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19 o Encontro Espírita sobre A Gênese Tema: “O Papel da Ciência na Gênese” 1 Centro Espírita Léon Denis 19 o Encontro Espírita sobre A Gênese — 2017 Tema Central : O Papel da Ciência na Gênese O homem foi impotente para resolver o problema da criação até o momento em que a solução lhe foi dada pela Ciência. A Gênese, cap. IV, item 4.

Tema Central : O Papel da Ciência na Gênese - celd.org.br · PDF file... “Formação da Terra e Revoluções do Globo” 2006: 8o ... investigações da Ciência, comunicações

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Encontro Espírita sobre A Gênese

Tema: “O Papel da Ciência na Gênese”

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Centro Espírita Léon Denis

19o Encontro Espírita sobre A Gênese — 2017

Tema Central : O Papel da Ciência na Gênese

O homem foi impotente para resolver o problema da criação

até o momento em que a solução lhe foi dada pela Ciência.

A Gênese, cap. IV, item 4.

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Tema: “O Papel da Ciência na Gênese”

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19º Encontro Espírita Sobre A Gênese - O Papel da Ciência na Gênese

Coordenação Geral: Jane Sodré

Coordenação Imediata: Maria Niete Pimentel

Organização de Conteúdo: Equipe do Encontro

Finalização: Setor Editorial

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Encontros Realizados:

1999: 1a Jornada – Tema: “Criação do Universo”

2000: 2o Seminário – Tema: “A Visão de Deus”

2001: 3o Seminário – Tema: “Do Átomo ao Arcanjo”

2002: 4o Encontro – Tema: “O Princípio Inteligente”

2003: 5o Encontro – Tema: “Uranografia Geral”

2004: 6o Encontro – Tema: “Astronomia Geral”

2005: 7o Encontro – Tema: “Formação da Terra e Revoluções do Globo”

2006: 8o Encontro – Tema: “A Reencarnação”

2007: 9o Encontro – Tema: “Os Tempos são Chegados”

2008: 10o Encontro – Tema: “O Bem e o Mal”

2009: 11o Encontro – Tema: “A Geração Nova”

2010: 12o Encontro – Tema: “Da Criação Divina I”

2011: 13o Encontro – Tema: “Da União do Espírito com a Matéria”

2012: 14o Encontro – Tema: “O Homem, da Ascensão ao Reino

Hominal à Sociedade de Regeneração”

2013: 15o Encontro – Tema: “O Homem Contemporâneo como Cocriador

da Sociedade de Regeneração”

2014: 16o Encontro – Tema: “Fundamentos da Revelação Espírita”

2015: 17o Encontro – Tema: “Deus”

2016: 18o Encontro – Tema: “O Bem e o Mal”

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Sumário

Objetivos ................................................................................................... 5

Introdução ................................................................................................. 6

Iniciando nossos estudos ......................................................................... 8

Conclusão dos nossos estudos ................................................................ 37

Anotações ................................................................................................ 38

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Objetivo Geral

• Perceber o Papel das Ciências e sua Correlação com a Doutrina Espírita,

no processo de Desenvolvimento Material e Espiritual da Humanidade.

Objetivos Específicos: Conteúdo

• Conhecer A História da Origem dos Povos, suas Crenças e, suas

Religiões.

• Perceber A Evolução do Pensamento Científico e Religioso nas diversas

Épocas da Humanidade.

• Compreender O Porquê das Teorias dos Sistemas do Mundo, Teorias

da Criação serem Incompletas em Tempos Remotos e a sua Evolução, como construção do Pensamento Científico.

• Entender As Concordâncias Bíblicas no tocante à Criação.

• Perceber que a Gênese compreende duas partes, A História da Forma-

ção do Mundo Material e a da Formação da Humanidade, considerada em seu duplo princípio, corporal e espiritual.

• Entender a importância do Conhecimento das Leis do Princípio Espiri-

tual e da Mediunidade como Instrumento de Observação.

• Perceber A Solidariedade entre o Mundo Espiritual (Ciência Espírita) e o

Mundo Material (Ciência Material) lançando luz sobre o Processo Evoluti-vo das Humanidades.

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Introdução

Aliança da Ciência com a Religião

8. A Ciência e a Religião são as duas alavancas da int eligência

humana; uma revela as leis do mundo material e a ou tra, as leis do mundo moral. No entanto, tendo essas leis o mesmo princípio, que é Deus, elas não se podem contradizer. Se fossem a negação uma da outra, necessariamente uma estaria errada e a outra com a razão, visto que Deus não pode querer destruir sua própria obra.

A incompatibilidade que se acredita ver entre essas duas ordens de ideias, deve-se a um erro de observação e ao excesso de exclusivismo de uma e de outra parte; daí resultou um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.

São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cr isto devem receber seu complemento; em que o véu, lançad o intencio-nalmente sobre algumas partes desses ensinos, deve ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente mater ialista, deve levar em conta o elemento espiritual, e a Religião deve r econhecer as leis orgânicas e imutáveis da matéria.

Essas duas forças, então, apoiando-se uma na outra, e marchando juntas, se prestarão um mútuo apoio. A Religião, não sendo mais desmentida pela Ciência, irá adquirir um poder indestrutível, porque estará de acordo com a razão, e a irresistível lógica dos fatos não mais poderá se opor a ela.

A Ciência e a Religião até hoje não puderam se ente nder porque, cada uma encarando as coisas do seu ponto de vista exclusivo, se repeliam mutuamente. Era preciso alguma coisa para preencher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse; esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis também tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres. Essas relações, uma vez comprovadas pela experiência, fizeram surgir uma nova luz: a fé se dirigiu à razão; a razão nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido.

