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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ UNIOESTE - CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA: ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO DOCENTE: EDUARDO MOREIRA TÉCNICAS PREDITIVAS TOMANDO COMO PARÂMETRO DE CONTROLE LUBRIFICANTE DEIVIS BARATTO PAUL LEONARDO CRISTOFOLI SILVA NICHOLAS KANTOR PEDRO HENRIQUE DA COSTA WACHESK SAULO NATANAEL DEBASTIANI BITENCOURT FOZ DO IGUAÇU 2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

UNIOESTE - CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU

CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA

DISCIPLINA: ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO

DOCENTE: EDUARDO MOREIRA

TÉCNICAS PREDITIVAS TOMANDO COMO PARÂMETRO DE CONTROLE

LUBRIFICANTE

DEIVIS BARATTO PAUL

LEONARDO CRISTOFOLI SILVA

NICHOLAS KANTOR

PEDRO HENRIQUE DA COSTA WACHESK

SAULO NATANAEL DEBASTIANI BITENCOURT

FOZ DO IGUAÇU

2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

UNIOESTE - CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU

CURSO: ENGENHARIA MECÂNICA

DISCIPLINA: ENGENHARIA DA MANUTENÇÃO

DOCENTE: EDUARDO MOREIRA

TÉCNICAS PREDITIVAS TOMANDO COMO PARÂMETRO DE CONTROLE

LUBRIFICANTE

DEIVIS BARATTO PAUL

LEONARDO CRISTOFOLI SILVA

NICHOLAS KANTOR

PEDRO HENRIQUE DA COSTA WACHESK

SAULO NATANAEL DEBASTIANI BITENCOURT

Trabalho apresentado à disciplina de

Engenharia da Manutenção como

parte dos requisitos exigidos pelo

método de avaliação estabelecidos e

base para a elaboração da

apresentação do seminário

apresentado para a turma do quinto

ano de engenharia mecânica.

FOZ DO IGUAÇU

2011

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Diagrama do conceito da manutenção segundo Liptrot e Palarchio (2000). ... 9

Figura 2 - Intervenção do equipamento segundo a Manutenção Preditiva. .................... 11

Figura 3 - Aparelho de análise de ponto de fulgor e ponto de inflamação. .................... 22

Figura 4 - Esquema de um cromatógrafo a gás. ............................................................. 23

Figura 5 - Cuba e eletrodos. ........................................................................................... 26

Figura 6 - Medidor de rigidez dielétrica. ........................................................................ 26

Figura 7 - Aparelhos de titulação coulométrica tipo Karl Fischer. ................................ 31

Figura 8 - Diagrama de blocos de um espectrômetro de absorção atômica. .................. 35

Figura 9 - Esquema de espectrômetro de absorção atômica com chama. ...................... 36

Figura 10 - Exemplo de espectro de absorbância obtido por infravermelho. ................. 38

Figura 11 - Gráfico desgaste x tempo de uma máquina. ................................................ 40

Figura 12 - Ferrógravo de Westcott. ............................................................................... 40

Figura 13 - Desenho esquemático de um ferrograma. .................................................... 42

Figura 14 - Desenho e foto de um ferrógrafo quantitativo. ............................................ 42

Figura 15 - Gráfico de tendências................................................................................... 43

Figura 16 - Curva da Asa. ............................................................................................... 44

Figura 17 - Gráfico ilustrativo da classificação e interpretação das partículas. ............. 44

Figura 18 – Esfoliação. ................................................................................................... 45

Figura 19 - Corte por abrasão. ........................................................................................ 45

Figura 20 - Fadiga. ......................................................................................................... 46

Figura 21 - Arrastamento. ............................................................................................... 46

Figura 23 - Deslizamento. .............................................................................................. 46

Figura 25 - Polímero. ...................................................................................................... 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Benefícios da manutenção preditiva e o percentual associado. ..................... 13

Tabela 2 - Algumas técnicas de manutenção preditiva. ................................................. 14

Tabela 3 - Principais óleos graxos. ................................................................................. 15

Tabela 4 - Atomizadores e temperaturas de atomização mais comuns em AAS. .......... 35

Tabela 6 - Grupos de desgaste e as causas que as originam. .......................................... 45

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6

1.1. Contexto Geral ................................................................................................. 6

1.2. Objetivos ........................................................................................................... 7

2. MANUTENÇÃO ..................................................................................................... 8

3. MANUTENÇÃO PREDITIVA ........................................................................... 10

3.1. Histórico .......................................................................................................... 10

3.2. Conceito .......................................................................................................... 11

3.3. Objetivos ......................................................................................................... 12

3.4. Benefícios ........................................................................................................ 12

3.5. Acompanhamento Preditivo ......................................................................... 13

3.5.1. Monitoração Subjetiva ........................................................................... 13

3.5.2. Monitoração Objetiva ............................................................................ 13

3.6. Principais Técnicas ........................................................................................ 14

4. LUBRIFICANTES ............................................................................................... 15

4.1. Classificação ................................................................................................... 15

4.2. Finalidade da Lubrificação ........................................................................... 17

4.3. Análise de Lubrificantes ................................................................................ 17

4.3.1. Fundamentos da Análise ........................................................................ 18

4.3.2. Coleta de Amostras ................................................................................. 19

4.4. Tipos de Análise de Lubrificantes ................................................................ 20

4.4.1. Análises Físico-Químicas ....................................................................... 20

4.4.2. Análise de Contaminação ....................................................................... 27

4.4.3. Espectrometria ........................................................................................ 33

4.4.4. Ferrografia .............................................................................................. 39

5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 48

6. REFERÊNCIAS ................................................................................................... 49

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6

1. INTRODUÇÃO

1.1. Contexto Geral

O conceito moderno sobre manutenção menciona sobre garantir a

disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender a um

processo de produção e preservação do meio ambiente, com confiabilidade, segurança e

custos adequados.

Disponibilidade, segundo Monchy (1989), “é a percentagem de tempo que um

equipamento ou sistema está apto a desempenhar a sua função requerida, ou então, é a

probabilidade de, em um dado momento, o equipamento ou sistema estar no estado

disponível”.

Dentro deste contexto, a manutenção preventiva e preditiva são as que mais

incorporam os aspectos citados acima, sendo a manutenção preditiva mais recente. Isto

se deve ao fato de ela predizer, o que não é uma tarefa fácil, o estado de um

equipamento através do monitoramento contínuo, da inspeção e da supervisão das

características e parâmetros deste equipamento e seus componentes associados, sendo

isto realizado enquanto o equipamento está operando.

De acordo com o diagnóstico gerado pelas análises existentes na manutenção

preditiva, uma manutenção corretiva planejada é efetuada para evitar uma parada não

programada do equipamento, no caso de detecção de defeito que pode vir a tornar-se

uma falha. Desta forma, um equipamento pode, teoricamente, nunca sofrer uma parada

obrigatória que iria comprometer a produção da indústria, elevando assim sua

disponibilidade operacional. Esta forma de manutenção também é conhecida como

técnicas preditivas ou monitoramento sob condição.

Sendo o mundo competitivo e exigente, as técnicas desenvolvidas e utilizadas

para a manutenção preditiva têm ganhado bastante espaço no setor industrial, ainda

mais com o nível atual de automação de indústrias. Uma das importantes técnicas

preditivas leva em consideração como parâmetro de controle os lubrificantes.

De um lubrificante pode-se retirar muitas informações do estado do

equipamento, como por exemplo, o desgaste, a forma de desgaste, a contaminação, a

degradação e entre outras. Assim, a importância do lubrificante dentro da manutenção

não se limita mais a lubrificação, aumentando esta importância para a predição do

estado de um equipamento.

Page 7: Técnicas+

7

1.2. Objetivos

Este trabalho, em âmbito geral, tem o objetivo de abordar as técnicas preditivas

usadas em lubrificantes, onde o lubrificante é utilizado como parâmetro de controle do

equipamento.

Em termos específicos, pretende-se:

Estudar e compreender a importância da manutenção preditiva no setor

industrial;

Visualizar os tipos de lubrificantes e sua importância nos

equipamentos;

Compreender e estudar os tipos de análises realizadas em lubrificantes;

Visualizar diagnósticos de equipamentos em função das técnicas

preditivas aplicadas.

Page 8: Técnicas+

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2. MANUTENÇÃO

A manutenção pode ser definida como um conjunto de atividades utilizadas em um

sistema para preservar ou sustentar sua habilidade de desenvolver o serviço de uma

maneira eficiente. Formalmente pode ser definida como o gerenciamento, controle,

execução, e qualidade de atividades que assegura ótimos níveis de disponibilidade e o

total desempenho da planta para alcançar seus objetivos comerciais (RANGANATH;

HUANG; LEEP, 2004).

Depois da segunda guerra mundial, a preocupação em prevenir uma determinada

falha antes que a mesma ocorresse ganhou significativa importância. Antes desta época,

os meios de produção não possuíam uma linha altamente mecanizada e os equipamentos

eram de simples reparo. Então, itens eram trocados quando eles quebravam o que se

chama de manutenção corretiva, e não existia a necessidade de uma manutenção

preventiva exceto por um simples serviço. Durante e depois da segunda guerra mundial,

a necessidade de elevada mecanização dos sistemas, assim como recurso limitado e

capacidade de trabalho humano foram fatores importantes para a mudança da postura da

manutenção.

