Upload
lamquynh
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
1
Material de Estudo – Tema 7
Estudo do Passe
Caderno 03/03
Seu estudo, suas técnicas e sua prática
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
2
ÍNDICE
CAPÍTULO01–AREGRESSÃONAREUNIÃOMEDIÚNICA 3
CAPÍTULO02–REUNIÃOMEDIÚNICA,AUXILIANDOOESPÍRITODESENCARNADO 27
CAPÍTULO03–REUNIÃOMEDIÚNICA,PASSEEMDESENCARNADO 31
CAPÍTULO04–ÁGUAFLUÍDICA/PASSEINTERNO 34
CAPÍTULO05–VISITAAENFERMOS 45
CAPÍTULO06–TERAPIAALTERNATIVA 52
CAPÍTULO07–OUTRASINFORMAÇÕES 59
CAPÍTULO08–OPASSEÉOCAMINHOPARAOUTRASAPTIDÕESMEDIÚNICAS? 74
CAPÍTULO09–CHACRASECENTRODEFORÇA 77
CAPÍTULO09–CHACRASEPLEXOS,CANAISQUEDESEQUILIBRADOSSÃOALAVANCASQUECONDUZEMÁSENFERMIDADES. 88
CAPÍTULO10–INFORMAÇÕESAOPASSISTAEAOBENEFICIADO 96
CAPÍTULO11–OPASSESOCORROAOSOBSEDIADOS 103
CONSIDERAÇÕESFINAIS 105
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
3
CAPÍTULO 01 – A REGRESSÃO NA REUNIÃO MEDIÚNICA
Exemplo 01 de regressão:
O escravo que hoje obsedia a Sinhazinha de outrora, hoje
reencarnada, não perdoa os sofrimentos oferecidos a ela na época da
sua escravidão e não perdoava no decorrer do apoio fraterno naquela
Casa Espírita. O dirigente, utilizando a técnica da regressão, ao
reconhecer o quadro de sua – ou suas – existências no exercício das
suas maldades, e que a Sinhazinha fora uma de suas vítimas,
reconhece o motivo do seu sofrimento e encontra forças para o
perdão, pois percebe que tudo está certo e o criador não erra. Nesse
caso, o que chamamos de regressão na verdade foi o uso das
palavras e a imposição das mãos, proporcionando a indução aos
quadros vivos pertencente ao agressor.
A prática da regressão não é corriqueira nas Casas Espíritas
por motivo de desconhecimento, mas todos que optaram por fazer
uso dela quando necessário, obtiveram resultados excelentes. É bom
registrar que nem sempre o espírito rebelde estará vivenciando à
regressão ou desdobramento, mas sim o seu passado lhe será
mostrado como se fosse um filme.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
4
Exemplo 02 de regressão:
Para o entendimento da beleza da mediunidade nos trabalhos
mediúnicos, utilizaremos o conteúdo das páginas 246 a 276, do livro
“Histórias que os Espíritos Contaram”, de Hermínio C. de Miranda.
Lamentavelmente existem os que dizem: Não acredito que o homem
possa oferecer algo que ajude qualquer espírito – é muita pretensão.
(...) O episódio cujo relato aqui se apresenta sob o título de “As Três
Dracmas”.
(...) O Espírito experimentava considerável dificuldade em
incorporar-se. Respirava pela boca, em largos e profundos haustos,
como se lhe faltasse ar. Durante o tempo em que o doutrinador
pronunciava as palavras de saudação inicial, ele se debatia
aflitivamente. Esperamos que se acomode à organização mediúnica,
a fim de não atropelá-lo para falar antes que para isso tenha
condições.
(...) Quando, afinal, consegue assumir os comandos da situação,
manifesta-se em agudo estado de cólera, chamando o doutrinador de
cão e ser abjeto, e ordenando-lhe imperiosamente que se curve para
falar com ele. Como certos pormenores são de vital importância
nesta fase de observação, o Doutrinador procura-se manter-se atento
e, ao mesmo tempo, sereno, sem nenhum sinal exterior de tensão e,
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
5
por isso, nota dois aspectos aparentemente irrelevantes, mas que
provarão ser de enorme importância para destravar aquele complexo
mecanismo psicológico que mantém o Espírito preso às suas
aflições: em primeiro lugar, apesar de sua fúria, ele não considerava
o doutrinador como seu inimigo -“inimigo não posso dizer que você
seja” -em segundo lugar, é evidente que a tonalidade da voz do
doutrinador faz ressoar nele uma corda qualquer secreta que o agita,
a respeito de si mesmo, e que será preciso descobrir ao longo do
diálogo. Você é um ser objeto, diz ele, se posso falar assim (...)
devia estar curvado. Ser abjeto! Não me fale! Não use comigo nada
do palavreado que estou acostumado a ouvir, porque já o conheço!
As ameaças continuam e ele previne ao doutrinador que se
prepare “para enfrentar o que você por muito tempo desejou”. Pouco
adiante acrescenta:
Esta noite vai ser memorável para você. O timbre da voz, no
entanto, é o tema recorrente. Se ele pudesse, faria calar o homem
que lhe fala.
-Há certos seres – diz ele – de que se precisa cortar a língua,
porque para nada ela serve.
E mais adiante:
-Esta voz (...) que é impossível de ser tolerada (...)
O doutrinador prossegue o diálogo pacientemente, aguardando
a oportunidade e tratando de sondar com muito tato, e carinho as
profundezas das suas aflições e as razões do seu desalinho espiritual.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
6
-Há várias maneiras de se atingir uma pessoa – volta ele a
insistir -Pode-se atingir com uma fala macia, como a sua, que pode
ser tão cortante como um chicote.
Pouco a pouco vai–se esvaziando de sua cólera inicial e
começa a ser mais razoável. Fala de sua importantíssima obra, da
sua posição espiritual:
-Sou uma alma que serve, que ama, que ampara, que socorre,
que esclarece, que ilumina e guia -diz, mais calmo e convicto da
justeza do seu trabalho.
Às vezes deixa escapar uma frase ou outra de desalento ou
desencanto, mas está longe de ceder. Quando o doutrinador lhe fala
de sua capacidade de realizações, exortando-o a colocá-la a serviço
do bem, ele responde, algo dúbio:
-Falta provar para mim mesmo que falta vencer.
-Atribui, porém, ao fracasso de sua obra no plano terreno, às
insuficiências humanas. “O homem é uma decepção total”, diz. O
doutrinador lembra que “os homens” somos nós.
Aos poucos, vai-se desdobrando o painel das suas motivações
mais profundas.
-O seu Cristo já está morto para muita gente. Na sua
concepção, se não fosse assim haveria uma só idéia um só
pensamento: o dele e todos os seguiriam. Acontece que a mensagem
do Cristo, no seu entender, -e aqui está novamente o habitual
“slogan” dos equivocados -essa mensagem “rebaixa o homem” e
Deus quer que o homem se levante, sacuda a poeira dos seus erros e
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
7
continue”.
-De qualquer maneira? – pergunta o doutrinador.
-Da maneira que puder -é a resposta.
Quanto a sua posição pessoal, tinha os seus auxiliares, sua
gente, que o Senhor lhe havia confiado, e competia-lhe liderá-la.
Acreditava-se, portanto um pastor do porte do Cristo, a quem o Pai
confiara uma missão em paralelo. Não há dúvida de que acreditou
na possibilidade de igualar-se e até superar o Cristo, como ainda
veremos.
-Sou um líder. Tenho amor pela minha obra. Não é por
orgulho. Muitos me chamam me invocam, confiam em mim. A
muitos tenho ido aplacar a sede. A minha verdade não aprisiona, ela
liberta, clareia.
-O mal estava com os homens que tudo corrompem, porque
são “enganosos, venais, tem interesse e paixões”. Os homens...
Quando o doutrinador diz que ele “está fugindo” do passado
com medo do futuro. Ele tem uma frase inesperada, em tom de
desalento:
-Você faz as coisas profundas parecerem simples na sua boca.
Lentamente, muito lentamente, vemos a força sutil e
invencível do afeto e do respeito a despontar numa ou noutra
expressão que ele deixa escapar. Não é respeito pela posição de
hipotética superioridade do doutrinador, e sim respeito, pelo ser
humano, ao qual um dia a amizade o uniu.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
8
À medida que o doutrinador vai colocando suas observações
repassada de uma ternura inexplicavelmente pessoal pelo Espírito,
este vai se desarmando.
-Você me faz sentir tão tolo como alguém que estivesse
querendo aprisionar o ar – diz ele.
Que bela expressão! A essa altura, o doutrinador já havia
confirmada no seu espírito o que no início era apenas uma intuição
acerca da identidade do querido companheiro.
Só não sabia onde, quando e como haviam sidos amigos. Ante
certos conhecimentos que o doutrinador revela, ele pergunta, já
quase completamente serenado:
-Andou lendo a meu respeito?
Era verdade. Por uma desses inexplicáveis “flashes” de
intuição, sem dúvida implantado no mundo espiritual, o doutrinador
havia adquirido recentemente uma biografia dele para estudar sua
personalidade, na esperança vaga, e àquela altura altamente
improvável de algum dia encontrar-se com ele.
-Você me tem em conta muito alta - diz ele - Sou
simplesmente um homem falível.
Quanto àquela personalidade histórica que ele viveu,
reconhece agora que foi um equívoco. Fora como um vento
abrasador que sopra do centro da África para o norte.
Confessa a essa altura, que o doutrinador o desviou do objetivo
que o trouxe ao grupo.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
9
-Você veio - diz o doutrinador - para conversar com velho
amigo. E você pensou que o odiava.
-Vim aqui porque não tinha mais nada a fazer. Porque era
inevitável. Porque a mesma força das coisas que forçou, me
impediu.
E fica a pergunta, em voz baixa, em prolongado solilóquio:
-Foi coragem? Ou foi covardia?
Nesse ponto, oramos e ao terminar, ele começa a revelar algo
de mais profundo.
Abro um parêntese: O diálogo como vemos é longo, não é
comum, mas plenamente justificável, pelo fato de que cada caso é
um caso. Caso o dirigente, entendesse a necessidade de encerrar o
diálogo, alegando ser excessivamente demorado, que é verdade, não
teríamos como apreciar a beleza que ainda virá.
-Por que o Cristo tinha que nos fazer tão pequeninos?
A seguir uma confissão tão reveladora:
-Não sou mais... Já não sei quem sou. Entrei aqui tentando ser
algo que já não era mais.
Novamente esse valoroso e amado companheiro comprova o
seu profundo sentimento de lealdade e coragem moral. Demonstra
por outro lado, uma atitude freqüente no Espírito que comparece a
uma sessão desse tipo. Não que lhes seja habitual entrarem já
derrotados. Longe disso. Ao se incorporarem ao médium, ainda não
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
10
renunciaram a luta, que lhe é a essência daquilo que procura
realizar. Ao contrário, são muitos os que vêm fazer uma tentativa a
mais das muitas que fizeram um esforço, às vezes sobre-humano,
para continuarem a ser o que pensam que são. Colocam, nas frases
iniciais da sua fala o impacto da veemência e até da agressividade. É
a marca iniludível do desespero, o debater impotente do peixe que já
foi colhido nas redes do arrependimento ou que se deixou
relutantemente apanhar pelo gesto inequívoco de amor fraterno.
Quando ele comparece ao trabalho mediúnico, as suas
perspectivas de resgate são boas, embora não infalivelmente certas.
Depende muito da maneira, segundo a qual se desdobra a conversa e
de como ele sente no doutrinador as respostas, muitas vezes
inarticuladas às suas ânsias e ao seu secreto desejo de paz.
A conversa, nesse ponto, é perfeitamente amistosa. O Espírito
fala das suas decepções que aguardaria o doutrinador no mundo
espiritual, ao verificar o verdadeiro conceito que certos homens a
quem procurou servir, formulam acerca do seu trabalho pessoal.
-Meu irmãos - diz o doutrinador - isto é suficiente para me
fazer mudar o rumo? Trabalhamos para os homens ou para Deus,
que a todos nós traz em seu coração? Você sabe que vivemos nEle.
Não podemos fugir de Deus. A opinião dos homens é irrelevante se
estamos convencidos de que nosso trabalho é Deus. Se o Cristo
fosse considerar a opinião dos homens nem teria vindo. Também as
palavras dele foram distorcidas. Você vai dizer que me estou
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
11
tentando comparar. Não é. Você acabou de dizer que Ele é grande
demais para nós, e, no entanto, não é grande demais para nos amar.
O espírito houve em silêncio e oferece algo ao doutrinador.
Algo pequeno, contido em sua mão direita, fechada e voltada para
baixo. Este é um momento da mais transcendental beleza neste
tocante episódio. Ouçamos o que tem ele a dizer:
-Eu um dia, recebi três dracmas (três moedas). Você não
conhece essa passagem.
O doutrinador pensou que as moedas tivessem algo a ver com
o peixe que o Cristo ordenou que se pescasse para pagar o tributo.
-Não sei se posso dizer que estas são aquelas moedas - diz ele.
Não sei... Mas estas... Teriam sido aquelas? Não... Estas três
dracmas recebi de alguém que está aqui.
Diz as palavras separando-as por longos silêncios, nos quais
suas emoções adquirem uma consistência que fazem naquele
momento solene, um marco de uma jornada, término de uma longa
caminhada e início de outra ainda mais longa e infinitamente mais
bela.
Não. Não era em pagamento de uma taxa. Era para que um dia
ele as devolvesse.
-Não sei porque guardei toda a vida essas três dracmas - diz
ele como se falasse consigo mesmo. Eu as recebi no dia em que
escolhi outros caminhos, como um selo de amizade, para que eu as
devolvesse um dia...
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
12
Estranho, não é? Que eu as tenha guardado...
-Não - diz o doutrinador. Não acho estranho, não. Acho muito
belo e comovente.
-Porque deveria devolver estas três dracmas, dizia... ele (note o
leitor a pequena hesitação no ponto em que aparece a reticência), no
dia em que eu encontrasse o caminho.
-Que beleza!
-Beleza? Não sei...
Seguem-se longos minutos de silencio e luta íntima, como se
ainda relutasse e hesitasse. Por fim:
-Não. Isto tudo é muito difícil!
-Sei que é difícil - diz o doutrinador. – Quem dissesse a você
que é fácil estaria mentindo! E não vou mentir a você. É difícil, sim,
mas é preciso.
-O que é preciso? Que eu devolva as três dracmas? Não. Você
se devolva a “Ele”.
Ainda reluta. A verdade integral ainda não veio à luz.
-Quem sabe! Mas é um problema? Isso é apenas um símbolo.
Não é isso?
-Não são as dracmas que ele deseja.
-Onde estavam as três dracmas? - volta ele ao solilóquio.
Impossível que as tenha carregado tanto tempo. (para e pensa). A
impressão que vocês me estão dando e a de que este é um momento
solene.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
13
-E não é?
-Eu não sou nada!
-Ninguém de nós é nada, mas todos, temos a potencialidade da
perfeição.
