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THIAGO FERREIRA

TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

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THIAGO FERREIRA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

INSTITUTO DE ARTES E DESIGN

CURSO DE DESIGN GRÁFICO

THIAGO ROSA FERREIRA

Marketing de Guerrilha e sua aplicação na criação de uma campanha social

PELOTAS2009

DEE RAF LE DD

A E D PI

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R LS I - S B AR

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THIAGO ROSA FERREIRA

Marketing de Guerrilha e sua aplicação na criação de uma campanha social

Trabalho acadêmico apresentado ao C u r s o d e D e s i g n G r á f i c o d a Universidade Federal de Pelotas, comorequisito parcial à obtenção do título deBacharel em Design Gráfico.

Orientador: Prof. Dr. Fernando Igansi

PELOTAS2009

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Banca examinadora:

.................................................................................................Prof. Fernando Igansi - orientador - UFPEL

................................................................................................Prof. José Carlos Nogueira - UFPEL

................................................................................................Profa. Maria de Lourdes Valente Reyes - UFPEL

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Dedico este trabalho à todos os meus familiares que já se foram.

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Agradeço à minha família, por todo conforto e cuidado que me foi dado.Agradeço ao meu orientador, por me mostrar o caminho e ajudar-me na execução deste árduo trabalho, e agradeço à todos os meus amigos, por tornarem a minha vida mais feliz.

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Resumo

Com a saturação das mídias tradicionais (tv, rádio e mídia impressa) e com a queda de sua credibilidade perante o público, que esta cada vez mais exigente e ciente da persuasão da propaganda, faz com que as empresas procurem novas alternativas pra divulgar sua marca e produtos. O marketing de guerrilha surge como uma alternativa inovadora e de baixo custo para atrair a atenção do público de forma ousada e criativa. Isso posto, tendo em vista o grande número de campanhas sociais realizadas anualmente em todo o mundo para conscientizar a população sobre diversos problemas sociais, onde pouco resultado é obtido após a veiculação destas propagandas na mídia tradicional. Buscou-se criar uma campanha social para conscientizar a pessoas à não jogarem lixo na praça Coronel Pedro Osório, localizada na cidade de Pelotas (RS) , usando como ferramenta para a sua aplicação o marketing de guerrilha (utiliza de técnicas não convencionais para criar propagandas inusitadas, ousadas e criativas, com o objetivo de gerar mídia gratuita).

Palavras-chave: Marketing de Guerrilha, Ferramentas do Marketing de Guerrilha, Campanha Social.

Abstract

With the saturation of traditional media (TV, radio and print media) and the fall of his credibility with the public, that this increasingly demanding and aware of the persuasion of advertising. The guerrilla marketing emerged as an innovative alternative and low cost to attract the attention of the public in a bold and creative. That said, given the large number of social campaigns held annually around the world to raise awareness about various social problems, where little is achieved after the airing of these advertisements in traditional media. We tried to create a social campaign to educate the people not to throw garbage in the street Colonel Pedro Osório, in the city of Pelotas (RS), using as a tool for implementing guerrilla marketing (using unconventional techniques to create advertisements unusual, bold and creative in order to generate free media).

Keywords: Guerrilla Marketing Tools, Guerrilla Marketing, Social Campaign.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Astroturfing ....................................................................................................30

Figura 2 - Emboscada ...................................................................................................30

Figura 3 - PR Stunt ........................................................................................................33

Figura 4 - Mídia Ambiente WWF ....................................................................................33

Figura 5 - Mídia Ambiente Afropress ..............................................................................34

Figura 6 - Viral ...............................................................................................................36

Figura 7 - Ação Greenpeace (multa simbólica)...............................................................42

Figura 8 - Ação Greenpeace (uso da placa) ...................................................................42

Figura 9 - Protótipo do projeto social..............................................................................46

Figura10 - Roteiro de aplicação do projeto.....................................................................47

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INTRODUÇÃO

Com o aumento do mercado e a grande concorrência entre as empresas,

tornou-se preciso destacar-se perante a concorrente para conseguir atrair a atenção do

público, e para alcançar este objetivo utilizam os meios de comunicações tradicionais e

saturadas (TV, rádio e mídia impressa) para persuadir o público de uma maneira

exagerada e invasiva. Criando assim uma enorme quantidade e variedade de

propagandas, com isto as pessoas não conseguem absorver, de forma consciente, todos

estes apelos, fazendo com que estas passem a serem consideradas como algo rotineiro e

sem importância. E mesmo que o alvo seja atingido por uma destas, dentre tantas, ainda

assim não é garantido que esta consiga alcançar seu objetivo perante o seu público.

Com isto é preciso criar novas formas de comunicação para conseguir atrair a

atenção do público e fazer com que ele absorva da melhor forma possível a mensagem a

ser transmitida.

Evidências significativas do mundo da propaganda levam a crer que a

propaganda tradicional está perdendo força, fazendo com que seja preciso repensar o

atual modelo de comunicação. Uma maneira de solucionar esse problema de forma

criativa, ousada e com uma margem de gastos menor que as dos meios tradicionais de

mídia, é o marketing de guerrilha.

Segundo Jay Conrad (2004), o marketing de guerrilha utiliza a criatividade que

nas artes é iluminadora, encanta, comove e satisfaz, para mudar o comportamento

humano. O propósito primário da criatividade de guerrilha é instilar a fé e confiança

suficiente na propaganda para que as pessoas se sintam motivadas á aderir a

mensagem. O marketing de guerrilha utiliza-se de quase todos os elementos artísticos –

escrita, dança, música, design, belas-artes, teatro – para alcançar seus objetivos.

Trata-se de uma disciplina que combina a criatividade das artes e a ciência do

comportamento humano para mudar a cabeça das pessoa fazendo com que elas tenham

o sincero desejo pelo o que é passado através da mensagem.

O marketing de guerrilha apresenta como características custos mais baixos que

as propagandas tradicionais, sendo de grande valia para empresas menores e com

recursos limitados. O seu objetivo é criar ações ousadas e inusitadas, gerando boca-a-

boca e mídia espontânea nos noticiários, conseguindo assim atrair a atenção do público

alvo sem pagar espaços publicitários na mídia tradicional.

Tendo em vista o atual cenário mundial e a saturação midiática, este trabalho se

justifica pela importância do estudo sobre o Marketing de Guerrilha como ferramenta para

furar o congestionamento de informações e atingir o público de forma criativa e

persuasiva, trazendo atitude a uma campanha e influenciando de forma impactante o

público a aderir a mesma.

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Desta forma este estudo pretende conhecer os tipos de ferramentas do

marketing de guerrilha e suas características, para servir de auxílio para a criação de

uma campanha social, a ser aplicada na cidade de Pelotas.

No primeiro capítulo, é apresentada a trajetória histórica do Marketing

tradicional, sua conceituação e importância face ao mercado de grande concorrência

que as atuais empresas habitam.

O segundo capítulo, expõe o Marketing de Guerrilha, desde a origem do termo

até o conceito que este apresenta. Ainda neste capítulo, é apresentada a forma que o

Marketing de Guerrilha utiliza para divulgar uma mensagem que ultrapasse a saturação

de informações que atingem o público de forma incessante, e ainda conquistar mídia

espontânea. Será apresentado o conceito de buzz marketing (boca a boca) e como este é

conceituado.

A apresentação e identificação das ferramentas do Marketing de Guerrilha

fazem parte do terceiro capítulo. Onde serão expostas, a forma que cada uma destas

ferramentas é aplicada e exemplos de sua aplicação, expondo campanhas que se

utilizaram de alguma destas ferramentas.

Para o quarto capítulo foi elaborado um estudo de caso de uma campanha social

que utilizou o Marketing de Guerrilha como ferramenta para a sua criação.

No quinto e último capítulo é apresentada a elaboração e criação de uma

campanha social aplicada na praça Coronel Pedro Osório, localizada na cidade de

Pelotas. Através desta campanha, é feita uma análise da eficácia e importância do

Marketing de Guerrilha na transmissão de uma mensagem de cunho social para o

público.

