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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO SÓCIO-ECONÔMICO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ISAAC MARQUES DE BEM VERIFICAÇÃO DA CONFORMIDADE NAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS CONSOLIDADAS SEGUNDO O PRONUNCIAMENTO TÉCNICO 36 Florianópolis 2010

TCC sobre CPC-36

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consolidação das demonstações contábeis

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

    CENTRO SCIO-ECONMICO

    DEPARTAMENTO DE CINCIAS CONTBEIS

    ISAAC MARQUES DE BEM

    VERIFICAO DA CONFORMIDADE NAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS

    CONSOLIDADAS SEGUNDO O PRONUNCIAMENTO TCNICO 36

    Florianpolis

    2010

  • ISAAC MARQUES DE BEM

    VERIFICAO DA CONFORMIDADE NAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS

    CONSOLIDADAS SEGUNDO O PRONUNCIAMENTO TCNICO 36

    Trabalho de Concluso de Curso submetido ao Departamento de Cincias Contbeis, do Centro Scio-Econmico, da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis.

    Orientador: Prof. Jos Alonso Borba, Dr.

    Florianpolis

    2010

  • ISAAC MARQUES DE BEM

    VERIFICAO DA CONFORMIDADE NAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS

    CONSOLIDADAS SEGUNDO O PRONUNCIAMENTO TCNICO 36

    Esta monografia foi apresentada como TCC - Trabalho de Concluso de Curso, no

    curso de Cincias Contbeis da Universidade Federal de Santa Catarina, banca

    examinadora constituda pelo professor orientador e membros abaixo mencionados.

    Florianpolis, 03 de dezembro de 2010.

    Prof. Valdirene Gasparetto, Dr.

    Coordenadora de TCC do Depto. de Cincias Contbeis

    Compuseram a banca examinadora:

    Prof. Jos Alonso Borba, Dr.

    Orientador

    Prof. Ari Ferreira de Abreu, Dr.

    Membro

    Mestrando Eduardo Baldoino Costa

    Membro

  • Dedico este trabalho Charlene, minha amada esposa;

    e ao Mateus, meu querido filho. Razes de lutar.

  • Porque o SENHOR d a sabedoria, e da sua

    boca vem a inteligncia e o entendimento.

    Salomo

  • AGRADECIMENTOS

    Ao meu Deus, nico e verdadeiro, criador dos cus e da terra.

    minha me, por insistir que freqentasse uma universidade.

    Ao meu pai, por ser um homem honesto e de conduta ilibada.

    Ao meu irmo, por saber me suportar nos momentos difceis.

    Aos irmos da igreja que oram por mim.

    Aos professores que me ajudaram em mais uma etapa da vida.

    Aos meus colegas da UFSC pela unio dos esforos.

    Aos meus colegas do trabalho pela compreenso do tempo em que estive

    estudando.

    Aos meus inimigos, por tornarem os desafios mais interessantes.

  • BEM, Isaac Marques de. Verificao da Conformidade nas Demonstraes Financeiras Consolidadas Segundo o Pronunciamento Tcnico 36. 2010. 65f. Monografia (Graduao em Cincias Contbeis) Curso de Graduao em Cincias Contbeis Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis.

    RESUMO

    Com a internacionalizao da contabilidade o Brasil teve a necessidade de convergir suas prticas contbeis para as normas internacionais emitidas pelo Comit de Normas Internacionais de Contabilidade, conhecida como IASB. Para que essa mudana ocorresse de forma mais harmoniosa possvel, foi criado o Comit de Pronunciamentos Contbeis CPC, que por meio da emisso de pronunciamentos tcnicos regulamentou as alteraes, dentro da realidade dos contabilistas brasileiros. Partindo do Pronunciamento Tcnico n 36 que trata da elaborao e apresentao das demonstraes contbeis consolidadas, elaborou-se um check-list dos itens 27 e 41 (evidenciao) que foi confrontado com os demonstrativos contbeis consolidados de algumas companhias que no ano de 2010 disponibilizaram na Comisso de Valores Mobilirios CVM e replicado pela Bolsa de Valores de So Paulo - BOVESPA, seus relatrios financeiros segundo as normas internacionais, objetivando a verificao da conformidade desses relatrios com o pronunciamento tcnico. Analisando os resultados percebeu-se que as companhias estudadas no aderiram totalmente aos itens da norma internacional, uma vez que apenas 6% dos itens foram atendidos de forma integral. Provavelmente isto tenha ocorrido porque as empresas apresentaram seus demonstrativos em IFRS de maneira voluntria, uma vez que ainda no estavam legalmente obrigadas a disponibilizar seus relatrios segundo as normas internacionais.

    Palavras-chave: Normas Internacionais de Contabilidade, Consolidao, Convergncia, Evidenciao e Conformidade.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Influncias do ambiente sobre a harmonizao contbil internacional....... 24

    Figura 2: Adoo das IFRS pelo Mundo ................................................................... 25

    Figura 3: Parte do Memorando de Entendimento ...................................................... 26

    Figura 4: No-controladores fora do PL .................................................................... 48

    LISTA DE GRFICOS

    Grfico 1: Resultado Geral da Pesquisa ................................................................... 56

    Grfico 2: Enquadramento Geral das Empresas aos Itens do Check-list .................. 58

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Trabalhos anteriores relacionados com a pesquisa. ................................ 18

    Quadro 2: Evoluo da Contabilidade Internacional ................................................. 20

    Quadro 3: Patrimnio Lquido da Grendene S.A em IFRS ........................................ 50

    Quadro 4: Principais Controladas da AMBEV ........................................................... 52

    Quadro 5: Recorte do quadro de empresas controladas da Lupatech S.A ............... 53

    Quadro 6: Alteraes na participao relativa da Metalrgica Gerdau S.A. .............. 55

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Evoluo das Demonstraes Financeiras Consolidadas. ........................ 32

    Tabela 2: Amostra da Pesquisa ................................................................................ 38

    Tabela 3: Check-list dos itens 27 e 41 do Pronunciamento Tcnico n 36. ............... 44

    Tabela 4: Check-list com resultados ......................................................................... 47

    Tabela 5: Recorte da tabela das controladas e coligadas da Telefnica S.A. ........... 51

    Tabela 6: Resultado da Pesquisa por Companhia .................................................... 57

  • LISTA DE ABREVEATURA E SIGLAS

    AICPA American Institute of Certified Public Accountants

    APB Accounting Principles Board

    ARB Accounting Research Bulletins

    BACEN Banco Central do Brasil

    BOVESPA Bolsa de Valores de So Paulo

    CE Comunidade Europia

    CFC Conselho Federal de Contabilidade

    CPC Comit de Pronunciamentos Contbeis

    CRC Conselho Regional de Contabilidade

    CVM Comisso de Valores Mobilirios

    DFP Demonstrao Financeira Padronizada

    FASB Financial Accounting Standards Board

    FIPECAFI Fundao Instituto de Pesquisas Contbeis, Atuariais e Financeiras

    IAS International Accounting Standards

    IASB International Accounting Standards Board

    IASC International Accounting Standards Committee

    IFRS International Financial Reporting Standards

    NBC Norma Brasileira de Contabilidade

    SEC Security and Exchange Commission

    SFAS Statements of Financial Accounting Standards

    SIC Standing Interpretation Committee

    UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

  • SUMRIO

    1. INTRODUO ....................................................................................................... 11

    1.1 TEMA E PROBLEMA .......................................................................................... 13

    1.2 OBJETIVOS ........................................................................................................ 14

    1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 14

    1.2.2 Objetivo Especfico....................................................................................... 14

    1.3 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 15

    1.4 ORGANIZAO DO TRABALHO ....................................................................... 17

    2. REVISO DE LITERATURA ................................................................................. 18

    2.1 A CONTABILIDADE INTERNACIONAL .............................................................. 19

    2.2 ORGANISMOS REGULADORES ....................................................................... 20

    2.2.1 International Accounting Standards Board IASB ................................... 20

    2.2.2 Conselho Federal de Contabilidade CFC ................................................. 21

    2.2.3 Comit de Pronunciamentos Contbeis CPC ......................................... 21

    2.2.4 Comisso de Valores Mobilirios - CVM ..................................................... 22

    2.3 CONVERGNCIA PARA IFRS ........................................................................... 23

    2.4 DEMONSTRAES CONSOLIDADAS .............................................................. 27

    2.4.1 Crticas consolidao ................................................................................ 33

    2.4.2 Principais Definies de Termos ................................................................ 33

    2.4.3 Eliminaes e ajustes de consolidao ...................................................... 35

    2.4.4 Necessidade de uniformidade de polticas e critrios contbeis ............. 35

  • 3. METODOLOGIA .................................................................................................... 37

    3.1 ENQUADRAMENTO METODOLGICO ............................................................ 37

    3.2 POPULAO E AMOSTRA ................................................................................ 38

    3.3 INFORMAES GERAIS DAS COMPANHIAS PESQUISADAS ....................... 39

    3.4 PROCEDIMENTO PARA COLETA E ANLISE DOS DADOS. .......................... 42

    3.5 DELIMITAO DA PESQUISA .......................................................................... 44

    4. ANLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 46

    4.1 CHECK-LIST COM OS RESULTADOS .............................................................. 46

    4.2 ANLISE DOS RESULTADOS ........................................................................... 47

    4.2.1 Participao dos No-Controladores dentro do PL item 27.a ............... 48

    4.2.2 No-Controladores separado dos Controladores item 27.b .................. 50

    4.2.3 Relao entre Controladora e Controlada item 41.a ............................... 50

    4.2.4 Razes de Posse de Propriedade item 41.b ............................................ 53

    4.2.5 Data de Encerramento de Balanos itens 41.c1 e 41.c2 ......................... 53

    4.2.6 Restries Significativas itens 41.d1 e 41.d2 .......................................... 54

    4.2.7 Quadro Cronolgico itens 41.e1, 41.e2 e 41.e3 ....................................... 54

    4.2.8 Perda de Controle itens 41.f1a at 41.f4b ................................................ 55

    4.3 RESULTADO GERAL DA PESQUISA ................................................................ 55

    4.4 RESULTADO DA PESQUISA POR COMPANHIA ............................................. 56

    5. CONSIDERAES FINAIS ................................................................................... 59

    REFERNCIAS ......................................................................................................... 61

  • 11

    1. INTRODUO

    Com a internacionalizao da contabilidade surge no Brasil a necessidade da

    convergncia das prticas contbeis existentes para as normas em IFRS, sigla

    inglesa para International Financial Reporting Standards, que significa Normas

    Internacionais de Relato Financeiro. Dentre o elenco de normas em IFRS existem as

    IAS (International Accounting Standards), que traduzindo para o portugus significa

    Normas Internacionais de Contabilidade.

