53
" Cristiane Borges de Lima Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Grafico Curitiba UTP 2006

Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

  • Upload
    buidang

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

"Cristiane Borges de Lima

Tecnicas manuais de representagaoe 0 Design Grafico

CuritibaUTP2006

Page 2: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Cristiane Borges de lima

Tecnicas manuais de representa<;8oeo Design Grafico

TCC - Trabalho de Conclusao de Curso apresentadoAo Curso de Desion. habilitacao em Desion Gn3fico.

Como requisito parcial para a obten,ao doGrau de Designer Gratico da

UTP - Universidade Tuiuti do Parana,Orientada pelos Professores Marcelo Gallina e Leandro Roth

CuritibaUTP2006

Page 3: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer
Page 4: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Ao conhecimento adquirido no decorrer dessesquatro anos de vida academica, estimulado

pelo aperfei90amento do ser enquanto individuo,com a satisfaC;:Bo do cresci menta cultur'al ea consciencia da responsabilidade social.

III

Page 5: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

A todos que estiveram envolvidos direta e indiretamentenesse processo de evolu9210 intelectual, em

manifestaybes de incentiv~, apoio e compreensao,bern como a credibilidade e a promo921o deoportunidades para 0 aperfei9oamento do

conhecimento adquirido.

IV

Page 6: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

SUMARIO

SUMARIO.. . 5Resumo.. . 7Abstract.. . 8INTRODUC;iio.. . 9Melhores imagens do Produto.. .. 11REVISiio BIBLIOGRAFICA...... . 12

Origem do Design... ... 12Revolu~ao Industrial... . 13Bauhaus.... . 14o Design na Era da Informa~ao . . 15A imagem e a Fotografia.. . 17Colagem. . 18Pastel.. . 18Nanquim. . .. 19Grafite... . 19Oswaldo Miranda . 20Elio Palumbo.. ..20Centro Historico.. . 21o Espa~o Urbano . . 21Linha Pinhao - Pegadas da Mem6ria.. ...22Pra~a Joao Candido . 22Sociedade Beneficente Protetora dos Operarios.. . 22Belvedere.. . 23Rua Jaime Reis . . 23Arcadas de Sao Francisco.. . 23Sociedade Garibaldi. . 23Pra~a Garibaldi.. . 24Relogio das Flores ...........................• . 24Funda~ao Cultural de Curitiba.. . 24Igreja do Rosario. . 24Igreja Presbiteriana Independente.. ..24Rua Doutor Claudino dos Santos ...•.. . ..25Largo Coronel Eneias.. . 25Museu de Arte Sacra.. . . 25Igreja da Ordem.. ..25Casa Romario Martins.. . 25Casa Vermelha.. ...26Galeria Julio Moreira.. . 26Museu na Rua . . 26Catedral Basilica Menor de Nossa Senhora da Luz.. . . 26Pra~a Tiradentes . . 27Pra~a Jose Borges de Macedo.. . 27Museu Paranaense.. . 27Pra.ya Generoso Marques.. . ..27Rua Barao do Rio Branco ... · 27Cafe Alvorada.. . . 28Galeria Lustosa.. . 28

Page 7: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Correio Velho.. . 28Praya Santos Andrade.. . .. 28Universidade Federal do Parana .. . 28Galeria Schaffer.. .. 29Cine Groff.. .. 29Livraria Ghignone . ...29Confeitaria das Familias.. 29Galeria do Plano Agache.. . 29Cine Ritz.......... .. 30Foto Brasil.. .. .. 30Bar Mignon. .. 30~~~~.. . WBondinho da Rua das Flores. .. 30Palacio Avenida.. . 31Boca Maldita .. . 31Braz Hotel.. . 31Edificio Garcez .. .. 31Avenida Luiz Xavier.. . 31Praya Os6rio.. .. 32Banestado.. .. ..32Senadinho.. . 32

MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA 33Saber Projetar.. .. 33Problema Identificado.. .. 34

DISCUssAo.. . 50CONCLUsAo.. . .. 51REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.. . .. 52

Page 8: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Resumo

Trabalhar na confeCl;:ao de PeC(as, utilizando, tecnicas manuais na representa<;:aogn3fica, associadas a processDS tecnol6gicos. 0 objetivo desse projeto e promover avaloriza<;ao do trabalho do profissional do Design, atualmente questionado, devido aevolu<;ao tecnol6gica e suas facilidades. 0 projeto vem prop~r uma vi sao deaproveitamento da maquina como ferramenta de trabalho, assim como as diferentestecnicas utilizadas no processo criativD ate seu produto final. Mestrar que processostecnol6gicos e tecnicas manuais S8 associadas de forma consciente, promovemresultados de peC;:8s com qualidade e forte apelo na personalizac;:ao do trabalho doDesigner. Foram projetadas peC;8s gra:ficas de canMer promocionalsendo slas, cartazes, catalogo, mapa turistico, pasta is e placa de 5inaliz8<;:30,dirigidas ao roteiro Hist6rico denominado "Linha do Pinhao" da Cidade de Curitiba.Esse roteire tern por objetivQ, conduzir 0 turista a uma caminhada pelo centrohistorico, apresentando ieones, em sua maioria arquitetonicos, que mostram aevolu<;ao da Capital do Estado do Parana no decorrer dos anos, desde a suafunda980 ate os dias de hoje. No desenvolvimento eonceitual das pe9as fcramutilizadas cinco tecnicas de representagao trabalhadas manual mente, sendo elas,colagem, pastel seco, lapis de cor, fotografia e nanquim associadas a processostecnologicos como, digitaliza9ao e tratamento de imagens, composi980 ediagrama980 textual, inserida da condi~aode reprodu~aocaracteristica do DesignGrafico. 0 resultado obtido foi de um material com personalidade e qualidade graficasatisfat6ria atendendo as necessidades da proposta do trabalho.

Palavras Chaves - Tecnicas, Manual e Processo.

Page 9: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Abstract

To work in the confection of pieces, using manual techniques in the graphicrepresentation, associated with technological processes. The objective of this projectis to promote and to value the work of the Design professional, currently questioned,due the technological evolution and its easinesses. The project proposes to useadvantage of the machine as a work tool, as well as the different techniques used inthe creative process, until the final product. To show that technological processesand manual techniques, if associates, in a conscientious form, promote the rc..,sultofpieces with quality and a strong personalization appeal in the work of the Designer.Graphical pieces had been made in a promocional and informacional form, directedto the Historical route called "Linha do Pinhao" of the City of Curitiba. This rouil' hasfor objective, to lead the tourist to walk by the historical center, presenting icolls, in itsmajority architectural, that show the evolution of the Capital of the State of PE)Jcm<3trought the years, since its foundation until the present day. In the conceptualdevelopment of the pieces, it were used five different manual work techniques ofrepresentation, being, collage, dry crayon, crayon, photograph and nanquimassociated with technological processes such as, scannaring and images treatment,composition, diagramming texts, for the characteristic condicions for reproductionthat the Graphical Design requires. The result was a material with personality andsatisfactory graphical quality that attends to the proposol necessities of the work.

Key words: Techniques, Manual and Process.

Page 10: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

INTRODUC;;AO

Devido a aparente facilidade em se aprender as ferramentas digitais de cria<;ao etratamento de imageils houve uma crescente invasao de "profissionais" naopreparados para 0 exercicio das atividades de criaC;8o em design grafico, comoocorre em toda profissao da qual a vida humana nao dependa diretamente, e, comoconseqOE!ncia prime ira, os projetos criados par estes passaram a ser gerados dasmaneiras mais descuidadas e inapropriadas possiveis.

Segundo Amaury Fernandes (Professor com atu8c;ao no magisterio em cursos dasareas de Comunic893o Social, Design e Belas Artes). Diante das novas tecnologiasdigitais os clientes, em urn primeiro momento e ainda hoje em grande numera,passaram a crer em soluc;oes caseiras, que nao envolvem custos adicionais com acontrataC;80 de um profissional que seja efetivamente preparado para solucionar, demaneira acertada, os problemas pertinentes aos elementos de design graficonecessarios aos seus empreendimentos. SolU90es do tipo "meu sobrinho fez pramim no computador" ou "eu mesmo resolvi 0 problema com 0 PaintBrush doWindows", se tornaram extremamente comuns e, desta forma geraram uma imensaquantidade de soluc;oes "capengas" que nao s6 nao resolvem efetivamente asproblemas como as agravam em muito na imensa maioria das vezes.

Alem disso, toda esta cultura de que as sotu<;6es visuais sao trabalhos de r;'pida efacil execw;:ao, passiveis de serem realizados por qualquer pessoa que, conhe9aatgum software grafico gerou uma brutal desvaloriza<;ao da fase de cria<;ao dostrabalhos. a diferencial qualitativo oferecido pelas solw;:6es devidamenteamadurecidas, tanto do ponto de vista estetico, quanto do ponto de vista funciona!dos trabalhos executados pelos designers formados academicamente e quasesempre considerado so mente como urn agregador de despesas desnecessarias.Esta cultura se disseminou muito mais facilmente entre os pequenos e mediosclientes, que compoem justamente a maior fatia do mercado de trabalho, e aindahoje e bastante comum este tipo de atitude, que segue sendo alimentadaprincipal mente pel as pessoas que atuam no mercado sem a menor qualificac;:ao,promovendo uma competi98o desleal atraves da pratica de pre90s, muito abaixo dastabelas das associay6es de profissionais da area e mesmo do aceitavel por urnprofissional com urn minima de consciencia.

Toda esta questao, aeaba gerando reflexos na maioria dos trabalhos "novos" queaparecem na mercado. Muitas imagens, geralmente as de constru9ao maissimplificada, pareeern se repetirem a exaustao, os multiplos efeitos possiveis deserem executados pelos softwares nao sao explorados alern da oP9ao basicaoferecida pelos programas. que tambem e repetida em uma constancia assustadora.A fatta de tempo mata a exptora<;ao das sotu<;6es diferenciadas e atrapatha 0

exercicio da curiosidade com rela980 a estas.

a processo criativo fica reduzido pelo ~pra ontem" e a sensaC;8o de que 0 trabalhoficou incompleto e uma companheira quase constante e refletida em frases como "eu

Page 11: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

sempre acho que meus trabalhos poderiam ficar mais bem resolvidos", que saoconstantes nas conversas informais entre os profissionais de design gn3fico.