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Entretanto, nisso como em todas as coisas, há pessoas que ficam

para trás, até que sejam arrastadas pelo movimento geral que as esmagará, se quiserem resistir em lugar de se entregarem a ele. É toda uma revolução moral que se opera neste momento e aperfeiçoa os es píritos . Após ser elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao seu final e vai marcar uma nova era na humanidade.

As consequências dessa revolução são fáceis de prever; ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, às quais ninguém poderá se opor porque estão nos desígnios de Deus e porque resultam da lei do Progresso, que é uma Lei de Deus.

O Evangelho Segundo o Espiritismo , capítulo I, “Não Vim Destruir a Lei”.

Uma vez que é impossível conceber-se a Gêne-se sem os dados fornecidos pela Ciência, pode-se dizer com exatidão que é a Ciência que é chamada a constituir a verdadeira Gênese de acordo com as leis da natureza.

A Gênese , cap. IV, item 4.

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� Direcionando os Nossos Pensamentos...

? Tem o Espiritismo absoluta necessidade

da Ciência terrestre

Essa necessidade de modo algum pode ser absoluta. O concurso científico é sempre útil, quando oriundo da consciência esclarecida e da sinceridade do coração. Importa considerar, todavia, que a Ciência do Mundo se não deseja continuar no papel de comparsa da tirani a

e da destruição, tem absoluta necessidade do Espiri tismo , cuja finali-dade Divina é a iluminação dos sentimentos, na sagrada melhoria das carac-terísticas morais do homem.

O Consolador – Emmanuel

� Iniciando nossos estudos...

1. A história da origem de quase todos os povos antigos se confunde com a história das suas reli-giões, é por isso que seus primeiros livros foram livros religiosos. E como todas as religiões se ligam ao princípio das coisas, que é também o da humanidade, elas deram, sobre a formação e a organização do Universo, explicações de acordo com o grau de conhecimentos da épo-

ca e dos seus fundadores . Daí resultou que os primeiros livros sagrados foram ao mesmo tempo os primeiros livros científicos, como foram também, durante muito tempo, o único código das leis civis.

A Gênese , cap. IV, item 1.

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� Do item anterior, vejamos o conteúdo...

A História dos Povos Antigos

A História das suas Religiões

Grau de Conhecimentos da Época Dos seus Fundadores

A Formação e a Organização do Universo (seu Mecanismo)

As Primeiras Teorias sobre o Sistema do Mundo Os Meios de Observações Imperfeitos

Resultado do Desenvolvimento da Inteligência e, Do consequente Conhecimento das Leis da Natureza

Os Primeiros Livros Sagrados

� Os Primeiros Livros Científicos Código das Leis Civis.

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� Vejamos alguns conceitos...

Ciência — 1. É uma palavra que deriva do termo “scientia” cujo significado era conhecimento ou saber. Atualmente se designa por ciência todo conheci-mento adquirido através de estudo ou da prática, baseado em princípios certos. 2. Conhecimento profundo sobre alguma coisa. 3. Conhecimento exato, racional e verificável que se expressa por leis. 4. Saber, erudição. Código — 1. Compilação sistemática ou compêndio de Leis, normas e regu-lamentos. 2. Coleção de leis. Código Civil — 1. Conjunto de normas que determinam os direitos e deve-res das pessoas, dos bens e de suas relações no âmbito privado com base na Constituição Nacional.

� Dialogando com O Livro dos Espíritos

Q. 19 – Não pode o homem pelas investigações

científicas, penetrar alguns dos segredos da Natureza?

Q. 20 – Dado é ao homem receber, sem ser por meio das

investigações da Ciência, comunicações de ordem mais

elevada acerca do que lhe escapa ao testemunho dos

sentidos?

“A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento

em todas as coisas, porém, ele não pode

ultrapassar os limites fixados por Deus. ”

“Sim; se Deus o julgar útil, pode revelar o que a Ciência

não pode explicar.”

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� Refletindo com Léon Denis

Repitamo-lo, todos os trabalhos científicos efetua-dos há meio século nos demonstram a existên-cia e a ação das leis naturais . Estas leis estão religadas por uma Lei superior que as abarca todas, regula-as e as conduz à unidade, à ordem, à harmonia. É através dessas Leis, sábias e profundas, ordenadoras e organizadoras do Universo, que a Inteligência Suprema se revela. A ideia de Lei parece-nos, pois, inseparável da ideia

de inteligência, porque é obra de um pensamento. Somente este pode dispor e ordenar todas as coisas no Universo. E o pensamento não se pode produzir sem a existência de um ser que seja seu ge rador.

O Grande Enigma , cap. VI, “As Leis Universais”.

2. A religião era, então, um freio poderoso para se go vernar ; os povos

se curvavam facilmente sob as potências invisíveis em nome das quais eram subjugados e das quais os governantes diziam ter seu poder, quando não se consideravam iguais a essas mesmas potências.

Para dar mais força à religião era preciso apresentá-la como absoluta infalível e imutável sem o que ela teria perdido sua ascendência sobre seres quase brutos, apenas nascendo para a razão. Não era preciso que ela pudesse ser discutida, não mais que as ordens de um soberano, daí o princípio da fé cega e da obediência passiva que tinham assim, na origem, sua razão de ser e sua utilidade. A veneração que se tinha pelos livros sagrados, quase sempre considerados como descendido s do céu, ou inspirados pela Divindade, impedia, por outro lado, todo exame .

