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LEONARDO LIMA MEDEIROS CAVALCANTI CONTROLE DE MICROORGANISMOS CONTAMINANTES NA INTRODUÇÃO IN VITRO DE EXPLANTES DE HELICONIA PSITTACORUM CV. RED OPAL Trabalho de conclusão de curso apresentada ao Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas para obtenção do título de Engenheiro Agrônomo. Orientador: Prof. Dr. Eurico Eduardo Pinto de Lemos Rio Largo Alagoas - Brasil 2010 U F A L UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS C E C A

TCC - LEONARDO LIMA MEDEIROS CAVALCANTI€¦ · INTRODUÇÃO IN VITRO DE EXPLANTES DE HELICONIA PSITTACORUM CV. RED OPAL Trabalho de conclusão de curso apresentada ao Centro de Ciências

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LEONARDO LIMA MEDEIROS CAVALCANTI

CONTROLE DE MICROORGANISMOS CONTAMINANTES NA

INTRODUÇÃO IN VITRO DE EXPLANTES DE HELICONIA PSITTACORUM

CV. RED OPAL

Trabalho de conclusão de curso apresentada ao

Centro de Ciências Agrárias da Universidade

Federal de Alagoas para obtenção do título de

Engenheiro Agrônomo.

Orientador: Prof. Dr. Eurico Eduardo Pinto de

Lemos

Rio Largo

Alagoas - Brasil

2010

U F A L

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

C E C A

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II

ATA DE REUNIÃO DE BANCA EXAINADORA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Aos 08 (oito) dias do mês de Junho do ano de 2010, às 09h00min (nove) horas, sob a Presidência da Professora Dr. Eurico Eduardo Pinto de Lemos, em sessão pública na sala do BIOVEG, Campus Delza Gitaí, km 85 da BR 104 Norte, Rio Largo-AL, reuniu-se a Banca Examinadora de defesa do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “CONTROLE DE MICROORGANISMOS CONTAMINANTES NA INTRODUÇÃO IN VITRO DE EXPLANTES DE HELICONIA PSITTACORUM CV. RED OPAL” do aluno Leonardo Lima Medeiros Cavalcanti, requisito obrigatório para conclusão do Curso de Agronomia, assim constituída: Prof. Dr. Eurico Eduardo Pinto de Lemos CECA/UFAL (orientador); Prof. Dr. Julio Alves Cardoso Filho, CECA/UFAL e MSc. Jaqueline Figueiredo de Oliveira Costa, CECA/UFAL, foi dado a cada examinador um período máximo de 30 (trinta) minutos para a argüição ao candidato. Terminada a defesa do trabalho, procedeu-se o julgamento final, cujo resultado foi o seguinte, observada a ordem de argüição: Jaqueline Figueiredo de Oliveira Costa, nota ____ (_____),Prof. Dr. Julio Alves Cardoso Filho, nota ____ (_____) e Prof. Dr. Eurico Eduardo Pinto de Lemos, nota _____(______). Apuradas as notas, o candidato foi considerado APROVADO, com média final de ____ (_______). Na oportunidade o candidato foi notificado do prazo de máximo de 30 (trinta) dias, a partir desta data de defesa, para entregar a Coordenação do Trabalho de Conclusão de Curso, a versão final corrigida com as alterações sugeridas pela Banca do trabalho hoje defendido, em 4 (quatro) vias, impressas e encadernadas e uma cópia digitalizada em CD, sem o que está avaliação se tornará sem efeito, passando o aluno a ser considerado reprovado. Nada mais havendo a tratar, os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ATA, que depois de lida e achada conforme, vai assinada por todos os membros da Banca Examinadora, pelo coordenador (a) do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e pelo coordenador (a) do Curso de Agronomia do Centro de Ciências Agrárias, da Universidade Federal de Alagoas. Rio Largo/AL, 08 de Junho de 2010. 1º Examinador _________________________________________________________

Prof. Dr. Eurico Eduardo Pinto de Lemos

2º Examinador _________________________________________________________ Prof. Dr. Julio Alves Cardoso Filho

3º Examinador _________________________________________________________

MSc. Jaqueline Figueiredo de Oliveira Costa

Coordenador (a) do TCC _________________________________________________ Profª Drª Roseane Cristina Prédes Trindade

Coordenador (a) do Curso de Agronomia ____________________________________ Profª Drª Leila Resende

U F A L

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS COORDENAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE

CURSO

C E C A

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III

“Agradeço todas as dificuldades que

enfrentei; não fosse por elas, eu não

teria saído do lugar. As facilidades

nos impedem de caminhar. Mesmo

as críticas nos auxiliam muito.”

Chico Xavier

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IV

DEDICO

A minha mãe Sandra Lima Medeiros, meu grande

exemplo de vida, e por todo o incentivo dos meus estudos,

todo meu amor e carinho.

A meu pai Silvio Romero de Araújo Cavalcanti, a

quem tento me espelhar e responsável por toda minha

vontade de crescer mais e mais profissionalmente, meu

respeito e admiração.

Ao meu irmão, Romero Lima Medeiros

Cavalcanti...

A minha família e um carinho especial a minha

avó Marli pelo amor incondicional, incentivo e apoio em

todos os momentos.

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V

AGRADECIMENTOS Ao longo de minha vida acadêmica, dificilmente farei jus a todos que merecem o meu sincero e profundo AGRADECIMENTO. No entanto, segue sumariamente uma pequena demonstração do meu respeito e consideração. A Deus, nosso criador, senhor todo poderoso do universo. Ao Centro de Ciências Agrárias - CECA, pela minha formação profissional; A meu orientador Prof. Dr. Eurico Eduardo Pinto de Lemos pela confiança, ensinamentos e incentivo. Minha eterna gratidão, pela oportunidade de crescer na vida acadêmica e pessoal; “Professor Eurico quero lhe agradecer por todo este período em que passamos juntos, gostaria que soubesse que sua ajuda me foi de grande valia. Obrigado por sua atenção. Que o Universo te cubra de bênçãos, oferecendo sempre novas conquistas e felicidades.” Ao Prof. Dr. Julio Alves Cardoso Filho por todo o apoio e sugestões para enriquecer meu trabalho de pesquisa; A meu amigo Lamartine Silva Ferreira Junior pela amizade, grande apoio e ensinamentos indispensáveis para o sucesso deste trabalho, nunca vou esquecer-me do que você fez por mim meu amigo. Aos companheiros do Laboratório de Biotecnologia Vegetal - BIOVEG a quem dedico um carinho especial pela convivência, apoio e grandes momentos de descontração: As gêmeas Taciana de Lima e Tatiana de Lima, Edvania de Lima, Lamartine Silva; Aos colegas da turma do curso de Agronomia, pelos momentos inesquecíveis dentro e fora da sala de aula; À Dona Adriana Oiticica por ceder gentilmente todas as mudas utilizadas neste trabalho. Ao Técnico do Laboratório de Biotecnologia Vegetal - BIOVEG, Hélio do Carmo, pelo constante apoio e ajuda. Aos amigos que conquistei ao longo deste trajeto pelos momentos de descontração. E a você, que contribuiu com o desenvolvimento deste trabalho e/ou colaborou na minha formação acadêmica ou pessoal e por ventura, não encontre seu nome acima, peço desculpas pela falha, o meu profundo agradecimento. Como pode se notar, esta conquista envolve o trabalho de toda uma equipe. A todos mais uma vez, minha sincera gratidão pela realização de mais um sonho!

