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TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
DANIEL SOTELO
GOIANIA, 2015
1
ÍNDICE
INTRODUÇÃO
1 – Métodos e Objetivos de uma Teologia do Novo Testamento
2 – O Problema do Jesus Histórico
3 – O Novo Testamento como releitura do Antigo Testamento
4 – O Acontecimento da Leitura
A - O texto e o autor
B – O leitor, o ouvinte ou espectador
C – A mensagem
PARTE I – SITUAÇÃO ATUAL DA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
CAPITULO I – STATUS QUAESTIONIS DA TEOLOGIA DO NOVO
TESTAMENTO
1 – Obras em Inglês
A – Hans Conzelmann. An Outline of the Theology of the New Testament. SCM
Press, London, 1978
B – Ethelbert Stauffer. Theology the New Testament, SCM Press, London, 1960
2 – Obras em Português.
A – Werner Georg Kuemmel. Síntese Teológica do Novo Testamento, Editora
Sinodal, São Leopoldo, 1984
B – Leonhard Goppelt. Teologia do Novo Testamento, Editora Teológica, São
Paulo, 2003
2
C – Joachim Jeremias. Teologia do Novo Testamento, Paulus, São Paulo, 1986.
Vol I
D – Alan Richardson. Introdução à teologia do Novo Testamento. ASTE, São
Paulo, 1984
3 – Obras em Espanhol
A – Eduard Lohse. Teologia Del Nuevo testamento, Ediciones Cristandad, Madrid,
1986
B – Joachim Gnilka. Teologia del Nuevo Testamento, Trotta, Madrid, 2000
C – François Vouga. Una Teologia Del Nuevo Testamento. Editorial Verbo Divino,
Navarra, 2003
D – Rudolf Bultmann. Teologia del Nuevo Testamento, Ediciones
Sigueme,Salamanca, 2001
CAPITULO II. TEOLOGIA DOS ESCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
1- TEOLOGIA PAULINA
2- TEOLOGIA DOS EVANGELHOS
3
INTRODUÇÃO
Muitas são as formas de se fazer uma Teologia do Novo Testamento. Pode-se
usar uma metodologia baseada na pesquisa bíblica. Fazer uma leitura exegética e
outra apenas teologia. Muitas Teologias do Novo Testamento foram elaboradas a
partir da Teologia Dogmática ou da Teologia Sistemática. Partiam dos conceitos:
de Deus no Novo Testamento; de Cristo, da Igreja, do espírito Santo, e assim por
diante.
Temos vários livros de Teologia do Novo Testamento. Alguns extremamente
conservadores, alguns dogmáticos, outros sistemáticos e outros bons com critica
exegética apurada. Daremos alguns exemplos do que temos em inglês, português,
e espanhol. Para termos uma idéia bem sucinta destas formas de se fazer
Teologias do Novo Testamento. Depois analisaremos um status quaestionis da
situação atual como está a Teologia do Novo Testamento. Faremos uma historia
da pesquisa. Faremos uma análise de obra por obra do que possuímos então ate
hoje. Faremos é claro, uma seleção de obras.
No segundo capitulo esboçaremos uma nova metodologia do que é possível fazer
numa Teologia do Novo Testamento.
E por fim, tentaremos fazer uma Teologia do Novo Testamento.
1 – MÉTODOS E OBJETIVOS DE UMA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
4
A Teologia do Novo Testamento tem como método às raízes de uma disciplina
cientifica. E difere da Teologia Dogmática e de Teologia Bíblica. Distingue a
compreensão dos textos das explicações dos artigos de fé. Este autor J P Gabler
foi o primeiro a fazer esta diferenciação (1753 – 1826). Ele toma a serio os textos
em si mesmos como historia e o modo às convicções do Cristianismo. Outro a
distinguir a Teologia Bíblica do Antigo Testamento e do Novo Testamento foi G L
Bauer (1755-1806).
A tarefa da Teologia do Novo Testamento consiste em interpretar e apresentar de
maneira sistemática as afirmações teológicas dos textos do Novo Testamento.
Começa por interpretar a mensagem central e a história da leitura do Novo
Testamento: conhecer a Deus e conhecer o homem são coisas que vão unidas
(João Calvino). A afirmação sobre Deus é a afirmação do homem, é uma leitura
existencial.
A Teologia do Novo Testamento difere de uma introdução do Novo Testamento e
uma historia da literatura do Cristianismo antigo, na medida em que não se
encontra na discussão das condições históricas da produção literárias dos textos e
dos escritos, senão que pressupõe como a condição necessária para a
compreensão da mensagem principal do texto.
O que podemos entender é que não existe uma Teologia do Novo Testamento,
mas varias Teologias do Novo Testamento. As Teologias do Novo Testamento
eram sistemáticas ou dogmáticas, baseavam - se em confissões de fé, temas,
símbolos dos Apóstolos, as doutrinas sobre Deus, Cristologia, Pneumatologia,
Eclesiologia. Baseava-se nas convicções cristãs das comunidades judaico-cristã,
helenísticas, de Paulo, pós - Paulina, de João.
F C Baur em 1864 e que depois foi retomado por Rudolf Bultmann falam de uma
teologia sem esquemas, e como se devia fazer Teologia do Novo Testamento.
Assim temos varias Teologias do Novo como: baseia-se em vários escritos do
5
Novo Testamento: Mt, Mc, Lc, Heb, I Pe e ou em blocos literários como: Lc/At,
Paulo, Jô; ou em temas da teologia cristã: evangelho, reino de Deus, a salvação, a
vida, a fé, a esperança, o amor ou em sistemas: Cristologia, Eclesiologia,
Escatologia.
2 – O PROBLEMA DO JESUS HISTORICO
A questão continua. O debate está acirrado. Uns enfatizam o Jesus Histórico e
outros o Cristo da Fé. O Cristo da fé é a continuidade do Jesus da historia. O
evangelho de Marcos apresenta Jesus o evangelista (Mc 1,1). O evangelho de Mt
apresenta Jesus como Filho de Abraão, de Davi, Emanuel e Salvador de Israel (Mt
1, 1.12-23). O evangelho de João (Jô 1,1-18) apresenta a encarnação e a recusa
dos judeus ao Filho de Deus, a palavra de deus feito carne.
A pergunta sobre o Jesus histórico é sobre: foi Jesus em Rabi e Profeta (Rudolf
Bultmann); um profeta escatológico (E P Sanders); um reformador do judaísmo
(John Peter Méier); um mestre da Sabedoria (Marcus Borg); um pregador
itinerante da Galileia (Burton Mack; John Dominic Crossan); ele era um filosofo
como os cínicos (F G Downing).
O Jesus da fé tem uma continuidade histórica e teológica entre o ensinamento do
Jesus histórico e o cristianismo autentico Jesus é o primeiro teólogo da Igreja, do
Cristianismo Primitivo através do seu ensinamento. Jesus é o da confissão de fé
na morte e na ressurreição. Este é o Jesus do Protestantismo atual.
O Jesus do Cristianismo e o da fé Cristã, o da proclamação, da morte e da
ressurreição de Jesus e então, o Jesus de uma historia e de uma teologia está
entre o Jesus da Historia e o Jesus Histórico que está narrado em I Cor 11,23-26
6
e em 15,3-5 deve ser fundamentado na proclamação da morte e da ressurreição
de Jesus. O verdadeiro Jesus é o do kerigma do ressurreto e do crucificado na
pregação pós-pascal (R Bultmann, M Kaehler, L T Johnson). A questão do Jesus
histórico segue sendo importante, o Jesus da fé e o da historia (E Kaesemann) e
que Jesus é o mais importante na pesquisa do Novo Testamento e na Teologia
Cristã e na Teologia do Novo Testamento está nos limites.
E não como uma teologia da literatura cristã da época apostólica e não no cânon:
o evangelho de Tomé, fonte Q, e as tradições apócrifas. Jesus histórico é o núcleo
do evangelho do Novo testamento está na atualidade e a presença de Deus no ato
simbólico, real e o Jesus que come e bebe com cobradores de impostos e os
pecadores (Lc 7,31-25), e a confiança e a nova criação (Gal 2, 14b-21; e Mc
11,21-25). A ressurreição ou a revelação, por parte de Deus, do crucificado como
Filho é a palavra da confirmação divina da liberdade adquirida e vivida por Jesus.
3 – NOVO TESTAMENTO COMO RELEITURA DO ANTIGO TESTAMENTO
Há uma continuidade do Antigo Testamento para o Novo Testamento. Isto pode
ser visto e relido em Mt 1,1. Neste texto apresenta Jesus Cristo como Filho de
Davi, Abraão. O evangelho de Mt afirma a identidade do deus de Jesus com o
Deus do Antigo testamento judeu, a Bíblia Hebraica
Na genealogia como nos relatos da infância de Jesus confirmam a impressão da
continuidade: a genealogia confirma o acontecimento da vinda de Cristo na
historia da promessa, os relatos da infância de Jesus como que é um resumo da
historia do povo de Israel (passagem no Egito, Êxodo, e retorno do exílio em Mt
2,13-23) e o evangelho cita muito o Antigo Testamento como cumprimento dele no
evangelho e as palavras dos profetas.
7
O Novo Testamento é uma releitura do Antigo Testamento. A citação é uma
releitura. A releitura assegura a continuidade entre o texto citado e o texto que se
refere a ele, já o que reproduz no essencial de forma idêntica. A reescritura é
quando a citação seleciona uma passagem que confere importância e interpreta o
texto.
