Tensões No Solo

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Tensões no solo

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  • 1 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

    Mecnica dos Solos II

    Tenses no solo

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    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Tenses no solo - definio

    Acrscimo de tenses

    Mtodos de clculo

    Exerccios

    Tenses no solo - definio

    Acrscimo de tenses

    Mtodos de clculo

    Exerccios

    Tenses no solo

    Mecnica dos Solos

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    Mecnica dos Solos

    Tenses no solo - definio

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    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Tenses no solo O solo ao sofrer solicitaes se deforma, modificando o seu volume e sua

    forma iniciais. A magnitude das deformaes apresentadas pelo solo ir

    depender de suas propriedades elsticas e plsticas e do carregamento a

    ele imposto.

    Nos solos ocorrem tenses devido:

    ao seu peso prprio e

    a carregamentos externos em superfcie (aumento ou diminuio)

    O conhecimento das tenses atuantes em um macio de terra de vital

    importncia no entendimento do comportamento de praticamente todas as

    obras de Engenharia Geotcnica.

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    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Tenses num meio particulado O solo constitudo de um sistema de partculas e as foras aplicadas a

    eles so transmitidas de partcula a partcula, como tambm so suportadas

    pela gua dos vazios.

    As foras nos contatos partcula-partcula apresentam-se de forma

    complexa e depende do tipo de mineral.

    No caso de partculas maiores, em que as trs dimenses ortogonais so

    aproximadamente iguais, como so os gros de silte e de areia, a

    transmisso de foras se faz atravs do contato direto mineral a mineral.

    No caso de partculas de mineral argila, sendo elas em nmero muito

    grande, as foras em cada contato so pequenas e a transmisso pode

    ocorrer atravs da gua quimicamente adsorvida.

    Em qualquer caso, a transmisso das foras se faz nos contatos e,

    portanto, em reas muito reduzidas em relao a rea total envolvida.

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  • 6 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Q

    Um corte plano numa massa de solo interceptaria gros e vazios e s,

    eventualmente, alguns contatos. Considere-se, porm, que tenha sido

    possvel colocar uma placa plana no interior do solo

    Tenses no solo

    Tenses num meio particulado

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    Professor DSc. Andr Ribeiro

    F

    N T

    F

    T

    N

    Q

    Diversos gros transmitiro foras placa, foras estas que podem ser

    decompostas em foras normais e tangenciais superfcie da placa.

    F

    N T

    F N

    T

    Tenses no solo

    Tenses num meio particulado

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    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Q

    Diversos gros transmitiro foras placa, foras estas que podem ser

    decompostas em foras normais e tangenciais superfcie da placa.

    Como impossvel desenvolver modelos matemticos com base nestas

    inmeras foras, a sua ao substituda pelo conceito de tenso em um

    ponto (desenvolvido pela mecnica do contnuo).

    F

    N T

    F

    T

    N F

    N T

    Tenses no solo

    Tenses num meio particulado

  • 9 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Diversos gros transmitiro foras placa, foras estas que podem ser

    decompostas em foras normais e tangenciais superfcie da placa.

    Como impossvel desenvolver modelos matemticos com base nestas

    inmeras foras, a sua ao substituda pelo conceito de tenso em um

    ponto (desenvolvido pela mecnica do contnuo).

    A tenso normal o somatrio das foras normais ao plano, dividida pela

    rea total da seco.

    A tenso cisalhante o somatrio das foras tangenciais, dividida pela rea

    total da seco.

    O que se considerou para o contato entre o solo e a placa pode ser tambm

    assumido como vlido para qualquer outro plano, como o caso do plano P.

    rea

    N

    rea

    T

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    Tenses num meio particulado

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    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Q

    P

    O que se considerou para o contato entre o solo e a placa pode ser tambm

    assumido como vlido para qualquer outro plano, como o caso do plano P.

    F

    N T

    F

    T

    N F

    N T

    Tenses no solo

    Tenses num meio particulado

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    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Tenses devido ao peso prprio do solo Nos solos, ocorrem tenses devido ao peso prprio e s cargas aplicadas

    (aumento ou alvio).

    Na anlise do comportamento dos solos, as tenses provenientes do peso

    prprio tm valores considerveis, e no podem ser desconsideradas.

    A distribuio de tenses no solo devido ao seu peso prprio pode resultar

    em um problema razoavelmente complexo, porm, existe uma situao

    freqentemente encontrada na engenharia geotcnica, em que o peso do

    solo propicia um padro de distribuio de tenses bastante simplificado.

    Isto acontece quando:

    a superfcie do solo horizontal, e

    as propriedades do solo no variam muito na direo horizontal.

    Tenses no solo

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    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    rea

    Vv

    .

