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Telefone: (31) 33521272 [email protected] Res.3.666/2002 MAPPAD 1 Resolução 3666, de 02 de agosto de 2.002. Aprova o Manual de Processos e Procedimentos AdministrativosDisciplinares da Polícia Militar de Minas Gerais (MAPPAD/PM), para primeira edição. O CORONEL PM COMANDANTEGERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, no uso de suas atribuições previstas nos incisos VI e XI do artigo 6º do R100, aprovado pelo Decreto n o 18.445, de 15Abr77, RESOLVE: Art. 1º Aprovar o Manual de Processos e Procedimentos AdministrativosDisciplinares da Polícia Militar de Minas Gerais (MAPPAD/PM), que acompanha esta Resolução, para 1 a edição. Art. 2º Esta Resolução entra em vigor em 04 de agosto de 2002. Art. 3º Revogamse as disposições em contrário, especialmente a Resolução nº 1.102, de 23Dez82, que aprova as “Normas de Elaboração de Sindicância na Polícia Militar e Formulários, a Resolução nº 3.235, de 29Nov95 que aprova as modificações para o Manual de Sindicância– MASIN/PM, MTP1–2–PM, para Segunda edição e a Resolução nº 3056, de 18Abr94, que regula os procedimentos a serem seguidos por ocasião das exclusões com baixa do serviço ex offici o, nos termos do Art. 146, V, a) e exclusão disciplinar, nos termos do Art. 146, IV, ambas do Estatuto de Pessoal da Polícia Militar.” ComandoGeral, em Belo Horizonte, 02 de agosto de 2002. (A) ÁLVARO ANTÔNIO NICOLAU, CORONEL PM COMANDANTEGERAL.4 Capítulo I DO PROCESSO E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Seção I Da definição Art. 1º A Administração Pública, para registro de seus atos, controle de conduta de seus agentes e solução das controvérsias administrativas, utiliza diversos Procedimentos, que recebem a denominação comum de Processo Administrativo. § Processo é o conjunto de atos coordenados para obtenção de decisão sobre uma controvérsia no âmbito judicial ou administrativo. § 2º Procedimento é o modo de realização do Processo, ou seja, o rito processual. O Processo, portanto, pode realizarse por diversos Procedimentos, conforme a natureza e o objeto da questão a ser decidida, importante ressaltar que não existe Processo sem Procedimento, porém nem todos os Procedimentos administrativos constituem um Processo.

Telefone: (31) 3352 1272 [email protected] ... · Telefone: (31) 3352 1272 [email protected] Res.3.666/2002 MAPPAD 1 Resolução nº 3666, de 02 de agosto

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Res.3.666/2002 ­ MAPPAD

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Resolução nº 3666, de 02 de agosto de 2.002. Aprova o Manual de Processos e

Procedimentos Administrativos­Disciplinares da Polícia Militar de Minas Gerais

(MAPPAD/PM), para primeira edição.

O CORONEL PM COMANDANTE­GERAL DA POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, no uso de

suas atribuições previstas nos incisos VI e XI do artigo 6º do R­100, aprovado pelo Decreto n o

18.445, de 15Abr77,

RESOLVE:

Art. 1º ­ Aprovar o Manual de Processos e Procedimentos Administrativos­Disciplinares da Polícia

Militar de Minas Gerais (MAPPAD/PM), que acompanha esta Resolução, para 1 a edição.

Art. 2º ­ Esta Resolução entra em vigor em 04 de agosto de 2002.

Art. 3º ­ Revogam­se as disposições em contrário, especialmente a Resolução nº 1.102, de

23Dez82, que aprova as “Normas de Elaboração de Sindicância na Polícia Militar e Formulários, a

Resolução nº 3.235, de 29Nov95 que aprova as modificações para o Manual de Sindicância–

MASIN/PM, MTP­1–2–PM, para Segunda edição e a Resolução nº 3056, de 18Abr94, que regula

os procedimentos a serem seguidos por ocasião das exclusões com baixa do serviço ex officio, nos termos do Art. 146, V, a) e exclusão disciplinar, nos termos do Art. 146, IV, ambas do Estatuto de

Pessoal da Polícia Militar.”

Comando­Geral, em Belo Horizonte, 02 de agosto de 2002.

(A) ÁLVARO ANTÔNIO NICOLAU, CORONEL PM

COMANDANTE­GERAL.4

Capítulo I ­ DO PROCESSO E PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO

Seção I ­ Da definição

Art. 1º ­ A Administração Pública, para registro de seus atos, controle de conduta de seus agentes

e solução das controvérsias administrativas, utiliza diversos Procedimentos, que recebem a

denominação comum de Processo Administrativo.

§ 1º ­ Processo é o conjunto de atos coordenados para obtenção de decisão sobre uma

controvérsia no âmbito judicial ou administrativo.

§ 2º ­ Procedimento é o modo de realização do Processo, ou seja, o rito processual. O Processo,

portanto, pode realizar­se por diversos Procedimentos, conforme a natureza e o objeto da questão

a ser decidida, importante ressaltar que não existe Processo sem Procedimento, porém nem todos

os Procedimentos administrativos constituem um Processo.

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§ 3º ­ Processo Administrativo­Disciplinar – configura, como é de se observar, uma categoria

especial do gênero Processo, sendo o meio de apuração e punição de faltas graves dos servidores

públicos e demais pessoas sujeitas ao regime funcional de determinados estabelecimentos da

Administração.

§ 4º ­ Procedimento Administrativo­Disciplinar é o que a Administração utiliza para apurar as faltas

ou irregularidades que o funcionário público pratica no exercício de suas funções. O Processo

Disciplinar, entretanto, é sempre necessário para a imposição da pena de demissão ao funcionário

estável, conforme disposto no inciso II, do Art. 41, da Constituição Federal.

Seção II ­ Dos princípios do Processo Administrativo

Art. 2º ­ O Processo Administrativo apresenta os seguintes princípios norteadores:

I – Legalidade Objetiva – exige que o Processo Administrativo seja instaurado com base e para preservação da lei. Todo Processo Administrativo há que embasar­se em uma norma legal,

específica, sob pena de invalidade.

II – Oficialidade – ainda que provocado por particular, a movimentação do Processo Administrativo cabe à Administração, sob pena de responsabilidade para o Administrador público.

III – Verdade Material – a Administração pode valer­se de quaisquer provas, desde que obtidas licitamente, em busca da verdade material (real). É a busca da verdade real sobre os fatos.

IV – Informalismo – quando a Lei impõe determinada formalidade aos ritos processuais estes deverão ser atendidos, sob pena de nulidade do Procedimento. O princípio do informalismo

dispensa forma rígida para o Processo Administrativo, salvo se expressamente prevista em norma

específica.

V – Garantia de Defesa – decorre dos princípios constitucionais insculpidos na Constituição Federal de 1988, notadamente nos incisos LIV e LV, do Art. 5º (ampla defesa, contraditório e o devido

processo legal).

Seção III ­ Das Fases do Processo Administrativo

Art. 3º ­ O Processo Administrativo apresenta, em regra, cinco fases distintas:

I – Instauração – é a apresentação escrita dos fatos e a indicação do direito que ensejam o Processo. No caso do Processo Administrativo­Disciplinar.7 formaliza­se pela portaria ou pelo

despacho inicial da autoridade competente. Consubstancia­se pelo requerimento ou petição. É

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essencial que a peça inicial descreva os fatos, com detalhes suficientes, de modo a delimitar o

objeto da controvérsia e permitir a plenitude da defesa.

II – Instrução – é a fase de elucidação dos fatos, com a produção de provas. As deficiências da instrução, que influenciarem na apuração da verdade dos fatos, pode ensejar a nulidade do

Processo ou do julgamento.

III – Defesa – é a garantia constitucional impostergável, sob pena de invalidação do Processo. Compreende a ciência da acusação, a oportunidade para oferecer e contestar provas e até mesmo

o acompanhamento do devido Processo legal.

IV – Relatório – é a síntese do que foi apurado nos autos constituindo­se em peça informativa e opinativa, sem efeito vinculante para a Administração.