Todos chegaremos lá um dia, como outros já chegaram.
-Fui o simum (ventania) que passou e formou muitas dunas,
cobriu muitos cadáveres, sufocou muitas esperanças. Você sabe o
que é simum ? (vento abrasador que sopra do centro da África para
o Norte) Continuarei a ser um simum.
-Não. Nisto não concordo com você. Absolutamente. Você
esta esquecido das lições com todos aqueles que o amam? Que não
deixaram de te amar e, que vão ajudar agora?
-De que maneira ? Se entre mim a eles há todo um deserto (...).
Há um deserto e não temos camelos. Você sabe que existe um
deserto entre mim e eles. Uma distância, é isto que quero dizer.
-Distância sim meu amigo. Como existe entre nós e nossos
companheiros que vão, lá na frente. Não pense em você que estou
na frente, não. Estou aqui com você.
Mas meu amigo, sempre que surge uma caravana, ela nunca
chega toda ao destino. Muitos ficam. Muitos ficam pelo caminho.
Poucos conseguem atravessar.
-Chamamos novamente a atenção do leitor para a beleza
transcendental da sua linguagem, a segurança com a qual se utiliza
de símbolos e de imagens de alto poder sugestivo, a poesia das suas
expressões, a sinceridade da sua auto-análise, o desencanto consigo
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
14
mesmo e até o profundo e inesperado senso de humildade no
reconhecimento do erro.
Um aparte:
Em termos de diálogo com os espíritos doentes, existem dois
conceitos:
I. Primeiro: diálogos curtos, oferecendo o choque anímico
e dispensando o espírito. Afirmam que a espiritualidade
sabe melhor como atende-lo;
II. Segundo: orientando até se obter a preciosa ajuda, a
opção é pessoal. Faço uma ressalva: na narração em
questão o dirigente conseguiria solucionar a questão das
três dracmas?
Voltemos a narração em questão:
Subitamente ele interrompe o curso do diálogo e pergunta:
-Você não guardar as três dacmas?
-O doutrinador estendeu-lhe a mão e o espírito depositou-lhe
algo (invisível) ali. E fala, sem muita convicção, como se acabasse
de cumprir tarefa de maneira não de tudo satisfatória.
-Assim já me desobrigo.
O doutrinador julga que as dracmas invisíveis deverão ser
entregues a algum Amigo Espiritual presente, que teria vindo por
causa do nosso amado irmão.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
15
Ele confirma que sim, o seu amigo estava presente. Para que
teria vindo?
-Para chorar a minha vergonha? Para olhar para mime dizer
assim:
“Contempla o teu fracasso”
-Isto é vergonha? Abrir o coração e encontrar amigos?
Ninguém vai dizer isso a você. Não seria justo. Você não esta
fracassando hoje. Hoje é que você começa a libertar-se.
-Não falo do fracasso de hoje. A minha gente perdeu-se pelo
deserto porque o guia ficou muito deslumbrado com o Sol. Você
conhece o sol do deserto. Ele pode deslumbrar mesmo. Apesar de
tudo, continuo (sendo) o Chefe.
Falam de pontes para cobrir abismos e, em seguida, o
doutrinador lhe diz:
-Você teve muitos séculos para meditar sobre essas coisas.
Tenho um sentimento de profunda reverência pelas angustias que
você experimentou, mesmo no atordoamento da ação, dos seus
planejamentos, das suas tarefas, porque no fundo do seu ser, sempre
esteve presente aquela insatisfação, o desejo de seguir com os
companheiros. E você a pensar que estávamos lá longe, quando
estamos aqui com você.
-Seguir com os companheiros como? Quando eu tinha tantos
para levar comigo (...)
-Você vai levarmos, más pouco a pouco. Você vai retornar
sobre os seus passos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
16
-Já lhe disse que a minha caravana se perdeu no deserto.
-Não. Ninguém se perde de Deus. Somos todas ovelhas, do
mesmo rebanho.
-Fui o simum que levantei a areia e ceguei muitos olhos.
-Foi. E daí? Não é mais. Todos nos tivemos o nosso deserto, o
nosso simum e o trabalho que fazemos aqui, Junto de você é
exatamente este, meu querido, porque da caravana do Cristo, alguns
ficaram para trás. E não podemos deixá-los, porque amamos. Estão
voltando sobre os nossos passos. Não são muito passos, são poucos,
porque, entre nós e Ele, a diferença é tão grande, e entre nós e você,
a diferença é nenhuma. Por que você não pode vir conosco se vamos
buscar os seus?
-Você me trouxe aqui quando eu já não tinha mais forças. Por
isso me estou entregando a esta conversa. Não adianta mais. Não
tinha mais forças para continuar.
Refere-se ao esvaziamento da sua organização, empenhada em
dar combate à obra de Jesus. Alguns dos seus mais dedicados
companheiros haviam sido recolhidos e dentro dele permanecera
apenas o desencanto muito séculos de luta inglória, de tensões, de
vitórias parciais que eram apenas adiamentos temporários e de
grandes derrotas íntimas.
-Não tenho para onde ir. Não vou mergulhar outra vez nesse
mar. Ainda não sou livre o bastante para caminhar sobre as águas.
Vou afundar. Não tenho barco e não tenho remos (Faz uma pausa e
diz:
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
17
-Já fui tão grande!
-Você já viu o espetáculo de uma montanha a desmoronar-se? Ver
toda ela por terra. E você olha assim e não há mais elevação. Só a
planície e destroços (...) a terra toda revolvida (...) A montanha que
desmorona não pode mais erguer-se.
Falta a força das moléculas que a mantinha ali. Aquela força
de atração desintegrou-se. Não há meia maneira e seria uma loucura
você começar por um grão de areia para formar novamente a
montanha. Levaria a vida inteira (...) séculos para reconstruir,
quando a montanha já caiu. Não vou mergulhar outra vez nesse mar!
O espírito contempla, obviamente, a magnitude da tarefa
reconstrutora, a possibilidade de voltar para realizar tudo a partir do
pequeno grão de areia inicial. Mas, ante aquele areal em que se
converteu a sua montanha desmoronada, por onde começar?
Desintegrou-se a força que os mantinha unidos (...).
-Se a montanha caiu -argumenta o doutrinador -é porque era
falsa, era transitória.
-Não. Não era. Houve abalo, um terremoto, qualquer coisa.
-Ela durou algum tempo. Se caiu, não era obra de Deus. Você
se lembra da palavra de Gamaliel?. Se a obra é de Deus, não
podemos destruí-la; se é dos homens se destruirá. Não adianta as
nossas paixões, um dia ela cai.
-E você é o ser que crês?
-Gamaliel era um velho que perdeu também as ilusões. Ele
estava iludido.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
18
E, de repente:
-Onde você colocou as dracmas?
-Não era para dar ao seu amigo?
-Mas você não as deu (...)
-Quer que eu dê? Tome, dê você.
O doutrinador lhe devolve as moedas, (para ele, invisível) e o
Espírito as recebe de volta.
-Três dracmas - diz ele a contemplá-las - Nada valem hoje.
-Estas valem mais do que todos os tesouros da Terra, porque
trazem você de volta a paz espiritual que vai ter que ser construída.
-Não existe paz. Nenhum homem jamais terá a paz.
-Tem sim. Eu tenho você pode ter. Ele, nos, doou a paz. Estão
em nós os recursos para construí-la.
-Nós todos estamos vivendo uma loucura. Este momento não existe!
A sensação de irrealidade nos assalta, às vezes, quando o
momento que vivemos nos parece tão absurdo, tão fantástico que se
reveste das características de um sonho bom ou de um pesadelo,
segundo a categoria das emoções que experimentamos nele.
O doutrinador/dirigente/dialogador, observa:
-Acho que nunca haverá tanta realidade, como neste momento
em que você teve a coragem de enfrentar as suas próprias
esperanças. Eu te agradeço meu irmão do fundo do meu ser.
-Esperanças? Que esperanças?
-Você não tem? Não está desesperado, aquele que está em
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
19
Deus. E você está em Deus?
-Não tenho esperanças, nem desesperanças. Você não vê que
tenho tranqüilidade, meu amigo da fatalidade, que conheço e me
apeguei. Por isso estou aqui, porque estava escrito que estaria aqui,
porque não adianta lutar contra o destino.
-Você está aqui, porque o seu passado construiu esse
momento. Não é destino. Nosso destino, nós é que o condicionamos.
As nossas ações de hoje são as reações do futuro.
-Você fala uma linguagem muito estranha.
Nesse ponto ele apresenta mais algumas observações e
manifesta desejo de retirar-se, prometendo voltar, pois no momento
alega nada mais a conversar. Diz que nada se deve esperar, porque
nele não há o que despertar (volto a utilizar essas logo mais).
É natural que pressinta as tormentas que começam a agitar-se
nele. Queixa-se de que não se está sentindo bem. Algo se processa
dentro dele que não entende.
-Não acredito no que está passando aqui, neste recinto. Não
posso crer.
-Quem sou eu?
A típica confusão de identidade, quando a individualidade
começa a mergulhar no campo do intemporal em busca do passado.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
20
Fica a repetir a pergunta: E depois?
-Aquela montanha (...) ( longa pausa ) Quem sou eu ? Você
não me leva lá. O tom é mais o de um pedido do que uma negativa,
quase uma súplica, mas a regressão (desdobramento) é uma
necessidade inadiável neste ponto. (como nos exemplos da página
153)
Observação: mesmo depois de tanto diálogo surge a
necessidade da regressão, a qual conduz o espírito a uma viagem no
tempo, com a finalidade de organizar o seu psiquismo.
Como vemos, quando o dirigente conduz um espírito a
regressão, ele está no contesto espírita acionando uma técnica do
passe magnético.
O estranho nesse caso, é que a regressão o leva a uma vida
anterior, a um estágio em que ele se encontrava no mundo espiritual,
desencarnado, pois era preciso, já que ali que se localizava o que
chamamos de núcleo da sua problemática. E assim, começa ele a
pensar alto.
-De repente estampou-se isto na minha frente. Para que eu
olhe? Para que? Ver a minha imagem refletida? Está vendo as
águas? Elas se movimentam. E vejo forma ali dentro. Vejo alguém
chegando: um belo jovem, com uma túnica branca, junto a uma
figura cujo rosto está coberto. Entregam a esse jovem um
pergaminho (...) um pergaminho que é um símbolo; ali estão as
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
21
instruções (...)
O espírito revê o momento mais critico da sua carreira
evolutiva: aquele em que é investido da missão de realizar
determinada tarefa de grande importância entre os encarnados. É
hora do doutrinador calar-se, tanto quanto possível, porque o
Espírito precisa daquele solilóquio, afim de que os fluxos das suas
ideias se alimente das suas memórias, no recolhimento e nas longas
pausas que separam uma frase da outra e até uma palavra da outra.
É um momento quase místico, profundamente tocante, quando
a alma se desnuda e fica sozinha Diante de si mesma, sobe os
intensos focos luminosos da verdade.
É um momento de respeito, de seriedade, de ternura, quando
ela precisa de apoio e compreensão. Ela só pode fazer isso,
devassar ante outras sensibilidades a sua intimidade, se confiar
totalmente nas pessoas ali presentes.
Por isso todo o teste, sob todos os aspectos, desde as rudes
ofensas iniciais, até a palavra final de perplexidade, passando pelo
desencanto e pelas esperanças filosóficas. Neste caso, como em
tanto, o Espírito assegura-se de que o doutrinador não se escandaliza
com os desacertos, pois também tem os seus problemas, tanto
quanto sua grandeza.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
22
Em suma: o irmão está Diante do irmão e, portanto, pode
desvelar a sua intimidade. Nota: fica fácil entender a necessidade de
que as Reuniões Mediúnicas, sejam privativas.
Prossigamos:
-O pergaminho (...) as instruções para que o jovem leve. Mas é
pergaminho ou não é? Não é (ainda tenta fugir). Estranho! Por que
está enrolado?
-Esse é um belo simbolismo para expressar a dificuldade que
tem o Espírito em realizar, na carne, as tarefas que traz consigo, não
na consciência da vigília e sim no “pergaminho enrolado” do
inconsciente, sob a forma de matriz invisível, que ele deve e pode
materializar-se na ação. Mas também pode falhar,
No uso da autoridade espiritual de que vem investido para
promover suas ambições e não o bem-estar do irmão que precisa de
esclarecimento, e de socorro, de ensinamentos, de assistência, de
orientação.
E ele repete:
-Por que está enrolado? Você está vendo?
-Você sabe o que ele contém -pergunta o doutrinado? Quase
num sussurro, para não interferir no fluxo das recordações.
-São instruções (...) Instruções para levar para os homens, grita
enquanto a crise se desencadeia e aprofundo em todo o seu ímpeto.
É o momento que se rompe o dique da sua defesa psíquica,
reflexos condicionados, o irmãos encontra-se desnudo perante si
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
23
mesmo – eis o ponto culminante da regressão.
-Eis o diário da sua vida, contemple-o: Você não esta ouvindo
essa frase que está vibrando? Este eco (...) aqui dentro? Ide e pregai!
Ide e pregai! – A nova repetição dessas palavras já são ditas em
pranto de desespero, quando fica a repetir dramaticamente o suave
comando do Mestre, que em tempos idos ele próprio ouviu, entre
outros. Sua aflição é indescritível e impossível de ser contida.
-Não posso ouvir. Está vibrando na minha cabeça! “Ide e
pregai!”
Repete a expressão em variados tons de dor. Chora e se
contorce enquanto o doutrinador/ dirigente, procura acalmá-lo com a
expressão de carinho e sustentação.
-Onde está o pergaminho? Onde está? Que fiz dele?
Fixa-se por algum tempo nesta nova pergunta, que repete entre
soluções de desespero.
-Onde está? Eu perdi (...)? Onde?
-Não posso! Não tenho tarefa. Onde está o pergaminho? Ele
era tão luminoso! Era um pergaminho luminoso (...) Não! Isto é
loucura? – Nota-se o desequilíbrio que ele vivencia.
Que um raio me fulmine! Que um raio me fulmine neste
instante! Tirem-me o entendimento! Tirem-me o senso todo! Tire
esse fogo! Tirem-me esse fogo daqui! Esse fogo me queima (...)
Tire!
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
24
E repete as expressões sob muitas formas e tons, aos gritos e
aos sussurros, em pranto sempre, desesperado. E depois:
-O pergaminho! (...) O pergaminho (...). Estou só.
Quando o doutrinador lhe pede a mão para fortalecê-lo
(doação de fluídos) na crise, ele se recusa.
-Não posso - diz ele num sopro quase inaudível – Não posso.
Após alguma hesitação, em que repete a sua recusa, diz, afinal,
ao dirigente, causando a este terrível impacto:
-As três dracmas (...) são suas dracmas!
Segue-se um silêncio denso de emoção e ternura. O
doutrinador também não tem o que dizer, porque, a esta altura, nada
mais seria capaz de fazer senão misturar suas lágrimas às do amigo
e irmão que os séculos lhe devolveram.
