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Página 1 EB 2,3 Ruy Belo FICHA INFORMATIVA DINÂMICA INTERNA DA TERRA Deriva Continental e tectónica de placas CIÊNCIAS NATURAIS Turma B | 7º Ano escolaridade | 3º Ciclo Ensino Básico 2 páginas | Prof. Maria João Ribeiro | Fevereiro 2013 | Ano letivo 2012/13 TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL Alfred Wegener, meteorologista alemão, defendeu a ideia de que no passado os continentes estiveram unidos, formando um só continente, que designou por Pangeia, rodeado por um só mar - Pantalassa. Este supercontinente ter-se-á fragmentado em diversos continentes que se terão movido até às suas posições atuais. Pérmico 225 milhões de anos Triásico 200 milhões de anos Jurássico 135 milhões de anos Cretácico 65 milhões da anos Actualidade Fases da deriva dos continentes ao longo de diversos Períodos, desde o supercontinente Pangeia até à configuração atual dos continentes-

Teoria Da Deriva Continental

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EB 2,3 Ruy Belo

FICHA INFORMATIVA

DINÂMICA INTERNA DA TERRADeriva Continental e tectónica de placas

CIÊNCIAS NATURAISTurma B | 7º Ano escolaridade | 3º Ciclo Ensino Básico2 páginas |

Prof. Maria João Ribeiro | Fevereiro 2013 | Ano letivo 2012/13

TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL

Alfred Wegener, meteorologista alemão, defendeu a ideia de que no passado os continentes estiveram unidos, formando um só continente, que designou por Pangeia, rodeado por um só mar - Pantalassa. Este supercontinente ter-se-á fragmentado em diversos continentes que se terão movido até às suas posições atuais.

Pérmico225 milhões de anos

Triásico200 milhões de anos

Jurássico135 milhões de anos

Cretácico65 milhões da anos

Actualidade

Fases da deriva dos continentes ao longo de diversos Períodos, desde o supercontinente Pangeia até à configuração atual dos continentes-

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A. ARGUMENTOS QUE APOIAVAM A TEORIA DE WEGENERA

RG

UM

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RFO

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S Os CONTINENTES APRESENTAM FORMAS COMPLEMENTARES QUE “ENCAIXAM” COMO PEÇAS DE UM PUZZLE, o que é compatível com a ideia de que no passado todos os continentes estiveram reunidos num supercontinente. Ex. Linhas de costa da América do Sul e de África.

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S Entre a América do Sul e África EXISTEM ROCHAS E CADEIAS MONTANHOSAS CONTÍNUAS, QUE SE FORMARAM AO MESMO TEMPO E NAS MESMAS CONDIÇÕES. O mesmo acontece entre a América do Norte e a Europa

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Alguns SERES VIVOS, essencialmente TERRESTRES, VIVERAM NO PASSADO EM LOCAIS GEOGRÁFICOS MUITO RESTRITOS. A PRESENÇA DOS SEUS FÓSSEIS EM DIFERENTES CONTINENTES é difícil de explicar, quer pelo seu aparecimento e evolução simultâneos em locais diferentes quer pela sua migração através de extensos oceanos. Os registos fósseis também permitem verificar que as condições ambientais naqueles continentes eram semelhantes

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TIC

OS Atualmente só existem glaciares

nos polos e nas altas montanhas, no entanto a PRESENÇA DE VESTÍGIOS SEDIMENTARES ESPECÍFICOS DE ZONAS GLACIARES NA AMÉRICA DO SUL, AFRICA, INDIA E AUSTRÁLIA indicam que estes territórios já estiveram mais próximos do polo sul e que se deslocaram ao longo do tempo até à sua posição atual.

A – localização atual dos continentes e a posição dos glaciares que foram encontrados com a mesma idade. B – Interpretação da posição que os continentes teriam tido quando se formaram os glaciares.

B. CRITICAS À TEORIA DA DERIVA CONTINENTAL Os argumentos apresentados por Wegener foram rebatidos pela comunidade científica, que

na altura, encontrava respostas alternativas aos factos.

A teoria foi apresentada em alemão o que dificultou a sua divulgação

A teoria de Wegener apresentava uma ideia dinâmica do planeta, o que contrariava nas

ideias fixistas então vigentes.

Wegener deixou por explicar um ponto-chave da sua teoria: O que provocou a rutura da

+pangeia e qual foi o mecanismo que fez mover os continentes?

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CONTRIBUTOS CIENTIFICOS QUE PERMITIRAM PERCEBER O MOVIMENTO DOS CONTINENTES

A. EM 1928 HOLMES PROPÕE A EXISTÊNCIA DE CORRENTES DE CONVECÇÃO

O calor interno da terra, resultante da radioatividade do núcleo interno seria responsável pelo aquecimento do material que constitui o manto. Ao ser aquecido o material ascenderia (subiria). Junto à superfície dar-se-ia o seu arrefecimento o que provocaria a sua descida, por aumento da densidade (materiais iguais são menos densos quanto maior for a sua temperatura).

