Técnica Legislativa

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Apostila de Técnica Legislativa elaborada pela Professora Taísa Maria Viana Anchieta

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  • TCNICA LEGISLATIVATasa Maria Viana Anchieta

    OBJETIVO GERAL: Preparar os servidores para a correo e elaborao de documentos legislativos, aplicando as tcnicas de redao oficial para a produo de projetos de lei e redao legislativa.

    OBJETIVOS ESPECFICOS: Reconhecer as partes constitutivas do projeto, subdivises e agrupamentos de artigos e questes de tcnica legislativa - emendas e projetos. Aplicar as tcnicas de redao adequadas correo e elaborao de documentos legislativos

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    SUMRIO

    1. O Ato Legislativo1.1 O Ato Legislativo - Conceito1.2 Lei, Regulamento e Decreto1.3 Classificao do Ato Legislativo1.4 Normas Jurdicas como Objeto do Ato Legislativo (Requisitos das Normas

    Jurdicas e Classificao das Leis)

    2. Tcnica Legislativa2.1. Conceito - Aspectos Gerais2.2. Breve Histrico

    3. Redao da Lei3.1 A Forma e a Substncia3.2 Instrumentos de Trabalho3.3 Etapas da Redao das Leis

    4. Estrutura da Lei4.1 Parte Preliminar

    4.1.1. Epgrafe4.1.2. Rubrica ou Ementa da Lei 4.1.3. Prembulo

    Autoria ou Fundamento Legal da autoridadeClusulas Justificativas do AtoOrdem de Execuo ou Mandato de Cumprimento

    4.1.4. Enunciado do Objeto4.2. Parte Normativa - Texto ou Corpo da Lei

    4.2.1. Unidades Normativas (Artigo , Pargrafo, Incisos, Alneas, Itens)4.2.2. Agrupamentos (Seo, Captulo, Ttulo, Livro, Parte)

    4.3. Parte Final 4.3.1. Clusula de Vigncia 4.3.2. Clusula de Revogao

    4.4. Outros Elementos da Lei 4.4.1. Fecho4.4.2. Assinatura e Referenda4.4.3. Disposies Transitrias4.4.4. Anexos

    5. Remisses e Alteraes

    6. Consolidao das Leis e outros Atos Normativos

    7. Consideraes sobre o Procedimento Legislativo

    8. Normas de Elaborao dos Trabalhos da Assessoria Legislativa da Cmara dos Deputados Consideraes

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    1. O ATO LEGISLATIVO

    1.1 O ATO LEGISLATIVO CONCEITO

    O ato legislativo, na acepo dada por Jos Hctor Meehan, consiste na declarao unilateral da vontade estatal expressa e exteriorizada por escrito, que dispe sobre a criao, modificao ou extino de normas jurdicas, abstratamente gerais.1

    O ato legislativo aquele que tem como finalidade a criao de norma jurdica.

    Segundo Kildare Carvalho,2 o que importa considerar que o ato legislativo resulta na criao de normas jurdicas abstratas e gerais, no obstante sua origem: se proveniente do Poder Legislativo ou do Poder Executivo.

    A abstrao e a generalidade revelam, ento , a essncia e a natureza do ato legislativo.

    A generalidade se apresenta como conseqncia, do princpio da igualdade perante a lei, ao vedar as excees ou distines de pessoas ou de circunstncias individuais, j que a lei deve aplicar-se a todos os indivduos que se encontrem nas condies previstas em seu texto, sem referncia a pessoas ou destinatrios.

    A abstrao um corolrio da generalidade, pois se a regra geral, no abrange apenas uma situao jurdica individual concreta, mas tantas outras da mesma forma.

    1.2 LEI, REGULAMENTO E DECRETO

    No nosso ordenamento jurdico, h relaes de subordinao e de supremacia entre as normas, consistente na hierarquia entre as normas jurdicas.

    Segundo a pirmide de Hans Kelsen, elaborada a partir da hierarquia, a Constituio encontra-se em posio de supremacia em relao a todas as normas. A Constituio est no vrtice da pirmide. Todas as leis, regulamentos etc. devem subordinao Carta Maior, sob pena de serem tidas como contra legem.

    1. Constituio2. Leis complementares, leis ordinrias, leis delegadas, medidas provisrias, decretos

    legislativos e resolues3. Decretos regulamentares4. normas internas (despachos, estatutos)5. normas individuais (contratos, sentenas)

    1o nvel - CONSTITUIO

    A Constituio, em sentido material, consiste no conjunto de foras polticas, econmicas, ideolgicas etc. que conforma a realidade social de determinado Estado, configurando a sua particular maneira de ser3.

    1 MEEHAN, Jos Hctor. Tera y tcnica legislativas. Buenos /Aires: Depalma, 1976, p. 32. Apud CARVALHO, Kildare Gonalves. Tcnica legislativa. 3.ed.. Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 19.

    2 CARVALHO, Kildare Gonalves. Tcnica legislativa. 3.ed.. Belo Horizonte: Del Rey, 2003, pp. 19-203 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Direito Constitucional. 22. Ed. So Paulo: Saraiva, 2001, p. 43.

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    Nossa Constituio rgida, isto , existe uma dificuldade maior para modific-la do que para alterar os outros instrumentos normativos de nosso ordenamento jurdico.

    Segundo Jos Afonso da Silva4, da rigidez emana, como primordial conseqncia, o princpio da supremacia da constituio que, no dizer de Pinto Ferreira, reputado como uma pedra angular, em que assenta o edifcio do moderno direito poltico5

    Pelo princpio da supremacia constitucional, todas as normas que integram a ordenao jurdica nacional s sero vlidas se se conformarem com as normas da Constituio Federal6

    Do princpio da supremacia constitucional, decorre o controle de constitucionalidade.

    2o nvel - LEIS COMPLEMENTARES

    Leis complementares so aquelas que complementam a Constituio. Regem matrias que a Constituio Federal expressamente previu que fossem por esse instrumento regidas.

    Principais caractersticas:Rege matria expressamente prevista pela Constituio Federal.Deve ser aprovada por maioria absoluta (art. 69 da Constituio Federal).

    2o nvel LEIS ORDINRIAS

    Principais caractersticas:A lei ordinria regula normas gerais e abstratas. No se exige maioria absoluta para a sua aprovao, mas sim maioria simples (metade mais um dos parlamentares presentes). Deve ser submetida a sano/veto do Presidente da Repblica.A lei estabelece direitos e obrigaes, sempre em subordinao Constituio.

    2o nvel - LEIS DELEGADAS

    Leis delegadas so leis editadas pelo Presidente da Repblica, aps solicitao ao Congresso Nacional. Encontram disciplina no art. 68 e da Constituio Federal.

    Principais caractersticas:A lei delegada tem a mesma fora da lei ordinria. editada e promulgada pelo Presidente da Repblica.A constituio veda certas matrias que no podero ser objeto de lei delegada (art. 68 e ).

    Constituio Federal de 1988

    Art. 68. As leis delegadas sero elaboradas pelo Presidente da Repblica, que dever solicitar a delegao ao Congresso Nacional.

    1 - No sero objeto de delegao os atos de competncia exclusiva do Congresso Nacional, os de competncia privativa da Cmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matria reservada lei complementar, nem a legislao sobre:

    4 SILVA, Jos Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. Malheiros. 18 ed. So Paulo: 2000, p. 47.

    5 FERREIRA, Pinto. Princpios gerais do direito constitucional moderno. P. 90. Apud SILVA, Jos Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo.

    6 SILVA, Op. cit., p. 48.

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    I - organizao do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico, a carreira e a garantia de seus membros;

    II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, polticos e eleitorais;III - planos plurianuais, diretrizes oramentrias e oramentos. 2 - A delegao ao Presidente da Repblica ter a forma de resoluo do

    Congresso Nacional, que especificar seu contedo e os termos de seu exerccio. 3 - Se a resoluo determinar a apreciao do projeto pelo Congresso

    Nacional, este a far em votao nica, vedada qualquer emenda.

    2o nvel - MEDIDAS PROVISRIAS

    As medidas provisrias so atos normativos editados pelo Presidente da Repblica em casos de relevncia e urgncia. Possuem fora de lei, mas devem ser submetidas, assim que editadas, deliberao do Congresso Nacional.

    Segundo Manoel Gonalves Ferreira Filho7, os principais traos das medidas provisrias so:

    1) quanto s condies: relevncia e urgncia;2) quanto matria: proibida a incidncia de medidas provisrias sobre as matrias

    elencadas no 1 do art. 62 da Constituio Federal;3) quanto ao prazo: a medida provisria tem o prazo de sessenta dias, podendo ser

    prorrogado uma nica vez e por igual prazo, para a converso em lei;4) quanto eficcia: possui eficcia imediata;5) quanto ao valor dos efeitos produzidos: os efeitos da medida provisria perduram

    vlidos, salvo se o decreto legislativo dispuser em contrrio;6) a provisoriedade;7) a reedio: dentro da mesma sesso legislativa, proibida a reedio de medida

    provisria que tenha tido a sua converso em lei rejeitada pelo Congresso Nacional, ou tenha perdido sua eficcia pelo decurso do prazo de 60 dias para converso em lei;

    8) procedimento de converso: as medidas provisrias devem ser apreciadas pela Cmara dos Deputados e, se aprovada, pelo Senado Federal;

    9) sano presidencial: o projeto de lei de converso, se alterar o texto da medida provisria, dever ser submetido sano/veto do Presidente da Repblica. Enquanto no decorrer o prazo de sano/veto, vigora o texto da medida provisria;

    Principais caractersticas:A medida provisria tem a mesma fora da lei ordinria. editada pelo Presidente da Repblica em casos de relevncia e urgncia.

