Tendencias Da Mobilidade Social

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  • 7/24/2019 Tendencias Da Mobilidade Social

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    Tendncias da mobilidade social intergeracional no Rio de Janeiro

    Valria Pero1

    Introduo

    A mobilidade social intergeracional indica os movimentos das pessoas na estrutura social entre as

    geraes do pai e do filho e, portanto, influenciada tanto pelas mudanas demogrficas e econmicas

    quanto pela construo e consolidao dos canais de mobilidade !como, por e"emplo, a escola#

    e"istentes na sociedade para gerar oportunidades de mudar a posio social$

    % &rasil apresenta ta"as elevadas de mobilidade social indicando, a princ'pio, o funcionamento de

    uma sociedade muito din(mica, ) que a posio social dos filhos no tem uma associao muito forte

    com a herana socioeconmica dos pais$ Pastore e *ilva !+# mostram que apesar da mobilidadesocial estar aumentando ao longo do tempo, os movimentos na estrutura social entre geraes

    continuam sendo predominantemente de curta dist(ncia, reprodu-indo em grande medida as

    desigualdades socioeconmicas ao longo do tempo$ Assim, apesar da elevada mobilidade, a origem

    socioeconmica e"erce algum papel na determinao do campo de possibilidades de conquista de

    posies na estrutura social$

    % que acontece com a mobilidade social no .io de /aneiro0 *e, por um lado, os indicadores sociais

    referentes escolaridade, mortalidade infantil, esperana de vida apresentam uma melhorainquestionvel no quadro social nesse per'odo, por outro lado, a perda de dinamismo da economia

    fluminense combinada com a estabilidade da desigualdade de renda, colocam d2vidas em relao ao

    comportamento da distribuio de oportunidades e, por conseguinte, da mobilidade social$

    3sse trabalho tem, ento, como ob)etivo principal analisar a evoluo temporal da mobilidade social

    intergeracional no estado do .io de /aneiro com intuito de verificar o comportamento do grau de

    abertura ou fluide- da sociedade fluminense, ou se)a, o grau de depend4ncia da posio social do

    indiv'duo em relao origem socioeconmica de seu pai$ 5om isso, buscam6se evid4ncias emp'ricaspara avaliar se houve uma melhora ou piora no quadro de desigualdade de oportunidades ao longo das

    duas 2ltimas dcadas$

    Assim sendo, a seo seguinte apresenta a metodologia bsica para os estudos sobre mobilidade social,

    ou se)a, a construo das categorias ocupacionais, a fonte de dados e as estimativas de mobilidade$ A

    seo 7 analisa a evoluo das ta"as de imobilidade e mobilidade no estado do .io comparativamente

    mdia brasileira e na seo 8 aplica6se um modelo log6linear geral para isolar o componente da

    1936:;./$

    1

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    mobilidade circular ou por trocas 6 o qual mede o grau de abertura da sociedade 6 e avaliar se houve

    mudanas ao longo do tempo no padro de distribuio de oportunidades no sistema de estratificao

    social$ Por fim, so destacados os principais resultados desse trabalho$

    1. Metodologia bsica para o estudo da mobilidade social

    1.1. A classificao dos estratos ocupacionais

    A construo dos estratos ocupacionais um ponto e"tremamente delicado nos estudos sobre

    mobilidade social, pois representa fa-er escolhas conceituais e te

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    Habela 1

    5omposio e status socioeconmico mdio dos nove estratos ocupacionais

    Categorias ocupacionais Principais ocupaes Status mdio

    9$ Hrabalhadores rurais Hrabalhador de cultura, trabalhador ruralautnomo, pescador, seringueiro 11,8

    99$ *ervios domsticos 3mpregado domstico, porteiros, vigias, lavadeira,li"eiro

    17,FF

    999$ Hrabalhadores do setor tradicional Pedreiro, pintor, costureiro, alfaiate, sapateiro,marceneiro

    1I,F

    9V$ Hrab$ da ind$ Joderna e dos servios gerais Vendedores, co-inheiro, garom, mec(nico,ferramenteiro e a)ustador mec(nico

    1F,71

    V$ Proprietrios conta pr

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    5om a restrio do universo fai"a etria de 7 e II anos, o total de observaes da amostra no estado

    do .io de /aneiro variou entre C$C7F em 1CB e B$81F em 1B, sendo que entre B e C?

