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Tendências de Negócios e Perfil dos Consumidores para 2014 Volume 3

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Tendências de Negócios e Perfil dos Consumidores para 2014

Volume 3

SEBRAE SP Conselho Deliberativo Presidente Alencar Burti (ACSP) ACSP – Associação Comercial de São Paulo ANPEI – Associação Nacional de Pesquisa, Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras Nossa Caixa - Agência de Fomento do Estado de São Paulo FAESP – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo FECOMERCIO – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo ParqTec – Fundação Parque Tecnológico de São Carlos IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas Secretaria do Estado de Desenvolvimento SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SINDIBANCOS – Sindicato dos Bancos do Estado de São Paulo CEF – Superintendência Estadual da Caixa Econômica Federal BB – Diretoria de Distribuição São Paulo - DISAP Diretor-Superintendente Bruno Caetano Diretor Técnico Ivan Hussni Diretor de Administração e Finanças Pedro Jehá Organização do conteúdo técnicoJosé Bento DesieCássio dos Santos e OliveiraMarcia Avelar VieiraSarah Albrecht Apoio técnico, projeto gráfico e diagramaçãoMarcelo Costa BarrosPatrícia de Mattos Marcelino

ÍnDiCE

Apresentação ......................................................................05

Tendências de Negócios ......................................................07

Lucre com as Mídias Sociais ...............................................08

Perfil dos Consumidores: Regiões do Brasil .........................12

Região Centro-Oeste ...........................................................15

Região Nordeste ..................................................................20

Região Norte .......................................................................25

Região Sudeste ...................................................................30

Região Sul ...........................................................................35

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APRESEnTAçãO

Ainda faltam dois anos para a Copa do Mundo da FIFATM no Brasil, período em que a paixão do brasileiro pelo futebol ficará ainda mais forte e milhares de torcedores irão parar tudo o que estiverem fazendo para acompanhar dezenas de partidas disputadas pelos melhores jogadores do mundo. Mas para o empreendedor, o mundial já começou e quem estiver preparado terá mais chances de aproveitar as oportunidades.

Para auxiliar os empresários de micro e pequenas empresas paulistas o Sebrae realizou um mapeamento das oportunidades de negócios nas 12 cidades-sede da Copa do Mundo da FIFATM, uma das ações previstas no Programa Sebrae 2014, que receberá, até 2013, investimentos de R$ 79,3 milhões. Os recursos serão aplicados em programas de consultoria, inova-ção e acesso a mercados. Em todo o país, são quase 1.000 oportunidades de negócios concentradas principalmente nos setores de construção civil, turismo, TI e produção associada ao turismo, comércio varejista, madeira e móveis, agronegócios e economia criativa.

Para preparar os empresários para aproveitar essas oportunidades de negócios que o mundial de futebol deve gerar no Brasil, o Sebrae organizou uma série de ações e eventos de capacitação técnica nos principais setores da economia. Este guia é uma das ações que visam orientar os empresários de pequenos negócios para este momento. Aqui você encontrará orienta-ções sobre o uso das redes sociais para alavancar seu empreendimento e dicas de como aproveitar este movimento favorável aos pequenos negócios.

A publicação traz ainda o perfil de consumo de turistas das cinco re-giões do Brasil que vão nos visitar durante o torneio, com dicas sobre seus costumes, comportamento de consumo, a relação com o futebol, curiosi-dades e as principais expressões regionais para ajudar na comunicação.

É muito importante conhecer o perfil de cada turista e adequar os pro-dutos e serviços às expectativas deles. Esperamos que aproveite bem as dicas, as capacitações que o Sebrae está oferecendo em todo o país e deixe a sua empresa pronta para marcar este gol.

Boa leitura! Bons Negócios!

Bruno Caetano

Diretor-Superintendente do SEBRAE-SP

Tendências de Negócios

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Lucre com as Mídias Sociais

Toda empresa atual tem à sua disposição um ativo tecnológico impres-sionante, composto por satélites, fibras óticas, servidores, computadores, bancos de dados, mídias sociais e muito conhecimento.

Além disso, os custos para utilização de todo esse aparato são acessí-veis para negócios de todos os portes. Então surge uma questão essencial para os empreendedores: Como utilizar as novas ferramentas tecnológi-cas, em especial, as mídias sociais, para ser mais competitivo e lucrar? Não existe uma resposta pronta, uma receita de bolo.

Elas são resultado de aprendizados decorrentes de práticas e experi-mentações. O essencial está aí: buscar aprender, não temer o novo, aceitar e entender as mudanças para, então, diagnosticar novas necessidades e oferecer soluções aos clientes. O fato de tudo ser novo nesse mercado não significa, porém, que a trajetória do empreendedor tenha que ser desestru-turada e sem planejamento.

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Atuação nas mídias sociais

De uma forma bem resumida, planejar a atuação da empresa nas mí-dias sociais significa definir respostas para as seguintes perguntas:

• O que se pretende com a participação nas mídias sociais? Quais pú-blicos serão focados? Quais os melhores canais? O que é preciso aprender para fazer o projeto acontecer? Como saber que os obje-tivos foram alcançados? Quais competências terão que ser trazidas para o projeto?

• Como será o contato com os clientes através das mídias sociais? Qual conteúdo será publicado? Qual o tipo de linguagem utilizada? Serão realizadas promoções e ações de relacionamento?

• Quem será responsável pela criação e publicação de conteúdo? E por verificar os indicadores?

• De quanto em quanto tempo os resultados serão avaliados para a proposição de melhorias?

Esse planejamento, por mais simples que seja, vai ajudá-lo a aprender com as práticas, até que se torne um especialista nas mídias sociais, que poderão impulsionar seu negócio.

Vamos conhecer um exemplo bem interessante:

Albion Oven (@AlbionsOven) é uma padaria de alta qualidade, em Lon-dres, que está fazendo sucesso no Twitter: são pouco mais de 3.000 seguidores (nov/2012), mas cada um deles está realmente interessado em ser avisado quando sai uma nova fornada de pães ou bolachinhas. O custo da mensagem pelo Twitter é zero e o dono da Albion aumenta a probabilidade de atrair clientes para sua padaria, além de tornar-se cada vez mais conhecido.

Parece simples, não é? Mas note que existe toda uma ação organizada de publicação e acompanhamento dos resultados. Não pode ser algo que é feito somente quando se tem tempo livre. Aproveitando o exemplo da pa-daria londrina, o que você poderia imaginar para fazer sua empresa apro-veitar o Twitter para gerar negócios e relacionamento com seus clientes?

