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TÍTULO II Da Reforma Agrária CAPÍTULO I Dos Objetivos e dos Meios de Acesso à Propriedade Rural Art. 16. A Reforma Agrária visa a estabelecer um sistema de relações entre o homem, a propriedade rural e o uso da terra, capaz de promover a justiça social, o progresso e o bem-estar do trabalhador rural e o desenvolvimento econômico do país, com a gradual extinção do minifúndio e do latifúndio. Duas situações fundiárias foram definidas como impróprias, devendo ser extirpadas do campo: o minifúndio e o latifúndio. O primeiro, compreendido como “o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar” pelo art. 4º, IV, da Lei, é combatido por representar situação que inviabiliza a plena realização do homem do campo, e ser contraproducente à sociedade. O minifúndio não torna possível o sustento próprio e familiar, impactando nas condições materiais de alimentação, saúde, educação, lazer e outras necessidades, inviabiliza a acumulação de riqueza e, portanto, o investimento em melhores tecnologias produtivas, como também não agrega à produção de alimentos para a população ou tributos para o estado. Já o latifúndio, alvo prioritário da política de reforma agrária, é aquele, com tamanho igual ou superior ao módulo de propriedade rural, mantido “inexplorado, explorado incorretamente, ou que tem extensão incompatível com a justa distribuição da terra” (BORGES, 1998, p. 35). Podem ser latifúndios por extensão, quando ultrapassar seiscentas vezes o módulo rural, ou por exploração, quando atingindo o tamanho mínimo do módulo rural, seja inexplorado ou inadequadamente explorado. Parágrafo único. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária será o órgão competente para promover e coordenar a execução dessa reforma, observadas as normas gerais da presente Lei e do seu regulamento. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrária- IBRA foi extinto, pois e m 9 de julho de 1970, o Decreto nº 1.110 criou o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), resultado da fusão do Ibra com o Inda. Missão do Incra: Implementar a política agrária e realizar o

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TTULO IIDa Reforma AgrriaCAPTULO IDos Objetivos e dos Meios de Acesso Propriedade RuralArt. 16. A Reforma Agrria visa a estabelecer um sistema de relaes entre o homem, a propriedade rural e o uso da terra, capaz de promover a justia social, o progresso e o bem-estar do trabalhador rural e o desenvolvimento econmico do pas, com a gradual extino do minifndio e do latifndio.Duas situaes fundirias foram definidas como imprprias, devendo ser extirpadas do campo: o minifndio e o latifndio. O primeiro, compreendido como o imvel rural de rea e possibilidades inferiores s da propriedade familiar pelo art. 4, IV, da Lei, combatido por representar situao que inviabiliza a plena realizao do homem do campo, e ser contraproducente sociedade. O minifndio no torna possvel o sustento prprio e familiar, impactando nas condies materiais de alimentao, sade, educao, lazer e outras necessidades, inviabiliza a acumulao de riqueza e, portanto, o investimento em melhores tecnologias produtivas, como tambm no agrega produo de alimentos para a populao ou tributos para o estado. J o latifndio, alvo prioritrio da poltica de reforma agrria, aquele, com tamanho igual ou superior ao mdulo de propriedade rural, mantido inexplorado, explorado incorretamente, ou que tem extenso incompatvel com a justa distribuio da terra (BORGES, 1998, p. 35). Podem ser latifndios por extenso, quando ultrapassar seiscentas vezes o mdulo rural, ou por explorao, quando atingindo o tamanho mnimo do mdulo rural, seja inexplorado ou inadequadamente explorado.

Pargrafo nico. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrria ser o rgo competente para promover e coordenar a execuo dessa reforma, observadas as normas gerais da presente Lei e do seu regulamento.O Instituto Brasileiro de Reforma Agrria- IBRA foi extinto, pois em 9 de julho de 1970, o Decreto n 1.110 criou o Instituto Nacional de Colonizao e Reforma Agrria (Incra), resultado da fuso do Ibra com o Inda. Misso do Incra: Implementar a poltica agrria e realizar o ordenamento fundirio nacional, contribuindo para o desenvolvimento sustentvel.