Por fim, ele retoma:
-Que loucura! Como é que se morre? Como é que se acaba?
-Somos imortais e o amor também é imortal.
-Eu perdi o direito a isso. Não sou digno. Não fui digno
“dEle”.
-Nenhum de nós é digno “dEle”. Não é só você, meu querido.
Nenhum de nós. Quem de nós poderia chegar a Ele e dizer: “Eu sou
digno de ti, Senhor”.
(...) Mais uma vez o doutrinador não sabe o que dizer. É
momento, pois de orar.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
25
-Oh Senhor! Termina aqui uma longa jornada de agonia e
começa uma nova jornada de esperança. Aqui está o nosso amado
companheiro. Recebe-o Senhor, nos teus braços.
-Como o leitor certamente entendeu, o manifestante e o
doutrinador foram companheiros de pregação da mensagem de Jesus
nos tempos heroicos do Cristianismo nascente. Um dia, porém,
separaram-se, porque um deles preferiu outros caminhos, outros
rumos e experiências.
Continuavam amigos, mas não é difícil imaginar a pungente
melancolia naquela despedida, e as dores que pousaram no coração
de quem ficava.
Era preciso marcar aquele momento de alguma forma, com o
simbolismo de um dia (um dia!) servisse para demonstrar que os
vínculos entre os Espíritos são indestrutíveis, inquebrantáveis, por
mais volta que dê o mundo, por mais que a vida se desdobre pelo
Universo a fora. Então, o que ficava, remexeu o alforje surrado e
pobre à procura do símbolo.
Possuía pouco, quase nada, porque a recomendação do Amigo
Maior era indiscutível, não levariam prata e nem ouro -apenas o
bordão, a sandália, a túnica pobre. Comeriam o que lhes fosse dado,
porque esse era o único salário material naquele trabalho sem
fronteira, no território bravio do coração dos homens. “ O
trabalhador é digno do seu salário”, disse Ele, para que não se
envergonhasse os seus pobres arautos da comida que aceitasse.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
26
Da velha bolsa, ele retirou três moedinhas e entregou-as ao
amigo.
-Leva isto, meu caro.
E, como se profetizasse:
-Você me devolverá esses dracmas no dia que reencontrar o
seu caminho.
O outro sorriu um sorriso melancólico e pensou consigo
mesmo “Isto nunca há de acontecer, mas que desapontar o amigo
que continuo a estimar” E, por isso, limitou-se a dizer:
-De acordo. Um dia (...) quem sabe.
Eis um exemplo raro, nessa proporção.
Com esse registro quero afirmar que o dirigente que aprender e
usar essa ferramenta, (regressão) dificilmente estará atendendo em
parte as necessidades de muitos espíritos, necessitados em romper
com determinada fixação mental, concernente página desse seu
dicionário de vidas.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
27
CAPÍTULO 02 – REUNIÃO MEDIÚNICA, AUXILIANDO O ESPÍRITO DESENCARNADO
No grupo em que dirigimos, utilizamos esse recurso do Passe,
magnetização e palavras de indução, com a finalidade remover o
espírito doente do reflexo condicionado. O que não deixa de ser uma
regressão.
Nesse caso vamos nos ater nos suicidas, nos acidentados, nos
abortados e nos processos de ideoplastia. Após assistidos por
médium na incorporação; podemos além, de retira-los do reflexo
condicionado, oferecer uma verdadeira cirurgia em seu corpo
espiritual, continuando com o tratamento nos hospitais existentes
nas cidades espirituais. Tenho necessidade que cada um dos leitores
reflita nessas minhas observações, após analisar as experiências
vividas pelo nosso grupo.
a) Foi decapitado, e continuou a sentir após a morte a separação
da minha cabeça do corpo;
b) Perdeu uma perna e continua no mundo espiritual a sentir-se
sem a mesma;
c) Continua sentindo-se rainha, apresenta-se como tal, nos
trabalhos mediúnicos, deixando na rua a sua carruagem com os
seus súbitos. Eis a ideoplastia materializando-se em aparentes
verdades, para ela.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
28
De que forma, procedemos nos itens “a” e “b”, ou similares:
Naturalmente outros métodos eficazes existem. No meu caso
uso o método de indução e magnetização, com referência aos itens
“a” e “b”,
Vamos, nos ajude, veja como você se sentia antes dos
acontecimentos, - mão colocada, sem toque na fronte da médium -
descreva um momento feliz da sua vida; e ele começa a narrar. Se
necessário eu começo a perguntar como você está vestido? – Com o
objetivo de retirá-lo ainda mais do reflexo condicionado. Agora com
mais segurança eu digo:
-Todos os momentos de nossas vidas nos pertencem, cabe
escolhermos os bons. Não volte a pensar no momento infeliz, para
não passar a vivenciar. Esse é o primeiro socorro, o restante do
tratamento dar-se-á em algum lugar no mundo espiritual.
Quando ao item “c” é mais fácil. Passe dispersivo, dessas
energias fantasiosas, mostrando que ela não é tão jovem como pensa
e que seu vestido é muito simples, e que não mais existe a
carruagem e seus súbitos, agora estão sendo preparados para serem
conduzidos ao aprisco do Pai, e esse convite é estendido a ela.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
29
Outras situações, que merecem atenção do dirigente:
• Não se deve atender, o pedido do espírito que pede para
continuar a dormir. Ele precisa é de lucidez para entender o
seu equivoco de continuar a dormir, movido pela crença do dia
do juízo final.
• Situação diferente é quando o espírito é rebelde e dificulta o
socorro oferecido pela espiritualidade. O dirigente nesse caso
deve levá-lo a dormir, para facilitar o trabalho da
espiritualidade na condução desse espírito.
Voltemos aos itens “a” e “b”, para melhor entendimento. Esses
fenômenos de fixação mental – recebe o nome de ideoplastia. É
comum verem-se envolvidos em criações mentais fantasiosas,
conquanto, na realidade, estejam cobertos de andrajos.
• Senhoras em atitudes elegantes, julgando-se vestidas de seda e
jóias;
• Portadores de títulos de crédito, e agora, desencarnados, criam
o hábito de comparecerem diariamente à Bolsas de Valores,
verificando a cotação.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
30
O espírito, não se conformando com o desencarne, nem com a
perda da posição que ocupou no mundo, cristaliza-se no passado, e
ideoplastiza a vida material que deixou, e na qual vive ilusoriamente
até por séculos. Essas ideoplastia podem mesmo acompanhá-lo em
suas reencarnações posteriores e podem ser facilmente observadas
nos manicômios e nas clinicas psiquiátricas, são os denominados:
esquizofrênicos.
Como ajudá-los, quando se apresentam em nossas reuniões
mediúnicas: diálogo e passes a fim de destruir essas construções
mentais.
Motivo da necessidade de conhecer, técnicas de passes ou
melhor dizendo: adquirir capacidade mental para agir em cada
circunstância.
O Passe como socorro aos irmãos desencarnados em crise
precisa ser ministrado adequadamente à cada caso.
Cuidado para não oferecer socorro inadequado ao espírito,
ainda encarnado e que deixa o hospital para receber energias
necessárias para sua reabilitação física, ou para receber palavras de
conforto, facilitando a espiritualidade no processo de desligamento.
Nunca falar a palavra morte, sempre desencarne. Na maioria dos
casos, os espíritos ficam atemorizados, quando não preparados para
tal.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
31
CAPÍTULO 03 – REUNIÃO MEDIÚNICA, PASSE EM DESENCARNADO
O passe dispersivo no desencardo é um recurso utilizado para
desintegrar certos apetrechos que os espíritos obsessores instalam
nas energias das suas vitimas, como: capacete, objetos de magia,
armas, símbolos, vestimentas, etc.
Como todo espírito perturbador tem quem os o perturba,
também tem seu superior.
Com o passe via o médium incorporado, além de
desmaterializar os seus apetrechos, podemos ajudá-lo a livrar-se de
indução hipnótica, ou da própria auto hipnose.
Com um detalhe que não pode ser desprezado: Um espírito
rebelde apresenta-se a uma reunião mediúnica, e seus auxiliares –
subordinados - esperando-o do lado de fora do centro em
concentração de apoio ao companheiro.
Nessas situações costumo dizer:
-Jesus, que do alto, o seu coração amigo possa fazer chegar a
esses irmãos, flores com o magnetismo do amor, que ao tocar os
seus corpos espirituais eles possam receber os benefícios.
O resultado é fantástico, em geral aceitam a ajuda, pois
reconhecem não mais prisioneiros do seu chefe, que se encontra
abatido.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
32
Com o passe dispersivo neutralizando sua ação, observado
pelos subalternos e ele vendo-se sozinho, a tarefa foi concluída com
sucesso. E o dirigente podendo dizer: Jesus, das ovelhas que o
senhor me confiou nessa noite nenhuma se extraviou.
Usando do magnetismo para projetar ao espírito endurecido
visão de regiões de maior sofrimento, no qual ele será conduzido se
não aceitar a ajuda. Necessário para sua reflexão.
Esse procedimento tem a finalidade de mostrar que ali será o
seu lugar se não aceitar a necessidade de mudança moral. Perdoando
e comprometendo-se a não mais exercer a prática do mal.
O que iremos narrar nos mostrará que é comum ódios que
persistem desde muitos séculos. Que perigo quando as pessoas
afirmam: -Eu morro mas não perdôo.
Vamos a um exemplo:
Naquela reunião mediúnica, quando vê diante de si o Espírito
de sua mãe. De braços estendidos, grita-lhe impropérios terríveis,
manda-a de volta ao Cais, ameaça bater-lhe, é humilhada de todas as
maneiras. Creio que ele não conheceu o pai, e segundo diz sofreu
humilhações na escola, por causa de sua vida miserável, numa época
de preconceitos muitos severos.
Ajudado pelo passe, os amigos espirituais fazem com que ele
sinta a regressão de memória, até a infância, quando, muito
pequeno, ainda aceitava a mãe, porque dependia dela e a
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
33
consciência do seu drama interior estava adormecido. Ele se tornou
sonolento e, com a voz manca, começou a chamar pela mãe, até que
adormeceu sobre a mesa e foi retirado.
Na semana seguinte, voltou novamente com todo o ímpeto,
agravado pelo, “ardis”, utilizado contra ele, na sessão anterior.
Ainda muito difícil o entendimento, mas em melhores
condições de ouvir. Foi pedido, que procure sua mãe. Ele sabe que o
espírito é imortal e que vivemos e viveremos muitas vidas.
Porque razão, teria ele escolhido aquela mãe, e não outra? É
porque já estava ligado a ela anteriormente? Ademais, sabia ele das
obsessões de que ela fora vítima? Foi isso, que rompeu o dique
(contenção) das suas emoções represadas: ele próprio fora seu
obsessor, quando ela se encontrava na carne e ele permanecia no
mundo espiritual. A sua reencarnação através dela foi um recurso da
lei divina do reajustamento, necessário a ambos.
Em suma: O passe tem importante lugar no trabalho
mediúnico, mas precisa ser utilizado com prudência e sob cuidadosa
orientação / dos trabalhadores desencarnados.
No meu caso, em algumas situações eu coloco as minhas
energias aos cuidados da espiritualidade, para a necessidade do
momento, pois nem sempre sabemos o que é o mais adequado no
momento de socorro ao encarnado:
-Levar o espírito ao sono, ao atordoamento, quando ele mais
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
34
precisa de sua lucidez?
Lembrando que adormecer ou não a entidade depende de
muitas situações.
CAPÍTULO 04 – ÁGUA FLUÍDICA/PASSE INTERNO
Fluidificação da água:
Processo para Fluidificação da água - sua utilidade no
tratamento das doenças físicas ou não.
A água pela própria natureza, já é um fluido condensado.
Porém, em espiritismo, entende-se por água fluida.
Magnetização da água no copo:
Passe de projeção fluídica, imposição combinada para
fluidificação da água, o passe lateral ao copo.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
35
Fluidificação da água:
Processo para fluidificação da água e sua utilidade no
tratamento das canseiras físicas. Tudo que se relacione em primeiro
lugar com o corpo físico, com alcance ao espírito, é um passe de
dentro para fora.
Água fluida:
A água, pela sua própria natureza, já é um fluido condensado.
Porém, em espiritismo, entende-se por água fluida, quando é
acrescentado outras propriedades, seja para atender um coletivo ou
particularmente aquele doente necessitado.
Quanto ao valor da água. Jesus (Mateus, 10:42) deixou assim
registrado: “E qualquer que tiver dado só que seja um copo d'água
fria, por ser meu discípulo, em verdade vos digo que, de modo algum,
perderá o seu galardão”.
Meu amigo, quando Jesus se referiu a benção da água fria em
seu nome, não apenas se reportava à compaixão rotineira que sacia a
sede comum. Detinha-se o Mestre no exame de valores espirituais
mais profundos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
36
A água é dos corpos mais simples e receptivos da terra. É como
que a base pura, em que a medicação do Céu pode ser impressa,
através de recursos substanciais de assistência ao corpo e à alma,
embora em processo invisível aos olhos mortais.
A prece intercessória e o pensamento de bondade representam
irradiações de nossas melhores energias.
A criatura que ora, medita e exterioriza poderes, emanações e
fluídos que, por enquanto, escapam à análise da inteligência vulgar, e
a linha potável recebe-nos a influênciação, de modo claro, que
aliviam e sustentam, ajudam e curam.
A fonte que procede do coração da terra é a rogativa que flui do
imo d'alma, quando se unem na difusão do bem operam milagres. O
espírito que se eleva na direção do Céu, é antena viva, captando
potenciais de natureza superior, podendo distribuí-los a benefício de
todos os que lhe seguem a marcha.
Ninguém existe que seja órfão de semelhante amparo. Para
auxiliar a outrem e a si mesmo, bastam a boa vontade e a confiança
positiva.
Reconheço, pois, que o Mestre, quando se referiu à água
simples, doada em nome de sua memória, reportava-se ao valor real
da providência, a beneficio da carne e do espírito, sempre que
estacione através de zonas enfermiças.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
37
Se deseja, portanto, o concurso dos Amigos Espirituais, na
solução de tuas necessidades físico-psíquicas ou nos problemas de
saúde e equilíbrio dos companheiros, coloca o teu recipiente de água
cristalina à frente de tuas orações, espera e confia.
O orvalho do “Plano Divino magnetizará o líquido, com raios de
amor em força de benção e estarás então consagrando o sublime
ensinamento do copo de água pura, abençoado nos Céus.
Palavras de Emanuel extraídas do livro “Segue-me”:
-A água fluidificada, também chamada de magnetizada, é, ao
lado do PASSE, excelente recurso medicamentoso, no contexto da
terapia espírita.
A água é o absorvente universal. Ela é capaz de absorver tudo,
inclusive as energias espirituais. Quando temos uma vasilha com
água no ambiente onde oramos, ela se impregna de energias
superiores decorrente da oração. Na casa em que a família ora e vive
nobremente, as águas todas são naturalmente fluidificadas, através
dessas vibrações superiores.
