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As alterações climáticas e o seu efeito na agricultura
Agricultura e Mar Actual 23 horas atrás Agricultura, Featured, Meteo, Opinião Deixe um comentário 0 Visualizações
Artigo de opinião do site A Cientista Agrícola
Autor do artigo: José Pena,Estudante de Agronomia e Técnico Superiorde Mecanização e Automação Agrícola
ContextualizaçãoAs práticas agrícolas ocuparam sempre um lugar importante na história
do homem tratando-se de um passo decisivo para o desenvolvimento humano e para
o melhoramento do padrão de vida. Inicialmente a agricultura praticada era de
subsistência, praticada ao nível familiar e de acordo com as necessidades destes,
enquanto que futuramente a agricultura intensificou-se, de forma a dar resposta aos
mercados de procura e oferta de produtos animais e vegetais para qual muito
contribui a mecanização agrícola, a utilização de produtos químicos para a
fertilização e tecnologia associada a problemas.
Se por um lado se atingiram altos índices de produtividade pelo outro levantaram-se
problemas do valor da fertilidade do solo ou do tempo de produção. Um dos
problemas mais importantes que é transversal à agricultura está associada à
alterações climáticas e o futuro passa como continuar a produzir mitigando os seus
efeitos, sobretudo negativos, para o agricultor.
Fonte da imagem: Marketing Agrícola
O efeito das alterações climáticas no sector agrícolaAs condições meteorológicas numa determinada região são determinadas por
múltiplos factores e processos que interagem entre si, e as alterações climáticas não
são mais que perturbações desses sistemas climáticos, complexos e dinâmicos,
sendo “normais” e fazendo parte da evolução do clima.
As alterações climáticas apresentam na sua generalidade elevados custos,
económicos, ambientais e sociais mas os sectores mais influenciados e
prejudicados são a agricultura e as florestas, por se desenvolverem
maioritariamente ao ar livre e com isso dependerem das condições meteorológicas,
para o qual começou a ser mesmo uma necessidade implementar medidas
correctivas e de resposta a situações de emergência.
Fonte da imagem: ONU Brasil
Impacto das alterações climáticas no sector agrícolaAs alterações climáticas têm um forte impacto na actividade agrícola e apresentam
como principais efeitos:
Os impactos do aquecimento global na fenologia, reduzindo a duração do ciclo
das culturas e, portanto, a produtividade.
O aumento de CO2 na eficiência fotossintética das culturas, que por sua vez
aumenta a taxa fotossintética e, portanto, a produtividade. O aumento de CO2 teve
origem sobretudo nos combustíveis fósseis e na desflorestação, que liberta CO2 e
reduz a sua assimilação pelas plantas. Algumas culturas respondem positivamente
à elevação, verificando-se aumentos de produtividade, mas varia de espécie para
espécie, estado fenológico e gestão da cultura, em particular em relação à água
e ao azoto, contudo alterações na temperatura e precipitação vão limitar o efeito
positivo.
Fonte da imagem: Agrotec
Medidas de mitigação dos efeitos das alterações climáticas no sectoragrícolaExistem cada vez mais argumentos e provas físicas o clima está a mudar: os
fenómenos climáticos extremos são clari-evidentes, inevitáveis e irão manter-se
durante décadas. Têm-se falado da mitigação dos seus efeitos, mas não é possível
evitar todos os impactos biofísicos e socioeconómicos das alterações do
clima. Podemos lançar medidas de mitigação das alterações climáticas como:
A redução de emissões de GEE;
Gestão das culturas;
Gestão das pastagens/melhoramento das pastagens;
Gestão de solos orgânicos;
Restauro de solos degradados;
Gestão da produção animal;
Gestão de efluentes em explorações animais;
Melhoria da gestão e armazenamento, digestão anaeróbia, utilização como
fertilizante – os efluentes podem libertar para a atmosfera quantidades
significativas de CH4 e N2O
Mobilização do solo e gestão dos resíduos – Os sistemas de mobilização reduzida
ou nula promovem o sequestro do carbono.