O Novo Testamento se apresenta e se entende como uma releitura do Antigo
Testamento. A conseqüência imediata desta relação de intertextualidade é que o
Novo Testamento se apresenta e funciona como chave de leitura do Antigo
Testamento. Esta subordinação do Antigo Testamento ao Novo Testamento está
fundada na cristologia: o deus de Abraão, de Moises e de Davi se revela no deus
de Jesus, se encarna em cristo, na pessoa histórica de Jesus de Nazaré, que
morreu por nós, ao que Deus ressuscitou dentre os mortos, que subiu de novo aos
céus. Junto do pai e que retornará para julgar aos vivos e aos mortos. É válido que
as Sagradas escrituras sejam relidas a partir do acontecimento da revelação.
Pois a interpretação do Antigo Testamento a partir da revelação de Deus em
Cristo implica na concepção de uma historia da promessa que não dá razão do
modo em que o Antigo Testamento se define a si mesmo. O debate entre
hermeneutas judeus e cristãos faz com que apareça a existência de duas
comunidades descontinuas diferentes, as quais lêem o Antigo Testamento e a
outra o Antigo Testamento e o Novo Testamento e reconhecem a autoridade e a
revelação de Deus: o Cristianismo tem acesso ao Antigo Testamento e o Novo
testamento, o judaísmo rele o Antigo Testamento com o Talmude.
A Bíblia Judaica é o texto Hebraico da lei, dos profetas e dos escritos, e no
Cristianismo na LXX lê o Antigo Testamento em Grego, o cânon do Antigo
Testamento, a Bíblia Hebraica e o Antigo Testamento cristão formam o corpo
Cristão como literatura e teologia diferente dos judeus.
8
A idéia da historia da salvação começa com a Idea de eleição de Abraão e do
povo eleito, os profetas, a redução de Israel a um pequeno povo fiel, a aliança
antiga e nova e a historia da salvação em Jesus e a missão universal dos cristãos
é a historia da salvação linear (Oscar Cullmann). A idéia é a da dialética entre
promessa e cumprimento (G von Rad) que mostra como o Antigo Testamento é
uma promessa que se cumpre no Novo Testamento. A idéia de Tipologia ocorre
na relação entre as figuras do Antigo testamento e do Novo Testamento (Samuel
Amsler) (Abraão e os crentes. Moises ou Davi e Jesus). Há uma simetria com
concepções lineares na historia da salvação, entre promessa e cumprimento.
Ao ler o Antigo testamento vemos as diversas formas existenciais estão no
individuo baixo a lei e a fé cristã como graça do amor de Deus. Significa que o
Novo Testamento não deve ser lido a partir do Antigo Testamento, senão do
Antigo Testamento para o Novo testamento. A vantagem desta leitura é que
respeita a sua diversidade, historia, mensagem de cada livro e que vai dar em
Jesus Cristo como toda a verdade.
Jesus é o tema do conjunto completo da Bíblia, de maneira que o Antigo
Testamento Cristão deve ser lido de forma metódica e a partir da revelação de
Deus em Jesus como testemunho que se dá dele (Jesus). Esta interpretação se
chama de leitura cristológica do Antigo Testamento, que é a pratica cristã e tem a
vantagem de respeitar o debate com o judaísmo colocando em relevo a cruz e a
aliança nova. A fé em Jesus exigiu dos primeiros cristãos a transformação radical
de sua compreensão de deus como faz Paulo em Filip 3,1-12 e em Gal 1,10-2,21:
a vocação do apostolo dos gentios significa a conversão do antigo fariseu ao deus
que era seu.
4 – O ACONTECIMENTO DA LEITURA
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Devemos partir do texto, do leitor, espectador ou do ouvinte e a mensagem.
A – O texto e o autor
O texto em si ou qualquer objeto ao ser analisado (escritor, pintor, compositor) tem
uma importância fundamental do que faz de si mesmo. O texto, ou quadro ou a
musica está caracterizada pela intenção do autor para com o ouvinte, leitor, etc.
No conceito da nova retórica, o texto é uma forma de argumentação, tem uma
intenção ou propósito. Os leitores ou ouvintes devem se encontrar perante a obra,
texto ou musica para se interpretar ou entender o que se lê ou ouve.
B – O leitor, o ouvinte ou espectador
O que é ler e entender? R Bultmann questionou esta problemática colocando a
forma da compreensão e da precompreensão. Existe a compreensão de um texto,
de uma obra; mas existe antes da compreensão uma precompreensão. Há uma
promessa de que o texto ou obra que lida ou escrita foram feitos para mim e a
convocação de entrar no processo de dialogo que requer a minha atitude de ler e
escutar como tudo tivesse feito para mim. Qual é a mensagem essencial do texto
ou da obra para mim? A minha disposição do leitor e do ouvinte de se transformar
e modificar pelo acontecimento do encontro implicado no dialogo.
C – A mensagem
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A tarefa da interpretação se fundamenta na vontade de entender ao outro. Esta
vontade é um dos modos do dialogo. A arte de interpretar consiste em deduzir do
texto o sentido que permita explicar de forma simples o conjunto dos conteúdos do
texto.
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PARTE I – SITUAÇÃO ATUAL DA TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
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CAPÍTULO I – ANÁLISE DAS OBRAS DE TEOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO
1 – OBRAS EM INGLÊS
A – HANS CONZELMANN. An outline of the Theology of the New Testament.
SCM Press, London, 1978
Este autor escreveu uma: História do Cristianismo Primitivo, Teologia do Novo
testamento, comentários bíblicos, sobre a justificação, Paulo, exegese, judeus,
etc. Na realidade nestes livros encontramos toso em inglês, nenhuma obra em
português e em espanhol dois comentários bíblicos. O autor é luterano alemão.
A sua obra de Teologia de Novo Testamento difere das demais teologias em
vários aspectos. É um autor mais ou menos recente. Em pesquisa exegética é
excelente, tem uma nova perspectiva. Na realidade ele chama sua obra de
“Esboço de Teologia do Novo Testamento”. O livro foge da natureza de todos os
demais livros sobre Teologia do Novo Testamento: o dogmatismo, os temas da
teologia sistemática, etc.
Assim vale a pena pesquisar esta obra com todas as suas perspectivas
exegéticas.
B – ETHELBERT STAUFFER. Theology of the New Testament, SCM Press,
London, 1960
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Este autor viveu o final de sua vida o horror da guerra. Muitos teólogos alemães
eram a favor do nazismo e não se engajaram numa nova realidade da igreja e da
teologia. Sua obra ainda é influenciada pelo hegelianismo e pela filosofia
iluminista, tem em seu bojo ainda o ranço do Dogmatismo e da Teologia
Sistemática. A divisão de sua obra ainda é sistemática. A teologia tanto do Antigo
como do Novo Testamento estava ligada a conceitos da teologia Sistemática:
Deus, Cristo, Espírito Santo, Igreja, Escatologia, Vinda de Cristo, etc.
Esta obra ainda sofre a influencia de todas as teologias do século XIX e do inicio
do século XX. Tem o influxo da teologia do pós-guerra. A teologia liberal faz parte
deste complexo de pensar teológico. Esta teologia quer ser mais Teologia Bíblica
do que do Novo Testamento, é mais filosofia do que teologia. A teologia liberal se
baseia na pesquisa historico-crítica, com contornos históricos e historicistas. Enfim
era um modo de se fazer teologia na época.
2 – OBRAS EM PORTUGUÊS
A – WERNER GEORG KUEMMEL. Síntese Teológica do Novo Testamento,
Editora Sinodal, São Leopoldo, 1996.
Acho a melhor obra sobre teologia do Novo Testamento. A obra começa com a
Teologia Paulina, tem em mente a pesquisa exegética e seus resultados atuais.
Elabora a teologia a partir das testemunhas principais do início do cristianismo:
Jesus histórico, Paulo e João. Conforme o autor este é o modelo de como se faz
teologia: a proclamação de Jesus conforme os evangelhos sinóticos. A questão do
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Jesus histórico, o senhorio de Deus. A proclamação e a reivindicação de deus, a
exigência da fé em Jesus Cristo. A paixão e a morte de Jesus.
A fé da Igreja Primitiva; a fé pascal, a fé em cristo na Igreja Palestinense e a
consciência da igreja. A teologia do Apostolo Paulo: a posição de Paulo; o tempo
da salvação; o evento do Cristo; a desgraça do homem no mundo. A salvação em
Jesus Cristo. O dom divino da salvação e a tarefa dos cristãos. E a comparação
entre a teologia de Jesus e de Paulo.
A teologia Joanina: a mensagem de Cristo no evangelho de João e nas cartas
Joaninas; a mensagem joanina de Cristo; a salvação e o caminho da salvação. Na
conclusão o autor trata do centro do Novo testamento: Jesus, Paulo, João: o
centro do Novo testamento; o futuro e a presença da salvação em Jesus; a
comunidade primitiva e Paulo; os escritos de João; a misericórdia de Deus e a
mensagem central do Novo Testamento.
B - LEONHARD GOPPELT. Teologia do Novo Testamento, Teológica, São Paulo,
2003
O livro de Goppelt traduzido na década de 80 pelas Editoras Vozes/Sinodal,
retorna agora com uma nova versão e editora. São dois volumes em um. Este
autor tem obras fantásticas como Tipos, Cristianismo Primitivo, Judaísmo, Novo
Testamento, Comentários, etc.
O Vol I fala sobre Jesus e a Comunidade Primitiva. Este volume tem duas partes.