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3. As primeiras teorias sobre o sistema do mundo devia m estar macu-

ladas por erros grosseiros porque, nas eras primiti vas, os meios de observação eram necessariamente muito imperfeitos . Porém, mesmo que esses meios fossem tão aperfeiçoados como os de hoje, os homens não teriam sabido se servir deles. Aliás, esses meios são exatamente o resul-tado do desenvolvimento da inteligência e do conseq uente conheci-mento das leis da Natureza. À medida que o homem avançou no conhecimento dessas leis, ele penetrou nos mistério s da criação e retificou as ideias que havia formado sobre a orige m das coisas.

A Gênese , cap. IV.

4. Da mesma maneira que para compreender e definir o movimento corre-

lativo dos ponteiros de um relógio é preciso conhecer as leis que presidem o seu mecanismo, avaliar a natureza dos materiais e calcular a magnitude das forças envolvidas, para compreender o mecanismo do Universo é preciso conhecer as leis que regem todas as forças postas e m ação nesse vasto conjunto.

O homem foi impotente para resolver o problema da c riação até o momento em que a solução lhe foi dada pela Ciência. Foi preciso que a Astronomia lhe abrisse as portas do Espaço infinito e lhe permitisse nele mergulhar o seu olhar; que, pelo poder do cálculo, ele pudesse determinar, com uma precisão rigorosa, o movimento, a posição, o volume, a natureza e o papel dos corpos celestes; que a Física lhe revelasse as leis da gravita-ção, do calor, da luz e da eletricidade, a influênc ia desses agentes sobre a natureza inteira e a causa de inumeráveis fenômen os que daí decor-rem ; que a Química lhe ensinasse as transformações da matéria , e a Mineralogia, as matérias que formam a crosta do glo bo terrestre ; que a Geologia lhe ensinasse a ler nas camadas terrestres a formação gradual desse mesmo globo . A Botânica, a Zoologia, a Paleontologia, a Antro-pologia deviam iniciá-lo na filiação e na sucessão dos seres organizados ; com a Arqueologia ele pôde seguir os vestígios da human idade através dos tempos.

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4. Enfim, todas as ciências, completando-se

umas as outras, deviam fornecer a sua contri-buição indispensável para o conhecimento da história do mundo; na falta dessas ciências, o homem só tinha como guia as suas primeiras hipóteses.

� Dialogando com o livro A Gênese

Cap. V, “Antigos e Modernos Sistemas

do Mundo”, item 1

A primeira ideia que os homens fizeram a respeito da Terra, do movimento dos astros e da constituição do Universo, teve que ser, em sua origem, baseada apenas no testemunho dos seus sentidos. Ignorando as leis mais elementares da Física e das forças da Natureza, e não tendo mais que a sua visão limitada como meio de observação, eles só poderiam julgar pelas aparências.

� Direcionando os nossos pensamentos...

? Se reconhecermos a Química, a Física, a

Biologia, a Psicologia e a Sociologia como as

Cinco Ciências Fundamentais, qual será a

posição da ciência da vida, em relação às

demais.

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A Química e a Física, estudando a ação íntima dos c orpos, suas relações entre si e as suas propriedades, constituem a catalogação dos valores da Ciência Material. A Psicologia e a Sociologia, examinando a paisagem dos sentimentos e os problemas sociais, representam a tábua de classificação das conquistas da Ciência Intelectual. No centro de todas está a Biologia, significando a Ciência da Vida em suas profundezas, revelando a Transcendência da Origem – o Espírito, o Verbo Divino. Até agora, a Biologia está igualmente encarcerada nas Escolas Materialistas da Terra, porém, nas suas expressões mais legítimas, evolverá para Deus , com as suas demonstrações sublimes, cumprindo-nos reconhecer que, mesmo na atualidade, seus enigmas profundos são os mais nobres apelos à Realidade Espiritual e ao exame das Fontes Divinas da Existência.

O Consolador, “ Ciências Fundamentais – Posição da Ciência da Vida” – Emmanuel.

4. Assim, antes que o homem possuísse esses elementos de avaliação,

todos os comentadores da Gênese, cujo raciocínio era limitado por impossi-bilidades materiais, giraram em torno de um mesmo círculo, de onde não conseguiram sair. Isso só foi possível quando a Ciência abriu o camin ho, fazendo uma brecha no velho edifício das crenças. Então, tudo mudou de aspecto, uma vez que o fio condutor foi encontrado, as dificuldades imedia-tamente foram resolvidas. No lugar de uma Gênese imaginária, surgiu uma Gênese positiva e, de certo modo, experimental.

A Gênese , cap. IV.

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� Refletindo com Léon Denis

O Problema do Ser , cap. I, “A Evolução do Pensamento”.

Uma lei, já o dissemos, rege a evolução do pensamen to, como rege a evolução dos seres e do mundo . A Ciência vê alargar-se ininterrup-tamente, seu campo de exploração. Este (o espírito científico) só atingirá o real, elevando-se acima da miragem dos fatos materiais, em direção à região das causas das leis.

� Retornando à Gênese

4. O campo do Universo se dilatou ao infinito. Viu-se a

Terra e os astros se formarem gradualmente, segundo leis eternas e imutáveis que atestam bem melhor a gran-deza e a sabedoria de Deus que uma criação miraculosa, saída repentinamente do nada, como uma mudança de cenário que se faz diante do espectador, por uma súbita

ideia da Divindade após uma eternidade de inação.

Uma vez que é impossível conceber-se a Gênese sem os dados fornecidos pela Ciência, pode-se dizer com exatidão que é a Ciência que é chamada a constituir a verdadeira Gênese de acordo com as lei s da Natureza.