Com o aumento da complexidade dos sistemas mecânicos, falhas deveriam ser

evitadas e o tempo destinado a reparos comprometia a indústria, tornando-se necessário

minimizá-lo. Assim surge o conceito de manutenção preventiva. Mas somente nos anos

70, quando o mundo da mecanização estava em uma fase de grande desenvolvimento e,

simultaneamente, as pessoas vieram a se conscientizar quanto aos danos à saúde e ao

meio ambiente que as falhas poderiam ocasionar, a manutenção preventiva se

generalizou, passando a ter papel fundamental na sobrevivência das companhias. Nessa

época se iniciou o desenvolvimento de instrumentos capazes de realizarem medidas de

parâmetros que podiam descrever a condição de determinados equipamentos e

componentes. Mas foi nos anos 80 que a tecnologia de informação e computação digital

ocasionou um grande impacto no monitoramento da condição dos equipamentos devido

à integração dos aparelhos de medição com os computadores, originando os sistemas

coletores de dados, filtros digitais e outros instrumentos (SARANGA, 2002).

Water (2000) definiu a manutenção de acordo com o fluxograma mostrado na figura

1.

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9

Figura 1 - Diagrama do conceito da manutenção segundo Liptrot e Palarchio

(2000).

Ao longo dos anos, a ação da manutenção nos diversificados setores e processos

aumentou drasticamente. O mercado globalizado está forçando as organizações a

competirem não somente em preços e qualidade de seus produtos, mas também em

produtividade, ou seja, tecnologia, diminuição do tempo ocioso, inovação,

confiabilidade e tecnologia de informação (FERNANDES, 2003). A manutenção hoje

em dia é vista como uma fonte de lucratividade. Com o crescente processo de

modernização das unidades de produção, a manutenção vem ganhando papel

fundamental nos resultados das empresas principalmente naquelas onde a automação se

encontra em nível bastante elevado.

Houve uma mudança de paradigma, pois antigamente, o conceito predominante

da missão da manutenção era a de restabelecer as condições originais dos

equipamentos/sistemas. Hoje, já se compreende que a missão da manutenção é a de

garantir a disponibilidade da função dos equipamentos e instalações de modo a atender

a um processo de produção ou serviço, com confiabilidade, segurança, preservação do

meio ambiente e custos adequados. Resumindo, a manutenção deve ser organizada de

tal maneira que o equipamento ou sistema pare de produzir somente de forma planejada

(MARCONI; LIMA, 2003).

O valor gasto com a manutenção vem aumentando proporcionalmente aos

investimentos feitos com o objetivo de modernização das plantas e grau de

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10

automatização requerido pelos equipamentos utilizados. Existem várias interpretações

sobre o valor da manutenção. Atualmente o termo mais difundido é investimento em

manutenção, visto que, uma manutenção bem elaborada evita parada não programada

dos equipamentos, quebras catastróficas além de garantir a proteção ao meio ambiente e

funcionários.

3. MANUTENÇÃO PREDITIVA

3.1. Histórico

Como visto anteriormente, a manutenção começou a ter significativa

importância no período pós Segunda Guerra Mundial. Durante o período de 1950 a

1970, a crise do petróleo, principal matéria prima para os processos industriais, gerou

um grande impacto nos custos de produção, levando as indústrias à racionalização dos

gastos. Nesta época as indústrias já apresentavam a principal atividade econômica,

sendo o principal fator de classificação das nações, assim os custos da manutenção

precisavam ser racionalizados.

Neste período indústrias começaram a utilizar a Engenharia da Manutenção, que

promove o desenvolvimento das primeiras técnicas aplicadas ao monitoramento dos

equipamentos. O conserto e a prevenção não são suficientes e a atuação da manutenção

deve ser feita com economia.

De 1970 até os dias de hoje, a globalização aumentou substancialmente a

concorrência entre as indústrias. Para garantir a permanência das indústrias no mercado,

o desenvolvimento e aplicação de novas técnicas de controle de qualidade são

fundamentais para gerarem produtos de elevado desempenho, garantindo a

competitividade. De acordo com o novo paradigma imposto, empresas que não

acompanham o desenvolvimento tecnológico não conseguem sobreviver.

Nesta fase, as ferramentas administrativas RCM (Manutenção Centrada na

Confiabilidade), TPM (Manutenção Produtiva Total) e JIT (Manutenção "Just-in-

Time") se popularizam e ganham importância no setor industrial. Estas ferramentas

integram a produção com a manutenção melhorando a qualidade dos produtos e

reduzindo os custos de manutenção. Assim a manutenção torna-se uma ferramenta

importante para a melhoria da produtividade.

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3.2. Conceito

Manutenção preditiva é a atuação realizada com base na modificação de

parâmetro de condição ou desempenho do equipamento, cujo acompanhamento obedece

a uma sistemática. A manutenção preditiva pode ser comparada a uma inspeção

sistemática para o acompanhamento das condições dos equipamentos.

Um conceito menos formal define que manutenção preditiva é o

acompanhamento periódico dos equipamentos, baseado na análise de dados coletados

através de monitoração ou inspeções em campo. Trata-se da manutenção que prediz o

tempo de vida útil dos componentes das máquinas e equipamentos e as condições para

que esse tempo de vida seja bem aproveitado.

Quando é necessária a intervenção da manutenção no equipamento, estamos

realizando uma Manutenção Corretiva Planejada. É conhecida também como

manutenção sob condição ou manutenção com base no estado do equipamento

(Condition Based Maintenance).

Figura 2 - Intervenção do equipamento segundo a Manutenção Preditiva.

O termo associado á manutenção preditiva é o de predizer. Esse é o grande

objetivo da manutenção preditiva: Predizer (ou prevenir) as falhas nos equipamentos ou

sistemas através de acompanhamento dos diversos parâmetros, permitindo a operação

contínua pelo maior tempo possível. Ou seja, a manutenção preditiva privilegia a

disponibilidade á medida que não promove intervenções nos equipamentos em

operação.

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12

Além disso, a intervenção só é decidida quando os parâmetros acompanhados

indicam sua real necessidade, ao contrário da Manutenção Preventiva que pressupõe a

retirada do equipamento de operação baseada no tempo de operação.

Quando o grau de degradação se aproxima ou atinge o limite previamente

estabelecido, é tomada a decisão de intervenção. Isto permite uma preparação prévia do

serviço, além de outras decisões alternativas relacionadas com a produção.

3.3. Objetivos

A manutenção preditiva tem como objetivos:

Determinar, antecipadamente, a necessidade de serviços de manutenção numa

peça específica de um equipamento;

Eliminar desmontagens desnecessárias para inspeção;

Aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos;

Reduzir o trabalho de emergência não planejado;

Impedir o aumento dos danos;

Aproveitar a vida útil total dos componentes e de um equipamento;

Aumentar o grau de confiança no desempenho de um equipamento ou linha de

produção;

Determinar previamente as interrupções de fabricação para cuidar dos

equipamentos que precisam de manutenção.

Por meio desses objetivos, pode-se deduzir que eles estão direcionados a uma

finalidade maior e importante: redução de custos de manutenção e aumento da

produtividade.

3.4. Benefícios

De acordo com um estudo realizado pelo Dr. Eng. Professor Márcio Tadeu de

Almeida da Escola Federal de Engenharia de Itajubá, os principais benefícios da

manutenção preditiva e o percentual correspondente estão descritos na Tabela 1.

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Tabela 1 - Benefícios da manutenção preditiva e o percentual associado.

Benefícios Percentual

Redução dos custos de manutenção 50 a 80%

Redução de falhas nas máquinas 50 a 60%

Redução de estoque de sobressalentes 20 a 30%

Redução de horas extras para manutenção 20 a 50%

Redução do tempo de parada das máquinas 50 a 80%

Aumento na vida das máquinas 20 a 40%

Aumento da produtividade 20 a 30%

Aumento dos lucros 25 a 60%

3.5. Acompanhamento Preditivo

A avaliação do estado do equipamento se dá através de medição,

acompanhamento ou monitoração de parâmetros. Esse acompanhamento pode se feito

de três formas:

Acompanhamento ou monitoração subjetiva;

Acompanhamento ou monitoração objetiva;

Monitoração contínua.

3.5.1. Monitoração Subjetiva

A monitoração subjetiva é aquela exercida pelo pessoal de manutenção

utilizando os sentidos, ou seja, tato, olfato, audição e visão. Quando um mecânico

coloca a palma da mão sobre uma caixa de mancal, pode perceber a temperatura e a

vibração. Evidentemente quanto mais experiente, mais confiáveis serão os diagnósticos;

no entanto esta monitoração não deve ser adotada como base para decisão por ser

extremamente subjetiva.

3.5.2. Monitoração Objetiva

A monitoração objetiva é o acompanhamento feito através de equipamentos ou

instrumentos específicos. É objetiva, pois:

Fornece um valor de medição do parâmetro que está sendo acompanhado;

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O valor medido independe do operador do instrumento, desde que utilizado o

mesmo procedimento.

A monitoração objetiva pode ser classificada em:

Monitoração continua;

Monitoração pontual.

