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Teatro na Igreja

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Eventos e celebrações na igreja podem ser enriquecidos por meio de ações criativas.Peças teatrais, esquetes práticas e rápidas, coros falados jograis, lidos ou encenados e ainda a arte do improviso no humor stand-up, são estratégias que captarão e manterão a atenção dos ouvintes , dos visitantes e convidados.

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Copyright©2012 porPriscila Rodrigues Aguiar Laranjeira

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A.D. SANTOS EDITORA

Al. Júlia da Costa, 215

80410-070 – Curitiba – Paraná – Brasil

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

LARANJEIRA, Priscila Rodrigues Aguiar

Teatro na Igreja – Priscila Rodrigues Aguiar Laranjeira / Curitiba, A.D. SantosEditora, 2012, 152 páginas.

ISBN – 978.85.7459-300-5

CDD: 869.92051

1. Teatro Religioso Brasileiro

1ª edição: Setembro / 2012 – 3.000 exemplares.

Proibida a reprodução total ou parcial,

por quaisquer meios a não ser em citações breves,

com indicação da fonte.

Edição e Distribuição:

Capa:

IGOR BRAGA

Diagramação:

MANOEL MENEZES

Impressão e acabamento:

GRÁFICA CAPITAL

Acompanhamento editorial:PRISCILA LARANJEIRA

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Dedicatória

À Kennely Desirée que ama teatro, cinema, televisão,livros, amigos, família, mas, sobretudo ama a Jesus.

Ao meu esposo Milton Laranjeira Júnior que me dá amaior força para registrar o que Deus coloca em meu coração eaté mesmo o desconexo que me vem à cabeça.

Aos meus pais – Florisvaldo e Marlene Aguiar, que meamam incondicionalmente.

Aos meus irmãos Patricia, Aldrin, Rejane, Alex e Ale-xandre.

Também aos irmãos de coração – que são os sobrinhos ecunhados: Israel Felipe, Louis Jourdan, Cindy Marie, Luigi eDylan; Jorgelene, Mateus, Camila e Júlia; Thaís e Edilson;Jucimara e Arthur e a Dindinha que sempre espera mais demim.

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Índice

Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

Peças Teatrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

Esquetes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63

Coros Falados. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81

Diversos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93

Stand Up . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135

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Introdução

Aos 13 anos fui a um Congresso de Jovens – tudo bem, eu seique ainda era adolescente, mas eles me deixaram participar.Foi lá que assisti pela primeira vez a um coro falado. Retorneipara a minha cidade e, imediatamente escrevi “Chamados”.O interessante é que isso foi antes da queda da União Soviéti-ca e a primeira frase era: “As luzes estão se apagando na UniãoSoviética...” Em seguida eu citava todos os países da antigaCortina de Ferro. Nós o ensaiamos exaustivamente, pois dife-rente de um jogral o texto precisava ser decorado e aindahavia gestos e coreografias acompanhando as falas. Foi umabênção! Nós o apresentamos em diversas igrejas e cidades e otexto se espalhou pelo país.

A partir daí não parei mais e continuei escrevendo paratodas as ocasiões, pois o material existente é escasso. Depoisdo primeiro coro falado, aventurei-me em “pecinhas” de curtaduração. Também escrevi jograis diversos e, mais recentemen-te comecei a trabalhar um tema para as ações de improviso aoestilo stand up.

As datas celebradas pelos cristãos seguem mais ou menoso calendário secular, guardadas algumas exceções, por isso,nossas programações obedecem a esta sequência. A ideia éapresentar aqui sugestões simples de serem colocadas em prá-tica com recursos também simples e práticos. A maioria dostextos podem ser encenados ou apresentados pelas várias fai-

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xas etárias e ainda podem ser adaptados conforme a necessida-de da igreja local.