Art. 17. O acesso propriedade rural ser promovido mediante a distribuio ou a redistribuio de terras, pela execuo de qualquer das seguintes medidas:a) desapropriao por interesse social;CF/88 Art. 184- Compete Unio desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrria, o imvel rural que no esteja cumprindo sua funo social, mediante prvia e justa indenizao em ttulos da dvida agrria, com clusula de preservao do valor real, resgatveis no prazo de at vinte anos, a partir do segundo ano de sua emisso, e cuja utilizao ser definida em lei. 2 - O decreto que declarar o imvel como de interesse social, para fins de reforma agrria, autoriza a Unio a propor a ao de desapropriao. 5- So isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operaes de transferncia de imveis desapropriados para fins de reforma agrria.O que se verifica nessa modalidade de desapropriao a concretizao do princpio constitucional da prevalncia do interesse pblico. Em outras palavras, entre o interesse particular, vislumbrado no direito de propriedade, e, o interesse social, caracterizado na reforma agrria, prevalece esse ltimo, como forma de atender a funo social da propriedade.Em nvel infraconstitucional a desapropriao por interesse social regulamentada pela Lei n.4.132/62 e Lei Complementar n.76/03. De acordo com a norma, a propriedade atende a funo social quando cumpridos os requisitos estipulados em seus incisos. Em sentido oposto, quando no verificado o atendimento dessas exigncias, a funo social no ser atendida, justificando, assim, a desapropriao.A legitimidade para a propositura da referida ao da Unio -Federal, por meio do seu rgo competente, que o INCRA.b) doao; c) compra e venda;c) arrecadao dos bens vagos;Imveis sem proprietrio ou possuidor e) reverso posse (Vetado) do Poder Pblico de terras de sua propriedade, indevidamente ocupadas e exploradas, a qualquer ttulo, por terceiros; f) herana ou legado.______________________________________________________________________________Art. 18. desapropriao por interesse social tem por fim:Esse pressuposto est regulado pela lei federal 4.132/62, que nos seus artigos 1 e 2, traz a finalidade e aplicao da desapropriao por interesse social:Art. 1 A desapropriao por interesse social ser decretada para promover a justa distribuio da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem estar social, na forma do art. 147 da Constituio Federal.Art. 2 Considera-se de interesse social:I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondncia com as necessidades de habitao, trabalho e consumo dos centros de populao a que deve ou possa suprir por seu destino econmico;II - a instalao ou a intensificao das culturas nas reas em cuja explorao no se obedea a plano de zoneamento agrcola, VETADO;III - o estabelecimento e a manuteno de colnias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrcola:IV - a manuteno de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerncia expressa ou tcita do proprietrio, tenham construdo sua habilitao, formando ncleos residenciais de mais de 10 (dez) famlias;V - a construo de casa populares;VI - as terras e guas suscetveis de valorizao extraordinria, pela concluso de obras e servios pblicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificao armazenamento de gua e irrigao, no caso em que no sejam ditas reas socialmente aproveitadas;VII - a proteo do solo e a preservao de cursos e mananciais de gua e de reservas florestais.VIII - a utilizao de reas, locais ou bens que, por suas caractersticas, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades tursticas.(Includo pela Lei n 6.513, de 20.12.77)a) condicionar o uso da terra sua funo social;CF/88: Art. 186- A funo social cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critrios e graus de exigncia estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:I- aproveitamento racional e adequado;II- utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente;III- observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho;IV- explorao que favorea o bem-estar dos proprietrios e dos trabalhadores.Desta forma, o texto constitucional expressa claramente as condies ao cumprimento da funo social da propriedade rural. So requisitos: aproveitamento racional e adequado; utilizao adequada dos recursos naturais disponveis e preservao do meio ambiente; observncia das disposies que regulam as relaes de trabalho e explorao que favorea o bem estar dos proprietrios e dos trabalhadores. Por outro lado, o descumprimento das condies do adequado cumprimento da funo social, permite que o Estado, por meio da desapropriao, retire compulsoriamente a propriedade rural do domnio do particular, na forma do art. 184 da CF/88.b) promover a justa e adequada distribuio da propriedade;O que a CF expe que uma vez inadmitida a terra para ostentao de patrimnio, TODA e qualquer pedao de cho dever ter um fim especfico, como gerar frutos, riqueza. A terra deve ser trabalhada, gerando assim empregos e rendas. Aquele que no cumprir a orientao, assume para si o risco de sofrer sanes.c) obrigar a explorao racional da terra;d) permitir a recuperao social e econmica de regies;e) estimular pesquisas pioneiras, experimentao, demonstrao e assistncia tcnica; f) efetuar obras de renovao, melhoria e valorizao dos recursos naturais; g) incrementar a eletrificao e a industrializao no meio rural; h) facultar a criao de reas de proteo fauna, flora ou a outros recursos naturais, a fim de preserv-los de atividades predatrias.O interesse social ocorre quando as circunstncias impem a distribuio ou o condicionamento da propriedade para seu melhor aproveitamento, utilizao ou produtividade em benefcio da coletividade ou de categorias sociais merecedoras de amparo especfico do Poder Pblico. Esse interesse social justificativo de desapropriao est indicado na norma prpria (Lei 4.132/62) e em dispositivos esparsos de outros diplomas legais. O que convm assinalar, desde logo, que os bens desapropriados por interesse social no se destinam Administrao ou a seus delegados, mas sim coletividade ou mesmo a certos beneficirios que a lei credencia para receb-los e utiliz-los convenientemente. (MEIRESLES:

Art. 19. A desapropriao far-se- na forma prevista na Constituio Federal, obedecidas as normas constantes da presente Lei. 1 Se for intentada desapropriao parcial, o proprietrio poder optar pela desapropriao de todo o imvel que lhe pertence, quando a rea agricultvel remanescente, inferior a cinqenta por cento da rea original, ficar: a) reduzida a superfcie inferior a trs vezes a dimenso do mdulo de propriedade; ou b) prejudicada substancialmente em suas condies de explorao econmica, caso seja o seu valor inferior ao da parte desapropriada. 2 Para efeito de desapropriao observar-se-o os seguintes princpios: a) para a fixao da justa indenizao, na forma doartigo 147, 1, da Constituio Federal, levar-se-o em conta o valor declarado do imvel para efeito do Imposto Territorial Rural, o valor constante do cadastro acrescido das benfeitorias com a correo monetria porventura cabvel, apurada na forma da legislao especfica, e o valor venal do mesmo; b) o poder expropriante no ser obrigado a consignar, para fins de imisso de posse dos bens, quantia superior que lhes tiver sido atribuda pelo proprietrio na sua ltima declarao, exigida pela Lei do Imposto de Renda, a partir de 1965, se se tratar de pessoa fsica ou o valor constante do ativo, se se tratar de pessoa jurdica, num e noutro caso com a correo monetria cabvel; c) efetuada a imisso de posse, fica assegurado ao expropriado o levantamento de oitenta por cento da quantia depositada para obteno da medida possessria. 3 Salvo por motivo de necessidade ou utilidade pblica, esto isentos da desapropriao: a) os imveis rurais que, em cada zona, no excederem de trs vezes o mdulo de produto de propriedade, fixado nos termos do artigo 4, inciso III; b) os imveis que satisfizerem os requisitos pertinentes empresa rural, enunciados no artigo 4, inciso VI; c) os imveis que, embora no classificados como empresas rurais, situados fora da rea prioritria de Reforma Agrria, tiverem aprovados pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, e em execuo projetos que em prazo determinado, os elevem quela categoria. 4 O foro competente para desapropriao o da situao do imvel. 5 De toda deciso que fixar o preo em quantia superior oferta formulada pelo rgo expropriante, haver, obrigatoriamente, recurso de ofcio para o Tribunal Federal de Recursos. Verificado, em ao expropriatrio, ter o imvel valor superior ao declarado pelo expropriado, e apurada a m-f ou o dolo deste, poder a sentena conden-lo penalidade prevista no artigo 49, 3, desta Lei, deduzindo-se do valor da indenizao o montante da penalidade.O poder expropriatrio do Estado, alm dos limites substanciais e formais impostos pelo princpio do devido processo legal (art. 5, LIV e LV), encontra limitaes de ordem material insculpida no prprio artigo 185 da Constituio vigente, o qual estabelece uma zona de imunidade em relao a I- a pequena e mdia propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietrio no possua outra; II- a propriedade produtiva. A conceituao de pequena e mdia propriedade rural est assentada no art.4, incisos II e III, da Lei n 8.629/93, segundo o qual pequena propriedade aquela com rea compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) mdulos fiscais e mdia propriedade o imvel rural de rea superior a 4 (quatro) e at 15 (quinze) mdulos fiscais. Insta notar que, a pequena e a mdia propriedade, ainda que improdutivas, no se sujeitam ao poder expropriatrio do Estado em tema de reforma agrria. Entretanto, exige-se que seu proprietrio no tenha nenhum outro. De outro turno, tambm a produtividade, por si s, funciona como fator impeditivo da desapropriao (art. 185, II, da CF). A propsito, oportuno observar que a Lei Maior, nesse ponto, aparenta uma contradio. Isto , no ficou claro qual a inteno do legislador. Assim, quando imuniza a propriedade to-somente em razo de sua produtividade parece o constituinte haver ignorado as demais condies para que essa propriedade seja considerada socialmente adequada. Ao que tudo indica, a Constituio de 1988 priorizou o aspecto econmico do imvel rural. A propriedade avaliada como produtiva, embora descumpra os requisitos estabelecidos no artigo 186, ainda assim no pode ser objeto de desapropriao conquanto no se exima, certo, de outras sanes administrativas (multa) por conta do desvio de sua funo social, porm, tal posio no est pacificada (OLIVEIRA, 2008). Veda-se a desapropriao da terra esbulhada porque a lei permite presumir, em determinadas circunstncias, que a invaso interfere na produtividade do imvel, sem que se possa inculpar o proprietrio por esse fato. Tambm, obsta-se a desapropriao, no caso de arrendamento rural, com o objetivo de estimular a transformao da propriedade at ento improdutiva.

