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TEORIA DA AÇÃO//LILIAN GAMA TEORIA DA AÇÃO CONCEITO: Direito público, subjetivo, abstrato, de se exigir a prestação jurisdicional A teoria clássica, ou teoria imanentista ou, ainda, teoria civilista da ação , de Savigny, já há muito superada pela doutrina, ganhou força na época em que o Direito Processual ainda não era considerado ciência autônoma, sendo dependente do Direito Civil. Essa teoria considerava a ação como decorrência da violação do direito material ou, em outras palavras, a manifestação do direito material violado. A teoria concreta da ação, ou teoria concretista , foi a primeira a se opor à teoria clássica reconhecendo a autonomia do direito de ação, afirmando ser este um direito distinto do direito material. A teoria que defende ser a ação o direito de se obter em juízo uma sentença favorável, mas, apesar disso, reconhecia o direito de ação e o direito material como institutos diversos. Teoria de Chiovenda, direito potestativo Teoria abstrata do direito de ação, o simples direito de exigir a prestação jurisdicional, É IRRELEVANTE se o juiz julga improcedente ou não, direito de ação é incondicionado Abstrato porque não depende do resultado do processo Teoria Eclética, direito de obter uma resposta de mérito (mas tem que analisar as condições da ação, pois a ausência delas vai gerar a carência de ação, art. 301, X CPC) 3 ACEPÇÕES 1 - CONSTITUCIONAL Direito de ação Fundamental (Principio da Inafastabilidade) Autônomo Abstrato 1

Teoria Da Ação

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AULA

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LOCAO - CARTA COMUNICADO DE REAJUSTE DO VALOR DO ALUGUEL

TEORIA DA AO//LILIAN GAMATEORIA DA AO

CONCEITO: Direito pblico, subjetivo, abstrato, de se exigir a prestao jurisdicional

A teoria clssica, ou teoria imanentista ou, ainda, teoria civilista da ao, de Savigny, j h muito superada pela doutrina, ganhou fora na poca em que o Direito Processual ainda no era considerado cincia autnoma, sendo dependente do Direito Civil. Essa teoria considerava a ao como decorrncia da violao do direito material ou, em outras palavras, a manifestao do direito material violado.

A teoria concreta da ao, ou teoria concretista, foi a primeira a se opor teoria clssica reconhecendo a autonomia do direito de ao, afirmando ser este um direito distinto do direito material. A teoria que defende ser a ao o direito de se obter em juzo uma sentena favorvel, mas, apesar disso, reconhecia o direito de ao e o direito material como institutos diversos.

Teoria de Chiovenda, direito potestativo

Teoria abstrata do direito de ao, o simples direito de exigir a prestao jurisdicional, IRRELEVANTE se o juiz julga improcedente ou no, direito de ao incondicionadoAbstrato porque no depende do resultado do processo

Teoria Ecltica, direito de obter uma resposta de mrito (mas tem que analisar as condies da ao, pois a ausncia delas vai gerar a carncia de ao, art. 301, X CPC)

3 ACEPES

1 - CONSTITUCIONAL Direito de ao Fundamental (Principio da Inafastabilidade) Autnomo Abstrato

1- Ao sem sentido constitucional ao como direito de ao, o direito de ao tambm chamado de direito, (direito de acesso justia, aos tribunais, princpio da inafastabilidade da jurisdio, direito a jurisdio)

Tem-se o direito de ao independentemente de se ter o direito afirmado em juzo (ABSTRATO)

OBS!! O direito de ir ao judicirio no se confunde com o direito que se afirma ter contra o reu, ou seja, no que r dizer que vc tem razo) AUTONOMO Direito de ter acesso a jurisdio por meio de um processo devido

DIREITO DE AO FUNDAMENTAL, AUTONOMO, ABSTRATO

3 Que fica entre os outros dois, que o sentido processual da palavra ao (que um ato jurdico)

Este ato jurdico sempre um ato concreto

Este ato jurdico agora tem outro nome DEMANDA OU AO EM SENTIDO PROCESSUAL, que leva ao processo o problema a ser resolvido

2 MATERIAL (sinnimo de ) DIREITO (situao jurdica ativa) situao de vantagem conferida a algum

Ex: art. 195 CC Os relativamente incapazes e as pessoas jurdicas tm ao contra os seus assistentes ou representantes legais, que derem causa prescrio, ou no a alegarem oportunamente.