Beber um copo de água em casa de uma família equilibrada e
de nobres atitudes representa um tratamento terapêutico, é como
beber um copo de saúde. Assim, como, também beber um copo de
água no lar desequilibrado, rancoroso, invejoso, etc. é como beber
uma taça de veneno, às vezes temos cólicas e não sabemos o motivo.
Era água fluidificada com vibrações inferiores.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
38
Quando a mãe fica desesperada por ver o seu bebê chorando de
cólica, de gazes, dá chazinho disso, chazinho daquilo, o que ela devia
fazer era dar a ele água fluidificada. Ora e pede a Jesus para fluidificar
a água e dá ao bebê. Temos a saúde nas mãos e não sabemos usar.
Se eu tenho que dar remédio alopata, que eu dê, com água
fluidificada. A água fluidificada elimina os resíduos dos remédios
alopatas.
Água fluídica/Água magnetizada/Passe por dentro:
Essas palavras referem-se é a água fluidificada, agindo como um
passe (de cura) atingindo a nossa intimidade. Este não deixa de ser um
auto tratamento que o médium, ou as criaturas que desejam curar-se,
podem fazer em si mesmos confiando nos poderes de Deus é naquilo
que podem usar em seu favor.
O primeiro passo é a fé. Ela ativa variados meios no organismo
para que este se pré-disponha no sentido de receber o agente curador
que, neste caso, pode ser a água fluidificada, o equivalente a tomar
passe por dentro. Todavia, deves cooperar com a disposição mental,
de modo que te sintas tornando os melhores remédios do mundo. A fé
ativa a luz interior em muitas frequências oferece o restabelecimento
para várias enfermidades ou desequilíbrios inclusive os psíquicos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
39
Generalidades:
A água é receptiva e é também criadora.
Diz o Velho Testamento (Gêneses cap. L, 20:21) que Deus
ordenou que as águas produzissem enxame de seres viventes.
Em “Nosso Lar”, ( Uma cidade existente no plano espiritual) o
Interessante livrinho recebido pelo médium Francisco Candido Xavier
(Ditado pelo espírito de André Luiz) no capítulo “No Bosque das
Águas”, há interessantes trechos que merecem aqui oportuna
transcrição:
Na terra quase ninguém cogita seriamente de conhecer a
importância da água. Em Nosso Lar, contudo, outros são os
conhecimentos. Nos círculos religiosos do planeta, ensinam que o
Senhor criou as águas.
Ora, é lógico que todo serviço criado precisa de energias e
braços para ser convenientemente mantido. Nesta cidade espiritual,
aprendemos a agradecer ao Pai e aos seus divinos colaboradores
semelhante dádiva. Conhecendo-a mais intimamente, sabemos que a
água é veículo dos mais poderosos para os fluídos de qualquer
natureza.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
40
Técnica da fluidificação:
Não é somente no passe que deve haver conhecimento da
origem dos fluidos. No caso da água fluidificada, também.
Vejamos: se a magnetização for de origem espiritual, o assunto
pertence a entidade espiritual, pois ela tem a sua personalidade e o seu
modo de proceder, ajustando-se a solicitações das nossas preces.
Essas nossas solicitações dar-se-ão, nas seguintes ocasiões:
a) Quer durante as reuniões mediúnicas.
b) Quer durante as reuniões de evangelização.
c) Quer durante as reuniões de evangelho no lar.
d) Quer em atendimento à distância, em socorro ao doente.
Se a magnetização for de origem magnética, o médium,
recolhe-se à prece, impondo as mãos – seja uma ou as duas – sobre o
recipiente que contem a água, deixa as suas energias magnéticas
fluírem através do direcionamento da nossa vontade, mas sujeitando-
as pela prece, à vontade maior.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
41
Observação:
Se desejas, portanto, o concurso dos amigos espirituais na
solução de tuas necessidades físico-psíquica ou nos problemas de
saúde e equilíbrio de outras pessoas, coloque o recipiente de água
cristalina á frente de tuas orações, e espera.
No meio espírita, porém, recomenda-se apenas:
1. Procure, se possível, local e horário apropriado à prece, isto é,
em que haja silêncio, respeito, não interrupção, etc.
2. Coloque à sua frente um copo ou jarra com água potável,
vasilhame poderá estar tampado ou não.
Quando tampado, os espíritos apenas modificam o processo de
fluidificação.
3. Em preces, impondo as mãos acima do vasilhame, suplique o
benefício de que deseja, para que essa água, possa beneficiar a si
próprio ou a outrem. Em qualquer situação, o coração tem que
tomar parte. Se o momento for de ajuda pessoal é ele que
fornecerá aquilo que merecermos.
Ao orar, estamos agindo com o pensamento e com a vontade;
exteriorizamos poderes, emanamos fluídos bons; e a água recebe essa
influência. Assim, pode ficar fluidificada por nós mesmos. Mas
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
42
também atraímos com a oração, os bons espíritos que nos ajudam na
fluidificação, então mais profunda e benéfica.
4. Ao final, agradeça a Deus a bênção recebida.
Em espiritismo, denomina-se de água fluidificada aquela que
recebeu ação magnética (de encarnado) ou espiritual (de
desencarnado), adquirindo propriedades especiais, de "forma a
beneficiar a quem a utilize.
Como age:
Condensa linhas de força magnética e princípios elétricos que
avaliam e sustentam, ajudam e curam (Emmanuel).
Ao ser ingeria (uso interno):
É metabolizada pelo organismo que absorve as quintessências
que vão atuar no períspirito à semelhança de medicamento
homeopático.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
43
Quando misturada com a água comum:
Impregna-se também dos efeitos medicamentosos. Proporção: 1
colher de água fluidificada para um copo de água comum; ou um
copo para um atalha pequena.
Indicação:
Aplica-se sempre que se pressupõe grande evasão de energias na
pessoa.
Exemplo: nos estados nervosos ou de dores, na debilidade
causada por enfermidade física, nos desgastes causados por processo
obsessivo, quando há lesões nos tecidos de órgãos internos.
Fluidificada para uso de muitos, terá a ação reconfortada e
tonificante em geral. Fluidificada para determinada pessoa, só por ela
deve ser usada, pois adquire propriedades especiais nem sempre
aplicáveis a outrem.
A fluidificação da água na casa espírita:
Deve haver algum entendimento de quem se beneficia:
• Não fazer desse recurso fluídico, uma dependência, uma
beberagem.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
44
O que não fazer na fluidificação:
No caso, é informar da necessidade de alterar velhos costumes
quanto a colocar água para ser fluidificada encima da mesa, no
decorrer das atividades mediúnicas, ou em qualquer outra situação
que tenhamos de operar em correntes agressivas.
A água é condutora, ótima receptora de fluídos, ruim como o
bom. Não obstante os guias espirituais procurem anular as
impregnações negativas e colocar fora os plasmas inferiores e bem
melhor que evitemos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
45
CAPÍTULO 05 – VISITA A ENFERMOS
Para atender aos enfermos físicos, que estejam impossibilitados
de comparecer ao centro para receber a fluido-terapia, mas que a
solicitam, o Centro Espírita poderá mandar uma pessoa da equipe que
ira até ao local.
Caso a Casa Espírita deseje formar um grupo de trabalho, para
atender no coletivo, Asilo, Orfanato, Hospitais, etc., poderá ser assim
constituído, dependendo do espaço físico e condições de cada local:
1) Dirigente;
2) Orientador para o diálogo com os assistidos;
3) Passistas, para a aplicação de passes no enfermo;
4) Médiuns, para intermediar, no Centro Espírita as manifestações
de espíritos se necessários, oriundos do atendimento ao/s
enfermo/s visitado/os.
Recomendações ao coordenador da programação das visitas:
Uma vez recebida a solicitação de visita, o coordenador ou
alguém designada para tal, deve providenciar algum cadastro com
alguns dados: Tais como:
• Confirmação da solicitação e por quem foi feita;
• Qual a enfermidade;
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
46
• Em que condições se encontra o enfermo, na visão do
solicitante;
• Existe boa receptividade quanto a visita, ou algumas reservas da
família ou pelo fato de estar numa UTI, Asilo, etc.
• Confirmar o endereço de onde exatamente deve ser feita a visita;
• O horário em que a visita poderá ser feita é conveniente para o
assistido e sua família, ou para a instituição de saúde.
Evidentemente, as informações devem ser obtidas com o devido
tato para não ferir suscetibilidade e serão usadas pelo grupo para
programar adequadamente a primeira visita ao paciente.
Caso se constate neste contato inicial, que se trata de um caso de
enfermo que pode, mas não quer ir até o Centro, deve-se orientar a
pessoa para que venha, pois assim o atendimento será mais eficaz.
Todos os participantes deverão ser espíritas e estar bem
preparados para a função na equipe, conscientizados de que
procurarão fazer o atendimento, com amor e fé em Deus.
Não devem se prender em demasia à situação do paciente –
dolorosa na maioria das vezes –, principalmente os médiuns, nem
alimentar, preocupações exageradas com os problemas físicos,
materiais e morais dos visitados, a fim de que:
• Os adversários do trabalho (sempre os há) aproveitam-se desses
momentos de depressão e invigilância para prejudicar a
harmonia e eficiência da equipe;
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
47
• Não carregar reflexos desses problemas em si mesmo ou para o
seu ambiente familiar;
• Para fazer visitas, o grupo se divide em equipes, quando a visita
for em residências, não é aconselhável mais que duas pessoas,
nem sempre se tem um quarto com bom espaço;
• A liderança deve ser exercida a pessoa mais experiente nesse
tipo de trabalho.
Antecedendo as visitas:
As equipes deverão se reunir previamente no Centro para
apreciação dos pedidos de visitação e programação dos casos a serem
atendidos. Divisão dos trabalhos a cada equipe, com nomes e
endereços já verificados, separação do material a ser levado nas
visitas (livros, mensagens, etc).
Além do exposto é bom salientar que não devemos ir de peito
aberto, sem a prévia preparação espiritual dos trabalhadores, antes das
visitas.
A experiência tem demonstrado ser aconselhável a preparação,
espiritual dos participantes antes das visitas, porque:
• O ambiente a ser visitado geralmente está despreparado para a
devida concentração;
• Não raramente o paciente a ser visitado tem problemas
espirituais associados à sua enfermidade;
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
48
Cabe à equipe dos visitadores encarnados sintonizar com a
equipe espiritual, a fim de ficar em condições de receber a cobertura e
apoio para a atividade, fraterna.
Durante a visita.
Saudar fraternalmente e apresentar-se, (exceto ao doente em
estado de inconsciência) estabelecendo simpatia fraterna e se
inteirando de pormenores sobre o enfermo que possam ajudar no
trabalho a fazer.
No caso de visita inicial, por não se conhecer bem o caso e o
ambiente, deve ser tomada as seguintes precauções especiais:
Ø Percebendo que é impossível desenvolver a ajuda desejada, orar
pedindo orientação espiritual, e usar o bom senso. Se preciso,
restringe-se a uma simples e breve visita fraterna.
Corremos o risco de alguém solicitar ajuda, sendo que a família
não é espírita. Nesse caso deve-se apenas oferecer palavras de
conforto, fé e esperança, e perguntar se aceitam uma prece. Nesse
momento da prece, faremos o passe mentalmente, sem movimento das
mãos, porém mentalizando os momentos do passe.
Havendo a aceitação espírita, para se ter um atendimento em
melhores condições ao paciente, procurar com tato, tirar do ambiente
onde se vai atender o enfermo, ruídos, descrentes, curiosos, pessoas
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
49
irreverentes ou sarcásticas e mesmos crianças. Com essas cautelas
evitaremos perturbações e interrupções.
Dirigir-se ao enfermo com carinho, procurando conversar, se
possível, mas não longamente. Informar-se do seu estado com muita
sutiliza e ir acalmando, consolando e encorajando com os
ensinamentos evangélicos oferecido pelo Divino Mestre.
Não alimentar, porém, para o enfermo ou familiares,
acompanhantes, esperanças exageradas nem prometer resultados das
visitas. Encorajar para a esperança e a fé na misericórdia divina,
aceitando, contudo, os desígnios de Deus.
Não interferir, nem alterar o tratamento médico oferecido ao
enfermo. Muito menos, receitar qualquer medicamento, pois este não
é o objetivo da visita.
Podemos sim: pegar os medicamentos e pedir a Deus que
abençoe os efeitos desse medicamento.
Parte doutrinária:
Após termos conhecimento das necessidades da pessoa, objeto
da nossa visita, avançarmos em direção ao silencio de todos,
viabilizando de forma favorável, as vibrações oriundas da prece
preparatória.
Na sequência, oferecer o entendimento da leitura do Evangelho
Segundo o Espiritismo, oriundo dos versículos extraídos da bíblia.
Não se alongar, pois o doente necessita do descanso.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
50
Finalizando, com palavras de fé, esperança e muita paz, no
decorrer do passe e fluidificação da água.
Observação: Estamos falando de visita a enfermos e não
Implantação do Evangelho no Lar.
Fazer as despedidas, dispensando quaisquer agradecimentos
pessoais, orientando para que todos agradeçam a Deus e aos bons
espíritos pela sua misericórdia.
Evitar que a visita assuma caráter social, não aceitando
gentilezas outras, cafezinho, etc. Delicadamente (se possível) explicar
que ainda há outras tarefas para ser executada e que o tempo é exíguo.
No retorno ao Centro:
Preparação do ambiente, onde o grupo coloca-se a disposição do
mundo espiritual para atender espíritos necessitados oriundo da visita
ao doente.
É muito importante a reunião mediúnica, na Casa Espírita após a
tarefa em questão:
1. Socorrendo o espírito doente, estamos ajudando o recém
visitado;
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
51
2. Ou ao menos a prece final em conjunto, é comum o espírito
enfermo acompanhar elementos da equipe e as vezes imantando-
se.
Até quando visitar:
Nas enfermidades paralisantes, debilitantes, de longa prazo, a
visitação poderá se prolongar pelo tempo necessário, a critério do
Grupo. Todavia, nas enfermidades comuns, após duas ou três visitas,
geralmente o paciente já está em boa fase de recuperação. Assim que
o paciente apresentar condições físicas para se deslocar de casa, a
equipe o incentivará a comparecer ao Centro, esclarecendo que:
Ø Grupo de Visita Fraterna é apenas uma ambulância de
emergência e primeiros socorros espirituais e o Centro Espírita é
visto como um hospital bem equipado.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
52
CAPÍTULO 06 – TERAPIA ALTERNATIVA
“O espiritismo, marchando com o progresso, não será jamais
excedido, porque se novas descobertas lhe demonstrarem que está em
erro sobre o ponto, ele se modificará sobre esse ponto. Se uma nova
verdade se revelar, ele aceitará” – Allan Kardec.