Em situações onde o tempo de desenvolvimento do defeito é muito curto e/ou

em equipamentos de alta responsabilidade, adota-se o monitoramento contínuo. Nos

demais equipamentos onde o defeito pode ser acompanhado ou ainda onde a falha não

impacta a continuidade operacional, adota-se um plano de medições periódicas, sendo a

freqüência, função da importância do equipamento ou do histórico do equipamento.

3.6. Principais Técnicas

Em termos práticos, uma técnica de manutenção preditiva deve atender aos

seguintes requisitos:

Permitir a coleta de dados com o equipamento em funcionamento, ou

com o mínimo de interferência possível no processo de produção;

Permitir a coleta dos dados que possibilitem a análise de tendência.

Seguindo estes requisitos, as técnicas são classificadas segundo os parâmetros

analisados conforme a Tabela 2.

Tabela 2 - Algumas técnicas de manutenção preditiva.

Análise de Parâmetros Técnicas Utilizadas

Detecção de vazamentos

Análise de Vibrações Nível global, espectro de vibrações, pulso de choque

Análise de óleos lubrificantes

ou isolantes

Viscosidade, número de neutralização acidez ou

basicidade, teor de água, insolúveis, contagem de

partículas metais por espectrometria por

Infravermelho, cromatografia gasosa, tensão

interfacial, rigidez dielétrica, ponto de fulgor

Ferrografia Ferrografia quantitativa, ferrografia analítica

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Ensaios Elétricos Corrente, tensão, isolação, perdas dielétricas, rigidez

dielétrica, espectro de corrente ou tensão

Verificações de geometria Metrologia convencional, alinhamento de máquinas

rotativas

Análise de temperatura –

Termometria

Termometria convencional, indicadores de

temperatura, pirometria de radiação, termografia

4. LUBRIFICANTES

4.1. Classificação

Os lubrificantes são classificados, de acordo com seu estado físico, em líquidos,

pastosos, sólidos e gasosos. Os lubrificantes líquidos são os mais empregados na

lubrificação. Podem ser subdivididos em: óleos minerais puros, óleos graxos, óleos

compostos, óleos aditivados e óleos sintéticos.

Os óleos minerais puros são provenientes da destilação e refinação do petróleo.

Os óleos graxos podem ser de origem animal ou vegetal. Foram os primeiros

lubrificantes a serem utilizados, sendo mais tarde substituídos pelos óleos minerais. Seu

uso nas máquinas modernas é raro, devido à sua instabilidade química, principalmente

em altas temperaturas, o que provoca a formação de ácidos e vernizes.

Os óleos compostos são constituídos de misturas de óleos minerais e graxos. A

percentagem de óleo graxo é pequena, variando de acordo com a finalidade do óleo. Os

óleos graxos conferem aos óleos minerais propriedades de emulsibilidade, oleosidade e

extrema pressão. Os principais óleos graxos estão na Tabela 3.

Tabela 3 - Principais óleos graxos.

Óleos animais

Sebo bovino (tallow oil)

Mocotó (neat’s foot oil)

Baleia (sperm oil)

Banha de porco (lard oil)

Lanolina (degras oil)

Óleos vegetais

Mamona (castor oil)

Colza (rape seed oil)

Palma (palm oil)

Oliva (olive oil)

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Os óleos aditivados são óleos minerais puros, aos quais foram adicionados

substâncias comumente chamadas de aditivos, com o fim de reforçar ou acrescentar

determinadas propriedades.

Os óleos sintéticos são provenientes da indústria petroquímica. São os melhores

lubrificantes, mas são também os de custo mais elevado. Os mais empregados são os

polímeros e os diésteres. Devido ao seu custo, seu uso é limitado aos locais onde os

óleos convencionais não podem ser utilizados.

Outros líquidos são às vezes empregados como lubrificantes, dado a

impossibilidade de se utilizarem quaisquer dos tipos mencionados. A água, algumas

vezes empregada, possui propriedades lubrificantes reduzidas, além de ter ação

corrosiva sobre os metais.

Os pastosos, comumente chamados graxas, são empregados onde os

lubrificantes líquidos não executam suas funções satisfatoriamente. As graxas podem

ser subdivididas em: graxas de sabão metálico, graxas sintéticas, graxas á base de argila,

graxas betuminosas e graxas para processo.

As graxas de sabão metálico são as mais comumente utilizadas. São constituídas

de óleos minerais puros e sabões metálicos, que são a mistura de um óleo graxo e um

metal (cálcio, sódio, lítio, etc.). Como os óleos, estas graxas podem ser aditivadas para

se alcançarem determinadas características.

As graxas sintéticas são as mais modernas. Tanto o óleo mineral, como o sabão,

podem ser substituídos por óleos e sabões sintéticos. Como os óleos sintéticos, devido

ao seu elevado custo, estas graxas têm sua aplicação limitada aos locais onde os tipos

convencionais não podem ser utilizados.

As graxas á base de argila são constituídas de óleos minerais puros e argilas

especiais de granulação finíssima. São graxas especiais, de elevado custo, que resistem

a temperaturas elevadíssimas.

As graxas betuminosas, formuladas à base de asfalto e óleos minerais puros, são

lubrificantes de grande adesividade. Algumas, devido à sua alta viscosidade, devem ser

aquecidas para serem aplicadas. Outras são diluídas em solventes que se evaporam após

sua aplicação.

As graxas para processo são graxas especiais, fabricadas para atenderem a

processos industriais como a estampagem, a moldagem etc. Algumas contêm materiais

sólidos como aditivos.

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17

Os lubrificantes sólidos são usados como aditivos de lubrificantes líquidos ou

pastosos. Algumas vezes, são aplicados em suspensão, em líquidos que se evaporam

após a sua aplicação. A grafite, o molibdênio, o talco, a mica etc., são os mais

empregados. Estes lubrificantes apresentam grande resistência a elevadas pressões e

temperaturas.

Os lubrificantes gasosos são empregados em casos especiais, quando não é

possível a aplicação dos tipos convencionais. São normalmente usados o ar, o

nitrogênio e os gases halogenados. Sua aplicação é restrita, devido à vedação exigida e

às elevadas pressões necessárias para mantê-los entre as superfícies.

4.2. Finalidade da Lubrificação

A lubrificação pode ser considerada como um princípio básico para o

funcionamento da maioria dos equipamentos. Porém, a lubrificação é uma das causas de

falha mais comuns nos equipamentos industriais, podendo causar sérios prejuízos

operacionais e danos nos equipamentos. As funções básicas do lubrificante são: reduzir

o atrito e desgaste; retirar o calor gerado pelo atrito ou pelo funcionamento da máquina;

formar o filme de lubrificante; isolar componentes; evitar a corrosão e contaminação.

4.3. Análise de Lubrificantes

O uso da análise de lubrificantes como técnica de manutenção começou a ser

aplicada na década 50. A crise do petróleo intensificou o uso, que passou a cumprir uma

nova função na manutenção das máquinas, permitindo o monitoramento das condições

do lubrificante e identificar a necessidade de troca ou apenas reposição parcial. Neste

período foram introduzidas técnicas preditivas que permitiam através da análise de

lubrificantes diagnosticarem problemas nos equipamentos. Atualmente as leis

ambientais tornaram ainda mais rigorosas as medidas de manutenção relacionadas com

a utilização do óleo na indústria, sendo necessária à implementação de estações de

tratamento e métodos de descarte e reaproveitamento dos lubrificantes.

A análise do lubrificante permite identificar, quantificar, traçar um perfil de

desgaste do equipamento e componentes, além de avaliar a sua degradação natural. Do

lubrificante que circula entre as partes do equipamento se obtém todas as informações

necessárias sobre o seu estado.

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As partículas de contaminação e as partículas de desgaste estão nele presentes e,

identificá-las através de análises específicas, permite traçar um perfil de desgaste dos

seus componentes.

O controle de lubrificantes é vital para que o equipamento se mantenha em

condições de plenitude operacional. Este controle permite identificar não somente o

desgaste do equipamento, mas a degradação natural e a sua troca ou intervenção no

momento exato.

O monitoramento das partículas de desgaste baseia-se principalmente em dois

fatos:

Que a interface das peças móveis são continuamente "lavadas” pelo lubrificante

e que as partículas de desgaste são arrastadas por este lubrificante;

Que a velocidade de geração destas partículas torna-se maior com o aumento do

desgaste;

Que o exame das partículas de desgaste arrastadas pelo lubrificante é um meio

reconhecidamente eficaz de se conhecer a saúde dos equipamentos e quando

exercido regularmente habilita a detecção de falhas incipientes e a

implementação de um programa de monitoramento das condições dos mesmos

no dia-a-dia de uso.

A análise de lubrificante é aplicada como técnica de manutenção para os

sistemas de lubrificação, sistemas hidráulicos e equipamentos elétricos.

4.3.1. Fundamentos da Análise

A análise do óleo lubrificante é utilizada com dois objetivos principais:

identificar as condições do óleo e identificar possíveis falhas do equipamento.

4.3.1.1. Condições do Lubrificante

O lubrificante pode apresentar dois processos básicos de falha. O primeiro

ocorre devido à contaminação por partículas de desgaste do equipamento ou por agentes

externos, sendo a água um dos contaminantes mais comuns nas instalações industriais.