Aqui ao como sinnimo de direito Sempre que se vai ao judicirio o autor est exercitando o direito de ir a juzo (direito em sentido constitucional)e afirmando um direito contra o ru (ao em sentido material)

DICA!!! O assunto concursal ao demanda

Demanda e relao jurdica discutida (2 parte do assunto)

Em toda demanda h afirmao de um direito (h afirmao de uma relao jurdica relao jurdica deduzida em juzo) - RES IN IUDICIUM DEDUCTA. ( a coisa que foi deduzida em juzo)

Tem que examinar aquilo que foi deduzida em juzo, que o contedo da demanda

Todos os problemas de direito processual s podem ser resolvidos se vc examinar o que foi deduzido em juzo, um dado sem o qual vc no consegue responder a nenhum problema processual

3 Elementos de uma relao jurdicaTrechos da Parte Geral Cdigo CivilElementos da AoCondies da AoCompetncia objetiva

Partes (sujeitos)PessoasPartes LegitimidadeCompetncia em razo da pessoa

Em torno de um

ObjetoBensPedidosPossibilidade jurdica do pedidoCompetncia em razo do valor da causa

Em razo de umDelimitado pelo pedido

Fato JurdicoFatos jurdicosCausa de pedirInteresse de agirCompetncia em razo da matria

Causa da relao jurdicaDefinida pela causa de pedir

ELEMENTOS DA AO

CAUDA DE PEDIR

2HIPOTESENORMATIVA5DEMANDA

DIREITOS

3FATOJURIDICO

4RELAOJURIDICA

1FATO DAVIDA

DEVERES

tempo

Acontece um fato da vida (1), se uma hiptese normativa(2) recai sobre esse fato, ou seja, se esse fato consegue ser encaixado em alguma hiptese normativa, ocorre o que se chama INCIDENCIA, transformando esse fato da vida em um fato jurdico (3), que aquele que sofreu a incidncia de uma norma, e que tem aptido para produzir consequncias jurdicas.

Como diz Pontes de Miranda a norma colore o fato da vida, transformando ele num fato jurdico (a incidncia colore o fato)

Se a demanda 5Onde est a causa de pedir?

Causa de pedir = a 7 (3 + 4) conjunto das afirmaes do fato jurdico e do direito que se afirma ter.

CAUSA DE PEDIR a afirmao do fato jurdico e do fundamento jurdico (4, direito que se afirma ter)

Ex: Peo uma indenizao porque afirmo ter o direito de ser indenizado, porque o cara me deu um murro e fiquei com olho roxo (3 fato jurdico)

Todo 4 comea com direito de alguma coisa3 sempre o mais difcil, pois tem que descrever por completo (todo quadro ftico que autoriza o surgimento do direito)5 ao indenizatoria

A causa de pedir se divide em: (prxima + remota = causa de pedir)

CAUSA DE PEDIR PRXIMA est mais prxima da demanda (4) direito afirmado

CAUSA DE PEDIR REMOTA est mais longe da demanda (3) fato jurdico

O nosso cdigo adotou esta teoria

TEORIA DA SUBSTANCIAO - Tem que substanciar o direito que a pessoa afirma ter, o direito tem que estar vinculado a determinado fato jurdico (fato + direito afirmado) 3+4 (ESSA TEORIA ESTA CONSAGRADA NO INCISO III DO ART 282 DO CPC)

DICA!!! UMA CAUSA DE PEDIR S IGUAL A OUTRA SE TIVER SEUS DOIS ELEMENTOS IDENTICOS, OU SEJA AMBAS TEM QUE AFIRMAR O MESMO FATO JURDICO E O MESMO DIREITO AFIRMADO

TEORIA DA INDIVIDUALIZAO Teoria contraposta a de cima, que afirma que a causa de pedir composta exclusivamente pelo direito afirmado (4), o fato jurdico no compe a causa de pedir

EX: 2 aes pendentes ambas para anular o mesmo contrato, uma em razo do erro outra em razo do dolo.