    responderam ao questionrio sobre mobilidade social$ 3sse total representava em torno de 7I? do

    total de ocupados neste 2ltimo ano$

    1.#. $efinio de mobilidade social intergeracional

    A mobilidade social que ser analisada nesta tese a intergeracional e pode ser definida como a

    mudana de estrato ocupacional atual do!a# filho!a# na fai"a etria de 7 a II anos comparado com o

    do pai$ uando se cru-a o estrato ocupacional atual do!a# filho!a# com o do pai, tenta6se captar a

    mobilidade em fases mais maduras da carreira tanto do pai quanto do!a# filho!a#$ Alm disso, ela

    reflete no s< os movimentos entre geraes mas tambm ao longo da carreira do indiv'duo !a

    mobilidade intrageracional, ou se)a, entre a primeira ocupao e a ocupao atual do indiv'duo#$

    9sso porque ela percorre tanto a mobilidade intergeracional !entre ocupao do pai e primeira

    ocupao do filho!a## quanto mobilidade intrageracional$ 3squematicamente, pode6se visuali-ar da

    seguinte forma=

    %cupao do pai Primeira ocupao do filho %cupao atual do filhoJobilidade intergeracional !1a

    ocupao#

    Jobilidade intrageracional

    Jobilidade intergeracional !total#

    A metodologia utili-ada para analisar a mobilidade social intergeracional foi construo de matri-es

    de transio destatus socioeconmico ou das tabelas de mobilidade social, que uma classificao

    cru-ada dos indiv'duos de acordo com sua ocupao em dois momentos do tempo, definindo assituaes de origem e de destino$ Leste estudo, a origem a categoria ocupacional do pai e o destino

    a categoria ocupacional atual do!a# filho!a#$

    A partir dos nove estratos ocupacionais criados para representar a posio socioeconmica dos pais e

    dos!as# filhos!as# foi poss'vel calcular as ta"as de mobilidade com as freqQ4ncias na matri- de

    mobilidade social$ %s movimentos entre origem !estrato do pai# e destino !estrato atual do!a# filho!a#

    com 7 a II anos# caracteri-am a mobilidade social intergeracional$ 5omo os estratos foram

    ordenados de forma crescente, quando o estrato atual dos!as# filhos!as# for maior que o do pai, define6

    8

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    se a mobilidade ascendente e, quando for menor, a descendente$ Aos filhos !as# que permaneceram no

    mesmo estrato do pai, caracteri-a6se a situao de imobilidade$

    Assim sendo, na seo seguinte analisar6se6 a evoluo das ta"as absolutas de mobilidade social no

    estado do .io, comparativamente mdia brasileira, levando6se em considerao os movimentos

    verticais na estrutura social !mobilidade ascendente ou descendente#, com intuito de avaliar as

    possibilidades de movimentao dos indiv'duos no sistema de estratificao social entre geraes ao

    longo do tempo$

    2. %"oluo da mobilidade social intergeracional no Rio de Janeiro nas &ltimas duas d'cadas

    A mobilidade social no &rasil alta, quando comparada com outros pa'sesI, e cresceu entre 1CB e

    1B, como pode ser visto na tabela +$ Lo estado do .io, a mobilidade ainda maior e permanece

    praticamente no mesmo patamar, revelando que o peso da origem familiar na determinao da posio

    dos indiv'duos no sistema de estratificao social , a princ'pio, muito pequeno$ 5om uma ta"a de

    imobilidade praticamente constante ao n'vel de +?, isso quer di-er que no .io a grande maioria

    !F?# dos indiv'duos consegue seguir um caminho diferente do pai no mercado de trabalho, para

    melhor ou pior$

    Habela +

    Jobilidade social intergeracional no .io de /aneiro e &rasil

    1976 1988 1996 Var(96-76 Var(96-88

    Rio de Janeiro

    9mobilidade +,+ +,8 +,B +,1? 1,?@escendente 1F,1 +,I +I,7 7,? +7,8?Ascendente B1,C I, I8, 61+,8? 6F,I?

    (rasil

    9mobilidade 81,C 7,F +,C 6+F,C? 67,8?@escendente 11,I 11,F 18,C +C,? +8,+?Ascendente 8B, IC,8 II,B 1F,C? 67,1?