O segundo processo de falha está relacionado com a degradação das propriedades,

Page 19: Técnicas+

19

devido às alterações das características do lubrificante, prejudicando o desempenho de

suas funções.

Os objetivos da análise do lubrificante são: escolher o lubrificante correto;

manter o lubrificante limpo (filtragem); manter a temperatura correta; manter o

lubrificante seco; garantir o bom desempenho da lubrificação.

Os benefícios da análise do lubrificante são: reduz ou elimina falhas por

deficiências na lubrificação; protege o equipamento do desgaste excessivo ou

prematuro; reduz os custos de manutenção; aumenta a disponibilidade do equipamento;

reduz os gastos com o lubrificante.

4.3.1.2. Condições do Equipamento

A análise do óleo lubrificante pode ser utilizada para a avaliação das condições

do equipamento. Através da avaliação da composição química, quantidade e forma dos

contaminantes, foram desenvolvidas técnicas de acompanhamento e análise que

permitem definir mecanismos de falha de componentes da máquina. As principais

técnicas disponíveis são: espectrometria e ferrografia.

4.3.2. Coleta de Amostras

A análise do óleo é realizada em amostras de lubrificantes retiras do

equipamento. Os cuidados na obtenção destas amostras são:

Garantir a homogeneidade da amostra;

A coleta deve ser feita com o equipamento operando;

Não pode haver contaminação no local de retirada da amostra;

O recipiente de coleta deve estar isento de contaminação;

O ponto de coleta deve ser sempre o mesmo;

Deixar escoar um pouco de lubrificante antes da coleta;

Normalmente a quantidade necessária é de meio litro;

Identificar corretamente a amostra com as informações necessárias.

Page 20: Técnicas+

20

4.4. Tipos de Análise de Lubrificantes

As análises dos lubrificantes podem ser divididas em quatro grupos: análise

físico-química; análise de contaminações; espectrometria; ferrografia.

4.4.1. Análises Físico-Químicas

A seguir são descritas as principais análises físico-químicas utilizadas na

manutenção dos equipamentos.

4.4.1.1. Viscosidade Cinemática ou Tensão interfacial

A viscosidade é a medida de resistência ao escoamento de um fluido, é a

principal propriedade dos óleos lubrificantes. A medida é feita a 40º C ou 100ºC. As

principais normas utilizadas para a definição dos ensaios de viscosidade são: ASTM

D445 e NBR 10441. A unidade de medida mais utilizada é o cSt, cm²/s.

O Índice de Viscosidade é um número adimensional que mede a intensidade de

variação da viscosidade em relação à temperatura. Quanto maior o Índice de

Viscosidade, menor é a variação da viscosidade em função da temperatura. Os ensaios

para determinação deste valor são previstos pelas normas ASTM D2270 e NBR 14358.

4.4.1.1.1. Importância da Viscosidade

A viscosidade é a propriedade física principal de um óleo lubrificante. Ela é um

dos principais fatores na seleção de um óleo lubrificante, sendo sua determinação

influenciada por diversas condições, sendo as mais comuns as seguintes:

Velocidade: Maior a velocidade, menor deve ser a viscosidade, pois a formação

da película lubrificante é mais fácil. Os óleos de maior viscosidade possuem

maiores coeficientes de atrito interno, aumentando a perda de potência, isto é, a

quantidade de força motriz absorvida pelo atrito interno do fluído.

Pressão: Quanto maior for à carga, maior deverá ser a viscosidade para suportá-

la e evitar o rompimento da película.

Page 21: Técnicas+

21

Temperatura: Como a viscosidade diminui com o aumento da temperatura, para

manter uma película lubrificante, quanto maior for à temperatura, maior deverá

ser a viscosidade.

Folgas: Quanto menores forem às folgas, menor deverá ser a viscosidade para

que o óleo possa penetrar nelas.

Acabamento: Quanto melhor o grau de acabamento das peças, menor poderá ser

a viscosidade.

Pode-se, assim, verificar que existem condições inversas, isto é, umas que exigem

uma baixa viscosidade e outras, alta viscosidade, e que podem ocorrer ao mesmo tempo.

Isto torna a determinação da viscosidade um estudo complexo, que deverá ser realizado

pelos projetistas de máquinas e motores. A modificação da viscosidade determinada

pelos fabricantes das máquinas poderá melhorar algum fator (por exemplo, o consumo

de óleo), mas poderá prejudicar a máquina em diversos outros fatores e ocasionar sua

falha. Com a análise dos óleos usados, podemos determinar:

Redução da viscosidade: A viscosidade diminui devido à contaminação por

solvente ou óleos de menor viscosidade.

Aumento da viscosidade: A viscosidade aumenta devido à oxidação, presença de

insolúveis, água e contaminação por óleos de maior viscosidade.

4.4.1.2. Ponto de Fulgor e Ponto de Inflamação

O ponto de fulgor representa a temperatura que o óleo deve atingir para que uma

chama passada sobre a superfície inflame os vapores. O ensaio é definido pela ASTM

D92 e os valores são medidos em graus centígrados.

Ponto de fulgor ou lampejo é a temperatura em que o óleo, quando aquecido em

aparelho adequado, desprende os primeiros vapores que se inflamam momentaneamente

(lampejo) ao contato de uma chama.

Ponto de inflamação ou combustão é a temperatura na qual o óleo, aquecido no

mesmo aparelho, inflama-se em toda a superfície por mais de 5 segundos, ao contato de

uma chama. A amostra de óleo é contida em um recipiente (vaso de Flash Cleveland),

sob o qual se coloca uma fonte de calor. Uma chama-piloto é passada por sobre o

recipiente a intervalos regulares de amostra vaporizada. Continuando-se a operação,

Page 22: Técnicas+

22

quando a chama produzida permanece por 5 segundos ou mais, o ponto de inflamação

foi atingido. O ponto de inflamação encontra-se ±50ºF acima do ponto de fulgor.

Figura 3 - Aparelho de análise de ponto de fulgor e ponto de inflamação.

Este ensaio não tem maior significado para óleos novos, uma vez que seu ponto

de fulgor é bem mais elevado do que as temperaturas de manuseio. No entanto, os óleos

para motor e algumas máquinas industriais necessitam ter um ponto de fulgor elevado,

para evitar-se o risco de incêndio. No caso de óleos usados, o aumento do ponto de

fulgor significa perda das partes leves por evaporação, enquanto que sua redução indica

que houve contaminação por combustível ou outro produto de menor ponto de fulgor.

4.4.1.3. Cromatografia Gasosa

Usos típicos da cromatografia gasosa incluem teste de pureza de uma substância

em particular ou separação de diversos componentes de uma mistura (as quantidades

relativas de um determinado componente também podem ser determinadas). Em

algumas situações, esta técnica pode ajudar a identificar um composto. Na análise de

lubrificantes, a cromatografia gasosa é utilizada principalmente para determinar

compostos existentes nos lubrificantes líquidos (derivados principalmente do petróleo).

Na cromatografia gasosa, a fase em movimento (ou "fase móvel") é

um gás transportador, normalmente um gás inerte tal como o hélio ou um gás não

reativo tal como o nitrogênio. A fase estacionária é uma camada microscópica de

líquido ou polímero sobre um sólido inerte, dentro de uma peça tubular

Page 23: Técnicas+

23

de vidro ou metal chamada coluna. O instrumento usado para realizar a cromatografia

gasosa é chamado cromatógrafo a gás.

Os compostos sendo analisados interagem com as paredes da coluna, a qual é

revestida com diferentes fases estacionárias. Isto causa que cada composto "elui" a um

tempo diferente, conhecido como tempo de retenção do composto. A comparação de

tempos de retenção é que dá a cromatografia gasosa sua eficiência analítica.

A cromatografia gasosa é similar a destilação fracionada, devido a ambos os

processos separarem os componentes de uma mistura primariamente baseando-se em

diferentes pontos de ebulição (ou pressões de vapor). Entretanto, a destilação fracionada

é tipicamente usada para separar componentes de uma mistura em grande escala,

enquanto cromatografia gasosa pode ser usada numa escala muito menor (microescala).

Figura 4 - Esquema de um cromatógrafo a gás.

Os constituintes básicos de um sistema cromatográfico segundo a Figura 4 são:

1) Reservatório de gás de arraste. O gás de arraste da amostra fica contido em

cilindros sob pressão. Os gases mais empregados são H2, He e N2 e a vazão do

gás de arraste, que deve ser controlada, é constante durante a análise.

2) Sistema de introdução de amostra. A seção do cromatógrafo a gás onde é feita a

introdução da amostra do lubrificante é o injetor (ou vaporizador). Amostras de

lubrificantes sólidos podem ser dissolvidas em um solvente adequado. O injetor

deve estar aquecido a uma temperatura acima do ponto de ebulição dos

componentes da amostra, para que a amostra se volatilize completa e

instantaneamente e seja carregada para a coluna.

Page 24: Técnicas+

24

3) Coluna cromatográfica e controle de temperatura da coluna. Depois de

injetada e vaporizada, esta amostra é introduzida na coluna cromatográfica, onde

é efetuada a separação.