OBS: Essa teoria NO foi acolhida pelo nosso Cdigo

OBS!!! Causa de pedir ativa e passiva uma subdiviso da causa de pedir remota

LEMBRAR QUE O JUIZ FICA VINCULADA A CAUSA DE PEDIR PRXIMA E REMOTA

ESTUDAR PEDIDO QUANDO ESTUDAR PETIO INICIAL

PARTES Sujeito parcial do contraditrio, que podem ser:

PARTE PRINCIPAL: DEMANDANTE E DAMANDADO, AUTOR E RU

PARTE AUXILIAR: parte, mas no formula pedido nem tem contra si um pedido formulado, Ex: Assistente

OBS!!! As vezes as partes do processo no correspondem as partes do conflito, no precisa haver esta coincidncia. Ex: MP em ao de alimentos para o menor

OBS!!! Um sujeito pode ser parte sem ser parte legtima, pois o sujeito que parte ilegtima parte, tanto que poder alegar sua ilegitimidade

AMICUS CURIA UM AUXILIAR DA JUSTIA NO PARTE

CLASSIFICAO DAS AES

PESSOAL Se o direito pessoalREAL Se o direito real

MOBILIRIAS E IMOBILIRIAS De acordo com o objeto do pedido, assim sendo, existem aes pessoais mobilirias, ex: cobrar dinheiro

Aes pessoais imobilirias, ex: despejo

Aes reais mobiliriasAes reais imobilirias

AO REIPERSECUTRIA Qualquer ao que se busque alguma coisa (NUNCA CONSTITUTIVA)Ex: Reintegrao de posse, despejo, reivindicatriaExiste reipersecutria pessoal ou real

AO NECESSRIA Ao que veicula a afirmao de um direito que somente pode ser exercitado em juzoEx: falncia, anulao de negcio, interdio, rescisria de sentena

Quando a ao necessria no se discute interesse de agir

Processo necessrio o que gerado por uma ao necessria

Dica! TODA AO NECESSRIA CONSTITUTIVAOBS: Ao possessria NO pessoal nem real, o direito a proteo de posse no encaixado em nenhum dos 2 por isso s possessria

AO DUPLICE

1) Sentido processual ou acepo processual de ao dplice So as aes que tramitam em procedimentos em que o ru pode formular pedido contra o autor no bojo da contestao pode ser feito no procedimento sumrio, nos JECs, nas aes possessrias (pedido de indenizao)Nessa acepo pedido contra posto e ao dplice so sinnimos

Ex: possessria (no que diz respeito ao pedido de indenizao)

2) Sentido material tipo de direito afirmado em juzo que tem uma caracterstica muito peculiar, um direito que poderia ter sido levado a juzo por ambas as partes (autor e ru), a diferena cronolgica, o primeiro que vier

Essa caracterstica gera uma consequncia prtica quando autor veicula uma ao dplice material, a defesa do ru tambm um ataque, ou seja, a defesa tem duplo sentido (defesa e ataque)

Ex: Pai vai a juzo oferecer alimentos, R$ 1.000,00, a o filho vem na defesa e diz no, quero R$ 2.000,00

Possessria (no que diz respeito a proteo possessria)

Ao declaratria (autor pede para declarar a existncia e o ru pede para declarar a inexistncia)

Ao declaratria meramente dplice

CLASSIFICAES DAS AES DE CONHECIMENTO

DIREITOS A UMA PRESTAO

EXECUO DIRETA H execuo direta quando o Estado por meios de seus rgos, faz com que a prestao seja cumprida, o Estado cumpre a obrigao no lugar do devedor.

O Estado prescinde do devedor, h uma atividade sub-rogatriaEx: penhora

ostensiva, pois voc v o dinheiro penhorado, mais cara, pois tem que haver todo um preparo por parte do Estado

Para muitos execuo mesmo s a direta

EXECUO INDIRETA - O Estado fora o devedor a cumprir a obrigao por presso psicolgica (temor ou estmulo)

Temor sanso punitiva. Ex. multa, priso civilEstmulo sanso premial. Ex: ao monitria, se o ru pagar liberado das custas e honorrios

invisvel

Alguns autores preferem denominar a execuo voluntria de cumprimento e usam execuo s para execuo forada

A efetivao do direito potestativo est no plano normativo (das ideias), pois um direito que no se relaciona com nenhuma conduta, s se opera no mundo jurdico Ex: direito de casar, divorciar (fisicamente falando nada muda, mas no mundo do direito muda)

Vou ao judicirio afirmando ter um direito potestativo, eu quero uma situao jurdica nova, ou a sua extino, ou a sua modificao.