    As medidas provisrias encontram fundamento constitucional no art. 62, ipsis litteris:

    Constituio Federal de 1988

    Art. 62. Em caso de relevncia e urgncia, o Presidente da Repblica poder adotar medidas provisrias, com fora de lei, devendo submet-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    1 vedada a edio de medidas provisrias sobre matria: (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    I relativa a: (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)a) nacionalidade, cidadania, direitos polticos, partidos polticos e direito

    eleitoral; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)b) direito penal, processual penal e processual civil; (Includo pela Emenda

    7 FERREIRA FILHO, Manoel Gonalves. Curso de Direito Constitucional. 28. Ed. So Paulo: Saraiva, 2002, p. 205-206.

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    Constitucional n 32, de 2001)c) organizao do Poder Judicirio e do Ministrio Pblico, a carreira e a

    garantia de seus membros; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)d) planos plurianuais, diretrizes oramentrias, oramento e crditos

    adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no Art. 167, 3; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    II que vise a deteno ou seqestro de bens, de poupana popular ou qualquer outro ativo financeiro; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    III reservada a lei complementar; (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    IV j disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sano ou veto do Presidente da Repblica. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    2 Medida provisria que implique instituio ou majorao de impostos, exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, s produzir efeitos no exerccio financeiro seguinte se houver sido convertida em lei at o ltimo dia daquele em que foi editada.(Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    3 As medidas provisrias, ressalvado o disposto nos 11 e 12 perdero eficcia, desde a edio, se no forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogvel, nos termos do 7, uma vez por igual perodo, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relaes jurdicas delas decorrentes. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    4 O prazo a que se refere o 3 contar-se- da publicao da medida provisria, suspendendo-se durante os perodos de recesso do Congresso Nacional.(Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    5 A deliberao de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mrito das medidas provisrias depender de juzo prvio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    6 Se a medida provisria no for apreciada em at quarenta e cinco dias contados de sua publicao, entrar em regime de urgncia, subseqentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, at que se ultime a votao, todas as demais deliberaes legislativas da Casa em que estiver tramitando. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    7 Prorrogar-se- uma nica vez por igual perodo a vigncia de medida provisria que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicao, no tiver a sua votao encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    8 As medidas provisrias tero sua votao iniciada na Cmara dos Deputados. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    9 Caber comisso mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisrias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sesso separada, pelo plenrio de cada uma das Casas do Congresso Nacional. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    10. vedada a reedio, na mesma sesso legislativa, de medida provisria que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficcia por decurso de prazo. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    11. No editado o decreto legislativo a que se refere o 3 at sessenta dias aps a rejeio ou perda de eficcia de medida provisria, as relaes jurdicas constitudas e decorrentes de atos praticados durante sua vigncia conservar-se-o por ela regidas. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

    12. Aprovado projeto de lei de converso alterando o texto original da medida provisria, esta manter-se- integralmente em vigor at que seja sancionado ou vetado o projeto. (Includo pela Emenda Constitucional n 32, de 2001)

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    2o nvel - DECRETOS LEGISLATIVOS

    So os atos de competncia exclusiva do Congresso Nacional, fixados no art. 49 da Constituio. Principais caractersticas:So atribuies meramente deliberativas, em que no h a participao do Presidente da Repblica. Os decretos legislativos so promulgados pelo Presidente do Senado Federal.

    Constituio Federal de 1988

    Art. 49. da competncia exclusiva do Congresso Nacional:I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que

    acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimnio nacional;II - autorizar o Presidente da Repblica a declarar guerra, a celebrar a paz, a

    permitir que foras estrangeiras transitem pelo territrio nacional ou nele permaneam temporariamente, ressalvados os casos previstos em lei complementar;

    III - autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica a se ausentarem do Pas, quando a ausncia exceder a quinze dias;

    IV - aprovar o estado de defesa e a interveno federal, autorizar o estado de stio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;

    V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegao legislativa;

    VI - mudar temporariamente sua sede;VII - fixar idntico subsdio para os Deputados Federais e os Senadores, observado

    o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    VIII - fixar os subsdios do Presidente e do Vice-Presidente da Repblica e dos Ministros de Estado, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da Repblica e apreciar os relatrios sobre a execuo dos planos de governo;

    X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, includos os da administrao indireta;

    XI - zelar pela preservao de sua competncia legislativa em face da atribuio normativa dos outros Poderes;

    XII - apreciar os atos de concesso e renovao de concesso de emissoras de rdio e televiso;

    XIII - escolher dois teros dos membros do Tribunal de Contas da Unio;XIV - aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades nucleares;XV - autorizar referendo e convocar plebiscito;XVI - autorizar, em terras indgenas, a explorao e o aproveitamento de recursos

    hdricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;XVII - aprovar, previamente, a alienao ou concesso de terras pblicas com rea superior a dois mil e quinhentos hectares

    2o nvel - RESOLUES

    So os atos de competncia exclusiva8 da Cmara dos Deputados (art. 51), e privativa do Senado Federal (art.52).

    Constituio Federal de 1988

    Art. 51. Compete privativamente Cmara dos Deputados:I - autorizar, por dois teros de seus membros, a instaurao de processo contra o

    Presidente e o Vice-Presidente da Repblica e os Ministros de Estado;II - proceder tomada de contas do Presidente da Repblica, quando no

    apresentadas ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias aps a abertura da sesso legislativa;

    8 Apesar de escrito privativa no texto constitucional, tais matrias esto no campo da atribuio exclusiva da Cmara dos Deputados, visto que so insuscetveis de delegao.

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    III - elaborar seu regimento interno;IV - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao, transformao

    ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    V - eleger membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII.

    Constituio Federal de 1988

    Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da Repblica nos crimes de

    responsabilidade, bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exrcito e da Aeronutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 23, de 02/09/99)

    II processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justia e do Conselho Nacional do Ministrio Pblico, o Procurador-Geral da Repblica e o Advogado-Geral da Unio nos crimes de responsabilidade; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 45, de 2004)

    III - aprovar previamente, por voto secreto, aps argio pblica, a escolha de:a) Magistrados, nos casos estabelecidos nesta Constituio;b) Ministros do Tribunal de Contas da Unio indicados pelo Presidente da

    Repblica;c) Governador de Territrio;d) Presidente e diretores do banco central;e) Procurador-Geral da Repblica;f) titulares de outros cargos que a lei determinar;IV - aprovar previamente, por voto secreto, aps argio em sesso secreta, a

    escolha dos chefes de misso diplomtica de carter permanente;V - autorizar operaes externas de natureza financeira, de interesse da Unio, dos

    Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios;VI - fixar, por proposta do Presidente da Repblica, limites globais para o

    montante da dvida consolidada da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

    VII - dispor sobre limites globais e condies para as operaes de crdito externo e interno da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, de suas autarquias e demais entidades controladas pelo Poder Pblico federal;

    VIII - dispor sobre limites e condies para a concesso de garantia da Unio em operaes de crdito externo e interno;

    IX - estabelecer limites globais e condies para o montante da dvida mobiliria dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios;

    X - suspender a execuo, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por deciso definitiva do Supremo Tribunal Federal;

    XI - aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exonerao, de ofcio, do Procurador-Geral da Repblica antes do trmino de seu mandato;

    XII - elaborar seu regimento interno;XIII - dispor sobre sua organizao, funcionamento, polcia, criao,

    transformao ou extino dos cargos, empregos e funes de seus servios, e a iniciativa de lei para fixao da respectiva remunerao, observados os parmetros estabelecidos na lei de diretrizes oramentrias; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    XIV - eleger membros do Conselho da Repblica, nos termos do art. 89, VII.XV - avaliar periodicamente a funcionalidade do Sistema Tributrio Nacional, em

    sua estrutura e seus componentes, e o desempenho das administraes tributrias da Unio, dos Estados e do Distrito Federal e dos Municpios. (Includo pela Emenda Constitucional n 42, de 19.12.2003)

    Pargrafo nico. Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionar como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenao, que somente ser proferida por dois teros dos votos do Senado Federal, perda do cargo, com inabilitao, por oito anos, para o exerccio de funo pblica, sem prejuzo das demais sanes judiciais cabveis.

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    3o nvel - REGULAMENTOS E DECRETOS EXECUTIVOS

    Os regulamentos e os decretos so os previstos no art. 84, IV, da Constituio Federal.

    Constituio Federal de 1988

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da Repblica:IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e

    regulamentos para sua fiel execuo;

    Tal qual definido pela Constituio, o Regulamento intenciona a fiel execuo da lei. Ele adentra os pormenores nos quais a lei no adentrou.Os decretos aprovam os regulamentos, que constituem documentos elaborados em texto separado daqueles.

    Existem trs tipos de regulamentos: autnomos so os regulamentos que tm por objeto disciplinar a organizao ou a

    atividade administrativa e, por extrair sua validade diretamente da Constituio, inovam o Direito, equivalendo-se ento lei. Posicionamo-nos ao lado daqueles que entendem no existirem os regulamentos autnomos no sistema brasileiro, em face, sobretudo, do princpio da legalidade.9

    delegados so os regulamentos que desenvolvem a lei, inovando a ordem jurdica, e editados segundo autorizao legislativa. Tambm entendemos no existirem em nosso Direito, em decorrncia do princpio da separao de Poderes (art. 20, que acarreta a vedao da delegao de atribuies, excepcionada apenas nos casos expressamente previstos na Constituio.10

    de execuo so os previstos no art. 84, IV, da Constituio. O regulamento de execuo no cria, nem altera, nem extingue direitos ou obrigaes. Os regulamentos facilitam, portanto, a aplicao da lei, criando os meios necessrios para sua melhor compreenso, com o detalhamento de pontos especficos que no se encontram na generalidade da lei.10

    Segundo registra Kildare Gonalves Carvalho10, citando Cretella Jnior, por decreto entende-se a frmula escrita mediante a qual normalmente o Poder Executivo manifesta a vontade, quer tomando providncias relativas s suas atribuies, quer pondo em vigor as normas que lhe compete editar.

    1.3 CLASSIFICAO DO ATO LEGISLATIVO

    So vrios os critrios de classificao do Ato legislativo.Enumera Kildare Carvalho11:

    9 CARVALHO. Kildare Gonalves. Tcnica Legislativa. 3. ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 21.10 CRETELLA JNIOR, J. Comentrios Constituio de 1988. Rio de Janeiro: Forense, 1991, v. V, p.

    2899 Apud CARVALHO. Kildare Gonalves. Tcnica Legislativa. 3. ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2003, p. 21.11 CARVALHO. Kildare Gonalves. Tcnica Legislativa. 3. ed., Belo Horizonte: Del Rey, 2003, pp. 22-

    23.