No texto acima epigrafado, extraído do livro “A gênese”, o
codificador deixa bem claro o caráter progressivo da Doutrina
Espírita. Entretanto, em “Obras Póstumas” ele afirma:
“Não será, pois, invariável o programa da Doutrina, se não em
referência aos princípios que hoje tenham passado a condição de
verdades comprovadas. Com relação aos outros, não os admitirá,
como há feito sempre, senão a título de hipóteses até que sejam
confirmadas”.
Isso demonstra o cuidado de Kardec em admitir determinadas
práticas que pudessem colocar em ridículo a Doutrina. Lembra ainda
o Mestre de Lion que acompanhando o movimento progressivo,
cumpre fazê-lo com prudência e evitar ir de cabeça baixa ao encontro
dos devaneios da utopia e dos sistemas.
Seria de bom alvitre que os atuais adeptos do Espiritismo
refletissem bem sobre essas afirmações antes de introduzirem
determinadas práticas. O espírita é responsável pela vigilância em não
introduzir na Casa Espírita práticas de Terapias Alternativas, a
exemplo:
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
53
A acupuntura por exemplo, considera o corpo como um
instrumento de um sistema energético, não físico, o que equivale
dizer: Menos denso do que aparenta. Esse sistema tem prevalência
sobre todo o conjunto, qual se fossem um outro sistema nervoso mais
complexo, sustentando a aparelhagem delicada e os seus implementos
mais sutis da organização somática.
Cura pelos cristais, pirâmides e astros:
Que pensar se, nos dias atuais, alguém nos disser que acredita
no Deus Trovão, no Deus Fogo, no Deus Pedra? Com certeza nos
soará como primitivismo, E quanto a alguém acreditar no poder dos
cristais, das pirâmides e dos astros, de uma forma beatífica, será isso
evolução? Mas, podemos afirmar que tal crença, muitas vezes, cria
atavismo, favorecendo comodismos e gerando distorções
equivocadas.
Quanto aos astros, assim resume Ary Lex: “Há uma diferença
muito grande entre a ação energética sobre a matéria orgânica,
realmente possível, e a atuação dos astros sobre a conduta das
pessoas, estaria havendo interferência no livre-arbítrio, que é um
absurdo.
Como ficaria nosso livre-arbítrio se apenas automatismos,
ritmos, ritos e tantas práticas exóticas funcionassem, sempre e
plenamente, sem nosso contributo moral?
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
54
A Ioga:
Oferece um resultado inestimável, especialmente para a emoção
em desequilíbrio, para os graves problemas psicológicos e alguns
outros na área da saúde. O conhecimento dos chakras (rodas) como
fontes de energia no sistema de vitalização orgânica, propiciou
técnicas de desenvolvimento, alimentação e equilíbrio de forças, para
a manutenção da aparelhagem material de que se utiliza o espírito, no
seu processo de evolução. Os chakras, tradicionalmente em número
de sete, são considerados como órgãos de energia.
Do coronário ao genético eles são o suporte de sustentação das
funções psíquicas e orgânicas do corpo.
Segundo a mesma tradição, o mais importante a ser considerado
nos chakras é a denominada energia Kundalini, também conhecida
pelo nome de serpente adormecida, que se manifesta em ascendente
pela espinha dorsal, nutrindo-os e sendo, ao mesmo tempo, por eles
sustentada. É também responsável pela energização dos nervos.
Quando adormecida na base, atende por automatismo a
organização dos chakras.
Através da meditação, de exercícios rítmicos, de várias outras
técnicas é despertada e sua energia pode ser canalizada
convenientemente, atendendo ao chakras, ampliando a área da
consciência espiritual e facultando saúde fisica, vitalidade, harmonia
nervosa.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
55
Essa, também chamada serpente de jogo, permite a aplicação da
sua energia no restabelecimento da saúde pessoal, como pode ser
aplicada em benefícios de outros indivíduos. A ioga faculta o
equilíbrio psicológico, transformando-se em terapia alternativa de
grande valor.
A colesterina por exemplo, ação do sol produzindo os raios
ultravioleta se transforma na vitamina “D” ou anti-raquítica. É de
excelente resultado, nos casos de asma infantil, em múltiplas
dermatoses, etc.
Os solários são de comprovado resultado nas neuranemias e
neurastenias, etc.
Cromoterapia – eletromagnético:
Exercida por lâmpadas eletromagnéticas, apresenta efeitos
terapêuticos notórios. O uso das cores e da luz. Vem sendo usadas a
longo tempo pela Medicina tradicional, como o infravermelho e o
ultra-violeta.
A lâmpada, especial infravermelho ou a ultravioleta agem no
organismo, não porque o vidro das mesmas seja colorido, mas porque
elas emitem radiações numa determinada faixa do espectro-
eletromagnético, cujo cumprimento de onde é capaz de assim agir.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
56
Ora, uma lâmpada incandescente comum, apenas com o vidro
pintado de determinada cor, não emite esses tipos de radiações e,
portanto, é ineficaz o seu uso, a não ser por autossugestão.
Não confundir (cromoterapia) via terapia alternativa, com
Cromoterapia Espiritual, defendido pelo estimado confrade Edgar
Armond.
Joanna de Ángelis em seu livro “Plenitude”, comenta:
A Cromoterapia, - não espiritual - talvez se haja inspirada na
helioterapia, que consiste, esta última, na utilização dos raios solares,
com equilíbrio, provocando uma ativação salutar dos mecanismos
vitais do corpo.
Mediante a aplicação de cores-eletromagnéticas, propicia-se
alguns resultados favoráveis na área de saúde, especialmente no
estado psíquico em desalinho dos indivíduos.
Ø A cor vermelha é considerada excitante.
Ø A cor azul é calmante.
Com essa conclusão, aplica-se a cor vermelha nos estados
melancólicos e a azul nos de exaltação, como nos casos de delirium
tremens e outros semelhantes.
Volta Joanna de Angelis a manifestar-se: (...). E multiplicam-se
as terapias alternativas: psicobiofísicas das vidas passadas, cirurgias
psíquicas e mediúnicas, hipnose, ao lado da fitoterapia ou flora
medicinal e outras cooperando para a saúde, o reequilíbrio da criatura
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
57
na Terra, a diminuição e mesmo desaparecimento do sofrimento do
mundo.
Desconsiderar a valiosa contribuição de todas elas, não podemos
esquecer que é na transformação moral do indivíduo para melhor, na
ação da caridade - como prescreve o espiritismo, respaldado no
conceito do Cristo, concernente àqueles que ele curou e disse na
oportunidade: não volta a pecar, afim de que não lhes acontecesse
nada pior.
Atinente ao assunto de terapia-alternativa o médium Baiano,
Divaldo Pereira Franco, em recente entrevista concedida ao Jornal
“Gazeta Espírita”, da Bahia, assim se expressou: considero negativo à
Casa Espírita, divorciar-se de objetivo essencial que é iluminar
consciências, para cuidar de terapias que não lhe dizem respeito (...).
Estranho muito essa invasão de terapia-alternativa nas Casas
Espíritas, porque desviam os seus frequentadores das finalidades
precípuas: educar, instruir e espiritualizar.
Como vemos Divaldo usou a palavra: terapia alternativa, coisa
diferente da terapia-espiritual, exercida pelo espiritismo via bio-
energia, são energias oferecidas pelo médium, no decorrer do PASSE
com participação dos espíritos benfazejos. Não esquecendo da água
fluidificada. Com esses procedimentos e outros a Casa Espírita, está
procedendo corretamente com os estudos da Doutrina.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
58
Pela necessidade de definição, a Homeopatia foi inserida entre
as terapias-altemativas, após lermos Joanna de Angelis em seu Livro
“Plenitude” à pág. ll3. Vejamos:
P. Por que Joanna de Angelis, estabeleceu à conotação de
terapia alternativa à homeopatia se é exercida por Médicos formados
pela medicina clássica?
R. Pela simples razão, assim acreditamos: Como podemos
observar as demais terapias-alternativas, principalmente à acupultura
observa o corpo humano como energia, que é também a visão da
homeopatia, vejamos:
Concluindo: Transcrevemos do livro “Cascata de Luz”, página
513 o seguinte diálogo entre os espíritos, durante seus estudos em
torno do “Livro dos Espíritos”:
“Muitos pediram a palavra e se exaltavam dizendo preocupados
com a doutrina onde muitos adeptos estão buscando as chamadas
terapias alternativas, dizendo-se espíritas e admirando apometria, -
havendo quem procure adaptar até em reuniões desobsessivas -
cristal-terapia e outras mais”.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
59
CAPÍTULO 07 – OUTRAS INFORMAÇÕES A seguir temos algumas considerações aos senhores médiuns em
geral.
Alimentação excessiva favorece a vampirizacão do médium? “(...) Lembro-me que em meu antigo lar terrestre havia sempre
grande: contentamento familiar pela matança de porcos. A carcaça de
carne e gordura significava abundância da cozinha e conforto para o
estômago. Com o mesmo direito, acercam-se os desencarnados, tão
inferiores quanto já fomos, dos animais mortos, cujo sangue
fumegante lhes oferece vigorosos elementos vitais” – Livro
“Missionários da Luz” de André Luiz pág. 136.
Do exposto fica a seguinte reflexão: se nós sugamos as energias
até o tutano dos animais, porque os espíritos necessitados de energias
grosseiras, não pode sugar energias excessivas dos homens.
Jacob Melo no Livro “O PASSE ”, registra com muita
propriedade, realidades observadas no nosso dia a dia, concernente a
passistas:
“É comum – afirma Jacob –, se querer aprender a aplicar passe
rapidinho, quase sempre se busca, apenas, breves estudos, manuais
simplórios. Nessa pressa, costumamos assimilar certas orientações
equivocadas e, muitas vezes, nelas nos cristalizamos, adotando
técnicas e posturas nem sempre coerentes. Em consequência, com o
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
60
passar do tempo, tentamos justificar nosso procedimento com frases
tipo: já aplico passes há tantos anos e tenho obtido excelentes
resultados eu deixo aos espíritos a responsabilidade da técnica,
ofereço a eles os meus fluidos e eles que utilizem como quiserem eu
não atrapalho”.
Um aparte, nesse mesmo trabalho dissemos:
I. Quem deixa a tarefa para a espiritualidade é médium
preguiçoso.
II. Em alguns momentos de atendimento, quando sinto dupla
situação e para não ser prejudicial ao momento ofereço,
sim, as minhas energias e peço para a espiritualidade
administrar o passe conforme a necessidade.
Quanto ao item (I) os desatinos não param:
Aprendi com minha avó, típica desculpa da pessoa que se sente
sempre indisposta, nunca tem tempo para estudar.
Outros afirmam: Jesus só impunha as mãos e curava, portanto –
aqui já não se trata de simples falta de estudo espírita, mas de
desconhecimento do Novo Testamento.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
61
O trabalhador espírita necessita de passes?
Sim. Não pode o espírita prescindir do passe, assim como não
deve explorar os seus benefícios. Afinal, espírita conserva em si
mesmo grande potencial de auto-socorro.
Comentando sobre o passe, na casa espírita, como o espírito de
André Luiz viu e descreveu:
“Pequena multidão de encarnados e desencarnados aglomerou-
se à estrada, todavia companheiros da casa controlavam-lhe os
movimentos (...)”.
Um aparte: Observando as informações de André Luiz e as
observações dessa realidade no dia a dia, nas atividades do passe, ou
nas reuniões mediúnicas, após sentir que o grupo se encontra
preparado, tornou-se pratica dirigir preces ao mundo maior,
colocando as nossas energias – ectoplasmática - a disposição da
espiritualidade, ajudando nos atendimentos aos que ficam na rua,
procurando ajuda.
Assim procedendo, criamos muitas possibilidades, pois após
atender o que esta representando os que não puderam entrar - assim
nos parece - temos a informação de que quase sempre, todos aceitam
a ajuda e descrevem uma ou várias conduções que irão conduzi-los
para o tratamento necessário no mundo maior.
Voltemos aos comentários de André Luiz:
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
62
“Enfermos de variada expressão entravam esperançosos e
retiravam-se, depois de atendidos, com evidentes sinais de reconforto.
Das mãos de Clara e Henrique irradiavam-se chispas, comunicando-
lhes vigor e refazimento. Na maioria dos casos, não precisavam tocar
no corpo dos pacientes, de modo direto. Os recursos magnéticos,
aplicados a reduzida distância penetravam assim mesmo o halo vital
ou a aura dos doentes provocando modificações.
Os passistas afiguravam-se como duas pilhas humanas deitando
raios de espécies múltiplas, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes
percorrerem a cabeça, ao contrário do irmão Conrado e de seus
colaboradores. O quadro era efetivamente fascinador pelos jogos de
luz que apresentava.
Por que motivo a energia transmitida pelos amigos espirituais
circulava primeiro na cabeça dos médiuns? (...). Não podemos
subestimar a importância da mente. O pensamento influi de maneira
decisiva, na doação de princípios curadores. Sem a idéia da fé e pela
boa vontade o médium não conseguirá ligação com os Espíritos
Entretanto - ponderei -, há pessoas tão bem-dotadas de Força
Magnética perfeitamente despreocupadas de elemento moral refere-se
você aos hipnotizadores comuns, muitas vezes portadores de energia
excepcional. Fazem belas demonstrações, impressionam, convencem,
contudo, movimenta-se na esfera de puro fenômeno, sem aplicações
edificantes no campo da espiritualidade.
Mas, semelhantes profissionais podem igualmente curar - frisou
meu companheiro, completando-se as observações. Sim, podem curar,
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
63
mas acidentalmente, quando o enfermo é credor de assistência
espiritual imediata (...) todas as pessoas dignas e fervorosas com o
auxilio da prece, podem conquistar a simpatia de veneráveis
magnetizadores do Plano Espiritual, que passam, assim, a mobilizar
na extensão do bem.
Obsediados ganhavam ingresso no recinto, acompanhados de
frios verdugos, no entanto, com o toque dos médiuns sobre a região
cortical, depressa se desligavam, postando-se, porém, nas
vizinhanças, como que à espera das vítimas”.
Haviam pessoas que as irradiações magnéticas não lhes
penetravam o veículo orgânico. Por quê? - Falta-lhes o estado de
confiança. Será então, indispensável a fé para que registrem o socorro
de que necessitam? Ah! Sim.
Do Livro “Nos Domínios da Mediunidade” -cap. XVII.
“Convém lembrar que é trabalho de rotina no mundo espiritual o
passe de desencarnado para os desencarnados. Principalmente nos
desencarnes com idéias fixas no sono eterno, na espera do juízo
final”.
São consideradas, verdadeiras múmias espirituais.
O Espiritismo não faz milagres; unicamente descobriu algumas
das leis que regem os fluidos e as aplica em benefício da
humanidade sofredora. As leis que já conhecemos são várias.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
64
Quando devemos aplicar o passe?