4) Detector. É o dispositivo que indica e quantifica os componentes separados pela

coluna. Um grande número de detectores tem sido descritos e usados na

cromatografia gasosa. Existem, entretanto, algumas características básicas

comuns para descrever seu desempenho:

Seletividade;

Ruído;

Tipo de Resposta;

Quantidade Mínima Detectável (QMD);

Fator de Resposta;

Faixa Linear Dinâmica.

5) Eletrônica de Tratamento (Amplificação) de Sinal. Trata e amplifica o sinal

gerado pelo detector.

6) Registro de Sinal (Registrador ou Computador). Registra o sinal gerado para

posterior análise do resultado da cromatografia gasosa.

4.4.1.4. Total Acid Number (TAN) e Total Base Number (TBN)

Total acid number (TAN) representa o número de acidez total, é estimado pela

quantidade de hidróxido de potássio em miligramas que é necessário para neutralizar os

ácidos em um grama de óleo. É uma medida importante da qualidade do óleo, pois este

valor indica a quantidade total de substâncias ácidas contida no óleo e estas substâncias

ácidas geradas pela oxidação do óleo podem atacar metais e produzir compostos

insolúveis. São geralmente ácidos naftênicos em petróleo que causam problemas de

corrosão. Este tipo de corrosão é conhecido como corrosão ácida naftênica ou NAC. As

normas que definem este ensaio são ASTM D664 e ASTM D974, a unidade é

mgKOH/g.

O valor TAN pode ser obtido por um par de métodos diferentes, por exemplo,

por titulação potenciométrica ou por titulação indicador de cor:

Titulação potenciométrica: A amostra é normalmente dissolvida em tolueno e

propanol com um pouco de água e titulada com hidróxido de potássio alcoólico

Page 25: Técnicas+

25

(se a amostra for ácida). Um eletrodo de vidro e o eletrodo de referência são

imerso na amostra e ligado a um voltímetro/potenciômetro. A leitura do medidor

(em milivolts) é em função do volume de titulante. O ponto final é tomado da

inflexão distinta da que resulta da curva de titulação correspondente à solução

tampão básica.

Cor indicando titulação: Um pH indicador de cor por exemplo, fenolftaleína , é

usado. Titulante é adicionado à amostra através de uma bureta. O volume de

solução necessária para provocar uma mudança permanente da cor da amostra é

gravado e usado para calcular o valor do TAN.

Total base number (TBN) é uma medida de alcalinidade do lubrificante. Ele é

medido em miligramas de hidróxido de potássio por grama (mg KOH/g). Quanto maior

a TBN, é mais eficaz na prevenção de contaminantes e reduz os efeitos corrosivos dos

ácidos durante um período prolongado de tempo. A medição associados ASTM D2896

e ASTM D4739-06 varia geralmente de 6- 8mg KOH/g em lubrificantes modernos, 7-

10 mg para uso automotivo geral e 10-15 para as operações de Diesel. Quando a TBN

medida é 2 mg KOH/g ou menos o lubrificante é considerado inadequado para a

proteção do motor, e está em risco para permitir que a corrosão ocorra. Combustíveis

com alto teor de enxofre diminuirá a TBN mais rápido devido ao aumento da formação

de ácido sulfúrico. A TAN é a medida inversa da TBN.

4.4.1.5. Rigidez Dielétrica

A rigidez dielétrica de um óleo expressa a sua resistência à passagem da corrente

elétrica. É definida como a tensão na qual ocorre a passagem de corrente elétrica entre

dois eletrodos, sob as condições prescritas pelo teste.

No estado puro, livre de qualquer contaminante, o óleo é um condutor de

eletricidade extremamente pobre (ou seja, um bom isolante). Por isso, a rigidez

dielétrica indica principalmente a presença, ou ausência, no óleo, de agentes

contaminantes, como água, impurezas ou partículas condutoras, que podem estar

presentes quando são encontrados valores relativamente baixos de rigidez dielétrica.

Algumas vezes, uma alta rigidez não indica a ausência de todos esses contaminantes e

singular importância no efeito sobre esta propriedade é a quantidade de água presente.

Page 26: Técnicas+

26

Embora a determinação da rigidez dielétrica não seja um método utilizável para

se prever a vida útil do óleo (pelo fato de não ser uma função da composição do óleo),

determinações periódicas são importantes para indicar o momento da troca ou a

necessidade de regeneração da carga de óleo.

Ensaio: O teste envolve a aplicação de uma tensão alternada a uma taxa controlada a

dois eletrodos imersos no fluido isolante, separados por uma distância padrão. Quando

da aplicação da tensão, em um determinado momento ocorre à ruptura do dielétrico,

neste instante é registrado a tensão de ruptura dielétrica do líquido isolante.

Figura 5 - Cuba e eletrodos.

Teoria de Funcionamento: A unidade é basicamente um transformador elevador de

tensão que é alimentado por um autotransformador de ajuste contínuo, controlado por

um motor de passo, permitindo deste modo, um ajuste da rampa de tensão de saída de

zero volt a seu valor nominal com alta precisão.

Figura 6 - Medidor de rigidez dielétrica.

Page 27: Técnicas+

27

4.4.1.6. Corrosão em Lâmina de Cobre

Método qualitativo de determinação de corrosividade de um produto, pelo seu

efeito sobre uma lâmina de cobre polida.

Alguns óleos têm incorporados em sua formulação certos aditivos contendo

cloro, enxofre ou sais inorgânicos, que, sob condições específicas de serviço, podem

contribuir no caso dos óleos lubrificantes, para corrosão em partes dos equipamentos

ou, no caso de óleos de corte, nas peças a serem usinadas.

Existem vários tipos de testes de corrosão para produtos derivados do petróleo,

dependendo da aplicação a que esses produtos se destinam. Como os metais mais

sujeitos a esse tipo de ataque corrosivo são o cobre e suas ligas, materiais amplamente

empregados em mancais, o teste mais utilizado é o que avalia o ataque corrosivo a uma

lâmina de cobre sob condições padronizadas.

Este valor define as características de proteção corrosiva do óleo lubrificante e

determina o comportamento do óleo em relação ao cobre e as suas ligas. As normas para

este ensaio são ASTM D130 e NBR 14359.

Este ensaio é usado para combustíveis, solventes, óleos e graxas lubrificantes.

Consiste em deixar-se, por determinado tempo, uma lâmina de cobre imersa no produto

aquecido. De acordo com a descoloração da lâmina, por comparação com uma tabela,

determinamos o grau de corrosão.

Os óleos minerais puros e aditivos, em geral, não são corrosivos. No entanto,

existem aditivos de enxofre e cloro ativos, usados, por exemplo, em óleos de corte, que

são nocivos aos metais não ferrosos. A presença de aditivos de enxofre ou cloro em um

óleo não significa que este óleo seja corrosivo, pois isto se dá, somente, quando estes

elementos são ativos.

4.4.2. Análise de Contaminação

A contaminação do lubrificante ocorre devido à presença de substâncias externas

que infiltram no sistema, pelo desgaste do equipamento ou por reações que ocorrem no

próprio lubrificante. A presença de impurezas no lubrificante, tais como poeira, areia,

fiapos etc., poderá causar danos às máquinas e equipamentos. Além da deterioração do

lubrificante, poderá ocorrer obstrução da tubulação do sistema de lubrificação,

Page 28: Técnicas+

28

grimpamento de válvulas de sistemas hidráulicos e desgaste excessivo devido à

presença de materiais abrasivos.

A presença de contaminantes de qualquer espécie reduz sensivelmente o poder

dielétrico de óleo isolante. Com a contaminação, óleos solúveis podem perder suas

características de miscibilidade com a água, além da degradação da emulsão.

4.4.2.1. Contaminação pela Água

A contaminação pela água é prejudicial a qualquer tipo de lubrificante. Os óleos

para transformadores apresentam uma sensível queda do poder dielétrico com um

mínimo de contaminação com água. Óleos aditivados, como óleos para motores, óleos

para cilindros ou óleos de extrema pressão podem deteriorar-se ou precipitar os aditivos

e, se utilizados, podem trazer sérios problemas para o equipamento.

As consequências da presença da água no óleo podem ser: prejudica

propriedades do óleo, corrosão dos componentes, decomposição do fluido (precipitação

e oxidação do óleo), redução do filme de lubrificação, desgaste por fadiga, formação de

borras (em óleos "sujos", que pode entupir telas, filtros ou tubulações).

As fontes de contaminação podem ser: vazamento no trocador de calor,

vazamento de selos, condensação da umidade do ar e tampas inadequadas de

reservatórios selados.

Motores trabalhando em serviços intermitentes, períodos curtos de operação e

temperaturas abaixo do normal, facilitam a condensação da água, que pode acelerar o

desgaste dos anéis de segmento e cilindros. Nos motores diesel, devido ao enxofre

presente no combustível, um dos gases subprodutos da combustão é o SO3 que,

reagindo com H2O, vai gerar ácido sulfúrico (H2SO2), que provoca corrosão nos pontos

de temperatura mais baixa, inclusive no escapamento. Por essa razão, os lubrificantes

para motores diesel possuem um aditivo de base alcalina para neutralizar os ácidos

formados na combustão que possam contaminá-los.

