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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº 1341 Julho/2013 ACAUÃ Terra e conhecimento não faltam para a família do seu Marcelino e da dona Maria Perpetua. Há anos eles vivem na comunidade Barra, Data Serrinha, Acauã Piauí. Eles São felizes vivendo no campo. Nos últimos meses a rotina dessa família tem ganhado novos hábitos, depois do recebimento da cisterna de água potável do P1MC e de terem conhecido hortas comunitárias em forma de Mandala que consiste no consórcio de culturas (plantas) e a diversificação da produção baseada nos conceitos agroecológicos, que está sendo difundido em pequenas comunidades. Nesse Boletim Informativo, falaremos um pouco da experiência dessa família antes do acesso à água através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), executado pelo o Centro de Estudos Ligados a Técnicas Alternativas (CELTA), com o patrocínio da Petrobras. truída na nossa casa, vai melhorar cem por cento, uma vez que vamos poder plantar mais e assim vamos ter mais para vendermos". TENDO ÁGUA TEMOS COMO PRODUZIR Vivendo numa região onde chove menos do que a quantidade de água que evapora, às famílias que vivem no semiárido precisam de apoio para sair da situação de insegurança hídrica e mais apoio ainda para conseguir transformar a terra batida e seca em terra fofa e fértil e conquistar a segurança alimentar. Esse apoio é o que elas encontram no P1+2. Além de tecnologias sociais de armazenamento de água, as famílias recebem também subsídios para implantar ou ampliar o seu espaço produtivo. Todos os dias dona Maria Perpetua acordava cedo para buscar água enfrentando sol forte e muita poeira. Para beber, cozinha, escovar os dentes e tomar banho, a família usava água de um barreiro TECNOLOGIAS SOCIAIS E FORÇA DE VONTADE AJUDAM A TRANSFORMAR REALIDADE DE FAMÍLIAS QUE VIVEM NO SEMIÁRIDO É na zona rural que dona Maria Perpetua e sua família vivem bem. "Aqui ficamos a vontade. Depois da construção da cisterna de água potável e da descoberta das hortas comunitárias forma mandala, temos de quase tudo um pouco. Temos água boa para beber, tomate, coentro, abobara, cenoura, beterraba, cebola e alface para nossa alimentação. O tomate e o coentro sempre vendemos e já é uma renda extra que vem pra gente, pra mim é uma maravilha, é bom demais, sem falar que muita gente vem aqui pra comprar, só não faço mais dinheiro por que ainda plantamos pouco, devido a água que utilizamos pra molhar ser de um riacho, mas com certeza quando a nossa cisterna enxurrada terminar de ser cons- Família do Senhor Marcelino Família do Senhor Marcelino Família do Senhor Marcelino

TECNOLOGIAS SOCIAIS E FORÇA DE VONTADE AJUDAM A TRANSFORMAR REALIDADE DE FAMÍLIAS QUE VIVEM NO SEMIÁ

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Page 1: TECNOLOGIAS SOCIAIS E FORÇA DE VONTADE AJUDAM A TRANSFORMAR REALIDADE DE FAMÍLIAS QUE VIVEM NO SEMIÁ

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº 1341

Julho/2013

ACAUÃ

Terra e conhecimento não faltam para a família do seu Marcelino e da dona Maria Perpetua. Há anos eles vivem na comunidade Barra, Data Serrinha, Acauã Piauí. Eles São felizes vivendo no campo. Nos últimos meses a rotina dessa família tem ganhado novos hábitos, depois do recebimento da cisterna de água potável do P1MC e de terem conhecido hortas comunitárias em forma de Mandala que consiste no consórcio de culturas (plantas) e a diversificação da produção baseada nos conceitos agroecológicos, que está sendo difundido em pequenas comunidades.Nesse Boletim Informativo, falaremos um pouco da experiência dessa família antes do acesso à água através do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), executado pelo o Centro de Estudos Ligados a Técnicas Alternativas (CELTA), com o patrocínio da Petrobras.

truída na nossa casa, vai melhorar cem por cento, uma vez que vamos poder plantar mais e assim vamos ter mais para vendermos".