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5. ? A Ciência, no ponto a que chegou neste século, já

venceu todas as dificuldades no tocante ao problema da

Gênese.

Seguramente, não , mas é incontestável que ela corrigiu definitivament e todos os erros capitais, lançando os fundamentos es senciais da Gêne-se baseada em dados irrefutáveis. (...) Aliás, apesar de todos os recur-sos à sua disposição, tem faltado à Ciência, até ag ora, um elemento importante sem o qual a obra jamais poderá ser comp leta.

� Dialogando com o livro A Gênese,

cap. XIV, “Os Fluidos”, item 2

Como já foi demonstrado, o fluido cósmico universal é a matéria elementar primitiva, cujas modificações e trans-formações constituem a inumerável variedade dos cor-pos da Natureza.

� Refletindo com Léon Denis

A marcha da Ciência, nas suas etapas inumerá-veis, é comparável a uma subida numa região de altas montanhas. Quanto mais sobe, mais o espetáculo adquire amplidão e majestade. (...) Ninguém pode dizer onde para o fluxo da vida. Nossos sentidos grosseiros nos deixam viver no meio de um oceano de maravilhas sem sus-peitá-las.

Depois da Morte , cap. XV, “A Natureza e a Ciência”.

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6. De todas as Gêneses antigas, a que mais se aproxima dos dados

científicos modernos, não obstante os erros que ess a Gênese contém e que hoje são demonstrados até à evidência, é, incon testavelmente, a de Moisés.

7. A Bíblia, evidentemente, contém fatos que a razão, desenvolvida pela

Ciência, não poderia aceitar nos dias de hoje, bem como outros que parecem estranhos e que nos causam aversão, porque se referem a costumes que não são mais os nossos.

(...) A Bíblia guarda coisas belas e grandiosas. (...), ela encob re subli-mes verdades que aparecem quando se busca a essênci a do pensa-mento, visto que nesse caso o absurdo deixa de exis tir.

? Por que então não se levantou o véu mais cedo

� Por um lado , pela falta de luzes que só a Ciência e uma sã filosofia poderiam fornecer, e,

� Por outro , por causa do princípio da imutabilidade absoluta da fé, resultante de um respeito obcecado à letra, sobre o qual a razão devia se inclinar, e, por consequência, o temor de comprometer o funda-mento das crenças erguido sobre o sentido literal das palavras.

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� Direcionando os nossos pensamentos...

2. (...) sobre a origem e a constituição do Universo, segundo os dados fornecidos pela Ciência para a parte material, e pelo Espiri-tismo para a parte espiritual, seria útil estabe-lecer um paralelo de tudo isso com o próprio texto da Gênese de Moisés, a fim de que cada um possa fazer uma comparação e julgar com conhecimento de causa.

3. Entre a Gênese de Moisés e a doutrina científica há, certamente, uma notável concordância sobre alguns pontos, mas seria um erro acre-ditar que bastaria substituir os seis dias de 24 horas da criação por seis períodos indeterminados para encontrar uma analogia completa.

4. Essa é a razão por que os autores da maior parte das teorias cosmogônicas, com o objetivo de facilitar a sua aceitação, se esfor-çaram em se colocar de acordo com o texto sagrado. Quando a Ciência se apoiou no método experimental, sentiu-se mais forte e se emancipou; hoje, é a Bíblia que se controla pela Ciência.

A Gênese , cap. XII, “Gênese Mosaica” – “Os Seis Dias”.

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� Quadro Comparativo

Períodos Geológicos – Gênese Mosaica (Os Seis Dias)

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� Retornando à Gênese

8. A Ciência, portanto, levando suas investigações às

entranhas da Terra e às profundezas dos céus, de-monstrou, de forma irrefutável, os erros da Gênese mosaica tomada ao pé da letra , e a impossibilidade material de que os fatos tenham se passado conforme estão textualmente relatados ali. Assim procedendo, a Ciência desferiu um golpe profundo em crenças

seculares . A fé ortodoxa se revoltou, porque acreditou ver arrebatada a sua pedra fundamental. (...)

� Dialogando com o livro A Gênese,

cap. XII, “Gênese Mosaica”, item 12.

Os homens primitivos são como crianças, para quem n ão é preciso dar mais que o alimento intelectual que a sua inteligên cia comporta . Atual-mente, quando somos esclarecidos pelas luzes da Ciência, constatamos os erros materiais da narrativa de Moisés, mas não o censuramos por haver falado a linguagem do seu tempo, a qual ele não ter ia sido compreen-dido nem aceito.

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9. ? Mas, então, alguém dirá, se a Bíblia é uma revelação

divina, Deus, portanto se enganou.

Se não é uma revelação divina, ela não tem autoridade e a religião se desmorona por falta de base. (...) Incontestavelmente, Deus, que é Todo-Verdade, não pode induzir os homens ao erro, nem co nsciente nem inconscientemente, pois, caso contrário, não seria Deus. Portanto, se os fatos contradizem as palavras que lhe são atribuídas deve-se concluir logicamente que ele não as pronunciou, ou que tais palavras tiveram uma interpretação errada. Se a religião sofre em algumas partes com tais contradições, a culpa não pertence à Ciência, que n ão pode fazer que o que é deixe de ser, mas aos homens, por haverem est abelecido prematuramente dogmas absolutos, dos quais fizeram uma questão de vida ou morte, sobre hipóteses sujeitas a serem desmentidas pela experiência. (...)