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VI

SUMÁRIO Pág. LISTA DE FIGURAS.............................................................................................. VII LISTA DE TABELAS............................................................................................. VIII RESUMO................................................................................................................. IX ABSTRACT............................................................................................................. X 1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA........................................................................... 2 2.1. Características botânicas das helicônias............................................................ 5 2.2. Propagação de helicônias................................................................................... 6 2.2.1. Propagaçãosexual........................................................................................... 6 2.2.2. Propagação assexual....................................................................................... 7 2.3. Importância do cultivo in vitro na floricultura.................................................. 7 2.4. Micropropagação de helicônias......................................................................... 8 2.5. Cultivo in vitro de helicônias............................................................................ 8 2.6. Desinfestação.................................................................................................... 9 2.7. Contaminação bacteriana.................................................................................. 10 2.8. Microorganismos endofíticos........................................................................... 11 3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................... 12 3.1. Local do experimento....................................................................................... 12 3.2.Obtenção e limpeza do material vegetal............................................................ 12 3.3. Preparação do meio de cultura.......................................................................... 13 3.4. Primeiro tratamento de desinfestação dos explantes........................................ 13 3.4.1. Toalete............................................................................................................ 13 3.4.2. Desinfestação................................................................................................. 13 3.5. Primeiro ensaio com Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina)....... 13 3.6. Segundo ensaio com Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina)....... 15 3.7. Segundo tratamento de desinfestação dos explantes........................................ 15 3.7.1. Toalete............................................................................................................ 15 3.7.2. Desinfestação................................................................................................. 15 3.8. Terceiro ensaio com Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino)......................... 15 3.9. Condições experimentais................................................................................... 16 3.10. Caracterização de bactérias contaminantes pelo teste de Gram...................... 16 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ 17 4.1. Desinfestação dos explantes do tratamento controle........................................ 17 4.2. Desinfestação dos explantes no primeiro e segundo ensaio.............................. 17 4.3. Desinfestação dos explantes no terceiro ensaio................................................. 19 4.4. Caracterização de bactérias contaminantes pelo teste de Gram........................ 21 5. CONCLUSÕES.................................................................................................... 22 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 23

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VII

LISTA DE FIGURAS Pág. Figura 1 – Inflorescência de heliconia psittacorum cv. red opal.......................... 5 Figura 2 – Retirada dos rizomas na fazenda Riachão........................................... 12 Figura 3 – Lavagem com água destilada e algumas gotas de Tween 80.............. 14 Figura 4 – Tratamento com Cercobin 700PM (Tiofanato Metílico)..................... 14 Figura 5 – Tríplice lavagem com água destilada esterilizada............................... 14 Figura 6 – Tratamento com solução de 30% de Água Sanitária........................... 14 Figura 7 – Flambagem.......................................................................................... 14 Figura 8 – Redução do tamanho para aproximadamente 4 cm de altura.............. 14 Figura 9 - Tratamento com Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina). 14 Figura 10 - Introdução in vitro.............................................................................. 14 Figura 11 – Desenvolvimento do explante após 21 dias de introduzido.............. 17 Figura 12 - Explantes contaminados por bactérias............................................... 18 Figura 13 - Explantes contaminados por fungos.................................................. 18 Figura 14 - Explantes submetido ao tratamento com 8 g/L de ampicilina em início de brotação após 11 dias de introduzidos....................................................

18

Figura 15 - Explantes contaminados por fungos.................................................. 19 Figura 16 - Explantes contaminados por bactérias............................................... 19 Figura 17 - Explantes submetidos aos tratamentos com Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino), após 14 dias de introduzidos sem contaminação....................

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Figura 18 - Visualização da colônia de bactérias com o auxílio do microscópio aumentado em 100x, seguindo o método de coloração de Gram...........................

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LISTA DE TABELAS Pág. Tabela 1 - Número de explantes utilizados para a introdução in vitro...................... 12 Tabela 2 - Quantidade de ensaios realizados............................................................. 13

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IX

RESUMO

CAVALCANTI, L. L. M. (LEONARDO LIMA MEDEIROS CAVALCANTI), Controle de microorganismos contaminantes na introdução in vitro de explantes de Heliconia psittacorum cv. Red Opal. Rio Largo: UFAL/ CECA, 2010 (27 p.). Trabalho de conclusão de curso.

O gênero Heliconia tem participação crescente na floricultura tropical, sendo utilizada principalmente como flor de corte e no paisagismo. A aplicação da micropropagação na produção de helicônias pode contribuir para a otimização da produção de mudas sadias em larga escala e com elevado padrão genético. Uma das maiores dificuldades enfrentadas no estabelecimento in vitro dos explantes de helicônias é a contaminação bacteriana. Por tanto, conduziu-se um experimento no Laboratório de Biotecnologia Vegetal com três antibióticos: Ocylin (amoxicilina), Neo Ampicilin (ampicilina) e Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino), além do tratamento controle. Quase 100% dos explantes tratados com Ocylin, Neo Ampicilin e o tratamento controle apresentaram contaminação bacteriana três dias após a introdução dos explantes. Os explantes tratados com Ciprobiot apresentaram os níveis mais altos de controle após 14 dias em cultura. A contaminação observada nos frascos foi responsável pela morte da maioria dos explantes. As bacterias contaminantes foram identificadas como Gram-positivas, de acordo com a metodologia de coloração de Gram. O presente trabalho objetivou estabelecer um protocolo de assepsia de explantes de rizomas de Heliconia psittacorum cv. Red Opal, para o estabelecimento de culturas in vitro. Palavras-chave: Cultivo in vitro, contaminação bacteriana, flor tropical

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ABSTRACT Cavalcanti, L. L. M. (LEONARDO LIMA MEDEIROS CAVALCANTI) Controling contaminating microorganisms in the in vitro introduction of Heliconia psittacorum cv. Red Opal explants. Rio Largo: UFAL / ECSC, 2010 (27 p.). Completion of course work.

The genus Heliconia, has an increasing participation in the tropical flower market, being mainly used as a cut flower and landscaping. The use of micropropagation in the Heliconia production can significantly contribute to the production of high quality seedlings. One of the greatest difficulties experienced on the in vitro establishment of explantes of Heliconia is the bacterial contamination. This work aimed to control bacteria contaminants in rhizomes of H. psittacorum cv. Red Opal used as starting explantes. Thus, an experiment was carried out in the Plant Biotechnology Lab with three antibiotics Ocylin (amoxicillin), neo Ampicilin (ampicillin) and Ciprobiot (ciprofloxacino hydrochloride), and two concentrations plus a control treatment. Almost 100% of the cultures with Ocylin, neo Ampicilin and the control presented bacterial contamination three days after the introduction of explants. Cultures with the antibiotic Ciprobiot achieved the highest level of control 14 days of culture. Contamination of the bottles was responsible for the deaths of most explants. The bacteria contaminants have been identified as Gram-positive, according to Gram staining methodology. Keywords: tissue culture, bacterial contamination, tropical flower

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1. INTRODUÇÃO

As transformações do movimento paisagístico e no cenário sócio-econômico mundial em meados do século XX influenciaram na valorização do senso ecológico e na divulgação da beleza exótica, integrando a projeção dos jardins com a vegetação nativa preexistente, contribuindo na difusão e na preservação de muitas espécies tropicais. Neste contexto, a floricultura tropical incidiu, tornando-se uma das atividades de maior expressão na região Nordeste brasileira e surgindo como grande alternativa para o desenvolvimento de pequenas propriedades rurais, promovendo a inclusão social, diminuindo o êxodo rural e agregando novas tecnologias ao longo da cadeia produtiva de plantas ornamentais, consolidando-se como uma atividade altamente competitiva e sustentável.

As helicônias são consideradas uma das principais e mais importantes flores

tropicais. O gênero Heliconia é o único representante da família Heliconiaceae e tem participação crescente na floricultura. As plantas são geralmente usadas como flor de corte e para o paisagismo, cujo principal atrativo é a inflorescência terminal, formada pelas brácteas vistosas, cores contrastantes e texturas variáveis, na qual abrigam as flores propriamente ditas. As helicônias atuam como plantas pioneiras no processo de regeneração da vegetação, auxiliam na recuperação de solos degradados e mantêm importantes relações coevolutivas com espécies animais responsáveis pela sua polinização, desempenhando um importante papel nos ecossistemas tropicais.