A parte I trata da atividade de Jesus em seu significado teológico, que por sua vez
15
trata: do método e as fontes utilizadas. O pano de fundo histórico e o historico-
salvifico; o anuncio do reino de Deus por intermédio de Jesus; sobre o
arrependimento como exigência ética de Jesus; o arrependimento como dádiva do
reino de Deus; a auto-compreensão de Jesus; Jesus e a Igreja. Estes são os
tópicos da primeira parte do volume primeiro.
A parte II trata da comunidade primitiva ou a Igreja no povo de Israel.
O Volume II trata da pluralidade e a unidade do testemunho apostólico a respeito
de Jesus Cristo. Fala sobre Paulo e o cristianismo helênico, sobre a teologia
paulina, sobre a cristologia; a obra de Cristo; o efeito salvifico da vinda de Cristo: o
evangelho como revelação da justiça de Deus.
C – JOACHIM JEREMIAS. Teologia do Novo testamento. Edições Paulinas, São
Paulo, 1986
Infelizmente a obra ficou inacabada. O autor pretendia escrever o Vol II e morreu
antes.
O vol I trata da pregação de Jesus. O autor resgata um pouco do pensamento
originário de Jesus e dos semitismos encontrados nos evangelhos sinóticos.
O capitulo I trata da: questão da credibilidade da Tradição das palavras de Jesus;
a base aramaica dos logia de Jesus nos sinóticos; os modos preferidos do falar
de Jesus; as características da ipsisssima vox Jesus; o problema sinótico.
No capitulo II trata da missão de Jesus: Jesus e João Batista; a vocação de Jesus;
a transmissão da revelação; a interpelação de Deus como Abba; o sim para a
missão.
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O capitulo III fala sobre a irrupção do tempo salvifico: o retorno do espírito que se
apagara; a superação sobre o demônio; a vinda do reino de Deus; as boas novas
aos pobres.
O capitulo IV fala sobre o tempo da graça: a catástrofe. Os ais; as exigências do
reino. O capitulo V fala sobre o novo povo de Deus: a fé ; remindo a comunidade
de salvação; a filiação; viver como discípulo; o envio dos mensageiros; a
consumação do povo de Deus. O capítulo VI trata da consciência que Jesus tinha
de seu poderio: o mensageiro da salvação; o Filho do Homem; a paixão. E por fim,
o capitulo VII fala sobre a páscoa: a mais antiga tradição e a mais antiga
interpretação.
3 - OBRAS EM ESPANHOL
A – EDUARD LOHSE. Teologia Del Nuevo Testamento. Ediciones Cristandad,
Madrid, 1986
Esta obra mais recente é mais teológica do que exegética. O autor é bispo
luterano em Hanover, e tem algumas obras em Português: A historia da paixão e
da morte de Jesus; Introdução ao Novo testamento. Em inglês tem: Historia do
cristianismo primitivo; Ética teológica do Novo Testamento, etc.
Ele começa a sua obra fazendo e explicando a metodologia de trabalho e os
objetivos de uma teologia do Novo Testamento. Fala do evangelho, fundamento
da Igreja. Ele divide a obra em 6 partes. A mensagem de Jesus: o problema do
Jesus histórico; João Batista e o começo da atividade de Jesus; o reino de Deus; a
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vontade de Deus; a misericórdia de deus; o povo de deus; Messias e Filho do
Homem. Esta é a primeira parte.
A segunda parte trata do kerigma da comunidade primitiva: a ressurreição de
Jesus; a cristologia; a escatologia; a Igreja; o batismo e a eucaristia; os começos
da missão.
A terceira parte trata da Teologia de Paulo: o apostolo dos gentios; a cristologia
paulina; a justiça de Deus; o homem como criatura de deus; pecado, lei e morte; a
nova vida em Cristo; a igreja; batismo e eucaristia; a escatologia.
A parte quarta fala sobre a teologia dos sinóticos: a tradição de Atos dos
Apóstolos e as palavras de Jesus; o evangelho de Mc; o evangelho de Mt; o
evangelho de Lc.
A quinta parte quarta da teologia de João: o lugar histórico da teologia de João; a
cristologia; o mundo; o juízo escatológico; o espírito da verdade; as cartas de João
e a sua relação com o quarto evangelho.
A última parte trata da doutrina apostólica da Igreja: a herança apostólica; a
cristologia; a igreja; a vida cristã; a escatologia; a unidade do Novo Testamento.
B – JOACHIM GNILKA- Teologia Del Nuevo Testamento. Trotta, Madrid, 2000
Esta obra é uma das mais recentes sobre Teologia do Novo Testamento. Ela é
baseada nas ultimas pesquisas exegéticas e segue a classificação histórica dos
escritos do Novo Testamento. Ele começa com a Teologia do Apostolo Paulo: a
pregação; o evangelho e o apostolado; a visão do homem; a salvação realizada
por Deus; a fé como via de acesso à justificação pela fé; a reconciliação,
18
redenção, libertação, nova criação; em Cristo; no Senhor; o espírito; a
comunidade, sacramentos, povo de Deus.
O capitulo 4 fala dos escritos joanicos: os materiais pré-existentes; o homem no
mundo; cristo, o enviado de deus e a sua obra de salvação; a salvação presente.
A opção presente e a esperança futura; a comunidade eclesial.
O capitulo cinco trata da teologia pós-paulina: as cartas aos Col, e Ef; as
pastorais; Hebreus; o povo de Deus; a ética, a II Tess.
O capitulo seis trata sobre a Teologia do Apocalipse: os materiais pré-existentes; a
igreja dos últimos tempos; a perdição e a salvação; a imagem de Cristo; o que
virá; a instrução moral.
O capitulo sete fala sobre a teologia das cartas Católicas: a I Pe; a carta de Jd; e a
II Pe; a carta de Tg. Faremos um resumo aqui dentro de nossa Teologia do Novo
Testamento desta obra magnífica.
C – FRANÇOIS VOUGA. Una Teologia Del Nuevo Testamento. Ediciones Verbo
Divino, 2002
Esta obra é a mais atual de todas as teologias do Novo testamento. O autor é
luterano. A obra do século XXI. Ele começa a sua obra co: definição, tarefa e
método de uma Teologia do Novo Testamento; os problemas do Jesus histórico; o
Novo Testamento como releitura do Antigo Testamento; o acontecimento da
leitura. A obra tem a perspectiva retórica e lingüística na analise narrativa. Segue
o pensamento de Paul Ricouer.
O capitulo 2 trata do acontecimento da palavra: o evangelho e subdivide-se em: a
revelação de um tempo novo: Paulo e Marcos; o reino em Mc, Mt e Lc – a justiça
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em Mt e Paulo; a eleição em Paulo e I Pe; a verdade do evangelho; o dom de
Espírito Santo em Jô, Paulo e Lc; a nova criação em Paulo e apocalipse; morte e
vida em Jô e Paulo; a realidade da existência nova; a salvação em Lc e Jô; as
imagens de libertação e de purificação em Jô e cartas Joaninas; o perdão em
Paulo, Mt, Lc; a reconciliação em Paulo e em Ef; o surgimento do sujeito: a
existência cristã, a fé, a esperança, o amor; o fundamento cristologico: a
proclamação da ressurreição e a morte de Jesus; a ressurreição e a mensagem
pascal; o fundamento da fé: interpretações; a morte de Jesus: interpretações; os
lugares da fidelidade ao acontecimento; a presença do crucificado; viver e crer em
Jesus; Teologia do Novo Testamento; historia do Novo Testamento; paradigma
das interpretações do Novo Testamento: a parusia e a vinda do Filho do Homem
em Mt, Mc, Jo e Paulo; o milênio e o dia do Senhor em Apocalipse e I Pe; o
cumprimento da promessa; o juízo final em Paulo, Mt e Jô; a ressurreição dos
mortos em Paulo, Lc e Jô; a vida eterna em Jô, Paulo e os evangelhos e as cartas
pastorais.
D – RUDOLF BULTMANN. Teologia del Nuevo Testamento. Ediciones Sigueme,
Salamanca, 1996
Uma obra clássica em se tratando do autor. O livro de Bultmann tem dois volumes,
e agora em espanhol em um volume. O livro é dividido em três partes.
A primeira parte trata: dos pressupostos e motivos da teologia do Novo
Testamento. Esta parte é subdividida em três capítulos: a pregação de Jesus: a
pregação escatológica; a explicação da exigência de Deus; a idéia de Jesus tem
de Deus; a questão da autoconsciência messiânica de Jesus.
O capítulo dois fala sobre o kerigma da comunidade primitiva: o problema das
relações entre a pregação da comunidade primitiva e de Jesus; a comunidade
20
primitiva como comunidade escatológica; a significa primitiva; começos da
formação de formas eclesiásticas.
O capítulo três trata do kerigma da comunidade helenística antes e no tempo de
Paulo: a pregação acerca de Deus e de seu juízo, de Jesus cristo o juiz e salvação
e a exigência da fé; a consciência da igreja e a relação com o mundo; a relação
com o judaísmo e o problema do Antigo testamento; o kirios e o Filho de Deus; os
sacramentos; o espírito e os motivos gnósticos.
A parte II trata da teologia de Paulo e de João. O capitulo uma fala sobre a
teologia de Paulo a posição histórica de Paulo; o homem antes da revelação da fé;
os conceitos antropológicos; carne, pecado e mundo; o homem debaixo da fé: a
justiça de Deus; a graça; a fé; a liberdade. O capitulo dois fala sobre o evangelho
e das cartas de João: o lugar histórico de João; o dualismo de João; o juízo do
mundo; a fé.
A parte III trata da evolução para a Igreja antiga. O capitulo uma fala sobre o
nascimento e primeiro desenvolvimento da organização da igreja. O capitulo dois
falas sobre o desenvolvimento da doutrina; e por fim, o capitulo três fala sobre o
problema da conduta cristã.