Art. 20. As desapropriaes a serem realizadas pelo Poder Pblico, nas reas prioritrias, recairo sobre:I - os minifndios e latifndios; II - as reas j beneficiadas ou a serem por obras pblicas de vulto; III - as reas cujos proprietrios desenvolverem atividades predatrias, recusando-se a pr em prtica normas de conservao dos recursos naturais; IV - as reas destinadas a empreendimentos de colonizao, quando estes no tiverem logrado atingir seus objetivos;V - as reas que apresentem elevada incidncia de arrendatrios, parceiros e posseiros;VI - as terras cujo uso atual, estudos levados a efeito pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrria comprovem no ser o adequado sua vocao de uso econmico.Recorrendo ao artigo 186 da Constituio vigente, de se concluir que, o objeto de desapropriao para fins de reforma agrria o imvel rural que no atende sua funo social.

Art. 21. Em reas de minifndio, o Poder Pblico tomar as medidas necessrias organizao de unidades econmicas adequadas, desapropriando, aglutinando e redistribuindo as reas.O presente artigo faz referncia a todos os imveis cultivveis com rea inferior do mdulo rural (minifndios), desta forma, o responsvel por evitar a formao de minifndios, o Poder Pblico, podendo ele tomar atitudes necessrias a organizao de unidades econmicas adequadas, seja por meio de desapropriao (procedimento pelo qual o Poder Pblico, fundado na necessidade pblica, utilidade pblica ou interesse social, compulsoriamente, despeja algum de certo bem, mvel ou imvel, adquirindo-o para si em carter originrio, mediante justa e prvia indenizao), aglutinao ou redistribuio das reas (redistribuindo de modo diverso da distribuio anterior).

Art. 22. o Instituto Brasileiro de Reforma Agrria autorizado, para todos os efeitos legais, a promover as desapropriaes necessrias ao cumprimento da presente Lei. permitido que o Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, fixar ndices de graus de utilizao da terra e de eficincia na explorao, bem como promover desapropriao se assim entender necessrio. Esse Instituto autorizado e encarregado do cadastro das propriedades, dos processos de colonizao de terras pblicas e de desapropriao de terras quando forem necessrias. O referido Instituto o rgo executor da reforma agrria.O fato de haver o Estatuto da Terra estabelecido que " o Instituto Brasileiro de Reforma Agrria autorizado, para todos os efeitos legais, a promover as desapropriaes necessrias ao cumprimento da presente lei", no quer dizer, entretanto, que, para outros efeitos, os demais poderes pblicos, estado ou municpio estejam proibidos de desapropriar imveis rurais, em se tratando de necessidade ou utilidade pblica ou interesse social, que no vise reforma agrria.Poder o Instituto Brasileiro de Reforma Agraria, desapropriar um imvel rural que no est cumprindo sua funo social, por exemplo.Pargrafo nico. A Unio poder desapropriar, por interesse social, bens do domnio dos Estados, Municpios, Distrito Federal e Territrios, precedido o ato, em qualquer caso, de autorizao legislativa.S a Unio legisla sobre a apropriao, contudo, todos os entes estatais podem emitir declarao expropriatria e concretizar a desapropriao, tambm podem proceder a desapropriao as concessionrias de servio pblico e as entidades de administrao indireta. Sempre que um bem pblico for objeto de desapropriao, o ato expropriatrio deve ser procedido de autorizao legislativa. Deste modo, sempre que autorizados por Lei, a Unio pode desapropriar bens dos Estados, DF e Municpios, e os Estados podem desapropriar bens municipais, mas os municpios no podem desapropriar bens da Unio, dos Estados e do DF, nem estes podem desapropriar bens daquela. Deste modo, os bens de domnio dos Estados, Municpios, DF e Territrios podero ser desapropriado pela Unio, e os dos Municpios pelos Estados, mas, em qualquer das situaes, dever necessariamente ter autorizao legal.