Lembre-se que as novas ferramentas tecnológicas permitem a interação com milhões de pessoas simultaneamente, mas oferecem, em especial, a possibilidade de uma comunicação mais precisa em nichos. Você pode estar diante de um público-alvo menor, mas certamente, muito mais receptivo e

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interessado em suas mensagens. A comunicação com nichos é pura cons-trução de relacionamento e, como consequência, fidelização da clientela.

Realização de vendas

No final da década de 1990, quando a internet teve o seu primeiro grande ciclo de popularidade, o conceito em debate era o e-commerce: tudo seria comprado e vendido pela web. Os prognósticos mais drásticos previam o fim dos pontos de venda e dos vendedores. Havia, por outro lado, uma grande resistência dos consumidores em relação à segurança dos sites, principal-mente quando se tratava de usar cartões de crédito e suas senhas.

A maioria dos consumidores, além disso, não tinha uma relação de confiança estabelecida com as lojas virtuais: e se a compra não fosse en-tregue? Passados quinze anos, as resistências e dificuldades estão supe-radas e já nem se debate mais o e-commerce, porque o comércio virtual é uma realidade, embora não tenha eliminado lojas e vendedores. A venda pela web é mais um canal, não o único.

Vamos conhecer o caso de duas empreendedoras que abriram uma loja de roupas infantis na Zona Leste de São Paulo. O primeiro desafio era a atração de clientes para a loja sem dispor de muito dinheiro para campanhas publicitárias. Elas estavam, de fato, bem assustadas porque a loja, embora bem localizada em um ponto de alta visibilidade e com grande circulação, não tinha movimento. Como não havia muita coisa a fazer durante o horário comercial, a dona da loja resolveu dedicar-se à construção de um blog.

Com disposição empreendedora, ela apostou na ideia. Fez cursos, aprendeu a fazer textos para blogs, a fotografar roupas infantis e se tornou a administradora do conteúdo do blog da loja, tudo investindo o mínimo possível de capital financeiro. Montou também uma logística especial de estoque e entrega e, quando se deu conta, as encomendas no site esta-vam dando um bom retorno.

Atualmente, quase 75% das vendas da loja acontecem pela internet. E as clientes postam comentários como este: “Olá, boa noite! Não conhecia a loja. Achei o blog no Google, mas adorei. Tenho um bebê de dois meses e, com certeza, vocês ganharam uma nova cliente. Parabéns!”

Há um detalhe fundamental para vender na web. Uma operação de loja virtual depende diretamente de uma relação de credibilidade e confiança estabelecida com o público-alvo. Por isso, o primeiro passo é oferecer se-gurança aos clientes, deixá-los tranquilos de que a operação financeira não

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será acessada por hackers. O segundo é a navegabilidade: visual clean, textos claros e informativos, regras bem definidas, prazos de entrega e, inclusive, para os casos de troca de mercadoria. E o terceiro, a divulgação do blog da loja: é preciso ser facilmente localizado no mundo virtual.

Assim, não adianta se afobar e entrar na web com seu negócio, mi-rando exclusivamente o aumento das vendas. Como em toda rede social, as novas mídias têm suas regras. É preciso estar atento às três etapas de construção do relacionamento: contato, interação e confiança. As vendas ocorrerão por consequência.

Se você está iniciando nesse mundo, procure seguir as recomendações listadas a seguir:

• Familiarize-se com as possibilidades digitais. Comece com você mesmo. Crie perfis pessoais nas redes que achar mais interessan-tes e participe.

• Vire o alto-falante para o outro lado: comece a escutar mais seu público.

• Torne-se parte da comunidade que você serve e descubra quem você está servindo.

• Seja notável e crie experiências fantásticas para seus clientes. Você precisa propor produtos memoráveis que as pessoas amem.

• Lembre-se que muito aprendizado nesse novo mundo irá acontecer durante a trajetória. Navegue com cautela, sempre aprendendo.

• Entenda toda experiência que realizar com aprendizado. Tenha um objetivo bem definido e indicadores. Somente assim é possível identi-ficar as melhores práticas.

• E agora, mãos a obra. Os grandes eventos estão chegando e sua empresa deve estar preparada para essas oportunidades.

Bons negócios!

Perfil dos Consumidores: Regiões do Brasil

AMAZONAS

REGIÃO NORTE

REGIÃONORDESTE

REGIÃOSUDESTE

REGIÃOSUL

REGIÃOCENTRO-OESTE

ACRE

RONDÔNIA

RORAIMA

PARÁ MARANHÃO

PIAUÍ

BAHIA

MINAS GERAIS

SÃO PAULO

ESPÍRITO SANTO

RIO DE JANEIRO

CEARÁ

RIO GRANDEDO NORTE

PARAÍBA

PERNAMBUCO

ALAGOAS

SERGIPE

AMAPÁ

TOCANTINSMATO GROSSO

MATO GROSSO DO SUL

GOIÁS

RIO GRANDEDO SUL

SANTA CATARINA

PARANÁ

DISTRITOFEDERAL

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O Brasil possui dimensões continentais. E assim como dentro de um continente há países com características físicas, culturais e linguísticas completamente diferentes, também temos dentro do nosso país diferen-tes tipos de brasileiros, cada povo com a sua tradição, seu modo de falar, gastronomia e costumes.

Independentemente de qual região do Brasil, qualquer turista que venha até São Paulo vai buscar as maravilhas que o Estado pode oferecer. Além do futebol, eles virão atraídos por tudo aquilo que já conhecem, ouviram falar ou leram sobre São Paulo em algum lugar.

Na capital chama a atenção a modernidade da cidade, as mais diferen-tes opções de compra ou as novidades tecnológicas. A variada oferta cul-tural também será bastante procurada, afinal de contas, em muitas cidades brasileiras o acesso à cultura é marcado pelos elevados preços de peças de teatro ou shows, por exemplo. Por isso, muitos visitantes aproveitam a passagem por São Paulo para consumir cultura.

Para muitos brasileiros de outras regiões a culinária em São Paulo é muito mais do que um elevado número de restaurantes. É uma verdadeira viagem gastronômica. Em poucas lugares do Brasil é possível encontrar comidas de tantos lugares diferentes, para todos os gostos e bolsos.