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1 MARKETING TRADICIONAL

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1 MARKETING TRADICIONAL

1.1 Origem do Marketing

Para Philip Kotler (1996), “Marketing é a atividade humana dirigida para a

satisfação das necessidades e desejos, através dos processos de troca”.

Até o surgimento da revolução industrial, o modo de produção ocidental era

fundamentalmente artesanal. Sendo os produtos feitos quase apenas por encomendas,

destinados ao consumidor, fosse ele uma pessoa ou organização.

Com a criação das indústrias e sua produção em massa, onde eram raras as

opções, diminuindo consideravelmente a fabricação de produtos personalizados de

acordo com a vontade e desejo do consumidor. Trouxe assim hábitos de consumo novos,

mas aplicáveis à massa, ao mercado em seu mais amplo sentido.

Devido às políticas de implantação de indústrias, na época da revolução

industrial, ainda eram poucas as fábricas existentes, fazendo com que a concorrência

fosse praticamente nula, as disputas eram entre produtores de um país ou continente.

A única decisão que estas industrias deveriam tomar era a escolha do produto a

ser produzido. Entre as principais demandas estavam a alimentação, higiene, vestuário e

outras assim de igualmente necessidade.

Os produtos, que antes da revolução industrial eram objetos de encomendas,

passaram a serem produzidos em grande escala e estocados. Onde o mercado era

apenas uma simples via de distribuição de toda a produção. A única preocupação das

industrias era com o aumento da produção, compra de novas máquinas, contratação de

mão de obra e meios para transportar a carga até o seu destino. Nesta época não existia a

preocupação com o cliente ou concorrentes.

Com o avanço das indústrias, principalmente após a segunda guerra mundial, a

concorrência surgiu, transformando o mercado que era apenas de produção e

distribuição em um mercado de produção, distribuição e conquista de consumidores.

Assim sendo, os fabricantes passaram a pensar em um modo de conquistar

estes clientes, elaborando novas técnicas de vendas para se diferenciarem dos demais,

criando aquilo que o consumidor deseja para satisfazer sua necessidade, e a partir destas

idéias surgiu o marketing.

Kotler (1996) afirma:

O ponto de partida para o estudo do marketing reside nas necessidades e desejos humanos. A humanidade precisa de comida, ar, água, roupa e abrigo para sobreviver. Além disso, as pessoas desejam recreação, educação e outros serviços (KOTLER.1996, p.30).

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Sendo assim, Kotler (1996) define o marketing como a identificação e satisfação

das necessidades humanas, tanto fisiológicas como sociais. O autor implica ainda mais a

definição de marketing:

O fato de que o homem tem necessidades e desejos e de que há produtos capazes de satisfazê-los é importante, mas não o suficiente para definir marketing. O marketing existe quando o homem decide satisfazer as suas necessidades e desejos de uma forma que poderemos chamar de troca. A troca é uma das quatro alternativas de que o homem dispõe para obter um produto, capaz de satisfazer a uma necessidade específica (KOTLER.1996, p.31).

Aprofundando-se nesta questão, o autor descreve as quatro alternativas que o

homem possui para obter um produto.

Sua primeira alternativa é a autoprodução através da caça, pesca e colheita.

Neste caso, não há mercado para o marketing.

Sua segunda é através do roubo, não oferecendo nenhum benefício.

Sua terceira opção é através da súplica, não oferecendo nada em troca a não ser

sua gratidão.

E a sua última alternativa é a troca. O homem pode oferecer algum recurso,

dinheiro ou serviço em troca de um produto.

O marketing se baseia nesta última alternativa, a da troca. Para Kotler (1996) a

troca existe devido a certas condições, tais como: 1. que existam pelo menos duas partes;

2. que cada uma delas possua algo de valor para a outra; 3. que as partes possuam a

capacidade de comunicação e entrega; 4. que cada parte poderá aceitar ou rejeitar a

oferta. Havendo estas condições, existirá um potencial de troca, onde esta acontecerá

quando ambas as parte encontrarem os melhores termos de troca que proporcionem o

melhor benefício do que antes da transação.

Para uma empresa alcançar o lucro, a ferramenta essencial para atingir este

objetivo é o marketing.

Segundo Armando Correa Tupiniquim e Sebastião Nelson Freitas (1999):

A função da administração de marketing numa empresa está relacionada ao desempenho de atividades essenciais, tais como: especificar, através de sistema de informações e pesquisas, quais produtos ou serviços são desejados por quais grupos de consumidores, que tomam decisões sobre preços, selecionando o sistema de canais de distribuição e gerenciando o esforço promocional ( p.36).

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Ainda, de acordo com os autores Correa e Nelson (1999), o marketing está

relacionado à fixação dos padrões de vida da sociedade. Onde o sucesso empresarial

está em determinar previamente as necessidades e desejos dos consumidores em

potencial, e com isto desenvolver um produto que satisfaça estas necessidades e

desejos.

Segundo os autores, a administração de marketing deve possuir as seguintes

características: encontrar um ou mais grupos de consumidores e calcular a demanda de

produto ou serviço para estes grupos; traduzir a demanda em produto ou serviço; criar um

plano para tornar o produto ou serviço disponível. Fazendo com que todas estas ações

tenham eficácia na obtenção de lucro.

1.2 Composto de Marketing

De acordo com Kotler (1996), “o composto de marketing é o conjunto de variáveis

controláveis que a empresa pode utilizar para influenciar as respostas dos

consumidores”.

De acordo com Raimar Richers (1994), para se implantar um conceito de

marketing em uma determinada situação é preciso que a empresa construa um modelo

comportamental que sirva de base para a tomada de decisões de médio a longo alcance.

Ao longo dos anos foram desenvolvidos vários sistemas por diversos autores e

teóricos para tentar unir e simplificar, em um único composto de marketing ou mix de

marketing, as diferentes formas de se atingir o sucesso no mercado através das

estratégias de marketing.

Para uma empresa realizar uma interação com o ambiente externo e interno ela

utiliza o composto de marketing, que é formado de quatro grandes aspectos.

E. Jerome McCarthy (apud CORREA e NELSON, 1999) desenvolveu uma

abordagem estratégica que pudesse acrescentar ao marketing uma ação integrada.

Para este objetivo criou o sistema dos 4P's. Os quais são denominados como: produto,

preço, praça e promoção.

Correa e Nelson (1999) descrevem os 4P's desta forma:

a) Produto:

Buscando os meios e opções disponíveis que possam satisfazer ao seu desejo, aos quais podemos chamar de produtos, o homem atribui a cada um deles um valor, na razão direta da possibilidade de suprir e atender com maior ou menor satisfação ao seu desejo. Todas as considerações sobre preços, vias de distribuição, propaganda, etc. decorrem do estudo do produto e da identificação e localização daqueles a quem pretendemos vender: o mercado (Correa e Nelson, p. 54).

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b) Preço: Segundo Correa e Nelson (1999. p. 58) “o preço pode ser conceituado

como a expressão monetária do valor de um bem, ou ainda: o preço é o valor que o

consumidor está disposto a pagar no ato da compra de um bem”.

Os autores dividem em quatro características a obtenção do preço. Que são

estas: custo, concorrência, consumidor e elo de valor.

c) Praça ou ponto de venda:

O ponto de venda ou distribuição pode ser entendido como a combinação de agentes através dos quais o produto flui, desde o vendedor inicial (geralmente o fabricante) até o consumidor final. Uma empresa pode, a depender da logística planejada, utilizar-se do atacadista, do distribuidor, do varejista, do correio, de loja própria, ou de qualquer outro canal para distribuir seus produtos na praça. (Correa e Nelson, 1999. p. 63)

d) Promoção: Tem a função de comunicar ao mercado-alvo o seu produto, de

forma que convença o consumidor a desejá-lo e comprá-lo. Para Correa e Nelson (1999.

p.67) “A propaganda tem por missão integrar o esforço promocional, operando no sentido

de atingir o subconsciente do consumidor com a penetração do apelo, influenciando sua

decisão de compra.”