V – Julgamento – é a decisão motivada, proferida pela autoridade competente, sobre o objeto do Processo, com base na acusação, na defesa e nas provas existentes nos autos.

Capítulo II ­ DA INSTRUÇÃO NOS PROCESSOS E PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS­

DISCIPLINARES

Seção I ­ Da definição

Art. 4º ­ Instrução é o trabalho de investigação propriamente dito, durante o qual o Encarregado

colherá os elementos necessários à comprovação da autoria e cabal elucidação das circunstâncias

em que se deu o ato ou fato irregular.

Parágrafo único ­ A Instrução constitui­se, em regra de:

I – Libelo acusatório (notificação inicial do acusado);

II – Audição do acusador e/ou vítima;

III – Audição do acusado;

IV – Inquirição de testemunhas;

V – Acareação e reinquirição, sempre que cabível;

VI – Utilização de técnicas de interrogatório;

VII – Reconhecimento de pessoa ou coisa, quando pertinente;

VIII – Documentos;

IX – Perícias e exames;

X – Degravações, quando necessárias;

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XI – Investigação preliminar alusiva à denúncia anônima;

XII – Elaboração de carta precatória;

XIII – Outras medidas.

Seção II ­ Do libelo acusatório

Art. 5º ­ Em relação ao libelo acusatório deverá ser observado o seguinte:

I ­ Ao receber o encargo, o Encarregado providenciará a notificação do Acusado entregando­lhe o

libelo acusatório, conforme modelo existente neste Manual, tirando­se fotocópia da portaria ou

despacho e demais peças acusatórias, que deverão.8 ser entregues contra­recibo ao acusado,

cientificando­o de que terá, ao final da apuração, um prazo de cinco dias úteis para apresentar suas

razões escritas de defesa;

II ­ Tal medida permitirá ao Acusado que conheça a acusação que pesa em seu desfavor desde o

início dos trabalhos. Poderá, inclusive, por ocasião da abertura de vistas para defesa, apresentar

provas ou indicar testemunhas, para serem inquiridas nos autos ou outras medidas pertinentes.

Seção III ­ Da audição do acusador e/ou vítima

Art. 6º ­ Observar­se­á o seguinte:

I ­ A primeira pessoa a ser formalmente ouvida num Processo/Procedimento, quando houver, será

o acusador e/ou vítima, por questão de lógica processual, pois, em tese, não haverá Procedimento

apuratório a ser desencadeado, sem que haja um fato de natureza acusatória que o origine.

II ­ É fundamental que o Encarregado explore bem o acusador e/ou vítima, durante sua audição,

colhendo detalhes a respeito dos fatos, para que possa subsidiar as demais audições e

Procedimentos subseqüentes. Deve, ainda, alertar ao acusador sobre a necessidade de dizer

apenas a verdade do que souber, sob pena de ser responsabilizado das acusações inverídicas que

vier a fazer.

Seção IV ­ Da audição do acusado

Art. 7º ­ Serão adotadas as seguintes providências:

I ­ O Acusado deverá, preferencialmente, ser ouvido após a audição do acusador e/ou vítima e

coletadas outras provas preliminares alusivas ao fato, objetivando­se dar maior conhecimento e

poder de argumentação ao Encarregado, por ocasião de sua oitiva.

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II ­ O Acusado deverá ser notificado da coleta de seu termo de declarações, com pelo menos 48

horas de antecedência. Recomenda­se fazê­lo por ocasião da entrega do libelo acusatório, no

início dos trabalhos.

III ­ Na audição do Acusado e demais pessoas, as orientações alusivas à oitiva de testemunhas e o

emprego de técnicas de interrogatório devem ser observados no que couber.

Seção V ­ Da inquirição de testemunhas

Art. 8º ­ Será regida pelas seguintes normas:

I ­ As testemunhas, assim como as demais pessoas do Procedimento, apuratório/Processo

Administrativo­disciplinar, deverão ser ouvidas em período compreendido entre 07:00 e 18:00

horas.

II ­ Não poderão ser ouvidas por mais de 4 horas consecutivas, sendo­lhes facultado descanso de

meia hora, sempre que tiverem de prestar declarações além daquele tempo, devendo tal

circunstância constar no seu termo de inquirição.

III ­ Se o depoimento não ficar concluído até às 18:00 horas, será encerrado, para prosseguimento

no dia seguinte, em hora determinada pelo Encarregado; não sendo útil o dia seguinte, a inquirição

poderá ser adiada para o primeiro dia que o for, salvo caso de urgência, solicitação da testemunha

ou situação especial, em que o termo prosseguirá normalmente.

IV ­ Qualquer pessoa poderá ser testemunha, observadas as restrições legais.

V ­ Caberá ao Encarregado apreciar os depoimentos, levando em consideração os antecedentes

morais e penais das testemunhas, sua idade e interesse na apuração, suas relações com o

acusado e com o ofendido, a verossimilhança dos fatos relatados e as contradições de suas

narrativas.

VI ­ A testemunha deve declarar seu nome completo, nacionalidade, naturalidade, idade, filiação,

estado civil, profissão, residência, posto ou graduação, número de polícia e Unidade em que serve,

se militar, se é parente e em que grau de parentesco em relação ao acusado ou ofendido, quais

suas relações com quaisquer deles, e relatar o que sabe ou tem razão de saber a respeito do fato e

circunstâncias que com ele tenham pertinência.

VII ­ O Encarregado deverá, sempre que possível, solicitar um documento de identificação da

pessoa a ser ouvida, procurando confirmar a veracidade da qualificação que está fazendo.

VIII ­ As testemunhas serão inquiridas separadamente, de modo que uma não ouça o depoimento

da outra.

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IX ­ A testemunha não poderá eximir­se da obrigação de depor, salvo se for ascendente,

descendente, afim em linha reta, cônjuge, ainda que separado judicialmente ou divorciado, ou

irmão do Acusado, bem como pessoa que com ela tenha vínculo de adoção, salvo quando não for

possível, por outro modo, obter prova do fato e de suas circunstâncias, situação em que deverá ser

ouvida como informante.

X ­ A testemunha prestará o compromisso de dizer a verdade do que souber e lhe for perguntado.

Este compromisso não será, entretanto, deferido aos doentes e deficientes mentais, aos menores

de quatorze anos, nem às pessoas que não tenham obrigação de depor. Serão, assim, ouvidas na

condição de informantes.

XI ­ As pessoas que devem guardar segredo em razão de função, ministério, ofício ou profissão

ficam desobrigadas de depor, salvo se quiserem prestar depoimentos e não forem impedidas

legalmente.

XII ­ Não será permitida à testemunha a manifestação de suas apreciações pessoais, salvo quando

inseparáveis da narrativa do fato.

XIII ­ No curso do Processo/Procedimento, seu Encarregado poderá expedir carta precatória à

autoridade militar superior do local onde a testemunha estiver servindo ou residindo, a fim de

notificá­la ou inquiri­la, ou designar militar que a inquira, obedecendo às normas de hierarquia, se a

testemunha também for militar.

Juntamente com a precatória, o Encarregado enviará cópia de documentos relevantes que deram

origem à Processo/Procedimento e da portaria que lhe determinou a abertura e os quesitos

formulados, além de outros dados que julgar necessários, observando­se as demais exigências

para expedição de carta precatória e modelo anexo a este Manual.

XIV ­ As testemunhas ouvidas num Processo/Procedimento serão enumeradas pela ordem de

inquirição, recebendo cada uma o ordinal correspondente.

XV ­ O Encarregado deverá colocar em prática todas as técnicas de investigação, procurando,

antes da audição, formar um quadro amplo, relacionando as perguntas mais convenientes a serem

feitas às testemunhas, evitando simplesmente transcrever um relato.

XVI ­ O Encarregado deve mostrar à testemunha os pontos em que ela se contradiz e convidá­la a

desfazer tais conflitos, caso ocorram. Com tal Procedimento evitar­se­á acareações ou coleta de

novo Termo de Inquirição.

XVII ­ Um interrogatório bem conduzido poderá levar ao esclarecimento total de um fato delituoso.

