10 0,5 33,4 41 11,7 4 000AN010 15:14 30/08/2005 25,6 19,8 10,8 43,8 -12 3,6 39,4 137 35,1 5 000AN011 15:08 30/08/2005 60,6 39,2 0,2 0 -8 1,3 38,7 84 50,9 6 000AN012 14:47 30/08/2005 23,2 18,1 11,6 47,1 -8 0,8 38 66 15,3 7 000AN013 14:34 30/08/2005 10,8 8,8 15,6 64,8 -10 1,2 37,8 79 8,5 8 000AN015 14:22 30/08/2005 28,3 19,6 11 41,1 -8 0 34,2 0 - 9 000DC016 15:43 30/08/2005 33,6 24,2 9,1 33,1 -6 2,8 29,8 128 43,0 10 000DC017 15:50 30/08/2005 35,5 26,8 7,3 30,4 -16 6,9 34,5 200 71,0 11 000DC018 15:25 30/08/2005 34,1 25,8 8,4 31,7 -8 2,1 37,2 108 36,8 12 000DC019 15:21 30/08/2005 40,3 30,5 6,4 22,8 -5 2,2 31,2 111 44,7 13 000DC020 15:02 30/08/2005 22,9 17,3 12,4 47,4 -6 0,5 38,2 40 9,2 14 000DC021 14:57 30/08/2005 45,7 34,4 3,2 16,7 -18 0,1 32,1 12 5,5 15 000DC022 14:43 30/08/2005 31,7 25,5 7,5 35,3 -17 0 33,8 0 - 16 000DC023 14:38 30/08/2005 17,4 13,6 13,7 55,3 -11 4,4 37,2 156 27,1 17 000DG056 15:39 30/08/2005 40,3 31,2 5,4 23,1 -13 2,1 38,2 105 42,3 18 000DG057 15:32 30/08/2005 45,9 35,2 3,3 15,6 -23 0,3 44,3 26 11,9 19 000DG058 15:18 30/08/2005 55,6 39,4 1,5 3,5 -17 4,1 33,8 153 85,1 20 000DG059 14:53 30/08/2005 60,7 39 0,3 0 -11 1,7 34,4 100 60,7 21 000DG060 14:30 30/08/2005 60,3 39,4 0,3 0 -1 8,4 32,3 231 139,3 22 000DG061 14:26 30/08/2005 59,7 39,8 0,5 0 -1 1 34,2 77 46,0 23 000DG062 14:18 30/08/2005 60,7 39,2 0,1 0 -10 0,6 35,4 54 16,4 24 000DG063 13:11 30/08/2005 60,1 39,5 0,4 0 -6 0,5 31,6 42 12,6 25 000DG065 14:09 30/08/2005 60,3 39,4 0,3 0 2 3,3 35,6 141 85,0 26 000DJ007 15:47 30/08/2005 46 32,9 4,7 16,4 -4 3,9 38,2 145 66,7 27 000DJ009 12:55 30/08/2005 59,8 39,9 0,3 0 1 0,9 38,2 72 21,5 28 NOVO0008 13:17 30/08/2005 55,7 38,6 1,6 4,1 -4 3,9 37,2 147 81,9 29 NOVO0009 13:21 30/08/2005 51,6 39,5 2,4 6,5 -1 0,3 37,2 27 13,9 30 NOVO0021 14:13 30/08/2005 59,3 40,3 0,4 0 -1 5,7 33,2 187 110,9 31 NOVO0026 13:05 30/08/2005 40,5 29,3 6,7 23,5 -3 0,7 39,4 55 22,3 32 NOVO0033 12:50 30/08/2005 0,5 0,5 20,7 78,3 -44 0 33,2 3 0,0 33 000DE002 14:05 30/08/2005 59,5 40,2 0,3 0 -8 1 34,7 76 45,2

1.334,2

Tabela B-08 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 5 - Ago / 2005

Page 173: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

172

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 08:43 26/07/2004 59,3 40,0 0,7 - -7 13,4 33,0 285,0 169,02 ANEL0002 08:49 26/07/2004 61,8 38,2 - - -15 4 26,0 0 0,03 ANEL0003 09:23 26/07/2004 19,2 26,3 2,2 52,3 -11 3 33,0 28,0 5,44 MACR0001 11:20 26/07/2004 15,2 13,4 13,8 57,6 -14 1,5 33,0 90,0 13,75 MACR0002 13:23 26/07/2004 45,2 36,1 3,6 15,1 -12 4,5 33,0 160,0 72,36 MACR0004 11:40 26/07/2004 57,3 42,7 - - -17 0 33,0 3,0 1,77 MACR0005 13:18 26/07/2004 27,7 22,7 9,4 40,2 -17 0,4 33,0 37,0 10,28 MACR0006 11:27 26/07/2004 57,9 42,1 - - -18 -0,1 33,0 - 0,09 MACR0008 11:35 26/07/2004 57,5 42,4 0,1 - -10 0 33,0 - 0,010 MACR0009 11:30 26/07/2004 56,3 39,0 1,4 3,3 -17 0 33,0 - 0,011 MACR0010 09:55 26/07/2004 49,8 41,8 0,3 8,1 -8 0,4 33,0 31,0 15,412 MACR0011 09:31 26/07/2004 59,7 40,3 - - -9 0,1 33,0 6,0 3,613 MACR0012 11:54 26/07/2004 54,6 41,1 1,1 3,2 -8 0 33,0 3,0 1,614 MACR0013 09:52 26/07/2004 57,3 42,6 0,1 - -9 0,2 33,0 16,0 9,215 MACR0014 09:34 26/07/2004 25,4 25,0 6,0 43,6 -7 1,4 33,0 87,0 22,116 MACR0015 09:27 26/07/2004 58,9 41,1 - - -10 0 33,0 - 0,017 MACR0016 09:49 26/07/2004 3,4 9,1 11,6 75,9 -9 0,7 33,0 56,0 1,918 MACR0017 09:37 26/07/2004 13,7 17,8 7,8 60,7 -7 1,2 33,0 80,0 11,019 MACR0018 09:09 26/07/2004 50,6 41,6 - 7,8 -9 8 33,0 68,0 34,420 MACR0019 09:44 26/07/2004 23,4 24,1 5,6 46,9 -5 1,7 33,0 96,0 22,521 MACR001J 08:53 26/07/2004 37,5 34,2 1,8 26,5 -17 3 33,0 28,0 10,522 MACR0020 09:41 26/07/2004 16,6 22,5 4,8 56,1 -10 0 33,0 6,0 1,023 MACR0021 09:13 26/07/2004 43,7 36,3 2,4 17,6 -10 2 33,0 16,0 7,024 MACR0023 13:26 26/07/2004 58,8 41,2 - - -9 2,2 33,0 112,0 65,925 MACR0024 10:20 26/07/2004 38,2 30,5 5,8 25,5 -5 1,1 33,0 75,0 28,726 MACR0025 10:23 26/07/2004 39,2 31,8 4,5 24,3 -6 0,3 33,0 25,0 9,827 MACR0026 10:26 26/07/2004 60,3 39,7 - - -5 0 33,0 3,0 1,828 MACR0028 10:05 26/07/2004 57,0 42,7 0,3 - -6 1 33,0 76,0 43,329 MACR0029 10:08 26/07/2004 49,2 39,6 2,6 8,6 -5 1,3 33,0 85,0 41,830 MACR002J 11:47 26/07/2004 37,2 31,3 5,5 26,0 -15 1 33,0 71,0 26,431 MACR0030 10:34 26/07/2004 0,9 0,4 20,4 78,3 -7 0 33,0 - 0,032 MACR0032 10:53 26/07/2004 53,7 43,5 0,7 2,1 -6 0,9 33,0 72,0 38,733 MACR0033 10:47 26/07/2004 39,0 32,2 5,2 23,6 -5 1 33,0 72,0 28,134 MACR0035 10:43 26/07/2004 55,2 44,2 0,6 - -6 0,1 33,0 12,0 6,635 MACR0036 11:02 26/07/2004 54,6 44,0 1,4 - -6 0,1 33,0 9,0 4,936 MACR0037 10:50 26/07/2004 24,5 20,8 10,9 43,8 -5 0,8 33,0 63,0 15,437 MACR0038 13:51 26/07/2004 58,6 41,4 - - -7 0 33,0 3,0 1,838 MACR003J 11:10 26/07/2004 37,3 32,1 5,0 25,6 -8 0,9 33,0 71,0 26,539 MACR0040 11:14 26/07/2004 51,3 42,0 1,5 5,2 -9 1,2 33,0 81,0 41,640 MACR0041 13:58 26/07/2004 58,3 41,6 0,1 - -3 0,5 33,0 42,0 24,541 MACR0042 13:54 26/07/2004 58,7 40,6 0,7 - -1 0,4 33,0 38,0 22,342 MACR0043 13:45 26/07/2004 35,4 29,6 5,9 29,1 -2 0,2 33,0 19,0 6,743 MACR0044 13:37 26/07/2004 39,8 32,1 6,3 21,8 -13 0 33,0 3,0 1,244 MACR0047 13:42 26/07/2004 54,3 41,6 1,4 2,7 -2 0,2 33,0 19,0 10,345 MACR0048 14:16 26/07/2004 17,9 13,7 14,3 54,1 -7 9,7 33,0 236,0 42,246 MACR0049 14:07 26/07/2004 45,0 34,6 4,4 16,0 -4 0,9 33,0 72,0 32,447 MACR004J 11:50 26/07/2004 57,5 42,5 - - -5 0,6 33,0 51,0 29,348 MACR0050 13:33 26/07/2004 59,2 40,8 - - -15 0,2 33,0 19,0 11,249 MACR0051 11:17 26/07/2004 22,4 18,7 11,8 47,1 -10 2,2 33,0 112,0 25,150 MACR0052 11:06 26/07/2004 51,9 41,7 1,9 4,5 -6 0 33,0 6,0 3,151 MACR0053 10:56 26/07/2004 57,4 42,5 0,1 - -4 2,8 33,0 126,0 72,352 MACR0054 10:59 26/07/2004 17,0 15,1 12,8 55,1 -7 0,4 33,0 34,0 5,853 MACR0055 14:21 26/07/2004 0,0 0,2 20,8 78,8 -7 8,4 33,0 222,0 0,154 MACR005J 09:03 26/07/2004 41,1 28,5 7,7 22,7 -10 -0,1 3,0 - 0,055 MACR006J 11:44 26/07/2004 57,7 42,3 - - -15 0,1 33,0 12,0 6,956 MACRCD06 14:12 26/07/2004 31,7 27,2 6,3 34,8 -10 4,8 33,0 168,0 53,357 MACRCX01 14:42 26/07/2004 55,4 41,8 1,0 1,8 -4 0 33,0 - 0,058 MACRCX02 14:45 26/07/2004 56,6 42,8 0,6 - -5 1,4 33,0 88,0 49,859 MACRCX03 14:48 26/07/2004 21,5 16,6 12,8 49,1 -5 1,5 33,0 91,0 19,660 MACRDC01 08:57 26/07/2004 23,4 21,1 9,0 46,5 -2 2 33,0 106,0 24,861 MACRDC02 10:02 26/07/2004 15,4 13,5 13,7 57,4 -2 1,7 33,0 97,0 14,962 MACRDC03 09:59 26/07/2004 34,8 31,2 4,6 29,4 -2 2,5 33,0 119,0 41,463 MACRDC04 10:11 26/07/2004 26,3 23,3 9,1 41,3 -1 3 33,0 128,0 33,764 MACRDC05 14:09 26/07/2004 13,0 10,1 15,7 61,2 -9 4,4 33,0 157,0 20,465 MACRDC07 13:30 26/07/2004 51,5 39,5 2,4 - -12 0,5 33,0 40,0 20,666 MACRDC08 14:26 26/07/2004 31,2 26,6 6,6 35,6 -4 6,4 33,0 194,0 60,567 MACRDC09 11:24 26/07/2004 27,3 27,4 4,5 40,8 -5 7,7 33,0 211,0 57,668 MACRDC10 11:38 26/07/2004 32,8 32,2 2,6 32,4 -3 6,2 33,0 189,0 62,069 MACRDC11 14:03 26/07/2004 56,1 43,5 0,3 0,0 -1 0,9 33,0 69,0 38,770 MACRNOVO13:48 26/07/2004 59,5 40,5 - - -4 0 33,0 3,0 1,8