Com isso muitas vezes parece nao haver tempo para uma maior preocupa9ao com aconceituag8o dos trabalhos, ou com sua estrutura semiol6gica, ou com aapropriag80 de um imaginario mais adequado, ou ainda com a construg8o grafica ea legibilidade.

Nestes casos estes elementos sao substituidos pela digitaliza9ao e banaliza980 dasimagens, que acabam se convertendo em signos sem significados e em que agrande SOlUc;80e a repetiy80, de efeitos gerados por programas de tratamento deimagens.

A questao pro posta pelo projeto nao e do tipo "no passado era melhor" 0 objetivo doprojeto e refletir sobre a forma como vem sendo conduzido 0 processo. A tendenciae a da mais baixa instrumentalizayao do mercado de trabalho, da area e de suabrutal desvalorizaC;:8o comercial, 0 que preocupa muito, em relayao aos profissionaisque estao se formando nesse contexte da evolu9ao tecnol6gica.

Nao ha, tambem, uma averS80 com relay80 aos meios digitais, pelo contrario,·somos de uma gerayao que disp5e de um melhor ferramental para a execug80 detrabalhos que hoje e oferecido pelas tecnologias digitais para 0 setor.

Todo 0 trabalho foi praticamente extinto do meio fisico e tornado infinitamentemenos penoso no meio digital. Como ferramentas os equipamentos de computay8ografica, sao 6timas para a finalizayao de trabalhos e essenciais para a reprodu<;aodos mesmos. 0 grande problema que geraram no meio profissional e cultural.

10

Page 12: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Melhores imagens do Produto

11

Page 13: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

REVISAo BIBLIOGRAFICA

Origem do Design

A palavra Design segundo Rafael Cardoso Denis (PhD em historia da Arte) pel aUniversidade de Londres (Courtauld Institute of Art) e de origem Inglesa, quesignifica: Ideia de plano, designio, intenyao quanta a de configuray8o, arranjo,estrututura. Sua origem mais remota esta no latim "designare" e abrange ambos ossentidos, 0 de designar e 0 de desenhar.

Na 6tica etmol6gica 0 termo Design contem nas suas origens, uma ambiguidade,uma tensao entre algo abstrato (conceber/projetar/atribuir) e algo concreto(registrar/configurar/formar). Sendo assim a maioria das defini90es concorda que 0

Design trabalha com a uniao das duas coisas, atribuindo forma material a conceitosintelectuais. E uma atividade que gera projetos no sentido de pianos, esboyos aumodelos.

Tem side uma preocupag8o constante, 0 desejo de alguns designers de sedistanciarem do fazer artesanal ou artfstico. Hoje ja com mais maturidade, 0

designer percebe a importancia de resgatar as relagoes, com 0 fazer manual. Poremo que caracteriza 0 inicio do design e justamente a passagem do conceber eexecutar 0 artefato. Para 0 projetar 0 objeto que sera fabricado par autra pessaamanualrnente ou de preferencia par meias mecanicas, diferenciando assim 0designer de urn artesao. A definigaa de design como "a elaboragao de projetas paraa produgao em serie de objetos por meios mecanicos", encontrou dificuldades deaplicagao pela fato dessa transigao nao ocorrer de forma simples. Diferentesartefatos e regioes passaram por esse processo em momentos dispares. Ja naantiguidade, eram utilizados tecnicas de produgao em serie, como 0 caso damoldagem em ceramica e a fundiC;80 de metais.

Com a introduc;ao dos tipos m6veis e com 0 advento da imprensa (Europa, seculoXV) e os meios rnecanicas notou-se a necessidade desta produg80 seriada.Outrosexemplos sao a fabrica,ao mecanizada de pe,as para relogios (seculo XVII) e adivis80 do trabalho desenvolvidas em varias eta pas com diferentes trabalhadores,na produg80 de urn unica objeto (seculo XVIII). A primeira vez que foi utilizada apalavra designer registrada pelo Oxford English Dictionary data do seculo XVII. 0emprego do termo nao era frequente ate 0 inicio do seculo IX, logo depois em outrospaises da europa, um numero consideravel de trabalhadores ligados a area textil, jase intitulavam designers.

Essa divisao de trabalho e uma forte caracteristica da Primeira Revolug80 Industrial,sugerindo 0 design como uma etapa especifica do processo produtivo. Ter urntrabalhador respansavel par essa etapa faz parte da implantaC;80 de qualquersistema de fabricaC;8a industrial. A existencia de atividades ligadas ao designante cede a aparig80 do profissional designer. Os primeiros designers eram aquelestrabalhadares, promovidos por alguma habilidade ou experiencia a um posto decontrole, em relagao as outras eta pas da divisao de trabalho. A origem doprofissionalliberal como conhecemos hoje, vem de um longo processo de evolu,ao

12

Page 14: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

que teve inicio no seculo IX, pelas primeiras escolas de design, continuando com ainstitucionalizag80 ao longo do seculo XX.

Revoluyao Industrial

De acordo com Rafael Cardoso Denis (PhD em historia da Arte) pela Universidadede Londres (Courtauld Institute of Art) no livro (Uma Introdug80 a Hist6ria doDesign). A Revolug8o Industrial ocorreu na Europa entre os seculos XVIII e IX,caracterizada por uma serie de transformac;oes nos meios de fabricac;:ao. Mudanc;:asdecisivas, consideradas 0 acontecimento mais importante desde 0 desenvolvimentoda agricultura. 0 termo se refere a criac;ao de um sistema de fabricac;:ao que produzem grandes quantidades a urn custo que vai diminuindo ate nao depender mais deuma demanda, gerando seu proprio mercado. Atualmente quase tudo que seconsome e produzido pela industria e 0 longo processo de transic;:ao global do antigosistema para a atual se entende por industrializac;ao.

A Primeira Revolug80 Industrial ocorreu na Inglaterra por volta de 1750.Considera-se que par uma conjunc;:ao de fatores demograficos, socia is, geografico,cultural e ideologico nao sao suficientes para explicar a precedencia inglesa. Foicom a fabricac;:ao de tecidos de algodao que, 0 primeiro surto industrial se observou.Com um aumento de cerca de 5.000 % da produc;:ao entre 1780 e 1850. Umcrescimento assim deve-se a duas coisas: um mercado grande para absorver essevolume e um retorno crescente justificando a expansao rapida da oferia, dois fatoresexistentes na epoca.

Devido ao seu dominio naval e ao bloqueio impasto a Europa Continental no periododas guerras napole6nicas a Gra-Bretanha, deteve quase um mono polio do comercioexterior europeu entre 1789 e 1815. Compravam assim todas as mercadorias pelomenor prec;o e vendiam as mesmas pelo maiar preyo. Tecidos, chas e louyascomprados na india eram trocados por escravos na Africa, que plantavam algodaobarato nos Estados Unidos e Brasil, que eram exportados nova mente, gerando lucroaos intermediarios. Este sistema proporcionou um acumulo de capital 0 que permitiua pequenas oficinas artesanais a transformayao em grandes fabricas equipadas comas ultimas novidades mecanicas.

A mecanizay80 e urn fator que define a industrializac;ao, junto com uma serie deinovagoes tecnol6gicas (final do seculo 18 e inicio do seculo 19) que permitiu 0aumento na produtividade a preyos cada vez menores, devido a rapidez naproduc;:ao e a diminuiyao de mao de obra. as tecidos de algodao ingleses atlngiramum custo tao baixo que tornou-se acessivel, a uma classe de compradores queantes nao podiam adquiri-Ios. Pela primeira vez na historia podia-se dizer quequanta maior a produyao maior 0 consumo. Eric Hobsbawm descreve aindustrializayao, como um sistema que gera demanda em vez de apenas suprir umaja existente. Porem essa demand a data de antes da revoluyao industrial ela ja vemde um processo de acumulo de riquezas ao longo dos cem anos anteriores, por issoo consumo podia ser sustentado.

13

Page 15: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

No seculo XVIII em alguns paises da Europa, ja existia uma classe de consumidoresnumerosos com um poder de compra que ja come9ava a exigir produtos maissofisticados. E nesse mercado de artigos de luxe que se tern origem a organizaC;8oindustrial.

Bauhaus

A Bauhaus surgiu de uma uni30 entre a academia de belas artes e a escola de artese aficios, ja existentes em Weimar na Alemanha. Seu diretor na ocasiao era 0

arquiteto Walter Gropius, modernista com tendencias coletivistas da organizaC;<3oArbeitsrat fOr kunst (conselho de trabalhadores para a arte).

A escola foi criada em um momento extremamente conturbado da Alemanha (1918-1919). A derrota na guerra, matins e greves, a renuncia do Kaiser e a formac;ao deum partido comunista que pregava a revoluC;<3o nos moldes sovieticos.

Em 1919 foi criada uma nova republica federal, com sua capital em Weimar. E noauge desse conflito,o governo estadual provisorio aceitou a proposta de Gropiuspara uma reformulac;ao do ensino artistico publico.

A Bauhaus passa por fases distintas, sob tn3s diretores (Gropius, Hannes Meyer eMies van der Rohe) e em tres cidades dilerentes (Weimar, Dessaw e Berlim). Comum Ideal socialista, suas freqOentes mudanc;as de localidade estavam semprerelacionadas a conflitos politicos. Houve tentativas por parte da escola de firmarparcerias com a industria na esperan<;:a de desvencilhar do financiamento dogoverno, mas estas foram mal sucedidas.

A escola promovia varias atividades de extensao, como a publicayao de livros,revistas e ate um grupo de teatro. E em 1925, formou uma pequena empresa, aBauhaus Gmb H para comercializar produtos projetados na institui,ao.

Sob a dire,ao de Gropius (1919 -1928) a Bauhaus preocupou-se em agregarpessoas e propostas das mais diversas tendencias. Aberta a qualquer novidade,atraiu de toda a Europa figuras e ideias inovadoras em relay80 a arte e a arquitetura.Pelo seu corpo docente passaram nomes como, Wassily Kandinky e 0 alemao PaulKlee, entre outros nomes mais ou menos conhecidos, de diversas areas como apintura, deSign, arquitetura, fotografia. escultura. literatura entre outros.

Essa diversidade criativa fez da Bauhaus urn foco mundial para 0 fazer artistico. Noentanto essa mesma variedade de ideias trabalhou na contra mao de suasobrevivencia devido aos choques entre personalidades fortes, aliado aD confrontocom as poderosas tendencias xenofobas da epoca.