    As normas em IFRS so emitidas pelo Comit de Normas Internacionais de

    Contabilidade, chamada de IASB (International Accounting Standards Board) com

    sede em Londres. Tendo como um de seus objetivos, regulamentar a contabilidade

    para que os demonstrativos contbeis sejam elaborados de maneira uniforme em

    todo o mundo, independentemente do pas de origem.

    Com relao adoo das normas em IFRS o autor Soares (2009, p.29)

    descreve o seguinte pargrafo:

    Muitas incgnitas ainda transcendem o solo das Relaes Internacionais. O mundo globalizado est sob os efeitos do estudo sobre o genoma humano, dos alimentos transgnicos, da internet, da democracia, dos conflitos religiosos. E, mais recente, da crise financeira mundial em seus primeiros contornos. A contabilidade um ator nesse cenrio de globalizao econmica, sendo um dentre as foras profundas que movem a histria mundial citadas por Renouvin e Edgar Morin REZENDE (2005). Portanto, a adoo das IFRS representar para o mundo dos negcios uma nova forma de medir seus resultados, comparando-os s outras empresas sediadas ao redor do mundo.

    As autoras Lemes e Silva (2007, p. 39) trazem tona uma das necessidades

    da internacionalizao da contabilidade:

    Problemas no ambiente internacional, quando da apresentao de resultados divergentes pelas empresas, gerando incertezas e questionamentos sobre os valores gerados e apresentados pela contabilidade, no so recentes. Entretanto, as crises contemporneas na confiabilidade de informaes contbeis, suscitadas com casos como o da Enron, da Worlcom, da Xerox, dos prprios fundos mtuos norte-americanos e o da italiana Parmalat, tm reforado a necessidade de harmonizao na informao e na transparncia da contabilidade alm fronteiras. Contudo divergncias

  • 12

    ainda existem quanto forma de como atingir essa harmonizao contbil.

    No Brasil em 2005 foi criado o Comit de Pronunciamentos Contbeis CPC

    que tem trabalhado na convergncia e harmonizao, por meio de pronunciamentos

    tcnicos, das normas emitidas pelo IASB para a realidade dos contabilistas

    brasileiros. Dos diversos pronunciamentos emitidos pelo CPC, encontra-se o de

    nmero 36, que faz correlao ao IAS 27 e trata sobre a elaborao e apresentao

    de demonstraes contbeis consolidadas e o qual ser foco desta pesquisa.

    Iudcibus et al (2010, p. 727) relata que a principal evoluo da Contabilidade

    na primeira dcada do sculo XXI no Brasil e no mundo, foi a Convergncia para as

    Normas Internacionais. O mesmo autor ainda comenta no prefcio de seu livro que

    devido s transaes globalizadas de mercadorias e servios, faz-se necessrio que

    os empresrios brasileiros saibam entender as demonstraes contbeis de outros

    pases e vice-versa, as demonstraes brasileiras tambm precisam ser entendidas

    no exterior.

    A consolidao das demonstraes financeiras adotada em muitos pases,

    particularmente por naqueles em que h captao de recursos pela emisso de

    aes pelas Bolsas de Valores. A consolidao a soma de balanos isolados de

    empresas pertencentes a um mesmo grupo econmico, possibilitando ao usurio da

    informao contbil uma viso geral dos resultados operacionais e da posio

    financeira, conforme menciona Iudcibus et al (2010, p. 649).

    A relevncia das demonstraes financeiras consolidadas destacada por

    Schmidt, Santos e Fernandes (2004, p. 185):

    Diante do exposto, constata-se a importncia da apresentao das demonstraes financeiras consolidadas, a fim de que se possa fornecer informao mais relevante para os usurios das demonstraes financeiras, finalidade primordial da contabilidade, bem como evitar vis na informao em decorrncia das possveis manipulaes dos resultados das empresas analisadas individualmente em funo basicamente das operaes realizadas entre as companhias de um mesmo grupo econmico, que possibilitam a transferncia de resultados de uma entidade para a outra.

  • 13

    No ano de 2010 algumas empresas de capital aberto com aes listadas na

    Bolsa de Valores de So Paulo BOVESPA, disponibilizaram voluntariamente seus

    demonstrativos financeiros consolidados segundo as normas IFRS.

    A Comisso de Valores Mobilirios publicou a Instruo CVM n 485/10, que

    alterou a Instruo CVM n 457/07, estabelecendo que as demonstraes

    financeiras consolidadas a serem divulgadas a partir do exerccio de 2010 em IFRS,

    sejam elaboradas em conformidade com os pronunciamentos do Comit de

    Pronunciamentos Contbeis CPC.

    Sendo assim, esta monografia busca verificar se os demonstrativos

    financeiros consolidados encerrados em 31/12/2009, que seguiram as normas

    internacionais, das companhias listadas na BOVESPA, esto em consonncia com

    os itens 27 e 41 do Pronunciamento Tcnico n 36.

    1.1 TEMA E PROBLEMA

    As demonstraes financeiras tm como objetivo fornecer informaes sobre

    a posio financeira, o desempenho e as mudanas na posio financeira da

    entidade, auxiliando os usurios tomada de deciso, conforme Ernst & Young e

    Fipecafi (2009, p. 3).

    Os usurios dos relatrios financeiros tm algo em comum, todos buscam

    informaes econmicas sobre as empresas, mas em perspectivas muitas vezes

    diferentes. As Demonstraes Financeiras Padronizadas, conhecidas como DFP e

    encontradas no stio eletrnico da CVM, procuram atender de maneira uniforme a

    necessidade de seus usurios.

    A norma internacional determina que as companhias devam consolidar seus

    demonstrativos contbeis toda vez que exista investimentos em controladas,

    conforme menciona Iudcibus et al (2010, p. 6). Os relatrios financeiros

    consolidados devem ser apresentados conforme as normas contbeis que

    nortearam as companhias.

  • 14

    As empresas com capital aberto e com aes negociadas na bolsa de valores

    disponibilizam seus demonstrativos atravs dos meios de comunicao, como:

    internet e jornais. Certamente nos dias de hoje, o principal meio de acesso aos

    dados das companhias pela internet. No Brasil os demonstrativos financeiros das

    companhias podem ser encontrados facilmente no stio eletrnico da BOVESPA, da

    CMV ou das prprias companhias.

    Motivado pelas recentes mudanas que a Contabilidade vem sofrendo, devido

    a Convergncia s Normas Internacionais, esta pesquisa pretende solucionar uma

    parte do seguinte problema: As demonstraes financeiras consolidadas das

    companhias listadas na BOVESPA esto em conformidade com as normas

    internacionais?

    1.2 OBJETIVOS

    Para que se alcance o proposto por essa pesquisa necessrio realmente ter

    a convico do que se est procurando. Sendo assim, a seguir esto descritos

    objetivos a serem atingidos para a realizao desta monografia.

    1.2.1 Objetivo Geral

    Este estudo tem como objetivo geral verificar a conformidade das

    demonstraes financeiras consolidadas em IFRS, com os componentes 27 e 41 do

    Pronunciamento Tcnico n 36, nos relatrios disponibilizados na BOVESPA no ano

    de 2010 e com exerccio findo em 31/12/2009.

    1.2.2 Objetivo Especfico

  • 15

    Elencar as demonstraes financeiras consolidadas em IFRS

    divulgadas no stio eletrnico da CVM em 2010 com exerccio

    findo em 31/12/2009.

    Elaborar um check-list que expresse os elementos que devem

    ser evidenciados nas demonstraes financeiras consolidadas

    em IFRS, segundo os itens 27 e 41 do Pronunciamento Tcnico

    n 36.

    Examinar as Demonstraes Contbeis Consolidadas em IFRS,

    encerradas em 31/12/2009, das companhias que publicaram na

    CVM at 24/05/2010, excluindo-se as instituies financeiras.

    Analisar os resultados obtidos atravs do check-list.

    1.3 JUSTIFICATIVA

    Com a internacionalizao da contabilidade, surge a exigncia da

    convergncia contbil, passando das prticas contbeis brasileiras para as normas

    internacionais de contabilidade. Assim os usurios dos demonstrativos contbeis

    podem melhor compreender as informaes apresentadas pelas empresas,

    independentemente do pas que as elaborou.

    Sobre a viabilidade do usurio da contabilidade comparar informaes entre

    companhias o autor Cambria (2008, p. 15) traz a seguinte redao:

    Essa globalizao dos mercados trouxe consigo, quanto ao desenvolvimento do mercado de capitais internacional, o crescimento dos investimentos diretos estrangeiros e a formao de blocos econmicos e, com ele, a necessidade de se ter um conjunto de normas contbeis internacionais que viabilizassem tambm a comparao de informaes entre companhias de um mesmo grupo ou de grupos empresariais diferentes.

    Como um dos objetivos da contabilidade auxiliar as pessoas tomada de

    deciso, atravs dos demonstrativos contbeis. fundamental que as entidades

    elaborem seus relatrios em concordncia com as normas internacionais.

  • 16

    O autor Watanabe (2009) menciona em sua dissertao uma frase de Hilrio

    Franco, que diz:

    Hoje, objetivo da Contabilidade oferecer informaes e orientaes aos usurios das demonstraes contbeis, para tomada de deciso, o que a faz ser considerada, merecidamente A linguagem universal dos negcios e das atividades econmicas.

    A consolidao das demonstraes financeiras muito importante, conforme

    destacam Schmidt, Santos e Fernandes (2004, p. 183), relatando que a necessidade

    de elaborao e divulgao de demonstraes financeiras consolidadas vem

    aumentando cada vez mais em funo do crescente volume de transaes de

    aquisio de empresas pelo mundo.

    As demonstraes financeiras consolidadas merecem um tratamento

    especial, do ponto de vista da evidenciao contbil. Pois suas informaes no

    tratam apenas de uma empresa, mas um conjunto delas. Razo pela qual entre o

    elenco de normas em IFRS, est a Norma Internacional de Contabilidade nmero

    27, conhecida como IAS (International Accounting Standards) 27. Norma esta que foi

    analisada pelo Comit de Pronunciamentos Contbeis e deu origem ao

    Pronunciamento Tcnico n 36.

    Neste sentido esta monografia busca possveis lacunas, entre o que as

    empresas com aes negociadas na BOVESPA esto apresentando aos seus

    usurios, em suas demonstraes financeiras consolidadas, com o que a norma

    internacional de contabilidade exige. Considerando que os usurios utilizam da

    informao contbil para a tomada de deciso de seus investimentos.

    Como est se passando por um momento de transio, entre as prticas

    brasileiras de contabilidade para as internacionais, fica o questionamento se as

    companhias que aderiram as normas em IFRS em 2010 esto realmente atendo aos

    requisitos normativos estudados por esta pesquisa.