1.586,3

Tabela B-09 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Jul / 2004

Page 174: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

173

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 13:18 04/08/2004 53,4 39,2 1,4 6 -11 21,2 46,8 328 175,22 ANEL0002 13:25 04/08/2004 57,4 40,9 0,2 1,5 -30 0,1 34,7 0 0,03 ANEL0003 14:09 04/08/2004 23,3 28,4 0,4 47,9 -7 0,1 44 3 0,74 MACR0001 16:35 04/08/2004 23 19,8 10,2 47 -6 0,7 52,7 0 0,05 MACR0002 17:29 04/08/2004 31 25,2 7,9 35,9 -13 17,2 48,2 202 62,66 MACR0004 16:58 04/08/2004 56,8 42,2 0,2 0,8 -23 2 46,2 49 27,87 MACR0005 17:25 04/08/2004 11,5 10 15,3 63,2 -7 2,2 27,5 92 10,68 MACR0008 16:51 04/08/2004 3,9 3,1 19,5 73,5 -31 -0,2 29,8 0 0,09 MACR0009 16:47 04/08/2004 29,8 19,8 10,2 40,2 -31 0,1 29,8 0 0,010 MACR0010 14:46 04/08/2004 48,2 39 0,2 12,6 -15 0,7 44,2 0 0,011 MACR0011 14:18 04/08/2004 56,4 42,1 0,2 1,3 -19 0 42,2 3 1,712 MACR0012 17:19 04/08/2004 56,4 40,3 0,4 2,9 -30 0 30,3 3 1,713 MACR0013 14:43 04/08/2004 56 42,3 0,3 1,4 -17 0 29,9 0 0,014 MACR0014 14:22 04/08/2004 29,3 29,5 2 39,2 -15 4,9 15,2 84 24,615 MACR0015 14:13 04/08/2004 53,6 41 0,8 4,6 -24 0 41,1 0 0,016 MACR0016 14:40 04/08/2004 23,2 25,7 2,8 48,3 -19 0,1 50,4 19 4,417 MACR0017 14:25 04/08/2004 9,7 12,8 10,7 66,8 -9 0 43,4 0 0,018 MACR0019 14:34 04/08/2004 30 30,1 1,6 38,3 0 0 38,4 0 0,019 MACR001J 13:29 04/08/2004 33 32,5 1,1 33,4 -29 0 42 3 1,020 MACR0020 14:29 04/08/2004 1,8 1,2 20,2 76,8 -31 -8,4 32,1 0 0,021 MACR0021 14:06 04/08/2004 29,1 28 3,5 39,4 -22 1,4 47,4 67 19,522 MACR0023 17:36 04/08/2004 57,3 42,4 0 0,3 -26 0,1 8 0 0,023 MACR0024 15:11 04/08/2004 43,1 34,3 3,6 19 -5 1,3 47 0 0,024 MACR0025 15:14 04/08/2004 29,9 23,3 9,2 37,6 -4 0,5 42,2 0 0,025 MACR0026 15:18 04/08/2004 12 9,4 15,9 62,7 -3 1,1 40,1 82 9,826 MACR0027 15:23 04/08/2004 17,7 15,7 11,7 54,9 -3 0,8 47,6 45 8,027 MACR0028 15:00 04/08/2004 53,5 41,8 0,4 4,3 -6 4,2 32,7 113 60,528 MACR0029 15:04 04/08/2004 42,6 33,6 3,7 20,1 -12 1,7 50,5 0 0,029 MACR002J 17:10 04/08/2004 17,1 14,7 13,2 55 -23 3,9 51 111 19,030 MACR0030 15:30 04/08/2004 10,5 8,6 16,4 64,5 -4 0,7 40,3 36 3,831 MACR0031 15:27 04/08/2004 20,1 17,4 11,6 50,9 -1 0 43,5 0 0,032 MACR0032 15:56 04/08/2004 53 40,4 0,9 5,7 -16 0,1 40,7 3 1,633 MACR0033 15:40 04/08/2004 47,9 37,2 1,5 13,4 0 0,2 51,7 14 6,734 MACR0036 16:06 04/08/2004 35,9 28,6 4,5 31 0 13,2 47,5 259 93,035 MACR0037 15:44 04/08/2004 41,2 33,1 4,2 21,5 0 0 40,8 0 0,036 MACR003J 16:15 04/08/2004 34,7 28,3 5,9 31,1 -14 2,3 53,4 90 31,237 MACR0040 16:20 04/08/2004 50 38,5 1,8 9,7 -16 1,1 42,6 69 34,538 MACR004J 17:15 04/08/2004 37,1 30 5 27,9 -18 5,1 47 159 59,039 MACR0051 16:29 04/08/2004 21,9 18,1 11,1 48,9 -31 -26,7 49,7 0 0,040 MACR0052 16:12 04/08/2004 41,5 32,3 4,6 21,6 -13 2,6 48,6 0 0,041 MACR0053 15:48 04/08/2004 55,7 42 0,3 2 -5 9,7 47,4 213 118,642 MACR0054 15:59 04/08/2004 27,8 24 7,6 40,6 -3 0,1 56,6 13 3,643 MACR005J 13:36 04/08/2004 57 42,4 0,1 0,5 -24 0 45,9 5 2,944 MACR006J 17:06 04/08/2004 39,5 30,8 5,3 24,4 -33 0,4 32,2 12 4,745 MACRDC01 13:40 04/08/2004 2,9 4,5 17,1 75,5 0 0 40 150 4,446 MACRDC02 14:55 04/08/2004 35,6 29,6 4,4 30,4 -4 6,8 43,8 121 43,147 MACRDC03 14:51 04/08/2004 48,9 39 1,1 11 0 0,1 41,6 9 4,448 MACRDC04 15:07 04/08/2004 32,5 27,7 5,2 34,6 -4 6,7 42,3 149 48,449 MACRDC07 17:41 04/08/2004 36 27,2 6,8 30 -29 0,6 29,9 22 7,950 MACRDC09 16:41 04/08/2004 26,2 27,2 2,9 43,7 -8 16,8 38,8 298 78,151 MACRDC10 16:54 04/08/2004 40,9 35 1,4 22,7 -1 1,6 35,1 81 33,1

1.006,0

Tabela B-10 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Ago / 2004

Page 175: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

174

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 08:50 17/11/2004 25,9 24 7,3 42,8 -8 6,8 34,1 195 50,52 ANEL0002 08:54 17/11/2004 38,1 27,4 2,8 31,7 -4 0,3 26,7 26 9,93 ANEL0003 09:13 17/11/2004 35,1 30,2 3,1 31,6 0 1,3 29,5 83 29,14 ANEL0004 10:02 17/11/2004 53,9 40,9 0,4 4,8 -4 0 30,7 3 1,65 MACR0001 10:44 17/11/2004 13,5 12 14,1 60,4 -7 1,7 38 94 12,76 MACR0002 11:43 17/11/2004 20,7 19 10 50,3 -2 1 36,3 71 14,77 MACR0004 11:17 17/11/2004 45,8 38,2 1,7 14,3 -8 0,2 36,3 18 8,28 MACR0005 11:40 17/11/2004 14,7 13,1 13,3 58,9 -2 0,3 34,8 28 4,19 MACR0006 10:53 17/11/2004 35,2 28,9 6,4 29,5 -9 0,1 32,8 12 4,2