A aplicação da biotecnologia no setor, atua na otimização da produtividade e na

melhoria da qualidade do produto, entre elas, a prática da cultura de tecidos contribui na produção de mudas sadias, viáveis e uniformes, diminui o período até a colheita, proporciona a multiplicação rápida e em grande escala, e fornece maior resistência às plantas contra os fitopatógenos, por apresentar um bom estado nutricional e o sistema radicular bem desenvolvido.

O processo de micropropagação possibilita a maior rapidez regenerativa dos

explantes, facilitando a propagação quando as tecnologias convencionais são difíceis, a obtenção de plantas, independente da estação do ano e a preservação do fenótipo e da atividade fisiológica da planta-matriz. No entanto, a ocorrência de bons resultados na micropropagação dependem da otimização de enumeras variáveis como: a adequação do meio de cultura, suprindo as necessidades nutricionais para o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação das plantas in vitro. Ao final, uma das principais dificuldades na micropropagação de helicônias é a contaminação bacteriana dos explantes in vitro, onde as bactérias competem com os explantes pelos nutrientes do meio de cultura afetando seu desenvolvimento, podem exudar substâncias que acidificam o meio de cultura ou liberar reguladores vegetais.

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2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Aspectos sócio-econômicos

A floricultura é um dos segmentos mais dinâmicos e avançados do agronegócio contemporâneo, destacando-se expressivamente a estrutura de mercado, diversificação de espécies e variedades, difusão de novas tecnologias de produção, profissionalização dos agentes da cadeia e na sua integração com programas de inclusão social, diminuindo o êxodo rural e valorizando o trabalho da mulher e de jovens de baixa renda em algumas regiões brasileiras (TANIO; SIMÕES, 2005).

De acordo com Buainain e Batalha (2007), a atividade mundial de produção de

flores e plantas ornamentais ocupa uma área estimada em 190 mil hectares e movimenta valores próximos a US$ 60 bilhões por ano. A floricultura nacional move R$ 2 bilhões (SEBRAE, 2005) e a participação na exportação mundial é de apenas 0,22%, correspondendo a 3% do faturamento do setor (SEBRAE, 2005; BUAINAIN e BATALHA, 2007). Segundo a Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento (SECEX, 2008), as exportações dos produtos da floricultura brasileira atingiram o valor de US$ 35,3 milhões em 2007, representando um aumento de 9,1% em relação ao ano anterior com crescentes embarques para a Holanda, EUA, Japão, Espanha, França e mais outros 30 diferentes destinos em todo o mundo (JUNQUEIRA e PEETZ, 2008).

O aumento da renda da população, a busca pela sustentabilidade, o maior

investimento na divulgação e a facilidade de acesso aos produtos, tanto nos pontos de venda físicos como via internet, são fatores de médio prazo que reforçam o crescimento do consumo de flores no mercado interno, que no momento atual, consome praticamente tudo que produz. No entanto, o consumo per capita anual de flores no Brasil é de US$ 4,7, um valor extremamente baixo em relação aos países desenvolvidos, como a Suíça, onde o consumo alcança US$ 174 por ano, ou os Estados Unidos, com US$ 58 por ano, ou seja, um mercado ainda pouco explorado com amplas perspectivas de desenvolvimento (BUAINAIN e BATALHA, 2007).

As profundas modificações no cenário sócio-econômico mundial influenciam na

preferência dos consumidores, que motivados pelo senso ecológico e pela divulgação da beleza exótica, procuram cada vez mais produtos que representem o apelo ecológico e de aparência peculiar, valorizando as plantas silvestres e tropicais (OLIVEIRA, 1996).

A vasta extensão territorial do Brasil promove a grande diversidade climática,

favorecendo a multiplicidade dos componentes da cadeia produtiva da floricultura como a produção de bulbos, mudas, flores e as folhagens de corte, tanto de plantas de clima temperado, como de tropical (BUAINAIN e BATALHA, 2007). Outro êxito é fundamentado na possibilidade de obter produtos e seus derivados ao longo de todo ano a custos relativamente baixos e a sua maior produtividade no período entre outubro e abril, a qual coincide com o inverno das principais regiões produtoras do hemisfério Norte (MOTOS, 2005).

Buainain e Batalha (2007) relatam que a floricultura brasileira é caracterizada

por um significativo crescimento e dinamismo na produtividade na maioria dos estados

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nos últimos cinco anos, aumentando também as diferenciações econômicas, políticas e sociais entre as regiões e seus pólos produtores.

O custo de produção de uma flor tropical brasileira pode ser até 50 % menor que

o de outras flores, além de apresentar maior durabilidade de suas características, pois, enquanto para uma flor tradicional essa durabilidade é, em média, de cinco dias, para uma flor tropical ela pode alcançar até vinte dias (AFLORAL, 2005). Essas características colaboram para o grande sucesso desses tipos de flores no mercado mundial. A alta produtividade em condições de irrigação tem proporcionado elevados retornos financeiros quando comparados a outras culturas locais, podendo chegar a ser trinta vezes maior que o do feijão e o do milho, e três vezes maior que a da uva e a da manga (ASSIS et al., 2002).

O exotismo, a diversidade de formas e cores das brácteas, a beleza, a resistência

durante o transporte, a alta durabilidade pós-colheita e a boa aceitação do mercado são características que favorecem substancialmente a comercialização das flores e plantas ornamentais tropicais no mercado interno (LOGES et al., 2005) e aumentam as perspectivas de expansão para o exigente mercado europeu e americano (SEBRAE, 2005).

Em meados do século XX, os trabalhos de Roberto Burle Marx revolucionaram

o movimento paisagístico moderno brasileiro, quebrando a formalidade dos jardins, a qual seguia a tendência européia e o uso intensivo de plantas temperadas. Os jardins projetados por Burle Marx buscavam a integração com a natureza local, além de uma associação de espécies tropicais nativas, contribuindo na divulgação, na difusão e na preservação de muitas espécies brasileiras, entre elas algumas helicônias. A valorização das formas assimétricas em contexto ecologicamente correto, agrupando as plantas em harmonia paisagística com a vegetação pré-existente era sempre um resultado observado por sua influência no paisagismo empregado nos atuais Jardins Botânicos brasileiros (VEIGA et al., 2003).

Brainer e Oliveira (2006) enfatizam que a partir do final do século XX a

floricultura no Nordeste brasileiro se tornou uma atividade de maior expressão econômica, com foco na produção de espécies de clima tropical. Atualmente a atividade se concentra nos estados de Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas, ocupando áreas mais privilegiadas em termos climáticos, de oferta de água e fazendo uso intensivo dos fatores de produção, com destaque para a elevada geração de emprego por área cultivada, contribuindo para ocupação da mão-de-obra local.

As condições climáticas do Nordeste proporcionam a produção de flores

tropicais de excelente qualidade e com tonalidades mais vivas, além do que, muitas espécies são nativas. Nesse contexto, as flores tropicais se mostram como uma excelente oportunidade para o Brasil expandir suas fronteiras agrícolas e aumentar a capacidade geradora de emprego e renda no campo (MOSCA et al., 2004).

Segundo Brainer e Oliveira (2006), o trabalho na floricultura possui a vantagem

de não ter a sazonalidade como as outras atividades agrícolas da região Nordeste, principalmente como as monoculturas de cana-de-açúcar. Sendo uma atividade desenvolvida em pequenas áreas de agricultura familiar, podendo se consolidar como uma atividade competitiva e sustentável (BUAINAIN e BATALHA, 2007), absorvendo

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principalmente a mão-de-obra familiar e permanente (KIYUNA et al., 2004). O estudo realizado por Brainer e Oliveira (2006), indica que 89,60% da mão-de-obra utilizada pela floricultura nordestina é permanente e os outros 10,40% são empregos temporários.