Richers (1994) apresentou um novo modelo, batizado de os 4As: análise,

adaptação, ativação e avaliação.

a) Análise, pesquisa o mercado para compreender as forçar mercadológicas do

mercado que opera ou pretende operar.

b) Adaptação, ajustar os seus produtos ou serviços de acordo com a análise feita

do mercado.

c) Ativação, fazer com que o produto chegue ao seu mercado alvo e seja

adquirido com freqüência pelos compradores, utilizando para isto os elementos de

logística, promoção de vendas, distribuição, comunicação e merchandising.

d) Avaliação, mensurar os lucros obtidos interpretando os seus resultados a fim

de melhoramentos em futuros processos de marketing.

Segundo Robert Lauterborn (apud COBRA,1997) da Universidade da Carolina

do Norte, para uma empresa alcançar o sucesso ela precisa ter sua administração voltada

para o cliente. Assim Robert Lauterborn cria um novo sistema de marketing composto, os

4C's, com uma visão orientada ao cliente. O autor define os 4C's desta forma:

a) Necessidades e desejos do consumidor = produto

b) Custo para aprovação do cliente = preço

c) Comodidade para a compra = praça

d) Comunicação = promoção

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Os 4C's têm como objetivo a satisfação do cliente, proporcionando várias

conveniências para este, afim de não somente efetuar a venda do produto mas também

conquistar a lealdade deste cliente pelo produto. Para isto é preciso proporcionar um bom

produto e uma comunicação que seduza o cliente, somando a isto um custo que não

supere as expectativas do consumidor.

Mesmo com a existência de diferentes modelos de marketing composto, as

empresas devem fazer uma rígida avaliação para julgar qual destes sistemas é o mais

favorável para a obtenção de seu objetivo. As estratégias devem ser avaliadas de acordo

com os objetivos da empresa e não em relação aos mercados-alvos.

1.3 Composto Promocional

Com a expansão do mercado e da concorrência, o marketing atual teve que se

ajustar a estas mudanças, exigindo mais do que apenas a criação de um produto com um

preço adequado e uma boa distribuição para ser facilmente encontrado pelo consumidor.

Para uma empresa alcançar uma boa parte do mercado e vencer as suas concorrentes na

disputa empresarial não basta apenas uma simples produção e distribuição do seu

produto, ela precisa criar um eficaz departamento de promoção e comunicação de seus

produtos.

Uma empresa que possua o produto mais útil do mercado não conseguirá vendê-

lo a não ser que consiga encaminhá-lo ao seu consumidor em potencial e o torne atraente

com o uso da comunicação.

O composto promocional é um conjunto de ferramentas que tem por objetivo

comunicar ao consumidor o valor do produto ou serviço, criando assim um desejo e

satisfação por adquiri-lo, fazendo do marketing promocional uma ferramenta de

persuasão eficaz. Segundo Cobra (1997), as ferramentas para a comunicação dos

produtos ou serviços de uma empresa com o seu consumidor são a propaganda, a

publicidade, a promoção de vendas, o merchandising e as relações públicas.

1.3.1 Propaganda

De acordo com Correa e Nelson (1999), a propaganda tem por missão a

integração do esforço promocional, para conseguir atingir o subconsciente do

consumidor com a penetração do apelo, criando assim um desejo de compra no

consumidor.

Segundo Cobra (1997, p.444) a propaganda “É toda e qualquer forma paga de

apresentação não pessoal de idéias, produtos ou serviços através de uma identificação

do patrocinador”.

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A propaganda é uma ferramenta que cria opiniões favoráveis no consumidor

sobre um produto ou serviço, objetivando orientar o comportamento do consumidor a um

determinado sentido. Visa a criação de lealdade a marca, a familiarização do produto aos

consumidores e por consequência o aumento do estímulo da demanda.

Já para Kotler (1996) a propaganda é um dos principais instrumentos de

persuasão que uma empresa possuí, definindo-a assim:

A propaganda é um dos quatro principais instrumentos pelos quais a empresa dirige as comunicações persuasivas para compradores e público visados.(KOTLER, p.381).

Os principais objetivos da propaganda são: divulgar a marca de um determinado

produto ou serviço, criar mercado (se este ainda não existir) para o produto ou serviço,

comunicar adequadamente a imagem da marca e seu posicionamento, consolidar o

mercado e garantia do mesmo.

1.3.2 Publicidade

A publicidade é uma ferramenta que tem por objetivo tornar um produto ou

serviço conhecido perante o consumidor, instigando desejo e prestígio da marca, fazendo

isto de forma aberta e clara, sem deixar de mencionar o nome e as intenções deste

anunciante. A publicidade sugere uma maior área de divulgação, tornando algo público,

informando, sem que se utilize de técnicas enganosas.

Marcos Cobra (1997. p. 444) esclarece a publicidade como, “estímulos não

pessoais para criar a demanda de um produto ou unidade de negócio através de meios de

comunicação como rádio, televisão e outros veículos, teoricamente com materiais não

pagos pelo patrocinador”.

Esta ferramenta possibilita a criação de mídia espontânea para uma empresa,

contribuindo assim para a redução de gastos com mídias pagas. Havendo uma

diminuição nos gastos com comunicações, este capital pode ser revertido em outras

aplicações do composto promocional.

1.3.3 Promoção de Vendas

Das ferramentas existentes no composto promocional a promoção de vendas é a

mais utilizada pelas fábricas. Ao contrário da propaganda, que visa a venda a longo prazo,

pois precisa de uma larga margem de tempo para fixar a mensagem de persuasão no

consumidor, a promoção de vendas tem como objetivo a venda em curto prazo.

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Kotler (1996) define promoção desta forma:

A promoção de vendas é o lugar comum dos diversos instrumentos que não, estão classificados como propaganda, venda pessoal ou publicidade. Esses instrumentos podem ser sub-classificados em termos de promoção ao consumidor (como, amostras, cupões, ofertas de devolução do dinheiro, descontos, prêmios, concursos, selos comerciais, demonstrações), promoção comercial (como abatimentos na compra, mercadorias gratuitas, descontos nas mercadorias, propaganda cooperativa, incentivo em forma de dinheiro, concursos de vendas para revendedores) e promoção de força de vendas (como prêmios, concursos, competições de vendas) ( p.400).

Ainda de acordo com Kotler (1996), o conceito mais antigo alocava a promoção

de vendas como uma ferramenta para ser usada esporadicamente, apenas para aquecer

as vendas em um curto prazo. De acordo com Marcos Cobra (1997), aqui no Brasil a

promoção de vendas é confundida com a propaganda, com merchandising e com um

desconto de vendas.

Segundo Kotler (1996), com um estudo e conhecimento mais aprofundado da

promoção de vendas, esta passou a ser uma ferramenta de grande importância na

introdução e permanência de um produto no mercado.

Marcos Cobra (1997) ainda descreve quais as vantagens da utilização da

promoção de vendas:

1. estimula e aumenta o tráfego no ponto-de-venda; 2. incentiva o consumidor a comprar; 3. evita quedas de venda de produtos sazonais; 4. estimula a tendência de demonstrar o produto; 5. atenua a competição, porque o cliente prefere aquele que promove o produto; 6. aumenta a atração pelo produto gerada pela propaganda; 7. facilita a introdução de produtos novos ou novos usos do produto; 8. convence as pessoas a comprarem maior quantidade de produtos; 9. leva as pessoas a citarem o produto; 10. propicia o testemunho das pessoas sobre o produto; 11. leva o cliente revendedor a fornecer mais espaço ao fabricante; 12. inspira compradores a obterem e manterem maior estoque; 13. estimula a força de vendas; 14. familiariza o público com novas embalagens; 15. chama a atenção para novo plano de premiação ( p.453 e 454).

Assim o uso da promoção de vendas pode ser uma das ferramentas de grande valia para empresas de pequeno porte conseguirem inserir seus produtos no mercado. Devido ao seu custo mais reduzido que a propaganda e o seu apelo imediato ao consumidor.