10 MACR0008 11:02 17/11/2004 52,2 42,1 0,3 5,4 0 0,1 32,1 9 4,711 MACR0009 10:57 17/11/2004 48,1 37,6 2,1 12,2 -10 0,1 27,3 6 2,912 MACR0010 09:45 17/11/2004 34,2 30,7 3,5 31,6 -6 0,2 32,8 19 6,513 MACR0011 09:21 17/11/2004 55,4 43,6 0,2 0,8 -2 1,5 32,8 91 50,414 MACR0012 11:34 17/11/2004 52,6 40,5 0,4 6,5 -3 0 27,3 3 1,615 MACR0013 09:42 17/11/2004 54,7 41,9 0,2 3,2 -7 0 27,3 0 0,016 MACR0015 09:18 17/11/2004 54,9 44,6 0,2 0,3 -2 1,4 33,4 88 48,317 MACR0016 09:39 17/11/2004 51 38,3 1,3 9,4 0 0 26,2 0 0,018 MACR0018 09:08 17/11/2004 55,3 36 0,2 8,5 -2 1,6 39,6 94 52,019 MACR0019 11:30 17/08/2004 26,2 27,3 2,8 43,7 -4 1,4 30 88 23,120 MACR001J 08:58 17/11/2004 36,5 24,9 0,6 38 -11 1,5 33,4 92 33,621 MACR0021 09:11 17/11/2004 46,9 37,8 0,4 14,9 -2 1,4 37,2 87 40,822 MACR0023 11:47 17/11/2004 27,3 24 8,4 40,3 -3 1,6 37,2 92 25,123 MACR0024 10:08 17/11/2004 45,1 35,8 2,4 16,7 -2 0,2 36,3 16 7,224 MACR0025 10:14 17/11/2004 26,8 21,6 8,7 42,9 -1 0,8 30 69 18,525 MACR0026 10:19 17/11/2004 54,8 40,9 0,3 4 -3 0 32,8 0 0,026 MACR0027 15:23 04/08/2004 17,7 15,7 11,7 54,9 -3 0,8 47,6 57 10,127 MACR0028 10:22 03/09/2004 0,07 1,9 20 77,4 -4 0,2 30 16,00 0,028 MACR0029 09:56 17/11/2004 51,6 41,5 0,4 6,5 -3 0,5 37,2 43 22,229 MACR002J 11:26 17/11/2004 52,3 40,4 0,4 6,9 -5 0,2 38,8 15 7,830 MACR0030 14:46 08/12/2004 19,8 18,4 10 51,8 -4 2,4 27,3 118 23,431 MACR0031 10:35 22/12/2004 3,6 3,4 18,4 74,6 0 -0,1 31,1 0 0,032 MACR0032 16:12 07/12/2004 41,2 29,5 4,8 24,5 -19 3,2 39,6 131 54,033 MACR0033 15:37 07/12/2004 56,4 35,7 1,3 6,6 0 0 33,4 0 0,034 MACR0034 09:29 07/10/2004 55 43,3 0,1 1,6 -11 0,1 31,4 12 6,635 MACR0035 10:31 17/11/2004 15,1 12,6 13,8 58,5 -2 2,7 29,5 124 18,736 MACR0037 09:53 07/10/2004 13,2 11,3 14 61,5 -6 4,3 34,1 156 20,637 MACR0038 12:21 17/11/2004 51,6 42,6 0,3 5,5 -4 1,1 28,9 80 41,338 MACR003J 14:16 08/12/2004 32,4 28,2 5,5 33,9 -8 2,4 43,5 109 35,339 MACR0040 10:38 17/11/2004 1 1,2 20 77,8 -5 0 27,8 0 0,040 MACR0041 12:30 17/11/2004 52,1 41,3 0,2 6,4 0 1,5 30,7 96 50,041 MACR0042 12:26 17/11/2004 51,4 41,7 0,3 6,6 0 0,3 33,4 28 14,442 MACR0043 11:51 17/11/2004 19,7 16,4 12,3 51,6 -7 0 25,6 0 0,043 MACR0044 12:01 17/11/2004 30,5 27,5 7,5 34,5 -9 0 28,9 0 0,044 MACR0047 12:08 17/11/2004 19,3 16,6 12 52,1 0 0 25,6 3 0,645 MACR0048 12:48 17/11/2004 31,6 25,4 8 35 -3 4,3 34,1 156 49,346 MACR0049 12:38 17/11/2004 53,6 40,2 0,4 5,8 -1 0,1 34,1 6 3,247 MACR004J 11:30 17/11/2004 53,5 39,8 0,4 6,3 -3 0,1 27,8 13 7,048 MACR0050 11:57 17/11/2004 52,3 42,3 0,3 5,1 -8 0 34,1 6 3,149 MACR0051 10:41 17/11/2004 12,6 10,9 14,7 61,8 -3 1,7 35,5 96 12,150 MACR0052 14:25 08/12/2004 58,4 38,7 0 2,9 0 0 32,1 0 0,051 MACR0053 16:05 07/12/2004 2,6 2,4 18,9 76,1 -1 0,6 28,4 51 1,352 MACR0054 16:19 07/12/2004 8,5 7,9 16,5 67,1 0 19,2 35,5 325 27,653 MACR0055 12:51 17/11/2004 53,1 42 0,2 4,7 -9 0,1 28,4 12 6,454 MACR005J 09:05 17/11/2004 57,7 31,4 0,1 10,8 -2 1 34,1 75 43,355 MACR006J 11:22 17/11/2004 23,8 20,3 10,6 45,3 -10 0 28,4 0 0,056 MACRCX01 14:05 17/11/2004 23,5 17,9 11,7 46,9 -2 0,2 27,8 22 5,257 MACRCX02 14:10 17/11/2004 55,6 41,9 0,4 2,1 -2 0,5 31,4 45 25,058 MACRCX03 14:13 17/11/2004 48,8 36,9 2,5 11,8 -3 1,1 28,9 81 39,559 MACRCX07 14:22 07/12/2004 12 10,7 14,1 63,2 -8 3,2 30 136 16,360 MACRDC01 10:52 17/08/2004 22,5 21,8 7,7 48 -2 2,5 22,8 123 27,761 MACRDC02 09:53 17/11/2004 42,3 35,8 1,4 20,5 0 0,5 30 40 16,962 MACRDC03 09:50 17/11/2004 45 38,2 1 15,8 0 0 29,5 0 0,063 MACRDC04 09:59 17/11/2004 45,1 36,6 2 16,3 -1 2,8 29,5 128 57,764 MACRDC07 17:24 25/11/2004 18,5 8,9 14,3 58,3 -27 0 32 0 0,065 MACRDC09 10:50 17/11/2004 40,5 33,1 2,8 23,6 -9 0,3 26,7 26 10,566 MACRDC10 11:05 17/11/2004 53,3 41,2 0,2 5,3 0 0,1 25 13 6,967 MACRDC11 12:34 17/11/2004 51,3 41,6 0,3 6,8 -6 0,1 25,6 10 5,168 MACRDC14 18:05 08/12/2004 28,7 26,1 3,9 41,3 -36 0 25,6 3 0,969 MACRDP17 11:17 16/12/2004 0 0 17 83 0 0 0 0 0,070 MACRDP20 08:12 16/12/2004 0 0 16,7 83,3 0 0,1 0 0 0,071 MACRNOVO12:17 17/11/2004 52,2 41,4 0,4 6 -2 1,1 32,1 79 41,2

1.161,1

Tabela B-11 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Nov / 2004

Page 176: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

175

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 ANEL0001 12:02 02/03/2005 54,5 36,9 1,4 7,2 -27 19,5 31,1 342 186,42 ANEL0002 12:13 02/03/2005 32,4 23,5 7,7 36,4 -41 0 31,1 10 3,23 ANEL0003 12:24 02/03/2005 47,9 35,8 0,2 16,1 -38 0,4 31,1 23 11,04 ANEL0004 10:01 16/02/2005 62,4 37,4 0,2 0 19 -2 30,9 0 0,05 MACR0001 09:18 03/03/2005 1,9 1,6 19,1 77,4 -31 4,8 30,3 169 3,26 MACR0002 09:12 03/03/2005 57,5 39,2 0,7 2,6 -37 0,6 30,3 48 27,67 MACR0004 09:38 03/03/2005 37,6 27,8 6,1 28,5 -50 0,1 31,1 6 2,38 MACR0005 09:09 03/03/2005 27,5 19,1 10,4 43 -40 0,1 30,3 9 2,59 MACR0006 08:51 03/03/2005 60,5 39,5 0 0 -43 0 31,2 3 1,8