A ao pela qual se afirma a existncia de um direito potestativo e que portanto se pleiteia a criao, a extino ou a alterao de uma situao jurdica, chama-se ao constitutiva (veicula um direito potestativo)

As aes constitutivas se submetem a prazo decadencial

EXCEES!! Existem aes constitutivas que no tem prazo. Ex: divrcio, (mas se houver prazo este ser decadencial)

Sentena constitutiva NO pode ser executada. Ex: anulo o contrato (est anulado e pronto)

Ex: De direito potestativo casar, anular um contrato, resolver um contrato, rescindir uma sentena, dividir um condomnio, divrcio

Ex: De ao constitutiva ao de divrcio, ao anulatria, ao rescisria, de resoluo do contrato

Em regra os efeitos so EX NUNC

EXCEO!! Ao anulatria tem eficcia retroativa expressamente prevista em lei (art. 182 CC)6 POLEMICAS

So 6 aes constitutivas, mas que possuem manifestaes doutrinrias que elas so declaratrias (com eficcia retroativa)

1 Ao de excluso de herana

2 Ao de interdio

3 Ao de falncia

4 Ao de reconhecimento de paternidade

5 Ao de nulidade

6 ADIN (tira a eficcia normativa da lei)

EVOLUO HISTRICA DAS AES

1973 Ao Condenatria era NO sincrtica Extraa-se um ttulo executivo para executar depois As executivas sincrticas eram excees:

Executiva lato sensu execuo direta (execuo sincrtica que se efetivava por execuo direta)

As 3 tem um ponto em comum, ou seja, todas veiculam direito a uma prestao

OBS! Nesse contexto havia aqueles que diziam que no havia qualquer sentido nessa distino, pois todas as aes de prestao deveriam ser chamadas de aes condenatrias, NO era relevante se era ou no sincrtica

1994Grande reforma legislativa que alterou o art. 461 do CPCTodas as aes de prestao de FAZER OU NO FAZER viraram sincrticas e portanto mandamental ou executiva lato sensu

1 Corrente: No existe mais ao condenatria de fazer ou no fazer, pois agora toda ao de fazer ou no fazer sincrtica, e portanto no pode haver condenao, PURA CERTIFICAO.

2 Corrente: No h distino se sincrtica ou no, tudo condenatria

2002Sincretizaram todas as aes de entrega de coisa que no dinheiro, art. 461-A CPC

1 Corrente: No existe mais condenatria para entrega de coisa (287 CPC)

2 Corrente: Tudo condenatria

2005Sincretizaram tudo

3 ACEPES:

1) MAJORITRIA Todas as aes de prestao so condenatrias. Se elas se efetivarem por execuo indireta so condenatrias mandamentais, se se efetivarem por execuo direta so executiva lato sens

Para essa concepo as aes de conhecimento se dividem em:

CONDENATRIAS CONSTITUTIVAS MERAMENTE DECLARATRIAS

Classificao ternria das aes

2) ABSOLUTAMENTE MINORITRIA Realmente no existe mais aes condenatrias, agora as aes so executivas lato sensu, mandamentais (aes de prestao), constitutivas e meramente declaratrias

Classificao quaternria das aes

Posio de Ada Peregrine Grinover

3) CLASSIFICAO QUINRIA Aes de prestao seriam 3, distinguindo-se o tipo de obrigao

CONDENATRIA ao de prestao pecuniriaMANDAMENTAL Fazer ou no fazerEXECUTIVA LATO SENSU Ao para entrega de coisa

CONSTITUTIVAS MERAMENTE DECLARATRIAS

AES MERAMENTE DECLARATRIAS Aquela em que se busca certeza jurdica sobre a existncia, inexistncia ou modo de ser de uma relao jurdicaEx: Smula 181 STJ

Em toda ao meramente declaratria deve o autor afirmar a dvida, a incerteza gerada por um comportamento da outra parte, deve o autor afirmar a incerteza jurdica que se busca dirimir

No se pede efetivao alguma, mas certeza, razo pela qual imprescritvel, pois no quero efetivar direito algum, a no ser o direito a prpria declarao

Posso pedir a declarao de qualquer direito?

No pode ter ao declaratria de direito potestativo (no existe), no entanto existe ao declaratria de direito a uma prestaoE: Juiz declare que tenho um direito de crdito

EXEMPLOS DE AO MERAMENTE DECLARATRIA

Ao de reconhecimento de unio estvelAo declaratria de inexistncia de relao tributriaAo de usucapioAo de consignao de pagamentoADC

ART 4, P - admissvel a ao declaratria, ainda que tenha ocorrido a violao do direito.