  • 17

    1.4 ORGANIZAO DO TRABALHO

    Este trabalho est dividido em cinco captulos: Introduo, Reviso da

    Literatura, Metodologia, Anlise dos Resultados e Consideraes Finais.

    No primeiro captulo apresentada a justificativa que motivou a realizao

    desta pesquisa e tambm os objetivos que a serem alcanados.

    Na Reviso da Literatura encontram-se os embasamentos tericos para

    sustentao dos assuntos estudados com relao consolidao das

    demonstraes contbeis consolidadas e as normas internacionais.

    No terceiro captulo est a Metodologia, onde constam os procedimentos e

    caminhos utilizados para a realizao da pesquisa.

    A Anlise dos Resultados o que foi obtido aps a comparao dos

    demonstrativos financeiros com a norma.

    As Consideraes Finais parte da pesquisa que consta a concluso aps a

    anlise dos resultados encontrados.

  • 18

    2. REVISO DE LITERATURA

    Nesta seo esto conceitos importantes para a compreenso do presente

    estudo, com o objetivo de deixar o leitor familiarizado com expresses e terminologia

    encontradas ao longo dessa pesquisa.

    No quando abaixo se encontram alguns trabalhos j realizados na mesma

    rea desta pesquisa, que foram encontrados com auxlio do stio eletrnico de busca

    Google Acadmico em 30/09/2010:

    Titulo Tema Autor Ano

    Harmonizao e Convergncia s Normas Internacionais de Contabilidade

    Tratamento Tributrio do gio e do desgio na combinao de negcios

    Dbora Toschi Martins

    2010

    Um Estudo Sobre o Nvel de Conformidade dos Setores Classificados pela BOVESPA com o CPC 01

    Este estudo objetivou evidenciar se os setores classificados pela Bovespa cumpriram a poltica de reconhecimento, mensurao e evidenciao preconizado pelo pronunciamento CPC 01 referente operacionalizao da perda por impairment.

    Mrcia Ferreira Neves Tavares

    Jos Francisco Ribeiro Filho

    Jorge Expedito de Gusmo Lopes

    Marco Tullio de Castro Vasconcelos

    2009

    Disclosure de Instrumentos Financeiros Segundo as Normas Internacionais de Contabilidade: Evidncias Empricas de Empresas Brasileiras

    Apontar quantitativamente a distncia do nvel de disclosure das demonstraes em relao das exigncias do IASB

    Rodrigo Fernandes Malaquias

    2008

    Consolidao Proporcional das Demonstraes Contbeis de Empresas Controladas em Conjunto (Joint-Ventures)

    A eficcia de suas informaes no processo de tomada de decises

    Itamar Miranda Machado

    2005

    Evidenciao de uma Empresa no Exterior. Estudo de Caso Cabo Verde Telecom S. A. - Portugal Telecom S.A.

    A complexidade para evidenciao de empresas controladas, situadas em pases diferentes do controlador.

    Anastcio Teodoro de Oliveira e Silva

    Natan Szuster

    2005

    Estudo da Consolidao Proporcional nas Empresas que Atuam no Mercado Brasileiro

    Este trabalho teve como objetivo avaliar os reflexos da adoo da consolidao proporcional

    Fernanda Furuta

    2005

    Business Combination e Consolidao

    Uma abordagem comparativa entre as normas dos US-GAAP, IASC e Brasil

    Zaina Said El Hajj

    1999

    Quadro 1: Trabalhos anteriores relacionados com a pesquisa. Fonte: Elaborado pelo Autor

  • 19

    2.1 A CONTABILIDADE INTERNACIONAL

    O surgimento da Contabilidade Internacional comea muito antes do que se

    possa imaginar. Ainda no sculo XV com as grandes expedies martimas, j havia

    empresrios que uniam suas empresas para financiar essas empreitadas

    desbravadoras, por demandarem grandes quantidades de recursos para serem

    financiadas por uma s empresa.

    Os autores Carvalho, Lemes e Costa (2009, p. 15) comentam que a

    Contabilidade Internacional surgiu para minorar as agruras de quem que investir

    fora de seu pas e at hoje tinha que manusear balanos em dezenas de normas

    contbeis distintas, tentando compatibiliz-las para comparar. A autora Silva (2006,

    p. 18) tambm relata sobre o surgimento das normas internacionais de

    contabilidade:

    Com o intuito de permitir a globalizao de investimentos, instituies internacionais buscaram instituir normas contbeis que pudessem ser utilizadas por sociedades, em nvel internacional, de modo a permitir que as companhias localizadas em diversos pases possam ser utilizadas para anlise e comparabilidade com demonstraes de outras sociedades para fins de tomada de deciso por parte de financiadores e investidores.

    No quadro abaixo elaborado por Oliveira et al (2008, p. 5), observa-se a

    evoluo da Contabilidade Internacional de forma resumida.

    Perodo Principais caractersticas da contabilidade

    At 1500

    Primrdios da era do pensamento cientfico da contabilidade, com a publicao da obra de Frei Luca Pacioli. Primeiras demonstraes contbeis preparadas para fins de prestao de contas aos financiadores das expedies martimas.

    1501 a 1900

    nfase nos balancetes financeiros. Sistema de partidas dobradas para os registros contbeis preparados quase que exclusivamente para os proprietrios do capital. Surgimento da auditoria interna e arrecadadores de impostos.

    1901 a 1930

    Primrdios da auditoria externa e dos contadores pblicos certificados. Surgimento das grandes corporaes transnacionais americanas e aprimoramento das demonstraes contbeis para atender s finalidades tributrias e Imposto de Renda.

    1931 a 1950 Surgimento da contabilidade de custos e dos primeiros relatrios da contabilidade gerencial.

  • 20

    Perodo Principais caractersticas da contabilidade

    1951 a 1970 Aprimoramento da contabilidade de custos. Surgimento das tcnicas e procedimentos para anlise de custos, estatstica de produo, custo-padro, contabilidade pblica, contabilidade e planejamento tributrio.

    1971 a 1990

    Aprimoramento da contabilidade gerencial, custeio por atividade, custo-padro, oramento e planejamento estratgico. Primrdios da contabilidade social e ambiental. Neste perodo, a contabilidade j assume as caractersticas como um sistema de informao disposio dos gestores para as tomadas de decises, com o uso mais intensivo da informtica. So discutidas as primeiras tentativas da padronizao dos procedimentos contbeis em nvel internacional.

    1991 a 2000

    Surgimento do balanced scorecard e disseminao da controladoria estratgica. Surgem no Brasil as primeiras dissertaes e teses sobre capital intelectual. Globalizao crescente da economia, dos investimentos internacionais e do uso de instrumentos financeiros.

    2001 em diante Fortalecimento das prticas de governana corporativa e da tentativa para a harmonizao dos padres de contabilidade internacional.

    Quadro 2: Evoluo da Contabilidade Internacional Fonte: Oliveira et al (2008, p. 5)

    2.2 ORGANISMOS REGULADORES

    Neste item comenta-se sobre alguns rgos nacionais ou internacionais

    emissores de normas que envolvem a contabilidade, como: IASB, CFC, CPC e

    CMV.

    2.2.1 International Accounting Standards Board IASB

    O International Acconting Standards Board - IASB, que na lngua portuguesa

    pode ser traduzida como Comit de Normas Internacionais de Contabilidade o

    rgo responsvel pela emisso das normas internacionais de contabilidade.

    Sediado em Londres na Inglaterra, o IASB uma entidade privada sem fins

    lucrativos que surgiu no ano de 2001, em substituio de outro rgo normativo

    chamado International Accounting Standards Committee IASC.

    Segundo Soares (2009, p. 30) o IASC foi criado em 1973, por ocasio do

    Congresso Internacional de Contadores em Melbourne (Austrlia), fundados pelos

  • 21

    seguintes pases: Austrlia, Canad, Frana, Alemanha, Japo, Mxico, Holanda,

    Gr-Bretanha, Irlanda e Estados Unidos da Amrica.

    O IASB teve o compromisso do IASC de manter-se focado na criao de um

    modelo nico de normas contbeis internacionais de qualidade e aceitao global.

    Este organismo normativo possui quinze membros em tempo integral, provenientes

    de dez pases e com uma variedade de experincias profissionais distintas.

    As normas emitidas pelo IASB at 2003 so chamadas IAS, devido ao nome

    ingls International Accounting Standards que significa Normas Internacionais de

    Contabilidade. E a partir desta data so conhecidas como IFRS, numa referncia a

    International Financial Reporting Standards, que significa Normas Internacionais de

    Relato Financeiro. As IAS e as IFRS so aceitas como diretrizes para a elaborao

    das demonstraes contbeis em vrios pases.

    2.2.2 Conselho Federal de Contabilidade CFC

    O Conselho Federal de Contabilidade - CFC uma Autarquia Especial com

    personalidade jurdica de direito pblico e est sediado em Braslia. Foi institudo

    pelo decreto lei n 9.295 do ano de 1946. O CFC composto por 27 membros,

    sendo um integrante de cada estado brasileiro e mais um do Distrito Federal.

    As prerrogativas principais so de normatizar, orientar e fiscalizar o exerccio

    da profisso contbil por intermdio dos Conselhos Regionais de Contabilidade

    CRCs. Assim como regular acerca dos princpios contbeis e editar Normas

    Brasileiras de Contabilidade, entre outras.

    2.2.3 Comit de Pronunciamentos Contbeis CPC

    O Comit de Pronunciamentos Contbeis CPC foi criado no ano de 2005,

    com a publicao da Resoluo do Conselho Federal de Contabilidade n 1.055/05 e

    est sediado em Braslia/DF. Tendo como objetivo emitir pronunciamentos tcnicos

  • 22

    visando convergncia dos relatrios contbeis brasileiros para os padres

    internacionais.

    As entidades-membro que compe o CPC so: Associao Brasileira das

    Companhias Abertas (ABRASCA), Associao Nacional dos Analistas e

    Profissionais de Investimento em Mercado de Capitais (APIMEC), Bolsa de Valores

    de So Paulo (BOVESPA), Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Instituto dos

    Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) e a Fundao Instituto de Pesquisas

    Contbeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI).

    Atualmente o CPC j emitiu mais de quarenta pronunciamentos tcnicos. O

    pronunciamento de nmero 36 o que faz referncia ao IAS 27, foco de estudo

    deste trabalho.

    2.2.4 Comisso de Valores Mobilirios - CVM

    A CMV foi criada em 1976, atravs da Lei n 6.385/76, como uma autarquia

    vinculada ao Ministrio da Fazenda, administrada por um presidente e quatro

    diretores nomeados pelo presidente da Repblica. Segundo Cavalcante, Misumi e

    Rudge (2009, p. 40) a CMV tem competncia para:

    Assegurar o funcionamento eficiente e regular os mercados de bolsa e de balco.