    Hotal 1 1 1;onte= PLA@s 1CB, 1FF e 1B$

    Lo in'cio do per'odo tanto a mobilidade ascendente quanto a descendente eram maiores no .io$ %u

    se)a, as possibilidades de mudana de categoria ocupacional entre as geraes de pai e filho!a# 6 e,

    portanto de condio socioeconmica 6, tanto para cima quanto para bai"o, eram relativamente

    maiores no .io$ Lo final do per'odo, no entanto, somente a mobilidade descendente maior$

    IVer Pastore e Valle *ilva !+# e 3riRson e Eoldthorpe !17#$ *< para dar uma vaga idia, ) que asdiferenas no n2mero de estratos e na forma de classificao afetam essas ta"as, no in'cio dos anos C, a ta"a demobilidade da ;rana era de 87?, da 9tlia 7C?, dos 3:A 8F?, do 5anad I? e do &rasil IF?$

    I

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    3m outras palavras, o .io registra um comportamento temporal diferente com a queda da ta"a de

    mobilidade ascendente quando comparado com a mdia brasileira$B Jas ser que este um

    comportamento realmente espec'fico do .io de /aneiro0

    %s dados da tabela 7 sobre a mobilidade social por estado mostram que sim$ C *omente o .io de

    /aneiro teve uma queda da mobilidade ascendente e manteve a ta"a de imobilidade praticamente

    constante$ 3sse poderia ser um fenmeno de ponto de partida, isto , como o .io tem alta ta"a de

    mobilidade ascendente ) em 1CB as chances de cair seriam maiores$ Lo entanto, verifica6se que *o

    Paulo registra a maior ta"a de mobilidade ascendente entre os estados brasileiros em 1CB e continua

    crescendo em 1B$

    Habela 7

    3voluo da mobilidade social por :nidade da ;ederao

    1976 1996 Var(96-76

    9mob$ @esc$ Asc$ 9mob$ @esc$ Asc$ 9mob$ @esc$ Asc$.io de /aneiro +,+ 1F,1 B1,C +,B +I,7 I8, !"# 7"$ -7"6 3sp'rito *anto 7,7 C, I+,F 7I, 11,F I7,+ -#"% %"9 !"#*o Paulo +8,B 1+,1 B7,7 1,F 1I,I B8,F -#"9 %"# 1"&.io Erande do Lorte 7, 1,F 8,7 7,+ 1+,C IC,1 -9"7 1"9 7"8*anta 5atarina 8I,+ C,F 8C,1 77,C 11,+ II, -11"# %"& 7"9&ahia II,+ 1,7 78,I 88,8 1+,+ 87,8 -1!"8 1"9 8"9.io Erande do *ul 8I,B 17,I 8, +,C 1F, I+,8 -1&"9 #"# 11"&Jinas Eerais 8,7 F, 81,F 71, 17, I8,+ -17"# &"! 1$"#Pernambuco II,B 1+, 7+,I 7B, 1I,+ 8C, -18"7 %"$ 1&"&

    Paran I,1 F,I 81,8 71,1 11,C IC,+ -19"! %"% 1&"7 5ear I,8 1,C +, 81,1 11,7 8C,B -18"% !"6 17"7 Piau' C,7 7, +B,C 8I,C ,7 88, -$#"& 6"% 18"$Para'ba B8,B I,C +,F 7F,1 ,+ I+,C -$6"& %"& $%"!*ergipe I,F ,C 7,I 77,+ 1+,1 I8,B -$6"6 $"& $#"1Alagoas B8,8 18,C +, 8,B 11, 8C,I -$%"8 -$"8 $6"6 Jaranho CI, C, 1C,1 8,I B,8 88, -$6"# -!"6 $7"!