10 MACR0008 09:06 03/03/2005 55,9 38,2 1,5 4,4 -52 0,1 30,3 12 6,711 MACR0009 08:54 03/03/2005 59,1 39,1 0,5 1,3 -25 2,1 31,2 112 66,212 MACR0010 12:53 02/03/2005 58,4 40,6 0,2 0,8 8 0 31,1 0 0,013 MACR0011 12:40 02/03/2005 54,9 38,9 0,3 5,9 -35 0 32,1 3 1,614 MACR0012 09:55 03/03/2005 12,3 9,1 15,1 63,5 -46 0,5 31,1 40 4,915 MACR0013 13:25 04/01/2005 19,1 15,5 12,7 52,7 -32 0 29,5 0 0,016 MACR0015 12:35 02/03/2005 42,9 32,1 4,7 20,3 -37 0 31,1 0 0,017 MACR0016 13:21 04/01/2005 8,3 7 16,4 68,3 -6 0 31,4 0 0,018 MACR0018 12:27 02/03/2005 60,1 39,8 0,1 0 -36 0,8 31,1 70 42,119 MACR0019 11:52 04/01/2005 25,4 25,7 3,3 45,6 -11 3,4 34,1 136 34,520 MACR001J 12:09 02/03/2005 34 24,3 7,3 34,4 -40 0,3 31,1 25 8,521 MACR0021 12:21 02/03/2005 35,6 27,5 4,5 32,4 -37 0,1 31,1 12 4,322 MACR0023 10:40 03/03/2005 53,4 38,5 1,5 6,6 -46 0,7 30,1 57 30,423 MACR0024 13:35 02/03/2005 37,6 27,2 5,9 29,3 -3 0,6 30 54 20,324 MACR0025 13:39 02/03/2005 34,2 25,9 5,7 34,2 -3 0,2 30 16 5,525 MACR0026 13:55 02/03/2005 50,2 36,2 1,2 12,4 -19 0,9 31 70 35,126 MACR0027 16:08 02/03/2005 28,1 21,7 9 41,2 -20 0,4 31,1 37 10,427 MACR0028 10:22 03/09/2004 0,07 1,9 20 77,4 -4 0,2 30 16,00 0,028 MACR0029 13:43 02/03/2005 40,8 31 4,1 24,1 -26 2,2 30 111 45,329 MACR002J 10:07 05/01/2005 53,5 37,4 1 8,1 -23 -5,2 31,7 0 0,030 MACR0030 13:45 02/03/2005 38,4 31,3 2,4 27,9 -11 4,1 31 151 58,031 MACR0031 16:14 02/03/2005 6,6 5,8 17,6 70 -20 0 31,1 0 0,032 MACR0032 10:07 03/03/2005 59,6 36,9 0,6 2,9 4 1,7 32,2 101 60,233 MACR0033 10:15 03/03/2005 19,1 16 10,2 54,7 -22 0,4 31,1 34 6,534 MACR0034 10:20 03/03/2005 13,6 11,6 13,1 61,7 -6 1,6 31,1 94 12,835 MACR0035 16:17 02/03/2005 7,7 6 17 69,3 -12 10,5 31,1 246 18,936 MACR0037 09:53 07/10/2004 13,2 11,3 14 61,5 -6 4,3 34,1 156 20,637 MACR0038 10:23 03/03/2005 24,3 20,5 8,3 46,9 -4 1,8 31,1 100 24,338 MACR003J 10:48 05/01/2005 45,1 38,3 2,1 14,5 -15 -1,2 29,9 0 0,039 MACR0040 10:00 10/03/2005 37,2 31,7 5,5 25,6 -35 1,6 30,1 97 36,140 MACR0041 16:05 02/02/2005 3,7 2,7 20,7 72,9 0 0 31,5 0 0,041 MACR0042 11:44 17/02/2005 6,8 4,8 17,7 70,7 0 0 31,6 0 0,042 MACR0043 16:20 02/03/2005 18,7 14,6 12,5 54,2 -2 1,5 31,1 95 17,843 MACR0044 08:10 03/03/2005 30,8 23,8 8,7 36,7 -33 0 31,1 3 0,944 MACR0047 16:24 02/03/2005 43,3 31,2 3,8 21,7 -1 0,2 31,1 22 9,545 MACR0048 08:16 03/03/2005 14,3 10,1 14,9 60,7 -17 23,9 31,1 373 53,346 MACR0049 08:01 03/03/2005 45,2 29,2 5,3 20,3 -5 0,7 31,1 61 27,647 MACR004J 09:49 03/03/2005 7,6 6,5 16,4 69,5 -5 0,9 31,1 73 5,548 MACR0050 08:20 03/03/2005 58,3 38,8 1,2 1,7 -43 0,2 31,2 15 8,749 MACR0051 10:34 03/03/2005 47,9 33,4 4 14,7 -35 1,3 30,1 85 40,750 MACR0052 11:16 22/12/2004 55,2 39,3 0,4 5,1 0 -1,6 34,8 0 0,051 MACR0053 10:04 03/03/2005 0,1 0,5 19,6 79,8 0 0 32,2 0 0,052 MACR0054 09:18 10/03/2005 18,4 14,2 12,6 54,8 -10 6,2 31,1 193 35,553 MACR0055 08:25 03/03/2005 25,5 18 12,5 44 -36 4,4 31,2 160 40,854 MACR005J 12:32 02/03/2005 57,8 41 0,4 0,8 0 34,4 31,1 0 0,055 MACR006J 12:06 02/03/2005 59,2 38,6 0,3 1,9 -44 0 31,1 3 1,856 MACRCX01 14:01 03/03/2005 0 0 19,8 80,2 -29 3,3 30 138 0,057 MACRCX02 13:04 02/03/2005 53,8 36,6 1,5 8,1 -31 0,6 31 51 27,458 MACRCX03 08:31 02/02/2005 20,2 14,6 13 52,2 -24 0,1 30,1 6 1,259 MACRCX07 12:56 02/03/2005 59,5 38,8 0,2 1,5 0 0 31,1 3 1,860 MACRDC01 12:17 02/03/2005 37,8 28,2 4,8 29,2 -38 0,2 31,1 15 5,761 MACRDC02 13:28 02/03/2005 13,5 11,1 14,1 61,3 -20 0,4 31,1 37 5,062 MACRDC03 13:25 02/03/2005 17 13,7 12,6 56,7 -25 5,7 31,1 181 30,863 MACRDC04 13:32 02/03/2005 17,1 13,5 13 56,4 -29 0,8 30 69 11,864 MACRDC07 08:22 03/03/2005 10,8 7,9 16,1 65,2 -35 0,6 31,2 52 5,665 MACRDC09 08:49 03/03/2005 42,3 30,2 3,8 23,7 -45 0,8 31,2 63 26,666 MACRDC10 09:03 03/03/2005 53,6 36,4 1,4 8,6 -52 0,4 30,3 34 18,267 MACRDC11 07:57 03/03/2005 43,8 32,3 2,4 21,5 -35 0,6 31,1 52 22,868 MACRDC14 08:59 03/03/2005 29,3 23,6 5,6 41,5 -54 0,2 30,3 18 5,369 MACRNOVO08:52 05/01/2005 58 40,5 0,2 1,3 -22 -0,1 29,9 0 0,0

1.195,7

Tabela B-12 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Mar / 2005

Page 177: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

176

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN001 06:43 29/04/2005 26,5 20 6,6 46,9 -21 21,7 29,1 360 95,42 000AN002 08:08 29/04/2005 10,7 8,3 16,4 64,6 -37 0,2 29,9 15 1,63 000AN003 08:14 29/04/2005 53 36 0,4 10,6 -44 0,3 29,9 28 14,84 000AN004 09:08 29/04/2005 48,4 34,6 4,2 12,8 -31 0,7 30,1 57 27,65 000AN006 11:54 29/04/2005 0,4 2,7 19 77,9 -3 0,1 31,1 12 0,06 000CX001 08:57 29/04/2005 0 0 20,4 79,6 -28 1,8 30,1 99 0,07 000CX002 09:01 29/04/2005 33,4 23,7 8,6 34,3 -35 0,1 30,1 12 4,08 000CX004 06:27 29/04/2005 0 0,1 19,9 80 0 0 28,9 3 0,09 000CX005 06:30 29/04/2005 51,8 34,2 3,8 10,2 0 0,3 28,9 26 13,5

10 000DC002 09:38 29/04/2005 53,3 36,7 2,2 7,8 -26 0,6 30,1 54 28,811 000DC003 09:41 29/04/2005 40 30,4 5,3 24,3 -32 0,4 30,1 31 12,412 000DC004 09:15 29/04/2005 55,7 38,2 1,2 4,9 -32 0 30,1 0 0,013 000DC005 11:23 29/04/2005 8,6 6,5 17,3 67,6 -2 0,5 31,1 40 3,414 000DC006 06:59 29/04/2005 54,6 40,2 0,9 4,3 -43 0,6 29,1 51 27,815 000DC007 07:15 29/04/2005 14 10,5 14,8 60,7 -26 0,3 29,9 28 3,916 000DC008 07:08 29/04/2005 56,9 38,2 1,3 3,6 -46 0,3 29,9 28 15,917 000DC009 07:02 29/04/2005 53,4 36,4 1,3 8,9 -46 0,7 29,1 60 32,018 000DC010 06:48 29/04/2005 51,1 25,1 1,1 22,7 -55 1,1 29,1 82 41,919 000DC011 11:29 29/04/2005 42 34,7 2 21,3 -33 0,4 31,1 34 14,320 000DC013 07:04 29/04/2005 7 4,9 17,3 70,8 -41 0 29,1 0 0,021 000DC014 06:50 29/04/2005 54,5 24 1,1 20,4 -56 0,1 29,1 12 6,522 000DC106 11:21 29/04/2005 30,3 25,9 5,8 38 -36 0 31,1 0 0,023 000DE004 11:46 29/04/2005 21,9 17,4 12 48,7 -2 0,6 31,1 48 10,524 000DE006 10:19 29/04/2005 21,9 18,5 10,7 48,9 -17 6 30,1 189 41,425 000DE008 10:26 29/04/2005 11,8 12,4 12,8 63 -12 3 30,1 131 15,526 000DE009 10:29 29/04/2005 7,5 10,5 13,6 68,4 -3 -0,4 30,1 0 0,027 000DE010 10:31 29/04/2005 5,6 9,6 15 69,8 -19 0,5 30,1 40 2,228 000DE012 10:42 29/04/2005 16,5 15,1 12,1 56,3 -13 10,6 31 247 40,829 000DG001 07:43 29/04/2005 11 12,9 11,8 64,3 -31 1,4 29,9 87 9,630 000DG002 07:46 29/04/2005 34,1 28,6 4,2 33,1 -38 3,3 29,9 137 46,731 000DG004 07:51 29/04/2005 49,4 34,9 2,8 12,9 -43 0,1 29,9 12 5,932 000DG005 07:48 29/04/2005 41 29,7 5,5 23,8 -40 0,7 29,9 57 23,433 000DG008 06:52 29/04/2005 50,9 27,2 1,6 20,3 -54 0,2 29,1 22 11,234 000DG009 06:55 29/04/2005 47,6 33,9 0,6 17,9 -34 0 29,1 3 1,435 000DG010 08:50 29/04/2005 47,5 33 3,7 15,8 -28 0,3 30,1 25 11,936 000DG011 08:32 29/04/2005 55,9 40,5 0,7 2,9 -42 0 29,9 6 3,437 000DG015 08:21 29/04/2005 56,7 41,6 0,9 0,8 -43 0 29,9 0 0,038 000DG018 08:16 29/04/2005 56,3 39,2 1,6 2,9 -38 0,4 29,9 38 21,439 000DG019 0,36 29/04/2005 48,5 35,1 2,3 14,1 -7 0,3 30,1 25 12,140 000DG020 0,36 29/04/2005 4,3 3,7 18,4 73,6 -43 0,2 30,1 18 0,841 000DG021 08:11 29/04/2005 58,3 40,5 0,4 0,8 -44 0,4 29,9 37 21,642 000DG023 07:37 29/04/2005 37,6 27,5 6,7 28,2 -40 0,3 29,9 28 10,543 000DG024 09:12 29/04/2005 60,2 39,4 0,4 0 -4 1,4 30,1 91 54,844 000DG025 09:18 29/04/2005 26,3 20,3 9,2 44,2 -16 3 30,1 129 33,945 000DG026 09:23 29/04/2005 37,9 28,7 6,1 27,3 -21 0,5 30,1 44 16,746 000DG029 09:33 29/04/2005 57,4 40,1 0,7 1,8 -21 0,8 30,1 70 40,247 000DG030 09:29 29/04/2005 29 25,2 6 39,8 -15 4,4 30,1 161 46,748 000DG031 11:52 29/04/2005 11,6 10,6 14,8 63 -28 1 31,1 72 8,449 000DG032 09:49 29/04/2005 34,4 25,4 8 32,2 -25 -1 30,1 0 0,050 000DG033 10:16 29/04/2005 11,1 10,3 14,3 64,3 -24 0,5 30,1 40 4,451 000DG034 11:43 29/04/2005 18,8 14,2 12,9 54,1 -26 0,3 31,1 25 4,752 000DG035 11:49 29/04/2005 8,5 6,6 17,4 67,5 -26 7,5 31,1 209 17,853 000DG036 10:21 29/04/2005 48,2 42 0,5 9,3 -23 0,3 30,1 24 11,654 000DG037 10:39 29/04/2005 0 0,1 20,4 79,5 -11 10,9 31 251 0,055 000DG038 11:40 29/04/2005 5,4 3,9 19 71,7 -26 0,1 31,1 6 0,356 000DG040 10:56 29/04/2005 0,7 1,1 20,3 77,9 -36 -0,5 31,1 0 0,057 000DG042 10:47 29/04/2005 6,5 6,2 19,4 67,9 -19 0,7 31 56 3,658 000DG043 11:35 29/04/2005 6,8 7,3 16,3 69,6 -24 7,2 31,1 202 13,759 000DG044 11:10 29/04/2005 0 0,2 20,9 78,9 -39 0 31,1 0 0,060 000DG047 11:33 29/04/2005 32,3 25,6 7,8 34,3 -18 0,9 31,1 72 23,361 000DG048 11:18 29/04/2005 15,5 12,1 14,9 57,5 -18 21 31,1 349 54,162 000DG049 11:26 29/04/2005 24,1 17,9 11,9 46,1 0 0,1 31,1 9 2,263 000DG050 11:13 29/04/2005 55,9 41,3 0,6 2,2 -41 0 31,1 3 1,764 000DG051 11:01 29/04/2005 57,9 40,4 0,3 1,4 -33 -0,5 31,1 0 0,065 000DG053 09:44 29/04/2005 2,4 3 18,2 76,4 0 0 30,1 3 0,166 000DG054 0,42 29/04/2005 37,6 29,1 5,8 27,5 -9 5 30,1 174 65,467 000DG055 07:12 29/04/2005 51,7 36 4,4 7,9 -40 1,7 29,9 99 51,268 000DG114 08:35 29/04/2005 0 0,1 20,1 79,8 -33 0,3 29,9 25 0,069 000DJ001 08:06 29/04/2005 56,2 38,4 0,8 4,6 -44 0,3 29,9 28 15,770 000DJ002 07:56 29/04/2005 59,7 39,9 0,4 0 -27 0,1 29,9 12 7,271 000DJ003 07:33 29/04/2005 40,1 30,6 3,9 25,4 -19 11,8 29,9 264 105,972 000DJ004 07:59 29/04/2005 27,2 24 6,4 42,4 -24 8,8 29,9 225 61,2