B. A LOCALIZAÇÃO DE SISMOS E VULCÕES

A localização dos sismos e vulcões não é uniforme em toda a superfície terrestre, sendo situada ao longo de linhas que parecem dividir a superfície terrestre em porções.

Distribuição geográfica dos principais sismos e vulcões da superfície terrestre

C. O APERFEIÇOAMENTO DA TECNOLOGIA

O aperfeiçoamento da tecnologia, sobretudo durante a segunda Guerra Mundial permitiu o estudo do fundo dos oceanos. É hoje possível conhecer as formas de relevo dos fundos dos oceanos, a variação da idade das rochas e as variações paleomagnéticas dos mesmos

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ESTUDO DOS FUNDOS DOS OCEANOS

1. PERFIL BATIMÉTRICO

Para traçar o perfil batimétrico (relevo dos fundos dos oceanos) recorre-se a SONARES.

Plataforma continental – é como que um prolongamento do continente para baixo do oceano. A sua profundidade não é muito grande (150-500m), e também não é muito inclinada. Está coberta por areias e outros sedimentos que são transportados por exemplo pelos rios desde o interior dos continentes.

Talude continental - já tem um declive muito acentuado. Prolonga-se desde a plataforma continental até ao fundo do oceano (pode ir até 1000m de profundidade). Tem o aspeto de um muro (muro=talude), e é aqui que geologicamente termina o continente.

Dorsal oceânica - É uma gigantesca cordilheira de montanhas submarinas no centro das quais se encontra o vale de Rifte. A dorsal médio-atlântica (que passa a meio do oceano Atlântico, entre o continente Americano e a Europa/África) é a maior cordilheira de montanhas do planeta. Tem cerca de 65 000 km de extensão e seria vista do espaço, se não fosse o oceano

Rifte - Localiza-se no centro da dorsal. Corresponde a uma fissura através da qual há extrusão de magma a partir do interior da Terra.

Planície abissal - É o fundo do oceano propriamente dito. Corresponde à zona do fundo do oceano com aspeto mais plano (daí o termo “planície”). Pode ir até 6000 metros de profundidade e está coberto por sedimentos muito finos ou então rocha nua.

Fossa oceânica - como o seu nome indica, são grandes depressões estreitas e profundas, de paredes escarpadas, e com uma profundidade que geralmente varia entre os 3000 e os 5000 metros. A fossa mais profunda explorada até hoje é a das Ilhas Marianas

O estudo do relevo submarino sugere que AS ROCHAS DO FUNDO SE FORMAM A PARTIR DE MATERIAIS LIBERTADOS NOS RIFTES, QUE SE EXPANDEM PELA PLANÍCIE E SE AFUNDAM NAS FOSSAS, EXPANSÃO QUE É ACOMPANHADA, PORTANTO PELO MOVIMENTO DO FUNDO OCEÂNICO. Os riftes são mais frequentes nos fundos oceânicos, mas ocorrem, por vezes, nos continentes (ex: Rifte continental de Aftar)

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2. PALEOMAGNETISMO DO FUNDO DOS OCENANOS

O paleomagnetismo (estudo da evolução do campo magnético terrestre) permite, a partir das rochas constituídas por minerais, alguns deles com propriedades magnéticas), obter o registo das alterações do campo magnético.

Durante a sua formação, as rochas ficam magnetizadas e conservam essa característica, independentemente das alterações posteriores do campo magnético. Diz-se que as rochas têm um registo paleomagnético.

A ANÁLISE DAS ROCHAS DOS FUNDOS OCEÂNICOS MOSTRA UM REGISTO PALEOMAGNÉTICO SIMÉTRICO E PARALELO, DE AMBOS OS LADOS DA DORSAL. Isto sugere que quando a nova crosta oceânica é formada no rifte, solidifica de ambos os lados, ou seja em placas diferentes que tendem a afastar-se. A medida que esse afastamento se vai fazendo, rochas que se encontravam na zona de rifte, quando se formaram, vão sendo, simultaneamente deslocadas para longe dele – alastramento dos fundos oceânicos.

3. IDADE DOS FUNDOS OCEÂNICOS

É possível determinar a idade das rochas do fundo oceânico. AS ROCHAS MAIS RECENTES ESTÃO JUNTO À DORSAL OCEÂNICA E SÃO TANTO MAIS ANTIGAS QUANTO MAIS AFASTADAS ESTÃO DELA. A VARIAÇÃO DA IDADE DAS ROCHAS É SIMÉTRICA DE UM E OUTRO LADO DO RIFTE.

O estudo dos fundos oceânicos e a análise da variação da idade das rochas que os compõem permitiram perceber qual o material que constitui a superfície da Terra e que o movimento é divergente desde os riftes até aos locais onde submerge – fossas ou zonas de subdução.

4. TEORIA DA EXPANSÃO DOS FUNDOS OCEÂNICOS (Harry Hess – 1960)

Os fundos oceânicos formam-se a partir dos riftes, crescendo simetricamente a partir dessa zona e sendo posteriormente destruídos nas zonas de subducção. Como consequência da expansão dos fundos oceânicos, os continentes que os limitam, tendem a afastar-se nuns locais e a aproximar-se noutros.