XVIII ­ A expressão “aos costumes disse nada”, constante na qualificação da testemunha, significa

que esta é idônea e não tem parentesco, amizade profunda, intimidade, inimizade, nem qualquer

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outro impedimento que possa tornar seu depoimento suspeito, inverídico ou incorreto. Caso

contrário escreve­se: “aos costumes disse ser irmão do Acusado (ou da vítima, etc.), ou

simplesmente: “declarou ser esposa do Acusado”, ou outra situação específica qualquer”.

XIX ­ Em tais casos, ou mesmo em se tratando de menores de 14 anos ou deficientes mentais, a

testemunha será ouvida como informante, sem a obrigação de prestar o compromisso:

“Testemunha não compromissada na forma da lei, prometeu informar o que souber e lhe for

perguntado”, e ao seu depoimento se dará valor restrito, de acordo com o interesse (ou

capacidade) que possa ter no caso.

XX ­ A testemunha menor de 14 anos, deverá ser ouvida acompanhada do responsável legal (pai,

tutor, curador ou outro), que também assinará o termo. Sendo maior de 14 anos, dispensa­se a

presença do responsável legal (pai, tutor, curador ou outro), ficando, contudo, facultada a sua

presença para acompanhar o depoimento.

XXI ­ Se a testemunha for superior hierárquico do Encarregado, este poderá ouvi­la, ficando a

critério do superior a escolha e definição do dia, da hora e local da audição, dentro do prazo

regulamentar, ou poderá prestar esclarecimentos, através de ofício, respondendo a todos os

questionamentos do Encarregado. Neste caso, seu depoimento deverá ser juntado aos autos, com

a lavratura do respectivo Termo de Juntada, esclarecendo­se a circunstância no relatório.

XXII ­ Se a testemunha, vítima ou acusador, no decorrer de seu depoimento, disser algo que, de

alguma forma o comprometa penal ou disciplinarmente, deverá o Encarregado chamar duas

testemunhas que ouvirão a leitura do ato e assinarão logo abaixo, no Termo de Declarações ou no

de Inquirição de Testemunha. Medida semelhante deverá ser adotada quando ocorrer declaração

de crime ou grave acusação disciplinar em relação ao Acusado.

XXIII ­ Toda pessoa que for ouvida nos autos deverá ser previamente qualificada.

XXIV ­ O Encarregado deverá selecionar as testemunhas que, efetivamente, conheçam sobre os

fatos do Procedimento que está sendo apurado.

XXV ­ Numa apuração, em regra, o número de testemunhas a ser inquirida deverá, sempre que

possível, não ser inferior a três e nem ultrapassar a oito, pois a qualidade deve preponderar sobre a

quantidade.

Seção VI ­ Da Acareação e da Reinquirição

Art. 9º ­ A acareação e a reinquirição reger­se­ão pelos seguintes dispositivos:

I ­ Em caso de divergências entre as testemunhas, ou entre estas e o ofendido ou o acusador, o

Encarregado providenciará a devida “acareação”, para esclarecimentos dos pontos divergentes.

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II ­ Se nenhum resultado positivo advier dessa acareação, restará ao Encarregado, pelo menos, a

oportunidade de concluir sobre qual dos depoimentos ou qual das pessoas merece fé e

consideração, ou qual lhe parece mais verdadeiro, o que poderá ser constatado pela maneira da

pessoa se expressar, pelo nervosismo ou insegurança, pelas atitudes de cada testemunha, quando

confrontadas, o que não servirá de prova, mas pode ajudar a firmar convicção na busca da verdade

material.

III ­ A acareação deverá ser redigida em termo próprio (Termo de Acareação), acompanhada e

assinada por duas testemunhas idôneas.

IV ­ Face ao constrangimento que geralmente provoca, deve­se evitar a acareação, realizando­se,

preferencialmente, a reinquirição ou tomada de declarações complementares das pessoas ouvidas

anteriormente nos autos.

V ­ A acareação deve, em regra, ser realizada entre dois indivíduos, mas, nas situações

necessárias, poderá ser realizada entre um maior número de pessoas, mas recomenda­se não

ultrapassar de três ao mesmo tempo.

Seção VII ­ Do Reconhecimento de pessoa ou coisa

Art. 10 ­ Quando houver necessidade de se proceder ao reconhecimento de pessoa ou coisa,

adotar­se­á o seguinte Procedimento:

I ­ A pessoa que tiver de fazer o reconhecimento será convidada a descrever as características da

pessoa que será reconhecida;

II ­ A pessoa a ser reconhecida será colocada, se possível, ao lado de outras que com ela tiver

qualquer semelhança, convidando­se a apontá­la, aquele que houver de fazer o reconhecimento;

III ­ Se houver razão para recear que a pessoa chamada para o reconhecimento, por efeito de

intimidação ou por outra influência, não diga a verdade em face da pessoa a ser reconhecida, o

Sindicante providenciará para que a primeira não seja vista pela segunda;

IV ­ Do ato será lavrado termo pormenorizado, subscrito pelo Encarregado, pela pessoa chamada

para fazer o reconhecimento e por duas testemunhas presenciais;

V ­ Se várias forem as testemunhas chamadas a efetuar o reconhecimento, cada uma deverá fazê­

lo em separado, evitando­se qualquer comunicação entre elas. Se forem várias as pessoas que

tiverem de ser reconhecidas, o Procedimento será feito, individualmente para cada uma;

VI ­ No reconhecimento de coisa, proceder­se­á de acordo com as instruções acima, no que for

aplicável;

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VII ­ O reconhecimento de pessoas e coisas é amparado na legislação processual penal brasileira,

comum e militar;

VIII ­ O Código de Processo Penal Militar, em seus artigos 368 e seguintes, disciplina o aspecto

legal do reconhecimento de pessoas e coisas, tratando­se de norma processual consubstanciada

no ordenamento jurídico federal;

IX ­ Não se discute a validade do citado ordenamento legal, mormente quando se trata de aplicá­lo

em Procedimentos pré­processuais, traduzidos pelo Inquérito Policial Militar e o

Processo/Procedimento, os quais guardam várias características comuns, destacando­se, dentre

outras, a formalização dos atos praticados nas diversas diligências levadas a efeito, com vistas à

elucidação dos fatos;

X ­ O militar que se negar a participar do reconhecimento, sob a alegação de se achar

constrangido, ou por qualquer motivo injustificado, comete, em tese, o crime de recusa de

obediência, previsto no artigo 163, do Código Penal Militar, o que poderá redundar em sua prisão

em flagrante, se necessário. Antes de se tomar referida medida deve o Encarregado procurar

alertar ao Acusado, preferencialmente na presença de testemunhas, sob as possíveis

conseqüências de sua recusa;

XI ­ Ocorrendo a situação do item anterior, sugere­se alertar o militar que estiver prestes a adotar

tal atitude acerca do risco e das conseqüências de seu comportamento, com o intuito de se

manterem intactas a disciplina e a hierarquia no âmbito da Polícia Militar.

Seção VIII ­ Dos documentos

Art. 11 ­ Consideram­se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou

particulares. As fotocópias de documentos devem ser autenticadas pelo titular da seção de origem

do documento ou pelo próprio Encarregado, à vista do documento original.

Art. 12 ­ Se o Encarregado tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante do

Processo/Procedimento, providenciará sua juntada aos autos, sempre que possível.

Art. 13 ­ Poderá, igualmente, solicitar às repartições ou estabelecimentos públicos as certidões ou

cópias autênticas necessárias à prova do fato.

Art. 14 ­ O Encarregado poderá, ainda, juntar aos autos fotos, plantas, croquis, recortes de jornais

e outros documentos, de acordo com o caso, desde que sejam úteis à apuração.