    ZA

    X A

    Z

    Y

    N.A

    VPp ris m ad oP e s o .

    Quando a superfcie do terreno horizontal, aceita-se intuitivamente, que a

    tenso atuante num plano horizontal a uma certa profundidade seja normal

    ao plano. No h tenso de cisalhamento neste plano, as componentes das

    foras tangenciais ocorrentes em cada contato tendem a se contrapor,

    anulando a resultante.

    Num plano horizontal, A, acima do nvel de gua, atua o peso de um prisma

    de solo com peso especfico g.

    O peso do prisma dividido pela rea, indica a tenso vertical:

    Tenses no solo

    Tenses devido ao peso prprio do solo

    CLCULO DAS TENSES

    AA

    v zrea

    reaz.

    ..

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    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Diagrama de tenses com a profundidade de uma seo de solo, por hiptese seco

    s (kPa) 40 80 120 0

    -3

    -5

    48

    90

    z

    Areia fofa

    Pedregulho

    g =16 kN/m

    g =21 kN/m

    0

    -3

    -5

    483*163v

    902*21485

    v

    Para o perfil de um solo constitudo de n camadas horizontais, a tenso

    vertical em uma determinada profundidade dado por:

    A tenso vertical total em uma determinada profundidade devido ao peso

    prprio considera tanto os gros quanto a gua, assim a tenso cresce a

    profundidade.

    Considere o exemplo:

    ii

    n

    1i

    v z.

    Tenses no solo

    Tenses devido ao peso prprio do solo

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    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    zw = (5 + 6 +7) m = 18 m

    6 m

    7 m Areia fofa

    Argila mole

    5 m

    zw

    Se um tubo fosse inserido no solo at a

    face inferior da camada de areia, qual seria

    a altura da coluna de gua no tubo?

    49,05 kPA

    107,91 kPA

    176,58 kPA

    u = 18 * 9,81 = 176,58 kPa

    gua

    logo

    u (kPa)

    z (m

    )

    Poro-presso Tomemos, agora, um perfil de solo sedimentar como se segue:

    A presso na gua, poro-presso ou presso neutra, no plano inferior da

    camada de areia :

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  • 16 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    ZB

    ZW

    ZA

    X

    A

    B

    Z

    Y

    N.A

    wB2w12211

    v zzzA

    VV

    2211 VVPp rism ad oP e so

    wA zV 1

    wB zzAV 2

    Solo 1

    Solo 2

    Solo 1

    Solo 2 g uad ec o lun aw hu wBw zz

    Volumes

    Perfil de solo estratificado Considere, agora, o perfil do solo com o nvel dgua situado na

    profundidade zw.

    A tenso total no plano B, profundidade zB ser a soma do efeito das

    camadas superiores, considerando os respectivos pesos especficos de

    cada camada.

    A gua no interior dos vazios, abaixo do nvel dgua, estar sob uma

    presso que depende apenas de sua posio em relao ao nvel fretico.

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    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    ZB

    ZW

    ZA

    X

    A

    B

    Z

    Y

    N.A

    2211 VVPp rism ad oP e so

    Solo 1

    Solo 2

    Perfil de solo estratificado Considere, agora, o perfil do solo com o nvel dgua situado na

    profundidade zw.

    A tenso total no plano B, profundidade zB ser a soma do efeito das

    camadas superiores, considerando os respectivos pesos especficos de

    cada camada.

    A gua no interior dos vazios, abaixo do nvel dgua, estar sob uma

    presso que depende apenas de sua posio em relao ao nvel fretico.

    u v,

    v

    wBwwB2w1,v zzzzz

    Tenses no solo

    wA zV 1

    wB zzAV 2

    Solo 1

    Solo 2 Volumes

    wB2w12211

    v zzzA

    VV

    g uad ec o lun aw hu wBw zz

  • 18 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Considerando uma amostra do solo a uma profundidade z, temos as

    seguintes tenses atuantes:

    Tenso vertical

    -Peso prprio

    - Sobrecarga

    z sv

    sh

    z sv

    sh

    z sv

    sh

    zw q g = peso especfico do solo

    sv = g.z sv = g.z + gw.zw sv = g.z + q

    Nvel dgua

    Tenses no solo

    Tenso vertical

  • 19 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    O peso especifico dos solos varia aproximadamente entre 20 kN/m3 para

    um solo saturado e 16 kN/m3 para um solo seco. O peso especfico da

    gua vale 9,81 kN/m3.

    Tenso vertical Tenses no solo

  • 20 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Princpio das Tenses Efetivas A movimentao do solo e a instabilidade dele podem ser causadas por

    mudanas na tenso total, devido s cargas de fundaes ou escavaes

    em geral.