E o que não é possível encontrar na capital, o interior do estado de São Paulo oferece. É lá onde brasileiros de todo o país poderão visitar as famo-sas fazendas de café ou conhecer o turismo rural com todo o encanto da vida no campo. Como a Copa será no inverno, muitos visitantes não per-derão a oportunidade de conhecer as cidades pitorescas da serra paulista para desfrutar das delícias típicas do frio.

O parque tecnológico de várias cidades interioranas também chama a atenção, bem como o agroturismo. Cientes disso, algumas cidades já es-tão negociando com empresas e produtores visitas guiadas tanto no cam-po, para conhecer o processo de cultivo, como nas fábricas, para entender o processamento daquilo que foi cultivado.

E como não podia deixar de ser, o litoral paulista também será bastante procurado, principalmente por aqueles brasileiros de cidades sem saída ao mar. Para eles, a vinda à cidade de São Paulo será a uma excelente opor-tunidade para dar uma esticadinha até as praias do Estado, aproveitar as belezas naturais e comer um bom peixinho.

São Paulo é assim: tem de tudo para todos os gostos. Vamos aproveitar a chance da Copa e atender brasileiros de todos os cantos com aquilo que temos de melhor!

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Região Centro-Oeste

A segunda maior região é composta pelos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e pelo Distrito Federal. O centro-oeste tem um papel fundamental para o funcionamento do Brasil. Além de abrigar a capital do país, possui uma pecuária forte e é o maior produtor nacional de cereais e leguminosas, ultrapassando o sul do Brasil.

Apesar do seu tamanho, é uma das regiões menos populosas do Brasil, mas isso não a faz menos interessante, já que concentra uma verdadeira mistura de povos. Além dos indígenas nativos, convivem paulistas, mineiros, gaúchos, bolivianos e paraguaios, que escolheram a região para viver, cria-ram raízes e constituíram família. Hoje, é comum encontrar no centro-oeste filhos de pais de estados brasileiros completamente diferentes.

Junto com essa diversidade, outra importante característica dessa re-gião é o contraste. Por um lado, temos o homem do campo, a cultura pantaneira, a música sertaneja, a natureza como protagonista tanto na vida dos moradores como no turismo. Esse público poderá querer conhecer e vivenciar em São Paulo aquilo que ele não tem em casa: a vida da cidade grande com sua modernidade, tecnologia ou até mesmo a oferta cultural e gastronômica. Por outro lado, o centro-oeste também conta com uma cidade cosmopolita, Brasília. A capital do país oferece coisas únicas no centro-oeste: uma arquitetura moderna, oferta cultural intensa com gran-des shows nacionais e internacionais e qualidade de vida. Mas Brasília se

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caracteriza por algo mais: é o ponto de encontro de todo o país. E isso não é por causa dos políticos que trabalham lá não, mas sim, por ser jovem, com pouco mais de 50 anos de existência. Se brasileiros de algumas ci-dades foram para os outros estados do centro-oeste, à Brasília foram pes-soas de todas as partes. Por isso, a capital tem todos os sotaques, todas as comidas e todas as fisionomias brasileiras. Vale lembrar que, embora possuam um elevado poder aquisitivo, os brasilienses são exigentes na hora de viajar. Apreciam a qualidade do atendimento paulistano e busca-rão isso também nas demais cidades de São Paulo.

COSTUMES

Se o centro-oeste é marcado pela mistura de povos, os hábitos não poderiam ser diferentes. Eles foram se integrando à cultura do homem do campo, bastante forte na região. No Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul existe a famosa dança cururu, que homenageia padroeiros das cidades do interior. O curioso é que somente homens podem participar da festa, marcada por bailes em círculos ao som de viola de concho e reco-reco. A religiosidade está muito presente nos brasileiros do centro-oeste. Em Pirenópolis, Goiás, por exemplo, a típica apresentação teatral, a cavalhada, reproduz uma luta medieval entre Cristãos e Mouros, muito comum na Es-panha. É a principal atração da Festa do Divino de Pirenópolis. A Procissão do Fogaréu, em Goiás, é outra demonstração importante de fé e evento que atrai milhares de cristãos.

O clima do centro-oeste tem suas peculiaridades e pauta o estilo de vida da população. O Distrito Federal novamente se destaca na região. Enquanto os brasileiros de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul estão acostumado com um clima quente e chuvoso, os moradores de Brasília enfrentam o calor seco da capital do país e agradecem quando vem a chu-va e um ar mais fresco, o que certamente não faltará em São Paulo.

SOTAQUE

O sotaque da região centro-oeste geralmente é o “sertanejo”, também conhecido como “caipira”. Já os demais estados têm marcas comuns do interior de São Paulo, provavelmente herdadas dos bandeirantes. O “r” é um bom exemplo. É bastante puxado e muito falado pelos goianos.

Específico do Mato Grosso, por outro lado, é a inclusão das letras “t” e “d” em algumas palavras, uma transformação que, segundo especialistas,

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vêm da influência indígena da região. Ao invés de peixe, chuva, caju ou laranja, fala-se “petche”, “tchuva”, “cadju” e “larandja”.

Brasília se destaca por não ter um sotaque único, mas sim uma mis-celânea, ou seja, todos os acentos ao mesmo tempo. Existe uma leve ten-dência à predominância do sotaque nordestino. Mesmo assim, há quem defenda que hoje já é possível observar um dialeto típico de Brasília, fruto da mistura de anos de todos os sotaques do Brasil.

Para conhecer um pouco mais, destacamos algumas palavras:

• Arruinou: piorou seu estado de saúde

• Atarracado: abraçado, juntos

• Bolicho: mercearia

• Budega: bar ou boteco

• Catcho: namoro, paquera

• Caínha: pão-duro

• Cêpo: bom, ótimo

• Constipação: gripe

• Chuça e rebuça: baile

• Digoreste: ótimo, bom

• Dobradinha: bucho de boi

• Ê ah!: indagação

• Jacá: cesto de palha

• Micage: fazer imitação de alguém, fazer caretas

• O quá!: duvido, não acredito

• Oreia: pessoa pouco inteligente

• Pongó: bobo

• Priscar: ficar agitada

• Quebra-torto: comer pela manhã comida reforçada, como carne com arroz e farofa

• Refestelar: sorrir, rir

• Ribuçar: cobrir o corpo com lençol ou cobertor

• Verdolengo(a): fruta que está quase madura

• Vôte!: expressão de medo e espanto

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REGiãO

Estado Capital População GentilícioDDD

capitalSigla do Estado

Distrito Federal

Brasília 2,5 milhões brasiliense 61 DF

Goiás Goiânia 6 milhões goiano 62 GO

Mato Grosso

Cuiabá 3 milhões mato-grossense 65 MT

Mato Grosso do Sul

Campo Grande

2,4 milhões sul-mato-grossense 67 MS

À MESA

Os pratos típicos que podemos encontrar no centro-oeste são os mais variados. Novamente em Brasília encontramos a culinária do Brasil inteiro em qualquer bairro da cidade, embora haja uma leve predominância de comidas nordestinas.