Devido a estes fatores, diversos órgãos públicos estabeleceram programas

federais, estaduais e regionais estimulando a floricultura. Neste processo, universidades e unidades da Embrapa começaram a desenvolver trabalhos visando definir sistemas de produção e oferta de mudas de qualidade para os produtores. O Banco do Nordeste do Brasil entra com as linhas de crédito para produção e comercialização, e financia projetos de pesquisa desenvolvidos pelas instituições regionais. Os governos estaduais e o SEBRAE promovem a presença de técnicos nacionais e internacionais para cursos e conferências, capacitando os floricultores locais e fornecendo informações sobre a concorrência, avaliando oportunidades e riscos, identificando as tendências e as expectativas dos consumidores. As Secretarias Estaduais de Agricultura e empresas de extensão rural operam apoiando a atividade (BRAINER e OLIVEIRA, 2006).

As ações que visam maior integração da produção proporcionam aos produtores

incorporarem novas tecnologias, possibilitando avanços na produtividade, na melhoria da qualidade, acesso a utilização de insumos de boa qualidade e ecologicamente corretos, e no desenvolvimento de sistemas logísticos eficientes para a distribuição dos produtos, aperfeiçoando o processo e agregando competitividade à beleza das flores e plantas ornamentais brasileiras. Desta forma, intensificam a profissionalização do sistema de produção, certificando as boas práticas e viabilizando a entrada das flores brasileiras no exterior e a disponibilidade de produtos com mais qualidade para o mercado interno (SEBRAE, 2005; BUAINAIN e BATALHA, 2007).

Dentre as flores tropicais cultivadas, as do gênero Heliconia são as mais

utilizadas em arranjos decorativos, por apresentarem as seguintes características: exoticidade, grande durabilidade pós-colheita, beleza e exuberância das inflorescências (ASSIS et al., 2002).

As helicônias são plantas tropicais que têm participação crescente na

floricultura. Brainer e Oliveira (2006), afirmam que 23,40% dos produtores nordestinos pesquisados utilizam as diversas espécies de helicônias como cultura principal e 23,53% empregam como a segunda principal cultura. As principais helicônias exploradas no Nordeste são: Heliconia bihai, H. rostrata, H. psittacorum x spathocircinata, H. wagneriana, H. chartacea, H. collinsiana, H. caribaea x bihai, H. rauliniana, H. psittacorum, H. ortotricha, entre outras.

As helicônias são popularmente conhecidas por “bananeira de jardim”, “bico de

papagaio” e “paquevira”, desempenham um importante papel nos ecossistemas, pois atuam como plantas pioneiras no processo de regeneração natural. Podem participar da recuperação de solos degradados, mantêm importantes relações coevolutivas com espécies animais, as quais são responsáveis por sua polinização e estas plantas são componentes freqüentes nos bosques e sub-bosques da vegetação tropical, ou mesmo compondo a flora de ambientes abertos (LAMAS, 2004).

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2.1. Características botânicas das helicônias

O gênero Heliconia é o único representante da família Heliconiaceae (CRONQUIST, 1981). Segundo estimativas de Berry e Kress (1991), o número de espécies de helicônias varia entre 200 e 250. São plantas de origem neotropical, com ampla distribuição nas Américas, entre os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, existindo um pequeno número de espécies procedentes das Ilhas do Pacifico Sul (CRONQUIST, 1981; BERRY e KRESS, 1991; CASTRO, 1995). Seu plantio comercial ocorre ao longo de toda faixa tropical do mundo, incluindo a África e a Ásia (BERRY e KRESS, 1991).

Algumas características que diferenciam a família Heliconiaceae das outras da

mesma ordem são: apresentam um único óvulo em cada lóculo, a sépala média é adaxial, o fruto é do tipo esquizocarpo e as sementes não apresentam arilo (CRONQUIST, 1988).

Figura 1 – Inflorescência de heliconia psittacorum cv. red opal

Cronquist (1981) classifica as helicônias como pertencentes à divisão Magnoliophyta, classe Liliopsida, ordem Zingiberales. Originalmente eram incluídas na família Musaceae, porém, a partir de 1941, foi estabelecido por Nakai como único representante da família Heliconiaceae, interpretação endossada por Broschat e Donselman (1983), Kress et al. (2001) e Lamas (2004).

As plantas são herbáceas, eretas, atingindo de 0,5 m a 10,0 m de altura,

conforme a espécie. O pseudocaule é constituído pela justaposição do pecíolo ou pelo limbo foliar, podendo apresentar uma camada de cera branca em algumas espécies. O rizoma é subterrâneo. Cada folha é formada por um pecíolo e a lâmina foliar, usualmente verde, porém certas espécies apresentam a face abaxial castanha ou vermelha, principalmente ao longo das margens. A inflorescência é terminal, apresentando um rápido desenvolvimento, é ereta ou pendular, composta por uma raquis alongada, na qual se inserem as brácteas espadiformes e formam um arranjo alternado reto ou espiralado. As brácteas apresentam tamanhos, texturas e cores variáveis, muitas vezes, compostas por cores contrastantes, favorecendo sua aceitação no mercado (DANIELS e STILES, 1979; BERRY e KRESS, 1991; CASTRO, 1995). As flores propriamente ditas são envolvidas e protegidas pelas brácteas, são hermafroditas,

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apresentam seis estames com filetes livres e anteras lineares, sendo 1 estéril e 5 funcionais. As sépalas e pétalas variam entre tons de amarelo a branco e as flores exudam uma grande quantidade de néctar, tornando-se atrativas aos agentes polinizadores como os beija-flores, alguns insetos e pequenos vertebrados (BERRY e KRESS, 1991; CASTRO, 1995).

As espécies são classificadas quanto ao hábito vegetativo, conforme o tipo de

arranjo das folhas, nas seguintes categorias: musóides, canóides ou zingiberóides (BERRY e KRESS, 1991). Outra classificação sugerida por Watson e Smith (1979), baseia-se no tipo de inflorescência: 1) Inflorescência em um único plano; 2) Inflorescência ereta em mais de um plano; 3) Inflorescência pendente em um único plano; 4) Inflorescência pendente em mais de um plano.

2.2. Propagação de helicônias

Berry e Kress (1991) e Castro (1995), ressaltam que as helicônias são plantas geófitas, as quais perpetuam tanto pelas suas sementes, como pelo seu órgão subterrâneo especializado, denominado rizoma, cuja função principal é a reserva de nutrientes e água para o crescimento e desenvolvimento sazonal, assegurando a sobrevivência da espécie. 2.2.1. Propagação sexual

Na região neotropical, os beija-flores são polinizadores exclusivos das helicônias, atraídos pelas suas brácteas coloridas, as quais variam entre os tons de vermelho, rosa, laranja e amarelo. A inflorescência é usualmente formada por brácteas, abrigando inúmeras flores e cada flor permanece aberta por apenas um dia. As flores em muitas espécies de helicônias são autocompatíveis e geralmente a polinização cruzada é inibida pela incompatibilidade sexual, ocasionando rara produção de híbridos naturais (BERRY e KRESS, 1991).

Os frutos do tipo baga contêm de uma a três sementes envolvidas por um

endocarpo bastante duro, dificultando a germinação, caracterizando-a como um processo lento e difícil (CASTRO, 1993; CASTRO, 1995; SIMÃO e SCATENA, 2003; MARQUES et al., 2004). Os frutos imaturos são amarelos ou verdes, tornando-se azuis ou violeta quando maduros nas regiões neotropicais, alaranjados e vermelhos nas regiões malanesianas (CASTRO, 1995). As sementes variam em tamanho e forma, conforme a espécie, mas em sua maioria são triangulares, com 2 lados achatados e um arredondado (MARQUES et al, 2004).

O período de germinação é bastante variado, ocorrendo na maioria das espécies

num prazo de 120 dias, levando três anos em algumas espécies (MARQUES et al., 2004), pois dependem do grau de desenvolvimento do embrião e das condições do habitat das espécies. As sementes de helicônias são bastante exigentes em luz para a germinação (CASTRO, 1995).