    ;onte= PLA@s 1CB e 1B$

    :ma observao interessante que pode ser feita a partir da tabela 7 a relao entre ta"a de

    mobilidade e grau de desenvolvimento regional$ *e os estados forem ordenados de forma crescente de

    acordo com a ta"a de imobilidade percebe6se que os das regies sudeste e sul t4m 'ndices menores doque os da regio nordeste$ 5om intuito de ilustrar esse fato vale ressaltar que os dois estados com as

    menores ta"as de imobilidade em ambos os anos considerados so .io de /aneiro e *o Paulo e

    aqueles com as maiores so Jaranho e Piau'$

    B3sse resultado tambm foi encontrado para outras formas de estratificao social, baseada numa classificaoem 8 estratos !rurais, manuais, no manuais e profissionais# e outra numa diviso de grupos ordenadossegundo status ocupacional$ Para tanto, ver Pero!++, +1#$ Alm disso, quando se analisam essas ta"as demobilidade por se"o e cor, verifica6se que o comportamento temporal diferente do .io permanece o mesmo parahomens e mulheres e para brancos e no brancos$ 3sses resultados so bastante fortes, ) que no decorrem da

    forma de classificao nem do comportamento de um grupo espec'fico$CAs regies Lorte e 5entro6%este no foram consideradas por problemas de cobertura da amostra da PLA@,principalmente em relao a 1CB$

    B

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    Vale destacar ainda que o .io, que ) apresentava a maior ta"a de mobilidade descendente em 1CB,

    registra a maior ta"a de crescimento se distanciando ainda mais dos outros estados$ *< para dar uma

    idia da dist(ncia, a ta"a de mobilidade descendente no .io de +I? enquanto que o segundo lugar

    representado pelo .io Erande do *ul com 1F?$

    uais estratos pu"aram esse movimento at'pico do .io0 A tabela 8 mostra a evoluo das ta"as de

    mobilidade entre 1CB e 1B por categorias ocupacionais com intuito de verificar quais foram as

    categorias que pu"aram esse movimento espec'fico do .io de /aneiro$ A queda da ta"a de mobilidade

    ascendente no .io generali-ada, e"ceto o estrato V99, e foi pu"ada principalmente pelas categorias

    ocupacionais de bai"ostatussocioeconmico ou pelos estratos do setor manual !99 a 9V# e pelo estrato

    V !proprietrios por conta pr

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    Vale destacar ainda que no .io, diferentemente da mdia brasileira, os estratos sociais mais

    privilegiados !Administradores e Profissionais# tiveram um aumento das ta"as de imobilidade, o que

    significa que essas categorias esto se tornando mais fechadas para pessoas com origem de outras

    categorias socioeconmicas$

    A questo que se coloca agora sobre quais seriam as poss'veis e"plicaes para o .io apresentar um

    comportamento temporal espec'fico da ta"a de mobilidade com a queda da mobilidade ascendente, ou

    da mesma forma, com a maior ta"a de crescimento da mobilidade descendente$

    2.1. %)plorando poss*"eis e)plica!es sobre o comportamento at*pico do Rio

    Para e"plorar essa questo relativa ao comportamento temporal espec'fico do .io, o primeiro caminho

    analisar se o fato do .io estar saindo na frente no processo de transio demogrfica brasileira pode

    ser uma e"plicao para a queda da mobilidade ascendente$ Verifica6se que a diminuio da ta"a de

    fecundidade no .io de /aneiro iniciou6se mais cedo e foi mais alm que no resto do &rasil$ Alm

    disso, as caracter'sticas hist

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    Habela I

    Ha"as de mobilidade social do .io de /aneiro=

    observadas e simuladas com a estrutura etria de *o Paulo

    !pessoas com 1I ou mais anos de idade#

    1976 1996

    Ta)as obser"adas9mobilidade +8, +1,B@escendente ++,8 +I,IAscendente I7,C I+,7

    Ta)as simuladas

    9mobilidade +8,B ++,I@escendente ++,I +B,IAscendente I+, I1,8

    Hotal 1 1 ;onte= PLA@s 1CB e 1B$

    % outro caminho e"plorar o resultado como um refle"o da perda de dinamismo da economia

    fluminense$ 3sta perda foi sentida mais intensamente com a transfer4ncia da capital para &ras'lia em

    1B e, principalmente, a partir da fuso do 3stado da Euanabara com o do .io em 1CI, quando no

    s< perdeu definitivamente o Mbonde da hist

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    ascendente no .io do que na mdia brasileira$ 5omo pode ser visto na tabela B, em 1B, enquanto na

    mdia brasileira a ta"a de mobilidade ascendente de filhos com pais no estrato rural representa BI?,

    no .io de 81?$ Alm disso, a queda dessa contribuio entre 1CB e 1B consideravelmente

    maior no .io$

    Habela B

    5ontribuio da mobilidade rural6urbana para mobilidade ascendente

    .io rasil1CB B1,8? C1,I?1FF 8,F? BF,8?1B 8,? BI,1?