    No entanto, no to obvio que movimentos do solo possam tambm ser

    causados por variaes de poro-presso. Desta forma, se existe induo de

    deformao por mudana na tenso total ou da poro-presso, existe a

    possibilidade do comportamento do solo ser governado por uma

    combinao entre e u.

    Esta combinao conhecida como tenso efetiva (), por que ela

    efetiva em determinar o comportamento do solo.

    Tenses no solo

  • 21 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Ao notar a diferena de natureza das foras atuantes, Terzaghi identificou

    que a tenso normal total (s) num plano qualquer deve ser considerada

    como a soma de duas parcelas:

    a tenso transmitida pelos contatos entre as partculas, produzindo

    modificaes no arcabouo slido, por ele chamada de tenso efetiva

    (s);

    a presso na gua intersticial, correspondente carga piezomtrica, e

    que no causa nenhum aumento de resistncia, chamada de poro-

    presso ou presso neutra (u).

    Dessa maneira, foi estabelecido o Princpio das Tenses Efetivas:

    Todos os efeitos mensurveis resultantes de variaes de tenses nos

    solos, como compresso, distoro e resistncia ao cisalhamento so

    devidas a variaes das tenses efetivas.

    Tenses no solo

    Princpio das Tenses Efetivas

    ' = u

  • 22 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Esponja em repouso

    N.A

    O conceito de tenso efetiva pode ser visualizado imaginando-se uma

    esponja cbica, colocada num recipiente com gua. Na situao inicial, em

    repouso, as tenses resultam do peso da esponja e da presso da gua.

    Tenses no solo

    Princpio das Tenses Efetivas

  • 23 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    N.A

    Peso aplicado

    Ao se colocar um peso sobre a esponja, um acrscimo de tenso lhe

    aplicada. As tenses no interior da esponja sero majoradas deste mesmo

    valor. A esponja se deformar sob a ao deste peso, expulsando gua de

    seu interior. O acrscimo de tenso efetivo.

    Tenses no solo

    Princpio das Tenses Efetivas

  • 24 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    N.A

    Se, ao invs de se colocar o peso, o nvel da gua fosse elevado, de tal

    forma que o acrscimo de presso sobre a esponja fosse a mesma que

    aquela aplicada pelo peso colocado anteriormente.

    As tenses na gua no interior da esponja seriam igualmente majoradas

    desse valor, e a esponja no se deformaria.

    Isto porque a presso da gua atuaria tambm nos vazios da esponja e a

    estrutura slida no sentiria a alterao das presses, sendo o acrscimo

    de poro-presso.

    Elevao da gua

    Tenses no solo

    Princpio das Tenses Efetivas

  • 25 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    O comportamento de dois solos com a mesma estrutura e mineralogia ser

    o mesmo desde que submetido ao mesmo estado de tenses efetivas;

    Se um solo for submetido a um carregamento ou descarregamento sem

    qualquer mudana de volume ou distoro, no haver variao de tenses

    efetivas;

    Tenses no solo

    Princpio das Tenses Efetivas

    ndice

  • 26 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Determine os diagramas de tenses verticais efetivas e

    totais e da poropresso para o perfil de solo apresentado

    na Figura abaixo:

    EXERCCIO

  • 27 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    TENSO HORIZONTAL

    Ao contrrio da tenso vertical a tenso horizontal pode variar bastante em diferentes tipos de solo, e obtida atravs de um coeficiente, como indicado abaixo.

    Onde: K0 denominado de coeficiente de empuxo em repouso e pode ser variar entre 0,3 a 3.

    O valor de K0 para uma determinada camada de solo, a uma determinada profundidade, depende do tipo de solo e do histrico de tenses (variao do estado de tenses no tempo).

    '

    0

    '

    voho K

  • 28 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Valores Tpicos de Ko

    Solo Ko

    Areia fofa 0,55

    Areia densa 0,40

    Argila de baixa plasticidade 0,50

    Argila de alta plasticidade 0,65

    Argila pr-adensada 1

    Argila Normalmente Adensada 1

  • 29 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Define-se como argila pr-adensada a argila que, no passado, sofreu tenses maiores das que est submetidas na atualidade, e como argilas normalmente adensadas aquelas em que as maiores tenses j suportadas pela argila atuam na atualidade.

    Assim sendo o valor de Ko, a uma determinada profundidade depende do:

    Tipo de solo

    Histrico de tenses

  • 30 INSTITUTO TECNOLGICO DE CARATINGA

    Mecnica dos Solos II

    Professor DSc. Andr Ribeiro

    Exerccio

    Determine a distribuio das tenses totais, poro-presses e tenses

    efetivas verticais e horizontais do perfil de solo abaixo.