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    1.3.1. segundo o nvel de governo1.3.1.1. federal1.3.1.2. estadual1.3.1.3. municipal

    1.3.2. segundo a hierarquia institucional:1.3.2.1. ato legislativo constitucional 1.3.2.2. ato legislativo no-constitucional ou ordinrio

    1.3.3. segundo a natureza dos rgos, o ato legislativo provm de:1.3.3.1. rgos legislativos1.3.3.2. rgos administrativos1.3.3.3. rgos jurisdicionais

    1.3.4. segundo a quantidade de rgos que intervm na emisso e expresso do ato legislativo:

    1.3.4.1. ato legislativo simples1.3.4.2. ato legislativo complexo

    1.3.5. segundo o mbito temporal de vigncia:1.3.5.1. ato legislativo permanente1.3.5.2. ato legislativo transitrio

    1.3.6. segundo o mbito territorial de vigncia:1.3.6.1. universal com aplicao em todo o territrio nacional 1.3.6.2. local com aplicao em apenas parte do territrio nacional

    1.3.7. segundo a conformao com o ordenamento jurdico:1.3.7.1. ato legislativo vlido1.3.7.2. ato legislativo invlido

    1.3.8. segundo o cumprimento:1.3.8.1. ato legislativo eficaz1.3.8.2. ato legislativo ineficaz

    1.3.9. segundo a existncia independente ou dependente:1.3.9.1. ato legislativo principal1.3.9.2. ato legislativo acessrio

    1.3.10. segundo os efeitos normativos:1.3.10.1. ato legislativo de efeitos constitutivos1.3.10.2. ato legislativo que modifica ou extingue normas jurdicas

    No art. 22 esto as matrias de competncia privativa da Unio. Sero elas introduzidas no mundo jurdico na forma de leis ordinrias e na forma de leis complementares quando expressamente previstas , no mbito federal.

    Constituio Federal de 1988

    Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre:I direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo,

    aeronutico, espacial e do trabalho;II desapropriao;III requisies civis e militares, em caso de iminente perigo e em tempo de

    guerra;IV guas, energia, informtica, telecomunicaes e radiodifuso;V servio postal;VI sistema monetrio e de medidas, ttulos e garantias dos metais;VII poltica de crdito, cmbio, seguros e transferncia de valores;VIII comrcio exterior e interestadual;IX diretrizes da poltica nacional de transportes;X regime dos portos, navegao lacustre, fluvial, martima, area e

    aeroespacial;XI trnsito e transporte;XII jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia;

    1

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    XIII nacionalidade, cidadania e naturalizao;XIV populaes indgenas;XV emigrao e imigrao, entrada, extradio e expulso de estrangeiros;XVI organizao do sistema nacional de emprego e condies para o

    exerccio de profisses;XVII organizao judiciria, do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica do

    Distrito Federal e dos Territrios, bem como organizao administrativa destes;XVIII sistema estatstico, sistema cartogrfico e de geologia nacionais;XIX sistemas de poupana, captao e garantia da poupana popular;XX sistemas de consrcios e sorteios;XXI normas gerais de organizao, efetivos, material blico, garantias,

    convocao e mobilizao das polcias militares e corpos de bombeiros militares;XXII competncia da polcia federal e das polcias rodoviria e ferroviria

    federais;XXIII seguridade social;XXIV diretrizes e bases da educao nacional;XXV registros pblicos;XXVI atividades nucleares de qualquer natureza;XXVII normas gerais de licitao e contratao, em todas as modalidades,

    para as administraes pblicas diretas, autrquicas e fundacionais da Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas pblicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, 1, III; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

    XXVIII defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa martima, defesa civil e mobilizao nacional;

    XXIX propaganda comercial.Pargrafo nico. Lei complementar poder autorizar os Estados a legislar sobre

    questes especficas das matrias relacionadas neste artigo.

    No art. 24 esto as matrias objeto de legiferao para as quais concorrem a Unio, os Estados e o Distrito Federal. Sero elas introduzidas no mundo jurdico na forma de leis ordinrias e na forma de leis complementares quando expressamente previstas , no mbito federal e estadual/distrital, respectivamente.

    Constituio Federal de 1988

    Art. 24. Compete Unio, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:

    I - direito tributrio, financeiro, penitencirio, econmico e urbanstico;II - oramento;III - juntas comerciais;IV - custas dos servios forenses;V - produo e consumo;VI - florestas, caa, pesca, fauna, conservao da natureza, defesa do solo e dos

    recursos naturais, proteo do meio ambiente e controle da poluio;VII - proteo ao patrimnio histrico, cultural, artstico, turstico e paisagstico;VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e

    direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico;IX - educao, cultura, ensino e desporto;X - criao, funcionamento e processo do juizado de pequenas causas;XI - procedimentos em matria processual;XII - previdncia social, proteo e defesa da sade;XIII - assistncia jurdica e Defensoria pblica;XIV - proteo e integrao social das pessoas portadoras de deficincia;XV - proteo infncia e juventude;XVI - organizao, garantias, direitos e deveres das polcias civis. 1 - No mbito da legislao concorrente, a competncia da Unio limitar-se-

    a estabelecer normas gerais.

    1

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    2 - A competncia da Unio para legislar sobre normas gerais no exclui a competncia suplementar dos Estados.

    3 - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercero a competncia legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.

    4 - A supervenincia de lei federal sobre normas gerais suspende a eficcia da lei estadual, no que lhe for contrrio.

    O art. 30 prev a possibilidade de os municpios tambm legislarem.

    Constituio Federal de 1988

    Art. 30. Compete aos Municpios:I - legislar sobre assuntos de interesse local;II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber;

    1.4 NORMAS JURDICAS COMO OBJETO DO ATO LEGISLATIVO

    1.4.1. REQUISITOS DAS NORMAS JURDICAS

    Os requisitos so: Integralidade todas as matrias envolvidas devem constar de um nico corpo

    normativo. Natureza, contedo e objetivos buscados da matria devem constituir uma nica lei.

    Irredutibilidade a lei deve se restringir ao seu contedo, sob pena que cometer excessos legislativos.

    Coerncia o texto normativo deve ter coerncia. No h espao para contradies. Correspondncia a lei dentro do ordenamento jurdico, dentro da hierarquia legal,

    com relaes de subordinao e supremacia, conforme sua natureza. realidade a lei deve considerar a realidade social, poltica e econmica.

    1.4.2. CLASSIFICAO DAS NORMAS JURDICAS

    De acordo com Paulo Dourado de Gusmo12, temos a seguinte classificao das normas jurdicas:

    Classificao das normas jurdicas (Gusmo)

    12 GUSMO, Paulo Dourado de. Introduo ao Estudo do Direito. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1986, pp. 118-121.

    1

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    em funode seucontedo

    pelo mbitoespacial desua validade

    regra de direito comumregra de direito particularregra de direito internoregra de direito internacional

    da amplitudede seucontedo

    regra de direito geralregra de direito especialregra de direito excepcional

    da forade seucontedo

    norma constitucionallei complementarnorma ordinria

    em funo daaplicabilidadede seu contedo

    lei auto-aplicvel

    lei regulamentvel

    em razo dointeresseque tutela

    regra de direito pblicoregra de direito privadoregra de direito mistoregra de direito internacional

    em funodo grau de suaimperatividade

    em relaoao particular

    norma taxativanorma dispositiva

    em relao aopoder pblico

    norma rgidanorma elsticanorma de direito processualnorma de direito constitucionalnorma de direito fiscalnorma de direito administrativonorma de direito judicirio

    em funode sua forma

    escritas lei, tratado, regulamento, decreto-lei, jurisprudncia etc.

    no-escritas costume

    em funode sua fonte

    legislativa lei, regulamento etc.

    consuetudinria costume

    jurisprudencial jurisprudncia

    doutrinal doutrina autorizada

    convencional tratado internacionalcontrato coletivo de trabalho

    1

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    em funoda ordemjurdica a quepertencem

    nacionais Cdigo Civil brasileiro, p. ex., no que concerne a ns

    estrangeirasCdigo Civil francs, p. ex., quando, por fora do direito internacional privado, for aplicvel no brasil

    em funoda sano

    leges perfectaeleges plus quam perfectaeleges minus quam perfectaeleges imperfectae

    Carvalho traz outra classificao:

    Classificao das normas jurdicas (Carvalho)

    de direito pblicode direito privado

    substantivasadjetivas

    imperativassupletivasde ordem pblicade ordem privada

    positivasnegativasautorizativas

    geraisespeciais ou excepcionais

    permanentestemporriastransitriasrepristinatrias

    1

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    2. TCNICA LEGISLATIVA

    2.1 CONCEITO - ASPECTOS GERAIS

    No conceito de Hsio Fernandes, tcnica legislativa a aplicao do mtodo jurdico elaborao da lei.13

    A tcnica legislativa encontra fundamento no pargrafo nico do art. 59 da Constituio Federal.

    Vejamos o art. 59:

    Constituio Federal de 1988

    Art. 59. O processo legislativo compreende a elaborao de:I - emendas Constituio;II - leis complementares;III - leis ordinrias;IV - leis delegadas;V - medidas provisrias;VI - decretos legislativos;VII - resolues.

    Pargrafo nico. Lei complementar dispor sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis.

    Em cumprimento ao mandamento do pargrafo nico citado, editou-se a Lei Complementar n 95, de 26 de fevereiro de 1998, posteriormente alterada pela Lei Complementar n 107, de 26 de abril de 2001.

    A Lei Complementar n 95, de 26 de fevereiro de 1998, dispe sobre a elaborao, a redao, a alterao e a consolidao das leis, conforme determina o pargrafo nico do art. 59 da Constituio Federal, e estabelece normas para a consolidao dos atos normativos que menciona.

    Reza o art. 1 da Lei Complementar n 95/1998:

    Lei Complementar n 95/1998

    Art. 1 A elaborao, a redao, a alterao e a consolidao das leis obedecero ao disposto nesta Lei Complementar.

    Pargrafo nico. As disposies desta Lei Complementar aplicam-se, ainda, s medidas provisrias e demais atos normativos referidos no art. 59 da Constituio Federal, bem como, no que couber, aos decretos e aos demais atos de regulamentao expedidos por rgos do Poder Executivo.