Simão e Scatena (2003) constataram que o período de germinação de sementes

de H. velloziana L. Emygd. ocorreu entre quatro e seis meses, provavelmente pelo embrião indiferenciado e o endocarpo pétreo. A germinação é hipógea e a plântula do tipo criptocotiledonar. Observaram que as duas primeiras estruturas foliares nas

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plântulas são escamiformes e as raízes adventícias são mais conspícuas do que a raiz primária. 2.2.2. Propagação assexual

O método convencionalmente utilizado na produção comercial de helicônias é a propagação pela divisão de rizomas. Neste processo as plantas matrizes devem apresentar características como: elevada produtividade, vigor e sanidade. Um rizoma considerado ideal é aquele que apresenta um mínimo de três gemas e, dependendo da época do ano podem ser plantados diretamente no campo, ou plantados em sacolas plásticas e preferencialmente colocadas sob irrigação e sombreamento entre 30 e 60%, o que facilita o enraizamento. O tempo de desenvolvimento da planta, desde a brotação até a formação das primeiras flores, pode ocorrer de quatro a cinco meses após o plantio (LAMAS, 2004). Entretanto, este método dificulta a obtenção de grandes quantidades de mudas e não possibilita a variabilidade genética (DE PAULA, 2000). Kampf (2000), ressalta ainda que este método facilita a disseminação de agentes patogênicos e microorganismos endofíticos.

Outro método de propagação vegetativa de helicônias é a cultura de tecidos

(LAMAS, 2004), proporcionando vantagens, como a obtenção rápida de plantas praticamente adultas, propagação de híbridos que dificilmente produzem sementes e na obtenção de plantas idênticas à planta matriz (GEORGE, 1993).

Segundo Criley e Broschat, (1992), os rizomas das helicônias formam touceiras

de população monoclonal. A emissão de perfilhos emerge principalmente da periferia da touceira (CRILEY, 1989). Em geral, a variação do número de perfilhos em helicônia é associada às características genéticas, mas as condições climáticas são fator de grande importância (GEERTSEN, 1989).

O hábito de crescimento pode ser agrupado ou aberto. As plantas com

crescimento agrupado se desenvolvem lentamente e com hastes verticais, formando touceiras mais fechadas, já espécies com crescimento aberto apresentam desenvolvimento rápido e touceiras com arquitetura dispersa, ocupando um espaço maior (CRILEY, 1988).

Em estudo realizado por Simão e Scatena (2003), acompanhando o

desenvolvimento de segmentos de rizoma de H. velloziana L. Emygd, constataram que os rizomas emergem raízes a partir de quatro semanas e brotos a partir de quatro a seis semanas, com a formação inicial de catáfilos, e depois dois protófilos.

2.3. Importância do cultivo in vitro na floricultura

Bachraz (1995) afirma que as práticas convencionais de propagação comercial muitas vezes desperdiçam tempo, trabalho e dinheiro. Sendo assim, a cultura de tecido se torna um método importante de propagação, devido à produção de plantas sadias, viáveis, diminuindo o período até a colheita, multiplicação rápida e em grande escala de plantas matrizes com características desejáveis e híbridos, permite a produção de plantas independentemente das condições climáticas e ao longo de todo o ano, livres de nematóides e possibilitando maior uniformidade no florescimento. Apesar, das plantas provenientes de cultura de tecido não serem imunes ao ataque de doenças, as mesmas

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apresentam sistema radicular bem desenvolvido e um bom estado nutricional, ou seja, a planta sadia é uma das principais características para maior resistência contra as doenças.

O cultivo in vitro é um importante instrumento na biologia vegetal, facilitando a compreensão dos processos da biologia do desenvolvimento e para a utilização e a conservação dos recursos genéticos vegetais (WITHERS e WILLIANS, 1998), contribuindo tanto para a fase de conservação como de avaliação dos acessos, coleções de trabalho e bancos de germoplasma (BACHRAZ, 1995; FERREIRA, CALDAS e PEREIRA, 1998). Bachraz (1995) acrescenta que a integração da cultura de tecidos ao controle biológico e ao melhoramento genético são fundamentais para sistemas de produção sustentáveis.

Os processos de cultura de tecidos vegetais compreendem um conjunto de

técnicas, nas quais um explante é cultivado sob condições assépticas em meio nutritivo. Este processo se baseia na totipotencialidade das células, ou seja, na capacidade de qualquer célula do organismo vegetal apresentar todas as informações genéticas necessárias à regeneração de uma planta completa (FRÁGUAS et al., 1999). 2.4. Micropropagação de helicônias

O sistema padrão de micropropagação, segundo Grattapaglia e Machado (1998), baseia-se em três estágios: a seleção dos explantes, a desinfestação e a cultura em meio nutritivo sob condições assépticas; a multiplicação dos propágulos sob sucessivas subculturas em meio adequado; a transferência dos explantes para meio de enraizamento e subseqüente aclimatização.

Uma das principais vantagens da micropropagação é a maior rapidez

regenerativa em relação a outros métodos de propagação vegetativa convencionalmente utilizada, facilitando a propagação quando as tecnologias convencionais são difíceis ou até mesmo impossíveis de serem utilizadas (GEORGE, 1993). Esta técnica vem sendo empregada na produção comercial de plantas e flores ornamentais, pois oferece a possibilidade de propagação de clones em qualquer época do ano (FRÁGUAS et al., 1999) e por estar relacionada não apenas à preservação do fenótipo, mas também da atividade fisiológica da planta-matriz (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998). 2.5. Cultivo in vitro de helicônias

No cultivo in vitro de plantas, diversos meios básicos têm sido utilizados na multiplicação de plantas, sendo que a maioria se baseia no meio MS. Modificações e diluições deste meio têm apresentado bons resultados para diversas espécies (SILVEIRA et al., 2001). As variações mais freqüentes do meio básico estão relacionadas à composição de macronutrientes e reguladores vegetais, quanto ao efeito sobre o crescimento e o desenvolvimento dos explantes (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998).

Diniz et al. (1999), acrescentam que a quantidade e o balanço de nutrientes

proporcionados aos explantes são fatores determinantes para a sua utilização durante o cultivo in vitro. Os elementos essenciais são requeridos pelas plantas em quantidades variáveis conforme a espécie e o estádio de desenvolvimento. Os macronutrientes (N, P,

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K, Ca, Mg e S) são elementos essenciais exigidos em maiores quantidades pelas plantas, envolvidos diretamente no metabolismo da planta, fazendo parte de um constituinte essencial (enzima) ou exigido para um passo metabólico específico (reação enzimática) (MALAVOLTA, 1980). Diniz et al. (1999), acrescentam ainda que existem poucas informações disponíveis sobre o comportamento em relação à nutrição in vitro, acrescentando que a quantidade fornecida e o balanço de nutrientes são fatores determinantes na sua utilização pelas plantas. Concluíram que os explantes de bananeira cultivadas in vitro apresentam a maior taxa de absorção de nutrientes durante os primeiros 20 dias de cultivo, sendo o fósforo o nutriente mais rapidamente absorvido e a quantidade de macronutrientes utilizada pelo explante seguindo a ordem: K > N > Ca ≥ P > Mg > S. A concentração e o acúmulo de nutrientes se diferenciam no rizoma, na folha e no pseudocaule, as maiores concentrações de N, P e K se encontram no pseudocaule e Ca, Mg e S é maior no rizoma. Entretanto, o maior acúmulo de N, K, Ca, Mg e S ocorrem no rizoma e as folhas apresentam o maior acúmulo de fósforo.

Os fitorreguladores suprem as deficiências dos teores endógenos de hormônios

nos explantes, os quais se encontram isolados das regiões produtoras na planta-matriz. George (1993) revela que a auxina ANA (ácido naftaleno acético) é mais utilizada em meios de multiplicação, seguido pela auxina IBA (ácido indol butírico), porém, as concentrações são freqüentemente baixas, quando comparadas com as das citocininas, mantendo um balanço entre auxina/citocinina menor do que um, pois concentrações excessivas de auxina podem inibir a multiplicação ou favorecer demasiadamente a formação do sistema radicular ou a formação de calos (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998).