Q. 59. Os povos formaram ideias muito divergentes sobre a Criação, confor-

me o grau de suas luzes. A razão, apoiada na Ciência, reconheceu a inverossimilhança de algumas teorias. A que é dada pelos espíritos confirma a opinião há muito tempo admitida pelos homens mais esclarecidos. A objeção que se pode fazer a esta teoria é a de que ela contraria o texto dos livros sagrados; mas um exame sério leva a reconhecer que essa contra-dição é mais aparente do que real e que resulta da interpretação dada a algo, com frequência explicado alegoricamente.

O Livro dos Espíritos , “Considerações e Concordâncias Bíblicas no Tocante à Criação”.

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10. ? Deveríamos, por respeito aos textos vistos como

sagrados, impor silêncio à Ciência.

Isso seria algo tão impossível quanto impedir a Terra de girar. As religiões, quaisquer que sejam jamais ganharam coisa alguma susten-tando erros evidentes. A missão da Ciência é descobrir as leis da Natureza, ora, como essas leis são obra de Deus, elas não podem ser contrárias às religiões fundadas sobre a verdade . Ela cumpre sua missão pela própria força das coisas, e por uma consequên-cia natural do desenvolvimento da inteligên-

cia humana que, ela também, é uma obra divina e só avança com a permissão de Deus em virtude das leis progressivas por ele estabele-cidas . Condenar o progresso, como atentatório à religião, é ir contra a vontade de Deus, sendo, por outro lado, trabalho inútil, uma vez que todas as maldições do mundo não impedirão que a Ciência avance, e que a verdade apareça.

� Se a religião se recusa a avançar com a Ciência, a Ciência avançará sozinha.

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11. Somente as religiões estacionárias podem recear as descobertas

da Ciência; essas descobertas são fatais apenas àqu elas que se deixam distanciar das ideias progressistas, imobilizando-s e no absolutismo das suas crenças. (...) Uma religião que não estivesse, em nenhum ponto, em contradição com as leis da Natureza, não teria n ada a temer do progresso, e seria invulnerável.

� Influência do Espiritismo no Progresso

Q. 798. O Espiritismo se tornará uma crença comum ou permanecerá sendo partilhado por algumas pessoas?

“Certamente ele se tornará uma crença comum e marca rá uma nova era na História da Humanidade, porque está na Natureza e chegou o tempo em que deverá ocupar seu lugar entre os conheciment os humanos ; todavia, terá que sustentar grandes lutas, muito mais contra o interesse, do que contra a convicção, pois não há como dissimular que existem pessoas interessadas em combatê-lo, umas, por amor-próprio, outras, por causas inteiramente materiais; mas os contraditores, encontrando-se cada vez mais isolados, serão forçados a pensar como todo o mundo, sob pena de se tornarem ridículos.”

O Livro dos Espíritos , cap. VIII, “Influência do Espiritismo no Progress o”.

� Comentários de...

As ideias só se transformam com o tempo e nunca subitamente; elas se enfraquecem, de geração em geração, e terminam por desaparecer, pouco a pouco, com aqueles que as professavam e que são substituídos por outros indivíduos imbuídos de novos princípios, como acontece com as ideias políticas.

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Vede o paganismo: certamente não existe, atual-mente, quem professe as ideias religiosas daque-les tempos; entretanto, vários séculos depois do advento do Cristianismo, elas deixaram marcas, que somente a completa renovação das raças con-seguiu apagar. Assim será com o Espiritismo; ele progride muito, mas haverá ainda, durante duas ou três gerações, um fermento de incredulidade que só o tempo dissipará. No entanto, sua marcha será mais rápida do que a do Cristianismo, porque é o próprio Cristianismo, sobre o qual ele se apoia, que

lhe abre os caminhos. O Cristianismo tinha que destruir; o Espiritismo só tem que edificar.

Livro dos Espíritos , cap. VIII, “Lei do Progresso”.

� Direcionando nossos pensamentos

O Progresso é uma das leis da Natureza; todos os seres da Criação, animados e inanimados, a ela estão subme-tidos pela bondade de Deus, que deseja que tudo se engrandeça e prospere.

O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap.III, item 19.

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� Refletindo com Léon Denis

Não há, desde os positivistas até os próprios materialistas, os que não sejam arrastados por este movimento de ideias. Eles se encami-nham, sem disso se aperceberem, para esta concepção grandiosa que reúne todas as for-ças, todas as leis do Universo. Segundo eles, “todas as ciências se superpõem e terminam por se reunir numa generalidade suprema, que coloca o selo na sua unidade”. (...) “A Ciência está próxima de atingir uma teoria, cuja fórmula

geral constataria a unidade da substância, a invariabilidade da vida e sua união indissolúvel com o pensamento”. Ora, o que é, pois, essa trilogia da substância, da vida e do pensamento, esta “generalidade suprema, esta lei universal, este princípio único”, que presidem todos os fenômenos da Natureza, todas as metamorfoses, todos os atos da vida, todas as inspirações do espírito? O que é, portanto, esse centro no qual se resume e se confunde tudo o que é, tudo o que vive, tudo o que pensa? O que é, senão o absoluto, senão o próprio Deus.

O Grande Enigma , cap. VI, “As Leis Universais”.

12. A Gênese compreende duas partes:

� A História da Formação do Mundo Material e

� A da Formação da humanidade, considerada em seu Dup lo Princípio, Corporal e Espiritual.

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(?) A Ciência tem-se limitado à pesquisa das leis que

regem a matéria; no próprio homem, ela tem estudado apenas o envoltório carnal. Neste aspecto ela chegou a se inteirar com uma precisão incontestável das principais partes do mecanismo do Universo e do organismo humano .