Em relayao a questao pedag6gica a escola passou por constantes mutayoes devidoa freqOente troca de professores, cursos e enfoque. Essas fases pedag6gicas saodividas de acordo com as ideias. expressionistas e misticas de Gropius e Itten, dalase tecnicista e racional de Moholy-Nagy e Meyer e da lase locada na arquiteturade Mies van der Rohe.

14

Page 16: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Uma importante contribuic;ao da Bauhaus foi a ideia de pensar 0 design como umaatividade unificada e global. A escola no entanto foi perdendo aos poucos seuutopismo inicial e com a saida de Gropius, se adequou a uma visao menosgrandiosa do ensino do design. No final assumiu ainda 0 subtftul0 de Hochschule fOrgestaltung (escola superior de design).

A Bauhaus focava seu ensino em ofiGinas dedicadas a um unico material, existiramaulas de ceramica, metal, tecelagem, mobilia rio, pintura entre outros. 0entendimento unificado de todas estas tecnicas se dava atraves de urn cursopreliminar que trabalhava fundamentos sobre forma e cor.

Para seus participantes 0 maior significado da escola era a possibilidade de fazeruso da arquitetura e do design para construir uma sociedade melhor, livre, justa einternacional, sem conflitos de nacionalidade e rac;a, que dominavam 0 cenariopolitico. Na pratica, porem, 0 design refletiu apenas 0 superficial desse ideal.Contrariando a vontade de seus idealizadores a Bauhaus acabou contribuindo parauma estetica e urn estilo, especifico no design, denorninado "alto Modernismo" quetinha sua base no funcionalismo. Como consequEmcia, admiradores da escolaacabaram trabalhando em formulas prontas sem a preocupac;ao de entender ouquestionar a origem de tais soluc;oes.

Apesar de ser uma escola cheia de artistas e artesoes, na tentativa de legitimar 0

design, buscavam afasta-lo da criatividade individual e aproxima-lo de umaobjetividade tecnica e cientifica.

o legado mais ir6nico deixado pela escola e a tendencia de muitos seguidores deprescrever normas e regras para 0 design. A divergencia de opinioes tornou-se suaprincipal heranc;a. Mas quem examinar mais detalhadamente as produc;6es e textosda escola, descobrira uma realidade mais rica e diversificada, da qual a imagem daBauhaus ficou reduzida posteriormente.

o mito da Bauhaus merece ser enterrado, mas suas experiencias continuam a seruma fonte importante de estudo e ideias para 0 designer nos dias de hoje.

o Design na Era da Informayiio

A miniaturizac;ao de componentes eletronicos no decorrer das ultimas decadas efundamental para a hist6ria tecnol6gica do seculo 20. Com a introdu9ao detransistores, semicondutores, circuito integrado e chips, a relac;ao entre forma efunc;ao, tecnicas e materiais, se alterou definitivamente. A partir de uma linguagembinaria e possivel abranger todas as linguagens, todas as formas de expressao,veicula-Ias e traduzi-Ias de um meio de registro para outro, com uma faGilidadenunca antes imaginada.

o mundo da era da informac;ao e composto de vis6es fragmentadas e fragmentos devis6es, onde 0 todo 56 e recomposto na mente de cada um e sempre de formapassageira. .

15

Page 17: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

A fragmenta9ao visual nao e um fenomeno exclusivo da era eletronica, trata-se dealgo que possui suas raizes ainda la no s"culo 19. Seja olhando para um outdoor apartir de um trem em movimento ou passando os canais da televisao em revista, avelocidade desse olhar moderno e um processo de fragmentayao e sobreposiyao deimagens. 0 que caracteriza esse processo e rna is a atitude do observador do que adisposiyao da coisa observada.

A fragmenta~ao da informa,ao e percebida no campo g",fico antes da introdu,aodas tecnologias eletr6nicas. Tecnicas e processos para manipulay80 de texto eimagem, como a, litografia, rologravura, fotolito, off-set, entre outros, japossibilitavam fragmentar e recompor nucleos de informayao preexistentes emnovas combina90es.

Em fung80 dos avangos da tecnologia eletr6nica 0 conceito de design vem sealterando, para uma nOy8o mais fluida de processo e de interayao, mais pr6xima daforma em que sempre se eonceituou 0 objeto grafieo.

Essas transformagoes eonceituais tiveram impacto primeiramente no design grafico.Sob diversos names como: new wave, punk, grunge, e techno, esses movimentosp6s-modernos retomam experiencias iniciadas por designers como WolfgangWeingart, Willi Kunz e Katherine Mccoy. Com 0 sucesso de nomes como NevilleBrody, April Greiman e David Carson, comeya a se definir urn novo paradigrnaestilistico no design grafieo.

Essa vis80 de design tern suas bases conceituais, na evolugao das teenologiasdigitais e com suas possibilidades ilimitadas em relagao a diagrama9ao e atipografia. Com as surgimentos de sistemas operacionais (Macintosh) e (Windows)tornou-se simples e barata a manipula980 de fontes e outros elementos graficos.Como conseqOencia 0 trabalho do design grafico foi democratizado.

Ao passo que as novas teenolagias permitem uma certa liberdade ao design, elastambem trazem limites para 0 processa criativo. Par rna is oP96es que urn softwaregrafieo possa oferecer, ele opera a partir de menus de comandos, ou seja, fica eadavez rna is dificil pensar em possibilidades que nao estejam programadas. Portanto 0risco de bitolar a criatividade e con stante.

o usa do cornputador no proeesso eriativo, apesar de aumentar 0 numero dedecisbes a serem tomadas pelo designer, pode aeabar reduzindo a sua capacidadede gerar novas solu~6es, resultando em uma homogeneidade de alguns aspectosfundamentais.

E eerta que a ferramenta nao seja a total culpada pela falta de criatividade dodesigner, porem a difusao universal e muitas vezes exclusiva de poucos programas,gera uma situayc30 em que se deve ficar atento para evitar um novo dogmatismo nasformas de proeeder.

Outra questao com a qual 0 designer deve estar atento, considerada uma grandearea de crescimento para 0 profissional e a internet. Ao mesmo tempo em que ela

16

Page 18: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

oferece a conjugagaa de linguagens grcUicas com a som e a imagem, sendo assimum campo tMil para 0 designer, boa parte da produ980 na area de web design,comeya a criar processos repetitivos e previsiveis. Talvez 0 maior desafio para 0

designer que trabalha com a rede e de encontrar solugoes que resistam a essaproliferaC;:30 de informac;:oes parciais, conciliar urn senso de disci pi ina projetavel afalta de projeto intrinseca a propria internet.

Em meio a fragmentac;:ao enriquecedora da ex peri emcia p6s~moderna e importantenao perder essa busca por alga rna is amplo e unificado. Mesma com 0 desejo de urnentendimento universal, os limites impastos pel a vida sempre exigem urn retorno aessencia experencial de nossa natureza.

A imagem e a Fotografia

No final do seculo XVIII e inicio do IX foram realizadas as prirneiras experienciascom a registro de imagens atraves da exposic;:ao a luz de chapas preparadasquimicamente. Varios inventores pelo rnundo buscavam urn processo de fixar sabrea papel au outra superficie, as imagens obtidas com a camera escura e com acamera lucida, aparelhos 6ticos que auxiliavam no desenho topografico atrav8s daproje98o vistas por lentes, prismas e espelhos. Em janeiro de 1839, Louis Daguerre,na Fran9a, e Fox Talbot, na Inglaterra, divulgaram suas descobertas, com umintervalo de apenas 24 dias.

Daguerre desenvolveu urn processo de exposic;:ao positiva de uma chapafotossensivel que produzia urna imagem bern detalhada, porem unica.Fox Talbot trabalhou no principia do usa do negativo, a qual pade gerar inumerasimagens positivas. 0 invento de Daguerre, chamado daguerre6tipo foi a primeiro aser usado comercialmente em 1839. Oaguerre potenciou a seu processo e colocou avenda aparelhos e manuais de instruyao.

o intenso desejo de obter e utilizar 0 aparelho marca 0 inicio da era fotogr8fica.Em 1840, a novidade chega ao Brasil de forma lenta, rnais continua ate as decadasde 1860 e 1870, quando come90u a se popularizar.A fotografia nao causou urn impacto imediato sabre a design grafico. A novainvenc;:ao nao representou ameac;:a direta aos processos empregados para aproduc;:ao e veiculat;;ao comercial de imagens impressas e nem as tecnicasconvencionais de representat;;ao grafica pelo desenho, gravura e pintura. A fotografiafoi por muito tempo uma curiosidade tecnol6gica e urn privilsgio de poucos. ADaguerreotipia produzia imagens unicas, era uma tscnica dernorada, diffcil e cara.

Em 1860, com 0 processo de col6dio para gerar negativos sobre 0 vidro, a fotografiacome90u a ficar mais acessivel em relaC;:8o ao seu custo. Em 1880 a Kodakintroduziu no mercado cameras baratas utilizando filmes em rolo.Em 1870 foram feitas as primeiras tentativas comerciais de impressao fotomecanica.A fotogravura passou a ser utilizada na imprensa em 1880 com restri90es. Afotografia comet;;ou a substituir a gravura em jornais e outros impressos em 1890,mais so tornou~se normativa no seculo XX e era utilizada em preto e branco.

17

Page 19: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

A fotografia na comunicagEto visual influenciou mais a processo conceitual do que 0

tecnologico, no que dizia respeito a questoes de enquadramento, composigEto,acabamento e sombreado. Em pinturas de cavalete, nas oficinas graticas enosatelies de gravura, era dado um outro tratamento as imagens, um novo modo de vero mundo.

Nas produyoes graficas de 1860 e 1870 a influencia da fotografia era percebida emquestoes como tonalidade e luz. Tornou-se comum no meio jornaHstico fazer umagravura em metal ou madeira, tendo como modelo uma fotografia. A metade doseculo IX marcou uma nova valorizagEto cultural, social e economica das imagens.

Colagem

o termo frances collage e 0 nome usado para a tecnica que faz papel, papelao,tecido, entre outros aderirem a uma superficie plana, como elementos de umdesenho ou pintura. Sua origem vern de uma atividade recreativa popular no seculoIX chamada papiers colles na qual variados tipos de desenhos eram criados destaforma.