    Regulamentar, orientar e fiscalizar os fundos de investimento.

    Proteger os titulares de valores mobilirios contra emisses irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobilirios.

    Evitar ou coibir modalidades de fraudes ou manipulao destinadas a criar condies artificiais de demanda, oferta ou preo de valores mobilirios negociados no mercado.

    Assegurar o acesso do pblico a informaes sobre valores mobilirios negociados e s companhias que os tenham emitido.

    Assegurar a observncia de prticas comerciais eqitativas no mercado de valores mobilirios.

    Estimular a formao de poupana e sua aplicao em valores mobilirios.

  • 23

    Promover a expanso e o funcionamento eficiente e regular o mercado de aes e estimular as aplicaes permanentes em aes de capital social das companhias abertas.

    Os autores Schmidt, Santos e Fernandes (2004, p. 18), comentam que a

    CVM no exerce papel fiscalizador em relao a qualquer informao divulgada

    pelas companhias, mas preocupa-se com a sua regularidade e confiabilidade e, para

    tanto, normatiza e almeja a sua padronizao.

    2.3 CONVERGNCIA PARA IFRS

    A diversidade de normas de contabilidade ao redor do mundo representa uma

    dificuldade enorme para os investidores analisarem a melhor forma de empregar

    seus recursos. A autora Silva (2008, p. 28) apud Melo e Cia (2007); Soares e Castro

    Neto (2005); Haussmann, Cunha e Castro Neto (2003); Paulo (2002); Muller, Gernon

    e Meek (1997) citam o que influncia uma norma:

    - a regulamentao fiscal; - a inflao; - a complexidade dos negcios; - o nvel de sofisticao da administrao; - a velocidade da inovao tecnolgica e comercial - o desenvolvimento econmico; - o tipo de economia e o grau de liberdade do mercado; - as condies de educao em contabilidade; - as condies da profisso contbil; - o sistema legal e judicirio; - o sistema poltico; - o grau geral de educao; e - a prpria cultura de cada pas.

    A necessidade da criao de normas internacionais de contabilidade torna-se

    importantes para as pessoas que precisam extrair dos demonstrativos contbeis,

    informaes de companhias localizadas em diferentes partes do mundo, conforme

    comenta a autora Silva (2008, p. 28):

    Neste contexto fica clara a evidente necessidade da adoo de um nico conjunto de normas aceito no mundo todo, seguindo a

  • 24

    tendncia da grande maioria dos pases desenvolvidos e dos pases de economia mais relevantes em desenvolvimento.

    A figura 1 demonstra as influncias do ambiente sobre a harmonizao

    contbil internacional.

    Figura 1: Influncias do ambiente sobre a harmonizao contbil internacional. Fonte: Silva (2008, p. 29) apud Weffort (2005)

    Com o passar do tempo as normas emitidas pelo IASB foram tornado-se

    importantes para contabilidade mundial. No ano de 2005 a Comunidade Europia

    (CE) passou a obrigar as empresas com capital aberto, que fazem parte dos pases-

    membros, a elaborarem suas demonstraes contbeis consolidadas segundo as

    normas emanadas do IASB. Segundo Ernst & Young e Fipecafi (2009, p. XXI)

    Atualmente, cerca de 7.000 companhias listadas nas bolsas de valores europias

    adotam o IFRS, sendo que 275 adotaram antes mesmo de 2005.

    As normas em IFRS vm sendo adotadas de maneira crescente em todo o

    mundo, sendo que mais de 100 pases j aderiram a essas normatizaes.

    Ultimamente a Austrlia, Canad, China, Hong Kong, Noruega, Sucia, Brasil e

  • 25

    Colmbia tambm fazem parte deste rol, conforme descrito por Ernst & Young e

    Fipecafi (2009, p. XXI).

    Sobre a importncia na adoo das normas em IFRS, Santos (2008) diz o

    seguinte:

    [...] ferramenta para o processo de transparncia, sustentabilidade da globalizao, que proporciona facilidade no fluxo comercial, financeiro e de investimento entre as diversas naes do planeta, atingindo no apenas as questes de natureza da informao, mas tambm as inerentes justia social como reflexo do desenvolvimento, criao de empregos e gerao de renda nos pases de economia emergente ou em fase de desenvolvimento.

    A figura 2 a seguir mostra o nvel de adoo das IFRS at junho de 2010 no

    planeta. As reas em azul indicam os pases que adotam as IFRS. As reas de cor

    cinza apontam para os pases que esto buscando a convergncia e nas reas

    brancas os pases que ainda encontram-se indiferentes as normas internacionais

    adotadas pelo IASB.

    Figura 2: Adoo das IFRS pelo Mundo Fonte: Stio eletrnico do IASB

    Segundo Santos (2008), no Brasil os grandes marcos da busca pela

    harmonizao e convergncia dos demonstrativos contbeis s normas

  • 26

    internacionais, foram: a deciso do Banco Central do Brasil - BACEN em maro de

    2006, requerendo dos intermedirios financeiros sob sua superviso, que publiquem

    a partir de dezembro de 2010, seus demonstrativos financeiros consolidados em

    IFRS; a Comisso de Valores Mobilirios CMV e a Superintendncia de Seguros

    Privados, tambm determinaram as entidades sob sua jurisdio normas

    semelhantes as do BACEN; e a aprovao da lei federal n 11.638 do ano de 2007,

    que trouxe alteraes significativas na lei federal n 6.404 do ano de 1976 que trata

    de assuntos pertinentes as Sociedades por Aes, procurando nivelar-se aos

    demonstrativos contbeis internacionalmente aceitos.

    Em janeiro de 2010 o Conselho Federal de Contabilidade - CFC e o Comit

    de Pronunciamentos Contbeis CPC, assinaram um Memorando de

    Entendimentos com o IASB, estabelecendo o final de 2010 como data limite para a

    total convergncia dos demonstrativos contbeis em IFRS, sendo que algumas

    companhias brasileiras j publicaram seus balano encerrados em 31/12/2009

    segundo as normas internacionais. Parte deste memorando segue logo a seguir.

    Figura 3: Parte do Memorando de Entendimento Fonte: Stio eletrnico do IASB

  • 27

    2.4 DEMONSTRAES CONSOLIDADAS

    Consolidar demonstrativos financeiros significa basicamente uni-los, com o

    objetivo de demonstrar a riqueza de diversas empresas como se fosse somente

    uma, evidenciando assim, a real situao financeira de companhias com

    investimentos em controladas. Schmidt, Santos e Fernandes (2004, p. 184) apud

    Hermanson e Edward (1992), descrevem que consolidar demonstraes financeiras

    consiste basicamente na soma das contas das demonstraes individuais da

    controladora e de suas controladas, apresentando-as como uma nica entidade.

    A consolidao de demonstraes contbeis se faz necessria quando existe

    interligao financeira, caracterizada pelo investimento na formao do capital de

    outra empresa. Conforme Gonzaga, (1999) apud Iudcibus et al., (1981, p. 227)

    existem alguns motivos que levam as empresas a se concentrarem fazendo este tipo

    de investimento, como:

    a) busca da garantia de produo de matrias primas, preos, fornecimentos, sem depender de terceiros; b) diminuio da concorrncia facilitando o domnio da competio; c) reduo do risco de inverso de capitais por ser mais fcil comprar aes do que os bens de outra empresa; d) melhor administrar negcios grandes; e) ampliar os negcios atravs de investimentos mnimos; f) aumentar receitas em aes ordinrias.

    Antes de comentar o assunto sobre Consolidao de Demonstrativos

    Financeiros, propriamente dito, importante entender o que levou a contabilidade a

    criar este tipo de instrumento informativo.

    Iudcibus (2009, p. 34) escrevendo sobre o postulado da entidade contbil,

    menciona que a dimenso econmica da entidade (como comandante de

    recursos) mais importante para a Contabilidade do que sua caracterizao

    jurdica. Fazendo com que, segundo o mesmo autor, as bases da prevalncia da

    essncia sobre a forma sejam lanadas. Deixando claro que apesar de no existir

    legalmente a empresa consolidada, devem-se quantificar os valores das empresas

    interligadas de forma unificada, pois o capital de uma faz parte da outra. A autora

    HAJJ (1999, p. 10) ainda relata que:

  • 28

    A aplicao das Demonstraes Contbeis Consolidadas constitui uma extenso do postulado da entidade, indicando a predominncia do conceito da entidade econmica sobre a entidade jurdica, ao considerar que a dimenso econmica de entidade mais importante em termos informacionais do que a caracterizao legal das empresas constitudas.

    Iudcibus e Marion, (2008, p. 293) trazem um exemplo sobre a consolidao

    dos rendimentos de uma famlia, quando um pai vende o carro para o filho,

    passando a ter maior disponibilidade financeira sobre ele, mas famlia como um todo

    no teve nenhum benefcio. Isso tambm ocorre no mundo dos negcios

    empresariais onde deve prevalecer a essncia o consolidado. Iudcibus (2009, p.

    66) diz ainda o seguinte o Balano Consolidado embora no tenha personalidade

    jurdica, tem essncia econmica e como tal deve ser considerado pela

    Contabilidade.

    Carvalho, Lemes e Costa (2009, p. 149) e Furuta (2005, p. 13) apud Fipecafi

    (2003, p. 461), descrevem respectivamente a importncia da consolidao para o

    IASB:

    [...] as demonstraes contbeis consolidadas so consideradas as principais ou primrias, e so as nicas que devem ser divulgadas, exceto nos casos em que a empresa apresenta, por opo ou determinao da norma local, as demonstraes contbeis separadas [...]

    A leitura de demonstraes contbeis no consolidadas de uma empresa que tenha investimentos relevantes em outras perde muito de sua significao, pois essas demonstraes no fornecem elementos completos para o real conhecimento e entendimento da situao financeira em sua totalidade e do volume total das operaes.

    Segundo Dos Santos, Schmidt e Fernandes, (2008, p. 104), as

    demonstraes financeiras consolidadas foram divulgas primeiramente nos Estados

    Unidos ainda no sculo XIX. Na Europa so mencionadas na legislao em meados

    do sculo passado. No Brasil a divulgao das demonstraes consolidadas

    somente era obrigatria em poucos casos, e surgiu com a promulgao da Lei das

    Sociedades por Aes no ano de 1976, para companhias com capital aberto e para

    grupos empresariais.

  • 29

    Os autores: Schmidt, Santos e Fernandes, (2008, p. 106), apresentam uma

    tabela com a evoluo histrica da consolidao das demonstraes financeiras.

    Ano Autor Evento e significado

    1886

    American Cotton Oil Trust

    Publicao de demonstraes financeiras consolidadas da empresa American Cotton Oil Trust (Pea, 1961:34).