Art. 23. Os bens desapropriados por sentena definitiva, uma vez incorporados ao patrimnio pblico, no podem ser objeto de reivindicao, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriao. Qualquer ao julgada procedente, resolver-se- em perdas e danos.Aps incorporados ao Patrimnio Pblico aquele que teve seu bem objeto de desapropriao perde o direito de reivindicar a sua posse. O bem que foi desapropriado, quando ingressa no patrimnio pblico, no poder ser reivindicado, mesmo com fundamento de eventual nulidade do processo de desapropriao, e na hiptese de procedncia de eventual demanda dobre a matria, resolve-se em perdas e danos, ou seja, quando j se consumou a coisa julgada, no h como voltar a discutir a posse ou o interesse de terceiros nos autos, muito menos eventual nulidade. Desta forma quando o imvel for incorporado no patrimnio pblico, descabe a via reivindicatria, resolvendo-se em perdas e danos se constituir pedido sucessivo ou em ao prpria.

Pargrafo nico. A regra deste artigo aplica-se aos imveis rurais incorporados ao domnio da Unio, em consequncia de aes por motivo de enriquecimento ilcito em prejuzo do Patrimnio Federal, os quais transferidos ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, sero aplicados aos objetivos desta Lei. O pargrafo nico deste artigo, refere-se aos imveis rurais que foram desapropriados e pertencem Unio. Quando os imveis passaram a integrar o patrimnio da Unio, por ter existido desapropriao, eles foram assim adotados, devido a enriquecimento ilcito, ou seja, quando ocorrer enriquecimento de uma parte de forma que no seja lcita, o patrimnio antes pertencente a este, passa a ser da Unio.

Art. 24. As terras desapropriadas para os fins da Reforma Agrria que, a qualquer ttulo, vierem a ser incorporadas ao patrimnio do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, respeitada a ocupao de terras devolutas federais manifestada em cultura efetiva e moradia habitual, s podero ser distribudas: I - sob a forma de propriedade familiar, nos termos das normas aprovadas pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrria; II - a agricultores cujos imveis rurais sejam comprovadamente insuficientes para o sustento prprio e o de sua famlia; III - para a formao de glebas destinadas explorao extrativa, agrcola, pecuria ou agro-industrial, por associaes de agricultores organizadas sob regime cooperativo; IV - para fins de realizao, a cargo do Poder Pblico, de atividades de demonstrao educativa, de pesquisa, experimentao, assistncia tcnica e de organizao de colnias-escolas; V - para fins de reflorestamento ou de conservao de reservas florestais a cargo da Unio, dos Estados ou dos Municpios.

Este artigo trata do fim que dado as terras que so desapropriadas para a Reforma Agrria, teoricamente os parmetros utilizados para selecionar os candidatos a receber as terras e a destinao que elas deveriam receber so boas e teis a sociedade. Nos seus incisos, determina que a distribuio das terras para fins de reforma agrria, s podem ocorrer: para propriedade familiar, visando desta forma, respeitar a ocupao das terras tambm para aqueles que nelas mantem cultura efetiva e tambm morada habitual (por exemplo ndios); tambm poder ocorrer a distribuio destas terras, queles que seus imveis rurais no bastam para manter seu prprio sustento, bem como o sustento de seus familiares; para que se d a formao de glebas destinadas as atividades mencionadas; para a realizao de pesquisas, atividade e analises referente a atividades de demonstrao educativa; e ainda para fins de que as terras sejam redistribudas visando a conservao de reservas florestais ou ainda para que seja realizado reflorestamento.

Art. 25. As terras adquiridas pelo Poder Pblico, nos termos desta Lei, devero ser vendidas, atendidas as condies de maioridade, sanidade e de bons antecedentes, ou de reabilitao, de acordo com a seguinte ordem de preferncia: I - ao proprietrio do imvel desapropriado, desde que venha a explorar a parcela, diretamente ou por intermdio de sua famlia; II - aos que trabalhem no imvel desapropriado como posseiros, assalariados, parceiros ou arrendatrios; III - aos agricultores cujas propriedades no alcancem a dimenso da propriedade familiar da regio; IV - aos agricultores cujas propriedades sejam comprovadamente insuficientes para o sustento prprio e o de sua famlia; V - aos tecnicamente habilitados na forma d legislao em vigor, ou que tenham comprovada competncia para a prtica das atividades agrcolas.

O referido artigo refere-se a venda dos bens desapropriados, venda esta que s pode ocorrer para quem estiver em condies de dar destinao social prevista a essas terras, deste modo, os imveis desapropriados devem ser vendidos, no podendo essa negociao ser com qualquer pessoa.O desapropriado figura em primeiro lugar na ordem preferencial de distribuio dos imveis rurais expropriados para fins de reforma agrriaMas, evidente que se algum imvel rural for desapropriado por "interesse sociaI", que vise incrementar a eletrificao e a industrializao no meio rural, no tero preferncia na aquisio essas pessoas indicadas.

1 Na ordem de preferncia de que trata este artigo, tero prioridade os chefes de famlia numerosas cujos membros se proponham a exercer atividade agrcola na rea a ser distribuda.

O pargrafo primeiro nos traz sobre o direito de preferncia para a venda das terras adquiridas pelo poder pblico, sendo os chefes de famlia de grande nmero e que praticam atividades no ramo agrcola, prioridades neste sentido. 2 S podero adquirir lotes os trabalhadores sem terra, salvo as excees previstas nesta Lei.

Por regra, apenas aqueles trabalhadores sem terras que podero adquirir lotes adquiridos pelo poder pblico, mas como toda regra, existem excees previstas.

3 No poder ser beneficirio da distribuio de terras a que se refere este artigo o proprietrio rural, salvo nos casos dos incisos I, III e IV, nem quem exera funo pblica, autrquica ou em rgo paraestatal, ou se ache investido de atribuies parafiscais.O pargrafo terceiro nos mostra que o proprietrio rural no poder ser beneficirio da distribuio de terras, salvo nas hipteses acima delineadas (inciso I, III, IV); o que exercer funo pblica, autrquica ou em rgo paraestatal; o que se ache investido de atribuio parafiscal; e aquele que j tenha sido contemplado anteriormente com parcelas em programa de Reforma Agrria.