Oecoupage era outro termo usado para definir a colagem de recortes em variassuperficies e objetos como decorayao, mais esse termo refere-se a cobertura solidaou sobreposta de toda uma superficie em vez de uso de recortes como formasindividuais ou de padroes num desenho.

A colagem como forma de arte teve seu inicio nos movimentos artisticosrevolucionarios do comego do sEkulo XX e suas qualidades tecnicas e esteticasfcram quase que total mente exploradas nas decadas seguintes. 0 interesse poressa tecnica como forma de arte deve-se a seu aspecto estetico e expressiv~, semlevar em conta a durabilidade do trabalho. 0 que de certa forma encantavajustamente por sua fragilidade.

A colagem esta relacionada ao conceito de objeto de sucata e outros objetosencontrados na natureza, uma tecnica onde 0 profissional seleciona urn objeto e 0

monta, com a intenQEto de trabalhar forma, contorno, cor, textura, entre outros.Quando os objetos sao bidimensionais, como pedayos de papel impressos, col adosem uma superficie plana, 0 trabalho pode ser considerado colagem. Quando osobjetos sao tridimensionais unidos com outros objetos, equilibrados por si so, 0trabalho e chamado assemblage. Em geral os objetos trabalhados sao conchas,tocos de madeira, pedras. Mas podem ser tambem objetos fabricados pelo homem,especialmente os que possuem caracteristicas realgadas pelo tempo.

Pastel

A pintura a pastel surgiu a cerca de 200 anos. Se levarmos em consideraQ8o osdesenhos a giz ou com terras, pode-se dizer que, a tecnica e pre-historica. Nosentido atual do termo, os pasteis tiveram inicio com as retratos do seculo XVII.

Em relar;:8o ao material e a caracteristica quimica do resultado, e um dos maissimples e puro, e um metodo de pintura com cores puras. E usado em pinturas que

18

Page 20: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

tenham a intenc;ao de nao sofrerem efeitos do tempo causados pelas mudanyas queos mediuns produzem pelos outros metodos.

A desvantagem do pastel e sua fragilidade ao desgaste medinico, sua limitayao decor e a impossibilidade de ser aplicado em velaturas. Quando utilizado em papelpuro, e cores permanentes, a pintura tern uma durabilidade. Emoldurados sob vidroe recebendo os cuidados necessarios, retratos do periodo de 1750, possuem atehoje a qualidade com a qual foram criados.

Uma forte caracteristica da pintura acabada e sua textura, a manipulayao dosbast6es produz efeitos variados. A pintura a pastel exige um flxador para impedirque as cores se desprendam do suporte, aplicado corretamente 0 fixador nao alteraa aparencia da pintura, a principal mudanya e uma pequena diminuiyao da maciezdar bordas.

o pastel possui tres graus de dureza: macio, medio e duro. Sendo 0 macio 0 maisutilizado e os outros dois somente para efeitos e prop6sitos especiais. Sua texturamacia permite uma facil manipulac;ao.

Nanquim

A tinta e usada para desenhar, pintar e escrever ha mais de 2.000 anos. Os antigosegipcios, gre90s e romanos usavam tinta em pen as para escrever sobre pergaminhoe papiro. Ja os europeus, a partir do seculo 12, utilizavam as plumas das aves comtinta. Atualmente as penas foram substituidas par objetos parecidos feitos em metal,como prata au a90, com as rnais variadas pontas e tintas.

o nanquim foi inventado na China, muitos seculos antes de Cristo. Os pintoreschineses usavarn a tinta em pincels de madeira au bambu e desenhavam animais epaisagens em peda90s de seda.

Por muitos anos, 0 nanquim foi obtido a partir daquela tinta preta que as POIVDS

liberam quando se sentem ameac;ados. HOje, ele e feito a partir de uma misturaentre canfora, gelatina e urn po escuro chamado p6-de-sapato.

Grafite

o minerio de grafita, ou 0 grafite usado nos lapis atuais, foi descoberto em 1400 naBavaria, hoje uma regiao da Alemanha, mas ainda nao se sabia multo bern 0 quefazer com ele. Em 1504, descobriram uma mina de grafite em Cuberland, naInglaterra, e os primeiros lapis come9aram a ser produzidos, envolvidos em peles decarneiro. 0 primeiro lapis de madeira com grafite no meio, parecido com os de hoje,s6 foi fabricado em 1662.

o grafite duro que usamos na escola surgiu par obra e grava do imperador daFranya, Napoleao Bonaparte, no seculo 18. Em pe de guerra com os ingleses,grandes fornecedores de grafite, Napoleao pediu aos cientistas franceses quedessem urn jeito de substituir 0 produto em falta.

19

Page 21: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

o quimico Nicolas Conte entao aqueceu a altas temperaturas uma mistura combastante argila, urn pouquinho de grafite, massa e agua. Estava inventado 0 grafiteduro, e ate hoje os lapis sao fabricados atraves deste processo. Ceras e tintas foramincorporadas a mistura e entao surgiu 0 lapis de cor.

Oswaldo Miranda

Filho de radialisla, segundo Ivens Fontoura, Miran nasceu em Paranagua em 1947.Trabalhou no cartorio de seu tio onde tinha cantato direto com a caligrafiaescrevendo a mao naqueles Ilvros de capa preta, 0 que mais tarde foi importantepara a cria9ao tipografica.

Mudou-se para Curitiba, com 16 anos. Logo entrou para 0 mundo da publicidade epropaganda, enquanto cursava 0 colegial e queria estudar arquitetura.

Trabalhou no Studio Grifo, depois na SJ. Mello, passando a limpo os esbor;:os dosdiretores de arte da agencia. De personalidade introvertida, segundo Zeno Jose Ottopioneiro do design grafico paranaense.

Sempre concentrado em seu trabalho nao gosta de ser importunado, homem depoucas palavras, em constante processo de criac;3o.

Miran tornou-se primeiro conhecido nos Estados Unidos. Desde 1978, participa doType Directors Club of New York e do Art Directors Club of New York. Primeirobrasileiro a ser premiado na Sienal Internacional de Srno (Tchecoslovaquia). Comoilustrador foi 0 primeiro e unico brasileiro a ser premiado na Society of lIustrators ofNew York. Seu trabalho e conhecido no mundo todo, principal mente 0 de designereditorial.

Pioneiro do design gratico brasileiro, ja trabalhou com alfabetos, caligrafia, logotipos,pictogramas, marcas, papelaria, ilustra90es, charges, caricatura, capas, cartazes,rotulos, vinhetas, spots, embalagens e pintura de prota.

No Brasil e admirado pela revista Grafica, mas outros trabalhos como 0 JornalRaposa Ihe conferem varios creditos.

Ele poderia ter sido marinheiro, perdeu entao a Marinha. Mas e designer grafico,caligrafo, cartunista, ilustrador, homem de criaC;:3oe editor. Portanto, ganharam osleitores e amantes do design, do humor e da qualidade grafica.

Elio Palumbo

Nascido na Italia e criado na Argentina. De acordo com Neusa Palmiere, ElioPalumbo trabalhou com artes graficas desde jovem. Na decada de 50 trabalhoucomo diretor de arte responsavel pela conceP9ao grafica da Fiat na America do SuI.Neste periodo criou trabalhos maravilhosos em ilustrac;:aoa guache.

Antes de vir para Curitiba trabalhou na Mc Cann - Erickson de Montevideu, capitaldo Uruguai. Depois em agencia de publicidade em Porto Alegre. Chegou ao Brasil

20

Page 22: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

com sua esposa Maria Mercedes no inicio dos anos 70, nesta mesma epoca foidiretor de arte da Exclan Propaganda.

Jeito Alegre, com um refinado senso de humor. Elegante costumava escudar umbom jazz. Ao mesmo tempo era intempestivo heranya de seu sangue italiano.

Como profissional tinha qualidades fundamentais para urn bom designer. Conheciamuito bem os conceitos gn3ficos de proporyao, cores, composig80 e principal mentetipografia e caligrafia. Versatil seus trabalhos iam desde ilustra,oes despojadas atebonitas aquarelas te teor mais realista.

Com 60 anos de idade continuava criativo, em plena atividade e com um poderfanlastico de dar solu,oes graficas aos problemas. Faleceu em setembro de 2001,em Buenos Aires, na Argentina, aos 76 anos de idade.

Centro Hist6rico

Uma cidade nao conta 0 seu passado: ela 0 contem. A partir dessa ideia, expressapelo escritor italo Calvino, podemos pensar que uma cidade se constitui napermanente reinvengao dos seus espagos e uso. Compreende-Ia significa, entao,reconhecer os sinais do passado em sua continua mudanga ao longo do tempo,aprendida de forma diferenciada pelo viver de cada gera,30.

Nada traduz methor a ideia do escritor do que a observagao da paisagem, dasedificagoes, dos monumentos, do tragado das pragas, largos e ruas dos centroshist6ricos. Neles sao perceptive is as diferentes temporalidades de sua hist6ria,inscritas em cada marco, esquina e edificagao. Assim tambem se configura 0 centrohist6rico de Curitiba, que compreende toda a regiao que, da Praga Tiradentes, desceem diregao a Rua 15 de Novembro e a antiga estagao ferroviaria e sobe as ladeirasdo Alto Sao Francisco. Regiao que hoje contem os espagos de preservagao do SetorHisl6rico, do eixo das ruas Barao do Rio Branco e Riachuelo e a paisagem tombadada Rua 15.

o Espayo Urbano

o nucleo da Vila Nossa Senhora da Luz e do Bom Jesus dos Pinhais de Curitiba,segundo Marcelo Saldanha Sutil, mal se espraiava para alem do largo que originariaa Praga Tiradentes, e norm as ja ordenavam a organizagao espacial e 0

funcionamento da localidade. Desse nucleo, a Vila se expandiu, prolongou-se pelasladeiras do Alto Sao Francisco, desceu em diregao aD rio Iva e definiu contornopelos caminhos e largos que surgiram no ir e vir dos moradores. Caminhos que setransformaram em ruas onde, aos poucos, se instalariam outras moradas e pontosde comercio, configurando urn lugarejo de feigoes portuguesas.