Enquanto a propaganda estimula o desejo do consumidor pelo produto ou

serviço de uma forma mais lenta, a promoção de vendas serve como catalisador para a

penetração do desejo de consumo do produto pelo consumidor. Enquanto a propaganda

passa apenas a mensagem oferecendo uma razão para a compra, a promoção de vendas

oferece um estímulo à compra, sendo este alcançado através de descontos, sorteios,

brindes, amostras grátis e entre outras formas de estratégias.

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1.3.4 Merchandising

O termo merchandising é amplamente empregado no Brasil, criando assim uma

confusão sobre o seu verdadeiro sentido, onde acaba sendo confundido com promoção

de vendas.

O merchandising pode ser entendido como a logística de apresentação do

produto. Para Cobra (1997) o merchandising pode ser denominado desta forma:

Compreende um conjunto de operações táticas efetuadas, no ponto-de-venda, para se colocar no mercado o produto ou serviço certo, na quantidade certa, no preço certo, no tempo certo, com o impacto visual adequado e na exposição correta. Envolve a embalagem, displays, técnicas de preços e ofertas especiais. Pode ser executada sem o auxílio do vendedor, por promotores ou demonstradores ou por uma ação conjunta desses no ponto-de-venda, ou através de televisão, cinema, revistas etc. É basicamente cenário do produto no ponto-de-venda (p. 444).

O merchandising tem como objetivo diferenciar e destacar o produto, atraindo a

atenção do consumidor, de forma a complementar o esforço da propaganda, destacando-

se quando necessário dos produtos dos concorrentes .

1.3.5 Relações Públicas

As relações públicas compreendem o bom relacionamento com o público,

sendo ele formado por consumidores, fornecedores, empregados, a comunidade e por

qualquer outro tipo. Cria uma imagem favorável para a empresa, podendo adquirir assim,

a confiança e lealdade dos consumidores pela organização, fazendo com que o público

tenha simpatia pelos produtos e serviços desta.

Isto se dá através de um bom atendimento ao público, de produtos de qualidade,

da não criação de propagandas de mau gosto, através de patrocínios e incentivos a

causas sociais, comportamento em face ao meio ambiente e exercendo todas as

atividades que envolvam qualquer tipo de público de forma correta e eficaz.

Cobra (1997, p.444) define relações públicas como “um processo de informação,

de conhecimento e de educação, com fim social e utilizando-se para tanto de técnicas a

fim de conseguir a boa vontade e a cooperação de pessoas com as quais uma entidade

trata ou das quais depende”.

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É essencial ressaltar a importância de um bom relacionamento com os

empregados e acionistas, pois um empregado ou acionista satisfeito com a empresa

proporcionará uma propaganda gratuita e positiva sobre a empresa, ajudando assim a

preservar a imagem desta.

Neste capítulo foi demonstrado, a partir da história da criação do mercado e de sua

expansão, a necessidade de se utilizar o Marketing para a sobrevivência das empresas,

bem como, o seu uso para criar e inserir uma empresa no mercado, de forma que garanta

a esta o menor nível de risco de falência e consequentemente retirada do mercado.

No capítulo seguinte, será apresentado o Marketing de Guerrilha. Este capítulo

está dividido em três sub-capítulos, nos quais serão expostos respectivamente, a origem

do Marketing de Guerrilha, o seu conceito e a principal força de sua atuação, o buzz

marketing.

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consumidor torna-se necessário buscar novas ferramentas para se destacar no mercado.

Estas ferramentas devem basear-se na agilidade, ousadia e surpresa.

Com o crescimento do mercado e da concorrência entre as empresas para tentar

atrair clientes, onde a disputa esta cada vez mais acirrada, o uso da criatividade acaba

sendo necessária para conseguir atrair o consumidor. Uma maneira de solucionar este

problema de forma criativa, ousada e com uma margem de gastos menor que as dos

meios tradicionais de mídia, é o marketing de guerrilha.

Com o custo mais baixo para sua aplicação se comparado com os das mídias

tradicionais, o Marketing de Guerrilha se tornou uma boa saída para as pequenas

empresas que possuem recursos financeiros limitados para a divulgação de sua marca,

produtos ou serviços. O Marketing de Guerrilha utiliza de formas não convencionais para

a sua criação, como adesivos, grafite, atores, instalações, projeções, entre outras, onde

o essencial é o uso da criatividade, ousadia, inteligência e planejamento para se ter uma

divulgação impactante, porém de baixo custo, fazendo muitas vezes que a criatividade

supere o recurso financeiro elevado das grandes empresas. Além do custo reduzido, o

Marketing de Guerrilha possui outras vantagens. Como este usa de técnicas não

convencionais e ousadas, acaba com isto conseguindo muitas vezes a repercussão da

marca na mídia não-paga, por se tratar de algo novo e inusitado. Enquanto outras

empresas divulgam seus produtos através das mídias tradicionais (tv, rádio e mídia

impressa) onde o consumidor não pode interagir com a marca, o Marketing de Guerrilha

promove ações corpo-a-corpo com o consumidor, saindo do mundo não tátil da tv,

internet, rádio, e materializando a marca na frente do consumidor, fazendo com que o

consumidor tenha uma maior identificação com a marca, gerando mais vendas e maiores

lucros.

O Marketing de Guerrilha ainda é pouco utilizado pelas empresas no Brasil, já no

exterior ele é bastante empregado. Onde as ações de guerrilha frequentemente fazem

parte do planejamento das pequenas e médias empresas há muitos anos. Sendo

recentemente descoberta pelas grandes empresas que buscam se diferenciar das

demais marcas do mercado.

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Jay Conrad compara as vinte principais diferenças entre Marketing de Guerrilha e

marketing tradicional. Facilitando a compreensão teórica sobre o Marketing de

Guerrilha. As vinte principais diferenças são:

1. investe energia, imaginação, tempo e informação ao invés de dinheiro.

2. é voltado normalmente para pequenas empresas, e não para grandes corporações.

3. mede o sucesso através do lucro, ao invés de medir através do aumento de vendas.

4. baseia-se na psicologia do comportamento humano, e não através da experiência,

hipótese e de julgamentos.

5. tem um foco na busca pela excelência dos produtos, e não pela ampliação de linha de

produtos.

6. busca pelo aumento de um número maior de transações com o mesmo cliente, ao invés

de buscar novos.

7. busca a satisfação do cliente após a compra, ao invés de ignorar o pós-venda.

8. trabalha em cooperação com outras empresas, ao invés de vê-las como concorrentes.

9.concentra-se nas idéias e símbolos para alterar o comportamento do cliente, ao invés

de não dar a importância devida ao apelo visual.

10.concentra-se nos pensamentos, ações e palavras dos clientes, ao invés de focar

apenas no marketing.

11.foca na felicidade do cliente, ao invés do valor da vida monetária do cliente.

12.combina diversas ferramentas de marketing, ao invés de utilizá-las separadamente.

13. mensura o número de relacionamentos estabelecidas, ao invés do número de vendas.

14. visa à tecnologia como uma aliada, ao invés de algo complicado.

15. utiliza armas de baixo custo para atingir nichos mais segmentados, ao invés de utilizar

armas mais onerosas e atingir poucos nichos.

16. é intencional, focando na experiência em torno do produto, ao invés de não ser

intencional.

17. acaba com o medo, ao invés de apresentar algo complexo.

18. o marketing tradicional é uma forma de escrever, ler, falar e ouvir. Marketing de

Guerrilha é o diálogo e interação.

19. utiliza várias armas de marketing diferentes e algumas gratuitas, ao invés de um

punhado e onerosas.