Algumas dicas importantes:

1. Composição do personagem – Peças teatrais são sempremelhor encenadas se, antes do texto, os atores compuseremos personagens. Mas, como fazer isso? Imaginando a vidado personagem, a história por trás dele. Um exemplo: o per-sonagem é um ladrão. Pergunte-se: o que o levou a estasituação? Quem é sua família? Onde ele foi criado? Outroexemplo: o personagem é uma jovem dinâmica e corajosa.Pergunte-se: Onde ela nasceu? Onde estudou? Quem sãosuas amigas? Como é a sua família? O que a motivou ser tãocorajosa?

2. Laboratório – Atores profissionais costumam fazer labora-tório, ou seja, conhecer in loco o tipo de personagem que vaiinterpretar. Exemplo 1: vai fazer um médico, passa algumtempo em um hospital observando os trejeitos, a lingua-gem, o vestuário, os instrumentos, enfim, como age ummédico. Exemplo 2: vai interpretar uma advogada podero-sa, investe algum tempo conhecendo um escritório deadvocacia e todos os seus trâmites. Outro exemplo: vaiinterpretar um rei, meio raro hoje em dia e difícil de obser-var pessoalmente, mas é possível, pesquisar seu modo devestir, de andar, se era um rei mal ou benevolente.

3. Exercícios para estimular a criatividade – Proponha aosintegrantes do grupo teatral exercícios simples e que reque-rem poucos recursos.a) A árvore – Peça aos participantes para se imaginarem

como uma árvore. Não diga que tipo de árvore deve ser.Observe suas posições e poses. Peça aos demais paraanalisarem que tipo de árvore cada um está criando.Pergunte: esta árvore tem frutas? Tem muitas folhas?

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Tem flores? Tem um grande tronco? É grande? Peque-na? Deixe-os livres para imaginar a árvore e, se possíveldê-lhes dicas para aprimorar o seu desempenho.

b) O barco – Os participantes deverão imaginar-se“entrando em um barco e tomando seus lugares deassento e também cada um com dois remos, um em cadamão”. Assentados no chão eles deverão colocar barcoem movimento. Incentive-os a adotar o máximo de sin-cronismo no “mover dos remos”. Se desejar incrementaro exercício, peça-lhes que imaginem situações taiscomo: mar revolto, mar calmo, obstáculos, cachoeiras,etc.

c) Melhorando a dicção – Cada um deverá receber umlápis ou caneta – antes se certifique de que estão limpos.Os participantes deverão colocar o lápis ou caneta entreos dentes e tentar pronunciar algumas frases bem elabo-radas. Exemplos de frases: A aranha arranha o jarro; trêstigres tristes atravessaram a nado o rio de águas claras;no ninho da mafagafa guinfam três mafagafinhos, quan-do a mafagafa guinfa, guinfam os três mafagafinhos.

d) O grito – Um por vez, cada participante deverá compa-recer à frente do palco e dizer seu nome, sua idade, cida-de onde nasceu e o nome de seus pais e irmãos. Devemdizer da forma mais clara e audível possível na primeiravez. Na segunda vez devem dizer mais rápido e na tercei-ra vez gritando bem forte.

e) Expiração e inspiração – Faça exercícios simples de ins-piração e expiração. Os participantes, a um comando,deverão inspirar e expirar observando o ritmo impostopor quem estiver liderando a atividade.

f) Vestidos de quê? – Com a devida antecedência, provi-dencie um baú de roupas. Pode ser qualquer peça, dasmais variadas cores e tamanhos. Cada participante

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deverá retirar alheatoriamente, uma peça do baú e ves-tir-se. Assim que estiver vestido deverá compor um per-sonagem que combine com a indumentária escolhida.Caso deseje incrementar a atividade, deixe à disposiçãode todos alguns estojos de maquiagem.

g) Estátua – Coloque uma música para tocar. Quando amúsica parar todos os participantes deverão parar comoestátua. Após a atividade, pergunte-lhes que estátuasestavam representando.

h) Providencie um relógio que tenha cronômetro. Marqueum minuto e peça a todos os participantes para falaremao mesmo tempo a respeito de qualquer assunto. Emseguida pergunte-lhes: Alguém conseguiu ouvir o que ooutro estava falando? O quê? Dê-lhes oportunidadepara dizer.

i) Providencie uma garrafa de refrigerante vazia. Realizecom todos os participantes a brincadeira “Falando só averdade.” Proceda da seguinte maneira: todos deverãose assentar no chão, em círculo. Um dos participantesgira a garrafa. Aquele para quem o bico da garrafa esti-ver apontando deverá responder a perguntas de todos osparticipantes, falando só a verdade.