Cuida de um direito que j poderia ser efetivado

Significa que se a parte pode entrar j com uma ao condenatria, porque o direito dela foi violado, ainda sim (opo dela) pode entrar com uma ao meramente declaratria, ora se j posso pedir uma condenao porque que vou entrar com uma ao onde s quero reconhecimento, estranho mas possvel

Ex: Clarice Herzog entrou com uma ao de reconhecimento da responsabilidade do Estado em relao a morte de seu marido, mesmo que ela pudesse j na poca entrar com uma ao condenatria em relao ao Estado

Ser que ela poderia agora pegar a sentena meramente declaratria nos casos do pu do art 4? titulo executivo?

A quem diga que tem que entrar com uma nova ao agora condenatria para depois sim executar, viso tradicional do tema

O sujeito agora pode aps apurado o valor devido e executar, entendimento que hoje prevalece, pois se h uma coisa julgada que diz que o sujeito deve, no faz sentido entrar com uma condenatria

Ex: Art. 475-N. So ttulos executivos judiciais:(Includo pela Lei n 11.232, de 2005)I a sentena proferida no processo civil que reconhea a existncia de obrigao de fazer, no fazer, entregar coisa ou pagar quantia;(Includo pela Lei n 11.232, de 2005)

O STJ reconheceu a executividade das decises meramente declaratrias que reconheam direito exigvel

OBS!! Se voc entrar com uma ao condenatria interrompe o prazo da prescrio, mas uma ao meramente declaratria no interrompe porque voc que podia ter buscado a efetivao do seu direito e no buscou, voc s quis reconhecimento, no quis efetivar seu direito

AO

INTRODUO:

No Sc XIX, prevalecia o entendimento de que o direito de ao era concreto, ou seja, s tinha direito de ao quem tinha razo, se o autor fosse ao judicirio e perdesse, significa que o autor no tinha o direito de ao

Condies da ao para esses autores eram condies para a procedncia, condies que o autor deveria preencher para ganhar a causa

Nessa poca ento carncia de ao = a improcedncia da ao

Ambas so deciso de mrito (Teoria concretista da ao)

2 CONCEPO: Concepo do direito de ao como direito abstrato direito de ir, de provocar o judicirio, pouco importa se vai ganhar ou perder, tem o direito de ao semprePara esta concepo no h o que falar em condies de ao para ter o direito de ao, oposta a teoria concretista, acabou prevalecendo (separao do direito de ao com o direito discutido em juzo)

3 CONCEPO: Ecltica ou mista do direito de ao o direito de ao um direito a um julgamento de mrito, ou seja, no qualquer deciso pois tem que ser de mrito, e no sempre procedente, o que precisa que seja de mrito.Condies da ao para esta concepo so condies para um julgamento de mrito no necessariamente para a procedncia, assim sendo a carncia de ao diferente da improcedncia da ao, ou seja, se o autor no preenche as condies de ao ele carecedor de ao, a deciso de carncia de ao no uma deciso de mrito, a de improcedncia , pois rejeita o pedidoPara esta teoria as condies de ao devem ser examinadas antes de examinar o mrito, portanto a carncia de ao uma deciso que extingue o processo sem examinar o mrito. Enquanto que a improcedncia extingue o processo com exame do mrito (desenvolvida por Liebman)CONSAGRADA LEGISLATIVAMENTE NO BRASIL, MESMO SENDO MUITO CRITICADA

CRTICAS!!!1 DE ORDEM LGICA durante o processo o juiz formula dois juzos, um juzo sobre a validade do processo (regular) e outro sobre o mrito (se o pedido pode ser acolhido), ou seja ou a questo diz respeito a validade do processo ou ao acolhimento do pedido, a vem Liebman e diz que ainda tem uma terceira questo que so as condies da ao (que para Liebman no so nem questes de mrito nem pressupostos processuais), pergunta-se ento para que uma terceira categoria se s h dois juzos possveis(O projeto do novo CPC retira o termo condies da ao e carncia de ao)

2 muito difcil e em alguns casos impossvel separar as condies da ao do mrito da causa, ex. separar a possibilidade jurdica do pedido e a legitimidade ordinria do mrito da causa (impossvel)Ex:

Teoria da assero ou teoria da verificao in status assertionis das condies da ao, o juiz deve verificar a existncia das condies da ao analisando apenas a narrativa trazida pelo autor em sua petio inicial. Essa narrativa deve ser clara e coerente o suficiente para que a ao se apresente como juridicamente possvel (possibilidade jurdica do pedido), necessria (interesse processual ou interesse de agir) e instaurada entre as partes legtimas (legitimidade das partes). Caso no o seja, o processo ser extinto de plano, sem resoluo do mrito.