Seção IX ­ Das Perícias e Exames

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Art. 15 ­ Nos casos em que forem necessários exames e perícias, será observado o seguinte:

I ­ A perícia tem por objetivo examinar tecnicamente e emitir laudo sobre os vestígios materiais

deixados pelo fato irregular alusivo às pessoas ou coisas que, por sua ligação com o objeto da

apuração, possam servir­lhe de prova. Pode ser solicitada pelo Encarregado ou por quaisquer das

partes, mas, salvo no caso de exame de corpo de delito, pode ser negada, se reputada

desnecessária ao esclarecimento da verdade, devendo o Encarregado justificar e fundamentar seu

ato;

II ­ O Encarregado formulará os quesitos que entender necessários, podendo fazê­lo, também, o

acusado ou seu defensor, se assim desejar. Os quesitos devem ser específicos, simples e de

sentido inequívoco, mas não podem ser indutivos nem conter implícita a resposta;

III ­ As perícias serão, sempre que possível, feitas por 2 peritos especializados no assunto ou com

habilitação técnica;

IV ­ Os peritos descreverão minuciosamente o que examinarem e responderão com clareza aos

quesitos formulados, que serão transcritos no laudo. As respostas poderão ser fundamentadas, em

seqüência a cada quesito;

V ­ Os peritos poderão solicitar da autoridade competente a apresentação de pessoas,

instrumentos ou objetos que tenham relação com o fato, assim como os esclarecimentos que se

tornem necessários à orientação da perícia;

VI ­ Havendo divergências entre os peritos, serão consignadas no auto de exame as declarações e

respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente seu laudo, e a autoridade

nomeará um terceiro para decidir a controvérsia;

VII ­ No caso de inobservância de formalidades ou no caso de omissão, obscuridade ou

contradição, a autoridade militar fará sanar a irregularidade. Poderá igualmente, sempre que

entender necessário, providenciar ouvir os peritos, para quaisquer esclarecimentos;

VIII ­ Sempre que conveniente e possível, os laudos de perícias ou exames serão ilustrados com

fotografias, microfotografias, desenhos ou esquemas, devidamente rubricados pelos peritos;

IX ­ Em atenção à natureza do exame e em se tratando de perito ad hoc a autoridade militar marcará prazo razoável, que poderá ser prorrogado, para a apresentação do laudo;

X ­ As perícias, exames e outras diligências que, para fins probatórios, tenham de ser feitos em

quartéis, estabelecimentos ou repartições militares ou civis, devem ser precedidas de comunicação

aos respectivos comandantes, diretores ou chefes, além de se observar às exigências legais

pertinentes;

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XI ­ Os laudos periciais e documentos externos deverão ser solicitados pelo Encarregado no início

dos trabalhos, salvo se não houver previsão legal de sua juntada, visando reduzir os prazos dos

Procedimentos;

XII ­ O Encarregado poderá ainda juntar aos autos fotos, plantas, croquis recortes de jornais e

outros documentos, de acordo com o caso, desde que sejam úteis à apuração.

Parágrafo único ­ Caso persistam dúvidas o Encarregado pelo Processo/ Procedimento

administrativo poderá contatar informalmente com o Instituto de Criminalística ou equivalente, conforme o caso. Salienta­se que os contatos formais deverão ser realizados através da Corregedoria da Polícia Militar.

Seção X ­ Das degravações

Art. 16 ­ Degravação é o ato de passar para a forma escrita a gravação de conversa entre duas ou

mais pessoas, ou mesmo a gravação de uma fala individual.

Art. 17 ­ Pode ser oriunda de uma conversa entre o Encarregado e outra(s) pessoa(s) ou sem o

seu envolvimento na conversa, sobre fato que interesse à apuração. É necessário que a(s) parte(s),

seja(m) cientificada(s) de que a conversa será gravada, o que não ocorre com conversas públicas,

a exemplo, de notícias ou entrevistas concedidas através de rádio ou televisão.

Art. 18 ­ Um documento de degravação deve conter a identificação do autor da fala e, no caso de

diálogo, à medida que houver mudança de locutor, muda­se o nome do autor no texto,

individualizando cada fala. Deve constar, também, no documento de degravação, a data­hora em

que houve a transmissão ou em que a conversa foi gravada e o órgão e/ou agente responsável

pela degravação (fonte).

Art. 19 ­ O texto deve conter exatamente o inteiro teor da(s) fala(s), sem comentários, acréscimos

ou reduções por parte do Encarregado pela degravação. Caso haja partes da fala que não sejam

compreendidas claramente, o Encarregado deixará esta parte em branco, constando a

impossibilidade, podendo destacar as partes do texto que mais interessem ao fim a que se destina.

Art. 20 ­ A degravação de assuntos sigilosos fica vinculada às normas próprias do Sistema de

Inteligência da PMMG, que deverão ser observadas pelo Encarregado do Processo/Procedimento

Administrativo­Disciplinar.

Seção XI ­ Da denúncia anônima

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Art. 21 ­ Denúncia anônima, para fins deste manual, é a produção de um documento sem

identificação de autoria

Art. 22 ­ A denúncia anônima, perante a Administração Pública, não pode ser desconsiderada por

absoluto, pois ela legitima a autoridade a exercer o poder/dever de verificar a sua veracidade, haja

vista tratar­se de uma forma de conhecimento de possível irregularidade.

Art. 23 ­ Diante da denúncia anônima cabe à autoridade competente verificar em caráter informal,

discreto, através de entrevistas e levantamentos preliminares, com objetivo de coletar alguma prova

documental, testemunhal ou outra, referente ao fato. Deve­se ter, entretanto, o cuidado para não

expor o “denunciado” a qualquer tipo de constrangimento.

Art. 24 ­ Obtendo, em decorrência dos levantamentos preliminares, alguma informação escrita e

legítima sobre o fato denunciado anonimamente, estará a autoridade competente legitimada a

determinar que se proceda um Processo/Procedimento administrativo­disciplinar ou Inquérito

Policial Militar, conforme o caso.

Art. 25 ­ No Procedimento Administrativo­Disciplinar a ser instaurado, depois de confirmada,

preliminarmente, a veracidade dos fatos, não deve constar que sua origem decorreu de denúncia

anônima.

Seção XII ­ Da carta precatória

Art. 26 ­ Carta precatória é o documento que tem por objetivo requisitar diligência que deva ser

cumprida em localidade diferente daquela que foi instaurado o Procedimento Administrativo­

Disciplinar, que poderá ser solicitada por carta, telegrama, e­mail ou outro meio de comunicação

disponível.

Art. 27 ­ A carta precatória visa, entre outros motivos, dar celeridade aos feitos e atender ao

pressuposto da economia processual.

Art. 28 ­ A carta precatória deve conter no mínimo, os seguintes elementos:

a) a indicação da autoridade deprecada (aquela que providenciará cumprimento da carta

precatória) e da deprecante (aquela que expede carta precatória);

b) a designação dos lugares, de onde e para onde é expedida;

c) o inteiro teor da documentação de origem e do respectivo despacho;

d) os quesitos a serem respondidos.

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Art. 29 ­ A redação do conteúdo da carta precatória deverá ser a mais clara possível e os quesitos

a serem respondidos pela autoridade deprecada devem ser articulados de forma ordenada para

facilitar ao máximo seu cumprimento.

Capítulo III ­ DA SINDICÂNCIA REGULAR

Seção I ­ Da definição

Art. 30 ­ Sindicância Regular é o Procedimento Administrativo utilizado pela autoridade

competente, para apurar, de maneira rápida e padronizada, atos e fatos indicativos de

irregularidades, que envolvam servidores da Instituição antecedendo a outras providências cíveis,

criminais ou administrativas.

Art. 31 ­ A Sindicância Regular quanto a sua dinâmica, possui duas etapas distintas: a

investigatória e a acusatória.

§ 1º ­ Na Sindicância, reúnem­se todos os elementos informativos para determinar a verdade em

torno das irregularidades suscitadas.

§ 2º ­ Em que pese, originariamente, a Sindicância ter caráter inquisitorial, há casos em que dela

decorre a aplicação de punição, transformando sua natureza de apuratória em acusatória. Desta

forma, em sendo ela de natureza acusatória ou punitiva, ou seja, se a partir dela for aplicada qualquer tipo de sanção, deverá ser regida pelo contraditório e pela ampla defesa, para que seja

válida a sanção aplicada.