Exemplos de perguntas:

1. Qual a melhor coisa que aconteceu hoje?2. Qual a pior coisa que aconteceu?3. Conte algo que você fez que foi muito bom.4. Você fez algo de que se arrependeu?5. O que faria diferente?6. Como você demonstra que está arrependido?7. Como é pedir perdão?

Dê oportunidade para todos fazerem perguntas, mas dire-cione para que falem sobre acertos e erros; arrependimento e

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perdão. Este é um momento para que os participantes seconheçam melhor. Estabelecer vínculos é essencial para ocomprometimento e o sucesso de todos.

j) Desfile de modas – Você precisará de muitas folhas dejornal, fita crepe,cola e tesouras. Forme diversas equipescom os participantes. Eles deverão criar modelos para odia a dia. Peça para que todas usem a imaginação. Apóso momento da criação, promova um desfile de modas.Alguém da equipe deverá descrever o modelo criado.

k) Brincando de múmia ou “todo enrolado”Você precisará de dois rolos de papel higiênico (dos mais

baratos) e fita crepe. Forme equipes. Cada equipe deverá esco-lher uma pessoa para ser enrolada. Em um tempo pré-determi-nado cada equipe deverá enrolar o participante escolhido(literalmente) com o papel higiênico, enquanto os demaiscantam um cântico bem animado. Eles deverão prender bemdeixando apenas os olhos e a boca de fora. Cronometre o tem-po para que as “múmias”, uma por vez, responda perguntasenquanto se desenrola.

Sugestão de perguntas: Você é uma pessoa enrolada? Jáenrolou alguém? Por quê? Qual o nome completo de seumelhor amigo? Em que cidade você nasceu?

Caso gaste mais tempo que o determinado, deverá pagaruma prenda (cantar uma música, imitar alguém, etc.).

4. Regionalismo e estrangeirismo – O Brasil é um país conti-nental e aqui observamos jeitos peculiares de falar que sãochamados de sotaques regionais. Quais sotaques somoscapazes de imitar? Como fala um mineiro? Um baiano?Carioca ou paulista? Tentem imitar os sotaques da melhormaneira possível. Que tal tentar imitar o sotaque de umalemão? E o sotaque de um norte-americano? Como falamos nossos hermanos argentinos? E os uruguaios? Lembre-se:

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o sotaque enriquece a caracterização do personagem e,muitas vezes, por si só já diz a que veio.

Estas informações serão muito úteis àqueles que não tive-ram nenhum preparo formal, mesmo assim se colocaram à dis-posição para interpretar, dirigir e ensaiar peças teatrais, esque-tes, coros falados e stand up para a vida da igreja. Há muitomais a dizer e o faremos à medida que apresentamos os textos.

Pequeno Dicionário de

Linguagem Teatral

Ação

Sinal dado para início de uma cena. Pode ser através deum sinal sonoro ou de um sinal combinado. Tempo onde sepassa o espetáculo.

Ato

Ação, obra, divisão de uma peça teatral.

Atitude

Disposição ligada ao juízo de determinados objetos da per-cepção ou da imaginação – ou seja, a tendência de uma pessoade julgar tais objetos como bons ou ruins, desejáveis ou indese-jáveis. A atitude se diferencia da postura pelo maior grau deconcretude dos objetos a que se refere – assim, o limite entreesses dois construtos não é claro. Como no caso das posturas,há grande dificuldade na busca de uma classificação abrangen-te de todas as atitudes possíveis, pois os objetos a que uma ati-tude se pode referir são muito heterogêneos e concretos.

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Boca de cena

É a frente do palco. Num palco Italiano por exemplo é aparte onde o ator representa.