De acordo com essa teoria o exame da condio de ao e feito com base somente nas afirmaes das partes, consequentemente no haver prova para verificar o preenchimento das condies da ao, o juiz reputa verdadeira as afirmaes da parte, a carncia surge da simples leitura da inicial, se no surgir, a vai se produzir prova e a deciso vai ser de mrito.

Ex 1: Imagine que o autor entre com uma ao de alimentos contra o reu afirmando que irmo do reu e condene o reu a dar alimentos pois ele pode pagar, o juiz l a inicial e diz, se tudo que o autor disse verdade, esto presentes as condies da ao, cite-se o reu, ai o reu demonstra que no irmo mas amigo. Ao perceber que o autor mentiu o juiz vai julgar improcedente porque a carncia no decorreu da leitura da inicial, ela s se revelou pela prova, o caso de improcedncia e para teoria da assero a carncia tem que se revelar da simples leitura se se precisou provar o caso de improcedncia e no de carncia

Ex 2: Autor entra com ao de alimentos contra o reu, afirmando que ele meu amigo de 20 anos e porque a amizade fonte do dever de alimentar ele deve me prestar alimentos, ai o juz vai ver se tudo for verdade estar preenchida as condies da ao?? NO, pois para a teoria da assero a simples leitura da inicial se revela a carncia de ao (s existe assim para essa teoria)MARINONI SEGUE ESSA TEORIA

Liebman no adota essa concepo

Hoje prevalece o entendimento da teoria da assero

Para Fredie Didier se o absurdo se revela logo da simples leitura o caso de improcedncia, ele no adota a teoria da assero, posio minoritria

CONDIES DA AO

Limite ao exerccio abusivo do direito de agir

BASE LEGAL

Art. 267, VI depois da citao do ru, aqui tem nus de sucumbncia, cabe to somente apelao

Vl - quando no concorrer qualquer das condies da ao, como a possibilidade jurdica, a legitimidade das partes e o interesse processual;

Art 267, I primeiro contato do juiz com a inicial, anlise que o juiz faz sem citar o ru, aqui cabe apelao e juzo de retratao, aqui no tem nus de sucumbncia

Extingue-se o processo, sem resoluo de mrito:(Redao dada pela Lei n 11.232, de 2005)

I - quando o juiz indeferir a petio inicial;

Art. 295

Inciso II o juiz indefere por vicio de legitimidade Inciso III indefere por ausncia de interesse processual Inciso pargrafo nico, inciso III estabelece que o juiz por inpcia quando o pedido for juridicamente impossvel

Art. 295. A petio inicial ser indeferida:(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

II - quando a parte for manifestamente ilegtima;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

III - quando o autor carecer de interesse processual;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

Pargrafo nico. Considera-se inepta a petio inicial quando:(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

III - o pedido for juridicamente impossvel;(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

Art. 296. Indeferida a petio inicial, o autor poder apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, reformar sua deciso.(Redao dada pela Lei n 8.952, de 13.12.1994)

MOMENTO DE ALEGAO

No prazo da defesa, art. 301 CPC

Mas, se o ru no alegar a falta de condies da ao em defesa, pode alegar em outro momento?

Sim, mas ele vai arcar com eventuais consequncias ou qualquer matria de ordem pblica ele vai perder inclusive honorrios de sucumbencia

Essas matrias no estariam sujeitos a precluso nos termos do

Art. 267 3 - O juiz conhecer de ofcio, em qualquer tempo e grau de jurisdio, enquanto no proferida a sentena de mrito, da matria constante dos nos. IV, V e Vl; todavia, o ru que a no alegar, na primeira oportunidade em que lhe caiba falar nos autos, responder pelas custas de retardamento.