    Art. 2 (VETADO) 1 (VETADO) 2 Na numerao das leis sero observados, ainda, os seguintes critrios:I - as emendas Constituio Federal tero sua numerao iniciada a partir da

    promulgao da Constituio;II - as leis complementares, as leis ordinrias e as leis delegadas tero

    numerao seqencial em continuidade s sries iniciadas em 1946.

    2.2 BREVE HISTRICO 13 PINHEIRO, Hsio Fernandes, Op. cit,, p. 15.

    15

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    Aurelino Leal apontado como o autor do primeiro trabalho sobre tcnica legislativa publicado no Brasil, consubstanciado em conferncia proferida no Instituto da Ordem dos Advogados Brasileiros, com sede no Rio de Janeiro, e cuja publicao se deu, na Tipografia do Jornal do Comrcio, em 1914, com 90 pginas, com o ttulo Tcnica Constitucional Brasileira.14

    Apenas em 1945, surge o trabalho de Hsio Fernandes Pinheiro, Tcnica Legislativa e as constituies e leis constitucionais do Brasil, da Editora A Noite.

    Pinto Ferreira enaltece a contribuio de Rui Barbosa para o aprimoramento das leis brasileiras, por meio de dois modelos imortais de redao de leis, a Constituio de 1891 e o Cdigo Civil de 1916, ambos de grande beleza literria e artstica.15

    14 FREIRE, Natlia de Miranda. Tcnica e processo legislativo: comentrios Lei Complementar n. 95/98. Belo Horizonte: Del Rey, 2002, p.39.

    15 FERREIRA, Pinto. Tcnica legislativa como a arte de redigir leis. In Revista de Informao Legislativa. Braslia: Senado Federal, 23, n. 89, jan/mar. 1986, p. 172. Apud FREIRE, Op. cit.,p. 40.

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    3. REDAO DA LEI

    3.1 A FORMA E A SUBSTNCIA

    Assim como em toda redao, monografia, tese etc., devemos seguir uma seqncia lgica, um plano de trabalho.

    A forma como se apresenta a matria o texto articulado.

    A substncia a matria versada.

    A tcnica legislativa abrange as fases de iniciativa, elaborao, discusso, sano, promulgao e publicao da norma.

    Vejamos lio de Hsio Fernandes Pinheiro16 sobre a tcnica legislativa, mais notadamente sobre a forma:

    A tcnica legislativa, tomada em seu sentido lato, envolve todo o processo evolutivo de elaborao das leis, isto , desde a verificao da necessidade de legislar para um determinado caso, at o momento em que a lei dada ao conhecimento geral.

    A tcnica legislativa, pois, envolve em seu conceito no s as fases de iniciativa, elaborao, discusso, sano, promulgao e publicao da lei, mas tambm se manifesta em todas as operaes que em qualquer dessas etapas se verificam.

    Na segunda fase, v. g., inclui-se a parte chamada de apresentao ou de redao, que se subdivide em:a) apresentao formal (redao propriamente dita);b) apresentao material (disposio do assunto devidamente subdividido ou agrupado).(...)

    Isto se torna tanto mais compreensvel quando se considera que o desenvolvimento de um assunto qualquer, para a conscientizao de um trabalho de natureza intelectual, subordina-se a um sistema composto de quatro tempos:

    1. fixao da idia;2. determinao do objetivo;3. planejamento (disposio ou sistematizao da matria);4. desenvolvimento (escrito ou verbal), pelo qual se expe ou se apresenta o

    assunto segundo o plano traado.

    Os dois primeiros tempos constituem o chamado fundo, e os dois restantes, forma. Esta concretiza o fim para que se tem voltada a idia. (...)(...)A lei atualmente , antes de tudo, um conjunto esquemtico de disposies e, com isso, a legislao perdeu o seu carter exclusivamente poltico, quando se cingia apenas s questes gerais ou de princpios, apara assumir um carter eminentemente tcnico, como magistralmente observou Francisco Campos (13).Mas essa tcnica no se deve limitar, apenas, ao fundo das leis nem a discusses doutrinrias sobre os reputados melhores sistemas legislativos. Deve ir alm, deve alcanar-lhe tambm a forma, a sua apresentao material.16 PINHEIRO, Hsio Fernandes, Op. cit., pp-15-17.

    17

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    O importante na redao da lei , segundo Reed Dickerson, dizer o que se quer com preciso, coeso, clareza e conciso. A substncia precede a forma, mas as duas vo juntas. A forma importante para a substncia, porque a ambigidade e a expresso confusa comprometem os objetivos da legislao. A substncia e a disposio interessam forma, pois nenhuma simplificao de linguagem capaz de tornar clara uma lei concebida de maneira confusa. Clareza e simplicidade comeam com o pensamento certo e terminam com a expresso certa. 17

    3.2 INSTRUMENTOS DE TRABALHO

    O tcnico legislativo, na elaborao da norma, deve possuir como instrumentos de trabalho uma boa gramtica, um bom dicionrio da lngua portuguesa, um dicionrio de sinnimos e antnimos, um dicionrio de estilo jurdico, um dicionrio de tecnologia jurdica, alm de outros que julgue necessrios.Kildare Gonalves Carvalho apresenta a seguinte relao:

    ALMEIDA, Napoleo Mendes de. Dicionrio de questes vernculas. So Paulo: Caminho Suave, 1981.ALMEIDA, Napoleo Mendes de. Gramtica metdica da lngua portuguesa. So Paulo: Saraiva, 1983.BECHARA, Evanildo. Moderna gramtica portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 1999.CEGALLA, Domingos Paschoal. Novssima gramtica da lngua portuguesa. So Paulo: Ed. Nacional, 1985.CUNHA, Antnio Geraldo da. Dicionrio etimolgico Nova Fronteira da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: nova Fronteira, 1982.CUNHA, Celso Ferreira da. Gramtica da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Fename, 1980.DICIONRIO jurdico da Academia Brasileira de Letras Jurdicas. Rio de Janeiro: Forense, 1990.FERNANDES, Francisco. Dicionrio de verbos e regimes. Rio de Janeiro: Globo, 1965.FERREIRA, Aurlio Buarque de Holanda. Novo dicionrio da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Noa Fronteira, 1986.LIMA, Carlos Henrique Rocha. Gramtica normativa da lngua portuguesa. So Paulo: Ed. Nacional.LUFT, Celso Pedro. Moderna gramtica brasileira. Rio de Janeiro: Globo, 1989.MALTA, Cristvo Piragibe Tostes. Dicionrio jurdico. Rio de Janeiro: Edies Trabalhistas, 1991.NUNES, Pedro. Dicionrio de tecnologia jurdica. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1990.SILVA, De Plcido e. Vocabulrio jurdico. Rio de Janeiro: Forense, 4 v., 1991.

    So necessrias as publicaes concernentes tcnica legislativa: a Lei Complementar n 95/1998 e manuais de tcnica legislativa.

    Tambm se torna imprescindvel o conhecimento da Constituio Federal, dos Regimentos Internos da Cmara dos Deputados e do Senado Federal, alm do Regimento Comum.

    O bom tcnico deve ter um bom conhecimento da hierarquia das leis, da distino entre os diversos atos normativos: lei x decreto, lei complementar x lei ordinria, decreto legislativo x resoluo etc., alm de uma viso de todo o ordenamento jurdico para saber onde se insere a matria que visa normatizar.

    17 DICKERSON, Reed. A arte de redigir leis. Trad. De Paulo de Castro Moreira da Silva. Rio de Janeiro: Forense, 1965, p. 37. Apud CARVALHO, Op. cit., p. 35.

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    3.3 ETAPAS DA REDAO DAS LEIS

    Jorge Jos da Costa18 ensina que a redao das leis compe-se das seguintes etapas:

    1a. verificao da relao social a ser normatizada;2a. verificao da possibilidade jurdica da matria;3a. pesquisa da legislao em vigor;4a. pesquisa da jurisprudncia;5a. estudo da matria;6a. elaborao de anteprojeto;7a. reviso do anteprojeto;8a. redao final da proposio.

    PROJETOProjeto o instrumento pelo qual as duas Casas do Congresso Nacional exercem a sua funo legislativa. Neste caso, pode constituir projeto de lei (ordinria ou complementar), de decreto legislativo e de resoluo, alm da proposta de emenda Constituio.19

    A partir da elaborao do projeto, inicia-se a fase em que a matria ser analisada dentro de um procedimento legislativo.

    18 COSTA, Jorge Jos da. Tcnica Legislativa: procedimentos e normas. Rio de Janeiro: Destaque, p. 21.19 Corra. Elanita Maria Lima. Manual de elaborao legislativa: modelos e informaes. 4. ed. 2002.

    Braslia: Cmara dos Deputados, Coordenao de Publicaes, p. 15.

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    4. ESTRUTURA DA LEI

    Lei Complementar n 95/1998

    Art. 3 A lei ser estruturada em trs partes bsicas:I - parte preliminar, compreendendo a epgrafe, a ementa, o prembulo, o

    enunciado do objeto e a indicao do mbito de aplicao das disposies normativas;

    II - parte normativa, compreendendo o texto das normas de contedo substantivo relacionadas com a matria regulada;

    III - parte final, compreendendo as disposies pertinentes s medidas necessrias implementao das normas de contedo substantivo, s disposies transitrias, se for o caso, a clusula de vigncia e a clusula de revogao, quando couber.

    Assim, so elementos constitutivos da lei:

    PARTE PRELIMINAR: EPGRAFE EMENTA PREMBULO OU CABEALHO ENUNCIADO DO OBJETO INDICAO DO MBITO DE APLICAO

    PARTE NORMATIVA: CONTEXTO (substncia)

    PARTE FINAL: DISPOSIES TRANSITRIAS CLUSULA DE VIGNCIA CLUSULA REVOGATRIA

    FECHO ASSINATURA REFERENDA

    Vejamos o exemplo da pgina seguinte:

    20

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    Lei n 8.666/1993

    LEI N 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993 epgrafe

    Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituio Federal, institui normas para licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras providncias.

    rubrica ouementa

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    prembulo

    Captulo IDAS DISPOSIES GERAIS

    Seo IDos Princpios

    Art. 1o Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitaes e contratos administrativos pertinentes a obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes e locaes no mbito dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.