Assim, sobre esse ponto capital, ela tem podido com -pletar a Gênese de Moisés, nela retificando as part es incorretas. A história do homem, porém, considerado como ser espiritual, prende-se a uma ordem especial de ideias que não são do domínio da Ciência propriamente dita, as quais, por esse motivo, não têm sido objeto das suas investigações.

12. A Filosofia, que tem mais particularmente entre suas atribuições o

estudo desse assunto, só formulou teorias contraditórias sobre essa questão, que vão desde a espiritualidade pura, até a negação do princípio espiritual e mesmo de Deus, tendo como base apenas as ideias pessoais dos seus autores. Tem, assim, deixado o assunto sem uma conclusão, por falta de suficientes verificações.

A Gênese , cap. IV.

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Tema: “O Papel da Ciência na Gênese”

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� Refletindo com Léon Denis

A ação de Deus se revela no Universo, tanto no mundo físico quanto no mundo moral; não há um único ser que não seja objeto de sua solicitude. Nós a vimos manifestar-se nessa lei majestosa do progresso que preside à evolu-ção dos seres e das coisas e os leva para um estado sempre mais perfeito. Esta ação mos-tra-se igualmente na história dos povos. Não é uma escolha providencial que designa os homens dest inados a trazer as grandes inovações, as descobertas que contribuem para o desenvol-vimento das civilizações? Essas descobertas se encadeiam; elas apare-cem umas após as outras, de uma maneira metódica, regular, à medida que podem enxertar-se com sucesso nos progressos anteriores. O que demons-tra, de uma forma brilhante, a intervenção de Deus na História, é a aparição nos tempos desejados, nas horas solenes, d esses grandes missionários, que vêm estender a mão aos homens e recolocá-los n o caminho perdido, ensinando a lei moral, a fraternid ade, o amor de seus semelhantes, dando-lhes o grande exemplo do sacrifí cio de si mesmo pela causa de todos. Haverá algo mais imponente do que esse papel dos enviados divinos? Eles vêm, caminham no meio dos povos. Em vão, os sarcasmos e as zombarias chovem sobre eles. Em vão, o desprezo, o sofrimento os aguardam. Eles caminham sempre! Em vão, elevam-se em torno deles cadafalsos, forcas. Acendem-se as fogueiras. Eles vão, a fronte elevada, a alma serena. Qual é, pois, o segr edo de sua força? Quem, portanto, impulsiona-os para adiante? Eles contemplaram a ver-dade sem véus, e daí em diante, não têm outra preocupação senão difundir, colocar ao alcance das multidões o conhecimento das grandes leis que regem as almas e os mundos!

O Grande Enigma , cap. VIII, “Ação de Deus no Mundo e na História”.

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� Dialogando com A Gênese

(...) Que seria da humanidade sem a revelação dos gênios que aparecem de tempos em tempos? Mas quem são esses gênios? Por que são gênios? De onde eles vêm? O que é feito deles? Observemos que, na sua maioria, trazem, ao nascer, faculdades transcendentes e conhecimentos inatos, que desenvolvem com pouco esforço. Pertencem realmente à humanidade, pois nascem, vivem e morrem como nós. (...) O gênio é um espírito que viveu mais tempo e que, por conseguinte, adquiriu maiores conhecimentos e progrediu mais do que os que estão menos adiantados.

A Gênese , cap. I item 5.

13. Entretanto, essa questão é a mais importante para o homem,

porque trata do problema do seu passado e do seu fu turo. A questão do mundo material o afeta apenas indiretamente. O que lhe importa, antes de tudo, é saber de onde veio e para onde vai, se já viveu e se ainda viverá e qual a sorte que lhe está reservada.

Sobre todas essas questões, a Ciência está muda (?)

A Filosofia apenas emite opiniões que chegam a conclusões diametralmente opostas, mas, pelo menos, ela permite que se debata o assunto, o que faz com que muitas fiquem do seu lado de preferência ao da religião, que não discute.

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Depois da Morte , cap. XXV, “O Espiritismo e a Ciência”.

Os fenômenos do Espiritismo não foram acolhidos com todo o inte-resse que mereciam . O homem tornou-se cético e desafiador. Todavia, esse acolhimento pode parecer estranho da parte dos sábios, cuja missão consiste em estudar todos os fenômenos, em pesquisar-lhes as causas e as leis. Ele não surpreenderá aqueles que conhecem a natureza humana e se lembram das lições da História. O novo pavor, pois, derruba caras teorias, velhos sistemas edificados a duras penas; transform a situações adqui-ridas e vem perturbar muitas quietudes, necessitand o das pesquisas e das observações pelas quais não se tem mais gosto . Os sábios são homens e têm suas fraquezas e seus preconceitos. É preciso um verdadeiro heroísmo para acolher com imparcialidade fatos que vêm infligir um des-mentido aos trabalhos de toda uma existência, abalar uma celebridade, laboriosamente conquistada.

� Grandes Pensadores da Ciência

� Galileu Galilei (1564-1642). � Isaac Newton (1642-1727). � René Descartes (1596-1650). Inventou a geometria analítica que é o

estudo da geometria por meio de sistemas de coordenadas e dos princípios de Álgebra e da Análise. Mas a sua obra mais famosa chama-se “Discurso sobre o Método” em 1636 onde Descartes procura nos convencer que o raciocínio matemático deveria servir de modelo para o pensamento filosófico e para todas as ciências. Frase: “Penso logo existo”, dessa verdade ninguém pode duvidar.

� Francis Bacon (1561-1626). Mostrou a importância da experimenta-ção para aquisição dos conhecimentos científicos.