Com poucas alteragoes, 0 tragado das vias chegou ao final do seculo XIX, quandoobras como a Estagao Ferrovi<3ria, em 1885, direcionaram urn novo eixo decrescimento para Curitiba. Nao obstante a expansao, 0 centro hist6rico permaneceucomo espa«o privilegiado para moradia e comercio, agora em novas constru«oesque substituiram as coloniais, mas que mantiveram 0 alinhamento original,

21

Page 23: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

preservando, assim, caracteristicas de antigas ruas. Caracteristicas que s6 vieram aser efetivamente alterada com a introdw~;ao de areas exclusivas para pedestres e aabertura da Travessa Nestor de Castro, duas das principais obras que, a partir dadecada de 1970, deram novo rltmo a regiao central.

Linha Pinhao - Pegadas da Memoria

Inaugurada em 1993, como parte das festividades pelo tricentemirio de fundayao deCuritiba, a Linha Pinhao I Pegadas da Mem6ria, assinalando 51 marcos na areacentral.

A linha convida a fazer urn passeio a pe sem pressa, nas pegadas sabre terra,grama, pedra, asfalto e petit-pave. Apresenta Curitiba pelos caminhos da historia,capturando 0 olhar e a atenr;ao do transeunte para edificac;:oes, ruas, prar;as emonumentos. Sao marcos da paisagem urbana que se destacam pel a papel demudo testemunho da hist6ria comum, seja pela arquitetura, seja pelo usa.

Trar;ada no solo com pegadas acastanhadas como a pinhao, a linha une 51 pontos apartir de tres marcos: a Prar;a Joao Candido, a Universidade Federal do Parana e aPrar;a Osorio. A encruzilhada, representada pela Pinha-dos-Ventos, fica no encontrodas ruas Barao do Rio Branco e XV de Novembro.

Ao longo do trajeto principal, cada marco esta identificado tambem em azulejos,sobre fachadas au monolitos. Cabe a voce, peao deste jogo do conhecimento,avanc;:ar casa a casa, numa forma ludica de aprender Curitiba.

Porque a cidade repete a vida, construindo-se no dia-a-dia. Desde 1993, tres marcosdo roteiro original foram revitalizados: a Prar;a Tiradentes, as prac;:as-gemeasGeneroso Marques/Jose Borges de Macedo (com as Arcadas do Pelourinho e aFonte Maria Lata D'Agua) e as Rulnas de Sao Francisco (com as Arcadas de SaoFrancisco). E a velha Curitiba que se expoe segura, harmonizando memoria emodernidade.

Pra!;a Joao Candido

Ja foi Praya do Observat6rio, ponto de observayao da passagem das tropas daRevoluc;ao Federalista de 1893, iniciada no Rio Grande do Sui e, cujo apice, noParana, foi 0 Cereo da Lapa. Tambem foi Prac;a Emilio de Menezes, lembrando 0

ecletico poeta curitibano falecido em 1918. Eo Praya Joao Candido em memoria domedico e ex-presidente do Estado Joao Candido Ferreira.Vizinho a praya, na Rua Kellers, est;; 0 Museu de Arte do Parana, que ocupa urnedificio construfdo nos anos 20.

Sociedade Beneficente Protetora dos Openirios

Foi fundada em 1883 pelo pedreiro Benedito Marques para amparar ostrabalhadores curitibanos. Sua criayao refcrc;ou 0 Alto do Sao Francisco como

22

Page 24: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

endere,o das lutas do operariado. Ate a decada de 1980, 0 popular "Opera-Rio" sed iou, nos carnavais, urn concurso gay de fama em todo 0 pais e ate noexterior. Fosse hOje, seus participantes seriam chamados de drag-queens.

Belvedere

Mirante construido em 1915, no tempo do prefeito Candido Ferreira deAbreu.Em 1922, esta constrU(;:ao em 8stilo art-nouveau abrigou a primeiraemissora de radio do Parana, a PRB-2. Em 1931, foi observat6rioastron6mico e meteorol6gico. Desde 1962 aloja a Uniao Givica Feminina,que empreendeu no pre-golpe militar de 1964 a "Marcha com Deus, pelaFamilia e pela Liberdade" e que organizou local mente a campanha"De curo para 0 bern do Brasil".

Rua Jaime Reis

Antiga Avenida Cruzeiro. seu nome atual data de 1918, em memoria domedico, jornalista, escritor e deputado estadual Jaime Drummond dosReis, assassinado na saida de urn cinema da cidade em 1912. Vale apen a observar as residemcias das primeiras decadas deste seculo, emsua maio ria recicladas para bares, restaurantes e espa90s culturais. Aliest;' tambem 0 edificio da Curia Metropolitana de Curitiba, cujos fundosvaa ate a Rua Kellers.

Arcadas de Sao Francisco

As ruinas de hoje sao reciclagem de usa das obras inacabadas da Igrejade SaoFrancisco de Paula. Em 1811, fica ram prontas a capela-mor e asacristia. Em 1860, as pedras que finalizariam a obra teriam sido usadasna conclusaa da torre da antiga Matriz. Cercado de lendas, 0 espa90remele a historias de tuneis e piratas. Em 1995 fai revitalizado, comcomercio tipico sob as arcadas e espetaculos no palco, comarquibancadas ao ar livre.

Sociedade Garibaldi

Funciona neste predio desde 1900, mas foi constituida em 1883 paraproporcionar aos imigrantes jtalianos melhor integra9ao na nova terra.Importante na hist6ria do movimento opera rio paranaense, sediou, em1906, 0 I Congresso Estadual, que gerou a Federa,ao Oper;,ria noParana. Durante a II Guerra Mundiai, 0 predio fol invadido e confiscadopelo Estado. Teve uso como Palacio da Justic;a e sede do TribunalRegional Eleitoral. A edificac;ao retornou it colonia italiana em 1965 e, em1993, 0 municipio a transformou em Unidade de Interesse dePreservac;ao.

23

Page 25: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Pra~a Garibaldi

Antigo Largo do Rosario, pela presenC;8 da Igreja do Rosario, do seculoXVIII, jii foi Largo Faria Sobrinho, no final do seculo XIX.Agora e Pra,a Garibaldi em homenagem a Giuseppe Garibaldi, 0unificador da Italia e lider da Republica Juliana em terras brasileiras.Revitalizada em 1995, recebeu dia 25 de maio a Fonte da Mem6ria. Acabeg8 de cavalo, bronze do escultor Ricardo Tad, e urn convite areflexao de que "0 tempo nao existe quando a memoria do homempermanece", numa referencia as antigas feiras de colones, em torna dobebedouro para animais do vizinho Largo da Ordem.

Rel6gio das Flores

o Rel6gio das Flores e urn presente que Curitiba ganhou de joalheiros,em 1972.E um verdadeiro jardim das haras, que aD lango do ana, em cadamudany8 de 85t8930, floresce com cores vivas e diferentes. Localizado naPra,a Garibaldi, 0 Rel6gio das Flores tem oito metros de diametro efunciona a base de emissao vibratil de quartzo. E acionado com impulsoseletr6nicos de urn rel6gio-comando instalado na Igreja do Rosario.

Funda~ao Cultural de Curitiba

Constru,ao de 1866/67, foi eneomendada pelo austriaeo Jose Wolf e seufilho Fredolin.Foi resideneia, loja ma,6niea, eseola, Quartel do Corpo da POlieia, sededo Quartel General durante a Revolu<;:ao Federalista e sede da Prefeiturae Camara Municipal em 1912/13. Residencia ate a decada de 50, abrigoua Livraria Braun entre 1958 e 0 inicio dos anos 70, quando 0 municipiocomprou 0 casarao. Restaurado, passou a sediar a Funda<;:ao Cultural deCuritiba em 1975.

Igreja do Rosario

Constru,80 do seeulo XVIII, tereeira igreja de Curitiba - depois da Matriz eda Igreja da Ordem. Era a igreja dos escravos, com 0 comprido nome deIgreja do Rosario dos Pretos de Sao Benedito. A constru<;:ao original foidemolida em 1931. A atual data de 1946.

Igreja Presbiteriana Independente

Eo primeiro dos cinco templos da Igreja Presbiteriana Independente deCuritiba, que teve origem na divisao da Igreja Presbiteriana Tradicional,ocorrida no Brasil em 1903. A constru~ao data de 1934.

24

Page 26: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Rua Doutor Claudino dos Santos

Ja foi Rua Nova de Sao Francisco e Rua Sao Francisco de Paula. Tem 0

atual nome desde 1918, em homenagem ao medico curitibano. E rua deuma quadra 56, ligando 0 Largo da Ordem a Rua do Rosario e a Pra<;8Garibaldi. Possui casar6es ech~ticos.de inspirayao alema. Vale prestaraten<;ao no Solar do Rosario, que ja foi sede do Instituto Goethe.

Largo Coronel Eneias

o nome oficial e Largo Coronel Eneas, em homenagem aD coronelBenedito Eneas de Paula desde 1917. Ja foi "Pateo de Nossa Senhora doTer<;o", "Pateo da Capela" e "Pateo de Sao Francisco das Chagas". Emseu centro existiu chafariz, demolido quando da instalayao da rede deagua e esgoto. Ate hoje conserva 0 antigo bebedouro para animais. Aindaecaa, na memoria dos curitibanos, 0 alegre pregao dos colones,vendendo os bons frutas da terra transportados em carror;8s, da periferiapara 0 centro. E. 0 corayao do Setor Hist6rico, decretado em 1971.

Museu de Arte Sacra

Existe desde 1981, no anexo da Igreja da Ordem. Seu acervo, originadoda Arquidiocese de Curitiba, sintetiza as quatro igrejas do Setar Hist6rico:Catedral, a pr6pria Ordem, Rosario e Ruinas de Sao Francisco. Suaprincipal pe<;a e 0 altar-retabulo lateral da antiga matriz, em madeirapolicromada, do seculo XVIII, no qual 0 Papa Joao Paulo II celebroumissa quando em visita a Curitiba, em julho de 1980.

Igreja da Ordem

A Igreja da Ordem Terceira de Sao Francisco das Chagas - ousimplesmente Igreja da Ordem - e 0 principal ponto de referencia doLargo Coronel Eneas, ou Largo da Ordem, no centro do Setor Hist6rico.Construida em 1737, foi restaurada duas vezes: em 1880, para a visita doImperador Pedro II ao Parana; e em 1978, dando origem a I Festa de SaoFrancisco da Ordem, quermesse anual comunitiuia que ate hoje ajuda osmais carentes. Mantendo suas caracteristicas originais, a Igreja da Ordeme a rna is antiga edificay80 cat61ica em pe da capital.