§ 3º ­ A Sindicância Regular possui as mesmas fases do Processo Administrativo, devendo ser

observado o seguinte:

I ­ na instauração, a portaria, além de constituir a autoridade Sindicante, deverá delimitar os fatos a serem apurados, individualizar o acusado, identificar o denunciante, se for o caso. O fato imputado

deverá constituir, em tese, infração disciplinar;

II ­ a Portaria que contiver acusação alusiva à falta de natureza disciplinar deverá, sempre que

possível, conter termos que a identifique com a falta específica descrita no Código de Ética e

Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais, de forma a não gerar dúvida da acusação que

está sendo imputada ao Sindicado;

III ­ na fase instrutória, será promovida a notificação do sindicado; tomada de depoimentos; as acareações; se necessária às investigações; a coleta de provas; a juntada de documentos; o

interrogatório do acusado, e outras providências visando a efetiva apuração dos fatos. Até o

término desta fase a Sindicância não poderá ser acompanhada pelo sindicado ou seu defensor

constituído, haja vista ser fase exclusivamente apuratória;

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IV ­ na fase de defesa, que antecede ao relatório, o Sindicante abrirá vistas dos autos ao sindicado ou a seu defensor constituído, pelo prazo regulamentar, fazendo constar, efetivamente as

acusações que pesam em desfavor do sindicado, findo o qual devolverá os autos, apresentando as

razões escritas de defesa;

V ­ na fase seguinte, denominada relatório, o Sindicante fará um minucioso exame de todo o apurado, fazendo, imparcialmente, o cotejo dos argumentos e das razões de defesa, com as provas

colhidas nos autos, apresentando parecer final conclusivo, com proposta consubstanciada no bojo

do Procedimento. Se na conclusão, além da falta disciplinar, se configurar também um ilícito penal,

deverá a autoridade Sindicante propor, ainda, a remessa dos autos ao Ministério Público ou à

Justiça Militar Estadual, conforme a natureza do delito cometido (se crime comum ou militar). Nesta

fase é importante esclarecer que o Sindicante deverá argumentar todos os pontos alinhavados pela

defesa, sob pena de invalidar a Sindicância.

Nesta fase é importante esclarecer que o Sindicante deverá argumentar todos os pontos

alinhavados pela defesa, sob pena de invalidar a Sindicância;

VI ­ a fase final é a do julgamento, em que a autoridade administrativa competente proferirá a decisão, concordando total ou parcialmente com os argumentos contidos no relatório ou

discordando do parecer do Sindicante, e do Conselho de Ética e Disciplina Militar da Unidade,

fazendo­se tomar as demais providências necessárias;

VII ­ a etapa investigatória inicia­se com a instauração da portaria e encerra­se com a instrução, que antecede a notificação formal do Sindicado. Até a tomada desta providência, a Sindicância era

estritamente apuratória, pois visa buscar a verdade real dos fatos, para consolidar uma posterior

acusação concreta e objetiva contra o militar investigado;

VIII ­ concluída essa etapa da Sindicância, e nada de irregular tiver sido aflorado contra o militar,

deverá o Encarregado concluir o Procedimento, com relatório e parecer conclusivo, propondo

arquivamento dos autos e outras providências administrativas, quando for o caso. Caso, contrário

não elaborará relatório/parecer e providenciará notificação do Sindicado;

IX ­ a etapa acusatória da Sindicância Regular só será iniciada se aflorar, em tese, acusação de transgressão disciplinar contra o militar, mediante prova testemunhal, documental ou outra,

cabendo ao Encarregado providenciar a notificação, que servirá para a formalização do “libelo

acusatório”, constando as acusações que pesam em desfavor do sindicado, preenchendo o

impresso próprio, notificando­o, de que poderá acompanhar, diretamente ou através de defensor

constituído, todos os atos procedimentais;

X ­ se, após a fase de instrução, não se vislumbrar a prática de transgressão disciplinar, não será

necessária a abertura de vista ao sindicado, pelo que o encarregado deverá encerrar os trabalhos

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com o relatório, sugerindo o arquivamento dos autos. Em hipótese contrária, deverá ser observado

o seguinte:

a) notificar o(s) sindicado(s) envolvido(s), com antecedência mínima de 48 horas, conforme modelo

inserido neste manual. No documento de notificação deverá conter, obrigatoriamente, todos os

elementos indispensáveis para que não ocorram questionamentos futuros sobre o cerceamento de

defesa, dentre eles: entrega de cópia da portaria ou do despacho e demais peças acusatórias, que

será entrega contra­recibo ao acusado; data e hora da primeira audiência; a comunicação de que

poderá constituir defensor e que este poderá comparecer a todos os atos do Procedimento em

pauta, bem como a informação de que poderá apresentar o rol de testemunhas de defesa no dia da

audiência, além de outras providências julgadas necessárias;

b) abrir vistas ao sindicado ou defensor, conforme modelo inserido neste manual, para

apresentação de suas razões escritas de defesa. Os autos serão entregues contra­recibo ao

acusado ou ao seu defensor, no original ou em fotocópias autenticadas, a critério do Sindicante.

XI ­ nas diligências posteriores a serem desenvolvidas após a entrega das razões escritas de

defesa, principalmente as requeridas pelo Sindicado, o militar e/ou seu defensor constituído

poderão se fazer presentes e participar, efetivamente, do Procedimento apuratório até o seu

término;

XII ­ nesta etapa poderão ser ouvidas novas testemunhas ou reinquirir as já existentes nos autos,

coleta de novo termo de declarações de sindicado ou outras pessoas, acareações, juntada de

documentos, elaboração de perícias e de outras providências exigidas em cada caso concreto;

XIII ­ após tomar todas as providências complementares e permanecendo a imputação de

responsabilidade disciplinar ao Sindicado, inclusive por novas faltas afloradas na apuração, será

aberto visas dos autos ao militar ou ao seu defensor constituído, acompanhado de termo formal

contendo as acusações que pesam em desfavor do Sindicado, para que, no prazo regulamentar,

apresente as suas razões escritas de defesa;

XIV ­ somente após a formada todas essas providências é que o Encarregado elaborará o seu

relatório/parecer, apresentando sugestões à autoridade competente;

XV ­ na etapa acusatória observar­se­á, no que couber, as orientações alusivas à elaboração do Processo Administrativo­Disciplinar Sumário.

Art. 32 ­ A instauração de Sindicância não pode ser dispensada:.

I ­ quando se verificar dificuldades na rápida coleta de provas que definam a responsabilidade ou a

autoria de práticas irregulares;

II ­ quando se pretender avaliar a correta intensidade ou conseqüências de uma infração;

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III ­ quando a complexidade da natureza disciplinar dos fatos impedirem uma tomada de decisão

rápida e segura.

Art. 33 ­ São requisitos fundamentais da Sindicância para obtenção de equilíbrio entre seu

conteúdo e forma:

I – Clareza – é dela que decorrem informações mais precisas para composição do relatório final, bem como a disposição coerente e lógica das provas obtidas;

II – Brevidade – é realização da apuração de forma rápida, a fim de que a autoridade delegante possa determinar, incontinente, providências cabíveis, impedindo a continuidade de um mal nocivo

à disciplina, à ordem ou ao bom andamento dos serviços administrativos ou operacionais;

III – Objetividade – as investigações devem ater­se à irregularidade questionada, sem adentrar em questões paralelas, a menos que também constituam fatos conexos com o objeto da apuração em

curso.

Seção II ­ Da competência para Instauração

Art. 34 ­ São autoridades competentes para determinar a instauração de Sindicância, as

mencionadas no incisos de I a VI, do art 45, do Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado

de Minas Gerais (CEDM).

§ 1º ­ A Sindicância será iniciada de ofício ou por determinação de autoridade superior competente,

através de portaria, para Sindicância Regular, ou de despacho, para Procedimento Sumário.

§ 2º ­ O Sindicante deverá ser sempre oficial ou Subten/Sgt de maior posto/graduação ou mais

antigo que o sindicado.

Seção III ­ Da Instauração

Art. 35 ­ Quanto ao sigilo do ato ou fato objeto da apuração, a Sindicância classifica­se em pública

ou reservada.

Art. 36 ­ A Instauração constitui­se na autuação da Portaria e demais documentos recebidos pelo

Sindicante, conferência de seus conteúdos e demais providências preliminares, visando um efetivo

planejamento do trabalho que passará desenvolver.