    1892

    National Lead Company

    Publicao de demonstraes financeiras consolidadas da empresa National Lead Company (Pea, 1961:34).

    1894

    General Electric Company

    Publicao de demonstraes financeiras consolidadas da empresa General Electric Company (Pea, 1961:34).

    1902 U.S Rubber Company

    Publicao de demonstraes financeiras consolidadas da empresa U.S Rubber Company (Pea, 1961:34).

    1902 U.S Steel Corporation

    Publicao de demonstraes financeiras consolidadas da empresa U.S Steel Corporation (Pea, 1961:34).

    1902

    Eastman Kodak Company

    Publicao de demonstraes financeiras consolidadas da empresa Eastman Kodak Company (Pea, 1961:34)

    1904 AAPA Incluiu, em seus exames para certificao de contador pblico, pela primeira vez, o tema demonstraes financeiras consolidadas (Standerski, 1976:11)

    1905

    Bethlehem Steel Corporation

    Publicao de demonstraes financeiras consolidadas da empresa Bethlehem Steel Corporation (Pea, 1961:34)

    1922 Finney, H. A. Publicao da Obra Consolidated Statementes for Holding Companies and Subsidiares, em New York, reimpresso em 1982 (Nobes, 2002).

    1927 Henry Rand Hatfield

    Publicao da obra Accounting: its principles and problems, onde o autor incluiu um captulo dedicado consolidao das demonstraes financeiras (Schmidt, 2000:121).

    1939 Maurice Moonitz

    Publicao na Journal of Accountancy de um artigo intitulado (Mutual Stockholdings in Consolidated Statements (Clark, 1993:77).

    1942 Maurice Moonitz

    Publicao na The Accounting Review de um trabalho intitulado The Entity Aproach to Consolidated Statements (Clark, 1993:77).

    1944 Maurice Moonitz

    Publicao da monografia n 4 da American Accounting Association intitulada The Entity Theory of Consolidated Statements. Nesse estudo, Moonitz apresentou uma abordagem conceitual coerente como forma de consolidar demonstraes financeiras (Chatfield e Vangermeersch, 1996:423).

    1955 AAA Emisso do supllementary statement n 7, Consolidated Financial Statements (Clark, 1993:76).

    1958 Carmam G. Blough

    Publicao na Journal of Accountancy de um artigo intitulado Leaseholds in consolidated financial statements (Nobes: 2002)

  • 30

    Ano Autor Evento e significado

    1959 AICPA

    Emisso do ARB n 51 em agosto/59 Demonstraes fianceiras consolidadas, que estabeleceu a seguinte regra: percentual de participao superior a 50% de aes com direito a voto para determinar se as demonstraes de uma subsidiria deveriam ser consolidadas na controladora. Tambm criou excees a essa regra, tais como permitir a excluso de subsidirias financeiras (Fasb, 1995:74).

    1965 AAA

    Publicao na The Accounting Review pelo comit de conceitos e padres de pesquisa do AAA, do trabalho intitulado The business entity concept: the entity concept (Clark, 1993:77)

    1971 APB

    Publicao do APB 18 em maro/71: Mtodo de equivalncia para investimentos em aes ordinrias, estabelecendo regras para aplicao do mtodo de equivalncia patrimonial para investimentos em subsidirias e estendendo sua aplicao para investimentos em joint ventures (Fasb, 1995:230).

    1972 Banco Central do Brasil

    Circular n 179, de 11 de maio de 1972, determinando que, na existncia de investimentos significativos em empresas coligadas, subsidirias ou dependentes, o auditor deve emitir parecer sobre o balano consolidado e a demonstrao de resultados consolidada, relativos ao grupo (Standerski, 1976:12).

    1972 AISG

    Publicao do trabalho Consolidated financial statements, que evidenciava as prticas em voga recomendadas no Canad, no Reino Unido e nos Estados Unidos (Clark, 1993:76).

    1974 Petrobrs Empreendimento que publicou, pela primeira vez, demonstraes financeiras consolidadas no Brasil (Standerki, 1976:12).

    1976 Brasil

    Lei n 6.404/76 (Lei das Sociedades por Aes). Introduziu oficialmente a consolidao das demonstraes financeiras no Brasil, que passou a exigir demonstraes financeiras consolidadas para todas as companhias abertas (Brasil, 1998).

    1976 Iasb

    Aprovao do IAS 3 (Demonstraes Financeiras Consolidadas), que apresentou a definio de subsidiria, as casos em que h a obrigatoriedade de apresentar as demonstraes financeiras consolidadas, bem como excees a essa regra, alm de apresentar vrios procedimentos de consolidao (Iasc, 2001).

    1978 Aicpa

    Emisso de um paper, intitulado Relatrio de subsidirias financeiras nas demonstraes financeiras consolidadas, que questionou a prtica de excluir as subsidirias financeiras da consolidao (Henry, 1999:41).

    1978 CVM

    Instruo Normativa n 001/78. Dispes sobre normas e procedimentos para contabilizao e elaborao de demonstraes financeiras, decorrentes de avaliao de investimento relevantes de companhia aberta, sociedade coligada ou sociedade controlada (Brasil: 1998).

    1978 Banco Central do Brasil

    Resoluo 484, de 28 de junho de 1978, que disciplina os procedimentos a serem adotados na avaliao e na contabilizao de investimentos em sociedades coligadas ou controladas, alm de dispor sobre as reavaliaes de bens constantes no 3 do art. 182 da Lei 6.404/76 (Brasil, 1998).

    1980 CVM

    Instruo n 15, de 3-11-1980. Dispe sobre as normas e procedimentos para elaborao de demonstraes financeiras consolidadas de companhia aberta e de sociedade de comando de grupo que inclua companhia aberta (Brasil, 1998).

  • 31

    Ano Autor Evento e significado

    CVM Instruo n 30, de 17-1-1984. Altera dispositivo constante na instruo CVM n 001/78 (Brasil, 1998).

    1987 CVM

    Deliberao CVM n 42. Dispe sobre a elaborao das demonstraes financeiras consolidadas relativas a exerccios sociais encerrados em 31-1-87 (Brasil, 1998).

    1994 Fasb Publicao de Parecer preliminar sobre os principais assuntos relacionados poltica de consolidao, o qual amplamente dedicado ao significado de controle de uma entidade (Henry, 1999:41).

    1995 Fasb

    Emisso de exposure draft demonstraes financeiras consolidadas: polticas e procedimentos. Esse documento alcanou uma definio de controle e delineou procedimentos para o uso de CPAs na preparao de demonstrao financeira consolidadas. O Fasb recebeu 162 cartas de crticas, 26 dos respondentes participaram em 1996 de uma audincia pblica. A oposio foi forte o suficiente para resultar em voto contrrio por parte dos membros do Fasb (Henry, 1999: 41).

    1996 CVM

    Emisso da Instruo Normativa n 247/96. Dispe sobre a avaliao de investimentos em sociedades coligadas e controladas e sobre os procedimentos para elaborao e divulgao das demonstraes financeiras consolidadas de companhias abertas (CVM: 1996).

    1997 CVM Emisso da Instruo Normativa n 269, de 1-12-1997. Altera parcialmente a Instruo Normativa n 247/96 (Brasil, 1998).

    1997 Fasb Postergou as discusses sobre procedimentos de consolidao para focalizar na poltica de consolidao (Henry, 1999: 41).

    1997 Iasb Emisso do SIC n 3. Interpretao sobre os procedimentos de eliminao de lucros e perdas no realizados em transaes com associadas (Iasc, 2001:1355).

    1998 CVM

    Instruo CVM n 285, de 31-7-1998. Altera o art. 14 da Instruo Normativa n 247/96, que dispe sobre a avaliao de investimentos em sociedades coligadas e controladas e sobre os procedimentos para elaborao e divulgao das demonstraes financeiras consolidadas (CVM, 1998).

    1998 Fasb

    Emisso, em janeiro de 1998, do EIFT 96-16, que estabelece que quando os acionistas minoritrios possuem direitos que permitem uma participao substantiva e direito de veto, garantidos por lei ou contrato, para decises importantes, pode ser considerado que, em essncia, a investidora com a propriedade superior a 50% das aes com direito a voto no exerce o pleno controle e, em decorrncia, no deve incluir a investida nas demonstraes consolidadas (AICPA), 2002.

    1998 Fasb

    Emisso de uma definio do conceito de controle, enviada para comentrios de 12 membros do projeto task force. Revisou tambm o guia de implementao, contido no apndice B do Exposure Draft de 1995 (Henry, 1999:41).

    1998 Iasb Alteraes no IAS 27 e no IAS 31 em funo da emisso do IAS 39 (Iasc, 2001).

    1998 Iasb Emisso do SIC 13: Entidades controladas conjuntamente: contribuies no monetrias dos Ventures (Iasc, 2001:1393).

    1999 Fasb Emisso de um Exposure Draft revisado sobre poltica de consolidao, intitulado Demonstraes financeiras consolidadas: propsitos e poltica (Henry, 1999:41).

  • 32

    Ano Autor Evento e significado

    1999 Iasb Emisso do SIC 12: Consolidao: entidades com propsitos especiais (SPE), abordando quando uma SPE deveria ser consolidada (Iasc, 2001:1385).

    2000 Iasb Alterao no 13 do IAS 27, que trata da excluso de subsidirias da consolidao, no intuito de tornar consistente com pargrafos similares em outros IAS relacionados (Iasc, 2001:673)

    2000 Bovespa Nvel 1 e 2 e tambm o Novo Mercado, com a incluso de consolidao das demonstraes financeiras em uma base trimestral (Bovespa 2002)

    2000 Fasb

    Em setembro de 2000, o Fasb anunciou outra modificao para sua proposta de poltica de consolidao, onde o objetivo principal expandir a noo de controle de uma abordagem baseada apenas no controle legal (propriedade de aes votantes) para uma abordagem baseada no efetivo controle (Hartgraves e Benston, 2002).

    2001 Fasb

    Discusso do projeto de consolidao, focalizando em temas mais amplos, e no apenas na questo do controle. O objetivo desenvolver uma orientao para cobrir vrias situaes encontradas na prtica atual, inclusive no que diz respeito s SPEs (Hartgraves e Benston, 2002).

    2001 Fasb

    Emisso da FAS 141: Business Combination e FAS 142: Goodwill and other Intangible Assets. O FAS 141 introduziu a obrigatoriedade da utilizao do purchase method para todas as combinaes de negcios; O FAS 142 eliminou a amortizao do Goodwill e implantou um teste anual de impairment para ele para os demais ativos intangveis com vida til indefinida, em lugar de serem amortizados (Prosser e Smith, 2002:61).