20. da ao cliente o que ele realmente precisa para conquistar sua confiança a longo prazo,

ao invés de vender o que elas querem.²

² Disponível em: www.rticlesnatch.com/Article/Interview-With-Jay-Conrad-Levinson---The-Father-Of-Guerrilla-Marketing/713270#

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Page 26: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

Conforme Jay Conrad, a melhor forma de aplicar o marketing de guerrilha é

praticá-lo como uma interrupta forma de ataque. Onde você pode melhorar, mudar e até

mesmo pausar. Mas você nunca pode interrompê-lo completamente. De todas as etapas

do Marketing de Guerrilha, a que demanda mais tempo é a manutenção da posição

conquistada. Será gasto um pequeno tempo para desenvolver e iniciar um ataque, porém

será gasto uma vida inteira para manter uma posição empresarial, monitorá-la, e

melhorar seu poder ofensivo. Sendo que de forma alguma a empresa pode perder sua

posição. Enquanto ela luta para manter sua posição, outros competidores ágeis e

inteligentes, estão estudando uma forma para conquistar sua posição e ultrapassá-la no

mercado.³

O sucesso do Marketing de Guerrilha se dá através do foco na base de clientes e

o compromisso de longo prazo. Sempre se mantendo alerta a novos nichos que se

apresentam, podendo direcionar uma nova ação para conquistá-lo.

Ainda de acordo com Jay Conrad, “O Marketing de guerrilha sempre é um

marketing autêntico e nunca atos que transmitam impessoalidade. Nunca é transmitido 4que a intenção de vender.”

A propaganda vem demonstrando menos credibilidade perante o cliente, não

conseguindo criar um relacionamento com o mesmo. Os clientes estão cada vez mais

resistentes à persuasão da propaganda. Além disso, com a criação da internet, contendo

uma vasta disponibilidade de informações, o consumidor se tornou ciente da persuasão e

da motivação de venda por trás de um comercial, fazendo com que ele seja mais seletivo,

menos ingênuo, e mais cético, quando atingido por um apelo de compra.

No livro Marketing de Guerra, os autores Al Ries e Jack Trout (1986) apresentam

três princípios de guerrilha.

O primeiro tem como princípio a escolha de um segmento de mercado pequeno

para defender. Fazendo com que uma pequena empresa consiga ter forças para

sobreviver e crescer.

Uma organização de guerrilha não modifica a matemática de uma guerra de marketing. (A grande empresa ainda bate a pequena.) A guerrilha, porém, procura reduzir o tamanho do campo de batalha para conseguir uma superioridade de força. Em outras palavras, tenta tornar-se um peixe grande em um pequeno açude (RIES e TROUT, 1986. p. 89).

Onde o objetivo é concentrar suas forças. Caso ela escolha atuar em diversos segmentos, espalhando assim suas forças, isso levaria a eminente derrota para as concorrentes dos demais segmentos. Tendo em vista que ela não conseguiria atuar de forma competitiva em todos os segmentos.

³ Disponível em: http://www.mercadocompetitivo.com.br/mc/site/index.jsp?pag=26&cod=24 Disponível em: http://www.mercadocompetitivo.com.br/mc/site/index.jsp?pag=26&cod=2

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Page 27: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

Como segundo princípio, os autores destacam a importância de uma empresa

não agir como um líder. As guerrilhas operam de uma forma e intensidade diferente que as

grandes líderes, enquanto as líderes de mercado utilizam a maior parte de seus

funcionários para proporcionarem serviço para os demais, deixando apenas uma

pequena parte do exército empresarial fora da empresa para lutar com a concorrência. As

guerrilhas devem explorar esta fraquesa mandando o maior número possível de seu

pessoal para lutar com a concorrência.

As guerrilhas devem resistir à tentação de fazer organogramas formais, descrições de cargo, planos de carreira e outros hábitos das grandes organizações, como um pesado quadro de assessores. Tanto quanto possível, as guerrilhas devem ser somente de linha - contato com cliente e possíveis clientes, e com a concorrência -. (RIES e TROUT, 1986. p. 93).

Ries e Jack Trout (1986) utilizam a guerra do Vietnã como exemplo da

organização de uma grande empresa.

Seguimos para o Vietnã com milhares de cozinheiros, padeiros, escriturários, motoristas, capelões, militares formados em relações públicas. O inimigo não tinha nada disso. Virtualmente, cada soldado inimigo tinha uma arma que usava contra nós. Uma grande proporção de nossos soldados, por outro lado, foi utilizada para administrar, suprir e servir às necessidades de nossos combatentes. (Quem vai fazer suas refeições quentes após um dia duro no campo?) (Em 1968, quando tínhamos 543.000 soldados no Vietnã, somente cerca de 80.000 eram combatentes. O resto estava nas funções de abastecimento e serviço) ( p. 92- 93).

Em seu terceiro e último princípio os autores relatam que as empresas devem

estar preparadas para abandonar o mercado, logo no primeiro aviso.

De acordo com Ries e Trout (1986, p.94) “Não hesite em abandonar uma posição

ou um produto se a batalha se virar contra você. Uma guerrilha não dispõe de recursos

para gastar em uma causa perdida. Ela deve ser rápida em desistir e passar adiante.

As guerrilhas devem ser rápidas, tanto para entrar em um mercado como

para sair. Utilizando para isto a agilidade e flexibilidade da guerrilha.

No mercado atual é preciso mais do que produzir e encaminhar o produto que o

cliente quer. É preciso conquistar a confiança e lealdade do consumidor. O marketing de

guerrilha vem modernizando a propaganda e buscando novas maneiras de divulgar uma

marca de forma criativa, inusitada, inovadora e bem humorada, conseguindo que uma

marca tenha uma boa aceitação e divulgação perante os consumidores. O Marketing de

Guerrilha proporciona um mercado mais competitivo. Visto que as pequenas empresas

que utilizam a criatividade, podem disputar a atenção dos clientes com as grandes

empresas que possuem apenas recursos financeiros para aplicar em propagandas

veiculadas na saturada mídia tradicional (tv, rádio e mídia impressa).

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Figura 1 – Estratégia de Astroturfing da OiFonte - Disponível em: http://www.blogdeguerrilha.com.br/category/astroturfing/

Figura 2 – Ação de emboscada do canal FOX, criada no evento Red Bull FlugtagFonte – Disponível em: http://marketingdeguerrilha.wordpress.com/2006/11/17/guerrilha-do-canal-fox/

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Figura 3 – Ação de guerrilha da empresa Red Bul, nas ruas inundadas de VenezaFonte – Disponível em: www.blogdeguerrilha.com.br/2008/12/08/se-fosse-em-blumenau-nao-teria-graca

Figura 4 – Marketing de Guerrilha executado pela WWF enfrente a câmara Municipal de Paris. Fonte – Disponível em: www.invisiblered.blogspot.com/2008/07/wwf.html

Page 35: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

No Brasil foi realizada uma campanha contra o racismo para a agência de

informações multiétnica AfroPress, onde meninos de rua negros abordavam os

motoristas com uma máscara de menino branco, e em sua camiseta estava escrita a

seguinte mensagem ”Se eu fosse assim, você me olharia de outra forma?”.

Figura 5 – Ação de guerrilha realizada no Brasil para a agência de informações multiétnica AfroPressFonte – Disponível em: www.invisiblered.blogspot.com/2007/05/racismo-racism.html

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Figura 6 – Viral criado pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas da Suécia para destacar a ajuda e desenvolvimento para a África na agenda política.

Fonte – Disponível em: www.invisiblered.blogspot.com/2008/11/help-swedenorg.html

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4 ESTUDO DE CASO

4.1 Introdução

No atual sistema de vida levado pela maioria da população mundial, onde se

utilizam de tecnologias para seu conforto e bem estar, porém ao custo de uma

degradação do seu meio ambiente, devido à grande concentração de poluentes liberados

na atmosfera, fazendo com que modifique o clima da terra, causando com isto um enorme

impacto na mudança do clima do mundo, gerando o aquecimento global e

desencadeando outros diversos transtornos climáticos, como o derretimento das calotas

polares, chuvas incessantes, tornados, elevação do nível do mar e etc.