A citocinina quebra a dominância do meristema apical e induz a proliferação de

gemas axilares e as diversas combinações de citocinina com outros fitorreguladores são muito comuns para o ajuste dos meios. Entre elas o BAP (benzilaminopurina) tem sido muito eficaz para promover multiplicação de partes aéreas e indução de gemas adventícias. A determinação do balanço entre citocinina e auxina melhora o protocolo de micropropagação, produzindo partes aéreas suficientemente alongadas, permitindo a passagem direta da fase de alongamento e um maior equilíbrio entre o desenvolvimento entre a parte aérea e o sistema radicular (GRATTAPAGLIA e MACHADO, 1998).

2.6. Desinfestação

Grattaplaglia e Machado (1998) afirmam que uma das etapas mais difíceis da micropropagação é a obtenção do tecido descontaminado, evitando a sua inviabilidade após o isolamento e um dos principais fatores limitantes encontrados na micropropagação de espécies de helicônias é a contaminação bacteriana dos explantes durante o cultivo in vitro.

Os pré-tratamentos aplicados, a forma de manejo e a origem das plantas matrizes

são determinantes para o controle da contaminação por microorganismos, principalmente quando relacionada aos microorganismos endofíticos. Desta forma, um cronograma rígido de pulverização com bactericida sistêmico possibilita a redução da comunidade bacteriana das plantas matrizes (FRANCLET e BOULAY, 1982).

Um dos manejos adotado por Nathan, Goh e Kumar (1992) e Nannetti (1994)

para controlar a presença de microorganismos nas plantas foi a coleta dos rizomas e a

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sua incubação em sacos plásticos por 7 e 14 dias, respectivamente, estimulando a brotação e fazendo com que estes novos brotos entrem o contato o mínimo possível com os microrganismos do ambiente, especialmente aqueles presentes nos substratos.

No estudo realizado por Nathan, Goh e Kumar (1992), o protocolo de

desinfestação adotado para H. psittacorum foi a lavagem das gemas axilares em água corrente por 15 minutos, imersão em etanol (80%) durante 30 segundos, 15 minutos em solução de NaOCl (0,8%) em contínua agitação e duas lavagens com água destilada, durante 5 minutos.

Durante a introdução de gemas de Heliconia sp., Nannetti (1994) utilizou a

imersão em solução de ácido cítrico (200 mg/L), 2 minutos em solução de etanol (95 %), posterior imersão em solução de NaOCl (0,8 %), pH 6, durante 15 minutos e três lavagens com água destilada esterilizada.

Rodrigues (2005) estabeleceu os ápices caulinares de H. rauliniana utilizando apenas solução de NaOCl (30 %, produto comercial, 2,5 % cloro ativo) e Tween-80 (0,1 %) durante 20 minutos e três lavagens com água destilada esterilizada. 2.7. Contaminação bacteriana

Um dos problemas enfrentados pelos laboratórios comerciais de cultura de tecidos é a contaminação bacteriana e há grande dificuldade na identificação da fonte de inoculo e o seu controle (TRANPASERT e REED, 1998). As bactérias encontradas na contaminação dos explantes em cultura de tecidos provêm de uma vasta e diversificada escala de grupos ecológicos (STEAD, HENNESSY e WILSON, 1998). Stead, Hennessy e Wilson (1998) e Cassells (2001), acrescentam que a contaminação dos explantes introduzidos no meio de cultura ocorre pela presença de microorganismos endofíticos ou microorganismos do biofilme resistentes à desinfestação superficial. Outras fontes são os agentes patogênicos, os microorganismos comuns encontrados no ambiente, ou contaminantes acidentais inseridos durante a manipulação das plantas in vitro.

Cassells (2001) afirma que os microorganismos presentes no meio de cultura

afetam o desenvolvimento das plantas in vitro, competindo com os explantes pelos nutrientes do meio de cultura, podendo permanecer latentes até a troca do meio de cultura adequado, permanecendo imperceptíveis visualmente e afetando o crescimento da cultura e podem exudar substâncias que acidificam o meio de cultura ou liberar reguladores vegetais.

Nannetti (1994), Atehortua (1997), e Dias e Rodrigues (2001) encontraram

grande dificuldade em estabelecer explantes de helicônia in vitro devido à contaminação bacteriana. Nannetti (1994) cita a utilização do antibiótico CLAFORAN (cefotaxima sódica) no meio de cultura, pois resultados preliminares mostraram 100% de contaminação bacteriana e nenhum desenvolvimento do explante. No estudo de Albuquerque et al. (2006), visando testar diferentes concentrações de óleo essencial de Lippia gracilis no controle da ação de microorganismos no meio de cultura de alguns híbridos de helicônia, isolaram em meio NYDA contaminantes associados aos ápices caulinares introduzidos em meio MS, identificando a presença de oito espécies de fungos e de bactérias como: Salmonela choleraceuis-dirizonae, Enterobacter asburiae,

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Enterobacter hormoechei, Bacillus thuringiensis, Bacillus pumilus, Bacillus cereus e Klebsiella pneumoniae.

2.8. Microorganismos endofíticos

Os microorganismos endofíticos são organismos que em pelo menos uma fase do seu ciclo de vida habitam o interior de tecidos da parte aérea de plantas assintomáticas, sendo denominados endófitos facultativos ou verdadeiros conforme o grau de interação dos mesmos com as plantas hospedeiras (AZEVEDO, 2002). As interações podem ser de simbiose, mutualismo, comensalismo ou trofobiótico e geralmente, as bactérias endofíticas são provenientes da rizosfera, ou da superfície aérea das plantas e/ou são transmitidas pelas sementes (RYAN et al., 2008). Ryan et al. (2008) acrescentam que algumas bactérias endofíticas podem beneficiar seus hospedeiros promovendo o crescimento e o aumento do rendimento; agem como agentes de biocontrole; podem produzir substâncias com grande potencial de uso na medicina, na agricultura ou na indústria; colaboram com a solubilização do fosfato e na fixação do nitrogênio e apresentam grande potencial na remoção de contaminantes do solo, otimizando a biorremediação.

A presença de organismos endofíticos em helicônia foi constada por diversos

autores (AKIEW et al., 1990; ATEHORTUA, 1997; DIAS e RODRIGUES, 2001; RODRIGUES, 2005). Segundo Rodrigues (2005), este é um fator que prejudica consideravelmente a expansão do cultivo in vitro de helicônias, devido à alta taxa de contaminação das culturas. Outro fator que afeta negativamente o estabelecimento e o desenvolvimento de trabalhos de cultura de tecido deste gênero é a inexistência de mudas sadias.

Atehortua (1997) enfatiza a dificuldade de eliminar Pseudomonas solanacearum

durante o estabelecimento in vitro de explantes de rizoma das helicônias. Dias e Rodrigues (2001) identificaram a presença de Pseudomonas sp e de Klebsiella sp a partir de contaminantes isolados de meio de cultura de H. bihai, concluindo ainda que a utilização de 33 antimicrobianos bactericidas se constitui em uma medida necessária para o controle dos contaminantes.

Rodrigues (2005) testou os antimicrobianos cloranfenicol, cefotaxima e a

associação cloranfenicol e cefotaxima em doses 50, 150, 250 e 500 mg/L em meio MS, suplementado com 3,5 mg/L BAP, como forma de controle das bactérias endofíticas encontradas em H. rauliniana. Após 50 dias de avaliação, constatou que cefotaxima aplicada isoladamente, na dose de 500 mg/L, foi a forma mais eficiente de controle dos endofíticos para esta espécie de helicônia. O cloranfenicol, apesar do controle efetivo dos endofíticos, apresentou-se inadequado ao cultivo in vitro, sendo cito-tóxico aos explantes.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1. Local do experimento

O experimento foi conduzido no Laboratório de Biotecnologia Vegetal (BIOVEG) na Unidade Acadêmica Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Alagoas, no período de março a maio de 2010.

