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TEOLOGIA DO CULTO AULA 1 1)CONCEITUAÇÃO a. O que é o culto? i.É o encontro de Deus com sua comunidade. b. O que é liturgia? i.É o conjunto de elementos e formas (espa tempos, objetos, funções, gestos, fórmulas, istórias, instruções, olares, s!mbolos e signi"cados# at quais se reali%a o encontro de Deus com sua com 2)REMINISCÊNCIAS DO CULTO NO NT. a. &mbora recebendo muito do antecessor israelita, o só pode ser entendido, em sua ess ncia, a partir do *estamento. +pesar de n'o sistemati%ar o assu *estamento possui tr s passagens muito rele$an respeito. i.Mt. 18.20: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles". . Destacam-se dois aspectos no te to/ 0m de disponibilidade do 1enor. Deus coloca-s generosamente 2 disposiç'o da comunidade que ela o encontre onde e quando quiser, bas que in$oque o seu nome. 3. Outro aspecto/ a comunidade reunida em seu o sinal por e cel ncia da presença de Deus nós. É ali, no meio das pessoas, que Deus es ii.1Co. 11.24-25: e, tendo dado graças, artiu- o e disse: "!sto o meu #oro, $ue dado em %a&or de &o#ês' %aça isto em mem(ria de mim". )a mesma %orma, deois da #eia ele tomou o #*li#e e disse: "+ste #*li#e a no&a aliança no meu sangue' %açam isso semre $ue o e erem em mem(ria de mim". . )esta passagem, que 5aulo reprodu% a insti ceia,temos por duas $e%es a e press'o 6em memória de mim7. &ncontramos, nestas pala$ras mais um aspecto b!blico do culto crist'o/ De que sua comunidade se encontre com &le. a. 5ara isso, 8esus instaura um rito. iii. +t. 3.93-9:/ +les se dedi#a&am ao ensino dos a(stolos e #omun /o, ao artirdo /o e s oraç es. odos

Teologia Do Culto - Aula 1

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TEOLOGIA DO CULTOAULA 11) CONCEITUAOa. O que o culto?i. o encontro de Deus com sua comunidade.b. O que liturgia?i. o conjunto de elementos e formas (espaos, lugares, tempos, objetos, funes, gestos, frmulas, histrias, instrues, olhares, smbolos e significados) atravs dos quais se realiza o encontro de Deus com sua comunidade.

2) REMINISCNCIAS DO CULTO NO NT.a. Embora recebendo muito do antecessor israelita, o culto cristo s pode ser entendido, em sua essncia, a partir do Novo Testamento. Apesar de no sistematizar o assunto, o Novo Testamento possui trs passagens muito relevantes a esse respeito.i. Mt. 18.20: Pois onde se reunirem dois ou trs em meu nome, ali eu estou no meio deles".1. Destacam-se dois aspectos no texto: Um deles a disponibilidade do Senhor. Deus coloca-se livre e generosamente disposio da comunidade, para que ela o encontre onde e quando quiser, bastando que invoque o seu nome.2. Outro aspecto: a comunidade reunida em seu nome o sinal por excelncia da presena de Deus entre ns. ali, no meio das pessoas, que Deus est.ii. 1Co. 11.24-25: e, tendo dado graas, partiu- o e disse: "Isto o meu corpo, que dado em favor de vocs; faam isto em memria de mim". Da mesma forma, depois da ceia ele tomou o clice e disse: "Este clice a nova aliana no meu sangue; faam isso sempre que o beberem em memria de mim".1. Nesta passagem, que Paulo reproduz a instituio da ceia, temos por duas vezes a expresso em memria de mim. Encontramos, nestas palavras mais um aspecto bblico do culto cristo: Deus quer que sua comunidade se encontre com Ele. a. Para isso, Jesus instaura um rito.iii. At. 2.42-47: Eles se dedicavam ao ensino dos apstolos e comunho, ao partir do po e s oraes. Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apstolos. Os que criam mantinham- se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuam a cada um conforme a sua necessidade. Todos os dias, continuavam a reunir- se no ptio do templo. Partiam o po em suas casas, e juntos participavam das refeies, com alegria e sinceridade de corao, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos.1. Ao descrever suscintamente a vida da comunidade primitiva, esse trecho menciona duas vezes o partir do po. uma denominao da ceia do Senhor. Trata-se de um ato litrgico, combinado com uma refeio. A celebrao da ceia se tornou ato frequente na comunidade.a. A primeira comunidade crist correspondeu a essa disposio e vontade de Deus, fazendo da celebrao frequente do culto, na forma do parti do po um dos traos mais marcantes de sua existncia.