21
CAPÍTULO II – TEOLOGIA DOS ESCRITOS DO NOVO TESTAMENTO
1 – TEOLOGIA PAULINA
A – Introdução
Paulo foi o primeiro escritor e o primeiro teólogo do Novo Testamento I Co 1:5.
Teologia da ressurreição é o primeiro escrito de Paulo
A teologia da ressurreição precede o nascimento, e a pregação de Jesus Cristo.
Paulo se preocupa com Jesus pré - existente (que está com Deus e se encarna).
Aparente contradição = Mt. 20:29- 34; Mc 10:46-52; Lc. 18:35-43
A teologia de Paulo = pré – existência, encarnação e ressurreição.
Antropologia de Paulo = Adão – humanidade de Cristo Glorificado
Diacronia = de fora para dentro = do novo para o velho
Sincronia = de dentro para fora = do velho para o novo
Eisegese = colocar o que não tem.
AT___________________________NT___________________________HOJE
Deus se manifesta versus Deus presente com o seu povo versus Deus está
através do Espírito Santo.
22
Deus tem ressuscitado dos mortos I Co 15:3b-5. Isso é um credo e uma confissão
de fé.
O que é Teologia da ressurreição? Jesus nasceu, cresceu, foi crucificado como
outras pessoas, como era costume naqueles tempos, mas só Jesus ressuscitou!
Paulo começa a fazer sua teologia (teologia da ressurreição – a igreja não começa
dos fatos históricos das pregações de Jesus, mas sim depois de sua morte e
ressurreição). É uma confissão de fé.
A teologia da ressurreição para a igreja primitiva significa que a morte de Cristo é
importante, mas o mais importante é a ressurreição, porque nesta época muitos
começaram a fazer sacrifícios, mas somente Jesus ressuscitou (qualquer uma
pode morrer, mas ressuscitar, só Jesus).
A igreja começa sua jornada a partir da ressurreição de Jesus. Depois de sua
aparição é que começa a escreve os Evangelhos. O primeiro foi João Marcos, o
qual era discípulo de Paulo (ele escreveu esta carta para Paulo, a respeito do que
estava acontecendo na igreja fundada em Roma; por isso Paulo escreve a carta
aos romanos). A Carta aos Romanos é o testamento teológico de Paulo. É
importantíssimo, porque através desta epístola é mudada a maneira da pregação
entre os romanos pagãos, judeus e gentios. Assim houve a primeira revolução no
Evangelho.
A Segunda foi com Santo Agostinho e Constantino. A terceira é com Lutero, em
cima das cartas feitas aos romanos. Em 1940 ocorreu a ascensão Hitler e o
comentário de Karl Barth a respeito desta epístola. Tudo isso porque ensina a
“justificação pela fé”, o que foi tirado de Habacuque, onde Paulo se baseou para
escrever esta epístola. Paulo é o primeiro escritor e o primeiro teólogo do Novo
Testamento.
23
II Tes. 4:14 = “... cremos que Jesus morreu e ressuscitou...”; justificação pela fé.
- Levantar – “Jesus... dentre os mortos”.
- Despertar – Jesus não permaneceu entre os mortos.
- Ressuscitar – ressuscitou.
II Co 5:15; Rom. 6:10; 14:9 – Paulo fala da morte e da ressurreição em que uma
está ligada e relacionada à outra.
É importante constatar que em muitos textos da Bíblia morte e ressurreição vêm
mostrando que Jesus ressuscitou e que nós também ressuscitaremos.
Fé – é forte, constituída com força vem de crise (quem sofre mais, tem mais fé).
II Co 13:4 – Jesus está vivo pelo poder de nosso Deus.
Rm. 4:25 – Quem foi entregue por nossos pecados, foi ressuscitado para a nossa
justificação.
Rm. 14:9 – Porque Cristo morreu, e voltou a vida.
Rm 8:34 – Acaso Cristo, o que morreu, mas que ressuscitou, está a direita de
Deus.
I Co 15:3 – acrescentou-se nesta confissão de fé: Maranata (era recitado) – ora
vem, Senhor Jesus. Tinham que crer na crucificação, morte, aparecimento e
nesse credo (maranata).
I Co 15:8; 16:22 – Aquele que não acreditasse era amaldiçoado.
I Tess 1:9-10; I Co 11:26c (“até que Ele venha” – vem do aramaico maranata).
Fil. 3:20-22 – transformará o nosso corpo em um corpo glorioso.
24
1. A fé cristológica na morte e na ressurreição.
2. Afirmações cristológicas sobre a obra de Cristo – FL 2:5-11; Gl 4:4; Rm 8:3; I
Jo 4:9
Salvação é a obra de Cristo:
Preexistência de Cristo (Deus enviou seu Filho – Ele veio em algum lugar; Ele
estava com o Pai);
Deus vem ao homem através de seu Filho, Jesus – presença existência;
Encarnação;
Espírito;
Preexistência – Filho de Abraão; Filho de Davi – termo pré – existência, ou seja,
antes dele se encarnar já existia como filho de Abraão, filho de Davi – terminologia
de pré – existência de Cristo.
3. A fórmula “Em Deus”
Paulo recebeu do judaísmo a concepção do Deus único (I Co 8:4-6; Rm 3:30 e Gl
3:20). Fala de justificação pela fé em um único Deus. (I Ts 1:9).
1 - EVANGELHO E APOSTOLADO
A - Evangelho
Os gregos já usavam no século V e IV a.C. a palavra “evangelho”. Evangelho no
NT foi utilizado por Paulo no ano 45 quando escreveu Gl e I Ts. Os evangelhos
25
receberam o nome de Mateus, Marcos, Lucas e João só a partir de 350 d.C (com
a canonização).
Para saber o que é Evangelho, primeiramente é necessário saber a biografia de
Paulo (vida, obra).
26
Cronologia de Novo Testamento
Gálatas, I Tessalonissenses____________________________________45 d. C.
Outros escritos de Paulo_____________________________________47-50 d. C.
Destruição de Jerusalém______________________________________70 d. C.
Evangelho Marcos__________________________________________70 d. C.
Morte de Pedro e Paulo em Roma______________________________70-80 d. C.
Apocalipse/ I, II e III João/ últimos____________________________90-120 d. C.
Escritos do Novo Testamento_______________________________120- 140 d. C.
Cânon e fechamento do cânon _________________________________350 d. C.
B - QUEM É PAULO?
É a Segunda geração dos discípulos (apóstolos). Matias (escolhido para ficar no
lugar de Judas) é Paulo (porque Matias é um nome de mistura aramaico, mas
traduzido é Saulo). Quem escreve é Lucas, discípulo de Paulo. O nome Matias só
aparece nesta escolha.
Os caps. 1 e 2 de Atos não são o começo, porque neste relata primeiro a escolha
e depois a conversão de Paulo (há uma inversão na colocação dos capítulos; eles
deveriam estar em outro lugar).
Paulo passa a ser a peça fundamental do evangelho. Foi ele quem criou o
cristianismo, e não Jesus. Ele faz a mudança de discipulado para apostolado.
O livro de Atos narra uma páscoa judaica, uma páscoa cristã e uma páscoa da
comunidade primitiva:
- Páscoa judaica – pregação (Evangelho) aos judeus;
- Páscoa Cristã - Evangelho na igreja;
- Páscoa da comunidade primitiva – evangelho inicial;
27
Paulo fica com a páscoa judaica e da comunidade primitiva e os discípulos com a
páscoa da igreja (cristã).
Quem começou o Evangelho foi Paulo (Gl 1:12-16).
Paulo não fez nada por ele, mas por Deus (I Co 14:45-58).
Paulo escreveu cartas aos Gálatas para diferenciar a justificação pela fé e da
circuncisão.
Ele estava em “briga” com Pedro, porque este queria a circuncisão dos gentios.
Gal 1:16 Deus revelou Jesus a ele.
Gal 1:12 o evangelho veio da revelação divina a Paulo.
Evangelho é salvação através de Jesus, Co 15:3-5 – confissão de fé da igreja
primitiva.
O evangelho de Paulo e o evangelho dos outros. O evangelho de Paulo mostra a
justificação pela fé. E dos outros mostra um evangelho segundo a lei. Paulo por
ela mesmo; prega fundamentalmente a ressurreição de Cristo, diferente da
narração de Lucas. Paulo por Lucas; há um certo exagero por parte de Lucas,
quando fala do seu mestre. Para Paulo o evangelho é a pregação de Cristo para a
justificação.
C - APOSTOLADO
Apóstolo é a mesma coisa que Evangelho na Teologia do Novo Testamento.
Quando Paulo receba a revelação de Cristo converte-se em apóstolo.
Apostolo como discípulo, ambos são uma vocação, aquilo que se faz por vontade
própria, fazemos por chamado ou desejo íntimo.
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Devemos Ter certeza de que somos vocacionados, ou seja, temos que ter
autoconsciência do chamado. Paulo mostra que é autoconsciente de sua vocação
como apóstolo – II Co 8:23, Fp 2:25 – apóstolo – vocacionado.
A vocação de Paulo se concretiza no anúncio do evangelho sem fronteiras, sem
limites. Esse evangelho sem limites é a proclamação da soteria (salvação) a todos
os homens.
A revelação do filho de Deus é o tema central da pregação da teologia paulina aos
gentios (Gal 1:16).
A teologia de Paulo fala da salvação universal (a salvação é para todos). A tarefa
do evangelho é o anúncio da salvação (I Co 1:1).
