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Teoria da pediplanação (Lester King) De acordo com Ross (1991) a teoria da pediplanação, se baseia no principio da atividade erosiva desencadeada por processos de ambientes áridos e semi-áridos com a participação dos efeitos tectônicos, elaboradas ao longo do tempo em diferentes níveis. Nesta teoria, os soerguimentos de caráter epirogenéticos são decisivos. Diferentemente da visão davisiana os estudos de King desenvolveram-se apoiados em áreas de clima árido e semi-árido. Essa interpretação apóia-se na teoria de que nas áreas tropicais e subtropicais os climas alteram-se de áridos e semi-áridos para quentes e úmidos em contraposição ás áreas e periglaciais em que os climas alteram-se em períodos glaciais e interglaciais úmidos”. (Ross, 1991, p.26) O principal ponto desta teoria geomorfológica repousa na formulação do chamado recuo paralelo das vertentes, conceito que se contrapõe a visão de Davis, pois afirma que o processo de erosão ocasiona o recuo das vertentes sem que haja perda de sua declividade ou inclinação de seu “knic”. Conforme (Casseti, 1994, p.42), o processo que envolve o recuo das vertentes é acompanhado de um ajuste isostático: Como se sabe, a crosta interna é constituída de silicatos de magnésio, razão pela qual é conhecida como sima, ao passo que externa, de densidade inferior, é representada por silicatos de alumínio sial […] o sial flutua sobre o sima […] refletindo numa acomodação operada em profundidade. Assim a parte elevada, submetida à erosão, sofre um alívio de carga, que é contrastado pela subsidência gerada pelo material depositado. Essa diferença resulta em acomodação isostática, que por sua vez origina degraus topográficos […] Este processo cria depósitos de sedimentos correlativos que geram pediplanos embutidos. O modelo de King não estabelece um nível de base geral, ao contrário, propõem um nível de base local ou regional sem que necessariamente seja o nível marítimo, o que desconsidera os períodos glaciais e inter-glaciais no tocante à sua atuação e participação no processo de elevação do nível do mar. Na visão davisiana este processo interferiria bastante nos níveis de erosão local.

Teoria da pediplanação (Lester King)

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Teoria da pediplanação (Lester King)

De acordo com Ross (1991) a teoria da pediplanação, se baseia no principio da atividade erosiva desencadeada por processos de ambientes áridos e semi-áridos com a participação dos efeitos tectônicos, elaboradas ao longo do tempo em diferentes níveis. Nesta teoria, os soerguimentos de caráter epirogenéticos são decisivos.

Diferentemente da visão davisiana os estudos de King desenvolveram-se apoiados em áreas de clima árido e semi-árido.

Essa interpretação apóia-se na teoria de que nas áreas tropicais e subtropicais os climas alteram-se de áridos e semi-áridos para quentes e úmidos em contraposição ás áreas e periglaciais em que os climas alteram-se em períodos glaciais e interglaciais úmidos”. (Ross, 1991, p.26)

O principal ponto desta teoria geomorfológica repousa na formulação do chamado recuo paralelo das vertentes, conceito que se contrapõe a visão de Davis, pois afirma que o processo de erosão ocasiona o recuo das vertentes sem que haja perda de sua declividade ou inclinação de seu “knic”.

Conforme (Casseti, 1994, p.42), o processo que envolve o recuo das vertentes é acompanhado de um ajuste isostático:

Como se sabe, a crosta interna é constituída de silicatos de magnésio, razão pela qual é conhecida como sima, ao passo que externa, de densidade inferior, é representada por silicatos de alumínio sial […] o sial flutua sobre o sima […] refletindo numa acomodação operada em profundidade. Assim a parte elevada, submetida à erosão, sofre um alívio de carga, que é contrastado pela subsidência gerada pelo material depositado. Essa diferença resulta em acomodação isostática, que por sua vez origina degraus topográficos […]

Este processo cria depósitos de sedimentos correlativos que geram pediplanos embutidos.

O modelo de King não estabelece um nível de base geral, ao contrário, propõem um nível de base local ou regional sem que necessariamente seja o nível marítimo, o que desconsidera os períodos glaciais e inter-glaciais no tocante à sua atuação e participação no processo de elevação do nível do mar. Na visão davisiana este processo interferiria bastante nos níveis de erosão local.