Tabela B-13 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Abr / 2005

Page 178: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

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Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH473 000DJ005 08:19 29/04/2005 59,1 40,7 0,2 0 -42 0,4 29,9 35 20,774 000DJ006 06:46 29/04/2005 50,7 27,2 0,5 21,6 -44 0,1 29,1 6 3,075 000DP001 11:08 29/04/2005 46,4 34,2 3,9 15,5 0 0 31,1 0 0,076 000DP002 10:36 29/04/2005 14,6 16,1 10,9 58,4 -14 2,7 31 121 17,777 000DP003 08:30 29/04/2005 0 0,1 20 79,9 -36 0 29,9 3 0,078 000DP005 07:20 29/04/2005 30,7 22,9 8,2 38,2 -28 0,1 29,9 12 3,779 000DP006 07:40 29/04/2005 13,1 9,6 15,1 62,2 -5 1,8 29,9 101 13,280 000DP007 07:53 29/04/2005 52,9 36,8 2,6 7,7 -45 0,8 29,9 66 34,981 000DP009 0,42 29/04/2005 56,4 40,1 0,7 2,8 -9 1,3 30,2 87 49,182 000DP010 09:51 29/04/2005 50,6 36,9 2,6 9,9 -3 1,5 30,1 97 49,183 000DP011 11:38 29/04/2005 57,5 41,3 0,6 0,6 -17 0 31,1 0 0,084 SEMPLACA 0,42 29/04/2005 11 9,3 16 63,7 -32 3,2 30,1 134 14,7

1.485,0

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN001 08:05 24/05/2005 47,3 35,5 3 14,2 -10 10,2 29,9 249 117,82 000AN002 09:28 24/05/2005 7,8 6,5 17 68,7 -31 0 29,1 0 0,03 000AN003 09:40 24/05/2005 55,9 40,2 0,3 3,6 0 0 29,1 6 3,44 000AN004 11:06 24/05/2005 45,3 34,7 3,8 16,2 0 0 30,1 3 1,45 000AN006 09:43 25/05/2005 0,4 1,7 19,1 78,8 -25 0 31,1 3 0,06 000CX001 10:48 24/05/2005 0 0,1 20,6 79,3 -25 0,5 30,1 40 0,07 000CX002 10:53 24/05/2005 51,2 37,6 1,5 9,7 -25 0,5 30,1 27 13,88 000CX003 10:57 24/05/2005 23,6 18,3 11,5 46,6 -26 0 30,1 6 1,49 000CX004 07:48 24/05/2005 0 0 20,1 79,9 -3 8,4 29,7 226 0,010 000CX005 07:52 24/05/2005 49,1 34,9 3,2 12,8 -3 -0,1 29,7 0 0,011 000DC001 09:33 24/05/2005 51,1 37,8 1,1 10 -40 0,3 29,1 25 12,812 000DC002 14:00 24/05/2005 56,2 39,2 0,8 3,8 -24 0,1 31,1 9 5,113 000DC003 13:55 24/05/2005 45,5 34 3,4 17,1 -27 0,6 31,1 50 22,814 000DC004 11:13 24/05/2005 32,1 25,3 7,6 35 -23 0 30,1 3 1,015 000DC005 15:20 24/05/2005 11,4 8,7 16 63,9 -2 0,3 31,1 28 3,216 000DC007 08:43 24/05/2005 13,1 10,7 14,5 61,7 -20 0,3 29,9 25 3,317 000DC008 08:38 24/05/2005 52,3 38,5 1,4 7,8 -41 0,2 29,9 18 9,418 000DC009 08:31 24/05/2005 49,4 36,2 1,3 13,1 -42 0,2 29,1 22 10,919 000DC010 08:12 24/05/2005 37 29,3 0,3 33,4 -50 0,2 29,9 15 5,620 000DC011 15:29 24/05/2005 37,8 33,2 2,1 26,9 -29 0,3 31,1 25 9,521 000DC013 08:34 24/05/2005 23,5 18,1 11,1 47,3 -36 0 29,1 3 0,722 000DC014 08:16 24/05/2005 29,3 22,9 3,8 44 -51 0,1 29,9 12 3,523 000DC106 15:16 24/05/2005 29,4 25 6,8 38,8 -32 0,2 31,1 21 6,224 000DE004 09:23 25/05/2005 7,6 6,6 16,7 69,1 -2 1,3 31,1 85 6,525 000DE006 14:23 24/05/2005 25,6 21,2 9,4 43,8 -13 1,7 31,1 97 24,826 000DE008 14:32 24/05/2005 20,9 19,2 10,5 49,4 -6 0,9 31,1 69 14,427 000DE009 14:35 24/05/2005 29,4 24,3 7,8 38,5 -7 1,3 31,1 85 25,028 000DE010 14:38 24/05/2005 47,6 41,4 2,9 8,1 -3 0 31,1 0 0,029 000DE011 15:40 24/05/2005 22,2 19,6 10 48,2 -10 8,3 31,1 223 49,530 000DE012 15:49 24/05/2005 18,6 17,1 11,6 52,7 -9 10,5 31,1 248 46,131 000DE013 10:02 24/05/2005 32,1 26,6 6,3 35 -10 2,4 29,1 118 37,932 000DG001 08:58 24/05/2005 9,9 12,2 11,8 66,1 -34 1 29,9 75 7,433 000DG002 09:01 24/05/2005 31,8 28,7 4 35,5 -36 0 29,9 0 0,034 000DG004 09:08 24/05/2005 56,6 41,4 0,3 1,7 -35 0,1 29,9 12 6,835 000DG005 09:04 24/05/2005 34,6 28,8 5,2 31,4 -36 0,7 29,9 62 21,536 000DG008 08:21 24/05/2005 32,3 29 0,3 38,4 -49 0,6 29,9 49 15,837 000DG009 08:25 24/05/2005 40,6 35,7 0,2 23,5 -33 -0,1 29,9 0 0,038 000DG010 10:42 24/05/2005 44,5 33,7 3,7 18,1 -20 0,4 30,1 37 16,539 000DG011 10:22 24/05/2005 53,3 40,7 0,4 5,6 -37 -0,4 29,6 0 0,040 000DG012 09:56 24/05/2005 3,3 3,5 17,8 75,4 -24 0 29,1 0 0,041 000DG013 10:37 24/05/2005 4,4 3,5 19 73,1 -34 0 30,1 0 0,042 000DG015 09:52 24/05/2005 54,1 42 0,6 3,3 -34 0 29,1 0 0,043 000DG016 10:34 24/05/2005 18,6 15,7 11,9 53,8 -25 0,2 30,1 19 3,544 000DG018 09:44 24/05/2005 55,8 41,2 0,7 2,3 -32 0,3 29,1 28 15,645 000DG019 10:32 24/05/2005 45,2 35,2 2,5 17,1 -26 1,2 30,1 82 37,146 000DG020 10:30 24/05/2005 5,8 4,5 18,1 71,6 -36 0 30,1 3 0,247 000DG021 09:36 24/05/2005 56,4 41,2 0,3 2,1 -36 0,4 29,1 35 19,748 000DG023 08:54 24/05/2005 41,1 31,7 4,6 22,6 -33 0,2 29,9 18 7,449 000DG024 11:09 24/05/2005 33 27,3 5,9 33,8 -14 1,4 30,1 88 29,050 000DG025 11:16 24/05/2005 27,3 24,6 6,3 41,8 -16 1,8 30,1 100 27,351 000DG026 11:25 24/05/2005 34,4 27,9 6,4 31,3 -16 0,5 31,1 40 13,852 000DG029 13:44 24/05/2005 57,2 40,6 0,4 1,8 -12 1,2 31,1 83 47,553 000DG030 13:38 24/05/2005 36,3 29,6 4,1 30 -8 1,6 31,1 94 34,1