� Nicolau Copérnico (1473-1543).

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� Louis Pasteur (1822-1895). Foi o primeiro cientista a provar que seres

invisíveis a olho nu, os micro-organismos são responsáveis por diver-sas doenças.

� Francisco Redi (1626-1698). Era um médico italiano que demonstrou que não existia a geração espontânea (foi uma teoria que considerava possível a formação espontânea de determinados seres vivos a partir da matéria orgânica ou inorgânica ou de uma combinação de ambos), uma ideia aristotélica.

14. Todas as religiões estão de acordo com o princípio da existência

da alma, sem, contudo demonstrá-lo. Entretanto, não há consenso quanto à origem da alma, ao seu passado, ao seu futuro e, principalmente, o que é essencial, em relação às condições de que depende a sua sorte futura . A maioria delas apresenta um quadro do futuro da alma imposto à crença dos seus adeptos, que só pode ser aceito pela fé cega , mas não pode resistir a um exame sério. O destino que elas atribuem à alma, sendo ligado, dentro de seus dogmas, às ideias que, nos tempos primitivos, se faziam do mundo material e do mecanismo do Universo, é inconciliável com o nível dos conhe-cimentos atuais. Assim, só podendo perder ante o exame e a discussão, as religiões acham mais simples proscrever um e outro.

� A Fé cega e a Fé raciocinada...

É cega a fé religiosa que anula a razão e se submet e ao juízo dos outros , que aceita um corpo de doutrina verdadeiro ou falso, e dele se torna totalmente cativa. Na sua impaciência e nos seus excessos, a fé cega recorre facilmente à perfídia, à subjugação, conduzindo ao fanatismo. Ainda sob este aspecto, é a fé um poderoso incentivo, pois tem ensinado os homens a se humilharem e a sofrerem . Ora, se a fé cega pôde produzir tais efeitos, que não realizará a fé esclarecida pela razão, a fé que julga, discerne e compreende?

Léon Denis. Depois da Morte . Quinta Parte, cap. 44 .

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“A fé necessita de uma base, e essa base, é a inteligência perfeita daquilo em que se deve crer; para crer não basta ver, é pre ciso sobretudo compreender. A fé cega não é mais deste século; ora, é precisamente o dogma da fé cega que hoje faz o maior número de incrédulos, porque ela quer se impor e porque exige a abdicação de uma das mais preciosas faculdades do homem: o raciocínio e o livre-arbítrio.”

O Evangelho Segundo o Espiritismo , cap. 19, item 7.

15. Das divergências em relação ao futuro do homem, nasceram a dúvida

e a incredulidade. E isso não podia ser diferente, com as religiões preten-dendo possuir, cada uma, sozinha, toda a verdade; uma afirmando-a de um modo, e outra, de maneira diversa, sem dar provas suficientes de suas afirmativas para converter a maioria. Na indecisão, o homem se restringiu ao presente. Entretanto, a incredulidade deixou um penoso vazio . O homem encara com ansiedade o desconhecido onde cedo ou tarde, fatal-mente, terá que entrar.

� A ideia do nada, o intimida; sua

consciência lhe diz que além do

presente há alguma coisa reservada

para ele, mas o quê?

Sua razão desenvolvida não lhe permite mais aceitar as histórias com que o embalaram na infância, nem tomar a alegoria pela realidade. Qual é o sentido dessa alegoria?

A Ciência rasgou um pedaço do véu, mas não revelou o que mais lhe interessava saber. Ele interroga em vão, nada lhe responde de uma forma categórica e própria a acalmar as suas apreensões.

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Por toda a parte ele acha a afirmação se chocando com a negação, sem provas mais conclusivas de uma parte que de outra, daí a incerteza, e a incerteza sobre as coisas da vida futura faz com que o homem se lance, com uma espécie de frenesi, sobre as da vida material. Esse é o inevitável efeito das épocas de transição: o edifício do passado se d esmorona, e o do futuro ainda não está construído . O homem é como o adolescente que não tem mais a crença ingênua dos seus primeiros anos, e ainda não possui os conhecimentos da idade adulta; ele só tem vagas aspirações que não sabe definir.

� Dialogando com A Gênese

“Introdução”

O Espiritismo, demonstrando a existência do mundo espiritual e suas relações com o mundo material, dá a solução de uma infinidade de fenô-menos incompreendidos e considerados, por isso mesmo, como inadmis-síveis por certa classe de pensadores. Esses fatos existem em grande quantidade nas Escrituras, e é pelo desconhecimento da Lei que os rege que os comentadores dos dois campos opostos, girando incessantemente no mesmo círculo de ideias, uns desconsiderando os dados positivos da Ciência, outros, os do princípio espiritual, não puderam chegar a uma solu-ção racional.

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Depois da Morte , cap. XV,

“A Natureza e a Ciência”

Nossa época, cansada das quimeras da imagi-nação, das teorias e dos sistemas preconcebidos, caiu no ceticismo. Diante de qualquer afirmação, reclama provas. O raciocínio lógico não lhe basta mais. (...). E essa dúvida se explica. É a consequência fatal dos abusos das lendas, das ficções, das doutrinas errôneas, ao murmúrio das quais a humanidade foi embalada durante séculos. Instruindo-se, o homem, de crédulo, tornou-se cético e cada nova teoria é acolhida com desconfiança, senão com hostilidade.