Nos dias de hoje é possível notar uma supervalorização para a criação de

campanhas que tenham como objetivo a conscientização da população sobre os efeitos

causados pela poluição, no entanto pode-se perceber que apenas conscientizar já não

basta para mudar os hábitos das pessoas. As campanhas veiculadas na mídia tradicional,

podem conseguir de primeiro momento que o público alvo da campanha se entusiasme,

porém dificilmente o fará mudar de hábito por um curto período ou permanentemente e

com pouca chance o tornará um multiplicador desta nova cultura ambiental. É preciso

uma abordagem mais direta e incisiva para conscientizar as pessoas sobre o problema

que a poluição causa ao meio ambiente, sendo necessária uma maior divulgação dos

malefícios causados ao clima pela poluição, assim como informar modos de se diminuir

esta emissão de poluentes de modo economicamente viável e justo socialmente.

No Brasil ainda é lento o avanço para uma sociedade que tenha a consciência da

importância de se cuidar do meio ambiente. Espalhados pelo mundo, existem diversas

organizações não governamentais e sem fins lucrativos, com o objetivo de defender o

meio ambiente, inspirando as pessoas a mudarem suas atitudes e comportamentos em

relação ao meio ambiente. Alguns exemplos são o WWF - organização não

governamental brasileira dedicada à conservação da natureza - e o Greenpeace –

organização global não governamental que atua na defesa do meio ambiente -.

Este estudo de caso tem como objetivo, visar às ações de guerrilha utilizadas

pelo Greenpeace para conscientizar os motoristas sobre o papel dos veículos no

aquecimento global e chamar sua atenção para outros meios de transportes. Esta

organização foi escolhida por já possuir uma história com mais de trinta anos e por ter

como características de suas ações o uso de táticas de guerrilha.

O levantamento das informações para o estudo de caso foram retiradas do site do 11 12Greenpeace Brasil e de seu blog , nos quais as informações são escritas pelos próprios

ativistas, além de outros sites que veicularam esta ação.

11 Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil12 Disponível em: http://www.greenblog.org.br

Page 39: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

4.2 Greenpeace

"Um dia, a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer

e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios

perderão o seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência

pela sagrada terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para

terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris" (Profecia feita há 13mais de 200 anos por "Olhos de Fogo", uma velha índia Cree.)

Esta profecia serviu de combustível e inspiração no ano de 1971, ano este, que os

fundadores - doze americanos fugidos para o Canadá por não concordarem com as

políticas dos EUA - do Greenpeace navegaram para as Ilhas Aleutas, no Alasca, com o

objetivo de impedir um teste nuclear dos Estados Unidos. Esta ação acabou por estimular

um grande debate e ganhou a opinião pública contra os testes nucleares, que acabou

suspenso no mesmo ano. Assim nasceu o Greenpeace. A profecia acabou por batizar os

ativistas do grupo, sendo conhecidos em todo o mundo como “Os Guerreiros do Arco-Íris”.

No Brasil, o Greenpeace foi fundado em 1992. Tendo sua sede situada em São

Paulo, além de dois escritórios, um em Manaus e outro em Brasília. Existem voluntários

presentes em diversas capitais, tais como Porto Alegre, Brasília, Rio de Janeiro, São

Paulo, Belo Horizonte e Salvador.

O grupo é uma organização global e independente, que tem como objetivo

defender o meio ambiente e promover a paz. Tem como característica, a investigação,

tornar público e combater crimes ambientais e desafiar as pessoas com poderes de

decisões a reverem e mudarem os seus conceitos. Além de iniciar e coordenar atividades

de campanhas e programas, o grupo possui escritórios da organização em 42 países.

Para os ativistas, é importante estar no local onde está ocorrendo algo e

testemunhá-lo. Esta é à base dos valores do grupo: estar presente no local onde ocorre

um dano, testemunhar e divulgar, para mobilizar a opinião pública, com o objetivo de

impedir a continuação da destruição ambiental.

No Brasil, o grupo atua em quatro campanhas:

1 - Engenharia Genética, em prol da agricultura orgânica e contra os produtos

transgênicos.

2 - Amazônia, a favor do uso do desenvolvimento sustentável e contra a

destruição da floresta Amazônica.

3 - Energia, a favor das fontes renováveis e o combate contra a energia nuclear.

4 - Substâncias Tóxicas, a favor da produção limpa.

13 Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/quemsomos/

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Page 40: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

O grupo possui alguns princípios básicos, tais como:

- Prática do testemunho ocular;

- É adepto da não violência, não recua ao defender suas causas;

- Atuação de ativistas, que se colocam como barreira ao dano ambiental;

- Financeiramente independente de empresas, governos e partidos políticos;

- Atua internacionalmente;

- Não estabelece alianças com partidos e não toma posições políticas, apenas no

caso de dizer respeito à proteção do meio ambiente e da paz;

A única fonte de recursos do grupo, vem de doações de pessoas físicas, e outra

parte devido a venda em pequena escala de produtos com a marca da organização.

O Greenpeace é unido a diversas entidades ecológicas brasileiras, conseguindo

com isto, um aumento no poder de atuação do combate à destruição do meio ambiente.

O grupo busca uma mudança no perfil da luta ambiental, com o intuído que esta deixe de

ser vista como algo dispensável ou de ser considerado um tipo de modismo, e passe a

fazer parte do cotidiano da população.

4.3 A ação do Greenpeace

No mês de setembro de 2009, o Greenpeace levou as ruas de São Paulo, Rio de

Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Salvador, Manaus, Recife e Brasília, ativistas do

grupo vestidos com roupas similares aos dos órgãos fiscalizadores do trânsito, com o

intuito de aplicar multas simbólicas aos motoristas das oito capitais. A ação ocorreu às

vésperas do Dia Mundial Sem Carro – movimento que teve início em algumas cidades da

Europa nos últimos anos do século 20, e desde então vem se espalhando pelo mundo –

realizado no dia 22 de setembro.

A campanha tem como objetivo, destacar o papel dos veículos motorizados no

aquecimento global, conscientizar as pessoas sobre o dano causado ao meio ambiente e

à saúde pelo uso indiscriminado do automóvel, além de convidar o público para participar

do Dia Mundial Sem Carro, podendo assim experimentar outras formas de transporte, e

com isto, contribuir para o clima do meio ambiente.

O foco da campanha eram os carros com apenas uma pessoa, veículos utilitários

movidos à combustíveis fósseis - carvão mineral, gás natural e derivados do petróleo - e

motoristas que não respeitam pedestres e ciclistas.

De acordo com a coordenadora da campanha, Gabriela Vuolo, “Os brasileiros

das grandes capitais são dependentes dos veículos por falta de opções. O governo tem

investido no lugar errado, quando se trata de transportes, como consequência, os carros

inundam as grandes cidades, com impactos no ambiente e no bem-estar da população. 14Mas o planeta vive uma crise climática tão profunda que toda pequena atitude conta.”

14 Disponível em: http://www.greenpeace.org/brasil/greenpeace-brasil-clima/noticias/ativistas-do-greenpeace-multa

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Page 41: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

A ação faz parte da semana de mobilização pelo clima, onde o grupo executa uma

série de atividades até o dia 22 de setembro, com o intuito de chamar a atenção das

pessoas para as mudanças climáticas e cobrar compromisso do governo brasileiro na 15ª

Conferência do Clima, em Copenhague - Dinamarca. Nesta reunião, realizada em

dezembro, representantes de 192 nações tentam definir uma política contra as mudanças

climáticas.

4.4 A execução da ação

Segundo Gabriela Vuolo, as multas foram aplicadas em três situações:

motoristas que estavam sozinhos em seus automóveis, fazendo com isto um mau uso do

veículo, pessoas em carros muito grandes que consomem um nível elevado de

combustível, e motoristas que não dão preferência de passagem para pedestres e

ciclistas.

Quando o semáforo fechava, um ativista se locomovia até a faixa de pedestres e

levantava a placa de “PARE”, logo em seguida ele gira a placa, mostrando a frase

“PENSE NO CLIMA”. Enquanto isso, outro ativista trajado com roupas similares a dos

órgãos fiscalizadores de trânsito, aplica uma multa simbólica ao condutor, a qual era um

adesivo que de um lado estava escrito o recado “Pare: mude o clima” e do outro as

explicações sobre a infração. Paro os que não estão sendo multados, outros ativistas

vestidos com camisetas estampadas com a mensagem “SALVAR O PLANETA – É

AGORA OU AGORA” distribuem folhetos com informações sobre a campanha e

convidam os motoristas a participar do Dia Mundial Sem Carro.