D - O HOMEM
1. O homem como criatura de Deus.
Em toda a bíblia o homem aparece como criatura de Deus. Deus é a origem de
todo ser e toda criação (I Co 8:6; Rm 11:36; I Co 11:12).
Paulo assume toda teologia do NT sobre a criação. Desta forma o apóstolo
combate o gnosticosmo e o maniqueísmo quanto a criação corrupta e má para ele
toda criação de Deus é uma boa criação. Em um outro aspecto Paulo combate o
panteísmo histórico, que pregava a existência de Deus em todas as coisas. Para
teologia bíblica o homem é criatura e Deus o criador (Sl 24:1; I Co 10:26).
29
Segundo a teologia do homem, este se divide em corpo, alma e espírito
(tricotomia) ou corpo e espírito (dicotomia). Deus criou o homem completo quem
divide somo nós mesmos.
Hoje em nossas igrejas encontramos Estoicos (tudo é pecado) e Espiritualistas
(nada é pecado, posso fazer tudo).
O homem é completo, assim Deus o criou.
Πλερoµὰ (Pleroma) – completo
2 - O HOMEM SER CORPORAL.
Paulo dispõe de uma categoria ou fórmula antropológica para descrever o homem
e sua essência, palavra que ele usa para o ser espiritual e carnal é σώµα (soma).
Psique = alma, pneuma – espírito, sarx = corpo e nous = mente – para Paulo não
existe e sim uma coisa completa, soma ou somático.
Sendo assim, a dicotomia, tricotomia ou quatricotomia caem por terra. Paulo
menciona esta separação para combate os epicuristas.
O corpo é um todo. O homem é um todo e não dividido em pedaços. Ser completo
que ainda não chegou a perfeição, o que só acontece quando após a morte
encontra-se com Deus embora seja completo.
Na filosofia grega, o corpo não valia nada. O corpo somente atrapalhava, era
como um receptáculo, tão somente a lama interessava, para se unir aos deuses
do Olimpo.
Estóico = tudo é pecado.
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Epicuristas = posso fazer todas as coisas (já estou salvo mesmo!).
E - A SALVAÇÃO DADA POR DEUS.
1. Justificação
2. Fé para a justiça
3. Reconciliação, redenção, libertação, nova criação, graça.
4. Em Cristo.
Deus tem realizado a salvação através de Jesus Cristo, através de sua morte
ressurreição a salvação está concretizada.
“Cristo morreu por nossos pecados” = confissão de fé. Mostra que a confissão de
fé e a formula de fé é uma criação da igreja primitiva.
1. Justificação – Paulo em Romanos e Gálatas transmite a força da ação
salvifica de Deus. A afirmação de que Deus torna os homens justos pode
ser uma coisa supérfula para o nosso mundo atual, ou seja, desnecessária.
Paulo luta constantemente em sua época para mostrar essa salvação que
neste período já não tinha muito valor (Rm 3:28).
2. A oposição fé e obras da lei dão a impressão de que uma independente da
outra. Paulo aos Coríntios declara que o homem é, justificado pela fé (I Co
4:4).
Nesse texto mostra que há esperança que o Senhor nos declare justos. A justiça
alcança tanto o serviço quanto os servidores, pois tudo isso são frutos da justiça.
A prática da nossa justiça deve ser estendida aos outros. A obra não é maior do
que a fé, e a fé não são maiores do que as obra.
31
3. Fé para a justificação – A interpretação que Paulo faz da justificação pela fé
não vem do Antigo Testamento, vem de um Conselho Religioso, mas vem
do sentido forense da lei romana (I Co 1:30 – Cristo é para nós justiça,
justificação e redenção). Ninguém vai ser justificado pela fé se pratica a
injustiça. Se não perdoamos o nosso próximo, será que Deus irá nos
perdoar? (II Co 5:19-21 – A justiça é de Deus; o pecado é do homem e a
injustiça também é do homem).
Ao carregar sobre si o pecado de todos, Cristo realiza a justiça de Deus. O
sacrifício de Deus é perdão da grande dívida, daí vem a justificação e redenção.
Ora, se a nossa grande dívida foi perdoada, porque não perdoamos os nossos
devedores? (Rm 3:24-26 – Paulo fala que a propiciação ou expiação é a prática da
justiça passando por cima de todos os pecados já cometidos).
A justiça de Deus é a que nos interessa, a morte de Cristo é a remissão dos
pecados. A justiça de Deus leva em si a idéia de revelação (Rm 3:21). Aqui a idéia
de revelação deve ser entendida como algo que vem de Deus, mas que
interrompe agora e continua como um futuro próximo e escatológico. O justificado
vive entre o presente e futuro, porém o presente não deve ser transferido para o
futuro, a salvação é pra já, a vida começa aqui e agora.
A justificação é a prática da justiça de Deus para conosco. A justiça de Deus é a
nossa justificação é a nossa aliança. A justiça de deus é aquela que nos torna
justos.
Somente aquele que recebeu a verdadeira redenção torna-se capaz de praticar a
justiça de Deus.
F - RECONCILIAÇÃO, REDENÇÃO, LIBERTAÇÃO, NOVA CRIAÇÃO E GRAÇA
32
1 -Reconciliação - A palavra reconciliação é o centro da teologia paulina (II
Co 5:19= mostra através de uma confissão de fé que Deus nos reconciliou).
A concepção cristã da reconciliação é que Deus, como criador, reconcilia a
sua criação e tudo aquilo que foi transgressão contra o próprio Deus. Para
Paulo a reconciliação é obra de Deus através de seu filho (II Co 5:20 =
“reconciliai-vos com Deus”). A reconciliação é a transformação da nossa
inimizade com Deus para a nossa amizade com Deus e com o próximo.
Quando chegar na igreja e não Ter nada contra nosso próximo e nada contra
Deus, estamos justificados diante de Deus. A justificação tem que se dialética
(movimento contínuo, eterno, infinito).
2 - Redenção – Gal: 3,13 – mostra que Cristo nos redimiu da maldição da lei
fazendo-se maldição por nós. Redenção significa resgate, adoção. Jesus
transformou a situação de escravo para a condição de filho, por adoção. Este
resgate traz liberdade.
- Remir = pagar para dar liberdade ao escravo (condicional)
- Redimir + remir pela Segunda vez (incondicional = todos têm direito à
liberdade)
3 - Libertação – Remir = redimir
4 - Nova criação – A expressão “nova criação” aparece somente duas vezes por
Paulo (II Cor 5:17, Gal 6:15) = nova criatura. Nova criação significa recriação. As
novas criaturas são sinais de esperança da nova criação, ou seja, esta se dá na
recriação pelo Espírito.
GRAÇA____________________
33
REDENÇÃO__________________RECONCILIAÇÃO
A - Graça - Tudo é Dom, graça de Deus não por merecimento do homem. A
palavra graça refere-se ao conjunto da doutrina da justificação. Graça é um termo
do poder divino para a salvação dos homens (Rm 5:15, 17, 20).
“Peca et fortifur” (Lutero) = quanto mais se peca mais se fortalece a recebe a
graça.
Em Cristo, no Senhor, no Espírito – Essas expressões são encontradas na
teologia de Paulo, são expressões usadas abrangendo as dimensões da vida,
principalmente quando se trata da comunhão, da vida cristã e da união com Cristo.
A expressão “em Cristo” é a mesma que no Senhor – também pode significar “o
Senhor exaltado que foi crucificado pelos homens, mas que Deus o ressuscitou”.
“Em Cristo” na teologia de Paulo significa em um com Cristo.
Na mística paulina esta expressão é cristocêntrica e pode significar a intimidade
do cristão com Cristo. Paulo usa uma expressão paralela como essa: “no Espírito
Santo”, em comunhão com Cristo e unido m Espírito é a mesma coisa do que
Cristo em nós. Tudo isso faz parte da vida cristã, Estar em Cristo.
A expressão “em Cristo” tem o significado escatológico porque ela dá idéia de
esperança. Significa que a autoridade e o senhorio de Cristo é para sempre. Estes
termos têm o significado paranético (Paranênse), exortam em esperar ou
permanecer em Cristo sempre (I Co 4:17, 5:17, 1:4; II Co 5:19, 2:12; Fp 1:13).
Fp 4:4 – “Alegrai-vos no Senhor”.
I Co 15:58; Fp 1:26 – “A glória de Cristo”.
Fl 20; Gl 2:4 = “A liberdade em Cristo” (Rm 8:39).
34
O amor de Deus em Cristo (Fl 23; Fp 2:29; Rm 8:9; I Co 2:12, 6:11; II Co 3:3; Rm
1:4)
a) Comunidade;
b) Sacramento;
c) Povo de Deus;
a) Comunidade – A teologia do Novo Testamento preza muito o tero
“comunidade” porque sem esta não existe nada: judaísmo, cristianismo.
O início do cristianismo é o início da fundação, criação e formação de
comunidades. A criação de comunidades tem duas finalidades:
- pragmática = prática, ação.
- Teológica
- I Co 9:2 = a igreja ou a comunidade é a marca de Paulo. É este quem inicia a
pregação, a criação da comunidade, e consequentemente é o criador do
cristianismo.
- Jesus não foi fundador do cristianismo, mas permaneceu no judaísmo. Se Paulo
não se levantasse e fundasse o cristianismo, os discípulos continuariam como um
movimento diferente dentro do judaísmo, tanto que Pedro queria circuncidar os
gentios convertidos. Mas Paulo veio com o cristianismo. Jesus não pregava outra
religião, mas viveu o judaísmo pregando a respeito do Reino de Deus. Portanto, a
igreja e o cristianismo foram fundados por Paulo.