Ø Quando houver demonstração de real interesse pela pessoa;
Ø Em caso de emergência, como na crise epilética, crise obsessiva,
ou situações similares;
Ø Quando o paciente se encontra hipnotizado ou em estado
sonambúlico, quer por força espiritual, quer de forma natural,
quer provocada, e é necessário tirá-lo desse estado;
Ø Nos tratamentos que requerem essa terapia;
Ø Nos tratamentos complementares - quando for conjugado com a
medicina dos homens ou com a medicina espiritual;
Ø Nos tratamentos reparatórios - antecedendo tratamentos ou
cirurgia médica;
Ø Na criança, por não ter capacidade demonstrativa de real
interesse.
Nesse caso atenderemos o interesse do adulto que solicita em
nome da criança.
Quando não convém aplicar o passe?
Ø Quando o paciente é refratário por decisão própria, provocando
com isso apenas desgaste fluídico para os médiuns. Tal paciente
é via de regra, mordaz, cínico, irrefletido, buscando antes um
motivo para chacotas a uma solução para seu problema. Antes
recomendamos-lhe muito Evangelho;
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
65
Ø Quando o paciente simplesmente não quer tomar o passe;
Ø Quando a procura do passe é simples curiosidade, comodidade
ou teste para tentar se convencer daquilo que, no fundo, não
quer se convencer;
Ø Quando definitivamente o paciente não tem interesse algum na
reforma íntima, evangelizando-se, assistindo as palestras, etc;
Ø Em ambientes poluídos mental e fluidicamente’
Ø Lugares públicos em geral.
Lugares públicos em geral! – por bom tempo atendemos
drogados, meninos e meninas de rua, no bairro do Porto e como não
oferecer o passe? Buscamos um lugar, sem movimento, no canto da
praça e todos os domingos, fazíamos o atendimento, via passe, após
distribuição de lanches e evangelização.
Sempre digo: quando a caridade esta em primeiro lugar, eu
prefiro errar e fazer o bem, do que errar por não fazer o bem.
Ø O lar não é recomendado para se fazer tratamento fluídico.
Notadamente quando se trata de problemas obsessivos. Com
exceção no caso de doença que o doente não possa ir ao centro.
Lembramos da necessidade de muita prudência, buscar a preparação
na prece, mas Suely Caldas Schubert nos lembra que: se houver
necessidade de se socorrer um doente em seu lar, através do passe, é
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
66
imprescindível que compareçam, no mínimo, dois integrantes da
equipe.
Eu prefiro usar a prudência e o coração, deixando de lado certas
considerações, pois quem esta em prece nunca estará sozinho.
Um homem sem os braços pode aplicar o passe?
Sim. Desde que adquira a consciência e o treino, de que quem
governa e dá direção aos fluídos é a mente. Assim sendo poderemos
aplicar o passe estando de braços parados, sem movimentos.
Exemplo:
Após a prece, mentalizaremos os fluídos penetrando na cabeça
do paciente, percorrendo todo o corpo -cabeça, braços, tronco e
pernas. É assim que faço quando em visita a certos doentes no
hospital!
É o princípio do passe a distância, não necessitando dos braços.
Aqui cabe uma pergunta: mas entendemos que os fluidos saem
pelas pontas dos dedos, e aí como ficamos?
Para responder buscamos nas informações de Albert de Rocha
quando afirma (...) Ora o eflúvio envolve todo o corpo (...).
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
67
Todos os sensitivos descrevem o eflúvio como uma chama que
sai do corpo, quer por toda a sua superfície, apresentando uma forma
arredondada. Reconhecemos ficar patente que as mãos, neste mister,
têm uma valência mais alta que outras estruturas orgânicas, donde sua
importância.
Observação:
Não devemos desprezar a possibilidade desse passista maneta
estar (sem se aperceber) utilizando os braços perispirituais.
Crianças podem dar passe?
Perguntou Kardec aos Espíritos: em que idade a criança pode se
ocupar da mediunidade?
A resposta: Não há idade precisa, tudo dependendo do
desenvolvimento físico e, ainda mais, do desenvolvimento moral. (...).
Muito difícil em nossos dias por causa das músicas, da prática do sexo
irresponsável e os costumes deteriorados, diferente das crianças da
época de Kardec.
Se não bastasse, entendo que devemos levar em conta os
dispêndios das energias, físicas, a falta de conhecimento, em
defender-se das investidas doentia do mundo espiritual.
Essas responsabilidades exigem vigilância e renuncias que as
crianças ainda não encontram estrutura psíquica para tal. Salvo as
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
68
crianças com tarefas missionárias e de vida da roça. Minha forma de
pensar.
Com isso queremos deixar evidente que não se está proibindo
que uma criança pouse sua mão sobre a cabeça de um ente querido e,
rogue a Jesus proteção.
A criança recebendo o passe é salutar?
Sim. A propósito, nos orienta André Luiz:
“A criança recém-nata retira-se do útero e entra em nova fase de
evolução, que se firma através de alguns anos. A principio, tenra e
frágil, por manutenção endosmótica, no organismo materno, para,
somente depois, eliminar, quanto lhe seja possível, esses mesmos
recursos, gerando os que lhe são próprios”.
Conforme acabamos de ver, geralmente a criança requer fluidos,
e por isso mesmo, cria uma pré-disposição natural a sua assimilação.
Por tudo isso, seu sistema de absorção fluídica é mais aberto que o
dos adultos já que, independente de qualquer anomalia, sua estrutura
perispiritual está transitando exatamente na busca de energia/
complementar para, inclusive, patrocinar a geração de recursos de que
falou André Luiz.
Por outro lado, será que a criança deverá recebera mesma carga
fluídica de um adulto? O próprio bom senso nos diz que não, se para o
adulto a dispersão de fluidos ao final dos passes é importante, para as
crianças é indispensável.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
69
O idoso recebendo passe, é salutar?
Sim. É uma situação diferenciada da criança. Como o corpo
orgânico, quase sempre ele está em esgotamento fluídico, carente,
portando, de energias que revigorem seu tônus vital.
Sendo que na criança a projeção dos fluídos deve ser leve e
suave. Motivo de muita criança acordar chorando no colo da mãe,
após o passe.
Como passista, o homem após os 60 anos de idade deve passe?
Não deve magnetizar, com isso queremos fazer alusão à doação
dos fluidos magnéticos humanos, na prática da cura magnética. Com
uma ressalva: que o mesmo avalie as suas possibilidades de recompor
com facilidade as energias desprendidas.
Diferente na prática do passe de origem espiritual (passe
magnético espírita) não se requer uma condição orgânica tão
primorosa. Depois é possível encontrarmos homens relativamente
fragilizados pela idade, mas, com elevado poder magnético.
Diante do acima exposto, Chico Xavier, também, dá a sua
participação:
Uma senhora que transmitia passes há muitos anos num Centro
Espírita procurou o Chico e perguntou se não estava muito velha e
exausta para continuar e acrescentou:
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
70
-Mas eu quero a opinião de Emanuel, viu?
E o grande apóstolo respondeu:
Chico, diga a nossa irmã que o mais velho de todos nós é Deus e
que Ele ainda não se cansou.
E quanto a mulher como passista?
Como passista, a mulher se sobressai. Talvez pela sua meiguice
peculiar, quem sabe pela função co-criadora que possui, função essa
que lhe engrandece perante a vida e faz com que engrandeçam seus
pacientes, já que, pela qualidade do atendimento que presta, excede o
sentimento de considerá-los irmãos; dá-lhes a graduação de
verdadeiros filhos da alma.
A mulher gestante recebendo o passe?
A gestante precisa muito do passe; não só por ela, mas pelo ser
que vem de retorno ao nosso meio. Por ela, o passista, via de regra,
deve tomar os mesmos cuidados que tem quando aplica passe em
crianças pois ali se encontra, em estreita e simbiótica (simbiose)
ligação, uma em formação, por isso mesmo carente de fluidos finos e
equilibrados. E como a ligação é muito profunda entre os dois seres,
não devemos submeter a gestante a violentas cargas fluídicas, sob
pena de afetarmos o reencarnante, muitas vezes singelamente
indefeso.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
71
Nestes casos, é sempre bom fazermos o passe dispersivos todas
as vezes: que aplicarmos passes em gestantes a Em de evitarmos
embaraços aos seres ali presentes.
Registramos que: o espírito reencarnante, na sua morfogênese
espiritual, perdendo, paulatinamente, componentes fluídicos de suas
anteriores formas perispirituais, promovendo um derramamento de
fluídos no ambiente perispiritual da mãe, com isso provocando
convulsões, congestões fluídicas, tendo os enjoos como consequência.
Observamos a sabedoria popular, que por sua vez, confirma que
os sintomas de enjoos são decorrentes da gravidez.
Passe dispersivo é o tratamento recomendável, no caso do
derramamento fluído.
Aconteceu num determinado grupo de estudo desse material do
passe, onde fomos questionados;
Qual a razão de um estudo tão longo como esse?
Respondemos:
a) Entendemos que temos necessidade de saturar o nosso
psiquismo, armazenando informações para que os mentores
espirituais, ao participarem do nosso trabalho em determinado
passe, possam proporcionar por nosso intermédio através da
intuição o entendimento adequado às necessidades do tutelado.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
72
Como observamos, esse atendimento não seria possível se não
tiver o médium o aprendizado incorporado, armazenado em seu
psiquismo.
b) Além de ser um material destinado a curso de longa duração,
serão acrescidos comentários que o expositor fará quando sentir
oportuno.
Além do mais a convivência entre todos proporciona:
Ø A criação de vínculos afetivos entre os estudantes;
Ø O tempo necessário para a aquisição do padrão vibratório,
preparando a todos na melhor forma possível para o trabalho do
passe.
Como podemos sentir, tal tarefa é árdua e demanda tempo.
Fico com grande expectativa ao observar cursos de final de
semana. Habilitando pessoas ao passe; os efeitos já tivemos
oportunidade de observar:
Ø O passista entrando na faixa do obsessor e como tal tornando-se
provisoriamente dependente de assistência da casa espírita;
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
73
P. Mas, o passe não é para ser entendido como algo simples, o mais
simples possível?
R. Sim. Totalmente simples, mas para termos a consciência dessa
simplicidade, é necessário entender o imenso universo ali contido.
Vejamos:
Dissemos a um confrade médico: vou acompanhar você em
determinadas cirurgias e dentro de breve tempo estará operando.
Ele disse rindo:
-É verdade, mas não esqueça que isso será possível a partir do
momento em que você conhecer a anatomia humana.
Como vemos, o passe é simples, mas não é simples a anatomia
dos fluídos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
74
CAPÍTULO 08 – O PASSE É O CAMINHO PARA OUTRAS APTIDÕES MEDIÚNICAS?
Sim, buscamos essas informações no livro “Somos todos
médiuns”, de Carlos Baccelli, pelo espírito de Odilon Fernandes:
“A mediunidade passista é o caminho por onde todos os
médiuns devem iniciar o seu desenvolvimento. Ela é a mediunidade
que serena as forças do sensitivo, quando eclodem, concedendo-lhe o
tempo necessário para reajustar-se psiquicamente, antes que se
defina o seu campo de ação mediúnico propriamente dito.
A mediunidade passista, diríamos, é o estágio indispensável ao
médium, entender: “daí de graça o que de graça recebes”.
O médium que nunca se dispôs a transmitir passes é um médium
um tanto elitizado.
Somos de parecer que todo médium deve “começar pelo
começo”, ou seja: doando energias de si mesmo à pessoa necessitada
do passe, conseqüentemente vai percebendo a necessidade do
exercício da humildade, da necessidade do silêncio íntimo. E ao
adquirir a educação da concentração, tudo fica mais fácil, ao exercício
da mediunidade, quando portadora dessa sensibilidade.
Isso não significa que ser passista, seja uma mediunidade menor
das mais nobres manifestações psíquicas. A mediunidade de cura foi
aquela que Jesus sublimou no gesto da imposição das mãos sobre os
enfermos que o procuravam, rogando alívio para as suas dores.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
75
Quando o médium em desequilíbrio dá início à sua trajetória,
cooperando no socorro aos doentes que acorrem à casa espírita, os
Espíritos auxiliam no reajuste de seus centros de força, afastando
paulatinamente a presença dos espíritos que o desequilibra e suga suas
energias. Essa pessoa, mesmo dormindo normalmente, acorda
cansada esgotada.
Qualquer médium, antigo ou principiante, seja qual for o gênero
de mediunidade que se apresente, deve engajar-se, pelo menos uma
vez por semana, na tarefa de transmissão de passes.
Comumente, muitos médiuns fogem daquelas atividades que
não lhes dão oportunidade de se destacar individualmente. É ainda a
luta contra a vaidade pessoal.
A mediunidade passista é aquela que coloca o médium ao nível
dos demais, testando-lhe a paciência, o ideal e, sobretudo, a solidez de
suas convicções.
Nem os mais estudiosos seriam capazes de saber dos
verdadeiros prodígios ocultos efetuados pela mediunidade de cura. A
primeira pessoa que a mediunidade de cura, cura, é o médium
curador.
Quando impõe as mãos sobre alguém e ora, pedindo a
intercessão do Mais Alto, o médium passista transforma-se num
dínamo cujas próprias energias se renovam.
Dos múltiplos benefícios da mediunidade recebida pelo passista,
não podemos nos esquecer da lição da disciplina, porque dificilmente
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
76
o médium que não for responsável na simples tarefa do passe o será
em outra atividade mediúnica.
Por isto, a cabine de passes para o dirigente espírita será um
valioso laboratório de observações acerca dos reais interesses do
candidato ao desenvolvimento mediúnico.
A mediunidade passista é, ainda, a força mantenedora do
equilíbrio e da paz de quantos médiuns se sintam, por este ou aquele
motivo, impedido de abraçar uma mediunidade mais ostensiva que
lhes exija compromissos mais regulares.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
77
CAPÍTULO 09 – CHACRAS E CENTRO DE FORÇA
Chacra é uma palavra em sânscrito que significa Roda, porque
tem aparência de um exaustor ou ventilador. Cada chacra tem a sua
particularidade e característica próprias. Abaixo temos a figura do
chácra do umbigo:
Havendo interesse do passista em avançar nas possibilidades da
fluidoterapia, conhecendo a localização dos órgãos no corpo humano,
os centros vitais oriundos dos chacras e seus plexos, ele aumenta as
suas possibilidades, quando necessita para atendimentos que exige
algo mais.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
78
Como observamos, as pás existentes nos chacras, são
denominadas pétalas, que giram incessantemente. São esses centros
vitais fixados em determinadas regiões do períspirito que se localizar
as maiores concentrações de energias. Esses chacras são em número
de oito assim descriminados:
LOCALIZAÇÃO DOS CHACRAS
CHACRA LOCALIZAÇÃO
1. Coronário Na parte superior da cabeça
2. Cerebral ou frontal Na região dos olhos
3. Laríngeo Na região da garganta
4. Cardíaco Na região do coração
5. Esplênico Na região do baço
6. Gástrico ou umbilical Na região gástrica
7. Genésico ou fundamental Na região do períneo
8. Humeral Na região das omoplatas
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
79
Vejamos a correspondência existente entre centro de forças
vitais do períspirito, chacras e plexos, local de concentração de nervos
no corpo físico.