Ainda segundo a Vuolo "Foi um protesto bem-humorado que procura alertar a

população sobre os impactos do uso do carro e do transporte individual na mudança

climática... não há nenhum tipo de problema, é uma atividade de alerta, um protesto bem-15humorado".

4.5 Impacto da ação no público

As informações a seguir, foram vivenciadas pela ativista do Greenpeace Brasil e

coordenadora da ação em São Paulo, Gabriela Vuolo e outros ativistas espalhados pelas

outras 7 capitais, no qual as relataram no site da organização, informando como foi

executado o projeto e como foi recebida esta ação pela população.

Ao ir até o centro da faixa de segurança e subir a placa de “PARE” os pedestres

não percebem o que está acontecendo, ficando confusos e curiosos, ao girar a placa para

a frase “PENSE NO CLIMA”, é possível notar que o público percebe se tratar de uma

ação do Greenpeace .15 Disponível em: http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/euquerosalvaroplaneta/2009/09/17/220897-greenpeace-multa-motoristas-que-mais-agridem-o-clima

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Page 42: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

Enquanto isto o ativista trajado com roupas similares aos dos fiscais do trânsito

entrega a multa simbólica ao condutor, no primeiro momento o condutor se demonstra

espantado em receber esta multa, logo em seguida este semblante passa para um

simpático sorriso ao descobrir do que esta multa se trata.

A seguir, as impressões do público sobre a campanha realizada nas 8 capitais

sobre a atividade das multas simbólicas.

Rio de Janeiro

A ação foi executada por três grupos, divididos em diferentes bairros, Botafogo,

Centro e Ipanema. Os ativistas que efetuaram as multas, foram bem recebidos pelos

condutores, em Ipanema as pessoas só abriam a janela para o ativista trajando roupas

similares aos dos fiscais de trânsito, para os ativistas trajados com camisetas os

condutores não baixavam o seu vidro.

No primeiro momento os condutores se mostravam preocupados por receber a

multa, e logo em seguida aliviados ao escutar o nome do Greenpeace. A idéia foi

amplamente elogiada, e os condutores colocavam a multa adesiva no painel da frente dos

carros, como se fosse um talão de zona azul - estacionamento rotativo pago.

Recife

O grupo obteve uma boa receptividade por parte das pessoas, alguns condutores

multados perguntavam se teriam que pagar, e outros diziam que iriam recorrer à multa,

mas após saberem do que se trata, estes ficavam contentes pela multa.

Manaus

Os 11 ativistas, que atuaram na cidade foram bem recebidos, além da multa e dos

folhetos, foi utilizado um banner com os dizeres, “Dia 22/9, Dia Mundial Sem Carro: dê

carona para essa idéia”.

Porto Alegre

No total, foram aplicadas na capital gaúcha 450 multas. O grupo foi dividido em

duas duplas (placa e aplicador das multas) que agiram no cruzamento da Avenida

Ipiranga com a Rua Érico Veríssimo, os ativistas foram bem recebidos por cerca de 95%

das pessoas.

Salvador

A maioria do público apoiou a idéia, elogiou a iniciativa e declaravam se

comprometer em não usar o carro no dia 22 de setembro.

A ação foi executada em dois diferentes pontos. Na manhã, em frente ao

Shopping Iguatemi e à tarde na Avenida ACM. Foram abordados mais de 700 automóveis.

São Paulo

Alguns condutores pediam para serem multados pelos ativistas, alegando

estarem cientes de que conduzir o automóvel sozinho é errado, e que no dia 22 de

setembro não usariam o carro.

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Page 43: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

Segundo a ativista Gabriela Vuolo, "A receptividade está sendo muito grande.

Todo mundo pensa que em São Paulo, por ser uma cidade muito grande, as pessoas nem 15querem baixar o vidro, mas estão gostando".

O fluxo de carros na cidade de São Paulo é tão grande, que a ativista Gabriela,

declarou que poderia ficar uma semana fazendo esta mesma ação que ainda assim não

repetiria a abordagem duas vezes com o mesmo condutor.

15 Disponível em: http://virgula.uol.com.br/ver/noticia/euquerosalvaroplaneta/2009/09/17/220897-greenpeace-multa-motoristas-que-mais-agridem-o-clima

Figura 7 – Aplicação da multa simbólicaFonte - Disponível em: http://www.flickr.com/photos/greenpeacebrasil/sets/72157622276300213/

Figura 8 – Uso da placaFonte - Disponível em: http://www.flickr.com/photos/greenpeacebrasil/sets/72157622276300213/

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Page 44: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

4.6 Análise e conclusão

Com o propósito de estimular à população para uma mudança de hábito em seu

cotidiano e informá-la do atual estado do meio ambiente, a organização Greenpeace

utilizou para isto estratégias de marketing de guerrilha, para conseguir uma maior

visibilidade de suas ações, tendo não só este objetivo, mas também causar um maior

impacto nas pessoas, interagindo de forma lúdica e extrovertida, sem persuadir o seu

público alvo.

A utilização, de ativistas nas ruas interagindo com a população de uma forma

inusitada e criativa, fazendo com que as pessoas passassem a informação recebida

adiante, sendo através da propaganda boca-a-boca ou da internet, faz com que esta ação

se caracterize como uma estratégia de marketing de guerrilha. Na qual, utiliza formas

criativas e inusitadas para transmitir uma mensagem e fazer com que esta gere mídia

espontânea.

A organização utilizou a ferramenta de marketing de guerrilha, chamada de mídia

ambiente. Na qual cria uma intervenção urbana para atingir e interagir diretamente com o

público. Cria assim, uma maior interação do público com a organização e sua idéia,

chamam a atenção de uma forma diferente de quem passa pela intervenção, e estabelece

um contato direto com o público.

Trajando roupas similares à dos agentes de trânsito, os ativistas conseguiram

aumentar o impacto de sua ação. Visto que, ao abordar os motoristas para a aplicação da

multa simbólica, estes não percebiam se tratar de um ativista do Greenpeace, mas sim de

um agente de trânsito, proporcionando ao motorista uma surpresa ao receber a multa, e

logo após um alívio ao perceber do que esta se trata, proporcionando um grande impacto

à este. Com isto, a ação acaba por ficar mais tempo na memória das pessoas, devido ao

impacto causado, por se tratar de algo inusitado, criativo e impactante. Acaba assim, por

estimular o público à transmitir a idéia à outras pessoas.

O Greenpeace conseguiu atingir o seu público de uma forma original e inédita.

Sua ação foi realizada em 8 capitais do Brasil, porém gerou mídia gratuita, fazendo com

que a ação seja vista por diversas outras pessoas.

De acordo com este estudo, pode-se concluir que uma ação de marketing de

guerrilha, bem executada, consegue atingir um número maior de pessoas e com um

investimento menor do que por meio da mídia tradicional. Além disto, cria um vínculo com

o seu público alvo, utilizando para isto uma abordagem criativa, honesta, lúdica e ousada,

sem enganar o público.

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Page 45: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

5 CRIAÇÃO DA CAMPANHA

Através do estudo sobre o atual mundo da comunicação e de todas as formas de

mídia utilizadas para transmitir diversos tipos de mensagens, pode-se chegar a

conclusão de que as pessoas já não conseguem absorver toda a carga de informações

que são passadas para elas, sendo preciso inovar a forma de transmitir uma mensagem.

O presente trabalho tem como objetivo o uso do marketing de guerrilha para o

desenvolvimento de uma campanha social para ser aplicada na cidade de Pelotas.

5.1 Metodologia

Optou-se pela criação de uma campanha de cunho social pelo fato de ser um

projeto que proporcionará benefícios para a cidade, além deste fato, este tipo de

campanha permite uma maior liberdade de criação, caso fosse feita uma campanha para

uma empresa, a sua criação e aplicação sofreria restrições devido as exigências do

cliente.