Tabela B-14 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Mai / 2005

Page 179: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

178

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH454 000DG031 09:34 25/05/2005 2,1 6,2 15,8 75,9 -22 2,2 31,1 111 2,355 000DG032 14:09 24/05/2005 58,9 40,8 0,3 0 0 4,1 31,1 156 91,956 000DG033 14:17 24/05/2005 13,2 12,2 13,2 61,4 -21 0 31,1 3 0,457 000DG034 16:18 24/05/2005 18,3 14,3 13,3 54,1 -13 0,2 31,1 19 3,558 000DG035 09:29 25/05/2005 5,7 7,2 16,1 71 -20 6,2 31,1 186 10,659 000DG036 14:27 24/05/2005 52 42,6 0,5 4,9 -21 -0,7 31,1 0 0,060 000DG037 15:44 24/05/2005 0 0,1 20,7 79,2 -3 17,7 31,1 322 0,061 000DG038 16:15 24/05/2005 45,9 33,7 3,9 16,5 -17 0 31,1 0 0,062 000DG040 14:48 24/05/2005 1,1 1,5 20 77,4 -33 -0,1 31,1 0 0,063 000DG041 15:34 24/05/2005 47 36,9 3,2 12,9 -21 0,6 31,1 53 24,964 000DG041 15:34 24/05/2005 47 36,9 3,2 12,9 -20 1,9 31,1 104 48,965 000DG042 15:55 24/05/2005 13,6 12,2 14,8 59,4 0 0,2 31,1 16 2,266 000DG043 16:04 24/05/2005 18,2 17,6 11,3 52,9 -2 0,7 31,1 63 11,567 000DG044 14:57 24/05/2005 2,9 2,5 19,4 75,2 -14 0 31,1 0 0,068 000DG047 16:01 24/05/2005 27,4 24 8 40,6 -5 1,6 31,1 97 26,669 000DG048 15:12 24/05/2005 17,9 13,7 14 54,4 -14 20,1 31,1 343 61,470 000DG049 15:24 24/05/2005 29,1 20,2 9,7 41 0 0 31,1 0 0,071 000DG050 15:03 24/05/2005 58,4 41,4 0,2 0 -37 0,2 31,1 18 10,572 000DG051 08:48 24/05/2005 58 41,5 0,5 0 -32 0 29,9 0 0,073 000DG053 14:04 24/05/2005 0,1 0,5 20,1 79,3 -16 1,6 31,1 93 0,174 000DG054 10:08 24/05/2005 41,8 32 4,7 21,5 -4 0,9 29,1 70 29,375 000DG055 08:41 24/05/2005 58 41,3 0,7 0 -40 0,1 29,9 9 5,276 000DG114 10:27 24/05/2005 53,5 41 0,6 4,9 -36 0,1 29,1 12 6,477 000DJ001 09:23 24/05/2005 49,2 37,4 1,2 12,2 -2 0,2 29,1 22 10,878 000DJ002 09:13 24/05/2005 55,3 41,9 0,4 2,4 -27 0,6 29,1 57 31,579 000DJ003 08:51 24/05/2005 40,5 33,7 2,7 23,1 -17 6,4 29,9 193 78,280 000DJ004 09:17 24/05/2005 33,5 30 3,3 33,2 -18 1,4 29,1 87 29,181 000DJ005 09:47 24/05/2005 55,6 42,2 0,3 1,9 -34 0,1 29,1 9 5,082 000DJ006 08:10 24/05/2005 43,4 33,9 0,2 22,5 -41 0 29,9 0 0,083 000DP002 14:43 24/05/2005 13 13,3 12,8 60,9 -13 3,4 31,1 137 17,884 000DP003 10:17 24/05/2005 0 0 20,6 79,4 -30 0,1 29,6 6 0,085 000DP011 16:12 24/05/2005 56,9 41,2 0,3 1,6 -21 1,2 31,1 82 46,786 BACIA001 07:58 24/05/2005 0 0,1 20 79,9 0 0 29 0 0,087 JUNCAO01 15:07 23/05/2005 3 1,6 18,2 77,2 0 0 36,1 3 0,188 SEMPLACA 10:13 24/05/2005 38,5 31 5,6 24,9 -29 2,3 29,6 113 43,589 VALVU004 15:12 23/05/2005 0 0,2 20 79,8 0 0 31,4 0 0,0

1.337,2

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000AN001 10:27 09/06/2005 39,7 29,5 5,8 25 -13 10 38,8 235 93,3 2 000AN002 09:41 10/06/2005 7,5 6,1 17,1 69,3 -49 0 33,2 0 - 3 000AN003 10:20 10/06/2005 56 38,6 0,9 4,5 -41 0,6 32,6 47 26,3 4 000AN004 09:03 11/06/2005 29,5 21,6 9,4 39,5 -40 0,9 32,2 71 20,9 5 000AN006 14:35 11/06/2005 0 0,3 20,5 79,2 -39 -0,3 31,8 0 - 6 000CX001 08:36 11/06/2005 1,4 1,3 19,7 77,6 -36 0,8 31,6 68 1,0 7 000CX002 08:46 11/06/2005 54,6 36,2 2 7,2 -41 0,1 36 13 7,1 8 000DC001 09:52 10/06/2005 54 37,5 1,1 7,4 -48 0,1 28 12 6,5 9 000DC002 10:18 11/06/2005 48,3 34,8 2,7 14,2 -33 0,1 38,8 12 5,8

10 000DC003 10:26 11/06/2005 42,8 32,6 3,9 20,7 -36 0,4 33 34 14,6 11 000DC004 09:20 11/06/2005 54,8 37,5 1,3 6,4 -35 0,2 30 18 9,9 12 000DC005 14:01 11/06/2005 8,5 6,4 17,1 68 -5 1,1 34,6 78 6,6 13 000DC006 14:26 09/06/2005 59 40,1 0,2 0,7 -43 1,4 34,1 88 51,9 14 000DC007 15:39 09/06/2005 11,4 9,1 15,9 63,6 -28 0,3 32,2 25 2,9 15 000DC008 15:16 09/06/2005 53,8 37 0,7 8,5 -50 0,3 29,2 25 13,5 16 000DC009 14:38 09/06/2005 48,3 34,8 1 15,9 -48 0,3 33,6 25 12,1 17 000DC010 11:39 09/06/2005 56,9 38,1 0,5 4,5 -53 0,2 35,4 18 10,2 18 000DC011 14:08 11/06/2005 33,2 30,8 2,6 33,4 -47 0,7 34,6 60 19,9 19 000DC013 14:53 09/06/2005 26,3 19,6 10,6 43,5 -49 0 31,4 3 0,8 20 000DC014 10:44 09/06/2005 57,6 35,7 1,4 5,3 -56 0 31,6 0 - 21 000DC106 13:59 11/06/2005 27,5 23,8 7,4 41,3 -46 0,3 34,6 27 7,4 22 000DE004 12:48 11/06/2005 8 6,5 17 68,5 -3 -0,4 34,6 0 - 23 000DE006 12:57 11/06/2005 19,4 16,1 11,8 52,7 -20 2,9 34,7 127 24,6 24 000DE008 12:52 11/06/2005 18,1 15,4 12 54,5 -26 1,1 35,6 76 13,8 25 000DE009 12:54 11/06/2005 27 22 8,7 42,3 -11 1,6 35,6 93 25,1 26 000DE010 13:10 11/06/2005 19,8 23 7,8 49,4 -13 1,7 36,1 94 18,6 27 000DE011 13:19 11/06/2005 58,9 40 0,7 0,4 -4 6,7 33,1 202 119,0 28 000DE012 13:16 11/06/2005 54,4 38,7 1,4 5,5 -3 4,6 44,1 156 84,9 29 000DE013 13:45 10/06/2005 42,2 31,8 3,3 22,7 -9 1,6 43,6 93 39,2

Tabela B-15 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Jun / 2005

Page 180: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

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Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH430 000DG001 08:36 10/06/2005 32,3 25,2 7,3 35,2 -29 1,631 000DG002 08:49 10/06/2005 19,3 22,1 4,3 54,3 -43 4,4 37,2 153 29,5 32 000DG004 09:04 10/06/2005 60,8 39 0,2 0 -46 0,1 40 6 3,6 33 000DG005 08:57 10/06/2005 0 9,7 16,5 73,8 -50 -0,1 43,8 0 - 34 000DG009 14:08 09/06/2005 57,4 39,3 2,4 0,9 -38 0,1 34,1 12 6,9 35 000DG012 10:59 10/06/2005 6,5 6,8 15,9 70,8 -30 0,2 36,2 18 1,2 36 000DG013 15:59 10/06/2005 40,3 28,6 5,5 25,6 -43 0 34,4 3 1,2 37 000DG015 10:45 10/06/2005 55,3 41,2 0,6 2,9 -41 0,3 33,4 25 13,8 38 000DG016 15:48 10/06/2005 48,1 34,7 1,7 15,5 -38 0,4 41,6 33 15,9 39 000DG018 10:26 10/06/2005 57,3 40,1 0,7 1,9 -41 0,5 42,4 41 23,5 40 000DG019 15:36 10/06/2005 41,1 30,6 3,9 24,4 -38 1,4 36,2 88 36,2 41 000DG021 10:01 10/06/2005 58,3 40,2 0,3 1,2 -45 0,5 36,2 39 22,7 42 000DG023 16:36 09/06/2005 31,9 24,8 7,8 35,5 -44 0,2 33,5 18 5,7 43 000DG024 09:12 11/06/2005 32 24,9 6,6 36,5 -24 2,1 35,4 105 33,6 44 000DG025 09:25 11/06/2005 14,6 13,3 12,3 59,8 -21 1,7 36,4 94 13,7 45 000DG026 09:42 11/06/2005 38,1 29,3 5,5 27,1 -27 0,6 43,2 51 19,4 46 000DG028 10:14 11/06/2005 34,1 28,4 7,5 30 -35 0,2 31,6 18 6,1 47 000DG029 10:04 11/06/2005 57,7 40,6 0,7 1 -21 0,9 39,6 70 40,4 48 000DG030 09:58 11/06/2005 30 25,4 6 38,6 -15 3,3 39,2 130 39,0 49 000DG031 14:39 11/06/2005 7,6 7,5 16,2 68,7 -35 1,5 34,5 91 6,9 50 000DG032 10:40 11/06/2005 58,3 40,8 0,5 0,4 -32 -0,3 38,8 0 - 51 000DG033 10:51 11/06/2005 10,8 9,7 14,7 64,8 -27 0,9 34,9 67 7,2 52 000DG034 14:29 11/06/2005 17,7 14 13,3 55 -31 0,4 34,1 30 5,3 53 000DG035 14:31 11/06/2005 7,9 6,4 17,4 68,3 -40 7,8 31 211 16,7 54 000DG036 12:59 11/06/2005 48 39,9 0,9 11,2 -28 2,7 34,7 120 57,6 55 000DG037 13:14 11/06/2005 12,2 13,1 12,1 62,6 -16 1,7 44,1 90 11,0 56 000DG038 14:26 11/06/2005 40,9 30,2 5,9 23 -37 0 34,1 0 - 57 000DG040 13:30 11/06/2005 3,8 4,8 18,7 72,7 -46 -0,6 32,1 0 - 58 000DG041 13:40 11/06/2005 23 19,1 14,2 43,7 -35 1,2 34,1 79 18,2 59 000DG042 14:21 11/06/2005 50,2 38,4 2,9 8,5 -40 -1,7 36,9 0 - 60 000DG043 14:17 11/06/2005 13,3 14 13,2 59,5 -11 0,1 39,1 6 0,8 61 000DG044 13:46 11/06/2005 56,6 42,8 0,6 0 -47 0,1 34 6 3,4 62 000DG047 14:12 11/06/2005 21,4 19,5 10,3 48,8 -17 6,1 39,1 181 38,7 63 000DG048 13:55 11/06/2005 13,8 10,6 15,4 60,2 -1 2,7 34,6 125 17,3 64 000DG049 14:05 11/06/2005 21,7 16,2 12,2 49,9 0 0,1 34,6 6 1,3 65 000DG050 13:49 11/06/2005 55,6 40,3 0,8 3,3 -48 0,4 34 33 18,3 66 000DG051 15:57 09/06/2005 57,7 40 1 1,3 -39 0 35,2 3 1,7 67 000DG053 10:35 11/06/2005 0 0,4 20 79,6 -1 0,2 33,4 19 - 68 000DG054 13:57 10/06/2005 34,7 25,7 7,8 31,8 -14 0,7 33,8 56 19,4 69 000DG055 15:28 09/06/2005 57,7 39,8 0,4 2,1 -47 0,5 38,8 39 22,5 70 000DG114 15:09 10/06/2005 56,8 40,8 0,1 2,3 -44 0,2 40,6 18 10,2 71 000DJ001 09:33 10/06/2005 53,7 38,1 0,8 7,4 -48 0,4 33,2 31 16,6 72 000DJ002 09:16 10/06/2005 55,6 40,4 0,4 3,6 -38 0,4 43,2 29 16,1 73 000DJ003 16:22 09/06/2005 40,2 32,5 2,9 24,4 -24 10,1 35,2 237 95,3 74 000DJ004 09:23 10/06/2005 32,5 27,5 4,3 35,7 -23 2,9 35,4 126 41,0 75 000DJ005 10:36 10/06/2005 57,1 42,3 0,2 0,4 -41 0,2 32,4 21 12,0 76 000DJ006 13:41 09/06/2005 58,3 39,6 0,3 1,8 -48 0,1 33,2 9 5,2 77 000DP002 13:22 11/06/2005 35,8 29,3 4,2 30,7 -3 1 32,1 75 26,9 78 000DP010 10:46 11/06/2005 20,2 16,7 12,5 50,6 -10 1,7 38,8 94 19,0 79 000DP011 14:24 11/06/2005 56,1 40,1 0,9 2,9 -39 0 34,1 3 1,7