Já nos outros estados é possível saborear vários pratos elaborados com pequi, um fruto típico daquela região. Goiás é um exemplo, com des-taque para o arroz com pequi e a galinhada com pequi.

O mato-grossense come bolo de arroz, mojica de pintado, farofa de banana e Maria Isabel, um prato “energético” feito com carne seca e farofa de pilão, originalmente elaborado para os peões do Pantanal. Para dar energia, o peão do Mato Grosso não dispensa o guaraná ralado pelo me-nos duas vezes ao dia.

No Mato Grosso do Sul a culinária está recheada de caribeu (feito à base de carne seca), arroz carreteiro e farofa de carne. A sopa paraguaia ou o arroz boliviano também são mais comuns no estado, que faz frontei-ra com esses países. É por isso também que às vezes encontramos um sul-mato-grossense tomando tereré, um chimarrão gelado muito servido no Paraguai.

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CURiOSiDADES

Pantanal é uma planície inundável, também conhecida como maior área úmida continental do planeta. Essas inundações dependem da água da chu-va e o cenário é de muita água, peixes, crustáceos, animais, além de uma flora impressionante. Mas nas áreas mais elevadas, com pouca retenção da água da chuva, o cenário é totalmente diferente, parecido à caatinga.

Além dos estados brasileiros do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, o pantanal se estende até o Paraguai, a Bolívia e a Argentina.

Não estranhe se ouvir falar de uma cidade chamada Goiás. É um muni-cípio que fica dentro do estado de Goiás e também é chamado de Cidade de Goiás ou Goiás Velho. Foi reconhecido em 2001 pela Unesco como Patrimônio Histórico e Cultural Mundial por sua arquitetura barroca.

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Região Nordeste

É a região do Brasil com maior número de estados, 9 no total. São eles: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

A economia do nordeste está em ascensão. Isso acontece devido ao crescente interesse de várias indústrias em se instalar no nordeste, como empresas do setor de calçados, vestuário e de alimentos. Além de melho-rias das indústrias nativas e facilidades na contratação de mão-de-obra, outro fator que atrai os empresários é a proximidade com as fontes de matéria-prima, como a cana-de-açúcar, o algodão, as frutas, o cacau e o tabaco. A extração de minerais também é importante na região, que é responsável por 80% da produção de sal do país.

Pluralidade cultural é uma das principais características do nordeste, que abriga boa parte da riqueza de ritmos, danças, cores e folclore do Brasil.

Essa parte do Brasil também está recheada de história. Além de ter sido palco do primeiro contato entre nativos com portugueses, lá nasceu a pri-meira capital do país, Salvador. O cultivo do cacau também contribuiu para essa riqueza histórica, bem como a história dos escravos que se concentra em boa parte nessa região.

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COSTUMES

Alegria é sinônimo de nordeste. As festas populares compõem a tra-dição do povo nordestino, que se dedica a elas de corpo e alma. Junto com o carnaval, muito famoso e procurado em cidades como Salvador, Olinda e Recife, as festas juninas encantam por sua grandiosidade, beleza e profissionalismo.

Outra importante manifestação presente em todos os estados é o bum-ba-meu-boi, uma representação teatral que parte da lenda de um homem branco, dono de um boi, que vê um homem negro roubando o seu ani-mal para alimentar a esposa grávida. Falar em nordeste também é falar da cultura negra, bastante enraizada em alguns estados. Capoeira, quilombo alagoano, candomblé baiano, xangô pernambucano ou tambor menina do Maranhão reforçam a tradição escrava. Essa mistura de cores e ritmo só pode ter uma consequência: um povo alegre e descontraído, o que o nor-destino é, sem dúvida.

Simpatia e hospitalidade há de sobra no caráter desses brasileiros. Neste sentido, um turista do nordeste valoriza muito uma recepção calorosa, além do profissionalismo, é claro. A distância, por mais profissional que seja, é entendida pelo nordestino como uma falha no atendimento.

A religiosidade completa o desenho das características culturais do nordeste e se reflete em várias cerimônias como procissões, lavagem do Bonfim ou o culto à Iemanjá.

Conhecido como um destino de sol e praia, as temperaturas do nor-deste são altas o ano inteiro. O vento ajuda a refrescar em alguns estados, mas em outros, como Maranhão e Piauí, os habitantes estão mais habitua-dos com um clima úmido e quente. As temperaturas de São Paulo podem representar não somente um refresco para esses visitantes, mas também uma experiência diferente, como as baixas temperaturas dos destinos de inverno do Estado de São Paulo.

SOTAQUE

O final das palavras aberto e cantado do nordeste é conhecido no Brasil inteiro. Músicas e novelas levaram esse sotaque a todos os cantos do país.

Embora sejam muito sensíveis aos ouvidos de nós paulistas, existem diferenças na forma de falar entre os estados do nordeste. Alguns fazem a seguinte classificação:

• Sotaque Baiano: Bahia, Alagoas, Sergipe.

• Sotaque Cearense: Estado do Ceará.

• Sotaque do Interior de Pernambuco: algumas regiões do Ceará, Pa-raíba e Rio Grande do Norte.

• Sotaque Maranhense: São Luís e interior com influência da região norte.

• Sotaque Recifense: Recife, Olinda e arredores. Destaca-se o som da letra “s” transformado em “sh” nos plurais.