Bastidores

Zona atrás do palco. Diz-se bastidores do teatro

Bouche Fermée

Boca fechada. Quando se canta como em um sussurro.

Camarim

Local onde os componentes da peça se caracterizam ouseja, colocam o figuro e se maquiam.

Cena

Divisão do ato de uma peça.

Cenário

Decoração para uma peça de teatro. É o espaço, real ouvirtual, onde a história se passa. Um cenário é composto deelementos físicos e/ou virtuais que definem o espaço cênico,bem como todos os objetos no seu interior, como cores, textu-ras, estilos, mobiliário e pequenos objetos, todos com a finali-dade de caracterizar a personagem, e tendo como base os perfispsicológico e econômico determinados na sinopse ou em umbriefing. O termo cenário, ou cena, (skené, em grego), tam-bém é usado para definir um elemento arquitetônico específi-co dos antigos teatros gregos, localizado detrás do proscênio e

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constituído de uma parede de alvenaria decorada com esta-tuária, colunas e pórticos, simulando um edifício real.

Comédia

A comédia é o uso de humor nas artes cênicas. Tambémpode significar um espetáculo que recorre intensivamente aohumor. De forma geral, “comédia” é o que é engraçado, quefaz rir. Uma das principais características da comédia é o enga-no. Frequentemente, o cómico está baseado no facto de umaou mais personagens serem enganadas ao longo de toda apeça. À medida que a personagem vai sendo enganada e que oequívoco vai aumentando, o público (que sabe de tudo) vairindo cada vez mais.

Dicção

A dicção é o modo em que uma pessoa articula e pronun-cia as palavras de uma língua. Denota a pronúncia clara e nacorreta entonação de um texto no seu meio linguístico.

Direção

O encenador ou diretor de teatro é o agente que, dentroda prática teatral, imagina, concebe e dirige o processo de cria-ção do espetáculo. Cabe igualmente ao diretor selecionar, jul-gar e coordenar os trabalhos dos membros da equipe artística,incentivando-os e adequando suas iniciativas na pesquisa poruma linguagem cênica comum. Cumpre ainda ao diretor tea-tral discutir, refletir e implementar medidas adequadas à pro-dução material do espetáculo.

A atividade do diretor teatral, por ser um projeto pluralem constante adaptação em relação ao meio onde intervém, éassimilada, tanto pelos setores da indústria do divertimento,quanto pelas entidades governamentais encarregadas do pla-

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nejamento e implementação de projetos culturais na esferapública. O diretor deve estar habilitado a atuar, tanto no inte-rior de uma instituição pública, quanto ser capaz de promovercom autonomia seu projeto pessoal de trabalho.

Deixa

Nos papéis dos atores indica que um acabou de falar e ooutro vai começar. Assim, quando cada participante decorarseu papel, é indispensável que decore as deixas que antecedemsuas falas. Uma dica: para melhor decorá-las, sublinhe as trêsúltimas palavras que ficam antes das suas. Quando as deixasnão são decoradas, encontra-se grande dificuldade de entrarem cena no momento certo, e muitas vezes uma deixa esqueci-da coloca em risco a peça inteira.

Drama

Na designação arte, a palavra drama, contém múltiplossignificados. Segundo os dicionários Houaiss e Aulete, dramapode significar: “forma narrativa em que se figura ou imita aação direta dos indivíduos”, “texto em verso ou prosa, escritopara ser encenado” ou mesmo a “encenação desse texto”. Poranalogia pode ser ainda “qualquer narrativa no âmbito da pro-sa literária em que haja conflito ou atrito”, podendo ser conto,novela, romance etc., ou mesmo toda a arte dramática.

O termo é também encontrado no cinema, na televisão,no rádio, significando um texto ficcional, peça teatral ou filmede caráter “sério”, não cômico, que apresenta um desenvolvi-mento de fatos e circunstâncias compatíveis com os da vidareal.

Na vida cotidiana um conjunto de acontecimentos com-plicados, difíceis ou tumultuosos pode ser um drama, assimcomo um acontecimento que causa dano, sofrimento, dor.

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