    2001 Iasb

    Emisso do SIC-33: Consolidation and equity method potencial voting rights and allocation os ownership interests. Essa interpretao tem aplicao obrigatria para perodos iniciados em ou aps 1 de janeiro de 2002 e esclarece que direitos de voto potenciais (debntures conversveis em aes, por exemplo) devem ser considerados da determinao da existncia ou no de controle para fins de classificao de investimentos como controladas.

    2002 CFC

    Resoluo CFC 937/02, aprova a NBCT-8: Demonstraes contbeis consolidadas. Estabelece novos procedimentos de consolidao a serem observados por todas as empresas, independentemente da forma de constituio. A principal inovao foi a obrigatoriedade de consolidao para todas as companhias que possuem investimentos em empresas controladas.

    2002 Fasb

    Emisso, em 1 de julho de 2002, de um Exposure Draft relativo consolidao de algumas SPEs. O objetivo , entre outros, fornecer uma orientao para identificar a participao financeira majoritria por outros meios, alm da participao nas aes com direito a voto (Fasb, 2002).

    2007 CVM Instruo CVM n 457, de 13/07/07. Dispe sobre a elaborao e divulgao das demonstraes financeiras consolidadas, com base no padro contbil internacional emitido pelo IASB.

    2007 Fasb Emisso do SFAS n 160, em 12/07. Dispe sobre a divulgao da participao de minoritrios nas demonstraes financeiras consolidadas convergindo para as normas do IASB.

    Tabela 1: Evoluo das Demonstraes Financeiras Consolidadas. Fonte: Schmidt, Santos e Fernandes, (2008, p. 106).

  • 33

    2.4.1 Crticas consolidao

    Existem autores que descrevem tambm comentrios negativos na adoo de

    demonstraes contbeis consolidadas. Schmidt, Santos e Fernandes, (2008, p.

    124) apud Kam, (1990) ressalta que alguns contadores afirmam que os nmeros das

    subsidirias poderiam ser evidenciados de forma complementar s demonstraes

    financeiras da controladora, o autor cita ainda aspectos fracos das demonstraes

    consolidadas, como:

    I dados agregados podem ocultar algumas informaes importantes, tais como a condio financeira de uma empresa componente do grupo consolidado, que no revelada; II quocientes financeiros podem no ser significativos quando baseados em valores consolidados. Por exemplo, os ndices de solvncia podem ser enganosos, porque o fato que os ativos de uma empresa do grupo no podem ser utilizados para pagar as dvidas de outra, sem criar uma obrigao; III os acionistas da controladora tm direitos relativos s subsidirias apenas em relao a seu investimento. Os credores da controladora tm direito apenas sobre o ativo da mesma, bem como os credores da subsidiria tm direito apenas sobre os ativos da subsidiria, de maneira que os dados consolidados fornecem falsa impresso; IV o FAS 94 exige que todas as subsidirias sejam includas nos relatrios consolidados, incluindo as subsidirias estrangeiras. As flutuaes de taxas de cmbio podem provocar variaes de um ano para o outro; V os acionistas minoritrios no encontraro utilidade nos relatrios consolidados.

    Observa-se que as demonstraes financeiras consolidadas no abrangem

    todas as necessidades de seus diversos usurios, mas que de modo geral os

    benefcios trazidos por esse tipo de relatrio superior aos seus fatos negativos.

    2.4.2 Principais Definies de Termos

    Quando se trata de consolidao de demonstraes financeiras, alguns

    termos so comumente utilizados. Abaixo esto algumas definies que envolvem o

    tema, conforme Carvalho, Lemes e Costa (2009, p. 151).

  • 34

    Consolidao proporcional: o mtodo contbil onde o participante de uma joint venture combina, linha por linha, os ativos, passivos, receitas e despesas de uma entidade de controle compartilhado com itens similares de suas demonstraes contbeis ou os reporta em linhas separadas desta.

    Subsidiria ou investida: uma entidade controlada por outra.

    Matriz ou investidora: empresa que possui uma ou mais controladas (subsidirias ou investidas).

    Controle: o poder de governar as polticas operacionais e financeiras de uma empresa ou atividade econmica, de modo a obter benefcio de suas atividades.

    Controle conjunto: o compartilhamento por acordo contratual do controle sobre uma atividade econmica e que existe somente quando as decises operacionais e financeiras estratgicas relacionadas atividade requerem consenso unnime entre as partes que dividem o controle.

    Grupo: o composto pela controladora e todas as suas controladas.

    Influncia significativa: o poder de participar das decises sobre polticas operacionais e financeiras de uma atividade econmica sem exercer o controle individual ou conjunto sobre tais polticas.

    Investidor em uma joint venture: aquele que participa de uma joint venture, mas que no exerce o controle conjunto da joint venture.

    Controlador conjunto (venturer): aquele que participa de uma joint venture.

    Joint venture: um acordo contratual pelo qual duas ou mais partes empreendem uma atividade econmica sujeita ao controle conjunto.

    Mtodo de custo: o mtodo utilizado para a contabilizao de um investimento reconhecido ao preo de custo. O investidor reconhece receitas do investimento somente pela distribuio, pela investida, de lucros surgidos aps a data de aquisio.

    Existem ainda outros termos que necessitam ser conceituados. Os autores

    Schmidt, Santos e Fernandes (2006, p. 26) trazem as seguintes definies:

    Mtodo de equivalncia patrimonial: o mtodo de contabilizao segundo o qual o investimento inicialmente registrado ao custo histrico; a partir de ento, ajustado pelas mudanas subseqentes ocorridas na participao do investidor no patrimnio lquido da investida.

    Valor justo: o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre as partes conhecedoras do assunto e dispostas a negociar em uma transao sem favorecimentos.

    Participao de minoritrios: a parte do lucro lquido do exerccio e do patrimnio lquido de uma subsidiria destacada nas demonstraes financeiras consolidadas possudas, direta ou indiretamente, por outros acionistas que no a controladora.

  • 35

    2.4.3 Eliminaes e ajustes de consolidao

    Quando se consolidam demonstrativos contbeis das companhias de um

    mesmo grupo econmico, se fazem necessrios alguns ajustes para preveno de

    possveis distores nas informaes contbeis.

    O item 18 do CPC 36 traz algumas orientaes para a elaborao de

    relatrios contbeis consolidados coerentes:

    a) Eliminar o valor contbil do investimento da controladora em cada controlada e a parte dessa controladora no patrimnio lquido das controladas (considerando-se a participao efetiva da controladora); e o gio por expectativa de rentabilidade futura (goodwil) contido no investimento deve ser reclassificado para o Intangvel; b) Identificar a participao dos no controladores no lucro ou prejuzo das controladas consolidadas para o exerccio social de apresentao das demonstraes contbeis; c) Identificar a participao dos no controladores nos ativos lquidos das controladas consolidadas, separadamente da parte pertencente controladora. A participao dos no controladores nos ativos lquidos composta (1) pelo montante da participao dos no controladores na data da combinao inicial (CPC 15); e (2) pela parte dos no controladores nas variaes patrimoniais das controladas consolidadas desde a data da combinao; e d) Os saldos, transaes, receitas e despesas intragrupo, incluindo dividendos, devem ser totalmente eliminados. Os resultados auferidos nas transaes intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como um estoque ou um ativo imobilizado, devem ser totalmente eliminados, reconhecendo-se os tributos diferidos no ativo ou passivo, conforme o caso, por conta de impostos e contribuies decorrentes de diferenas temporrias quando da eliminao dos resultados auferidos nas transaes intragrupo.

    De maneira geral pode-se dizer que os valores a serem eliminados so

    aqueles resultantes de transaes dentro do mesmo grupo econmico e devendo

    ser consideradas as importncias envolvendo terceiros.

    2.4.4 Necessidade de uniformidade de polticas e critrios contbeis

    Conforme os itens 24 e 25 do CPC 36 essencial que as empresas que tero

    seus demonstrativos consolidados pratiquem as mesmas polticas contbeis, para

  • 36

    que no haja distoro na emisso de relatrios contbeis. Como na consolidao

    existe a soma de saldo entre contas de ativos, passivos, receitas e despesas, faz-se

    necessrio que os valores includos nessas contas tenham sido apurados com a

    utilizao de critrios contbeis homogneos.

    Iudcibus et al (2010, p. 653) comenta a elaborao de um Manual de

    Diretrizes Contbeis, para ser seguido pelas empresas que fazem parte dos

    relatrios consolidados, a fim auxiliar a contabilizao de fatos do cotidiano das

    companhias e assim construindo demonstrativos contbeis uniformes.

  • 37

    3. METODOLOGIA

    Nesta seo descrevem-se os passos dados para realizao desta pesquisa,

    com objetivo de esclarecer ao leitor os procedimentos relevantes incorporados

    nesse trabalho. Conforme descrito por Gonsalves (2003, p. 61), a metodologia

    refere-se ao caminho trilhado para que o pesquisador atinja os objetivos definidos e

    explicite os instrumentos que usar na investigao. uma questo ampla e indica

    um processo de construo.

    3.1 ENQUADRAMENTO METODOLGICO

    Concernente natureza, este trabalho pode ser classificado como pesquisa

    aplicada que segundo Gil (1999) trata de gerar conhecimentos para aplicao

    prtica dirigidos a solucionar problemas especficos envolvendo interesses locais.

    Em relao aos objetivos trata-se de uma pesquisa descritiva, pois para Gil

    (2002, p. 42) A pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a descrio das

    caractersticas de determinada populao ou fenmeno ou, ento, o

    estabelecimento de relaes entre variveis.

    Quanto abordagem pode-se afirmar que se refere a uma pesquisa

    qualitativa, j que no trabalha com anlise de nmeros mais sim a qualidade de

    evidenciao dos demonstrativos contbeis nas empresas de capital aberto.

    Segundo Beuren, (2004, p. 91), os estudos que empregam uma metodologia

    qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a

    interao de certas variveis, compreender e classificar processos dinmicos vividos

    por grupos sociais.

    Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos, define-se esta pesquisa como

    documental. Porque os demonstrativos contbeis receberam um tratamento

    analtico, tornando possvel a realizao de anlises. Conforme enfatiza Gil (2002, p.

    45) a pesquisa documental vale-se de materiais que no receberam ainda

  • 38

    tratamento analtico, ou que podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da

    pesquisa.

    3.2 POPULAO E AMOSTRA

    A populao dessa pesquisa so as empresas listadas na BOVESPA, que

    disponibilizaram seus relatrios contbeis at 24/05/2010. Deste rol constatou-se

    que apenas 23 companhias publicaram seus demonstrativos em IFRS. A amostra

    que serviu de base para esse trabalho composta por 14 companhias. Porque das

    23 empresas que divulgaram em IFRS, foram excludos: o banco Patagnia S.A e as

    companhias que encerraram seus balanos em datas diferentes de 31/12/2009. A

    tabela abaixo representa a amostra deste trabalho, cujos valores esto em milhares

    de reais.