Normalmente reconhecemos o sotaque do nordeste pela pronúncia de palavras que começam com “de” ou “di”, como “dia” (já que em sua maio-ria não falam como no sudeste “djia”). O mesmo serve para “te” e “ti”. Outro símbolo desse acento é a letra “r”, como na própria palavra “nordestino”, pronunciado “nóhdestino”. Mas as palavras também podem ter significa-dos diversos e causar situações divertidas:

• Abilolado: sem juízo

• Amuquecado: quieto, desanimado

• Aparelho: vaso sanitário

• Aperreado: angustiado, estressado

• Arretado: algo muito bom

• Baladeira: estilingue

• Cabido: intrometido

• Canjerê: tumulto

• Coletivo: ônibus

• Com a bexiga: com raiva

• Jerimum: abóbora

• ixi Maria: indica espanto

• Laranja-cravo: mexerica

• Macaxeira: mandioca

• Mangar: zombar de alguém

• Ó xente: demonstra curiosidade

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REGiãO

Estado Capital População GentilícioDDD

capitalSigla do Estado

Alagoas Maceió 3,1 milhões alagoano 82 AL

Bahia Salvador 14 milhões baiano 71 BA

Ceará Fortaleza 8,4 milhões cearense 85 CE

Maranhão São Luís 6,5 milhões maranhense 98 MA

ParaíbaJoão

Pessoa3,7 milhões paraibano 83 PB

Pernambuco Recife 8,7 milhões pernambucano 81 PE

Piauí Teresina 3,1 milhões piauiense 86 PI

Rio Grande do Norte

Natal 3,1 milhõespotiguar, norte--rio-grandense

86 RN

Sergipe Aracaju 2 milhões sergipano 79 SE

À MESA

A cozinha nordestina é conhecida e apreciada em todo o Brasil. Uma verdadeira combinação de sabores, cores, temperos e temperaturas. É muito marcada por iguarias que vem do mar, como o acarajé, bobó de camarão ou o caranguejo do Sergipe.

A carne de sol, conhecida como carne seca ou charque, faz parte de vários pratos do nordeste. O coco, o azeite de dendê, feijão de corda, man-teiga de garrafa e a mandioca também. Assim, vatapá, tapioca, moqueca de peixe e vários outros pratos podem ser encontrados no nordeste.

Entre as bebidas são servidos sucos das mais diferentes frutas como seriguela, umbu, buriti, cajá e macaúba. Sem falar nas misturas curiosas, mas não menos populares, como a “caipireja” comum no Maranhão, que é uma mistura de cerveja, sal, suco de limão e vodka.

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CURiOSiDADES

Para conhecer as preferências e gostos do turista da região nordeste, basta visitar em São Paulo algum dos numerosos restaurantes ou centros culturais nordestinos, criados por imigrantes dessa região.

A cidade de Sobral, no Ceará, foi visitada pela equipe de Albert Eins-tein para comprovar a Teoria da Relatividade. Muitos deles não voltaram e constituíram família na cidade. Por isso, é comum encontrar sobrenomes e traços ingleses em algumas pessoas, bem como ruas e avenidas com nomes britânicos.

Todas as capitais do nordeste estão localizadas no litoral, exceto Tere-sina, capital do Piauí.

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Região Norte

Natureza exuberante e misteriosa, forte cultura indígena e abundância. Esses três fatores podem parecer exóticos para um paulista, mas são co-muns para os habitantes do Amapá, Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Tocantins e Pará, os 7 estados do norte do Brasil.

É a maior região do país e está composta por uma população que é a mistura entre indígenas, cearenses, gaúchos, paranaenses, nordestinos, africanos, europeus e asiáticos.

A importância da região norte não está somente no fato de abrigar a maior floresta e o maior rio do mundo. Além de ser o coração do planeta, a região norte passou por vários momentos históricos importantes. Um deles foi o ciclo da borracha (1879 – 1912), época de intensa extração e comercialização da borracha que proporcionou a expansão da colonização e desenvolvimento para a região.

Outro momento de impulso econômico foi a criação da famosa Zona Franca de Manaus, uma área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos fiscais. Essa medida contribuiu para o crescimento de um importante polo industrial na região que traz empresas do mundo inteiro. Atualmente são mais de 600 indústrias.

A Copa do Mundo, segundo analistas, será o terceiro ciclo que contri-buirá para a visibilidade e desenvolvimento da região.

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Para muitos, o norte é repleto de mistérios. Um dos motivos para esse desconhecimento é a dificuldade de deslocamento, já que o avião é a única opção em muitos estados. Por isso, o turista nortista que chegar até São Paulo para a Copa do Mundo, estará fazendo um sacrifício muito maior que turistas de outras regiões. Isso significará que ele desejará vivenciar uma experiência única para sentir que o esforço valerá a pena.

COSTUMES

Por causa da forte presença indígena, muitos costumes ainda se ba-seiam nessa cultura. O índio é vaidoso, se enfeita bastante devido às suas tradições e conseguiu levar um pouco dessa característica aos demais po-vos do norte: roupas e acessórios femininos misturam desenhos contem-porâneos com as cores indígenas da região amazônica.

Nas festas populares também é possível ver essa mistura de tradição indígena com a religiosidade, herdada do homem branco. Em Tocantins, as cavalhadas marcam o louvor à Nossa Senhora da Abaia. A Folia de Reis é outro evento muito comum nos estados do norte, nos quais se comemora o nascimento de Jesus Cristo representando a visita dos três Reis Magos.

Mas o ponto máximo de demonstração de fé no norte do Brasil é, sem dúvida, o Círio de Nazaré, uma das maiores procissões católicas do Brasil, com aproximadamente 2 milhões de pessoas.

O batuque do boi-bumbá nos remete automaticamente à cultura do nor-tista. É uma das formas mais antigas de teatro popular brasileiro. Um impor-tante evento de divulgação do boi-bumbá é o Festival de Parintins. Mas além dessa encenação, introduzida pelos colonizadores europeus, podemos ver no bumbódromo a exaltação e o culto à fauna e à flora amazônica.

A influência africana está presente no estilo musical carimbó, no Pará, e no congo ou congada, comum na época do Natal.

Muitos estados da região norte não têm saída ao mar, o que transformará as praias do Estado de São Paulo em uma importante opção turística para este turista, assim como as facilidades e a modernidade da capital paulista.

O clima pode ser outro fator que conduza o nortista na hora de escolher o destino em São Paulo. Ao contrário das 4 estações bem marcadas da região sudeste, o norte conta somente com duas: o inverno e o verão. Com temperaturas sempre elevadas e úmidas, o inverno não é caracterizado pelo frio, mas sim pela temporada de chuvas. Dura de janeiro ao final de maio. Já o verão é mais seco, abafado e pouco ventilado. Neste sentido,

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pode haver aquele visitante que busque conhecer e desfrutar das baixas temperaturas das serras paulistas.