Art 301, 4 - Com exceo do compromisso arbitral, o juiz conhecer de ofcio da matria enumerada neste artigo.(Redao dada pela Lei n 5.925, de 1.10.1973)

1 CORRENTE: Existem condies da ao genricas (as 3 condies normais LIP) e especficas(depende da espcie de ao), faz distino entre as duas

2 CORRENTE: Oposta a 1

POSSIBILIDADE JURIDICA DO PEDIDO o pedido e juridicamente possvel quando ele pode ser acolhido, se no h uma vedao em tese ao seu acolhimento, o pedido e juridicamente possvel e esta condio da ao est preenchidaDe todas as condies da ao esta indiscutivelmente aquela sem moral alguma, todo mundo j reconhece que ela se confunde com o mrito da causa, o novo CPC no menciona mais essa categoriaEx: Liebman colocou como exemplo dessa aplicao da condio da ao a proibio de divrcio que vigia na Itlia, entretanto em 1972 o divrcio passou a ser permitido, ai em 1973 quando Liebman foi escrever a edio de 73 de seu livro, ele simplesmente eliminou a possibilidade jurdica do pedido como se no mais existisse porque no tinha mais exemplo, mas no avisou ao Brasil, a quando saiu o CPC no Brasil, saiu mencionando ainda a possibilidade jurdica do pedido , que nem o prprio Liebman defendia mais, ou seja nosso CPC que veio como um tributo a Liebman veio defasado uma das maiores trapalhadas legislativas da histria brasileira, porque fomos todos empolgados para homenagear o mestre que mudou de ideia e no nos avisou

LEGITIMIDADE AD CAUSUM Aptido para conduzir validamente um processo em que se discuta determinada relao jurdica

Toda legitimidade depende do exame da relao jurdica discutida (polo passivo e no ativo)

CLASSIFICAO DA LEGITIMIDADE (AULA 38) EXCLUSIVA s um sujeito pode discutir aquela relao (regra) CONCORRENTE OU COLEGITIMAO mais de um sujeito puder discutir em juzo a mesma relao jurdicaEx: ao coletiva, ao popular, qualquer credor solidrio pode cobrar dvida

OBS!!!SABER O QUE LEGITIMAO CONCORRENTE INDISPENSVEL PARA COMPREENDER O LITISCONSORCIO UNITRIO

ORDINRIA Ha legitimidade ordinria quando se discute em juzo em nome prprio discutir interesse prprio, ou seja, h uma coincidncia entre o legitimado e o titular da relao jurdica discutida em juzo. (REGRA) EXTRAORDINARIA OU SUBSTITUIO PROCESSUAL - H legitimidade extraordinria quando se est em juzo em nome prprio discutindo interesse alheio, ou seja, no h coincidncia entre o legitimado e o titular da relao discutida. (EXCEPCIONAL)Art. 6 do CPC - Ningum poder pleitear, em nome prprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei. Depende de Lei, consequentemente, no se admite legitimidade extraordinria de fundo contratual, negocialOBS!!!NO CONFUNDIR SUBSTITUIO PROCESSUA COM SUCESSO PROCESSUAL, QUE A MUDANA, A TROCA DE SUJEITOS NO PROCESSO ( UM FATO, TEM QUE VER NO CASO CONCRETO SE ELE SERA LETIMADO ORDINARIO OU EXTRAORD.)EX: O ESPLIO SUCEDE O REUNO CONFUNDIR TAMBEM SUBSTITUIO PROCESSUAL (QUE PARTE DO PROCESSO, ATUANDO EM NOME PROPRIO NA DEFESA DE INTERESSE ALHEIO) COM REPRESENTAO PROCESSUAL, (QUE NO PARTE, PARTE O REPRESENTADO, ELA ATUA NO PROCESSO EM NOME ALHEIO NA DEFESA DE INTERESSE ALHEIO)EX: O filho representado pela mo entra com ao de alimentos, a me no parte