4 Sob pena de nulidade, qualquer alienao ou concesso de terras pblicas, nas regies prioritrias, definidas na forma do artigo 43, ser precedida de consulta ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, que se pronunciar obrigatoriamente no prazo de sessenta dias. Este pargrafo prev que para acontecer a alienao ou concesso das terras pblicas, dever antes ter-se realizado uma consulta ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, e este Instituto dever se manifestar em 60 dias, e se assim no o fizer, o ato ser passvel de nulidade. Art.26.NadistribuiodeterrasreguladaporesteCaptulo,ressalvar-se- sempre a prioridade pblica dos terrenos de marinha e seus acrescidos na orla ocenica e na faixa marginal dos rios federais, at onde se faa sentir a influncia das mars, bem como a reserva margem dos rios navegveis e dos que formam os navegveis. Este artigo nos traz que sempre ser ressalvada a prioridade pblica dos terrenos de marinha, das orlas ocenicas, nas faixas marginais dos rios federais e tambm das margens dos rios navegveis at onde sentir a influncia das mars.CAPTULO III Do Financiamento da Reforma Agrria SEO I Do Fundo Nacional de Reforma Agrria Art. 27. criado o Fundo Nacional de Reforma Agrria, destinado a fornecer os meios necessrios para o financiamento da Reforma Agrria e dos rgos incumbidos da sua execuo. A redao deste artigo nos contempla com a criao do Fundo Nacional de Reforma Agrria, que ser destinado a fornecer os meios para o financiamento reforma agrria.Art.28.OFundoNacionaldeReformaAgrriaserconstitudo: I- do produto da arrecadao da Contribuio de Melhoria cobrada pela Unio de acordo com a legislao vigente; II- da destinao especfica de 3% (trs por cento) da receita tributria da Unio; III- dos recursos destinados em lei Superintendncia de Poltica Agrria (SUPRA), ressalvado o disposto no artigo 117; IV- dos recursos oriundos das verbas de rgos e de entidades vinculados por convnios ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrria; V- de doaes recebidas; VI- da receita do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria. A constituio do Fundo Nacional de Reforma Agrria ser formado pela arrecadao da Contribuio de Melhoria cobrada pela Unio; pela destinao especfica de 3% da receita tributria da Unio; dos recursos destinados em lei Superintendncia de Poltica Agrria; dos recursos oriundos de entidades vinculadas ao IBRA; das doaes e das receitas provenientes da IBRA.1OsrecursosdequetratamosincisosIeII,desteartigo,bemcomoosprovenientesdequaisquercrditos adicionais destinados execuo dos planos nacional e regionais de Reforma Agrria, no podero ser suprimidos, nem aplicados em outros fins. Os recursos destinados da Unio Federal para a IBRA no podero ser usados para outros fins.2 Os saldos dessas dotaes em poder do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria ou a seu favor, verificados no final de cada exerccio, no prescrevem, e sero aplicados, na sua totalidade, em consonncia com os objetivos da presente Lei. 3Ostributos,dotaeserecursosreferidosnosincisosdesteartigoteroadestinao,durantevinteanos, vinculada execuo dos programas da Reforma Agrria. 4OsatosrelativosreceitadoInstitutoBrasileirodeReformaAgrriaconstitudapelosrecursosprevistosnoinciso II, e pelos resultados apurados no exerccio anterior, nas hipteses dos incisos I, III e IV, considerar-se-o registrados, pelo Tribunal de Contas, a 1 de janeiro, e os respectivos recursos distribudos ao Tesouro Nacional, que os depositar no Banco do Brasil, disposio do referido Instituto, em quatro parcelas, at 31 de janeiro, 30 de abril, 31 de julho e 31 de outubro, respectivamente.Art.29.AlmdosrecursosdoFundoNacionaldeReformaAgrria,aexecuodosprojetosregionaiscontarcomas contribuies financeiras dos rgos e entidades vinculadas por convnios ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, notadamente os de valorizao regional, como a Superintendncia do Desenvolvimento Econmico do Nordeste (SUDENE), a Superintendncia do Plano de Valorizao Econmica da Amaznia (SPVEA) a Comisso do Vale do So Francisco (CVSF) e a Superintendncia do Plano de Valorizao Econmica da Regio da Fronteira Sudoeste do Pas (SUDOESTE), os quais devero destinar, para este fim, vinte por cento, no mnimo de suas dotaes globais. A execuo dos projetos regionais da reforma agrria ter contribuies financeiras de outros rgos e entidades que estaro vinculadas ao IBRA como a SUDENE, a SPVEA, a CVSF e a SUDOESTE, alm dos recursos prprios obtidos pelo Fundo Nacional de Reforma Agrria.Pargrafonico.Osrecursosreferidosnesteartigo,depoisdeaprovadososplanosparaasrespectivasregies,sero entregues ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, que, para a execuo destes, contribuir com igual quantia.Depois de aprovados os planos para as regies, os recursos obtidos sero entregues a IBRA para que esta execute-os, e ainda contribuir com uma quantia igual.Art.30.ParafinsdapresenteLei,oPoderExecutivoautorizadoareceberdoaes,bemcomoacontrairemprstimos no pas e no exterior, at o limite fixado no artigo 105.O poder Executivo o autorizado a receber doaes e contrair emprstimos, respeitado o limite mximo de circulao equivalente a 500.000.000 de OTN (quinhentos milhes de Obrigaes do Tesouro Nacional).Art.31.oInstitutoBrasileirodeReformaAgrriaautorizadoa: I- firmar convnios com os Estados, Municpios, entidades pblicas e privadas, para financiamento, execuo ou administrao dos planos regionais de Reforma Agrria; II- colocar os ttulos da Dvida Agrria Nacional para os fins desta Lei; III- realizar operaes financeiras ou de compra e venda para os objetivos desta Lei; IV- praticar atos, tanto no contencioso como no administrativo, inclusive os relativos desapropriao por interesse social ou por utilidade ou necessidade pblicas.O IBRA tem autorizao para firmar convnios com entes federativos, entidades pblicas e privadas, para financiamentos, execuo ou administrao dos planos da Reforma Agrria; autorizao para colocar os ttulos da Dvida Agrria para os fins desta lei; realizar operaes financeiras para os fins desta lei; e por ltimo, autorizao para praticar atos de desapropriao por interesse social ou utilidade e necessidade pblica.