1.438,7

Page 181: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

180

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH41 000CX004 06:40 30/08/2005 55,8 36,4 2,9 4,9 -6 -6,8 27 0 - 2 000CX005 06:42 30/08/2005 38,7 27 7,5 26,8 -11 2,4 28,5 119 46,1 3 BACIA001 06:47 30/08/2005 1,4 0,9 20,1 77,6 0 0 28,9 0 - 4 000AN001 06:54 30/08/2005 65,1 34,5 0,4 0 -2 2,7 37,1 130 84,6 5 000DC014 06:58 30/08/2005 56,1 34,6 2,8 6,5 -73 0 28 0 - 6 000DC010 07:01 30/08/2005 62,4 37,3 0,3 0 -66 0,6 27,2 51 31,8 7 000DJ006 07:03 30/08/2005 49,4 35,3 4 11,3 -68 -0,1 29,6 0 - 8 000DG008 07:08 30/08/2005 36,2 24,8 8,4 30,6 -70 0,1 31,2 12 4,3 9 000DG009 07:12 30/08/2005 60,4 39,5 0,1 0 -57 -0,6 41,4 0 - 10 000DG006 07:17 30/08/2005 60,3 38,9 0,8 0 -65 0,4 32,8 31 18,7 11 000DC009 07:20 30/08/2005 41,6 31,9 3,3 23,2 -65 0,1 28 6 2,5 12 000DC013 07:24 30/08/2005 23,9 16,3 12,5 47,3 -66 0 28 3 0,7 13 000DC008 07:28 30/08/2005 52,5 36,6 2,1 8,8 -65 0,2 28 15 7,9 14 000DG055 07:32 30/08/2005 53,2 37,1 3,2 6,5 -64 0,6 30,8 53 28,2 15 000DC007 07:35 30/08/2005 10,3 7 17,2 65,5 -52 0,6 28,2 53 5,5 16 000DG051 07:39 30/08/2005 59,8 39,9 0,3 0 -56 0,3 41,6 27 16,1 17 000DJ003 07:44 30/08/2005 46,9 34,6 4,3 14,2 -10 8 45,2 204 95,7 18 NOVO0004 07:47 30/08/2005 36,2 29,4 5,1 29,3 -1 2,6 34,4 119 43,1 19 000DG023 07:51 30/08/2005 35,1 26,8 7,2 30,9 -43 1,4 43,8 82 28,8 20 000DG001 07:54 30/08/2005 53,6 39,2 1,1 6,1 -9 2,2 47,2 103 55,2 21 000DG002 07:57 30/08/2005 39,6 32,4 2,9 25,1 -55 0,8 39,4 65 25,7 22 000DG005 08:00 30/08/2005 36,5 30 3,1 30,4 -48 -47 38,2 0 - 23 000DG004 08:04 30/08/2005 59,6 39,9 0,5 0 -65 0,2 43,1 15 8,9 24 NOVO0024 08:12 30/08/2005 49,6 35,4 4 11 -2 2,2 32,2 115 57,0 25 000DJ002 08:15 30/08/2005 34,1 27,6 6,5 31,8 -45 2,3 43,8 105 35,8 26 NOVO0004 11:34 30/08/2005 37,6 29,5 5,7 27,2 0 2,4 35 115 43,2 27 000DG040 11:54 30/08/2005 44,1 31,8 4,7 19,4 -21 0 36,4 3 1,3 28 000DG041 11:57 30/08/2005 49,9 38,3 3,2 8,6 -44 0,1 35,4 12 6,0 29 000DG044 12:01 30/08/2005 15,5 11,8 15,4 57,3 -54 0 33,3 0 - 30 000DG050 12:04 30/08/2005 55,4 40,5 0,6 3,5 -54 0,3 37,6 24 13,3 31 000DG048 12:10 30/08/2005 59,5 40 0,5 0 -1 2,6 38,4 123 73,2 32 000DC006 12:12 30/08/2005 43,5 31 3,2 22,3 -37 1,3 39,2 82 35,7 33 000DC005 12:14 30/08/2005 61,2 38,4 0,4 0 -5 1,3 34,8 87 53,2 34 000DJ004 08:18 30/08/2005 47 33,3 4,3 15,4 0 -0,6 36,6 0 - 35 NOVO0023 08:23 30/08/2005 34,6 26 7,8 31,6 -5 6,2 31,6 190 65,7 36 NOVO0022 08:27 30/08/2005 60,2 39 0,8 0 -1 2,3 34,8 115 69,2 37 000DJ001 08:33 30/08/2005 48,8 35,5 2,5 13,2 -58 0,4 35,2 30 14,6 38 000AN002 08:36 30/08/2005 0,5 0,2 20,7 78,6 -2 0,4 33,4 37 0,2 39 000DC001 08:38 30/08/2005 47,7 36,2 1,5 14,6 -58 0,5 30,8 43 20,5 40 000DG021 08:41 30/08/2005 60,1 39,2 0,7 0 -55 0,1 34,2 6 3,6 41 000AN003 08:43 30/08/2005 56,1 41,2 0,5 2,2 -55 0,1 33,1 12 6,7 42 000DG018 08:47 30/08/2005 60,8 38,3 0,9 0 -54 0,6 33,2 57 34,7 43 000DJ005 08:50 30/08/2005 57,3 41,3 1,2 0,2 -55 0,2 33,4 15 8,6 44 000DG012 08:57 30/08/2005 19,8 17 11,5 51,7 -49 0 35,4 3 0,6 45 SEMPLACA 09:05 30/08/2005 37,8 29,9 7 25,3 -35 1,5 35,6 88 33,3 46 000DP003 09:09 30/08/2005 23,6 16,6 12,8 47 -31 -2,6 36,9 0 - 47 000DG011 09:13 30/08/2005 50,9 38,3 0,7 10,1 -53 0 34,7 0 - 48 000DG014 09:19 30/08/2005 52,2 38,5 0,7 8,6 -53 0,1 35,6 6 3,1 49 000DG020 09:26 30/08/2005 34,3 13,9 9,3 42,5 -50 0 31,6 6 2,1 50 000DG019 09:30 30/08/2005 13,7 10,9 14,6 60,8 -50 1,3 33 83 11,4 51 000DG016 09:34 30/08/2005 53,2 38,1 1 7,7 -54 0,2 31,8 18 9,6 52 000DG013 09:38 30/08/2005 57,9 39,5 1,4 1,2 -52 0,1 33,2 12 6,9 53 000DG010 09:50 30/08/2005 0,3 0,1 20,8 78,8 -42 -0,2 30 0 - 54 000CX001 09:56 30/08/2005 0,3 0,1 20,8 78,8 -18 0,2 32,4 19 0,1 55 000CX002 10:00 30/08/2005 51,3 36 2,6 10,1 -30 -1,1 39,2 0 - 56 000CX003 10:03 30/08/2005 13,9 9,8 16,2 60,1 -41 0,3 33,6 25 3,5 57 000DE013 09:00 30/08/2005 29,1 22,1 9,3 39,5 -7 3,7 34,1 144 41,9 58 000AN004 10:12 30/08/2005 54,2 39 2,8 4 -32 2,1 38,6 107 58,0 59 000DG024 10:18 30/08/2005 26,9 22,1 8,6 42,4 -22 4,7 37,2 162 43,6 60 000DC004 10:22 30/08/2005 31,4 23,8 8,9 35,9 -44 0 37,2 0 - 61 000DG025 10:25 30/08/2005 27,5 22,8 7,9 41,8 -10 1,8 37,4 97 26,7 62 000DE015 10:29 30/08/2005 28,2 21,3 9,4 41,1 -1 -1,2 35,8 0 -

