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“Temos o direito de ser iguais quando a nossa diferençanos inferioriza; e temos o direito de ser diferentes quandoa nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade deuma igualdade que reconheça as diferenças e de umadiferença que não produza, alimente ou reproduza asdesigualdades”.
Boaventura de Souza Santos
“ O movimento mundial pela inclusão é uma ação política, cultural,social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos osalunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipode discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigmaeducacional fundamentado na concepção de direitos humanos, queconjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis”.(MEC/SEESP PNEE/08)
Ainda precisamos percorrer um longo caminho para tornar nossasescolas inclusivas, pois na maioria das vezes o que temos é:
Ainda precisamos percorrer um longo caminho para tornar nossasescolas inclusivas, pois na maioria das vezes o que temos é:
=>Escolas que não atendem alunos com deficiência em suas turmas deensino regular, com a justificativa de que os professores não estãopreparados;
=>Escolas que desenvolvem de inclusão parcial, os quais não estãoassociados a mudanças de suas bases de sustentação. Contudo, aindatemos raras exceções...
Para que possamos entender melhor o que a inclusão representa naeducação escolar de todo e qualquer aluno e especialmente para osque têm deficiências, é preciso entender melhor:
=> O que as escolas que adotam o paradigma inclusivo defendem;
=> O que mudou em suas práticas para se ajustar ele.
Priorizar a qualidade do ensino é um desafio que precisa serassumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável ;
Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossívelde se efetivar por meio dos modelos tradicionais.
Mudar a escola é enfrentar uma tarefa que exige trabalho emmuitas frentes.
- Para que possamos transformar a escola, precisamos questionar:Como e porque ela se constituiu assim como é;
- Quais as condições históricas que tornaram possíveis oaparecimento dos discursos pedagógicos de padronização enormalização;
- Que caminhos podemos percorrer para romper com oinstituído, buscando espaços de construção de novassubjetividades.
Os sociólogos Varela e Úria definem a escola surgida no contexto detransição da idade média para a moderna, com uma maquinaria constituída decinco peças mestras que foram se confrontando e se adaptando ao longo dahistória da educação, sendo elas :
• O espaço fechado;
• O mestre como autoridade moral;
• Um estatuto de infância;
• Um método de transmissão de saberes ligado ao sistema hierárquico edisciplinar;
• Um corpo de especialista
A MAQUNARIA ESCOLAR
• A partir do momento que se entra na escola, rompe-se com osconhecimentos trazidos pelo aluno;
• Passa-se então a aprender e transmitir conhecimentos fragmentados esem significados;
• As posições estavam bem definidas: Quem ensina, quem aprende o quese aprende...
• O “educando” se transforma em “escolar”.
A MAQUNARIA ESCOLAR
• Para que a ciências pudesse se especializar e se aprofundar foramsendo criadas diversas ramificações do saber;
• Nesse contexto cientificista da pedagogia, a organização escolar sefundamenta na disciplinaridade;
• Especialização dos professores, fragmentação dos saberes e do tempoescolar;
Modelo arbóreo do conhecimento passa a servirde planta para a fixação do saber.
• Todo esse processo decorrente da construção histórica dosconhecimentos científicos refletem-se nos currículos escolares;
• Nesse contexto o currículo é marcado pela seletividade, constróiidentidades de sucesso e fracasso;
• Concepção de que aprendizagem só se dá pelo domínio e pelodisciplinamento. Disciplinar o aluno é fazer com que ele perceba o seulugar social;
• Saber e poder possuem um elo muito intimo: conhecer é dominar;
FRAGMENTAÇÃO DO CURRÍCULO• Quando assistem a uma aula de História, Geografia, os alunos
abrem uma gavetinha do seu arquivo mental...
• Eles não conseguem entender que todos os conhecimentosvivenciados na escola são perspectivas diferentes de uma mesmarealidade;
• Nosso ensino não fala da vida que é multiplicidade articulada,mas de um cenário irreal.