Quando uma pessoa aceita o Evangelho vincula-se a uma comunidade. Paulo não
somente pregou, mas fundou comunidades. A criação de comunidades servia para
melhorar a vida cristã.
35
A criação da comunidade cristã não era uma necessidade pragmática, mas
teológica e catequética. Nesse sentido há uma grande relação entre comunidade e
segmento (Rm 1:7; I Ts 1:4 – referente a mar os amados de Deus). (I Co 1:2 –
referente os santos santificados em Jesus Cristo). O mais importante da
mensagem apostólica é sempre a comunidade e nunca o indivíduo. A conversão é
o início de todas as coisas:
- É o ingresso na comunidade;
- É a caminhada escatológica;
- A busca da santidade;
- A permanência na graça;
- Diaconia (serviço a comunidade);
- Unidade da comunidade;
- Comunidade universal (no sentido de católica);
Portanto, é uma comunidade de Deus (I Co 11:16).
(I Co 11:18, 22) = chamado, convocado para uma reunião.
b) Sacramentos – São os dois: batismo e santa ceia (eucaristia).
G - BATISMO
É um rito de iniciação e de entrada na comunidade. A palavra grega Baptismismo
significa imergir (entra na comunidade totalmente).
O Batismo – é a realização de um ritual de um simbolismo que vem com imagem,
a morte e o sepultamento de Jesus. Ao submergir o batizado sem a morte de
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Cristo. E ao emergir com Cristo ressuscitou dos mortos o batizado emerge da
morte para a vida.
Paulo quando fala da ressurreição de Cristo e do batismo do final mostra uma
escatologia implícita – Cristo ressuscita como fiel sempre no futuro. Se morrermos
com Cristo ressuscitaremos como Ele ressuscitou se não morrermos com Ele não
ressuscitaremos como Ele.
O crente livre do pecado superou todo e qualquer pecado. Daí significa ser
crucificado com; morrer com; e viver com. A comunhão com a morte e a
ressurreição de Cristo é adquirida no batismo, por isso, o batismo é renovação da
vida cotidiana do cristão. O ato do batismo é semelhante a morte do velho homem
a concepção de Paulo em Rm 6:3-5 mostra a idéia de união sacramental da morte
e ressurreição de Cristo no Batismo.
Batismo = um rio de passagem.
II Co 5:14 = A realização do batismo parte desse pressuposto: - a morte de Jesus.
A comunhão com Cristo operada pelo batismo aparece na comunhão de todos os
batizados na igreja. O batismo vincula o cristão à igreja e a igreja ao corpo de
Cristo. O ser batizado na igreja é incorporado ao corpo de Cristo. A comunhão de
Cristo com os batizados e deste com a igreja. O batismo não é salvação, mas o
complemento de fé e de comunhão é a justificação do perdão dos pecados. Ex. I
Co 6:1;1: 30; II Co 5:21; Rm 3:24-26.
O batismo está desta forma vinculado a um imperativo da ética e da justificação. O
batismo é a incorporação ao corpo de Cristo e incorporação a igreja e cria um laço
de união entre todos os batizados.
37
H - EUCARISTIA
A eucaristia na teologia paulina tem relação direta desta celebração com as
concepções de fé já existente nesta época.
A interpretação da eucaristia é diferente da teologia do batismo, enquanto que o
batismo é o ingresso na comunidade a eucaristia trata da permanência nesta
comunidade e é uma orientação ética da mesma. A concepção paulina de
eucaristia baseia-se na sua interpretação feita em I Co 11:23-25 e Lc. 22:19-20.
Em I Co 11:23-25 a palavra mais importante é “MEMÓRIA”
Para Paulo a eucaristia ou ceia é a recordação ou tornar presente Cristo na
comunidade. Essa presença crística se faz na comida, na bebida, na dimensão
salvífica de sua morte e na idéia da nova aliança como economia da salvação.
Quando Paulo fala da nova aliança ele está combatendo os corintios a cerca dos
dons da salvação. Esses membros da igreja de Corinto misturavam o gnosticismo
com o cristianismo referente às palavras pronunciadas sobre o cálice; a palavra
comer (11:27) e a palavra beber e o corpo e o sangue de Cristo são simbólicos
pelo pão e o vinho não se trata de transubstanciação e consubstanciação.
A eucaristia é um sacramento e a comunhão fraterna I Co 11:22. A celebração
eucarística mostra o amor mútuo entre os cristãos (v 21). A eucaristia é um Dom
vertical e horizontal, Deus dá o seu filho para a salvação de todos e na eucaristia
dentro da comunidade não deve haver comilões, nem o que passa fome.
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A eucaristia tem dois sentidos específicos: o corpo de Cristo e o corpo em Cristo.
Uma idéia eucarística e a outra idéia eglesiológica. A celebração eucarística cria a
comunhão com Cristo e cria a comunhão com fiéis. É sociológica porque reúne o
corpo de Cristo e escatológica porque vive na dimensão presente e futura. Por
isso a expressão de I Co 11:26 fala do futuro escatológico na expressão
“maranata”. A eucaristia é o memorial da morte e ressurreição tem a dimensão
escatológica da comida do banquete final.
O batismo é o sacramento da iniciação e a eucaristia é o sacramento dos
batizados. O batizado recebe o Dom do Espírito Santo e na eucaristia o Dom da
vida. No batismo você tem a comunhão da igreja, na eucaristia você tem a
comunhão de Cristo.
2 - TEOLOGIA DOS EVANGELHOS
Bibliografia.
J.Jeremias – Teologia do Novo Testamento – Paulus.
A. Richardison – Intr. A Teologia do Novo Testamento.
H. G. Kuemmel – Síntese Teológica do N.T.
Teologia dos Evangelhos Sinópticos
Três aspectos importantes dos sinópticos:
O Reino de Deus está próximo;
O Reino de Deus está no meio de vós;
O reino de Deus está em vós;
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A - TEOLOGIA DOS EVANGELHOS SINÓPTICOS
Os sinópticos vão ser escritos após p apóstolo Paulo escrever todas as suas
obras. Ao compor os evangelhos, cada autores dos mesmos evangelhos tentaram
articular as suas teologias. Enquanto Paulo prega o ressuscitado, os evangelhos
narram as tradições orais a cerca do Jesus histórico. A preocupação e a tarefa de
cada evangelista alem do caráter redacional e composicional por fim passa a ser
mais teológico.
A tradição sinóptica começa daquilo que foi passado da tradição oral que foram
ampliados e obtiveram um conteúdo teológico especial para cada comunidade.
B - A TEOLOGIA DOS DITOS DE JESUS (FONTE Q)
Os ditos de Jesus foram uma teoria elaborada por Martin Dibelius. Segundo esse
autor, os ditos são denominados parenesi. A parenesi (exportação) mostra as
condições das palavras de Jesus, transmitidas por relatórios de sua atividade.
Jesus pronuncia a halakah (comentário de lei literal) e a hagadah (comentário
não literal da lei). Que juntas formam o Midrash (comentário literal e não literal da
lei). Paulo vai trabalhar com a midrash. Alguns autores usam a fonte “Q” na busca
de recuperar as pregações e palavras de Jesus.
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A fonte “Q”, não é um texto narrativo, mas apotegma foram à cima dessas frases
curtas “mashal”, que foram escritos os evangelhos. Esses ditos ou frases curtas
sempre denotam a pregação de Jesus de forma escatológica (Lc 3:7-9 e 16); (Lc
4:1-12); Lc 6:20-23 e 27-(49); (Lc 7:1-10); (Lc 7:18-28 e 31-35); (Lc 9:56-60); (Lc
10:2-16 e 21-24); (Lc 11:9-13, 14-26, 29-32, 32-52); (Lc 12:2-10, 22-31. 39-46 51-
53); (Lc 17:23. 26, 34, 36,37).
Os ditos são fontes poéticas sapiênciais, que não são encontrados nos textos
narrativos de Lucas 7:1-10. Este escrito oferece uma logia de tradição, que
menciona a paixão de Jesus, este ligion é encontrado no escrito “Q” na história da
paixão de Jesus. A fonte “Q” pressupõe a fé na ressurreição a partir da
interpretação da cruz de Cristo. Desta forma podemos entender que estes relatos
são introduções escatológicas da igreja primitiva. Este logion é a mãe da teologia
Cristã.
O material de “Q”, formou-se pela tradição oral para depois ser fixado por escrito.
Assim sendo, no início da teologia Cristã, nós temos já uma separação de duas
teologias: o judaísmo cristão palestinense e o Helenista. Essas duas correntes
teológicas vão demarcar uma teologia implícita e uma teologia explicita.
A cristologia implícita trata de uma análise dos escritos da fonte “Q” comparando
com os Evangelhos. A teologia explicita analisa os escritos sobre Jesus e o título
cristológico. Este título cristológico sempre está relacionado com outros. Tanto a
fonte “Q” como o Evangelho de Lucas mostra a vinda do Filho do Homem em sua
plenitude Lc 12:40; em seu dia Lc 17:24; ou os dias Lc17: 26 e que sua vinda será
para o juízo (julgar). Jesus falou do Filho do Homem em sua mensagem e
pregação, porém, Ele mesmo não diferenciou a vinda do Filho do Homem e o
futuro do Filho do Homem, as suas palavras são impessoais Lc 12:8. Somente
após a cruz e a ressurreição a comunidade da fonte “Q” deixa bem claro que
Jesus é o Filho do Homem que virá.