Nos compressores semi-herméticos de sistemas de refrigeração e ar

condicionado, utilizando o refrigerante R-22, a umidade presente no óleo vai catalisar a

formação de ácido fluorídrico (que ataca o verniz do isolamento do motor elétrico, até

queimá-lo) e ácido clorídrico (que ataca o cobre da tubulação, removendo-o e

mantendo-o em suspensão no óleo). Com mais a presença do cobre, que é um forte

catalisador da oxidação, ocorre o processo de degradação do óleo, com corrosão dos

Page 29: Técnicas+

29

componentes, formação de borras e depósitos, saturação dos filtros, etc., que conduzirão

a falhas mecânicas catastróficas, como até mesmo a fratura do virabrequim.

A quantidade de água presente no óleo determina sua resistência dielétrica

(poder isolante), característica importante dos óleos de transformadores e compressores

para sistemas de refrigeração e ar condicionado. Um poder dielétrico de 21 kV já é

suficiente para o óleo exercer essas funções, entretanto , a maioria dos fabricantes

desses equipamentos exige uma resistência dielétrica superior a 25 kV. Esse valor é

alcançado com teores de água inferiores a 50 ppm (método Karl Fischer).

Após o processo de desidratação (secagem) do óleo, ele se torna altamente

higroscópico, ou seja, com grande capacidade de absorver água do ambiente. Qualquer

contato do óleo com ar contendo umidade é suficiente para sua contaminação. Portanto,

o armazenamento e manuseio desses produtos é bastante crítico e exige cuidados

especiais. Compressores utilizando um lubrificante sintético tipo poliéster exigem

cuidados ainda maiores, já que este é cerca de 100 vezes mais higroscópico que os óleos

minerais. Nos sistemas hidráulicos e sistemas circulatórios de lubrificação, a presença

de água é tolerada em limites superiores. Como regra geral, considera-se o teor de 0,2%

como máximo admissível. Entretanto, dependendo dos mecanismos sensíveis e

instrumentos de medição e controle incorporados ao sistema, o fabricante do

equipamento limita o teor máximo de água a 0,1% ou até 0,05% (500 ppm). A maioria

dos óleos de boa qualidade para sistemas hidráulicos/circulatórios incorporam aditivos

antidesgaste (AW) à base de zinco, como o ZDDP (ditiofosfato de zinco). Água em

excesso no óleo, em temperaturas de operação acima de 60°C, reage com esse aditivo,

provocando sua depleção. A partir daí, o lubrificante atuará sem essa proteção, expondo

o equipamento a um desgaste acelerado e falhas prematuras.

Na ausência de parâmetros estabelecidos pelo fabricante do equipamento, podem

ser utilizados os valores abaixo como máximo permissível de água no óleo:

Óleos de motor = máx. 0,1%

Óleos de sistema hidráulico = máx. 0,2%

Óleos de sistema circulatório = máx. 0,2%

Óleos de compressores de refrigeração e ar condicionado = máx. 100 ppm

Os principais ensaios utilizados na manutenção para detectar a presença de

contaminação pela água são:

Page 30: Técnicas+

30

Determinação de água pelo método de Karl Fischer

Água por destilação

4.4.2.1.1. Determinação de água pelo método de Karl Fischer

Esse método está baseado na oxidação de dióxido de enxofre (SO2) pelo iodo

(I2) em presença de água. Este também é o principio de determinação iodométrica de

SO2 em solução aquosa.

Karl Fischer empregou a reação acima para a determinação quantitativa da água.

Ele propôs um reagente preparado pela ação de dióxido de enxofre sobre uma solução

de iodo numa mistura de piridina anidra e metanol anidro. A água reage com este

reagente num processo de duas etapas, no qual uma molécula de iodo desaparece para

cada molécula de água presente.

A determinação do ponto final da reação pode ser visual, isto é, quando for

percebido um pequeno excesso de titulante. A viragem ocorre de amarelo para uma

coloração parda.

Reagente Karl Fischer: O reagente Karl Fischer é preparado de modo que sua

capacidade de combinação com a água é determinada pela concentração de iodo na

solução. Existem varias técnicas para a preparação do reagente, mas usualmente não

vale a pena o trabalho de prepará-lo, pois pode ser facilmente adquirido no mercado.

Esse reagente deve ser padronizado diariamente, devido à presença do metanol em

excesso, que confere ao mesmo certa instabilidade.

Deve-se tomar bastante cuidado quando utilizar Karl Fischer para evitar

contaminação do reagente e da amostra pela umidade atmosférica, todo material deve

ser devidamente seco antes do uso.

Aplicações: É empregado para a determinação de água livre ou hidratação em

compostos orgânicos ou inorgânicos, sólidos e líquidos. O método é adequado para a

dosagem de água em uma ampla faixa de concentração, isto é, desde ppm até água pura,

levando-se em conta a escolha do volume de amostra, a concentração do reagente Karl

Fischer e o aparelho empregado.

Page 31: Técnicas+

31

Precauções: Deve-se ter cuidado no manuseio do reagente Karl Fischer devido ao fato

de conter substâncias prejudiciais à saúde.

Piridina: Tem o limite de tolerância de 4 ppm, causando sintomas como

irritação, lesão do fígado, atividade anti-vitamínica. Sua contaminação pode ser tanto

por inalação como por ingestão.

Iodo: Tem limite de tolerância de 0,1 ppm (internacional), seus sintomas são

irritação por precipitação de porteínas, nefrites hemorrágicas.

Figura 7 - Aparelhos de titulação coulométrica tipo Karl Fischer.

As vantagens e desvantagens do método Karl Fischer:

Método preciso de análises (0,001%);

Quantifica água livre e emulsificada;

Enxofre, acetonas e cetonas interferem na medida.

4.4.2.1.2. Água por destilação

A água, quando misturada aos óleos lubrificantes, pode provocar a oxidação do

óleo, a corrosão das partes metálicas, o aumento da viscosidade do óleo, a segregação

dos aditivos e formação de espuma. Quando separada, a água provoca um escoamento

irregular do óleo e falhas na lubrificação.

Para determinação do teor de água, faz-se uma destilação parcial do óleo usado,

de modo que somente a água evapore e seja condensada em um recipiente graduado.

A água pode ser proveniente de má estocagem dos óleos, de vazamento dos

sistemas de refrigeração das máquinas ou da má vedação de máquinas que trabalhem

com água.

4.4.2.2. Insolúveis em Pentano

Page 32: Técnicas+

32

Este ensaio determina a saturação do lubrificante por presença de insolúveis em

pentano. Estes contaminantes são constituídos por partículas metálicas, óxidos

resultantes da corrosão, material carbonizado proveniente da degradação do lubrificante

e material resinoso oxidado (lacas, vernizes).

O princípio deste teste é baseado na diferença do efeito de solventes diferentes

sobre o óleo lubrificante usado. Quando uma amostra de óleo é diluída com pentano e

após isso é centrifugada e decantada, as resinas de oxidação insolúveis, juntamente com

algumas resinas solúveis no óleo originadas pela degradação de aditivos e por

contaminantes externos como fuligem, poeira, matérias estranhas e partículas metálicas

provenientes do desgaste e da corrosão, precipitam-se e são denominadas de insolúveis

em pentano. Tratando deste precipitado com uma solução de álcool-tolueno, as resinas

de oxidação são dissolvidas, deixando apenas os contaminantes externos, carbono,

produtos da degradação do combustível e produtos residuais provenientes do desgaste

do motor e da corrosão, no estado sólido. Este novo precipitado é designado de

insolúveis em tolueno.

A diferença entre os insolúveis em pentano e os insolúveis em tolueno, ou

aquela porção dos insolúveis em pentano que é solúvel em tolueno, considera-se que

são resinas de oxidação insolúveis contidas no óleo lubrificante. Assim:

Insolúveis em pentano = Resinas de oxidação mais matérias estranhas ao

lubrificante.

Insolúveis em tolueno = Matérias estranhas.

Resinas insolúveis = Insolúveis em pentano - Insolúveis em tolueno.

O motivo para se determinar o conteúdo de insolúveis em óleos lubrificantes de

motores usados, é conhecer o grau de saturação do lubrificante em relação aos

contaminantes e assim saber se o mesmo pode continuar sendo utilizado. Não existem

valores críticos universais para insolúveis em pentano e tolueno, que podem aplicar-se a

todo tipo de motor, de serviço e de lubrificante. Para cada caso, devem-se estabelecer

limites de condenação, em função destes fatores. Quando se dispõe destes dados, os

resultados obtidos para insolúveis são mais significativos para se estabelecer uma

avaliação das condições do óleo lubrificantes usado. Como referência, pode-se adotar de

uma maneira geral os seguintes padrões:

Page 33: Técnicas+

33

Insolúveis em Pentano - Máx. 3,0% em peso.

Insolúveis em Tolueno - Máx. 2,0% em peso.

Resinas Insolúveis - Máx. 1,0% em peso.

Os insolúveis influem fortemente na limpeza e no desgaste do motor. O teste de

insolúveis é importante para se verificar a capacidade do lubrificante em manter os

contaminantes em suspensão, não permitindo que eles formem depósitos de borra nas

partes críticas do motor e para detectar possíveis problemas mecânicos, provenientes do

desgaste das partes móveis e por deficiência do sistema de filtragem de óleo e ar.