Casa Romario Martins

Uma casa portuguesa, com certeza. Construida no seculo XVIII, foimoradia, ayougue e armazem de secos & molhados. Desde 1973,restaurada, eo armazem da memoria coletiva dos curitibanos.Homenageia 0 cronista e historiador Alfredo Romario Martins (1874-1948). Eo 0 ultimo exemplar da arquitetura luso-brasileira na cidade.Localizada na esquina do Largo da Ordem com a Rua Sao Francisco, a

25

Page 27: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Casa Romario Martins e, tambem, urn dos marcos do Setor Historico deCuritiba.

Casa Vermelha

Construida em 1891, foi encomendada pelo alemao Wilhelm Peters.Abrigou a firma Burmester, Thon e Campanhia ate 1912. Fai deposito esede da Uniao Comercial, com 20 integrantes, dissolvida em 1924.Benjamin ZiHi comprou a casa em 1929 e ali instalou seu comercioatacadista. A Casa Vermelha, com este nome, comeC;ou em 1916, na RuaJose Bonifacio, n' 15, de propriedade de Eurico Fonseca dos Santos es6cios. Na decada de 70, a Casa Vermelha pas sou a ocupar 0 atualendereyo, no nO143 do Largo da Ordem. Foi, durante decadas, casatradicional no ramo das ferragens. Oesde 1993, e espac,::oadministradopela Funda,ao Cultural de Curitiba.

Galeria Julio Moreira

Constru,ao de 1976, liga a Rua Jose Bonifacio ao Largo da Ordem. Eo umsubterraneo leito para proteger os pedestres do trafego intenso daTravessa Nestor de Castro. Homenageia 0 pesquisador e historiador JulioEstrella Moreira. Tern pontos comerciais e de animac,::aocultural, comorevistaria, lanchonete e 0 Teatro Universitario de Curitiba.

Museu na Rua

As paredes cegas de antigas edifica,6es da Travessa Nestor de Castroservem de suporte para 0 conjunto de paineis do artista curitibano PotyLazzarotto, que constitui 0 Museu na Rua. Na parede lateral daAdministrac;ao Regional da Matriz, um painel relembra as feiras antigas doLargo da Ordem. Do outro lado da rua, na esquina com a Jose Bonifacio,foi inaugurado em maio de 1996 urn painel ceramico do mesmo artista:"Curitiba e sua Gente". Com 500 metros quadrados, costura a paisagemdo Setar Historico com a identidade de seu povo.

Catedral Basilica Menor de Nossa Senhora da Luz

Terceira morada da Padroeira de Curitiba, Nossa Senhora da Luz dosPinhais. A construyao ficou pronta em 1893, na regiao onde existiram aMatriz do seculo XVII e sua substituta de 1720. Em estila neo-g6tico, fez100 anas em 1993 - quando Curitiba completou 300. Ganhou novo status:e Catedral Basilica Menor desde 8 de setembro de 1993, dia daPadroeira.

26

Page 28: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Prac;a Tiradentes

Antigo Largo da Matriz, tambem jil se chamou Dom Pedro II. Tern 0 atualnome desde 1889. Remete iI funda~ao de Curitiba, em 29 de mar~o de1693. Eo 0 marco zero da cidade. Foi remodelada em mar~o de 1994.

Prac;a Jose Borges de Macedo

A Pra~a Jose Borges de Macedo - que tem a marca do Pelourinho,levantado em 1668 - foi criada por for~a de uma lei municipal de 1963. Em1994, 0 logradouro ganhou as Arcadas do Pelourinho, Que abrigambancas de revistas e flores e urn cafe, em nome da animaC;8o cultural e darevitalizac;ao do espac;o. Em 1996, urn novo equipamento veia se somaras Arcadas do Pelourinho: a Fonte Maria Lata D'Agua, que homenageia,duplamente, a conclusao do projeto Cores da Cidade - que recuperou aarquitetura do casario hist6rico vizinho a prac;a - e 0 artista paranaenseErbo Stenzel, autor da escultura "Agua pro Morro", destaque da fonte.

Museu Paranaense

Constru~ao de 1916, em estilo art-nouveau, da gestao do prefeitoCandido Ferreira de Abreu. Foi Pa~o Municipal. Eo Museu Paranaensedesde 1973, com acervo de 135 mil pe~as que recontam a historia doEstado. Tem dupla frente, para as pra~s Generoso Marques e Borges deMacedo. A edifica<;ao que abriga 0 Museu Paranaense e a (mica deCuritiba duplamente tambada como patrimonio hist6rico e artistico,atraves de legislaryoes especificas do Estado e da Uniao.

Prac;a Generoso Marques

Antiga pra~a municipal, abrigou 0 primeiro mercado. Tem 0 nome atualdesde 1928, em homenagem ao presidente do Estado Generoso Marquesdos Santos, deposto em 1891 pela guarni~ao militar que apoiou VicenteMachado. 0 expressivo conjunto arquitetonico que concentra teve suascaracteristicas total mente recuperadas a partir de 1995. com a execu<;aodo projeto "Cores da Cidade".

Rua Barao do Rio Branco

Nasceu como Rua da Liberdade, em 1883. Rua do poder, abrigou 0

Palacio do CongressQ, ande hoje funciona a sede do Museu da Imagem edo Sam do Parana. Caminho para a antiga Estar;ao Ferroviaria, era trajetodos bondes de outrora. A partir da decada de 70 voltou a ter importantepapel no sistema de transporte coletivo, como via dos onibus expresso.Revitalizada em 1980, ganhou floreiras, novo paisagismo e postes com

27

Page 29: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

luminarias originais em ferro, da Fundiyao Mueller. Oesde 1995 deixou deser rota dos onibus e foi devolvida para 0 trafego de automDveis.

Cafe Alvorada

Terceiro endereyo do estabelecimento fundado em 1941, na TravessaOliveira Bello. Mudou-se em 1945 e 1955 para a Rua XV de Novembro.Palco de discussoes e ponto de informa90es de jornallstas, estudantes eintelectuais, especial mente durante a II Guerra Mundial. Primeiro lugar deCuritiba cnde S8 torna cafe em pet junto ao balcao.

Galeria Lustosa

Terreo do Edificio Visconde de Taunay, construido em 1953 - centenarioda emancipa<;ao politica do Parana. Lembra Antonio Ricardo Lustoza deAndrade, que foi deputado provincial e restaurador, em 1879/80, da Igrejada Ordem. Sob predio de uso residencial e comercial, a galeria epassagem de pedestres entre 0 calyadao da Rua XV de Novembro e aRua Marechal Deodoro da Fonseca.

Correio Velho

Nome popular da primeira agencia oficial de correios e teh:~grafos deCuritiba, construida em 1934. Com iluminayao potente, elevadores,rel69i05 eletr6nicos e instalayoes telegraficas. a constrwyao folconsiderada urn marco da modernidade no Estado na decada de 30.

Prao;;aSantos Andrade

Foi Largo Lobo de Moura, Largo Duque de Caxias e Largo da Imperatriz.o nome atual homenageia a memoria do promotor e presidente do EstadoJose Pereira dos Santos Andrade. Tern fonte luminosa, com memoraveisespetaculos de danya das aguas na lembranya dos curitibanos. Em ladosopostos da praC(a estao a Universidade Federal do Parana e 0 majestosoTeatro Guaira.

Universidade Federal do Parana

Esta na Praya Santos Andrade desde 1914. Eo a primeira do Brasil comoconjunto de cursos de nivel superior, fundada em 1912. Em 1922, aedifica\=3o ganhou os torreoes latera is com cotunatas. A Universidade doParana se tornou federal em 1951 e, no ana seguinte, ganhou asescadarias que, desde 1993, abrigam a cada dezembro 0 presepio doNatal de Luz de Curitiba.

28

Page 30: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Galeria Schaffer

Predio do inicio deste seculo. 0 atual nome remete a Leiteria Schaffer, deFrancisco, que, em 1918, introduziu em Curitiba a venda de leite emgarrafas de modelo atemao. Em espa90 alugado a familia Esser, nasceua Confeitaria Schaffer, no terreo do edificio, em 1944. 0 predio sofreuincendio em 1929. Em 1978, novo incendio 0 destruiu completamente.Sua reconstruyc30 S8 fez com recursos da campanha popular "Par Amor aSchaffer". Em 1981 ficou pronta a reeonstru,ao e naseeu a GaleriaSchaffer, como ponto de encontro cultural de Curitiba.

Cine Groff

Inaugurado em 1981, na Galeria Schaffer, como cinema de arte. 0 nomehomenageia a memoria do pioneiro da cinematografia paranaense JoaoBaptista Groff, realizador, entre Qutros, do filme "Patria Redimida", sabre arevolu9ao de 1930. Eo administrado pela Funda,ao Cultural de Curitiba etern filmes de arte em sua programay8o.

Livraria Ghignone

Estabelecimento de 1921, do imigrante italiano Joao Ghignone, ehegadoem 1900 com seu pai. Na deeada de 30, Joao Ghignone integroumovimento editorialliderado por Monteiro Lobato e OIales Marcondes,primeiros editores brasileiros. 0 predio-sede da hoje rede de livrarias, non° 423 da Rua XV de Novembro, e em estilo art-deco. Eo lend aria suaporta em madeira de lei, com frises paranistas.

Confeitaria das Familias

Doee endere,o da Rua XV de Novembro, desde 1945, criado peloespanhol Jesus Alvarez Terzado. Foi reformada em 1984, modernizandoo velho forno a lenha e inaugurande, no andar superior, um salao de chaoAs receitas dos doces, especial mente os de massa folhada, sao asmesmas do tempo da funda9aO do estabelecimento e segredo da familia,mantido a sete chaves.

Galeria do Plano Agache

Marea do plano urbanistieo de Alfredo Agaehe, de 1943, a galeria fica naRua XV, entre Marechal Floriano Peixoto e Monsenhor Celso. Teveorigem na determina~ao do plano, de recuo obrigatorio de cinco metrospara novas constru~6es.

29

Page 31: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Cine Ritz

Inaugurado, na versao atual, em 1985, per urn acordo entre a municipio ea loja de departamentos C&A. Administrado pela Funda,ao Cultural deCuritiba, feeria, no nome, 0 Cine Ritz que existiu na propria Rua XV deNovembro, entre 1947 e 1965.