SOTAQUE

O sotaque da região norte é bastante difícil de diferenciar para muitas pessoas. Aos ouvidos de muitos parece ser uma mistura de vários acentos do Brasil. Não é tão marcado como o de outras regiões e as principais diferenças estão nas palavras utilizadas:

• Alambrado: bêbado

• Arigó: complicado, atrapalhado

• Arengar: brigar, geralmente para crianças

• Arregaçado: pessoa legal

• Arrochado: apertado

• Avexado: apressado

• Brocado: com muita fome

• Buchuda: grávida

• Caducar: brincar com uma criança

• Carapanã: pernilongo

• Chibata: muito legal, bonito (roupas,carros,objetos)

• Curiar: espiar

• Gramixó: açúcar mascavo

• Grosopia: mistura de uma espécie de suco feito com cacau

• Fritinho: banana verde frita salgada

• Levar uma pisa: apanhar

• Leso ou lesado: louco

• Mariscar: pescar

• Motocar: trabalhar como mototaxista

• Picadinho: carne moída

• Pixé: odor forte, desagradável

• Torrar o arroz: fritar o alimento

• Vexame: pressa

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REGiãO

Estado Capital População GentilícioDDD

capitalSigla do Estado

Acre Rio

Branco772 mil acreano 68 AC

Amapá Macapá 668 mil amapaense 96 AP

Amazonas Manaus 3,4 milhões amazonense 92 AM

Pará Belém 7,5 milhões paraense 91 PA

RondôniaPorto Velho

1,5 milhões rondoniense 69 RO

Roraima Boa Vista 451 mil roraimense 95 RR

Tocantins Palmas 1,3 milhões tocantinense 86 TO

À MESA

“Se você comer jaraqui, não sai mais daqui”. Esse ditado popular ama-zônico faz referência ao peixe típico da região. E quem provou, diz que é verdade!

A culinária tem forte influência indígena com boa dose de frutos e raízes exóticas, como pato no tucupi, um caldo extraído da mandioca brava. Os peixes de água doce são bastante consumidos como o tucunaré. Além disso, são servidos o munguzá ou o caruru.

O Pará tem o seu próprio agrião, chamado jambu. Tem propriedades medicinais (deixa a boca anestesiada) e é muito utilizado em vários pratos típicos da região, como o tacacá, uma sopa de origem indígena.

A mistura de culinária nordestina com paraense, síria e libanesa ca-racteriza a cozinha do Acre: cuscuz de milho, quibe, esfihas, macaxeira, pamonha e até baião de dois é possível encontrar por lá.

Em doces e sucos são utilizados muitos frutos da região, como açaí, cupuaçu, cajá, graviola, buriti e castanha do Pará.

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CURiOSiDADES

O culto ao boi no Festival de Parintins é feito por dois grupos, Garan-tido e Caprichoso, representados pelas cores vermelha e azul, respecti-vamente. A fidelidade a essas cores é tão forte que patrocinadores têm de mudar as cores das suas marcas em seus produtos, como as latinhas azuis da Coca-Cola.

A região norte possui uma cultura cheia de lendas, muitas delas são bas-tante conhecidas, como o mito da Iara, o Saci-Pererê ou a Mula-Sem-Cabe-ça. Por outro lado, existem várias crenças cultivadas somente por lá. Uma mulher menstruada, por exemplo, não deve se aproximar do rio, pois pode ser assediada por um boto.

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Região Sudeste

O sudeste é com certeza uma das mais importantes regiões para a eco-nomia do Brasil. É composta pelos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Mi-nas Gerais e Espírito Santo, cada um com características e cultura próprias.

Apesar de não ser uma das maiores regiões do Brasil, possui um ele-vado número de habitantes, que se concentram nas grandes cidades por causa das oportunidades que elas oferecem.

Vários são os fatores que levaram o sudeste ao nível de desenvolvi-mento atual. A mineração foi um deles, assim como a atividade agrope-cuária e o intenso comércio. Hoje, várias atividades contribuem para a forte economia da região, como o cultivo da cana-de-açúcar, do algodão e da laranja, além da indústria petroquímica, a petrolífera, a automobilística, as siderúrgicas e a indústria de celulose.

Mas o que sim parece ser comum em quase todo o sudeste é o aces-so de seus habitantes às diversas novidades do mundo contemporâneo: mineiros, cariocas e paulistas estão acostumados a uma vida cultural ati-va, com ampla oferta gastronômica, cidades e facilidades do mundo mo-derno. Ou seja, quase tudo o que está na moda no planeta, passa pelo sudeste brasileiro.

Para o empresário paulista isso é bom, porque facilita na hora de aten-der esse visitante acostumado a ter acesso a todas as novidades, mas

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também representa um desafio. Agradar um cliente que já tem de tudo significa preocupar-se ainda mais em inovar a todo momento para propor-cionar ao máximo uma experiência, produto ou serviço diferenciado para esse consumidor.

O sudeste sempre foi marcado pela presença de imigrantes. E não so-mente de imigrantes estrangeiros, como italianos, japoneses e portugue-ses, por exemplo. É o berço de brasileiros vindos de outras regiões em busca de trabalho. O perfil é diversificado: existem os que querem fugir da pobreza da sua terra natal e os que finalizaram os estudos e pretendem se encaixar no mercado de trabalho.

COSTUMES

A vida da cidade grande, a tranquilidade do campo ou o agito do litoral: esses são os extremos que podemos encontrar no sudeste brasileiro. E cada um desses estilos de vida define o caráter e os costumes de seus habitantes.

Além do carnaval, muito forte no sudeste, outras manifestações cultu-rais chamam a atenção da região, como as congadas, o fandango (comum no litoral paulista) ou o samba de lenço (de origem africana). A religiosidade se faz presente e as festas do Divino Espírito Santo são um bom exemplo disso, assim como a Festa de Iemanjá e a Folia de Reis. O caiapó é um bai-lado de influência indígena comum em São Paulo, Minas e Rio. Já o Espírito Santo tem a sua versão capixaba da congada, conhecida como ticumbi.

Famoso pela simpatia e pelo carinho, o mineiro procura conservar as tra-dições da região se orgulha do jeito “caipira” característico. A religiosidade também acompanha os habitantes de Minas, bem como uma boa conversa ou um “dedinho de prosa”, como dizem por lá. Por não ter acesso ao mar, muitos mineiros podem querer visitar o litoral de São Paulo durante a Copa.

Embora a praia paute da vida de muitos cariocas, esses brasileiros con-vivem todos os dias com o agito de uma metrópole. Estão habituados não só a alguns desconfortos da grande cidade, mas principalmente às faci-lidades. Diversos eventos internacionais acontecem no Rio de Janeiro, o que significa que esse cliente poderá ser exigente no que diz respeito à qualidade dos serviços oferecidos. De um modo geral, a região sudeste é conhecida por contar com um dos melhores atendimentos do país.