Art. 32. O Patrimnio do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria ser constitudo: I - do Fundo Nacional de Reforma Agrria; II - dos bens das entidades pblicas incorporadas ao Instituto Brasileiro de Reforma Agrria; III - das terras e demais bens adquiridos a qualquer ttulo.O Fundo Nacional da Reforma Agraria foi criado para fornecer os meios necessrios para o financiamento da Reforma Agraria e dos rgos incumbidos da sua execuo. relevante salientar, ainda, que a Reforma Agrria, no Brasil, possui um patrimnio, formado pelo Fundo, pelos bens incorporados ao IBRA (Instituto Brasileiro de Reforma Agrria rgo especfico para a execuo da reforma agrria) e pelas terras adquiridas a qualquer ttulo. Os recursos que provm a reforma agrria advm do Fundo Nacional de Reforma Agrria (art. 27 ). O fundo ser constitudo com as rendas previstas no artigo 28.

Art. 33. A Reforma Agrria ser realizada por meio de planos peridicos, nacionais e regionais, com prazos e objetivos determinados, de acordo com projetos especficos.A reforma agraria obrigatoriamente sera realizada por meio de planos peridicos, com prazo e objetivos determinados, de acordo com os seus projetos.

Art. 34. O Plano Nacional de Reforma Agrria, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrria e aprovado pelo Presidente da Repblica, consignar necessariamente: I - a delimitao de reas regionais prioritrias; II - a especificao dos rgos regionais, zonas e locais, que vierem a ser criados para a execuo e a administrao da Reforma Agrria; III - a determinao dos objetivos que devero condicionar a elaborao dos Planos Regionais; IV - a hierarquizao das medidas a serem programadas pelos rgos pblicos, nas reas prioritrias, nos setores de obras de saneamento, educao e assistncia tcnica; V - a fixao dos limites das dotaes destinadas execuo do Plano Nacional e de cada um dos planos regionais. 1 Uma vez aprovados, os Planos tero prioridade absoluta para atuao dos rgos e servios federais j existentes nas reas escolhidas. 2 As entidades pblicas e privadas que firmarem acordos, convnios ou tratados com o Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, nos termos desta Lei, assumiro, igualmente compromisso expresso, quanto prioridade aludida no pargrafo anterior, relativamente aos assuntos e servios de sua alada nas respectivas reas.O Plano Nacional da Reforma Agraria elaborado pelo IBRA tem que ser aprovado pelo Presidente da Repblica, que ir delimitar as reas regionais prioritrias, especificar os rgos regionais, zonas e locais que vierem a serem criados para administrao da reforma agraria, a determinao dos objetivos que iram elaborar os planos regionais, hierarquizar as medidas programadas pelos rgos pblicos e a fixao dos limites das dotaes destinadas a execuo do Plano Nacional.Art.35. Os Planos Regionais de Reforma Agrria antecedero, sempre, qualquer desapropriao por intersse social, e sero elaborados pelas Delegacias Regionais do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria (I.B.R.A.), obedecidos os seguintes requisitos mnimos:I - delimitao da rea de ao;II - determinao dos objetivos especficos da Reforma Agrria na regio respectiva;III - fixao das prioridades regionais;IV - extenso e localizao das reas desapropriveis;V - previso das obras de melhoria;VI - estimativa das inverses necessrias e dos custos.Os Planos Regionais de Reforma Agrria somente sero executados aps aprovao pelo Presidente da Repblica. O Poder Pblico evitar, sempre que conveniente, a desapropriao dos imveis rurais que observem os requisitos estabelecidos no 1 do art. 2 do Estatuto da Terra, mesmo quando classificados de acordo com o inciso V, do art. 4 do referido diploma legal. O Poder Pblico evitar a desapropriao de imveis rurais que, embora includos em zonas prioritrias, apresentem elevada incidncia de arrendatrias e ou parceiros agrcolas e cujos proprietrios observem rigorosamente as disposies legais que regulam as relaes de trabalho entre os proprietrios e os cultivadores diretos.

Art.36. Os projetos elaborados para regies geo-econmicas ou grupos de imveis rurais, que possam ser tratados em comum, devero consignar:I - o levantamento scio-econmico da rea;II - os tipos e as unidades de explorao econmica perfeitamente determinados e caracterizados;III - as obras de infra-estrutura e os rgos de defesa econmica dos parceleiros necessrios implementao do projeto;IV - o custo dos investimentos e o seu esquema de aplicao;V - os servios essenciais a serem instalados no centro da comunidade;VI - a renda familiar que se pretende alcanar;VII - a colaborao a ser recebida dos rgos pblicos ou privados que celebrarem convnios ou acrdos para a execuo do projeto.Obrigatoriamente os projetos elaborados para regies geo-economicas ou grupo de imveis rurais deveram conseguir o levantamento scio econmico da rea, os tipos e as unidades de explorao determinada e caracterizado, as obras de infra estrutura e os rgos de defesa econmica, os custos dos investimentos e o seu esquema de aplicao, os servios essenciais a serem instalados, a renda familiar que pretende alcanar e a colaborao a ser recebida dos rgos pblicos ou privados para a execuo do projeto.Art. 37. So rgos especficos para a execuo da Reforma Agrria: I- O Grupo Executivo da Reforma Agrria (GERA);Il- O Instituto Brasileiro de Reforma Agrria (IBRA), diretamente, ou atravs de suas Delegacias Regionais; III- as Comisses Agrrias.As Comisses Agrrias, Instituto Brasileiro de Reforma Agrria (IBRA) direta ou por suas Delegacias Regionais, so rgos especficos para execuo da Reforma Agrria no territrio nacional.Art. 38. O IBRA ser dirigido por um Presidente nomeado pelo Presidente da Repblica. 1 O Presidente do IBRA ter a remunerao correspondente a 75% (setenta e cinco por cento) do que percebem os Ministros de Estado. 2 Integraro, ainda, a Administrao Superior do IBRA Diretores, at o mximo de seis, de nomeao do Presidente do IBRA, mediante aprovao do GERA.Para ser presidncia do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria (IBRA) ter que ser nomeado pelo presidente da repblica percebendo a remunerao correspondente a 75% do que os Ministros Percebem, e os diretores que integraro sendo no mximo de seis, nomeado pelo Presidente do Instituto Brasileiro de Reforma Agraria, mediante aprovao do Grupo Executivo da Reforma Agraria.Art.39.AoConselhoTcnicocompetirdiscutireproporasdiretrizesdosplanosnacionaleregionaisdeReformaAgrria, estudar e sugerir medidas de carter legislativo e administrativo, necessrias boa execuo da Reforma. O referido artigo trata do poder dos conselheiros tcnicos em discutir e propor e sugerir as diretrizes dos planos regionais, para ter uma boa execuo da reforma agraria.