A campanha voltou-se para a temática da poluição das vias públicas através do

lixo jogado nas mesmas pela população. A escolha deste tema deu-se em função de

envolver como público-alvo toda a população, e por não estar sendo aplicada nenhuma

outra campanha de mesma razão na cidade.

Tendo como local de aplicação a praça Coronel Pedro Osório. Este local foi

escolhido por diversos fatores:

- Por se tratar de um patrimônio histórico e ao seu entorno existirem diversos

outros, fazendo com que a população tenha uma maior conscientização da preservação e

conservação das belezas arquitetônicas e urbanas de Pelotas.

- Por ser considerada um dos símbolos da cidade de Pelotas.

- Por ser um local de grande fluxo de transeuntes.

- Por ser um local sem veiculação de propagandas, tornando mais fácil atrair a

atenção do transeunte.

A essência deste projeto é criar algo novo e inusitado aos olhos do público. Para

atrair a atenção do público para o fato de que jogar lixo nas ruas é um péssimo ato e

exemplo para os demais, além de uma degradação e poluição do ambiente que este vive.

5.2 Execução

O projeto tem como foco o uso dos monumentos históricos da praça Coronel

Pedro Osório, para fazer uma interação dos monumentos com o público.

O monumento escolhido para ser usado na campanha foi à estátua de

Page 46: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

homenagem as mães, que fica situada em frente ao chafariz da praça.

Este monumento foi escolhido, por possuir a estátua de uma mãe interagindo

com o filho, podendo ser encaixado no contexto da educação do filho pela mãe, além disto

o monumento se situa em um local de grande fluxo de pessoas.

A partir desta interação, optou-se por inserir uma lixeira em seu pedestal com

diversos objetos em seu interior (garrafas pet, latas de alumínio, caixas de leite e etc) que

representariam oi lixo. Em cada uma das estátuas é fixado um objeto em suas mãos, para

cria a situação de a mãe estar ensinando o filho a jogar o lixo na lixeira e não no chão.

A lixeira é confeccionada a partir de uma caixa de papelão quadrada de 37x37 cm

e 10 cm de altura, sendo ela toda pintada de tinta P.V.A. branca, e fixado em cada lado da

caixa um adesivo escrito LIXEIRA, na cor preta. Os objetos passam pelo mesmo

processo, porem com um adesivo escrito LIXO. Para a fixação dos objetos nas mãos das

estátuas, utiliza-se uma fita dupla face. Todos os objetos são pintados para não haver

qualquer relação da marca dos produtos com a campanha, optou-se pelo branco por ser

uma cor que transmite a sensação de limpeza.

O mesmo adesivo fixado na lixeira, também é fixado em todas as lixeiras da

praça, assim, o público ao visualizar o adesivo se indagará qual o motivo deste adesivo,

com isto o efeito curiosidade é ativado no público, ao visualizar o projeto na estátua e o

mesmo adesivo fixado na lixeira que está no pedestal da mesma, ele perceberá a

mensagem que o projeto quer passar, que é jogar o lixo na lixeira.

Este projeto cria algo criativo e inusitado para o público, fazendo com que o

público saia da rotina visual da praça ao qual está acostumado, com isto o projeto cria um

impacto nas pessoas. Através da modificação do monumento, fazendo com que este

mude de ação, cria assim uma nova figura na praça, com isto consegue chamar a atenção

do transeunte para o monumento e a sua nova ação.

Com esta nova imagem, o monumento consegue transmitir a mensagem de

conscientizar as pessoas a usar as lixeiras que estão distribuídas pela praça.

Ao perceber a modificação no monumento e o objeto novo e inusitado que este se

transforma, as pessoas sentem o desejo de compartilhar esta informação com outras

pessoas de seu circulo social, assim o projeto consegue criar a propaganda boca-a-boca.

Com a atual tecnologia dos celulares, no qual a maioria possuiu uma câmera fotográfica,

é muito fácil para as pessoas fotografarem a intervenção no monumento e transmitir esta

imagem para outras pessoas, no momento em que isto acontece, o projeto se torna um

projeto permanente para as pessoas, visto que sua foto ficará gravada no aparelho das

mesmas.

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Page 47: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

Através de materiais coletados das ruas, como a caixa de papelão e os objetos

utilizados como lixo para a campanha, e da utilização do monumento público da cidade, o

único material com custo é a tinta, rolo de pintura, fita dupla face e adesivo. A partir de um

custo muito baixo é possível criar uma campanha inusitada, criativa, inédita e que gere um

grande impacto no público, criando um vínculo com o mesmo, através de uma abordagem

criativa, diferente e lúdica.

A seguir, é possível visualizar na figura 9 um protótipo de como seria o projeto

aplicado no monumento, e na figura 10 um mapa com o roteiro de aplicação do projeto.

Figura 9 – Aplicação do projeto na estátua de homenagem as mães

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LI EIRX A

LIXO

Page 48: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

Figura 10 – Roteiro de aplicação do projeto

TEATRO SETE DE ABRIL

GRANDE HOTEL

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LIO

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47

lixeiras estátua

Page 49: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

CONCLUSÃO

Ao longo deste trabalho foi possível conhecer uma das mais novas ferramentas

do marketing, surgida a partir da supersaturação de informações que a mídia tradicional

proporciona e da falta de credibilidade desta. O marketing de guerrilha surge para as

pequenas empresas como uma alternativa para divulgar seus produtos e marcas,

utilizando para isto um baixo custo, proporcionando uma luta justa e igual com as grandes

empresas. Com ações de baixo custo, inusitadas, ousadas e criativas, o marketing de

guerrilha surge como uma das poucas possibilidades para as pequenas empresas se

comunicarem com o seu público, visto os grandes custos das mídias tradicionais. Este

tipo de ação, consegue cortar os custos e chamar a atenção do consumidor, que está

cansado da persuasão e supersaturação das mídias tradicionais.

O marketing de guerrilha oferece importantes vantagens, possui inúmeras

formas de criação, não havendo regras para a sua confecção, sendo uma ferramenta

extremamente flexível. Suas estratégias e ações, são executadas de acordo com o

público que deseja se comunicar, de acordo com as suas necessidades e objetivos,

permitindo uma grande liberdade de criação, onde, o local, tempo, freqüência e

quantidade, é determinado pelo seu criador, garantindo à este, uma grande mobilidade

física e de tempo.

O marketing de guerrilha é pouco conhecido e utilizado na cidade de Pelotas,

sendo uma ferramenta desconhecida por parte dos empresários pelotenses.

Através de uma intensa pesquisa bibliográfica e na internet, foi possível conhecer

o objetivo do marketing de guerrillha, as suas ferramentas, e o impacto que esta vertente

do marketing tradicional pode causar no público, conseguindo furar o bloqueio da atual

supersaturação midiática.

A guerrilha deve ser utilizada com o objetivo de envolver o público, fazendo com

que ele vivencie uma experiência diferenciada, criativa e interativa, fazendo com que este

gere a propaganda boca-a-boca.

Isso posto, com este estudo foi possível verificar a importância de utilizar o

marketing de guerrilha para a divulgação de uma mensagem, marca, produto ou evento.

Seja com a criação de uma campanha social ou comercial. Com o uso de poucos recursos

é possível disseminar uma mensagem e conseguir criar um vínculo com o público. No

caso da criação de uma campanha social, a ação de guerrilha consegue uma maior

atenção do público para a mensagem social que se quer passar, através de uma

abordagem mais direta e incisiva, além de conseguir um vínculo da mensagem com o

público, fazendo com que a campanha tenha mais chances de conscientizar as pessoas à

mudarem os seus hábitos.

Page 50: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

Assim, o marketing de guerrilha não é apenas mais uma moda passageira ou

uma alternativa qualquer, ele é uma oportunidade de se destacar na atual supersaturação

de propagandas, sendo parte integrante das mudanças que vem ocorrendo na

comunicação.

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Page 51: TCC Marketing de Guerrilha: aplicado na criação de uma campanha social; Thiago Rosa Ferreira

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