    Empresa Demonstrao Ativo

    Permanente Ativo Total

    Patr. Lquido

    1 Cia. de Bebidas das Amricas - AMBEV Consolidada IFRS 25.933.084 40.174.478 22.628.692

    2 Cia. Brasileira de Meios de Pagto. - CIELO Consolidada IFRS 374.486 2.812.974 689.741

    3 Dufry Ag Consolidada IFRS 2.714.265 4.642.766 1.442.231

    4 Gerdau S.A. Consolidada IFRS 27.399.898 45.635.560 19.035.803

    5 Metalrgica Gerdau S.A. Consolidada IFRS 28.380.056 46.726.246 8.622.565

    6 Grendene S.A. Consolidada IFRS 193.848 1.774.323 1.479.768

    7 Indstrias Romi S.A. Consolidada IFRS 290.211 1.777.582 682.138

    8 Lupatech S.A. Consolidada IFRS 828.354 1.494.251 272.617

    9 Natura Cosmticos S.A. Consolidada IFRS 562.207 2.831.291 1.285.532

    10 Net Servios de Comunicaes S.A. Consolidada IFRS 5.280.113 8.280.519 3.553.402

    11 Souza Cruz S.A. Consolidada IFRS 824.936 4.225.753 1.649.101

    12 Telefnica S. A. Consolidada IFRS 176.238.000 258.462.000 57.437.000

    13 Tig Holding Ltd. Consolidada IFRS 23 655.864 655.395

    14 Wilson, Sons Limited Consolidada IFRS 855.644 1.508.030 764.963

    Tabela 2: Amostra da Pesquisa Fonte: Stio eletrnico da BOVESPA

  • 39

    3.3 INFORMAES GERAIS DAS COMPANHIAS PESQUISADAS

    Apresentam-se agora algumas informaes gerais sobre as 14 empresas que

    fazem parte da amostra desta pesquisa. As informaes a seguir foram retiradas das

    notas explicativas das demonstraes contbeis consolidados em IFRS.

    A Companhia de Bebidas das Amricas AmBev (referida como Companhia ou AmBev ou Controladora), com sede em So Paulo, tem por objetivo, diretamente ou mediante participao em outras sociedades, no Brasil e em outros pases nas Amricas, produzir e comercializar cervejas, chopes, refrigerantes, outras bebidas no alcolicas e malte.

    A Companhia Brasileira de Meios de Pagamento, que teve sua razo social alterada para Cielo S.A. (Sociedade), conforme aprovao em Assemblia Geral Extraordinria de 14 de dezembro de 2009, foi constituda em 23 de novembro de 1995 no Brasil e tem como objetivo principal a prestao de servios relacionados a cartes de crdito e de dbito e outros meios de pagamento, bem como a prestao de servios correlatos, tais como o credenciamento de estabelecimentos comerciais e de prestadores de servios, o aluguel, a instalao e a manuteno de terminais eletrnicos e a captura de dados e de processamento de transaes eletrnicas e manuais.

    A Dufry AG (Dufry ou Companhia) uma empresa de capital aberto, sediada na Basilia, Sua. A Companhia uma das lderes mundiais no setor de varejo de viagens. Opera mais de 1.000 estabelecimentos no mundo inteiro. As aes so negociadas na Bolsa de Valores Sua (SIX). O principal acionista da Dufry um grupo de duas companhias, nomeadas Global Retail Group S..r.l.e a Travel Retail Investment SCA, que detm em conjunto 47,03% do capital social. Tanto a Travel Retail Investment SCA como a Global Retail Group S..r.l. so controladas por fundos administrados pela Advent International Corporation.

    Gerdau S.A. (a Companhia), uma sociedade annima de capital aberto, com sede no Rio de Janeiro, capital, empresa holding integrante do Grupo Gerdau, dedicado, principalmente, produo e comercializao de produtos siderrgicos em geral, atravs de usinas localizadas no Brasil, Argentina, Chile, Colmbia, Guatemala, Mxico, Peru, Repblica Dominicana, Uruguai, Venezuela, Estados Unidos, Canad, Espanha e ndia. O Grupo Gerdau iniciou sua trajetria de expanso h mais de um sculo, e um dos principais players no processo de consolidao do setor siderrgico global. Tem uma capacidade instalada de cerca de 26,0 milhes de toneladas, e produz aos longos comuns e especiais e aos planos, tanto por meio do processo de produo em fornos eltricos, a partir de sucata e ferro-gusa adquiridos, em sua maior parte, na regio de atuao de cada usina (conceito de mini-mill), como a partir de minrio de ferro (em altos-fornos e via reduo direta). Seus produtos

  • 40

    atendem os setores de construo civil, indstria, automotivo e agropecurio. o maior reciclador de sucata da Amrica Latina e est entre os maiores do mundo.

    A Grendene S.A. uma sociedade annima de capital aberto, com sede em Sobral CE, Brasil. As operaes fabris esto concentradas principalmente na matriz, localizada no Municpio de Sobral, no Estado do Cear. Possu, ainda, plantas industriais nas cidades de Fortaleza e Crato, no Estado do Cear, Teixeira de Freitas na Bahia e em Farroupilha, no Estado do Rio Grande do Sul. Alm disso, tem uma planta industrial na cidade de Carlos Barbosa, no Estado do Rio Grande do Sul, que desenvolve internamente as matrizes para a produo de calados. As instalaes, em todas estas plantas industriais, so dotadas de equipamentos de ltima gerao. A Grendene desenvolve, fabrica, distribui e comercializa calados de material sinttico para diversas situaes de uso e para todas as classes sociais, atuando nos segmentos masculino, feminino, infantil e de consumo de massa.

    As Indstrias Romi S.A. (Companhia), listada no Novo Mercado da BOVESPA desde 23 de maro de 2007, tem por objetos a indstria e o comrcio de bens de capital em geral, de mquinas-ferramenta, de mquinas para plsticos, de equipamentos e acessrios industriais, de ferramentas, partes e peas em geral; a anlise de sistemas e a elaborao de programas para processamento de dados quando ligados a produo, comercializao e uso de mquinas-ferramenta e mquinas para plsticos; a indstria e o comrcio de fundidos brutos e usinados; e a exportao e importao, representao por conta prpria ou de terceiros e prestao de servios relacionados com suas atividades, bem como a participao, como scia, acionista ou cotista em outras sociedades civis ou comerciais e em empreendimentos comerciais de qualquer natureza, no Brasil e/ou no exterior, e a administrao de bens prprios e/ou de terceiros. O parque industrial da Companhia formado por 11 fbricas, em 3 estabelecimentos na cidade de Santa Brbara DOeste, no Estado de So Paulo, e 2 na regio de Turim, na Itlia. A Companhia possui, ainda, participao em controladas no Brasil e no exterior.

    A Lupatech S.A. (a Companhia) e suas controladas e associadas (conjuntamente o Grupo) um grupo composto por 31 unidades que possui trs segmentos de negcios: Energy Products, Flow Control e Metalurgia e conta com 2971 colaboradores. A Companhia uma sociedade annima com sede em Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, e est registrada na bolsa de valores de So Paulo (BOVESPA).

    Metalrgica Gerdau S.A. (a Companhia), uma sociedade annima de capital aberto, com sede em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, empresa holding integrante do Grupo Gerdau, dedicado, principalmente, produo e comercializao de produtos siderrgicos em geral, atravs de usinas localizadas no Brasil, Argentina, Chile, Colmbia, Guatemala, Mxico, Peru, Repblica Dominicana, Uruguai, Venezuela, Estados Unidos, Canad, Espanha e ndia.

  • 41

    A Natura Cosmticos S.A. (Sociedade) uma sociedade annima de capital aberto com sede em Itapecerica da Serra, Estado de So Paulo, registrada na Bolsa de Valores de So Paulo - BMF&BOVESPA. Suas atividades e de suas controladas (doravante denominadas Grupo Natura ou Grupo) compreendem o desenvolvimento, a industrializao, a distribuio e a comercializao, substancialmente por meio de vendas diretas realizadas pelos(as) Consultores(as) Natura, de cosmticos, fragrncias em geral e produtos de higiene pessoal, bem como a participao como scia ou acionista em outras sociedades no Brasil e no exterior.

    A Net Servios de Comunicao S.A. uma empresa de capital aberto organizada segundo as leis do Brasil que controla um grupo de operadoras de televiso a cabo por assinatura, tambm referido como Net Servios ou a Companhia, e o Operador Mltiplo de Sistema (Multiple System Operator MSO) lder de televiso a cabo no Brasil. As aes da Net Servios so negociadas nas Bolsas de Valores de So Paulo e Madri e os Recibos Depositrios Americanos ou ADS (American Depositary Share) so negociados no Mercado Nacional da NASDAQ. A Companhia est domiciliada no Brasil e sua sede est localizada em So Paulo. A Companhia fornece servios de televiso a cabo sob a marca "NET" e acesso Internet de alta velocidade sob a marca "NET VIRTUA" por meio de vrias redes de cabos localizadas nas maiores cidades do pas. A Companhia e a Empresa Brasileira de Telecomunicaes S.A. Embratel (Embratel), subsidiria da Telfonos del Mxico S.A. de C.V. (Telmex), fornecem conjuntamente servios de voz sob a marca NET FONE VIA EMBRATEL.

    A Souza Cruz S.A. ("Companhia" ou "Souza Cruz"), fundada em 25 de abril de 1903, conta com cerca de 7.300 colaboradores diretos e 3 mil funcionrios sazonais na poca das safras do fumo. um dos maiores grupos empresariais do Brasil e lder absoluta no mercado de cigarros com destaque na produo e exportao de fumo. Desde 1914, a Companhia controlada pela BAT British American Tobacco p.l.c., com sede no Reino Unido, segundo maior grupo do mundo no setor de cigarros, que detm 75,3% de seu capital acionrio. A Companhia uma sociedade annima de capital aberto, listada na Bolsa de Valores de So Paulo (BOVESPA). A Companhia tem sua matriz localizada no Rio de Janeiro e duas fbricas de cigarros, em Uberlndia (MG) e em Cachoeirinha (RS), que operam de acordo com a mais avanada tecnologia de processo e preservao ambiental

    Telefnica, S.A. (doravante, indistintamente, Telefnica, a Sociedade ou a Companhia) uma sociedade annima mercantil, constituda por tempo indeterminado no dia 19 de abril de 1924, com a denominao social de Compaa Telefnica Nacional de Espaa, S.A., sendo que a atual denominao social da Telefnica, S.A. vigora desde o ms de abril de 1998. A Companhia tem seu domiclio social em Madri (Espanha), Rua Gran Va nmero 28, e titular do Cdigo de Identificao Fiscal (CIF) nmero A-28/015865. De acordo com o artigo 4 de seu Estatuto Social, o objeto social bsico da Telefnica a prestao de todo tipo de servios pblicos ou

  • 42

    privados de telecomunicaes, bem como dos servios auxiliares ou complementares ou derivados dos de telecomunicaes. Todas as atividades integrantes desse objeto social podero ser desenvolvidas tanto na Espanha como no exterior, podendo ser realizadas diretamente de forma total ou parcial pela Sociedade, ou pela titularidade de aes ou participaes em sociedades ou outras entidades jurdicas com objeto social idntico ou anlogo.