• Precisamos resgatar o elo perdido entre as diferentes áreas doconhecimento e a multiplicidade que engendra as subjetividades
• Um dos primeiros caminhos percorridos por educadores, filósofos eepistemólogos, para romper com a fragmentação dos saberes, surgiu nosanos 80:
• Debates sobre a interdisciplinaridade se intensificam nos meios educacionaispara tentar praticar um transito entre as disciplinas;
• Surge para buscar respostas para assuntos complexos como: os ecológicos eos educacionais;
• Insatisfeitos com os vários conceitos que criaram sobre o assunto, osepistemólogos criaram ainda um outro conceito: o da Transdisciplinaridade.
• Integração global de várias ciências, um sistema que não apresentafronteiras entre as disciplinas;
• O prefixo “trans” diz respeito ao que está ao mesmo tempo entre asdisciplinas, através delas e além delas;
• Parte do princípio de que no subsolo dos saberes há um fio condutor,um fio invisível, que tece o conhecimento em rede vinculado àrealidade e ao cotidiano.
Félix Guattari desenvolveu a noção de transversalidade como uma forma deatravessar as relações entre as pessoas (processos terapêuticos);
Mais tarde esse conceito foi estendido para o processo de construção doconhecimento e alguns educadores começaram a falar em “ SaberesTransversais”, que apontam para o reconhecimento da produção damultiplicidade e para a atenção à diferença.
Tomou-se então a noção de transversalidade e aplicou-se ao paradigmarizomatico do saber, abandonando os verticalismos e horizontalismos,substituindo-os por um fluxo que pode tomar diferentes direções, semnenhuma hierarquia definida.
No rizoma podemos encontrar múltiplas linhas de fuga e múltiplas possibilidades de conexões....Currículos transversais => seriam, currículos que não teriam simplesmente o poder de diferenciar, de classificar, de organizar, de incluir e de excluir...
• Entender a Educação na perspectiva rizomática, como um campo deconstrução do conhecimento, requer a compreensão de que existemdiferentes formas de conhecimento e que elas dialogam entre si dentro decontextos históricos e sociais.
• Esse paradigma significa uma revolução no processo educacional porquesignifica o fim da compartimentalização, pois os conteúdos abordados criamconexões múltiplas com elementos de outros campos do saber;
• Mito, ciências, religião, filosofia,artes e senso comum,se comunicam entresi e estabelecem conexões na construção do conhecimento
Não podemos vencer as estruturas tradicionais de imediato, mas cadaprofessor pode começar a tentar mostrar que os conteúdos que ensina nãoestão isolados:
=> Nosso maior desafio é ressignificar a pratica pedagógica e a escolatransformando-a num espaço que acolhe e concebe as diferenças comoparte da condição humana;
=>Um espaço onde todos participam da construção do conhecimento deacordo com as suas capacidades, expressam livremente seusconhecimento, suas idéias e se desenvolvem a partir de suas diferenças;
“Não podemos perder de nosso horizonteque a utopia que nos guia é algo bemmaior:
A construção de uma concepção de saber quevislumbre a multiplicidade.
Um currículo, uma escola na qual as criançaspossam aprender sobre um mundo múltiplo echeio de surpresas, dominar diferentesferramentas, aprender a se relacionar com osoutros e com o mundo em liberdade. ( SilvioGallo)
REFERÊNCIAS
FOUCAULT, Michel.Vigiar e punir:nascimento da e prisão. petrópolis: vozes,1993.
FOUCAULT,michel.tecnologias del you y utros textos afines. Barcelona:siglo vientinuo,1990.
GALLO, Transvesrsalidade e educação:pensando uma educação não disciplinar.in o sentido da escola. Rio de janeiro:dp&a,2001.
VARELA, Júlia; ÚRIA, Fernando Alvarez. Arqueologia de la escuela. Madrid: La Piqueta, 1991
Profª Msc. Fátima Berretta Rosal
CONTATOS:
Telefones: 48- 91332699
48- 91235068
48- 21065936