41
É preciso preparar-se para essa vida. A fonte “Q” refere-se que a ressurreição
impulsou os pregadores nos anos após a morte e a ressurreição de Jesus a fim de
preparar o povo para o dia do Filho do Homem.
Isto demonstra que eles acreditavam que o fim estava muito próximo (segundo o
tempo em que todos os que estavam vivos presenciariam este fato. II Ts.
(responde) chamava-se a esperança dos que não esperam).
A proximidade constituía o fundamento da pregação de Jesus. A esperança na
vinda eminente é a experiência mais intensa após a ressurreição de Jesus entre
os mortos enquanto acontecimento apocalíptico. A fonte “Q”, não fala da parousia
(Segunda volta imediata) com datas fixas.
A visão da chegada do Filho do Homem é dada pela idéia do juízo. A esperança
do final se converteu no anúncio de Jesus sobre a “basiléa tou Theou: reino de
Deus” e “basiléa tou ouranous: reino dos céus”. A fonte “Q” vai se distanciar dos
outros evangelhos a madida que se aproximar da pregação de João Batista. Se
Jesus oferece a salvação através do Reino é porque há mais pressa e o juízo á
secundário.
No caso de João Batista, tudo ocorre ao contrário, pois ele é precursor de Jesus o
filho do homem, que batizará com o Espírito e com fogo Lc 3:16. Este texto reflete
a vinda de Javé em pessoa. Esse batizar com Espírito e com fogo significa os
acontecimentos apocalípticos da vinda de Javé ao seu povo.
O que caracteriza o discurso sobre o filho do homem são as sua funções,
principalmente a de juiz. A função de juiz e a confissão de fé na fonte “Q” querem
confessar Jesus como o filho do homem. A cristologia acerca do filho do homem
apresenta um desenvolvimento na fonte “Q”: 1ª Jesus é apresentado como
42
intinerante, sua pátria e seu lar Lc 9:58 e em 2ª Na ceia do filho do homem, muitos
não participarão dela, nem publicanos, nem pecadores, mas ladrões, prostitutas
entrarão em primeiro lugar no reino de Deus.
Com essas afirmações paradoxas o evangelho mostra a grandeza do Filho do
Homem (Fp 2:6-11), pois o Filho do homem renunciou todos os bens materiais,
para salvar os desprezados. Anuncia a sua graça como Dom.
A medida do juízo do Filho do Homem é a aceitação da sua vontade (aqui está o
juízo de Deus e a sua justiça). O convite considera a recepção da mensagem:
Amar os inimigos, renunciar da violência, essa idéia de não violência, essa idéia
de amor aos inimigos é uma tradição teológica da comunidade da fonte “Q” (Lc
6:46-49), fala da prática da graça. A graça exige responsabilidade, obediência e
serviço. A tradição é composta de todas as coisas e aí a igreja está sendo julgada
(Mt 11:2-6). A fonte “Q” mostra a maioria dos relatos de cura, nesse sentido Jesus
não é o Filho do Homem, mas um profeta escatológico (Lc 10:21).
Estes textos supõem que Jesus é filho no sentido completo e que o significado de
filiação se descreve como processo recíproco do conhecimento do filho e do pai.
Isto reflete que o logion era conhecido na comunidade “Q”. Sabiam, portanto que
Jesus era Filho do Homem, logo o filho faz conhecer o pai e o pai ao filho, e isto
refletido no Evangelho de João: “Quem vê a mim...” livros apócrifos: Eclesiástico
1:6-9; Baruque 3:32 = (Jó 28:23-28). Convém notar que essa formulação e
referência a Deus como pai encontra-se em Lc 10:22 (a). Este texto é uma
exclamação de júbilo: o ministério do filho consiste em que Deus se revela
precisamente com pai, por isso, que é filho.
O conhecimento do pai se acha incluso no conhecimento do filho. Encontramos no
evangelho 5 logias que fala de Jesus como sábio, é a fonte “Q” que estabelece a
relação entre Jesus e a sabedoria e apresenta Jesus como um grande sábio, se
diz que Ele era mais sábio do que Salomão (Lc 11:31). Jesus é considerado mais
43
sábio do que todos os sábios de Israel (Lc 7:35 ss.). A parábola da geração
obcecada considera João Batista e Jesus os filhos da sabedoria. Nas
perseguições muitas se solidarizam com Jesus e com os mensageiros de
sabedoria (Lc 11:49-51); (Lc 13:34 ss.); (Mt 23:34) referindo-se a Jesus como
sábio. A cristologia da sabedoria mescla o profeta, o sábio e todos os mensageiros
de Deus.
Na tentação de Jesus, o tentador chama Jesus de Filho de Deus (Lc4:3 e 4:9). No
relato do batismo de Jesus uma voz Divina chama Jesus de Filho de Deus. Para
os evangelistas a expressão “filho de Deus” é uma confissão de fé e refere-se a
uma cristologia messiânica como expressão da relação de Cristo com Deus. (A)
Resumindo: Jesus é o Filho do Homem, Jesus é o Filho de Deus, sabedoria
Divina, e com o tempo, certas confissões deixam de existir.
C - A COMPREENSÃO DA COMUNIDADE “Q”
A cristologia de “Q”, é formada por uma comunidade que recolhe após a páscoa a
pregação de Jesus. Esta comunidade esperava a volta do filho do homem para
realizar o juízo e se preparava para se encontrar com Ele. Estes relatos na
tradição oral foram escritos para ajudar os missionários nas suas pregações,
criando assim uma tradição de relatos. Com o texto reconstituído, os missionários
se serviam deles para fundarem as comunidades e pregar as mensagens
escatológicas a Israel. A questão é que com o passar dos tempos, as criações das
comunidades foram mais importantes do que a espera do juízo e a espera do filho
do homem. Surge então a 1º facção do cristianismo primitivo, os judeus cristãos
helênicos At. 12:16.
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Desta forma a fonte “Q”, ajuda os pregadores da época anterior ao evangelho a
recuperar a antiga tradição oral que agora passa a ser escrita. Este texto
reconstituído como mensagem como mensagem escatológica a Israel, por isso
tem um caráter fragmentário e tem que saber ser lido a fonte “Q”. (1967).
A fonte “Q” transmite uma mensagem do cristianismo judeu como movimento
escatológico. Samuel Schlz afirma: “O movimento” “Q” vivia num ambiente de
apaixonada expectativa escatológica eminente e que nesse sentido todas as
comunidades do cristianismo nascente viviam essa esperança”.
A fonte “Q” preserva a idéia de um verdadeiro Israel e um novo Israel de Deus, e
contém autodefinições escatológicas sobre os escolhidos e santos de Israel. Esta
compreensão não faz parte da comunidade Jerusalimitana. Hoffmamm Paul, fala
de um grupo dessa comunidade que utilizou a fonte “Q” dos ditos para a sua auto-
concepção e que o grupo é de uma igreja local e não do cristianismo todo. Grupo
significa: Atividade missionária e comunidade significa: Os crentes ou neófitos que
vão aumentar esse grupo com o surgir da igreja.
D - OS DOZE DISCÍPULOS
Dos doze surgiram uns grupos, comunidades (casa-templos) “OIKOS, igrejas
locais do Séc. II 200 anos após a morte de Cristo. Paulo fundou OIKOS que eram
templos e não igrejas. (I Pe e 3 de Jo foram às últimas cartas a serem escritas)”.
Marcos é o Evangelho das boas novas. O conhecimento desta obra procede da
tradição de Jesus. A questão fundamental é: Marcos depende de algum evangelho
ou de algum apóstolo ou de uma Segunda ou terceira geração de discípulos.
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Marcos vincula o Cristo da fé ao Jesus da história e parece conhecer Fp 2:6-11,
sobre a preexistência de Cristo. Para esse evangelista, Jesus não era apenas o
filho de Deus, mas o salvador do mundo, portanto a cronologia de Marcos baseia-
se não na ressurreição, mas na preexistência de Cristo. O Evangelho de Marcos é
o marco do kérigma da doxilogia. Cristo é o cosmocrator celeste, diferente do
Jesus rabino dos outros evangelhos.
Marcos compõe o seu evangelho partindo do Jesus histórico que em sua época
esteve sendo esquecido. O seu evangelho é uma pregação sobre os
acontecimentos históricos, por isso, a primeira fonte para compor o seu escrito
foram: as palavras de Jesus ou (a fonte “Q”) e tudo o que Paulo não escreveu em
suas cartas, mais o kérigma da morte e da ressurreição de Jesus que está em
Paulo. O interesse pela história de Jesus e pela sua vida pública, pelo batismo de
João até a paixão de Jesus, é os marcos primordiais dos Evangelhos.
Para Marcos a sucessão de fatos e a geografia são fortes detalhes de seu escrito.
Para Lucas Jesus é o Cristo da fé (aquilo que Paulo prega, já para Marcos Jesus
era, o Jesus histórico que fazia milagres). Para Marcos a sucessão de fatos e
atividade de Jesus sempre se dá no caminho da Galiléia para Jerusalém. Para
Marcos a paixão de Cristo é o ápice da sua mesianidade, por isso, encontramos
logo de início o relato da paixão Mc 3:6; 6:3; 8:31; 9:31; 10:33; 11:18; 12:12; 14:1;
14:55.
O caráter da pregação de Marcos concentra-se sobre o caminho para Jerusalém
para a cruz e para a ressurreição. O evangelho está a serviço do kérigma do
serviço messiânico.