No entanto, se o MP entra com ao de alimentos, ele MP a parte com legitimao ordinria, pois pede direito que no deleNa ao coletiva (ao civil pblica) a legitimidade extraordinriaPara Nelson Nery nesse caso a legitimidade do MP ordinria pois ele vai a juzo na defesa dos seus interesses institucionais (MINORITARIA)S que o interesse institucional dele o legitima a ir em juzo, mas no ser o interesse discutido em juzo para Fredie Didier que entende ser extraordinriaAs vezes acontece do sujeito ir a juzo discutir um direito que dele, mas no s dele, ele um co titular do direitoEx: condmino, credor solidrio Nesses casos fala-se que o sujeito tem legitimidade ordinria e extraordinriaA falta de legitimidade extraordinria gera uma deciso que no de mrito GRANDE PROBLEMA !!!A coisa julgada proveniente de um processo conduzido por um substituto processual vai atingir o titular do direito, o substitudoSIM, pois a legitimidade extraordinria vincula o substitudo (MAJORITARIO) Sempre que h legitimidade extraordinria vincula o terceiro(MINORITARIA) Que a coisa julgada no vincula, ela simplesmente aniquila a legitimidade extraordinriaREGRA: Se houver legitimidade extraordinria a coisa julgada se estende ao substitudo, salvo se houver regra expressa em sentido contrrio (art. 274 CPC)INTERESSE DE AGIRDeve ser examinado a partir de duas dimenses UTLIDADE h interesse de agir quando a demanda puder ser til ao demandante, puder propiciar algum proveitoPor isso que se dizem que aes em que se busca quantia irrisrias so aes inteis, porque se gasta mais para ir, gasta mais com o processo do que se pode obter, quando o processo perde o objeto falta utilidadeEx: perda de objeto da ao perda de utilidade NECESSIDADE preciso demonstrar a necessidade de ir a juzo, seno h abuso.OBS!! Nas aes necessrias a necessidade presumida porque elas veiculam direitos que somente podem ser exercitados em juzos, ento o interesse de agir no que diz respeito a necessidade est garantidoESSE BINMIO NECESSIDADE/UTILIDADE UM CLSSICO E A MAIORIA DA DOUTRINA RECONHECE COMO O BINOMIO DO INTERESSE DE AGIRH uma parcela da doutrina que acrescenta uma terceira dimenso do interesse de agir, que a Adequao ADEQUAO Para haver interesse de agir preciso que o procedimento escolhido seja adequado aquilo que voc pretende obter (MINORITARIA)Ex: O autor entra com MS, mas aquilo que ele pretende obter depende de prova pericial, e a prova pericial no pode ser realizado em MS, ento o MS inadequado ao proposito veiculadoPara Didier a adequao do procedimento nada tem a ver com o interesse de agir, o autor no tem menos ou mais interesse de agir porque errou no caminho, poia a escolha de um procedimento inadequado pode ser facilmente corrigido pelo juiz, que vai mandar processar pelo outroBarbosa Moreira chega a dizer que as vezes o autor est to agoniado que erra o caminho por excesso de interesseA falta de utilidade e necessidade NO podem so supridasQUALQUER QUE SEJA A CORRENTE ADOTADA A FALTE DE INTERESSE DE AGIR NO GERA DECISO DE MRITO

OBS!! Quanto ao exaurimento das vias administrativas, sempre que o legislador exigir o exaurimento, o que ele quer que o autor demonstre a necessidade

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS EXISTENCIA VALIDADEOBS!! Alguns autores no gostam de usar o termo pressuposto de validade, preferem requisitos de validade (pressupostos processuais de existncias e requisitos processuais de validade)So 3 os pressupostos de existncia do processo Existncia de um rgo investido de jurisdio (jurisdio)

Demanda ato de instaurao do processo

(demanda + jurisdio demanda perante um rgo investido de jurisdio)

Capacidade de ser parte ou personalidade judiciaria aptido para ser sujeito de um processo, ABSOLUTA, ou seja, quem tem capacidade de ser parte tem sempre, no admite gradao NO CONFUNDIR COM LEGITIMIDADE AD CAUSAM, que vc pode ter para um processo e no ter para outro

OBS!!! Toda as pessoas tem capacidade de ser parte, PESSOAS NATURAIS E JURDICAS, COMO TAMBM O CONDOMNIO, A MASSA FALISA, O ESPLIO, UMA TRIBO, A HERANA JACENTE, NONDUM CONCEPTUS (o no concebido que recebe herana, filhos futuros de algum, tambm chamada prole eventual, NASCITURO

H mais de quem possa ser parte do que pessoas neste mundo!!

Tradicionalmente os animais so vistos como objeto de direito e portanto no tem capacidade de ser parte, entretanto de uns tempos para c, uma parcela da filosofia do direito, ao menos os grandes primatas devem ser considerados sujeitos de direitoEx: Gorilas, chipanzs, bonobos e orangotangos

ABOLICIONISMO ANIMAL

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