Foto Brasil

Estabelecimento inaugurado em 1930, no n° 94 da Rua XV de Novembro, pelosirmaos Erich e Walter Jacobs. Em 1938 comec;ou a trabalhar com os Jacobs 0imigrante Isaac Kriger, apaixonado pela fotografia, que anos mais tarde S8 tornousocia do empreendimento. A Fatc Brasil mudou de enderec;o em 1946, quando urnincendio destruiu 0 predia, mas retornou ao tradicional enderec;o apos suarecuperac;ao.Foi no cavalinho, no genuflex6rio ou a frente dos cenarios do estudioda FotD Brasil que gerac;oes de curitibanos marcaram os momentos maisimportantes de suas vidas.

Bar Mignon

Existe desde 1925, mas passou para 0 atual endereyo, Rua XV de Novembron' 42, a partir de 1946. Ponto de encontro tradicional da noite curitibana,chegou a ter 50 empregados e a funcianar 24 horas por dia. Entre suas oP9oesculiniuias esta 0 "pernil com verde", sandulche que e receita da familiafundadara, as Amatuzzi, trazida diretamente da Calabria e jamais revelada.

Bar Triiingulo

Inaugurado em 1934, tem 0 nome popular de Cachorro-Quente, devido a seupeculiar luminoso. Rudi Blum, seu proprietario, reformou ° predio em 1974. Asaristocraticas mesinhas de marmore sabre pes de ferro deram lugar a outras,em formica. 0 triElngulo de neon, com 0 cachorro no centro, continua a iluminar,na fachada, a boemia das noites curitibanas.

Bondinho da Rua das Flores

Velho bonde reciclado e pintado com cores vivas. Estacionado na Rua XVde Novembro, esquina com Rua Ebana Pereira, acolhe crianyas durante 0

pedodo de atividades das maes na redandeza, desde 1973. E conhecido,na cidade, como "estacionamento de crianltas". Em seu interior, elasexercem atividades de lazer, orientadas par tecnicos da FundaltaoCultural de Curitiba.

30

Page 32: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Palacio Avenida

Da edifica,ao de 1929, do comerciante libanes Feres Merhy, resta aimponente fachada, na esquina da Avenida Luiz Xavier com a TravessaOliveira Bello. No passado, 0 predio abrigou urn cafe, 0 folcl6rico BarGuairaca, e a Cine Avenida, urn dos primeiros cinemas de Curitiba. Marcoda paisagem urbana da cidade, foi recuperado e reaberto em 1991 comoendere,o institucional do Grupo Bamerindus, hoje HSBC. Eo agenciabancaria e espa,o cultural com cine-teatro. Desde 1991, a fachada dopredio e cenario de evento natalino - em cada uma de suas janelascantam integrantes do Coral dos Infantes Cantores e da Terceira Idade. 0show S8 completa com urn fantastico espetaculo de luzes e cores.

Boca Maldita

Tribuna livre criada em 1957 e institucionalizada em 13 de dezembro de1966. Urn dos fundadores, Anfrisio Siqueira, e seu eterno presidente.Poderosa e machista, a Boca e famosa desde que S8 atribuiu a ela aresponsabilidade pela cassa,ao, nos anos 70, do governador do EstadoHaroldo Leon Peres. Seu lema e "nada vejo, nada ou,o, nada falo".Durante a ditadura militar, funcionou como tribuna livre. Fica no calyadaoda Avenida Luiz Xavier, em frente aos cafes.

Braz Hotel

Endere,o tradicional da Avenida Luiz Xavier desde 1935. Nasceu em1930, na Pra,a Tiradentes, propriedade do casal portugues Maria eFrancisco Braz. 0 predio alua! ficou pronto em 1941. Hotel dos maisimportantes de Curitiba na decada de 50, 0 Braz hospedou politicos e foipalco de muitos comlcios, entre eles urn de Getulio Vargas, em 1950.Fechou suas portas em 1978 e reabriu, com 0 Grupo Siaviero, em 1991.

Edificio Garcez

Construido pelo engenheiro Joao Cid Moreira Garcez, foi a primeiroarranha-ceu de Curitiba, com oito andares sabre a terreo, gigantesco parao ana de 1929. Seu estaqueamento foi feito com troncos de madeira e61eo cru. Em estil0 art-deco, tern frisas, balaustres e gradis paranistas.Abrigou reparti96es publicas, associa96es, escolas e a entrada do CinePalacio. Foi restaurado em 1985 pelo Grupo Hermes Macedo e reaberto,em 1988, como loja de departamentos.

Avenida Luiz Xavier

Com apenas uma quadra, a menor avenida do mundo da inicio a Rua XVde Novembro. Surgiu em 1911, criada pelo prefeito que Ihe de nome, 0

Coronel Luiz Antonio Xavier. Ponto de encontro no passado, retornou a

31

Page 33: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

antiga vocavao a partir da decada de 70, quando virou catyadao depedestres. Pela concentravao de cinemas que houve no trecho, foichamada de Cinelandia. Abrigou 0 primeiro comicio pelas eleilfoes diretaspara presidente, em 1984, e as passeatas dos caras~pintadaspeloimpeachment do presidente Fernando Colior de Mello, em 1992.

Pra(fa Osorio

Nasceu em 1874 e recebeu, em 1878,0 nome de Largo Oceano Pacifico.Eo Praya General Osorio desde 1879. Teve coreto em 1914, construidopelo prefeito Candido Ferreira de Abreu e demolido no inicio dos anos 50.Seu relogio, restaurado em 1993, relembra 0 primeiro la instalado, emarca ahara oficial da cidade. Tem fonte luminosa e equipamentos delazer para a garotada.

Banestado

Construvao de 1883, do imigrante portugues Manoel da Costa Cunha,com projeto do italiano Ernesto Guaita e obras do mestre ale maoHenrique Henning. 0 primeiro proprietario, prejudicado pela RevolwyaoFederalista, foi obrigada a vender 0 predio ao ervateiro Manoel deMacedo. Anos depois, seus herdeiros 0 venderam ao governo do Estado.Foi banco, agencia de rendas e e, desde 1973, agencia do Banco doEstado do Parana. Na edificayao, destacam-se trabalhos em cantaria eladrilhos portugueses.

Senadinho

Cafe e ponto de encontro na Rua XV de Novembro, entre a AvenidaMarechal Floriano Peixoto e a Rua Monsenhor Celso. Recria 0 Senadinhode outrora, tambem na Rua XV, ponto de conversas entre politicos,intelectuais e jornalistas, nas vizinhanyas dos antigos endereyos do jornalGazeta do Povo e da sede do Clube Atletico Paranaense. Era me morave Ia "pedra" da Gazeta, pedayo de marmore na parede onde as noticias queo jarnal divulgaria impressas, no dia seguinte, eram lidas em primeiramao.

32

Page 34: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

MATERIAlS E METODOS DE PESQUISA

A revolu,ao representada pela tecnologia digital permitiu a descoberta de ummercado profissional que, admite uma nova linguagem, que tern a necessidade deprevia conhecimento das aries graficas.

o resultado dessa revolu~ao, se caracteriza na marginalizac;ao de urn grandenumero de profissionais com educac;ao restrita e nenhuma experiencia nos Qutroscampos do design g,,"fico. Esta situa,ao ocasionou a desvaloriza,ao, dessesprofissionais seguida de uma pressao do mercado para readequac;ao dos custos deprodu,ao.

Com tudo a tecnologia tern necessidade de investimentos constantes namOdernizat;:ao e atualizar;30 dos profissionais, 0 que torna a prodUy30 cada vez maiscara ou marginaliza urn numero cada vez maior de profissionais.

A dependencia dessa nova estetica digital e urn agravante desse processo e e deresponsabilidade dos proprios designers que a criararn. Se mantido esse padrao, elesignificara urna reserva de mercado aos que tern acesso a tecnologia e, portanto,cabe aos designers a divulgac;:ao de uma nova linguagem que permita maior acessodos novos profissionais ao mercado. Naturalmente, isso earaeteriza modifieac;:6es naformac;:ao dos novos profissionais e maior diversificac;:ao do eonteudo da informac;:ao.

Diante de tal situa,ao este projeto tem por objetivo trabalhar com a questao do fazermanual associado aos recursos teenol6gicos, visando a valoriz8c;:aO do profissionalde Design.

Saber Projetar

Segundo Bruno Munari em seu livro Das eoisas naseem coisas, Projetar e faeilquando se sabe como fazer. Tudo se torn a fadl quando se conhece 0 modo deproceder para alcan,ar a solu,ao de algum problema, e os problemas com quedeparamos na vida sao infinitos, problemas simples que parecern dificeis porquenao se conhecem e problemas que parecem impossiveis de resolver.

Quando se aprende a enfrentar pequenos problemas, pode-se pensar tambem emresolver problemas maiores. 0 metoda de projetar nao muda muito, apenas mudamas areas, em vez de resolver 0 problema sozinho, e necessario, no easo de urngrande projeto, aumentar ° numero de especialistas e colaboradores e adaptar °metodo a nova situa<;;ao.

33

Page 35: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Problema Identificado

Promover 0 Roteiro hist6rico "Linha do Pinhao" com pec;as graticas abordando aquesteo da explora,ao de teenieas manuais. Para esse projeto, foram trabalhadas,teenieas de eolagem, ilustral'ao (lapis de cor), pastel, nanquim e fotografia. As pe,asdesenvolvidas sao, cartaz, catalogo, postal, guia e placa de sinaliz8yao.

o Projeto tem como referencia trabalhos de Osvaldo Miranda conceituado designerparanaense e Elio Palumbo designer de forte representagao para a profissao. Foramselecionados estes dais profissionais, por trabalharem com essa questao do fazermanual proposto pelo projeto.

Ap6s pesquisa e coleta de material, optou-se em trabalhar com elementos presentesnas calyadas de peti-pave, por onde passa a Linha do Pinhao, buscando umaidentificaryao e estimulando a curiosidade de turistas e transeuntes. Por passar emdiversos pontcs do centro hist6rico da cidade, a cad a metro depara-se com urn novodesenho uma nova forma 0 que rendeu urn vasto material grafico. A proposta foi detrabalhar com a composicyao dos materias. Para cada pecya criada, temos umaassociacyao de elementos, que no conjunto formam uma pecya de personalidade econceito.

34

Page 36: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Cartaz - Foram desenvolvidos 5 modelos de cartazes para divulga,ao do roteiro:

Cartaz Colagem - Neste cartaz, foram utilizadas as tecnicas de fotografia, ilustra~o,e colagem, foi recriado a questao do mosaico caracterfstico do peti-pave, atraves datecnica de colagem de papel picotado preto em folha sulfite branca tendo como basede orienta,ao ilustra,ao referenciada em fotografia de um dos trechos de passagemda Linha.