Tabela B-16 - Dados de vazão de biogás e metano da Macro-Célula 1 - Ago / 2005

Page 182: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

181

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH463 000DG030 10:33 30/08/2005 53,7 38,9 0,8 6,6 -12 5,9 42,8 178 95,6 64 000DC002 10:39 30/08/2005 40,3 28,7 6,1 24,9 -44 0 43,2 0 - 65 NOVO0001 10:42 30/08/2005 43,9 31,5 5,7 18,9 -46 0 34,4 0 - 66 000DC003 10:46 30/08/2005 20,8 17,9 10,9 50,4 -41 0,4 39,8 30 6,2 67 000DG053 10:49 30/08/2005 0,9 3,5 17,4 78,2 0 -0,1 41,3 0 - 68 NOVO0025 10:53 30/08/2005 54 39,5 2 4,5 -2 2,4 33,4 118 63,7 69 000DG032 10:56 30/08/2005 42,7 31,7 5,9 19,7 -27 1 38,8 73 31,2 70 000DP010 10:59 30/08/2005 10,8 15,3 15 58,9 -2 -0,4 35,5 0 - 71 000DG033 11:03 30/08/2005 47,8 32,7 4,2 15,3 -30 0,8 34,4 68 32,5 72 000DE004 11:05 30/08/2005 17,8 14 13,4 54,8 -1 0,4 34,8 34 6,1 73 000DE008 11:09 30/08/2005 26,3 20,8 9,4 43,5 -12 1,7 40,4 94 24,7 74 000DE009 11:11 30/08/2005 27,3 22,3 8,2 42,2 -8 1,9 41,4 99 27,0 75 000DE006 11:14 30/08/2005 47 33,4 3,3 16,3 -5 1,3 38,2 84 39,5 76 000DG036 11:17 30/08/2005 35 29,3 4,1 31,6 -37 0,2 39,2 18 6,3 77 NOVO0007 11:22 30/08/2005 14,9 11,7 14,3 59,1 -2 0,5 33,4 41 6,1 78 NOVO0006 11:25 30/08/2005 16 13 13,7 57,3 -2 0,4 35,6 31 5,0 79 NOVO0002 11:28 30/08/2005 38,2 29,1 6,4 26,3 -2 3 36,6 128 48,9 80 NOVO0005 11:30 30/08/2005 27,7 22,2 9 41,1 -4 3,7 36,8 142 39,3 81 000DG052 11:37 30/08/2005 48,8 37,8 1,7 11,7 -34 3,2 36,6 131 63,9 82 000DE010 11:40 30/08/2005 23 20,5 8,9 47,6 -29 1,2 42,2 76 17,5 83 000DG037 11:43 30/08/2005 23,9 19,7 9,8 46,6 -19 3,1 37,6 127 30,4 84 000DE012 11:45 30/08/2005 52,6 37,5 2,5 7,4 -3 2,4 43,2 112 58,9 85 000DE011 11:48 30/08/2005 26,1 19,9 10,1 43,9 -18 11,9 40,8 253 66,0 86 000DP002 11:50 30/08/2005 15,3 11,9 14,8 58 -7 2,4 42,2 111 17,0 87 000DG049 12:17 30/08/2005 61 38,5 0,5 0 0 0,2 38,4 16 9,8 88 000DC011 12:21 30/08/2005 34 30,7 3 32,3 -46 0,7 36,7 57 19,4 89 000DG047 12:24 30/08/2005 6,6 4,1 18,8 70,5 -4 -4,9 36,7 0 - 90 000DG043 12:27 30/08/2005 19,4 15,5 12,7 52,4 -2 0,2 37,4 22 4,3 91 000DG042 12:34 30/08/2005 58,1 41,5 0,4 0 -32 -8,7 38,4 0 - 92 000DP011 12:37 30/08/2005 58,5 40,8 0,7 0 -38 0,7 35,8 61 35,7 93 000DG038 12:40 30/08/2005 43,9 31,4 5,4 19,3 -35 0,7 35,2 62 27,2 94 000DG035 12:43 30/08/2005 59,9 39,8 0,3 0 -21 3,2 37 134 80,3

2.149,5

Item Code Time Date CH4 CO2 O2 Bal Static Pres. Differ. Pres Temp Vazão Total CH4

1 NOVO0010 13:27 30/08/2005 60,4 38,9 0,7 0 0 0 39,2 0 - 2 NOVO0013 13:32 30/08/2005 47,5 33,3 3 16,2 -1 4,9 33,4 173 82,2 3 NOVO0014 13:37 30/08/2005 60 39,4 0,6 0 -1 3,5 35,2 145 87,0 4 NOVO0015 13:40 30/08/2005 51,7 39,6 1,8 6,9 -6 1 34,4 75 38,8 5 NOVO0016 13:42 30/08/2005 13,8 12,1 14,3 59,8 -9 0,8 38,2 61 8,4 6 NOVO0017 13:46 30/08/2005 34,4 29,6 4,1 31,9 -3 0,1 34,2 12 4,1 7 NOVO0018 13:52 30/08/2005 30 24,1 8,5 37,4 -5 2,4 35,6 115 34,5 8 NOVO0019 13:55 30/08/2005 58,4 41,1 0,5 0 0 0,2 38,2 18 10,5 9 NOVO0020 13:58 30/08/2005 41,5 32,1 5,3 21,1 -5 1 35,8 75 31,1

296,6

Tabela B-17 - Dados de vazão de biogás e metano da Célula 6 - Ago / 2005

Page 183: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

182

Tabela B-18 – Leituras de vazão de metano efetuadas na central de captação

Data Vazão total das células Vazão total central (m³/h) (m³/h)

26/7/2004 2454,75 3050

17/8/2004 1853,27 3150

17/11/2004 2045,77 2757 9/3/2005 2464,38 4396

29/4/2005 3219,45 4770

25/5/2005 28577,14 4780

11/6/2005 2687,98 4653

30/8/2005 4112,3 4637

Page 184: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

183

APÊNDICE C – Disposição dos resíduos desde a abertura

do aterro até a data final do estudo

Para o cálculo dos sub-aterros considerados a partir da equação 3.15, usou-se os valores de

disposição de resíduos mostrado nas Tabelas C1 à C8, a partir da data de abertura do aterro

até a data do final do estudo, agosto de 2005.

Tabela C1 – Disposição de resíduo nas Célula 5 e macro-Célula 1 em 1997 e 1998

MÊS CELULA

01 CELULA

05 CELULA

06 VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

10/97 6.945,79 6.945,79 11/97 9.468,54 9.468,54 12/97 12.364,94 12.364,94

28.779,27

01/98 12.112,99 12.112,99 02/98 9.372,10 9.372,10 03/98 11.496,60 11.496,60 04/98 12.067,77 12.067,77 05/98 11.624,44 11.624,44 06/98 12.026,63 12.026,63 07/98 11.960,43 11.960,43 08/98 12.551,51 12.551,51 09/98 11.654,60 11.654,60 10/98 12.977,99 12.977,99 11/98 13.145,88 13.145,88 12/98 48.073,40 48.073,40

179.064,34

Tabela C2 – Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 1999

MÊS CELULA 01 CELULA 05 CELULA 06 VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

01/99 56.830,73 56.830,73 02/99 52.088,15 52.088,15 03/99 59.450,99 59.450,99 04/99 59.767,41 59.767,41 05/99 67.170,59 67.170,59 06/99 65.542,46 65.542,46 07/99 66.261,49 66.261,49 08/99 62.723,78 62.723,78 09/99 64.056,29 64.056,29 10/99 65.737,81 65.737,81 11/99 65.632,10 65.632,10 12/99 76.130,31 76.130,31

761.392,11

Page 185: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

184

Tabela C3 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2000

MÊS CELULA 01 CELULA 05 CELULA 06

VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

01/00 72.337,37 72.337,37 02/00 68.395,59 68.395,59 03/00 71.945,04 71.945,04 04/00 65.866,10 65.866,10 05/00 73.412,55 73.412,55 06/00 69.381,64 69.381,64 07/00 68.910,62 68.910,62 08/00 73.193,72 73.193,72 09/00 68.694,96 68.694,96 10/00 68.924,75 68.924,75 11/00 69.576,66 69.576,66 12/00 76.028,33 76.028,33

846.667,33

Tabela C4 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2001

MÊS CELULA 01 CELULA

05 CELULA 06 VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

01/01 78.247,05 78.247,05 02/01 65.861,22 65.861,22 03/01 74.403,19 74.403,19 04/01 66.306,11 66.306,11 05/01 71.943,90 71.943,90 06/01 71.304,69 71.304,69 07/01 69.265,02 69.265,02 08/01 73.775,43 73.775,43 09/01 69.687,88 69.687,88 10/01 75.797,87 75.797,87 11/01 73.145,65 73.145,65 12/01 80.019,50 80.019,50

869.757,51

Tabela C5 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2002

MÊS CELULA 01 CELULA

05 CELULA 06 VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

01/02 83.575,20 83.575,20 02/02 72.104,43 72.104,43 03/02 75.470,92 75.470,92 04/02 72.470,20 72.470,20 05/02 67.335,72 67.335,72 06/02 62.191,84 62.191,84 07/02 68.034,72 68.034,72 08/02 67.074,89 67.074,89 09/02 64.265,10 64.265,10 10/02 70.011,23 70.011,23 11/02 65.782,54 65.782,54 12/02 74.076,41 74.076,41

842.393,20

Page 186: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

185

Tabela C6 - disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2003

MÊS CELULA 01 CELULA

05 CELULA 06 VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

01/03 68.420,65 68.420,65 02/03 59.432,77 59.432,77 03/03 66.014,27 66.014,27 01/04/2003 Macro 1 63.505,25 63.505,25 01/05/2003 Célula 5 64.985,73 64.985,73 06/03 61.732,70 61.732,70 07/03 62.902,19 62.902,19 08/03 61.662,47 61.662,47 09/03 62.887,91 62.887,91 10/03 63.501,25 63.501,25 11/03 62.353,23 62.353,23 12/03 72.596,72 72.596,72

769.995,14

Tabela C7 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 em 2004

MÊS CELULA 01 CELULA

05

JUNÇÃO CÉLULA 5 E MACRO 1 CELULA 06

VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

01/04 69.935,91 69.935,91 02/04 62.210,55 62.210,55 03/04 70.793,16 70.793,16 04/04 34.375,07 30.000,00 64.375,07 01/05/2004 Fim cel 5 66.245,05 66.245,05 01/06/2004Célula 6 65.913,77 65.913,77 07/04 66.120,27 66.120,27 08/04 66.165,52 66.165,52 01/09/2004Macro 1 41.911,52 20.955,76 62.867,28 10/04 62.873,87 62.873,87 11/04 64.829,42 64.829,42 12/04 76.365,51 76.365,51

798.695,38

Tabela C8 - Disposição de resíduo nas Célula 5 e Macro Célula 1 no ano de 2005

MÊS CELULA 01 CELULA

05 CELULA 06 VALOR TOTAL

TOTAL / ANO

Jan/05 72.135,33 72.135,33 fev/05 63.927,40 63.927,40 mar05Celula6 71.382,72 71.382,72 abr/05 68.186,25 68.186,25 mai/05 68.990,16 68.990,16 jun/05 66.859,62 66.859,62 jul/05 68.019,84 68.019,84 ago/05 70.505,61 70.505,61

550.006,93

Page 187: taxa de emissão de biogás e parâmetros de biodegradação de

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