1- O EVANGELHO DE MARCOS
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Mc. 1:1; como várias outras passagens relatam os títulos cristológicos dando
ênfase ao (Filho de Deus). Marcos não conhece o termo evangelho como os
outros evangelistas. Para ele o mais importante é o anúncio. Todas as vezes que
encontramos o termo evangelho, em Marcos Keríssein é o termo mais importante
porque tem o sentido do anúncio Mc. 1:14; 13:10; 14:9; para Kérissein, Mc. 8:35;
10:29; 1:1; para evangelion e Mc. 13:10; 14:9; para arauto kérissein (mensageiro).
Somente neste evangelho encontramos a expressão: Evangelho de Jesus Cristo,
Evangelho de Deus, (João Marcos usa a expressão de Paulo).
Marcos tem em mente a vida, a obra e o anúncio de Jesus seguindo as instruções
que recebera de Paulo conforme a expressão anunciar o Evangelho de Deus I Ts.
2:9; Gl.2:2; Rm. 2:1; esta é a linguagem missionária de Marcos e de Paulo para os
gentios. Marcos fala de Deus que anuncia o Evangelho do reino de Deus que é
encontrado no deutero-Isaías 40-55.
O tempo está cumprido, o reino de Deus está próximo Mc 1:15 e Is. 53:8; 55:4
(tempo pode ser kairos “tempo oportuno”; cronos “cronológico; hora “minuto”;
aionas “tempo de Deus”; hemera “dia”.
O segredo messiânico de Marcos está identificado com a idéia de que Jesus se
auto denomina ou não o filho de Deus
A cristologia do Evangelho de Marcos parte do segredo messiânico ou do título
cristológico do filho de Deus em Mc. 4:11, ele cita o mistério do reino de Deus. Em
Marcos 9:9 Jesus ordena a seus discípulos que desciam do monte da
transfiguração, que nada revelasse. Esse ocultamento se revela quando Jesus
começa a operar milagres em Mc. 1:44; 5:43. 8.26. As confissões de fé revelam os
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segredos messiânicos Mc. 1:34; 3:12; 8:30; o segredo messiânico pressupõe a
preexistência de Cristo. Esse segredo messiânico é o título cristológico que reúne
o Jesus histórico e o Cristo da fé.
As histórias da ressurreição e da páscoa mostram uma outra realidade do
segredo messiânico que é a influência apocalíptica vetero-testamentário no
Evangelho de Marcos. (apocalíptica), literatura de resistência aos governos
políticos e as potestades do mal. Após a páscoa não há mais pregação do
segredo messiãnico, mas a revelação do messias. Depois dessa data não se fala
mais de messias. Depois dessa data não se fala mais de messias mais do Cristo
ressurreto. Marcos 16:8(b), ainda mostra Jesus no sepulcro e ficam com medo e
não dizem para ninguém.
O reino de Deus é a salvação definitiva futura. Em Mc. 4:26-32 fala com será esse
reinado de Deus. A plenitude do Reino de Deus se dá através da exigência do
arrependimento e da conversão e da permanente situação ética mostrada pelo
ensino de Jesus. Nos textos Mc 1:15; 6:12; 1:4; encontramos o relato da
conversão feita pela pregação e João Batista, mas não é pregada pelos
discípulos. A pregação dos discípulos está centrada nas exigências éticas dos
ensinos de Jesus, por isso, a pregação de João Batista contém, não a conversão,
(mas a mudança radical de vida metanóia).
O reino de Deus no evangelho de Marcos inicia com a força e Jesus, suas ações
ou milagres em conflito com o reinado de satanás. O evangelho de Marcos é o
evangelho do conflito. Jesus no evangelho de Marcos, não é só aquilo que vence
o mal espiritual, a enfermidade, a violência, mas também a opressão política,
social e econômica, física e psíquica. O reinado de Deus é apocalíptico que
começa com o discipulado e acaba com a destruição do templo: 1º discipulado
1:16-20; 2º conflito: poder do mal – poder de Jesus; destruição do templo 13:1 ss.
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O evangelho de Marcos termina no capítulo 13. Os capítulos 14,15 e 16 são
acréscimos.
(Rodolph Pesh). No capítulo 13, vemos a relação do reinado de Deus e o filho do
homem. Nesse caso, vamos a concepção Basiléia de Marcos. Mc. 8:39, 9:1 e no
final do capítulo 13 vemos o final do mundo com a (abominação da desolação).
Nesse texto vemos claramente a idéia de Calígola, de colocar a imagem de Cezar
no templo de Jerusalém.
O capítulo 13 de Marcos é um pequeno apocalípse, onde fala da destruição do
templo e da profanação de um parenesi, de um martírio, da vigília e da atenção
que deveria ser prestada. Esse peque no apocalípse tenta narra uma situação e
uma expectativa de que os acontecimentos terrenos serão seguidos por
acontecimentos cósmicos (a palavra que mais aparece no capítulo 13 é semeion,
que significa sinal).
Marcos 13:5-13, fala do final do mundo. O versículo 7 fala do começo do fim, o
versículo 8 fala do início das dores e o versículo 13 fala do fim do fim. Estes textos
estão relacionados com as dores do messias. O evangelho de Marcos é o único a
falar da abominação da desolação. Esta palavra abominação “ESTÉKOTA” é o
masculino singular neutro que dá a entender que o mal chegou a seu ápice e que
todo esse mal se encarnar em uma pessoa, surgindo então o anticristo. Podemos
comparar esse texto de Mc 13:14 com II Ts 2:3 e com “Didaquê” 16:4.
4º Esd 5,6- “Os habitantes da terra não imaginam, não esperam e nem pensam
sobre aquele que virá com toda a maldade”.
Didaquê 16:4 – “Virá um sedutor deste mundo”
O anticristo é o termo usado para o sedutor Mc 13:22. Esse texto é uma
reenterpretação da profanação do tempo feita pelos romanos e o termo pode ser
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mais bem traduzido por malfeitor. Em 13:30 Mc abandona a idéia do fim de tudo
para falar de um fim próximo em 13:22.
A - O HOMEM E O DISCIPULADO – A ANTROPOLOGIA DE MARCOS.
A concepção de homem no evangelho de Marcos é pessoas individuais anônimas
sem nome ou com nome que oram e pedem, e que muitas vezes são muitos que
seguem a Jesus. São pessoas doentes, moribundos, paralíticos, possessos, mas
também são pessoas boas, sadias, que seguem a Jesus. São pecadores e
prostitutas e fariseus e saduceus, que são chamados a conversão e remissão dos
pecados. Essas pessoas fazem parte de dois grupos: Um próximo de Jesus é os
discípulos, ou alunos que seguem o mestre e os outros, desclassificados sociais.
O seguimento de Jesus pressupõe, o não olhar para trás, mas seguindo
radicalmente pelo caminho que o discípulo decide tomar é um processo longo e
permanente que deve ser feito como decisão e crise (juízo e justiça).
Toda essa compreensão mostra um só caminho, o
caminho da cruz. A pregação de Jesus é mais do que a cruz é a didática da
decisão e a ruptura que marca essa cruz, essa paixão e anuncia a graça de Deus
na ressurreição de Jesus.
B - O POVO DE DEUS.
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No evangelho de Marcos, Jesus dirigiu-s sempre ao indivíduo e este mulher
sirofenícia, que lhe pede socorro. Esta petição que é recusada no primeiro
momento pode ser entendida como uma metáfora, a o reino de Deus X reino do
mundo. A última ceia é o marco decisivo entre a dissolução o povo de Israel e a
igreja como o novo povo de Deus (o templo é substituído pelo corpo).
2 - TEOLOGIA DE MATEUS.
Comparando o evangelho de Mateus com o evangelho de Marcos, temos as idéias
semelhantes e diferentes entre esses dois escritores. Mateus começa com a
árvore genealógica de Jesus, a sua pregação e o seu futuro. Mateus termina
diferentemente de Marcos, um termina com o ressuscitado e a missão da
pregação universal do evangelho. O centro dos evangelhos trata do mesmo
assunto: A pregação e as parábolas de Jesus, a ação, os milagres, e os discursos
sobre a expectativa do reino de Deus. Visão panorâmica de Mateus:
Capítulos 1-4 – nascimento de Cristo;
Capítulos 5-7 - Jesus sobre o monte;
Capítulo 13 - Senta no barco;
Capítulo 18 - As crianças;
Capítulo 23 - Moisés;
Capítulo 24 - Descrição do templo.
A - VISÃO PANORÂMICA DE MATEUS.
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1___4____________________________________________________________
24.
24____25__________________________________________________________
28.
B - VISÃO PANORÂMICA DE MARCOS.
1____ 3
_________________________________________________15________16.
1_____4_________________________________________________14________
16.
O evangelho de Mateus como o de Marcos fala da palavra evangelizar 4 vezes.
O evangelho de Lucas + de 20 vezes.
O evangelho de João contém a palavra evangelizar porque a igreja já estava
instituída no período em que foi escrito, e foi escrito para combater o gnosticismo.
C - O POVO DE DEUS E A IGREJA MESSIÂNICA EM MATEUS.
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O fio condutor do evangelho de Mateus é partido da genealogia de Jesus. A
eleição de Abraão é a eleição do povo e, é a eleição da igreja. A promessa de
Abraão cumprisse na promessa de Cristo. A genealogia de Mateus é a única que
menciona cinco mulheres, Jesus é considerado filho de Deus cinco vezes.
D - CRISTO EM MATEUS.
Cristo é o título cristológico no evangelho de Mateus em que um significado de
ungido, escolhido, para ser o pastor do povo. Cristo é o complemento da idéia de
filho de Deus, que vai culminar com o predicado de Kirios do mundo todo.
BIBLIOGRAFIA.
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