    Pargrafo nico. Subordinam-se ao regime desta Lei, alm dos rgos da administrao direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundaes pblicas, as empresas pblicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios.

    enunciado do objeto

    partepreliminar

    Art. 2 As obras, servios, inclusive de publicidade, compras, alienaes, concesses, permisses e locaes da Administrao Pblica, quando contratadas com terceiros, sero necessariamente precedidas de licitao, ressalvadas as hipteses previstas nesta Lei.

    Pargrafo nico. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre rgos ou entidades da Administrao Pblica e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formao de vnculo e a estipulao de obrigaes recprocas, seja qual for a denominao utilizada.

    partenormativa

    Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao. (Renumerado por fora do disposto no art. 3 da Lei n 8.883, de 1994)

    clusula devigncia

    Art. 126. Revogam-se as disposies em contrrio, especialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de julho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei no 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei no 5.194, de 24 de dezembro de 1966. (Renumerado por fora do disposto no art. 3 da Lei n 8.883, de 1994)

    clusula derevogao

    partefinal

    Braslia, 21 de junho de 1993, 172 da Independncia e 105o da Repblica.

    fecho da lei

    ITAMAR FRANCO assinatura

    Rubens Ricupero referenda

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    Romildo Canhim4.1 PARTE PRELIMINAR

    4.1.1 EPGRAFE

    Lei Complementar n 95/1998

    Art. 4 A epgrafe, grafada em caracteres maisculos, propiciar identificao numrica singular lei e ser formada pelo ttulo designativo da espcie normativa, pelo nmero respectivo e pelo ano de promulgao.

    4.1.2 RUBRICA OU EMENTA DA LEI

    A rubrica o resumo do contedo da lei. Quando altera dispositivo de outra lei, a ementa refere-se quela, e reproduz sua ementa.Definio dada pela Lei Complementar n 95/1998:

    Lei Complementar n 95/1998

    Art. 5 A ementa ser grafada por meio de caracteres que a realcem e explicitar, de modo conciso e sob a forma de ttulo, o objeto da lei.

    Hsio Fernandes Pinheiro20 registra que a palavra rubrica, de origem latina rubrica - significa terra vermelha, pois assim se denominava uma terra especial dessa cor, usada, h tempos, como adstringente. Em vermelho eram escritos, invariavelmente, as letras iniciais, os ttulos e os captulos dos primeiros livros de direito civil e cannico que foram impressos; e, por muito tempo, observaram essa prtica diversos editores.

    A rubrica, ou ementa, tem como finalidade destacar, dar realce.

    4.1.3 PREMBULO

    Etimologicamente, o prembulo a juno de pre (antes, sobre) com ambulare (marchar, prosseguir), pelo qu significa aquilo que vem antes.

    Na lio de Hsio Fernandes Pinheiro21, prembulo a parte inicial de uma lei que, no se incluindo no texto, serve, no obstante, para identific-la na ordem legislativa, atravs do tempo e do espao.

    J a Lei Complementar n 95/1998 definiu prembulo da seguinte maneira:

    Lei Complementar n 95/1998

    Art. 6 O prembulo indicar o rgo ou instituio competente para a prtica do ato e sua base legal.

    Exemplos de prembulo:

    a) Emenda Constituio:

    Emenda Constituio

    AS MESAS DA CMARA DOS DEPUTADOS E DO SENADO FEDERAL, nos termos do 3 do art. 60 da Constituio Federal, promulgam a seguinte Emenda ao texto constitucional:

    prembulo

    20 PINHEIRO, Hsio Fernandes, Op. cit., p. 24.21 PINHEIRO, Hsio Fernandes, Op. cit., p. 24.

    22

    P_5758, 05/10/07No caso da lei, ordinria ou complementar, o prembulo aposto no Poder Executivo, que a promulga; no caso da proposta de emenda Constituio, a base legal (...) o art. 60 da Constituio; nos demais atos de competncia do Congresso Nacional, a base legal ser aposta aps a aprovao da proposio, por ocasio da redao final

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    b) Lei Complementar:

    Lei Complementar

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar: prembulo

    c) Lei Ordinria:

    Lei Ordinria O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: prembulo

    d) Lei Delegada:

    Lei delegada n 13/1992 O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que, no uso da delegao constante da Resoluo n 1, de 1992-CN, decreto a seguinte lei: prembulo

    e) Medida Provisria:

    Medida Provisria n 357/2007

    O PRESIDENTE DA REPBLICA, no uso da atribuio que lhe confere o art. 62 da Constituio, adota a seguinte Medida Provisria, com fora de lei: prembulo

    f) Decreto Legislativo:

    Decreto Legislativo O Congresso Nacional decreta: prembulo

    g) Resoluo:

    Resoluo n 17/1989 A Cmara dos Deputados, considerando a necessidade de adaptar o seu funcionamento e processo legislativo prprio Constituio Federal, resolve: prembulo

    AUTORIA OU FUNDAMENTO LEGAL DA AUTORIDADE

    a parte do prembulo que contm a autoridade competente para a promulgao do ato normativo.Na lei n 8.112/1990:

    Lei n 8.112/1990

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    CLUSULAS JUSTIFICATIVAS DO ATO

    A Lei Complementar n 95/1998 no dispe sobre as clusulas justificativas do ato.Consistem nas expresses considerando, tendo em vista, atendendo etc. diferente da exposio de motivos, que consiste num documento parte, onde so expostas as principais idias que resultaram na elaborao do instrumento normativo.

    23

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    ORDEM DE EXECUO OU MANDATO DE CUMPRIMENTO

    Consiste na parte imperativa do prembulo, em que o rgo legiferante d um mandamento, como DECRETA, PROMULGA, RESOLVE, etc.

    Na lei n 8.112/1990:

    Lei n 8.112/1990

    O PRESIDENTE DA REPBLICA Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

    Na Constituio Federal temos o seguinte prembulo, cuja parte imperativa o PROMULGAMOS. Vejamos:

    Constituio Federal de 1988

    PREMBULO Ns, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assemblia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar o exerccio dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a soluo pacfica das controvrsias, promulgamos, sob a proteo de Deus, a seguinte CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

    4.1.4 ENUNCIADO DO OBJETO

    O art. 7 da Lei Complementar n 95/1998 determina que o primeiro artigo do texto indicar o objeto da lei. Cada lei somente pode tratar de um nico objeto.

    4.2 PARTE NORMATIVA Texto ou Corpo da Lei (Contexto)

    O contexto consiste na matria versada, na parte normativa da lei.Vejamos o disposto no art. 7 da Lei Complementar n 95/1998 sobre o contexto da lei:

    Lei Complementar n 95/1998

    Art. 7 O primeiro artigo do texto indicar o objeto da lei e o respectivo mbito de aplicao, observados os seguintes princpios:

    I - excetuadas as codificaes, cada lei tratar de um nico objeto;II - a lei no conter matria estranha a seu objeto ou a este no vinculada por

    afinidade, pertinncia ou conexo;III - o mbito de aplicao da lei ser estabelecido de forma to especfica

    quanto o possibilite o conhecimento tcnico ou cientfico da rea respectiva;IV - o mesmo assunto no poder ser disciplinado por mais de uma lei, exceto

    quando a subseqente se destine a complementar lei considerada bsica, vinculando-se a esta por remisso expressa.

    4.2.1 UNIDADES NORMATIVAS - ARTIGOS, PARGRAFOS, INCISOS, ALNEAS, ITENS

    ARTIGO

    a unidade bsica das normas.A etimologia de artigo consiste no latino articulus, diminutivo de arthus, retirado do grego arthron.

    24

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    Hsio Fernandes Pinheiro22 registra que, em sentido legal, artigo significa parte, juntura, articulao dos assuntos de um ato da ordem legislativa e, na apresentao material deste, desempenha ele relevante papel.

    O artigo representado em negrito, pela abreviatura da palavra (a comear por letra maiscula), sendo seguido de ponto, de nmero (ordinal de 1 a 9 e cardinal a partir de 10), e, novamente, de ponto. A frase que inicia o artigo tambm iniciada por letra maiscula. Encerra um pensamento completo.

    Pinheiro assevera que a redao do artigo deve subordinar-se a regras prprias, que elenca no nmero de doze.Carvalho23 colaciona um total de vinte e cinco regras, de autoria de Carlos Maximiliano, Hsio Fernandes Pinheiro e Reed Dickerson.So elas:

    1 regra: Cada artigo deve abranger um nico assunto.Exemplo:

    Cdigo Civil Art. 1 Toda pessoa capaz de direitos e deveres na ordem civil.

    2 regra: O artigo dar, exclusivamente, a norma geral, o princpio. As medidas complementares e as excees devem ser reservadas s subdivises, especialmente aos pargrafos.

    Exemplo:

    Cdigo Civil Art. 1.967. As disposies, que excederem a parte disponvel,reduzir-se-o aos limites dela, de conformidade com o disposto nos pargrafos seguintes.

    1 Em se verificando excederem as disposies testamentrias a poro disponvel, sero proporcionalmente reduzidas as quotas do herdeiro ou herdeiros institudos, at onde baste, e no bastando, tambm os legados, na proporo do seu valor.

    2 Se o testador, prevenindo o caso, dispuser que se inteirem, de preferncia, certos herdeiros e legatrios, a reduo far-se- nos outros quinhes ou legados, observando-se, a seu respeito, a ordem estabelecida no pargrafo antecedente.24

    3 regra: As siglas e abreviaturas devem ser preferencialmente abolidas do texto legislativo, mas, se usadas, deve ser feita a primeira referncia por extenso e, em seguida, entre parnteses, a sigla ou abreviatura.

    4 regra: Quando o assunto tratado no artigo exigir discriminaes, o enunciado compor o artigo, e os elementos que devem ser discriminados sero apresentados na forma de inciso.

    Exemplo:

    22 PINHEIRO, Hsio Fernandes, Op. cit,, p. 52.23 CARVALHO, Op. cit., p. 57.24 Esse tipo de remisso no aprovado pela tcnica legislativa atual.

    25

    Art. 1o Art. 10.