O clima da região sudeste é bem variado. Embora não chegue ao frio típico do sul do Brasil, o inverno registra temperaturas bastante baixas em

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várias partes da região. Durante a primavera e o verão o clima quente e úmido predomina, assim como a presença frequente de fortes chuvas.

SOTAQUE

O sudeste possui características linguísticas bem definidas e que variam de estado para estado. As diferenças existentes dentro de São Paulo são familiares para nós, mas entre Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro pode haver algumas alterações curiosas.

O famoso “r” caipira do interior paulista contagiou parte de Minas Gerais onde também é possível encontrar esse “r” carregado em palavras como “morte, carta ou margem”. Há indícios de que foram os bandeirantes que expandiram essa forma de falar nos estados da região, inclusive em parte do centro-oeste.

O mineiro adora o diminutivo, conserva o jeito caipira e come o final de muitas palavras. Alguns exemplos seriam “ocê, minutin, pexe”, que subs-tituem as palavras “você, minutinho e peixe”. Incluir a letra “i” em algu-mas palavras também é especialidade do povo de Minas, como “feiz” (fez), “treis” (três) ou “arroiz” (arroz).

Típicas expressões mineiras:

• Angu: polenta

• Passe: passagem

• Passeio: calçada

• Pelejar por algo: esforçar-se por algo

• Salarinho: pão francês

• Sô: usado no fim das frases

• Trem: coisa

• Uai: indica espanto

De um modo geral, paulistas e cariocas usam palavras semelhantes. A diferença está na forma de pronunciá-las. O carioca tem um jeito mais cantado e mantém a herança portuguesa na pronúncia de palavras com a letra “s”, que é transformado em “sh”, como nas palavras “dois”, “biscoito” ou “reais”. Comum também é incluir ou substituir letras, como na palavra “merrmo” (mesmo) ou “douze” (doze).

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Embora o capixaba não seja conhecido por ter um sotaque específico, algumas palavras são faladas somente por lá:

• Bucha: esponja de lavar louça

• Cepa ou chapoca: grande

• Pão de sal: pão francês

• Pocar: estourar

• Poca fora: ir embora

• Sentir gastura: sentir angústia

• Toxo!: quando não se gosta de algo

• Usura: ser pão duro

REGiãO

Estado Capital População GentilícioDDD

capitalSigla do Estado

Espírito Santo

Vitória 3,5 milhões capixaba 27 ES

Minas GeraisBelo

Horizonte19,5 milhões mineiro 31 MG

Rio de Janeiro

Rio de Janeiro

15,9 milhões fluminense 21 RJ

São PauloSão

Paulo41,2 milhões paulista 11 SP

À MESA

Por ser tão cosmopolita, a culinária da região já se diversificou bastante e ganhou todos os tipos de temperos. A feijoada costuma ser servida em vários restaurantes paulistas e cariocas nos finais de semana, onde se con-serva ainda a forma tradicional de prepará-la.

Embora a cidade de São Paulo seja conhecida como a Capital Gastro-nômica Mundial, com seus inúmeros restaurantes internacionais, ela ainda preserva especialidades próprias, com destaque para a galinha d’Angola à paulista, empadinhas de Cananéia, o cuscuz paulista e a capivara à caipira.

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Já o Espírito Santo é famoso pela torta capixaba, feita com frutos do mar e bacalhau. Nasceu com os indígenas e foi adaptada pelos portugue-ses, que por serem muito católicos, não comiam carne durante a Páscoa. Por isso, hoje é um prato bastante servido nessa época do ano. Outra especialidade desse Estado é a variedade de moquecas, que podem ser de camarão, peixe ou siri.

Mas, dentro dos 4 estados da região, Minas Gerais lidera em especiali-dades quando o assunto é comida. Há quem diga que é preciso fazer um bom regime antes de ir ao estado. Na mesa mineira estão os mais variados tipos de doces, queijos deliciosos, torresmo e inúmeros tipos de feijão, sem falar do leitão à pururuca, da galinha ao molho pardo, do frango com quia-bo, do arroz-de-suã e da canjiquinha de milho verde com costela.

Tudo isso é finalizado com um bom café mineiro, coado na hora em coador de pano.

CURiOSiDADES

O hábito mineiro de frequentar botecos é tão forte que em 2009 o pre-feito de Belo Horizonte decretou a cidade Capital Mundial do Boteco.

A cidade de São Vicente, em São Paulo, é a cidade mais antiga do Bra-sil, segundo os historiadores. Foi fundada em 1532.

Quem nasce no estado do Rio de Janeiro também é chamado de papa-goiaba.

Quando termina a monarquia, começa na República a política do café com leite. O nome é dado por causa do revezamento de poder entre São Paulo, grande produtor de café, e Minas Gerais, grande produtora de leite.

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Região Sul

A menor região do Brasil em número de estados é formada pelo Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Embora muitos estados brasileiros tenham passado por uma influência europeia em algum momento, é no sul do Brasil onde se percebe uma maior preservação da cultura desses imigrantes. A arquitetura das cidades, a fisionomia dos habitantes, a língua, a gastronomia, enfim, tudo mostra a conservação de tradições herdadas principalmente de italianos e alemães.

A região sul faz fronteira com a Argentina, Uruguai e Paraguai. A econo-mia é sólida, representa a segunda potência do país, atrás do sudeste, e os três estados estão entre o que mais arrecadam impostos no Brasil.

A pecuária e a agricultura são muito fortes, mas o potencial hidrelétrico marcado pela usina de Itaipu e a presença de grandes montadoras e ou-tras multinacionais contribuíram para transformar cidades como Curitiba e Porto Alegre em verdadeiras metrópoles.

COSTUMES

Frio, muito frio. Essa é a fama do clima que é possível encontrar nessa par-te do Brasil, que chega a ter temperaturas abaixo de zero. Mas vale lembrar que durante o verão os termômetros sobem bastante. Na verdade, o clima subtropical do sul faz com que as 4 estações do ano sejam bem marcadas.

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No outono a beleza das folhas alaranjadas enfeita a paisagem. Já o frio do inverno leva as pessoas a desfrutarem de um ambiente aconchegante e representa um refresco ao calor abafado e úmido do verão. Sem falar na explosão de flores e cores que a primavera proporciona. O clima e a tempe-ratura também marcam o caráter das pessoas, que sofrem a influência das 4 estações. Por um lado, existe uma maior tendência a curtir momentos com a família durante o inverno. Por outro, a alegria e a disposição aumen-tam quando a primavera e o verão vão se aproximando.