Art. 37 ­ Quando o fato a ser investigado envolver sindicados de organizações diferentes, a

Portaria poderá ser elaborada de maneira conjunta, inclusive a apuração poderá ser realizada por

Encarregados integrantes das referidas instituições ao mesmo tempo.

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Parágrafo único ­ A solução do Procedimento será também conjunta, mas as medidas

administrativas decorrentes ficarão a cargo de cada autoridade competente do órgão em que os

Sindicados pertencerem.

Seção IV ­ Da Instrução

Art. 38 ­ O militar Encarregado, tão logo receba a portaria ou determinação para instaurar a

Sindicância, deverá adotar, sempre que cabível, em ordem de prioridade, as seguintes

providências:

§ 1º ­ Na etapa apuratória:

I – fazer a autuação dos documentos de origem;

II – ouvir preferencialmente, na seqüência, o ofendido, o Sindicado, a(s) testemunha(s), os

informantes e outras pessoas;

III – proceder ao reconhecimento de pessoas e/ou coisas, se necessário;

IV – fazer acareações, quando for o caso;

V – determinar que se proceda ao exame de corpo de delito e a outros exames e perícias;

VI – determinar a avaliação e a identificação da coisa subtraída, desviada, destruída, danificada ou

da qual houve apropriação indébita;

VII – proceder às buscas e apreensões em dependências do quartel;

VIII – outras diligências investigatórias que o caso requerer.

§ 2º ­ Na etapa acusatória:

I – notificar o sindicado com a entrega do libelo acusatório;

II – desenvolver diligências requeridas pela defesa ou exigidas pelas circunstâncias fáticas;

III – abrir vistas ao acusado ou ao seu defensor, para apresentação das razões escritas de defesa;

IV– analisar os fatos apurados e fazer seu relatório conclusivo;

V – remeter os autos da Sindicância à autoridade delegante, através de ofício, para solução.

§ 3º ­ A autoridade competente para decidir, após análise/parecer dos autos pelo Conselho de Ética

e Disciplina dos Militares da Unidade (CEDMU), fará publicar a solução da Sindicância em boletim,

determinando:

a) arquivamento, se não constatar irregularidade;

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b) punição disciplinar, se ficar apurado que algum servidor da Corporação cometeu transgressão

disciplinar;

c) ressarcimento ao erário público, se houver dano praticado por servidor, desde que este concorde

em indenizar, extrajudicialmente, o montante pecuniário relativo aos danos;

d) encaminhamento de cópia dos autos às outras autoridades civis ou militares, para conhecimento

ou adoção de medidas administrativas, cíveis e/ou criminais, quando for o caso;

e) remessa da Sindicância Regular à Justiça Militar Estadual nos termos da alínea “a” do Art. 28,

do Código de Processo Penal Militar (CPPM), se a Sindicância estiver completa e bem elaborada,

com autoria e materialidade definidas, devendo seu Encarregado, no relatório, tipificar o delito

militar, em tese, cometido pelo(s) Sindicado(s). Não estando, ainda, definidas a autoria e a

materialidade da infração penal militar ou houver necessidade de diligências complementares, o

Procedimento subsidiará a Portaria de Inquérito Policial Militar (IPM), que deverá ser instaurada,

com base na alínea “f”, do Art. 10, do CPPM.

§ 4º ­ A autoridade poderá retornar os autos ao Sindicante para proceder a correções,

complementações ou outras medidas que julgar necessárias.

Art. 39 ­ O Sindicante deverá, na apuração, adotar os seguintes procedimentos:

I ­ citar, na metade superior da capa frontal dos autos, os nomes e postos ou graduações do

Encarregado e do(s) sindicado(s), assim como o objeto da Sindicância;

II ­ na metade inferior, fazer o termo de autuação da respectiva portaria e outros documentos de

origem;

III ­ autuados os documentos, será feito o Termo de Abertura, que é sempre utilizado para iniciar a

Sindicância;

IV ­ antes da tomada de declarações/depoimentos do(s) ofendido(s), sindicado(s) ou

testemunha(s), será feito um Termo de Assentada;

V ­ quando o registro de uma oitiva, declaração ou depoimento, constituir a primeira atividade

investigatória da Sindicância, o Termo de Abertura, no qual se explicitará tal providência, substituirá

o de Assentada;

VI ­ para audição de várias pessoas, tantas quantas forem ouvidas num mesmo dia e local, o

Sindicante lavrará apenas um Termo de Assentada. Em caso de audição de apenas um

declarante/depoente, a Assentada será inclusa no próprio Termo de Declarações/Depoimentos;

VII ­ se qualquer pessoa, após a audição, não puder ou não quiser assinar o respectivo termo, o

Sindicante deverá providenciar uma pessoa idônea, para assiná­lo “a rogo” do interessado,

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devendo tal circunstância ser narrada no fecho do mencionado ato, com ela assinando duas

testemunhas dessa circunstância;

VIII ­ os termos de declarações ou depoimentos deverão ser redigidos da maneira mais semelhante

possível à forma verbalizada pelo declarante/depoente;

IX ­ na inquirição de testemunhas ou tomada de termos de declarações em que houver coleta de

informação que comprometa gravemente o sindicado, deverá, ao final, ser o termo lido na presença

de duas testemunhas, que, também, o assinará;

X ­ a Sindicância deverá ser datilografada ou digitada em espaço dois e suas folhas numeradas, no

alto e à direita de cada página, em ordem crescente, a partir da capa frontal;

XI ­ a Sindicância, reunidas todas as suas peças, terá as páginas numeradas e rubricadas pelo

Sindicante, devendo seu verso ser bloqueado com linhas verticais ou com a expressão “em

branco”, neste último caso, sempre que ali nada houver sido escrito. Será rubricada e numerada

com o mesmo número do anverso acompanhado da letra “v”, no verso que tiver sido utilizado;

XII ­ utilizando­se o verso da folha, deverá este receber a mesma numeração do anverso seguida

da letra “v” (ex.: Fl. 08­v).

XIII ­ no caso de militar ou funcionário público em geral, a requisição e/ou solicitação para depor

deverá ser dirigida, através de ofício, ao Comandante ou Chefe do depoente. Sempre que viável

poderá o Encarregado estabelecer contatos informais com a autoridade competente, visando o

atendimento da solicitação sem formalização do ofício;

XIV ­ qualquer pessoa que prestar depoimento ou declaração nos autos deverá rubricar todas as

folhas do termo, por medida de segurança, além de assiná­lo ao final,. O relatório deverá ser,

também, rubricado pelo Sindicante, que o assinará ao final. Deve­se, ainda, atentar para não deixar

assinaturas soltas em páginas isoladas;

XV ­ nos termos de declarações e depoimentos deverão ser registradas apenas as respostas dadas

pelas pessoas ouvidas. Nos casos em que houver evasiva à pergunta formulada verbalmente,

deverá haver, também, registro formal da respectiva pergunta. Se, porventura a pessoa negar

responder à pergunta formulada deverá o Sindicante fazer registrar cada uma das perguntas, com

a respectiva manifestação do auscultado. (ex.: “nada tenho a declarar”; “nego responder à

pergunta”; “só manifesto em juízo”; etc);

XVI ­ após a leitura do termo, se for verificado algum engano, far­se­á, antes de seu encerramento,

a retificação necessária, escrevendo­se a expressão “em tempo” e procedendo­se às retificações

pertinentes;

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XVII ­ ao final dos trabalhos de apuração, verificando­se que a testemunha militar cometeu algum ato que caracterize transgressão disciplinar conexa ao objeto da apuração, deverá o Sindicante

notificar o militar especificando as faltas que pesam em seu desfavor, ouvi­lo novamente como

acusado, em termos de declarações, desconsiderando a oitiva anterior;

XVIII ­ a medida descrita no parágrafo anterior da notificação do sindicado, no início da etapa

acusatória. Nesse caso, o procedimento passa a ter mais de um sindicado, o que implica em prazo

em dobro para apresentação das razões escritas de defesa e ao asseguramento de todos os

direitos e garantias ao novo acusado na Sindicância;

XIX ­ durante os trabalhos de apuração, surgindo falta disciplinar que não seja objeto da