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    Lei n 8.112/1990

    Art. 8 So formas de provimento de cargo pblico: I - nomeao; II - promoo; III - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)IV - (Revogado pela Lei n 9.527, de 10.12.97)V - readaptao; VI - reverso; VII - aproveitamento; VIII - reintegrao;

    IX - reconduo. 5 regra: Deve-se evitar o emprego de expresses esclarecedoras, como, por

    exemplo, v.g., e outra, buscando a maior preciso possvel na definio da idia.

    6 regra: Devem ser preferidas as palavras de sentido nacional, evitando-se as expresses locais e regionais.

    7 regra: As frases devem ser reduzidas ao mnimo possvel, sem, contudo, prejudicarem a idia bsica.

    8 regra: Nas leis extensas, os primeiros artigos devem ser utilizados para a definio do objeto da lei e para a limitao do seu domnio de aplicao.

    9 regra: Cada artigo deve ser colocado em seu justo lugar no texto, segundo o assunto que contm. Assim, cada assunto em seu artigo e cada artigo em seu lugar.

    10 regra: As expresses devem ser usadas em seu significado vulgar, salvo quando se tratar de assunto tcnico. Mesmo nesse caso dever-se- ressalvar a observncia da linguagem e do estilo jurdicos.

    11 regra: A preciso da linguagem, tcnica ou vulgar, a fim de que o objetivo do artigo seja facilmente compreendido e o seu contedo se preste ao mnimo possvel de interpretaes.

    12 regra: A uniformidade inicial dos verbos deve ser mantida, quando possvel, toda vez que os artigos se sucederem, tratando de assuntos heterogneos.

    Trata-se de paralelismo, que consiste no s na uniformidade dos verbos, mas na uniformidade inicial.

    Exemplo da regra seguida:

    Constituio Federal de 1988

    Art. 58. O Congresso Nacional e suas Casas tero comisses permanentes e temporrias, constitudas na forma e com as atribuies previstas no respectivo regimento ou no ato de que resultar sua criao.

    1 Na constituio das Mesas e de cada Comisso, assegurada, tanto quanto possvel, a representao proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que participam da respectiva Casa.

    2 s comisses, em razo da matria de sua competncia, cabe:I - discutir e votar projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a

    competncia do Plenrio, salvo se houver recurso de um dcimo dos membros da Casa;

    II - realizar audincias pblicas com entidades da sociedade civil;III - convocar Ministros de Estado para prestar informaes sobre assuntos

    inerentes a suas atribuies;

    26

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    IV - receber peties, reclamaes, representaes ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omisses das autoridades ou entidades pblicas;

    V - solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidado;VI - apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de

    desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 3 As comisses parlamentares de inqurito, que tero poderes de investigao

    prprios das autoridades judiciais, alm de outros previstos nos regimentos das respectivas Casas, sero criadas pela Cmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um tero de seus membros, para a apurao de fato determinado e por prazo certo, sendo suas concluses, se for o caso, encaminhadas ao Ministrio Pblico, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores.

    4 Durante o recesso, haver uma Comisso representativa do Congresso Nacional, eleita por suas Casas na ltima sesso ordinria do perodo legislativo, com atribuies definidas no regimento comum, cuja composio reproduzir, quanto possvel, a proporcionalidade da representao partidria.

    13 regra: As definies s devem ser utilizadas quando absolutamente necessrias e colocadas onde for mais fcil encontr-las.

    14 regra: A forma mais simples deve ser preferida.

    Segundo Reed Dickerson (p. 94):

    No digam DigamDar considerao a ConsiderarDar reconhecimento a ReconhecerFazer requerimento RequererFazer pagamento PagarFazer proviso ProverFazer nomeao Nomear aplicvel Aplica-se dependente de DependeNa determinao da Antigidade, o secretrio...

    Ao determinar a Antigidade, o secretrio...

    Por ocasio de sua morte Quando ele morrerTer necessidade de NecessitarTer conhecimento de Conhecer

    15 regra: Quando se confere um direito, atribuio ou poder, o termo a ser utilizado pode. Contudo, se o direito conferido pode ser interpretado como uma faculdade, o termo a ser empregado tem o direito de.... Para restringir um direito, privilgio ou poder, o termo conveniente no pode. Quando se impe uma obrigao de agir, usa-se deve, dever. Entretanto, se a obrigao de no agir, use-se no pode.

    16 regra: O tempo indicativo presente deve ser o usado, j que a lei pertence ao momento em que lida, e no somente quele em que foi promulgada. Tambm em todo dispositivo declaratrio, isto , que se confunde com a prpria execuo, o indicativo deve ser usado e no o imperativo. Assim, em vez de dizer o equipamento dever continuar propriedade do Brasil, melhor escrever: o equipamento continua propriedade do Brasil.

    17 regra: Deve-se evitar o erro de usar sujeito negativo com um dever positivo. Assim, no se deve escrever ningum dever, mas ningum poder.

    27

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    que, como assinala Dickerson, ningum dever significa que ningum obrigado a agir desta maneira, nega a obrigao, mas no a permisso de agir. Por outro lado, ningum pode nega tambm a permisso e , portanto, uma proibio mais completa.

    18 regra: As letras maisculas devem ser empregadas somente quando necessrias. Exemplo: Lei, quando se referir a uma determinada lei.

    19 regra: As clusulas condicionais devem ser evitadas para introduzir uma exceo ou limitao. Assim, melhor dizer exceto que, entretanto, ou construir nova orao. Se houver acrscimo, deve-se comear novo pargrafo.

    20 regra: necessrio evitar as ambigidades. No se deve dizer entre as idades de 18 e 50, mas: 18 anos ou mais, e menos de 50.

    21 regra: O perodo deve ser claramente especificado. No se deve dizer: De 1 de julho de 1990 ou Entre 1 de julho de 1990 e ..., mas Depois de 30 de junho de 1990 ou Antes de 1de julho de 1990.

    22 regra: No se deve enunciar a mesma regra em mais de um lugar.

    23 regra: Os dispositivos permanentes devem preceder aos temporrios.

    24 regra: Caso o sentido da frase permita, deve ser usado o singular e, no, o plural.

    25 regra: Se a mesma idia pode ser expressa corretamente em forma positiva ou negativa, a forma positiva deve ser adotada. Assim, no se deve dizer: Este artigo no se aplica a indivduos com menos de 60 anos, mas: Este artigo s se aplica a indivduos que j completaram 60 anos.

    O artigo dar, exclusivamente, a norma geral, o princpio. As medidas complementares e as excees devem ser reservadas s subdivises, especialmente aos pargrafos.

    A Lei Complementar n 95/1998 disciplina o artigo nos incisos I e II do art. 10 da seguinte maneira:

    Lei Complementar n 95/1998

    Art. 10. Os textos legais sero articulados com observncia dos seguintes princpios:

    I - a unidade bsica de articulao ser o artigo, indicado pela abreviatura "Art.", seguida de numerao ordinal at o nono e cardinal a partir deste;

    II - os artigos desdobrar-se-o em pargrafos ou em incisos; os pargrafos em incisos, os incisos em alneas e as alneas em itens;

    PARGRAFOS

    Pargrafo, paragraphus em latim e paragrapheus em grego, compe-se de para (ao lado) e graphein (escrever). Assim, significa escrever ao lado, revelando a sua natureza acessria, secundria.

    O pargrafo trata de um pormenor do artigo, mas encerra um pensamento completo. O pargrafo representado pelo sinal grfico seguido de nmero ordinal at o 9 e cardinal a partir do 10. A partir do 10, o nmero seguido de ponto final.Quando s h um pargrafo, grafa-se Pargrafo nico., geralmente em itlico, seguido de ponto final.

    28

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    Ensina Hsio Fernandes Pinheiro25, que o pargrafo est intimamente relacionado com o artigo, sendo, sempre, conseqncia e dependente dele. Colaciona regras prprias:

    1 regra: constitui objeto de pargrafo o conjunto de pormenores ou preceitos necessrios perfeita inteligncia do artigo;

    2 regra: a matria tratada no pargrafo deve estar intimamente ligada de que se ocupa o artigo. Acessorium sequitur principalis;

    3 regra: a regra fundamental, o princpio, nunca deve ser enunciada em pargrafo;4 regra: o pargrafo deve conter as restries do artigo ou, ento, completar as

    disposies deste ltimo.

    Vejamos o exemplo do art. 29-A da Constituio Federal, includo posteriormente pela Emenda n 25, de 2000, no qual o artigo subdividiu-se em incisos e em pargrafos, e estes, em incisos.

    Constituio Federal de1988

    Art. 29-A. O total da despesa do Poder Legislativo Municipal, includos os subsdios dos Vereadores e excludos os gastos com inativos, no poder ultrapassar os seguintes percentuais, relativos ao somatrio da receita tributria e das transferncias previstas no 5o do Art. 153 e nos arts. 158 e 159, efetivamente realizado no exerccio anterior: (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    I - oito por cento para Municpios com populao de at cem mil habitantes; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    II - sete por cento para Municpios com populao entre cem mil e um e trezentos mil habitantes; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    III - seis por cento para Municpios com populao entre trezentos mil e um e quinhentos mil habitantes; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    IV - cinco por cento para Municpios com populao acima de quinhentos mil habitantes. (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    1o A Cmara Municipal no gastar mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, includo o gasto com o subsdio de seus Vereadores. (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    2o Constitui crime de responsabilidade do Prefeito Municipal: (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    I - efetuar repasse que supere os limites definidos neste artigo; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    II - no enviar o repasse at o dia vinte de cada ms; ou (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    III - envi-lo a menor em relao proporo fixada na Lei Oramentria. (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000) 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da Cmara Municipal o desrespeito ao 1o deste artigo. (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    O pargrafo subdivide-se em incisos.

    25 PINHEIRO, Hsio Fernandes. Op. cit., pp. 65/66.

    29

    1o Pargrafo nico. 10.

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    INCISOS

    Segundo Galvo, se existir matria que no puder ser includa na composio junto ao texto do artigo e que no possa constituir um pargrafo, utilizam-se os incisos. As alneas ou letras so subdivises dos pargrafos e dos incisos.26

    Exemplo: Observemos que o art. 29 da Constituio subdividiu-se em incisos, e estes em alneas. No houve a contemplao de pargrafos.