CHACRAS E PLEXOS CORRESPONDENTES
CHACRA PLEXO CORRESPONDENTE
1. Coronário Glândula pineal ou epífise
2. Cerebral ou frontal Carbotílio ou cavernoso
3. Laríngeo Cervical ou laríngeo
4. Cardíaco Cardíaco
5. Esplênico Epigástrico ou solar
6. Gástrico ou umbilical Lombar
7. Genésico ou fundamental Sacro
8. Humeral Braquial Nessas ações sincronizadas, vamos expor entendimentos em
relação aos nosso organismo físico, chacras e plexos os quais se
interligam.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
80
Começando pelos Chacras:
1) Coronário
É o centro vital mais importante. Chamado pelos orientais de
lótus de mil pétalas. Ele vai assimilar todos os estímulos do plano
superior. Ele é que vai orientar a forma e o movimento, a estabilidade
emocional, o metabolismo orgânico, a vida consciencial, a nossa
alma. Nele podemos dizer que se encontra a sede da nossa mente. É
onde os espíritos se expressam no períspirito.
Vamos para um entendimento mais complexo:
Como todos os chacras ele é fluídico e sua ligação com o plexo
pineal ou epífise, tem a suas ações no centro do cérebro, que por sua
vez desencadeia, atividade na região denominada hipotálamo.
Entendendo que a região hipotalâmica por ser influenciada pela
pineal, vai transmitir o efeito na hipófise que a seu turno vai atuar em
outras glândulas do nosso organismo, atendendo aos fenômenos da
mediunidade.
Peço licença para comentar a ação da glândula pineal ou epífise
– pineal quando tem energias oriunda da sensibilidade mediúnica e
epífise identificação científica:
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
81
A glândula pineal na adolescência tem a sua particularidade,
funciona como controladora do ímpeto sexual, é quanto ela começa a
acordar, eclodir. É quando o espírito assume a personalidade e
começa a haver conflitos existencial, passado mistura-se com a
presente existência. É nesse momento da vida que o espírito está
assumindo as rédeas da sua reencarnação, conseqüentemente com o
centro coronário assumindo o comando dos demais centros vitais.
Vejamos esse pequeno mecanismo: a glândula pineal está ligada
a todo o setor do organismo, orientando a cadeia glandular,
comunicando-se com as demais glândulas, diretamente ou
indiretamente tendo na hipófise os grandes campos de suas expansões
com o organismo inteiro.
A região hipotalâmica, que é influenciada pela pineal, vai
transmitir o efeito na hipófise que a seu turno vai atuar nas outras
glândulas do nosso organismo.
Sintetizando: O passe bem estudado e aplicado é muito mais que
impor as mãos, o seu aproveitamento em momentos de necessidades
especificas é muito eficaz, quando:
v O passista conhece a anatomia do corpo físico, ou seja: no caso
sabendo conduzir as mãos ao órgão doente;
v O passista conhece o local do chacra e seu plexo que está sendo
prejudicado por espíritos doentes ou maldosos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
82
Nunca esquecer que toda ação do passista tem a carga do seu
magnetismo, o qual é importante ser estudado.
Um exemplo do livro “Painéis da Obsessão”:
Setor de UTI (...). A benfeitora aplicou-lhe passes longitudinais,
detendo-se mais na área do chacra-epigástrico (...) denotando as
sensações traumatizante que a cirurgia produzia no corpo.
Como vemos, o passista desencarnado trabalhou na glândula
epigástrico, por ser também, responsável pela emoção, e por que?
Lembremo-nos que a cirurgia produziu traumas e fortes sensações do
medo da morte que se apegava as sensações do corpo.
2) Centro cerebral ou frontal:
Vai governar o nosso intelecto. Está ligado, ao nosso cérebro, a
uma área muito importante, que são os lotos frontais. É a área do
nosso pensamento. Ele está ligado à nossa vida intelectual. É,
também, responsável pela visão, audição, olfato, paladar e tato.
Será, então através dessa região do períspirito que partem os
estímulos energéticos para ativarem os nossos sentidos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
83
3) Centro laríngeo:
Situa-se na região da garganta e é responsável pela emissão da
nossa voz. Nós conseguimos falar porque a vibração através desse
centro vital estimula a região da laringe, das cordas vocais.
Esse centro vital, quando mais desenvolvido, vai dar à voz um
tom mais agradável, mais musical. Desse desenvolvimento resultam
os grandes cantores, os grandes oradores, estes quando também
beneficiados com desenvolvimento de outros centros vitais.
4) Centro cardíaco:
Tem a função de governar, no nosso corpo físico, o sistema
circulatório, presidindo, então, a purificação do nosso sangue, dos
nossos pulmões levando o oxigênio a todas as nossas células e
controlando as pulsações do nosso músculo cardíaco. Representa os
nossos sentimentos. O coração é o órgão do sentimento.
Será então que o coração de uma pessoa transplantada não tem
que sofrer uma adaptação, quanto as energias do receptor?
5) Centro esplênico:
Corresponde, no nosso corpo físico, o baço responsável pela
filtragem do nosso sangue. E isso se dá através da estimulação
desse centro vital.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
84
Através dele nós absorvemos em nosso corpo a vitalidade, que
chamamos de prana – energia existente em nossa volta –,
principalmente a energia do sol.
6) Centro gástrico ou umbilical:
Está localizado na região gástrica e vai absorver os elementos
que vão vitalizar o sistema digestivo a assimilar os nossos alimentos,
é também o responsável pelas nossas emoções.
Por isso é que, quando levamos um susto, nós sentimos a barriga
tremer.
7) Centro genésico ou fundamental:
É responsável pela força vitalizante que é chamada pelos iogues
de Kundalini, é de onde absorvemos as energias vindas dos minerais
do solo. É a força que revigora o sexo, mas sublimada fortalece o
vigor físico e mental, é o caso de Chico, Irmã Dulce, etc.
8) Centro humeral:
Está localizado entre as regiões dos nossos omoplatas e é
responsável, no nosso corpo físico, pelos movimentos dos nossos
braços, antebraços, mãos e dedos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
85
Acabamos de falar de chacras e sua função no corpo físico.
Agora vamos observar a sua relação com os plexos correspondente.
1. Plexo pineal ou epífise – ver página 81.
2. Plexo carbotílio ou cavernoso: é responsável pela grande
atividade na recepção mediúnica. O Centro vital Cerebral ou
Frontal ativa a glândula/plexo hipófise os olhos, o ouvido e o
nariz; a hipófise é muito importante ao nosso organismo porque
produz certos hormônios, que vão a distância no nosso
organismo, influenciar outras glândulas na produção também e
outros hormônios.
3. Plexo cervical ou laríngeo: localiza-se na região da garganta e
corresponde aos chacras laríngeo, fonte energética do nosso
aparelho fonador.
É representado por uma rede de vasos e nervos na região
do pescoço. Proporcionando o processo mediúnico, quando
estimulado o centro vital laríngeo.
Nesse chacra se liga o fio fluídico dos espíritos (quando a
mensagem não é telepática) que dão as mensagens de
psicofonia. Por isso que um médium consegue falar – está
havendo a estimulação do centro vital laríngeo, podendo o
médium reproduzir a voz do espírito, em alguns casos a própria
língua original do comunicante, desconhecida pelo médium,
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
86
pelo menos na presente reencarnação, é o fenômeno
xenoglossia.
4. Plexo cardíaco: nele vai se ligar o fio fluídico dos espíritos que
manifestam sentimento de amor. Esse é o Chacra que ao vibrar
transmite sentimentos de simpatia, apatia, amor, caridade ou
compaixão pelos nossos semelhantes. Então a estimulação desse
chacra se faz por espíritos superiores.
5. Plexo epigástrio ou solar: corresponde à região do estômago,
onde se faz uma concentração maior de vasos e nervos, na
região do abdômen, onde se encontram nossas vísceras e nossos
intestinos; que se faz a ligação com os espíritos sofredores, ou
ligam-se nessa região, sugando as energias, na condição de
verdadeiros vampiros.
Assim sendo, o médium passa a sentir todo um conjunto de
sensações do desencarnado: dores no corpo, falta de ar, angústia,
choro, raiva., frio, calor, etc.
É comum também, nas reuniões mediúnicas o médium sentir
náusea, sensação de vazio no estômago, etc.
6. Plexo lombar: localiza-se, na região das costas, à altura dos rins,
está ligado ao centro vital esplênico e tem no baço a sua sede. É
através, (também) que os espíritos de ordem inferior se utilizam
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
87
para extrair (sugar) a vitalidade do organismo. Sabemos que o
baço é órgão que retém muita energia.
7. Plexo sacro ou genético: localiza-se na região do períneo, esta
ligado aos grandes abusos e desvios sexuais e havendo
desregramento, os espíritos inferiores ligando-se a esse plexo, na
busca desses impulsos, experimenta todas as sensações.
8. Plexo braquial: corresponde à região posterior do nosso corpo,
coordena os movimentos dos braços, é uma região de grande
vasculação do nosso corpo físico.
Quando a ligação do espírito se faz pelo centro humeral as
vibrações atingem o plexo braquial, provocando a escrita ou
psicografia.
Procurem perceber que sem conhecer a função e
localização dos chacras, repercutindo do plexo, caminhos das
incorporações e obsessões, como ministrar passe específicos de
ativação e de desobstrução de chacra.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
88
CAPÍTULO 09 – CHACRAS E PLEXOS, CANAIS QUE DESEQUILIBRADOS SÃO ALAVANCAS QUE CONDUZEM ÁS ENFERMIDADES
Aprendemos que o centro de força, ou seja, os chacras, tem a
sua relação com o corpo físico através das glândulas plexos.
Sintetizando:
A. Plexos - é orgânico
B. Chacras - é fluídico
Isso posto, vamos ao entendimento do desequilíbrio do espírito a
manifestar-se no períspirito, transferindo ao corpo físico. Se não
encontramos a causa no hoje, encontraremos no ontem.
Moléstias orgânicas:
Compreendemos que os desequilíbrios ou enfermidades do
espírito têm início com os abusos e afastamento da lei divina. Assim
sendo, toda moléstia é de origem perispiritual, razão porque há doente
e não doenças, propriamente ditas.
Todos somos enfermos, pedindo alta. Não desanimemos.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
89
Exemplos de causas de moléstias impostas por espíritos doentes:
Determinada jovem passou a cair com facilidade, uma vidente
percebeu que determinado espírito achava-se em braços com a jovem.
Esse espírito era inconsciente da sua situação, pois mantinha a matriz
da doença artrite nos joelhos e não podia andar. Doutrinado, acabou
deixando a sua filha livre.
As causas das moléstias mentais:
A causa geral de qualquer perturbação psíquica reside sobre a
desobediência constante às determinações das leis Divinas.
Mentalmente perturbado para a psiquiatria, e aquele que não consegue
responder as exigências da sua comunidade e que se relaciona mal
com os semelhantes.
Do acima exposto, é perfeitamente normal dizer que o homem
normal é uma raridade. Daí considerar-se normal o indivíduo que
possua capacidade de ajustamento à todas as circunstâncias da vida:
atua sem alarde observando a norma do seu grupo social. É o sujeito
ponderado ou equilibrado; não ri demais, não chora à toa, não protesta
energicamente diante ao que lhe desagrada, não tem sede de justiça e
cumpre leis e regulamentos de boa vontade.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
90
A partir de agora, enfatizamos a doença, origem, cura e
mecanismos.
A. Doença: estão presentes nas estruturas cinéticas dos
cromossomos via o DNA (doença orgânica).
B. Origem: nos acontecimentos orgânicos da jornada terrena, são
decorrentes das vidas passadas, quando não encontramos a
causa no hoje.
C. Cura: por tudo quanto expusemos, prudente, muito mais
prudente, seria o homem combater a causa na sua origem. Esse
combate e pela reforma dos costumes morais. Via reforma
íntima.
D. Mecanismo: apresentamos exemplos dos caminhos que liberam
vírus que se entrelaçam – vírus perispirituais versos vírus
orgânicos.
Exemplo 01:
Músicos que levaram fãs, em estado de permanente histeria, são
conduzidos por Instrutores do plano espiritual à presença de suas
vítimas, pela necessidade das duras lições, por estarem prestes a se
reencarnar.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
91
Eles visitam primeiro: aidéticos situados nos tormentosos
escaninhos do umbral e logo a seguir, outros do plano material,
muitas vezes assistindo-lhes a desencarnação. Inesquecíveis lições!
Exemplo 02
Uma nova doença no momento o Zica Vírus. Quem pode
afirmar que a falta de defesa do organismo diante do mosquito da
dengue, não é o mecanismo da doença cármica naqueles que destruiu
o seu cérebro, com o vício do craque, etc.
Há quem dirá, será que você não sabe que a mãe foi infectada
pelo mosquito da dengue?
Sim, eu sei: mas peço que me explique porque determinada mãe,
infectada pelo mosquito e grávida de duas crianças, uma delas não
teve a doença do Zica Vírus? Se não bastassem peço que me explique
por quê aquela mãe aidética, teve o seu filho saudável? Creio que já
ofereci a resposta, em página anterior ao mencionar “vírus
perispirituais e vírus orgânicos”.
Eu tinha essa preocupação de como seria o retorno desses
espíritos, fracos e revoltados que deformaram o seu períspirito (corpo
espiritual), conseqüentemente trazem para a nova vida física energias
comprometidas com vírus, desconhecido pela medicina – vírus
transcendental o qual deve dificultar a organização dos cromossomos
e DNA.
Em outras palavras: É a vibração da mente do ser que retorna
que organiza todo o seu novo corpo físico – saudável ou não saudável.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
92
Ah! ah! ah! Tenho o direito de colocar um pouco da minha tese,
no acima exposto.
Prezados amigos, tal realidade é dolorida para os pais e para a
sociedade, e nesse caso pergunto: renascer doente é misericórdia
divina, ou castigo?
Misericórdia divina dizem uns, absurdo dizem outros, e castigos
dizem outros.
Misericórdia, sim. Não se pode esquecer que Jesus disse: das
ovelhas que o pai me confiou, nenhuma será extraviada.
Baseado em que os espíritas afirmam ser misericórdia? Pelo
fato, deste o dia da pentecoste, nunca esse Consolador Prometido teve
as portas fechadas para as instruções dos espíritos superiores.
Vejamos:
I. Toda agressão ao físico, afeta na mesma proporção o corpo
espiritual, matriz para a o retorno ao novo corpo;
II. Conseqüentemente, morre o corpo físico, mas a doença
permanece no corpo espiritual;
III. Como restabelecer a saúde do corpo espiritual, agredido, no
caso pelas drogas?
IV. Eis a misericórdia divina: retornando a nova vida física, e o
corpo organizando o estrago oferecido ao seu períspirito.
V. Ontem o físico promoveu o desastre ao nosso ser perispiritual,
hoje com a provação da doença e de forma inversa o físico
contribuirá para extrair a deficiência que foi oferecida ao corpo
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
93
imortal. Devemos ter ciência, que nem sempre se consegue a
cura numa só existência.