    A TIG Holding Ltd. (nova denominao da Tarpon Investment Group Ltd.) foi constituda em 15 de fevereiro de 2007. A Companhia domiciliada nas Ilhas Bermudas e sua sede est localizada em Bermuda House, 56 Reid Street, Hamilton HM12, Hamilton, Bermuda. A TIG Holding Ltd., suas subsidirias e seu fundo exclusivo esto aqui referidos como Companhia. Em 29 de maio de 2007, a Companhia concluiu o processo de Oferta Pblica Inicial (IPO) emitindo 18.250.000 de aes Classe A. As aes esto listadas na Luxembourg Stock Exchange e so negociadas no mercado Euro MTF. Ainda, sob a forma de BDR (Brazilian Depositary Receipts), as aes so negociadas na BM&F Bovespa.

    A Wilson Sons Limited (Grupo ou Companhia) uma companhia sediada em Bermuda, de acordo com o Ato 1981 de Companhias. O endereo do escritrio do Grupo Clarendon House, 2 Church Street, Hamilton, HM11, Bermuda. O Grupo um dos maiores operadores integrados de logstica porturia e martima, e, cadeia de suprimentos com mais de 172 anos de experincia operando no mercado brasileiro, ns temos uma rede de amplitude nacional e prestamos uma variedade de servios para os participantes do comrcio internacional, em particular no setor porturio e martimo. Nossas principais atividades so divididas nos seguintes segmentos: operao de terminais porturios, servios de rebocagem, logstica, agenciamento martimo e apoio martimo plataforma de petrleo e gs natural.

    3.4 PROCEDIMENTO PARA COLETA E ANLISE DOS DADOS.

    Antes da extrao os dados financeiros das empresas, era necessrio saber

    quais delas publicaram seus demonstrativos em IFRS. Isso foi feito com auxlio de

    um relatrio disponibilizado no stio eletrnico da BOVESPA, no link Empresas

    Listadas e seqencialmente acessando Dados Financeiros Selecionados. As

    informaes deste relatrio estavam atualizadas at 24/05/2010.

    A obteno dos relatrios financeiros das companhias tambm foi pelo stio

    eletrnico da BOVESPA, clicando no link Empresas Listadas e em seguida

    digitando o nome da empresas a ser pesquisada, e assim chegando aos

    demonstrativos elaborados conforme as normas internacionais.

  • 43

    Com os balanos j levantados, foi elaborado um check-list a partir do

    Pronunciamento n 36, especificamente dos itens 27 e 41, desmembrando alguns

    subitens, com o objetivo de evidenciar todos os detalhes no cumprimento da

    elaborao dos relatrios contbeis consolidados adotados pelas companhias

    estudadas. A seguir apresentam-se os elementos que fizeram parte do check-list.

    Ord

    em

    Se

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    do

    .

    1 27.a Divulgou a participao dos No-controladores dentro do PL

    2 27.b Separado dos controladores

    3 41.a Divulgou a natureza da relao entre a controladora e a controlada, quando a controladora no possuir, direta ou indiretamente (por meio de suas controladas), mais da metade do poder de voto da controlada;

    4 41.b Divulgou as razes pelas quais o fato de possuir a propriedade, direta ou indireta (por meio de suas controladas), de mais da metade do poder de voto ou potencial poder de voto de investida no detm controle.

    5 41.c1

    Divulgou a data de encerramento do perodo abrangido pelas demonstraes contbeis da controlada utilizadas para elaborao das demonstraes consolidadas quando forem na data de encerramento ou um perodo diferente das demonstraes contbeis da controladora

    6 41.c2 Divulgou o motivo para utilizar uma data ou perodo diferente

    7 41.d1

    Divulgou a natureza de alguma restrio significativa (resultante de contratos de emprstimos ou exigncia de rgos reguladores, por exemplo) sobre a capacidade da controlada de transferir fundos para a controladora na forma de dividendos ou do pagamento de emprstimos ou adiantamentos.

    8 41.d2

    Divulgou a extenso de alguma restrio significativa (resultante de contratos de emprstimos ou exigncia de rgos reguladores, por exemplo) sobre a capacidade da controlada de transferir fundos para a controladora na forma de dividendos ou do pagamento de emprstimos ou adiantamentos

    9 41.e1 Divulgou um quadro evidenciando cronologicamente as mudanas na relao de propriedade da controladora sobre a controlada (participao relativa).

    10 41.e2 Divulgou os seus efeitos.

    11 41.e3 Divulgou tambm a alterao do patrimnio lquido consolidado atribuvel aos proprietrios da controladora, mas que no resultaram na perda do controle.

    12 41.f1a Divulgou qualquer ganho decorrente da perda do controle da controlada.

    13 41.f1b Divulgou o valor justo do ganho, do investimento remanescente na ex-controlada, se houver.

    14 41.f2 Divulgou na data em que o controle foi perdido.

    15 41.f3a Divulgou qualquer perda decorrente da perda do controle da controlada.

    16 41.f3b Divulgou o valor justo da perda, do investimento remanescente na ex-controlada, se houver.

  • 44

    Ord

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    ria

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    bri

    ga

    do

    .

    17 41.f4a Divulgou a linha do item ou itens na demonstrao do resultado consolidado em que o ganho foi reconhecido, no caso de ele no estar apresentado em uma linha separada na demonstrao do resultado consolidado

    18 41.f4b Divulgou a linha do item ou itens na demonstrao do resultado consolidado em que a perda foi reconhecida, no caso de ele no estar apresentado em uma linha separada na demonstrao do resultado consolidado

    Tabela 3: Check-list dos itens 27 e 41 do Pronunciamento Tcnico n 36. Fonte: Stio eletrnico do CPC (subdivido e adaptado pelo autor).

    O enquadramento entre o que foi observado nas notas explicativas das

    empresas estudadas e as respostas constantes no check-list ocorreram da seguinte

    maneira: quando o item constante no check-list era atendido plenamente,

    assinalava-se a resposta Sim, divulgou. J nas ocorrncias de supresso total de

    informaes marcava-se: No divulgou, mas deveria, quando existia a certeza que

    os dados deveriam estar disponveis, mas no estavam. No divulgou, mas

    deveria?, quando havia dvida se a companhia deveria ou no evidenciar algo em

    notas explicativas. E finalmente No divulgou, desobrigado, quando havia

    convico que a empresa estava isenta de responder o item solicitado.

    3.5 DELIMITAO DA PESQUISA

    A pesquisa est delimitada numa amostra de 14 empresas, que publicaram

    seus demonstrativos financeiros consolidados em IFRS, no stio eletrnico da Bolsa

    de Valores de So Paulo, at 24/05/2010 e com a data de encerramento em

    31/12/2009.

    Um aspecto limitador a ser considerado o relatrio disponibilizado pela

    BOVESPA, pois nele constam alguns dados financeiros selecionados das

    companhias listadas. Neste relatrio h uma coluna chamada Demonstrao, onde

    informa se a demonstrao contbil consolidada est regida pela legislao

  • 45

    societria brasileira ou pela norma internacional - IFRS. Portanto se o relatrio

    publicado pela Bolsa de Valores de So Paulo contiver alguma divergncia, isto

    poder comprometer os resultados, j que este relatrio serviu de base para

    obteno da amostra nessa pesquisa.

    A escassez de livros em lngua portuguesa com foco na convergncia das

    demonstraes contbeis brasileiras em padres internacionais, tambm trouxe

    certa restrio na pesquisa.

  • 46

    4. ANLISE DOS RESULTADOS

    Nesta seo sero apresentados e analisados os resultados encontrados no

    check-list, aps investigao dos demonstrativos contbeis consolidados das

    companhias estudadas.

    4.1 CHECK-LIST COM OS RESULTADOS

    O objetivo desta pesquisa foi verificar se as demonstraes contbeis

    consolidadas em IFRS, das empresas listadas na BOVESPA no ano de 2010,

    estavam em consonncia com os itens 27 e 41 do Pronunciamento Tcnico 36,

    emitido pelo CPC.

    No check-list abaixo possvel encontrar os resultados obtidos aps a

    confrontao da norma internacional com os demonstrativos contbeis consolidados

    das 14 companhias estudadas.

    Ord

    em

    Se

    q

    en

    cia

    l

    Ite

    m .

    Su

    bit

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    Descrio

    Sim

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    ob

    rig

    ad

    o.

    1 27.a Divulgou a participao dos No-controladores dentro do PL 0 14

    2 27.b Separado dos controladores 14 0

    3 41.a Divulgou a natureza da relao entre a controladora e a controlada, quando a controladora no possuir, direta ou indiretamente (por meio de suas controladas), mais da metade do poder de voto da controlada;

    0 0 6 8

    4 41.b Divulgou as razes pelas quais o fato de possuir a propriedade, direta ou indireta (por meio de suas controladas), de mais da metade do poder de voto ou potencial poder de voto de investida no detm controle.

    0 1 7 6

    5 41.c1

    Divulgou a data de encerramento do perodo abrangido pelas demonstraes contbeis da controlada utilizadas para elaborao das demonstraes consolidadas quando forem na data de encerramento ou um perodo diferente das demonstraes contbeis da controladora

    0 0 5 9

    6 41.c2 Divulgou o motivo para utilizar uma data ou perodo diferente 0 0 5 9

  • 47

    Ord

    em

    Se

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    .

    7 41.d1

    Divulgou a natureza de alguma restrio significativa (resultante de contratos de emprstimos ou exigncia de rgos reguladores, por exemplo) sobre a capacidade da controlada de transferir fundos para a controladora na forma de dividendos ou do pagamento de emprstimos ou adiantamentos.

    0 0 14 0

    8 41.d2

    Divulgou a extenso de alguma restrio significativa (resultante de contratos de emprstimos ou exigncia de rgos reguladores, por exemplo) sobre a capacidade da controlada de transferir fundos para a controladora na forma de dividendos ou do pagamento de emprstimos ou adiantamentos

    0 0 14 0

    9 41.e1 Divulgou um quadro evidenciando cronologicamente as mudanas na relao de propriedade da controladora sobre a controlada (participao relativa).

    0 7 3 4

    10 41.e2 Divulgou os seus efeitos. 0 7 3 4

    11 41.e3 Divulgou tambm