TENDO ÁGUA TEMOS COMO PRODUZIR

Vivendo numa região onde chove menos do que a quantidade de água que evapora, às famílias que vivem no semiárido precisam de apoio para sair da situação de insegurança hídrica e mais apoio ainda para conseguir transformar a terra batida e seca em terra fofa e fértil e conquistar a segurança alimentar. Esse apoio é o que elas encontram no P1+2. Além de tecnologias sociais de armazenamento de água, as famílias recebem também subsídios para implantar ou ampliar o seu espaço produtivo.Todos os dias dona Maria Perpetua acordava cedo para buscar água enfrentando sol forte e muita poeira. Para beber, cozinha, escovar os dentes e tomar banho, a família usava água de um barreiro

TECNOLOGIAS SOCIAIS E FORÇA DE VONTADE AJUDAM

A TRANSFORMAR REALIDADE DE FAMÍLIAS QUE

VIVEM NO SEMIÁRIDO

É na zona rural que dona Maria Perpetua e sua família vivem bem. "Aqui ficamos a vontade. Depois da construção da cisterna de água po táve l e da descober ta das hor tas comunitárias forma mandala, temos de quase tudo um pouco. Temos água boa para beber, tomate, coentro, abobara, cenoura, beterraba, cebola e alface para nossa alimentação. O tomate e o coentro sempre vendemos e já é uma renda extra que vem pra gente, pra mim é uma maravilha, é bom demais, sem falar que muita gente vem aqui pra comprar, só não faço mais dinheiro por que ainda plantamos pouco, devido a água que utilizamos pra molhar ser de um riacho, mas com certeza quando a nossa cisterna enxurrada terminar de ser cons-Família do Senhor MarcelinoFamília do Senhor MarcelinoFamília do Senhor Marcelino

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ou de um riacho que fica mais próximo, sem dúvidas de água contaminada. Uma nova realidade começou a ser desenhada na vida da família da dona Maria Perpetua e seu Marcelino através de políticas públicas sustentáveis. Com o recebimento da cisterna do P1MC e a construção da sua pequena horta, dona Maria Perpetua afirma que melhorou muito sua vida.

Percebe-se que não só a dona Maria Perpetua, mas como toda sua família, expressa com alegria a felicidade em terem sidos contemplados com a cisterna, e com a descoberta das hortas comunitárias formato mandala como diz o filho Isaías Marcelino de 24 anos. "Agradeço muito a Deus por termos sidos agraciados com essa cisterna e termos também conhecido essa forma de produção que são as hortas comunitárias em forma de mandala. Falo isso por que sou eu quem mais cuido dela, para que tenhamos uma alimentação melhor e não termos que comprar tudo. Mesmo com sacrifícios posso dizer que todo trabalho e esforço está valendo apena".

nuar sempre com o meu galinheiro e com minha horta, pois aqui pra fazer um almoço só preciso comprar o arroz e o macarrão, o restante tudo é da lavra. (Produção)".Após a implantação dessas tecnologias, nota-se que essa família tem enxergado uma nova visão sobre a vida no campo. Para além das implementações, estão por trás dessa mudança a força de vontade e a disposição para o trabalho da família de dona Maria Perpetua, valorizando assim o lugar onde nasceu e continuam vivendo.

Realização Patrocínio

“Nossa, aqui era a maior dificuldade, tive 6 filhos e como a diferença de idade de um para o outro era de apenas 1 ano, sofri muito com eles com diarréia e vermes por conta da água que bebíamos que era de barreiro ou riacho. Depois de recebermos a cisterna com água potável, não tive mais esse problema de viver em hospital com os meus filhos com diarréia. Outra coisa que melhorou demais, foi não ter mais que carregar lata d'água na cabeça, não agüentava mais com a dor nas pernas de tanto carregar lata na cabeça, sem falar que a maioria das vezes carregava com um filho nos braços, realmente a vida antes da cisterna não era fácil. Hoje não sei nem como agradecer a Deus e esses programas".

Mas essa família não só produz frutas e hortaliças, a agricultora construiu também um galinheiro, é uma estrutura simples, mas já cria mais de 50 galinhas. "Em vista do que eu vivia posso dizer que hoje estou no céu. Além da gente ter carne pra comer ainda sobra pra vender. Faz um ano que comecei com meu galinheiro, e digo que melhorou em todos os sentidos, por que antes eu criava um pouquinho mas só que era solta no terreiro e só tinha prejuízo, os pintinhos morriam, elas iam por no mato e por lá mesmo os ovos desapareciam sem falar que as raposas e os gatos do mato comiam era muito. Afirmo que pretendo conti-

CRIAÇÃO DE GALINHA CAIPIRA MELHORA ALIMENTAÇÃO E RENDA FAMILIAR

GalinheiroGalinheiroGalinheiro

HortaHortaHorta