Art.40.SecretariaExecutivacompetirelaborarepromoveraexecuodoplanonacionaldeReformaAgrria, assessorar as Delegacias Regionais, analisar os projetos regionais e dirigir a vida administrativa do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria. O artigo acima trata da competncia da Secretaria Executiva para elaborar, promover, assessorar, analisar e dirigir. Competncia est sobre a reforma agraria, Delegacias e projetos Regionais e a vida administrativa do instituto Brasileiro de Reforma Agrria.Art.41.AsDelegaciasRegionaisdoInstitutoBrasileirodeReformaAgrria(I.B.R.A.),cadaqualdirigidaporum Delegado Regional, nomeado pelo Presidente do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria dentre tcnicos de comprovada experincia em problemas agrrios e reconhecida idoneidade, so rgos executores da Reforma nas regies do pas, com reas de jurisdio, competncia e funes que sero fixadas na regulamentao da presente Lei, compreendendo a elaborao do cadastro, classificao das terras, formas e condies de uso atual e potencial da propriedade, preparo das propostas de desapropriao, e seleo dos candidatos aquisio das parcelas. O Artigo acima prev sobre os rgos executores da Reforma nas regies do pas, com reas de jurisdio, competncia e funes que sero fixadas pela lei 4504/64, fazendo cadastros, classificao das terras, formas e condies de uso atual e potencial da propriedade, preparo das propostas de desapropriao, e seleo dos candidatos aquisio das parcelas, tendo os tcnicos reais e comprovadas experincias em problemas agrrios.

Pargrafonico.Dentrodecentoeoitentadias,apsapublicaododecretoqueacriar,aDelegaciaRegionalapresentar ao Presidente do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria o plano regional de Reforma Agrria, na forma prevista nesta Lei. Art. 42. A Comisso Agrria, constituda de um representante do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, que a presidir, de trs representantes dos trabalhadores rurais, eleitos ou indicados pelos rgos de classe respectivos, de trs representantes dos proprietrios rurais eleitos ou indicados pelos rgos de classe respectivos, um representante categorizado de entidade pblica vinculada agricultura e um representante dos estabelecimentos de ensino agrcola, o rgo competente para: I - instruir e encaminhar os pedidos de aquisio e de desapropriao de terras; II - manifestar-se sobre a lista de candidatos selecionados para a adjudicao de lotes; III - oferecer sugestes Delegacia Regional na elaborao e execuo dos programas regionais de Reforma Agrria; IV - acompanhar, at sua implantao, os programas de reformas nas reas escolhidas, mantendo a Delegacia Regional informada sobre o andamento dos trabalhos. 1 A Comisso Agrria ser constituda quando estiver definida a rea prioritria regional de reforma agrria e ter vigncia at a implantao dos respectivos projetos.Trata sobre a formao e competncia da Comisso Agrria, bem como o momento de sua constituio e vigncia.

Art. 43. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrria promover a realizao de estudos para o zoneamento do pas em regies homogneas do ponto de vista socioeconmico e das caractersticas da estrutura agrria, visando a definir:I - as regies crticas que esto exigindo reforma agrria com progressiva eliminao dos minifndios e dos latifndios;II - as regies em estgio mais avanado de desenvolvimento social e econmico, em que no ocorram tenes nas estruturas demogrficas e agrrias;III - as regies j economicamente ocupadas em que predomine economia de subsistncia e cujos lavradores e pecuaristas caream de assistncia adequada;IV - as regies ainda em fase de ocupao econmica, carentes de programa de desbravamento, povoamento e colonizao de reas pioneiras. 1 Para a elaborao do zoneamento e caracterizao das reas prioritrias, sero levados em conta, essencialmente, os seguintes elementos:a) a posio geogrfica das reas, em relao aos centros econmicos de vrias ordens, existentes no pas;b) o grau de intensidade de ocorrncia de reas em imveis rurais acima de mil hectares e abaixo de cinquenta hectares;c) o nmero mdio de hectares por pessoa ocupada;d) as populaes rurais, seu incremento anual e a densidade especfica da populao agrcola;e) a relao entre o nmero de proprietrios e o nmero de rendeiros, parceiros e assalariados em cada rea. 2 A declarao de reas prioritrias ser feita por decreto do Presidente da Repblica, mencionando:a) a criao da Delegacia Regional do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria com a exata delimitao de sua rea de jurisdio;b) a durao do perodo de interveno governamental na rea;c) os objetivos a alcanar, principalmente o nmero de unidades familiares e cooperativas a serem criadas;d) outras medidas destinadas a atender a peculiaridades regionais.Relata sobre os estudos realizados pelo IBRA para zoneamento do pas em regies homogneas socioeconomicamente e os requisitos e forma de proceder para determinao das reas prioritrias.