Como vemos, somos o arquiteto da nossa felicidade ou
infelicidade.
A experiência é fortíssima e o aprendizado, não menos,
constituindo-se em verdadeira vacina pré-reencarnatória contra
procedimentos espúrios. Tais desajustes, alimentados e mantidos pelo
combustível da revolta da blasfêmia contra o Criador, geram formas
pensamentos que mais ofendem a harmonia do períspirito.
Reservemos, um espaço para apresentar aquela que, talvez seja a
mais transcendental consideração sobre a AIDS, a probabilidade de
que ela seja de origem espiritual.
Pensamos que a AIDS resulta da ação de vírus psíquicos, pois o
homem no qual se alimenta de pensamentos infelizes, cristalizado em
vícios, termina por criar aqueles vírus, fruto das vibrações enfermiças
constantes, que lhes garante a sobrevivência e multiplicação.
De início, instala-se esses vírus no períspirito, matriz sublime do
corpo físico. Daí, por sintonia, atraem-se aos vírus físicos, polarizam-
se de energias negativas.
Os portadores do HIV são, em paralelo, portadores do terrível
estigma da repulsa social. Familiares, amigos, colegas – quase todos -
não conseguem reprimir nem disfarçar o desconforto da sua presença.
O que nos diz o espiritismo, quanto a isso?
Repete ele o que lecionou Jesus, quando afirmou que “a cada
um, segundo as suas obras”.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
94
Repulsa social coletiva, hoje, segundo a lógica espírita, terá
explicação num passado talvez longínquo; por exemplo: muitas
criaturas, por crueldade, eram banidas do meio social. Repulsão causa
dor. Dor que quem já sofreu pode ajuizar, e a dor moral é a que mais
dói.
Quando os jovens dos chamados “anos sessenta” desfraldaram
bandeira do amor-livre “viajando” no êxtase alucinógeno dos tóxicos,
o mundo perdeu importantíssima oportunidade de renovação. Com
efeito, logo após a Segunda Guerra Mundial, o plano espiritual
incentivando-lhe as descobertas eletrônicas, possibilitou ao homem
meios de comunicação global.
O que foi feito dessa descoberta?
Muitos investiram na informática, esta maravilha que colocou o
homem na Lua e proporcionou viagens de naves ao espaço infinito.
Outros infelizmente, adolescentes e jovens - e esse é o enfoque
que buscamos, - malbaratando os meio de comunicação em massa,
disseminaram no mundo todo diferentes modos de se vestir, de se
comportar, de viver, a chamada “mídia eletrônica” insuflou nos
quatros cantos do mundo a apologia do consumo; híbrida de arte, foi
criada música estridente, executada com instrumento sofisticadíssimo,
nos chamados “festivais”, viu-se a apresentação dessas músicas,
copiando estruturas nitidamente umbralinas, gritos alucinantes,
gesticulação agressiva, tendo como co-participante milhões de
sequiosos corações, ávidos de novidades, inclusive o tóxico.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
95
Um estudo mais acurado do períspirito e do corpo humano
poderá entender o estreito laço a manifestar-se entre ambos, através
do sistema nervoso central.
Não seria demais afirmarmos que o sistema nervoso é a fronteira
que separa os dois estados da matéria de que se compõem, que, afinal
das contas, é a mesma, só que em diferentes densidades. E mais: estão
entrelaçados nas estruturas genéticas dos cromossomos, via o DNA
(ácido desoxirribonucléico).
Todos os futuros acontecimentos orgânicos da jornada terrena,
decorrentes das vidas passadas, incluem-se entre eles, as doenças -
duração, intensidade, cura. Precioso relógio, obediente à lei de causa e
efeito, o DNA é um verdadeiro gravador, imprimindo nas células
todas as informações decorrentes de cada ato do homem encarnado.
Armazenadas nas células, na forma de um arquivo indestrutível.
Tais informações “renascem” quando o espírito reencarna.
Assim, determina quando às células deverão “detonar” a doença,
bem como quando desaparecerá. Resgatado o débito, a expiação é
excluída da “escada helicoidal da dupla hélice” do DNA que comanda
aquelas determinadas células.
Por tudo quanto expusemos, prudente, muito mais prudente,
seria o homem combater a AIDS e outras doenças que vieram depois,
sendo a mais recente a Zica Vírus, na sua origem, que está no
Espírito; origem essa que, quando não seja pelo mecanismo que
tateamos, que o seja, sem dúvida qualquer, pela reforma dos
costumes. Ou seja: Reforma íntima.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
96
CAPÍTULO 10 – INFORMAÇÕES AO PASSISTA E AO BENEFICIADO
O passe é sempre uma terapia de superfície, auxiliando com
muita eficiência. Ele ameniza os efeitos das doenças e perturbações,
pode até curar, mas não extingue as causas profundas existentes em
nosso íntimo, que manifesta-se pela maneira de pensar, nas falhas do
comportamento mental que nos conduz a prática dos vícios.
Apresento aqui uma orientação:
Recebendo os benefícios do passe, e permanecendo como
éramos no ontem e sem ação de mudança para o amanhã, não
estaremos progredindo espiritualmente e sim permanecendo
estacionados.
O progresso se inicia no momento em que se aprende a analisar
com profundidade as origens dos males de toda ordem, se
desprezarmos a iniciativa e sua prática em nossa mudança moral,
seguramente teremos o sofrimento recrudescido lá na frente.
Assim tem que ser, porque fomos criados para progredirmos
espiritualmente e sem as lutas não buscamos o crescimento. É sabido
que o homem em geral nasce pensando em viver a vida, apenas ir
vivendo. Eis o motivo do Evangelho dizer: As dores são bênçãos que
Jesus envia aos seus eleitos.
A receita para o nosso crescimento espiritual é simples,
vejamos:
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
97
v Buscar constantemente da reforma íntima, que
compreende conhecer a si mesmo e vencer as próprias
imperfeições, pois de todas as lutas do homem, a mais
difícil é abrandar a fera que existe na intimidade de si
mesmo. É oportuno lembrar que frequentemente, o mestre
dispensava os benefícios de suas curas recomendando: vai
e não peques mais para que não te suceda um mal maior.
É bom entender que as recomendações de Jesus eram
abrangentes, ou seja: todo pecado cria doenças físicas e processos
obsessivos.
Como vemos, saúde e equilíbrio não se adquiri em concessões
gratuitas da Divindade. São conquistas que devemos realizar com
esforço de renovação, tendo por roteiro o Evangelho. Nele há tônicos
que operam prodígios de bem-estar quando deles fazemos uso, ou
quando o seu conteúdo sair da nossa periferia e permanentemente
incorporar em nosso íntimo, em nosso padrão moral.
Esse padrão moral, mesmo não vivenciado, todos nos
conhecemos sobejamente, pois trata-se da compreensão, da tolerância,
da paciência, perdão, caridade, amor, misericórdia e bondade, que o
homem encontra muita dificuldade em praticar.
Como o assunto é o passe e seus benefícios, não se pode
esquecer os dizeres de Jesus: a tua fé te curou.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
98
O desabrochar da consciência adormecida é um trabalho tento e
contínuo, que constitui o desafio do processo evolutivo do homem:
esse homem, desse milênio teve adquirir a consciência que o período
da matéria, do homem bruto, domador de cavalos, esta cedendo lugar
para que o mesmo externe o seu espiritual, imortal que de fato ele é.
Esse desabrochar desenvolve-se de dentro para fora,
necessitando do esforço e da vontade concentrada, como meta
essencial de vida, que somente será possível após estabelecido em nós
a maturação interior. O grande desafio da existência humana está na
capacidade de explorar esse mundo desconhecido, o seu mundo
interior.
Qualquer religião cristã, tem o dever de ler a Bíblia,
principalmente na parte moral, de que os espíritos superiores
utilizaram para constituir o Evangelho Segundo o Espiritismo, ou
seja: nos chama atenção quanto as palavras do Cristo “eu sou o
caminho a verdade e a vida, ninguém vai ao pai senão por mim”,
sintetizando em poucas palavras: faça aos outros aquilo que espera
que eles façam a você.
Quanto a cura pelo passe, não podemos esquecer a questão da
fé, como também não desprezar o merecimento que está atrelado em
nosso processo kármico. Nenhum passista, por mais eficiente,
nenhuma fé, por mais ardorosa, ira reconstruir um órgão irremediável
comprometido. Como exemplo: os olhos do Chico Xavier, saúde da
irmã Dulce, mesmo ela sendo amiga do Divaldo.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
99
Mesmo assim, quem buscar a benção através do Passe,
cumprindo a disciplina pessoal que consiste no empenho íntimo da
sua renovação mental, será muito beneficiado, terá a sua força
vitalizada e os seus males minimizados, adquirindo coragem e
serenidade para enfrentar o resgate do pretérito com o coração em
paz, sem tormentos e sem atropelo.
Nunca esquecendo que não conseguindo os benefícios em vida,
ele os terá no mundo espiritual, a exemplo do que acontece com o
pássaro prisioneiro da sua gaiola, e que ao alcançar a liberdade voa
livre, singrando o espaço gozando do seu bem-estar.
O Passe é algo semelhante a colocar abençoada almofada sobre
os ombros, afim de que, se faça mais leve a dureza da jornada até a
sua redenção, e nessa liberdade livre dos miasmas doentio da alma ele
cantará a leveza da sua alma.
P. Qual o estímulo que uma pessoa possa ter em procurar o auxílio
pelo passe, sabendo que tal defeito físico não terá reversão?
R. Mesmo que o passe não venha resolver tal problema físico, não
podemos esquecer que esse mesmo passe estará restabelecendo a
saúde debilitada do seu corpo espiritual, e que tal benefício será
sentido tão logo esse doente venha a deixar a vida física, para viver a
vida após essa vida.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
100
O passe sempre estará associado à duas situações:
Primeira:
É a capacidade mental e de sentimento do passista. Tendo em
Jesus o modelo perfeito, portanto fácil concluir: que o melhor será
sempre aquele que mais se aproxime de sua orientação,
desenvolvendo valores de serenidade, equilíbrio, dedicação e,
sobretudo, amor pelo semelhante.
Embora, estejamos ainda vinculados as nossas imperfeições, e
assim sendo, longe do padrão de pureza, a espiritualidade suprirá
nossas limitações. Desde que não venhamos a nos acomodar nas
próprias fraquezas, bloqueando o empenho do cultivo da renovação e
desejo de servir.
Segundo:
Um fator tão importante quando a capacidade do passista, é a
receptividade do paciente. Imaginemos uma transfusão sanguínea,
quando no momento de injetar o sangue nas veias do doente, este
retira a agulha nele introduzida. Naturalmente, estará inviabilizando a
transfusão da energia magnética, que para completar-se, exige
empenho do beneficiário no sentido de sintonizar com aqueles que o
beneficia.
Para pretenderes ao Passe, diremos: aqui entra a fé. O sucesso
da cura passa primeiramente, pela fé, que auxilia o doente em mais de
oitenta por cento.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
101
Referindo-se a fé, há dois mil anos, Jesus dirigindo-se à
Batolomeu, assim se expressou: “tua fé te salvou”. Se tratava de um
prêmio à crença irrestrita, mas uma dramática demonstração de que é
preciso confiar plenamente nos recursos mobilizados em nosso valor a
fim de que possamos assimilá-los integralmente.
Movido pela circunstância do momento, devemos refletir nas
palavras acima de Jesus, de muito serventia para nós outros, passista e
beneficiado.
Em forma de reflexão perguntamos:
P. Somente o estudo das técnicas do Passe, e a intelectualização
mental do médium é o bastante? Somente o poder da mente é o
bastante para o alívio das dores físicas nos necessitados?
R. Não. E para um entendimento mais profundo, buscamos nas
palavras de determinado espírito, que teve como mestre, nada mais,
nada menos do que Sócrates que assim se expressou:
-Nunca me senti tão pequeno! Nunca me senti tão inútil ! Mas
não ficou aí o meu castigo, se posso assim chamar a lição. Levaram-
me para ver alguém em que reconheci, um ser a quem eu havia amado
muito em uma das vidas. Esse ser estava sofrendo e me disseram:
-Cura-o com o seu amor.
-Não sei como!
E aquele ser iluminado chegou mais a mim e disse: “cura-o com
o seu amor”. E então eu vi... eu vi... Eu não sabia amar!
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
102
Quem quiser ser um bom passista eis a forma.
“Eu não sabia movimentar a força do amor... – chora, afinal,
após vencidas as últimas barreiras da resistência – Eu não sabia
movimentar essa força! Em vão usei minha força mental. Eu exigi que
ele se curasse, que se levantasse -eu sentia que os jatos da minha
mente, quando lhe tocavam feriam-no ainda mais!
Pausa. O silêncio é total no aposento, pois não desejamos
interferir com as sagradas emoções deste amado e companheiro (...)
-Ah! Meu senhor, eu lhe digo: aprendi uma coisa! Que a mente
pode saber, pode conhecer, mas a mente não sabe amar! Agora
entendo quando Jesus ensinava que o homem que ama chega
primeiro.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
103
CAPÍTULO 11 – O PASSE SOCORRO AOS OBSEDIADOS
Percebendo a necessidade de falarmos um pouco mais em
relação ao Passe, comentaremos o socorro dessa ajuda a pessoas nos
estados obsessivos.
O passe é vigorosa terapia nos estados obsessivos, a ambos:
obsedado e obsessor. Devemos saber disso, vibrando no momento do
passe para ambos, é assim que faço.
Falando do obsedado, o passe é vigorosa terapia por fortalecer o
paciente, ensejando-lhe recursos fluídicos para a competente mudança
de atitude mental em relação ao seu perseguidor. Ao absorver essa
ajuda, como se ele fora uma esponja, o períspirito adquire resistência
para defender-se das descargas perniciosas que lhe são transmitidas
pelo adversário desencarnado, suportando-as sem prejuízo para a sua
estabilidade, e, por efeito, não sendo afetados a mente e o corpo.
A repetição da terapia e a renovação interior do enfermo são os
primeiros passos para a recuperação, seguida da doutrinação do
perseguidor, que é nossa rotina de trabalho após termos atendido as
pessoas que nos procuram através do passe.
Importante: ajudando o desencarnado estaremos ajudando a
pessoa que passou pelo passe.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
104
Uma coisa é certa: o obsedado ajudando o obsessor, instruindo-
se para que o inimigo se instrua também, e por esses caminhos
podemos dizer que transformando o seu inimigo em amigo o
problema estará resolvido.
ESTUDODOPASSE–CADERNO03DE03 WILSONDACUNHA
105
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Companheiros de ideal espírita, esse trabalho não está pronto,
sei os meus limites, assim como sinto o peso dos setenta e cinco anos,
é o limite do meu saber, se algo tiver de aprendizado será muito
pouco, o tempo não permite. Motivo de repassar esse estudo como
está. Que outros venham e contribuam para a melhora do material.
Wilson da Cunha