Sindicância ou que com ele não tenha conexão, o Encarregado deverá comunicar o fato à parte,

que será objeto de outro Procedimento, a cargo da autoridade competente, narrando tal

circunstância no relatório, se necessário;

XX ­ havendo motivos de impedimento ou suspeição para realização dos trabalhos caberá ao

Encarregado manifestar­se, formalmente, a respeito do fato, sob pena de ser responsabilizado;

XXI ­ o militar Encarregado da Sindicância, tão logo receba determinação para apurar os fatos,

deverá agir com celeridade, tomando, em regra, as seguintes medidas práticas:

a) preparar um roteiro de trabalho que possibilite adequar o seu tempo destinado à apuração dos

fatos, conciliando­o com as demais atividades profissionais que lhe forem atribuídas. Esse roteiro

não será peça do Procedimento e servirá apenas para organizar a pauta de desenvolvimento dos

trabalhos apuratórios, estabelecendo­se as necessárias prioridades. As datas e atividades previstas

no roteiro de trabalho variarão de acordo com as especificidades de cada fato a ser apurado;

b) dirigir­se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a situação das coisas,

enquanto necessário;

c) marcar local e data para tomada de declarações e depoimentos;

d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias.

XXII ­ a rapidez com que o Sindicante se põe a campo para desincumbir­se de suas tarefas confere

à Sindicância um de seus mais importantes princípios: a oportunidade;

XXIII ­ ao receber a ordem (portaria ou despacho), o militar Encarregado da Sindicância deve lavrar

sua Autuação em capa própria;

XXIV ­ para início dos trabalhos da Sindicância, o Encarregado fará um Termo de Abertura,

relatando as providências tomadas, tais como:

a) audição de pessoas;

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b) juntada de documentos;

c) intimações;

d) ofícios (cópias).

XXV ­ o Termo de Abertura deverá ter a mesma data da Autuação;

XXVI ­ para a testemunha compromissada lavrar­se­á “Termo de Inquirição”, seguido da ordem

numérica do referido depoente. Ex.: “Termo de Inquirição da Primeira Testemunha” ou

simplesmente “Primeira Testemunha”. Em se tratando de testemunha que não presta o

compromisso legal lavrar­se­á “Termo de Informações”;

XXVII ­ para o sindicado, acusador, vítima, e outras pessoas ouvidas nos autos, exceto as

testemunhas compromissadas, lavrar­se­á “Termo de Declarações”;

XXVIII ­ na Sindicância não é necessária a figura do escrivão e os termos de data, despacho,

recebimento, certidão e conclusão, comuns num Inquérito Policial, que está sempre mudando de

mãos entre Encarregado e Escrivão;

XXIX ­ poderá ser designado, como escrevente, militar de qualquer posto ou graduação, desde que

mais moderno que o Sindicante, devendo ser observado o seguinte:

a) recomenda­se designar Tenente ou Aspirante nos casos em que o Sindicado seja Oficial;

b) nos casos mais complexos, a juízo da autoridade delegante, recomenda­se que o escrevente

designado seja, no mínimo, Sargento da ativa;

c) a designação de escrevente, bem como o compromisso de manter o sigilo dos trabalhos, são

verbais, podendo seu nome, facultativamente, figurar na capa da Sindicância;

d) todos os termos ou outras peças dos autos, quando houver escrevente, terminarão da seguinte

forma: “para constar, mandei lavrar este termo que assino”;

Art. 40 ­ Se no decorrer da Sindicância, o Encarregado verificar a existência de indícios contra

militar de posto ou graduação superior ao seu, ou então mais antigo, deverá encerrar a apuração,

com relatório do que tiver apurado, e suscitar seu impedimento à autoridade delegante, a fim de

que outro militar seja designado para prossegui­la.

§ 1º ­ Na situação do caput, a autoridade delegante, ao receber a Sindicância com o relatório fará análise preliminar e determinará, via de conseqüência, o prosseguimento das apurações por outro

militar, sem necessidade de nova portaria, na esfera de suas atribuições. Se o envolvido for

superior hierárquico ou mais antigo que a autoridade delegante, os autos deverão ser remetidos a

quem o militar for diretamente subordinado, visando o prosseguimento da apuração;

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§ 2º ­ Nos demais casos em que se fizer necessária a substituição do Encarregado ou tomar outras

medidas administrativas correlatas, deve­se procurar manter sempre a Portaria original.

Seção V ­ Das peças que devem compor a Sindicância Regular

Art. 41 ­ Uma Sindicância Regular dificilmente será idêntica a outra em virtude das peculiaridades

de cada caso. Assim, peças que aparecem em uma podem não existir em outra, e a ordem delas

nem sempre será a mesma.

Art. 42 ­ São peças que normalmente aparecem em uma Sindicância Regular, na seguinte ordem:

1) autuação (na capa da Sindicância);

2) portaria;

3) anexos à Portaria;

4) termo de abertura;

5) termo de declaração da vítima, quando houver;

6) termo(s) de declarações do(s) sindicado(s);

7) termo(s) de inquirição(ões) da(s) testemunha(s);

8) termo(s) de declarações de outras pessoas envolvidas, quando houver;

9) assentada(s);

10) termo de juntada;

11) nomeação de defensor, quando constituído pelo sindicado;

12) termo de abertura de vistas, contendo o libelo acusatório;

13) razões escritas da defesa prévia;

14) diligências complementares (audição de pessoas, juntada de documentos, etc);

15) razões finais de defesa (escrita);

16) relatório;

Parágrafo único ­ A Sindicância Regular será encaminhada através de ofício de remessa para

solução da autoridade delegante.

Art. 43 ­ Antes da solução do Procedimento pela autoridade competente, toda documentação

deverá ser encaminhada para o CEDMU, para análise e parecer pertinentes.

Seção VI ­ Peças que podem surgir na Sindicância Regular

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Art. 44 ­ Além das peças comuns à Sindicância Regular, existem outras que se relacionam

diretamente com cada fato a ser apurado e diligências a serem efetuadas.

Art. 45 ­ São peças eventuais da Sindicância Regular:

I ­ termo de degravação;

II ­ termo de acareação;

III ­ carta precatória;

IV ­ auto de reconstituição;

V ­ termo de reconhecimento de pessoa ou coisa;

VI ­ auto de exame de sanidade;

VII ­ auto de exame de corpo de delito (direto e/ou indireto);

VIII ­ auto de exame datiloscópico;

IX ­ auto de exame de embriaguez;

X ­ auto de exame pericial (outras perícias);

XI ­ termo de compromisso de perito ad hoc;

XII ­ procuração;

XIII ­ auto de avaliação;

XIV ­ auto de busca e apreensão (precedido de mandado judicial);

XV ­ termo de restituição;

XVI ­ outros.

Seção VII ­ Da defesa

Art. 46 ­ Terminada a fase de Instrução, com juntada de todas as provas à Sindicância Regular, o

Encarregado observará os seguintes aspectos:

I ­ antes do relatório final, o Sindicante abrirá vistas ao Sindicado, por 5 dias úteis, para que

apresente suas razões escritas de defesa;

II ­ o Sindicante deverá especificar, no termo de abertura de vistas, as faltas disciplinares que

pesam em desfavor do Sindicado, conforme modelo existente neste Manual;

III ­ se houver mais de um Sindicado, o prazo para entrega das razões escritas de defesa será de

10 dias úteis;

IV ­ os prazos destinados à defesa não serão computados no prazo regulamentar do Sindicante.

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§ 1º ­ As razões escritas de defesa poderão ser apresentadas pelo próprio interessado ou seu

representante legalmente constituído.

§ 2º ­ Sendo realizadas quaisquer novas diligências ou juntados documentos novos aos autos,

posteriormente à apresentação das razões escritas de defesa, nova abertura de vistas deverá ser

dada ao acusado ou ao seu defensor, no mesmo prazo regulamentar.

§ 3º ­ Caberá ao Encarregado esclarecer ao Sindicado as acusações da faltas disciplinares às

quais deve o Sindicado se defender.