    Constituio Federal de1988

    Art. 29. O Municpio reger-se- por lei orgnica, votada em dois turnos, com o interstcio mnimo de dez dias, e aprovada por dois teros dos membros da Cmara Municipal, que a promulgar, atendidos os princpios estabelecidos nesta Constituio, na Constituio do respectivo Estado e os seguintes preceitos:

    I - eleio do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultneo realizado em todo o Pas;

    II - eleio do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao trmino do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do Art. 77, no caso de Municpios com mais de duzentos mil eleitores; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 16, de1997)

    III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1 de janeiro do ano subseqente ao da eleio;

    IV - nmero de Vereadores proporcional populao do Municpio, observados os seguintes limites:

    a) mnimo de nove e mximo de vinte e um nos Municpios de at um milho de habitantes;

    b) mnimo de trinta e trs e mximo de quarenta e um nos Municpios de mais de um milho e menos de cinco milhes de habitantes;

    c) mnimo de quarenta e dois e mximo de cinqenta e cinco nos Municpios de mais de cinco milhes de habitantes;

    V - subsdios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretrios Municipais fixados por lei de iniciativa da Cmara Municipal, observado o que dispem os arts. 37, XI, 39, 4, 150, II, 153, III, e 153, 2, I; (Redao dada pela Emenda constitucional n 19, de 1998)

    VI - o subsdio dos Vereadores ser fixado pelas respectivas Cmaras Municipais em cada legislatura para a subseqente, observado o que dispe esta Constituio, observados os critrios estabelecidos na respectiva Lei Orgnica e os seguintes limites mximos: (Redao dada pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    a) em Municpios de at dez mil habitantes, o subsdio mximo dos Vereadores corresponder a vinte por cento do subsdio dos Deputados Estaduais; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    b) em Municpios de dez mil e um a cinqenta mil habitantes, o subsdio mximo dos Vereadores corresponder a trinta por cento do subsdio dos Deputados Estaduais; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    c) em Municpios de cinqenta mil e um a cem mil habitantes, o subsdio mximo dos Vereadores corresponder a quarenta por cento do subsdio dos Deputados Estaduais; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    d) em Municpios de cem mil e um a trezentos mil habitantes, o subsdio mximo dos Vereadores corresponder a cinqenta por cento do subsdio dos Deputados Estaduais; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    e) em Municpios de trezentos mil e um a quinhentos mil habitantes, o subsdio mximo dos Vereadores corresponder a sessenta por cento do subsdio dos Deputados Estaduais; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    f) em Municpios de mais de quinhentos mil habitantes, o subsdio mximo dos 26 GALVO, Rodrigo (org.). Elementos de Tcnica legislativa Teoria e Prtica. Sergio Antonio

    Fabris Editor., 1995, p. 55.

    30

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    Vereadores corresponder a setenta e cinco por cento do subsdio dos Deputados Estaduais; (Includo pela Emenda Constitucional n 25, de 2000)

    VII - o total da despesa com a remunerao dos Vereadores no poder ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Municpio; (Includo pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)

    VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opinies, palavras e votos no exerccio do mandato e na circunscrio do Municpio; (Renumerado do inciso VI, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)

    IX - proibies e incompatibilidades, no exerccio da vereana, similares, no que couber, ao disposto nesta Constituio para os membros do Congresso Nacional e na Constituio do respectivo Estado para os membros da Assemblia Legislativa; (Renumerado do inciso VII, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)

    X - julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justia; (Renumerado do inciso VIII, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)

    XI - organizao das funes legislativas e fiscalizadoras da Cmara Municipal; (Renumerado do inciso IX, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)

    XII - cooperao das associaes representativas no planejamento municipal; (Renumerado do inciso X, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)

    XIII - iniciativa popular de projetos de lei de interesse especfico do Municpio, da cidade ou de bairros, atravs de manifestao de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado; (Renumerado do inciso XI, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)XIV - perda do mandato do Prefeito, nos termos do Art. 28, pargrafo nico. (Renumerado do inciso XII, pela Emenda Constitucional n 1, de 1992)

    Os incisos compem uma relao, uma enumerao, que consiste no desdobramento do seu comando (pargrafo ou artigo). Por consistirem uma continuao do pensamento j exposto, no so iniciados por letras maisculas.

    Os incisos so representados por nmeros romanos, seguidos de travesso e pontuados ao fim por ponto e vrgula, quando ainda h incisos por vir, e, quando no, por ponto final.

    Os incisos subdividem-se em alneas (ou letras).

    ALNEAS (ou letras)

    Quando o inciso precisar de desdobramento, este ser feito por meio de alneas, tambm chamadas de letras.

    As alneas so representadas por letras minsculas, seguidas de parnteses geralmente em itlico. Por consistirem continuao da frase do inciso, as frases que seguem a representao so iniciadas por letras minsculas.

    As alneas subdividem-se em itens.

    31

    I

    a)

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    ITENS

    Os itens so representados por algarismos arbicos, em cardinais, seguidos de ponto final. Os itens so os desdobramentos das alneas.Por consistirem continuao da frase da alnea, as frases que seguem a representao so iniciadas por letras minsculas. So finalizadas por ponto e vrgula, salvo ao final da enumerao, quando so finalizadas por ponto final.

    Sua etimologia indica que a palavra provm do snscrito ithan, que significa igualdade, do mesmo modo, por conseguinte.

    Exemplos: Os itens so mais utilizados em normas regulamentares, nas quais h muitos detalhes. Veja-se o exemplo da Instruo Normativa da Secretaria da Receita Federal n 574:

    Instruo Normativa SRF n 574, de 23/11/ 2005

    Instruo Normativa SRF n 574, de 23 de novembro de 2005 (*)

    Dispe sobre a regularidade fiscal do sujeito passivo, quanto aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, para efeitos de emisso de certido conjunta perante a Secretaria da Receita Federal e a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e d outras providncias.Alterada pela IN SRF n 586, de 20 de dezembro de 2005. Alterada pela IN SRF n 654, de 25 de maio de 2006.

    O SECRETRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso da atribuio que lhe confere o art. 27 do Decreto n 5.585, de 19 de novembro de 2005, o inciso III do art. 230 do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria MF n o 30, de 25 de fevereiro de 2005 , e tendo em vista o disposto na aliena "b" do inciso XXXIV do art. 5 da Constituio, nos arts. 205 e 206 da Lei n 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Cdigo Tributrio Nacional, no 1 do art. 1 do Decreto-lei n 1.715, de 22 de novembro de 1979, no art. 47 da Lei n 8.212, de 24 de julho de 1991, no art. 35 da Lei n 10.522, de 19 de julho de 2002 , no Decreto n 5.586, de 19 de novembro de 2005, no inciso III do art. 3 da Portaria MF n 289, de 28 de julho de 1999, e na Portaria Conjunta PGFN/SRF n 3, de 23 de novembro de 2005 , resolve:

    Art. 1 A emisso das certides conjuntas de que trata a Portaria Conjunta PGFN/SRF n 3, de 23 de novembro de 2005, observar, relativamente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal (SRF), o disposto nesta Instruo Normativa.

    Pargrafo nico. Aplica-se emisso das certides conjuntas a que se refere o caput o disposto nos atos regulamentares expedidos pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em relao s inscries em Dvida Ativa da Unio (DAU).Certido Conjunta Negativa

    Art. 2 A certido conjunta negativa de que trata o art. 2 da Portaria Conjunta PGFN/SRF n 3, de 2005, ser emitida quando for verificada a regularidade fiscal do

    32

    1.

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    sujeito passivo quanto aos tributos administrados pela SRF e quanto DAU administrada pela PGFN.

    1 A regularidade fiscal, no mbito da SRF, caracteriza-se pela no existncia de pendncias cadastrais e de dbitos em nome do sujeito passivo, observadas, ainda, as seguintes condies:

    I - no caso de pessoa fsica, no constar como omissa quanto entrega:a) da Declarao de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Fsicas

    (DIRPF);b) da Declarao Anual de Isento (DAI), se desobrigada da entrega da DIRPF;c) da Declarao do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), se

    estiver obrigada a sua apresentao;d) da Declarao do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), se estiver

    obrigada a sua apresentao;II - no caso de pessoa jurdica:a) constar, em seu nome, recolhimento regular dos valores devidos a ttulo de

    contribuio para o Programa de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico (Pasep), abrangendo os doze meses que antecedem formalizao do pedido, na hiptese de o interessado ser Estado, o Distrito Federal ou Municpio;

    b) que no figure27 como omissa quanto entrega:1. da Declarao de Informaes Econmico-Fiscais da Pessoa Jurdica (DIPJ);2. da Declarao Simplificada e da Declarao Simplificada das Pessoas

    Jurdicas - Simples, para as microempresas e empresas de pequeno porte enquadradas no Simples, conforme o ano-calendrio a que se referir;

    3. da Declarao Simplificada e da Declarao Simplificada das Pessoas Jurdicas Inativas (Declarao de Inatividade), para as pessoas jurdicas consideradas inativas, conforme o ano-calendrio a que se referir;

    4. da Declarao de Dbitos e Crditos Tributrios Federais (DCTF);5. da Declarao do Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF); e6. da Declarao do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), se

    estiver obrigada a sua apresentao.

    itens

    2 No caso de pessoa jurdica, a certido conjunta ser emitida em nome do estabelecimento matriz, ficando condicionada regularidade fiscal de todos os estabelecimentos filiais. (Redao dada pela IN SRF n 654, de 25 de maio de 2006 )

    Certido Conjunta Positiva com Efeitos de NegativaArt. 3 A certido conjunta positiva com efeitos de negativa, de que trata o art.