5. EXPLICAÇÃO ATUALMENTE ACEITE

Desde 1994 a comunidade científica defende que a ascensão do magma, devido às correntes de convecção existentes na astenosfera, favorece a deslocação das placas tectónicas, empurrando-as, por alastramento, a partir das zonas de rifte.

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TEORIA DA TECTÓNICA DE PLACAS

Segundo esta teoria a litosfera está fragmentada em placas que se movem sobre a astenosfera. As placas crescem e divergem a partir da ascensão de magma na zona de rifte e são destruídas nos locais de colisão entre as placas.

1. COMO SE DESLOCAM AS PLACAS TECTÓNICAS

O Núcleo é a zona mais interna da Terra, que se encontra a temperaturas muito elevadas. O calor que gera aquece o magma que constitui a camada do manto que se situa por baixo da Litosfera. Quando é aquecido, o magma torna-se menos denso e sobe até à superfície (1). Quando chega à superfície, desloca-se lateralmente, arrastando a litosfera que se encontra por cima em sentidos opostos. Forma-se então uma dorsal oceânica (esquema A) na zona onde as placas se afastam. Nesses locais, o magma que atinge a superfície arrefece, transforma-se em rocha e passa a constituir o fundo do oceano. À medida que o magma por baixo da Litosfera se desloca, vai arrefecendo (2). Quando arrefece, o magma torna-se mais denso e tem tendência a afundar de novo em direção ao núcleo (3). Quando chega perto do núcleo, o magma é aquecido de novo e o ciclo reinicia-se. Nas zonas em que o magma se afunda, verifica-se a colisão entre duas placas. Quando se dá encontro entre uma placa oceânica e uma continental, a placa oceânica afunda por baixo da continental, sendo por isso destruída (esquema B). Nessa zona, chamada zona de subducção, a placa oceânica

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funde-se e forma-se uma fossa oceânica.

2. LIMITES ENTRE AS PLACAS LITOSFÉRICAS

LIMITE DIVERGENTE(Construtivo)

Ocorre o afastamento de placas porque estão separadas por um rifte, através do qual ascende magma. O magma ao atingir a superfície solidifica e forma nova crosta, através de vulcões submarinos, como no caso dos Açores. Ao longo da dorsal médio- atlântica a taxa de alastramento do fundo oceânico é em média de 2,5 cm/ano.

Placa Oceânica – Placa OceânicaExpansão dos fundos oceânicos

DORSAL MÉDIO – ATLÂNTICA (entre a placa norte-americana e placa euro-asiática)ISLÂNDIA - constitui segmento exposto (subaéreo) da Cadeia Médio-Atlântica

Placa Continental – Placa ContinentalRutura entre continentes

VALE DO RIFTE AFRICANO (entre a placa africana e a subplaca somali); Mar Vermelho; Vale do Reno (na Europa); Golfo da Califórnia

LIMITE CONVERGENTE(Destrutivo)

Convergência entre duas placas oceânicas Uma delas mergulha sob a outra - subducção.Ocorre vulcanismo intenso de que resultam ilhas alinhadas com a zona de subducção

FOSSA DAS MARIANAS (entre a placa do Pacífico e a placa das Filipinas)

Convergência entre uma placa oceânica e uma continentalA oceânica, por ser mais densa, mergulha sob a continental.Na placa continental ocorre vulcanismo e formam-se montanhas alinhadas com a fossa oceânica onde ocorre a subducção

FOSSA PERU-CHILE (entre a placa de Nazca e a Placa sul – americana); ANDES

Convergência entre duas placas continentaisNão ocorre subducçãoO material rochoso é levantado e dobrado originando cadeias mintanhosas HIMALAIAS(entre a placa indo-australiana e a

placa euro-asiática) E ALPESLIMITES

TRANSFORMANTE(Conservativo) Ocorre deslizamento de

uma placa em relação a outra, não havendo destruição nem formação de litosfera FALHA DE SANTO ANDRÉ (entre a placa do

pacifico e a placa norte-americana)

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Não te esqueças de que a Terra não aumenta de tamanho. Nos limites divergentes há formação de litosfera, porque se forma fundo oceânico entre os continentes, por isso se chamam limites construtivos.

No entanto, esse aumento é compensado pelos limites convergentes, ou destrutivos, pois nessas zonas há encurtamento da litosfera, seja pelo enrugamento da formação de montanhas ou pela destruição da placa que mergulha na zona de subducção.

Os limites transformantes também são chamados de conservativos, pois não se verifica nem formação nem destruição da litosfera.

Quadro resumo

LIMITES CONVERGENTES

(DESTRUTIVOS)LIMITE TRANSFORMANTE

(CONSERVATIVO)LIMITE CONVERGENTE

(CONSTRUTIVO)MOVIMENTO Subducção Deslizamento lateral AfastamentoEFEITO Destruição litosfera Conservação

litosferaConstrução litosfera

MORFOLOGIA Fossa oceânica ----- Dorsal médio oceânica

ESTRUTURA Zona de subducção ----- RifteATIVIDADE VULCÂNICA Sim Não SimATIVIDADE SÍSMICA Sim Sim Sim