§ 4º ­ A defesa deva ocorrer antes do relatório, mas, para que o sindicado possa exercê­la em sua

plenitude, é necessário que ele saiba, efetivamente, do que está sendo acusado. Para tal, após a

instrução e, no termo de abertura de vistas, o encarregado deverá formalizar uma “acusação

administrativa” (libelo acusatório), onde constará sinteticamente o fato apurado, fazendo a

individualização do imputado, indicando qual foi a transgressão disciplinar, em tese, cometida, com

o seu enquadramento no CEDM.

§ 5º ­ Sendo o Sindicado regularmente notificado, e não comparecendo às audiências marcadas

pelo Encarregado ou, recebendo os autos para apresentação das razões escritas de defesa, não o

faz no prazo regulamentar, será declarada a sua revelia, em termo próprio, conforme modelo

constante do anexo deste Manual.

§ 6º ­ Nos casos descritos no parágrafo anterior, a providência deverá ser adotada com

formalização do ato, na presença de duas testemunhas, correndo o Procedimento normalmente,

sem a presença do militar, procurando o Sindicante, efetivamente, buscar a verdade real dos fatos

investigados.

§ 7º ­ Se o Sindicado apresentar motivo justificado pela inobservância do prazo, deve o Sindicante

renovar­lhe o prazo regulamentar para que apresente suas razões escritas de defesa.

§ 8º ­ Os autos serão entregues ao acusado ou a seu defensor, no original ou fotocópias, a critério

da Administração. Sendo mais de um acusado, recomenda­se deixar os autos na

Secretaria/Ajudância, para vistas aos Sindicados, podendo eles, caso queiram, extrair cópias do

que julgarem necessário para subsidiar suas defesas. Documentos de difícil ou demorada

restauração não devem ser entregues no original (ex. Cheques/Notas Promissórias/Duplicatas,

etc.), por questões de segurança.

§ 9º ­ Caberá ao Sindicante, efetivamente, oferecer todas as condições para o exercício da ampla

defesa e do contraditório no Procedimento ao qual se encontra Encarregado.

Telefone: (31) 3352­1272 [email protected]

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§ 10 ­ Caso o militar necessitar de qualquer informação ou certidão, esta lhe será fornecida

gratuitamente, obedecendo ao contido no inciso XXXIV, alíneas “a” e “b”, do Art. 5º , da

Constituição Federal.

§ 11 ­ Fotocópias de autos completos poderão ser fornecidas, às expensas do interessado, sempre

sob os cuidados da Administração.

§ 12 ­ Quando o militar tiver constituído advogado ou lhe for nomeado defensor, os autos deverão

ser repassados ao advogado/defensor, mediante recibo, e com prazo previamente estipulado.

Seção VIII ­ Do Relatório

Art. 47 ­ A Sindicância será encerrada com um minucioso relatório, em que o Encarregado

mencionará as diligências feitas, as pessoas ouvidas, análise das razões escritas de defesa e os

resultados obtidos, com a indicação do dia, hora e lugar em que ocorreu ou teria ocorrido o ato ou

fato objeto da apuração.

§ 1º ­ O relatório constitui­se de uma síntese descritiva dos fatos, trabalhos, sua natureza, provas e

conclusões sobre a existência ou não de transgressão disciplinar ou crime, quando for o caso.

§ 2º ­ O Sindicante deverá considerar, formalmente, todos os pontos abordados pela defesa,

concordando ou discordando, fundamentadamente, de cada um deles.

§ 3º ­ O relatório será encerrado com uma conclusão, em que o Sindicante indicará:

a) a existência de crime militar com a respectiva tipificação legal, propondo remessa da Sindicância

à Justiça Militar Estadual (JME), nos termos da alínea “a” do Art. 28, do Código de Processo Penal

Militar (CPPM) ou sua transformação em.Inquérito Policial Militar, nos termos da alínea “f”, do Art.

10, do CPPM, conforme o caso;

b) a existência de transgressão disciplinar, especificando­a, propondo o enquadramento do(s)

sindicado(s) ou outras medidas administrativas;

c) a existência de crime militar e de transgressão disciplinar, propondo as medidas preconizadas

nos itens anteriores;

d) a existência de crime comum, propondo a remessa dos autos ao Ministério Público;

e) a inexistência de crime ou transgressão disciplinar, propondo neste caso, o arquivamento dos

autos.

f) a submissão do sindicado a Processo Administrativo­Disciplinar ou Processo Administrativo­

Disciplinar Sumário ou outras medidas que o caso requerer.

Telefone: (31) 3352­1272 [email protected]

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§ 4º ­ A Sindicância deverá ser confeccionada em apenas uma via Caberá à Administração,

entretanto, extrair as fotocópias que se fizerem necessárias.

§ 5º ­ O relatório deverá conter parecer final conclusivo contendo as opiniões pessoais do

Sindicante, em forma de sugestões.

§ 6º ­ O Sindicante deve apontar e especificar as faltas disciplinares afloradas nos autos e procurar

adequar, no relatório, a sua redação aos respectivos enquadramentos específicos do Código de

Ética da Instituição.

§ 7º ­ Nos casos em que aflorar cometimento de crime militar, o Encarregado deverá tipificá­lo no

relatório, de acordo com o Código Penal Militar, nos moldes exigidos para a elaboração do Inquérito

Policial Militar.

§ 8º ­ Sempre que existirem indícios de crime, comum ou militar, praticados pelos sindicados,

mesmo na aparente circunstância de excludente de ilicitude, deve a autoridade delegante, após

solucionar o procedimento, remeter os autos à Justiça Militar Estadual ou ao Ministério Público da

Comarca, conforme a natureza do delito, sob pena de incorrer, em tese, na prática de crimes

tipificados nos artigos 319, 322ºu 324 do Código Penal Militar.

§ 9º ­ Quando se tratar de prática de crime contra a pessoa, sendo a ação legítima, referida

circunstância deverá ser constada em Termo de Declaração de Legitimidade da Ação, separada do

Procedimento, com publicação em boletim, não devendo, em hipótese alguma, ser mencionada nos

relatório ou solução da Sindicância.

Seção IX ­ Da Solução

Art. 48 ­ A autoridade delegante, ao receber os autos da Sindicância, dar­lhe­ á solução,

determinando:

I ­ remessa da Sindicância à Justiça Militar Estadual, se estiver completa e bem elaborada ou

determinará a instauração de IPM, em caso de existência de indícios de crime de natureza militar,

cuja autoria e/ou materialidade, ainda, não estiverem efetivamente definidas;

II ­ enquadramento disciplinar do Sindicado, quando for o caso;

III ­ adoção de outras medidas administrativas;

IV ­ arquivamento dos autos.

Art. 49 ­ A autoridade competente para decidir a Sindicância deverá solucioná­la no prazo máximo

de 10 dias úteis..

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Art. 50 ­ A não ser nos casos de ocorrência de indícios de crime comum ou militar, ou ainda, nos

casos em que outras providências judiciais devam ser implementadas, a autoridade delegante,

após adoção das medidas administrativas decorrentes, determinará seu arquivamento.

Art. 51 ­ Sempre que existirem indícios de crime, comum ou militar, praticados pelos sindicados,

mesmo na aparente circunstância de excludente de ilicitude, deve a autoridade delegante, após

solucionar o procedimento, remeter os autos à Justiça Militar Estadual ou ao Ministério Público da

Comarca, conforme a natureza do delito, sob pena de incorrer, em tese, na prática de crimes

tipificados nos artigos 319, 322ºu 324, do Código Penal Militar.

Art. 52 ­ A Sindicância será arquivada na pasta do militar de maior precedência hierárquica e

fotocópia da portaria, do relatório e da solução nas pastas dos demais militares envolvidos.

Parágrafo único ­ No caso de remessa da Sindicância a outros órgãos, cópia dos autos em inteiro

teor, deverá ser arquivada na pasta funcional do sindicado mais antigo.

Art. 53 ­ Quando, com base na Sindicância, for nomeado e convocado um Processo Administrativo­

Disciplinar ou Processo Administrativo­Disciplinar Sumário, a Sindicância deverá ser juntada à

respectiva portaria de instauração, não podendo o Sindicado ser punido, de imediato, pelas faltas

que tiver cometido.