4.4.3. Espectrometria

A espectrometria em lubrificantes pode ser feita pelo método da absorção

atômica ou de emissão óptica (infravermelho). Nesta técnica, a amostra é atomizada em

uma chama sobre a qual incide uma determinada radiação - característica do elemento a

ser analisado. Esta radiação tem como fontes "lâmpadas” específicas para cada

elemento. Os átomos do elemento dispersos na chama absorvem parte da radiação

incidente ocasionando a diminuição de intensidade da mesma que é medida por um

detector. Quanto maior a concentração do elemento, maior será a absorção da radiação

incidente.

Os ensaios espectrométricos podem ser utilizados na definição dos componentes

presentes em uma amostra de lubrificante. Estes tipos de ensaios fornecem informações

sobre o desgaste do equipamento, com dados precisos do conteúdo de substâncias

metálicas. Os elementos de interesse ao estudo das partículas de desgaste geralmente

são o alumínio, cromo, cobre, ferro, manganês, magnésio, sódio, níquel, chumbo,

silício, estanho, zinco, titânio, cálcio, bario e vanádio.

Além disso, podem avaliar os aditivos presentes no lubrificante. As principais

vantagens da espectrometria são:

Detecção de todas as partículas presentes: desgaste, componentes químicos

(aditivos);

Contaminantes;

Boa sensibilidade na detecção de partículas menores de 1 mícron.

E as principais desvantagens são:

Page 34: Técnicas+

34

Baixa sensibilidade na detecção de partículas superiores a 2 microns.

Não distingue partículas quanto ao tamanho ou quanto à forma

A seguir será explicada a espectrometria por absorção atômica e seus

componentes, comuns também na espectrometria por infravermelho, que também será

abordada.

4.4.3.1. Espectrometria de Absorção Atômica

O princípio fundamental da espectrometria de absorção atômica envolve a

medida da absorção da intensidade da radiação eletromagnética, proveniente de uma

fonte de radiação primária, por átomos gasosos no estado fundamental. A

espectrometria de absorção atômica (AAS - do inglês Atomic Absorption Spectrometry)

utiliza esse fenômeno para a determinação quantitativa de elementos (metais, semi-

metais e alguns não metais) em uma ampla variedade de amostras de diferentes

lubrificantes. Os dois tipos de atomizadores mais usados em AAS são a chama e o forno

de grafite. A espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS - do inglês Flame

Atomic Absorption Spectrometry) é a técnica mais utilizada para análises elementares

em níveis de mg/l, enquanto que a espectrometria de absorção atômica com atomização

eletrotérmica em forno de grafite (ETAAS - do inglês Electrothermal Atomic

Absorption Spectrometry) é utilizada para determinações de baixas concentrações

(μg/l).

4.4.3.1.1. Espectrômetro

O espectrômetro de absorção atômica é um equipamento que permite a análise

quantitativa de elementos metálicos em soluções líquidas, gasosas e sólidas. Os

componentes básicos de um espectrômetro incluem fonte de radiação, sistema de

atomização, conjunto monocromador, detector e processador conforme Figura 8. Nos

equipamentos mais antigos utilizam-se moduladores mecânicos (chopper) e nos mais

modernos a modulação é feita eletrônica ou mecanicamente. A atomização pode ser

feita em chama, em tubo aquecido acoplado a gerador de hidretos, através da geração de

vapor a frio, e eletrotermicamente em forno de grafite, ou outros sistemas alternativos

(Tabelas 4).

Page 35: Técnicas+

35

Figura 8 - Diagrama de blocos de um espectrômetro de absorção atômica.

Tabela 4 - Atomizadores e temperaturas de atomização mais comuns em AAS.

Sistema de atomização Temperaturas de Atomização

Atomização com Chama • C

2H

2 – ar (2250 °C)

• C2H

2 – N

2O (2850° C)

Atomização eletrotérmica

• Forno de grafite (1400 a 2600 °C)

• Superfícies metálicas (1400 a 3000 °C)

Geração de hidretos • Com chama (1000 a 1400 °C)

• Com forno (800 a 1000 °C)

Geração de mercúrio

• A frio (redução a Hg°, temperatura ambiente)

• A quente (800 a 1000 °C, análise de sólidos)

De acordo com a Figura 8, os principais componentes do espectrômetro são:

1) Fonte de Radiação: Dispositivo que promove a excitação dos elementos capazes de

emitir radiação nas regiões visível e ultravioleta do espectro eletromagnético. As

principais fontes de radiação são: lâmpada de cátodo oco, fontes de espectros

contínuos e lâmpadas de descarga sem eletrodos.

2) Sistema de Atomização: O atomizador é o dispositivo onde serão gerados os

átomos gasosos no estado fundamental, que absorverão a radiação de

comprimento de onda característico proveniente da fonte de radiação, e,

conseqüentemente, ser determinada a concentração do elemento de interesse da

amostra.

Page 36: Técnicas+

36

A Figura 9 mostra um esquema de um espectrômetro de absorção

atômica com chama e seus principais componentes.

Figura 9 - Esquema de espectrômetro de absorção atômica com chama.

3) Monocromador: O monocromador deve separar a linha espectral de interesse

das outras linhas emitidas pela fonte de radiação, através da utilização de um

prisma ou rede de difração associado a duas fendas estreitas que servem para

entrada e saída da radiação. O prisma ou a rede de difração (quartzo ou

holográfica) irá decompor o feixe de radiação em discretos comprimentos de

onda, com diferentes ângulos. Dessa forma, através da fenda de saída, é possível

selecionar apenas a linha de comprimento de onda desejado.

4) Detector: Os detectores encontrados nos espectrômetros de absorção atômica

são as válvulas fotomultiplicadoras ou detectores de estado sólido. O sistema de

detecção consiste de um amperímetro analítico. Os equipamentos modernos são

interfaceados a um microcomputador, que executa quase todas as funções,

permitindo registrar o sinal em absorbância ou concentração (μg/l, mg/l, mol/l,

etc), podendo registrar as curvas de calibração, verificar os coeficientes de

correlação, calcular médias e desvios-padrão, enfim processar uma série de

informações necessárias ao controle de qualidade.

Page 37: Técnicas+

37

4.4.3.1.2. Interferências na Atomização

Entre as dificuldades encontradas na espectrometria de absorção, as mais sérias

recaem sobre as perturbações causadas pelas espécies químicas que acompanham a

espécie de interesse a ser determinada na amostra.

As perturbações específicas são aquelas que causam uma modificação na

atomização. Nestas condições é preciso recorrer a uma noção normalmente desprezada,

mas que é fundamental: a especificidade do comportamento de um elemento em

presença de outro. As interações são, em princípio, absolutas, mas dependem da

instrumentação e das condições de operação.

As interferências são os fatores limitantes das seguintes características analíticas:

Exatidão;

Sensibilidade;

Precisão.

As interferências em absorção atômica podem subdivididas em três grandes

grupos:

Interferências espectrais;

Interferências físicas;

Interferências químicas.

4.4.3.2. Espectrometria por Infravermelho

Técnica que emprega a absorção de radiação infravermelha por certos

grupamentos atômicos, para determinar a estrutura de moléculas. Cada molécula

absorve uma determinada frequência de luz infravermelha.

O método de exame consiste em levantar o espectro de absorbância do óleo

novo, que é a sua propriedade de absorver outros líquidos, raios luminosos, gás etc., e

tomá-lo como referência.

Quando se aplica a Transformada Rápida de Fourier no espectro de absorbância

pode-se identificar e quantificar os compostos resultantes de: oxidação, nitração,

sulfatação, teor de água, glicol e diluição por combustíveis. A fuligem, por outro lado,

opera como um filtro, absorvendo todas as frequências da luz infravermelha.

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38

Mais ainda, como o exame é comparativo – inicialmente levanta-se o espectro

de absorbância do óleo novo, como referência, podemos até identificar se o óleo em uso

é do mesmo modelo do óleo especificado (Figura 10).

Figura 10 - Exemplo de espectro de absorbância obtido por infravermelho.

A condição para que ocorra absorção da radiação infravermelha é que haja

variação do momento de dipolo elétrico da molécula como conseqüência de seu

movimento vibracional ou rotacional (o momento de dipolo é determinado pela

magnitude da diferença de carga e a distância entre dois centros de carga). Somente

nessas circunstâncias, o campo elétrico alternante da radiação incidente interage com a

molécula, originando os espectros. De outra forma, pode-se dizer que o espectro de

absorção no infravermelho tem origem quando a radiação eletromagnética incidente tem

uma componente com frequência correspondente a uma transição entre dois níveis

vibracionais.

A vibração dos átomos no interior de uma molécula apresenta energia coerente

com a região do espectro eletromagnético correspondente ao infravermelho (100 a

10000 cm-1

).

O espectro infravermelho de um composto químico é considerado uma de suas

propriedades físico-químicas mais características e, por conta disto, a espectroscopia na

região do infravermelho tem extensa aplicação na identificação dos compostos.