Rafe selecionado do cartaz - colagem

lmagem utilizada como referencia

35

Page 37: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Tecnica - Colagem

Cartaz - Colagem finalizado

36

Page 38: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Cartaz Pastel - No segundo modelo, foi utilizada a tecnica de pintura em pastel seco,ilustrando uma rosa de pinhao localizada no infcioda linha orientando a come<;odacaminhada.

Rafe selecionado do cartaz - pastel

lmagem utilizada como referencia

37

Page 39: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Teeniea - Pastel seeo

Cartaz - Pastel finalizado

38

Page 40: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Cartaz lIustrayao - No terceiro modele foi trabalhado com ilustrayao em lapis de coraquarelado, a Linha com a rosa de pinhao em composic;ao com fotografia dacal~ada, que esta localizada em frente a Universidade Federal do Parana.

Rafe selecionado do cartaz - ilustra~ao

Tecnica - Ilustra~o

39

Page 41: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Imagem utilizada como referemcia

Cartaz - Ilustra9ao finalizado

40

Page 42: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Cartaz fotografia - 0 quarto modelo tern como tecnica utilizada a fotografia emcomposi,;;o com texto informativo, trecho que fica em frente ao antigo Museu.

Rafe selecionado do cartaz - fotografia

Imagem utilizada como referencia

41

Page 43: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Cartaz - Fotografia finalizado

Cartaz rafe - 0 quinto modelo porem trata mais diretamente da questao manualempregada em todas as pe9as que compoem 0 projeto, sendo ele composto porrafes e ilustra90es desenvolvidas para aplica9ao no material promocional. Esteultimo cartaz trabalha 0 conceito de todo 0 projeto.

Cartaz - Rafe finalizado

42

Page 44: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Catalogo - Para 0 catalogo foi utilizado as tecnicas de fotografia e nanquim, capa epaginas internas, nesta pe9a foi trabalhada a questao de album de fotografia antigo,com encaderna9ao manual e bordas nas imagens. No projeto editorial, temos 3modelos de grade para a disposi9i'i0 de imagens e texto, sendo 2 em orienta90esdiferentes e 1 com espa90 livre. Foram utilizados as fontes Arial Narrow corpo 10para as textos, fonte manuscrita para as tftulos, escala CMYK orientando as cores,sendo elas: 0% C - 100% M - 100% Y - 0% K, para 0 vermelho e 0% C - 0% M40% Y - 40% K para 0 oliva.

Capa Catalogo

7iya:u,h, ~ .:lw '1rrtnc-,uo.::o

• J" ~" <. ~ ", '" "'" h , .", ,,-, ",."" I ~ . "~,,"" ".."" ..-~" • 0 ""', T. '" -' ",,.,

~"" ,<- ., "." ~ I~ H' , ••.." "'_'''"~~ ~~, ...".•••~,.o-=., ,y~,~

Pagina interna

43

Page 45: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Grade 01

Grade 02

Grade 03

44

Page 46: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Fonte Manuscrita desenvolvida para 0 catalogoutilizando a tecnica de nanquim.

~"r' .J,. a.,L"1w~k 4,;' s._]~"r of, a~~c~ &=,,,, 'I{~,/,,,c~ i,..,.,.dk.6./,,~),/,. '/~".~

?.•c j;" ~.'f""(~.tj.•.•1 J!~ $"inM J. .&C-;L~_-/,__.J:"h~t?.,~~k...:c...~~. .j t.~j,Ijv,~':/l.._ 'n,c"-"2,,.. Gon.~~i,l.7~

~",~C,.jh5a.j~b.4-'/< 2,u.•...,;"0"";.,;,,

o.k.k~'2.. J.,~&;

::;,.<>,,,,.t../e G...nl-/'/'

2:- G."U.I"

, ••.;.~ G/I.../"; c""••..r,.•••...t 2~'N:'a-V'" fl..Jb.{'''' .•...:J..f/''".t",.{.;:;... fl. C~_ n6~ .s:"k

';';'r,..~«<' 7. ?,,,,,=0.;" ~/-,.""c;.;"M J."J,=c•..••(./L....;1 •....So·,t, ..t.J....k.v,r.•:•.<;,J..J ~J,.J ok "!J_".,:

",I.·'V'·;"~ G;"J"""~r;,,,~,.J,,. •.o- ci~~ ¥,;",:/,..,.:;'"J,,~:;',_/'.1.1;')4/~'"," ,j, 'f.?-<>."'" ,j.?,A("(

t,.. ¥,,_n0.., [""nrloc.,ndnb J, 7L. j., i=;....,?./!.,;. A~"J,..c.,~'i(./J/...'-Q..~14kl~J,;'.'n ",,<e«:.At(,.l!/J,... ,&,>'.. hr;C'y

".~ O.9;>r~

45

Page 47: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Postais - Faram desenvalvidas 5 pastais com imagens da Linha na cal~adareal~nda as detalhes, tecnica fatagrafia e tambem ilustra~oes anteriarmenteaplicadas em autras pe~s.

L

46

Page 48: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

47

Page 49: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Placa de sinaliza9ao - Pro posta de placa nas medidas de 15cm x 38cm a ser fixadana fachada dos predios que fazem parte do Roteiro Historico, Linha do Pinhao. Aplaca devera conter informa90es como: 0 nome do local, texto sobre 0 p,,!!diosinalizado, indicar 0 roteiro e logomarca. As medidas foram pensadas a adaptar aplaca ao predio sem interferir em sua arquitetura. Material para desenvolvimento daplaca PVC.

"'Nifw.n:>,t1Jc~"'USO.:ascld$intta~1<ilI1gnIj;I<!eSkF<*'It1SCaOtP_.Eml811.lic:IIamprunl:HaC3IIeIHnor.asacristlo.EmI!60.Uplll:;llq.ll~aoIr.Iteriam"""..- .••ardus.Io •••••••d.•••••og.>MaJ<L~delt<>c!as..oapt;O_.~lIoI6rWdtlUrleil.pQ\n,Em19!151ci~.OlII'I<XInItoCio~.-IOIIU..m.....•..tX1*>snopol::a.tIIIII~'IO •••••

48

Page 50: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

Mapa - Foi desenvolvido um guia com mapa da Linha do Pinhao, contribuindo parauma melhor informa9ao em rela9ao ao passeio, esta pe9a contem, telefones deutilidade publica, informa90es sobre a Linha, orienta9ao do caminho a ser percorridoalem de apresentar alguns pontos de mais destaque do roteiro.

\._-\_~ •.~..,--\,---"-,--\_~-\--"~-,--~~=.-

l~~=~==~'-~:.::'~:::-':::'-

49

Page 51: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

DlscussAo

Com a facilidade em se aprender as ferramentas digitais de criac;c3o e tratamento deimagens houve uma crescente invasao de "profissionais" nao preparados para 0

exercicio das atividades em design grafteD, as projetos criados par estes passaram aser gerados das maneiras mais descuidadas e inapropriadas possiveis.

A partir desta ideia no desenvolvimento dest€ projeto foram avaliados similaresconsiderados diretos, sendo eles os materiais criados para a concurso do Museu daCasa Brasileira, realizado anualmente em Sao Paulo que visa promover 0 PremiaDesign dirigido aD Design de Produto nacional.

As peC;8s criadas possuem forte apelo na personalizac;:ao par trazer 80 Designdiferentes soluc;:6es at raves de tecnicas manuais de representayao, para resolversituayoes de composiyao grafica, trabalhando em conjunto com a tecnologia,obteve-se um resultado expressivo.

50

Page 52: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

CONCLusAo

A confec~ao de PeC;8s, utilizando, tecnicas manuais na representac;ao grafica,associadas a processos tecnol6gicos, valorizou 0 desenvolvimento deste projeto. 0trabalho proporcionou uma visao de aproveitamento da maquina como ferramenta epermitiu a utilizac;ao de diferentes tecnicas no processo criativD, comprovando queprocessos tecnol6gicos e tecnicas manuais quando associ ad as de forma consciente,promovem resultados de pec;as com qualidade e forte apelo na personatiz8c;ao dotrabalho do Designer. As peC;8s projetadas (cartazes, catalogo, mapa turistico,pastais e placa de sinalizayao) dirigidas ao roteiro Historico denominado "Linha doPinhao" da Cidade de Curitiba apresentaram em seu desenvolvimento um forteconceito. As cinco tecnicas de representaC;8o trabalhadas manualmente (colagem,pastel seco, lapis de cor, fotografia e nanquim) foram associ ad as a processostecnol6gicos (digitaliza~ao e tratamento de imagens, composi~ao e diagrama~aotextual). 0 resultado obtido foi de um material com personalidade e qualidade graficasatisfat6ria atendendo as necessidades da proposta do trabalho.

51

Page 53: Tecnicas manuais de representagao e 0 Design Graficotcconline.utp.br/wp-content/uploads//2013/04/TECNICA-MANUAIS-DE... · Como requisito parcial para a obten,ao do Grau de Designer

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

- ARC Design, revista - Quadrifoglio Editora - Edi,ao n'17 ano 2000.

- ABC Design, revisla - Edi,ao n'03 junho de 2002.

- Arnhein, Rudolf - Arte e percep,ao visual, uma psicologia da viseo criadora -Livraria Pioneira Editora - Sao Paulo 2001.

- Cardoso Denis, Rafael - Uma inlrodu,ao a historia do design - Editora EdgardBlOcher Ltda.

- Casa Romario Martins, Boletim - Centro Hislorico, espa,os do passado e dopresente.

- Hollis, Richard - Design Gr;jfico uma historia concisa - Editora Martins Fonles - SaoPaulo 2001.

- Mayer, Ralph - Manual do Artista - Editora, Martins Fonles - Sao Paulo 1996.

- Munari, Bruno - Oas caisas nascem coisas - Editora, Martins Fontes - Sao Paulo2002.

- Villas Boas, Andre - 0 que e e 0 que nunca foi design - Editora 2AB - Rio deJaneiro 2004.

- hUp:/Iwww.curiliba.pr.gov.br/pmcla_cidade/Roleiros/LinhaPinhao/index.hlml - ullimaalualiza9ao 27/04/1998.

52