3) A FUNDAMENTAO CRISTOLGICA DA ADORAO DA IGREJAa. Basta uma leitura superficial do Novo Testamento para convencer-nos de que a prpria vida de Jesus de Nazar , em certo sentido, uma vida litrgica[footnoteRef:1] ou, se se preferir, sacerdotal. [1: LITURGIA: Complexo das cerimnias eclesisticas, Rito; Ritual.]

b. O prprio Jesus parece ter entendido Seu ministrio segundo essa mesma perspectiva, j que veio para destruir as obras do diabo (1 Jo.3.8) e reconciliar os homens com Deus mediante a sua morte (Rm. 5.10, etc.). Sua vida inteira s tem sentido em termos dessa libertao e reconciliao.c. Jesus no procurou evitar a morte nem foi tomado de surpresa por ela, mas a previu e quis sofr-la como ponto culminante do Seu ministrio. Alguns chegam a afirmar que os evangelhos so narrativas da paixo precedidas de uma pormenorizada introduo[footnoteRef:2]. [2: Kahler apud Allmen, p. 22.]

i. Realmente nesse sentido que o Novo Testamento entende a morte de Cristo, embora no expresse sempre taxativamente a no ser na carta aos Hebreus e na literatura joanina.ii. Apesar disso, podemos afirmar, com certeza, que o Novo testamento nos apresenta o ministrio histrico de Jesus por conseguinte sua vida inteira como um processo litrgico, como liturgia, uma vida de adorao propriamente dita, aceita por Deus.d. Esse culto oferecido por Cristo tem dimenses temporais amplas. i. ele que corporifica concretamente a obra toda do Cristo, que foi preparada desde antes da encarnao, frutificou aps a ascenso e se manifestar em glria no dia da Sua volta.e. Com a queda e o pecado original comea diante de Deus e em Deus o mistrio da morte sangrenta e sacrificial de Jesus Cristo.i. Essa predestinao do Cordeiro sem defeito e sem mcula criou, por assim dizer, um vu sob cuja proteo o mundo pudesse continuar a viver sem cair presa na destruio decretada por Deus contra o pecado de Ado (Gn. 2.17), porque, por antecipao, sua manifestao histrica, no fim dos tempos, j se tornou eficaz diante de Deus.f. Esse ato perfeito de adorao culminou no sacrifcio da cruz e na ascenso explorado por Jesus Cristo a partir de Sua entrada na glria. Ele agora o sumo-sacerdote perpetuamente, Aquele que comparece por ns na presena de Deus (Hb. 8.2).i. Jesus cumpre um duplo ministrio: de um lado, o do ato expiatrio feito uma vez por todas; do outro, o ministrio de estender e tirar proveito dos benefcios plenos de sua obra salvadora, que permanece at a eternidade.ii. Quando da sua segunda vinda, o ministrio sacerdotal de Jesus cessar de ser expiatrio e ter to somente o carter glorificador e santificador, nem dir respeito mais ao mundo inteiro, mas s aos que tiverem aceitado a salvao por Ele conquistada mediante sua morte no Glgota.g. A base cristolgica da adorao da igreja consiste no ministrio de Jesus, no ato de perfeita adorao que Ele fez de Sua vida.i. O culto da igreja um memorial e um eco efetivo desse culto messinico.ii. A adorao da igreja tem uma dupla fundamentao cristolgica: o culto terreno celebrado pela vida, morte e glorificao do Cristo encarnado, e o culto celeste, que, na glria, Ele celebra at o dia do mundo vindouro.iii. O culto ento, se baseia nas experincias do Cristo nessa terra, e na glorificao do Cristo nos cus.

4) A PRESENA DE CRISTO NO CULTOa. Jesus inaugurou a adorao da Igreja quando instituiu a celebrao da Ceia do Senhor.i. Partindo o po, disse Ele: Isto o meu corpo. Semelhantemente declarou que o clice da nova aliana era o Seu sangue.ii. Prometeu estar com os que so Seus at o fim do mundo (Mt. 28.20) e estar no meio deles quando dois ou trs estivessem reunidos em Seu nome (Mt. 18.20).b. Como promessa do Cristo, cada vez que a Igreja se rene, ela passa novamente pela experincia do milagre da vindo do Cristo ressurreto para estar com seus seguidores. Assim, a adorao crist no fruto de iluso nem magia, mas sim uma graa.i. Graa porque a presena de Cristo a presena da salvao. Aquele que o Po da Vida que d a vida eterna (Jo. 6.51-58) se d a ns e, suscitando e fortalecendo-nos a f, nos atrai e une a Si.c. Assim, o culto cristo passa ser a forma mais visvel, central, da presena de Cristo.i. Essa presena no diretamente aparente. uma convico produzida por f, uma presena sacramental.ii. Essa presena imperfeita. S com o advento da segunda vinda que a presena de Cristo se tornar plena, perfeita.iii. A igreja no a dispensadora da presena de Cristo na adorao; tal presena fruto da ao livre de Cristo. Ela no pode ser produzida, deve ser implorada.iv. A presena do Senhor depende no do exerccio do poder sacerdotal, mas do fato de Ele escutar as oraes. Realar isso permitir que o culto como um todo deixe transparecer a sua verdadeira natureza. A presena de Cristo real, mas no resulta de uma ao mecnica; provm de Sua graa!