Os sulinos são interpretados por brasileiros de outras regiões como algo frios e distantes, mas fazer amizades e conquistar a confiança é somente uma questão de tempo. Trata-se de uma característica herdada dos euro-peus, assim como a forma de trabalhar: concentração e disciplina estão presentes em várias cidades desses três estados brasileiros. E celebração cultural é o que não falta nessa região. O boi-de-mamão, a festa do Divino Espírito Santo e as famosas festas de outubro, como a Oktoberfest, são manifestações típicas de Santa Catarina.

Já no Paraná podemos encontrar, entre outras, a cavalhada, a conga-da, o fandango e as festas da cerejeira, do Divino Espírito Santo e de São Benedito.

A festa de Nossa Senhora dos Navegantes reúne milhares de fiéis às margens do Rio Guaíba em Porto Alegre. Mas uma das manifestações cul-turais mais importantes do Rio Grande do Sul é, sem dúvida, a Semana Farroupilha. É um evento especial de culto às tradições gaúchas, no qual se homenageia os líderes da Revolução Farroupilha.

No sul é possível encontrar um pouco de tudo. Praia, campo, cidade e montanhas compõem o cenário. Neste sentido, os brasileiros dessa região que se dirigirem ao estado de São Paulo durante a Copa buscarão algo mais do que a oferta gastronômica, a modernidade ou as opções de praia ou campo. Quem trabalhar com este público deverá pensar em oferecer tudo isso, mas com boa dose de originalidade. Diferencial e exclusividade em produtos e serviços serão essenciais para conquistar esses clientes.

SOTAQUE

O sotaque gaúcho é muito famoso no Brasil, mas há quem diga que existem diferenças importantes entre o morador de Porto Alegre e do resto do estado. Palavras como “bah” e “tchê” são expressões características.

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Santa Catarina e Paraná não variam muito no acento naquelas cidades onde houve colonização alemã ou italiana. A vogal “e” bem aberta no final de palavras como “leite” é uma característica importante do sotaque pa-ranaense, enquanto que no litoral de Santa Catarina predomina o sotaque deixado por açorianos portugueses, que pronunciam “sh” no final de pala-vras terminadas em “s”, como “dois” por exemplo.

A utilização de “tu” (em lugar de “você”) é outro ponto forte tanto do Rio Grande do Sul como de Santa Catarina. Seguem algumas expressões da região sul:

• Arrombas: Você arrasou

• Bá: indica surpresa. Redução gaúcha da palavra barbaridade

• Bagual: homem

• Barbaridade: interjeição de espanto

• Bergamota: mexerica

• Bodoque: estilingue

• Boi ralado: carne moída

• Butucar: espreitar, observar

• Cacetinho: pãozinho de 100g

• Campanha: pampa

• Capaz e bem capaz: de maneira nenhuma

• Chapeação: conserto da lataria do veículo

• Chimia: ovo mexido com açúcar ou geleia pastosa de frutas

• Coça: surra

• Cuca: pão de forma doce com farofa

• Dás um banho!: Arrasou!

• Deu pra ti: não quero mais te ouvir

• Espia: olhe só, observe

• Estar brocado: estar com muita fome

• Estar selado: está confirmado!

• Funda: estilingue

• Galega: loira

• ishtepô: pessoa que incomoda

• Jururu: triste, cabisbaixo, pensativo

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• Mimosa: mexerica

• nem te conto: tenho uma novidade para te contar

• nó cego: pessoa com má conduta, pouco confiável

• Ó-lhó-lhó: veja só!

• Pandorga: pipa, papagaio

• Pechada: colisão

• Pau de virar tripa: pessoa magra e alta

• Passe: passagem

• Penal: estojo

• Quebra-mola: lombada

• Reinando: estar bravo

• Rótula: rotatória

• Sem termo: pessoa que não sabe se comportar

• Sinaleira: semáforo

• Taca-lhe o pau: ir bem depressa

• Tanso: pessoa pouco inteligente

• Te orienta!: comporte-se, observe seus atos

• Ulha!: expressão de admiração usada para se referir a algo que chame a atenção

• Visse?: Entendeu?

REGiãO

Estado Capital População GentilícioDDD

capitalSigla do Estado

Paraná Curitiba 10,4 milhões paranaense 41 PR

Rio Grande do Sul

Porto Alegre 10,6 milhões gaúcho 51 RS

Santa Catarina

Florianópolis 6,2 milhões catarinense 48 SC

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À MESA

Por causa do frio, do mar e da vida do campo, a culinária sulina é repleta de prazeres.

A carne é o alimento mais comum nos três estados, principalmente no Rio Grande do Sul e Paraná. A cultura gaúcha influenciou os demais esta-dos de tal maneira que em todos eles é possível encontrar hoje o churrasco de fogo de chão e o chimarrão. Uma dica: quem trabalhar com este público ganhará pontos se tiver sempre água quente para o chimarrão disponível.

O interior também possui outros pratos típicos com destaque para o mocotó de campo ou o carreteiro, feito com arroz e restos de carne de churrasco. As massas, herança da colonização italiana, e os embutidos, herança dos alemães, recheiam a gastronomia do sul.

No litoral, por sua vez, predomina a tradição açoriana, na qual os frutos do mar são uma marca registrada. Em Santa Catarina há um elevado cultivo e consumo de ostras e muito peixe, o que faz desse cliente um expert em matéria de qualidade em produtos do mar. A sequência de camarão é um prato catarinense bem popular, no qual são servidos camarões das mais variadas formas: frito, ao bafo, à milanesa, no vinagrete e ao alho e óleo.

A farinha de mandioca bem fina e a cultura de tomar café da tarde são outras características importantes dos hábitos à mesa do catarinense.

Após as refeições, doces alemães como strudel ou tortas de maçã, bem como ambrosias e papos-de-anjo.

CURiOSiDADES

A palavra “tchê” é muito comum entre os gaúchos. Vem da Argentina e nada mais é do que a expressão que consagrou Ernesto Guevara, o “Che”.

O termo “ilha da magia” foi dado à cidade de Florianópolis na época da colonização açoriana. Acreditava-se que bruxas teriam desembarcado de navio, junto com escravos e pessoas doentes, todos banidos da Europa.