    Var(96-76 -%%"&. -9"!.

    ;onte= PLA@s 1CB, 1FF e 1B$

    % outro resultado se refere ao comportamento da contribuio de um setor muito importante na

    gerao de trabalho e renda na hist

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    de *o Paulo, a estrutura ocupacional no mais avanada neste estado$1+% descompasso relativo

    entre a qualificao da fora de trabalho e a estrutura ocupacional tem provocado mudanas mais

    fortes do saldo migrat

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    uando se analisam as matri-es de mobilidade social no poss'vel identificar o quanto se deveu a

    mudanas no padro de distribuio das chances relativas de movimentao dos indiv'duos entre as

    posies sociais na estrutura de estratificao social ou a mudanas na estrutura ocupacional entre as

    geraes do pai e do filho$ 9sto , a anlise das ta"as de mobilidade total incorpora os dois

    componentes da mobilidade social= o estrutural e o circular$ 5omo o ob)etivo dessa seo analisar a

    evoluo temporal do padro de distribuio de oportunidades no sistema de estratificao social

    necessrio, ento, isolar o componente da mobilidade total referente mobilidade por trocas ou

    circular$

    A mobilidade circular pode ser definida a partir das mudanas ocorridas entre os estratos decorrentes

    do processo intr'nseco de mobilidade dentro do mercado de trabalho, sendo que a mobilidade de um

    indiv'duo depende que sua posio de destino se)a desocupada por motivo de morte, aposentadoria ou

    ascensoSdescenso social de outro indiv'duo$ A denominao tambm muitas ve-es utili-ada de

    mobilidade por trocas refere6se e"atamente ao fato de que para um trabalhador preencher uma posio

    necessrio que ela se)a vaga por outro, ou se)a, as mudanas de posies no sistema de estratificao

    no so decorrentes da abertura de novas vagas mas de que as posies e"istentes se)am vagas$ Assim

    sendo, a mobilidade circular depende basicamente de atributos individuais, como educao e

    e"peri4ncia$

    Lo trabalho pioneiro de Dutchinson !1B# no &rasil reali-ada uma anlise sobre os diferentes

    papis e"ercidos pela mobilidade estrutural e circular no sistema de estratificao do pa's$ N3le aponta

    a import(ncia da educao como principal meio de reproduo ou mudana de status e revela como o

    sistema educacional em *o Paulo refora a herana de status$$$ Por isso, considera que o n'vel

    educacional no est significativamente relacionado com a mobilidade socialO$ !*calon, 1C#

    Dutchinson coloca ainda que a estrutura brasileira bastante r'gida, pois a maior parte da mobilidade

    decorrente de mudanas estruturais, como o processo de urbani-ao e industriali-ao, que abrem

    novos tipos de postos de trabalho, transformando a estrutura ocupacional$ 3sse movimento, noentanto, no contribui muito para aumentar o grau de fluide- social que poderia estimular o

    preenchimento das vagas de acordo com as capacidades individuais$ 9sso porque a fluide- social s J3L@%L_A, .$> &A.&%`A, J$ &$ ;%E:3T, J$$ N:ma Avaliao da 3scasse-

    de capital 3ducacional na .egio Jetropolitana do .io de /aneiroO$9n= Rio 67. 8 Mercado

    de Trabal9o no Rio de Janeiro$ Prefeitura da 5idade do .io de /aneiro, *ecretaria

    Junicipal do Hrabalho, 1C$

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    7

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    $ !@ir$#, et al$ MJobilidade e trabalho= um estudo na cidade de *o PauloM$ .io de

    /aneiro= 5entro brasileiro de Pesquisas 3ducacionais !Pesquisas e Jonografias,1#, 1B$

    /ALL:``9, P$N5onstruo de uma escala s

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    $M:ma classificao ocupacional para o estudo da mobilidade e da situao do mercado

    de trabalho no &rasilM$ TL55, mimeo, 1+$

    VATT3 *9TVA, L$ .%@9H9, @$ N;t plus a cange$$ Hend4ncias hist