4.4.3.2.1. Espectroscopia de Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR)

Utilizando espectrômetro FTIR, pode-se identificar e quantificar os compostos

resultantes de: oxidação, nitração, sulfatação, teor de água, glicol e diluição por

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combustíveis em óleos lubrificantes. As principais vantagens da espectroscopia FTIR

são:

O instrumento apresenta poucos elementos ópticos e não necessita de fenda

(vantagem de Jacquinot). A potência da radiação que chega ao detector é maior

do que nos instrumentos dispersivos e maiores relações sinal/ruído são

observadas.

Melhores precisão e exatidão em termos de comprimento de onda.

Todos os sinais da fonte alcançam o detector simultaneamente (vantagem de

Fellgett ou multiplex). Essa característica torna possível a obtenção de todo o

espectro de uma só vez e, com essa economia de tempo, é possível aumentar o

número de varreduras (“scans”) para aumentar a razão sinal/ruído.

4.4.4. Ferrografia

A ferrografia é uma técnica laboratorial de manutenção preditiva para o

monitoramento e diagnose de condições de máquinas. Ela determina a severidade, modo

e tipos de desgaste em máquinas, por meio da quantificação e observação das partículas

em suspensão no lubrificante. Onde ocorre a identificação da morfologia, acabamento

superficial, coloração, natureza e tamanho das partículas encontradas nas amostras de

óleos ou graxas lubrificantes, de qualquer viscosidade, consistência e opacidade.

O objetivo inicialmente proposto pelos pesquisadores foi o de quantificar a

severidade do desgaste de máquinas e para a pesquisa foram adotadas premissas, que

ainda hoje são consideradas nos testes. São elas:

Toda máquina desgasta-se antes de falhar;

O desgaste gera partículas;

A quantidade e o tamanho das partículas são diretamente proporcionais à

severidade do desgaste;

Os componentes de máquinas, que sofrem atrito, geralmente são lubrificados, e

as partículas permanecem em suspensão durante um certo tempo;

Considerando que as máquinas e seus elementos são constituídos basicamente

de ligas de ferro, a maior parte das partículas provém dessas ligas.

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40

Então, analisar partículas é o mesmo que analisar as superfícies que se

desgastam.

Figura 11 - Gráfico desgaste x tempo de uma máquina.

4.4.4.1. A Técnica Ferrográfica

Descobriu-se que durante o funcionamento normal de um elemento de máquina

corretamente lubrificado, são produzidas partículas metálicas, principalmente ferrosas,

de tamanho inferior a 15 microns e que, em condições de sobrecarga e má lubrificação

cresce a quantidade e o tamanho das mesmas.

Segundo Essel, “O método usual de quantificação da concentração de material

particulado (...) não proporciona condições adequadas para a classificação dimensional,

que é de grande importância para a avaliação da intensidade do desgaste de máquinas.”.

4.4.4.2. Constituintes do Ferrógrafo

Figura 12 - Ferrógravo de Westcott.

Segundo a Figura 12, o ferrógrafo de Westcott é constituído por:

Um tubo de ensaio;

Uma bomba peristáltica;

Uma mangueira;

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Uma lâmina de vidro;

Um ímã;

Um dreno.

O lubrificante por meio da bomba peristáltica se desloca do tubo de ensaio a

lâmina de vidro, que se encontra ligeiramente inclinada e apoiada sobre um ímã com

forte campo magnético.

A direção do fluxo do lubrificante é assegurada pela inclinação da lâmina de

vidro. O lubrificante transporta partículas grandes e pequenas com a mesma velocidade.

Devido à ação do campo magnético do ímã inicia a separação entre partículas grandes e

pequenas.

As partículas grandes vão se fixando na lâmina de vidro logo no seu início, e as

menores depositam-se mais abaixo.

O dimensionamento de partículas é efetuado com o auxílio de um microscópio

de alta resolução. Nos ferrógrafos atuais, a vazão é de 0,3 ml de fluido por minuto e

98% das partículas ficam retidas na lâmina de vidro, mesmo as não magnéticas.

4.4.4.3. Ferrograma

Um ferrograma é uma lâmina preparada que permite obter a dimensão

aproximada das partículas depositadas.

As partículas não magnéticas também são depositadas no ferrograma, graças ao

fluxo lento do lubrificante auxiliado pela aceleração gravitacional, porém dado que

essas partículas não são influenciadas pelo campo magnético, elas se depositam de

maneira aleatória por toda a lâmina de vidro.

O Ferrograma também permite descobrir as causas dos desgastes: deslizamento,

fadiga, excesso de cargas etc.

Há dois tipos de procedimentos:

Ferrografia Quantitativa - DR - (Direct Reading Ferrography)

Ferrografia Analítica - AN - (Analytical Ferrography).

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Figura 13 - Desenho esquemático de um ferrograma.

4.4.4.4. Ferrografia Quantitativa

Após a passagem do lubrificante pelo ferrógrafo, analisa-se o ferrograma com

uma luz, proveniente de uma fonte, que se divide em dois feixes passando por uma fibra

óptica. Esses feixes são parcialmente atenuados pelas partículas nas posições de entrada

e seis milímetros abaixo. Os dois feixes atenuados são captados por sensores ópticos ou

fotodetectores que mandam sinais para um processador. Os valores encontrados são

comparados com os valores obtidos por um ensaio sobre uma lâmina limpa,

considerando que a diferença de atenuações da luz é proporcional à quantidade de

partículas presentes, indica a severidade do desgaste.

Figura 14 - Desenho e foto de um ferrógrafo quantitativo.

A ferrografia quantitativa pode ser efetuada periódica ou continuamente e

possibilita o traçado de um gráfico de tendências e o estabelecimento de um nível de

alarme.

Page 43: Técnicas+

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Por exemplo, o gráfico a seguir, chamado gráfico de tendências, é obtido por

meio da ferrografia quantitativa.

Figura 15 - Gráfico de tendências.

O valor L + S, chamado concentração total de partículas, é um dos parâmetros

utilizados para avaliação do desgaste.

Classificação das Partículas:

Large = L: maiores do que 5 microns;

Small = S: menores ou iguais a 5 microns.

Interpretações:

L + S = concentração de partículas.

PLP = (L – S) (L + S) * 100 = modo de desgaste

IS = (L2 – S2)/diluição2 = índice de severidade

A “curva da asa” é um gráfico que mostra a evolução do desgaste dos elementos

de uma máquina. Observe que o tamanho das partículas provenientes de desgaste

normal varia de 0,1 µm até aproximadamente 5 µm. A presença de partículas maiores

que 10 µm praticamente garantirá a indesejável falha do componente.

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Figura 16 - Curva da Asa.

Para maior clareza, observe o gráfico seguinte que mostra as faixas limítrofes

dos tamanhos das partículas.

Figura 17 - Gráfico ilustrativo da classificação e interpretação das partículas.

4.4.4.5. Ferrografia Analítica

Requer a utilização de um microscópio. A indicação do desgaste é fornecido pela a

natureza das partículas. A amostra levada ao microscópio em laminas de vidro é análoga

a um espectro, pois decompõe o "sinal", ordenadamente, segundo suas características,

que tem relação com as causas.

A identificação das causas de desgaste é feita por meio do exame visual da

morfologia, cor das partículas, verificação de tamanhos, distribuição e concentração no

ferrograma. Pela ferrografia analítica, faz-se a classificação das partículas de desgaste

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em cinco grupos. A Tabela 6 a seguir mostra os cinco grupos de partículas de desgaste e

as causas que as originam.

Tabela 5 - Grupos de desgaste e as causas que as originam.

A seguir têm-se os esboços de ferrogramas, com fotos ilustrativas que estão

ampliadas em 500X, para ter o esclarecimento das imagens em microscópicos dos

exames.

Figura 18 – Esfoliação.

Figura 19 - Corte por abrasão.

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Figura 20 - Fadiga.

Figura 21 - Arrastamento.

Figura 22 - Deslizamento.

Figura 23 - Polímero.

4.4.4.6. Vantagens e Desvantagens da Ferrografia

Entre as vantagens, pode se citar:

Aumento da vida útil do equipamento;

Redução dos custos pelo aditamento controlado de paradas programadas;

Aplicação em máquinas de todo tipo e dimensões;

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Mais segurança;

Maior disponibilidade operacional.

Entre as desvantagens, as principais são:

Não detecta todos os elementos presentes na amostra;

Baixa sensibilidade na detecção de partículas menores que 1 micron.

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5. CONCLUSÃO

As técnicas de análise preditiva tomando como parâmetro de controle os

lubrificantes são técnicas bem precisas e satisfatórias, sendo usadas amplamente no

setor industrial, devido às características dos óleos e das suas funções. Mesmo sendo

boas técnicas seria interessante o uso de outras maneiras para um controle em conjunto,

assim aumenta-se a confiabilidade dos dados coletados e amplia o conhecimento pela

utilização dos parâmetros.

Foram abordados neste seminário: os benefícios da manutenção preditiva, as

funções do óleo lubrificante, as análises dos óleos lubrificantes, as vantagens e as

desvantagens de um método de análise perante outros métodos, como exemplo: a

espectrometria e a ferrografia.

O grupo ampliou o conhecimento da Engenharia da Manutenção de cada

integrante conhecendo as técnicas de manutenção preditiva tendo controle de parâmetro

os lubrificantes e os objetivos foram atingidos.

Page 49: Técnicas+

49

6. REFERÊNCIAS

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