16. Se a questão do homem espiritual ficou até os nossos dias em estado

de teoria, é porque faltaram os meios de observação diretos que se tem tido para comprovar o estado do mundo material, e a questão ficou aberta às concepções do espírito humano. Enquanto o homem não conheceu as leis que regem a matéria, e não pôde aplicar o método ex perimental, ele errou de teoria em teoria, no que respeita ao mecan ismo do Universo e à formação da Terra. Assim foi na ordem moral como na ordem física; faltava o elemento essencial para fixar as ideias: o conhecimento das leis do princípio espiritual. Esse conhecimento estava reservado à nossa época, como o das leis da matéria que foi a obra do s dois últimos séculos .

1. A Ciência deu a solução dos milagres que mais parti-

cularmente resultam do elemento material, seja explicando-os, seja demonstrando-lhes a impossibilidade, pelas leis que regem a matéria; mas os fenômenos em que o elemento espiritual tem uma participação preponde-rante, não podem ser explicados apenas pelas leis d a matéria, escapando às investigações da Ciência .

Capítulo XIV, “Os Fluidos”. “Natureza e Propriedade s dos Fluidos”.

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O Problema do Ser,

cap. I, “A Evolução do Pensamento”

A ideia religiosa acaba de percorrer seu ciclo inferior e desenha-se os planos de um espiritualidade mais elevada.

São espíritos inspiradores, os gênios do Espaço, que exercem sua ação sobre toda a superfície do globo.

Bastará elevar-se acima destas classificações arbitrárias, para compreender que tudo se concilia e se reconcilia num visão mais alta.

O Espiritualismo moderno por seu lado experimental ainda é apenas uma ciência; pelo objetivo ele mergulha através das regiões invisíveis e se eleva às fontes eternas, de onde emanam toda força e toda vida.

(...)Dirige-se principalmente às almas evoluídas, aos espíritos livres que querem encontrar por si mesmos as revelações de seu Credo.

(...)Uma concepção baseada na interpretação das verdades e das leis universais, baseados na experiência, na razão e nos ensinamentos dos espíritos.

(...)Revela-se o lado divino dos seres e das coisas.

As leis do Universo como modelo de pensamento e de ação, através da inteligência e da consciência.

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17. Até então, o estudo do princípio espiritual , compreendido na Meta-

física, havia sido puramente especulativo e teórico; no Espiritismo é inteiramente experimental. Com o auxílio da faculdade medianímica, mais desenvolvida no presente e, sobretudo, generalizada e melhor estu-dada, o homem possui um novo instrumento de observação .

� A mediunidade foi, para o mundo espiritual, o que o

telescópio foi para o mundo astral e o microscópio

para o mundo dos infinitamente pequenos.

A mediunidade lhe permitiu explorar, estudar — por assim dizer, por ter visto — suas relações com o mundo espiritual ; isolar, no homem vivo, o ser inteligente do ser material e os observar agindo separadamente. Uma vez estabelecidas as relações com os habitantes do mundo espiritual, tornou-se possível seguir a alma em sua marcha ascendente , em suas migrações e em suas transformações .

� Pôde-se, enfim, estudar o elemento

espiritual. Eis aí o que faltava aos

comentadores anteriores da Gênese

para compreendê-la e corrigir seus

erros.

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� Depois da Morte , cap. XXV,

“O Espiritismo e a Ciência”

Todos aqueles que quiseram libertar a humanidade da sua ignorância, revelar-lhe o segredo das forças naturais ou das leis morais, todos aqueles viram elevar-se diante de si um calvário e foram embebidos em fel e ultrajes.

Hoje, não se aprisiona e não se queima mais por crime de opinião; mas o sarcasmo e o escárnio são ainda forma de opressão.

Cada passo lembra ao homem seu pouco saber. Nossas conquistas científicas são apenas resumos provisórios, superiores à ciência de nossos pais, mas que substituirão descobertas e novos conhecimentos.

Comparemos o modesto domínio da Ciência ao infinito das coisas, aos campos sem limites do desconhecido que nos resta explorar. Essa com-paração ensinar-nos-á a sermos mais circunspectos nos nossos julgamentos.

18. Como o mundo espiritual e o mundo material estão em permanen-

te contato, eles são solidários um com o outro; os dois têm a sua parcela de atuação na Gênese . Sem o conhecimento das leis que regem o mundo espiritual, seria tão impossível constituir uma Gênese completa quanto o é a um escultor dar vida a uma estátua. Somente agora, ainda que a Ciência material e a Ciência espiritual não tenha m dito sua última palavra, o homem possui os dois elementos adequados à lançar luz sobre esse imenso problema. Essas duas chaves eram absolutamente neces-sárias para se chegar a uma solução, embora aproxim ada.

� Quanto à solução definitiva, talvez jamais seja dado

ao homem encontrá-la sobre a Terra, por se tratar de

coisas que são segredos de Deus.

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Conclusão

Q. 799. De que maneira o Espiritismo pode contribuir

Para o progresso?

“Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, ele faz com que os homens compreendam onde se encontra o seu verdadeiro interesse. Não estando mais a vida futura velada pela dúvida, o homem compreende melhor que poderá assegurar o seu futuro através do presente. Destruindo os preconceitos de seitas, de castas e de cores, ele ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos.”

O Livro dos Espíritos , cap. VIII, “Lei do Progresso”.

O Grande Enigma, cap. VI.

“As Leis Universais”

Hoje, pode-se estabelecer que a vida se desenvolve, se transforma e se afina segundo um plano preconcebido; ela se aperfeiçoa à medida que percorre sua estrada imensa.

Começa-se a compreender que tudo é regulado em vista de um objetivo, e esse objetivo é a progressão do ser; é o crescimento contínuo e a realização nele, de formas sempre mais perfeitas de beleza, de sabedoria, de mora-lidade.

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Anotações

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