3.2. Obtenção e limpeza do material vegetal

Figura 2 - Retirada dos rizomas na fazenda Riachão

Os rizomas usados para propagação in vitro foram da espécie H. psittacorum cv. Red Opal provenientes da fazenda Riachão, localizada no município de Rio Largo, Alagoas. Neste experimento foram utilizadas porções de rizomas retirados das mudas com o auxilio de uma faca, ainda no campo passaram por uma pré lavagem para a retirada de partículas de solo e foram envolvidos por um jornal umedecido durante uma noite, no dia seguinte foram levadas ao laboratório para seleção dos explantes mais vigorosos, toalete, desinfestação química e introdução in vitro.

Tratamentos Número de Explantes Testemunha 28

Ocylin (amoxicilina) 1g/L 23 Ocylin (amoxicilina) 2g/L 22 Ocylin (amoxicilina) 4g/L 22 Ocylin (amoxicilina) 8g/L 24

Neo Ampicilin (ampicilina) 1g/L 26 Neo Ampicilin (ampicilina) 2g/L 23 Neo Ampicilin (ampicilina) 4g/L 25 Neo Ampicilin (ampicilina) 8g/L 26

Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) 1g/L 12 Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) 2g/L 16

Tabela 1 - Número de explantes utilizados para a introdução in vitro.

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Primeiro ensaio Segundo ensaio Terceiro ensaio Testemunha

Ocylin (amoxicilina) 1g/L

Ocylin (amoxicilina) 4g/L

Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) 1g/L

Ocylin (amoxicilina) 2g/L

Ocylin (amoxicilina) 8g/L

Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) 2g/L

Neo Ampicilin (ampicilina) 1g/L

Neo Ampicilin (ampicilina) 4g/L

Neo Ampicilin (ampicilina) 2g/L

Neo Ampicilin (ampicilina) 8g/L

Tabela 2 - Quantidade de ensaios realizados.

3.3. Preparação do meio de cultura

Foram utilizados dois meios de cultura com os sais minerais e componentes orgânicos do meio clássico MS. No primeiro meio acrescentou-se 30 g/L de sacarose, 3,5 mg/L de BAP e 2 g/L de Gelrite. No segundo meio de cultura utilizou os mesmos componentes do primeiro sem a adição de BAP. O pH dos meios de cultura foram ajustados para 5,8 antes da adição do Gelrite. Os meios de cultura foram cozidos em forno de microondas por 20 minutos, distribuídos em frascos tipo “maionese” no volume aproximado de 20 mL e levados para esterilização em autoclave a uma temperatura de 121ºC por 20 minutos.

3.4. Primeiro tratamento de desinfestação dos explantes 3.4.1. Toalete 1. Pré-lavagem com água corrente e remoção das raízes com o auxilio de uma faca; 2. Redução das folhas presentes nos rizomas para aproximadamente 8 cm de altura;

3.4.2. Desinfestação 1. Lavagem dos ápices meristemáticos em Becker contendo água destilada e 3 gotas

do detergente Tween 80 por 1 minuto; 2. Na Câmara de Fluxo Laminar os ápices meristemáticos foram imersos em álcool a

70º g/L por 1 minuto, seguido de tríplice lavagem com água destilada esterilizada; 3. Tratamento com solução de 30% de água sanitária comercial por 20 minutos,

seguida de tríplice lavagem com água destilada esterilizada; 4. Imersão em álcool a 98,2º g/L, seguida de flambagem; 5. Redução do comprimento do ápice meristemático para aproximadamente 4 cm; 3.5. Primeiro ensaio com Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina)

Num primeiro ensaio os explantes foram submetidos ao primeiro tratamento com as modificações a seguir:

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1. Na Câmara de Fluxo Laminar os explantes foram submetidos ao tratamento com o fungicida Cercobin 700PM (Tiofanato Metílico) 4 g/L durante 10 minutos;

2. Imersão em solução na concentração de 1 g/L e 2 g/L dos antibióticos Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina) durante 10 minutos;

Ilustração do protocolo de desinfestação dos explantes

Figuras - 3. Lavagem com água destilada e algumas gotas de Tween 80; 4. Tratamento com Cercobin 700PM (Tiofanato Metílico); 5. Tríplice lavagem com água destilada esterilizada; 6. Tratamento com solução de 30% de Água Sanitária; 7. Flambagem; 8. Redução do tamanho para aproximadamente 4 cm de altura; 9. Tratamento com Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina); 10. Introdução in vitro.

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Devido aos resultados insatisfatórios, um segundo ensaio foi feito com novos explantes que foram submetidos ao primeiro tratamento, desta vez com concentrações de 4 g/L e 8 g/L dos mesmos antibióticos.

Após a desinfestação os explantes do primeiro tratamento foram inoculados em

meio de cultura MS contendo 3,5 mg/L de BAP. 3.6. Segundo ensaio com Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina)

Num segundo ensaio os explantes foram submetidos ao primeiro tratamento de desinfestação com as modificações a seguir: 1. Na Câmara de Fluxo Laminar os explantes foram submetidos a um tratamento com

o fungicida Cercobin 700PM (Tiofanato Metílico) 4 g/L durante 10 minutos; 2. Imersão em solução na concentração de 4 g/L e 8 g/L dos antibióticos Ocylin

(amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina) durante 10 minutos. Novamente os resultados não foram satisfatórios, então foi feito um segundo

tratamento de desinfestação, onde novos explantes foram imersos por 20 horas em soluções de um novo antibiótico não derivado da penicilina de nome comercial Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) nas concentrações de 1 e 2 g/L. 3.7. Segundo tratamento de desinfestação dos explantes 3.7.1. Toalete 1. Pré-lavagem com água corrente e remoção das raízes com o auxilio de uma faca; 2. Redução das folhas presentes nos rizomas para aproximadamente 8 cm de altura;

3.7.2. Desinfestação

1. Água destilada com Tween por 1 minuto; 2. Cercobin 700PM (Tiofanato Metílico) 4 g/L durante 20 minutos; 3. Etanol 70º g/L por 2 minutos; 4. Tríplice lavagem com água esterilizada; 5. Água sanitária comercial (2% de NaOCl) a 50% por 30 minutos; 6. Tríplice lavagem com água esterilizada; 7. Imersão em etanol 98,2º g/L; 8. Flambagem; 9. Redução do comprimento do ápice meristemático para aproximadamente 4 cm; 10. Água sanitária comercial (2% de NaOCl) a 30% por 30 minutos; 11. Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) por 20 horas.

3.8. Terceiro ensaio com Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino)

Num terceiro ensaio os explantes foram submetidos ao segundo tratamento de desinfestação, onde obtiveram um maior êxito no controle de microorganismos contaminantes.

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Os explantes do terceiro ensaio foram introduzidos no meio de cultura MS (Murashige e Skoog, 1962). 3.9. Condições experimentais

Os ensaios foram conduzidos durante 14 dias em sala de crescimento sob

fotoperíodo de 16 horas, temperatura de 25 ± 2°C e 19 µE.m-2.s-1 de radiação luminosa fornecidas por lâmpadas fluorescentes brancas frias. As variáveis avaliadas foram:

a) Percentagem de contaminação por fungos; b) Percentagem de contaminação por bactérias; c) Percentagem de explantes brotados.

3.10. Caracterização de bactérias contaminantes pelo teste de Gram

Após três dias da introdução dos explantes os meios de cultura contaminados

apresentaram modificações na coloração, indicando o crescimento bacteriano. As bactérias presentes nos meios de cultura foram identificadas seguindo a metodologia de coloração de Gram que consiste nas seguintes etapas: 1. Utilizar lâminas limpas e flambadas, preparar um esfregaço a partir de uma

suspensão bacteriana diluída. Esta suspensão poderá ser obtida colocando-se uma gota de água destilada na extremidade da lâmina e tocando-a levemente com uma alça de platina contendo um pouco do crescimento bacteriano. Espalhar a gota na superfície da lâmina;

2. Cobrir o esfregaço com solução de cristal violeta por 1 min; 3. Lavar rapidamente com água corrente; 4. Cobrir com lugol por 1 min e lavar novamente com água corrente; 5. Descorar com álcool etílico por 30 seg; 6. Contrastar com safranina por 30 seg a 1 min, lavar em água corrente; 7. Secar ao ar e observar com objetiva de imersão, as células Gram positivas ficarão

com coloração violeta e as Gram negativas se tornarão avermelhadas.