Alterações climáticas: é necessário uma resposta urgente!A espectar o futuro a palavra de ordem será adaptação e a resposta necessária e
urgente, para em cenários de médio-prazo, envolver o conhecimento e recursos
necessários para as estratégias de adaptação. Assim as medidas de adaptação às
alterações climáticas passam por:
Alterar variedades ou culturas para outras com necessidades térmicas e de
vernalização mais apropriadas e/ou com melhor resistência ao stress térmico e
hídrico
Utilizar pastagens que privilegiem a consociação de diversas espécies
Alterar ou adaptar o sistema de produção
Contudo os processos naturais como a fotossíntese, a respiração, e as trocas de CO2
à superfície dos oceanos a resultam em fluxos de enormes proporções de CO2 entre
os continentes e a atmosfera e entre os oceanos e a atmosfera. Uma grande ameaça
futura são as emissões de gases de efeito de estufa que no futuro serão o
resultado de complexos sistemas dinâmicos, determinados pelo desenvolvimento
demográfico, o desenvolvimento sócio-económico e a inovação tecnológica.
Fonte da imagem: | Confederação dos Agricultores de Portugal
Portugal e as medidas para mitigar os efeitos das alterações climáticasPortugal desde cedo adoptou medidas para mitigar os efeitos que a poluição
causava, e continua a causar, lançando mesmo o Programa Nacional para as
Alterações Climáticas para o período 2013-2020 (PNAC 2020) que visa estabelecer
políticas, medidas e instrumentos com o objectivo de dar resposta à limitação de
emissões de gases com efeito de estufa. Apesar de este e outros programas de
âmbito nacional e ou europeu revelem alguma eficácia e cumpram os objectivos a
que se propõem, as alterações climáticas são inevitáveis sendo necessário traçar
estratégias e medidas de adaptação ao seu impacto.
Assim ao longo das últimas décadas intensificou-se o estudo sobre o contributo
da agricultura para as alterações climáticas, pois esta apresenta aspectos
positivos e negativos nesta temática. É mesmo possível afirmar que as alterações
climáticas são uma das muitas pressões a que a agricultura está sujeita, perante o
crescimento da procura e da competição pelos recursos, a produção e o consumo de
alimentos interliga agricultura com muitos outros sectores.
Fonte da imagem: Food And Nutrition Awards
É evidente que o mundo necessitará de produzir mais alimentos e que os
principais recursos são limitados, mas questionar “Quem pode produzir, o que
pode produzir e onde pode” é uma questão controversa. A abordagem política
coerente e integrada em matéria de alterações climáticas irá certamente
provar a necessidade de aumentar a produtividade, reduzindo a nossa
dependência dos produtos agroquímicos, e diminuir o desperdício alimentar. O papel
fundamental é dos agricultores que desempenham a manutenção e a gestão da
biodiversidade e são um elemento indispensável da economia rural.
Para finalizar a promoção do conhecimento sobre as alterações deve elucidar
acerca dos seus potenciais riscos e o impacto e consequências para as pessoas
e bens incluindo. Não esquecendo os eventos meteorológicos extremos, cada vez
mais frequentes, devemos esperar a implementação de medidas de adaptação para
moderarmos os seus efeitos directos. A capacitação e monitorização associadas às
alterações climáticas deve também ligar políticas de ordenamento do território,
sobretudo urbano, e tornar a expansão sustentável.
Um pequeno truque ajudou uma Portuguesa Veias varicosas DESAPARECEM em 15
Bibliografia:
Braga, R., Aguiar Pinto P., (2018) Alterações Climáticas eAgricultura, http://agrinov.ajap.pt,http://agrinov.ajap.pt/images/manuais/Manual_Alteracoes_Climaticas_e_Agricultura.pdf, consultado em 24 de Setembro de 2018
Borrego C., Lopes M., Rafael S. (2015), Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal: Estratégias ePerspetivas, https://www.lipor.pt/, https://www.lipor.pt/pt/bibliotecas/seminarios/, consultado em 24 deSetembro de 2018
EEA (2015), A agricultura e as alteraçõesclimáticas, https://www.eea.europa.eu/pt/, https://www.eea.europa.eu/pt/sinais-da-aea/sinais-2015/artigos/a-agricultura-e-as-alteracoes-climaticas, consultado em 24 de Setembro de 2018
A Cientista Agrícola
Tags A CIENTISTA AGRÍCOLA
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