Art. 44. So objetivos dos zoneamentos definidos no artigo anterior:I - estabelecer as diretrizes da poltica agrria a ser adotada em cada tipo de regio;II - programar a ao dos rgos governamentais, para desenvolvimento do setor rural, nas regies delimitadas como de maior significao econmica e social.Determina os objetivos dos zoneamentos, quer seja promover a reforma agrria ou quer seja demonstrar aos rgos governamentais as regies mais propcias ao desenvolvimento rural.

Art. 45. A fim de completar os trabalhos de zoneamento sero elaborados pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrria levantamentos e anlises para:I - orientar as disponibilidades agropecurias nas reas sob o controle do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria quanto melhor destinao econmica das terras, adoo de prticas adequadas segundo as condies ecolgicas, capacidade potencial de uso e mercados interno e externo;II - recuperar, diretamente, mediante projetos especiais, as reas degradadas em virtude de uso predatrio e ausncia de medidas de proteo dos recursos naturais renovveis e que se situem em regies de elevado valor econmico.Determina a finalidade dos levantamentos e anlises elaborados pelo IBRA podendo ser para orientao de disponibilidade agropecuria, ou para recuperar reas degradadas em virtude de uso predatrio.

Art. 46. O Instituto Brasileiro de Reforma Agrria promover levantamentos, com utilizao, nos casos indicados, dos meios previstos no Captulo II do Ttulo I, para a elaborao do cadastro dos imveis rurais em todo o pas, mencionando:I - dados para caracterizao dos imveis rurais com indicao:a) do proprietrio e de sua famlia;b) dos ttulos de domnio, da natureza da posse e da forma de administrao;c) da localizao geogrfica;d) da rea com descrio das linhas de divisas e nome dos respectivos confrontantes;e) das dimenses das testadas para vias pblicas;f) do valor das terras, das benfeitorias, dos equipamentos e das instalaes existentes discriminadamente;II - natureza e condies das vias de acesso e respectivas distncias dos centros demogrficos mais prximos com populao:a) at 5.000 habitantes;b) de mais de 5.000 a 10.000 habitantes;c) de mais de 10.000 a 20.000 habitantes;d) de mais de 20.000 a 50.000 habitantes;e) de mais de 50.000 a 100.000 habitantes;f) de mais de 100.000 habitantes;III - condies da explorao e do uso da terra, indicando:a) as percentagens da superfcie total em cerrados, matas, pastagens, glebas de cultivo (especificadamente em explorao e inexplorados) e em reas inaproveitveis;b) os tipos de cultivo e de criao, as formas de proteo e comercializao dos produtos;c) os sistemas de contrato de trabalho, com discriminao de arrendatrios, parceiros e trabalhadores rurais;d) as prticas conservacionistas empregadas e o grau de mecanizao;e) os volumes e os ndices mdios relativos produo obtida;f) as condies para o beneficiamento dos produtos agropecurios. 1 Nas reas prioritrias de reforma agrria sero complementadas as fichas cadastrais elaboradas para atender s finalidades fiscais, com dados relativos ao relevo, s pendentes, drenagem, aos solos e a outras caractersticas ecolgicas que permitam avaliar a capacidade do uso atual e potencial, e fixar uma classificao das terras para os fins de realizao de estudos microeconmicos, visando, essencialmente, determinao por amostragem para cada zona e forma de explorao:a) das reas mnimas ou mdulos de propriedade rural determinados de acordo com elementos enumerados neste pargrafo e, mais a fora de trabalho do conjunto familiar mdio, o nvel tecnolgico predominante e a renda familiar a ser obtida;b) dos limites mximos permitidos de reas dos imveis rurais, os quais no excedero a seiscentas vezes o mdulo mdio da propriedade rural nem a seiscentas vezes a rea mdia dos imveis rurais, na respectiva zona;c) das dimenses timas do imvel rural do ponto de vista do rendimento econmico;d) do valor das terras em funo das caractersticas do imvel rural, da classificao da capacidade potencial de uso e da vocao agrcola das terras;e) dos limites mnimos de produtividade agrcola para confronto com os mesmos ndices obtidos em cada imvel nas reas prioritrias de reforma agrria. 2 Os cadastros sero organizados de acordo com normas e fichas aprovadas pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrria na forma indicada no regulamento, e podero ser executados centralizadamente pelos rgos de valorizao regional, pelos Estados ou pelos Municpios, caso em que o Instituto Brasileiro de Reforma Agrria lhes prestar assistncia tcnica e financeira com o objetivo de acelerar sua realizao em reas prioritrias de Reforma Agrria. 3 Os cadastros tero em vista a possibilidade de garantir a classificao, a identificao e o grupamento dos vrios imveis rurais que pertenam a um nico proprietrio, ainda que situados em municpios distintos, sendo fornecido ao proprietrio o certificado de cadastro na forma indicada na regulamentao desta Lei. 4 Os cadastros sero continuamente atualizados para incluso das novas propriedades que forem sendo constitudas e, no mnimo, de cinco em cinco anos sero feitas revises gerais para atualizao das fichas j levantadas. 5 Podero os proprietrios requerer a atualizao de suas fichas, dentro de um ano da data das modificaes substanciais relativas aos respectivos imveis rurais, desde que comprovadas as alteraes, a critrio do Instituto Brasileiro de Reforma Agrria. 6 No caso de imvel rural em comum por fora de herana, as partes ideais, para os fins desta Lei, sero consideradas como se diviso houvesse, devendo ser cadastrada a rea que, na partilha, tocaria a cada herdeiro e admitidos os demais dados mdios verificados na rea total do imvel rural. 7 O cadastro inscrever o valor de cada imvel de acordo com os elementos enumerados neste artigo, com base na declarao do proprietrio relativa ao valor da terra nua, quando no impugnado pelo Instituto Brasileiro de Reforma Agrria, ou o valor que resultar da avaliao cadastral.Dispe sobre o levantamento para determinar a elaborao de cadastros dos imveis rurais, mencionando os dados para caracterizao dos imveis rurais, a natureza e condies das vias de acesso e distncia dos centros demogrficos mais prximos, a percentagem da composio vegetal da superfcie total. Trata ainda da criao e organizao e atualizaes dos cadastros das terras rurais.