O teste de Gram foi realizado no Laboratório de Fitopatologia Vegetal da Unidade Acadêmica Centro de Ciências Agrárias da UFAL com o auxílio da Profª. Dr. Maria de Fátima Muniz.

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1. Desinfestação dos explantes do tratamento controle

Os estabelecimentos preliminares de explantes de helicônia in vitro seguindo a metodologia estabelecida por Rodrigues (2005), para H. rauliniana, mostrou-se inadequada para H. psittacorum cv. Red Opal, pois 100% dos explantes da testemunha apresentaram contaminação bacteriana e 15% apresentaram contaminação por fungos já nas primeiras 72 horas, afetando o desenvolvimento e inviabilizando completamente 95% dos explantes após a introdução in vitro. Apenas um explante apresentou bom desenvolvimento.

A figura 11 mostra claramente que o meio de cultura apresenta contaminação bacteriana, porém o explante manteve o seu crescimento vegetativo não tendo sido, aparentemente, afetado pelas bactérias no meio de cultura. Alguns autores tem relatado a presença de microorganismos endofíticos associados com tecidos de plantas in vitro (NETO, AZEVEDO e CAETANO, 2004). Tais microorganismos têm a capacidade de interagir com os tecidos vegetais numa troca simbiótica. Em várias situações tais microorganismos mesmo crescendo no meio de cultura não afeta o crescimento dos explantes e podem atém mesmo contribuir para o seu desenvolvimento. 4.2. Desinfestação dos explantes no primeiro e segundo ensaio

Os tratamentos com os antibióticos Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina) nas concentrações de 1 g/L e 2 g/L apresentaram taxas de contaminação bacteriana de 78% e 68%, respectivamente, e não apresentaram contaminação por fungos. Já os tratamentos com 4 g/L e 8 g/L dos mesmos antibióticos apresentaram taxas de contaminação bacteriana de 23% e 30%, respectivamente, e apenas no tratamento com 8 g/L apresentou 21% de contaminação por fungos.

Figura 11 - Desenvolvimento do explante após 21 dias de introduzido.

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O tratamento com 8 g/L de ampicilina apresentou taxa de brotação de 25% após avaliação feita 11 dias depois de introduzidos, sendo este o maior índice encontrado em todos os tratamentos estudados. Em contraste, o tratamento com 1 g/L de amoxicilina apresentou taxa de brotação de apenas 5%, a menor observada. Ao final, os tratamentos com 2 g/L de ampicilina e 4 g/L de amoxicilina, apresentaram índices de brotação de 10% e 20%, respectivamente. A figura 14 mostra explantes tratados com 8 g/L de ampicilina em início de brotação.

De uma forma geral, as taxas de brotações foram baixas, variando de 5 a 25%

nos diferentes tratamentos até aos 11 dias após a introdução dos explantes. Todavia, aos 14 dias observou-se a contaminação generalizada dos explantes de todos os tratamentos, inclusive daqueles que haviam brotado.

Figura 14 - Explantes submetido ao tratamento com 8 g/L de ampicilina em início de brotação após 11 dias de introduzidos.

Figuras - 12. Explantes contaminados por bactérias; 13. Explantes contaminados por fungos.

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A ausência de controle bacteriano por antibióticos pode ser atribuída à rápida degradação do principio ativo dos antibióticos utilizados, seleção de isolados mutantes resistentes e, ainda, à grande quantidade de bactérias no tecido, internamente ou na superfície (Gunson e Spencer-Phillips 1994). Concentrações mínimas de bactericidas devem ser determinadas para cada isolado contaminante, levando-se em consideração também o grau de fitotoxidez do principio ativo (Capó 1998).

Com o insucesso da metodologia anterior, aplicou-se um novo protocolo de

assepsia, onde novos explantes foram submetidos a tratamentos com o antibiótico Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) nas concentrações 1g/L e 2g/L, durante 20 horas.

4.3. Desinfestação dos explantes no terceiro ensaio

As melhores respostas verificadas no controle da contaminação bacteriana de H. psittacorum cv. Red Opal foi observada nesse método, pois aos 14 dias apenas 16,6% e 12,5% dos explantes apresentaram contaminações por fungos (Figura 15), e 16,6% e 18,75% apresentaram contaminações bacterianas (Figura 16) nos tratamentos com 1 g/L e 2 g/L de Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino), respectivamente.

Segundo Cid e Zimmermann (2006), algumas das alternativas para contornar o

problema da contaminação in vitro seriam a adoção de antibióticos como estratégias terapêuticas na cultura de tecido. Grattapaglia e Machado (1998) acrescentam que os

Figuras - 15. Explantes contaminados por fungos; 16. Explantes contaminados por bactérias.

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antibióticos são freqüentemente usados durante a desinfestação ou incorporados ao meio de cultura, a viabilidade do seu uso é determinada tanto pela sua toxicidade para as células vegetais, como pela capacidade bacteriostática ou bactericida no meio de cultura, abrangendo o maior espectro de ação possível.

Em H. psittacorum cv. Red Opal, a utilização do antibiótico Ciprobiot

(cloridrato de ciprofloxacino), na assepsia, determinou a menor perda de explantes pela contaminação bacteriana, proporcionando a sobrevivência de 83,3% e 87,5% dos ápices caulinares introduzidos nas concentrações 1 g/L e 2 g/L, respectivamente (Figura 17).

O Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) é um antibiótico sistêmico

pertencente ao grupo dos quinolônicos, tem mecanismo de ação decorrente do bloqueio da função da DNA-girase, resultando em alto efeito bactericida sobre amplo espectro de microrganismos. É efetivo in vitro contra os patógenos Gram negativos, inclusive Pseudomonas aeruginosa, e contra Gram positivos tais como Staphylococcus e Streptococcus. A ação bactericida ocorre na fase proliferativa e vegetativa (LABORATÓRIO SANDOZ, 2010).

Levando em consideração as observações obtidas neste trabalho podemos

concluir que a fonte de contaminação dos explantes estabelecidos in vitro provavelmente está ligada a microorganismos endofíticos associados às plantas matrizes que deram origem aos explantes. Dath e Devadath (1983), afirmaram que a entrada de bactérias na planta ocorre através dos hidatódios, dos estômatos e/ou pelos ferimentos

Figura 17 - Explantes submetidos aos tratamentos com Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino), após 14 dias de introduzidos sem contaminação.

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das folhas ou raízes. Ao penetrar no sistema vascular, as bactérias se multiplicam e são amplamente distribuídas em toda a planta. O vento, a chuva, a inundação e a água de irrigação são fatores que contribuem na dispersão das bactérias de uma planta para outra.

4.4. Caracterização de bactérias contaminantes pelo teste de Gram

Os resultados mostraram que as bactérias presentes nos meios de cultura foram do tipo Gram positivo.

Figura 18 - Visualização da colônia de bactérias com o auxílio do microscópio aumentado em 100x, seguindo o método de coloração de Gram.

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5. CONCLUSÕES

• Os antibióticos Ocylin (amoxicilina) e Neo Ampicilin (ampicilina), nas concentrações utilizadas nesse trabalho, não foram eficientes no controle das bactérias contaminantes dos explantes de H. psittacorum cv. Red Opal.

• As bactérias contaminantes foram identificadas como Gram Negativas.

• O antibiótico Ciprobiot (cloridrato de ciprofloxacino) nas concentrações de 1

g/L ou 2 g/L apresentaram relativa eficiência no controle das bactérias contaminantes.

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