    3 da Portaria Conjunta PGFN/SRF n 3, de 2005, ser emitida quando no existirem pendncias cadastrais em nome do sujeito passivo e constar, em seu nome, somente a existncia de dbito:

    I - cuja exigibilidade esteja suspensa em virtude de:a) moratria;b) depsito do seu montante integral;c) impugnao ou recurso, nos termos das leis reguladoras do processo tributrio

    administrativo;d) concesso de medida liminar em mandado de segurana;e) concesso de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espcies de

    ao judicial; ouf) parcelamento, hiptese na qual deve constar, em seu nome, recolhimento

    regular das parcelas devidas:1. ao Programa de Recuperao Fiscal (Refis), ou ao parcelamento a ele

    alternativo, de que trata a Lei n 9.964, de 10 de abril de 2000, desde a data de opo, relativamente s pessoas jurdicas que aderiram a esse programa;

    2. ao Parcelamento Especial (Paes), de que trata a Lei n 10.684, de 30 de maio de 2003, desde a data de opo, relativamente s pessoas fsicas e jurdicas que aderiram a esse parcelamento; e

    3. em decorrncia de qualquer outra modalidade de parcelamento concedido pela SRF.

    itens

    II - cujo lanamento se encontre no prazo legal para impugnao ou recurso, 27 H falta de paralelismo entre a alnea b) e a alnea a) do inciso II do 1 do art. 2.

    33

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    nos termos do Decreto n 70.235, de 6 de maro de 1972. 1 A pessoa jurdica em relao qual no constar regularidade nos registros

    da SRF, quanto aos recolhimentos referidos no item "1" da alnea "f" do inciso I do caput deste artigo, relativamente a perodos em que no tenha auferido receita bruta, atendidos os demais requisitos, poder obter a certido mediante justificativa de ausncia de recolhimento, prestada no ato do requerimento, por meio do preenchimento do formulrio constante no Anexo I.

    2 A certido de que trata este artigo ter os mesmos efeitos da certido conjunta negativa.

    Art. 4 Nas hipteses das alneas "b", "d" e "e" do inciso I do caput do art. 3, devero ser juntadas ao requerimento cpias dos depsitos, das decises e de outros documentos que comprovem a suspenso da exigibilidade do crdito tributrio.

    Pargrafo nico. A apresentao de cpias dos depsitos, decises ou outros documentos de que trata o caput poder ser dispensada quando constatada a suspenso da exigibilidade do crdito tributrio. (Includo pela IN SRF n 586, de 20/12/2005)Certido Conjunta Positiva

    Art. 5 A certido conjunta positiva de que trata o art. 4 da Portaria Conjunta PGFN/SRF n 3, de 2005, no mbito da SRF, ser emitida pela unidade do domiclio tributrio do sujeito passivo, quando no for comprovada a sua regularidade fiscal, nos termos dos arts. 1 a 4 desta Instruo Normativa.Formalizao do Requerimento de Certido Conjunta

    Art. 6 As certides de que tratam os arts. 2 e 3 sero solicitadas e emitidas por meio da Internet, nos endereos eletrnicos ou .

    Art. 7 Na impossibilidade de emisso de certido pela Internet e havendo indicao para que o interessado comparea SRF, o sujeito passivo dever apresentar requerimento de emisso de certido conjunta na unidade da SRF de seu domiclio tributrio.

    Art. 8 A certido conjunta poder ser requerida pelas pessoas referidas no art. 8 da Portaria Conjunta PGFN/SRF n 3, de 2005.

    Art. 9 O requerimento de certido ser efetuado por meio do formulrio "Requerimento de Certido Conjunta" constante no Anexo II.

    Pargrafo nico. O formulrio de que trata o caput poder ser reproduzido livremente, por cpia reprogrfica, e ser disponibilizado nas pginas da SRF e da PGFN na Internet, nos endereos eletrnicos referidos no art. 6.Disposies Gerais

    Art. 10. Na hiptese de concesso ou reconhecimento de qualquer incentivo ou benefcio fiscal, no mbito da SRF, vedada a exigncia da certido conjunta de que trata o art. 1 da Portaria Conjunta PGFN/SRF n 3, de 2005, cabendo a verificao de regularidade fiscal do sujeito passivo unidade da SRF encarregada da anlise do pedido.

    Art. 11. As pesquisas sobre a situao fiscal e cadastral do requerente restringir-se-o ao sistema eletrnico de emisso de certides.

    Art. 12. Esta Instruo Normativa entra em vigor na data de sua publicao.Art. 13. Ficam revogadas, sem interrupo de sua fora normativa, as Instrues

    Normativas RFB n 558, de 19 de agosto de 2005, e n 565, de 31 de agosto de 2005.

    JORGE ANTONIO DEHER RACHID

    Nas enumeraes feitas por incisos e alneas, as frases comeam por letras minsculas e so pontuadas ao final por ponto e vrgula, nos casos em que h ainda enumerao a ser feita. A ltima frase finalizada por ponto final.

    4.2.2 AGRUPAMENTOS - Seo, Captulo, Ttulo, Livro, Parte

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    O artigo o elemento central do texto normativo.O agrupamento dos artigos ser feito conforme o assunto versado.

    Ao conjunto de artigos, d-se o nome de seo. A Seo, por sua vez, pode subdividir-se em subsees. Ao conjunto de sees, d-se o nome de captulo.Ao conjunto de captulos, d-se o nome de ttulo.Ao conjunto de ttulos, d-se o nome de livro.Ao conjunto de livros, d-se o nome de parte. Esta, por sua vez, pode ser dividida em geral e especial.

    SubseoSEO ou SeoCAPTULOTTULOLIVRO

    Os captulos, os ttulos e os livros so grafados, geralmente, em letras maisculas e seguidos de algarismos romanos. Abaixo, redige-se um pequeno ttulo, no qual cada palavra grafada em letra maiscula (geralmente). Tudo centralizado na pgina e em negrito.

    As letras das sees podem vir grafadas todas em maisculo, ou apenas a primeira, assim como as subsees. As subsees podem ser grafadas em itlico para uma diferenciao maior em relao seo correspondente. As PARTES no so seguidas de nmeros, mas de GERAL e ESPECIAL.

    PARTE GERAL E PARTE ESPECIAL

    A Parte Geral congrega os princpios gerais que norteiam a aplicao do texto normativo.

    Segundo Clvis Bevilcqua28, destina-se a parte geral exposio dos princpios que se aplicam ou se podem aplicar s diversas matrias do direito civil, e dos assumptos que se no incluiriam naturalmente em nenhuma das seces da parte especial.

    Hsio Fernandes transcreve a opinio da Comisso encarregada de rever o Cdigo Civil:b) Uma Parte Geral, apta a conter os princpios, as idias, por assim dizer, abstractas e geraes do direito civil, no que diz respeito aos seus elementos capites, subdividida, sob este critrio, em trs Livros, um sobre as Pessoas, outro relativo aos Bens, um terceiro referente aos Factos jurdicos;c) Uma Parte Especial composta de quatro Livros, abarcando o direito civil, na quadrupla ramificao de suas applicaes prticas: a Famlia, as Cousas, as Obrigaes, as Successes29.

    Em que pese a regra ser de dois agrupamentos: Parte Geral e Parte Especial, h a possibilidade de encontrar-se no ordenamento jurdico exceo. O Cdigo Comercial, por exemplo, traz os agrupamentos Parte Primeira, Parte Segunda etc.

    28 COELHO, A. Ferreira. Cdigo Civil dos E.E.U.U. do Brasil comparado, commentado e analysado 23 vols. Rio de Janeiro, 1920, p. 60. Apud PINHEIRO, Op. cit, p. 75.

    29 COELHO, A. Ferreira. Op. Cit. p. 220. Apud PINHEIRO, Op. cit, p. 75.

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    4.3 PARTE FINAL

    4.3.1 CLUSULA DE VIGNCIA

    A clusula de vigncia consiste no dispositivo que determina a data em que a lei entrar em vigor.

    Lembra Carvalho30 que a eficcia pressupe a vigncia, um prius em relao quela. Assim, sobre a vigncia, ainda ressalta:

    A entrada em vigor de uma lei est condicionada aos seguintes critrios:a) o da data de sua publicao;b) o do dia prefixado ou do prazo determinado, depois de sua publicao;c) o do momento em que ocorrer certo acontecimento ou se efetivar dada

    formalidade nela previstos, aps sua publicao;d) o da data que decorre de seu carter.

    Tem sido regra em nossa prtica legislativa disporem as leis sobre sua entrada em vigor, que costuma ser a data de sua publicao (clusula de vigncia). Adota-se a seguinte frmula: Esta Lei entra em vigor na data de sua publicao.Na falta de disposio expressa, dispe a Lei de Introduo ao Cdigo Civil (art. 1): Salvo disposio contrria, a lei comea a vigorar em todo o pas quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. Consagra, portanto, a referida Lei de Introduo o sistema oposto ao da obrigatoriedade simultnea da lei.

    A Lei Complementar n 95/1998 determina em seu art. 8, diferentemente da LICC, que a vigncia deve estar expressa. Assim, hoje, toda lei possui clusula de vigncia.

    Lei Complementarn 95/1998

    Art. 8 A vigncia da lei ser indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razovel para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a clusula "entra em vigor na data de sua publicao" para as leis de pequena repercusso.

    1 A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleam perodo de vacncia far-se- com a incluso da data da publicao e do ltimo dia do prazo, entrando em vigor no dia subseqente sua consumao integral. (Pargrafo includo pela Lei Complementar n 107, de 26.4.2001)

    2 As leis que estabeleam perodo de vacncia devero utilizar a clusula esta lei entra em vigor aps decorridos (o nmero de) dias de sua publicao oficial. (Pargrafo includo pela Lei Complementar n 107, de 26.4.2001)

    4.3.2 CLUSULA DE REVOGAO

    Em primeiro lugar, cumpre tecer consideraes sobre revogao, derrogao e ab-rogao.

    Revogao.Termo genrico que abrange tanto derrogao, quanto ab-rogao.Pode ser expressa ou tcita.

    Derrogao

    30 CARVALHO, Op. cit., pp. 69-70.

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    Segundo Carlos Maximiliano31 quando cessa em parte a autoridade da lei, ou do costume, d-se a derrogao.

    Ab-rogaoA ab-rogao ocorre quando se extingue totalmente o texto atingido.

    A clusula de revogao consiste no artigo que revoga lei ou dispositivo.No mais possvel a antiga clusula Revogam-se as disposies em contrrio.Vejamos o que reza o art. 9 da Lei Complementar n 95/1998:

    Lei Complementarn 95/1998

    Art. 9 A clusula de revogao dever enumerar, expressamente, as leis ou disposies legais revogadas. (Redao dada pela Lei Complementar n 107, de 26.4.2001)